117: O trabalho vivo e o serviço como potência
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FEFF Sala 04 - Rabeta    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
1274 A VIVÊNCIA DOS ENFERMEIROS NA REALIZAÇÃO DO ACOLHIMENTO NAS UNIDADES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
nara maria costa bezerra

A VIVÊNCIA DOS ENFERMEIROS NA REALIZAÇÃO DO ACOLHIMENTO NAS UNIDADES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores: nara maria costa bezerra

A Atenção Primária à Saúde lida com situações e problemas de saúde de grande variabilidade, que exigem diferentes tipos de esforços de suas equipes. A todo tempo e de acordo com cada situação, devem ser consideradas as dimensões física, subjetiva e social do processo saúde-doença, para que as ações de cuidado possam ter resultado. Nesse contexto, o acolhimento foi introduzido pela Política Nacional de Humanização com a intenção de facilitar o acesso sistem de saúde, ao passo que permite um diálogo entre o serviço e os usuários, numa integração que pode levar a identificação das necessidades individuais e coletivas. Esse deve ser um modo de operar os processos de trabalho em saúde de forma a atender a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e pactuar respostas mais adequadas aos usuários. No entanto,embora se tenha claro que o acolhimento é mais que uma triagem, na prática ele tem sido implantando apenas nesse sentido. Isto pode levar a um prejuízo, uma vez que, se os gestores, os profissionais e os usuários não entenderem a real dimensão do acolhimento, ele pode se tornar mais uma etapa burocrática do trabalho, pontual e pouco resolutiva. Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo analisar a vivência dos enfermeiros na realização do acolhimento nas Unidades de Atenção Primária à Saúde, identificando como este é realizado e qual a percepção por parte desses profissionais em relação ao mesmo. Este estudo de natureza bibliogáfica foi realizado por meio de uma revisão de literatura, centrada no período de 2010 – 2017, utilizando como fonte as base de dados SciELO, Lilacs e Medline. Assim, os estudos analisados trazem como resultado a descrição de um acolhimento baseado em um modelo clínico-biomédico, centrado na queixa conduta e como uma forma de triagem apoiada em práticas conflitantes, e como uma atividade organizadora da porta de entrada da Unidade de Saúde da Família. Os resultados apontaram também que é equivocado restringir a responsabilidade pelo ato de acolher a qualquer trabalhador isoladamente, visto que este é um cuidador sob tensão, convivendo com um conjunto de angústias, conflitos e obstáculos em sua prática, na medida em que, muitas vezes, não há a integralidade do sistema. No entanto, os estudos apontam que os profissionais entendem o acolhimento, conforme descrito pelo Ministério ds Saúde, como um dispositivo capaz de ampliar a acessibilidade aos serviços de saúde e estruturar o processo de trabalho centrado nas necessidades da população. Portanto, podemos concluir que existem duas possibilidades de entendimento do acolhimento: uma como postura diante do usuário e suas necessidades, de contínua investigação e negociação das necessidades de saúde e modos de satisfazê-las em todos os momentos do processo de produção de serviços de saúde, e outra simplesmente como dispositivo capaz de reorganizar o atendimento na Unidade, uma etapa do processo de trabalho que tem como objetivo atender à demanda espontânea.      

1476 O ATENDIMENTO HUMANIZADO NA VISÃO DO USUÁRIO DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA LIVRAMENTO/SÃO JOSÉ OPERÁRIO
Luara Rebelo Nunes, Stephany Bruce da Silva, Itamara Rodrigues Moura, Alda Lima Lemos, Eulália Cecilia Pantoja Ramos

O ATENDIMENTO HUMANIZADO NA VISÃO DO USUÁRIO DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA LIVRAMENTO/SÃO JOSÉ OPERÁRIO

Autores: Luara Rebelo Nunes, Stephany Bruce da Silva, Itamara Rodrigues Moura, Alda Lima Lemos, Eulália Cecilia Pantoja Ramos

Apresentação: A Atenção Básica (AB) funciona como um atendimento inicial aos usuários nos sistemas de saúde, tem como objetivo a orientação sobre a prevenção de doenças, a solução de casos simples e o direcionamento dos graves para níveis de complexidade superiores. A humanização na atenção primária destaca a importância do ser humano e de seus direitos, os quais valorizam sua autonomia no processo do cuidar, dessa forma, essa prática se torna imprescindível, pois com a grande demanda de pacientes e o número reduzido de profissionais o trabalho humanizado muitas vezes é ignorado. A partir desse contexto, faz-se necessário compreender se há humanização na AB de acordo com a visão do cliente, que é o principal sujeito no atendimento. A Política Nacional de Humanização (PNH) valoriza não só os direitos dos usuários, mas também dos trabalhadores da saúde. Essa medida promete o direito à saúde com responsabilização e vínculo, considerando a comunicação entre gestores, trabalhadores e usuários na construção dos processos coletivos de enfrentamento de relações de poder, trabalho e afeto que muitas vezes produzem atitudes e práticas desumanizadoras que inibem a autonomia e a corresponsabilidade dos profissionais de saúde em seu trabalho e dos usuários no autocuidado. A PNH tem o intuito de reduzir as filas e o tempo de espera, além de, proporcionar conhecimento aos usuários e aos profissionais responsáveis pela sua saúde, informações sobre o seu estado e a garantia da gestão participativa das unidades de atendimento e educação permanente da equipe, contrapondo o despreparo da saúde para lidar com o âmbito subjetivo do cuidado. Partindo desta explanação, a temática Humanização no Cotidiano do Serviço, foi determinada como tema gerador da pesquisa por possuir compatibilidade com os objetivos da mesma, realizada através de perguntas diretas feitas aos usuários do serviço focalizando-se na compreensão das dificuldades e potencialidades na rede de AB. Esta temática surgiu da motivação na primeira experiência do grupo em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), na qual o número de pessoas a procura de serviço é grande e onde foi possível observar inúmeras fragilidades, sendo a pouca humanização uma delas. Desenvolvimento do trabalho: O presente estudo trata-se de uma Atividade Integrada em Saúde (AIS), através de uma pesquisa de campo, que visa observar um determinado fenômeno da sociedade, afim de encontrar respostas e soluções para tal. Com caráter descritivo, onde os pesquisadores irão analisar, classificar e interpretar os resultados sem interferência ou manipulação dos mesmos. Diante disso a investigação foi realizada a partir do uso de técnicas padronizadas para a coleta de dados. Tendo abordagem quantitativa, através da aplicação do questionário, com o intuito de transformar em números informações colhidas para por fim, explora-las e classifica-las. O local determinado para a aplicação do questionário foi a Estratégia de Saúde da Família Livramento/São José Operário, no bairro Urumari, município Santarém-Pará. O público alvo foram os moradores do bairro, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo aplicado um quantitativo de 30 questionários, tendo como único critério de exclusão ser menor de 18 anos. Resultados e/ou impactos: Com base na coleta de dados os resultados demostraram como a visão em relação ao atendimento se difere para cada indivíduo. Corroborando com essa ideia temos a classificação do serviço na UBS que obteve respostas entre “excelente” (7%), “bom” (36%), “regular” (50%), “ruim” (7%) e “péssimo” (0%), demostrando uma assistência razoável, com pontos positivos e falhas que precisam ser revistas e solucionadas. No quesito humanização, 80% dos voluntários consideram a assistência humanizada, 10% não responderam a questão e os outros 10% relataram falta de humanização, que em sua maioria, referia-se ao atendente, citados também enfermeiro, médico, odontólogo e a equipe de limpeza, o que leva a considerar a importância de um atendimento com qualidade que deve partir de todos os profissionais desde o atendimento inicial ao os mais complexos. Apesar de a maioria considerar o atendimento humanizado, muitos apontaram questões que precisam ser melhoradas como gentileza (26%), atenção (50%), cuidado (16%), ética (3%) e outros (13%) que correspondiam ao horário, administração e limpeza apontados pelos próprios pesquisados, sendo importante ressaltar que nessa questão poderia marcar mais de uma opção. Ao analisar o horário que os usuários buscam o atendimento, o turno com a maior demanda é o da manhã com 93,3%, os demais representam juntos 6,6%, refletindo a oferta dos atendimentos específicos disponibilizados no período matutino. Em relação a ausência de atendimento 53% dos indivíduos relataram que em algum momento não o obtiveram, mencionando motivos como a falta de médicos, dentistas ou profissionais capacitados; materiais; informações; e vagas distribuídas. Considerando o tipo de atendimento com maior procura, a consulta médica se destaca nesse quesito com 73%, os demais atendimentos correspondem a 26% vacina, 16% medicação/farmácia, 16% saúde da mulher, 6% crescimento e desenvolvimento e 3% grupo de diabéticos e hipertensos, porém ao se tratar de uma Estratégia de Saúde da Família (ESF), no qual a administração pré-determina os atendimentos do dia, a demanda pode variar de acordo com o período da coleta de dados, esse questionamento permitia aos pesquisados optarem por mais de uma opção de resposta. Quando questionados sobre o tempo de espera para o atendimento, 16,6% afirmaram esperar até 30 minutos, 20% entre 30 minutos a 1 hora e 63% aguardam em média mais de 1 hora, dado este que não indica necessariamente algo ruim, uma vez que a humanização também demanda tempo de serviço dedicado individualmente. Respaldando essa ideia de que uma espera prolongada pode significar um atendimento mais amplo e adequado, uma das perguntas indaga se o paciente foi consultado de maneira satisfatória e mesmo com uma grande percentagem de reclamações a respeito da demora para o atendimento, cerca de 76,6% dos indivíduos consideraram o serviço suficiente, 20% disseram não ser adequado e 3,3% afirmaram que apenas as vezes é satisfatório. Analisando a melhora ou não do quadro de doença do indivíduo, 83,3% apontaram uma recuperação após a ida na ESF, apenas 13,3% relataram não apresentar melhora e 3,3% informaram que apenas algumas vezes obtiveram restabelecimento da saúde, dado positivo, pois a unidade consegue cumprir seu papel de mediadora da saúde. Por fim, ao averiguar com os usuários da ESF sobre um possível “passa tempo”, para servir como distração no período de espera, 16,6% relataram não ter interesse em tal atividade e 83,3% apresentou interesse, mostrando uma abertura para atividades voltadas a distração e diminuição do estresse durante a espera. Considerações finais: Levando-se em conta o que foi observado e os argumentos apresentados, a necessidade de humanização mostra-se evidente, já que os itens gentileza, atenção, cuidado e ética são colocados pelos clientes como falhos. Diante disso, a humanização do profissional é de fundamental importância, pois o usuário interpretará a qualidade do atendimento a partir do tratamento que ele recebe não apenas na AB mas também nos outros níveis. Dessa forma, o conhecimento acerca do objetivo da PNH, deve ser dado tanto para profissionais da saúde como para usuários do serviço, pois de modo íntegro ela objetiva difundir a prática da humanização em todos os serviços do SUS, que traz como característica ações de sensibilidade dos trabalhadores frente ao sofrimento das pessoas; abolição de tratamentos desrespeitosos e isolamento das pessoas de suas redes sócio familiares nos procedimentos; melhoria nos ambientes de trabalho, dentre outras.

2571 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NO SETOR DE ACOLHIMENTO DE UMA CLÍNICA DE FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Uriel Madureira Lemos, Aline Silva Ferraz, Elizabete Conceição Santos Lima Marques, Isabela Oliveira de Paiva Rezende Cezario, Júlio Cesar Lopes Cezario, Roberta Georgia Sousa Snatos

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NO SETOR DE ACOLHIMENTO DE UMA CLÍNICA DE FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Uriel Madureira Lemos, Aline Silva Ferraz, Elizabete Conceição Santos Lima Marques, Isabela Oliveira de Paiva Rezende Cezario, Júlio Cesar Lopes Cezario, Roberta Georgia Sousa Snatos

Apresentação: O Programa Saúde da Família, hoje nomeado como Estratégia Saúde da Família, foi implantado no Brasil no ano de 1994, como um método de reorganização da atenção primária em saúde, e de reorientação do SUS. As ações dessa estratégia buscam unificar as práticas da atenção primária com os outros níveis de atenção, o que assegura aos usuários a integralidade e continuidade do cuidado. O Planejamento Estratégico Situacional (PES) foi criado no ano de 1980 pelo economista chileno Carlos Matus, porém só algumas décadas depois solidificou-se na área de saúde. Sua maior característica é a flexibilidade, “capaz de adequar-se rapidamente às necessidades do local, por meio da definição de problemas e determinação da causalidade e da consequência deles.” Existem quatro momentos distintos para realização do PES, são eles: momento explicativo, que tem por finalidade elucidar o motivo da existência dos problemas, através da construção de um esquema de causalidade e consequência; momento normativo, onde são levantadas ações que precisam ser executadas para resolver os problemas; momento estratégico, quando são analisadas a viabilidade e a possibilidade de execução do plano definido; e por fim, temos o momento tático-operacional em que são implementadas as ações no cotidiano do trabalho, e ao mesmo tempo a avaliação delas. Objetivo: Relatar a experiência da realização de um Planejamento Estratégico Situacional conduzido por graduandos de enfermagem no setor de acolhimento de uma clinica da família. Método do estudo: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, realizado por graduandos de enfermagem que teve como base a vivência na prática de ensino clinico em uma Clinica de Saúde da Família situada no Estado do Rio de Janeiro, sendo supervisionada pela professora de gestão em Atenção Primaria à Saúde (APS) de uma Universidade privada da região metropolitana do Rio de Janeiro. Resultados: Foram identificados diversos problemas no setor de acolhimento da unidade, porém a proposta da Docente estabeleceu o quantitativo de cinco problemas por tema, assim, os relacionados foram: falta de sinalização (acessibilidade); falta de informação aos usuários da unidade; espaço físico do setor mal organizado; desvio de função; falta de atrativos na unidade. Para a identificação desses problemas utilizamos como fontes a observação direta, entrevista com profissionais e usuários da unidade. Neste trabalho o problema com maior prioridade foi a falta de sinalização (acessibilidade). Ao finalizar o PES e o período letivo, não foi possível implementar as ações, por isso foi sugerido ao Enfermeiro da equipe que desse continuidade a este método através da orientação aos profissionais quanto ao cumprimento de metas e a discussão dos resultados alcançados. Considerações Finais: Este trabalho foi importante para os acadêmicos, pois proporcionou uma visão mais amplificada a cerca do PES e sua utilidade na ESF. Alguns obstáculos registrados na implementação e no relato dos discentes do grupo apontam a necessidade de um estágio integrado com fluxo contínuo em benefício do usuário, o que não ocorre devido a troca de turmas.

4081 Perfil do Atendimento de Demanda Espontânea em uma Unidade de ESF do Município de Vitória-ES
Francisco Senna de Oliveira Neto, Natália Ribeiro Campos, Sarah Costa Rezende, Ana Carolina Zanon

Perfil do Atendimento de Demanda Espontânea em uma Unidade de ESF do Município de Vitória-ES

Autores: Francisco Senna de Oliveira Neto, Natália Ribeiro Campos, Sarah Costa Rezende, Ana Carolina Zanon

O conhecimento do perfil da população que procura por atendimento médico é importante para o planejamento e aprimoramento dos serviços de saúde, de modo a adequá-los aos recursos, aos custos e às necessidade de sociais de saúde da população. A Unidade Básica de Saúde estudada está localizada no Bairro Jardim da Penha, e dispõe de 5 Unidades de ESF e 3 equipes de Saúde Bucal. A população adscrita do território é de 30.571 habitantes. O estudo, do tipo descritivo, teve por objetivo conhecer o perfil dos usuários atendidos em consulta médica pela equipe 4 de ESF, no período de 1 ano – de 16 de novembro de 2016 a 14 de novembro de 2017. As variáveis estudadas foram: idade, sexo e diagnóstico segundo o CID 10. Os dados foram obtidos por meio do prontuário eletrônico dos pacientes, acessados através da Ficha de Produção pela Rede Bem Estar. Foi selecionado como filtro o código 0301060037, correspondente a atendimento de urgência na atenção básica, utilizado como referencial para demanda espontânea. No período de estudo foram realizadas 635 consultas de demanda espontânea na ESF, as quais, em sua maioria – 61,8%, foram para o sexo feminino. Quanto à faixa etária, 19,3% para usuários entre 0 e 9 anos, 33,8% entre 10 e 29 anos, 18,6% entre 30 e 49 anos e 28,3% acima de 50 anos. O motivo mais frequente para a demanda pelo serviço de saúde foi a infecção de vias aéreas superiores, que computou 28,3% dos atendimentos. Seguiram-se as infecções do trato urinário – com 4,5% das consultas, os casos de asma brônquica – com 2,9% e as infecções do trato gastrintestinal, com o registro de 2,5% das intercorrências. Os demais CID indicados incluíram hipertensão arterial, alergias, descompensação de diabetes, doenças da pele, febre de origem desconhecida e outros, com número menor de registros. Também houve procura pela emissão de prescrição de repetição de medicamentos e mesmo investigação de pacientes sem queixas. Verificou-se que os usuários dos atendimentos de demanda espontânea nem sempre são os usuários mais frequentes da ESF. Portanto, faz-se importante seu adequado acolhimento. As avaliações inicias do paciente também devem ser realizadas com mais critério, para que as consultas disponíveis para este tipo de atendimentos sejam utilizadas para quem realmente necessita de atendimento médico no próprio dia. Deve-se, também buscar a implementação de medidas educativas e de sensibilização da população masculina para maiores cuidados com a saúde.

4249 Caretas Articuladas com Movimentos das Mãos - CAMM no trabalho integrado da UBSF S-07 de Manaus - AM UBSF S-07 DE MANAUS – AM
Elvira Eliza França, Elvira Eliza França

Caretas Articuladas com Movimentos das Mãos - CAMM no trabalho integrado da UBSF S-07 de Manaus - AM UBSF S-07 DE MANAUS – AM

Autores: Elvira Eliza França, Elvira Eliza França

APRESENTAÇÃO: A compreensão das pessoas, acerca da importância do tratamento para dificuldades de aprendizagem e comportamento social, nem sempre é suficiente para ajudar a perceber a relação das alterações emocionais dos alunos, quando da tomada de decisões para os estudos. Isso fica mais evidente, ainda, nas famílias onde as pessoas sofrem a influência do uso de álcool e outras drogas. Mesmo realizando tratamento, há pessoas que iniciam os procedimentos mas os abandonam, sem perceberem a importância das ações preventivas que devem ser iniciadas ainda na infância. O estresse, assim como o uso de substâncias tóxicas enfraquece o córtex pré-frontal, área cerebral responsável pelos comportamentos sociais e pelas funções intelectuais mais complexas como: pensamento, raciocínio abstrato, memória de trabalho, consciência, tomada de decisões, planejamento etc. Em 1998-1999, a terapeuta Elvira Eliza França desenvolveu uma técnica terapêutica de baixo custo denominada “Caretas Articuladas com Movimentos das Mãos – CAMM, com base em uma pesquisa sobre as expressões das emoções de pessoas que realizam estratégias não convencionais de promoção da saúde em Manaus (publicação em 2002 e disponível na internet). A partir de então, a técnica vem sendo utilizada para ajudar crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem e comportamento social, visando ações preventivas para evitar o uso de álcool e outras drogas no futuro. O trabalho é feito voluntariamente com populações em situação de risco e vulneráveis à violência doméstica e social. Entre os anos de 2006 a 2008, numa ação de apoio à professora Auristela Brasil Brito, atendida voluntariamente na Unidade Básica de Saúde – UBS Dr. José Rayol dos Santos, crianças que vinham sofrendo reprovações consecutivas no segundo ano escolar foram tratadas com a prática de CAMM. Em pouco tempo, a professora observou melhora no comportamento social e na aprendizagem. Nesse trabalho, a técnica também era utilizada para outras finalidades, complementando os tratamentos de saúde, em especial a dependência química. O objetivo deste trabalho é mostrar como uma técnica simples e barata como CAMM pode ser utilizada para complementar os tratamentos de saúde, minimizando os gastos com medicamentos, exames e outros procedimentos que oneram o Sistema Único de Saúde – SUS e desgastam as famílias. DESENVOLVIMENTO: O projeto “Mãezinha do Céu: ações preventivas e terapêuticas” foi criado em 2012, na Unidade Básica de Saúde da Família – UBSF S-07 de Manaus, após o assassinato de alguns adolescentes do bairro do Céu e de Nossa Senhora Aparecida, devido ao envolvimento com o tráfico de drogas. O projeto de ação terapêutica voluntária e gratuita teve como objetivo inicial apoiar a equipe de saúde, atendendo crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, assim como seus familiares. A proposta era recomendar a prática de CAMM como terapia básica e fácil de ser praticada em casa, por pessoas encaminhadas pela médica, enfermeira ou agentes comunitárias de saúde, ou que compareciam por iniciativa própria, após assistirem palestras ou recebido informações sobre o serviço. Para o cadastro no serviço, a pessoa assina uma declaração de que sabe que o trabalho é voluntário e gratuito e que consente a utilização dos dados da ficha para documentação do trabalho e estudos. Os menores de idade são acompanhados pelos pais ou responsáveis, que são entrevistados para o levantamento do histórico de saúde desde a fase intrauterina e relatam dados de saúde da família. Solicita-se que pais de dependentes químicos também passem pelo mesmo processo. Dependendo de cada caso, é feita uma exposição sobre os efeitos do estresse, álcool e drogas no desenvolvimento cerebral e depois feita a avaliação das expressões das emoções da pessoa, em especial da face, e o familiar presente é incluído. A terapeuta apresenta as hipóteses acerca das dificuldades emocionais que cada um possa estar vivenciando e entrega um livreto com as orientações para a prática diária de CAMM em casa. Durante o tratamento são realizadas várias avaliações. À medida que os sintomas desagradáveis vão diminuindo, a terapeuta adota outras estratégias terapêuticas se necessário. A troca constante de informações entre a terapeuta e os demais profissionais da equipe de saúde é importante para o acompanhamento e avaliação dos resultados. Quando necessário, outros profissionais e serviços são procurados. Com a constatação dos resultados positivos com as crianças e adolescentes, outras pessoas passaram a ser encaminhadas pelos profissionais da UBSF como: grávidas e pessoas com ansiedade ou depressão, com traumas de perdas afetivas, desempregados, com diabetes, hipertensão, dependentes químicos (da comunidade ou encaminhados pela Pastoral da Sobriedade), acamados de acidente vascular cerebral (visita domiciliar) etc. Quando necessário, a médica solicita exames e faz encaminhamentos para outros profissionais de saúde, e acompanha os resultados das consultas terapêuticas. Os dependentes químicos, quando internados, são acompanhados pela terapeuta por meio de cartas. Para 2018, está planejado projeto de extensão e pesquisa para utilização do uso da técnica CAMM para o alívio do estresse entre estudantes universitários. Esse projeto está vinculado ao Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa em Enfermagem e Saúde – NIPES da Universidade Federal do Amazonas – UFAM. RESULTADOS: A formação dessa rede social de apoio tem possibilitado que muitas famílias do bairro de Nossa Senhora Aparecida, bairro do Céu e outros de Manaus sejam ajudadas com um atendimento diferenciado que possibilita mais tempo para conversas, maior alívio do estresse e mudança de comportamento na família, trabalho e contexto social de um modo geral. A prática de CAMM, realizada com independência e autonomia em casa, promove alívio significativo no sistema nervoso, favorecendo as funções executivas e ajudam no alinhamento do cotidiano das pessoas na respectiva convivência social doméstica, escolar, laboral, etc. A agente comunitária de saúde que acompanha os casos, sempre que possível, insere a pessoa em outras atividades na comunidade, ou dá outras recomendações. A ampliação dessa rede social de apoio vem trazendo resultados na diminuição dos sintomas de pessoas que sofrem de transtornos mentais como: transtorno bipolar, depressão, dependência química, déficit de atenção, hiperatividade, assim como outros decorrentes da sobrecarga de estresse. Os resultados das pessoas com hipertensão têm sido mais evidentes, devido à possibilidade de registro dos dados da pressão arterial. Os sequelados de acidente vascular cerebral têm melhorado os padrões emocionais e a comunicação e dependentes químicos minimizado sintomas de abstinência, assim como a impulsividade para o uso de substâncias. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A criação dessa rede social mais ampla de apoio, com estratégias terapêuticas de baixo custo e complementares com o uso de CAMM, vem diminuindo a necessidade do uso de medicamentos e tem favorecido os tratamentos de saúde de várias famílias atendidas. Ainda não foi possível realizar uma pesquisa controlada para relato dos resultados fazendo a medição das mudanças nas expressões faciais. Contudo, os relatos das pessoas atendidas, da médica, enfermeira, agentes comunitárias de saúde têm demonstrado a relevância desse apoio na equipe multiprofissional para promoção da saúde. Esse trabalho também vem sendo acompanhado pelo Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa em Enfermagem e Saúde da Universidade Federal do Amazonas – UFAM, para viabilização da realização de um estudo controlado, que possa dispor de dados científicos que comprovem os resultados com critérios mais precisos.  

4326 ACOLHIMENTO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: RODA DE CONVERSA SOBRE CONHECIMENTO E PRÁTICAS DE PREVENÇÃO DE MULHERES EM RELAÇÃO AO CÂNCER DE MAMA
Paula dos Santos Brito, Vanessa Freitas Amorim, Ellen Kesia Silva dos Santos, Cassia da Silva Fernandes Oliveira, Rocilda Castro Pinho, Francisca Jacinta Feitoza de Oliveira, Ariadne Araújo Siqueira Gordon, Marcelino Santos Neto

ACOLHIMENTO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: RODA DE CONVERSA SOBRE CONHECIMENTO E PRÁTICAS DE PREVENÇÃO DE MULHERES EM RELAÇÃO AO CÂNCER DE MAMA

Autores: Paula dos Santos Brito, Vanessa Freitas Amorim, Ellen Kesia Silva dos Santos, Cassia da Silva Fernandes Oliveira, Rocilda Castro Pinho, Francisca Jacinta Feitoza de Oliveira, Ariadne Araújo Siqueira Gordon, Marcelino Santos Neto

Apresentação: O câncer é elencado como uma das principais causas de óbito no mundo e, entre as mulheres destaca-se o câncer de mama. A taxa de mortalidade em razão do câncer de mama no Brasil permanece alta, chegando a ocupar o primeiro lugar em 2012, de óbitos por câncer de mama no país segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), representando 15,2% do total de óbitos e respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano. Ainda, segundo o INCA, a prevenção do câncer de mama pode ser dividida em prevenção primária e secundária. Na prevenção primária, as medidas são voltadas para os hábitos de vida, controle da obesidade, sedentarismo e excesso de ingestão de bebidas alcoólicas, ainda orientam que as que as mulheres realizem a autopalpação das mamas sempre que sentirem-se confortáveis, sem a utilização de técnicas mais específicas ou em um período especifico. Já na prevenção secundária, as principais ações são por meio do rastreamento e exames de pessoas assintomáticas que pertencem a determinado grupo populacional para investigação diagnóstica, buscando a detecção precoce do câncer de mama. Neste estudo objetivou-se identificar o conhecimento e prática de ações de prevenção de câncer de mama em mulheres de uma Unidade Básica de Saúde no bairro Vila Cafeteira no município de Imperatriz–Maranhão, bem como descrever aspectos relacionados ao acolhimento desta clientela. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência, descritivo, com abordagem quantitativa, realizado por meio de roda de conversa com as usuárias da estratégia da saúde da família do município de Imperatriz. A roda de conversa e coleta dos dados ocorreu na própria UBS em outubro de 2017, com participação de mulheres que aguardavam atendimento para pré-natal, atendimento odontológico, vacinação e atendimento de consultas e realização de exames e contou ainda com a participação de enfermeiros, bolsistas e voluntários acadêmicos de enfermagem da Universidade Federal do Maranhão do Projeto de extensão PROEX “Acolhimento nas unidades básicas de saúde: um novo olhar sobre o cuidar”. Foram aplicados formulários com perguntas direcionadas sobre o câncer de mama, realização de exames e percepção do usuário sobre acolhimento para a saúde da mulher na unidade básica. Após a aplicação dos formulários, foram realizadas discussões interativas, sobre o conhecimento de câncer de mama, fatores de riscos modificáveis ou não, realização da autopalpação, importância da conversa aberta durante as consultas com o médico/enfermeiro, sinais e sintomas para a detecção precoce do câncer de mama, simulação da autopalpação das mamas, e demonstração de possíveis achados com objetos lúdicos que representavam a mama, nódulos e aspectos do tecido mamário, que poderiam ser indicativo de uma melhor avaliação pela equipe de saúde. Todas as mulheres participantes foram orientadas conforme a diretriz atual do INCA que não existe uma forma sistematizada para a autopalpação das mamas, o importante é o autoconhecimento da mulher em relação ao seu corpo e da importância de todas se observarem, pois tal prática contribuirá para a detecção precoce de possíveis achados, tratamento e aumento da taxa de cura, resultando em uma maior qualidade de vida. A análise exploratória dos dados foi realizada mediante a estatística descritiva, na qual para variável idade foram expressas medidas de tendência central e para as demais variáveis investigadas foram expressos valores absolutos e relativos. Resultados e/ou impactos: Participaram 21 mulheres, com idade entre 18 e 77 anos, idade média de 38 anos, desvio padrão de 14 anos e mediana de 47 anos. Houve predomínio de escolaridade de ensino fundamental incompleto com destaque para a 5° - 8° série incompleta (10; 47,61%) e a maioria era residente na zona urbana (20; 95,23%). Sobre o conhecimento do que é a autopalpação das mamas, (11; 52,38%) descreveram não saber do que se tratava. Quando questionadas sobre sinais e sintomas que devem ser observados na mama, (13; 61,90%) afirmaram não saber como se realizava essa observação. Quanto a já terem realizado a autopalpação das mamas, ou se já tiveram o exame clínico das mamas realizado por algum profissional de saúde durante suas consultas, (12; 57,14%) disseram que não, destacando-se que mesmo o exame sendo de baixo custo e de eficiência comprovada, ainda não é praticado em sua maioria no atendimento as mulheres da estratégia da saúde da família. Das mulheres que afirmaram já terem realizado a autopalpação ou exame clínico das mamas (09; 42,85%), somente duas mulheres afirmaram que a palpação das mamas foi auto realizada, demonstrando que as mulheres participantes da roda de conversa, ainda não realizam a prática de observarem suas mamas, atentando para sinas do câncer de mama. Sobre qual a idade indicada, mesmo sem apresentação de sinais e sintomas, para início da realização do exame da mamografia de rastreamento, (12; 57,14%) informaram a idade de 40 anos e (09; 42,85%) afirmaram não saberem a idade ideal, sendo que (03; 14,28%) não tinham conhecimento do que se tratava este exame. Vale destacar que, de acordo com as Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama, publicada em 2015, a mamografia é considerada como mais eficaz no rastreamento de câncer de mama na rotina da atenção integral à saúde da mulher, sendo preconizada pelo ministério da Saúde por meio da portaria nº 1.253/2013 para as mulheres de 50 a 69 anos a cada dois anos. Já os órgãos de referência para o câncer de mama, como o INCA, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), orientam a indicar o rastreamento mamográfico bianual a partir dos 40 anos para mulheres sem risco, anual a partir dos 35 anos para mulheres com risco elevado e bianual a partir dos 50 anos. O câncer de mama quando identificado em estágios iniciais, possui prognóstico mais favorável e elevado percentual de cura, diminuindo o sofrimento humano. O rastreamento por meio dos exames se faz de máxima importância para o diagnostico precoce. Quanto ao acolhimento para buscar orientações e assistência de saúde sobre alterações na mama na UBS (17; 80,95%) afirmaram que se sentem acolhidas (4; 19,04%) que não, justificando que encontram dificuldade para obter informações de coisas mais simples, ou não encontram interesse ou abertura para relatar queixas durantes o atendimento recebido, seja pelos profissionais de saúde ou demais funcionários. Fator este que merece destaque, pois o acolhimento é caracterizado especialmente pela escuta sensível, que considera as preocupações do usuário dos serviços de saúde em qualquer situação tanto na chegada ao serviço de saúde quanto ao longo do seu acompanhamento e que o mesmo deve está voltado para a melhoria da qualidade da assistência e a mudança na relação dos gestores, profissionais e usuários, sendo imprescindível para o diagnóstico precoce de fatores de riscos resultando na diminuição de morbidades e mortalidade. Considerações finais: Constatou-se que apesar de existir uma política pública para o rastreamento e detecção precoce do câncer de mama no Brasil, muitas mulheres ainda encontram dificuldades para realizar as práticas preventivas, demonstrando desconhecimento sobre tais práticas. Ademais, este relato evidenciou aspectos relevantes acerca da assistência à saúde da mulher realizada na Atenção Primária, chamando a atenção para a necessidade de melhorias, de uma sistematização da assistência realizada para o autocuidado e autoconhecimento da referida clientela no contexto da Atenção Primária à Saúde.

4971 PANORAMA DO PROGRAMA DE TRIAGEM NEONATAL BIOLÓGICA EM UM MUNICÍPIO DA AMAZÔNIA
Antenor Matos de Carvalho Junior, Cláudio de Albuquerque Lisbôa, Hitamar Almeida dos Santos Junior, Filipe Augusto Oliveira da Silva, Sílvia Maria Farias dos Santos, Ana Paula Costa Diniz, Lane Souza da Silva, Rodrigo Ruan Costa de Matos

PANORAMA DO PROGRAMA DE TRIAGEM NEONATAL BIOLÓGICA EM UM MUNICÍPIO DA AMAZÔNIA

Autores: Antenor Matos de Carvalho Junior, Cláudio de Albuquerque Lisbôa, Hitamar Almeida dos Santos Junior, Filipe Augusto Oliveira da Silva, Sílvia Maria Farias dos Santos, Ana Paula Costa Diniz, Lane Souza da Silva, Rodrigo Ruan Costa de Matos

A triagem neonatal constitui uma importante estratégia desempenhada pela Atenção Primária para proporcionar a efetividade do tratamento de doenças com possibilidade de detecção precoce, podendo colaborar com diminuição da sobrecarga dos níveis mais complexos de atenção à saúde. Ao considerar a dimensão da importância desse serviço, e a existência de limitações à aplicação dessa política pública de saúde nos Centros de Referência e Unidades Básicas de Saúde, este estudo tem como objetivo avaliar a efetividade da aplicação do Programa Nacional de Triagem Neonatal no município de Santarém e analisar como estão dispostas suas informações. Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, quantitativo, longitudinal e retrospectivo, onde se realizou a análise de informações sobre a eficácia deste serviço de saúde pública na Atenção Básica no município de Santarém, estado do Pará, no período de agosto de 2016 a agosto de 2017.  Os dados foram coletados por meio de pesquisa dos resultados dos exames de triagem neonatal disponibilizados na plataforma digital do Laboratório de Pesquisa em Apoio Diagnóstico (LAPAD), sendo analisados 3577 resultados expedidos no período supracitado. A relação da distribuição dos exames realizados no período da análise indica que o Centro de Referência da Criança é responsável pela coleta de 62,28% (n=2228) das amostras. Quanto à classificação do serviço de triagem neonatal em Santarém, o município desempenha um serviço de Fase III, segundo classificação determinada pelo Ministério da Saúde. A faixa etária das crianças no momento da realização da coleta foi analisada, sendo que 60,4% (n=2161) do total de crianças realizou coleta entre 8 a 30 dias de vida, e 24,1% (n=864) realizou o exame após 30 dias de nascimento. A partir dos dados coletados foram avaliadas variáveis em dois períodos, sendo o primeiro de agosto a dezembro de 2016 e o segundo de janeiro a agosto de 2017, em relação à idade da criança na data da coleta, observou-se a idade média de 27,2 dias de vida no primeiro período e de 24,8 dias no segundo. Outro fator analisado foi o tempo gasto no transporte da data de coleta da amostra a data de entrada ao LAPAD, com uma média de 13,4 dias e de 12,7 dias, respectivamente. Além disso, o tempo gasto para a emissão dos resultados teve médias de 236 e 257 dias, onde a idade média das crianças na liberação dos resultados foi 283,5 dias e de 279,3 dias. Das 3.577 crianças triadas, houve 74 pacientes com resultados alterados no município de Santarém, sendo 72 para Anemia Falciforme, Traço Falciforme e outras hemoglobinopatias, e dois para hipotireoidismo. Os dados achados neste trabalho podem contribuir para evidenciar a necessidade de efetivação de novos postos de coleta do teste do pezinho, assim como recomendar a implantação de um Laboratório Especializado em Triagem Neonatal no município, que corresponda à demanda da mesorregião do Baixo Amazonas e Tapajós.

5090 A METODOLOGIA ATIVA E O RESGATE DA SENSIBILIZAÇÃO: ACOLHIMENTO DA SEMENTE UM DESAFIO PARA O SUS
Suzi Silva Faria, Camila Oliveira Santos

A METODOLOGIA ATIVA E O RESGATE DA SENSIBILIZAÇÃO: ACOLHIMENTO DA SEMENTE UM DESAFIO PARA O SUS

Autores: Suzi Silva Faria, Camila Oliveira Santos

Trata-se de um relato de experiência baseado no portfólio reflexivo utilizando metodologias ativas para sua execução. O problema de pesquisa “como sensibilizar os profissionais para um atendimento mais acolhedor e humanizado no SUS?” surgiu das inquietações geradas principalmente pelas viagens educacionais. Em um primeiro momento, poderia até considerar que se tratava de uma questão utópica, redundante, sem sentido. Afinal como é possível o atendimento realizado por um ser humano não ser humanizado? As ferramentas utilizadas por meio da metodologia ativa foram estratégias educacionais que influenciaram meu querer fazer enquanto trabalhadora da saúde. Com o conhecimento adquirido e o mergulho na metodologia ativa de ensino e aprendizagem pude perceber a mudança de paradigma que ocorreu em minha vida pessoal e profissional. Hoje, tenho mais autonomia para gerenciar meus projetos em prol da coletividade. Sei que devo ser agente de transformação do processo de aprendizagem. Como resultado desta aprendizagem já pude empreender mudanças no meu ambiente de trabalho que visam valorizar o SUS cada vez mais. A minha inserção no Departamento de Humanização, permitiu-me elaborar em conjunto com um grupo de trabalho o projeto Acolhimento com Classificação de Risco nas Unidades de Atenção Básica. Neste contexto, o processo da espiral construtivista para a construção do Projeto Aplicativo baseado no Planejamento Estratégico baseado na identificação de problemas auxiliaram a construção de saberes valorosos. Essa prática pedagógica é feita de maneira compartilhada e dialógica, priorizando a integração entre teoria e prática, com enfoque interdisciplinar e multiprofissional para o desenvolvimento de capacidades necessárias para construção coletiva de processos de mudança na atuação em saúde. A adoção de metodologias ativas foi uma grata descoberta, pois apontou um caminho viável e coerente entre a proposta pedagógica e as exigências da formação profissional. A relação ação-reflexão-ação possibilitou experiências significativas com valorização do pensamento coletivo que potencializou o aprendizado de forma fecunda em termos de vivências significativas com reconhecimento de diferentes saberes necessários para uma boa atuação profissional.  A semente minúscula foi despertada e transformada em árvore frondosa, gerando frutos saborosos e nutritivos. Mas pensam que é só isso? Não, junto com os frutos, novas sementes. E novas mudinhas... A vida recomeça sempre.  

5103 A IMPLANTAÇÃO DO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS, RJ.
Suzi da Silva Faria, Maria Amélia Purcino Ferreira, Michelli Melo Grama, Diogo Guimarães Marinho

A IMPLANTAÇÃO DO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS, RJ.

Autores: Suzi da Silva Faria, Maria Amélia Purcino Ferreira, Michelli Melo Grama, Diogo Guimarães Marinho

Introdução: A Atenção Básica caracteriza-se por ser um conjunto de ações de saúde que abrange promoção, proteção e prevenção de agravos. É desenvolvida por meio de práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe e é direcionada a populações de territórios definidos.  Estas práticas são realizadas nas Unidades de Saúde que devem assumir a responsabilidade de auxiliar no manejo das demandas e necessidades de saúde da população, observando critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda, necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos1. Objetivo: Descrever o processo de implantação do acolhimento com classificação de risco nas Unidades Básicas de Saúde do município de Duque de Caxias e a construção compartilhada do Protocolo. Metodologia: trata-se de um relato de experiência realizado por um Grupo de Trabalho (GT) criado com o objetivo de implantar o acolhimento com classificação de risco nas unidades Básica de Saúde do município de Duque de Caxias. Inicialmente, foram recrutados atores que poderiam agregar valor e experiência ao GT. Reuniram-se representantes do Departamento de Atenção Básica, da Assessoria Técnica de Humanização e do NDP-DAP. Foram realizados cinco encontros com o intuito de socializar informações sobre o projeto, conhecer o objetivo e traçar a dinâmica para a realização do mesmo. Buscas realizadas na Biblioteca Virtual de Saúde e pesquisa sobre qual a melhor metodologia foi compartilhada por todos do GT. Resultado: após várias discussões em grupo trabalho foi dividido em três etapas: Levantamento do diagnóstico situacional; Oficinas de sensibilização para o acolhimento e Construção de um protocolo de acolhimento e classificação de risco em conjunto com os profissionais da Atenção Básica. Nesta primeira etapa foram escolhidas 08 Unidades de Saúde “pilotos” para a realização do diagnóstico situacional, haverá coleta de dados e para isso foi proposto um questionário com 12 perguntas abertas sobre acolhimento e 8 perguntas fechadas sobre infraestrutura e equipamentos da unidade respeitando uma escala de pontuação de 0 a 10 (modelo PNAB).  A partir dos dados compilados serão montadas oficinas de sensibilização para o acolhimento e criação coletiva do protocolo de classificação de risco na Atenção Básica.  Conclusão: Espera-se com este projeto estreitar a integração entre os setores apoiadores e padronizar as ações da Unidades através do uso do protocolo que será o produto final do projeto contando com a participação coletiva dos atores. E com isso tornar a assistência qualificada e sistematizada agindo de forma enfática na promoção, prevenção e recuperação de agravos a saúde na Atenção Básica.

5232 A importância do Acolhimento no pré-natal
Karine Ximendes Verício, Rosiane Luz Cavalcante, Ana Carolina De Gusmão, Nerllem Martins Maschmann, Adria Vanessa da Silva, Aldenora Gonçalves Monteiro

A importância do Acolhimento no pré-natal

Autores: Karine Ximendes Verício, Rosiane Luz Cavalcante, Ana Carolina De Gusmão, Nerllem Martins Maschmann, Adria Vanessa da Silva, Aldenora Gonçalves Monteiro

O pré-natal é o acompanhamento voltado as gestantes. Conceituado como um conjunto de ações que antecedem ao parto, tendo por finalidade atender as necessidades da mulher, promovendo a qualidade de vida e prevenindo intercorrências. O acolhimento é um fator determinante para o acompanhamento adequado à gestação, tal como a qualidade técnica, e refere que cabe à equipe de saúde buscar compreender os múltiplos significados da vivência da gestação para a mulher e sua família. No que tange à prática cotidiana da Estratégia Saúde à Família (ESF), o acesso tem como um dos alicerces o acolhimento, sendo materializado por meio de atitudes evidenciadas, no caso em tela, nas relações intersubjetivas diariamente estabelecidas entre profissionais e usuárias dos serviços. Longe de representar uma abstração ou utopia de materialização difícil, o acolhimento traduz‑se por gestos simples com forma cordial de atendimento, na qual os profissionais chamam as gestantes pelo nome, informam sobre condutas e procedimentos a serem realizados por intermédio de uma linguagem adequada, escutam e valorizam as narrativas das usuárias, garantem sua privacidade. A ESF idealiza o estabelecimento de uma nova maneira de operar em saúde, ou seja, aponta para a produção de um cuidado baseado na humanização da assistência, centrado no uso das tecnologias leves, tais tecnologias são aquelas produzidas no trabalho vivo em ato, compreendendo relações de interação e intersubjetividade, possibilitando produzir acolhimento, vínculo e responsabilização. Portanto, o acolhimento compreende noções como acesso, referência, capacidade de escuta e percepção das demandas em seus contextos psicossociais Nesse contexto, o relato apresentado vem enfatizar a importância do pré-natal na Atenção Básica, tendo o enfermeiro como agente fundamental na execução da política de atenção à saúde da mulher. O pré-natal é uma atividade fundamental na ESF, sendo realizado por médicos e enfermeiros, contudo, o trabalho em enfermagem acaba, em muitos casos, por executar o acolhimento inicial, o momento de uma longa conversa com essa gestante. O relato apresentado ocorre na ESF localizada no município de Belém, estado do Pará. Em nosso trabalho atendemos a demanda de mulheres gestantes de várias formas, através de consultas de enfermagem, rodas de conversa, atividades de educação em saúde e pré-natal. Nossas usuárias estão na faixa etária de 13 a 40 anos, primigesta e multíparas. Ao iniciar o acolhimento, durante a consulta de enfermagem, notamos diversas dúvidas sobre a situação em que elas se encontram, mesmo que muitas não sejam primigestas. Nesse momento tentamos explanar ao máximo e sanar as dúvidas dessas usuárias. É de extrema importância a criação desse vínculo com o profissional de saúde, não somente para o pré-natal, como também para as etapas seguintes, como o planejamento familiar. Existem muitas dificuldades encontradas nesse processo, como por exemplo, o acesso dessas usuárias ao serviço de saúde que ainda é pequeno em sua totalidade, porém temos observado uma melhora nessa demanda e conscientização da importância do pré-natal. Espera-se que as ações desenvolvidas pelos enfermeiros na atenção ao pré-natal possam crescer cada vez mais, atendendo assim as necessidades dessas usuárias.

2289 A IMPORTÂNCIA DO ACOLHIMENTO HUMANIZADO NA TRIAGEM EM UMA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, RELATO DE EXPERIÊNCIA
Regiane Camarão Farias, Aliny Cristiany Costa Araújo, Camila Leão Do Carmo, Camilla Cristina Lisboa Do Nascimento, Diully Siqueira Monteiro, Fernando Kleber Martins Barbosa, Giovana Karina Lima Rolim, Marcos José Risuenho Brito Silva

A IMPORTÂNCIA DO ACOLHIMENTO HUMANIZADO NA TRIAGEM EM UMA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Regiane Camarão Farias, Aliny Cristiany Costa Araújo, Camila Leão Do Carmo, Camilla Cristina Lisboa Do Nascimento, Diully Siqueira Monteiro, Fernando Kleber Martins Barbosa, Giovana Karina Lima Rolim, Marcos José Risuenho Brito Silva

APRESENTAÇÃO: O acolhimento é considerado uma tecnologia leve que otimiza a demanda dos usuários e organiza o processo de cuidado da unidade local, sendo o profissional responsável por acolher, responsabilizar e resolver, utilizando relações de vínculo e capacidade de escuta aberta. Além disso, pode facilitar a continuidade e redefinição dos projetos terapêuticos dos usuários, sobretudo quando eles procuram a unidade de saúde fora das consultas ou atividades agendadas. Já a triagem pode ser definida como a classificação de consultas e procedimentos específicos. Com isso, é notória a importância da soma entre o acolhimento e a triagem, visto que o acolhimento humanizado possibilita a aproximação do usuário forma ética, estética, política e constante com a Estratégia Saúde da Família (ESF), visto que, os usuários geralmente são conhecidos ou estão próximos (por morarem perto ou serem adstritos à UBS) e que o efetivo trabalho em equipe (multi e transdisciplinar) produz relações solidárias e complementares entre os profissionais (enriquecendo-os individualmente e ao conjunto da equipe), gerando, assim, mais segurança e proteção para os usuários. Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem na triagem de uma ESF.  DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, vivenciado por acadêmicos de enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA). A vivência ocorreu em uma ESF localizada em Belém-Pa. Durante o dia de prática, os acadêmicos ficaram responsáveis pela triagem padrão nos usuários que estavam aprazados e de demanda espontânea da ESF. Os acadêmicos, ao realizarem a triagem, buscaram estabelecer um vínculo com os usuários ali presentes por meio de conversas, adotando uma postura resolutiva do que poderia ser feito e demonstrando disponibilidade para uma escuta aberta no atendimento. RESULTADOS: Percebeu-se durante as conversas, que os usuários se sentiram acolhidos durante o atendimento, onde foi utilizado um diálogo de aproximação e não meramente sistemático, como ferramenta de verbalização de suas queixas, dúvidas, sinais e sintomas. Com isso, estes se mostraram acessíveis e satisfeitos quanto ao serviço em questão.  CONSIDERAÇÕES FINAIS: Desta forma, pode-se concluir que um acolhimento de qualidade, mesmo sendo breve na triagem, faz com que ocorra uma maior aproximação e construção de vínculo entre profissional e usuário do serviço, visto que este deve estar presente em todas as relações de cuidado e norteando todas as etapas do serviço em saúde. Nota-se que a enfermagem é de extrema importância quanto às demandas na ESF, inclusive no acolhimento do usuário, que deve ser priorizado no atendimento como papel fundamental no processo de implementação do mesmo.

2258 AÇÃO EDUCATIVA VOLTADA PARA MULHERES SOBRE HIPERTENSÃO E DIABETES, RELATO DE EXPERIÊNCIA
Regiane Camarão Farias, Aliny Cristiany Costa Araújo, Camila Leão Do Carmo, Camilla Cristina Lisboa Do Nascimento, Deivid Ramos Dos Santos, Diully Siqueira Monteiro, Fernando Kleber Martins Barbosa, Marcos José Risuenho Brito Silva

AÇÃO EDUCATIVA VOLTADA PARA MULHERES SOBRE HIPERTENSÃO E DIABETES, RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Regiane Camarão Farias, Aliny Cristiany Costa Araújo, Camila Leão Do Carmo, Camilla Cristina Lisboa Do Nascimento, Deivid Ramos Dos Santos, Diully Siqueira Monteiro, Fernando Kleber Martins Barbosa, Marcos José Risuenho Brito Silva

APRESENTAÇÃO: O diabetes mellitus e a hipertensão arterial estão associados à morbidade e à mortalidade, e são responsáveis por complicações cardiovasculares, encefálicas, coronarianas, renais e vasculares periféricas. O termo “diabetes mellitus” (DM) refere-se a um transtorno metabólico de etiologias heterogêneas, caracterizado por hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, resultantes de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina. No conjunto das 27 capitais dos estados brasileiros e Distrito Federal, a frequência do diagnóstico médico prévio de diabetes foi de 8,9%, sendo menor entre homens (7,8%) que entre mulheres (9,9%). Em ambos os sexos, o diagnóstico da doença tornou-se mais comum com o avanço da idade. Já a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial – PA (PA ≥140 x 90mmHg). Associa-se, frequentemente, às alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo e às alterações metabólicas, com aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. No conjunto das 27 capitais dos estados brasileiros e  Distrito Federal, a frequência de diagnóstico médico de hipertensão arterial foi de 25,7%, sendo maior em mulheres (27,5%) do que em homens (23,6%). Por isso, fazem-se necessárias ações educativas para conhecer, prevenir ou controlar os mesmos. Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem sobre uma ação educativa realizada para mulheres. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência, vivenciado por acadêmicos de enfermagem da Universidade do Estado do Pará no mês de maio de 2017, com mulheres moradoras de bairro do Marco. Na ação, primeiramente foi realizada a aferição da pressão arterial e glicemia das mulheres que estavam presentes. Após isso, foi realizada a promoção da educação em saúde e esclarecimentos sobre os questionamentos das participantes por meio da roda de conversa a respeito dos assuntos abordados. Por fim, foi entregue individualmente, um folheto com informações sobre hipertensão e diabetes para as mesmas, a fim de possibilitar a continuidade e permanência do aprendizado, bem como a possibilidade de compartilhamento com seus familiares e pessoas próximas. RESULTADOS: A ação alcançou 50 moradoras, na faixa etária de 30 a 67 anos. Pode-se notar o interesse das participantes quanto os assuntos abordados pela participação ativa na roda de conversa, exposição das dúvidas sobre prevenção e controle de hipertensão e diabetes e o compartilhamento de experiências pessoais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A estratégia da utilização da educação em saúde por meio da roda de conversa mostra-se significativa para possibilitar a mudança de pensamentos e costumes, auxiliando na capacitação de ações transformadoras e capazes de promover a melhoria da qualidade de vida sobre as questões abordadas.