107: Território da saúde no diálogo da prática educativa
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 01 - Sala 06    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
3247 A ENFERMAGEM CUIDANDO DA PRESSÃO ARTERIAL DOS RIBEIRINHOS DA AMAZÔNIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
João Enivaldo Soares de Melo Junior, Andréia Pessoa da Cruz, Fábio Pereira Soares

A ENFERMAGEM CUIDANDO DA PRESSÃO ARTERIAL DOS RIBEIRINHOS DA AMAZÔNIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: João Enivaldo Soares de Melo Junior, Andréia Pessoa da Cruz, Fábio Pereira Soares

APRESENTAÇÃO O referente trabalho consiste no relato da experiência vivenciada por acadêmicos do curso de enfermagem da Universidade Federal do Pará, juntos a docente e orientadora responsável pelo projeto de extensão “Rio Acima, Rio Abaixo: A Enfermagem Cuidando da Pressão Arterial dos Ribeirinhos da Amazônia”. Tal projeto tem o intuito de levar assistência de enfermagem e promover educação em saúde sobre a hipertensão arterial sistêmica, para as comunidades ribeirinhas da região amazônica. Essa doença crônica, ainda que mostre respostas eficientes ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso, permanece sendo um desafio para a saúde pública, haja vista a sua alta prevalência na população mundial e altos custos médicos e socioeconômicos. O projeto também busca coletar informações através de formulários aplicados durante as consultas de enfermagem para o levantamento de dados epidemiológicos da patologia. As viagens ocorrem quinzenalmente e são organizadas pelo programa Luz na Amazônia, o qual possui parceria entre a UFPA e a SBB (Sociedade Bíblica Brasileira). Os trabalhos desenvolvidos no projeto são oferecidos no próprio barco-hospital, denominado Luz na Amazônia III, que oferece desde atendimentos de emergência até cirurgias de pequeno porte. Logo, a partir da vivencia dos extensionistas estes vem, por meio desse relato, ressaltar a importância do desenvolvimento de projetos que ofereçam qualidade de vida as comunidades em vulnerabilidade e precariedade, como os ribeirinhos. Ademais, evidenciar o motivo de utilizar a educação em saúde para a prevenção e tratamento de doenças crônicas como a HAS também é o foco desse relato, pois mesmo sendo assintomática, na maioria das vezes, é capaz de comprometer o organismo como um todo, levando indivíduos a adquirirem outras doenças ainda mais graves. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO Os envolvidos no projeto de extensão que fazem parte dessa experiência, são 2 acadêmicos do curso de Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem da Universidade Federal do Pará, do 3° e 9° período, sob orientação da docente da atividade curricular “Introdução à Enfermagem” e coordenadora do projeto citado. As viagens acontecem de 15 em 15 dias, na cidade de Belém do Pará, no rio Guamá e são realizadas em um barco-hospital que oferece estrutura completa para os mais diversos atendimentos de saúde, contemplando o trabalho da equipe multiprofissional de saúde, haja vista a presença de profissionais e acadêmicos de outros cursos como farmácia, medicina, nutrição, fisioterapia, entre outros. O atendimento da equipe de enfermagem é dividido em três momentos, sendo respectivamente: apresentação dos discentes e da docente, a aplicação da dinâmica denominada “Quiz HIPERDIA” e a consulta de enfermagem junto com a aplicação do formulário da coleta de dados. No primeiro momento todos nós somos apresentados aos participantes cadastrados no programa Luz na Amazônia que foram admitidos ao barco para atendimento, falamos de forma geral o objetivo do projeto, bem como ele funciona. Em seguida, buscamos saber o conhecimento desses ribeirinhos em relação à hipertensão arterial sistêmica e o diabetes mellitus (geralmente associada à hipertensão) para instigar a participação de todos. O segundo momento é definido pela aplicação do “Quiz HIPERDIA”, esse consiste em uma dinâmica com perguntas e respostas relacionadas aos conceitos, sinais e sintomas, tratamento e prevenção da hipertensão e diabetes. Para a o desenvolvimento da dinâmica são utilizadas tecnologias educativas, dentre elas está o quadro feito de cartaz contendo as perguntas do quiz e o dado gigante feito de papelão. Nós pedimos que alguém se manifeste para jogar o dado e ver qual número foi sorteado, em seguida retiramos a placa com o respectivo número que está cobrindo a pergunta do quadro e lemos em voz alta para todos os envolvidos. Posteriormente, solicitamos que alguém se manifeste para responder com seu conhecimento adquirido no cotidiano sobre a doença, independente de está correto ou não a sua resposta. Ao final de cada resposta ocorre a intervenção dos acadêmicos para acrescentar alguma informação pendente ou corrigir, se houver necessidade, com base no conhecimento científico utilizando uma linguagem acessível, clara e objetiva. No terceiro momento acontecem as consultas de enfermagem conduzidas pelos acadêmicos. Primeiramente aplica-se um questionário baseado na anamnese em relação aos hábitos alimentares, exercícios físicos diários, histórico de doenças pessoais e familiares, etilismo e tabagismo. A partir das respostas dos usuários são dadas orientações voltadas para hábitos saudáveis que proporcionem qualidade de vida tanto aos que já possuem hipertensão ou diabetes, quanto aos que não possuem. Em seguida é realizada a aferição dos sinais vitais (pressão arterial, temperatura, pulso e respiração) e medidas antropométricas (peso, altura e índice de massa corpórea) para verificar se estão dentro dos padrões de normalidade ou não, sendo necessário fazer encaminhamentos para o atendimento médico nos casos de alteração. Por fim, perguntamos se há alguma queixa atual dos pacientes para então intervimos com a assistência dos cuidados de enfermagem, garantindo conforto e bem-estar, seja físico e/ou mental. Após isso, a família ribeirinha é encaminhada aos demais serviços oferecidos pelos outros cursos envolvidos no programa Luz na Amazônia. RESULTADOS E/OU IMPACTOS Foi evidente nos momentos da apresentação entre os acadêmicos e os ribeirinhos a proporção de um ambiente interativo e descontraído, bem como importante para adentrar na ação educativa propriamente dita, pois muitas vezes há um receio da comunidade ribeirinha em participar. Durante a dinâmica “Quiz HIPERDIA”, houve a participação ativa da maioria dos usuários independente da faixa etária, graças ao incentivo oferecido a eles em responderem as perguntas, independente de estarem acertando ou errando. Isso foi possível através da segurança que passamos em relação ao conhecimento empírico que todos eles já possuíam. Além disso, houve interesse de grande parte dos usuários em tirar dúvidas sobre o diabetes e a hipertensão no momento da intervenção acadêmica ao final de cada resposta. De forma geral conseguimos perceber o entendimento básico dos envolvidos sobre as patologias. Na consulta de enfermagem, apresentamos um bom desempenho durante os procedimentos técnicos necessários para verificar os sinais vitais e na orientação dadas para adesão de hábitos saudáveis. Alguns usuários relataram sinais e sintomas característicos das referidas doenças, apresentado ou não alterações nos padrões de normalidade, precisando ser encaminhados para a consulta médica. Outros já eram diagnosticados como diabéticos ou hipertensos e seguiam corretamente com o tratamento, porém os que não seguiam foram orientados sobre a importância da adesão do tratamento. É válido ressaltar que mesmo os usuários sem alterações dos sinais vitais ou queixas clínicas recebiam orientações relacionadas a prevenção da hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo das viagens proporcionadas pelo projeto percebe-se o quanto é fundamental a construção de trabalhos como esses, haja vista a garantia da promoção da saúde por meio da educação em saúde e assistência de enfermagem às comunidades que se encontram em vulnerabilidade, nesse caso os ribeirinhos da região amazônica. Experiências como essas promovem o conhecimento teórico-prático necessário ao longo da jornada acadêmica dos alunos de enfermagem, para estes futuramente se tornarem profissionais capacitados no atendimento de populações que vivem em condições precárias, com poucos recursos financeiros e sem nenhum amparo à saúde. Portanto, a assistência humanizada da equipe multiprofissional possibilita transformar a realidade de muitas pessoas, basta haver envolvimento, dedicação e preparação de acadêmicos e profissionais da área da saúde.

493 O PRECEPTOR E A PRÁTICA EDUCATIVA EM SAÚDE
Sanay Vitorino de Souza

O PRECEPTOR E A PRÁTICA EDUCATIVA EM SAÚDE

Autores: Sanay Vitorino de Souza

Introdução: A Residência Multiprofissional em Saúde é uma modalidade de formação Lato Sensu, realizada pelo exercício da prática profissional com supervisão técnica, com o objetivo deconstruir competências compartilhadas para consolidação do processo de formação em saúde. A preceptoria é uma atividade de ensino que vem se destacando no cenário da formação de recursos humanos em saúde no Brasil, em diversos programas educacionais, sejam eles de graduação ou pós-graduação. O exercício da atividade de preceptoria junto ao Programa Residência Multiprofissional em Saúde - PRMS, exige no cotidiano deste trabalho, disponibilidade no acompanhamento ao residente, educação permanente, assim como, compromisso pedagógico com o processo de formação em saúde. Objetivo: Analisar o papel docente dos profissionais envolvidos com a atividade de preceptoria no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Universidade Federal do Amazonas. Método: Estudo qualitativo exploratório descritivo, que envolveu a realização de entrevistas semi-estruturadas. Optou-se pela técnica de análise de conteúdo na modalidade temática. Resultados: A análise do conteúdo resultou em 89 unidades de registros, e emergiram 7 categorias temáticas. Os participantes consideram a preceptoria como fator contributivo para o processo de formação em saúde, colaborando para a qualificação do cuidado. O relacionamento interpessoal e o trabalho em equipe são elementos que compõem o núcleo competências para o exercício da preceptoria. Reconheceram a preceptoria como uma atividade pedagógica, e que necessita de uma formação específica. Consideraram que a articulação teórico/prática é um princípio da preceptoria. Além disso, a Educação Permanente em Saúde aparece como eixo de extrema importância para formação dos preceptores e residentes. E, por último emergiu a categoria características do preceptor ideal. Essa categoria destaca não só a capacidade técnica, mas capacidades relativas ao saber conviver. Podemos citar como principais características: ser disponível e gostar de ensinar. Considerações finais: Evidenciou-se que a qualificação da docência no ensino superior configura-se um tema contemporâneo. A atuação do preceptor nos cenários práticos de ensino-aprendizagem é essencial para qualificação dos futuros profissionais. Seu protagonismo no âmbito dos processos de atenção e formação em saúde deve garantir uma prática educativa com autonomia e na perspectiva do trabalho interprofissional.

602 PET- SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOB O PONTO DE VISTA UMA PRECEPTORA
Gilsimary Santana Santos

PET- SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOB O PONTO DE VISTA UMA PRECEPTORA

Autores: Gilsimary Santana Santos

APRESENTAÇÃO Dentre outras disposições e em resposta à Lei orgânica nº 8.080 de 1990 que confere à União o papel de desenvolver e formar recursos humanos para a saúde bem como a Política Nacional de Atenção Básica que articula os Ministérios da Saúde e Educação a fim de induzir mudanças na graduação em saúde com vistas na formação de um profissional cujo perfil seja adequado à atenção básica, foi criado o PET – Saúde (Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde). O cenário de prática do PET foi o serviço público de saúde, sendo as unidades básicas de saúde o local de desenvolvimento de práticas pedagógicas do Sistema Único de Saúde (SUS). Neste sentido, objetivou estimular os trabalhadores da atenção básica à saúde a receber e, sobretudo orientar o graduando envolvido no processo. O presente trabalho objetiva relatar a experiência de participação do PET – Saúde/UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri) no período de 2010 a 2011 sob o ponto de vista de um preceptor do programa, vinculado a uma unidade de Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município de Diamantina, Minas Gerais. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA A UFVJM, através das Faculdades de Ciências Biológicas e da Saúde com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde de  Diamantina  propôs o projeto intitulado “Integração universidade, serviço de saúde e comunidade: atuação multiprofissional aplicada à estratégia saúde da família” a fim de pleitear o PET-Saúde. O objetivo foi integrar universidade, serviços de saúde e comunidade no município de Diamantina, Minas Gerais. O PET-Saúde contou com três grupos tutoriais (grupos 1, 2 e 3), todos sob  uma coordenação geral. Cada grupo contou com 18 graduandos (12 voluntários e 6 bolsistas), 6 preceptores e  um tutor, sendo que este último era um docente com função de coordenação do grupo.  Os graduandos denominados petianos (termo criado pela coordenadora do projeto e usado durante todo o seu percurso), eram estudantes dos seguintes cursos: Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Odontologia, Nutrição e Medicina, sendo este último o internato rural da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). As atividades curriculares para cada curso foram assim descritas: Enfermagem: Visitas domiciliares; orientações sobre aleitamento materno; pesar e medir crianças; atividades educativas com pacientes portadores de doenças crônicas transmissíveis; estágio supervisionado. Farmácia: Gestão e organização dos serviços farmacêuticos; seleção dos fornecedores/licitação e armazenamento de medicamentos; distribuição de medicamentos; dispensação de medicamentos; atenção farmacêutica e prestação de outros cuidados à saúde; estágio supervisionado. Fisioterapia: Atendimentos individuais e coletivos, visando além da promoção à saúde e prevenção de agravos, a reabilitação funcional; fisioterapia preventiva; estágio supervisionado.Medicina: Internato de saúde coletiva.Nutrição: Execução de atividades que garantam a segurança nutricional e alimentar; avaliação nutricional; orientação nutricional; prescrição dietética; orientação na aquisição e manipulação de alimentos; atividades de educação; estágio supervisionado.Odontologia: Ações educativas para o controle de placa; uso tópico de flúor; educação para a  saúde bucal; atendimento clínico aos usuários do SUS; estágio supervisionado. Os preceptores eram 18 no total, sendo assim distribuídos: 8 enfermeiras, 02 farmacêuticos, 01 fisioterapeuta, 02 médicos, 01 nutricionista, 02 odontólogas. Estes profissionais estavam vinculados a 09 unidades de ESF localizadas na sede e na zona rural, à farmácia básica do município, ao programa DST/AIDS e à gestão de saúde diretamente e foram selecionados mediante ao fato de apresentarem  três anos ou mais atuação no SUS e especialização em Saúde da Família e /ou Atenção Básica e Saúde Coletiva. Coube a eles, a supervisão dos acadêmicos e participação nas pesquisas sendo esta última função parte das atividades cotidianas da ESF ou outro setor do qual faziam parte. Foram realizadas pesquisas seguindo três linhas: Educação em Saúde: interfaces entre os ciclos de vida e o ambiente.Mortalidade Materna e Mortalidade infantil no Vale do Jequitinhonha.Promoção do uso racional de medicamentos e plantas medicinais nas doenças crônicas e negligenciadas no Vale do Jequitinhonha. Em dois anos de programa, foram feitas as seguintes atividades no campo da pesquisa, ensino e extensão, a saber: Ensino: Discussão temática sobre educação em saúde, uso racional de medicamentos, doenças sexualmente transmissíveis, alimentação saudável e promoção de saúde e relatos de experiências sobre as atividades desenvolvidas no PET-Saúde através de seminários mensais; Cursos de capacitação multiprofissional e interdisciplinar para agentes comunitários (Fig. 1) e cuidadores de creches (Fig. 2); Minicurso para gestantes;  I Simpósio de Atenção Primária à Saúde; criação do Mural do PET-Saúde (Fig. 3)Pesquisa: Conhecendo os medicamentos e as plantas medicinais. EDITAL 12/2008 pesquisa e extensão - financiado pela FAPEMIG: CDS-APQ-01907);  Perfil nutricional em mulheres climatéricas e impacto de um programa de educação nutricional; Caracterização do comportamento alimentar, utilização de alimentos regionais e promoção da saúde por intermédio da educação nutricional- alimentação saudável; Elaboração de artigos científicos.Extensão: Implantação da atenção farmacêutica para pacientes hipertensos nas Estratégias Saúde da Família; Implantação da farmacovigilância na farmácia comunitária; Educação para o uso racional de medicamentos; Ensinando as famílias como armazenar e descartar os medicamentos no domicílio; Promoção da alimentação saudável nas Estratégias Saúde da Família; Campanha de doação de sangue para o Hemominas/ Diamantina.   IMPACTOS Pode-se afirmar que a experiência transformou a realidade no campo da saúde no município de Diamantina, já que ela deixou como herança, a vontade de continuar o processo de mudança instaurado. Os preceptores se apropriaram desta herança, e mesmo com o fim do programa, continuaram a transformar continuamente seus processos de trabalho. Vários ingressaram em mestrados profissionais a fim de manter a linha de mudanças propostas. No fim deste processo o ganho que se teve foi uma melhora substancial nos currículos já que muitos estavam afastados da universidade devido à rotina do processo de trabalho. Este fato, certamente originou indivíduos mais questionadores no que tange seus saberes, suas realidades com a possibilidade de devolver esta mudança positivamente para a comunidade pela qual prestam seus serviços. CONSIDERAÇÕES FINAIS As iniciativas coletivas com o intuito de mudar os projetos político-pedagógicos dos cursos de graduação em saúde, integram a universidade aos serviços de saúde e consolidam o processo de educação permanente dos profissionais à serviço do SUS. O PET-Saúde/UFVJM veio corroborar o processo de mudança na formação profissional em saúde. Os atores sociais envolvidos tiveram a oportunidade de ampliar a reflexão sobre o processo de construção do SUS, tendo no centro deste debate a transformação de realidades ocorridas. Neste sentido, pode-se concluir que o PET-Saúde/UFVJM, despertou estímulos relacionados ao interesse pelo conhecimento em si e pelo o que ele pode transformar em acadêmicos, docentes e profissionais dos serviços de saúde.

842 A EXPERIÊNCIA DA MONITORIA EM TÉCNICA DIETÉTICA II COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA GRADUAÇÃO DE NUTRIÇÃO
Paulo Jonathan Pinheiro Nery, Lívia Martins Costa e Silva

A EXPERIÊNCIA DA MONITORIA EM TÉCNICA DIETÉTICA II COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA GRADUAÇÃO DE NUTRIÇÃO

Autores: Paulo Jonathan Pinheiro Nery, Lívia Martins Costa e Silva

Na graduação de Nutrição, a Técnica Dietética I é a disciplina que aborda os procedimentos técnicos e científicos visando possibilitar a utilização dos alimentos de modo a garantir à preservação do valor nutricional e características organolépticas desejadas, permitindo a construção do conhecimento do instrumento de trabalho do profissional nutricionista, o alimento. Deste modo, o discente adquire subsídios necessários para a elaboração de planejamentos dietéticos de indivíduo e/ou grupos sociais em todos os estágios da vida humana, onde promove uma alimentação saudável e de forma equilibrada   com base no processo fisiológico e nutricional. Assim a monitoria durante a graduação está inserida como uma atividade de apoio aos processos de ensino e aprendizagem, bem como, a possibilidade de aquisição de conhecimento e preparação para a formação de docente. Objetiva-se relatar a vivência do monitor da disciplina de Técnica Dietética I e o acréscimo acadêmico gerado ao aluno-monitor no contexto de ensino-aprendizagem durante o programa de monitoria. Apresenta-se como uma pesquisa descritiva com natureza qualitativa do tipo relato de experiência, realizado pelo monitor no programa de monitoria acadêmica da disciplina em questão, discente do 5º semestre do Curso de Bacharelado em Nutrição da Universidade da Amazônia – PA, a partir da experiência decorrente das fases do programa, sendo elas:  planejamento das atividades, participação em aulas teóricas e práticas, orientações quanto a elaboração de artigos científicos e resumos de trabalho para congressos, grupo de estudos para apresentação e discussão de conteúdos científicos pelos alunos mediante fundamentação teórica pré-determinada, bem como atividades de planejamento dietético extraclasse, justificando a participação de um aluno-monitor no auxílio à resolução dos questionamentos oriundos da atividade de elaboração dos planos alimentares e através do preparo de materiais teóricos para assessoria a grupos de estudo e estudos individuais, recebendo orientação mediante Docente Tutor. A presença do monitor em acompanhamento à disciplina e atividades se mostra de grande valia ao enriquecimento do conhecimento técnico-acadêmico e contribui para estreitar a relação professor-aluno, corroborando a melhoria do ensino, além disso, ficou evidenciado que o monitor auxilia os alunos esclarecendo conteúdos ministrados junto aos alunos. Com isso, facilitando a construção do conhecimento, já que quebra a ideia de hierarquização da sala de aula, havendo assim, maior liberdade de expressão pelos alunos, deste modo, modifica a metodologia pedagógica, pois, leva em consideração as perspectivas e carências dos alunos na formação do futuro profissional, considerando que anteriormente ao projeto o monitor teve contato com o assunto e tem noção das dúvidas existentes, podendo assim sanar estas com maior facilidade. Além disso, auxilia na escolha profissional do monitor ao propiciar esta vivência. Portanto, o acadêmico enquanto monitor, ao assumir esta responsabilidade busca evoluir seu potencial acadêmico pois se compromete e recebe confiança dos alunos e a atividade é crucial no aperfeiçoamento pessoal, e contribui com melhorias na qualidade do ensino de graduação, visando à formação de profissionais cada vez mais capacitados ao demonstrar o funcionamento da prática docente universitária, auxilia-o em futura decisão de carreira.

995 REFLEXÃO CRÍTICA DO PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Raquel De Castro Alves nepomuceno

REFLEXÃO CRÍTICA DO PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Raquel De Castro Alves nepomuceno

Objetivou-se descrever a experiência do processo de territorialização vivenciada por uma integrante da Estratégia Saúde da Família (ESF) e preceptora de campo da IV Turma da Residência Integrada em Saúde (RIS) da Escola de Saúde Pública do Ceará (2017-2019), inserida na comunidade do Luxou, área adstrita da Unidade de Saúde Frei Tito de Alencar do município de Fortaleza. Através de visitas ao território, procurou-se conhecer mais sobre a história do lugar (as potencialidades locais, a cultura, os valores, os hábitos, os conflitos de poder, o uso e ocupação do solo), compreender a organização e as necessidades sociais e de saúde do território. Um dos passos foi a participação dos residentes no cadastramento das famílias de áreas descobertas pelos agentes comunitários de saúde, culminando com a construção de um mapa inteligente do território. O processo de territorialização foi muito além do que vem sendo implementado na Atenção Básica à Saúde e na ESF, houve uma compreensão ampliada do processo saúde-doença na complexidade desse território e do papel do Estado na garantia do direito à saúde. A territorialização mais efetiva oferece um chão concreto como base para planejar ações de promoção e de atenção integral à saúde. Além disso, é uma forma de produzir e difundir conhecimento, mobilizar, educar, criar ou fortalecer redes, empoderar sujeitos coletivos e projetos de equidade e sustentabilidade, ou seja, de construir saúde.

1341 Oficinas de Preceptoria para profissionais da Atenção Primária: Experiência de educação Permanente
Wellington Bruno Araujo Duarte, Vívian Rodrigues Alves, Maria Juliana Dantas de Paula Marques, Camila Cavalcanti de Brito, Fabiana Antunes Leitão, Jarlan Carvalho de Souza, Gisele Gouveia Muniz, Renato Hugo Ramos de Freitas

Oficinas de Preceptoria para profissionais da Atenção Primária: Experiência de educação Permanente

Autores: Wellington Bruno Araujo Duarte, Vívian Rodrigues Alves, Maria Juliana Dantas de Paula Marques, Camila Cavalcanti de Brito, Fabiana Antunes Leitão, Jarlan Carvalho de Souza, Gisele Gouveia Muniz, Renato Hugo Ramos de Freitas

O município do Jaboatão dos Guararapes está situado no litoral do estado de Pernambuco, na região metropolitana do Recife, tendo uma área total de 258.694 km² e uma população estimada em 695.956 pessoas (IBGE, 2017).O território municipal está dividido em sete regionais político-administrativas, contendo em cada uma delas uma Coordenação Regional de Saúde (JABOATÃO DO GUARARAPES, 2017). O município apresenta cobertura de Atenção Básica de 55,61%, considerando a Estratégia Saúde da Família com cobertura de 53%(BRASIL, 2017). As oficinas de preceptoria que subsidiaram esse trabalho foram resultado do Projeto Aplicativo desenvolvidos pelos profissionais de saúde do Jaboatão, concluintes da especialização em Preceptoria no SUS pelo Hospital Sírio Libanês. Para a elaboração delas, se utilizou a metodologia da Espiral Construtivista (LIMA, 2017) que se utiliza de metodologia ativa, fazendo do educando peça ativa no processo de ensino-aprendizagem. As oficinas foram divididas em 04 encontros presenciais, onde no primeiro se discutiu aproximação com a metodologia, a formação de grupos e a explanação dos perfis de competência do preceptor no SUS. Os encontros subsequentes discutiram esses perfis, a saber: perfil de educação, atenção a saúde e gestão. Os participantes foram divididos em 4 grupos de 15 pessoas, sob coordenação de um facilitador. A carga horária total foi de 40 horas. O objetivo deste trabalho foi descrever a experiência de realização de oficinas de preceptoria para profissionais de saúde da APS no município do Jaboatão dos Guararapes, PE. Como resultados tem-se a participação nas oficinas de 60 profissionais das categorias médico, agente comunitário de saúde, enfermeiro, dentista e profissional do NASF, que realizam preceptoria de estudantes/residentes das universidades, cursos técnicos e residências em saúde da região metropolitana do Recife. A maioria do sexo feminino (80%), 98% efetivos, com média de idade de 34 anos e média de tempo de trabalho no município de 02 anos, sem histórico de realização de curso preparatório para preceptoria. Foi percebido durante os encontros uma maior valorização do perfil de educação pelos profissionais, mas sem subsídios para avaliação dos educandos, o desconhecimento do papel de preceptor pelo agente comunitário de saúde, a valorização de práticas de ensino tradicionais em detrimento da metodologia ativa, a desarticulação entre ensino-serviço-comunidade, a dificuldade de tempo para realizar discussão com os educandos e de trabalho interdisciplinar. Como pontos positivos foi citada a preceptoria como momento de aperfeiçoamento do trabalho e formação de profissionais para o SUS. Os profissionais consideraram as oficinas importantes para aprimoramento da preceptoria e do próprio processo de trabalho, além da criação de vínculos, num processo rico de troca de conhecimentos. Como considerações finais torna-se necessário considerar importante a educação permanente dos profissionais da APS para o fortalecimento da preceptoria dos profissionais de saúde em formação, aprimorando as práticas dos preceptores a partir das reflexões durante o acompanhamento dos educandos, contribuindo para o fortalecimento do SUS Escola e oferecendo cuidado de qualidade para a população. Nesse sentido, faz-se fundamental que os gestores, profissionais de saúde, controle social e as instituições de ensino estejam integrados no processo de ensino-aprendizagem.

1499 RELEVÂNCIA DA MONITORIA ACADÊMICA DURANTE A GRADUAÇÃO E A INFLUÊNCIA NO PROFISSIONAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Victor Nei Vasconcelos Monteiro, Beatriz Graça de Araújo, Camila Soares Santos, Ester Alves de Oliveira, Marcos Lima do Nascimento, Paulo Philip de Abreu Gonzaga, Lowisa Consentini Garcia, Lucivana Prata de Souza Mourão

RELEVÂNCIA DA MONITORIA ACADÊMICA DURANTE A GRADUAÇÃO E A INFLUÊNCIA NO PROFISSIONAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Victor Nei Vasconcelos Monteiro, Beatriz Graça de Araújo, Camila Soares Santos, Ester Alves de Oliveira, Marcos Lima do Nascimento, Paulo Philip de Abreu Gonzaga, Lowisa Consentini Garcia, Lucivana Prata de Souza Mourão

Introdução: O método de ensino mais habitual das graduações é o de aulas presencias durante o período letivo, onde se tem o professor ministrando as aulas e os alunos sendo ouvintes. Porém, muitos discentes - e até mesmo docentes - consideram esse método retrógado e ultrapassado; além de julgarem ser cansativo se os alunos não participarem ativamente na busca do conhecimento. Então, para inserir os alunos em outros contextos, além de apenas ouvintes, as Universidades devem ofertar, segundo a Lei nº 9.394 (1996), o programa de monitoria acadêmica para os discentes devidamente matriculados nos cursos de graduação da sua unidade. Esse programa faz parte do tripé das Universidades, que é: Ensino, Pesquisa e Extensão, mais especificamente ao Ensino. O programa é um método de ensino-aprendizagem, com o objetivo de estimular a docência no aluno-monitor, pois este auxiliará diretamente o professor-orientador nas atividades, ao mesmo tempo em que conhece as responsabilidades e deveres do docente. O acadêmico que opta ser monitor tem a oportunidade de aprofundar o seu conhecimento sobre a área, adquire habilidades típicas da docência e favorece no entendimento da disciplina. Por parte dos monitores, estes devem ter certas características, como responsabilidade, respeito, dedicação, facilidade de comunicação e resolução de imprevisto. Dessa forma, o programa de monitoria acadêmica influência diretamente na formação do futuro profissional, pois este pode se especializar na área, aprende a trabalhar em equipe, aprimora suas habilidades de comunicação e, caso tenha simpatizado, poderá seguir a área da docência. Objetivo: Descrever a experiência obtida no programa de monitoria acadêmica da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e relatar as perspectivas de um grupo de monitores sobre o programa, com a finalidade de destacar a relevância desse método pedagógico para a formação profissional. Metodologia: Refere-se a um relato de experiência, de caráter descritivo, de um grupo de discentes do 4º período de Enfermagem da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA) da UEA.  Esses discentes foram monitores de diferentes matérias, como: Genética Humana, Bases biológicas II e Imunologia básica. Todas essas disciplinas pertencem a ciclo básico dos cursos da Universidade. Logo, as experiências relatadas nesse trabalho foram vivenciadas em turmas compostas por acadêmicos de enfermagem, medicina e odontologia. As atividades de monitoria foram realizadas no período de Março de 2017 a Dezembro de 2017, correspondendo ao período de 2017.1 e 2017.2. Resultados: Para se tornar monitor, o aluno deve ser aprovado na matéria escolhida, ter disponibilidade de tempo e realizar a prova de seleção, onde constam os assuntos ministrados durante o período letivo. Na ESA, deve-se obter um mínimo de sete pontos na prova, caso o contrário o candidato é eliminado. Além disso, é vedada a participação de candidatos internos de Medicina, finalistas dos demais cursos ou desistentes de edições anteriores do programa de monitoria. As provas são realizadas na primeira semana de cada semestre, divididas em dois dias de acordo com a coordenação responsável pela disciplina (Enfermagem, Odontologia, Medicina e Educação física).  Conforme a classificação dos alunos em cada matéria nomeiam-se os bolsistas e os voluntários. Em relação a carga horária, os bolsistas devem cumprir 12 horas semanais de atividades relacionadas ao programa; já os voluntários devem cumprir um mínimo de 8 horas semanais. As funções dos monitores são: elaborar trabalhos junto ao professor-orientador, preparar material didático, orientar os acadêmicos, esclarecer e retirar dúvidas sobre os conteúdos da disciplina, realizar aulas de revisões e demais atividades referentes à disciplina. É importante salientar que essas atividades devem ser realizadas fora da grade de aula do monitor, com risco de desligamento do programa caso isso seja desconsiderado. Além disso, o professor-orientador deve supervisionar os monitores e sempre fornecer dicas e conselhos sobre sua experiência na docência. Os alunos monitores têm a chance de conhecer, mesmo resumidamente, a realidade de um docente; tal experiência permite a obtenção de habilidades e métodos de ensino por parte do monitor, já que este realiza aulas de revisões com os alunos-monitorados, tendo que aperfeiçoar sua fala perante o público e a maneira que elabora seu material didático. Tudo isso para a melhor compreensão dos conteúdos e o bom desempenho da turma-monitorada. Essas aptidões exigidas dos monitores irão somar positivamente na formação desse profissional, pois o trabalho em equipe, principalmente na área da saúde, é essencial para um adequado desempenho da assistência. Além disso, a comunicação e o respeito entre os membros têm de existir e devem ser trabalhados desde a graduação, para que não formem profissionais egocêntricos e imodestos. Portanto, o programa de monitoria mostra-se extremamente benéfico na profissionalização, não só dos profissionais de saúde, e sim de todas as profissões. Em relação aos discentes-monitorados, percebeu-se que estes se sentem mais confortáveis para questionar os assuntos com o decorrer da monitoria, quando o laço entre aluno-monitor e aluno-monitorado é formado, principalmente no período antes das avaliações. Além disso, alguns preferiam retirar suas dúvidas com os monitores do que com os professores, pois por se tratar de um acadêmico perguntando para outro acadêmico, acabavam sentindo-se mais livres para questionar. As principais dificuldades dos discentes-monitorados eram: conciliar o tempo de estudo, entender de maneira correta os assuntos das disciplinas e ter tempo disponível para participar das revisões com os monitores. Para tirar as dúvidas, os monitores sempre buscavam estudar e rever os conteúdos da disciplina, para não passarem informações erradas ou duvidosas. E esse fato reflete no âmbito profissional, pois há necessidade de buscar atualizações e programas de educação permanente, com a finalidade de prestar um trabalho de forma correta e embasado cientificamente. Conclusão: Portanto, as atividades do programa de monitoria acadêmica influenciam diretamente na formação profissional dos acadêmicos, tornando-os mais responsáveis e preparados para o mercado de trabalho. Durante a graduação, os monitores tornam-se agentes fundamentais no processo de ensino-aprendizagem, pois auxiliam na compreensão da disciplina e relatam quais foram as dificuldades que os alunos-monitorados tiveram, com a finalidade de criar medidas cabíveis para solucionar esses problemas. Essas atividades extracurriculares colaboram para uma formação mais abrangente e qualificada, pois o monitor percebe a sua importância dentro da Universidade, e busca fazer o seu melhor. Além disso, os acadêmicos-monitorados sentem-se mais “abraçados” pelos monitores, por ser um acadêmico como ele, e isso torna-se uma relação pedagógica benéfica. Em suma, as universidades devem adotar o programa de monitoria, pois - como já exposto – influência na profissionalização de seus graduandos e contribui positivamente o método de ensino-aprendizagem atual.

2904 FORMAÇÃO DOS MONITORES DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE) DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS: OFICINA SOBRE A CADERNETA DE SAÚDE DO ADOLESCENTE
Lays Renhe Bugança, Fernanda Piana Santos Lima de Oliveira, Leonardo de Paula Amorim, Kecyanne Malheiros Machado, Anna Rachel dos Santos Soares, João Henrique Lara do Amaral, Viviane Elisângela Gomes

FORMAÇÃO DOS MONITORES DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE) DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS: OFICINA SOBRE A CADERNETA DE SAÚDE DO ADOLESCENTE

Autores: Lays Renhe Bugança, Fernanda Piana Santos Lima de Oliveira, Leonardo de Paula Amorim, Kecyanne Malheiros Machado, Anna Rachel dos Santos Soares, João Henrique Lara do Amaral, Viviane Elisângela Gomes

A Caderneta de Saúde do Adolescente (CSA) é um instrumento, criado pelo Ministério da Saúde, para apoiar, facilitar as ações educativas e monitorar o desenvolvimento e a saúde dos adolescentes. Sua implementação foi preconizada inicialmente em municípios inseridos no Programa Saúde na Escola (PSE).  Com a finalidade de contribuir na formação de monitores do PSE, a oficina sobre a CSA foi planejada buscando promover um momento de reflexão sobre o uso da CSA pelos adolescentes e qual o papel e o compromisso dos monitores do PSE para favorecer o uso desse instrumento pelos estudantes. A atividade propôs apresentar o instrumento (objetivos, conteúdo e uso preconizado por adolescentes e por profissionais nos serviços de saúde), estimular uma reflexão sobre a sua importância e sobre as potenciais contribuições da CSA no monitoramento e acompanhamento da saúde ao longo da adolescência. A oficina também buscou, a partir da experiência dos monitores do PSE quanto ao uso da CSA, estimulá-los a fazer avaliação das potencialidades e dificuldades no emprego de tal instrumento. Participaram 118 dos 180 monitores do PSE de Belo Horizonte. As atividades da oficina foram planejadas com o intuito de estabelecer ambiente acolhedor de aprendizagem, com utilização de metodologias ativas oportunizando a participação, reflexão e diálogo sobre os principais tópicos. Os resultados foram apresentados por meio da análise de conteúdo das informações produzidas nas atividades. As respostas e discussões geradas pela oficina possibilitaram a construção de quatro unidades de sentido juntamente a categorias, frases e falas de apoio mais significativas. A iniciativa cumpriu seus objetivos, possibilitando um ambiente de discussão, troca de experiências e aprendizagem, levantando questões importantes e polêmicas que devem ser respondidas por meio de um trabalho conjunto entre a saúde e a educação. A capacitação dos profissionais, a orientação dos familiares, as parcerias, a integração dos profissionais e a própria distribuição das CSA aparecem como problemas que devem ser superados.

2945 Integração entre ensino e serviço de saúde: vivência na monitoria da disciplina de Saúde Coletiva II
Luana Dias Batista, Bahiyyeh Ahmadpour Furtado, Fabiana Mânica Martins, Thiago Mendonça Buetto, Lucas Katsutoshi Sugano, Suany Serudo Meirelis, Ícaro Zurra Vasconcelos, Pablo Phillipe Cândido dos Santos

Integração entre ensino e serviço de saúde: vivência na monitoria da disciplina de Saúde Coletiva II

Autores: Luana Dias Batista, Bahiyyeh Ahmadpour Furtado, Fabiana Mânica Martins, Thiago Mendonça Buetto, Lucas Katsutoshi Sugano, Suany Serudo Meirelis, Ícaro Zurra Vasconcelos, Pablo Phillipe Cândido dos Santos

Introdução: A monitoria é uma modalidade de ensino e aprendizagem que tem o objetivo de propiciar a formação acadêmica mais ampla e aprofundada, incentivar o interesse pela docência e pela pesquisa, bem como ampliar a participação dos acadêmicos nas atividades da universidade. A disciplina de Saúde Coletiva II propõe vencer as barreiras, historicamente impostas, na formação em saúde, vinculadas ao atendimento individual e curativo, além de procurar aguçar o olhar crítico reflexivo dos alunos frente à situação-problema vivenciada e assim atuar nas dificuldades identificadas. As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina de 2014 norteiam a formação médica e traz que a mesma deve ser geral, humanista, crítica, reflexiva e ética, e que os graduados devem ter a capacidade para atuar nos diferentes níveis de atenção à saúde proporcionando o melhor cuidado aos usuários. O relato tem como objetivo apresentar a vivência de acadêmicos de medicina como monitores da disciplina de Saúde Coletiva II na rede de atenção à saúde de Manaus. Descrição da experiência: Os monitores auxiliam os docentes na construção do plano de ensino, no planejamento e a condução das atividades na plataforma de Ensino à Distância, e da escolha dos espaços na rede de atenção à saúde para as aulas práticas. Também acompanham os acadêmicos de medicina nas aulas práticas da disciplina de Saúde Coletiva II da Universidade Federal do Amazonas que ocorrem uma vez por semana em unidades da rede de atenção à saúde em Manaus para o auxílio da construção do conhecimento dos mesmos a cerca do Sistema Único de Saúde (SUS). Resultados: A oportunidade de vivência do SUS ocasionada pela monitoria durante a graduação é fundamental para que os acadêmicos possam, desde o início da formação, compreender a dinâmica em que se organiza a rede de atenção à saúde e repensar o cuidado médico. Além disso, as Instituições de Ensino Superior ao oferecerem essa possibilidade de integração de ensino-serviço-comunidade por meio da monitoria na disciplina de Saúde Coletiva II favorece a troca de experiências e conhecimentos e contribui para a criação de novas ideias de melhorias ao SUS. Assim, a monitoria representa um meio de conciliar o que se aprende na universidade com as experiências proporcionada pela vivência na prática profissional médica. Considerações finais: A integração do ensino-serviço-comunidade possibilita o contato e a troca de conhecimentos entre os monitores e os profissionais de saúde que recebem os acadêmicos nas unidades de saúde das aulas práticas. Com isso, o SUS se torna um espaço formador de aprendizagem, no qual os trabalhadores de saúde também contribuem na formação dos acadêmicos. Assim, as Diretrizes Curriculares do curso de medicina prevê que o graduado precisa ter a percepção da importância da educação continuada na sua formação profissional, a fim de identificar as dificuldades enfrentadas no SUS e propor a construção coletivamente de alternativas que possam potencializar o SUS dentro de seus princípios de universalidade, equidade e integralidade do cuidado.  

4331 Da paisagem a outras vistas do ponto: experimentações no acompanhamento de estudantes de graduação em Saúde Pública da USP nos territórios.
Valéria Monteiro Mendes, Laura Camargo Macruz Feuerwerker

Da paisagem a outras vistas do ponto: experimentações no acompanhamento de estudantes de graduação em Saúde Pública da USP nos territórios.

Autores: Valéria Monteiro Mendes, Laura Camargo Macruz Feuerwerker

Como parte da fabricação de uma outra vista do ponto sobre o processo formativo em saúde (e não de outra perspectiva de um mesmo ponto de vista), o curso de graduação em saúde pública da Faculdade de Saúde Pública da USP apostou na invenção de um eixo curricular que propicie aos estudantes experiências no campo da saúde pública/saúde coletiva por meio da disciplina Atividades Integradas, durante setes semestres. Este texto resulta da experiência na disciplina (segundo semestre 2016), que enfatizou a produção social da saúde nos territórios, de modo que os estudantes construíssem aproximações e análises sobre como as pessoas produzem suas vidas nos locais em que habitam, para além do olhar disciplinador, moralizador e prescritivo que predomina no campo da saúde. Nosso objetivo é compartilhar um modo de estar com os alunos nos territórios, apostando no aprendizado pelo vivido. A metodologia aproximou-se da cartografia, na qual o método é o encontro. Na experiência descrita, seis aulas foram destinadas às visitas e duas ao compartilhamento das vivências. As visitas ocorreram com o apoio de monitores, que ajudaram na articulação das entradas nos territórios, acompanharam os estudantes nas visitas e problematizaram o que era recolhido do encontro com outros corpos, espaços e tempos. Os alunos dividiram-se em cinco grupos, cada qual com um território de interesse. Neste grupo, o local escolhido foi o Sítio Joaninha (entre São Bernardo do Campo e Diadema), em decorrência de um estudante, morador de Diadema, ter relatado que acreditava-se existir ali uma comunidade quilombola. Diferentemente dos anos anteriores, não tínhamos articulações prévias com o território. Isso provocou debates sobre as dificuldades/limitações de construirmos entradas sem pontos de interlocução. Assim, buscamos ajuda em uma UBS de São Bernardo (devido ao trabalho de Educação Permanente da docente no serviço). Por meio de um apoiador de rede e de uma ACS realizamos várias visitas e conhecemos moradores e seus familiares. Paralelamente, tentamos construir conexões em Diadema. Processo que detalharemos devido ao tema da ausência de interlocutores. Na UBS, confrontamo-nos com obstáculos burocráticos (exigências informadas por uma enfermeira), que superamos ativando nossa rede informal de conexões, visando fabricar caminhos mais próximos de nossas necessidades. Por intermédio de uma colega do grupo de pesquisa (trabalhadora de um CAPS em Diadema), contatamos uma assistente social, que ajudou na aproximação com uma moradora por ela atendida, que coordenava uma ONG no Sítio Joaninha. Tecer esta aproximação demandou o aguçamento de nossa sensibilidade, pois éramos permanentemente convocados a lidar com as questões, os valores, as concepções, os medos e o tempo daqueles que eram convidados a abrir seus territórios (geográfico e existencial). Nesta trilha, conhecemos as atividades de um núcleo da ONG (hip-hop, leitura, desenho, gastronomia), que visava, segundo a moradora, ocupar o tempo livre de crianças/jovens (para que não fossem atraídos para as drogas) e formá-los para o mercado de trabalho segundo valores de empreendedorismo. Nas andanças, ouvimos sobre as dificuldades de viver na divisa entre São Bernardo e Diadema, sobretudo pela indefinição de responsabilidades para a realização de obras e serviços (saneamento, energia, transporte). Entrevimos a comunidade desta moradora (mais distante do Sítio Joaninha, vizinha a um grande terreno particular sem uso), composta por um pequeno número de famílias, que cotidianamente compunham redes de proteção/apoio para suas questões. Porém, apesar das tentativas desta moradora, a comunidade carecia de fortalecimento, por exemplo, para a constituição de uma associação de moradores que ajudasse no enfrentamento de vários problemas (limitada oferta de transporte público, inexistência de espaços públicos de lazer, recusa de atendimento em serviços de saúde pela não comprovação de endereço, impossibilidade de acesso do SAMU e dos bombeiros pelas condições da região, poucas oportunidades de trabalho). Posteriormente a estas visitas, esbarramos na falta de vínculo com a moradora e decidimos não retornar sem sua companhia. Havia que ser respeitado nosso limite como estrangeiros e precisávamos considerar o sentido de estar com um morador no território: a abertura de caminhos para a fabricação de encontros.  Por que as pessoas aceitam viver ali? Por que não procuram um emprego para saírem daquela situação? Será que elas gostam de morar ali? Estas foram algumas questões que atravessaram os estudantes e que possibilitaram distintos processamentos no “entre” de nossas visitas. Processar trata-se de um ato implicado com a identificação e a problematização dos efeitos produzidos em nossos corpos ao nos encontrarmos com outras existências, segundo o que nos atravessava (afetos/concepções de mundo/valores/temporalidades/modos de viver). Isso remete a um processo de desmarcar o corpo, na qualidade de um exercício constante de eliminação dos registros da governamentalidade, que valida certos modos de pensar-agir-existir em detrimento daqueles considerados “descartáveis” por não se enquadrarem nesta grade hegemônica (vide as persistentes e flagrantes apostas em diversas produções de morte – física e existencial – que nos atravessam). Analisando esta experiência, consideramos que a formação em saúde (como uma formação de viventes) é processual e permanente, sendo fundamental apostarmos na ocupação do olhar, que conforma paisagens sobre a vida das pessoas (tomada como estática e governável na formação e, posteriormente, no trabalho), como possibilidade de substituí-lo por outra mirada (outra vista do ponto). Com tal ressignificação, busca-se dar a ver (transver) a intensa operação de modos pelos quis as pessoas organizam e conduzem suas vidas (dos quais tanto o campo da saúde quanto as políticas públicas têm permanecido muito distantes). Tal tessitura requer sensibilidade e rigor para a construção de encontros que nos afastem da repetição e nos aproximem de modos de estar com o outro segundo suas singularidades e necessidades. Nesse sentido, problematizamos com os estudantes que, apesar das vulnerabilidades e dos distintos problemas constatados, não podemos falar e decidir sobre a vida do outro sem aprofundarmos o entendimento sobre as experiências vividas por ele, pois sem isso permaneceremos enfatizando o modo reducionista, caricatural e opressor da saúde enxergar o outro, que deslegitima as distintas formas de existir. Não buscamos propor um modelo a ser replicado. Interessou-nos partilhar uma experimentação que apostou no aprendizado pelo vivido e na capacidade de fabricar potências segundo outras movimentações (da ordem de uma visceralidade), particularmente considerando o modo de a saúde entrar nos territórios, que privilegia o governo das vidas (concebidas como paisagens). Esta operação micropolítica diz da implicação com o deslocamento do olhar que ignora que múltiplos planos conformam as existências e que infinitas formas de viver são produzidas (no lugar da ausência de invenções e de resistências que a saúde supõe haver nos territórios). Isso ajuda a produzir análises sobre o que orienta o nosso pensamento e sobre o lugar ocupado pelos distintos atores nas ações de saúde quando privilegia-se os saberes estruturados e os procedimentos, como possibilidade de assumirmos o cuidado como algo que pertence a todos (e não apenas aos profissionais de saúde). Apesar dos atravessamentos biopolíticos, que insistem em roubar nossa vitalidade e capacidade de resistir, apostar na fabricação de outra vista do ponto (transversão do olhar) com os estudantes (na qualidade de um ato ético-político) ajuda a enfrentar a impermeabilidade para os diferentes modos de viver, bem como a dar visibilidade para as potências que se constituem nos territórios, como possibilidade de operarmos composições mais solidárias, na diferença e em ato.

4453 A integração ensino-serviço-comunidade: Experiência de estágio por alunos finalistas de Medicina em um serviço de Atenção Primária à Saúde
Lilian Boaventura, Mauro Magaldi

A integração ensino-serviço-comunidade: Experiência de estágio por alunos finalistas de Medicina em um serviço de Atenção Primária à Saúde

Autores: Lilian Boaventura, Mauro Magaldi

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência que visa descrever as atividades realizadas pelos alunos finalistas do curso de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) durante parte do estágio Medicina Preventiva na UBS Enfª Ivone Lima dos Santos ocorridos de 2014 a 2017, bem como apresentar as percepções dos alunos acerca da Atenção Primária à Saúde (APS) e discutir a importância desse contato com o nível de Atenção Primária para a formação profissional médica. Desenvolvimento:Antes do início de cada grupo de alunos, são realizadas reuniões de planejamento com os preceptores Médicos de Família e Comunidade que atuam na Unidade Básica de Saúde (UBS) para programar o cronograma do estágio, contemplando os diversos setores da UBS, integrando os alunos à rotina da equipe multiprofissional, com acompanhamento de consultas médicas e de enfermagem, visitas domiciliares, participação nas reuniões de matriciamento com NASF e dos encontros teóricos semanais da Residência Médica de Medicina de Família e Comunidade.   Ao final de cada semana são feitas rodas de conversa acerca das atividades vivenciadas, a fim de captar as percepções dos formandos sobre a experiência e o cumprimento dos objetivos propostos. Ao término do período de vivência prática na UBS, éindicada uma avaliação geral do estágio, com uma roda de conversa entre preceptores e alunos, e ainda uma apresentação das atividades desenvolvidas para toda equipe da UBS. Resultados e/ou impactos:Após 13 turmas de internos terem realizados esses estágios na UBS Ivone Lima durante esse período, pudemos constatar a diferença de como esses internos iniciam e de como eles finalizam esse estágio, principalmente nas abordagens com os pacientes, vínculo com a UBS e comunidade, habilidades de comunicação durante as consultas e entendimento da APS e de sua importância no sistema de saúde. Relatos de frases citadas pelos internos, como por exemplo: “Atende de forma integrada”, “Incentivo para a formação médica de qualidade”, “Reviver nossos motivos e crenças às vezes esquecidos pelo passar do tempo e de maus exemplos que não devem ser seguidos”, “Consultas com atendimento completo, respeitoso e de muita qualidade” nos evidenciam isso. Considerações finais:Diante da experiência com essas turmas de internos, cada vez mais constatamos a importância da inserção dos acadêmicos de medicina na Atenção Primária de forma que perpasse por toda a graduação, visto que ainda há uma grande lacuna do contato desse aluno com a APS, além de fortalecer a integração ensino-serviço, levando esse aluno a ter um convívio mais próximo com a comunidade.

5289 O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL COMO PRECEPTOR NA RESIDENCIA MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE DA FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ
Claudia Tereza Fonseca

O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL COMO PRECEPTOR NA RESIDENCIA MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE DA FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ

Autores: Claudia Tereza Fonseca

O presente resumo versa sobre a atuação do assistente social enquanto preceptor da Residência Multiprofissional em Saúde (RMS) da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará – FSCMP e teve como objetivo identificar as dificuldades que se apresentam no cotidiano institucional em absorver a residência multiprofissional enquanto atividade do profissional de Serviço Social que atua na saúde e identificar os limites e possibilidades da preceptoria no exercício profissional. Para isso realizamos uma pesquisa qualitativa e bibliográfica sobre o tema Residência Multiprofissional em Saúde e Serviço Social utilizando-se da observação participante que permitiu conhecer o universo da pesquisa, ou seja, a relação da Residência Multiprofissional e a atuação do assistente social como preceptor e sua realidade. A Residência Multiprofissional de Saúde da FSCMP é realizada em parceria com a Universidade do Estado do Pará (UEPA), instituição de ensino superior responsável pelos eixos teóricos transversais e a FSCMP responsável pelos eixos específicos e cenários de práticas dos residentes. A FSCMP oferece a residência multiprofissional em saúde desde 2012 tendo como área de concentração a saúde da mulher e da criança, atendendo as seguintes categorias: Serviço Social, Psicologia, Enfermagem, Nutrição, Farmácia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Até 2012, a realidade das Residências Multiprofissionais em Saúde, estavam bem distante da Região Norte, portanto, quando de fato esta se estabeleceu como uma realidade no cenário profissional da Instituição, chegou sem ter sido discutida com as categorias profissionais, podemos até afirmar como profissional que atua na FSCMP, que a RMS primeiro foi implantada e posteriormente e paulatinamente os profissionais foram sendo informados da existência da mesma no contexto institucional. Diante desse cenário e sem ter dado conta de preparar os profissionais da assistência para o exercício da preceptoria, sem ter apresentado o Projeto de Residência Multiprofissional em Saúde para estes profissionais, a RMS da FSCMP foi sendo acumulando problemas que têm se intensificado, no que se refere a integração ensino-serviço. Nesse cenário, podemos citar sem medo de errar, já que estamos envolvidos nesse contexto, que os principais nós críticos são: a comunicação inadequada entre coordenação da Residência, Coordenadores/Tutores, Preceptores e residentes; ausência de canal de diálogo entre preceptores e FSCMP/UEPA; ausência de capacitação em preceptoria e a inexistência de incentivos para que profissionais se tornem preceptores. É nessa conjuntura que o Serviço Social está inserido, procurando se estabelecer enquanto categoria formadora de profissionais comprometidos com a efetivação do Sistema Único de Saúde e com a garantia da qualidade dos serviços ofertados, contribuindo desta forma para a integralidade ensino-serviço. O SERVIÇO SOCIAL NA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL DA FSCMP: entre avanços e desafios A categoria profissional de Serviço Social vem ao longo dos anos se constituindo um forte aliado das conquistas da Reforma Sanitária, bem como, vem garantindo nos seus espaços e processos de trabalho, a discussão da saúde com o viés da integralidade, com uma concepção de saúde biopsicossocial, cultural e econômico, colaborando para práticas democráticas, interdisciplinares que vêem no diálogo espaços profundos de exercício de cidadania e de protagonismo dos usuários dos serviços de saúde. É neste marco da disputa e constituição de projetos coletivos que se situa o projeto ético-político profissional da categoria e estabelece um forte e necessário vinculo com o projeto da Reforma Sanitária que defende o viés da saúde coletiva, enquanto bandeira de luta para desbancar a visão hospitalocêntrica e centrada na conduta médica. Podemos afirma que ambos os projetos, da reforma Sanitária e do Ético Profissional do Serviço Social, se expressam na defesa da ampliação de abordagens coletivas e na prática de processos de trabalhos que priorizem a democratização de ações interdisciplinares tendo como horizonte a formação de profissionais de saúde pautada no fortalecimento do SUS. Neste sentido os programas de RMS são estratégias de qualificação profissional que corrobora para a intervenção do Serviço Social na área da saúde, pois apresenta em sua composição uma proposta que insere as expressões da questão social, no contexto do processo saúde-doença. Portanto nos Programas de RMS perpassa a formação no serviço e os espaços de discussão teórico-prático interdisciplinar que insere o Serviço Social, enquanto reconhecidamente um profissional da área da saúde. (Resoluções do Conselho Nacional de Saúde nº. 218, de 06 de Março de 1997, e do Conselho Federal de Serviço Social nº. 383, de 1999, além da Resolução nº. 196 de 1996). Porém necessário se faz a discussão e a visibilidade das dificuldades enfrentadas no processo de efetivação da RMS da FSCMP, mais especificamente dos problemas e limites encontrados pela categoria profissional para o exercício da preceptoria na residência. Sobre o processo de trabalho na RMS e então elencamos aos entraves/limites para a formação em serviço, foram elas: A falta de capacitação/formação para os preceptores; A não definição de carga horária para os preceptores orientarem os residentes; O completo desconhecimento do conteúdo programático do eixo transversal e horário das aulas dos residentes na UEPA; A inexistência de reuniões sistemáticas entre COREMU/preceptores/tutores e residentes para resolver esses entraves; A ausência de diálogo entre UEPA e COREMU sobre a formação em serviço; Não disponibilidade de carga horária para os tutores ministrarem as aulas dos eixos teóricos; O acúmulo nas orientações de pesquisa para qualificação dos residentes do 1º ano e Trabalho de Conclusão de Residência dos residentes do 2º ano; A ineficiência de diálogo entre Tutores e COMEMU; E quanto aos desafios elencamos alguns, que precisam ser trabalhados com cautela e com a esperança de que é possível conseguir realiza-los, são eles: Criar um canal permanente de diálogo entre UEPA/FSCMP; Garantir capacitação e educação continuada aos preceptores; Garantir carga horária na jornada de trabalho dos preceptores e tutores para garantir a formação ensino-serviço; Possibilitar os fóruns e seminários estaduais das RMS; Possibilitar a inserção dos preceptores-tutores-residentes nos congressos, fóruns e encontros nacionais sobre RMS; Garantir o viés da integralidade na formação ensino em serviço; Possibilidade a discussão da singularidade das comunidades tradicionais da Amazônia; Implantar condições de monitoramento e avaliação da RMS, para equacionar possíveis falhas; Não permite que a rotina do trabalho intenso, deixe de pensar a formação numa concepção ampliada de saúde; Fomentar práticas interdisciplinares dos eixos específicos das categorias participantes da RMS. Podemos começar as mudanças por alguns desses desafios e posteriormente ir agregando os demais. O importante é começar e permitir que as críticas feitas, possam servir como horizonte para a construção coletiva da política de saúde para a região norte, mas especificamente das populações amazonidas. Podemos dizer que para o Serviço Social os avanços e desafios da RMS estão constituídos na relação dialética estabelecida na sociedade e, portanto, o cuidado deve estar presente na perspectiva crítica que constrói e agrega ao trabalho profissional uma relação de inclusão, escuta e reconhecimento do outro e de sua alteridade como forma de acolhimento e qualidade da atenção. Então podemos concluir com esse trabalho que a RMS vem se constituindo ao longo dos anos uma modalidade de ensino em serviço que coadunam com os princípios do projeto ético profissional do Serviço Social e fortalecem a categoria para o enfrentamento as questões sociais evidenciadas na relação profissional/usuário.