105: A produção acadêmica na relação relação com a produção da vida
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 02 Sala 08 - Tucandeira    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
2524 A INCLUSÃO DO TRANSEXUAL NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: O PAPEL DO ENFERMEIRO NO CUIDADO HUMANIZADO.
Denildo de Freitas Gomes, Enéas Rangel Teixeira, Donizete Vago Daher, Marta Sauthier

A INCLUSÃO DO TRANSEXUAL NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: O PAPEL DO ENFERMEIRO NO CUIDADO HUMANIZADO.

Autores: Denildo de Freitas Gomes, Enéas Rangel Teixeira, Donizete Vago Daher, Marta Sauthier

APRESENTAÇÃO: Embora existam diversas teorizações sobre o cuidado de enfermagem construído com bases filosóficas, sociológicas e antropológicas buscando a inclusão das pessoas com maior risco de vulnerabilidade social, o transexual, embora reconhecido pelo Ministério da Saúde (MS) através do Caderno de atenção à saúde LGBT lançado em 2013, mostra-se com falhas no que tange a especificidades e subjetividades próprias à essa clientela, que na maioria das vezes não são valorizadas no acolhimento e cuidado a esse grupo em Estratégia de saúde da Família (ESF). Assim, este trabalho busca elucidar possíveis lacunas na inclusão e no cuidado prestado ao transexual sob a ótica humanizada do reconhecimento recíproco. Considerando que o cuidado baseado apenas no modelo biomédico ou cartesiano, geralmente, acaba colocando essa camada à margem da sociedade, transformando-os em corpos abjetos, invisíveis e sem direitos sociais dentro da comunidade em que reside, tornou-se essencial o embasamento do tema através da Teoria Honnethiana, onde o filósofo tem a gramática dos conflitos sociais como base para o reconhecimento, autonomia e conquistas de direitos à cidadania. Frente a essas observações, construíram-se os seguintes objetivos: Identificar as publicações científicas sobre o cuidado prestado ao transexual em ESF; Caracterizar essas publicações realizando uma análise fundamentada na Teoria do Reconhecimento Honnethiana. Como questão norteadora para a pesquisa, estabeleceu-se: Como o transexual está inserido no cuidado oferecido pela ESF e de que forma esse cuidado é implementado?   DESENVOLVIMENTO   Trata-se uma Revisão Integrativa da Literatura Sistematizada, onde foram utilizados os 06 passos de uma revisão desse tipo de estudo, de natureza qualitativa, descritiva e exploratória. A busca realizada procurou seguir o modelo de excelência, com recorte de setembro de 2012 a setembro de 2017. As bases de dados utilizadas foram BVS, PUBMED e BEDENF com a utilização dos DECs, Atenção primária à saúde; Transexualismo; Pessoas transgênero e os MESH, Primary health care; Transsexualism; Transgender people.   RESULTADOS: Após leitura dos artigos na íntegra que serviu como critério de inclusão, além de artigos relacionados à temática em tela, excluíram-se artigos repetidos ou que não versassem sobre o tema, e com a utilização do boelano and, foram obtidos 25 artigos, onde 44% são de cunho qualitativo e 36% quantitativo, sendo o restante do tipo misto. A maioria das produções científicas foi produzida por médicos, 64%, sendo apenas 4% produzidas por enfermeiros. O ano de maior número de publicação foi em 2016 com 44% das produções. A partir da leitura, emergiram 03 categorias, a saber: Capacitação profissional; invisibilidade e abjeção e Exclusão do transexual aos serviços básicos de saúde. A pesquisa mostra que muitos enfermeiros ainda não estão capacitados tecnicamente ou sentem-se inseguros no atendimento as necessidades desse grupo em estudo. O modelo biomédico, embora de grande relevância, não parece atender e incluir o transexual nos programas estabelecidos pelo Ministério da Saúde. É necessária a existência de protocolos especializados que devem ir além de terapêuticas e tratamentos às patologias comuns a qualquer gênero, visto o transexual ter necessidades específicas relacionadas ao tratamento realizado através de hormônios para feminilização da mulher transexual e de masculinização do homem transexual ou mesmo na manutenção da saúde após a cirurgia de redesignação sexual. Considera-se ainda mais relevante e impactante, a inexistência do reconhecimento desse usuário que de acordo com a teoria embasadora desse trabalho, ocorre apenas quando ambos, profissional e usuário, se reconhecem reciprocamente onde o profissional passa a ser visto com alguém capaz de ajudá-lo em suas necessidades. Ressalta-se que esse estabelecimento promove a visibilidade e inclusão do transexual na ESF. Os registros mostram ainda que em algumas situações não há respeito inclusive da legislação que garante o uso do seu nome social do transexual no seu prontuário eletrônico que, somando-se a uma assistência que não valoriza questões subjetivas de gênero, acaba provocando constrangimento, sofrimento, sentimento de exclusão, o que mostra uma  irrelevante busca pelos serviços básicos de saúde  por essa clientela. Algumas produções versam sobre a exclusão do transexual do seu meio familiar quando revelam sua identidade de gênero, sendo este um importante fator gerador de sofrimento e em muitos casos de tentativas de suicídio.  As produções também mostram que muitos não se sentem confortáveis ao procurar por serviços de saúde pela falta de conhecimento técnico, atendimento baseado em juízo de valor ou moral, atitudes preconceituosas dos profissionais e relatos inclusive de agressões verbais e físicas. Outro fator de impacto importante é o desinteresse do profissional enfermeiro mostrado na análise quantitativa de produções científicas sobre a questão. Ainda que seja uma categoria profissional pautada no holismo, a busca nas bases de pesquisa mostra um número ínfimo de artigos construídos por enfermeiros. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A análise realizada baseada nas categorias estabelecidas mostra a alta relevância da temática sobre discussão de gênero, sendo necessária a inclusão do tema na grade curricular de ensino do enfermeiro, assim como de toda categoria multidisciplinar. O desconhecimento sobre o tema promove a invisibilidade e exclusão do transexual aos serviços de saúde básicos, o que os transforma em corpos abjetos, inexistentes, não visíveis aos olhos da sociedade. A falta de serviços de saúde própria a esse cliente os tornam mais vulneráveis, visto que, sem alternativas na manutenção de sua saúde buscam meios alternativos que os expõem a riscos graves e até irreversíveis.  Ao se perceberem excluídos se sentem com menos valoração social, o que os levam a heteronomia que se contrapõe a autonomia preconizada pelo Sistema único de Saúde que deve ser equânime e integral e compreendida, pela teoria Honnethiana, como fator altamente relevante na coparticipação do usuário sobre seu tratamento. Com foco na prática assistencial em ESF em relação à pessoa transexual, observa-se uma baixa procura desse grupo aos serviços. Estima-se que apenas 10% dessa população tiveram como primeira opção na busca por atendimento em uma unidade básica de saúde. Percebe-se então uma necessidade urgente do estabelecimento de uma relação empática e transpessoal entre profissional e usuário, onde o transexual passe a ser visto como cidadão de direitos sociais e de inclusão, não só aos serviços de saúde, mas também ao acesso à educação e trabalho formal. Para tanto, percebe-se a necessidade de maior divulgação sobre temática onde a aquisição de conhecimentos sobre o tema e capacitação profissional sejam responsáveis pelo início de quebra de paradigmas sociais seculares, onde a construção sociocultural de gênero que determinada pelo padrão heteronormativo de forma compulsória, considera apenas o binarismo homem/mulher como  forma aceitável do exercício da sexualidade, o que os colocam em posição superior com direitos sociais garantidos desde o nascimento, onde já se pré estabelece o gênero sexual da pessoa.      

1885 DESAFIOS PERANTE O DIABETES TIPO2
Maria de Nazaré de Souza Ribeiro, Selma Barboza Perdomo, Cleisiane Xavier Diniz, Joaquim Hudson de Souza Ribeiro, Orlando Gonçalves Barbosa, Edvania Oliveira Babosa

DESAFIOS PERANTE O DIABETES TIPO2

Autores: Maria de Nazaré de Souza Ribeiro, Selma Barboza Perdomo, Cleisiane Xavier Diniz, Joaquim Hudson de Souza Ribeiro, Orlando Gonçalves Barbosa, Edvania Oliveira Babosa

Tendo em vista o alcance de melhores condições de vida, as pessoas que acometidas pelo Diabetes mellitus Tipo 2 (DM2) precisam fazer várias adaptações no cotidiano, sobretudo no tocante aos hábitos alimentares, o que, via de regra, as predispõe a dificuldades relacionadas à vida social. Além do impacto na esfera social, tais adaptações baseiam-se, sobretudo, em medidas restritivas, colidindo com o desejo e com a autonomia destas pessoas que sofrem também pelo cerceamento de sua vontade e decisão sobre sua alimentação e hábitos, que implica em sentidos que transcendem a perspectiva fisiológica. Sensibilizar os indivíduos acometidos por DM2 para compreender essa necessidade de alterações no estilo de vida pessoal é papel fundamental dos profissionais que lidam com essas pessoas, Assim, acredita-se que as ações de promoção de saúde junto a indivíduos em vulnerabilidade devem primar pela busca das potencialidades dos contextos para novos arranjos que favoreçam interações transformadoras. Os encontros por meio de rodas de conversa é um modelo de intervenção terapêutica que visa proporcionar um espaço comunitário onde se procura partilhar experiências de vida e sabedorias de forma horizontal e circular. Nas rodas de conversa cada participante torna-se terapeuta de si mesmo, a partir da escuta das histórias de vida relatadas. Todos se tornam corresponsáveis na busca de soluções e superação dos desafios do cotidiano em um ambiente acolhedor e caloroso, por acreditar que os indivíduos e grupos sociais dispõem de mecanismos próprios para superar as adversidades contextuais. A roda de conversa é um espaço de partilha e confronto de ideias, onde a liberdade da fala e  proporciona ao grupo  e a cada indivíduo, em particular, o crescimento na compreensão dos seus próprios conflitos. Este estudo teve como objetivo conhecer os desafios das pessoas com Diabetes mellitus tipo 2 perante a doença, a partir de seus próprios relatos. Trata-se de um estudo descritivo exploratório, realizado mediante abordagem qualitativa, realizado com 30 pessoas acometidas por DM2 acompanhadas pela Pastoral da Saúde no bairro de Petrópolis, na zona sul da cidade de Manaus (AM). Para proceder à análise do material coletado utilizou-se a técnica de análise de conteúdo dos dados qualitativos obtidos por meio de entrevistas O estudo seguiu todos os trâmites éticos necessários. A coleta de dados foi feita a partir das rodas de conversa realizadas quinzenalmente com o grupo durante um ano. Além dos encontros presenciais, os participantes receberam ligações semanais dos pesquisadores, para acompanhamento de forma mais individualizada. As rodas de conversa da presente pesquisa obedeceram as seguintes etapas: acolhimento; escolha do tema; contextualização; problematização e encerramento. Nos encontros com o grupo, foi utilizado gravador de voz e música ambiente com canções populares, além de diferentes dinâmicas. Durante os encontros os voluntários da pesquisa foram estimulados a falar sobre seus desafios perante o diabetes, a partir das seguintes afirmativas: Eu sou uma pessoa...; O que me traz alegria na vida é...; Minhas principais dificuldades perante o diabetes é...; O que eu ainda gostaria de saber sobre o diabetes é... Os resultados mostraram que: com relação à afirmativa Eu sou uma pessoa...: a maior parte respondeu ser uma pessoa feliz, alegre, prestativa e útil. Percebe-se que as pessoas conseguem transcender suas limitações, encontrando forças para enfrentar impossibilidades e limitações, sentindo-se útil na sociedade. Com relação à questão O que me traz alegria na vida é...: as respostas mais frequentes foram ter saúde e estar em paz com a família. A família atua como um importante pilar tanto para apoiar como para deixar ser apoiada. No questionamento sobre Minhas principais dificuldades perante o diabetes é...: o controle da alimentação, não poder comer tudo o que gosta, a aquisição dos medicamentos, a sintomatologia da doença que incomoda (sonolência, estresse, fraqueza, dormência, tontura, prurido), o isolamento social devido o constante mal estar e a dificuldade em marcar as consultas médicas que necessita. A percepção de como as pessoas com diabetes constroem seu processo de vida e a busca pela saúde é evidenciada no reconhecimento de sua condição como algo que demanda de cuidados e mudanças no seu cotidiano. O sedentarismo, o estresse, a alimentação inadequada (considerados sociopatógenos),  associados à predisposição hereditária abarcam a necessidade de uma abordagem psicossocial para o diabetes e precisam ser compreendidas a partir da história da pessoa que vivencia o dia a dia da cronicidade dessa doença, para que sejam estabelecidas ações transformadoras de conduta, visando minimizar os efeitos deletérios e, consequentemente, as complicações do diabetes. As respostas sobre O que eu ainda gostaria de saber sobre o diabetes é...: o que posso fazer para evitar a cegueira provocada pelo diabetes? Quais as consequências e complicações do diabetes? Como cuidar dos pés e das unhas? Quantos anos pode viver a pessoa com diabetes? Tipos de plantas medicinais para diabéticos? Quais os efeitos e reações dos medicamentos? O diabetes tem cura? Tais questionamentos demonstram que, mesmo as informações básicas sobre a doença, são de desconhecimento da maioria. As pessoas que possuem dificuldades para compreender as consequências e as complicações da doença tem maior dificuldade para aderir ao tratamento. A partir destes resultados os participantes da pesquisa participaram quinzenalmente de encontros de orientações para o autocuidado, com temas  sugeridos por eles e preparados por toda a equipe do projeto. Em todos os encontros havia um tema central, escolhido pelos integrantes que vivenciavam de diferentes maneiras o seu processo de aceitação do viver com diabetes, sendo que em todos os encontros discutiu-se as múltiplas facetas que compõem esse cotidiano. Durante o processo educativo, buscou-se estratégias efetivas que pudessem auxiliá-los no manejo da doença. Esse investimentos a longo prazo pode ser feito pelas equipes de saúde, já que os custos para tratamentos dos indivíduos,, somados às complicações da doença, são enormes. A compreensão desse processo como um ato de compartilhamento de experiências, vivenciando, na prática, a busca conjunta de soluções para as questões a serem enfrentadas, traz uma nova perspectiva para as pessoas. Conclui-se que as rodas de conversa se justificam pelas possibilidades de exercícios de responsabilidade individual e coletiva e, portanto, prática cidadã e democrática. Assim, estudos que se propõem a uma aproximação dos profissionais da saúde com pessoas  que vivem o diabetes, poderão contribuir para o desenvolvimento de uma comunicação mais efetiva a partir da compreensão do que envolve o viver com essa doença. Os indivíduos acometidos pelo Diabetes necessitam de acompanhamento sistemático por equipe multiprofissional de saúde com o objetivo de  oferecer instrumentos necessários  ao manejo da doença com vistas ao autocuidado. De grande importância destacam-se as informações que possibilitem ao usuário lidar com situações do cotidiano advindas da doença tais como a aceitação, a tomada de decisões frente à doença, o uso adequado dos medicamentos e a melhor forma de se auto cuidar e prevenir as complicações.

4202 ETNICIDADE, RAÇA, COR E SAÚDE. REFLEXÕES SOBRE A PRODUÇÃO ACADÊMICA
GIOVANE OLIVEIRA VIEIRA, CARLOS EVERALDO COIMBRA JR, JAMES WELCH

ETNICIDADE, RAÇA, COR E SAÚDE. REFLEXÕES SOBRE A PRODUÇÃO ACADÊMICA

Autores: GIOVANE OLIVEIRA VIEIRA, CARLOS EVERALDO COIMBRA JR, JAMES WELCH

APRESENTAÇÃO: Nas últimas décadas a produção acadêmica no Brasil sobre as iniquidades socioeconômicas e de saúde segundo raça/cor vem se intensificado e, cada vez mais, evidenciam que o risco de adoecimento e morte por causas evitáveis apresenta-se mais concentrado entre pretos, pardos e indígenas, com maior peso entre os jovens, mulheres, crianças e idosos. Por décadas, o Brasil viveu sob a égide da democracia racial. Como construção histórica e socialmente aceita a discussão sobre a vulnerabilidade das chamadas minorias étnicas ainda é insipiente entre profissionais de saúde.  A estigmatização de grupos humanos relacionada a questões étnico raciais limitam o acesso a bens e serviços, restringem a mobilidade social, interferem nas condições de vida, educação e trabalho e perpetua padrões de adoecimento e morte. Desta forma, a compreensão da influencia do quesito raça/cor nos determinantes de saúde se mostra cada vez mais urgente e necessário para fortalecimento das políticas públicas e no planejamento das ações e serviços de saúde. Estre trabalho tem por objetivo discutir a apresentação das categorias raça, cor e/ou etnia e etnicidade em estudos sobre saúde e doença no Brasil num recorte temporal de 4 anos. DESENVOLVIMENTO: Tratou-se de uma pesquisa qualitativa a partir de uma revisão sistemática de literatura. Buscou-se artigos completos na base de dados Scielo utilizando os descritores: etnicidade, raça, cor, grupos étnicos, etnia, racial, saúde, epidemiologia, doença. RESULTADOS: A partir da busca emergiram 123 artigos com repetições ao combinar os descritores. Os anos de publicação foram de 2012 a 2016. O número mínimo de autores por artigo foi 2 e o máximo foi 7.  Quanto a origem dos autores, as instituições descritas em sua maioria concentram-se nas regiões sudeste e sul, e em menor quantidade nas regiões nordeste. A análise dos artigos selecionados revelou que, embora presente em vários estudos sobre saúde e doença na população brasileira, as variáveis raça, cor e/ou etnia e etnicidade são pouco exploradas, ou seja, em boa parte os estudos não apresentam um rigor conceitual, metodológico e analítico no uso de tais categorias. No entanto, Segundo Kabad et al. (2012) estudos que sistematizem com rigor metodológico as associações causais das categorias étnico-raciais com o desfecho estudado evitariam a racialização de condições de saúde e a estigmatização de populações humanas. No levantamento realizado observa-se uma gama de pesquisas que buscam realizar uma relação causal entre raça, cor e/ou etnia e o processo de adoecimento, além de traçarem inferências relacionadas aos determinantes de saúde e as questões raciais. Temas como a mortalidade materna e infantil, a prevalência das doenças infectoparasitárias, o avanço das doenças crônicas como diabetes e hipertensão, a desnutrição, e os agravos como a violência hetero-infligida são os mais recorrentes. Sobre a mortalidade materna, os autores apontam que são escassos no Brasil os dados com recorte racial/étnico, porém mesmo subestimados observa-se que as mulheres negras e pardas são mais vulneráveis as complicações no parto e consequentemente apresentam mortalidade mais elevada. Também apontam para discriminação sofrida por mulheres negras e pardas nas instituições de saúde, que leva a baixa adesão ao pré-natal, interfere na autoestima e influencia na saúde mental das gestantes e parturientes. Quanto à mortalidade infantil, as pesquisas entre as populações indígenas revelam taxas acima da população geral, fortemente associadas a causas evitáveis como diarreia e desnutrição. A prevalência das parasitoses intestinais, a incidência de tuberculose, e o incremento das doenças crônicas como hipertensão, diabetes, dislipidemias e obesidade, ainda carecem de maiores investigações, porém mesmo subestimados os dados revelam que o perfil de saúde das populações indígenas no Brasil é complexo e carece de análises que não podem dissociar as questões culturais, sociais e as experiências de contato com a população não indígena.  No que diz respeito a violência, as pesquisas foram, em grande maioria, realizadas a partir da análise de documentos como declaração e atestado de óbitos, que mesmo com as falhas quanto ao preenchimento da variável raça/cor do indivíduo falecido, os óbitos de indivíduos negros e pardos por armas de fogo e armas brancas são superiores aos de indivíduos brancos. O  estudo revelou que a heteroclassificação dos mortos realizadas pelos profissionais do IML apresentava-se fortes implicações éticas e culturais, sendo o quesito raça/cor pouco valorizado e em alguns casos estigmatizado pelos profissionais. O levantamento demostrou que mesmo com as falhas na heteroclassificação os óbitos violentos no Brasil tiveram cor: negros. Nos estudos onde foram realizadas entrevistas com profissionais dos IMLs (Instituto Médico Legal) chama atenção que, apesar da discrepância nos registros, os entrevistados não associaram as mortes violentas à questão racial e demostraram que o fato da maioria dos óbitos ocorrer entre negros e pardos está naturalizado e aceito sem reflexões mais amplas. As pesquisas baseadas em entrevistas revelam que os discursos dos profissionais conectam-se ao senso comum presente na sociedade brasileira acerca das relações raciais, que nega o debate sobre a existência do racismo, recusando-se, assim, a aceitar a existência de desigualdades dele resultantes. O levantamento realizado por Willians & Priest, (2016) aponta para os efeitos do racismo e do estigma em populações humanas no que diz respeito aos indicadores de saúde. Os autores discutem que o papel do racismo como determinante dos padrões de desigualdades étnico-raciais em saúde vem sendo reconhecido de forma crescente na literatura empírica sobre saúde. Os autores revelam que nas análises realizadas a discriminação racial é um fator preponderante no acesso ao emprego, onde o lugar de privilégio é ocupado por indivíduos brancos em detrimento de negros, asiáticos, indígenas e outras etnias. Sendo o trabalho um determinante socioeconômico que facilita o acesso a bens e serviços além de ser um propulsor de mobilidade social, indivíduos que não tem acesso a um trabalho digno com remuneração adequada está mais propenso a ter sua saúde física e mental comprometida.  CONSIDERAÇÕES FINAIS: A análise dos artigos pesquisados evidenciou que o uso das variáveis raça, cor, etnia e etnicidade carece de maior rigor conceitual e metodológico com vistas a melhor compreensão dos determinantes de saúde nos grupos étnicos economicamente minoritários, aqueles que ao longo dos anos foi oferecida uma cidadania abstrata. A análise dessas variáveis dissociadas do contexto sociocultural inviabiliza a elaboração e implantação de medidas que promovam a equidade e a integralidade, ao passo que mantem a invisibilidade epidemiológica, além de favorecer a manutenção do racismo institucional e de outras formas de discriminação e exclusão. A maioria dos estudos analisados apresenta as variáveis raça, cor e/ou etnia e etnicidade, porém não aprofundam a reflexão das mesmas enquanto categorias fluidas, socialmente construídas. Evidenciou-se que ainda há lacunas importantes nos desenhos dos estudos que recorrem as categorias raça, cor, etnia. O reconhecimento das vulnerabilidades relacionadas às questões étnico-raciais é fundamental para redução das iniquidades, garantindo acessibilidade e promovendo uma sociedade mais equânime e solidaria.

688 SEGMENTOS FAMILIARES NA AMAZÔNIA OCIDENTAL: UMA PERSPECTIVA EDUCATIVA
Thomaz Décio Abdalla Siqueira

SEGMENTOS FAMILIARES NA AMAZÔNIA OCIDENTAL: UMA PERSPECTIVA EDUCATIVA

Autores: Thomaz Décio Abdalla Siqueira

Apresentação: Este trabalho trata de uma maneira introdutória e exploratória o tema das relações familiares e sociais e como eles acontecem entre os povos tradicionais na Amazônia, e foi realizado através de uma revisão literária sobre a bibliografia. O objetivo foi aprofundar o levantamento bibliográfico anterior sobre a formação familiar dos povos tradicionais que habitam no estado do Amazonas, e também, verificar de que maneira a dinâmica das relações familiares é abordada na literatura consultada. Quando se descreve os povos tradicionais na Amazônia,[1] na realidade se objetiva verificar as mais diversificadas comunidades que habitam a floresta amazônica: índios, caboclos, ribeirinhos e outros,[2] que por sua vez, tem um modo de vida diferenciado. Particularmente, o presente estudo, visa investigar as famílias ribeirinhas que vivem nas microrregiões do Médio Solimões, Baixo Solimões, Alto Amazonas e Médio Amazonas. Desenvolvimento: O estado do Amazonas, com 1.558.987 quilômetros quadrados, está localizado no extremo norte do Brasil, faz parte da Amazônia brasileira, e está limitado, ao norte com a Venezuela e o estado de Roraima, ao sul, com os estados do Acre, Rondônia e Mato Grosso do Norte, a leste, com o estado do Pará e a oeste com os países Colômbia e o Peru. Apesar das grandes distancias geográficas as todas essas áreas são habitadas por núcleos e segmentos familiares por diversos grupos étnicos. Método: Foi realizada uma pesquisa extensa da revisão bibliográfica e também da literatura no período de 10 anos, entretanto também direcionamos o nosso olhar para os aspectos históricos para uma percepção do que significa um segmento familiar no nosso olhar e nos outros olhares. Realizamos as buscas através da pesquisa no sistema do SciELO - Scientific Electronic Library Online. Resultados: Percebemos que os através da investigação que os habitantes dessa região são comumente chamados de povos da floresta. Os povos da floresta formam comunidades onde se defrontam natureza, culturas e temporalidades diferentes em uma fronteira móvel e só pode ser compreendida a partir da interação entre homem e meio natural. A relação visceral que os homens amazônicos possuem com a natureza é a chave para o entendimento dos estilos de vida na Amazônia. O homem amazônico constrói seus modos de vida a partir das intensas e íntimas relações com os diversos elementos da natureza, basicamente: terra, água e floresta. Considerações finais: Naturalmente que, neste trabalho, não foram esgotados todos os estudos e registros sobre o assunto, como por exemplo, a influência da imigração nordestina na Amazônia, na época da explosão do extrativismo da borracha, e como eles se mesclaram com os nativos e mestiços da terra, causando uma grande influência em seus costumes, dos quais existem numerosos registros e que não foram contemplados neste estudo. Aprendemos com as nossas leituras dirigidas como o núcleo familiar é composto e geralmente as formações de micro famílias são derivadas de macro famílias, isto é, são compostas de vizinhos, agregados e também parentes distantes que residem na redondeza geográfica da Amazônia.

2825 NOVO JURAMENTO MÉDICO: IMPLICAÇÕES PARA A ÁREA DA SAÚDE
Alexia Aina Sousa, Daniel Cristian Sousa, Elizeu Rodigues Matos, Larissa Lais Andrade, Suzana Victoria Nunes, Rebeca Rosa Teles, Tomi Yano Mallman, Antonio Ramalho Pádua

NOVO JURAMENTO MÉDICO: IMPLICAÇÕES PARA A ÁREA DA SAÚDE

Autores: Alexia Aina Sousa, Daniel Cristian Sousa, Elizeu Rodigues Matos, Larissa Lais Andrade, Suzana Victoria Nunes, Rebeca Rosa Teles, Tomi Yano Mallman, Antonio Ramalho Pádua

Ainda de poucos conhecidos, o Novo Juramento Médico foi apresentado em novembro de 2017 em Coimbra como uma releitura do texto clássico do século V a.C atribuído a Hipócrates, o Pai da Medicina, e ratificado pela Associação Médica Mundial. Nele, algumas alterações e inclusões não podem ter seu valor ignorado, e sob esse contexto o trabalho visa abordar as implicações dessas mudanças e as perspectiva para a área da saúde, pontuando tópicos que abrangem a discussão entre o viver e o deixar morrer e a preocupação com a saúde mental de jovens médicos. Na nova declaração de Genebra, o respeito a autonomia e a dignidade do paciente são algumas das novidades apresentadas, o que reascende o debate acerca de questões como a eutanásia e o suicídio assistido como direito de escolha do paciente em estado terminal e de sofrimento e abre espaço para uma relação mais participativa entre o médico e o paciente. A autonomia deste de decidir, sob a luz da bioética, configura como um importante princípio que diz respeito ao direito de autogoverno e participação ativa nos cuidados de sua saúde. No Brasil, porém, o Código de Ética Médica estabelece no seu capítulo V que é vedado ao médico abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal, tratando assim essas práticas como inapropriadas à ética medica e esse impedimento médico de realização de procedimentos como o suicídio assistido confere à autonomia do paciente não mais um valor absoluto, mas sim relativo, deixando o profissional médico a mercê de uma possível resposta jurisdicional. Outra alteração encontrada no texto foi a ênfase dada a saúde não só dos pacientes, mas também daqueles que cuidam, através da introdução do parágrafo onde é possível ler sobre o cuidado que o médico deve ter com sua saúde, bem-estar e de sua capacidade para prestar cuidados de maior qualidade ao paciente. Esse novo texto foi pertinente por levar em consideração o processo de adoecimento a que são levados os profissionais da saúde por conta do exercício da Medicina, seja esse adoecimento físico ou mental. A exemplo disso está o relativamente alto índice de suicídio cometido por acadêmicos ou profissionais médicos no Brasil, que supera índice da população geral e torna-se cada vez mais objeto de saúde pública. O Juramento de Hipócrates é o marco da divisão entre a faculdade e o exercício pleno da Medicina de muitos estudantes durante décadas, sendo assim os apontamentos trazidos por sua atualização são favoráveis a debates acerca do ensino da Ética Médica, muitas vezes subestimada de sua real importância, como componente intrínseco à boa formação de futuros médicos pois se torna cada vez mais próximo a realidade que irá acompanha-los durante sua vida profissional.

2933 Pesquisa Operacional em Saúde Pública na Construção do Trabalho de Conclusão de Curso
Francisco Reginaldo Santos da Silva, Olga Maria Alencar, Armed Furtado Rabelo Mustafa, Francilete Viana Gomes, Herberth Rabelo Girão, Patrícia Martins de Souza, Susy Maria Feitosa de Melo, Maria de Fátima Babini Cabral

Pesquisa Operacional em Saúde Pública na Construção do Trabalho de Conclusão de Curso

Autores: Francisco Reginaldo Santos da Silva, Olga Maria Alencar, Armed Furtado Rabelo Mustafa, Francilete Viana Gomes, Herberth Rabelo Girão, Patrícia Martins de Souza, Susy Maria Feitosa de Melo, Maria de Fátima Babini Cabral

Apresentação: Na especialização em Saúde Pública da Escola de Saúde Pública do Ceará(ESP/CE) a pesquisa é um requisito importante para mudar o cenário das práticas dos serviços de saúde. Durante o curso o módulo, que ocorre de modo transversal, de Metodologia da Pesquisa vem auxiliando os educandos na construção do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), por meio da valorização dos problemas do território, cenário de trabalho dos profissionais de saúde. O presente trabalho tem como objetivo apresentar, por meio de vídeo, como se dar o processo de construção do TCC da especialização com vista à reflexão da importância da pesquisa operacional como método de pesquisa para saúde pública. Desenvolvimento: A elaboração do TCC é uma construção coletiva por meio de oficinas, onde cada especializando identifica os problemas de seu território e descobre qual dentre eles deve ser priorizado como objeto de pesquisa. O objetivo é que no final se obtenha um resultado que irá mudar as práticas do serviço ou encontrar a solução de algum problema dentro do território. A construção do TCC é feita utilizando os elementos da Pesquisa Operacional, que auxilia na análise dos aspectos de um problema complexo, permitindo a tomada de decisões efetivas. A pesquisa operacional tem como foco central a multidisciplinariedade, além da participação das pessoas que serão afetadas pelas ações. Entre suas etapas estão: definição do problema, formulação de objetivos, obtenção da solução, teste da solução obtida e implementação. A partir das aulas um grupo de educandos produziu um vídeo com objetivo de divulgar como se dar o processo de construção do TCC com ênfase na pesquisa operacional. Resultados: o uso de vídeo para apresentação do método da pesquisa operacional oportuniza a disseminação desta ferramenta de pesquisa para os trabalhadores do SUS, dado a importância da produção do conhecimento para subsidiar a tomada de decisão de gestores, a partir de problemas reais dos territórios, onde os sujeitos estão inseridos. . Considerações: Ao final desse processo esperamos contribuir com a formação do sanitarista capaz de desenvolver pesquisa operacional em seu território, bem como ser possuidor de ferramentas para gerir os desafios no campo da saúde publica/coletiva com vista ao fortalecimento do SUS.

2499 As contribuições da educação física adaptada no repensar sobre a exclusão
angela de sousa saggin, Chiara Kethyllem Ribeiro Pinheiro, Denise Batista Tapajós, Evelli Sabrina da Mota Cunha, Raiana Batista Machado

As contribuições da educação física adaptada no repensar sobre a exclusão

Autores: angela de sousa saggin, Chiara Kethyllem Ribeiro Pinheiro, Denise Batista Tapajós, Evelli Sabrina da Mota Cunha, Raiana Batista Machado

Entende-se que a exclusão social é um meio de privar o cidadão de usufruir dos direitos civis, políticos e sociais, estando perceptível quanto o corpo social não está preparado para receber todos e conviver com as diferenças. Nas diferentes áreas da sociedade observa-se a necessidade de mudanças no processo de inclusão, na área educacional não é diferente. A relevância deste estudo, consiste em propor um novo olhar da sociedade, em especial, com uma turma do ensino fundamental I, pra que a deficiência não seja vista como uma característica negativa, mas como um meio de ampliar o entendimento das diferenças humanas, tendo como objetivo verificar as contribuições da educação física adaptada nesse processo. O local escolhido para a pesquisa foi uma Escola municipal de educação infantil e fundamental na cidade de Santarém- PA, participaram da pesquisa 25 alunos do 5º ano, para a coleta de dados foram realizadas duas rodas de conversa com os alunos, uma inicial e uma final além de uma entrevista com duas professoras responsáveis pela turma. Os dados provenientes da roda de conversa foram analisados a partir da análise do discurso do sujeito coletivo e os dados da entrevista foram analisados a partir de seu núcleo de significação. Onde verificou-se o direito à educação pública e gratuita assegurada por lei para pessoas com deficiência e ao observar o espaço da pesquisa, constatou-se que o mesmo apresenta uma estrutura física parcialmente adequada e adaptada para alunos com necessidades especiais pois oferece alguns espaços adaptados. Em relação as dificuldades enfrentadas pelas professoras, as mesmas relatam que já tiveram experiências em trabalhar com vários deficientes físicos ao longo de sua carreira profissional, onde constatam que as características e individualidades devem ser atentadas e trabalhadas em todas as atividades propostas nas suas aulas. A partir das atividades aplicadas, foi possível identificar significativas mudanças em relação ao comportamento e olhar da turma em relação a participação dos alunos portadores de necessidades especiais em atividades físicas. Foi possível concluir, nessa amostra, que a realidade escolar não condiz com as normas e legislações vigentes, muito ainda deve ser feito para garantir que o processo de inclusão possa realmente acontecer. Os professores enfrentam dificuldades para trabalhar em sala de aula devido a falta de suporte físico e pessoal para que seja desenvolvido o trabalho junto aos alunos e ainda a própria construção cultural do aluno e encontrado como dificuldade. Como sugestão deixamos para os professores a ideia de buscar preparação das aulas voltadas para processo de inclusão fazendo uso também de atividades adaptadas mesmo que a turma não tenha nenhuma criança com deficiência, visto que observamos a eficácia da intervenção na ampliação do olhar dos alunos a respeitos das diferenças, enfatizando a grande importância da capacitação dos professores com o intuito de buscar potencializar as capacidades das crianças e nessa perspectiva percebeu-se a escola em sua totalidade como provedora de um ambiente propício a inclusão e a ampliação do olhar sobre esse tema.

2514 CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA DE PACIENTES CONVIVENDO COM HIV/AIDS EM SANTARÉM, PARÁ
Jéssica Samara dos Santos Oliveira, Lays Oliveira Bezerra, Veridiana Barreto do Nascimento, Nádia Vicência do Nascimento Martins, Lucia Yasuko Izumi Nichiata

CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA DE PACIENTES CONVIVENDO COM HIV/AIDS EM SANTARÉM, PARÁ

Autores: Jéssica Samara dos Santos Oliveira, Lays Oliveira Bezerra, Veridiana Barreto do Nascimento, Nádia Vicência do Nascimento Martins, Lucia Yasuko Izumi Nichiata

Apresentação: A síndrome da Imunodeficiência Humana (aids) ainda constitui um grave problema de Saúde Pública no mundo e é causada pelo retrovírus HIV, que se dissemina pelo organismo afetando, principalmente, as células do sistema imunológico do indivíduo (linfócitos T CD4+), alterando seu funcionamento e reduzindo a sua resolutividade a níveis críticos, assim o organismo infectado se depara tanto com a incapacidade de combater as doenças, tornando-se vulnerável a infecções oportunistas, quanto com a intensa resposta inflamatória e processos degenerativos diretamente conexos ao HIV. Diante disto, este trabalho buscou conhecer o perfil clínico dos indivíduos soropositivos atendidos e notificados com HIV/aids no município de Santarém – PA, durante o período de 2005 a 2015. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva e documental, com abordagem quantitativa, realizada em um Centro de Testagem e Aconselhamento/Serviço de Atenção Especializada (CTA/SAE), no município de Santarém, Estado do Pará. A amostra do estudo foi composta por 888 prontuários de pacientes soropositivos atendidos e notificados no CTA/SAE, durante o período de 2005 a 2015. A coleta das informações foi realizada a partir da análise das fichas de notificação compulsória, dos prontuários e livros de registro e analisados a partir da estatística descritiva. Resultados e/ou Impactos: A partir da análise criteriosa dos dados, notou-se que 39,6% dos pesquisados pertenciam ao sexo feminino e 60,4% ao sexo masculino. A maioria (44,3%) se enquadrava na faixa etária entre 23 a 33 anos. Em relação à situação conjugal da amostra, verificou-se que, 30,7% das mulheres se classificaram como “casadas” e 40,7% dos homens “solteiro”. O tipo de exposição da amostra ao HIV permaneceu por “relação sexual” com cerca 99,7% para o sexo feminino e 98,3% para o sexo masculino. Já o tipo de atividade sexual foi caracterizado por relações heterossexuais (99,4% “mulheres” e 62,6% “homens”). Quanto o uso da terapia antirretroviral pela amostra, notou-se que, 68,5% das mulheres faziam uso de tal terapia, enquanto que 58,6% dos homens usavam tal terapêutica. Considerações Finais: O adoecer, com inclusão das doenças de caráter transmissível, abrange uma diversidade de fatores culturais, sociais, econômicos e políticos que expandem ou dissolvem a vulnerabilidade. Destarte, torna-se imprescindível conhecer o perfil clínico destas patologias que assolam a humanidade e que cada vez mais apresentam caráter multifacetado, como é o caso do HIV/aids. Assim a forma de exposição não demonstrou muitas disparidades do que é encontrada atualmente nos parâmetros nacionais, a maioria dos casos de HIV estiveram ligados as relações sexuais desprotegidas, primordialmente as heterossexuais. Diante disto, nota-se a necessidade de fortalecer as atividades de prevenção bem como a sensibilização para o uso do preservativo, evidenciando, sobretudo, a promoção à saúde.

2612 TENDÊNCIA TEMPORAL PARA CASOS NOVOS ABSOLUTOS DE AIDS NOS ESTADOS DA REGIÃO NORTE DO BRASIL
Edivânia Bento da Costa, Edcarlos Vasconcelos da Silva, Veridiana Barreto do Nascimento, Suely Itsuko Ciosak, Agnaldo Narciso Monteiro, Cléia Regina Castilho Ferreira, Juliely da Silva Garcia, Petrina Iaparrá dos Santos Gomes

TENDÊNCIA TEMPORAL PARA CASOS NOVOS ABSOLUTOS DE AIDS NOS ESTADOS DA REGIÃO NORTE DO BRASIL

Autores: Edivânia Bento da Costa, Edcarlos Vasconcelos da Silva, Veridiana Barreto do Nascimento, Suely Itsuko Ciosak, Agnaldo Narciso Monteiro, Cléia Regina Castilho Ferreira, Juliely da Silva Garcia, Petrina Iaparrá dos Santos Gomes

APRESENTAÇÃO: Desde sua descoberta na década de 80 do século passado, a AIDS já custou mais de 35 milhões de vidas pelo mundo. Provocada pelos vírus HIV, é uma patologia de notificação compulsória e que não possui cura definitiva até a contemporaneidade. A região Norte apresenta tendência linear de crescimento na taxa de detecção com um aumento de 28,8 dos casos de HIV. Em relação à taxa de detecção, nota-se o surgimento de um crescimento linear, onde em 2006 a taxa estava em torno de 14,9 casos/ 100 mil habitantes, passando para 24,8 casos/ 100 mil habitantes em 2017, demonstrando assim, um aumento de 66,4% dos casos. As regiões Norte e Nordeste estão cada vez mais ganhando espaço nesse cenário com relação a infecção pelo o vírus HIV. OBJETIVO: Analisar a tendência temporal de casos novos de AIDS nos estados da região Norte para avaliar se estão seguindo a tendência nacional de estabilidade. DESENVOLVIMENTO: A metodologia empregada consistiu em pesquisa exploratória de abordagem quantitativa realizada em dados secundários de casos novos da doença coletados no site do Ministério da Saúde através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A análise estatística foi realizada com uso de modelos de regressão lineares e não lineares estimados via software Curve Expert com análise de resíduo feito no programa Statistic 9.0. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Os resultados demonstraram que somente os estados do Acre, Pará e Rondônia apresentaram tendência de estabilidade nos casos novos de AIDS, comprovado via Modelo de Crescimento Logístico (p<0,01) cujos valores de estabilidade foram 75, 2200 e 520, enquanto que os demais estados apresentaram modelos de crescimento polinomiais e exponenciais não associados à estabilidade de casos novos da doença. CONSIDERAÇÕES: Verifica-se que no estado do Acre são esperados, em média, 75 casos novos de AIDS por ano, enquanto que no Pará são esperados 2200 casos novos, em média, e em Rondônia são esperados 520 casos novos, em média, apesar de toda a negatividade da epidemia para as regiões norte e nordeste do país, sendo acentuada pelo processo de pauperização e feminização da infecção pelo vírus HIV, de forma geral os estudos apontam que os casos novos estão estabilizados em cerca de 40 mil novos casos anuais.

2467 CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE COM OS AGENTES DE LIMPEZA DE TEFÉ
roberto cabral

CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE COM OS AGENTES DE LIMPEZA DE TEFÉ

Autores: roberto cabral

INTRODUÇÃO O coletor de lixo, popularmente chamado de “gari”, é aquele trabalhador que realiza a coleta de lixo. Eles trabalham nos espaços públicos da rua, em meio a exposição solar e às intempéries da natureza. O CEREST Tefé tem a finalidade de realizar estudos e pesquisas que visam ao conhecimento e as condições de saúde de trabalhadores, incluindo suas dificuldades, riscos de acidentes, doenças e as condições de trabalho. Indagou-se sobre quais problemas de saúde estariam acometendo esta classe, e o CEREST resolveu realizar um projeto visando conhecer a situação de saúde, de um ponto de vista integral e posteriormente, atuar em termos de prevenção, promoção e recuperação. DESENVOLVIMENTO Foi pactuado com o secretário de do meio ambiente e com o coordenador dos agentes de limpeza o atendimento por setor de todos os funcionários e agendados os dias de atendimento e repassada a agenda para secretaria municipal de meio ambiente SEMMA, os atendimentos aconteciam as terças e quintas pela manhã, com algumas pequenas adaptação quando havia algumas dificuldade para um setor especifico comparecer pela manhã. Os agentes eram pesados e medidos, aferida a pressão arterial, medida a glicemia capilar, conferido o cartão de vacina, aplicado um questionário de dor e ao final realizado consulta médica. Foi aberto um novo prontuário para cada trabalhador com o intuito de ter o controle de todos os resultados e a anamnese feita pela médica. RESULTADO Os resultados foram apresentados ao secretário e coordenadores de cada setor em um evento de comemoração aos 9  anos do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) Tefé. No total de 221 funcionários dessa secretária foram atendidos 209 trabalhadores de 20 setores no qual 67 tinham sobrepeso, 47 obesidade, 41 pressão arterial alterada, 24 continha história de acidente de trabalho, 88 tinham queixa de dor, 87 traziam história familiar de alguma doença com potencial hereditário, 50 relatavam outras queixas diferentes e 19 não tinham qualquer queixa ou alteração. Após os atendimentos foram feitas cartas personalizadas para cada funcionário e marcados novos encontros em que eram feitas apresentações sobre o CEREST, acidente de trabalho e LER/DORT e entregues as cartas com o resultado da avaliação. Durante os atendimentos de acordo com a necessidade, eram feitos pedidos de exames e encaminhamentos a outros profissionais. E foram feitas varias consultas de retorno, de acordo com a necessidade para avaliação dos resultados de exame e surgimentos de novas queixas. CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto detectou muitas alterações no estado de saúde dos trabalhadores da Secretária Municipal de Meio Ambiente (SEMMA), e o      CEREST pode intervir de maneira personalizada, contribuindo para a promoção de saúde bem como para prevenção do adoecimento e a recuperação de alterações já instaladas. Palavras Chaves:Cuidado Integral, Prevenção, Saúde do Trabalhador. AUTORA: DANIELE AZIZ DOS SANTOS. Médica, da Secretária Municipal de Saúde de Tefé/AM. COAUTOR: ROBERTO DIVINO BATISTA CABRAL. Enfermeiro, da Secretária Municipal de Saúde de Tefé/AM.

4443 SÍNDROME DE BURNOUT EM AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DO INTERIOR DO AMAZONAS
Francisca Moreira Dantas, Carlos Eduardo Bezerra Monteiro, Cléber Araújo Gomes

SÍNDROME DE BURNOUT EM AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DO INTERIOR DO AMAZONAS

Autores: Francisca Moreira Dantas, Carlos Eduardo Bezerra Monteiro, Cléber Araújo Gomes

Apresentação: No contexto da Estratégia de Saúde da Família (ESF), destaca-se o Agente Comunitário de Saúde (ACS), um membro indispensável na equipe, pois se sobressai dos demais como um profissional de identidade comunitária, que desenvolve atividades relacionadas tanto na dimensão técnica, quanto política do trabalho, e aos mais diversos ares das condições de vida e saúde. O exercício da profissão de ACS resulta em uma relação com o usuário que, por vezes, apresenta-se permeada de ambiguidades, e os conflitos decorrentes são fenômenos característicos dessa profissão, podendo levar os profissionais a sentimentos de ansiedade e até incapacidade de apresentar soluções viáveis ao problema vivido pelos usuários. A Síndrome de Burnout, também chamada síndrome do esgotamento profissional ou estafa profissional, surge pela cronificação de um processo de estresse. É resultante de pressões emocionais repetitivas presentes no ambiente de trabalho. Está associada a ocupações assistenciais, as quais têm contato direto com usuários do serviço, como profissionais da educação e da saúde. Isso ocorre nesses profissionais, dentre outros motivos, devido à divergência entre a expectativa do profissional e a realidade que este encontra no trabalho. O objetivo do estudo é investigar sinais indicativos da síndrome de burnout em ACS do município de Coari no contexto da atuação profissional. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo transversal, individuado, aninhado à pesquisa intitulada “condições de saúde e trabalho dos agentes comunitários de saúde no interior do amazonas”. Foram incluídos no estudo os trabalhadores de ambos os sexos, admitidos há mais de um ano, tendo como referência o primeiro dia da entrevista no local de trabalho. Foram convidados a participar da pesquisa os trabalhadores que se encontravam de férias ou afastados temporariamente da atividade laboral por motivos relacionados com o assunto estudado. Foram excluídos da pesquisa os trabalhadores afastados do trabalho quando o motivo da reclusão não se relacione com o evento estudado, a exemplo dos casos de licença maternidade e outras patologias. Foram excluídos, ainda, os trabalhadores oriundos de povos indígenas. O cálculo amostral para seleção dos trabalhadores que foi construído a partir de quatro critérios: número de trabalhadores, 4% de grau de precisão absoluta, 95% de nível de confiança e considerando que 50% dos trabalhadores apresentam uma boa qualidade de vida. Sendo assim, o número amostral foi de 60 trabalhadores. Ao serem acrescidos 10% ao número de trabalhadores para compensar as possíveis perdas, o número de trabalhadores pesquisados foi 66. Os dados foram coletados por seis entrevistadores previamente treinados, acadêmicos do Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas. A coleta dos dados foi antecedida de reuniões que envolveram os pesquisadores com a gerência da Atenção Básica do município, depois com os gerentes das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e das Equipes de Saúde da Família e com os Agentes Comunitários de Saúde. Foi utilizado um questionário constituído por três blocos (1) Informações gerais: dados sócio demográficos; (2) Informações sobre o trabalho: História ocupacional atual e pregressa; (3) Síndrome de Burnout. A Síndrome de Burnout foi avaliada através do questionário Maslach Burnout Inventory (MBI), traduzido e adaptado para o português, constando de 22 itens, distribuídos em três fatores: 1 – exaustão emocional (9 itens); 2 – falta de realização pessoal no trabalho (8 itens); e 3 – despersonalização (5 itens). O cálculo dos escores dos indivíduos é realizado por meio da atribuição de valores relativos à frequência. O escore total bruto dos sujeitos é obtido por meio dos somatórios de cada item do inventário. O escore do sujeito em cada uma das dimensões (exaustão, realização pessoal e despersonalização) também é computado pelo somatório dos pontos dos itens relativos a cada uma das dimensões. Devido ao caráter multidimensional da síndrome, o MBI tem se mostrado como o mais adequado, sendo utilizado segundo a bibliografia consultada. Os dados foram tabulados e analisados com o auxilio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 20.0 for Windows. Este projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), pois respeita a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e aprovado sob o número 44289315.9.0000.5020 pela Fundação Universidade do Amazonas – FUA/ UFAM. Os ACS foram esclarecidos sobre o estudo, bem como seus objetivos, procedimentos e destino dos dados. Também foi informado que a participação no estudo era voluntária e que os resultados seriam tratados com confidencialidade, sendo garantido o anonimato das informações. Os indivíduos que concordaram em participar do estudo assinaram duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultados e/ou impactos: A partir das análises dos dados constatou-se que, dos 66 ACS entrevistados, a maioria era do sexo feminino (81,80%), sendo que a média de idade foi de 32,81 (±7,64) anos. Com relação a variável situação conjugal, prevaleceram os indivíduos que eram casados ou viviam juntos (70,80%). No que se refere à escolaridade, a maioria dos ACS apresentavam nível médio completo ou incompleto (84,90%), seguido pelo nível fundamental completo ou incompleto (10,60%) e nível superior completo ou incompleto (4,50%). Todos os ACS estudados trabalhavam na zona urbana (100%), sendo que o número de famílias cadastradas variou entre 58 e 195, com média de 104,49 (±26,06), já o número de pessoas cadastradas variou entre 130 e 930, com média de 495,49 (±142,10) por ACS. A maioria dos ACS não desempenhava outra atividade remunerada (84,80%). Quanto às variáveis relacionadas aos comportamentos de risco, 51,50% não consumiam nenhum tipo de bebida alcoólica e 86,20% nunca fumaram. Com relação a variável satisfação no trabalho 94% dos trabalhadores afirmaram estar satisfeito ou muito satisfeito e 6% relataram estar insatisfeitos ou muito insatisfeitos. Na análise subjetiva sobre a satisfação do ACS com a própria saúde, observou-se um elevado percentual de sujeitos com a satisfação positiva (72,72%). Assim, observou-se que os ACS apresentaram média 4,15 na dimensão Redução da realização pessoal no trabalho, índice mais elevado em relação as outras dimensões. A dimensão Exaustão Emocional vem logo a seguir, com média 2,53 e, por fim, a dimensão Despersonalização, com media 1,94. Considerações Finais: O resultado apresentado no MBI revela, portanto, um sentimento de deterioração da percepção da competência dos profissionais e sua falta de satisfação com o próprio trabalho. Eles demonstram estar emocionalmente esgotados e verifica-se o desenvolvimento incipiente de sentimentos, atitudes negativas e cinismo para com as pessoas por eles atendidas.

692 A figura da Antropologia Médica na Amazônia
Ana Letícia Santos Silva

A figura da Antropologia Médica na Amazônia

Autores: Ana Letícia Santos Silva

A Ciência Social é dividida em três grandes áreas: Sociologia, Antropologia e Ciências Políticas.  A antropologia enquanto área dessa ciência busca especificamente sobre o conceito cultural e comportamental simbólico do homem, como disse Lévi-Strauss. A antropologia Médica se desenvolveu a partir da Antropologia Cultural e social, estudando a forma como o individuo explica as causas dos problemas de saúde, os tipos de tratamento nos quais acreditam e a quem recorrem quando adoecem, a partir da sua base cultural. Também é o estudo de como essas crenças e práticas relacionam-se com as alterações biológicas, psicológicas e sociais no organismo humano, tanto na saúde quanto na doença. (Helman, 2009, o.c) Foi na década de 70 que o conceito de saúde foi reformulado, considerando o homem e suas relações socioculturais, compreendendo assim, a medicina com um sistema cultural que se vale e se molda ao redor dos valores estabelecidos de acordo com o lugar em que é exercida.  Na Amazônia, esse ramo da antropologia mostrou-se presente nos levantamentos de pesquisa antropológica sobre os métodos indígenas de tratar seus males. Um povo que há séculos trata com os mesmos rituais e receitas “caseiras” que mostraram sua eficiência à medicina moderna. A medicina indígena conforma uma série de enunciados acerca da saúde e da doença que se constituem a partir de elementos empíricos, naturais e místicos. Por fim, para encerrar a descrição do que é a Medicina Indígena, a OMS- Organização Mundial da Rede Unida recomenda que os estados nacionais integrem a sua política de saúde oficial às medicinas tradicionais indígenas, a fim de reorganizar aspectos socioculturais do cuidado com a mesma. Foi olhando por essa perspectiva que o Antropólogo João Paulo Barreto, idealizou o projeto do primeiro Centro de Medicina Indígena do Brasil, localizado em Manaus. O pesquisador desenvolveu a ideia após um parente ter sido curado de uma picada de cobra com um tratamento que utilizou da ciência e das crenças milenares da etnia tukano, assim criando um centro de tratamento que reúne cuidados originados nas etnias Tikuna, Satere Mawé, Baniwa, Apurinã. O objetivo da criação do Bahserikowi´i ou Centro de Medicina Indígena do Amazonas e da integração do conhecimento tradicional dos povos indígenas à saúde ocidental não é contrapor a indicação dos médicos tradicionais, mas sim agrega-los de forma que o tratamento de saúde embasado em tecnologias indígenas, passados de geração em geração, se torne uma opção para o paciente na cidade, assim como para o índio que reside em comunidades distantes da medicina “branca tradicional” aonde apresentam resultados positivos. Resultando do olhar antropológico e do diálogo entre as Ciências Sociais e as Ciências Biológicas, a inauguração desse centro de tratamento é a materialização da presença da Antropologia Médica na Amazônia e tudo que ela representa para o desenvolvimento científico. Talvez seja possível, como apresentado pelos próprios idealizadores, ao agregar as duas formas de tratamento, encontrar a solução até para a depressão e a ansiedade, o que os médicos chamam de “Mal do século”.

2477 A CLASSE EDUCADORA E A RELAÇÃO LABORAL NO MUNICIPIO DE TEFÉ-AM.
roberto cabral

A CLASSE EDUCADORA E A RELAÇÃO LABORAL NO MUNICIPIO DE TEFÉ-AM.

Autores: roberto cabral

INTRODUÇÃO O presente trabalho foi realizado devido uma notável quantidade de queixas de professores que têm adoecido informações essas adquiridas através das notificações que chegam até o CEREST Tefé, de vários setores inclusive do CAPS. Deste modo, gerou-se grande preocupação com as possíveis doenças ocupacionais e que intervenções poderão ser feitas a fim de garantir saúde a esses trabalhadores. DESENVOLVIMENTO Foram estudadas todas as escolas da rede estadual e municipal da zona urbana, foi feito um levantamento da caracterização dos profissionais dessa área no ano de 2017 na secretaria municipal e estadual de educação SEMED, SEDUC, contato com os gestores das escolas por quais são responsáveis, para solicitar o andamento da pesquisa e elaboração e aplicação deum questionárionos 3 (três) turnos, na qual foi verificado a situação no mercado de trabalho, situação econômica , condições de trabalho e impressões pessoais  e sente dores no trabalho. Os dados foram analisados pela equipe do CEREST, alémdisso foi traçadas estratégias para promover saúde através de educações em saúde, com tema “ o que é CEREST”, “como cuidar da voz”, LER e DORT e ginastica laboral”. E feita a divulgação em cada escola. RESULTADOS Ao final das 30 (trinta) escolas pesquisadas os resultados foram apresentados aos gestores coordenadores de cada instituição em um evento de comemoração aos 9 (nove) anos do Centro de Referencia em Saúde do Trabalhador (CEREST) Tefé. Foram um total de 549 professores entrevistados, 361 referiram dor decorrente do trabalho, e indagado no item 69 do questionário no qual perguntava o local da dor 220 professores relataram dor na coluna como o maior problema. A frequência da dor era outro item perguntado no questionário e 157 professores disseram ter essas dores diariamente e 114citaram que a causa dessa dor era longos períodos em pé. Questionados no item 75 do questionário, o que melhorava sua dor 217 professores relatou o analgésico, na qual gerou uma preocupação da equipe, pois, esses analgésicos na sua grande maioria eram consumidos na forma de automedicação. CONSIDERAÇÕES FINAIS Isso alerta que essa classe de trabalhadores está adoecendo e precisa de medidas preventivas para solucionar o problema, pois, o ambiente de trabalho em hipótese alguma tem que proporcionar que o trabalhador adoeça e essa pesquisa mostra que % dos professores estão com algum problema de saúde decorrente do seu trabalho. Palavras Chaves: Adoecimento, Saúde, Prevenção.    AUTORA: ORLANDILMA LOPES QUEIROZ. Assistente Social, da Secretaria Municipal de Saúde de Tefé/AM. COAUTOR: ROBERTO DIVINO BATISTA CABRAL. Enfermeiro, da Secretaria Municipal de Saúde de Tefé/AM.