104: Estudos interdisciplinares pela promoção da saúde
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 02 Sala 07 - Jiquitaia    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
4209 Promoção da saúde do adolescente: uma experiência lúdica para abordar métodos contraceptivos
Alecsandra Fernandes da Silva, Jéssica Eloy Cunha Gonzalez, Soraya Solon

Promoção da saúde do adolescente: uma experiência lúdica para abordar métodos contraceptivos

Autores: Alecsandra Fernandes da Silva, Jéssica Eloy Cunha Gonzalez, Soraya Solon

Apresentação: A Liga Acadêmica Multidisciplinar de Saúde do Adolescente (LAMSA), da UFMS, trabalha com ações de promoção à saúde em diversas dimensões. Teve início com o Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas, implantado pelos Ministérios da Saúde e Educação, para promover a saúde dos adolescentes em situação de vulnerabilidade. Realiza atividades educativas de forma participativa, reflexiva e lúdica, abordando temas de interesse para juventude (gêneros, diversidades sexuais, saúde sexual e reprodutiva, infecções sexualmente transmissíveis-IST, raças e etnias, drogas e juventude protagonista) procurando formar multiplicadores para educação entre pares. Desenvolvimento do trabalho: Este trabalho relata uma das atividades da LAMSA, realizada em uma Escola Estadual da região central de Campo Grande (MS), com 19 adolescentes que cursam o período noturno. Os alunos solicitaram a abordagem sobre métodos contraceptivos, direitos sexuais, IST’s, gêneros e diversidades sexuais. Os temas foram trabalhados em 6 encontros semanais definidos pela direção da escola, intercalando os dias da semana para não prejudicar o desempenho escolar dos alunos em uma disciplina. Foram realizadas 12 oficinas que são encontradas nos fascículos do SPE e em uma dessas foi executada a oficina “Escravos de Jó”, utilizando caixinhas de fósforos com tiras de papel escrito os métodos contraceptivos, além de cantar a cantiga de roda. Na roda de pessoas quem errava na passagem das caixinhas, escolhia uma e fazia a leitura do que estava dentro, depois diziam o que sabia sobre o método em questão. Após o conhecimento exposto pelos alunos explicamos a funcionalidade do método contraceptivo segundo o que o ministério dispõe sobre o assunto e enfatizamos os conhecimentos que eles já traziam e compartilharam com o grupo. Resultados: Percebeu-se que os alunos se mostraram interessados pelo assunto, e que gostaram da forma dinâmica como se deu a discussão. Além disso, eles diziam saber muito sobre os métodos contraceptivos, mas quando falavam isso não acontecia com êxito, assim como nas demonstrações. Considerações finais: Portanto, o conhecimento sobre métodos contraceptivos assim como direitos sexuais e reprodutivos se faz necessário, tanto para adolescentes do ensino médio quanto para outros grupos populacionais. Enfatizando assim, a relevância desses assuntos serem trabalhados com impacto e frequência nas escolas.

1372 SINTOMAS DEPRESSIVOS EM ACADÊMICOS DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA NO OESTE DO ESTADO DO PARÁ, RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rebeka Santos da Fonseca, Gabriela Oliveira de Nazaré, Pablo Stephano Lopes da Silva, Gabriela Noronha Fortes, Alda Lima Lemos

SINTOMAS DEPRESSIVOS EM ACADÊMICOS DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA NO OESTE DO ESTADO DO PARÁ, RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Rebeka Santos da Fonseca, Gabriela Oliveira de Nazaré, Pablo Stephano Lopes da Silva, Gabriela Noronha Fortes, Alda Lima Lemos

Apresentação: A depressão é um distúrbio do afeto e/ou do humor, que é caracterizado por sintomas como, piora do sono, do apetite, da auto-estima, pela tristeza, sentimento de culpa, entre outros. O indivíduo depressivo tem dificuldade em descrever experiências emocionais positivas, sendo pouco aberto a sentimentos otimistas. Além disso, na depressão não existe apenas queixa de tristeza, mas também há mudanças de humor que culminam em crises frequentes de explosão de raiva, que levam ao desgaste da saúde física e emocional, prejuízos no convívio social, na aprendizagem e ideias e/ou tentativas frequentes de suicídio. Esse transtorno é considerado uma pandemia e a terceira maior causa a nível global de doenças. São inúmeros os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da depressão, como por exemplo, o baixo suporte social, a presença de eventos estressantes, pensamentos negativos, problemas financeiros, entre outros. Alguns dados encontrados nos universitários nesta pesquisa, são considerados elevados, no que tange ao processo depressivo, e ganham maior destaque ainda quando comparados com a população em geral. Isso é possível, pois é nessa fase acadêmica que se exige muito esforço do adolescente ou jovem adulto, onde o mesmo deve aprender a lidar com uma gama de responsabilidades que estarão presentes em sua vida futura, tanto como acadêmico, quanto como profissional. Estes incluem a adaptação de cumprimento de prazos e horários, a distância dos pais e demais familiares, a falta de motivação para os estudos, dentre outros conflitos internos e/ou externos. Diante dessas informações, o objetivo deste trabalho consiste em relatar a presença de sinais e sintomas depressivos encontrados em acadêmicos de uma instituição de ensino superior em Santarém- PA, através de uma escuta qualificada. Desenvolvimento: Este estudo trata-se de um relato de experiência acerca das vivências durante uma ação em saúde que ocorreu no dia 24 de abril de 2017 desenvolvida por acadêmicos de enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Campus XII-Santarém, a ação foi baseada na metodologia ativa da problematização segundo o Projeto Político Pedagógico (PPP) do curso de enfermagem da UEPA para a Atividade Integrada em Saúde que é um momento em que o acadêmico de enfermagem integra todos os eixos da grade curricular do semestre, escolhendo assim um tema a ser abordado, assim como o público, que foi composto de acadêmicos dos cursos contemplados na universidade: enfermagem, música, educação física, medicina e fisioterapia. A temática foi abordada através de ação educativa em saúde, organizada pelos acadêmicos do curso de enfermagem com diversos tópicos como: alimentação, avaliação de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, avaliação de medidas antropométricas e, nesta atividade, avaliação da saúde mental com a investigação da existência de sintomas depressivos. Durante a ação os acadêmicos de enfermagem, em um primeiro momento, distribuíram folders contendo informações sobre a depressão e, posteriormente conversaram individualmente com cada acadêmico que, de forma voluntária, concordaram discutir sobre sintomas que, de acordo com o CID-10, poderiam estar sentindo. Durante a conversa os sintomas investigados foram: fadiga aumentada ou perda de energia física e mental, perda de interesse e prazer, classificados como sintomas fundamentais; apetite diminuído, atividade diminuída, auto-estima e autoconfiança diminuída, concentração e atenção diminuída, sentimento de culpa e inutilidade, pensamentos e/ou atos lesivos ou suicidas, sono perturbado, visão pessimista do futuro, classificados como sintomas episódicos. Além disso, a ação contou com a ajuda de um psicólogo que atendeu os participantes que apresentaram sintomas graves da depressão. Os participantes que apresentaram maior necessidade foram orientados a buscar tratamento efetivo com intervenção de psicólogo. Resultados: A maioria dos entrevistados mostraram-se bastante interessados no assunto e não demonstravam muita timidez, apresentaram-se bem à vontade e com disposição para dialogar, o que de certa forma surpreendeu a equipe, que esperava uma resistência por parte dos acadêmicos, com isso observou-se facilitação do trabalho para a equipe dos entrevistadores. Após a entrevista, os acadêmicos de enfermagem, organizadores da ação, detectaram uma alta incidência de sintomas fundamentais e episódicos em um número significativos dos universitários, o que pode ser considerado uma situação preocupante. No decorrer da ação, muitos acadêmicos participantes, relataram o quanto consideravam ações desse gênero, importantes na universidade, por sentirem-se sobrecarregados pelas atividades acadêmicas, desorientados, desanimados e com pensamentos pessimistas. Podem ser classificados como poucas as ações voltadas para os acadêmicos, sobretudo, os acadêmicos da área da saúde, já que eles são os principais responsáveis por promoverem esse tipo de ações e que acabam deixando de se cuidar, não lembrando-se que também precisam de cuidado e atenção. Deste modo, é inegável a grande satisfação de poder contribuir de alguma forma para esta comunidade e acredita-se que, todos os acadêmicos tiveram uma boa oportunidade de serem ouvidos de forma mais qualificada por um profissional apto a lhe dar orientações essenciais que visem a prevenção diagnóstica, além de recuperação e promoção da saúde mental. Considerações Finais: Após a ação em saúde, alguns acadêmicos que se ausentaram no dia em que a ação ocorreu procuraram a equipe afim de, saberem se haveria outra ação semelhante, alegando que gostariam de serem ouvidos ou até mesmo referindo interesse de um amigo (a) na consulta psicológica. Essa experiência aponta para a necessidade de que acadêmicos na área da saúde devem cuidar da saúde mental de forma freqüente sem negligenciar as tensões e o estresse advindos da própria universidade, antes de serem lançados no mercado de trabalho. Além da necessidade de acompanhamento psicológico para os acadêmicos nas próprias universidades, sejam elas públicas ou privadas, no decorrer da formação afim de manter a saúde mental e de prevenir, diagnosticar ou ainda tratar quadros depressivos e outras doenças mentais que podem comprometer seu rendimento acadêmico e a sua saúde geral, visando reduzir dados crescentes relacionados a sintomatologia da depressão em universitários. Essa experiência mostrou que mesmo em cursos da área da saúde, a saúde mental ainda é pouco debatida, precisando assim, de uma atenção tanto dos acadêmicos com sua própria saúde, como da instituição de ensino, promovendo um espaço e profissionais capacitados que possam auxiliar enquanto o acadêmico estiver em formação.

1399 Queda em idosos: principais causas e motivos no município de Cruz Alta/RS
Mylena Stefany Silva dos Anjos, Nathália Arnoldi Silveira, Giovani Sturmer, Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho

Queda em idosos: principais causas e motivos no município de Cruz Alta/RS

Autores: Mylena Stefany Silva dos Anjos, Nathália Arnoldi Silveira, Giovani Sturmer, Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho

INTRODUÇÃO Com o avançar da idade, naturalmente as pessoas tem ficado mais vulneráveis a situações que podem levar à perda de autonomia e independência, e um dos principais fatores é a queda (MAIA et al, 2011). Autonomia é a capacidade de decisão, de comando e independência, e sendo assim, ser autônomo e independente permite aos idosos ter o direito e a capacidade de decidir e escolher suas ações e atitudes, garantindo uma qualidade de vida saudável (CUNHA et al, 2012). Com o aumento da expectativa de vida da população entre vários grupos populacionais, tem ocorrido uma modificação no perfil demográfico e de morbimortalidade, o que resulta em envelhecimento da população, e como consequência o aumento proporcional das doenças crônico-degenerativas (CUMMINGS, 2002). Segundo o “Portal da Saúde” do Ministério da Saúde, o Brasil possui a quinta maior população idosa do mundo, com cerca de 28 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. A proporção de pessoas idosas no País alcançou 13,7% da população geral. Nesse grupo, o que mais expressivamente cresce são os idosos longevos, que vivem 80 anos ou mais. De acordo com as estimativas, em 2030, o número de brasileiros com 60 anos ou mais ultrapassará o de crianças de zero a 14 anos de (BRASIL, 2016). O envelhecimento populacional provoca a necessidade de preparação e adequação dos serviços de saúde, incluindo a formação e capacitação de profissionais para o atendimento desta nova demanda (SIQUEIRA e FACCHINI, 2007) Com o avançar da idade, os passos se tornam mais curtos e lentos e o tronco tende a se projetar para frente para proporcionar estabilidade, mas em contra partida pode interferir nas reações automáticas de equilíbrio (PAPALÉO NETTO, 2002). “Aproximadamente 1/3 dos idosos morando em casa sofrem uma queda por ano, e cerca de um, em quarenta deles, será hospitalizado” (PAPALÉO NETTO, 2002).As quedas podem gerar graves consequências físicas e psicológicas, como, por exemplo, lesões, hospitalizações, perda da mobilidade, restrição da atividade, diminuição da capacidade funcional, internação em Instituições de Longa Permanência, e medo de cair novamente, sendo assim, representam a causa principal de morte acidental em pessoas idosas (STUDENSKN; WOLTER, 2002). Desta forma, buscou identificar quais os fatores que podem estar relacionados às quedas na população idosa.   METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa com 60 idosos residentes da cidade de Cruz Alta/RS, onde os participantes (com idade de 60 anos ou mais) foram entrevistados em suas residências nos bairros São João e Progresso, e também na região central da cidade, com idosos que passavam no local. Durante o mês de novembro de 2016. Para avaliação utilizou-se um questionário que contemplava informações sociodemográficas e do ambiente doméstico (sexo idade, se vive sozinho, realiza atividades domésticas em sua casa) e informações sobre as condições de saúde: se pratica alguma atividade física regular, história de quedas, uso de próteses ou órteses, problemas de locomoção, quedas e os motivos das quedas). RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos 60 idosos entrevistados, a distribuição foi semelhante entre os sexos (53% feminino e 47% masculino). Observou-se que 18% dos idosos relatam viver sozinhos; 55% realizam atividades domésticas como lavar louça, fazer comida, arrumar a casa; e que 45% não fazem atividades domésticas. De acordo com o observado, 68%, dizem não praticar atividade física regular; e 20%, praticam caminhada como atividade física, outras atividades que foram citadas são o treinamento funcional, Pilates, academia e futebol, em menor frequência. Verificou-se 90% dos idosos sem problemas de locomoção, 3% vivem acamados, 3% tem fraqueza muscular, 2% tem prótese de quadril e 2% possuem rigidez muscular. Quando observados os fatores associados a quedas, verificou-se que 75% não costumam cair, 13% costumam cair de dia, e 12% no período da noite.  Quanto aos locais das quedas, 10% acontecem na rua, 50% em casa, 3% em escadas. Dentre os  motivos principais para as quedas se destaca a tontura (48%) como o mais comum. Observou-se no estudo que 5% dos idosos já sofreram algum tipo de fraturas associado à queda depois dos 65 anos de idade. “Aproximadamente 1/3 dos idosos morando em casa sofrem uma queda por ano, e cerca de um, em quarenta deles, será hospitalizado” (PAPALÉO NETTO, 2002).  A amostra apresentou maior número de mulheres sofrendo quedas, o  que é justificado por Fried et al (2000), onde afirmam que as mulheres por possuírem uma menor quantidade de massa magra e força muscular estão mais susceptíveis à queda em relação aos homens de mesma idade, assim como, estão mais expostas aos fatores extrínsecos, devido à realização de atividades domésticas. Os fatores de risco extrínsecos que mais se destacaram pelas mulheres estão relacionados com a atividade doméstica, como por exemplo, carpetes soltos ou com dobras, presença de escadas entre outros. A perda da independência para realizar as AVD’s (Atividade de vida diária) traz um grande impacto para o idoso após a queda, pois atividade que antes conseguia realizar sozinho e sem dificuldade, após a queda gera uma dependência de seus familiares, que a longo prazo pode gerar mudança na rotina diária não só do idoso como também na de seus familiares (FABRÍCIO, RODRIGUES e COSTA JÚNIOR, 2004), além de gerar graves consequências físicas e psicológicas (STUDENSKN; WOLTER, 2002). Dos fatores extrínsecos, o que mais leva os idosos à queda é a presença de escadas com degraus irregulares e sem faixa antiderrapante no término, o que condiz com Papaléo Netto (2002), onde a maior incidência de queda está relacionada aos fatores extrínsecos (móveis instáveis, escadas, tapetes, carpete, iluminação inadequada, pisos encerados, dentre outros)   CONSIDERAÇÕES FINAIS Vários são os fatores predisponentes de quedas em idosos, os quais interagem como agentes determinantes na saúde do idoso, fato que impõe aos profissionais de saúde, em especial aos fisioterapeutas, que tem em sua prática o cuidar como fundamento, o grande desafio de identificar os possíveis fatores de risco modificáveis, tais como a conduta do idoso e sua relação com o meio onde vive. Dos idosos entrevistados, a maioria não pratica atividades físicas (68%), fazem atividades domésticas e a principal queixa das quedas foi por tonturas, onde 5% costumam apresentar frequentemente. A prevenção de quedas deve ser visualizada por todos os profissionais e gestores como mais um desafio na saúde pública, justamente pelos prejuízos e morbidade relacionados e suas implicações para aspectos importantes da saúde da comunidade. Com este estudo foi possível identificar que os idosos pesquisados encontram- se relativamente bem instruídos com relação aos cuidados que devem dispensar a si mesmos, com a sua residência e quando saem na rua, a fim de evitar as quedas. Sendo assim, é benéfica e necessária uma intervenção dos profissionais de saúde no sentido de manterem a população informada e atenta para possíveis situações de risco, através de programas de prevenção, o autocuidado, e a prática de atividade física. É de responsabilidade também dos gestores manter os espaços públicos favoráveis ao fácil acesso, livres de riscos e adequados às necessidades da população.

1510 DIÁLOGO SOBRE RECICLAGEM COM DISCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA EM SANTARÉM-PA
Mayana Silva dos Remédios Matos, Juliana Silva Araújo, Fábio Marcelo de Lima, Pablo Stephano Lopes da Silva, Ana Cely de Sousa Coelho, Cassiano Junior Saatkamp, Érika Marcilla Sousa de Couto, Sheyla Mara Silva de Oliveira

DIÁLOGO SOBRE RECICLAGEM COM DISCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA EM SANTARÉM-PA

Autores: Mayana Silva dos Remédios Matos, Juliana Silva Araújo, Fábio Marcelo de Lima, Pablo Stephano Lopes da Silva, Ana Cely de Sousa Coelho, Cassiano Junior Saatkamp, Érika Marcilla Sousa de Couto, Sheyla Mara Silva de Oliveira

Apresentação: As questões ambientais ganharam forte importância quando as pessoas começaram a perceber o quanto os recursos naturais estão impactados devido à ação do homem configurando uma crise ecológica que pode ser enfrentada através de políticas públicas. Uma destas políticas públicas é a reciclagem, definida como um conjunto de técnicas de reaproveitamento de materiais descartados, reintroduzindo-os no ciclo produtivo. A reciclagem tem benefícios não só ambientais, como também sociais, sanitários e até econômicos, pois através dela é possível preservar árvores, água e combater a poluição. Entretanto, para que se inicie o processo da reciclagem é importante conhecer os materiais aptos a serem reciclados (o vidro, o plástico e o alumínio), pois nem todo material descartado pode ser reciclado. Apesar da importância da reciclagem, são pouquíssimos os municípios brasileiros que realizam tal prática. Isto se torna uma preocupação devido ao aumento contínuo e destino inadequado dos resíduos sólidos no Brasil, pois os “lixões” continuam sendo o destino da maior parte dos resíduos sólidos, acarretando graves prejuízos ao meio ambiente e a qualidade de vida da população. Diante do exposto é urgente o desenvolvimento de planos e ações que incentivem as gerações futuras às práticas educativas referentes ao cuidado e destino dos resíduos sólidos, além do processamento deste e de sua reutilização. Sendo assim, o objetivo do trabalho consistiu em orientar discentes do 8° ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Princesa Isabel sobre a prática da reciclagem e avaliar o grau de conhecimento dos mesmos em relação à temática. Desenvolvimento: A pesquisa em questão é quantitativa do tipo descritiva. Para alcançar os objetivos, houve uma ação na escola no município de Santarém-PA, que consistia em três etapas: Uma palestra com demonstração de materiais reciclados, realização de um quiz mediado por perguntas-respostas e aplicação de questionário contendo 7 questões para verificar o conhecimento dos discentes adquirido na ação. Os dados foram tratados no EXCEL 2010. Resultados: O público alvo contou com a participação de 54 alunos. A metodologia utilizada pelos acadêmicos se mostrou eficaz isso porque os alunos demonstraram grande interesse pelo assunto e que foi confirmado com o quiz, pois percebeu-se a captação do conteúdo repassado e que somado ao questionário pudemos notar o que eles de fato aprenderam e o que ainda precisam aprender. Na questão 1 do questionário foi feita a seguinte pergunta: Já ouviram falar sobre reciclagem? Percebeu-se que a maioria dos discentes questionados (51) revelaram em algum momento ouvir sobre o tema reciclagem, porém ainda se percebeu relatos de alunos (3) que necessitam de mais informações e desconheciam tal assunto. Na questão 2 os alunos foram instigados sobre o conceito de reciclagem. Do total de alunos questionados, 52 destes afirmaram saber definir reciclagem, e os que não chegaram a afirmar o conhecimento do conceito pelo menos também não afirmaram que não sabiam e, sim disseram que tinham dúvidas sobre a questão. Nas questões 1 e 2, os alunos demostraram um conhecimento prévio acerca do tema, outros pelo menos já ouviram falar, ou seja, o presente trabalho serviu para lapidar conhecimentos. Assim, com mais informações acerca da temática, há uma maior conscientização ambiental. A questão 3 pretende saber dos discentes se os mesmos já reciclaram. Apesar de a maioria dos estudantes (51) terem ouvido falar sobre a reciclagem pouco mais da metade disseram ter reciclado, o que remete a necessidade de oficinas para aprendizagem de como reciclar. Visto que, a outra parte dos estudantes que não reciclou não fizeram porque não sabiam como reciclar, ou não reciclaram porque não sabiam dos benefícios trazidos pela reciclagem. E que a partir do trabalho apresentado iriam realizar tal prática. Na questão 4 os alunos foram questionados sobre a disponibilidade do tema na escola, através de palestras, vídeos ou mesmo a aula convencional, se já viram trabalhos como a ação desenvolvida sobre o assunto reciclagem. De acordo com 44 alunos é um tema corrente na escola, porém ainda pouco difundido na comunidade escolar. Nota-se que na questão 3 é mínimo o número dos que já reciclaram e considerável na questão 4 quando os alunos afirmam terem de alguma forma informação de reciclagem necessitando neste caso de pôr em prática o conhecimento teórico. Diante disso, a implementação de oficinas de reciclagem seria uma ótima alternativa por ofertar uma participação mais ativa dos estudantes, além de ajudar a aprimorar e a construir conhecimentos. Na questão 5 os alunos foram questionados sobre a realização da reciclagem, se eles sabiam reciclar. Então, de acordo com os resultados o número de alunos que sabiam reciclar é maior (40) do que os que já reciclaram (31), apresentando um cenário de conhecimento maior do que a realização de fato da reciclagem, isto é, sabem, mas não fazem, o que pode estar relacionado ao desconhecimento dos benefícios e/ou não saberem o que pode ou não ser reciclado, necessitando nesse sentido, de mais informações como as implementadas nesta ação educativa ou até mesmo como já citado a realização de oficinas. Na questão 6 os alunos foram questionados sobre o conhecimento do que pode ser reciclado. Foi percebido que alunos que não sabem reciclar responderam saber o que pode e o que não pode ser reciclado. Esta questão é importante pois nem todos os objetos possuem potencial para a reciclagem como pilhas ou fraldas descartáveis por exemplo e conhecer esses resíduos inclui um dos primeiros passos para se começar a reciclar. A questão 7 indaga os estudantes a respeito dos benefícios da reciclagem, se além dos benefícios ambientais os alunos conheciam outros ofertados por este processo; a maioria disse que sim (35), embora esperávamos que esse número fosse maior, visto que é um conhecimento segundo eles, que é difundido pedagogicamente. A partir do questionário aplicado verificou-se que os alunos possuem uma noção de reciclagem, porém há ainda a necessidade de implementação de outros projetos dessa natureza. Esse conhecimento serve para o desenvolvimento da conscientização ambiental e valorização da reciclagem quanto ação positiva e de relevância na questão social, econômica e ambiental. Considerações Finais: A reciclagem no contexto escolar, exige antes de mais nada, o comprometimento de toda a sociedade, pois é um assunto que envolve toda a população. Por meio da ação foi possível analisar que as atividades geraram reflexões nos alunos, uma nova visão sobre o consumismo, o custo do lixo para o meio ambiente e seus benefícios quando este é reciclado. Além disso, observou-se a importância do discente conhecer melhor o contexto onde vive, refletindo seu papel como sujeito no mundo e que tem o dever de preservá-lo.

2948 PERFIL DOS USUÁRIOS INSULINODEPENDENTES DO CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA BELVEDERE DO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ – SC
Vitória Almeida de Souza, Camila Todescatto Geremia, Camila Todescatto Geremia, Andreia Mascarello, Andreia Mascarello, Valéria Silvana Faganello Madureira, Valéria Silvana Faganello Madureira, Liane Colliselli, Liane Colliselli, Laídes Paul, Laídes Paul

PERFIL DOS USUÁRIOS INSULINODEPENDENTES DO CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA BELVEDERE DO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ – SC

Autores: Vitória Almeida de Souza, Camila Todescatto Geremia, Camila Todescatto Geremia, Andreia Mascarello, Andreia Mascarello, Valéria Silvana Faganello Madureira, Valéria Silvana Faganello Madureira, Liane Colliselli, Liane Colliselli, Laídes Paul, Laídes Paul

Introdução: Diferente de outros países, a tríade de doenças que predomina no território brasileiro corresponde à junção de doenças comuns em países subdesenvolvidos (doenças infecciosas e carenciais) com doenças características de países desenvolvidos (Doenças Crônicas Não Transmissíveis – DCNT – e causas externas). Essa situação de saúde é consequência da transição demográfica e epidemiológica acelerada, já que o país passa por um crescente processo de envelhecimento populacional, bem como por alterações no padrão agudo das doenças por condições crônicas. As DCNT correspondem a 72% das causas de mortes no Brasil e englobam as doenças cardiovasculares, o câncer, as doenças respiratórias crônicas, doenças metabólicas (diabetes) e doenças neuropsiquiátricas. A diabetes mellitus é uma doença metabólica, caracterizada por níveis hiperglicêmicos consequentes às falhas na secreção ou na ação da insulina. Ela pode ser classificada em Diabetes Tipo I, originária da destruição das células beta pancreáticas e deficiência insulínica; Diabetes Tipo II, caracterizada pela resistência à ação insulínica, agregada a um defeito na sua secreção ou Diabetes Gestacional, quando a placenta começa a produzir grande número de hormônios que causam resistência à insulina. Após diagnosticada, o tratamento é iniciado com a monoterapia oral e, caso a resposta não seja efetiva, o usuário passará a usar uma combinação oral. Caso, mesmo assim, o resultado não seja satisfatório, o tratamento seguirá utilizando com uso de insulina. Vale ressaltar que todas estas etapas devem ser acompanhadas por uma dieta hipocalórica, hipoglicêmica e exercícios físicos, ou seja, por modificações nos hábitos de vida. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas e tem como função transportar a glicose da corrente sanguínea para dentro das células, para que estas a utilizem como fonte de energia. Pacientes diabéticos sem sucesso com a terapia oral podem fazer uso de dois tipos distintos de insulina para equilibrar seus níveis sanguíneos de glicose: a insulina regular e a insulina NPH, as quais diferem no tempo de início e na duração da ação. Esses pacientes são denominados insulinodependentes e, por apresentarem características em comum, tornaram-se público-alvo deste estudo. Objetivo: Identificar o perfil dos usuários insulinodependentes que residem na área de abrangência do Centro de Saúde da Família do Bairro Belvedere no Município de Chapecó – SC. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo desenvolvido durante inserção de estudantes e docentes no cenário de práticas no decorrer do componente curricular ‘O cuidado no processo de viver humano I’ do sexto semestre do curso de Enfermagem. Durante as atividades teórico-práticas, e para norteá-las, foram analisados 16 prontuários eletrônicos de usuários insulinodependentes cadastrados naquele Centro de Saúde da Família no mês de novembro de 2017. Os dados coletados foram extraídos destes prontuários, bem como dos Processos de Enfermagem elaborados a partir das visitas domiciliares nas residências destes pacientes. Posteriormente, os dados obtidos foram organizados em planilha eletrônica disponibilizada pela ferramenta Excel. Os itens coletados foram: número do cadastro do SUS municipal, idade, sexo, peso em quilogramas, altura em metros, Índice de Massa Corporal (IMC – Kg/m2), circunferência abdominal (cm), pressão arterial (mmHg), HGT (mg/dl), complicações crônicas de saúde, medicamentos utilizados, comorbidades, prescrição da dose diária e consumo mensal de insulina (NPH e regular), data da última consulta com endocrinologista e oftalmologista, micro área de residência e questionamento sobre o uso ou não da insulina no mês de novembro de 2017. Resultados: Dos dados coletados observou-se que, dos 16 prontuários analisados, dois usuários já não faziam uso regular de insulina e uma usuária possuía diagnóstico de diabetes mellitus tipo I. Desta primeira análise restaram 13 prontuários de usuários com diagnóstico de diabetes mellitus tipo II, cujos dados foram coletados para o estudo. A análise indicou que 13 possuíam idade igual ou superior a 44 anos e que oito eram do sexo feminino. Em relação ao Índice de Massa Corporal (IMC), 07 usuários classificavam-se como sobrepeso, 05 como obesidade (graus I, II ou III), nenhum apresentou eutrofia e um usuário não apresentava, no prontuário, informações sobre esses dados. Considerando a circunferência abdominal, cinco encontravam-se fora dos padrões de normalidade, seis estavam dentro dos padrões e dois não apresentavam registro desses dados. Quanto à pressão arterial, 10 usuários apresentavam hipertensão arterial sistêmica, com a pressão arterial sistólica (PAS) variando de 140 a 180 mmHg e a pressão arterial diastólica (PAD) entre 90 e 110 mmHg. No HGT, 10 usuários apresentaram valores acima de 200 mg/dl, variando de 210 a 438 mg/dl, enquanto outros três variaram de 110 a 183 mg/dl. Dentre os usuários analisados, 10 apresentaram alguma complicação crônica associada ao diabetes. Dos medicamentos utilizados todos fazem uso de Glibenclamida e/ou Metformina em associação, na maioria dos casos, com um anti-hipertensivo. Quanto ao uso da insulina, um usuário utiliza insulina regular na quantidade de 27 UI diárias, enquanto os outros 12 aplicam a insulina NPH variando de 10 a 62 UI diárias. Destes, oito aplicavam até 30 UI e quatro, acima de 40 UI. Em relação às consultas com endocrinologista observou-se que 11 usuários foram encaminhados no ano de 2017, dois consultaram pela última vez em 2015. Quanto à consulta oftalmológica, três usuários foram encaminhados no ano de 2017, cinco datam do ano de 2015/2016, um usuário realizou consulta particular e quatro usuários não tinham essa informação registrada em seus prontuários eletrônicos. Conclusão: A partir da análise dos resultados observou-se que o perfil dos insulinodependentes do CSF Belvedere no Município de Chapecó-SC, é caracterizado por usuários com idades igual ou superior a 44 anos, com prevalência dos casos de diabetes mellitus tipo II e predominância do sexo feminino. O IMC da maioria dos usuários estava acima do adequado, assim como o HGT e a PA. Houve também predominância de complicações crônicas que advêm dos altos índices glicêmicos, o que enfatiza a importância de uma dieta apropriada, acompanhada pela prática de exercícios físicos e hábitos saudáveis de vida. No presente estudo observou-se a fragilidade no autocuidado, incluindo a autoaplicação da insulina evidenciado por hiperglicemia na realização do hemoglicoteste. Contudo, os usuários não referiam limitações físicas ou cognitivas que os impedisse de realizar a autoaplicação da insulina. A escolaridade foi o único fator apontado por eles para não aderirem a autoaplicação da insulina. Desse modo, os dados encontrados reforçam a necessidade de elaborar estratégias de educação em saúde que considerem as limitações de cada usuário como forma de estimular o autocuidado. Tais ações podem ser desenvolvidas durante a consulta de enfermagem feita em visita domiciliar.

2988 CATEGORIA DE EXPOSIÇÃO AO HIV/AIDS: UM ESTUDO DOS ÚLTIMOS NOVE ANOS NO ESTADO DA PARAÍBA
Ivoneide Lucena Pereira, Silvia Regina Rodrigues Leite, Sandra Aparecida Almeida, Jordana de Almeida Nogueira, Valeria Peixoto Bezerra, Francisca Vilena da Silva, Édija Anália Rodrigues de Lima, Renata Olívia Gadelha Romero, Joanna Angelica Ramalho

CATEGORIA DE EXPOSIÇÃO AO HIV/AIDS: UM ESTUDO DOS ÚLTIMOS NOVE ANOS NO ESTADO DA PARAÍBA

Autores: Ivoneide Lucena Pereira, Silvia Regina Rodrigues Leite, Sandra Aparecida Almeida, Jordana de Almeida Nogueira, Valeria Peixoto Bezerra, Francisca Vilena da Silva, Édija Anália Rodrigues de Lima, Renata Olívia Gadelha Romero, Joanna Angelica Ramalho

APRESENTAÇAO : Observa-se que nos últimos dois anos a epidemia de HIV/Aids vem ocorrendo mais freqüentemente em populações de homossexuais, bissexuais, travestis, usuários de drogas, onde o perfil de aumento do adoecimento vem repetindo as populações do início da epidemia na década de 80, contudo a população heterossexual ainda têm o número mais elevado.  DESCRIÇAO: Conhecer a proporção de casos de aids segundo categorias de exposição entre portadores do HIV/Aids do Estado da Paraíba. Tratou-se de um estudo retrospectivo, transversal, descritivo e com abordagem quantitativa; foi elaborado um questionário estruturado visando obter informações acerca da categoria de exposição dos portadores de HIV, baseado nas informações dos registros de casos de infecção pelo HIV/Aids do SINAN de 2007 à 2016, nesses anos foram notificados 5.133/100% casos de HIV/Aids no Estado da Paraíba. RESULTADOS E IMPACTOS: Observou-se que, 52,8% das pessoas vivendo com o vírus HIV adquiriram o mesmo através da relação heterossexual, 16,9% adquiriram através da relação homossexual e 4,4% tinham relações bissexuais; enquanto a categoria de exposição heterossexual, observou-se que a via de transmissão heterossexual constituiu-se marco importante da epidemia, com expressão relevante em todas as regiões do Estado, fortalecendo a tese  que não existe grupo de risco e sim situação de risco e vulnerabilidades.CONSIDERAÇOES FINAIS: Considera-se que os resultados encontrados neste estudo constituem sinal de alerta à comunidade heterossexual, já que os números apontam aumento da prevalência do HIV/Aids entre os mesmos, havendo ainda o estigma errôneo de se atribuir aos considerados  grupos de risco, a responsabilidade pela propagação da doença, no entanto, um novo perfil surge liderando as estatísticas que é a transmissão heterossexual, despertando a necessidade da criação de estratégias eficazes que despertem entre todas as populações vulneráveis para uma consciência da prática  e de auto cuidado na prevenção combinada.

3286 SAÚDE DO HOMEM: INTERVENÇÃO DE SAÚDE BUCAL EM PACIENTES DA POLICLÍNICA ODONTOLÓGICA DA UEA
JEFTER SILVA

SAÚDE DO HOMEM: INTERVENÇÃO DE SAÚDE BUCAL EM PACIENTES DA POLICLÍNICA ODONTOLÓGICA DA UEA

Autores: JEFTER SILVA

Através da disciplina ‘Ciência e Afeto: Questões de Gênero na Saúde do Homem’, foi realizado no dia 09 de novembro de 2017 uma intervenção quanto ao tema de higiene bucal centrada às pacientes do sexo masculino que receberam atendimento na Policlínica Odontológica da UEA (PO-UEA). Tendo por objetivo promover conhecimento e analisar o perfil intrínseco do homem quanto à receptividade de informações referentes à saúde bucal centrando as necessidades e deficiências apresentadas pelo gênero masculino. A partir de dados coletados a cerca da prevalência do diabetes mellitus na cidade de Manaus (sendo – segundo pesquisas – mais acometido no sexo masculino, representando 63% da população analisada com a doença) obteve-se o parâmetro de importância a uma intervenção que abrangesse cuidados de higiene bucal à homens acometidos desta patologia, já que doenças periodontais são capazes de elevar os índices glicêmicos em diabéticos descompensados; justificando, desta forma, a importância da ação realizada. Através de panfletos e instruções básicas de higiene oral - como a remoção eficaz do biofilme e o uso correto do fio dental -, a intervenção foi realizada em quatro andares da Policlínica Odontológica da UEA, tendo a abordagem oral e expositiva do panfleto utilizado como metodologia principal ao trabalho. Cerca de 60 homens foram alcançados, onde 18 destes mostraram-se interessados quanto ao tema (sanando dúvidas referentes ao assunto exposto), 11 aceitaram o panfleto dispensando qualquer instrução e 31 aceitaram o panfleto expressando pouco interesse às instruções, sem qualquer participação adicional digna de nota. Por meio destes resultados, observou-se que uma modesta parcela dos homens (30%) mostraram-se dispostos a sanar todas as dúvidas sobre escovação, uso do fio dental e a correlação entre o diabetes mellitus e a doença periodontal. Outra parcela (18,3%) absteve-se das instruções oferecidas e cerca de 51,7% dos homens permaneceram indiferentes à oportunidade de aprofundar-se no assunto, comprovando os índices altos - e preocupantes - de homens desinteressados em cuidar da saúde como um todo, reforçando a barreira que ainda predomina entre o ego masculino (de figura forte e "indestrutível") e a saúde do homem - cuidados esses ainda associados, inúmeras vezes, somente às mulheres.

1571 OS FATORES QUE INFLUENCIAM NO DESENVOLVIMENTO NUTRICIONAL DE PRÉ-ESCOLARES DE BAIXO PESO EM UM CENTRO EDUCACIONAL DE SANTARÉM-PA
Ana Eliza Ferreira Pinto, Fabiana Santarém Duarte, Gabriela Oliveira de Nazaré, Pablo Stephano Lopes da Silva, Rebeka Santos da Fonseca, Suan Kell dos Santos Lopes, Simone Aguiar da Silva Figueira, Daniele Santos de Jesus

OS FATORES QUE INFLUENCIAM NO DESENVOLVIMENTO NUTRICIONAL DE PRÉ-ESCOLARES DE BAIXO PESO EM UM CENTRO EDUCACIONAL DE SANTARÉM-PA

Autores: Ana Eliza Ferreira Pinto, Fabiana Santarém Duarte, Gabriela Oliveira de Nazaré, Pablo Stephano Lopes da Silva, Rebeka Santos da Fonseca, Suan Kell dos Santos Lopes, Simone Aguiar da Silva Figueira, Daniele Santos de Jesus

Apresentação: Apesar da tendência nas últimas décadas de redução da desnutrição e um aumento da obesidade, ainda existem muitas crianças brasileiras com significativos déficits nutricionais, sendo as regiões mais afetadas norte e nordeste. Esses déficits têm grande impacto nas altas taxas de mortalidade infantil em países em desenvolvimento como o Brasil. Dessa forma, reduzindo a migração de crianças de baixo peso para um quadro de menor risco nutricional há uma melhora na qualidade de vida, uma vez que a criança que apresenta um baixo peso, já pode ter um comprometimento no seu crescimento e desenvolvimento, e aquelas que apresentam este risco nutricional podem evoluir para um quadro de desnutrição. Os fatores que influenciam no estado nutricional de baixo peso infantil são: estado nutricional durante a gravidez e assistência precária ao pré-natal, idade/peso materno e infantil, condições socioeconômicas e ambientais. Além disso, outros fatores que contribuem para o baixo peso infantil é a desigualdade socioeconômica relacionada à baixa renda familiar, escolaridade dos pais e número de filhos. Estes indicadores podem influenciar o fator financeiro na redução da aquisição de bens de consumo indispensáveis para a manutenção da saúde e nutrição infantil como higiene, alimentação, imunização como forma de prevenção de algumas doenças infectocontagiosas. A baixa renda e a falta de informação de uma alimentação nutricionalmente completa também estão associadas ao baixo peso infantil por haver a aquisição de alimentos incapazes de suprir as necessidades do organismo, ocasionando a perda da qualidade nutricional que a médio e longo prazo elevam os riscos para o desenvolvimento de um quadro de baixo peso. Há importância no diagnóstico do estado nutricional de crianças com baixo peso em diversas regiões brasileiras, havendo poucos estudos a respeito do estado nutricional na infância, principalmente com relação aos fatores intrínsecos que se relacionam desde o pré-natal até a situação de baixo peso em que se encontra, influenciando em seu crescimento durante a infância e sua posterior vida adulta. O objetivo deste estudo é relacionar a influência dos fatores pré-natais, perinatais e os fatores socioambientais que interferem diretamente nas crianças de baixo peso na faixa etária de 2 a 5 anos, matriculadas em um centro educacional em Santarém-PA. Desenvolvimento: O presente estudo foi realizado por acadêmicos da turma de enfermagem 2015A do sexto semestre, referente à Atividade Integrada em Saúde (AIS), instituída pelo Projeto Político Pedagógico do Curso de Enfermagem, da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Campus XII – Santarém. A pesquisa é do tipo descritiva, transversal e retrospectiva, de abordagem quantitativa, realizada no Centro Educacional João-de-Barro. A coleta de dados ocorreu no período de 19 de setembro a 24 de novembro de 2017 e aconteceu em 4 etapas: 1- visita técnica, 2- coleta de dados na ficha de matrícula, 3- coleta de dados com as mães, 4- busca ativa das mães que não compareceram na etapa 3. Respeitando os critérios de exclusão adotados, a amostra da pesquisa consistiu em 14 crianças de baixo peso do universo de 168 crianças matriculadas na instituição, em que todas as mães responsáveis pelas 14 crianças que concordaram em participar do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os resultados foram analisados por meio de estatística descritiva, todas as informações foram tabuladas e analisadas em planilha eletrônica (Microsoft Office Excel 2013). Resultados: O perfil das crianças abaixo do peso incluídas no estudo foi traçado a partir das variáveis idade, sexo, peso e estatura, sendo estes fatores relevantes para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) infantil. Notou-se que 11 correspondem ao sexo masculino e 3 do sexo feminino, variando a idade de 2 a 5 anos. Em nosso estudo ao relacionar as variáveis Estatura/Idade 50% das crianças apresentaram baixa estatura para idade e entre a relação Peso/Idade 64,3% estavam abaixo do peso para idade. Observa-se que 86% haviam realizado pelo menos 6 consultas pré-natais e 14% das mães informaram não ter recebido orientação nutricional. Quando ao ganho de peso 21,4% das mães apresentaram baixo peso durante o período gestacional e dentre as mães de recém-nascido (RN) prematuro, uma apresentou baixo peso durante a gestação e RN com baixo peso. Com relação ao tabagismo e o consumo de bebida alcoólica, 2 mães realizaram estas práticas durante a gestação, sendo 1 dessas mães apresentando os dois hábitos, sendo fumante em todo período enquanto que a outra consumiu somente bebida alcoólica. Outro fator analisado foi a idade da mãe ao engravidar, pois 14% delas foram mães adolescentes. No que diz respeito a via de parto, em nosso estudo predominou o parto vaginal com 92,8% das mulheres e 7,1% parto cesariano. 7,1% das crianças nasceram prematuras e com baixo peso, enquanto que as demais crianças 71,4% nasceram com o peso normal (≥2.500) e 21,4% sem informação. Quando questionadas sobre a amamentação, 100% das mães disseram ter realizado aleitamento materno, porém 50% delas afirmaram que inseriram outros alimentos antes dos 6 primeiros meses de vida do bebê. Os resultados mais relevantes encontrados nesta pesquisa que influenciaram no desenvolvimento do quadro de baixo peso foram associados aos dados socioambientais com as variáveis: número de residentes ≤4 com 71,4%; renda de 0 a 2 salários mínimos com 92,9%; condição de moradia com 57% residindo em casa alugada e água não tratada 71,4%. Esses resultados demonstram o quanto a renda familiar está diretamente ligada ao ganho de peso infantil, tornando-se um fator influenciador para o crescimento adequado. Considerações finais: Ao avaliar os fatores que influenciam no baixo peso infantil, não se encontrou evidências pré-natais e perinatais significativas que possam estar contribuindo para o quadro de baixo peso dessas crianças. Assim, o fator que mais teve relevância neste estudo quanto suas influências para o baixo peso infantil foi o socioambiental e econômico, tendo em vista que as variáveis como renda e seus respectivos provedores, condições de moradia, número de residentes e proveniência da água, foram variáveis encontradas que mais influenciaram para o desenvolvimento do baixo peso. Assim faz-se necessário uma abordagem educativa com os pais e responsáveis pelo centro educacional buscando estratégias para melhorar as condições sociais dessas famílias com vistas a um olhar mais atento ao estado nutricional das crianças deste estudo.

1684 O ALUNO PC SEM FALA ORALIZADA NO CONTEXTO ESCOLAR ESPECIALIZADO UM OLHAR DA SAÚDE COLETIVA
Francieli de Ramos, Luciana Branco Carnevale

O ALUNO PC SEM FALA ORALIZADA NO CONTEXTO ESCOLAR ESPECIALIZADO UM OLHAR DA SAÚDE COLETIVA

Autores: Francieli de Ramos, Luciana Branco Carnevale

Introdução: Esta pesquisa abordou questões concernentes à linguagem no contexto escolar especializado. Foi enfocado o “diálogo” entre professor e aluno com paralisia cerebral (PC) impossibilitado de produzir a fala oralizada. A fala oral é a modalidade de manifestação da linguagem priorizada na maioria das relações sociais. No âmbito da escola, a fala é pressuposta como um “instrumento de comunicação” que permite a “transmissão/construção” de conhecimentos num processo interativo, desde os primeiros anos da educação básica. Além disso, é ainda pela via da chamada “comunicação oral” que professores avaliam, pelo menos em parte, o modo como tais conhecimentos são adquiridos pelos alunos. A fala é vista, nessa perspectiva, enquanto um meio de retorno quase imediato dessa aquisição e, desta forma, permanece a serviço do próprio processo de ensino-aprendizagem. A ausência/restrição severa na produção da fala oral pode gerar “impasses comunicativos” que comprometem o estabelecimento das relações e dos vínculos entre professores e alunos. A Intersetorialidade é uma diretriz operativa na abordagem dessa problemática. Trata-se de compartilhar desafios e de articular saberes e experiências de distintos Campos para o planejamento, avaliação e realização de ações conjuntas visando ao manejo de situações complexas. Nessa dimensão, o conhecimento sobre o universo escolar e as relações dialógicas envolvendo professores e alunos PCs que não oralizam, ou que não produzem fala considerada “inteligível”, permite ao fonoaudiólogo discutir com os educadores, a concepção reducionista da linguagem enquanto “instrumento de comunicação” e a implicação do “outro” nos êxitos e fracassos do processo educativo. Além disso, espera-se que tal encontro favoreça a interdisciplinaridade entre Fonoaudiologia e Educação e o enfrentamento compartilhado do problema. O presente estudo teve como objetivo conhecer e discutir sobre o modo como se estabelecem, no campo da linguagem, as relações entre professor e aluno no universo escolar especializado voltado a alunos com paralisia cerebral. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, transversal, qualitativo e descritivo foi aprovado pelo Comitê de Ética COMEP, sob o número de protocolo 57567016. 10000. 0106. Os participantes da pesquisa foram 14 professores de alunos com paralisia cerebral sem fala oralizada considerada inteligível, atuantes em uma escola especial de um município do interior do Paraná. Os dados foram coletados por meio de entrevista semidirigida, norteada por um roteiro semiaberto de questões, registrados em audiogravador e, posteriormente, transcritos. A leitura flutuante do material transcrito, relativo aos depoimentos dos entrevistados, possibilitou o estabelecimento de dois grandes eixos de análise interpretativa de conteúdo (MINAYO, 1996): 1. A relação professor-aluno que não oraliza: efeitos da ausência da oralidade na interpretação do professor; 2. O (des)conhecimento do professor sobre a Comunicação Alternativa. Resultados e discussão: Para exemplificar o primeiro eixo de discussão, serão apresentados alguns depoimentos de professores: P1:“[...] A gente não tem a nítida certeza do que é, mas há uma forma deles tentarem se comunicar com a gente... pode ser através do olhar, do sorriso e até mesmo do choro. [...] como eles não conseguem falar, a gente tenta meio adivinhá o que que eles querem transmitir ... às vezes tá sentindo uma dor, mas não chora...” P4:“Então, assim, a grande dificuldade é justamente essa que você nunca sabe o que pode tá acontecendo, você só imagina, você não tem um retorno”. P6:“Então, ela entende quase tudo. O que é difícil é a gente entendê se ela entendeu, sabe, porque ela não consegue se expressar, ela só responde com a cabeça, e às vezes nem deve ser o que a gente perguntou. É difícil, não vou dizê que nessa parte não seja, sabe?”. Os depoimentos evidenciam manifestações dos alunos como choro, sorriso, o olhar, as expressões faciais são entendidas como “intenções” comunicativas. Contudo, frente à ausência da fala oralizada dos alunos, sobressaem, nos relatos, as dificuldades de interpretação. Os professores não têm certeza se seus alunos os compreendem. Quando muito, “adivinham”, “imaginam”, “supõem”, “fazem algumas leituras” a partir de sinais no corpo mas, de todo modo, resta a dúvida. Atitudes de “deduzir/traduzir/adivinhar” são extremamente negativas, pois geram retraimento e isolamento do aluno. O professor também se sente constrangido, impotente e frustrado diante destes impasses comunicativos. É nessa dimensão que o processo de ensino-aprendizagem, função maior da escola, torna-se prejudicado, pois tal processo não pode dispensar a linguagem e o seu efeito de comunicação, ainda que imaginário, mas necessário à sustentação do diálogo entre os falantes de uma língua. Tal efeito, nestes casos, é quase sempre desfeito pelo impacto que a deficiência causa no olhar do professor sobre o aluno. O “imaginário de semelhança” de que “todos somos iguais e falamos a mesma língua”, quase sempre sustentado quando alunos chegam à escola sem qualquer deficiência, é desfeito quando esta se faz presente. A diferença instituída pela condição corpórea de alunos com paralisia cerebral quebra o ideal de semelhança e faz barreira ao diálogo entre professor e aluno. Fomentar discussões sobre a constituição da linguagem na vigência, ou não, da deficiência, no espaço da escola, nos parece fundamental para que o professor venha a se reconhecer diretamente implicado nos êxitos e fracassos do processo de ensino-aprendizagem que envolve esses alunos - um movimento necessário para que possa apostar no aluno e, consequentemente, no seu próprio trabalho. Quanto ao 2º Eixo: Dos quatorze professores entrevistados, somente uma professora possui um curso instrucional de doze horas em comunicação alternativa. Nessa dimensão, frente à ausência de fala oralmente articulada, as manifestações corporais restritas desses sujeitos, como “olhares” e “gestos”, longe de serem tomados como movimentos reflexos, convocam o outro a significar e ganham sentido na interpretação. Reconhecer “o corpo” desta forma é admiti-lo como gesto, presença na linguagem: um corpo que é atravessado pelo linguístico e pela interpretação do outro. Contudo, cabe admitir que, nessa condição, resta ao sujeito ser “falado pelo outro”, dado que suas limitações corporais não permitem fazer barreira às interpretações imaginárias que esse corpo suscita. Na relação professor aluno, os sentidos nesse “pseudodiálogo” são comandados sempre pelo professor. Frente a isso, indaga sobre a possibilidade desses alunos assumirem uma posição protagonista no diálogo, ainda que se possa imaginar que tenham condições subjetivas para tanto. Nessa dimensão, a autora enfatiza que a presença de recursos alternativos pictográficos de comunicação no processo de ensino aprendizagem, permite movimentar leituras do professor sobre o aluno PC que não oraliza. Para ela, a possibilidade de “falar com símbolos” no diálogo com o professor, confere ao aluno uma posição distinta daquela ocupada por aquele que não oraliza e que não dispõe desse recurso.   Considerações finais: A falta de conhecimento acerca da utilização de recursos alternativos de comunicação e do papel desses recursos no diálogo com os alunos faz obstáculo à concretização da própria função da escola enquanto instituição compromissada com uma formação para a cidadania dos sujeitos que não podem produzir a fala oralizada em decorrência de transtornos neuromotores devido a PC. A articulação entre Saúde/Fonoaudiologia e Educação no enfrentamento dessas questões, expressa, nesse contexto, a corresponsabilidade pela garantia do direito humano à educação e, consequentemente, à saúde concebida de forma ampliada neste trabalho. 

1954 Um relato de experiência: O acometimento de transtornos depressivos em portadores de HIV/AIDS em instituição de referência, Manaus, Amazonas.
Rômulo Chaves Pereira de Oliveira, Maria das Graças Gomes Saraiva, Ana Paula de Souza Lima

Um relato de experiência: O acometimento de transtornos depressivos em portadores de HIV/AIDS em instituição de referência, Manaus, Amazonas.

Autores: Rômulo Chaves Pereira de Oliveira, Maria das Graças Gomes Saraiva, Ana Paula de Souza Lima

Apresentação: O transtorno depressivo é um agravo que afeta o humor, juntamente com o transtorno bipolar e a mania, e é um dos principais temas da saúde mental na atualidade. É comum o acometimento de transtornos psiquiátricos no cursar da infecção pelo vírus HIV/AIDS. A depressão surge como uma das manifestações recorrentes da infecção desde o seu início. Este relato de experiência foi construído durante a realização de um estudo que buscou identificar transtornos depressivos em portadores de HIV/AIDS na FMT-HVD, bem como traçar o perfil epidemiológico destes e classificá-los em níveis de depressão, de acordo com o Inventário Maior de Depressão (MDI). Sob a luz desse fato, a experiência de participar deste estudo reside em contribuir para um melhor entendimento do perfil sócio-emocional dos portadores de HIV/AIDS, traçando o perfil epidemiológico desses casos, como forma de entender as relações biopsicossociais entre essas duas patologias e aperfeiçoar, futuramente, o acompanhamento clínico e as terapêuticas prestadas a essas pessoas. Desenvolvimento: Inúmeros trabalhos sugerem que sintomas depressivos foram identificados em mais de 50% dos pacientes acometidos por HIV/AIDS, de tal monta que, quando a doença progride, a ocorrência desses comportamentos tende a seguir a mesma progressão. Em muitas ocasiões, torna-se árdua a identificação das causas do quadro depressivo, que pode estar relacionado tanto com o cunho psicossocial da infecção, quanto com danos neurológicos causados pelo vírus, e até mesmo com efeitos colaterais de alguma medicação. A Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado é um centro de referência em HIV/AIDS no estado do Amazonas, de tal forma que compreender a relação entre o HIV e a depressão e o quanto esses quadros potencializam um ao outro quando associados pode se tornar uma forte ferramenta no acompanhamento clínico e terapêutico dos portadores. Este relato de experiência do estudo realizado busca revelar o perfil epidemiológico dos indivíduos depressivos e portadores de HIV/AIDS e, dessa forma, trazer à tona uma realidade mundial que necessita ser debatida no estado do Amazonas: essas pessoas precisam de ajuda, e a melhor forma de ajudá-las é entendê-las.Resultados e impactos: Os aprendizados e conhecimentos adquiridos durante o estudo acerca do perfil epidemiológico das pessoas portadoras de HIV/AIDS e com algum nível de transtorno depressivo associado, bem como determinar os níveis de depressão em portadores de HIV/AIDS por meio do Inventário de Depressão Maior (MDI), estratificados em leve, moderado, grave e maior foi de enorme importância para o desenvolvimento de um cuidado humanizado e integral na prática profissional futura. Considerações finais: É de grande importância a realização de estudos que permitem o contato entre acadêmicos e comunidade, levando a academia a buscar o entendimento completo acerca de temas complexos como a infecção HIV/AIDS e a incidência de quadros depressivos nesses portadores. Este relato acerca do estudo realizado na FMT-HVD buscou expor essa associação entre o HIV/AIDS e a depressão, quase nunca debatido em ambientes acadêmicos no estado do Amazonas.

968 Atendimento Psicopedagógico Com Pessoas No Transtorno Do Espectro Autista (TEA).
Tayna Felix Agra

Atendimento Psicopedagógico Com Pessoas No Transtorno Do Espectro Autista (TEA).

Autores: Tayna Felix Agra

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio neurológico caracterizado por comprometimento da interação social, comunicação verbal e não-verbal e comportamento restrito e repetitivo, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. O crescimento de casos tem feito com que a população mundial tenha um novo olhar para as pessoas com TEA, no Brasil estima-se que existam mais de dois milhões de pessoas dentro do espectro. Com isso este artigo tem como objetivo geral, analisar a necessidade de um atendimento psicopedagógico especializado em pessoas no Transtorno de Espectro Autista (TEA) e como objetivos específicos descrever o TEA, discutir a necessidade da psicopedagogia no atendimento das pessoas no TEA e demonstrar a atuação do psicopedagogo para pessoas no TEA. A pesquisa seguiu a linha teórica baseada na fenomenologia e para obtenção dos objetivos propostos, empregou-se a pesquisa bibliográfica e documental. No decorrer do desenvolvimento do trabalho optou-se por uma pesquisa qualitativa. Resultando na definição que a aprendizagem não se resume apenas as praticas pedagógicas, que para atingir as metas estabelecidas, o psicopedagogo deve atentar-se para a individualidade de cada autista, proporcionando a pessoa com TEA maior autonomia na realização das suas ações, oportunizando a ele aquilo que deseja aprender mais, que estão relacionados com suas habilidades, e não somente com seus déficits. Compreendendo que a aprendizagem pode ocorrer fora da sala de aula, promovendo condições para que sua maneira de expressão seja usada para auxiliar no processo, sempre se utilizando os interesses do individuo. Concluindo que é preciso avançar as barreiras que a aprendizagem está vinculada as práticas estritamente pedagógicas e fazer com que todos os espaços sejam privilegiados para que o autista se torne um aprendiz de fato.

905 PACIENTES PORTADORES DE DOENÇAS CRÔNICAS CADASTRADOS NA ESF TORÍBIO VERÍSSIMO DO MUNICÍPIO DE CRUZ ALTA ATENDIDOS COM O MÉTODO CENTRADO NA PESSOA
Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho, Mylena Stefany Silva dos Anjos, Tamara Cristiane Batista, Naiara Riani da Silva Marques

PACIENTES PORTADORES DE DOENÇAS CRÔNICAS CADASTRADOS NA ESF TORÍBIO VERÍSSIMO DO MUNICÍPIO DE CRUZ ALTA ATENDIDOS COM O MÉTODO CENTRADO NA PESSOA

Autores: Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho, Mylena Stefany Silva dos Anjos, Tamara Cristiane Batista, Naiara Riani da Silva Marques

Introdução O método centrado na pessoa como um todo é bastante amplo e com efeitos que diferem resultados na saúde pública. As vantagens em relação ao modelo tradicional são muitas, compreendendo a maior satisfação e adesão do paciente para com o tratamento, melhorando assim a resposta terapêutica. O objetivo do estudo é descrever e analisar a integralidade do cuidado e a promoção da saúde dos portadores de doenças crônicas, cadastrados na ESF Toríbio Veríssimo do munícipio de Cruz Alta/RS, no ano de 2016. Através dos resultados encontrados foi realizado a busca da qualificação ao cuidado integral, unindo e ampliando as estratégias de promoção da saúde, de prevenção do desenvolvimento das doenças crônicas, suas complicações, tratamento e recuperação. Foi elaborado e realizado um plano de educação em saúde. Este plano constou de atividades terapêuticas, que levaram melhor qualidade de vida aos pacientes. Metodologia O estudo possui características de um estudo descritivo e analítico de rastreamento epidemiológico observacional que segue o modelo de atenção centrado na pessoa (STEWART, 2010). A observação participante proposta por Demo (2004) permeou todas as atividades, para que pudesse captar uma variedade de situações ou fenômenos que auxiliaram na compreensão dos sujeitos do estudo. A população foi composta por pessoas portadoras de doenças crônicas, cadastradas na ESF Toríbio Veríssimo, no município de Cruz Alta/RS. Os dados foram coletados em visita domiciliar explorando os quatro componentes do método clínico centrado na pessoa como um todo (explorando a doença e a experiência da doença, entendendo a pessoa como um todo, elaborando um plano conjunto de manejo dos problemas e, incorporando prevenção e promoção de saúde). Resultados e Discussão A população da pesquisa foi de 32 indivíduos com doenças crônicas. As informações aqui apresentadas foram dadas em 81% (n=26) dos casos pelos pacientes, em 19% (n=6) pelo cuidador e/ou familiar. O gênero que predominou na pesquisa, foi o feminino com 75% (n=24) e 25% (n=8) masculinos. Quando questionados sobre a saúde relacionada a prática de atividade de física, 16% (n=5) afirmaram ser ativo, sendo que apenas 13% (n=4) dos entrevistados afirmam a prática diária de atividade física, 6% (n=2) apenas duas vezes na semana, e 3% (n=1) uma vez na semana. No entanto 84% (n=27) disseram que não têm o hábito de praticar atividade física em nenhum momento. Algo importante relacionado ao Método Clínico Centrado na Pessoa é de que existem diferenças entre o que chamamos de doença e a vivência da pessoa portadora da patologia. No presente estudo 19% (n=6) desenvolveram ao longo de sua vida, a artrose. Outra patologia apresentada, foi o AVE, onde 13% (n=4) dos entrevistados relataram já ter sofrido algum tipo da doença. Outros 16% (n=5) dos entrevistados integram o alto número de pacientes com diabetes no Brasil. A Hipertensão Arterial é uma das patologias que mais acomete os brasileiros, dos 32 sujeitos, 25% (n=8) vivem com tal patologia. Outro grave problema de Saúde Pública, é a osteoporose. 6% (n=2), dos pacientes deste estudo apresentaram tal patologia. Os demais 28% (n=10) apresentaram diferentes patologias, como, por exemplo: TCE, Enfisema Pulmonar, Depressão, Parkinson, Câncer, Alzheimer, dentre outras patologias crônicas, alguns pacientes demonstraram mais de uma patologia. Quando questionados sobre como sentem-se em relação à doença 9% (n=3) disseram sentir-se incomodados (as), 31% (n=10) relatou que sentem-se tristes. 34% (n=11) contaram que o sentimento que possuem em relação à doença é um desconforto, ocasionado pelo fato de sentir dor. 9% (n=3) referiram que o sentimento trazido pela doença é de incapacidade, já que tiveram que deixar de realizar algumas atividades. Tendo a doença como um conjunto de sinais e sintomas, 3% (n=1) disse que a patologia se apresenta como uma experiência negativa. Em busca de melhora e seguindo o tratamento, 6% (n=2) mencionaram o sentimento de esperança, 3% (n=1) não quis falar sobre, e 9% (n=3) não souberam responder.   Ao saber da patologia o paciente sofre com o impacto da doença, por ter que aprender a conviver com a mesma. Perante isso, 6% (n=2) ao descobrir a patologia entraram em depressão, 47% (n=15) sofreram este impacto, por sentir dificuldades em realizar suas AVDs, e 19% (n=6) descreveram que passaram a apresentar limitações, associados à patologia. Tendo em vista a doença crônica e sabendo do longo processo de tratamento, 9% (n=3) sentiram medo ao receber o diagnóstico, 3% (n=1) tiveram como impacto da patologia, vergonha. Portadores de doenças que impedem o movimento, que antes possuíam, 3%(n=1) contaram que passaram a conviver com o estresse, pois sentem dificuldades de locomoção. 6% (n=2) demonstram incômodo por perder sua independência, e 6% (n=2) não souberam responder. Com o propósito de melhorar os sintomas, os pacientes relataram em 56% (n=18) dos casos que buscam o tratamento fisioterapêutico para amenizar os sintomas da patologia, 13% (n=4) praticam caminhadas. O paciente com câncer, 3% (n=1), aferiu realizar quimioterapia para melhorar o prognóstico da doença. Procedente de doença crônica renal, 3% (n=1) realiza hemodiálise. No entanto, 25% (n=8) por fatores desconhecidos, não realizam nenhuma atividade. A ampliação do acesso aos medicamentos é algo positivo, uma vez que 91% (n=29) dos pacientes participantes do estudo fazem uso de tratamento medicamentoso. Apenas 9% (n=3) não o fazem. Para que um tratamento seja bem-sucedido, é importante o consentimento do paciente em querer melhorar. Prova disso é que, 88% (n=28) dos pacientes participantes deste estudo fazem o tratamento em busca de melhora, e apenas, 13% (n=4) deles o fazem por obrigação.   Considerações finais De acordo com os resultados, pôde-se ter noção das patologias que a população pesquisada apresenta. Assim, dentre as doenças crônicas existentes atualmente, as que mais se fizeram presente nesta pesquisa, foram: Artrose (em alguma grande articulação do corpo), AVE (onde os pacientes apresentaram sequelas decorrentes da doença), Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial e Osteoporose. Além disso, através da história clínica, sentimentos e expectativas do paciente, percebe-se que os mesmos, em sua maioria, sentem-se tristes e desconfortáveis por conta da patologia, que trouxe grandes impactos para a suas vidas. Já que, dificulta as AVD’s dos mesmos. Ficou explícito o quanto a fisioterapia se mostra importante na vida dos pacientes com doença crônica, já que a incidência de pessoas que realizam somente tratamento fisioterapêutico é muito maior. No entanto, a atividade física não se faz presente no cotidiano dos entrevistados, o que é preocupante, já que manter essa prática é de extrema importância para manter o bom funcionamento articular dos pacientes. Através do plano de educação em saúde embasado no método centrado na pessoa como um todo, conhecendo sua patologia e suas limitações, espera-se ter levado benefícios aos indivíduos participantes da pesquisa, entre eles: a melhora da proteção e cuidados visando prevenir o seu adoecimento, promovendo um maior bem-estar e qualidade de vida aos indivíduos. Assim, espera-se que as atividades realizadas tenham alcançado as expectativas dos pacientes. No entanto, é importante o querer do paciente em buscar sua melhora, realizando as atividades propostas pelos acadêmicos, para que assim a doença venha a ser prevenida e controlada, além de adotar possíveis mudanças no estilo de vida trará resultados positivos, já que, em muitos casos a doença é decorrente de hábitos não saudáveis.

851 DESBRAVANDO CAMINHOS ATRAVÉS DE OFICINAS PEDAGÓGICAS COM TRABALHADORES RURAIS NA ATIVIDADE LEITEIRA
Themis Goretti Moreira de Carvalho, Naiara Riani Marques, Tamara Cristiane Batista, Mylena Stefany Silva dos Anjos, Milene Almeida Ribas, Katieli Santos de Lima, Nathália Arnoldi Silveira, Nathália Leal de Carvalho

DESBRAVANDO CAMINHOS ATRAVÉS DE OFICINAS PEDAGÓGICAS COM TRABALHADORES RURAIS NA ATIVIDADE LEITEIRA

Autores: Themis Goretti Moreira de Carvalho, Naiara Riani Marques, Tamara Cristiane Batista, Mylena Stefany Silva dos Anjos, Milene Almeida Ribas, Katieli Santos de Lima, Nathália Arnoldi Silveira, Nathália Leal de Carvalho

Introdução As mudanças ocorridas na formação do fisioterapeuta, desde 2002, ano em que foram homologadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Fisioterapia, trouxeram para o cenário da educação superior o desafio de uma formação por competência; a centralidade no estudante como sujeito participativo; a utilização de metodologias ativas para favorecer o processo de aprender a aprender, aprender a conviver, aprender a fazer, aprender a ser . Tal desafio vem sendo debatido no Núcleo de Pesquisa em Saúde Coletiva e posto em prática, sendo todas as ações vivenciadas com os trabalhadores rurais na atividade leiteira, extensionistas da EMATER, acadêmicos do curso de Fisioterapia e professores, construídas no coletivo e embasadas em metodologias ativas e inovadoras. As pesquisas foram a base para as atividades de extensão. E foi neste espaço privilegiado que consolidou-se as propostas pedagógicas inovadoras com os trabalhadores rurais na atividade leiteira. Por ser a extensão uma atividade acadêmica menos regulamentada, que aglutina estudantes e professores mais inquietos e propositivos, as propostas inicialmente estruturadas, foram pouco a pouco se aperfeiçoando e se expandindo, mostrando que são portadoras de caminhos que apontam para uma melhora da qualidade de vida e de trabalho da classe de produtores rurais. A valorização local e nacional, pelos parceiros da experiência aqui relatada indica ser merecedora de atenção e de estudo. Caracterizou-se pelo modo dialogado e comprometido de todos; pela forma participativa de sua organização, onde os dirigentes da EMATER, extensionistas rurais, acadêmicos, docentes, pesquisadores e trabalhadores ocuparam grande espaço de protagonismo. Por essa razão, esta experiência conta com grande participação de alunos e professores e resulta em um relato marcado por muitas vivências, emoção, informalidade e ciência.   Descrição da experiência Todas as oficinas foram construídas através do planejamento, do comprometimento de cada parceiro envolvido. O êxito de nossas ações sofreu forte influência da forma como trabalhamos, sempre dialogando e escutando a voz do trabalhador rural, buscando sempre seguir o seu olhar para que, tanto uma quanto o outro,  fossem objeto de análise e se incorporassem às propostas de mudanças. Procuramos em todos encontros enfatizar não somente o processo de transmissão de conhecimento, mas a ampliação do olhar dos atores envolvidos na atividade leiteira para a construção compartilhada do conhecimento e da organização política necessários à melhora da saúde postural. Em vez de procurar difundir conceitos e comportamentos considerados corretos, procuramos problematizar, em uma discussão aberta, o que está incomodando e dificultando a vida diária deste grupo. Para tal, nos embasamos na Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão em Saúde (PNH) (Ministério da Saúde do Brasil, 2010) estruturando a prática do Acolhimento em todos os encontros, a fim de superar e inverter o Modelo de Atenção à Saúde hegemônico centrado no hospital, no médico e na doença, para um modelo que priorizou a escuta e o cuidado do trabalhador rural que nos apresenta demandas que extrapolam o corpo e se amplificam em nuances psicológicas, sociais, familiares, comunitárias. Em todas as Oficinas, cada trabalhador rural, trouxe gestos, palavras, ponderações, discordâncias, atitudes, reflexões e perplexidades. Esse conjunto compôs um solo fértil para a construção de uma caminhada transformadora. Foram realizadas seis Oficinas Pedagógicas de Educação e Saúde com os produtores de leite participantes do estudo e com os extensionistas da EMATAER de cada município. Os encontros aconteceram no Laboratório de Fisioterapia da Universidade de Cruz Alta/UNICRUZ, tiveram a duração de 4 horas cada um e a frequência mensal, envolvendo os seguintes temas: 1º) Esclarecimentos para os trabalhadores envolvidos na atividade leiteira dos objetivos do estudo do qual esta participando, ressaltando os possíveis benefícios da atividade de cinesioterapia para a saúde e qualidade de vida. Entrega de cartilha explicativa, com ilustrações das atividades e alongamentos que foram realizados no período de maio de 2016 à fevereiro de 2017, no domicílio pelos participantes. 2º) Reflexão e discussão sobre o tema: "Viva bem com a coluna que você tem!". De forma lúdica estudamos juntos a anatomia e fisiologia da coluna vertebral e membros (superiores e inferiores) e as consequências e riscos de se adotar uma má postura. 3º) Entrega dos exames e testes realizados, individualmente a cada participante, com aconselhamento e discussão sobre cada item avaliado. 4º) Buscando construir um entendimento sobre a importância da participação de todo cidadão no controle social para construção da integralidade a saúde, entregamos a cartilha das diretrizes do SUS (Sistema Único de Saúde) que aborda os direitos e deveres dos cidadãos referente à sua saúde e bem-estar psíquico e físico e realizamos uma roda de conversa com atividades de dança e construção de painéis sobre o assunto. 5º) Oficina pedagógica:  "1ª capacitação para o trabalhador rural na atividade leiteira: curtir a vida com qualidade, prazer e sabedoria". Foi um momento de refletir sobre as estratégias de promoção dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos, de promoção da saúde, de prevenção das infecções sexualmente transmissíveis (IST), do HIV, da aids e das hepatites virais e da cultura de paz. 6º) Oficina pedagógica: "Desvendando e entendendo a Ergonomia no ambiente de trabalho do produtor de leite", salientando as necessidades à serem adquiridas para um maior conforto e proteção a coluna vertebral e ressaltando o que já possuem e que deve ser mantido para sua comodidade no trabalho. Buscamos a prática do cuidado à saúde do trabalhador rural na atividade leiteira, em cada encontro, numa construção coletiva de uma experiência comum a todos trabalhadores. A rotina neste campo de trabalho é semelhante, embora a saúde, em seu conceito ampliado, como um direito radicalmente vinculado à existência de políticas econômicas e sociais que deverão assegurar outros direitos fundamentais como, por exemplo, moradia, alimentação, educação e lazer tenha distinções importantes entre os 10 municípios participantes do estudo. Nessa perspectiva, buscou-se uma acolhida das intenções e expectativas do grupo,  privilegiando a construção coletiva de uma experiência comum, solidária e igualitária, sendo o trabalhador  "percebido como sujeito e agente transformador do seu ambiente e não apenas como um mero recurso humano, realizador de tarefas previamente estabelecidas pela administração local. Não é um insumo adicional, que se agrega aos recursos financeiros, tecnológicos e de infraestrutura para produzir serviços" (MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL, 2014). Finalizamos nossos encontros com uma atividade lúdica: um Arrastapé, baile e oficina pedagógica, no qual foi escolhido entre todos os participantes o Rei e a Rainha. Foi um momento de compartilhamento e de muita aprendizagem para todos. Considerações finais Neste projeto, o que se buscou foi a inserção dos trabalhadores rurais na atividade leiteira, enquanto sujeitos que pensam, criticam, agem, sonham, desejam melhora da qualidade de vida. Que as ideias manifestadas por eles fossem ouvidas, analisadas, discutidas e confrontadas, pois escutá-las fez uma diferença nas propostas e nos resultados de mudanças e reformas de sua vida. Durante todo o processo experimentado, as necessárias transformações acadêmicas foram cotidianamente aperfeiçoadas pela vivência dos alunos, orientada por um jeito diferente de conduzir o processo educativo, embasado na metodologia da Educação Popular. A partir do vínculo estabelecido com os trabalhadores rurais e sua realidade concreta, elaborou-se um agir transformador significativo, que repercutiu sobremaneira na formação estudantil e docente, contribuindo, de maneira singular, para o enfrentamento das condições de saúde desta população    

570 RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE EDUCAÇÃO EM SERVIÇO DE TÉCNICOS DE ENFERMAGEM COM VISTAS À IMPLEMENTAÇÃO DA ESCALA DE TAREFAS POR COMPLEXIDADE
Alana Celeste Campos Dias, Izabela Cristina Valdevino da Silveira, Thaís Aleixo, Jouhanna do Carmo Menegaz

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE EDUCAÇÃO EM SERVIÇO DE TÉCNICOS DE ENFERMAGEM COM VISTAS À IMPLEMENTAÇÃO DA ESCALA DE TAREFAS POR COMPLEXIDADE

Autores: Alana Celeste Campos Dias, Izabela Cristina Valdevino da Silveira, Thaís Aleixo, Jouhanna do Carmo Menegaz

APRESENTAÇÃO: O dimensionamento de pessoal é considerado uma ferramenta da enfermagem que prevê a quantidade e a qualidade necessária de pessoal para atender, de forma direta ou indireta, as necessidades assistenciais de enfermagem em um determinado serviço de saúde. O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), por meio da Resolução nº 543/2017, determina parâmetros para o dimensionamento de pessoal de enfermagem e as horas de assistência de enfermagem para cada categoria de cuidado: Cuidados Mínimos 4 horas, Cuidados Intermediários 6 horas, Cuidados de Alta Dependência e Semi-intensivos 10 horas, e Cuidados Intensivos que requerem 18 horas. Para que o dimensionamento seja realizado se faz necessário a utilização de Sistemas de Classificação de Pacientes (SCP), que determinam a categoria de cuidados do paciente, traduzindo-as em número de horas de trabalho requeridas da equipe de enfermagem. O uso dos sistemas de classificação de pacientes é um importante instrumento da gerência de enfermagem, pois este resulta em um indicador gerencial carga de trabalho de enfermagem, no qual poderá ser útil para uma tomada de decisão. A partir das horas estabelecidas em cada categoria de cuidado do SCP, o cálculo do total de horas de enfermagem é realizado e este por sua vez, sustenta o cálculo do quantitativo de pessoal. Esta classificação permite definir o perfil assistencial do paciente e a carga de trabalho da equipe de enfermagem. A partir disso, pode auxiliar no dimensionamento de pessoal e favorecer - com dados fidedignos - no processo de contratação de novos profissionais. Possibilita, igualmente, o monitoramento da produtividade, das despesas dos serviços de enfermagem e da qualidade da assistência oferecida. Como forma complementar o uso dos sistemas de classificação, pode-se fazer a construção das escalas diárias de tarefas por turno, a fim de dividir os pacientes entre os técnicos de uma forma mais igualitária em termos de carga de trabalho, não sobrecarregando o mesmo, consequentemente, prestando uma assistência integral e segura tanto ao paciente quanto ao profissional. Tendo em vista a importância do assunto em questão, viu-se a necessidade de capacitar e atualizar estes profissionais acerca da nova resolução e do Sistema de Classificação do Paciente, enfatizando sua importância e seus benefícios para equipe e paciente. A participação de discentes, neste contexto, é válido, visto que os mesmos não estão envolvidos com os problemas e desta forma poderão visualizar a rotina do serviço de uma forma ampla sem priorizar nenhuma área. Desta forma, o trabalho tem como objetivo relatar a experiência de estudantes do 5º semestre do curso de enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA) durante educação em serviço direcionada aos técnicos de enfermagem da Clínica Médica do Hospital Universitário João de Barros Barreto, a respeito da escala de tarefas baseada na complexidade do paciente. DENSENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência, no qual foi executado em junho de 2017 na Clínica Médica do Hospital Universitário João de Barros Barreto com um grupo de técnicos de enfermagem dos turnos da manhã e da noite. Foi utilizada a tecnologia de educação com o uso de um quadro de divisão de tarefas e um panfleto contendo as informações sobre os assuntos em questão, e este foi distribuído para os técnicos e enfermeiros presentes. A educação em serviço ocorreu na sala de enfermagem com a presença da professora orientadora, enfermeira gerente, enfermeiras assistenciais e os técnicos de enfermagem. Foi abordado, primeiramente, a Resolução do COFEN que aborda os aspectos sobre o dimensionamento de pessoal e sua finalidade, posteriormente foi discutido a respeito do SCP ressaltando sua importância para o dimensionamento, explicando as características de cada categoria de classificação do paciente bem como as horas exigidas para cada uma. Destacaram-se os benefícios da utilização do Sistema de Classificação do Paciente para um dimensionamento correto a fim de melhorar a assistência prestada aos pacientes, e por fim, foi apresentada proposta de construção da escala de tarefas por complexidade, realizada pelo enfermeiro, turno a turno, a partir da classificação dos pacientes. A classificação do paciente estaria sinalizada em um quadro que subsidiaria não só os cálculos do dimensionamento, mas a própria divisão de tarefas, pois era dividido em linhas – que se referiam aos técnicos-, e em colunas – representando as categorias de cuidado. Em cada linha havia espaço para inserção dos leitos, indicando a cada técnico os leitos sob sua responsabilidade e a respectiva categoria de cuidado. Ao término da educação em serviço, foi aberto um espaço para o diálogo para que os profissionais pudessem contribuir com suas dúvidas, críticas e sugestões a fim de aprimorar o trabalho. RESULTADOS: A educação em serviço foi bem acolhida pela maioria dos profissionais, enquanto alguns ainda se mostraram bastante resistentes às possíveis mudanças. Para a execução da educação em serviços houve necessidade de se fazer um estudo sobre as escalas de classificação e sobre a Resolução nº 543/2017 do Conselho Federal de Enfermagem. A construção dos instrumentos como folder e o quadro de divisão de tarefas deram o suporte durante a reunião facilitando o entendimento sobre o assunto discutido. Com a experiência, se teve um entendimento da necessidade dos enfermeiros de se empoderar do conhecimento científico a fim de produzir mudanças, como capacitar sua equipe para que o trabalho seja efetuado com integralidade e qualidade. Na educação em serviço se teve um forte diálogo com os profissionais, o que possibilitou o exercício de comunicação e liderança dentro do âmbito hospitalar no qual os acadêmicos terão que exercer como futuros profissionais. A experiência foi construtiva, pois houve um aprendizado tanto dos acadêmicos quanto da equipe de enfermagem sobre os assuntos abordados, além de ter testado as habilidades dos discentes em lidar com o público e as resistências dadas por eles, evidenciadas quando foram discutidas as divisões de tarefas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar de não conseguirmos implementar o quadro de divisão de tarefas, o grupo conseguiu passar as informações necessárias para um bom desenvolvimento do trabalho no hospital. Ressaltamos a importância de se ter um espaço de diálogo e treinamento da equipe no ambiente do trabalho para que haja uma conciliação de ideias e objetivos. Esta experiência permitiu que nós vivenciássemos a realidade da clínica e relacionasse com o conhecimento teórico-científico, trazendo melhorias para o serviço prestado.