Mais Médicos é tema de mesa redonda em seminário de interprofissionalidade

08/10/2017 12:57 p.m.
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Pesquisadores, gestores e trabalhadores abordaram a atuação e desenvolvimento do Programa Mais Médicos (PMM) nos municípios do Amazonas. O assunto foi o tema central da mesa redonda “Programa Mais Médicos – Produção do cuidado em saúde”, no segundo dia do Seminário de Interprofissionalidade na Educação e Cuidado em Saúde e o Programa Mais Médicos, realizado pela Rede Unida, no Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazonas), em Manaus.

O debate teve início com a apresentação de Júlio Suárez, representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), que salientou a importância da avaliação constante do PMM como forma de identificar sua contribuição para o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.

Segundo ele, é necessária uma avaliação constante do programa para encontrar evidencias que há contribuição no fortalecimento do SUS. “Através dessas avaliações podemos identificar se o programa contribui, de que forma contribui, como ele continuar, se ajuda a melhorar o problema da saúde. Esse é um objetivo constante, que requer estudos e acompanhamento próximo”.

A psicóloga Renata Trepte, integrante da Rede-Observatório do Programa Mais Médicos, falou sobre sua experiência no Amazonas. Trepte salientou que sua pesquisa foi baseada em depoimentos, relatos, questionamentos e histórias de vida, que resultou na dissertação de mestrado 'O que as Experiências do Programa Mais Médicos Fazem Falar? Narrativas do fazer e aprender pesquisa numa perspectiva Menor'. “O Programa Mais Médicos aqui, é, ao mesmo tempo, pesquisa e dispositivo para a aprendizagem sobre pesquisa no campo de conhecimento. Os efeitos do Programa Mais Médicos na produção de cuidado e no cotidiano de trabalho das equipes de saúde são amplos, assim como as dimensões de fazer pesquisa que são apreendidas durante a vivência”.

Para o coordenador nacional da Rede Unida, Júlio Schweickardt o PMM está transformando a Atenção Básica em Saúde no Amazonas. Ele apresentou os resultados de uma pesquisa com indicadores que demonstram que o programa expandiu o acesso da população aos serviços de saúde, principalmente nas regiões com maior vulnerabilidade social e contribuiu para a consolidação da atenção básica em todo o território amazônico.

Ele destacou ainda que a região apresenta características geográficas muito diferentes e isso interfere no fazer políticas públicas. “Aqui é possível fazer política, mas não as mesmas políticas que são realizadas em outros lugares. Essas características também interferem na fixação e no provimento de profissionais devido aos diferentes acessos e dispersão da população, nesse sentido o PMM vem contribuir para diminuição da rotatividade dos médicos”.

Além disso, para o coordenador, o PMM se configura como um programa complementar da atenção básica que busca atingir o seu objetivo em alocar profissionais médicos para diversos municípios do estado do Amazonas, principalmente para as localidades mais necessitadas e de maior vulnerabilidade social, a fim de reduzir as dificuldades de acesso aos serviços de saúde.

As pesquisas sobre o tema têm acontecido no Laboratório de História e Políticas Públicas e Saúde do Amazonas (Lahpsa), na Fiocruz Amazônia, por meio de projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e Fiocruz.

Foto: Araquém Alcântara