125: A vista do ponto: a criança na pesquisa e na atenção
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FEFF Sala 03 - Tipiti    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
958 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A RECÉM-NASCIDO COM GASTROSQUISE EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
Herman Ascenção Silva Nunes, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Renan Fróis Santana, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício, Mariane Santos Ferreira

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A RECÉM-NASCIDO COM GASTROSQUISE EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

Autores: Herman Ascenção Silva Nunes, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Renan Fróis Santana, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício, Mariane Santos Ferreira

Apresentação: A gastrosquise é uma patologia de caráter congênito, que consiste clinicamente na evisceração das estruturas internas do abdome (estômago, intestino delgado, intestino grosso e bexiga), geralmente na região paraumbilical. Caracteriza-se como uma malformação grave e com o risco de sérias complicações, a exemplo da enterocolite necrosante. O diagnóstico é realizado por meio da ultrassonografia fetal ou em alguns casos, onde não há acompanhamento pelo serviço de pré-natal, durante o parto. Com relação à via de parto nos casos de gestantes com fetos com gastrosquise, há uma controversa, no que se refere ao risco e beneficio dos partos vaginais ou cesarianos, entretanto o parto vaginal não afeta o tratamento pós-natal. No que se refere ao tratamento da doença, este consiste em reparações cirúrgicas, cuidados rigorosos com a alimentação do recém-nascido (RN) e cuidados intensivos. O grau de mortalidade e morbidade desta anomalia em associação com seu aumento de incidência a tornam um problema de saúde pública preocupante. Mediante este contexto, o estudo visou retratar a evolução do quadro de um neonato com gastrosquise gigante grave sob os embasamentos da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma pesquisa descritiva, do tipo relato de caso, realizada na UTI Neonatal de um hospital que oferece atendimentos de média e alta complexidade, no município de Santarém, estado do Pará. O estudo foi efetuado durante as atividades práticas em UTI neonatal dos acadêmicos de enfermagem do 7º semestre da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus XII, Santarém – Pará, no período de junho de 2017, sendo desenvolvido através das informações colhidas do prontuário e pela observação direta do neonato, com o uso da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), de acordo com a taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA). Resultados: Neonato do sexo feminino, nascida de parto via vaginal em hospital da rede pública do município de Santarém-Pará, apgar 5/6, estatura de 48 cm, perímetro torácico de 34 cm, pesou 2740 gramas, diagnosticada com gastrosquise gigante. Genitora de 19 anos de idade sem acompanhamento de pré-natal durante o período gestacional apresentou quadro de pré-eclâmpsia e não tinha conhecimento da má formação do RN. Os fatores de risco para o desenvolvimento da gastrosquise ainda não estão totalmente esclarecidos, no entanto, fatores potenciais aceitos é o tabagismo, o uso de drogas ilícitas, medicamentos vasoativos como pseudoefedrina e baixa idade materna (inferior a 20 anos), sendo este último, constatado na genitora. Após o parto, o neonato foi transportado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para o hospital de média e alta complexidade do município respectivo em incubadora de transporte, respirando ar ambiente, acompanhado pelo profissional médico e enfermeiro, sem apresentar intercorrências. No hospital de referência recebeu tratamento operatório, transfusão sanguínea e cuidados multiprofissionais na UTI neonatal. Durante sua internação foi realizada a SAE, obtendo-se os seguintes diagnósticos de enfermagem: 1) Risco para pele prejudicada relacionada à mobilidade reduzida no leito, uso de oxímetro de pulso e submissão a procedimentos invasivos; 2) Padrão de sono prejudicado relacionado aos ruídos dos equipamentos do setor, evidenciado por agitação do RN; 3) Risco de quedas relacionado a manipulação e movimentação do RN; 4) Risco para aspiração relacionado ao nível de consciência reduzida, 5) Risco de infecção relacionado a procedimentos invasivos. As intervenções propostas e realizadas consistiram em: 1) Verificar áreas com aspecto eritematoso; 2) Evitar ou diminuir o uso de fitas adesivas, utilizando óleo mineral ou água para facilitar sua remoção; 3) Evitar banhos rotineiros e frequentes; 4) Trocar com maior frequência o local do sensor de monitorização transcutânea de oxigênio; 5) realizar curativo conforme a técnica, retirando secreções da borda da gastrosquise na região abdominal; 6) Avaliar e registrar o padrão de sono, promovendo um ambiente calmo e confortável, através da diminuição da luminosidade e ruídos dos aparelhos, bem como evitar situações estressantes antes do horário usual de sono do neonato; 7) Manter elevadas as grades de proteção do berço e em altura adequada para prevenção de quedas; 8) educar a genitora e/ou acompanhante sobre os cuidados para manipulação do RN; 9) monitorar o nível de consciência, observando reflexo de tosse, movimentos de deglutição e providenciar aspirador, caso haja necessidade de sua utilização; 10) Realizar a lavagem correta das mãos antes e após entrar em contato com o RN ou realizar procedimentos, conforme princípios; 11) Realizar curativo de forma asséptica, utilizando de preferência materiais estéreis e descartáveis, retirando o máximo de secreção possível e atentar para os sinais de infecção como hipertermia, letargia, taquipneia, cianose e petéquias; 12) Substituir o material utilizado na oxigenoterapia a cada 48 horas; 13) Realizar limpeza diária de incubadora. Portanto, as ações de enfermagem além de serem voltadas para o bem-estar do RN em si, devem abranger os genitores do neonato, ofertando apoio e informações sobre o modo correto dos cuidados a serem executados com o RN, prática fundamental no âmbito da neonatologia, em especial, na UTI. Considerações finais: A assistência prestada seguiu os princípios da sistematização de enfermagem. Contudo, o quadro assistido agravou-se progressivamente, evoluindo para óbito, tal infortúnio destaca a letalidade das anomalias congênitas, em especial, quando não ocorre a busca pelo atendimento pré-natal ou há falhas nesse atendimento, sendo este essencial para o diagnóstico precoce de qualquer alteração que esteja presente no binômio mãe-feto, fazendo uso da clínica e de exames complementares, possibilitando um cuidado referenciado a essa gestante, bem como o preparo antecipado de uma equipe especializada para o atendimento do RN portador de alguma malformação congênita, a exemplo da gastrosquise, sendo esta uma patologia que requer cirurgias corretivas e uma série de precauções para que não haja um agravamento do quadro, impossibilitando a recuperação do neonato. Dessa forma, destaca-se que os profissionais envolvidos com a assistência pré-natal, em especial, os atuantes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Estratégias de Saúde da Família (ESF) estejam conscientes e sensíveis quanto à importância de investigação de anomalias congênitas durante sua assistência, atentando para a presença de fatores de risco nessa gestante que poderiam favorecer a ocorrência de alguma malformação, salientando uma busca mais acurada.  

1525 Descrição das atribuições dos profissionais médicos na prevenção de eventos adversos a medicamentos em um hospital pediátrico no norte do Brasil
Cardoso Augusto Z. Rodrigo, Daniela Sousa, Costa Gabriela Almeida, Sousa Mareny Damasceno, Kogien Moisés

Descrição das atribuições dos profissionais médicos na prevenção de eventos adversos a medicamentos em um hospital pediátrico no norte do Brasil

Autores: Cardoso Augusto Z. Rodrigo, Daniela Sousa, Costa Gabriela Almeida, Sousa Mareny Damasceno, Kogien Moisés

APRESENTAÇÃO: Evento adverso a medicamento (EAM) é todo e qualquer dano ou injúria causado ao paciente após a administração de um medicamento e tem como características o fato de ser evitável, poder ocorrer em qualquer etapa da cadeia medicamentosa e com qualquer profissional envolvido neste processo assistencial. Os EAM destacam-se pela sua frequência e pelos importantes agravos que podem ocasionar à saúde dos pacientes com relevantes e graves repercussões. Atualmente, muito tem sido discutido sobre segurança na utilização de medicamentos e medidas de prevenção de erros/EAM e, enquanto profissionais como enfermeiros e farmacêuticos têm sua atuação melhor definida nesse contexto, a classe médica ainda encontra grande dificuldade em se situar e entender seu relevante papel no processo de segurança medicamentosa. A atuação médica centra-se, principal, mas não exclusivamente, nas etapas de prescrição do medicamento e no monitoramento de seu efeito terapêutico e, ambos esses momentos, são potencialmente críticos para ocorrência de erros devendo, o médico atuar ativamente para mitigar e prevenir seu acontecimento. Nesta linha, esse resumo teve como objetivo descrever as atribuições do profissional médico na prevenção de EAM no cuidado em emergência pediátrica. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo descritivo e reflexivo do tipo relato de experiência realizado a partir da vivência de alunos de um curso de especialização em Segurança do Paciente e profissionais de um hospital público pediátrico na elaboração de um protocolo de medicação segura na instituição. Realizou-se revisão de literatura e de documentos ministeriais que orientavam/descreviam o papel do profissional médico na prevenção de EAM. RESULTADOS: Foram estabelecidas e normatizadas as atribuições a serem adotadas por médicos no hospital pediátrico no que tange à prevenção de EAM, a maior parte delas a ser realizada na fase de prescrição do medicamento, considerada a principal etapa de atuação do médico dentro da cadeia medicamentosa. Ficou estabelecido a classificação das prescrições médicas em prescrição de urgência/emergência, pro re nata, baseada em protocolos, padrão e verbal, com definições e orientações de como e quando realizar cada tipo; descreveu-se a necessidade de identificação clara e completa de elementos como: nome do paciente, data da prescrição e nome, assinatura e número do registro profissional do prescritor. Descreveu-se, ainda a importância de indicar cálculos e quantidades dos medicamentos de acordo com o peso da criança e informar a duração do tratamento definindo dose, posologia, diluição, velocidade, tempo de infusão e via de administração. Orientou-se a responsabilidade médica em assegurar a terapia medicamentosa nos pontos de transição do paciente e na prescrição de medicamentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Espera-se que com a normatização institucional das atribuições específicas dos profissionais médicos ocorra o fortalecimento da conscientização destes profissionais quanto a sua atuação imprescindível no ato da prescrição e o seu reconhecimento como atores fundamentais na adoção de barreiras de prevenção dos EAM no setor de emergência do hospital pediátrico.

2179 Patologização do modo de ser criança
Hítalla Fernandes dos Santos, Adriana Rosmaninho Caldeira de Oliveira, Denise Aparecida Rodrigues Amancio

Patologização do modo de ser criança

Autores: Hítalla Fernandes dos Santos, Adriana Rosmaninho Caldeira de Oliveira, Denise Aparecida Rodrigues Amancio

Vivemos no século XXI a era da medicalização em que características individuais e particulares do ser humano tem sido alvo de questionamentos se estas são mesmo características ou se são patologias. A diversidade humana antes celebrada pela sociedade como benéfica e saudável é vista na contemporaneidade como algo ameaçador da ordem social, passando a ser visto como patológico. Esta maneira de ver e de viver a vida tem alcançado as crianças, onde o seu comportamento, o seu modo de ser, suas características individuais, passam a ser apontados como estando fora do padrão, e, portanto, transformando assim questões de ordem sociais em questões puramente individual e orgânico. Não é de hoje que a medicalização existe, o uso deste recurso provoca certa preocupação nas pesquisas atuais, estas apontam o considerável aumento no Brasil acerca de psicotrópicos, salientando que a sociedade é dinâmica e com isso novos mecanismos de controle são desenvolvidos em busca do “viver bem”, portanto a medicalização tem sido um dos mecanismos mais utilizados para modificar o comportamento infantil conforme os interesses de quem estão ao serviço do poder. Pesquisas demonstram o alarmante crescimento no uso do medicamento metilfenidato por crianças de 6 a 16 anos no Brasil, colocando nosso País no 2º lugar como maior consumidor deste psicofármaco. O uso do metilfenidato foi avaliado no período de 2009 a 2011, onde constatou o consumo em 2000, de 23 Kg, seis anos depois o Brasil já fabricava 226 Kg e importava 91 Kg. Em 2011 a venda do produto alcançou a marca de 413 Kg do produto. Perante esta realidade é importante mencionar que algumas pesquisas alertam que a medicalização tem assim cumprido o exercício de camuflar reais desconfortos, questionamentos e muitas vezes ocultando violências de ordens físicas e psicológicas, transformando indivíduos em portadores de distúrbios comportamentais e de aprendizagem, e como consequência não abordando de fato a complexidade acerca da vida do indivíduo. Outro dado preocupante encontrado em fontes preliminares foi o crescimento de novos projetos de Lei que têm tramitado nas três esferas do legislativo: municipal, federal e estadual. Estes projetos de leis buscam inserir diretamente nas secretarias de educação pública a responsabilidade de desenvolver e criar convênios, serviços e programas de diagnóstico e tratamento para os possíveis transtornos detectados dentro do âmbito escolar, referindo-se a dislexia e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade; de modo a permitir livre permissão para que possíveis diagnósticos possam ser realizados dentro da escola, sem infringir a lei. Autores renomados na temática trazem artigos em que discutem o fracasso escolar em perspectivas transdisciplinares que nos instiga a pensar no porquê essas crianças que riem, correm, falam, e aprendem facilmente tudo o que a vida lhes ensina, são portadoras de patologias exclusivas que apenas se manifestam na hora de estudar. Toda e qualquer criança que não se encaixa nos padrões exigidos pela sociedade, escola ou família, acaba sendo vista como “criança problema”, fazendo com que seja encaminhada aos profissionais da área médica objetivando detectar o problema e que estes sejam imediatamente corrigidos. Desta forma, perceber o conceito de medicalização significa refletir que no atual modo de vida, este compreende ser um dispositivo de controle e poder, significa dizer que este modelo de relação de poder se estende como prática social e ao ser estendido para toda a sociedade a medicalização infantil tem se alastrado por nosso país como sendo a fórmula mágica para “adestrar” as crianças. Este resumo apresenta uma revisão de literatura crítica sobre a patologização  e medicalização infantil na perspectiva da Psicologia Social Crítica a partir de trabalhos realizados por profissionais e pesquisadores que vão na contramão dos movimentos que transformam o normal em patológico; que tem como objetivo compreender porque e para quem é tão importante patologizar e medicar as crianças, buscando proporcionar uma reflexão crítica que transforme práticas diárias dos profissionais em saúde mental e de  educação em  práticas que valorizem a individualidade e que respeite a criança em sua totalidade. Diversos artigos pesquisados no período entre 2015 a 2017 nas bases de dados Scielo e Google Acadêmico e Capes, foram encontrados estudos que tratam sobre os assuntos “medicalização” e “infância”; e observou-se que esta temática tem sido uma preocupação demonstrada por áreas distintas do conhecimento, como a psicologia, medicina, pedagogia, entre outras. Constatou-se, portanto, com base preliminar dos artigos encontrados, que cresce o número de crianças que perdem sua condição de meninice e toda uma série de comportamentos espontâneos e particulares do ser criança, como também passam a ser reconhecidas pela sigla de seu diagnóstico, perdendo então sua identidade infantil. Podemos observar a sociedade contemporânea apropriando-se dos saberes médicos com a intenção de governar e disciplinar a vida das crianças, inferindo assim o que é ou não, normal e aceitável. Tornando assim, toda e qualquer criança que não se encaixa nos padrões exigidos pela sociedade na qual está inserida, pela escola ou família, em uma criança problemática e desajustada; fazendo com que esta seja encaminhada à profissionais da área médica com o interesse em detectar o problema e que tais problemas sejam corrigidos. Transformando problemas ou características cotidianas da vida humana em patologias, e transferindo a responsabilidade que cabe a si para as mãos de quem possui o poder. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais em sua versão atual traz um excesso de possíveis diagnósticos de transtornos mentais direcionados ao ser humano que é quase impossível alguém escapar. Portanto, podemos considerar, que mesmo diante de muitos estudos sobre a despatologização da infância, muito ainda há de ser feito no sentido da prática profissional. Faz-se necessário um atuar que promova a saúde, que valorize a subjetividade de cada criança, que trabalhe com a singularidade, de maneira que não faça da sua prática, apenas mais uma prática. A medicalização por si só não promove a singularidade, a subjetividade, pelo contrário, poderá apagar as marcas individuais e subjetivas das crianças, na busca por igualar todos os seres em uma mesma categoria. Portanto, é preciso acreditar que este e outros estudos irão contribuir para pensarmos em novas ações e intervenções adequadas para desmistificar a infância atual e proporcionar à criança ser quem ela deseja ser, sem que seu modo de ser, agir ou pensar seja transformado em doença.

2267 RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A PRÁTICA DA PUERICULTURA NO PROGRAMA DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA UBS O-02 DO BAIRRO REDENÇÃO, EM MANAUS - AMAZONAS, NO SEGUNDO SEMESTRE DE 2017
Marcela Menezes, Jeanne Vianne Oliveira, Evangeline Cardoso, Anny Reis Souza, Mariana Santiago Bernardes, Gabriel Rebello Pennini, Orlando Luigi Bertollo, Adnaldo Silveira Maia

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A PRÁTICA DA PUERICULTURA NO PROGRAMA DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA UBS O-02 DO BAIRRO REDENÇÃO, EM MANAUS - AMAZONAS, NO SEGUNDO SEMESTRE DE 2017

Autores: Marcela Menezes, Jeanne Vianne Oliveira, Evangeline Cardoso, Anny Reis Souza, Mariana Santiago Bernardes, Gabriel Rebello Pennini, Orlando Luigi Bertollo, Adnaldo Silveira Maia

A assistência à saúde da criança é de fundamental importância devido a vulnerabilidade dessa fase do ciclo de vida. Por meio da puericultura, espera-se reduzir a incidência de doenças, aumentando suas chances de crescer e desenvolver-se para alcançar todo seu potencial. Logo, o objetivo deste relato de experiência foi observar e descrever a prática da puericultura na Estratégia de Saúde da Família (ESF) da UBS O-02 do Bairro Redenção em Manaus, com foco nos antecedentes pré e neonatais, vacinação, aspectos socioeconômicos dos pais, condições de moradia,  alimentação, e visita às unidades de saúde. A experiência foi adquirida por visitas domiciliares a famílias acompanhadas pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Nossa amostra foi constituída de 43 crianças, sendo 46,5% do sexo feminino. A gravidez foi referida como não planejada em 67.4%. Todas as mães realizaram pré-natal em média de 8 consultas. Intercorrências referidas por 44.1% entrevistados, sendo a maioria em mães que não planejaram a gestação. Entre elas destacam-se a Doença Hipertensiva Específica da Gravidez e Infecção Urinária. Com relação ao peso no nascimento, somente uma criança apresentou peso inferior a 2500g e 34,8% possuíam peso entre 2500 e 3000g. Ademais, 72% relataram amamentação na primeira hora. A vacinação estava atualizada em 81.3%. As idades dos pais variaram entre 20 e 44 anos e a escolaridade, 58.1% possuíam ensino médio e 11.6% ensino superior. A idade das mães variou de 17 a 40 anos e a escolaridade 55.8% possuíam ensino médio e 9.3% ensino superior. Com relação a renda familiar, 23.2% entrevistados afirmaram possuir 1 salário mínimo como renda mensal e 37.2% entre 2 e 2,5. Ainda, 79% possuíam casa própria. Com relação ao saneamento básico, 51.1% dos entrevistados referiram uso de água mineral e 34.8% utilizam poço artesiano. No histórico alimentar, em 30.2% crianças foram identificados utilização de alimentação complementar ao aleitamento materno dentro dos 6 meses de recomendação de seu uso exclusivo, por meio de formulas, mingau e papas. A consulta na UBSF-02, foi referida por 62.7% sendo o restante da amostra atendida em unidades adjacentes ou por meio de convênios particulares.      Este trabalho permitiu verificar fatores importantes na puericultura. Desde as condições socioeconômicas bem como o bom relacionamento entre usuário e equipe de saúde são fulcrais para a atenção. A estratégia saúde da família compõem importante papel ao buscar entender todos os fatores implicados na saúde do indivíduo, em especial, nas crianças da faixa etária estudada, onde os cuidados merecem atenção especial.  

2488 OS DIAGNÓSTICOS DE ENFEMAGEM COMUMENTE OBSERVADOS COMO NECESSIDADE DE SAÚDE DOS ACOMPANHANTES DE CRIANÇAS INTERNADAS
Roberta Brelaz do Carmo, Edficher Margotti, Elizama Nascimento Pastana, Greyciane Ferreira da Silva, Joyce Petrina Moura Santos, Lisandra Cristina Barbosa Gomes, Mônica Santos de Araújo Lima, Rennan Coelho Bastos

OS DIAGNÓSTICOS DE ENFEMAGEM COMUMENTE OBSERVADOS COMO NECESSIDADE DE SAÚDE DOS ACOMPANHANTES DE CRIANÇAS INTERNADAS

Autores: Roberta Brelaz do Carmo, Edficher Margotti, Elizama Nascimento Pastana, Greyciane Ferreira da Silva, Joyce Petrina Moura Santos, Lisandra Cristina Barbosa Gomes, Mônica Santos de Araújo Lima, Rennan Coelho Bastos

Apresentação: Quando algo acontece no percurso natural e uma criança precisa ser internada por alguma teratogênese, patologia, infecção ou pós-operatório, geralmente é a mãe que assume o papel de acompanhante, mudando sua rotina, muitas vezes deixando de ser esposa e trabalhadora, para dedicar-se integralmente ao filho hospitalizado. O ato de cuidar realizado pelo acompanhante no âmbito da reparação ou tratamento de doenças é uma tarefa árdua e contínua, a qual é passível de gerar sentimentos negativos que podem afetar a saúde física e psicossocial destes indivíduos. Como a maioria dos hospitais tem em seu bojo práticas pautadas no modelo biomédico, onde é dada maior importância à cura da doença, e desconsiderando o indivíduo, muitas vezes os acompanhantes acabam sendo esquecidos pela equipe multiprofissional. A presença do acompanhante gera o afeto necessário que o paciente precisa, por possuir maior vínculo e intimidade com o mesmo e, consequentemente, contribuir com o melhor prognóstico e facilidade em aceitar o tratamento. Contudo, para que o elo acompanhante-paciente seja harmônico, além da familiaridade, é necessário que haja a atenção, prestação de cuidados e promoção à saúde para ambos. A práxis norteadora do trabalho do enfermeiro, o qual tem o cuidado como processo de trabalho a ser realizado, é a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), a qual proporciona uma assistência individualizada a pacientes e seus acompanhantes, com vistas a melhorar sua qualidade de vida. A SAE é uma atividade privativa do enfermeiro que auxilia no processo de organização da equipe enquanto método e recursos, permitindo a operacionalização do processo de enfermagem individual e pautado nas necessidades do indivíduo mediante suas cinco etapas definidas em: histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação. Diante deste contexto, objetiva-se traçar os principais diagnósticos de enfermagem com base nos problemas identificados e relatados pelos acompanhantes de crianças hospitalizadas, inferindo a importância da assistência ao ser humano de forma holística e humanizada, fazendo uso da SAE. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência que ocorreu no mês de dezembro/2017 na clínica pediátrica de um hospital universitário localizado em Belém-PA durante as práticas da atividade curricular Enfermagem em Pediatria. O processo de construção do trabalho foi desenvolvido mediante a utilização da SAE a partir da operacionalização das duas primeiras etapas do processo de enfermagem, a saber: histórico de enfermagem ou anamnese e diagnósticos de enfermagem. A anamnese compreende a busca de informações mediante questionamentos e exame físico, enquanto o diagnóstico de enfermagem é composto por enunciado, característica definidora e fator relacionado, tendo esses dois últimos itens estabelecidos de acordo com a individualidade de cada ser. Os dados foram coletados, por intermédio do histórico de enfermagem, com 18 acompanhantes, sendo 16 do sexo feminino e 2 do sexo masculino. Destes, 16 eram de vínculo materno ou paterno e 2 de outro grau de parentesco. Inicialmente, todos os acompanhantes foram indagados acerca da constância com que a equipe multiprofissional os questionava quanto a sua saúde no nível biopsicossocial, e a resposta unânime foi de que isso nunca acontecia. A partir dessa informação iniciou-se a primeira etapa da SAE, de forma individual, no momento em que o grupo ia fazer procedimentos de enfermagem nas crianças internadas. Os alunos perguntavam aos acompanhantes sobre suas Necessidades Humanas Básicas (NHB), doenças crônicas e antecedentes familiares, além de antecedentes obstétricos em caso de mulheres. Posteriormente, a partir da Taxonomia da Associação Norte-Americana de Diagnósticos de Enfermagem (NANDA-I) 2015-2017, foram identificados os diagnósticos de enfermagem mais comuns de acordo com as NHB afetadas nesses indivíduos considerados saudáveis no ponto de visto do modelo biomédico. Resultados e/ou impactos: Diversos foram os diagnósticos de enfermagem encontrados, mas posto que as características definidoras e o fator relacionado muitas vezes variavam de pessoa para pessoa, definiu-se que apenas os enunciados mais comuns seriam evidenciados de forma respectiva, a saber: ansiedade, notória em todos os acompanhantes, os quais almejam a cura do paciente; padrão de sono prejudicado, encontrado em 15 pessoas por diversos fatores; estresse por mudança, identificado em 10 cuidadores; estilo de vida sedentário, diagnosticado em 9 acompanhantes; conhecimento deficiente e volume de líquidos deficiente diante da pouca ingesta hídrica foram diagnósticos encontrados em 8 pessoas; controle ineficaz da saúde, sobrecarga de estresse devido muitos gastos financeiros e atividade de recreação deficiente foram vistos em 7 indivíduos; nutrição desequilibrada menor que as necessidades corporais foi avistado em 6 pessoas, a maioria relacionado ao sabor e quantidade de alimento oferecido pela instituição; e quanto ao diagnóstico de enfermagem de disposição para esperança melhorada, apenas 4 de todos os 18 acompanhantes revelaram-no durante a anamnese. Houve a identificação de outros diagnósticos de enfermagem, porém em um número abaixo de 4 pessoas, sendo alguns de importância fundamental, tais como: eliminação urinária prejudicada em 3 indivíduos e disposição para o controle da saúde melhorado evidenciado em apenas 1 cuidador, o que reflete no requerimento maior de atenção a ser prestado aos acompanhantes. A aplicação da SAE aos acompanhantes é crucial para implementar cuidados partindo da realidade e necessidades desses indivíduos quanto ao que for competência da equipe de enfermagem ou acionar outras categorias profissionais quando precisar, sendo esta uma obrigação do enfermeiro. Nota-se a necessidade de acompanhamento psicológico aos cuidadores, bem como auxílio de assistente social diante da interrupção no trabalho para assumir as responsabilidades de acompanhante na sua integralidade, afetando a renda familiar. Ademais, há um grande déficit quanto à educação em saúde prestada de forma individual, e em casos pontuais de forma coletiva, caracterizada por um desconhecimento sobre a doença, formas de tratamento, intervenções médicas e intervenções de enfermagem, pois apesar de grande maioria dos indivíduos relatarem um bom relacionamento com a equipe multiprofissional, eles alegam que os profissionais não explicam os procedimentos a serem realizados a beira do leito, ou a necessidade de deixar a criança em jejum antes de determinados exames, por exemplo. Considerações finais: Muitas vezes acompanhar um ente querido que encontra-se hospitalizado é suficiente para abalar a estrutura familiar e o psicológico do cuidador, podendo desencadear inúmeros problemas físicos e sociais para tal, sendo responsabilidade do profissional de saúde saber identificá-los o quanto antes para intervir, visando prevenir agravos e promover saúde, visto que o bem estar físico e emocional é uma necessidade de todos os seres humanos, daí provém à importância de assistir não apenas a criança internada, mas também seu acompanhante e sua família.

3233 COMPLICAÇÕES MAIS FREQUENTES EM NEONATOS ACOMETIDOS POR GASTROSQUISE EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE REFERÊNCIA NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PARÁ.
Paolla Sabrina Rodrigues de Souza, Vaneska Tainá Pinto Barbosa, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício, Mariane Santos Ferreira

COMPLICAÇÕES MAIS FREQUENTES EM NEONATOS ACOMETIDOS POR GASTROSQUISE EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE REFERÊNCIA NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PARÁ.

Autores: Paolla Sabrina Rodrigues de Souza, Vaneska Tainá Pinto Barbosa, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício, Mariane Santos Ferreira

Apresentação: Gastrosquise é uma malformação congênita evidenciada pelo fechamento incompleto do abdome do neonato durante o período de gestação, associado principalmente à exteriorização do intestino, além do estômago, bexiga, útero e raramente o fígado. A sobrevivência de recém-nascidos prematuros com gastrosquise tem aumentado muito nas últimas décadas, porém o dano intestinal causado pela malformação congênita, ainda é responsável pela elevada morbidade e eventual mortalidade dos neonatos prematuros. O objetivo deste trabalho é identificar as principais complicações de recém-nascidos prematuros internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI-N) com diagnóstico de gastrosquise e relacionar os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Desenvolvimento do trabalho: Pesquisa documental, descritiva com abordagem qualitativa realizada no mês de junho de 2017, em uma UTI-Neonatal de um Hospital Público de referência de Santarém-Pará. Os dados foram coletados através do livro de registros de neonatos admitidos com diagnóstico de gastrosquise associado à prematuridade, entre o mês de janeiro de 2013 a junho de 2017. Resultados e/ou impactos: As complicações evidenciadas nesse estudo estão relacionadas principalmente a fatores que contribuem para o agravamento da doença nesses neonatos, como ressecção do intestino grosso, anomalias congênitas circulatórias, pulmonares e sepse. Entre os anos pesquisados foram quantificados vinte e quatro recém-nascidos prematuros internados com malformação congênita por gastrosquise na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Pesquisas relatam que o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença está relacionado a idade materna jovem cuja mãe não realizou pré-natal, consumo de álcool excessivo, baixo índice de massa corporal materna, uso de drogas, infecções genito-urinário dentre outros. Considerações finais: A prematuridade contribui muito para o agravamento de muitas doenças, pois o recém-nascido não está totalmente amadurecido fisiologicamente. Partindo deste princípio, a realização de um pré-natal de qualidade e bem assistido é de suma importância para detecção precoce da gastrosquise e outras má formações, além de uma assistência de qualidade e intervenções cirúrgicas precoce, pois, podem contribuir minimizando o problema e ajudando o neonato a manter a integridade da vida de maneira saudável.

3234 ESTRATÉGIAS PARA ESTÍMULO DA AMAMENTAÇÃO ENTRE PORTADORES DE FISSURA LABIOPALATAL
Eliane Maria de Souza, Elci Lourenço do Bomfim, Elci Lourenço do Bomfim, Tamires Reis Santos, Tamires Reis Santos, Samylla Maira Costa Siqueira, Samylla Maira Costa Siqueira, Diego Costa da Cunha Ferreira, Diego Costa da Cunha Ferreira, Bárbara Conceição Vilas Bôas Marques, Bárbara Conceição Vilas Bôas Marques, Ana Lúcia da Silva, Ana Lúcia da Silva

ESTRATÉGIAS PARA ESTÍMULO DA AMAMENTAÇÃO ENTRE PORTADORES DE FISSURA LABIOPALATAL

Autores: Eliane Maria de Souza, Elci Lourenço do Bomfim, Elci Lourenço do Bomfim, Tamires Reis Santos, Tamires Reis Santos, Samylla Maira Costa Siqueira, Samylla Maira Costa Siqueira, Diego Costa da Cunha Ferreira, Diego Costa da Cunha Ferreira, Bárbara Conceição Vilas Bôas Marques, Bárbara Conceição Vilas Bôas Marques, Ana Lúcia da Silva, Ana Lúcia da Silva

Apresentação: A fissura lábio palatina é uma deformidade congênita, caracterizada por uma falha tecidual do lábio palatino superior, podendo comprometer total ou parcialmente a arcada alveolar, o palato duro e mole. Aparece mais comumente em apenas um lado do lábio, mas também pode acometer os dois hemisférios. Pode ocorrer tanto no período embrionário quanto no fetal, uma vez que esta manifestação se desenvolve entre a 3ª e a 12ª semana pós-concepção devido a falhas na fusão dos processos faciais e processos palatinos primários e secundários, sendo considerada multifatorial. Como consequência da fissura lábio palatina, os bebês e suas famílias passam por dificuldades de ordem física e social. Dentre as dificuldades sociais, destacam-se os problemas de aceitação; em se tratando dos transtornos físicos, referem-se os estressores relacionados à amamentação. Infere-se, contudo, que o aleitamento materno, especialmente nos seis primeiros meses do bebê é fundamental, pois diminui o risco de infecções e inflamações, pois o leite humano é composto de nutrientes essenciais, anticorpos e água para o desenvolvimento e crescimento do recém-nascido (RN). Neste contexto, é imprescindível que os profissionais de saúde, especialmente os enfermeiros – uma vez que estes acompanham a família desde o pré-natal – auxiliem estas crianças e seus genitores no processo de amamentação, acolhendo os pais, incentivando o aleitamento ao seio e fornecendo subsídios que reforcem o vínculo materno-infantil. Diante do exposto, este estudo tem como objetivo descrever as estratégias para estímulo da amamentação entre portadores de fissura labiopalatal. Desenvolvimento do trabalho: Revisão integrativa da literatura, realizada em março de 2017 na Biblioteca Virtual em Saúde Enfermagem (BVS) e na Scientific Eletronic Library Online (SciELO). Foram utilizados na busca os seguintes descritores, consultados na biblioteca dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “amamentação, fenda labial e fissura palatina”. Em ambos os locais de busca, a combinação dos descritores ocorreu pelas seguintes associações: 1) amamentação + fenda labial; e 2) amamentação + fissura palatina. Na busca, foram identificados, a partir da primeira combinação, 34 materiais na BVS e 2 na SciELO; pela segunda associação, foram encontrados 29 materiais na primeira base e 3 nesta última. Estes foram filtrados a partir dos seguintes critérios de inclusão: apenas artigos, com disponibilidade de texto na íntegra e publicados em português e inglês. Considerando-se a escassez de materiais acerca desta temática, não foi delimitado recorte temporal. Como critérios de exclusão, estabeleceram-se os artigos duplicados nas bases e aqueles que não correspondiam ao objeto proposto neste estudo. A partir da aplicação dos filtros supracitados, foram selecionados, inicialmente, 6 artigos BVS e 2 na SciELO pela primeira combinação e 3 artigos na BVS e 3 na SciELO pela segunda associação, totalizando 14 artigos. Estes tiveram seu título e resumo lidos para identificar compatibilidade com o objeto de estudo aqui proposto. Ao final, foram selecionados 5 artigos (3 na BVS e 2 na SciELO). Resultados: Foram destacadas neste levantamento como estratégias para estímulo à amamentação entre portadores de fissura labiopalatal ações de incentivo ao aleitamento materno (n=3), especialmente no que diz respeito à educação em saúde, quanto aos benefícios da amamentação (n=1) e à melhor posição para lactar as crianças com esta deformidade (n=2). No contexto da educação em saúde direcionada à família de crianças portadoras da fissura, destaca-se a necessidade de orientação sobre a importância do aleitamento materno e seus benefícios, o que vem a tornar oportuno o questionamento tanto da necessidade quanto da viabilidade da prescrição de fórmulas lácteas para ganho de peso corporal, quando a amamentação natural é possível. A educação é, inclusive, uma das estratégias de combate aos mitos concernentes à amamentação. Destaca-se que entre as mães é comum o mito de que bebês fissurados não podem ser amamentados. Infere-se, contudo, que a amamentação deve ser estimulada e esta prática pode ser feita com qualquer criança, inclusive com aquelas com deformidades na cavidade oral, uma vez que os reflexos de sucção e deglutição se encontram preservados, basta apenas que a mãe esteja orientada e compreenda a importância do aleitamento materno. Há grande variedade na apresentação da deformidade, havendo crianças com fissura que em nada compromete a amamentação, enquanto outras apresentam grande dificuldade para serem amamentadas. Assim, é necessário que orientações sejam fornecidas à mãe para que ela seja estimulada a amamentar. Nas ações de educação em saúde, como uma forma de incentivar/estimular o aleitamento materno, o enfermeiro pode esclarecer as mães acerca dos benefícios, que são destacados na literatura como desenvolvimento facial e melhor desenvolvimento da cavidade bucal, proteção contra infecções, prevenção de diarreia e infecções respiratórias. Ademais, cabe destacar os benefícios para a mãe, como proteção contra o câncer de mama, contracepção natural, redução dos gastos e promoção de vínculo entre o binômio. Quanto à posição para amamentação, a orientação acerca do modo correto é apontada como uma das estratégias para promoção dessa prática. Por se tratar de um momento de vínculo entre a mãe e o bebê, a amamentação deve ser um processo tranquilo e confortável. Neste contexto, o enfermeiro deve orientar acerca da melhor posição para a lactação. Destaca-se, contudo, que a técnica de alimentação vai depender da complexidade da fissura e das condições da criança. Entre os bebês portadores de fissura labiopalatal, orienta-se a amamentação em posição semiereta, de frente para o corpo da mãe ou, como alternativa, deitado sobre uma superfície plana, com a cabeça inclinada para o colo materno, enquanto a mãe inclina seu corpo sobre ele. Nessa posição, a ação da gravidade permite que o mamilo e a aréola penetrem com mais facilidade a boca do bebê, proporcionando maior vedação da fenda, promovendo assim um melhor escoamento do alimento para a orofaringe e o esôfago e reduzindo a fadiga e a energia gasta pelo bebê durante a alimentação. A importância da posição adequada para lactação consiste no fato de que a denominada “má pega” interfere na dinâmica de sucção e extração do leite materno, podendo dificultar o esvaziamento do seio e levar à diminuição da produção do leite. Como consequência, a mãe pode introduzir precocemente outros alimentos, contribuindo assim para o desmame precoce. Ademais, o posicionamento incorreto pode gerar as chamadas intercorrências mamárias, sendo estas apontadas em diversos estudos como um dos principais fatores de risco para o desmame precoce. Considerações finais: Ressalta-se a importância da amamentação para o crescimento e desenvolvimento da criança, pois contribui para evitar doenças além de nutrir e aumentar vínculos entre mãe e filho, conferindo benefícios para a saúde de ambos. Diante disso, o enfermeiro deve incentivar o aleitamento materno mesmo quando a fissura for de maior complexidade, pois as crianças com esta deformidade podem ser lactadas ao seio, cabendo a este profissional orientar a mãe acerca desta prática, sua importância e benefícios, oferecendo estas informações ainda durante o pré-natal. O enfermeiro deve buscar a melhor estratégia de estímulo à amamentação. Especificamente nesse estudo, podemos verificar que a amamentação é possível através de orientações acerca da posição correta e a partir de educação em saúde por meio de palestras e outras ações.  

4469 Atributo Integralidade na Assistência à Criança na Estratégia Saúde da Família, Zona Norte, Manaus
Rizioléia Marina Pinheiro Pina, Sineide Santos Souza

Atributo Integralidade na Assistência à Criança na Estratégia Saúde da Família, Zona Norte, Manaus

Autores: Rizioléia Marina Pinheiro Pina, Sineide Santos Souza

Apresentação: A integralidade, atributo essencial da Atenção Primária à Saúde (APS) e princípio doutrinário do Sistema Único de Saúde (SUS), nos remete a considerar a criança em sua totalidade e peculiaridade inerentes ao processo de crescimento e desenvolvimento (CD), e às suas necessidades biopsicossociais, com o propósito de intervir para garantir a promoção da saúde, proteção de agravos e doenças e recuperação da saúde, buscando profissionais e/ou serviços na rede de atenção para suprir as necessidades da criança e família, de acordo com sua necessidade e complexidade. Portanto, a assistência à criança na APS necessita de um olhar diferenciado para suas necessidades, para o contexto em que está inserida e para a interação com os familiares como forma de beneficiar o CD adequado, de forma a repercutir na qualidade de vida e na redução da morbimortalidade infantil. O objetivo deste estudo foi avaliar a presença do atributo da APS integralidade na assistência à saúde da criança menor de dois anos cadastrada na Estratégia Saúde da Família (ESF) do Distrito de Saúde (DISA) Norte de Manaus. A avaliação torna-se necessária, por ser uma ferramenta de gestão capaz de apontar fragilidades a serem superadas e orientar mudanças na realidade com vistas a qualificar o cuidado e torná-lo efetivo. Desenvolvimento: Este estudo é parte de uma pesquisa maior que buscou avaliar os atributos essenciais da APS na assistência à criança menor de dois anos. Este recorte deveu-se a relevância do atributo integralidade na saúde da criança. Trata-se de um estudo avaliativo com abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 320 mães e cuidadores de crianças menores de dois anos que utilizavam os serviços da ESF em suas áreas de abrangência, do DISA Norte do município de Manaus. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário validado no Brasil, o Instrumento de Avaliação da Atenção Primária – PCATool-Brasil versão Criança. Os dados foram digitados em sistema de dupla entrada. A máscara do questionário, digitação e análise foi elaborada no software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) 21.0, para tal, as recomendações do Manual PCATool-Brasil foram seguidas. Valores ≥ 6,6 foram considerados alto escore. Resultados: O atributo Integralidade obteve baixo escore tanto para a subdimensão Serviços Disponíveis (5,6) que avalia o processo de trabalho da equipe de saúde na prestação de serviços ao usuário, quanto para a subdimensão Serviços Prestados (6,1) que avalia a qualidade do atendimento à criança.  Para as mães e cuidadores das crianças, os serviços disponíveis nas ESF estudas compreenderam: vacinas (80%), verificação da participação em programas de assistência social (56,9%), planejamento familiar (91,6%), programa de suplementação nutricional (49,1%) e aconselhamento e solicitação de teste anti-HIV (63,8%). Quanto ao aconselhamento ou tratamento para uso prejudicial de drogas, 36,6% das mães e cuidadores afirmaram não conhecer o serviço, bem como o aconselhamento para problemas de saúde mental (40,6%) e a identificação de problemas visuais (61,3%). O atributo Integralidade – Serviços Prestados refere-se a orientações importantes para promoção da saúde e prevenção de doenças e acidentes domésticos na infância a serem oferecidas durante as consultas. Nesta subdimensão 83,8% dos entrevistados afirmaram que foram instruídas sobre saúde, higiene e sono adequado da criança, 67,8% sobre manter a segurança no lar, 56,9% sobre as mudanças relacionadas ao crescimento e desenvolvimento da criança e 51,9% sobre como manter a criança segura, já 55,3% das mães e cuidadores responderam que não foram orientados sobre como lidar com problemas comportamentais da criança. Na avaliação do atributo Integralidade, constatou-se fragilidades para o oferecimento de atendimento integral à criança e família. Há necessidade de maiores esclarecimentos sobre os serviços oferecidos na ESF e fortalecimento das ações educativas para a promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos. A realidade encontrada nos aponta que a assistência à criança ainda está centrada nos problemas de saúde e não no indivíduo e seus aspectos psicosocioemocionais. Acreditamos também que o baixo escore está associado à infraestrutura de algumas unidades que não possuem espaço adequado para a realização de atividades como a vacinação, nessas unidades as vacinas estão disponíveis somente em campanhas, obrigando o usuário a procurar outros serviços que dispõem de sala de vacina. Outra fragilidade observada foi a deficiência de recursos materiais para a realização de curativos, falta de medicamentos e manutenção de equipamentos. Além disso, evidenciamos famílias em vulnerabilidade social que afirmaram não terem sido informadas pela equipe de saúde sobre os programas sociais, estas famílias eram orientadas a procurar diretamente o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).  Fica clara a falta de articulação entre os serviços da ESF e o CRAS, entendemos que a interação e comunicação entre os serviços e profissionais é extremamente necessária para o atendimento integral da criança e família. Torna-se fundamental que a equipe de saúde amplie o olhar para além do problema de saúde da criança, que alcance os familiares e o contexto em que ela vive para que as ações de saúde sejam mais efetivas, haja vista que os Determinantes Sociais de Saúde devem ser considerados no cuidado à saúde. Acredita-se que há necessidade de capacitação da equipe de saúde para que os profissionais possam compreender e atuar com o objetivo de oferecer atendimento integral para atender as necessidades da população infantil. Considerações finais: Ao avaliar a presença do atributo Integralidade na assistência à saúde da criança menor de dois anos cadastrada na ESF do DISA Norte de Manaus sob a ótica das mães e cuidadores, constatamos que este atributo não está orientado pela APS.  A assistência à criança permanece arraigada no modelo médico-curativista que fragmenta o cuidado, negligencia as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos, apesar da ESF pretender reorientar o modelo assistencial para uma abordagem integral do indivíduo e organizar os serviços de saúde de forma hierarquizada para atender as necessidades da população. O estudo evidencia que é preciso avançar no sentido de reorganizar a assistência à criança para que seja garantida assistência integral e contínua. As crianças, devido às fragilidades e peculiaridades inerentes a essa fase da vida, tornam-se mais vulneráveis ao adoecimento e merecem atenção especial, principalmente nos primeiros dois anos de vida. Torna-se imperioso fortalecer as ações efetivas e criar estratégias para modificar as ações que apresentam fragilidades. Acreditamos que, para isso, os gestores da área técnica de saúde da criança devem considerar a avaliação do serviço de saúde e o perfil epidemiológico da criança e família para embasar a tomada de decisão e criar estratégias para envolver a equipe de saúde, bem como a comunidade na identificação e resolução dos problemas com vistas a tornar o cuidado integral e efetivo.

5296 PUERICULTURA: CONSIDERAÇÕES SOBRE O CRESCIMENTO E O DESENVOLVIMENTO NO ÂMBITO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Anny Reis, Marcela Menezes dos Santos, Adriano de Oliveira Sotto Mayor, Mariana Santiago Bernardes, Jeanne Viana de Oliveira, Adnaldo da Silveira Maia, Gabriel Rebello Pennini, Orlando Luigi Bertollo de Oliveira

PUERICULTURA: CONSIDERAÇÕES SOBRE O CRESCIMENTO E O DESENVOLVIMENTO NO ÂMBITO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Anny Reis, Marcela Menezes dos Santos, Adriano de Oliveira Sotto Mayor, Mariana Santiago Bernardes, Jeanne Viana de Oliveira, Adnaldo da Silveira Maia, Gabriel Rebello Pennini, Orlando Luigi Bertollo de Oliveira

A puericultura tem como objetivo promover o acompanhamento sistemático da criança, avaliando seu desenvolvimento ininterruptamente. O documento base é a Caderneta de Saúde da Criança (CSC) onde são registrados dados relevantes da saúde infantil possibilitando o contato periódico entre a família e os profissionais da saúde. Este trabalho teve por objetivo descrever o perfil clínico-epidemiológico de crianças na Estratégia de Saúde da Família (ESF). A pesquisa foi realizada em duas unidades básicas de saúde (UBS), UBS O-10, localizada no bairro Nova Esperança e UBS 02 no bairro Redenção, em Manaus – AM, no segundo semestre 2017, por meio de visitas domiciliares a crianças de 0 a 5 anos, juntamente com Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Trata-se de um estudo transversal e descritivo onde foram aplicados questionários padronizados, além da avaliação complementar da CSC. Um total de 68 crianças foram incluídas. Destas, a maioria era do sexo masculino (55,9%). A média de idade foi de 15,1 meses. Em relação ao parto, a quantidade de cesáreas igualou-se à de parto normal em 33 casos (48,5%) para cada, sendo que dois casos (2,9%) não houve informação. Sobre intercorrências na gravidez, houve um total de 26 (38,2%), de modo que destas, 10 (38,5%) foram por infecção do trato geniturinário, 6 (23,1%) ocorreram por Doença Hipertensiva Específica da Gravidez, 2 (7,7%) foram sangramentos, sendo um destes placenta prévia, 2 (7,7%) casos de sofrimento fetal, 1 (3,8%) foi infecção sexualmente transmissível, neste caso foi sífilis, 1 (3,8%) caso de anemia aguda, 1 (3,8%) foi eritroblastose fetal, 1 (3,8%) arritmia, 1 (3,85) caso de oligodramnia, 1 (3,8%) caso de desproporção céfalo-pélvica e 1 (3,8%) de incompetência istmo cervical. Referente ao peso ao nascer, das 63 crianças que possuíam essa informação na CSC, 9 (24,3%) nasceram com mais de 4 kg e somente 1 (1,6%) nasceu abaixo de 2 kg. A respeito da situação vacinal, 14 crianças (20,6%) estavam com o calendário vacinal incompleto, sendo que destas, 7 (50%) estavam com mais de uma vacina atrasada. Das vacinas ausentes, a Vacina Inativada Poliomielite (VIP) foi a principal, ausente em 4 crianças (28,6%), seguida da Tríplice Viral, Pentavalente, Meningocócia C e DTP ausentes em 3 crianças (21,4%) respectivamente, depois Tetravalente, Rotavírus, Pneumocócia 10 V, Vacina Oral Poliomielite (VOP), Hepatite A e Influenza faltando em 2 crianças (14,3%) cada, já a vacina contra febre amarela esteve ausente em apenas uma criança (7,1%). No relatório alimentar atual, foi verificado que 3 (15,8%) das 19 crianças de 0 a 6 meses não se alimentavam de leite materno e 10 (25,6%) das 39 crianças maiores de 9 meses ainda não haviam sido iniciadas na alimentação familiar. No desenvolvimento neuropsicomotor, 4 (5,9%) crianças apresentavam alterações. Percebeu-se que muitas CSC encontravam-se incompletas, dificultando a pesquisa. Desse modo, reitera-se a importância da educação continuada a todos os profissionais de saúde, a fim de potencializar a puericultura na região.

735 PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EVIDENCIADOS EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM OSTEOSARCOMA
Raissa Mayara Pereira Machado, Lília Maria Nobre Mendonça Aguiar

PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EVIDENCIADOS EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM OSTEOSARCOMA

Autores: Raissa Mayara Pereira Machado, Lília Maria Nobre Mendonça Aguiar

Desenvolvimento: O osteosarcoma é um tumor ósseo maligno, podendo atingir qualquerfaixa etária, entretanto, principalmente crianças, adolescentes e adultos e jovens. Os sinais e sintomas mais comuns são: dor óssea progressiva, fadiga e dor noturna,seguidos de edema e limitações de movimentos. Sintomas respiratórios são raros aosdiagnósticos e estão presentes a doença pulmonar avançada. Também, sintomas sistêmicos tais como: febre e/ou perda de peso, e linfadenopatia não são comuns. Objetivo: identificar e descrever os principais diagnósticos de enfermagemevidenciados em um paciente pediátrico com osteosarcoma. Método: trata-se de umestudo de caráter descritivo a partir de um relato de experiência em paciente de seteanos diagnosticado com osteosarcoma cujo membro inferior direito foi amputado emepífise distal em decorrência da patologia. Realizado na clínica pediátrica de umhospital público do interior do Pará no período de 19 de outubro a 06 de novembro de 2017. Durante todo andamento da assistência, o paciente foi acompanhado e realizadoanamnese, exame físico e práticas de controle a fim de minimizar os riscos e colocar emprática o processo de enfermagem. Resultados: observou-se que, dentre os principais diagnósticos de enfermagem encontrados: Risco de queda da própria altura relacionadoao desequilíbrio evidenciado por amputação de membro; Risco de baixa autoestimasituacional relacionado à doença física; Mobilidade física prejudicada relacionada àosteosarcoma evidenciado pelo uso de muletas; Integridade da pele prejudicada devidoá destruição e rompimento de camadas da pele evidenciado por proeminências ósseas;Integridade tissular prejudicada relacionado há circulação prejudicada evidenciada pelapouca vascularização em tecido desvitalizado. Considerações finais: os diagnósticosde enfermagem descobertos constituem-se de suma no que tange a assistênciahumanizada, holística e individualizada diante do osteosarcoma pediátrico, atribuindoao enfermeiro a capacidade de diagnóstico com a finalidade de prescrever e obter osresultados esperados diante dessa enfermidade em onco pediatria.

3207 UTENSÍLIOS UTILIZADOS NA AMAMENTAÇÃO DE CRIANÇAS COM FISSURA LABIOPALATAL
Eliane Maria de Souza, Ana Valéria Monteiro Gomes, Jakelline Melquíades Araújo dos Santos O, Samylla Maira Costa Siqueira, Diego Costa da Cunha Ferreira, Bárbara Conceição Vilas Bôas Marques, Amanda Teixeira de Oliveira

UTENSÍLIOS UTILIZADOS NA AMAMENTAÇÃO DE CRIANÇAS COM FISSURA LABIOPALATAL

Autores: Eliane Maria de Souza, Ana Valéria Monteiro Gomes, Jakelline Melquíades Araújo dos Santos O, Samylla Maira Costa Siqueira, Diego Costa da Cunha Ferreira, Bárbara Conceição Vilas Bôas Marques, Amanda Teixeira de Oliveira

Apresentação: A fissura lábio palatal (FLP) é uma malformação congênita de incidência elevada, com origem multifatorial e complexa, que decorre de fatores que podem atuar isolados ou em associação, tanto ambientais quanto genéticos. É provado cientificamente que crianças com FLP têm possibilidade de se adaptar às condições anatômicas, desde que os pais sejam orientados adequadamente acerca das melhores técnicas alimentares. Neste caso, é imprescindível a intervenção precoce no que diz respeito à alimentação, assegurando um bom desenvolvimento da estrutura facial através de uma sucção efetiva, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento da criança. Diante do exposto, este estudo tem como objetivo identificar quais são os utensílios utilizados na alimentação de crianças com fissura labiopalatal. Desenvolvimento do trabalho: Revisão integrativa da literatura, realizada em agosto de 2017. A busca de materiais aconteceu na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) a partir dos descritores aleitamento materno, fissura palatina e fenda labial, consultados na plataforma dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e combinados pelo operador booleano “AND”. Houve duas formas de associação: 1) Aleitamento materno AND fissura palatina; 2) Aleitamento materno AND fenda labial. Foram identificados 163 materiais: 84 pela primeira combinação e 79 pela segunda. Estes foram filtrados pelos seguintes critérios de inclusão: apenas artigos disponíveis na íntegra, nos idiomas português e espanhol e no recorte temporal de 8 anos (2010-2017). A partir da aplicação dos filtros acima descritos, foram selecionados 11 artigos (6 pela primeira combinação e 5 pela segunda). Após seleção, procedeu-se à leitura e análise do título e resumo do artigo para identificação de compatibilidade com o objeto de pesquisa proposto. Após esta avaliação, foram selecionados 3 artigos. Resultados: Emergiram como utensílios utilizados na amamentação de crianças com fissura labiopalatal a mamadeira de bico ortodôntico, copo, colher e seringa, com maior destaque para o primeiro utensílio (citado em dois dos estudos selecionados). O uso de mamadeira com bico inapropriado por crianças portadoras de fissuras é apontado na literatura como prejudicial para o desenvolvimento facial e dentário do lactente, ocasionando o posicionamento invertido dos lábios por conta do movimento comprometido no período da sucção, uma vez que a língua se move mais intensamente para a frente que para trás como resultado do enfraquecimento muscular. Como consequência destas dificuldades de alimentação, destaca-se o comprometimento no ganho de peso, crescimento e desenvolvimento da criança. Diante disso, é imprescindível a escolha de um bico de mamadeira ortodôntico, baseado na capacidade de adaptação do lactente, flexível e com comprimento adequado, sem interferir no desenvolvimento da face. Assim, a recomendação é que o bico da mamadeira tenha um orifício que forneça um propício fluxo de leite, devendo ser graduado no sentido de facilitar o processo de sucção. Autores ainda alertam para a necessidade de evitar o colabamento do bico da mamadeira no decorrer da sucção a partir da realização de um a três furos na parte superior do bico, formando-se um triângulo. É importante também orientar as mães e os familiares quanto aos seguintes cuidados no momento da alimentação com a mamadeira: devem ser proporcionadas pausas durante a mamada evitando que o bebê apresente falta de controle do leite, não deglutição ou escape do leite pela cavidade oral; manter a criança em posição semi-sentada; o bico deverá permanecer imóvel dentro da boca, de forma a facilitar a adaptação; com o intuito de facilitar o escoamento do leite, o bico da mamadeira terá que ser pressionado pausadamente e de forma delicada e as pressões deverão ser frequentes se houver sinais de cansaço. Além da recomendação do bico da mamadeira quanto à anatomia, destaca-se a importância do material, de forma que aqueles de silicone são apontados como os mais propícios por possuírem características semelhantes à anatomia mamária, além de serem mais resistentes que os de látex e terem o processo de higienização mais facilitado devido à transparência. Sugere-se também manter o bico da mamadeira com líquido, visto que há uma maior predisposição de aerofagia em crianças portadoras de fissura, tornando-se necessário frequentes pausas no momento da alimentação. Além da mamadeira com bico ortodôntico, destacam-se outros métodos, como o uso de copo. Trata-se de um método simples, prático, de baixo custo e que proporciona diversas vantagens, tais como: promove uma experiência oral positiva, com conforto e fortalecimento do vínculo entre o bebê e os pais, pois estes participam ativamente da alimentação do filho; permite um menor gasto de energia em comparação ao gasto resultante da alimentação por mamadeira, minimizando a fadiga do bebê e o risco de perda de peso; favorece o aumento da produção de saliva e enzimas digestivas, já que estimula receptores orais, resultando em uma digestão mais eficiente; e promove os movimentos da mandíbula, da língua e dos músculos da face. Apesar dos benefícios supracitados, autores destacam que existem algumas contraindicações para o uso do copo por crianças com fendas. Dentre elas, pode-se citar os casos de lactentes com reflexo de engasgo diminuído, letargia geral e déficit neurológico devido ao risco de broncoaspiração. Ademais, é sabido que o uso do copo tem o potencial de prejudicar o desenvolvimento dos músculos da face e do palato, devendo ser indicado apenas em casos específicos ou como suplementação a outros métodos. No que diz respeito ao copo recomendado, destacam-se como mais apropriados aqueles baixos e curtos, do tipo descartável e com capacidade de 50 ml e graduado, conforme apontado na literatura. Quanto à colher, esta deve ser de sobremesa e inox. Este tipo de instrumental é apontado como essencial para intensificar a maturação sensório-motor oral, pois permite que a criança identifique a mudança na temperatura do alimento com mais facilidade do que na colher de plástico. A colher ainda é caracterizada como uma boa opção na preservação dos gastos calóricos da criança, uma vez que o aporte nutricional e o ganho de peso podem ficar comprometidos nos lactentes com FLP devido ao esforço realizado durante a mamada, sendo que a oferta alimentar pela colher permite a ingesta de leite com menor gasto energético, podendo-se obter um índice maior no ganho de peso. Quando a deformidade apresentada pela criança com FLP é muito extensa, o uso de mamadeira, copo ou colher pode não ser possível, sendo imprescindível o uso de outra ferramenta, como a seringa. Assim, colocando-se um tubo fino ao lado do mamilo – o qual irá liberar o leite materno previamente ordenhado – o bebê pode ter a sensação de estar mamando no peito, auxiliando o processo nutritivo e afetivo da criança. Considerações finais: Neste levantamento, emergiram quatro utensílios que podem ser utilizados no estímulo à lactação de crianças com fissura labiopalatal mamadeira de bico ortodôntico, copo, colher e seringa. A escolha do utensílio deve ser baseada nas necessidades apresentadas pela criança e principalmente na sua capacidade de adaptação ao meio escolhido, tendo como cuidado primordial prevenir broncoaspiração. Apesar de se tratar de um tema de grande relevância, destaca-se que existe uma lacuna na literatura quanto a publicações acerca desta temática, tendo sido esta a principal limitação na construção deste estudo, especialmente quando se trata de literatura recente. Diante disso, sugerimos que outros autores explorem esta temática, buscando descrever quais destes utensílios são mais efetivos tanto no que concerne à aceitação da criança quanto ao potencial de melhor oferta de nutrientes.  

4504 Atributos Essenciais da Atenção Primária à Saúde na Assistência à Saúde da Criança, Manaus/Am
Sineide Souza, David Lopes Neto, Maria Jacirema Ferreira Gonçalves, Rizioleia Marina Pinheiro Pina

Atributos Essenciais da Atenção Primária à Saúde na Assistência à Saúde da Criança, Manaus/Am

Autores: Sineide Souza, David Lopes Neto, Maria Jacirema Ferreira Gonçalves, Rizioleia Marina Pinheiro Pina

Apresentação: A Atenção Primária à Saúde (APS) vem sendo fortalecida após a Conferência Internacional de Alma-Ata. O Brasil escolheu a Estratégia Saúde da Família (ESF) para operacionalizar a APS, como ordenadora do modelo assistencial, baseada nos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). A APS possui atributos, que quando estão presentes, favorecem a qualidade da atenção, especialmente para crianças. Este estudo objetivou avaliar os atributos essenciais da APS na assistência à saúde da criança ofertada pelas equipes da ESF na zona Norte de Manaus por meio do Instrumento de Avaliação da Atenção Primária - PCATool. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa avaliativa com abordagem quantitativa, que teve como cenário o Distrito de Saúde (Disa) Norte da cidade de Manaus, a partir das equipes da ESF com a utilização do instrumento PCATool-Brasil versão Criança. Participaram do estudo 320 mães e cuidadores de crianças de zero a dois anos de idade, residentes nas áreas de abrangência e usuárias da ESF do Disa Norte. Considerou-se importante avaliar sob a ótica do usuário do SUS por este ser capaz de avaliar o serviço que utiliza e assim, favorecer o controle social. A escolha dessa faixa etária justifica-se por essa fase da vida apresentar maior vulnerabilidade e maior risco de morbimortalidade, portanto, demanda maior cuidado da família e dos serviços de saúde no sentido de promover a saúde, prevenir doenças e favorecer o pleno crescimento e desenvolvimento da criança. A amostra foi fundamentada na técnica de amostragem aleatória simples sem reposição.  O cálculo amostral teve como referência a população total de crianças menores de dois anos, e o número total de crianças cadastradas nas Unidades Básicas Saúde da Família (UBSF) do Disa Norte de Manaus, de acordo com os dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab), buscou-se amostra representativa, com margem de 95% de confiança e 5% de erro amostral. A amostra inicial resultou em 422 sujeitos, realizou-se a partilha proporcional para as 49 UBSF, de acordo com o número de crianças cadastradas por equipe. Os critérios de inclusão estabelecidos para esse estudo foram divididos em critérios para criança: ser cadastrada e usuária da ESF em sua área de abrangência, ter no mínimo duas consultas realizadas pelo médico ou enfermeiro da UBSF no último ano, acompanhada da mãe e/ou cuidador, ser menor de dois anos de idade. Para a mãe e/ou cuidador: ser maior de 18 anos de idade, declarar-se o principal cuidador da criança, ter acompanhado a criança, no mínimo, em duas consultas na referida UBSF. Para a ESF: ter, no mínimo, doze meses de atividade. Os critérios de exclusão estabelecidos para as crianças compreenderam: utilização casual dos serviços da ESF para finalidades específicas, como imunização ou curativo, mas que não utilizavam o serviço de puericultura, para a mãe e/ou cuidador: não ter condições mentais para responder aos questionários e para a ESF: equipe de saúde sem o profissional médico ou enfermeiro por mais de seis meses. Nesse sentido, da amostra inicial de 422 sujeitos e 49 UBSF do Disa Norte, foram excluídas 7 (sete), com o seguinte detalhamento: em quatro, os gestores alegaram não atender crianças menores de dois anos;  em duas, os prontuários entregues não atenderem ao critério de inclusão de ter, no mínimo, duas consultas com o médico ou enfermeiro;  e uma por ter sido realizado o pré-teste. Portanto, somente 42 UBSF entraram no estudo. Destas, em 12 unidades os gestores alegaram pouco atendimento nessa faixa etária, consequentemente, o número de prontuários entregues foi inferior ao número da partilha para a UBSF e/ou não atendiam os critérios de inclusão no estudo. Nesse momento, 90 sujeitos foram excluídos do estudo. A amostra final resultou em 332 sujeitos, dos quais 12 foram excluídos, sendo um por recusa e 11 por não terem sido localizados por apresentarem endereços incorretos. O estudo incluiu 320 mães de crianças, que representam 75,8% da amostra calculada. Ressaltamos que a amostra conservou a margem de erro calculada de 5%.  Para melhor confiabilidade na realização da coleta de dados foi realizado um treinamento prévio com a equipe de pesquisa para a discussão do questionário, esclarecimento e padronização da coleta de dados. Os procedimentos de coleta de dados obedeceram as orientações contidas no manual PCATool-Brasil versão Criança. A coleta de dados ocorreu no período de outubro de 2015 a janeiro de 2016, após anuência da Secretaria Municipal de Saúde, e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas (CEP/Ufam). Para o início das atividades concernentes à coleta de dados, foram realizadas visitas às UBSF a fim de conversar com os gestores para esclarecimentos sobre a pesquisa e agendamento para acesso aos prontuários das crianças menores de dois anos cadastradas na área de abrangência, para a realização do sorteio para a entrevista e averiguação dos critérios de inclusão e exclusão no estudo. Após o sorteio e registro de identificação da criança, mãe e endereço, íamos aos domicílios para aplicação dos questionários. As entrevistas foram realizadas em domicilio, de forma individual, em horário conveniente para os entrevistados, e duravam em média, 25 minutos. Para a coleta de dados, os entrevistadores seguiram a recomendação do Manual PCATool-Brasil, quais sejam: apresentação dos objetivos da pesquisa, verificação da disponibilidade da mãe e/ou cuidador para a entrevista, confirmação dos critérios de inclusão e exclusão no estudo, identificação do cuidador da criança por meio da pergunta: “Quem é a pessoa que tem mais condições para falar sobre o atendimento em saúde da criança?” e o parentesco com a criança, aplicação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e realização da entrevista. A análise obedeceu às recomendações do Manual PCATool-Brasil. Resultados: Quanto aos atributos essenciais da APS, apresentaram escores satisfatórios (≤ 6,6) apenas os atributos Acesso – Utilização (6,7) e Coordenação – Sistema de Informação (8,7); os demais atributos apresentaram baixos escores: Acesso – Acessibilidade (5,0), Longitudinalidade (6,5), Coordenação – Integração de Cuidados (6,5), Integralidade – Serviços Disponíveis (5,5) e Serviços Prestados (6,1). O escore do atributo Essencial da APS foi insatisfatório (6,5), o que evidencia que a APS precisa avançar no sentido de oferecer assistência efetiva que atenda as necessidades de saúde da criança. O componente grau de afiliação apresentou média 6,7. O α de Cronbach apresentou valor > 0,75 e comprovou a validade do instrumento. Considerações finais: O estudo revelou que a assistência à saúde da criança menor de dois anos na ESF não está orientada pela APS e apresenta-se pouco efetiva, com problemas relacionados ao acesso, dificuldades na criação de vínculo com a criança/família, persistência da fragmentação do cuidado e coordenação da atenção deficiente. Há necessidade de reorientação das ações de saúde, com vista a modificar e melhorar a qualidade da atenção oferecida à população infantil, que devido à sua vulnerabilidade, compõe uma das áreas prioritárias no país.

2175 SINAIS E SINTOMAS NA GESTAÇÃO: ATENÇÃO AO NORMAL E O PATOLÓGICO
Herman Ascenção Silva Nunes, Brenda dos Santos Coutinho, Andreza Dantas Ribeiro, Renan Fróis Santana, Simone Aguiar da Silva Figueira

SINAIS E SINTOMAS NA GESTAÇÃO: ATENÇÃO AO NORMAL E O PATOLÓGICO

Autores: Herman Ascenção Silva Nunes, Brenda dos Santos Coutinho, Andreza Dantas Ribeiro, Renan Fróis Santana, Simone Aguiar da Silva Figueira

Apresentação: Apesar de ser um processo fisiológico, a gestação é um período de alterações que engloba aspectos biológicos, sociais e psicológicos na mulher. Além de alterações normais promove condicionantes de riscos para patologias graves requerendo que a gestante seja acompanhada. Dessa forma, ressalta-se a atenção do profissional de saúde as queixas proferidas pelas gestantes durante o programa de pré-natal. Em vista disso, o objetivo do estudo foi analisar as queixas referidas pelas gestantes atendidas pelo programa de pré-natal em uma unidade de referência de especialidades. Desenvolvimento do trabalho: Estudo descritivo, retrospectivo e de abordagem quantitativa, realizado em novembro de 2016 em uma unidade de referência, no município de Santarém – PA, os dados foram coletados de 85 prontuários de gestantes atendidas no período de janeiro a novembro de 2016, tabulados no programa Microsoft Excel 2013 e analisado por meio da estatística descritiva. Foram obedecidos os aspectos éticos da pesquisa, de acordo com a resolução 466/12. Resultados e/ou impactos: Em relação à faixa etária das gestantes 54,1% estavam na faixa entre 20 a 34 anos. Alusivo às queixas, 12,9% não relatou, 9,4% não foram informadas e 77,6% apresentaram, sendo que é importante destacar que eram mencionadas mais de uma queixa por gestante. Dentre as queixas mais proferidas, 20,7% tratava-se de dor pélvica; 13,4% de dor lombar; 8,5% de cefaleia; 6,1% de náuseas e êmese e outras, como disúria, corrimento vaginal, edema e astenia eram mencionados por 4,9% cada, respectivamente; 4,3% citavam sangramento vaginal; 3,7% pirose; 3% dispneia; dor abdominal e nos membros inferiores eram atribuídos por 2,4% cada, dentre outras queixas de menor prevalência, com 15,9%. Alguns sinais e sintomas informados pelas gestantes como dor pélvica, dor lombar e náuseas são frequentes durante a gestação, para tanto medidas como, dieta fracionada, deitar em decúbito lateral, prática de caminhadas, correção postural ao se sentar e ao andar, uso de sapatos com saltos baixos e confortáveis e a aplicação de calor local são eficazes. Contudo, queixas como episódios de sangramento vaginal na gestação podem estar relacionados à ameaça de aborto, portanto é imprescindível que o profissional de saúde esteja atento as queixas atípicas da gestação e realize a investigação adequada. Considerações finais: Foi observado que a maioria das mulheres referia queixas típicas do seu estado fisiológico, entretanto os profissionais de saúde envolvidos no pré-natal, como o enfermeiro devem está atentos aos sinais e sintomas incomuns e potencialmente graves.

2216 EDUCAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SOBRE O HPV E O CÂNCER DE COLO DE ÚTERO EM ESCOLAS ESTADUAIS E PARTICULARES DE MANAUS/AM.
Marcela Menezes, Filipe Shimizu, Marianna Brock, João Victor Vilela

EDUCAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SOBRE O HPV E O CÂNCER DE COLO DE ÚTERO EM ESCOLAS ESTADUAIS E PARTICULARES DE MANAUS/AM.

Autores: Marcela Menezes, Filipe Shimizu, Marianna Brock, João Victor Vilela

A prevalência da infecção por HPV tem aumentado no últimos anos entre os jovens. Estima-se que o contato com o vírus já ocorre entre os 11 e 12 anos de idade. No ranking brasileiro de casos de câncer de colo de útero, o Amazonas é o primeiro. Enquanto no restante do país a taxa bruta de incidência para cada 100 mil habitantes é de 17,49 casos, no estado este número sobe para 35,15. A educação em saúde pública é primordial para redução destes números. Portanto, o objetivo deste projeto foi conscientizar crianças e adolescentes entre 11 e 18 anos de escolas públicas e particulares de Manaus – AM sobre o HPV e o câncer de colo de útero, através de palestras e um vídeo educativo. Na primeira fase, distribuímos os Termos de Compromisso Livre e Esclarecido (TCLE) nas escolas a fim dos pais autorizarem a participação dos jovens. Esta foi extremamente problemática, visto que muitos responsáveis proibiram seus filhos por temerem que o vídeo estimulasse o início da vida sexual. A segunda fase foi composta pelas palestras e a transmissão do vídeo, além de dinâmicas de grupo adequadas a idade do público-alvo. Um questionário constando perguntas sobre conhecimento do início da vida sexual, uso de preservativo, HPV e câncer de colo de útero foi aplicado antes da palestra, para avaliar o nível de conhecimento, e depois para avaliar o grau de compreensão e aprendizado. Foram entrevistadas 143 crianças e adolescentes com idade entre 11 e 18 anos de idade, sendo 58,74% do sexo feminino. Foram abordadas crianças da 5° a 9° série, sendo 16,08% da 5° e da 6°, 17,24% da 7°, 49,42% da 8° e 17,24% da 9° série. Ao avaliarmos os questionários de antes e depois, percebemos a notável diferença entre as respostas, evidenciando que muitos jovens, mesmo já tendo iniciado a vida sexual, não possuíam instrução adequada a respeito do uso de preservativo e a prevenção de doenças. Além disso, referiam não ter um bom diálogo com os pais sobre o assunto. O nível de aprendizado dos alunos foi excelente, comprovando a eficácia do projeto. Nesse ínterim, percebemos o verdadeiro impacto da educação em saúde como o principal fator de redução de morbidades. Por conseguinte, é necessário que os profissionais de saúde estejam cada vez mais presentes nos contextos de fragilidade social, aventando sempre a possibilidade de participar do processo educacional, não só de crianças e adolescentes, como de toda a família, visando formar cidadãos bem instruídos e promover saúde de forma eficaz.

3968 CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO NOS PRIMEIROS DIAS DE VIDA
Luciana Borges, Samela Silva, Simone Souza, Thauane Oliveira, Sandra Luzinete Felix de Freitas, Caroliny Oviedo Fernandes

CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO NOS PRIMEIROS DIAS DE VIDA

Autores: Luciana Borges, Samela Silva, Simone Souza, Thauane Oliveira, Sandra Luzinete Felix de Freitas, Caroliny Oviedo Fernandes

Apresentação: Na década de 60, teve início a preocupação com as infecções, começando as descrições da limpeza do ambiente e da assepsia com soluções desinfetantes. A partir disso existiram modificações na higiene corporal do recém-nascido, cuidado com o coto umbilical e controle de infecção ambiental e dos equipamentos. Este tema é de extrema relevância, pois, no banho, o recém-nascido apresenta diversas alterações em sua temperatura corporal promovendo adaptações nas funções cardiorrespiratórias no banho. A higienização faz parte de um dos cuidados neonatais básicos, permitindo aos recém-nascidos a manutenção da saúde e segurança ambientais e garantindo bem estar e conforto ao pequeno cliente. O momento do banho é uma oportunidade para o familiar e os profissionais de enfermagem observarem o comportamento do neonato, o estado de consciência, a prontidão e a atividade muscular. O procedimento do banho do deve ser rápido, a água deve estar morna e deve ser testada e não deve existir corrente de ar no ambiente, por isso é necessário fechar as portas e as janelas. Após o banho do recém-nascido, é necessário realizar a higienização e o curativo do coto umbilical devido os riscos de infecções no período neonatal por se tratar de uma porta de entrada para microorganismo, por meio da pele não íntegra ou do vaso umbilical, permitindo o acesso direto a circulação. Este trabalho teve como objetivo promover a Educação em Saúde sobre os cuidados com o recém-nascido, junto às gestantes, cônjuges e/ou acompanhantes sobre os cuidados nos primeiros dias de vida como o banho humanizado, curativo do coto umbilical e a troca de fralda por meio de simulação. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência de uma atividade de educação em saúde desenvolvida pelas acadêmicas do 6º semestre do Curso de Enfermagem do Módulo “Práticas Interdisciplinares” com as gestantes que realizam o pré-natal de baixo-risco com duas enfermeiras, sendo uma  obstetra, na Clínica Escola Integrada, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campo Grande-MS. Todas as gestantes, cônjuges e/ou acompanhantes foram informados a respeito da atividade e convidados a participar livremente da mesma. Também foram aplicados dois questionários, um pré-ação e outro pós-ação, com oito questões aquele e este com nove questões referentes aos cuidados com o recém-nascido no banho e curativo do coto umbilical. Os participantes que aceitaram responder os questionários, assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido, em acordo com a resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Após aplicação dos questionários, as respostas foram organizadas e analisadas no programa Microsoft Excel. Resultados e/ou impactos: A ação educativa obteve seis participantes, sendo cinco gestantes (83,3%), quatro primíparas e uma multípara, e um cônjuge (16,7%). Quanto ao estado civil dos participantes, metade estavam namorando, 33,3% eram casados e 16,6% união estável. Quanto ao primeiro questionário 66 % dos participantes responderam que é necessário verificar a temperatura da água, 33,3% que se deve fechar portas e janelas e 33,3% que deve desligar o ar condicionado. Já no segundo questionário, todos disseram que é necessário fechar portas e janelas, 66,7% assinalaram que também se deve verificar a temperatura e desligar o ar condicionado. Quanto à recomendação de utilização de produtos no recém-nascido nos primeiros dias de vida, 66,7% afirmam que não é recomendado o uso de perfumes e cremes hidrantes, 33,3% referem o uso apenas de cremes hidratantes no primeiro questionário enquanto no segundo 83,3% dizem que não é recomendado o uso dos mesmos, e 16,7% afirmaram que nenhuma das opções apresentadas estavam corretas. No terceiro item, a importância da participação da família no banho, 66,7% assinalaram a promoção do vínculo, 16,7% referiram que serve para apenas para a higiene e que todas as afirmativas estavam corretas (brincar com recém-nascido, apenas deixá-lo limpo e arrumado, criar vínculo). No que se refere a ordem de higiene do neonato, no primeiro momento, metade assinalaram que o banho deve começar pela cabeça e a outra metade que deve iniciar pela face no primeiro questionário. Já no segundo questionário, 66,7% relataram que o banho deve ser iniciado pela face e 33,3% afirmaram pela cabeça. Quanto à recomendação da lavagem da face do recém-nascido, metade assinalaram com água e sabonete líquido e a outra metade apenas com água, após a ação 83,3% disseram que deve-se lavar apenas com água e 16,7% afirmaram com água e sabonete líquido. Em relação à frequência da limpeza do coto umbilical, 50% afirmaram que deve ser realizada em cada troca de fralda, 33,3% três vezes ao dia e 16,7% uma vez ao dia. Após a ação educativa, 83,3% afirmaram que deve ser feita a limpeza a cada troca de fralda e apenas 16,7% uma vez ao dia. Ainda sobre a limpeza do coto umbilical, no primeiro questionário 83,3% assinalaram que a assepsia deve ser feita com álcool 70% e 16,7%, com sabonete líquido. Já no segundo questionário todos os participantes afirmaram que deve ser realizada com apenas álcool 70%. Quanto o sentido da limpeza do coto umbilical, 33,3% disse de cima para baixo e depois o clamp, 33,3% de baixo pra cima e depois o clamp, 16,7% primeiro a lateral e depois de cima para baixo e 16,7% primeiro o clamp e depois de cima para baixo. No segundo questionário 66,7% assinalaram que deve ser realizada de cima para baixo e depois o clamp, 16,7% primeiro a lateral e depois o clamp e 16,7% de baixo para cima e depois o clamp. Finalizando as questões, no primeiro momento, 83,3% dos participantes responderam que o coto umbilical cai entre 5 a 15 dias e 16,7% até 5 dias. Já no segundo questionário, 66,7% de 5 a 15 dias e 33,3% até 5 dias. No último questionário, existe um item de avaliação da ação pelos participantes considerada excelente (66.7%) e ótima (33,3%). Considerações finais: O banho humanizado, por ser uma forma não convencional, gera muitas dúvidas na hora de sua realização, bem como a ordem da higienização. Grande parte da população estudada, não saberia ou não conhecia essa forma de banho do recém-nascido, as técnicas, ou os produtos que devem ser utilizados. Notou-se uma melhora no conhecimento dos participantes no que se refere tanto ao banho quanto ao curativo do coto umbilical. A cultura, e as experiências relatadas por familiares e amigos, muitas vezes ditam a base de uma higienização baseada em mitos populares, e essa desconstrução entra em conflito com algumas práticas, que visam a melhor adaptação do recém-nascido, quando esclarecido alguns pontos, os participantes entenderam a importância da prática realizada. Antes de iniciar o banho e realizar qualquer outro tipo de higiene é importante levar em conta as preferências da família e suas rotinas, inclusive a melhor hora do dia para a realização do banho, essa é uma ocasião propícia para avaliar o nível de conhecimentos dos pais e assim atender as necessidades dos mesmo. O banho é uma tarefa no contexto atual dos cuidados centrados na família, porém deve- se ressaltar que as enfermeiras junto com os pais são responsáveis por assegurar que o banho seja seguro e higiênico, pois é fundamental para minimizar futuras complicações, reduzir os riscos de infecções, a avaliação recém-nascido e fortalecer o afeto, o contato e o vínculo mãe-bebê, além do aprendizado e segurança da puérpera.