102: A saúde em debate: estudos sobre a atenção e o cuidado
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 02 Sala 06 - Jaraqui    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
563 A ESPIRITUALIDADE NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Wanessa Jéssica Dinelly da Luz de Azevedo

A ESPIRITUALIDADE NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Autores: Wanessa Jéssica Dinelly da Luz de Azevedo

APRESENTAÇÃO: A Enfermagem, como ciência dinâmica e integrada, requer profissionais hábeis com espírito de liderança e tem sua assistência fundamentada na percepção de que os clientes são seres sociais, portadores de vivências, crenças e valores distintos. Nesta perspectiva, a presente Revisão Integrativa da Literatura teve como objetivo identificar a importância da espiritualidade na assistência de Enfermagem e a influência da dimensão espiritual no processo do cuidar, através da análise de produções científicas publicadas entre outubro de 2004 e outubro de 2014. Para alcançá-lo, fez-se necessário: Caracterizar os estudos publicados referentes à Espiritualidade na Assistência e Ensino de Enfermagem; Relatar as concepções dos acadêmicos e professores de Enfermagem sobre a espiritualidade em seu processo formativo; Conhecer as concepções do enfermeiro sobre a espiritualidade em sua prática; Relatar concepções dos clientes sobre a espiritualidade em suas vidas; Descobrir se os valores espirituais da equipe de Enfermagem interferem no seu processo de cuidar e Relatar os níveis de bem-estar espiritual/religioso dos enfermeiros e clientes. DESENVOLVIMENTO: Foram pesquisados os artigos científicos, monografias e dissertações sobre Espiritualidade na Assistência e Ensino da Enfermagem disponibilizados nos bancos de dados SCIELO, LILACS e BDENF, publicados entre outubro de 2004 e outubro de 2014, por meio dos descritores: “Enfermagem”, “Enfermagem e Ensino” e “Espiritualidade”. Após o descarte de repetições e atendimento aos critérios de inclusão, obteve-se uma amostra de 27 publicações científicas. Para a coleta de informações foi utilizado o instrumento publicado e validado por Ursi no ano de 2005 em sua dissertação de mestrado, sendo adaptado para este estudo. Os dados foram tratados através da Análise de Conteúdo de Bardin, composta por três etapas: Pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados: inferência e interpretação. Os dados foram organizados de maneira descritiva através de planilhas em ordem numérica crescente, de acordo com o ano de publicação. Surgiram quatro categorias: Caracterização dos estudos; Concepções de Estudantes, Professores, Enfermeiros e Clientes Sobre a Espiritualidade e Religiosidade; Principais Barreiras Expressadas por Estudantes, Professores e Enfermeiros Relacionadas à Abordagem Espiritual e Nível de Bem-Estar Espiritual e Religioso de Enfermeiros e Clientes. RESULTADOS: Constatou-se que não houve publicação entre 2004 e 2006. 92,6% das pesquisas pertencem ao Brasil e o Estado de São Paulo assumiu a liderança com 37,1%. Observou-se que 51,9% da amostra foi realizada em Hospitais, seguida pelos Centros de Pesquisa, com 25,9%. Quanto ao delineamento, 37,1% eram estudos descritivo-quantitativos, 37,1% eram descritivo-qualitativos e 25,8% eram Revisões de Literatura. O periódico que se destacou em relação ao número de publicações foi a Revista Latinoamericana de Enfermagem, com 22,3%. Os objetivos das pesquisas centraram-se sobretudo nas concepções, atitudes ou vivências espirituais/religiosas dos enfermeiros, perfazendo 44,5%. Os autores aplicaram como instrumentos sobretudo fichas para coletas em banco de dados, em 25,9%, seguidos por entrevistas semiestruturadas, utilizadas em 18,6%. Em relação ao nível de evidência, 63,0% foram classificados como Nível IV, enquanto 25,9%, por serem Revisões de literatura, não estavam incluídas na classificação hierárquica. Tanto a identificação de limitações/vieses dos estudos quanto a descrição de recomendações por parte dos autores foram superiores a 50%. Quanto às concepções de estudantes, professores, enfermeiros e clientes sobre a espiritualidade e religiosidade, a primeira é descrita como uma dimensão extremamente complexa e de conceito subjetivo, intrínseca ao ser humano e que influencia no seu estado de saúde, tornando-se um instrumento amplamente utilizado no enfrentamento de doenças, problemas e situações de estresse. Diversos estudos demonstram que entre indivíduos com maior espiritualidade/religiosidade há menor incidência de suicídio, depressão e uso abusivo de drogas. Observou-se que entre as publicações científicas analisadas, houve convergência quanto à concepção de professores e acadêmicos sobre o cuidado espiritual, ao expressarem o desejo de abordar o assunto junto ao cliente e referindo que o mesmo deve ser incluído na grade curricular do curso de Enfermagem nas Universidades. Resultados semelhantes foram obtidos em relação aos enfermeiros, os quais demonstraram em sua maioria o interesse em realizar esta assistência, considerando esta dimensão importante para a evolução dos clientes, embora alguns ainda mantenham a concepção de que esta é irrelevante em sua prática e que não gera efeitos sobre a condição de saúde, afirmando que raramente pensam a respeito em seu local de trabalho, ou referindo que a Enfermagem não deve interferir neste assunto. Os clientes participantes dos estudos relataram como principais necessidades espirituais a compreensão e atribuição de um sentido à atual situação de doença; a existência de harmonia consigo, com a família, os amigos e com Deus; a capacidade de perdoar e receber perdão e encontrar soluções, sendo para eles tão importante quanto o alívio da dor. As barreiras mais comuns enfrentadas na rotina do estudante e profissional referem-se ao despreparo, receio de ofender ou impor sua crença ao outro, sentir-se incomodado, ser mal interpretado, medo de ser reprovado pelos colegas de trabalho, falta de tempo e dificuldade em compreender a dimensão espiritual como diferente da psicológica, além de alguns não conseguirem distinguir os termos religiosidade e espiritualidade, associando-os ao mesmo significado. Em relação ao nível de Bem-Estar Espiritual, em algumas pesquisas, após a aplicação das Subescalas de Bem-Estar Existencial e Bem-Estar Religioso, ambas pertencentes à EBE, notou-se que alguns enfermeiros mantiveram uma média considerada baixa, e que um grupo de clientes apresentava conflito espiritual, o que poderia resultar no comprometimento de seu convívio com a doença e a forma como realizavam o tratamento. Quanto ao enfrentamento, as mulheres mais jovens e com rendas maiores, que frequentavam a igreja semanalmente utilizavam consideravelmente o CREP, enquanto os homens jovens e de renda inferior utilizavam mais o CREN, variando entre frequentar e não frequentar semanalmente a igreja. É imprescindível atentar-se ao fato de que os profissionais também são afetados espiritualmente como qualquer outro ser humano, como fora relatado por algumas enfermeiras, que se sentiam fragilizadas ao lidar constantemente com situações de perda e dor nas Unidades de Terapia Intensiva. Vale ressaltar que não é apenas neste setor que os cuidadores sentem-se afetados, mas em todos nos quais atuam, conforme os achados de alguns pesquisadores. Durante a análise dos dados, foi constatado que os estudos apresentaram como principais limitações: sua realização em um único centro, a subjetividade do tema investigado, o número reduzido de amostras e a existência de poucos estudos que permitissem comparações. Sendo assim, destacou-se entre as recomendações, a realização de novas pesquisas acerca do tema. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O cuidado representa um comprometimento ético com a preservação da dignidade de quem está sendo assistido, sendo mantidos entre os cuidadores os laços de respeito, compreensão e valorização à personalidade dos clientes. Sendo assim, para que a equipe de Enfermagem desempenhe cada vez mais seu papel com êxito e englobe em seu processo assistencial todas as esferas da vida humana, não deve descartar o direcionamento de um cuidado visando também à manutenção do equilíbrio da espiritualidade da pessoa que está sob sua responsabilidade. É necessária ainda a abertura de um espaço formal de discussão sobre esse assunto na Universidade, uma vez que as principais dificuldades apontadas pelos cuidadores nas publicações estudadas surgiam, sobretudo, do despreparo destes em relação à assistência dessa dimensão humana, assim como é indispensável a realização de outros estudos, que contribuam para futuras intervenções relacionadas a esta temática em saúde.

683 DIFICULDADES EM SE REALIZAR PESQUISAS COM CRIANÇAS SOBRE A PERCEPÇÃO DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS E NÃO-SAUDÁVEIS EM UMA ESCOLA NO BAIXO AMAZONAS – RELATO DE EXPERIÊNCIA
Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Françoíse Gisela Gato Lopes, Reginaldo Pereira de Oliveira, Alexandre de Oliveira Magalhães, Adjanny Estela Santos de Souza

DIFICULDADES EM SE REALIZAR PESQUISAS COM CRIANÇAS SOBRE A PERCEPÇÃO DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS E NÃO-SAUDÁVEIS EM UMA ESCOLA NO BAIXO AMAZONAS – RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Françoíse Gisela Gato Lopes, Reginaldo Pereira de Oliveira, Alexandre de Oliveira Magalhães, Adjanny Estela Santos de Souza

Apresentação: Ao que se refere a alimentação saudável, as crianças podem ser influenciadas por vários fatores associados ao meio em que convivem, destacando-se o ambiente familiar e o escolar. Quando a criança inicia a idade escolar, ela passa a conviver com outros escolares e assim seus conhecimentos são expandidos a respeito dos tipos de alimentos e consequentemente seus hábitos alimentares serão influenciados. Os infantis não são influenciados somente por esses meios sociais, mas também pela mídia, que contribui para a disseminação de informações relacionadas a alimentação incorreta, sendo passadas através de propagandas persuasivas de alimentos gordurosos e pobres em nutrientes. Desenvolvimento do trabalho: O projeto foi submetido ao CEP tendo sido aprovado conforme o parecer número 1.318.965, em conformidade com a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, sendo parte do projeto “Estudos das doenças metabólicas identificadas em instituições de ensino no município de Santarém – PA”, que contempla atividade integrada em saúde (AIS) do projeto político pedagógico (PPP) do curso de Enfermagem da UEPA. Esta atividade baseia-se em uma vivência apoiada no Diagrama de Charles Maguerez, que também é conhecido como Método do Arco, para elaboração de trabalho científico e mapa conceitual. O local foi a escola Dom Anselmo, localizada no município de Santarém-Pará. Resultados e/ou impactos: A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário semiestruturado apresentado para crianças na faixa etária de 6 à 9 anos em uma escola municipal de nível fundamental, realizada em duas turmas (201 e 202), variando entre meninos e meninas, totalizando 40 voluntários. A principal característica encontrada nas respostas foi o fato de as crianças não saberem responder as perguntas do questionário e serem influenciadas pelas respostas dos colegas de sala, além de marcarem mais de uma alternativa, tornando-se inadequada a compreensão sobre a real resposta deles sobre o que é alimento saudável em uma percepção individual. Com isso, a pesquisa teve seus resultados viciados, pois, as crianças foram induzidas as respostas do questionário, além de serem influenciadas pelos colegas de turma, as respostas não condiziam com os relatos das professoras em relação a alimentação dos alunos. Considerações Finais: Aplicar um questionário com crianças de idades entre 6 a 9 anos foi desafiador. Melhor seria encontrar outras formas de trabalhar esse tema. Concluímos que a pesquisa realizada com as crianças teve dificuldades principalmente por elas serem muito influenciadas, sendo as respostas muito divergentes do que a diretora havia relatado sobre a situação desse público infantil, mostrando com isso que pesquisas com infantis devem ser cautelosas e de longo prazo. A experiência adquirida foi de grande importância aos acadêmicos no foco de entender a melhor perspectivas de como está a visão dessas crianças em relação a alimentação, observando vários problemas para se discutir, podendo abrir novas pesquisas a cerca desse assunto.

755 Consumo de medicamentos por idosos de 65 anos e acima da Universidade da Melhor Idade (UMI) da UCDB em Campo Grande - MS.
Patrí­cia Espinosa dos Santos, Maria de Lourdes Oshiro

Consumo de medicamentos por idosos de 65 anos e acima da Universidade da Melhor Idade (UMI) da UCDB em Campo Grande - MS.

Autores: Patrí­cia Espinosa dos Santos, Maria de Lourdes Oshiro

Nas últimas décadas, no Brasil houve crescimento da população idosa, em consequência do aumento da expectativa de vida e da redução das taxas de mortalidade e natalidade. Com o envelhecimento, os idosos apresentam doenças que levam ao uso de vários medicamentos. Dentre os medicamentos utilizados existem os inapropriados para idosos que oferecem alto risco de efeitos adversos. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar o uso de medicamentos por idosos da Universidade da Melhor Idade de 65 anos e acima em Campo Grande-MS segundo o critério de Beers-Fick. Foi realizada uma pesquisa transversal e descritiva, mediante o formulário de matrícula e o questionário estruturado com idosos da Universidade da Melhor Idade (UMI) da UCDB, durante o período de dezembro de 2015 a abril de 2016, considerando apenas os idosos com 65 anos e acima. Dos 109 idosos apenas 62 apresentavam idades entre 65 e 93 anos e a média 69,5 ± 6,41 anos, sendo que 75,8% eram do sexo feminino. Destes, 93,5% apresentavam doenças e utilizavam medicamentos, sendo as doenças mais prevalentes (48,4%) e os medicamentos mais utilizados (27,3%) para o sistema cardiovascular. Dos 77 medicamentos prescritos, 12 constavam na lista de medicamentos inapropriados segundo o critério de Beers-Fick, a fluoxetina 21,9% foi o mais prescrito, seguido da cimetidina 15,7%. A utilização de medicamentos potencialmente inapropriados por idosos vem se tornando um problema de saúde pública e a ocorrência da polifarmácia aumentam a probabilidade no aparecimento de reações adversas e interações medicamentosas, sendo necessária ampla divulgação do critério de Beers-Fick aos profissionais de saúde, para que alcance a segurança e o bem estar dessa população.

1246 A empatia no processo de construção de um atendimento humanizado no sistema único de saúde
Jobson Domingos Marquetti

A empatia no processo de construção de um atendimento humanizado no sistema único de saúde

Autores: Jobson Domingos Marquetti

A prática de metodologias ativas de aprendizagem tem sido uma constante no ensino da área da saúde, pois possibilita que o aluno seja o protagonista de seu processo de aperfeiçoamento. Atrelada a esse método está a estimulação e a sensibilização do profissional em buscar desenvolver um atendimento empático e antes de tudo, humano. Neste trabalho de conclusão de curso reflexivo expressei a minha transformação durante o curso em Qualidade no Cuidado e Segurança do Paciente ofertado pelo Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Nele relato as minhas experiências, as minhas perspectivas, os momentos notáveis que vivi durante a minha formação e os pontos determinantes responsáveis pelo meu progresso pessoal e profissional.Assim que terminei a faculdade me vi inserido nos corredores e na rotina de um hospital. Muita gente chorando, pessoas prostradas, com dor, pessoas tossindo, algumas ensanguentadas, gente nova, gente velha – gente como a gente, que estava ali para ter a sua injúria resolvida. Entre tantos seres humanos, logo nos primeiros meses presenciei um atendimento a uma paciente que me chamou a atenção. Mesmo estando recém-formado e sem ter muita malícia, eu tive o discernimento de que algo estava inadequado, fora de contexto e o que estava ao meu alcance para tentar mudar tal fato? Ela encontrava-se ali em busca de um atendimento que pudesse sanar seu problema, curar a sua dor e ao invés disso, uma espécie de repreensão aconteceu. Nem a farmácia, nem a enfermagem, muito menos a medicina, ninguém ousou sequer colocar-se no lugar daquela paciente, do que ela estava passando e ainda o que ela viria a passar. Foi submetida a um tratamento doloroso e totalmente desconfortável que poderia ter sido evitado. Isso me fez refletir. Deveria existir um apelo, deveria existir alguma explicação ou outras maneiras de abordagem, atitudes dessa natureza não deveriam fazer parte de um hospital. Como sou curioso, resolvi investigar e essa minha pesquisa levou-me ao primeiro contato com os termos “segurança, cuidado e empatia pelo paciente” o que de imediato me chamou a atenção, pois a prática do cuidado é complexa e integrada, envolve absolutamente todos, desde a primeira abordagem do usuário na recepção, passando pelas condutas a serem tomadas, até o momento da alta hospitalar. Intrínseco a esse processo estavam as minhas habilidades e competências profissionais como farmacêutico clínico e acima de tudo como ser humano. Tive a oportunidade de candidatar-me a uma vaga do curso de qualidade e segurança no cuidado ao paciente ofertado pelo Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Ao meu entender o processo de segurança e cuidado é a essência de tudo o que há de mais ético e nobre na área da saúde. Foram dez encontros, dez chances de sensibilização que eu tive para iniciar uma verdadeira mudança comportamental e profissional na minha vida. Redijo a partir de agora uma experiência ímpar que serviu para o meu crescimento e que fez eu olhar com outro sentido para as pessoas que me circundam e para a realidade a qual eu estou inserido. 

1514 Desafios dos Enfermeiros Obstétricos na assistência à mulheres com hipertensão gestaional
Camila Soares Teixeira, Milaine Nunes Gomes Vasconcelos, Jéssica de Alencar Ramos, Maria do Livramento Coelho Prata, António Manuel Sousa

Desafios dos Enfermeiros Obstétricos na assistência à mulheres com hipertensão gestaional

Autores: Camila Soares Teixeira, Milaine Nunes Gomes Vasconcelos, Jéssica de Alencar Ramos, Maria do Livramento Coelho Prata, António Manuel Sousa

Objetivo: Avaliar a assistência de enfermagem à pacientes com hipertensão gestacional, identificando desafios e conhecimentos dos enfermeiros. Método: Trata-se de estudo transversal, descritivo com abordagem quantitativa, realizado com 20 enfermeiros plantonistas que, em algum momento do fluxo de atendimento, estavam envolvidos na assistência à hipertensão gestacional, em uma maternidade pública de Manaus-AM. Foram considerados como critérios de inclusão, ser enfermeiro da escala, atuar em setores com pacientes apresentando hipertensão gestacional, e aceitar participar voluntariamente da pesquisa. Como critério de exclusão, enfermeiros residentes, voluntários ou estagiários, e enfermeiros de férias ou licenças. Os dados foram analisados estatisticamente através de frequências absolutas e relativas, utilizado os Programas Microsoft Excel 2016 e Epi info 7.2. O estudo foi aprovado sob CAAE n° 61530516.6.0000.5016 e parecer 1.871.353. Resultados: Dos 20 participantes, 12 (60%) definiram corretamente hipertensão gestacional. Referente à assistência de enfermagem que deve ser prestada às pacientes com hipertensão gestacional, na unidade hospitalar, 15 (78,94%) enfermeiros referiram o manejo correto, dos 19 (95,00%) que responderam. O estudo mostrou que 15 (75,00%) dos enfermeiros, afirmaram que a instituição de trabalho não realizou ou ofereceu nenhum curso de capacitação/treinamento em manejo e controle da hipertensão gestacional, ou emergências obstétricas. Sobre a aplicabilidade do manejo na hipertensão gestacional, 11 (55,00%) enfermeiros afirmaram não possuir dificuldade. Porém no aspecto de melhoria no atendimento aos casos de hipertensão gestacional, 20 (100,00%) afirmaram que havia necessidade de melhorias no atendimento. Conclusão: Os enfermeiros obstetras, em sua maioria, conhecem o manejo da assistência à pacientes com hipertensão gestacional. Os desafios vivenciados estão ligados à deficiência de investimento pessoal e institucional para capacitação, aprimoramento na temática estudada, demonstrando a necessidade da existência da educação continuada. O aprimoramento permanente permite uma assistência de forma segura no controle desde agravo desde o pré-natal, além de contribuir para a redução da mortalidade materna.

1867 A INFLUÊNCIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO NA ESCOLHA DOS DISCENTES DE UMA FACULDADE NA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA - GO EM ESTUDAR ENFERMAGEM
Raquel Ribeiro Alves da Silva, Iel Marciano de Moraes Filho, Elizane Oliveira Machado Albuquerque, Mirian Cristina de Oliveira, Thaynnara Nascimento dos Santos, Ricardo Cezar Ramalho, Keila Cristina Félis, Aneci Neves Da Silva Delfino

A INFLUÊNCIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO NA ESCOLHA DOS DISCENTES DE UMA FACULDADE NA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA - GO EM ESTUDAR ENFERMAGEM

Autores: Raquel Ribeiro Alves da Silva, Iel Marciano de Moraes Filho, Elizane Oliveira Machado Albuquerque, Mirian Cristina de Oliveira, Thaynnara Nascimento dos Santos, Ricardo Cezar Ramalho, Keila Cristina Félis, Aneci Neves Da Silva Delfino

Apresentação: O processo de formação do enfermeiro vem passando por diversas mudanças, portanto é necessário compreender o contexto histórico brasileiro do avanço do ensino da enfermagem, que passa pela criação da primeira escola de enfermagem, em 1890, até a atualidade. As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem (DCN-ENF), afirma a importância e o compromisso das Instituições de Ensino Superior de formar profissionais de saúde orientados para as ações de trabalho direcionadas, principalmente as carências do Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de ajustar a formação ao desprovimento de saúde da população brasileira. A partir do momento em que o ser humano pode optar pelo futuro que deseja ter, ele começa a fazer planos, mas terão várias influencias do meio social, econômico, das políticas públicas e também do meio familiar. Será enfatizado a ação do Banco Mundial sobre a educação em saúde brasileira. Este organismo surgiu em 1946 como uma instituição financeira internacional que oferece empréstimos a países em desenvolvimento. Esse investidor, em 1970, começou a fornecer financiamentos na educação brasileira que se ampliaram nos anos de 1990 devido à influência dos gestores da Secretaria de Educação, que compartilhavam ideias semelhantes aos do investidor o que favoreceram as políticas de empréstimos para o Brasil. Mostrou interesse na saúde brasileira após a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente na responsabilidade da gestão pública e dos Estados. Destacaram-se três aspectos da saúde do Brasil: saúde universal a todos, uma política pública planejada e adquirir mais capital ao setor de saúde As Políticas Públicas são consideradas todas as ações que um governo executa ou deixa de executar e acredita-se que as Políticas Públicas de Educação são todas as ações que o governo realiza ou deixa de realizar na área da educação. Portanto, a Secretária de Educação Superior criou programas para concessão de bolsas de estudos para os estudantes, sendo os principais programas Programa Universidade para Todos (PROUNI), Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), Sistema de Seleção Unificada (SISU), Programa de Acessibilidade na Educação Superior (INCLUIR), Programa Bolsa Universitária. Objetivo: do estudo é de investigar quais fatores estão relacionados coma escolha dos discentes de uma Faculdade na Região Metropolitana de Goiânia - GO  em estudar Enfermagem. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa e análise de conteúdo com base na estatística simples. Os critérios de inclusão foram ser discentes da faculdade, serem matriculados, ter acima de 18 anos e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os critérios de exclusão foram não ser discentes da faculdade, não estar matriculados no curso de enfermagem, não assinar o TCLE, ser menor de 18 anos devido à dificuldade de os pais assinarem o Termo de Assentimento Livre Esclarecido. Resultados: Dos 180 matriculados foram questionados 103 acadêmicos, o que corresponde a 57,2% dos matriculados no curso de Enfermagem do 1° ao 10° período da Faculdade União de Goyazes. A nota do ENEN influenciou para escolha do curso de Enfermagem apenas 21,3% (22 acadêmicos), este benefício do ENEN não interferiu na opção de 65% (67 acadêmicos) e 4,8% (05 acadêmicos) não responderam se o ENEN teve alguma contribuição em sua escolha. Evidencia-se na justificativa da escolha dos estudantes a dificuldade de ingressar em Medicina, um curso que exige notas altas no ENEM, o que acabou gerando a opção por outro curso da área da saúde como a Enfermagem. Ao realizar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o aluno tem a expectativa de decidir que graduação que sejam compatíveis com sua nota. Dessa maneira acaba gerando dificuldade na escolha da vocação profissional, já que às vezes os resultados da nota, não alcançou o curso escolhido. O aluno opta em cursar outro curso em que a nota, possa possibilitar uma bolsa de estudos, pois acaba sendo um ingresso na faculdade, é nesse momento que o estudante deixa de seu sonho de lado (VERAS; VIERIA,2017). Verificamos que a escolha profissional sofre impacto com as influências das políticas públicas, dos 103 discentes participantes da pesquisa, apenas 9,7% (10 acadêmicos) não estão satisfeitos com sua escolha. Evidenciou-se que 89,3% (92 acadêmicos) estão satisfeitos com sua escolha e 1% (01 acadêmicos) não respondeu. os discentes entrevistados 2,9% (03 acadêmicos) não escolheram a Enfermagem como primeira opção, mas optaram pela Nutrição. Entre os acadêmicos pesquisados 0,9% (01 acadêmicos) gostaria de cursar Terapia Ocupacional. O curso de Psicologia era almejado por 1,9% (02 acadêmicos). A graduação de direito era o foco de 3,8% (04 acadêmicos). O desejo por estudar Medicina era de 14,5% (15 acadêmicos) dos matriculados do curso de Enfermagem. A graduação de Fisioterapia era a primeira escolha de 3,8% (04 acadêmicos). Os acadêmicos que tinham a expectativa de cursar Radiologia eram 1,9% (2 acadêmicos). A formação em Biomedicina era almejada por 3,8% (04 acadêmicos). A escolha pela profissionalização em Educação Física era de 1,9% (02 estudantes). Os discentes que eram interessados pela área de Biologia eram 0,9% (01 acadêmicos). O curso de Odontologia era o objetivo 2,9% (03 acadêmicos) de Enfermagem. Graduar-se em Medicina Veterinária era a meta de 3,8% (04 acadêmicos). 0,9% (01 acadêmicos) almejava cursar Arquitetura. Os que se identificavam com a área de Serviço Social era 0,9% (01 acadêmicos). De todos os discentes de Enfermagem entrevistados somente 49,5% (51 acadêmicos) escolheram esta graduação como primeira opção. Estas políticas públicas educacionais oferecem aos grupos desfavorecidos o ingresso em instituição particular por meio de bolsas que auxiliam financeiramente e ajuda a reduzir a desigualdade. Considera-se que está escolha profissional está condicionado a fatores econômicos e pessoais do acesso ao ensino Superior. O mérito de se ter um diploma tornou-se mais essencial para acadêmicos do que se fazer a escolha pela carreira que se almejava. Sendo assim estes visam ser diplomados para se tornarem reconhecidos socialmente, terem uma ampla carreira e serem financeiramente estável. Conclusão: Evidenciou-se que os discentes de Enfermagem participantes do estudo foram influenciados em sua escolha profissional por diversos fatores, sendo estes o principal os Programas Educacionais das Políticas Públicas influenciaram mais da metade destes acadêmicos. A finalidade de fornecer educação superior de enfermagem por meio das Políticas Públicas Educacionais através dos organismos principalmente o Banco Mundial que exerce grande influência sob as Políticas Públicas de Educação e Saúde Brasileiras tem a concepção de oferecer educação a sociedade para que ela tenha uma formação profissional que forneça mão de obra que eleve o desenvolvimento econômico. Esta finalidade precisa ser mudada, através da oferta de programas educacionais que visem favorecer aos discentes de Enfermagem uma formação de enfermeiros que terão um pensar crítico, uma visão holística do ser humano, um olhar analítico, pensar reflexivo e várias outras competências indispensáveis. Este estudo não esgota por aqui, merecendo futuros estudos afim de verificar a quais interesses a formação de Enfermeiros atendem, ao mercado de trabalho apenas.

2193 A IMPORTÂNCIA DA TEORIA DE NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS NO CUIDADO AO PACIENTE HOSPITALIZADO NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Thays Cristine Torres Martins, Andreia Doria Cardoso da Silva, Bruna da Silva Simões, Lie Tonaki, Alessandra Cristina da Silva

A IMPORTÂNCIA DA TEORIA DE NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS NO CUIDADO AO PACIENTE HOSPITALIZADO NO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Thays Cristine Torres Martins, Andreia Doria Cardoso da Silva, Bruna da Silva Simões, Lie Tonaki, Alessandra Cristina da Silva

APRESENTAÇÃO: A Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (ESA-UEA), desde o primeiro período da formação acadêmico-profissional dos discentes de enfermagem, propõe disciplinas que abordam a importância das teorias de enfermagem para embasar a prática profissional dos enfermeiros. A enfermagem por muito tempo, exerceu seu cuidado baseada em um modelo biomédico, ou seja, uma assistência focada exclusivamente nas alterações biológicas e nas doenças. Visto a necessidade de surgir uma assistência holística e interpessoal da enfermagem, surgiram as teorias de enfermagem, onde estas organizam e associam, de um modo sistemático, as informações e conceitos orientando as ações do enfermeiro. Dentre as inúmeras teorias elaboradas, se destaca a Teoria das Necessidades Humanas Básicas (NHB) de Wanda Horta, que, para a criação da mesma, Horta inspirou-se na Hierarquia de Necessidades de Maslow, ou conhecida também como pirâmide de Maslow, na qual foi criada com a finalidade de definir as necessidades de nível mais baixo, que devem ser primeiramente satisfeitas em relação às necessidades de nível mais alto. Dessa pirâmide, Horta, extraiu e fundamentou as necessidades humanas básicas como: Necessidades fisiológicas; Segurança; Amor/Relacionamento; Estima; Autorrealização; Além disso, estabeleceu princípios para enfermagem onde a assistência deve respeitar a singularidade e a autenticidade do ser humano, identificar o ser humano como um sujeito que participa diretamente do autocuidado, prestar assistência ao ser humano e não à doença instalada e estabelecer toda a assistência prestada com o intuito de prevenir, curar ou reabilitar. Dessa forma, foi possível perceber durante as práticas hospitalares no setor de urgência e emergência, que a teoria das NHB é a que mais se adequa no setor, embasando a execução dos procedimentos pelos discentes, pois, foi observado pelos mesmos, os benefícios e a relevância que essa teoria tem para os pacientes hospitalizados nesta unidade. No decurso das práticas hospitalares vinculadas à UEA, os acadêmicos têm oportunidade de aplicar e observar os benefícios da Teoria das NHB de Wanda Horta ao paciente hospitalizado para uma melhor assistência, orientados pelo preceptor, de acordo com o setor no qual está sendo realizado a prática. Com isso, objetiva-se relatar a experiência dos discentes em aplicar e observar a utilidade da Teoria de NHB para embasar a assistência ao paciente hospitalizado no setor de urgência e emergência.DESENVOLVIMENTO: Trata-se de um relato de experiência acerca da atuação e observação dos discentes com base na vivência de práticas hospitalares no setor de urgência e emergência de um hospital público de Manaus, para a disciplina de Enfermagem Clínica no Processo de Cuidar da Saúde do Adulto e Idoso, no período de 24 a 30 de novembro de 2017.  A disciplina possui uma carga horária teórica de 90 horas e prática de 60 horas, totalizando 150 horas. Sua ementa é constituída de conteúdos como a sistematização da assistência de enfermagem aos pacientes acometidos de doenças metabólicas, neurológicas, respiratórias, cardiovasculares, hematológicas, gastrointestinais, renais e oncológicas com ênfase nos aspectos preventivos, terapêuticos e de reabilitação. Também em controle de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAs) em paciente clínico e a segurança do paciente. As atividades realizadas no setor de urgência e emergência são sempre supervisionadas pelo preceptor, e constituem na realização do processo de enfermagem, com todas as suas etapas concluídas, passagens de sonda vesical e nasogástricas, aspiração, banho no leito juntamente com a massagem de conforto, troca de curativos, verificando qual cobertura ideal para a ferida, e o fornecimento de oxigenoterapia. Foram também realizados interpretações de exames laboratoriais para uma melhor compreensão clínica do paciente.RESULTADOS E/OU IMPACTOS: No setor de urgência e emergência da instituição, observou-se um público de pacientes com um conjunto de necessidades relacionadas a pirâmide de Maslow, definidas em níveis de prioridade, como: básicas (alimentação, vestimenta, repouso, segurança), psicológicas (autoconfiança, confiança, amizade, família) e de auto realização (criatividade, solução de problemas, aceitação dos fatos), na qual pôde-se preencher à pirâmide conforme suas necessidades, evidenciando as prioridades e tornando à assistência mais objetiva. A execução na prática pelos discentes da teoria das necessidades humanas básicas priorizou a hierarquia das necessidades, pois foi visto a importância disso ao paciente hospitalizado, pois estes dependem da equipe de saúde em quase todos os aspectos. Primeiramente, seguiu-se com as necessidades básicas onde os acadêmicos de enfermagem executaram procedimentos como passagem de sonda nasogástrica, banho no leito com soro morno e após o banho uma massagem com hidratante para um maior conforto, verificação das grades dos leitos para evitar quedas, mudança de decúbito para evitar lesão por pressão, e verificação de cabos soltos em monitores, todas essas ações voltadas para suprir as necessidades fisiológicas e a segurança dos pacientes. Posteriormente, encaminhou-se com as necessidades psicológicas, em que os acadêmicos mantinham a todo tempo o diálogo com os pacientes, principalmente os agitados, explicando sobre os procedimentos a serem realizados, visando acalmá-los para que o cuidado alcançasse o êxito, desenvolvendo assim um vínculo de amizade e confiança com o mesmo. Concomitantemente a isso, tem-se o topo da pirâmide que são as necessidades de auto realização. Nesta, o paciente consegue dar o melhor de si e adquire independência em suas ações, sendo capaz de fazer o que gosta. Percebe-se então a importância de utilizar a teoria de NHB de Wanda Horta neste âmbito hospitalar, na qual o foco é manter e suprir as necessidades fisiológicas do paciente, como a oxigenação, hidratação, nutrição, eliminação, e entre outros, as psicológicas, até chegar ao topo da pirâmide (auto realização), servindo assim como uma ferramenta necessária neste local, pois estes necessitam de um cuidado mais centrado, holístico, individual onde o foco é assistir o ser humano com a visão de tratar, prevenir e reabilitar.CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante do que foi relatado, ressalta-se a importância e os benefícios do ensino sobre as teorias de enfermagem na formação acadêmica em diferentes disciplinas, que possibilita ao acadêmico o exercício da observação crítica do setor inserido, avaliando as necessidades tanto do paciente quanto do ambiente e selecionando assim, dentre as teorias, aquela que mais se adequa ao paciente e a instituição para embasar suas ações de enfermagem e promover uma melhor assistência ao paciente. Dessa forma, a parceria da UEA com os hospitais públicos de Manaus, possibilitou aos discentes, nas práticas da disciplina, o reforço da importância de conhecer todas as teorias de enfermagem, onde no setor da urgência e emergência, teve destaque a Teoria das NHB, pois através dela os discentes e os profissionais de saúde embasam, sustentam e fundamentam suas ações no cuidado, olhando o paciente como um todo, podendo refletir sobre o conjunto das necessidades básicas que o paciente hospitalizado necessita, pois o mesmo precisa de auxílio, supervisão e orientação, por se encontrarem por muitas vezes acamados e impossibilitados de manter o auto-cuidado, evidenciando com isso, a importância de seguir os princípios de Wanda Horta. Além disso, as práticas vivenciadas pelos discentes trouxeram a percepção da necessidade de promover uma educação continuada para com a equipe de enfermagem que trabalham neste setor, relatando os princípios e os benefícios de utilizá-los com os pacientes hospitalizados para a garantia de qualidade do cuidado, tornando-a mais humanizado, direcionado, holístico e individualizado.

2349 A Complexidade Do Cuidador Familiar: Um Desafio Para Educação Médica.
Gabriela Amaral de Sousa, Juliana Nascimento Viana, Thaís Tibery Espir, Rosana Pimentel Correia Moysés, Maria da Graça Pereira Alves

A Complexidade Do Cuidador Familiar: Um Desafio Para Educação Médica.

Autores: Gabriela Amaral de Sousa, Juliana Nascimento Viana, Thaís Tibery Espir, Rosana Pimentel Correia Moysés, Maria da Graça Pereira Alves

Apresentação: O câncer ao longo dos anos vem despontando em um lugar de destaque no contexto das doenças crônicas degenerativas, tratando-se de uma doença com alta prevalência em todo o mundo. Em meio a esse cenário surge a figura do cuidador que é a pessoa, membro ou não da família, podendo ou não receber remuneração, responsável por cuidar do doente ou dependente através do auxílio em suas atividades diárias e até mesmo oferecendo suporte psicológico nas diversas fases do tratamento. Membros da família costumam figurar com mais frequência como cuidadores, bem como as pessoas do sexo feminino. Sabe-se que cuidar de um paciente com doença avançada traz ao cuidador diversos ônus em sua vida pessoal, sendo comum a sobrecarga gerada pela estressante e ininterrupta rotina de cuidados diários. Durante a realização das atividades de campo do projeto Qualidade de Vida em Mulheres Amazônicas em Tratamento de Câncer de Colo de Útero: Um Estudo com Doentes e seus Cuidadores, os acadêmicos de medicina foram colocados em contato direto com essa realidade, sendo assim possível relatar o impacto sofrido pelos alunos ao se depararem tão profundamente com diversas nuances dessa situação. Desenvolvimento: Foram aplicados 07 questionários em 40 acompanhantes de pacientes em tratamento de câncer de colo de útero na Fundação Centro de Oncologia - FCecon - que se autodeclararam o principal responsável por auxiliar a mulher como cuidador. A maior parte destes relatou acompanhar a paciente desde o diagnóstico da doença, não tendo, em sua maioria, qualquer tipo de suporte psicológico ou mesmo outro cuidador com quem dividir as ocupações. A entrevista visava colocar o acompanhante no centro da situação, perguntando sobre diversos assuntos do dia a dia, tais como a saúde do cuidador, a opinião dele sobre como a sua vida foi afetada pela doença e pelo comportamento da paciente, os sentimentos que havia desenvolvido por ela durante o tempo em que passaram juntos, como era a rotina dos dois e de que forma ele a encarava, quais estratégias de enfrentamento utiliza ou já utilizou para lidar com a situação, se estava feliz, se sentia-se cansado, se achava que poderia continuar cuidando da mulher por muito tempo, entre outros. Ao longo da realização das entrevistas, os alunos notaram uma enorme dificuldade por parte dos cuidadores de se colocar como o centro das atenções, pensando primeiro em si mesmo e revelando seu ponto de vista, seus sentimentos e pensamentos, além de um constrangimento em admitir que se ressentia por ter que abdicar de suas próprias vidas para viver em função do outro, haja vista que nenhum dos entrevistados era cuidador remunerado. Durante a conversa, foi perceptível como os cuidadores se descaracterizavam como pessoa, assumindo o papel de guardião e assim se despindo de suas particularidades e individualidades, abrindo mão das características que faziam deles pessoas únicas com desejos, sentimentos, fraquezas e cansaço. Eles se colocavam em segundo plano para atender as necessidades das mulheres que acompanhavam, mesmo que para isso precisassem abrir mão de quem eram. O modo como os cuidadores abdicavam de si próprios para cuidar os levava ao extremo de, para citar exemplos, suportar a dor física, a fome, o desconforto de receber um estranho em casa que lhe criticava para o restante da família e de esconder sua sexualidade afim de não prejudicar o tratamento dispensado à paciente pelos profissionais que a cercavam. O maior desafio para os alunos que participaram do campo não foi convencer os acompanhantes a participar, como era esperado, e sim fazê-los entender que o objetivo da entrevista era conhecer seu olhar da situação e que não havia nada de errado em expressar seus pensamentos, mesmo que eles não viessem recheados de sentimentos positivos pela paciente com câncer. No decorrer das atividades do projeto, os acadêmicos tiveram a oportunidade de entrevistar os cuidadores e foi muito chocante constatar como eles haviam renunciado a si mesmos e estavam solitários, pois a sociedade num geral deixou de vê-los como indivíduo e parou de fazer perguntas triviais, porém vitais, do tipo “como está se sentindo hoje?”. Além disso, notou-se quanta dificuldade os cuidadores tinham em responder perguntas simples, contudo, extremamente pessoais que levavam em consideração apenas suas opiniões, reforçando o quanto perderam o costume de dar importância seus posições, crenças e convicções. Os alunos perceberam que o estigma carregado pelo cuidador não deixava espaço para sentimentalismo, fraqueza e cansaço em suas vidas e foi aterrador constatar que a educação cuja estavam recebendo nas escolas de medicina e o meio no qual estavam sendo gradativamente inseridos nos hospitais não os capacitava para ver esse grupo com um olhar diferenciado e reconhecer neles a necessidade de cuidados. Surpreendentemente, ao finalmente internalizarem que eram o foco das perguntas, os acompanhantes sentiam-se felizes em conversar com alguém que estava interessado neles e não na doença da mulher, fazendo com que a entrevista se prolongasse haja vista que aproveitavam para contar detalhes de sua vida que sequer foram colocados em pauta. Essa carência de atenção por parte dos cuidadores acabou fortalecendo a relação de confiança estabelecida entre entrevistador e entrevistado que, embora curta, mostrou-se especial. Assim, muitos deles sentiram-se confortáveis para revelar fatos profundamente pessoais de suas vidas, enriquecendo sobremaneira a entrevista, mas também trazendo à tona outra fragilidade na formação médica, pois eles não estavam preparados para entrar tão profundamente na vida daquelas pessoas, nem para reagir apropriadamente aos rompantes emocionais gerados a partir da reflexão acerca da resposta de uma pergunta. Resultados: Indiscutivelmente, é enriquecedor entrar em contato com uma população tão ímpar quanto cuidadores de pacientes em doenças crônicas como o câncer de colo de útero. Contudo, também é perturbador para os acadêmicos adentrar neste universo sem o devido suporte que os ensine a ouvir e confortar sem se deixar ser arrastado para o turbilhão de sentimentos no qual estas pessoas estão envolvidas. Perceber as falhas do processo educacional é importante, mas de nada adianta se não forem oferecidos meios que possibilitem um caminho alternativo capaz de diminuir essas lacunas. Considerações finais: Logo, observou-se que o processo educacional das escolas de medicina não capacita os futuros médicos a olhar de um jeito diferenciado para o responsável por dar suporte a quem está doente, notando o ônus trazido pela atividade repetitiva, incessante e muitas vezes solitária realizada diariamente por longos períodos de tempo de cuidar do outro. Assim sendo, é importante abordar esse tópico dentro das faculdades para que os acadêmicos aprendam a cuidar de quem cuida e também para que o primeiro contato com essas pessoas não seja traumático, pelo contrário, seja o mais benéfico possível para ambos os lados.

2616 COMUNICAÇÃO ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E PACIENTES: Principais desafios e avanços
Mayra Costa Rosa Farias de Lima Vanessa Teixeira Fernandes Jessyclei de Moura Marques, Larissa Ariane Barbosa Souza, Maria Heloisa Fialho Cauduro

COMUNICAÇÃO ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E PACIENTES: Principais desafios e avanços

Autores: Mayra Costa Rosa Farias de Lima Vanessa Teixeira Fernandes Jessyclei de Moura Marques, Larissa Ariane Barbosa Souza, Maria Heloisa Fialho Cauduro

A partir de uma breve retrospectiva sobre o processo de construção da saúde, se deu início as primeiras reflexões e debates acerca da necessidade de comunicação para reduzir os agravos da sociedade. Os movimentos promoveram através de diálogos sistemas de controle e agravamento das pestes onde o Estado era o detentor das informações, passando a posterior sob domínio da classe médica. Este artigo tem como objetivo analisar a partir de pesquisas bibliográficas os avanços obtidos assim como os desafios que permeiam o processo comunicativo entre profissionais e pacientes. Este trabalho obedeceu a metodologia qualitativa e sua construção se deu a partir dos descritores: Saúde, Reforma Sanitária/SUS, Comunicação, obtidos em banco de dados Scientific Eletronic Library OnLine (Scielo), Revistas de Saúde e produções manuscritas compreendidos entre os anos de 1980 a 2014. Os resultados apontam avanços em comunicação possivelmente vislumbradas a partir do Movimento da Reforma Brasileira e Implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), embora um dos maiores desafios em aspectos comunicativos seja transcender um modelo linear, homogêneo e biomédico persistentes nas relações médico-paciente. A medida que novas pesquisas avançam concebe-se que tanto as agências formadoras quanto os espaços de saúde necessitam quebrar a higidez de um sistema monopolizado para promoção com responsabilidade dos interesses e direitos da população. Concluímos através deste trabalho que apesar dos avanços e retrocessos apresentados em comunicação entre os atores (usuários e trabalhadores) durante a pesquisa, é possível continuarmos avançando em direção à primazia por novas discussões que suscitem a quebra de sistemas ainda monopolizadores e que promovam mobilização social. Acreditamos de maneira construtiva que há ainda muito o que refletir e discutir dentro das agências formadoras de saúde sobre as práticas de diálogos concebidos dentro dos espaços acadêmicos em Educação e Comunicação em Saúde para que efetivamente futuros profissionais promovam uma consciência crítica na promoção da cidadania e participação social.

4095 ACESSO AVANÇADO, UMA NOVA ÓTICA PARA O ACOLHIMENTO EM SAÚDE - RELATO DE EXPERIÊNCIA NA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DA COMUNIDADE DE APARECIDA.
Isabel Veras, Samyra Marcelino, Isabela Gomes, Lorena Dantas, Neuma Marinho de Queiroz Santos da Costa Cunha

ACESSO AVANÇADO, UMA NOVA ÓTICA PARA O ACOLHIMENTO EM SAÚDE - RELATO DE EXPERIÊNCIA NA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DA COMUNIDADE DE APARECIDA.

Autores: Isabel Veras, Samyra Marcelino, Isabela Gomes, Lorena Dantas, Neuma Marinho de Queiroz Santos da Costa Cunha

RESUMO Diante da importância de se provocar mudanças frente a um cenário tradicional de acesso à saúde, o grupo tutorial da disciplina Atividade Interativa Interdisciplinar: Saúde e Cidadania II (SACI-II) propôs aos funcionários da Unidade de Saúde da Família (USF) de Aparecida o acesso avançado no atendimento aos seus usuários. Dessa forma, o trabalho apresenta um relato de experiência de estudantes de graduação de enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Serão abordados pontos pertinentes aos benefícios dessa nova visão e como ela foi construída e exposta na USF Aparecida. Ademais, considerar os efeitos positivos causados nos profissionais e discentes para transformar o processo de trabalho em prol da garantia dos diretos da população. INTRODUÇÃO O acesso avançado é uma visão desafiadora do sistema de saúde que visa à reformulação no atendimento prestado a usuários da rede de Atenção Básica. Tendo em vista que a USF é a porta de entrada aos serviços do SUS (Sistema Único de Saúde), a mesma deve estar qualificada em ofertar uma assistência de forma universal, integral, longitudinal e com equidade. Muitos desses princípios são prestados deficientemente no acesso tradicional nas Unidades Básicas de Saúde. Mas por que isso ocorre? O acesso tradicional em prática gera, na maioria das vezes, o congelamento do usuário no agendamento, impedindo a continuidade do serviço e quebrando a visão de prevenção e promoção em saúde. Mas não precisamos ir tão longe para falar das deficiências desse sistema, podemos começar com a porta de entrada da unidade, invadida com longas filas, com a realidade de vendas de fichas e até de sobrecarga dos profissionais, gerando uma desumanização no atendimento aos pacientes. Veremos mais a frente os benefícios de implantar um sistema com acesso avançado e observaremos que o anseio de fazer o trabalho de hoje, hoje, apesar de ser um desafio, pode ser uma realidade atual das unidades de saúde brasileiras. Pretendemos através desse relato exaltar a importância da implantação do acesso avançado nas unidades de saúde, conscientizar estudantes e profissionais sobre essa nova visão no acolhimento de pacientes e principalmente trazer a reflexão de que lutar é preciso para mudar a realidade do acesso à saúde.   METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, do tipo relato de experiência baseado na intervenção final da disciplina SACI-II, a qual visa à inserção do aluno em Grupo Tutorial Interdisciplinar e Multiprofissional abordando a dinâmica dos serviços de Atenção Básica à Saúde e, mais especificamente, a Estratégia de Saúde da Família e sua relação com a comunidade. Possui como um dos seus métodos avaliativos uma intervenção, que ocorre no final da disciplina. O objetivo dessa é incitar nos alunos o trabalho em equipe, educação em saúde, pensamento crítico. E, além disso, o SACI-II vem reforçando as nossas políticas públicas de saúde, proporcionando educação em saúde para os profissionais, consequentemente, melhorando a qualidade do atendimento e deixando o legado para a comunidade. A partir disso o grupo tutorial da disciplina despertou nos alunos o tema acesso avançado, tendo em vista às necessidades do território. Ponderou-se que a intervenção se daria através de um dia de integração entre os alunos com o apoio dos doutorandos de Medicina, em conjunto com os profissionais da USF, na própria Unidade. Para se dar essa integração, elaborou-se uma apresentação com as seguintes etapas: (1) apresentação do tema e descrição rápida do Acesso Avançado, gerando problematização da realidade vivida; (2) separação de cinco grupos de profissionais para debater sobre o tema, trazendo questões relativas às perspectivas dos processos de trabalho vivenciadas, e como o acesso avançado poderia solucioná-las; (3) relato da discussão do grupo, por um representante discente, do que foi discutido para que se tivesse uma melhor percepção da receptividade do tema e das dificuldades enfrentadas relativas ao acolhimento; (4) exposição mais aprofundada sobre a temática sanando dúvidas acerca da sua implantação e funcionamento.   RESULTADOS E DISCUSSÕES Visto que o sistema de atendimento tradicional, como já citado, é deficitário, com atraso na disponibilidade da oferta, levando ao agravamento do adoecimento e a sobrecarga da Atenção Secundária e Atenção Terciária. Temos que a USF Aparecida necessitava de adesão a um novo método que preconizasse as reais demandas dos usuários, garantindo acesso facilitado e com continuidade no cuidado, mitigação de tempo de agendamento, diminuição das faltas das consultas médicas, diminuição do absenteísmo e aumento do número de atendimentos resolutivos. E são esses aspectos que constituem o acesso avançado. Diante disso, foi aberta a discussão na intervenção tentando responder as seguintes perguntas: Como você define o acesso avançado?Como é o acesso em sua equipe e o que pode melhorar?Como o acesso avançado pode auxiliar na melhoria do acesso a sua equipe?   Essas perguntas serviram para nortear a discussão e para uma auto-reflexão de cada profissional e aluno presente, revelando que mudanças precisam e devem ser implementadas buscando a fortificação dessa Atenção Primária, a qual deve ter cerca de 80% de resolutividade. Temos que muitos profissionais da rede, como agentes de saúde e técnicos de enfermagem, podem otimizar o tempo de atendimento, realizando a escuta qualificada e orientando os usuários. Vale salientar, que enfermeiros, odontólogos e médicos precisam se adequar a uma realidade humanizada e holística que compõem o acesso avançado. Sendo assim, a equipe de forma geral, deve ser ativa e engajada para buscar capacitações e consequentemente melhorar o processo de trabalho. A apresentação ocorreu sem grandes empecilhos, de forma dinâmica, e com boa receptividade. Com algumas opiniões divergentes que insistiam em dizer que a população não iria entender a lógica da oferta, gerando demanda maior. Entretanto, a população deve ser participante da sua política de saúde e como tal tem direito a informação. Ademais, para que se consolide esse sistema, o planejamento é fundamental, pois só se faz possível com equilíbrio entra a demanda e a oferta, que existe na USF-Aparecida. Como resultados esperados vislumbram-se reuniões futuras com foco na mudança de fluxo de atendimento – com a reorganização e melhor utilização do espaço da unidade, com um fluxo resolutivo de resposta a demandas e com um horário de atenção da equipe para a população – bem como na associação de todos os funcionários para uma real aplicabilidade da proposta, com compartilhamento de relatos entre as equipes e capacitações para desenvolver a escuta qualificada e o profundo entendimento do processo de trabalho da unidade. Nesse sentido, promove-se um ambiente de trabalho favorável, com uma equipe fortalecida para ter condições de dar mais “sim” do que “não” ao paciente.   CONSIDERAÇÕES FINAIS É possível concluir que o modelo de acesso avançado pode ser extremamente significativo para o território de adscrição da unidade, pois tende a proporcionar – se bem estruturado e executado – mais serviços de saúde para quem apresenta uma real necessidade. Diante disso, a intervenção na USF de Aparecida tem seu objetivo cumprido ao conseguir sensibilizar os profissionais de forma transversal para a importância de constantemente buscar uma maior qualidade no acesso à saúde, como forma de reforçar os princípios da Atenção Primária à Saúde. Além de profissionais sensibilizados e mais críticos quanto ao sistema atual de atendimento, essa experiência revelou aos discentes que eles podem ser agentes de mudanças e que podem atuar junto aos princípios do SUS, enriquecendo sua futura vida profissional. 

4510 COBERTURA VACINAL DE PUÉRPERAS ASSISTIDAS NO HOSPITAL MUNICIPAL DE SANTARÉM - PARÁ: UM ESTUDO PILOTO
Claudia Ribeiro de Souza, Thâmera Jacqueline de Oliveira Rocha, Leilane Ribeiro de Souza, Jéssica dos Santos Silva, João Batista Castro de Carvalho, Alessandro Santos Bonfim de Almeida, Ana Maria Revorêdo da Siva Ventura

COBERTURA VACINAL DE PUÉRPERAS ASSISTIDAS NO HOSPITAL MUNICIPAL DE SANTARÉM - PARÁ: UM ESTUDO PILOTO

Autores: Claudia Ribeiro de Souza, Thâmera Jacqueline de Oliveira Rocha, Leilane Ribeiro de Souza, Jéssica dos Santos Silva, João Batista Castro de Carvalho, Alessandro Santos Bonfim de Almeida, Ana Maria Revorêdo da Siva Ventura

Um dos métodos mais eficazes para proteger a mulher grávida, livrando-a de doenças e complicações na gestação, é por meio da vacinação. A cobertura vacinal pode ser entendida como a proporção da população que recebeu o número completo de doses de uma vacina em relação à população existente em um determinado local. O estudo piloto, por sua vez, trata-se de um teste, em pequena escala, que envolve a realização de todos os procedimentos previstos na metodologia de uma pesquisa, de modo a possibilitar alteração/melhora dos instrumentos na fase que antecede a investigação em si. A partir disso, o estudo objetivou testar um formulário de pesquisa que será utilizado durante a investigação da cobertura vacinal de puérperas assistidas no Hospital Municipal de Santarém-Pará. O formulário apresentava questões referentes a aspectos sócio demográficos como idade, renda, escolaridade, estado civil e ocupação; dados obstétricos presentes na carteira de gestante da puérpera, como número de gestações anteriores, número de consultas realizadas durante o último pré-natal, resultado de exame de Hepatite B; e dados das vacinas dT, dTpa, Hepatite B e Influenza. Para cada vacina verificava-se, no caso das que apresentavam esquemas incompletos, qual teria sido a razão para cobertura incompleta, se por erro profissional, negligência da gestante, ausência da vacina na unidade de saúde, ou por outros motivos. O estudo piloto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado do Pará (CAAE:77612417.9.0000.5168), e realizado em outubro de 2017, com todas as puérperas presentes no dia da investigação no Hospital. Participaram 15 mulheres com idade média de 21 anos, com renda menor ou igual a um salário mínimo, 80% haviam concluído o ensino fundamental e conviviam com o parceiro, 60% exerciam atividade remunerada. Todas as puérperas apresentavam histórico de outras gestações nos últimos cinco anos, tiveram pelo menos 6 consultas de pré-natal na última gravidez, e nenhuma apresentou resultado sorológico positivo para Hepatite B. Somente 40% das entrevistadas tinham cobertura vacinal completa para dT, Hepatite B e Influenza. A principal razão para cobertura incompleta foi erro profissional (66%). Após testar o formulário, conclui-se que havia a necessidade de inserir algumas perguntas afim de aprimorá-lo e melhor compreender as razões para os achados de cobertura vacinal incompleta, entre elas, entrega de comprovante de vacina no ato de inscrição do pré-natal e no momento da entrevista, acometimento por HIV ou outras doenças na gestação, data provável do parto, aborto ou filho nascido morto na última gestação, bem como realização de pré-natal até a ocorrência desses eventos, e realização de pré-natal nas gestações anteriores.

457 DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GRAVIDEZ: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Wanessa Jéssica Dinelly da Luz de Azevedo, Géssica Lange Sarmento Gentil

DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GRAVIDEZ: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Autores: Wanessa Jéssica Dinelly da Luz de Azevedo, Géssica Lange Sarmento Gentil

APRESENTAÇÃO: As Doenças Cardiovasculares são a maior causa de morte a nível mundial, sendo a Hipertensão Arterial um dos principais fatores de risco para o agravamento de problemas cardíacos. Quando associada à gestação, gera maior susceptibilidade tanto para a mãe quanto para o feto. A presente Revisão Integrativa da Literatura teve como objetivo identificar o perfil de gestantes que apresentam a Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) e as principais complicações observadas na atuação da Enfermagem através de publicações científicas de janeiro de 2010 a janeiro de 2016. DESENVOLVIMENTO: Foram pesquisados artigos, monografias e dissertações disponibilizados nos bancos de dados sciELO, LILACS e BDENF com os descritores “DHEG”, “Enfermagem” e “Gravidez e Hipertensão”. Após o descarte de repetições e atendimento aos critérios de inclusão, totalizou-se uma amostra de 11 publicações. Para a coleta de informações foi utilizado o instrumento validado por Ursi em 2005 e adaptado para este estudo. Os dados foram tratados através da Análise de Conteúdo de Bardin, organizados de maneira descritiva. Surgiram quatro categorias: Características dos estudos; Perfil das mulheres que apresentam complicações relacionadas à hipertensão na gravidez; Concepções sobre a DHEG, suas principais complicações e a Atuação do enfermeiro diante desta patologia. RESULTADOS: Todos os estudos foram escritos no idioma português. Quanto à metodologia utilizada na sua elaboração, 27,2% foram descritivos e retrospectivos. O Rio de Janeiro foi o Estado com maior número de publicações, correspondendo a 36,3% da amostra. Quanto ao local, 54,5% das pesquisas selecionadas foram realizadas em Hospitais ou maternidades. Foi revelado que a DHEG acomete em maior número mulheres pardas e houve convergência entre as pesquisas ao destacar como faixa etária de comum ocorrência 19 a 25 anos, assim como apontam a obesidade como um dos fatores predisponentes de maior destaque. Quanto à concepção das gestantes, notou-se entendimentos fantasiosos sobre a manifestação da patologia, assim como o medo de evolução a óbito. Como principais complicações envolvidas, destacaram-se:o aumento da mortalidade fetal, neonatal e materna, considerando a morbidade materna por insuficiência renal, pré-eclampsia severa, edema pulmonar e descolamento de placenta, com identificação de convulsão, inchaço generalizado, edema agudo de pulmão, complicações renais, hepáticas e cerebrais. As morbidades neonatais, por sua vez, incluíram o baixo peso ao nascer, prematuridade e síndrome do desconforto respiratório. Os estudos foram unânimes quanto à constatação da competência dos enfermeiros no reconhecimento dos sinais e sintomas sugestivos da DHEG e as condutas que deveriam ser adotadas diante desta situação. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Constatou-se que a DHEG acarreta medo, preocupação e ansiedade devido às suas repercussões para a saúde do binômio mãe-bebê. Assim, torna-se necessária a realização minuciosa do pré-natal para a identificação de riscos potenciais e acompanhamento da gestação, destacando a atuação do enfermeiro como educador quanto às orientações às gestantes sobre mudanças de hábitos neste período, além da abertura de espaços formais de discussão sobre esse assunto na Universidade, com indispensável realização de outros estudos que contribuam para futuras intervenções relacionadas a esta temática em saúde.