120: A estratégia na saúde das famílias
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: ICB Sala 04 - Canarana    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
2158 A importância da Consulta de Enfermagem na Atenção Básica – Relato de experiência
neiva willers

A importância da Consulta de Enfermagem na Atenção Básica – Relato de experiência

Autores: neiva willers

O Município de Estância Velha está localizado na região metropolitana de Porto Alegre, com 47.284 hab (IBGE, 2017), tendo sua principal atividade econômica na área coureiro calçadista. A rede de saúde é composta por oito Unidades Básicas de Saúde, com oito equipes de Saúde da Família, um CAPS, uma Farmácia Municipal, um Hospital Municipal e Equipe de Vigilância em Saúde. Em 2001 foi iniciada a implantação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) no Município. A contratação dos trabalhadores neste momento deu-se através de concurso público. Desde então as enfermeiras atuantes nas equipes de ESF realizam a consulta de enfermagem. Considera-se, pois, como conceito operacional, a consulta de enfermagem como a aplicação do processo de enfermagem, portanto, a assistência profissional prestada ao indivíduo aparentemente sadio ou em tratamento ambulatorial (Horta, W.A, 1975). Dentro das equipes de saúde, o enfermeiro é fundamental por sua especificidade, já definida em suas atribuições, através da Lei 7498/1986: consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem; consulta de enfermagem; prescrição e assistência de enfermagem; cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; A consulta de enfermagem ocorre em todas as Unidades de Saúde de Estância Velha, realizada com agendamento prévio ou através do acolhimento por demanda espontânea. Quando a consulta ocorre por agendamento prévio, é decorrente de Protocolos Municipais já instituídos e validados de acordo com as Políticas Nacionais da Saúde da Mulher, Saúde da Criança e Saúde do Adolescente e Adulto, além do atendimento a hipertensos, diabéticos e outras doenças crônicas. Através do acolhimento que ocorre em todas as Unidades, são encaminhadas demandas específicas que podem ser atendidas pela enfermeira, inclusive saúde mental e casos de violência doméstica. Dentro dos protocolos existentes, são atendidos pré-natal de risco habitual, puerpério, puericultura, coleta de citopatológico, solicitação exames e prescrição de medicamentos conforme os protocolos do Ministério da Saúde e Lei 7498/1986. Atualmente no Município são realizadas em torno de 1600 consultas mensais de enfermagem (SMS/EV,2017). Através da consulta de enfermagem em Estância Velha foi possível a ampliação de diversos programas, citando como exemplo principal a consulta de pré-natal onde intercalamos uma consulta de enfermagem e uma médica. Da mesma forma a puericultura. Com resultados muito satisfatórios, pois atualmente temos mais de 80% de nossas gestantes com 7 consultas ou mais de pré-natal (DATASUS, 2015). Diante do cenário atual do Brasil, onde tivemos recentemente a tentativa de impedir a realização de procedimentos de enfermagem através de uma liminar, é necessário valorizar e garantir o atendimento deste profissional dentro das Equipes de Saúde. A realização de consulta de enfermagem é fundamental para a ampliação do acesso ao serviço de saúde, qualifica o atendimento dos usuários e estreita os vínculos com a comunidade.    

2241 RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A PRÁTICA DA PUERICULTURA NO PROGRAMA DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA UBS O-10 DO BAIRRO NOVA ESPERANÇA, EM MANAUS - AMAZONAS, NO SEGUNDO SEMESTRE DE 2017
Marcela Menezes, Jeanne Vianne Oliveira, Evangeline Cardoso, Anny Reis Souza, Mariana Santiago Bernardes, Gabriel Rebello Pennini, Orlando Luigi Bertollo, Adnaldo Silveira Maia

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A PRÁTICA DA PUERICULTURA NO PROGRAMA DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA UBS O-10 DO BAIRRO NOVA ESPERANÇA, EM MANAUS - AMAZONAS, NO SEGUNDO SEMESTRE DE 2017

Autores: Marcela Menezes, Jeanne Vianne Oliveira, Evangeline Cardoso, Anny Reis Souza, Mariana Santiago Bernardes, Gabriel Rebello Pennini, Orlando Luigi Bertollo, Adnaldo Silveira Maia

A infância é um período de extrema importância para o desenvolvimento cognitivo, físico e social do indivíduo. É importante que o profissional de saúde atue de forma eficaz nesta época para garantir a formação de adultos saudáveis. Logo, o objetivo deste relato de experiência foi observar e descrever a prática da puericultura na Estratégia de Saúde da Família (ESF) da UBS O-10 do Bairro Nova Esperança em Manaus, com foco na alimentação, vacinação, cuidado com acidentes, higiene pessoal e preenchimento adequado na Caderneta de Saúde da Criança (CSC). A experiência foi adquirida por visitas domiciliares a 25 famílias acompanhadas pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Nesse ínterim, diversas mães relataram julgar a necessidade de trabalhar o principal motivo da introdução precoce de fórmulas infantis em detrimento do aleitamento materno, preconizado pelo Ministério da Saúde como ideal até os 2 anos de idade. Quanto a vacinação, 6 das 25 crianças apresentaram vacinação incompleta e, quando questionados, os pais alegavam não saber e não terem sido alertados na UBS, em atendimento posterior. Em relação ao cuidado com acidentes, percebemos brincadeiras em ambientes hostis, como igarapés sujos, terrenos baldios com lixo, casas sem muros ou calçadas e sem a supervisão de seus cuidadores, os quais pareciam não ter noção dos perigos ali contidos. Observamos falta de cuidados básicos de higiene nas casas, com ambientes úmidos, empoeirados, com animais domésticos e pragas. Além disso, 100% das crianças tinha higiene oral precária, com escovação apenas uma vez ao dia. Por fim, observamos que todas as crianças possuíam a CSC, entretanto, a maioria não tinha o preenchimento completo ou feito de forma correta, o que é preocupante, visto que esta é um instrumento poderoso para acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento normal da criança. Em vista disso, notamos que os fatores informação, educação e cultura são os maiores condicionantes dos problemas estruturais encontrados nesta população. Propomos a prática de educação continuada aos ACS da UBS O-10, pois é necessária a intervenção na ESF para que haja uma melhor promoção de saúde nessa região.

3364 Desenvolvimento de Grupo de Convivência em uma Unidade de Saúde da Família: Um relato de experiência.
Marcos Silva, Arthur lima, Arthur lima, Arthur lima, Arthur lima, aNNE Sulivan Lopes da Silva Reis, JULIANE FAGUNDES, Janilson Matos, JULIANE FAGUNDES, Janilson Matos, MARIA DE LOURDES, aNNE Sulivan Lopes da Silva Reis, MARIA DE LOURDES, aNNE Sulivan Lopes da Silva Reis, GISLENE PEREIRA BASTOS, GISLENE PEREIRA BASTOS, TAYANE DE JESUS FREITAS, Janilson Matos, TAYANE DE JESUS FREITAS, aNNE Sulivan Lopes da Silva Reis, JULIANE FAGUNDES, TAYANE DE JESUS FREITAS, JULIANE FAGUNDES, MARIA DE LOURDES, Janilson Matos, MARIA DE LOURDES, TAYANE DE JESUS FREITAS, GISLENE PEREIRA BASTOS, GISLENE PEREIRA BASTOS

Desenvolvimento de Grupo de Convivência em uma Unidade de Saúde da Família: Um relato de experiência.

Autores: Marcos Silva, Arthur lima, Arthur lima, Arthur lima, Arthur lima, aNNE Sulivan Lopes da Silva Reis, JULIANE FAGUNDES, Janilson Matos, JULIANE FAGUNDES, Janilson Matos, MARIA DE LOURDES, aNNE Sulivan Lopes da Silva Reis, MARIA DE LOURDES, aNNE Sulivan Lopes da Silva Reis, GISLENE PEREIRA BASTOS, GISLENE PEREIRA BASTOS, TAYANE DE JESUS FREITAS, Janilson Matos, TAYANE DE JESUS FREITAS, aNNE Sulivan Lopes da Silva Reis, JULIANE FAGUNDES, TAYANE DE JESUS FREITAS, JULIANE FAGUNDES, MARIA DE LOURDES, Janilson Matos, MARIA DE LOURDES, TAYANE DE JESUS FREITAS, GISLENE PEREIRA BASTOS, GISLENE PEREIRA BASTOS

Apresentação: Este trabalho trata-se de um relato de experiência desenvolvido pelos profissionais - residentes e corpo pedagógico - do Programa de Residência Multiprofissional e Médica em Saúde da Família FESF-SUS/FIOCRUZ, atuantes em uma Unidade de Saúde da Família (USF) no município de Lauro de Freitas, Bahia. Apresenta como objetivogeral refletir sobre a produção do cuidado na Atenção Primária à Saúde (APS)e como objetivo específico relatar a experiência do uso de estratégias que viabilizem o maiorconhecimento das reais necessidades de saúde e interesses da comunidade adscrita a essa Unidade e fortalecimento do vínculo com os usuários, das práticas alternativas (não biomédicas), da autonomia dos sujeitos e da valorização da culturalocal.   Desenvolvimento: No Primeiro momento, foi elaborada uma atividade em grupo com o nome Encontro com a Saúde, a qual foi aberta à toda comunidade e divulgada através dos agentes comunitários, convites impressos, sala de espera e em reuniões das equipes de saúde. Essa atividade teve como tema principal – qualidade de vida –  e foi utilizada como metodologia a dinâmica de construção de uma árvore dos sentidos, em que cada usuário recebeu um papel em branco em formato de frutas, onde ele foi questionado e convidado a escrever ou responder verbalmente sua percepção sobre qualidade de vida. A partir das respostas, foram escolhidos alguns temas para serem discutidos em encontros posteriores como: atividade corporal, alimentação saudável e qualidade do sono. Ao final, foram pactuados novos encontros semanais.   Em um dos encontros trouxemos a temática Envelhecimento: Por se tratar de um grupo formado por pessoas, em sua maioria, idosas ou próximas dos 60 anos, foi planejado uma roda de conversa sobre as alterações fisiológicas que ocorrem nessa idade, consideradamelhor idade; sobre o envelhecer saudável e o processo de saúde-doença-cuidado; a atividade física como uma aliada nesse processo de envelhecimento saudável e direitos do Idoso. Nesse último tópico, a discussão e as reações de indignação foram grandes. Segundo os usuários, esses direitos são negligenciados e por vezes, demandam um certo desgaste físico e até emocional para que esses possam ser cumpridos, e por vezes não são. Para finalizar o encontro, com o intuito de ganho de flexibilidade, prevenção de quedas e melhora do estado físico global, foi realizado alongamentos ativos, exercícios para ganho de força, equilíbrio e coordenação motora e incentivo ao empoderamento e corresponsabilização do usuário pela sua saúde e vida ativa.   Em outro encontro trouxemos a Bioenergética: como metodologia utilizou-se a roda de conversa em que os participantes foramquestionados sobre estresse.Muitos dos presentes referiram conviver diariamente com essa problemática, seja com seus cônjuges ou com parentes que residem em seu domicílio. Reconheceram que níveis elevados podem ser prejudiciais para a saúde e que tentam na maioria das vezes se afastar da fonte geradora. Diante disso, visando liberar essas emoções e energias presas dentro de cada ser, para que as pessoas tivessem mais prazer e alegrias em suas vidas, realizamos exercícios de bioenergética (sincronizados com a respiração) durante aproximadamente 50 minutos.   Outros temas já fizeram parte dos nossos encontros, como a alimentação saudável, já que nos dias atuais as pessoas estão mais preocupadas com o que estão se alimentando. Duas características que predominam nos usuários que frequentam o grupo é a hipertensão e a diabetes e, por isso, foi explorado o tema de alimentação saudável no geral, mas com foco especial para estes pacientes. Uma das metodologias utilizadas foi a de mito ou verdade, que teve o objetivo de avaliar o grau de conhecimento das pessoas quando se trata de alimentação, já que é um tema que sofre bastante influência da mídia. Foi observado que as pessoas têm clareza de algumas coisas, mas que em relação a outras, ainda precisam de mais informação. Para finalizar, fizemos um lanche coletivo com frutas da época e de baixo custo, para mostrar que podemos sim ter uma alimentação saudável pagando pouco.   No intuito de resgatar a cultura corporal dos usuários, foi iniciada uma serie de experimentações baseadas nas Praticas corporais, haja vista a demanda identificada nos primeiros encontros realizados. As atividades com os temas: Samba, Cantigas de roda, Jogos cantados, Capoeira dentre outros, foram suscitadas pelos participantes. Dentro da experiência de cada uma delas, foi possível identificar o quanto as manifestações culturais envolve e perpassam a identidade dos sujeitos, através do resgate do lúdico e da valorização da singularidade da auto-expressão. Durante o fluir dos encontros a dança foi uma das estratégias mais requisitadas pelos participantes, que em determinado momento a elegeram como ponto norteador dos encontros. Imbuídos nos ritmos musicais que marcaram diversas épocas como: Anos 60, 70, 80 além dos hits contemporâneos como o arrocha, os participantes rememoraram os costumes, as tradições e suas vivencias durante o seu transitar no decorrer do tempo. Pensando em promover o contato com as Praticas Integrativas e Complementares em Saúde – PICS foi realizada diversas atividades que contribuíram para o fortalecimento e integração do grupo com a perspectiva do auto cuidado e do gerenciamento do próprio corpo, visando a qualidade de vida na perspectiva da Promoção da Saúde. Dentre estas experiências: a Biodança foi vivenciada no intuito de proporcionar a integração afetiva e o desenvolvimento do potencial humano. As danças circulares sagradas tiveram o objetivo de resgatar a conexão com a natureza, consigo e com o outro. O Lian Gong foi apresentado como prática de exercícios fortalecedores do sistema articular, na perspectiva da aptidão física relacionada à saúde. Já a meditação e relaxamento oriental visaram tanto a capacidade de concentração, como o manejo das próprias emoções. A Bioenergética direcionou exercícios e movimentos de sincronização com a respiração, promovendo sensação de leveza e bem estar constados pelos participantes.     Resultados e Impactos: A fase de planejamento do grupo aconteceu a partir das demandas dos usuários e em um processo junto a eles. A identidade e formato que o grupo tomou é um resultado da participação ativa dos atores envolvidos, tanto usuários quanto trabalhadores da USF. Consideramos que o grupo se tornou um espaço de convivência, educação em saúde, qualidade de vida, lazer, estímulo a uma vida mais independente e prazerosa para essa comunidade, onde já existem frequentadores assíduos, novas pessoas que aparecem a cada encontro, trazidos pelos usuários que já conhecem o grupo e convidados por trabalhadores da USF que percebem a necessidade de incluir algumas pessoas em redes de relacionamento com as características desse grupo e os benefícios que terão.   Considerações Finais: Percebemos que a convivência em grupo e o dialógo linear entre trabalhadores e usuários aproxima e trás reflexões construtivas para o seu processo saúde e vida. Ter uma escuta sensívelpor parte dos profissionais de saúde e incentivara participação ativa dos usuários na escolha da temática para cada encontro aumentou a adesão e protagonismo dos indivíduos ao grupo. Isso resultou em maior participação e autonomiados sujeitos no seu cuidado de saúde, dando empoderamento e corresponsabilização. Além disso, fortaleceua prática de modelos de cuidado em saúde contra-hegemônicos que não o Modelo Biomédico, a partir de abordagens biopsicossociaisque entendem a sintomatologia como uma consequência de uma ou mais causas, a(s) qual(is) deve(m) ser identificada(s) e dada(s) a devida importância, não sendo mais suficiente apenas medicar, o que torna as abordagens e açõesmais eficazes.  

3450 A CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR COM USUÁRIO E FAMÍLIA: POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
Aline dos Santos Ramos

A CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR COM USUÁRIO E FAMÍLIA: POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES

Autores: Aline dos Santos Ramos

O trabalho apresentado é resultado de um estudo de caso, realizado por os residentes de saúde mental coletiva e saúde da família e comunidade, da escola de saúde pública do estado do Ceará (ESP/CE), com cenário de prática no município de Brejo Santo/CE. Tendo como objetivo, elaborar o projeto terapêutico singular (PTS), para um usuário portador de transtornos mentais que se encontrava em cárcere privado, no intuito de que este passasse a assumir o direito de ir e vir garantido constitucionalmente e consequentemente, também usufruir de uma melhor qualidade de vida, partindo da perspectiva da saúde no seu sentido integral. Fundamentou-se em métodos da pesquisa de campo e pesquisa qualitativa, utilizando-se a entrevista semiestruturada e instrumentais técnicos operativos, como técnica fundamental de coleta de dados. A pesquisa de campo foi realizada no período de agosto de 2015 e concluída em setembro de 2015. Teve como sujeitos envolvidos, profissionais da rede de saúde, residentes, familiares e usuário. Para se chegar ao objetivo proposto, procurou-se entender o trabalho em rede, a operacionalização da clínica ampliada e reforma psiquiátrica, bem como, a dinâmica familiar do usuário envolvido, tendo em vista que, a família deve exercer a condição de parceria e corresponsável nos projetos terapêuticos dos Serviços de Saúde Mental. Os limites evidenciados na pesquisa servem como base e reflexão para aqueles que desejam enfrentar os desafios e com eles construir possibilidades de melhorar a qualidade de atendimento a demanda das políticas de saúde, além de fornecer algumas ferramentas teórico-metodológicas aos profissionais que lidam com o tema em questão.

4259 A PERCEPÇÃO DA ATENÇÃO INTEGRAL DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA PERSPECTIVA DAS EQUIPES PARTICIPANTES DO PMAQ-AB
Ana Carla Ferreira Picalho, Andrea Paradelo Ribeiro, Thais Nayara Soares Pereira, Taciane Dos Santos Valério, Claudia Souza Peixoto, Laizza Cristina Da Silva Siqueira Ventura, Lucieli Dias Pedrechi Chaves, Josué Souza Gleriano

A PERCEPÇÃO DA ATENÇÃO INTEGRAL DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA PERSPECTIVA DAS EQUIPES PARTICIPANTES DO PMAQ-AB

Autores: Ana Carla Ferreira Picalho, Andrea Paradelo Ribeiro, Thais Nayara Soares Pereira, Taciane Dos Santos Valério, Claudia Souza Peixoto, Laizza Cristina Da Silva Siqueira Ventura, Lucieli Dias Pedrechi Chaves, Josué Souza Gleriano

O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) foi proposto pelo Ministério da Saúde (MS) como estratégia para alcançar mudanças nas condições e modos de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde e incentivar os gestores locais do Sistema Único de Saúde (SUS) a melhorar o padrão de qualidade da assistência na Atenção Primária à Saúde (APS). Objetivou conhecer a situação atual da Atenção Básica nas unidades de saúde que serão avaliadas no 3º ciclo do PMAQ-AB no que concerne à atenção integral, na perspectiva dos profissionais das equipes de saúde da família. Trata-se de pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa, desenvolvida em um município localizado no sudoeste do estado de Mato Grosso, que no ano de 2016 acelerou exponencialmente o processo de expansão da atenção básica chegando a cem por cento de cobertura, após adesão ao Programa Mais Médicos e credenciou-se ao PMAQ-AB no ano de 2015. O campo de estudo foi composto por 10 unidades de saúde da família. Participaram do estudo, 78 profissionais que atuavam na atenção básica e estavam em efetivo exercício nas unidades de saúde. Os dados foram coletados no período de Junho a Agosto de 2016, utilizando a técnica de grupo focal norteado pelo instrumento nacional da Autoavaliação para Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (AMAQ). As dez unidades participantes da pesquisa foram as cadastradas para receber avaliação do PMAQ-AB. Considera-se no instrumento aplicado o Processo de Trabalho e Atenção Integral à Saúde que divide-se em duas subdimensões: Organização do Processo de Trabalho e Atenção Integral à Saúde. Na subdimensão Organização do Processo de Trabalho constatou-se que oito unidades apresentaram um nível geral satisfatório, enquanto duas unidades obtiveram nível geral regular. As principais fragilidades expõem-se na ausência de capital humano na composição das equipes, em especificidade enfermeiro e agente comunitário de saúde, instrumentos norteadores do processo de trabalho e alteração constante no território de adscrição. Na subdimensão Atenção Integral à Saúde resultou em quatro unidades com nível geral satisfatório, cinco apresentaram nível geral regular e uma apresentou nível geral insatisfatório. Verificou-se que a maioria das ações desenvolvidas pelas equipes eram pontuais, com pouco planejamento e não eram avaliadas após a execução para estabelecimento de estratégias, assim como, não envolviam a comunidade nessas ações. A saúde do homem e mental foram os principais gargalos em todas as unidades, destaca-se que as práticas complementares eram desenvolvidas em três unidades por médicos cubanos. A aplicação do instrumento AMAQ permitiu reflexão das equipes e troca de experiências resultando em discussões coletivas para tomada de decisões. Esses momentos de encontro colaboraram para a responsabilização e definição de funções dos profissionais da equipe e melhoria da gestão do processo de trabalho. Com isso, privilegia-se observar o funcionamento das unidades a partir de uma avaliação por profissionais, das facilidades ou barreiras, em tempo oportuno, e de acordo com as necessidades da população.

4916 POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES DO ACOMPANHAMENTO DO HOMEM NO ATENDIMENTO DE PRÉ-NATAL PELO ENFERMEIRO.
Alisson Salatiek Ferreira de Freitas, Maria Simone da Costa Freitas, Lueyna Silva Cavalcante, Ingrid Martins Leite Lúcio, Polyana Carina Viana da Silva

POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES DO ACOMPANHAMENTO DO HOMEM NO ATENDIMENTO DE PRÉ-NATAL PELO ENFERMEIRO.

Autores: Alisson Salatiek Ferreira de Freitas, Maria Simone da Costa Freitas, Lueyna Silva Cavalcante, Ingrid Martins Leite Lúcio, Polyana Carina Viana da Silva

Apresentação: A proposta da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem visa classificar a saúde da população masculina nas linhas de cuidado que conservem a integralidade da atenção. Nos últimos anos, consideráveis fatores contribuem para a maior participação do homem nas relações familiares e um destes foi a inclusão da mulher no mercado de trabalho. Nessa perspectiva a inserção do pai no pré-natal proporciona vínculo entre pai/filho, além de prevenir violência doméstica a criança e o abandono familiar. Assim o presente estudo busca descrever as potencialidades e fragilidades do acompanhamento do homem no pré-natal pelo enfermeiro. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, elaborado durante vivência do estágio supervisionado I de Graduação em Enfermagem de um Centro Universitário, na consulta de pré-natal com a participação do homem. A vivência ocorreu em uma Unidade de Atenção Primária à Saúde, localizada em Fortaleza-CE, no período de setembro a novembro de 2016. As coletas dos resultados seguiram por meio do protocolo estabelecido para consulta de enfermagem diante do pré-natal pelo Ministério da Saúde, tendo a família como objeto de estudo e sua interação para cuidado durante esse período gestacional. Participaram desse estudo cinco famílias que foram acompanhadas durante cinco consultas de pré-natal, em média. Resultados e/ou impactos: Diante da gravidez foram identificados entre os homens sentimentos de ansiedade, dúvida, medo, surpresa e felicidade. Outras reações evidenciadas foram os sentimentos de exclusão frente ao momento da consulta de pré-natal, talvez por não se sentirem parte direta desse processo e de fato acolhidos. É necessário incentivar a participação do homem, para que ele sinta-se à vontade para interagir fazendo-se parte do processo gestacional. Dentre os motivos que influenciaram a sua não participação em todas as consultas destaca-se o trabalho como principal fator. Além do trabalho foi expresso desconhecimento do direito da participação do pai na consulta e não existia nenhum incentivo/convite realizado pelos profissionais da UAPS. Dessa forma a participação dos homens nesse estudo foram voluntárias e os mesmos só conseguiram estar presentes no momento devido a folga no trabalho. Com a participação do homem nas consultas percebeu-se que sua parceira demonstrava maior confiança e foi evidenciada a melhor adesão às orientações quanto às práticas de melhoria de vida na família. Considerações finais: A participação do pai vem fortalecer o trinômio pai-mãe-filho, sendo fundamental que as políticas públicas trabalhem para a melhoria do acesso do homem ao programa de pré-natal masculino, criando um ambiente favorável a paternidade. É evidente que ainda é um desafio para a assistência de enfermagem, contudo observa-se que o encorajamento do pai para a participação das consultas favorece a permanência do mesmo nos atendimentos subsequentes.

5198 A PERCEPÇÃO QUE O PARCEIRO NA GRAVIDEZ TAMBÉM É PROTAGONISTA: CONSUTAS DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL.
Eliseu da Silva Vieira, Elielson Paiva Sousa, Érika Rêgo da Cruz, Karina Barros Lopes, Thamyres Batista Procópio

A PERCEPÇÃO QUE O PARCEIRO NA GRAVIDEZ TAMBÉM É PROTAGONISTA: CONSUTAS DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL.

Autores: Eliseu da Silva Vieira, Elielson Paiva Sousa, Érika Rêgo da Cruz, Karina Barros Lopes, Thamyres Batista Procópio

Introdução: A gestação é um momento de extrema delicadeza, mas muito especial para toda família, um episódio carregado de acepções e emoções para todos os envolvidos e que necessita de intervenções expressivas da equipe de saúde na proposta de uma boa condição de saúde durante toda gravidez. Embora as variadas mudanças possam ser mais perceptíveis, nas gestantes, as mudanças em toda família, o que inclui o parceiro nesse contexto, pois embora este costume perceber e reconhecer a paternidade somente após o parto, existem literaturas que tem demostrado um olhar diferenciado a esses parceiros na participação mais atuante no pré-natal, agora sendo requerido também o protagonismo nos programas do governo; neste sentido, o objetivo deste trabalho é demostrar a importância da presença do parceiro no pré-natal. Descrição da experiência: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por discentes da Faculdade de Enfermagem da UFPA em uma Unidade Municipal de Saúde do município de Belém-PA na prática da atividade curricular: Atenção Integral a Saúde da Mulher, Criança e Adolescente. Nesta vivência foram analisadas pesquisas que demonstravam o anseio dos parceiros em participar atuantes do período gestacional e a real observação clínica em nossas consultas de enfermagem, onde se verificou uma ausência significava deles no programa, tendo a falta de tempo como justificativa. Tal fato foi motivo de preocupação pelo grupo, por entender que a participação deles é fundamental neste momento sempre novo e repleto de significados e emoções, pois além de proporcionar a criação ou ampliação de vínculos afetivos precoce entres os envolvidos e reconhecimento da paternidade, é uma ótima oportunidade de aproximar o parceiro dos profissionais e serviços de saúde, aliás, foi perceptível na clínica, a resistência, preconceito e negligência dos homens em procurar os variados serviços da Rede de Atenção à Saúde (RAS), sendo motivo para alerta e de responsabilidade dos profissionais em criarem medidas a fim de proporcionar a busca ativa e assistência integralizada a esses usuários e não somente no pré-natal a qual ainda, infelizmente, tem deixado o, também, protagonismo do parceiro, seja por barreiras criadas pelos profissionais, pelos próprios usuários ou pelo sistema, mas também nos demais serviços de saúde. Resultados: Como foi verificado uma divergência entre as literaturas mais recentes e a vivência clínica do grupo, fizemos uma análise crítica dela, na qual é sempre importante para o amadurecimento profissional; alcançando a percepção que a assistência de enfermagem ao usuário deve ter sempre um olhar holístico, entendendo-se, com isso, a importância da participação dos parceiros nas consultas do pré-natal, objetivando a criação de medidas para chamá-los para próximo dos profissionais e serviços de saúde a fim de prestarmos uma assistência integralizada a todos os envolvidos na assistência, dando-nos ainda, perspectivas de novos horizontes de publicações e melhora do Sistema Único de Saúde. Considerações finais: Foi incrivelmente relevante para nossa formação acadêmica vivenciar esta experiência no curso, pois mostrou que sempre devemos estar atentos aos mínimos detalhes de qualquer consulta, tendo em vista que pode ser determinante para intervenções dos profissionais.

4368 A comunicação e o tratamento medicamentoso na Atenção Básica: contribuição da Fonoaudiologia e da Farmácia no cuidado em saúde
Camila Lima Nascimento

A comunicação e o tratamento medicamentoso na Atenção Básica: contribuição da Fonoaudiologia e da Farmácia no cuidado em saúde

Autores: Camila Lima Nascimento

Apresentação: O acompanhamento das doenças crônicas não transmissíveis, especialmente hipertensão e diabetes, está na essência do trabalho da Atenção Básica, principalmente em relação a ações de prevenção e promoção de saúde. Esse grupo de doenças tem uma ligação estreita com hábitos e modos de vida e a autonomia do sujeito sobre sua saúde deve ser preconizada nas ações em todos os níveis de atenção do Sistema Único de Saúde. O tema da adesão medicamentosa é frequente na rotina das unidades de Atenção Básica. O trabalho do Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) é baseado no apoio matricial e no aumento da resolutividade da Atenção Básica, assim, os núcleos de conhecimento que o compõem devem contribuir na identificação e resolução de demandas da população circunscrita e das equipes apoiadas. Tem grande impacto no controle da diabetes e/ou hipertensão a correta utilização de medicamentos no controle glicêmico e da pressão arterial. Dessa maneira, a interpretação incorreta sobre o uso de  medicamentos impacta no acompanhamento de saúde das pessoas. O objetivo deste trabalho é descrever a construção de proposta de ação envolvendo a Fonoaudiologia e a Farmácia no cuidado das pessoas com DCNT em um centro de saúde apoiado por um NASF em uma grande cidade do interior paulista. Desenvolvimento do trabalho: Foram realizados levantamento e discussão das demandas dos prescritores e profissionais que atendem na Farmácia do Centro de Saúde sobre as dificuldades dos usuários na compreensão da receita, horários e modo de administração. Os usuários também foram questionados no momento da dispensação dos medicamentos sobre as dificuldades de entender o motivo da prescrição do medicamento e a forma de administração. A partir das informações levantadas, foi identificado que um importante fator que influencia na adesão ao tratamento medicamentoso é a comunicação, ou seja, a forma como as informações são transmitidas ao usuário. Dessa maneira, após discussão sobre possibilidades de ação, foi elaborada uma proposta de grupo para os usuários, com a condução de uma fonoaudióloga e uma farmacêutica, com a finalidade de auxiliar nas dificuldades no controle da hipertensão e/ou diabetes relacionadas ao uso de medicamentos. Resultados e/ou impactos: O grupo tem como proposta ser aberto, permitindo a entrada e saída dos membros, com periodicidade quinzenal. O encaminhamento é realizado por profissionais envolvidos na prescrição, orientação e dispensação de medicamentos no centro de saúde. O trabalho envolve a organização de receitas e dos medicamentos, além de estratégias para facilitação do entendimento sobre o uso adequado dos mesmos. A limitação do grupo é a frequência dos participantes. Há a necessidade de pautar o impacto da comunicação no uso correto de medicamentos, envolvendo profissionais da unidade. Considerações finais: A ação proposta demonstrou a importância do trabalho conjunto entre Fonoaudiologia e Farmácia, indicando mais pontos de intersecção desses núcleos profissionais.

2022 A PRÁTICA DA AUTOMEDICAÇÃO EM MULHERES QUE TRABALHAM COMO AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM COMUNIDADES RIBEIRINHAS DE COARI-AMAZONAS.
Victor Linec Maciel Barbosa, Mariana Paula da Silva, Ananias Facundes Guimarães, Paula Andreza Viana Lima, Rodrigo Damasceno Costa, Jéssica Karoline Alves Portugal, Marcelo Henrique da Silva Reis, Abel Santiago Muri Gama

A PRÁTICA DA AUTOMEDICAÇÃO EM MULHERES QUE TRABALHAM COMO AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM COMUNIDADES RIBEIRINHAS DE COARI-AMAZONAS.

Autores: Victor Linec Maciel Barbosa, Mariana Paula da Silva, Ananias Facundes Guimarães, Paula Andreza Viana Lima, Rodrigo Damasceno Costa, Jéssica Karoline Alves Portugal, Marcelo Henrique da Silva Reis, Abel Santiago Muri Gama

Apresentação: A automedicação constitui-se um importante problema de saúde pública. Esta prática envolve o uso de medicamentos para tratar distúrbios ou sintomas auto reconhecidos sem consultar profissional habilitado a prescrever, o que expõe os indivíduos que a praticam a diversos riscos. Os ACS representam os profissionais de saúde mais próximos da população na atenção primária, conhecem as famílias e seus domicílios podendo identificar os estoques e a forma de consumo de medicamentos. Em detrimento a pouca formação, e por obrigatoriamente residir na comunidade onde trabalham, estão expostos aos mesmos costumes e práticas de saúde do local onde vivem, utilizando medicamentos de forma inadequada, sobretudo pela automedicação. Objetivou-se descrever a prática da automedicação em Agentes Comunitários de Saúde do sexo feminino de comunidades ribeirinhas do município de Coari-Amazonas. Desenvolvimento do trabalho: Estudo transversal realizado a partir de um projeto maior, intitulado “Saúde e práticas terapêuticas entre Agentes Comunitários de Saúde do município de Coari – Amazonas”. Participaram do estudo mulheres residentes em comunidades ribeirinhas e cadastradas como Agentes Comunitários de Saúde de Coari-Amazonas. As entrevistas foram realizadas por meio de questionário avaliativo previamente elaborado com perguntas referentes a dados econômicos e demográficos, condições de saúde e consumo de medicamentos. As entrevistas ocorreram nos meses de outubro e novembro de 2017 durante as reuniões mensais dos ACS no município sede. Os dados foram analisados no software SPSS (Statistical Package for Social Sciences) 22.0 for Windows.  Resultados: Foram entrevistadas 53 ACS rurais do sexo feminino. Dentre estas, 32 (60,4%) já possuíam o costume de consumir medicamentos por conta própria e 44 (83,0%) relataram ter consumido algum medicamento nos últimos 30 dias. Das entrevistadas que consumiram medicamento no último mês, 48,8% relataram ter consumido por conta própria, sem indicação de nenhum profissional. Foram utilizados 36 medicamentos diferentes, os quais foram consumidos em 74 ocasiões, 36 (48,6%) pela prática da automedicação e 38 (51,4%) prescritos. Considerações finais: A prática da automedicação entre mulheres ribeirinhas é frequente, considerando que se tratam de Agentes Comunitários de Saúde. Faz-se necessário a articulação de medidas que viabilizem o uso racional de medicamentos entre ACS rurais do sexo feminino.

3332 Produção do cuidado nas práticas clínicas em saúde bucal na Atenção Primária à Saúde
Vinícius Antério Graff, Ramona Fernanda Ceriotti Toassi

Produção do cuidado nas práticas clínicas em saúde bucal na Atenção Primária à Saúde

Autores: Vinícius Antério Graff, Ramona Fernanda Ceriotti Toassi

Esta pesquisa é fruto de dissertação apresentada ao PPG em Ensino na Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tratou-se de um estudo fundamentado nos preceitos metodológicos da pesquisa qualitativa, caracterizando-se como um estudo de caso, cujo objetivo foi analisar os sentidos atribuídos às práticas clínicas por dentistas da Atenção Primária à Saúde (APS) na produção do cuidado. A pesquisa foi realizada nas Unidades Básicas de Saúde integrantes do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A produção dos dados envolveu a realização de entrevistas semiestruturadas guiadas por um roteiro de questões norteadoras com dentistas que atuam na APS e a observação não estruturada da rotina clínica desses profissionais com registros em diário de campo. A amostra foi intencional seguindo o critério da saturação teórica e da densidade do material textual produzido (n=11). O material textual das entrevistas e do diário de campo foram interpretados pela análise de conteúdo de Bardin, com o apoio do software ATLAS.ti. Cada categoria emergente foi discutida tendo por base os conceitos de tecnologias leves do cuidado em saúde, clínica ampliada, atenção centrada no paciente e das Políticas Nacionais de Atenção Básica, Saúde Bucal e Humanização. Os resultados mostraram dentistas com práticas clínicas capazes de produzir subjetividades positivas e vínculo, caracterizadas por um acolhimento de escuta e diálogo com o usuário e pela pactuação de um plano terapêutico compartilhado e em constante reconstrução, contrário a uma assistência com foco essencialmente dentário voltado a necessidades diagnosticadas exclusivamente pelo profissional. O usuário foi reconhecido como um sujeito de experimentação e interação social, cujas necessidades do corpo vivido vão além das de um corpo físico. Os achados do estudo expressaram novas possibilidades de abordagem clínica na odontologia. Se a dimensão subjetiva do cuidado em saúde e o uso de tecnologias leves forem agregadas aos conteúdos curriculares, trazendo bases teóricas e promovendo vivências e até simulações clínicas com foco nessas tecnologias, a formação pode qualificar o futuro profissional para um cuidado mais efetivo em saúde. Para além do incremento na produção científica expresso pelos resultados alcançados com a presente pesquisa, desenvolveu-se como produção técnica desse estudo um boletim informativo a partir dos resultados obtidos. Trata-se de produção de caráter didático, que busca refletir sobre condutas profissionais em clínica, direcionado aos profissionais da saúde, professores, residentes e estudantes de graduação em odontologia inseridos em atividades de ensino nos serviços na APS. O material tem intenção de apresentar possibilidades para a abordagem clínica na Odontologia envolvendo as subjetividades do usuário como uma das dimensões do modo de produção do cuidado em saúde e o uso de tecnologias leves/relacionais. Pode ser utilizado tanto no espaço dos serviços de saúde que participam da formação de estudantes, quanto na universidade. 

4412 VISITA DOMICILIAR: O ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Nadja C. Moreira de Oliveira, Florence Romijn Tocantins, Florence Romijn Tocantins

VISITA DOMICILIAR: O ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Nadja C. Moreira de Oliveira, Florence Romijn Tocantins, Florence Romijn Tocantins

Apresentação: O tema visita domiciliar (VD) tem sido abordado por diferentes pesquisadores e políticas de saúde sob diversas concepções na produção do cuidado. Tendo em vista as observações feitas a partir da vivência prática na Estratégia de Saúde da Família, surgiram as seguintes inquietações: Quais as atividades realizadas pelo enfermeiro mediante a realização da visita domiciliar no contexto da Estratégia Saúde da Família (ESF)? Quais são as finalidades da visita domiciliar realizada pelo enfermeiro que atua na Estratégia de Saúde da Família? A compreensão da visita domiciliar desenvolvida pela equipe da Estratégia de Saúde da Família, mais especificamente, pelo Enfermeiro, enseja a reflexão desta prática explicitando o seu potencial para fortalecer a atenção e a assistência à saúde de modo integral. Este estudo visa como objetivo analisar as perspectivas do enfermeiro ao realizar visita domiciliar no contexto da Estratégia de Saúde da Família. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma pesquisa qualitativa com enfoque na fenomenologia social de Alfred Schutz. Foi realizada com 10 (dez) enfermeiros que desenvolvem, como suas atividades profissionais, a visita domiciliar em unidades de Estratégia de Saúde da Família no município de Duque de Caxias RJ. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados um roteiro de entrevista semiestruturada, com questões de situação biográfica dos participantes e, com destaque, utilizamos duas questões fenomenológicas de maneira a se captar os motivos “porque” e “para” dos enfermeiros que realizam a visita domiciliar na Estratégia de Saúde da Família. As informações obtidas foram organizadas mediante quadros, focalizando a situação biográfica dos enfermeiros, as ações realizadas durante a visita domiciliar e as motivações, analisadas mediante o referencial teórico de Schutz e literatura correlata. O estudo teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Resultados: Quanto à situação biográfica dos enfermeiros, a temática VD foi objeto de discussão durante a graduação; todos realizaram curso de especialização em Saúde da Família; realizaram curso introdutório e desenvolvem a VD na sua prática profissional, que é de 6 meses a 16 anos. Quanto às atividades realizadas durante a VD, destacam-se orientação e realização de curativos, tal qual previsto na Política Nacional de Atenção Básica - PNAB e Política Nacional de Atenção Domiciliar - PNAD. A razão que fundamenta a realização das VDs localiza-se na impossibilidade de locomoção e na falta à consulta agendada por parte do usuário cadastrado na unidade. O enfermeiro tem por propósito central, quando realiza a VD, a resolução de problemas ou agravos apresentados, caracterizando-se como o típico desta ação. Destacam-se as ações curativas individuais, em detrimento daquelas de promoção de saúde e de prevenção de doenças voltadas para diferentes grupos da população. Considerações Finais: Os enfermeiros, ao realizar a VD, têm como propósito resolver problemas, seja do usuário, seja do funcionamento da unidade, e fundamentalmente centrada na doença, perdendo de vista a atenção e o cuidado em saúde de modo integral.

2679 AS MUDANÇAS DA PNAB 2017 EM UM CENTRO MUNICIPAL DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Lucas Gonçalves, Mary Ann Freire, Maria Clara Geraldo, Milena Lopes, Loiziany Oliveira, Felipe Tavares, Vanessa Correa

AS MUDANÇAS DA PNAB 2017 EM UM CENTRO MUNICIPAL DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

Autores: Lucas Gonçalves, Mary Ann Freire, Maria Clara Geraldo, Milena Lopes, Loiziany Oliveira, Felipe Tavares, Vanessa Correa

Apresentação: O Sistema Único Saúde (SUS), uma grande conquista a partir de movimentos sociais, apresenta desafios de operacionalização em uma sociedade marcada por desigualdades sociais e com cicatrizes do modelo de atenção biomédico. Em um movimento de regionalidade e territorialização, em 2009, ocorreu uma grande expansão da Atenção Primária à Saúde (APS) no município do Rio de Janeiro, principalmente em áreas mais distantes da região central e foi uma ferramenta potente para traduzir de forma linear os diversos perfis epidemiológicos da população. A Atenção Básica (AB) possui papel estratégico para operacionalizar com integralidade e assumir responsabilidade sanitária ao reconhecer as necessidades de saúde da população sob seu compromisso. A vivacidade dos territórios e suas relações carregadas de subjetividade, em conjunto com o constante movimento social, político e econômico da sociedade requer reavaliações condizentes das políticas públicas em prol da efetividade. A recente atualização da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) através da portaria nº 2.435, de 21 de setembro de 2017, surge em um momento de desgaste econômico e político dos governos e retirada de direitos sociais, a partir da seguridade econômica. As alterações são sentidas em nível local e provocam alterações nas relações dos profissionais com o serviço, além dos impactos decrescentes nos processos de trabalho. Sendo assim, o objetivo do estudo é discutir sobre as mudanças da PNAB de 2017 em um Centro Municipal de Saúde (CMS) do município do Rio de Janeiro, a partir de uma Estimativa Rápida Participativa (ERP). Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência do tipo descritivo a partir de avaliação parcial da disciplina de Atenção e Gerência da Saúde no SUS, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, na graduação em enfermagem. A proposta foi a realização de uma ERP em um bairro do município do Rio de Janeiro/RJ. Através da coletas de dados, imersão no território e serviços de saúde e conversa social, as alterações recentes da PNAB surgiram como pontos para exploração e discussão entre profissionais de saúde, usuários, população do território e os pesquisadores. A imersão no território explorou características subjetivas que indicadores de saúde e sociais não contemplam na sua totalidade e, além disso, foram realizadas conversas sociais como estratégia durante a vivência no território e no serviço de saúde, em conjunto com os profissionais e usuários do CMS. Ocorreu de forma livre e com captação de falas sem roteiros e/ou instrumentos semi estruturados, assegurando o anonimato de todos os envolvidos. Resultados: O CMS dispõe dos modelos A e B de equipe, que consiste na composição básica da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e com profissionais médicos especialistas organizados em ambulatórios, respectivamente. As especialidades médicas são reguladas via Sistema Nacional de Regulação (SISREG) para o agendamento de consultas. Contém nove equipes de estratégia de saúde tradicional e uma equipe de atenção básica, sendo a primeira e única unidade na Zona Sul do Rio de Janeiro a aderir esse novo tipo de equipe, regulamentado pela PNAB de 2017. O novo tipo de equipe de atenção básica é composta por 1 médico ginecologista, 1 médico pediatra, 1 enfermeiro e 1 técnico administrativo. Segundo a PNAB (2017), o tipo de equipe deve ser composto por um médico e um enfermeiro, preferencialmente com especialização em saúde da família e deixa em aberto a contratação dos outros profissionais da equipe multidisciplinar. Ainda segundo a política, esse tipo de equipe não é a prioritária, e sim, uma forma de atender as necessidades do município, associado às suas características. Os processos de trabalho alteram-se, com expressivo impacto na dinâmica da oferta e procura de serviços para a população adscrita, ainda em longo processo de adaptação da gestão, dos profissionais da unidade e da população. Como uma das funções do Agente Comunitário em Saúde (ACS), o cadastramento das famílias é realizado, devido ausência do agente na equipe, de forma passiva por um funcionário administrativo, sem responsabilidade de inserção no território. Em meio ao subfinanciamento crônico e cortes dos direitos sociais pelo governo municipal, a AB sofre diretamente os impactos na capacidade de resolubilidade e de coordenação das múltiplas redes vivas que se formam em volta do seu protagonismo. Há muitas dúvidas em relação à nova estratégia e equipe adotada, pela recente aplicação e entraves na fluidez do modelo. Segundo uma profissional de saúde do CMS, “esse tipo de equipe põe em dúvida toda a expansão da Atenção Primária do Rio de Janeiro” (sic). Há um inchaço, de forma geral, nas equipes de ESF das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Rio de Janeiro, considerando os diversos problemas sociais e de saúde encontrados e que demandam ações e serviços públicos. Desta forma, observando a característica populacional do território explorado e da área de cobertura de uma das equipes tradicionais atuantes do CMS, destacaram-se entraves no cadastramento e acompanhamento da população. As estratégias das equipes para o cadastramento variam conforme as características populacionais, principalmente entre os que residem nas comunidades e os do asfalto. Segundo uma ACS, “apesar da gente fazer o mutirão de cadastramento, é difícil acompanhar tanta gente. Se cadastrássemos todas as famílias desse conjunto, não daríamos conta de atender todos” (sic). Com a PNAB de 2017, delimita-se em 2.000 a 3.500 pessoas por equipe, com a possibilidade do aumento de acordo com regulamentos locais e singularidades da população, salientando a sobrecarga das responsabilidades dos profissionais e a fragilidade na capacidade de atingir seu potencial resolutivo de cobertura. Essas incubências serão intensificas devido ao fato de haver uma grande procura pelos serviços de saúde da unidade por usuários de fora da área programática, fato compatível com outra alteração da política, que permite o atendimento a qualquer indivíduo, mesmo residindo fora da área de cobertura da UBS. Considerações finais: Observou-se aspectos negativos nas alterações da nova PNAB já aplicados no CMS, alterando processos de trabalho entre as equipes e com longa e difícil adaptação entre atores sociais envolvidos no dia a dia do serviço de saúde. As particularidades locais evidenciam entraves na aplicabilidade da política, intensificados pelo desfavorável contexto sócio, político e econômico atual da cidade do Rio de Janeiro. As decisões expõem os profissionais a uma carga de trabalho maior e desamparam a atuação dos profissionais de saúde.