111: A formação na relação com os serviços: experiências das residências em saúde
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 02 Sala 11 - Piracuí    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
1801 CÍRCULO DE APRENDIZAGENS EDPOPSUS: A FORMAÇÃO DOS EDUCADORES POPULARES NO CEARÁ
Vera Lúcia Azevedo Dantas, MAYANA AZEVEDO DANTAS, MAYANA AZEVEDO DANTAS, Thayza Miranda Pereira, MAYANA AZEVEDO DANTAS, Thayza Miranda Pereira, Raimundo Félix de Lima, Maria Rocineide Ferreira da Silva, Thayza Miranda Pereira, Gislei Siqueira Knerim, Raimundo Félix de Lima, Raimundo Félix de Lima, Maria Rocineide Ferreira da Silva, Maria Rocineide Ferreira da Silva, Gislei Siqueira Knerim, Gislei Siqueira Knerim

CÍRCULO DE APRENDIZAGENS EDPOPSUS: A FORMAÇÃO DOS EDUCADORES POPULARES NO CEARÁ

Autores: Vera Lúcia Azevedo Dantas, MAYANA AZEVEDO DANTAS, MAYANA AZEVEDO DANTAS, Thayza Miranda Pereira, MAYANA AZEVEDO DANTAS, Thayza Miranda Pereira, Raimundo Félix de Lima, Maria Rocineide Ferreira da Silva, Thayza Miranda Pereira, Gislei Siqueira Knerim, Raimundo Félix de Lima, Raimundo Félix de Lima, Maria Rocineide Ferreira da Silva, Maria Rocineide Ferreira da Silva, Gislei Siqueira Knerim, Gislei Siqueira Knerim

O EDPOPSUS é uma iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com a FIOCRUZ, para efetivar a Política Nacional de Educação Popular em Saúde(PNEPS-SUS) no Brasil e que se orienta prioritariamente para Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Vigilância à Saúde. Com o objetivo de fortalecer a práxis dos trabalhadores em saúde ancorando-a no referencial político-metodológico da educação popular em saúde, o curso propõe-se a contribuir com o cuidado, a participação e mobilização popular nos territórios, promover o reconhecimento e a aproximação dos educandos com esses referenciais e práticas, com os saberes tradicionais e a diversidade cultural e assim fomentar a implementação da PNEPS-SUS tendo como foco os territórios Atenção Primária a Saúde. No Ceará, o curso chegou à sua segunda edição. A primeira envolveu 2.193 educandos, distribuídos em 7 municípios e 3 macrorregiões. Na edição atual, a primeira etapa envolveu quatro municípios. todos partícipes da edição anterior e na segunda, em processo de formação dos educadores, 12 munícipios. Em ambas as edições o grupo de coordenação local considerou a importância de pensar a formação pedagógica dos educadores do curso como estratégia de educação permanente, de construção coletiva de processos e de sistematização do percurso, considerando o protagonismo dos diversos sujeitos envolvidos. Este trabalho objetiva produzir reflexões acerca da formação dos educadores populares do EDPOPSUS no Ceará; descrever a construção metodológica do processo; analisar como os princípios da cooperação, da construção coletiva, da amorosidade e da emancipação se efetivam na proposta; analisar o envolvimento dos diversos sujeitos no processo; e refletir sobre o papel da arte e da cultura popular na construção do percurso pedagógico. Este relato de experiência ancora-se nos princípios pedagógicos da educação popular, tendo como referência principal os círculos de cultura e a cenopoesia, que se articulam a partir da metodologia cirandas de aprendizagem e pesquisa (DANTAS, 2009). Partindo dos círculos de cultura, buscou-se relacionar os saberes prévios dos educadores com os eixos e temas do curso, propiciando a problematização destes, a partir de narrativas, músicas, poesias e outras linguagens, mediadas por palavras e questões problematizadoras e pela imersão nos textos do curso resultando na produção de sínteses, articuladas pela linguagem cenopoética (BRASIL, 2013) com a possibilidade de se constituírem instrumentos pedagógicos a serem usados em sala de aula. Neste sentido, a ideia de encontros produzidos pelo cuidado foram fundamentais para preparação do ninho anímico e a ideia da feira do soma sempre, pautada na ideia de que os seres agem e interagem permanentemente no sentido de construir novas possibilidades de ser e agir. A Feira do Soma Sempre tem como referência a proposição que o conhecimento não se troca e sim se compartilha e que e pode acrescer ao que já se pensou os aprendizados com a experiência de outrem. Esta tem se constituído uma inovação tecnológica do percurso no Ceará  no dizer dos partícipes.  O processo formativo organizado em 40 horas, representou a terceira etapa da seleção dos educadores e envolveu 19 educadores pré-selecionados. A opção inicial foi considerar a experiência prévia destes como fio condutor, em diálogo com os 6 eixos temáticos do curso. Para isso se lançou mão de um jogo cenopoético organizado com narrativas objetivando captar o que cada um trazia como potência pedagógica dialogando com o eixo temático sobre a gestão participativa do curso. O círculo de cultura foi a abordagem escolhida para discutir a questão do território, pautando a identidade de classe dos trabalhadores a partir de uma análise conjuntural construída com ancora na experiência do MST, assim como a educação popular no processo de trabalho, processo saúde-doença, práticas de cuidado, determinação social da saúde. O percurso foi revelador da potência da arte no fomento da criatividade e expressividade, na construção de laços amorosos e de produtos pedagógicos como cordéis, estandartes, músicas, poesias, narrativas, que foram posteriormente incluídas nas experiências em sala de aula. A continuidade do processo vem se dando com a produção coletiva das sistematizações das experiências vividas em sala de aula e nas ações do trabalho de campo, pautadas na interface entre a sistematização de experiências proposta por Oscar Jara Holliday, nos círculos de cultura e nas narrativas autobiográficas. A experiência ainda está em curso considerando que uma nova turma de educadores está vivenciando o processo formativo para atuar em 12 municípios em 05 regiões diferenciadas do estado. De modo geral o conjunto de atores que dela tem participado, têm afirmado que esta tem se constituído uma possibilidade de efetivar processos pedagógicos que ao mesmo tempo possam problematizar o cotidiano, desvelar as relações de opressão presentes nos territórios, sem desconsiderar o saber-de- experiência-feito dos educadores populares e incluindo a arte, a criatividade, a cooperação e a amorosidade como dimensões fundamentais dos processos de aprendizagens. Outro aspecto relevante dessa experiência é a oportunidade dos partícipes desse processo formativo se colocarem ao mesmo tempo como educadores e educandos compreendendo que ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender (FREIRE, 2009). É importante ainda referendar a cenopoesia, linguagem sistematizada por Ray Lima e que se propõe a efetivar o diálogo entre as diversas linguagens da arte de forma horizontal possibilitando a produção de sínteses e, ao mesmo tempo, problematizar a realidade produzindo uma espécie de polifonia, ou seja um modo de harmonizar as vozes dissonantes sem apaga-las. A experiência desvela ainda, os diversos modos de se realizar um círculo de cultura de forma a produzir aprendizados e construção de consciência crítica para transformação da realidade. O processo formativo parece estar se constituindo disparador importante para ampliar o conjunto de atores envolvidos com a perspectiva de implementar a PNEPS SUS e as políticas de promoção da Equidade em Saúde.  Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio a Gestão Participativa. De Sonhação a vida é feita, com crença e luta o ser se faz: roteiros para refletir brincando: outras razões possíveis na produção de conhecimento e saúde sob a ótica da educação popular. Brasília: MS, 2013.n FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2000.(Coleção Leitura) . DANTAS, V.L.A. Dialogismo e arte na gestão em saúde: a perspectiva popular nas Cirandas

1436 (DES)TERRITORIALIZAÇÕES NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: A CARTOGRAFIA NA FORMAÇÃO RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE
Cássio Marques Ribeiro, Antônio Vladimir Félix Silva, Aldilania Pereira Sousa Pereira Sousa, Brena Dielle Anastacio de Sousa Anastacio de Sousa, Jamilia Soares de Farias, Nara Bezerra Custódio Mota, Luis Rocildo Caracas Vieira e Souza, Antonio Charles de Oliveira Nogueira

(DES)TERRITORIALIZAÇÕES NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: A CARTOGRAFIA NA FORMAÇÃO RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE

Autores: Cássio Marques Ribeiro, Antônio Vladimir Félix Silva, Aldilania Pereira Sousa Pereira Sousa, Brena Dielle Anastacio de Sousa Anastacio de Sousa, Jamilia Soares de Farias, Nara Bezerra Custódio Mota, Luis Rocildo Caracas Vieira e Souza, Antonio Charles de Oliveira Nogueira

A Cartografia está voltada para o acompanhamento de percursos, implicação em processos de produção, conexão de redes ou rizomas, investigação das formar de produção da subjetividade. O ato de Cartografar refere-se à capacidade de criar mapas, mapas moventes, atentando para as linhas que os contornam, enxergando o modo como se processa esse contorno no mundo. Trata-se de analisar as linhas de forças, as tensões, os movimentos que esses territórios mapeados se constituem esse fazer contínuo, sempre em constante mapeamento, mutante. Esta é uma publicação/partilha dos diários cartográficos produzidos na experimentação de devir residente em Saúde da Família - SF, ou seja, um Relato de Experiência, da importância da cartografia na formação Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará – RIS/ESP/CE, na cidade de Tauá, Ênfase Saúde da Família. O cenário de prática da ênfase Saúde da Família e Comunidade, no contexto da RIS, compõe-se por duas Unidades Básicas de Saúde - UBS, nas quais há residentes inseridos em quatro equipes de Estratégia de Saúde da Família - ESF, sendo esse o território que ocupou/materializou esse estudo.  Como objeto desse estudo tomamos a potência da experimentação da cartografia na formação RIS, nossos objetivos - geral: a) cartografar os territórios existenciais e processos de subjetivação que compõe as ESF no cenário de prática ris; específicos: b) caracterizar os territórios existenciais dos usuários  alvos do cuidado em saúde; c) analisar processos de subjetivação dos profissionais da saúde da família. Para isso, foi realizada a territorialização em saúde e a experimentação da construção do Fluxograma Analisador com as equipes de referência SF, apoio a SF e residentes em SF. O fluxograma analisador foi usado como uma ferramenta para questionar os objetivos dos processos de trabalho do serviço, interrogando os “para que”, os “que” e os “como” desses processos, operando na autoanálise e autogestão do trabalho. Já o processo de territorialização consistiu no conhecimento dos determinantes e condicionantes sociais/ambientais/históricos/políticos/econômicos que atravessam a histoória do lugar e das pessoas que habitam determinada área geográfica, os quais influenciam na construção da saúde, bem como os processos de subjetivação aí emaranhados. Os resultados da análise dos processos de subjetivação e caracterização dos territórios existenciais dos residentes, trabalhadores e usuários das ESFs cenário de prática desse estudo apontam para desejos de mundo, expressando linhas de forças da vida molar, maleável e molecular, segmentaridade e singularidade, bem como processos de territorialização e desterritorialização. Permitiu ainda o conhecimendo dos fluxos e processos de trabalho na unidade de saúde, visualizando onde deve haver melhorias para otimizar os processos e oferecer melhor acolhimento/resolutividade das necessidades de saúde dos usuários, bem como os movimentos/momentos de potência de vida dos trabalhadores/profissionais nessa delicada construção do cuidado em saúde.

966 O Estudo de Caso como recurso pedagógico para pensar a prática do Assistente Social em saúde: A construção de um roteiro para o campo da Oncologia
Claudia Domingues Guimarães, Ana Laura Borges Aranda, Eliane Figueiredo de Lima, Jessica de Jesus Kós, Sandra Corrêa de Almeida Diniz

O Estudo de Caso como recurso pedagógico para pensar a prática do Assistente Social em saúde: A construção de um roteiro para o campo da Oncologia

Autores: Claudia Domingues Guimarães, Ana Laura Borges Aranda, Eliane Figueiredo de Lima, Jessica de Jesus Kós, Sandra Corrêa de Almeida Diniz

Apresentação: O instrumento pedagógico, que é objeto deste resumo, foi construído envolvendo 5 Assistentes Sociais (4 residentes e 1 preceptora) do Programa de Residência Multiprofissional em Oncologia do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. O objetivo do roteiro foi subsidiar o processo de preceptoria em Oncologia, fomentando a relação teoria-prática, na discussão de casos atendidos pelas autoras. Desenvolvimento do trabalho: A elaboração do roteiro para estudo de caso em Oncologia ocorreu por meio de cinco etapas. A primeira consistiu em levantamento bibliográfico, utilizando-se as bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), tendo como critério de inclusão referências em língua portuguesa sobre duas temáticas: estudo de caso como técnica de pesquisa e como estratégia de ensino em ciências sociais aplicadas, humanas e da saúde, excluindo-se obras com mais de 10 anos de publicação. A segunda etapa caracterizou-se pela leitura e discussão das referências bibliográficas, apresentadas pelas residentes em aula sob a forma de seminários, com produção de sínteses coletivas para apropriação da metodologia do estudo de caso e sua relevância para a pesquisa e o ensino. A última etapa consistiu na apresentação e discussão em grupo de casos atendidos pelas autoras, a partir da aplicação do roteiro construído coletivamente. Resultados e/ou impactos: O roteiro para estudo de caso em Oncologia construído pelas autoras ficou composto por cinco eixos temáticos. O primeiro deles, que denominamos “eixos norteadores do estudo caso”, destina-se à exposição do(s) motivo(s) que levaram à seleção do caso para a análise e discussão. Deverá ser respondido no início do estudo, de forma clara e objetiva, a fim de caracterizar a importância do caso para o ensino e a aprendizagem. O segundo, denominado “identificação do caso”, objetiva apresentação dos dados considerados relevantes para problematização das questões de gênero, faixa etária, religião, territorialidade, escolaridade, estado civil, profissão e diagnóstico, bem como informações complementares, quando se fizer necessário para melhor discussão do caso. O terceiro eixo temático refere-se aos “aspectos sociais” e visa caracterizar a realidade social do usuário atendido, bem como sua inserção em redes de proteção e apoio, acesso a políticas públicas e a direitos sociais, condições de moradia, trabalho e renda para enfoque dos determinantes sociais do adoecimento. Destina-se ainda a apresentação da trajetória na busca pela assistência à saúde, os entraves para acesso e garantia a esse direito nos cenários de prática. Também deve abordar o plano de cuidados, identificando se o mesmo foi construído a partir de um conceito ampliado de saúde ou pautado em um plano terapêutico individualizado; se houve construção de uma conduta pela equipe multiprofissional e entendimento do usuário como sujeito deste processo ou não. É fundamental para a compreensão da racionalidade que embasa a assistência à saúde desde o diagnóstico, passando pelo tratamento até a indicação de cuidados paliativos. Na problematização de todos estes elementos, o residente deverá buscar, nas fontes consultadas (prontuários, entrevistas, documentos, etc.), as informações do caso, refletindo sobre as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre a intervenção profissional realizada, seus limites e possibilidades na garantia de direitos, permitindo a discussão sobre os entraves para inserção dos cidadãos nas políticas de saúde, assistência, habitação, educação, assim como os obstáculos por eles enfrentados no acesso ao diagnóstico precoce e tratamento das neoplasias malignas em tempo hábil, nos termos da legislação brasileira vigente. Considerando que nenhum saber e nenhuma prática profissional são neutros, o quarto eixo temático denominado “fundamentação teórica”, destina-se à apresentação sobre o referencial teórico, ético e político que orientou não só a intervenção, mas também a análise sobre o caso estudado, com indicação dos autores e das referências bibliográficas que embasaram o estudo. Por fim, o quinto eixo temático, denominado “discussão”, tem como objeto a abordagem dos fatores e circunstâncias facilitadoras ou que geraram dificuldades para a intervenção e os encaminhamentos, tanto no nível individual quanto no âmbito mais amplo, relacionado à esfera das políticas sociais. Objetiva a mediação entre a intervenção prática e o universo teórico, refletindo sobre habilidades adquiridas para o profissional, no caso estudado. Considerações finais: A reflexão sobre o estudo de caso como instrumento pedagógico para a formação profissional em serviço, assim como a construção do roteiro, significou para as Assistentes Sociais incluídas nesta atividade (preceptora e residentes), mais do que a descrição de situações atendidas nos cenários de prática. Consistiu num recurso para o desvelamento da realidade, através do pensar reflexivo e crítico acerca das expressões da questão social subjacentes a cada caso de adoecimento e sobre as políticas sociais nas quais se encontram inseridos ou excluídos os cidadãos, tendo em vista os determinantes socioeconômicos e políticos. Além disso, a realização de estudos de caso com o roteiro contribuiu para a formação profissional por ampliar a compreensão sobre adoecimento por câncer, os impactos objetivos e subjetivos do diagnóstico e do tratamento para o usuário, sua rede de apoio e para aqueles que exercem o cuidado em saúde, considerando as relações sociais de trabalho, de gênero, étnico-raciais, culturais, religiosas e as representações sociais sobre a doença e a morte. Esse exercício foi favorável ainda para aumentar a autonomia profissional em situações complexas, no trabalho em equipe multiprofissional e na tomada de decisões diante das demandas sociais apresentadas, sendo, por isso, instrumento facilitador para pensar e repensar a prática do Assistente Social no campo da Oncologia. Portanto, na correlação da teoria com a prática cotidiana, entendemos o estudo de caso como um importante recurso pedagógico, podendo-se afirmar que o roteiro contribuiu para: • qualificar a formação do profissional de Serviço Social em saúde, especificamente nos cenários de prática em Oncologia; • estimular o desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes do residente na tomada de decisões diante de situações reais; • pensar a importância da atuação em saúde, na perspectiva interdisciplinar, com vistas à atenção integral; • refletir sobre limites e possibilidades de intervenção profissional no contexto da sociedade brasileira contemporânea. A vivência da oficina sobre estudo de caso, que culminou com a elaboração coletiva do roteiro, foi uma importante experiência de ensino e aprendizagem para a equipe envolvida, iluminada pela concepção pedagógica problematizadora que muito contribuiu para relacionar a prática profissional às teorias que norteiam o trabalho do Assistente Social. Resultou na construção coletiva de um instrumento pedagógico para reflexão crítica sobre a atuação do Serviço Social no campo da Oncologia e também com aplicabilidade concreta para a discussão sobre as práticas em saúde de um modo geral. Destacamos a potencialidade desta experiência para as demais profissões integrantes dos programas de Residência Multiprofissional em Saúde no sentido de qualificar o processo de formação em serviço por meio de: (a) oficinas de estudos de casos em equipes multiprofissionais em que o roteiro possa contribuir para ampliar a concepção de saúde dos outros profissionais, fomentando a compreensão sobre os determinantes sociais do adoecimento; (b) atividades teórico-práticas multiprofissionais em que residentes e preceptores de diversas categorias profissionais possam trocar saberes na construção de metodologias coletivas de ensino, considerando a utilização das técnicas de pesquisa qualitativa como ferramentas úteis também para o ensino e a reflexão sobre práticas integradas em saúde.

1040 ODONTOLOGIA E GESTÃO EM SAÚDE: A VIVÊNCIA DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE BELÉM-PARÁ
DIMITRA CASTELO BRANCO, AMANDA MENEZES MEDEIROS, PETTRA BLANCO LIRA MATOS, ALESSANDRA DOS SANTOS TAVARES VIEIRA, ISABELA OLIVEIRA SANTOS, ANDRÉA CRISTINA MARASSI LUCAS, SANDRO PAVÃO, KELLY LENE LOPES CALDERADO EUCLIDES, LILIANE SILVA DO NASCIMENTO

ODONTOLOGIA E GESTÃO EM SAÚDE: A VIVÊNCIA DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE BELÉM-PARÁ

Autores: DIMITRA CASTELO BRANCO, AMANDA MENEZES MEDEIROS, PETTRA BLANCO LIRA MATOS, ALESSANDRA DOS SANTOS TAVARES VIEIRA, ISABELA OLIVEIRA SANTOS, ANDRÉA CRISTINA MARASSI LUCAS, SANDRO PAVÃO, KELLY LENE LOPES CALDERADO EUCLIDES, LILIANE SILVA DO NASCIMENTO

Apresentação: As residências multiprofissionais, regulamentadas no ano de 2005 pela Lei n° 11.129, são norteadas pelas diretrizes e princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e se utilizam de estratégias de educação permanente, baseando-se nas especificidades locais para as diversas áreas da saúde com o objetivo de formar profissionais que atuem de maneira diferenciada no SUS, com a construção de novos saberes e a desconstrução de práticas antigas de saúde. A multiprofissionalidade é uma das estratégias do sistema de saúde, focada na prática integrada e articulada entre as profissões do setor saúde para garantir uma integralidade do cuidado efetiva. No âmbito da Estratégia de Saúde da Família (ESF), as residências têm um papel formador e de qualificação de profissionais de saúde para o trabalho na lógica de mudança do modelo de organização da atenção básica. Nesse processo formador é de grande relevância a inclusão das práticas de gestão para a formulação de ações e políticas de saúde, bem como, à coordenação do processo de trabalho de equipes de saúde da família. Objetivo: Pretende-se relatar experiência vivida por residente em odontologia de saúde da família junto à coordenação do distrito administrativo do Guamá (DAGUA) e ao Departamento de Ações em Saúde (DEAS) da Secretaria Municipal de Saúde de Belém do Pará (Sesma). Descrição da Experiência: A coordenação distrital é responsável por supervisionar e apoiar o serviço e processos de trabalho nas Unidades de Saúde da Família (USF). Para a gestão de saúde, a cidade de Belém é dividida em distritos sanitários. O DAGUA possui as Unidades Básicas de Saúde (UBS) nos bairros da Côndor, Terra Firme, Jurunas, Guamá e Cremação e as seguintes USF: Combú; Radional; Riacho Doce; Terra Firme; Côndor; Parque Amazônia I e II. Todas as UBS possuem consultório e atendimento odontológico e entre as USF, somente a Radional possui equipe de saúde bucal. Nesse contexto, as atividades desenvolvidas durante a vivência de três meses na coordenação distrital, que envolveram a coordenação, supervisão e avaliação das equipes de saúde da família, foram as seguintes: participação em visitas técnicas nas USF, momento no qual são avaliados o desempenho dos serviços e o processo de trabalho de todos os profissionais das unidades, apontando-se os aspectos que devem ser melhorados, além disso, são realizados levantamentos das pendências que podem ser solucionadas com o apoio da coordenação distrital; participação e colaboração em reuniões distritais realizadas mensalmente que são espaços de integração e diálogo da coordenação do distrito com as equipes e dos profissionais das equipes entre si, visando à realização de discussões a cerca das dificuldades e êxitos vivenciados pelas equipes, além disso, nesses encontros são divulgadas notas técnicas de instâncias superiores, novas portarias, campanhas e eventos de capacitação e qualificação das equipes; acompanhamento do fechamento mensal do boletim de frequência pessoal dos funcionários das USF do DAGUA, com a presença de membros das equipes, momento no qual avalia são avaliadas a assiduidade e frequência dos profissionais que compõem as equipes de saúde do distrito; participação na elaboração de memorandos e pareceres; elaboração de material didático instrucional de saúde bucal para serem utilizados campanhas e eventos realizados nas unidades; elaboração, programação e participação em ações campanhas específicas de promoção e prevenção na área de saúde bucal para as comunidades e USF; elaboração de respostas às demandas judiciais; revisão e atualização de protocolos e fluxos assistenciais de saúde bucal do município de Belém; participação em capacitações (cursos e oficinas) desenvolvidas para gestores pela Sesma; participação em reuniões da comissão de integração ensino-serviço; participação em atividades do PET-GraduaSUS de enfermagem e odontologia, coorientando alunos de graduação a cerca do processo de gestão, bem como, realizando articulações entre os gestores de unidades e os tutores do PET; diálogo com os demais setores da secretaria de saúde para conhecimento mais aprofundado da rede de atenção à saúde no município; participação na elaboração e organização de capacitações das equipes de saúde com relação as etapas do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ); participação de debates nas pré-conferências municipais de saúde. Todas as atividades foram desenvolvidas com a participação multiprofissional, da preceptoria, demais profissionais da Sesma e residentes deste e outros Programas de Residência Multiprofissionais. Resultados e/ou impactos: Neste período de vivência conseguiu-se participação e envolvimento nos processos decisórios relacionados à gestão municipal de saúde. Houve importante troca de conhecimentos e aprendizado, bem como, integração multiprofissional com a preceptoria e com os demais profissionais da Sesma e da residência. Por parte dos profissionais da secretaria, percebeu-se maior compreensão da importância da integração ensino-serviço proporcionada pela presença da residência nos serviços e na gestão de saúde. Além disso, houve interação com a comunidade e equipes de saúde da família, com a relevante participação nos processos decisórios que afetam diretamente o processo de trabalho dessas equipes. A gestão municipal de saúde, com o apoio estadual e federal, é fundamental para a garantia do acesso aos serviços de saúde pela população. Dessa maneira, investir na formação e qualificação de profissionais, por meio de Programas de Residência Multiprofissionais em Saúde da Família, tornando-os capazes para trabalhar e lidar com os desafios que envolvem as atividades de gestão de saúde é essencial para que os serviços sejam ofertados com melhor qualidade, seguindo os preceitos do SUS. Considerações finais: Observamos que os objetivos propostos para essa vivência foram alcançados. Nesse período de experiência a residente pode se deparar com diversas situações positivas e negativas que cercam a gestão de serviços de saúde no âmbito da atenção básica. Os grandes desafios encontrados durante essa experiência na gestão foram: lidar com as questões políticas e de articulação que caracterizam a gestão em saúde no município de Belém; a administração do trabalho em equipe e fazer com que a comunicação flua de maneira satisfatória entre as categorias profissionais. A preceptoria dedicada e comprometida foi fundamental para o melhor aproveitamento da vivência e para que o processo de aprendizagem fosse viável e bastante proveitoso. Trabalhar com a programação de ações em saúde baseada de maneira mais aprofundada nos perfis de saúde das comunidades e nos indicadores de saúde, seria um incremento para a melhoria da vivência dos residentes no campo de prática da gestão em saúde.

2387 PRÁTICAS INTEGRATIVAS ENTRE RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM OBSTÉTRICA E GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UMA NOVA PERSPECTIVA DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Anny Beatriz Costa Antony de Andrade, Barbara Misslane Cruz Castro, Érica Dos Santos Navegante, Marcia Farias de Amorim, Maria Aurizete Xisto, Maria Suely Souza Pereira, Semirames Cartonilho de Souza Ramos, Ilse Sodre da Mota

PRÁTICAS INTEGRATIVAS ENTRE RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM OBSTÉTRICA E GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UMA NOVA PERSPECTIVA DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Autores: Anny Beatriz Costa Antony de Andrade, Barbara Misslane Cruz Castro, Érica Dos Santos Navegante, Marcia Farias de Amorim, Maria Aurizete Xisto, Maria Suely Souza Pereira, Semirames Cartonilho de Souza Ramos, Ilse Sodre da Mota

Apresentação: Para a construção de uma sociedade mais ativa, que busque o seu desenvolvimento, é necessário pensar na tríade ensino, pesquisa e extensão, de maneira articulada. Neste contexto, as universidades estarão cumprindo, sua função social, ao gerar e difundir o saber, integrado na realidade social na qual estão inseridas, de modo a oferecer soluções às dificuldades apresentadas e garimpadas pela sociedade e pelos professores e alunos universitários, o que resultará na melhoria das condições de vida da população em geral. Neste sentido, a Residência Multiprofissional em Saúde e em Área Profissional da Saúde do HUGV/UFAM constitui-se em ensino de pós-graduação lato sensu, destinada a profissões da área de saúde, sob a forma de curso de especialização caracterizado por ensino em serviço. Este trabalho tem como objetivo, relatar a interação das enfermeiras residentes em obstetrícia com alunos de graduação médica e de enfermagem.  Desenvolvimento do trabalho: A interação e troca de conhecimentos entre os residentes e os graduandos é comum e acontece em diversas oportunidades através de oficinas, laboratórios da Escola de Enfermagem de Manaus e Hospital Universitário Getúlio Vargas, e campos de prática dos discentes na disciplina de saúde da mulher e obstetrícia. O contato prévio com os acadêmicos de medicina ocorreu com a entrada das residentes no projeto de extensão Saúde e Cidadania da Universidade Federal do Amazonas e posteriormente com as atividades do projeto em campo. Esse encontro acontece todo semestre ou antes do início de novos acadêmicos em campo de prática. Resultados e/ou impactos: A parceria com os acadêmicos aconteceu em diversos momentos, desde o planejamento prévio de atividades para o desenvolvimento das ações de saúde, que beneficiam a população, usuária dos serviços de saúde no interior do Amazonas, até consultas em saúde da mulher. Esses atendimentos funcionaram em equipe multiprofissional, onde a usuária especificava sua dúvida ou queixa. As atividades conjuntas foram sobre: promoção de saúde referente ao câncer de colo de útero e mama, com as grávidas: aleitamento materno, sinais de parto, direitos sexuais reprodutivos, cuidados com o recém-nascido, consultas de pré-natal e coleta do exame citopatológico, dramatizações sobre infecções sexualmente transmissíveis. Considerações finais: Houve a tríade ensino-pesquisa-extensão. A interação entre residentes e acadêmicos foi promissora de ambas as partes, pois favorece um conhecimento mais abrangente por focalizar diferentes níveis de ensino, em diferentes áreas da universidade, proporcionando uma maior reflexão por parte dos atores sociais. Abre-se, a partir dessa exposição, a discussão sobre a necessidade de realizar mudanças no vigente modelo de formação profissional para um modelo que leve em conta a humanização do cuidado.

2487 Nuestro norte és el Sur: Vivência de Estágio Eletivo da Residência de Saúde Coletiva no Sistema de Saúde do Uruguai
Flaviano Palmeira Santos, Emmanuela Mendes Amorim

Nuestro norte és el Sur: Vivência de Estágio Eletivo da Residência de Saúde Coletiva no Sistema de Saúde do Uruguai

Autores: Flaviano Palmeira Santos, Emmanuela Mendes Amorim

Esse estudo tem como objetivo analisar minha vivência enquanto residente brasileiro no sistema de saúde publica do Uruguai e, assim, contribuir para a reflexão da área no sentido do fortalecimento de sua produção, e, ainda, estimular outros profissionais em processo de formação a realizarem intercâmbio na América Latina. Diante de tantas inquietações em relação à formação a partir da prática, foi se potencializando o projeto de articular estágio em outro país, para vivenciar como se caracteriza ações e serviços em um sistema de saúde estrangeiro e qual a relação desse sistema, ações e serviços de saúde em comparação ao SUS. Mas para o estágio acontecer, era preciso forjar articulações. Nesse sentido, a proposta desse estágio partiu do meu desejo enquanto Residente em ter uma experiência nômade de produção de cuidado em um território internacional, de vivenciar outro sistema e rede de atenção em saúde, que complementasse a vivência enquanto profissional residente na dimensão  pessoal-profissional, no campo sociocultural articulado às produções científicas. Foi através de mediação – trocas de mensagens via facebook e correio eletrônico - com os profissionais de saúde da Unidade Docente Assistencial – Saint Bois, conseguido através de residentes que haviam realizado essa vivência, que se agenciou essa oportunidade de vivência , tendo um profissional Médico e Especialista em Saúde da Família e Comunidade, como profissional de referência e responsável pela  tutoria do estágio. A Faculdade de Medicina da Universidade de la Republica do Uruguai, assumiu um compromisso de ampliar e aprofundar relações entre instituições de  ensino internacionais, favorecendo intercâmbios e cooperações em diversas modalidades e vem assim, nos  últimos anos, estabelecendo parcerias com instituições e universidade de vários países para recepção de estudantes em processo de formação. Para o processo de formalização do convênio entre as instituições, foi necessário encaminhar uma carta de intenções a coordenação do Departamento de Medicina e Comunidade da Faculdade de Medicina - UdelaR, apresentando algumas propostas de atividades a serem desenvolvida durante a vivência, que seguem: Conhecer o modelo de atenção à saúde do Uruguai e a dinâmica do processo de trabalho nos diversos níveis de atenção; Vivências nos espaços institucionais de saúde a sua relação com os usuários e o desenvolvimento do controle social; Conhecer as atividades desenvolvidas de promoção, prevenção e reabilitação em saúde, saúde mental, saúde no campo; Vivência o trabalho dos consultórios de saúde livre de homofobia e as práticas de cuidado integral com a população transexuais; Conhecer a proposta de atenção integral da interrupção voluntária da gestação e o processo de trabalho das equipes; Entender o processo histórico do sistema de saúde publica e conhecer os caminhos da reforma psiquiátrica. Trata-se de um estudo qualitativo de inspiração cartográfica, com uso de mapa analítico. O cenário do estudo foram os processos formativos em saúde, durante as experiências no programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva da Prefeitura da Cidade do Recife e no intercâmbio vivenciado no Sistema de Saúde Publica na Cidade de Montevideo-Uruguai. A elaboração desse artigo seguiu em três etapas, a saber: a) revisitar os diários de campo contendo elementos das atividades e experiências vivenciadas, b) problematização dos conteúdos que foram mais significativos, que apontavam para vivências significativas; que culminaram na  construção de mapa analítico, contendo três planos ou platôs  - momento de preparação, chegada ao território e trocas-, e d) a analise de inspiração cartográfica do mapa, com escolha dos conceitos-ferramenta com a e produção do texto. Para o registro de ideias, observação, sentimentos, percepções de informações, duvidas, afecções que me marcaram, utilizei o diário de campo, ferramenta que serve muito ao cartógrafo, sendo capaz de ajudar no relato das suas atividades de campo. As reflexões deste estudo compreendem o período entre agosto de 2015 e junho de 2016. Para o desenvolvimento e reflexão dos escritos, utilizo alguns conceitos que fui me aproximando durante minhas caminhadas formativas, são eles: Formação e Educação Permanente em Saúde articulados à Micropolítica e gestão do cuidado em saúde, com destaque para conceitos de afecção e desterritórialização. Foi realizado um resgate dos escritos dos diários de campo, possibilitando assim, analisar as minhas implicações, afecções e reterritorializações enquanto pesquisador-residente, revisitando memórias sentimentais, as lembranças das experiências dos caminhos e encontros produzidos. A construção do mapa analítico, a partir da analise e problematização dos conteúdos que foram marcantes. Houve a construção do quadro resumo consolidando os escritos, utilizando as informações obtidas na etapa anterior, surgindo assim três platôs...: 1) preparação 2) aproximação com o território 3)trocas. Preparação: Nesse estudo há uma proposta de outros olhares em relação à experiência de estágio no Programa de Residência. Optou-se não falar de  “pré-campo”, mas da tessitura do processo como vivencia relacionada à compreensão em relação a um objeto a ser estudado, tomando-se a ideia de “preparação do corpo” , Assim estrategicamente se enunciou “preparação” – desconstrução-reconstrução do corpo território de afecções. Aproximação do território e desterritórialização de si: Vivência em ser estrangeiro. Imersão em um território desconhecido. Apresentarei aqui duas cenas que achei importante: o meu desembarque e estranhamento com a cultura e encontro com o preceptor. Trocas: irei apresentar os encontros, durante os processos formativos vividos junto com atores, movimentos sociais e instituições de saúde em cenários diversos. Apresento três cenas que foram bastante significativas no meu processo enquanto pasante: Vivencia com a população transexual, encontro com o movimento pela reforma psiquiátrica e atividade no território. Como eixo transversal a esses platôs, utilizarei elementos da literatura, artes visuais e da Escola de Cinema Road Movie. Vale destacar que a construção desse escrito foi desenvolvida mediada por encontros de orientação metodológica, que intencionava reconhecer e problematizar criticamente minha experiência no contexto da educação permanente em um país estrangeiro. Visando a reflexão dessa imersão em território desconhecido. Esses encontros foram essenciais, serviram de alicerce para analise do mapa analítico e construção do texto. Experiências como essa reforça a importância da aproximação e integração de estudantes e trabalhadores a estarem vivenciando outros processos formativos de produções de cuidado, principalmente no cenário latino-americano, garantindo a ampliação das trocas de saberes e produzindo novos olhares. São nesses encontros, com o outro e outras, que podemos convocar em nós a possibilidade de aprender e produzir coisas novas. Ao reterritórializar, compartilhei a vivencia com outros residentes, com estudantes de pós-graduação e com docente, foram encontros que dispararam novos desejos, outros residentes tiveram o interesse de vivenciar estágio na América do sul. É valido ainda mencionar a necessidade de investimento em pesquisas sobre formação e educação na saúde, no cenário latino americano. Existem poucos estudos sobre os processos formativos de estudantes e residentes da área da saúde em outros países latino-americanos. Além disso, cabe ainda pontuar a necessidade de uma Politica Nacional de Residência no Brasil. Concluo essa vivência com a sensação de que mais um passo foi dado na caminhada enquanto ser humano e profissional que acredita no Poder Popular.  Educação permanente na saúde; Micropolítica; afecção

3937 A INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO A PARTIR DA INSERÇÃO DE RESIDENTES EM UM DISTRITO SANITÁRIO DE RECIFE-PE
Enildo José dos Santos Filho, Rafaella Miranda Machado

A INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO A PARTIR DA INSERÇÃO DE RESIDENTES EM UM DISTRITO SANITÁRIO DE RECIFE-PE

Autores: Enildo José dos Santos Filho, Rafaella Miranda Machado

APRESENTAÇÃO Apesar de haver registros de experiências de Programas de Residência em Área Profissional da Saúde (PRAPS), excetuada a médica; desde as décadas de 1960 e 1970, foi apenas com promulgação da Lei Nº 11.129, de 30 de junho de 2005 que esses programas passaram a ser reconhecidos oficialmente pelo Ministério da Saúde (MS) e Ministério da Educação. Os PRAPS compreendem uma modalidade de pós-graduação lato sensu, de dedicação exclusiva, entendida como um processo de formação que integra o ensino com os serviços de saúde; norteados pela Educação Permanente em Saúde (EPS), que busca inserir os atores envolvidos nas problemáticas e experiências dos serviços de saúde. Neste trabalho nos limitaremos a descrever sobre o programa residência em saúde coletiva do Instituto Aggeu Magalhães/Fundação Oswaldo Cruz, sede Pernambuco (IAM/Fiocruz-PE), uma vez que é a este programa que nós, os autores, estamos vinculados. Em seu processo seletivo de ampla concorrência para a turma 2017-2019 aquele programa ofertou 18 vagas. Vencida esta etapa, as atividades iniciaram em março do corrente ano com a seguinte distribuição dos residentes, de acordo com os respectivos núcleos profissionais: Enfermagem (9), Fisioterapia (2), Nutrição (2), Biomedicina (2), Psicologia (1), Serviço Social (1), Saúde Coletiva (1). Do total da carga horária de um programa de residência, um percentual deve ser destinado ao componente teórico enquanto que o restante às atividades práticas e teórico-práticas. Assim, durante os meses de março e abril os residentes foram inseridos em atividades dentro da própria instituição: semana de recepção e integração, disciplinas, curso, debates, seminário. Todos esses momentos serviram para integração da turma, amadurecimento do grupo, a partir do contato por vezes inicial com conteúdos e práticas profissionais não vistas; e preparação teórica para as vivências nos cenários de prática. Um diferencial do programa de residência em saúde coletiva do IAM/Fiocruz-PE é o fato de competir ao residente, caso ele se sinta seguro; a escolha do serviço que gostaria de vivenciar. Desta forma, a partir do mês de maio do corrente ano, os residentes foram inseridos no dia a dia da 12º Gerência Regional de Saúde (XII GERES) e dos serviços de saúde dos municípios de Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Vitória de Santo Antão e Recife. Neste, o setor da saúde está organizado em 8 Distritos Sanitários (DS). Contudo, os residentes foram introduzidos na realidade de trabalho dos DS I, DS IV, DS V e DS VI. OBJETIVO O presente trabalho tem como objetivo relatar, a partir da percepção dos autores, as fragilidades e potencialidades encontradas, a partir da sua inserção dos mesmos, como residentes no Distrito Sanitário VI.   DESENVOLVIMENTO O DISTRITO SANITÁRIO VI Localizado no bairro do IPSEP, zona sul da capital pernambucana, este distrito é referência para os serviços de saúde dos bairros de Boa Viagem, Imbiribeira, Pina, Brasília Teimosa e do próprio IPSEP. Ao chegar, os residentes foram orientados a procurar o setor de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde para entrega da documentação necessária e realizar o primeiro contato com o serviço. Em seguida houve uma apresentação guiada pelas dependências do serviço, para ao final ser realizada uma reunião que iria direcionar os setores a serem vivenciados, por meio da pactuação de interesse de ambas as partes. Os autores deste trabalho permaneceram no referido serviço ao longo de todo o primeiro ano da residência. Desta forma, tiveram a oportunidade de conhecerem o processo de trabalho das vigilâncias epidemiológica e sanitária, política de saúde da criança e do adolescente, Núcleo de Apoio ao Saúde da Família (NASF), regulação distrital, Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD), conselho distrital de saúde e coordenação de área (CDA). O tempo destinado para cada setor variou de acordo com o interesse do residente, mas de um modo geral, foram entre 15 dias a 2 meses de vivência. RESULTADOS   Uma das dificuldades enfrentadas ao longo de todo esse processo, talvez a principal, foi a de conciliar os dias de atividade práticas com as atividades teóricas (aulas, principalmente). Uma vez que as disciplinas são ministradas nos mesmos horários que os residentes deveriam estar nos serviços. Isto fez com quem houvesse não só uma fragilidade na construção de um processo de trabalho sólido no DS, como a própria criação de vínculos com a maior parte dos trabalhadores daquele cenário. Associada a esta problemática, outra que surgiu referiu-se a não congruência dos assuntos discutidos em sala de aula com as discussões vivenciadas nos serviços. É compreensível que em certa medida isto seja até natural, mas ao passo que se torna regra e não exceção, esta divergência não reflete um déficit no processo de formação uma vez que os processos de Educação Permanente em Saúde buscam refletir sobre as práticas do cotidiano? Apesar de Recife possuir um longo histórico de programas de residência, ainda nos deparamos no DS VI com muitos profissionais que não conhecem ou distorcem o papel dos residentes, muitas vezes ainda sendo vistos como estagiários e não como profissionais de saúde em processo de especialização. A compreensão deste papel é de fundamental importância para o desenvolvimento do trabalho do residente, por permitir o protagonismo deste e o desenvolvimento de estratégias frente às dificuldades enfrentadas na realidade dos cenários vivenciados. Ainda que tenha ocorrido de maneira tímida, é importante destacarmos como positiva a interação entre os residentes dos distintos programas que tiveram o DS VI como cenário de suas práticas. Acreditamos que esta integração potencializa o impacto do trabalho do residente e fortalece os programas de residência por permitir a troca de experiências e o trabalho em equipe. A vivência no DS VI permitiu também experimentar novas possibilidades e desafios, do papel do sanitarista; a partir da inserção em setores até então desconhecidos. E ainda que se tenha vivenciado setores previamente conhecidos, foi possível realizar uma comparação entre as vivências anteriores e a atual, suas diferenças e semelhanças.   CONSIDERAÇÕES FINAIS   Destacamos que as impressões aqui relatadas limitam-se ao que foi vivenciado durante o primeiro ano do programa, sendo importante refletir também sobre as trajetórias do segundo ano, o qual será vivenciado em outros cenários, para identificarmos novas impressões e podermos comparar com o que foi vivido até o momento. A importância desta reflexão consiste no fato de permitir ao profissional residente além do conhecimento técnico proporcionado através da inserção na realidade dos serviços e construções em sala de aula, o fomento de uma visão crítica e reflexiva sobre seu exercício profissional como propõem-se as estratégias de formação adotadas pela EPS.

4220 Residência em Enfermagem Obstétrica: a influência dos cenários de prática nas vivências dos residentes
Patrícia Danielle Feitosa Lopes Soares, Milena Giselle Sousa de Almeida

Residência em Enfermagem Obstétrica: a influência dos cenários de prática nas vivências dos residentes

Autores: Patrícia Danielle Feitosa Lopes Soares, Milena Giselle Sousa de Almeida

Apresentação: considera-se que o treinamento em serviço possa oferecer ao Enfermeiro Residente experiências variadas que os levem a empenhar-se cada vez mais em soluções resolutivas. Além do preparo técnico científico, o residente adquire segurança profissional para o desenvolvimento das atividades, se conscientiza da necessidade do aprendizado complementar elegendo prioridades, integra-se com as equipes proporcionando melhores condições de trabalho e elevando o padrão de qualidade do atendimento institucional. Objetivou-se descrever de que forma os cenários de prática contribuem para as vivências dos residentes de enfermagem obstétrica. Método: procedeu-se à pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, realizada nos Campos de Prática do Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica da Universidade Federal do Pará, com doze (12) residentes, que se encontravam atuando no mínimo há um ano na residência, no período da coleta de dados, realizada no mês de maio de 2017, por meio de entrevista semiestruturada; os dados foram analisados por meio da técnica de análise temática, modalidade da análise de conteúdo. Resultados: evidenciou-se que há uma estranheza por parte da equipe de profissionais que já atuam no setor, perante a inserção do profissional residente. Percebeu-se ainda, que um dos fatores produtores de diferentes angústias no residente é a sua inserção no serviço devido a difícil relação com alguns membros que compõem a equipe de saúde. Outro fator de relevância destacado foi a falta de infraestrutura dos locais que são desenvolvidas as atividades práticas, constatou-se que os residentes vivem todas as adversidades de trabalho enfrentadas pelo trabalho de enfermagem impostas naquele local de prática, principalmente a precariedade das condições de trabalho. A melhoria no serviço foi referida tendo em vista a percepção de mudanças significativas nos setores de saúde em que os residentes estão desempenhando suas práticas, ou seja, no seu cenário de treinamento, em virtude do programa de residência, tendo a inclusão do residente na equipe, papel relevante para promover a qualidade na assistência prestada. Destaca-se ainda que a capacitação, como a proporcionada pela residência, eleva a qualidade da assistência de enfermagem e forma profissionais bem preparados para o exercício da prática profissional, com condições de atender a demanda do mercado de trabalho onde a tecnologia exige maior conhecimento e especialização. Considerações finais: evidenciou-se que a residência abordada nesse estudo, promove mudanças nos cenários de prática e a sua implantação veio para contribuir com a melhora assistencial aos pacientes com a finalidade de capacitar os profissionais a prestar uma assistência integral e de qualidade nos serviços de saúde. O estudo possibilitou, ainda, perceber a dificuldade do residente para atuar na rotina dos serviços, e estes, muitas vezes, sem condição adequada de infraestrutura para recebê-los. Porém, pode se conhecer que a inserção desses enfermeiros residentes nas atividades de assistência aos usuários proporciona uma melhoria do serviço prestado.

4912 Formação para formadores em Programas de Residência em Saúde: relatando sobre a experiência da Paraíba
LENILMA BENTO DE ARAÚJO MENESES, Valéria Leite Soares, Jordane reis de Meneses, Adriene Jacinto Pereira, Anderson Rio Branco de Menezes, Fernanda Marques de Sousa, Enildo José dos santos Filho, Débora Raquel Pereira Cavalcante

Formação para formadores em Programas de Residência em Saúde: relatando sobre a experiência da Paraíba

Autores: LENILMA BENTO DE ARAÚJO MENESES, Valéria Leite Soares, Jordane reis de Meneses, Adriene Jacinto Pereira, Anderson Rio Branco de Menezes, Fernanda Marques de Sousa, Enildo José dos santos Filho, Débora Raquel Pereira Cavalcante

Apresentação: os Programas de Residências Profissionais em Saúde objetivam formar profissionais capacitados para atuarem no SUS. Estes Programas atuam na perspectiva da Educação Permanente em Saúde (EPS) e colocam nos serviços profissionais de diferentes áreas, favorecendo a atenção integral ao usuário, a interdisciplinaridade e o trabalho em equipe multiprofissional. O crescimento de demandas por proposta educacional na modalidade Residência é cada vez mais presente na formação em saúde, exigindo profissionais que compreendam, acompanhem e orientem as atividades dos residentes no papel de preceptor/tutor. A busca por preceptores/tutores capacitados ao ensino efetivo é iminente, pois a maioria destes são ainda profissionais que reproduzem um modelo tradicional de ensino, que pressupõe a memorização de conteúdo, pouca reflexão das práticas centradas nas especialidades e na fragmentação disciplinar, dificultando processos de trabalho partilhados e interprofissionais. Este trabalho é um relato de experiência sobre o curso de aperfeiçoamento para preceptores/tutores em Residências em Saúde na Paraíba, realizado no período de outubro de 2015 à junho de 2016, pelo Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal da Paraíba (NESC/UFPB) em parceria com a Faculdade de Ciências Médicas, Secretarias Municipais de Saúde dos municípios de João Pessoa e Cabedelo (SMSJP/SMSC), Secretaria Estadual de Saúde além de outros colaboradores externos. Desenvolvimento: ao identificar fragilidades comuns em relação ao desenvolvimento de práticas pedagógicas, tornou-se necessário oferecer aos trabalhadores da saúde, que desempenham a função de preceptoria/tutoria nas Residências em Saúde, conhecimentos necessários a ampliação de seus papéis, levando-os a avaliar e refletir sobre suas práticas e fazeres, em consonância com os princípios e diretrizes do SUS. Em João Pessoa-PB ao longo dos últimos oito anos, os quatro Programas de Residências Multiprofissionais em Saúde (PRMS) - Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Hospitalar (RIMUSH), Residência Multiprofissional em Saúde da Criança (REMUSC), Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade (RMSFC) e Residência Multiprofissional em Saúde Mental (RESMEN) tem o preceptor e o tutor como sujeitos apoiadores/formadores, inseridos no serviço e na academia respectivamente, responsáveis pela formação dos residentes pautada na realidade dos serviços e nas condições de saúde da população, problematizando-as e buscando resolutividade. Somando-se a este contexto, foi percebido que os gestores dos serviços desconheciam os objetivos dos referidos programas e as funções dos residentes, ocasionando resistência para abrirem seus serviços às Instituições formadoras. A oferta do curso reafirmou o compromisso com o profissional que está fora da IES, mas diretamente ligado à formação e com o docente, tendo este a experiência de problematizar o campo de prática, estreitando os laços que envolvem educação, saúde e sociedade. A elaboração inicial do projeto, articulou-se entre os coordenadores dos PRMS, Residência Médica de Família e Comunidade de João Pessoa, alguns tutores e residentes e gestores. Somaram-se a esta iniciativa membros do NESC, representantes de preceptores e das Gerência de Ensino e Serviço (GES) das SMSJP, SMSC e do Estado. Destarte, foi organizada uma agenda de encontros semanais para a construção coletiva do projeto. Na primeira reunião foi solicitado a cada um dos presentes (preceptor, gestor, tutor e residente) que listassem as dificuldades enfrentadas nos Programas. Os problemas elencados subsidiaram a elaboração do projeto. Posteriormente discutiu-se sobre as possíveis parcerias, apoios e patrocínios. Foram pactuados os temas que deveriam ser abordados, estratégias metodológicas, avaliações e possíveis facilitadores, estes escolhidos por familiaridade ou expertise com as temáticas. O projeto após ser concluído foi encaminhado para aprovação nas instâncias formais das instituições envolvidas (ensino e assistência). Após aprovação, a equipe organizadora reuniu-se para definir estratégias de envolvimento e comprometimento dos gestores para apoiarem o curso, garantindo a participação dos preceptores e tutores. Foram elaborados um termo de referência do curso e uma carta de compromisso para todos os gestores, afim de garantir a participação de todos os servidores. Paralelamente foi organizada uma oficina denominada: "Oficina de sensibilização dos gestores para o curso de capacitação de preceptores" com a finalidade de apresentar a programação do curso, obter a assinatura da carta de compromisso e entregar as fichas de inscrições para os preceptores. A oficina constou da seguinte programação: manhã - apresentação dos Programas de Residências em Saúde; apresentação do Projeto do curso; demandas dos cenários de práticas; e a tarde: Grupos de Trabalhos (GT) - Desafios, Potencialidades e Sugestões sobre o campo de prática; e plenária final. O Curso constou de180 horas, organizado em oito encontros presenciais de 16 horas (dois na semana uma vez por mês), totalizando 120 horas. As atividades de dispersão, somando 60 horas, foram orientadas e acompanhadas à distância por professores, por meio virtual. Os objetivos foram: promover a reflexão crítica dos processos de trabalho em saúde; contribuir com a reorientação das práticas norteadoras do ensino; e reafirmar a organicidade da Educação Permanente no cotidiano dos trabalhadores envolvidos com as residências. Os temas que integraram os conteúdos programáticos, foram distribuídos em três eixos temáticos: I- Contexto da Organização das Residências em Saúde - Rede Brasileira de Escolas e Centros Formadores em Saúde Pública; Rede Escola de João Pessoa e a Rede de Serviços; Residências Multiprofissionais em Saúde e a Rede de Serviços; Linhas do cuidado em Saúde; integralidade em saúde; Gestão da Clínica; Atenção Primária à Saúde; Políticas Públicas de Saúde; Políticas Públicas para segmento de população específica. II- Práticas Educativas no Cotidiano do Trabalho em Saúde - Processo de implementação de programas - Estrutura e Organização das Residências em Saúde; Tutoria e Preceptoria nas Residências em Saúde; Oficina de competências; Educação Permanente em Saúde; Planejamento em saúde:-uso de ferramentas no processo de Trabalho; ações pedagógicas - Problematização, Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), Espiral Construtivista. III - Contexto da Gestão e das Práticas e Produção do Cuidado em Saúde - Produção do Conhecimento e a formação na Saúde; Processos de avaliação na preceptoria e tutoria; estratégias e formas de avaliação nas residências. Resultados: o curso apresentou-se na forma de unidades facilitadoras, ao invés da abordagem na perspectiva tradicional. Optou-se por discussões pertinentes às realidades de trabalho, campo ou território, onde gestores, preceptores, tutores e residentes estão inseridos. Permitiu a reflexão sobre a prática cotidiana do trabalho em saúde, com vistas a implementação de uma atenção integral e ensino/vivência multiprofissional e interdisciplinar em redes de cuidado mediante as experiências, vivências, saberes e práticas dos profissionais participantes do curso. A avaliação foi através de Banners finais com a apresentação da atividade mais significativa que vivenciaram no curso e através de narrativas escrita dos participantes a partir do seguinte questionamento: Considerando o processo de formação em preceptoria, construa uma narrativa sobre em que medida esta formação contribuiu para o seu trabalho como preceptor/tutor? Considerações finais: A proposta metodológica do curso permitiu entrelaces entre as experiências das preceptorias/tutorias; conteúdos-problema relacionadas às questões práticas trazidas pelos cursistas, que diziam respeito ora aos diferentes modelos de ensino, ora às diversas práticas assistenciais, oportunizando a reflexão, discussão e sistematização das atividades de preceptoria/tutoria. Observou-se a compreensão dos participantes quanto ao papel de preceptor/tutor. A organização e o desenvolvimento do curso propiciou a integração entre os quatro PRMS. Contudo, ainda é necessário que as instituições de ensino e a rede de serviços de saúde compreendam a importância destes programas como ferramenta de fortalecimento da organização do serviço, em relação ao processo de trabalho, itinerário terapêutico dos usuários e ainda Educação Permanente no serviço, priorizando processos formativos.

5144 O TERRITÓRIO E A ARTE: A EXPERIÊNCIA DO PROCESSO FORMATIVO DOS RESIDENTES DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA DO INSTITUTO DE PESQUISA AGEU MAGALHÃES/ FIOCRUZ-PE
Mauricéa Maria de Santana, Domício Aurélio de Sá, Rayane Santos, Alessandra Monteiro e Silva, Rafaella Machado, José Douglas Da Silva, Mikael Lima Brasil, João Pedro Sobral Neto

O TERRITÓRIO E A ARTE: A EXPERIÊNCIA DO PROCESSO FORMATIVO DOS RESIDENTES DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA DO INSTITUTO DE PESQUISA AGEU MAGALHÃES/ FIOCRUZ-PE

Autores: Mauricéa Maria de Santana, Domício Aurélio de Sá, Rayane Santos, Alessandra Monteiro e Silva, Rafaella Machado, José Douglas Da Silva, Mikael Lima Brasil, João Pedro Sobral Neto

O Sistema de Saúde Brasileiro traz em suas diretrizes organizativas elementos relacionados aos conceitos de território, região, rede, territorialização, entre outros, que se materializa na diretriz de regionalização e na estruturação da atenção básica com seus territórios de atuação. Entendendo que estes conceitos são objetos da geografia crítica e humanística e outras ciências sociais e que o gestor em saúde precisa se apropriar deles, pois necessita conhecê-lo, delimitá-lo, na perspectiva de se implantar novas práticas em saúde capazes de responder com resolutividade, equidade e integralidade de ações, em consonância com as necessidades e os problemas de saúde do território sob responsabilidade sanitária do gestor local.  Nesse contexto, este trabalho tem por objetivo expor a experiência vivenciada na disciplina Território e Saúde do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva desenvolvida no IAM/FIOCRUZ-PE, cujo propósito é explorar os fundamentos teórico-conceituais e metodológicos desenvolvidos nos campos da geografia crítica, humanística e das representações; desenvolvimento urbano explorando a temática do território e sua interface com a saúde pública. Na perspectiva de pensar o planejamento e a gestão em saúde com vista ao território vivo. As aulas teóricas são desenvolvidas a partir de metodologias ativas com a interface das bases conceituais com a utilização de artigos científicos e elementos artísticos, tais como música e poesia, nesse momento os residentes constroem coletivamente o seu conhecimento participando ativamente de todo o processo, com a apresentação de seminários e sínteses criativas. Já as aulas de campo são desenvolvidas em diferentes ambientes da cidade (ônibus, metrô, catamarã e comunidade) com o intuito de vivenciar as desigualdades socioespaciais e as iniquidades do território. Percebe-se que com a introdução dos elementos artísticos na discussão dos conceitos, há uma apreensão mais apurada, prazerosa e facilitadora por parte dos residentes; além do mais, com relação às aulas de campo nota-se um sentimento comum de ressignificação do conteúdo e uma percepção de que para gerir um sistema de saúde é preciso estar sensível às particularidades do território, assim como entender que as desigualdades socioespaciais obedecem à lógica do capital, trazendo repercussões diferenciadas para condições de vida e saúde de uma coletividade. Tratando-se da discussão de território e saúde que envolve temáticas diversas e complexas transversais à geografia e outras ciências, tais como desenvolvimento urbano, sociologia e antropologia, considerando a densidade teórica, se faz necessário recorrer aos diferentes recursos supracitados para uma melhor subjetivação do conteúdo, tornando o processo de ensino-aprendizado prazeroso e significativo, além de fornecer todos os instrumentos necessários para a formação adequada de um bom gestor de saúde.

700 Integração ensino-serviço: atuação do residente em saúde da família no Núcleo Telessaúde Bahia
Mariana Costa Matos, Naiara Freitas Carvalho de Andrade, Gladys Reis de Oliveira, Erica Lima Costa de Menezes, Elis Carla Costa Matos Silva, Adeilda Ananias de Lima, Karina Rodrigues Lelis

Integração ensino-serviço: atuação do residente em saúde da família no Núcleo Telessaúde Bahia

Autores: Mariana Costa Matos, Naiara Freitas Carvalho de Andrade, Gladys Reis de Oliveira, Erica Lima Costa de Menezes, Elis Carla Costa Matos Silva, Adeilda Ananias de Lima, Karina Rodrigues Lelis

Trata-se de um relato de experiência sobre a vivência da autora no Núcleo Telessaúde Bahia enquanto residente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família FESF-SUS – FIOCRUZ.Os Núcleos de Telessaúde foram implantados com o objetivo de promover a qualificação em serviço e aumentar a resolubilidade da atenção primária à saúde prestada à população. A integração ensino – serviço, no âmbito da Residência Multiprofissional em Saúde da Família se dá a partir do trabalho articulado entre os profissionais residentes em formação e as equipes dos serviços de saúde onde estes desenvolvem suas práticas.Durante o período de estágio foram desenvolvidas diversas atividades, como: (1) resposta à teleconsultorias; (2) auditoria das teleconsultorias avaliadas como insatisfatórias ou indiferentes e/ou que não atenderam ou atenderam parcialmente a dúvida principal do solicitante; (3) revisão de teleconsultorias avaliadas com potencial para Segunda Opinião Formativa (SOF); (4) apoio a equipe na construção de um sistema próprio de classificação das teleconsultorias solicitadas e, (5) desenvolvimento de protocolo e ficha de auditoria das teleconsultorias. Dentre as cinco atividades elencadas, foram selecionadas três para melhor análise dada relevância da experiência.A auditoria das teleconsultorias foi desenvolvida com o objetivo de qualificar as respostas desenvolvidas pelos teleconsultores e, consequentemente, melhorar a experiência dos profissionais no uso da ferramenta. Foram analisadas 47 teleconsultorias classificadas em sua avaliação como insatisfatórias ou indiferentes e/ou que não atenderam ou atenderam parcialmente a dúvida principal pelos solicitantes, no período de janeiro à 08 de agosto do ano de 2017. Os solicitantes foram contatados, preferencialmente, via telefone e havendo impossibilidade ou tentativas sem sucesso nesta via, foram contatados via e-mail.Os temas que mais geraram avaliações insatisfatórias foram: orientação quanto a condutas para pacientes específicos (13), sistemas PEC/CDS (10); quantidade de atendimentos/procedimentos mínimos que devem ser realizados por profissionais da  por turno (4), sistema de classificação CIAP, PMAQ e material para atividade educativa (3 ).Foi possível perceber que grande parte dos solicitantes desejam respostas mais objetivas e fórmulas prontas para suas solicitações, mesmo quando é sinalizada na resposta do teleconsultor que essa resposta não existe de forma oficial ou então que faltam estudos que a confirmem.Nas solicitações que tratam de condutas para pacientes específicos, vemos que muitas vezes a pergunta, como está formulada, não traz elementos suficientes para que o teleconsultor indique de maneira responsável e segura o melhor caminho a seguir, trazendo de maneira geral qual seria a conduta, o que desagrada o solicitante. Com relação às solicitações referentes ao manejo do sistema Prontuário Eletrônicos do Cidadão/Coleta de Dados Simplificadas (PEC/CDS) percebemos na maioria das vezes que por se tratar de um sistema novo e desconhecido pelos profissionais, as respostas não conseguem sanar as dúvidas apresentadas.Percebe-se que as solicitações por quantidade de atendimentos/procedimentos mínimos exigidos por profissional em um turno de trabalho são constantes. Porém por não existir legislação específica, a orientação do teleconsultor sempre é de que esta quantidade deve ser pactuada entre equipe e gestão municipal, o que não torna a resposta satisfatória para o solicitante, uma vez que o mesmo desejaria receber um número exato.Nas questões relativas à Classificação Internacional da Atenção Primária (CIAP) no sistema PEC, muitos solicitantes afirmam não concordar com o código fornecido pelo teleconsultor, ou ficam insatisfeitos quando não é fornecido o código exato para o que se pergunta, mesmo que nesta classificação este código não exista. Outro tema que gera muita dúvida dos profissionais é o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), em decorrência da proximidade da avaliação externa.Quando o solicitante não concorda com a forma ou critério de avaliação apontada pelo teleconsultor, a avaliação, muitas vezes, é insatisfatória. Somente um solicitante apontou que a avaliação da resposta foi insatisfatória, pois havia divergência do informado pelo teleconsultor, com o que está escrito em manuais do Ministério da Saúde.Nas solicitações de material educativo, percebemos avaliações insatisfeitas quando o solicitante não informa que tipo de atividade será realizado e a qual público-alvo ela se destina. Alguns solicitantes informaram que realizaram a avaliação de forma errada, marcando o campo de insatisfatória, quando na realidade a resposta foi satisfatória e atendeu a sua dúvida, porém não há forma de realizar esta correção.Apenas em alguns poucos casos percebe-se um não entendimento da solicitação pelo teleconsultor, mesmo quando o objeto da dúvida está descrito. Por isso, acredito que o contato telefônico ou via e-mail com o solicitante, em caso de dúvidas ou dificuldades em elaborar a resposta, é imprescindível para gerar uma teleconsultoria satisfatória para ambos.De maneira geral, os solicitantes contatados afirmam ter tido experiências exitosas com o uso do Telessaúde, que as respostas têm ajudado na sua prática cotidiana na atenção básica e, que pretendem continuar utilizando os serviços prestados.Outra atividade, que merece destaque, foi o apoio dado à equipe na construção de um sistema próprio de classificação das teleconsultorias solicitadas. Antes de enviar a solicitação ao Teleconsultor, o Telerregulador tem a tarefa de classificá-la junto ao banco de dados do Núcleo de Telessaúde, para fins de monitoramento, pesquisa, prestação de contas aos órgãos financiadores, e, também, para facilitar a recuperação de teleconsultorias já respondidas. Atualmente o núcleo de Telessaúde da Bahia utiliza a Classificação Internacional de Atenção Primária (CIAP), para realizar a classificação das teleconsultorias solicitadas.Foi iniciado um trabalho de construção de um novo sistema de classificação, por meio da análise de conteúdo das teleconsultorias já realizadas. O sistema de classificação proposto encontra-se mais próximo da realidade do Núcleo Telessaúde Bahia, assim como mais alinhado ao perfil de solicitações que por ele são recebidas.Espera-se, com a implantação do sistema de classificação, através da plataforma do Telessaúde Bahia, contribuir para o ordenamento de ofertas do serviço de Telessaúde do Núcleo de Telessaúde Bahia, como web palestras, mais voltadas para as demandas e necessidades destes profissionais, proporcionando uma experiência proveitosa e significativa com o uso desta ferramenta.Por fim, no período de encerramento do estágio foi revisado o protocolo e ficha de auditoria das teleconsultorias. A auditoria tem por função manter um padrão de qualidade e de uniformidade nas respostas produzidas para as teleconsultorias, bem como verificar se o Protocolo de Resposta está sendo cumprido pelo Teleconsultor. Além disso, serve como referência para novos Teleconsultores que forem agregados à equipe, e aponta para necessidades de qualificação da equipe de telessaúde que possam ser sanadas individualmente ou em grupo.As atividades descritas proporcionaram à autora a aquisição de habilidades em educação permanente em saúde e educação à distância, além do contato com diversas ferramentas de tecnologia da informação que podem ser utilizadas nestas atividades, como web conferências, web palestras, mini cursos à distância, teleconsultorias, telerregulação, entre outros. O relato das vivências e o processo de observação e críticas foram registrados em um portfólio.A prática no Núcleo Telessaúde Bahia demonstrou como esta ferramenta é potente na resolução das demandas dos profissionais da Atenção Básica, aumentando a capacidade clínica das equipes e qualificando o acesso a serviços especializados ou evitando encaminhamentos desnecessários. Diante do exposto, apreende-se que a integração ensino-serviço pode fortalecer e apoiar ainda mais a expansão dos cenários de prática onde os residentes desenvolvem suas atividades, além de representar uma importante estratégia para a qualificação do processo de formação profissional no âmbito do SUS.

1916 A UNIDADE DE APRENDIZAGEM COMO DISPOSITIVO PEDAGÓGICO À ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE: potencialidades e desafios
Vera Lúcia Azevedo Dantas, Francisca Ozanira Torres Pinto de Aquino, ANA PAULA CAVALCANTE RAMALHO BRILHANTE, JULIANA DONATO NÓBREGA, Kilma Wanderley Lopes Gomes

A UNIDADE DE APRENDIZAGEM COMO DISPOSITIVO PEDAGÓGICO À ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE: potencialidades e desafios

Autores: Vera Lúcia Azevedo Dantas, Francisca Ozanira Torres Pinto de Aquino, ANA PAULA CAVALCANTE RAMALHO BRILHANTE, JULIANA DONATO NÓBREGA, Kilma Wanderley Lopes Gomes

O Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família – RMSFC, desenvolvido no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, teve sua   primeira turma em maio de 2009 com sessenta e seis residentes de onze categorias profissionais que foram inseridos nas seis Secretarias Executivas Regionais realizando suas atividades nos Centros de Saúde da Família (CSF), de acordo com a responsabilidade sanitária dos núcleos de apoio saúde da família. Posteriormente ocorreu uma redução do número de vagas e categorias considerando as dificuldades para manutenção das preceptorias e culminando com a transferência da responsabilização pela condução pedagógica do processo para a Escola de Saúde Pública do Ceará. Este estudo busca construir reflexões sobre a Unidade de Aprendizagem (UA) como modo de organização curricular do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade (RMSFC) de Fortaleza durante o período   da segunda e terceira turma do referido programa e tem como objetivo analisar as interfaces e diálogos entre as bases conceituais da Unidade de Aprendizagem e o projeto político-pedagógico do Programa e identificar potencialidades  e situações-limite de trabalhar com essa abordagem considerando o contexto do Programa de RMSFC em questão. Segundo seu Projeto Pedagógico, o Programa objetiva promover a interação ensino-serviço-comunidade de forma colaborativa e a constituição do processo educativo pautado nas necessidades de saúde do território, na participação popular, na interdisciplinaridade, na reflexão crítica e em valores éticos como a solidariedade e a justiça social. Consta do PPP, a referência à necessidade de romper com a verticalidade da transmissão de conhecimentos estabelecendo uma relação dialógica, problematizadora e participativa cuja base pedagógica é a educação popular. Dialogando com essa perspectiva, as UA e o PPP do programa apontam a importância da dimensão contextual na educação dos profissionais de saúde como fruto de um processo emergente das relações entre seres humanos e o ambiente físico, social e cultural e que a construção do pensamento se dá pelo diálogo na busca de respostas formuladas pelos próprios educandos como sujeitos ativos do processo rompendo com a visão conteudista da educação e propiciando a convivência grupal a aprendizagem no trabalho em equipe, aspectos fundamentais ao processo desenvolvido pelo programa de RMSFC. Para construção dessas reflexões como atrizes implicadas na construção do processo, lançamos mão da sistematização de experiências proposta por Holliday (2006). A decisão de trabalhar a construção curricular do Programa de RMSFC por meio das UA, se deu em função da diversidade de ações e estratégias propiciadas por esse dispositivo pedagógico no sentido de favorecer a participação dos educandos envolvendo não apenas a dimensão cognitiva, mas também a física e emocional, abrindo possibilidades para que o processo educativo se apresentasse prazeroso, instigante, dialógico e crítico. Para elaboração das UA foi constituído um grupo de trabalho envolvendo a coordenação do Programa, coordenação pedagógica do SMSE e preceptores de território e de categoria muitos dos quais, egressos do programa. Dessa forma, pode-se elencar algumas premissas consideradas fundamentais para as UA nesse contexto de trabalho: trabalhar com uma sequência flexível dos temas e com uma abordagem teórico-prática que possibilitasse considerar e incluir os questionamentos dos educandos e as discussões realizadas no processo; contextualização do objeto de estudo envolvendo aspectos da realidade dos educandos; produção de percursos metodológicos  que favorecessem a participação ativa dos educandos partindo de questões  formuladas por eles sobre o que gostariam de aprender. O grupo de trabalho inicial foi ampliado para envolver na estruturação de cada UA, os educadores responsáveis por cada UA, docentes da IES responsável pela certificação; residentes e atores dos territórios (trabalhadores e movimentos sociais). A Saúde da Família representou o eixo ou diretriz comum dialogando com as Seis Unidades de Aprendizagem: Unidade de Imersão e integração ao Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade; O Território como Espaço de Produção de Saúde e Construção do Processo de Trabalho; Produção do Cuidado em Saúde e a Integralidade; Produção do cuidado em Saúde – olhares a partir da Clínica Ampliada e das linhas de Cuidado; Gestão, Participação e Controle Social; A Produção do Conhecimento e a Transformação das Práticas de Saúde Frente às Necessidades da População. Cada UA foi constituída de momentos teórico-reflexivos – organizados a partir desses grandes temas com seus respectivos conteúdos e práticas, segundo o Campo Interprofissional e o Núcleo Profissional da ESF que inclui temas de saúde coletiva e temas referentes à produção do cuidado nos ciclos de vida.  Esses momentos envolviam atividades problematizadoras como os círculos de cultura, exposições dialogadas, mesas redondas, estudos de casos, projeção de filmes, encenação de atos cenopoéticos ou cenas teatrais seguidas de debate e produção textual, vivências e outros percursos metodológicos trabalhados com o coletivo dos residentes. As Rodas de Categoria e grupos de estudo também eram trabalhados por meio de círculos de cultura; de organização de matrizes conceituais; leitura e discussão de textos entre outros. Estas atividades objetivavam estimular a reflexão crítica, o aprendizado e a intervenção na realidade na perspectiva de produzir o cuidado integral em saúde, sempre partindo da experiência dos educandos e considerando o trabalho como espaço primordial do processo pedagógico.  As UA incluíam ainda atividades práticas desenvolvidas em serviço nos Centros de Saúde da Família nos quais se se problematizava situações-limite e necessidades de saúde daquele contexto. A diversidade de ações e estratégias propiciadas por esse dispositivo favoreceu a participação dos educandos, a construção compartilhada do conhecimento, ao mesmo tempo em que possibilitou um aprendizado prazeroso, instigante, dialógico e crítico que envolveu os sujeitos em sua inteireza. A organização dos temas com seus respectivos conteúdos e práticas segundo o Campo Interprofissional e o Núcleo Profissional da Estratégia Saúde da Família permitiu a efetivação de momentos teórico-reflexivos e atividades práticas desenvolvidas em serviço nos territórios da saúde da família e que se constituíram espaços de problematização acerca das necessidades sociais de saúde. Ao afirmar a prática reflexiva como caminho as UA apontaram para inclusão de novas ferramentas para o monitoramento e a avaliação, possibilitando a democratização da construção pedagógica. O processo foi, no entanto, desafiador no sentido do perfil dos educadores (professores e preceptores) assim como no diálogos com a gestão, que terminou por  abdicar da condução pedagógica do processo, apesar das potencialidades desveladas.

4218 Estudantes Universitários em tempos de políticas indutoras: o Pet-Saúde sob o olhar da literatura
Patrícia Danielle Feitosa Lopes Soares, Sylvia Helena Souza da Silva Batista

Estudantes Universitários em tempos de políticas indutoras: o Pet-Saúde sob o olhar da literatura

Autores: Patrícia Danielle Feitosa Lopes Soares, Sylvia Helena Souza da Silva Batista

Apresentação: considerando as mudanças no contexto de formação de profissionais da área da saúde ao longo dos anos, no intuito de acompanhar a necessidade de atendimento às demandas de saúde da população, ressalta-se o potencial do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), enquanto política indutora, para concretizar desafios para a formação em saúde no país. Objetivou-se descrever o que a literatura aborda acerca do potencial do PET-Saúde enquanto política indutora para a formação no que diz respeito ao estudante, conforme publicações científicas no período de 2013 a 2017. Método: as produções foram selecionados a partir de publicações indexadas na base de dados LILACS, através dos descritores: Estudantes AND Políticas Indutoras, Estudantes AND Pet-Saúde. Optou-se por incluir artigos completos, em português e, que tivessem relação com a temática, no período de 2013 a 2017. Mediante a busca realizada através dos cruzamentos dos descritores foram encontrados 140 artigos. Após estabelecidos os critérios de inclusão os estudos pré-selecionados foram organizados, totalizando 46 produções. Realizou-se a leitura dos títulos e resumos das publicações, sendo 27 artigos excluídos por não estarem relacionados ao foco definido para este estudo. Após uma leitura minuciosa das publicações, 13 compuseram o banco de dados para análise e discussão. Resultados: o PET-Saúde, no contexto das políticas indutoras, vem desenvolvendo uma importante história de incentivo às mudanças curriculares a nível nacional, sendo capaz de contribuir para novas formas de interação entre os cursos e atores envolvidos. As experiências compartilhadas entre os estudantes e preceptores parecem beneficiar os discentes os aproximando do universo da educação no e para o trabalho. O desenvolvimento e resultados do PET-Saúde no país ao longo dos anos, emergiram nos estudos, tanto as potencialidades como os entraves do programa foram destacados por diversos autores a nível nacional. Como aspectos positivos foram identificadas: a iniciação profissional dos estudantes, a efetivação de algumas metas e propostas do PET-Saúde, o fortalecimento das práticas de ensino-serviço, a indução ao trabalho interprofissional e interdisciplinar, as necessidades do SUS, e a visão crítica dos estudantes em relação à realidade do serviço e às necessidades de saúde da população; no âmbito das dificuldades emergiram a existência de currículos engessados, a difícil aceitação dos profissionais dos serviços, incompatibilidade de horários entre estudantes e preceptores, escassez de recursos, acúmulo de atividades profissionais por parte dos tutores e conflitos de horários dos estudantes devido diversas atividades a serem conciliadas. Considerações finais: foi possível evidenciar benefícios do PET-Saúde com ênfase ao aprendizado mutuo entre acadêmicos, preceptores e docentes tutores, permitindo o crescimento profissional, institucional, técnico-científico e pessoal de todos os participantes.