133: O cuidado e o cuidador: reinventado o cotidiano da vida
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: ICB Sala 03 - Cacimba    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
1228 A ENFERMAGEM E A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NO ATENDIMENTO HUMANIZADO AO DEFICIENTE AUDITIVO
Luiz Gustavo Erthal Nogueira, Amanda Cruz Amaral, Selma Vaz Vidal, Joelma Rezende Fernades

A ENFERMAGEM E A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NO ATENDIMENTO HUMANIZADO AO DEFICIENTE AUDITIVO

Autores: Luiz Gustavo Erthal Nogueira, Amanda Cruz Amaral, Selma Vaz Vidal, Joelma Rezende Fernades

INTRODUÇÃO: A deficiência auditiva caracteriza-se pela baixa capacidade de assimilação normal dos sons, e é conceituado surdo, o indivíduo cuja audição não é funcional na vida habitual, e parcialmente surdo, aquele indivíduo cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. Os deficientes auditivos, bem como todas as pessoas portadoras de deficiência são amparados pela Lei da Acessibilidade que busca estabelecer as normas gerais e os critérios básicos para promover a acessibilidade, através da eliminação dos obstáculos e barreiras existentes nas vias públicas, na reforma e construção de edificações, no mobiliário urbano e ainda nos meios de comunicação, de saúde e de transporte. De acordo com dados do Censo Demográfico do ano de 2010, há no Brasil 45,6 milhões de pessoas que apresentam algum tipo de deficiência, o que corresponde a 23,9% da população brasileira. Do total de pessoas que apresentam algum tipo de deficiência, 7,6% dessa população apresentam perda auditiva severa. O comprometimento auditivo implica na capacidade de comunicação oral e pode prejudicar o processo de aprendizagem e, ainda, dificultar na assistência prestada a estes clientes, o que exige então uma abordagem especializada. Essa abordagem deve ser feita de modo que proporcione uma comunicação efetiva e um claro entendimento entre o deficiente auditivo e o enfermeiro, o contrário, acabaria prejudicando a prestação da assistência de enfermagem e afetando a qualidade e até a segurança desse atendimento. Para evitar o uso de uma comunicação rudimentar feita através de mímicas ou mesmo da escrita, que possa prejudicar a compreensão, é de grande importância que ambos, o enfermeiro e o paciente, conheçam e façam uso da Língua Brasileira de Sinais também conhecida como LIBRAS. Demonstra-se, a partir daí a importância de conhecer essa linguagem para poder ter uma comunicação efetiva com pacientes deficientes auditivos. O profissional de saúde deve humanizar a assistência em enfermagem, preocupar-se com a relação entre Enfermeiro/Paciente, e para isso necessita de um suporte técnico e científico que lhes habilite a entender este universo linguístico, social e cultural do surdo, visando promover uma segurança física e emocional no mesmo. Baseado nessas acepções emerge o seguinte objetivo desta investigação: refletir sobre a importância da acessibilidade no ambiente hospitalar mediante o uso da LIBRAS no atendimento ao deficiente auditivo. MATERAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva e exploratória. O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética, e após sua aprovação foi enviado o Termo de Autorização para Realização da Pesquisa à Instituição e elaborado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para os voluntários da pesquisa. Após autorização foi realizada a coleta de dados. O cenário de investigação foi o Hospital das Clínicas de Teresópolis Constantino Ottaviano (HCTCO) do município de Teresópolis, e os sujeitos desta pesquisa foram os profissionais de enfermagem (auxiliares, técnicos e enfermeiros). Como critérios de inclusão, foram considerados: Profissionais da área de enfermagem que possuam ou não contato prévio com algum deficiente auditivo dentro do ambiente hospitalar sejam estes pacientes, familiares ou seus acompanhantes e de exclusão: Profissionais da área de enfermagem que trabalhem no setor administrativo e que não possuam contato direto com pacientes ou familiares. A coleta de dados foi realizada através de um instrumento semiestruturado composta por questões abertas e fechadas para preenchimento à mão elaborado para este trabalho. Os dados coletados foram representados estatisticamente seguindo a análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram entrevistados 33 funcionários do HCTCO que deram o seu consentimento para a realização da pesquisa. A população amostral foi composta na sua grande maioria por técnicos de enfermagem (57,6%) seguidos de enfermeiros e auxiliares em enfermagem (36,4% e 6,1% respectivamente). Destes, 69,7% possuem de 01 a 10 anos de profissão, 12,1 % de 11 a 20 anos, 12,1% de 21 a 30 anos e 6,1% de 31 a 40 anos. Estes profissionais estavam divididos nos demais cenários do HCTCO, sendo 27,3% de funcionários atuantes na clínica médica cirúrgica, 18,2% da clínica médica feminina, 15,2% da clínica médica masculina, 12,1% da clínica ortopédica, 9,1% do pronto socorro, 6,1% da supervisão geral, 3% da clínica pediátrica, 3% da direção de enfermagem, 3% da clínica de ginecologia e obstetrícia e 3% da Unidade Intermediária Neonatal. Ao serem questionados referente ao contato com deficientes auditivos, pode-se observar que 69,7% de profissionais afirmam terem tido convívio prévio com estes pacientes, enquanto 30,3% destes profissionais afirmam que nunca tiveram contato com este tipo de paciente. Em relação a frequência que o profissional recebe deficientes auditivos no seu respectivo setor de atuação 33,3% afirmam nunca terem recebido estes clientes e 66,7% afirmam receber com pouca frequência. Não houveram profissionais que afirmaram ter grande fluxo de atendimento a deficientes auditivos em seus setores. Entre os profissionais entrevistados, podemos observar que 45,5 % conhecem a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), enquanto 54,5% afirmam nunca ter tido contato com a mesma. Entretanto, quando questionados sobre a capacidade de utilizar LIBRAS 93,9% dos profissionais afirmam não saberem LIBRAS enquanto apenas 6,1% afirmam serem interpretes. Os profissionais que afirmaram não saberem LIBRAS quando questionados em como se comunicariam com estes clientes podemos observar um comportamento diferente dos resultados encontrados. Destes 44,2 % afirmam que usariam gestos, 23,3% fariam uso da escrita, 14% recorreriam à leitura labial, 11,6% pediriam auxílio aos familiares ou acompanhantes do paciente, 4,7% não tentariam se comunicar e 2,3% afirmaram que “pediriam socorro”. Ao questionarmos aos entrevistados sobre a importância dos profissionais de enfermagem e de saúde saberem LIBRAS, 100% dos profissionais consideraram importante esse conhecimento para a equipe de enfermagem e para a equipe multidisciplinar. Quando indagados sobre se a falta de conhecimento da LIBRAS poderia prejudicar o atendimento ao deficiente auditivo, obtivemos 78,8% dos profissionais afirmando prejudicar a abordagem a estes clientes enquanto 21,2% julgam não ser prejudicial ao atendimento não saber falar LIBRAS. Nos últimos questionamentos dos instrumentos, os profissionais foram abordados quanto ao conhecimento do curso gratuito disponibilizado pelo Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO) e seu interesse em participar do curso, 60,6% admitiram não ter conhecimento sobre o curso, enquanto apenas 39,4% sabiam que este era oferecido gratuitamente e dentre os questionados, 75,8% demonstraram interesse em participar do curso de LIBRAS enquanto 24,2% alegaram não possuir disponibilidade de tempo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com a certeza do inacabado as reflexões oriundas desta investigação apontam para baixa demanda de atendimento a pacientes ou familiares que possuam deficiência auditiva no HCTCO. No entanto, é perceptível uma carência de profissionais que sejam interpretes na LIBRAS, já que dos 33 profissionais participantes da pesquisa, apenas 02 possuem tal conhecimento. Ao mesmo tempo, todos os sujeitos da pesquisa consideraram importantes o conhecimento da LIBRAS. Desse universo, 75,8% demonstraram interesse no curso gratuito oferecido pelo UNIFESO para o seu aprimoramento profissional.

1383 Atenção à saúde do cuidador de indivíduos com Doença de Parkinson: Uma avaliação de sua sobrecarga
ana kedma correa pinheiro, ANA PAULA REZENDES DE OLIVEIRA, Eliene do Socorro da Silva Santos, BRUNNA SUSEJ GUIMARÃES GOMES, GABRIELA EVELYN ROCHA DA SILVA, Jhennifer Pereira Rodrigues, Erik Artur Cortinhas Alves, Maria Izabel Penha de Oliveira Santos

Atenção à saúde do cuidador de indivíduos com Doença de Parkinson: Uma avaliação de sua sobrecarga

Autores: ana kedma correa pinheiro, ANA PAULA REZENDES DE OLIVEIRA, Eliene do Socorro da Silva Santos, BRUNNA SUSEJ GUIMARÃES GOMES, GABRIELA EVELYN ROCHA DA SILVA, Jhennifer Pereira Rodrigues, Erik Artur Cortinhas Alves, Maria Izabel Penha de Oliveira Santos

Apresentação: Cuidadores são sujeitos que possuem ou não vínculo familiar com a pessoa cuidada e auxiliam em suas necessidades e Atividades de Vida Diárias. As pessoas que cuidam de indivíduos com Doença de Parkinson (DP) assumem a responsabilidade de prestar assistência em meio a uma patologia crônica e neurodegenerativa, que acomete o estado físico, mental, social e econômico, podendo também afetar o humor, a cognição, o psicológico, a fala e a comunicação da pessoa cuidada. O ato de cuidar associado à alta sobrecarga física, psíquica e social é considerado fator estressor, que traz repercussões negativas a Qualidade de Vida (QV) do cuidador, o mesmo pode apresentar doenças agudas e crônicas, necessitando de fármaco e assistência em saúde tanto quanto a pessoa cuidada. Nesse cenário, as equipes de Atenção Básica (AB) e Atenção Domiciliar (AD) necessitam incrementar ações diferenciadas para essas populações, em que a equipe de enfermagem tem o importante papel de intervir de forma integral e multidisciplinar, através de promoção à saúde e prevenção de agravos, para que garanta o acesso equitativo aos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde. Portanto, avaliar as singularidades dos sujeitos provedores de cuidados auxilia na construção de um processo de trabalho em saúde pautado em evidências, pois, o bem estar do cuidador também é importante, assim como a da pessoa cuidada, devido a um interferir no equilíbrio da vida e da saúde do outro. Desta forma, o estudo teve como objetivo avaliar o nível de sobrecarga dos cuidadores de indivíduos com DP vinculado ao programa de Treinamento Resistido (TR) da Universidade do Estado Pará (UEPA). Desenvolvimento do trabalho: A pesquisa é de caráter quantitativa e a análise de dados foi feita por percentuais simples, estimando-se a prevalência, através do programa Excel 2013, seu período foi de fevereiro a dezembro de 2016. Para a coleta de dados, utilizou-se a escala de Zarit Burden Interview (ZBI), validada por Scazufca, no Brasil, que é considerada uma medida de referência para estudos relacionados à sobrecarga de cuidadores, pois avaliam o bem-estar físico, psicológico e socioeconômico do cuidador principal, e a sua relação com o doente. Ela comporta 22 questões, que pode pontuar de 0 a 4 em cada resposta, quanto maior a soma de todas as questões, maior a sobrecarga, na qual obedecem aos seguintes escores: sobrecarga severa (escore entre 61 e 88), moderada a severa (41 a 60), moderada (21 a 40) e ausência de sobrecarga (inferiores a 21). O estudo ocorreu no Laboratório de Exercício Resistido e Saúde da UEPA, onde funciona, em dois dias semanais, o programa de pesquisa e extensão sobre os efeitos do TR para indivíduos com DP, no qual o presente estudo está vinculado. O serviço atende 46 pacientes, destes 28 possuem cuidadores e 21 são avaliados pelo grupo de pesquisa, porém, esse estudo teve como amostra 19 provedores de cuidados dos participantes do TR. Quanto aos procedimentos, nos primeiros 7 meses, foi aplicados os questionários, em outubro e novembro ocorreu a análise e classificação do grau de sobrecarga de cada cuidador e a estática da sobrecarga geral do grupo.  O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade da Amazônia, Belém (PA) (parecer nº 43624015.6.0000.5173) em conformidade com as normas da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos. Todos os sujeitos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido em duas vias. Resultados: Na aplicação da escala de ZBI foi identificado que nenhum indivíduo possuía ausência de sobrecarga, sendo que sete (37%) apresentaram sobrecarga moderada, onze (58%) sobrecarga moderada a severa e um (5%) apresentou sobrecarga severa. Os resultados tiveram conformidade com estudo de Loureiro e colaboradores, que também demostrou maior sobrecarga moderada a severa e número reduzido de cuidadores com ausência de sobrecarga, confirmando as evidencias da maioria das pesquisas nacionais e internacionais que têm reportado os efeitos negativos do processo de cuidar e o alto nível de sobrecarga entre os cuidadores. A maior classificação correspondeu à fase que antecede a forma mais grave, isso retrata um risco elevado de sobrecarga severa, podendo estar associado com a responsabilidade do cuidado e da melhora do idoso com DP, o que gera maior compromisso e auto cobrança, possibilitando altos níveis de sobrecarga e por sua vez prejudicando o estado físico, psicológico e social, o que reduz a QV do prestador de cuidados. O Ministério da Saúde alerta para que o cuidado realizado pelas equipes de AB e AD alcance o cuidador, seja em visitas domiciliares, ou através de assistência nas instituições de saúde, a fim de garantir e/ou estabelecer sua saúde física e mental, por isso, o Caderno de Atenção Básica: Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa sugere a avaliação da sobrecarga do cuidador periodicamente, por meio da aplicação da escala de ZBI, como realizada nesse estudo. A exposição dos resultados configura a necessidade de avaliação contínua dos agravos à saúde do cuidador, com intuito de estabelecer ações em saúde para melhoria do cuidado, com orientações, educação continuada e compreensão de suas necessidades, já que a sobrecarga diminui a QV do individuo e reflete diretamente na eficiência e eficácia do cuidado prestado.  Considerações finais: A grande prevalência de sobrecarga moderada e moderada a severa evidenciada nesta pesquisa, apesar da limitação no número da amostra, retrata resultados similares à maioria dos estudos sobre a temática, o que reporta a importância da atuação efetiva e equitativa dos programas de atenção à saúde do idoso, juntamente com as famílias, na tentativa de ajudá-los nesse momento de sobrecarga, pois os mesmos geralmente possuem conflitos internos e condições econômicas desfavoráveis para o cuidado. Desta forma, a atenção à saúde do cuidador deve consolidar espaço de acolhimento, autonomia e assistência integral, que produz relação de sujeitos no coletivo para o resgate da dignidade e identidade existencial como detentores de cuidados e fornecedores do mesmo, que carecem de oferta de serviços de saúde em conformidades com as suas singularidades específicas.  Vale destacar a importância de medidas para promover a saúde não apenas do indivíduo com DP, mas, sobretudo de seus cuidadores e de garantir suas capacitações permanentes a fim de habilitá-lo para o cuidado.

2381 CUIDADOS SEGUROS EM SAÚDE: AVALIAÇÃO DE RISCO PARA LESÕES POR PRESSÃO EM PACIENTES CRÍTICOS COM A UTILIZAÇÃO DA ESCALA DE BRADEN
Sarah Delgado Braga Silva, Tayná Lívia do Nascimento, Kelly da Silva Pimentel Machado, Luana Araújo Oliveira Gulinely, Geise Gonçalves Pimentel

CUIDADOS SEGUROS EM SAÚDE: AVALIAÇÃO DE RISCO PARA LESÕES POR PRESSÃO EM PACIENTES CRÍTICOS COM A UTILIZAÇÃO DA ESCALA DE BRADEN

Autores: Sarah Delgado Braga Silva, Tayná Lívia do Nascimento, Kelly da Silva Pimentel Machado, Luana Araújo Oliveira Gulinely, Geise Gonçalves Pimentel

Introdução: As lesões por pressão representam um problema para os pacientes e equipe de enfermagem. Cotidianamente, somos estimulados nos cenários de prática atuar com pacientes com tempo prolongado de hospitalização, que contribuem para as alterações de integridade da pele. Diante desta realidade, emana a necessidade de buscar e propagar o conhecimento através da Escala de Braden, sobre medidas preventivas, a fim de favorecer uma atenção peculiar aos pacientes, para que o cuidado seja seguro e eficaz. Justificativa: Devido ao aumento de lesões que se desenvolve no período de internação e visando as metas internacionais de segurança do paciente, o tema se torna relevante para possível análise e intervenção. Objetivo: Analisar os fatores de risco para o desenvolvimento de LP em pacientes internados em Unidade da Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas Constantino Ottaviano (HCTCO) através da Escala de Braden. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal descritivo, refere-se a uma estimativa de incidência e prevalência de LP, na qual participarão da pesquisa pacientes da UTI do HCTCO. Resultados e Discussões: Foi observado que a frequência de aplicação das escalas de Braden para LP é extremamente relevante para a pesquisa. No período de abril à maio, foram admitidos 13 pacientes obedecendo aos critérios de inclusão e exclusão. Desta forma, é possível que mudanças significativas ocorram nessas lesões, assim, o ideal é um acompanhamento diário, sobretudo em pacientes críticos. Considerações Finais: Observou-se com os estudo que a incidência ainda é elevada, mesmo com uso da Escala de Braden para desenvolvimento de LPs, é necessário a identificação das características clínicas e metabólicas do pacientes para associar os fatores de seu desenvolvimento, demonstrando a necessidade de estudos que utilizem protocolos e cuidados com uso de tecnologias apropriadas, visando diminuir a incidência em pacientes críticos, visto que os custos com a prevenção serão inferiores aos demandados no tratamento dos agravos.

2809 Atenção integral à saúde da mulher na prevenção de disfunção pélvica
Gilmara Apolinário Reis

Atenção integral à saúde da mulher na prevenção de disfunção pélvica

Autores: Gilmara Apolinário Reis

Apresentação No Brasil, a saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde nas primeiras décadas do século XX, sendo limitada, nesse período, às demandas relativas à gravidez e ao parto. No âmbito do movimento feminista brasileiro, esses programas são vigorosamente criticados pela perspectiva reducionista com que tratavam a mulher. A elaboração do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) em 1984 se deu paralelamente ao movimento sanitarista, incorporando o arcabouço conceitual que embasaria a formulação do Sistema Único de Saúde. Neste contexto, tratar de saúde integral para as mulheres significa revelar as desigualdades nas condições de vida, nas relações de gênero e problemas associados à autonomia das mulheres sobre seus corpos.  O enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico encontra-se entre as condições de saúde que mais afetam as mulheres durante o climatério, geralmente associado a incontinência urinaria e disfunções sexuais. O presente trabalho tem por objetivo descrever a experiência da oficina de promoção à saúde da mulher no climatério realizada no âmbito da atenção primária do município de Palmas/Tocantins.   Desenvolvimento do trabalho A atividade ocorreu no dia 18 de abril de 2017, das 8 às 12 horas e teve como público-alvo nove agentes comunitárias de saúde com idade entre 35 e 55 anos, pertencentes às duas equipes de saúde da família do Centro de Saúde da Comunidade Luiz Otaviani, localizado em Palmas/TO.  A oficina iniciou com uma roda de conversa sobre a história das políticas de atenção à saúde da mulher no Brasil, a centralidade da humanização, qualidade e equidade para uma atenção integral às mulheres e a importância dos movimentos sociais de mulheres organizadas para uma mudança de paradigmas na atenção à saúde, contrapondo o modelo fragmentado, marcado pelo uso excessivo de intervenções tecnológicas e medicalizantes. Em seguida foi realizada uma demonstração prática e coletiva de exercícios de kegel, orientações sobre a contração da musculatura do assoalho pélvico, uma abordagens terapêuticas indicadas para a prevenção e o tratamento das principais disfunções pélvicas, associadas a queixas geniturinárias e sexuais.   Resultados e/ou impactos A oficina proporcionou um espaço de troca de experiências e conhecimentos entre mulheres trabalhadoras do SUS, onde através dos diálogos na roda de conversa, os assuntos pertinentes às disfunções pélvicas, as beneficiaram de forma harmoniosa tanto na sua condição enquanto agentes de saúde, inseridas no contexto de suas comunidades e vinculadas à equipe de saúde da família, como também enquanto mulheres que necessitam fortalecer sua autonomia e empoderamento a respeito de seus corpos, suas vidas e seu autocuidado,   Considerações finais   Após a realização da oficina houve a verbalização de sentimentos positivos relacionados à atividade, especialmente quanto à sororidade e a valorização das vivências compartilhadas entre as participantes, além do desejo de multiplicação da experiência à outras mulheres, seja informalmente em seus círculos sociais e familiares ou em suas rotinas de trabalho, durante as visitas domiciliares.

2854 A IMPORTÂNCIA DO FAMILIAR NO PAPEL DE CUIDADOR PARA UM PACIENTE PÓS-AVC
Prisca Dara Lunieres Pêgas Coêlho

A IMPORTÂNCIA DO FAMILIAR NO PAPEL DE CUIDADOR PARA UM PACIENTE PÓS-AVC

Autores: Prisca Dara Lunieres Pêgas Coêlho

APRESENTAÇÃO: Cuidado, significa atenção, precaução, cautela, dedicação, carinho, encargo e responsabilidade. Cuidar é servir, é oferecer ao outro, em forma de serviço, o resultado de seus talentos, preparo e escolhas; é praticar o cuidado. O bom cuidador é aquele que observa e identifica o que a pessoa pode fazer por si, avalia as condições e ajuda a pessoa a fazer as atividades. Cuidar não é fazer pelo outro, mas ajudar o outro quando ele necessita, estimulando a pessoa cuidada a conquistar sua autonomia, mesmo que seja em pequenas tarefas. A pessoa após um Acidente Vascular Cerebral (AVC) pode apresenta-se acamada e/ou com limitações, porém mesmo necessitando de ajuda do cuidador, pode e deve realizar atividades de autocuidado sempre que possível. O Acidente Vascular Cerebral é resultado da falta de circulação do sangue em uma área do cérebro, que pode ocorrer devido à obstrução ou sangramento cerebral originado a partir de um vaso sanguíneo. De modo geral, a doença pode deixar sequelas que envolvam alterações motoras (força muscular) sensitivas (sensibilidade), prejudicando a mobilidade física, no entanto a gravidade dependerá da região no cérebro e extensão da lesão. Dessa forma, a sucessiva investigação das necessidades de saúde dos pacientes que foram acometidos com Acidente Vascular Cerebral reveste-se de considerável importância, sobretudo pela relevância clínica e epidemiológica. Em busca de atender a essas demandas, as pesquisas voltadas para o adoecimento por AVC e seus cuidados têm-se evidenciado entre as temáticas, com vistas à melhoria da qualidade do cuidado prestado a essa clientela. Nesse sentido, o exercício do cuidado pleno requer dos profissionais de saúde subsídios teóricos, práticos, e de procedimentos terapêuticos, além dos destinado a atender as necessidades de saúde do paciente e da família. Dessa forma, considerando os aspectos mencionados, o presente estudo teve como objetivo relatar a importância do familiar no papel de cuidador a um paciente pós-AVC e espera-se que este estudo possa contribuir para melhoria da assistência prestada a essa clientela, sobretudo relacionando a importância do familiar como cuidador. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência, do tipo reflexivo, vivenciado pela Residência Multiprofissional em Saúde do Programa de Atenção Integral na Saúde Funcional em Doenças Neurológicas, do Hospital Universitário Getúlio Vargas, da Universidade Federal do Amazonas, durante cenário de prática no Ambulatório de Espasticidade, do Ambulatório Araújo Lima, da cidade de Manaus, capital do Amazonas, durante o período de maio de 2017 a fevereiro de 2018. Esse trabalho foi desenvolvido a partir da percepção do elevado número de pacientes acometidos por AVC apresentando sequelas, dos 51 pacientes acompanhados durante o período de prática nesse campo 17 (33.33%) foram identificados. Nota-se, portanto, a importância dos familiares estarem preparados para o papel de cuidadores com a finalidade de melhorar a qualidade de vida desses pacientes. RESULTADOS e/ou IMPACTOS: Sobreviver ao Acidente Vascular Cerebral não significa que o paciente está imune a um novo derrame, ao contrário. Por isso controlar os fatores de risco devem se tornar um novo hábito/rotina para o resto da vida. Nesse contexto, o familiar cuidador é de fundamental importância para incentivar a manter o acompanhamento médico e relembrá-lo dos benefícios que terá ao aderir hábitos mais saudáveis, ou seja, para auxiliar a manter o tratamento, pois a adesão ao tratamento é fundamental para a redução do risco de morbidade e mortalidade. A participação de vários profissionais da área da saúde, com uma abordagem multidisciplinar, pode facilitar a adesão ao tratamento e consequentemente aumentar o controle da doença. A equipe multidisciplinar será responsável por avaliar as funções do indivíduo para garantir que os vários aspectos comprometidos sejam reabilitados ao mesmo tempo e além de contribuir na observação de algumas sequelas para futuro relato ao especialista responsável, o cuidador tem participação fundamental para garantir o bem-estar do familiar acometido durante as atividades rotineiras. A seguir algumas tarefas que podem fazer parte da rotina do familiar cuidador: Atuar como elo entre a pessoa cuidada e a equipe de saúde; Escutar, estar atento e ser solidário com a pessoa cuidada; Ajudar nos cuidados de higiene; Estimular e ajudar na alimentação; Ajudar na locomoção e atividades físicas, como andar, tomar sol e exercícios físicos; Estimular atividades de lazer e ocupacionais; Realizar mudanças de posição na cama e na cadeira, e massagens de conforto; Administrar medicações, conforme a prescrição e orientação da equipe de saúde; Comunicar à equipe de saúde sobre mudanças no estado de saúde da pessoa cuidada; Outras situações que se fizerem necessárias para a melhoria da qualidade de vida e recuperação da saúde dessa pessoa acometida com AVC como, por exemplo, posições corretas na cama, na cadeira de rodas, ao vesti-se, ao levantar-se e a responsabilidade por dar continuidade aos exercícios realizados em ambiente hospitalar e ambulatorial. Contudo, cabe ressaltar que nem sempre se pode escolher ser cuidador, principalmente quando a pessoa acometida por um AVC é um familiar. A carência de um suporte adequado no amparo às pessoas que precisam de cuidados pós-AVC faz com que a responsabilidade máxima recaia sobre a família e, normalmente, é sobre um único membro da família. Torna-se fundamental termos compreensão de se tratar de tarefa nobre, porém complexa, permeada por sentimentos diversos e contraditórios. A doença ou a limitação física em uma pessoa provoca mudanças na vida dos outros membros da família, que têm que fazer alterações nas funções ou no papel de cada um dentro da família e todas essas mudanças podem gerar insegurança e desentendimentos, por isso é importante que a família, o cuidador, e a equipe de saúde conversem e planejem as ações do cuidado domiciliar. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em função de o paciente acometido pelo AVC poder sofrer diferentes sequelas que afetam as áreas motoras, cognitivas, emocionais, sociais e familiares, além do acompanhamento com o neurologista, ele deve ser submetido a uma equipe de profissionais como fisiatra, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, enfermeiro, nutricionista e fonoaudiólogo, além de outras especialidades que podem ser agregadas. O conjunto de todas as atividades exercidas pelo familiar cuidador torna-se fundamental na reabilitação do paciente pós-AVC, sob as quais a participação e a supervisão do cuidador é essencial para a motivação, melhor desempenho e sucesso de seu tratamento. Porém, com a finalidade de evitar o estresse, o cansaço e permitir que o cuidador tenha tempo de se autocuidar, é importante que haja a participação de outras pessoas para a realização do cuidado.

3070 FATORES RELACIONADOS AO PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
ALINE DA MELO, Cristiane Correia dos Santos, Cristiane Correia dos Santos, Eliene Pereira de Almeida, Eliene Pereira de Almeida, Priscila Carolina de Jesus Lima Santos, Priscila Carolina de Jesus Lima Santos, Samylla Maira Costa Siqueira, Samylla Maira Costa Siqueira, Diego Costa da Cunha Ferreira, Diego Costa da Cunha Ferreira, Bárbara Conceição Vilas Bôas Marques Bri, Bárbara Conceição Vilas Bôas Marques Bri, Iraci Alcântara Mariano, Iraci Alcântara Mariano

FATORES RELACIONADOS AO PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

Autores: ALINE DA MELO, Cristiane Correia dos Santos, Cristiane Correia dos Santos, Eliene Pereira de Almeida, Eliene Pereira de Almeida, Priscila Carolina de Jesus Lima Santos, Priscila Carolina de Jesus Lima Santos, Samylla Maira Costa Siqueira, Samylla Maira Costa Siqueira, Diego Costa da Cunha Ferreira, Diego Costa da Cunha Ferreira, Bárbara Conceição Vilas Bôas Marques Bri, Bárbara Conceição Vilas Bôas Marques Bri, Iraci Alcântara Mariano, Iraci Alcântara Mariano

Apresentação: Humanizar a assistência é um processo necessário para que os profissionais de enfermagem alcancem uma abordagem integrada da assistência e garantam um cuidado de excelência, não só levando em consideração o processo saúde-doença, mas os aspectos físico, mental e social, de forma holística, colocando também a equipe multidisciplinar e a família como parte fundamental nesse processo. Diante disto, fica evidente a importância da humanização na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), considerando-se que muitas vezes esse ambiente é marcado por dor, sofrimento e ansiedade. Neste contexto, faz-se essencial conhecer os fatores relacionados ao processo de humanização da assistência na UTIN, uma vez que tal compreensão a partir da comunidade acadêmica permite a ampliação do conhecimento de comportamentos caracterizados como imprescindíveis na promoção de um cuidado humano, podendo estimular os profissionais que lidam diretamente com o paciente a adotar posturas tidas como humanizadoras, tendo como eixo fundamental de tal processo a prática baseada em evidências (PBE). Diante do exposto, este estudo tem como objetivo identificar os fatores relacionados ao processo de humanização da assistência na unidade de terapia intensiva neonatal. Desenvolvimento do trabalho: Revisão integrativa da literatura, realizada em março de 2017 na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS Enfermagem), tendo-se utilizado os seguintes descritores, consultados na plataforma dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Unidades de Terapia Intensiva Neonatal” e “Humanização da Assistência”, combinados de forma integrada. Na busca, foram identificados 104 trabalhos, os quais foram filtrados pelos seguintes critérios de inclusão: apenas artigos, com disponibilidade de texto na íntegra, publicados nos idiomas português e inglês, com recorte temporal de 8 anos (2010-2017). Como critérios de exclusão, estabeleceram-se os artigos duplicados nas bases e aqueles que não correspondiam ao objeto proposto neste estudo. A partir dos critérios supracitados, foram selecionados 41 artigos. Estes tiveram seu título e resumo lidos para que fosse identificada compatibilidade com a temática pesquisada. Ao final, foram selecionados nove estudos. Resultados: Destacaram-se como fatores assistenciais para a humanização da assistência na UTIN: promoção do vínculo entre a equipe de enfermagem, o RN e seus familiares (n=5), valorizando e incentivando a presença da família na UTIN (n=3), acolhendo-os e incluindo-os nos cuidados ao RN (n=2); incentivo ao aleitamento materno (n=1) e estímulo ao método canguru (n=4); a comunicação da equipe de enfermagem como os genitores (n=2); empatia e oferta de apoio emocional à família, com orientações acerca dos cuidados prestados ao RN (n=2); promoção do conforto ao RN e seus familiares (n=4) a partir do reconhecimento e minimização dos fatores estressantes, como ambiente inadequado (n=3); medidas de alívio da dor (n=3); e cuidado integral (n=1). O estabelecimento do vínculo é possível a partir da valorização e incentivo à presença dos familiares na UTIN, bem como garantindo, sempre que possível, a sua inserção nos cuidados ao neonato. Assim, a vinculação entre as partes pode ser garantida a partir de condutas como estímulo aos pais no convívio com o bebê, o contato pele a pele e incentivo ao aleitamento materno, além de permitir a participação em momentos de cuidados como a hora do banho e a troca de fraldas. Quanto ao método canguru, este se trata de um modelo de assistência perinatal para adiantamento da qualidade da atenção e parte dos princípios da atenção humanizada e implica em colocar precocemente o bebê de baixo peso em contato pele a pele com a mãe, favorecendo o vínculo, o que promove estabilidade térmica, substituindo o uso prolongado da incubadora. Para que tais ações saiam do campo das ideias e sejam implementadas, é imprescindível a existência de empatia e oferta de apoio emocional à família, uma vez que o ambiente da UTIN é caracterizado como hostil e assustador devido à presença de diversos aparelhos e dispositivos, suscitando nos pais sentimentos de medo, decepção, impotência, tristeza e desespero, acentuado assim a fragilidade e frustração destes quanto ao internamento de seu filho. Neste contexto, o comportamento empático é apontado como capaz de transformar tal ambiente em acolhedor e de esperança. Outro aspecto apontado neste levantamento como essencial ao processo de humanização do cuidado ao neonato na UTI foi a comunicação, sendo esta caracterizada pela interação entre os indivíduos com o meio no qual estes estão inseridos. A comunicação resulta do vínculo que o enfermeiro estabelece com os genitores e é possível a partir de condutas como a prestação de informações acerca da evolução do bebê. A comunicação garante, além do acolhimento à família, um bom relacionamento com os genitores para que a estadia do RN no hospital não se torne um evento desagradável. Autores tratam o processo de comunicação como um dos mais importantes aspectos do cuidado de enfermagem, uma vez que este vislumbra uma melhor assistência, sendo responsável, inclusive, pela diminuição da ansiedade e estresse nos casos de longo período de internação. A promoção do conforto ao bebê e seus familiares foi outra forma de humanização identificada neste estudo, sendo esta, inclusive, um dos produtos do acolhimento, conforme evidenciado na literatura a respeito do tema. A promoção do conforto é considerada como fundamental na redução do estresse do bebê e de sua família, proporcionando uma melhor qualidade na assistência. Neste levantamento, emergiram como modos de promoção do conforto os cuidados de higiene, adequação do ambiente, estabilização dos sinais vitais, redução dos ruídos na UTIN, minimização da manipulação do bebê e alívio da dor. Autores revelam que apesar de ser considerada um sinal vital, muitas vezes a dor é subestimada, não avaliada e não tratada, principalmente nos RN internados na UTIN, os quais são expostos a diversos tipos de procedimentos dolorosos, capazes de gerar situações de desequilíbrio. Contudo, cabe salientar que o RN tem maneiras específicas de expressar a dor e estas não devem ser ignoradas. Assim, a dor do RN é percebida pelos profissionais de enfermagem pela sua vivência profissional e científica, mediante alterações comportamentais e fisiológicas como irritabilidade, choro, expressão facial e resposta motora características de dor, requerendo medidas para minimizá-la. Pesquisas revelam que as técnicas não-farmacológicas são eficazes no alívio do estresse e tratamento da dor do RN e podem ser empreendidas na prática diária de enfermeiros. Dentre estas, houve destaque para a oscilação de decúbito, massagem local, banho de afundamento, promoção do aleitamento materno, absorvência não nutritiva (com uso da “aptidão de luva”, dextrose ou chupeta), enrolamento e redução nas tentativas de procedimentos dolorosos, como a punção venosa. Ademais, quando necessário, pode-se recorrer à terapia medicamentosa, conforme a prescrição médica. Considerações finais: As ações de humanização referidas neste estudo englobaram o estímulo ao método canguru, promoção do conforto a RN e genitores, incentivo ao aleitamento materno e à presença dos genitores na UTIN, estabelecimento da comunicação entre os pais e a equipe de enfermagem, oferta de um ambiente adequado e um cuidado integral. Em seu conjunto, estas ações são essenciais para o apoio emocional e na implementação do cuidado humanizado. Convém salientar que os processos de humanização supracitados não são de todo eficazes se não houver uma adequada ambientação para o trabalho do enfermeiro, sendo necessário adequar o número de funcionários à demanda do serviço para evitar a sobrecarga profissional, que funciona como um entrave ao processo de humanização do cuidado.

3334 Uma troca de afetos a partir da vivência de Acompanhante Terapêutica
taynah sousa barbosa

Uma troca de afetos a partir da vivência de Acompanhante Terapêutica

Autores: taynah sousa barbosa

Durante visita de imersão do Projeto na UBS Santa Tereza, uma agente comunitária de saúde me apresentou o caso de Esperança, 32 anos, mãe de 6 filhos, ensino fundamental completo, gosta de crochê e cozinhar. Mantida pelo pai e ajudada por amigos, mora numa casa cedida, utilizada como boca de fumo.  Com o pai de um de seus filhos usuário e traficante, começou a usar drogas. Iniciou com maconha, mas prefere o crack. Após o companheiro “perder a boca” e vender as coisas da casa para comprar drogas, veio a separação. Esperança não aceitou “tirar das crianças para comprar droga”. Por isso aceitou minha visita. Ela diz que não é boa mãe por conta do uso diário de crack, e as crianças mais velhas estarem assumindo o papel de cuidar das outras. Saber dessas confidências, vulnerabilidades, dificuldades, sonhos e pedido de ajuda, me fez perceber a dimensão da responsabilidade que a função de AT exige. Até aquele dia éramos desconhecidas. Cheguei à sua casa, disse quem era e que gostaria de ouví-la. Todas as informações mencionadas sobre ela foram obtidas em duas horas de conversa, após eu dizer apenas, “quero te ouvir”. Após o primeiro contato comecei a articulação em rede. Fui ao CAPS ADIII onde não havia nenhum registro de Esperança. A TR (Técnica de Referência) pediu que a levasse ao CAPS ADIII para o acolhimento e conversa sobre possíveis formas de cuidado. No CRAS Cauamé, falei com a TR que disse ter perdido contato com Esperança há um ano, e não a encontrou no endereço cadastrado. Esperança também estava sem receber o benefício do Bolsa Família, pela falta de frequência escolar do filho de 7 anos. A TR informou que a colocaria em acompanhamento familiar para que voltasse a receber o benefício. Passei então o novo endereço e telefone de Esperança para atualizar seu cadastro junto ao CRAS. Esperança não compareceu ao CAPS ADIII, após visita da TR dessa unidade, pois não conseguiu ninguém para ficar com as crianças e a unidade é distante de sua casa. Busquei apoio da gerente do CRAS Cauamé (referência). Solicitei que ela articulasse com a gerente do CRAS União, para que Esperança e os filhos participassem das atividades ofertadas lá, pois fica próximo da casa dela. Quando fui escolhida entre as articuladoras para fazer o relato do meu AT, hesitei um pouco por acreditar que muito ainda precisa ser feito. Porém, nossa coordenadora de território disse que jamais poderia pensar dessa forma, pois devido ao Projeto, essa mulher voltou a fazer parte da Rede e com articulações latentes sendo realizadas. A função de AT me fez crescer pessoal e profissionalmente, proporcionando um misto de sentimentos, onde predominou a ESPERANÇA de que mais Esperanças possam ser ouvidas, possam ser acolhidas e ter garantias de direitos respeitadas e encontrar profissionais que as olhem e as tratem com empatia, e fazer com que Esperança consiga o que tanto almeja...ser uma boa mãe.

3728 A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE LESÃO POR PRESSÃO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA.
Erika Fonseca de sousa, Antônia aline de Oliveira Alves, Vanessa Cordeiro da Silva, Mariane Santos Ferreira, Railany Pereira Silva Benoá, Juliana Silva Araújo, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE LESÃO POR PRESSÃO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA.

Autores: Erika Fonseca de sousa, Antônia aline de Oliveira Alves, Vanessa Cordeiro da Silva, Mariane Santos Ferreira, Railany Pereira Silva Benoá, Juliana Silva Araújo, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

Apresentação: A Lesão por pressão é um dano localizado na pele ou em tecidos moles subjacentes, que se desenvolvem geralmente sobre uma proeminência óssea, podendo estar relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outros artefatos. A incidência de Lesão Por Pressão (LPP) nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) tem aumentado consideravelmente com o passar dos anos, apresentando índices que variam entre 25, 8% a 62,5%. Essa grande incidência ocorre devido a alguns fatores de risco que aumentam proporcionalmente o índice de LPP, dentre eles a idade avançada, imobilidade física, uso de ventilação mecânica, alteração no estado neurológico, que inclui sua percepção sensorial, má nutrição, pacientes diabéticos e hipertensos, além, da má perfusão tecidual, imunodeficiência, extremos de peso, necessidade prolongada de permanência no leito devido à patologia e instabilidade hemodinâmica entre outros. Contudo, esses fatores de risco devem ser reconhecidos pelos profissionais da enfermagem logo na admissão do paciente na UTI, através da escala de Braden que, possibilita a enfermagem avaliar o paciente de modo geral direcionando os cuidados adequados conforme o escore da escala referida. Para tanto, é papel fundamental da enfermagem saber classificar e identificar o estágio da LPP, a fim de implementar medidas prevenir e tratativas de forma efetiva, e consequentemente promover uma melhor recuperação do paciente. O  objetivo do trabalho é relatar a importância da assistência de enfermagem na prevenção e tratamento de Lesão por Pressão na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital público de Santarém-Pa. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura de caráter descritivo com abordagem do método qualitativo. Foram seguidas as seis etapas inerentes a este método, sendo elas, respectivamente: busca na literatura, categorização dos estudos, avaliação dos estudos incluídos, interpretação dos resultados e apresentação da revisão. Os critérios de inclusão adotados para orientar a busca e seleção das publicações foram: Artigos publicados em periódicos científicos nacionais e internacionais revisados por pares que abordem a temática constante no banco de dados Scielo e Google acadêmico; divulgados em língua portuguesa e inglesa; publicados entre operíodo de 2010 a 2017, ou seja, nos últimos 07 anos; artigos que retratam procedimentos, intervenções ou diretrizes na prevenção e tratamento de lesão por pressão; a estratégia utilizada para localizar os artigos foi por intermédio da palavrachave "Lesão Por Pressão" ou da combinação dos seguintes descritores: “UTI”, “assistência de enfermagem”, “prevenção”, “tratamento”, “fatores de risco”. Os critérios de exclusão foram: publicações que não se encontravam disponíveis em texto completo; publicações que apresentavam disponibilidade de texto completo, mascujo o link apresentava erro mediante a tentativa de acessá-lo. A coleta de dados se deu entre os meses de maio a novembro de 2017 e foi utilizada uma listagem dos artigos encontrados com título do artigo, autores e ano de publicação. A amostra final desta revisão integrativa foi constituída por onze artigos. Resultados: Os resultados foram classificados em quatro categorias: fator de risco, prevenção, tratamento e importância da enfermagem na prevenção e tratamento da LPP. Na categoria fator de risco foram incluídos três artigos que evidenciaram como principais fatores predisponentes ao surgimento de LPP os agentes farmacológicos tais como: sedativos, analgésicos, drogas vasoativas, antibióticos, imunossupressores, suporte nutricional inadequado, escore de risco na escala de Braden, tempo de internação prolongado e pacientes em pós-operatório. Além disso, a percepção sensorial, umidade, mobilidade, fricção e cisalhamento, morbidades respiratórias, déficit neurológico e sepse são considerados fatores de risco relevantes para o desenvolvimento de LPP. Na categoria prevenção, foram incluídos dois artigos que adotavam mais de uma medida de prevenção de LPP por paciente, sendo que, as mais utilizadas são os coxins de proteção, placas de hidrocolóide e o colchão caixa de ovo, além dessas, são usadas soluções hidratantes, como o aminoácido essencial e óleo de amêndoas. Outros protocolos de prevenção incluem a aplicação da Escala de Braden durante a internação, inspeção da pele com atenção especial às proeminências ósseas, acréscimo da utilização do lençol móvel para facilitar a movimentação do paciente e uso de travesseiros sobre proeminências ósseas. Diante da categoria tratamento foram selecionados três artigos que evidenciaram como tratamento as terapias tópicas, como os ácidos graxos essenciais (AGE), ácido linoleico e o ácido linolênico são os ácidos graxos mais importantes para o tratamento de feridas e, em geral, são aplicados em feridas com tecido de granulação; a papaína pode ser aplicada como desbridante e possui ação anti-inflamatória, atuando na contração e junção de bordas de feridas de cicatrização por segunda intenção. A sulfadiazina de prata constitui um fármaco de ação antibacteriana e antifúngica eficiente contra Pseudomonas aeruginosa. Para a realização da escolha do curativo, cobertura e/ou desbridamento os enfermeiros realizam uma avaliação inicial, que consiste em mensurar o tamanho, profundidade e aspecto da ferida, para que possam escolher a cobertura adequada de acordo com a disponibilidade de recursos na instituição. Quanto a categoria importância da assistência de enfermagem foram abordados três atigos que reconhece que o êxito na prevenção da LPP é amplamente condicionado aos conhecimentos e habilidades dos profissionais de saúde sobre o assunto, torna-se mandatória a compreensão dos fatores individuais e institucionais que influenciam o conhecimento e o uso das evidencias cientificas. A enfermagem desempenha função fundamental no processo de prevenção, pois está diretamente ligada ao paciente, podendo proporcionar diferentes intervenções ao paciente em situação de risco, além de possuir a responsabilidade de promover medidas de segurança ao cliente e gerenciar recursos necessários para evitar o aparecimento desse agravo, além de avaliar lesões prevalentes de forma correta para a escolha da terapêutica adequada promovendo melhor qualidade da assistência. Considerações finais: No que tange as evidências expostas neste trabalho, as lesões por pressão ainda continuam sendo um grande problema de saúde pública mundial, este fato está relacionado principalmente a fatores de riscos que predispõem o surgimento das LPP na Unidade Terapia Intensiva, visto que, são muitos os riscos que os pacientes estão expostos e como cuidadores, a equipe de enfermagem deve estar sempre atenta e atualizada quanto aos protocolos e estratégias eficazes para evitar o surgimento dessa complicação, bem como, métodos terapêuticos adequados de acordo com a necessidade de cada paciente. Dessa forma, pode-se afirmar que para nortear os cuidados preventivos é de fundamental importância a aplicação diária da escala de Braden pela equipe de enfermagem, uma vez que, a mesma atua na identificação do grau de risco que o paciente está exposto, e a partir daí promover estratégias de prevenções eficazes contra o aparecimento das LPP. Partindo desse princípio, a equipe de enfermagem mantém um papel fundamental na prevenção e tratamento de lesão por pressão, pois estes profissionais avaliam os pacientes continuamente desde sua admissão de forma sistematizada e individual. Porém, vale ressaltar que a enfermagem precisa apresentar embasamento teórico e prático para aplicar a tomada de decisão baseada em evidencias, com intuito de prevenir e tratar adequadamente as LPP de forma correta e eficiente.

4075 A importância do Nutricionista no acolhimento ao usuário do SUS no NASF
Ida Oliveira de Almeida, Danielle Brandão de Melo, Sandra Simone Queiroz de Morais Pacheco, Jéssica Oliveira de Almeida

A importância do Nutricionista no acolhimento ao usuário do SUS no NASF

Autores: Ida Oliveira de Almeida, Danielle Brandão de Melo, Sandra Simone Queiroz de Morais Pacheco, Jéssica Oliveira de Almeida

O Núcleo de Apoio à Saúde da Família foi criado pelo Ministério da Saúde em 2008, a partir da Portaria nº. 154 de 24 de Janeiro de 2008 as duas modalidades NASF1 - NASF2, aumenta a abrangência de Atenção Básica, inserindo os profissionais de diferentes áreas que atuam em parceria e de forma multidisciplinar. O objetivo desta revisão foi avaliar a importância do profissional Nutricionista no NASF. A metodologia utilizada foi uma revisão sistemática, pautada em artigos nacionais e internacionais, publicados de 2014 a 2018, nas principais bases de dados, Scielo, Capes, BVS, PUBMED. Nas últimas décadas tem ocorrido no Brasil uma crescente transição nutricional que influenciou e modificou o perfil epidemiológico brasileiro, causando mudanças nos padrões de morbimortalidade, consequentemente gerando aumento da obesidade e doenças crônicas não transmissíveis. Para a resolutividade desse problema torna-se necessário um modelo de atenção básica à saúde pautados com os princípios de universalidade, integralidade e equidade, tendo suas práticas voltadas para a vigilância à saúde, principalmente no que diz respeito à segurança alimentar. Desta forma, a inserção do profissional nutricionista na Atenção Básica como no Programa de Saúde da Família torna-se indispensável para a mudança do quadro nutricional no Brasil. Com a criação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família se torna mais claro o papel do nutricionista na promoção da saúde, pois o Núcleo de Apoio a Saúde da Família veio pôr em prática o compromisso da integração de alimentação e nutrição com o setor saúde para melhorar a qualidade da Atenção Básica e desta forma fortalecendo o SUS.

5004 Novas práticas no cuidado ao usuário com dores osteomusculares crônicas: reinventando apostas e enfrentando o instituído no município de São Bernardo do Campo (SBC)
Paula Bertoluci Alves Pereira, Valéria Monteiro Mendes, Larissa Ferreira Mendes dos Santos, Laura Camargo Macruz Feuerwerker

Novas práticas no cuidado ao usuário com dores osteomusculares crônicas: reinventando apostas e enfrentando o instituído no município de São Bernardo do Campo (SBC)

Autores: Paula Bertoluci Alves Pereira, Valéria Monteiro Mendes, Larissa Ferreira Mendes dos Santos, Laura Camargo Macruz Feuerwerker

Apresentação: Este trabalho integra a pesquisa Avalia quem pede, quem faz e quem usa (2013-2017) e se inscreve nas análises da Rede de Observatórios Microvetoriais de Políticas Públicas em Saúde e Educação em Saúde, pela qual temos explorado análises de políticas públicas em cinco frentes. Destas, a Política Nacional de Atenção à Pessoa com Deficiência e os arranjos fabricados a partir da implantação de um CER IV em SBC (2009-2016), bem como a reorganização da reabilitação no município. Adotamos a cartografia como metodologia, na qual o método é o encontro. Das tessituras produzidas na linha de cuidado à pessoa com deficiência, a do cuidado às pessoas com dores osteomusculares crônicas (DOC) ousou fabricar arranjos que envolveram gestores e trabalhadores de diferentes pontos da atenção, dados os desafios instalados. Um fazer a muitas mãos que apostou na costura de uma rede que desse visibilidade às disputas e aos nós relativos ao cuidado e que estivesse conectada com a produção de vida. A necessidade de discussão sobre o cuidado era pungente, considerando a recorrência do tema das DOC nos encontros de Educação Permanente (EP) do apoio em rede e nos territórios, devido às vivencias cotidianas das equipes (atenção básica, especialidades, território). Isso motivou a ampliação do debate com representantes da gestão da atenção básica, regulação, urgência/emergência e atenção especializada), no qual encomendou-se aos apoiadores que trouxessem o panorama dos territórios em que atuavam (incluindo tensões e atravessamentos). Das questões problematizadas, que subsidiaram a produção de estratégias para a reorganização do cuidado, citamos: a dificuldade no manejo daqueles usuários pela atenção básica (AB) e atenção especializada; o aumento significativo da demanda para reabilitação traumato-ortopédica devido as cirurgias no Hospital de Clínicas Municipal, que detinha a prioridade de atendimento nos serviços de reabilitação do município em detrimento dos usuários com DOC; indefinição do fluxo e o acesso burocrático dos usuários à fisioterapia; sobreposição de encaminhamentos de usuários mais complexos que permaneciam concomitantemente nas filas de especialidades médicas e de fisioterapia; número elevado de usuários com lombalgia que buscavam as Unidades de Pronto Atendimento e o Hospital Pronto Socorro Central, culminando apenas em tratamento medicamentoso (analgesia). Os usuários encaminhados à ortopedia, fisioterapia e reumatologia apresentavam de 41 a 60 anos e as hipóteses mais frequentes eram dorsopatias, artropatias (osteoartroses e inflamatórias). Desenvolvimento: Diante destes desafios movimentos foram produzidos, como o projeto da fisioterapia territorial em quatro territórios (dos nove de SBC), que apresentavam o maior número de encaminhamentos às especialidades em discussão. Apostava-se na atuação do fisioterapeuta em outra perspectiva: inserir este profissional na AB pela contratação de novos profissionais em vez de ampliar a contratação de ortopedistas. Buscava-se viabilizar várias interlocuções: a) realizar reabilitação e educação em saúde dos usuários nas UBS; b) pautar a DOC nas equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF), por meio do matriciamento nos espaços de EP – reuniões gerais, técnicas e de equipes, nos grupos nas UBS e nas consultas compartilhadas. Destaca-se quanto ao primeiro ponto, a implantação de grupos de cinesioterapia (geridos e monitorados pelo fisioterapeuta de referência para o território), privilegiando-se recursos terapêuticos de baixo custo e a definição do número de encontros (ciclos). A fisioterapia territorial possibilitou o acesso ao tratamento de usuários, principalmente daqueles com dificuldade para chegar ao CER pela distância do serviço em relação aos territórios, havendo a redução do absenteísmo e a procura por pronto-atendimento. Usuários que necessitavam de outros recursos eram encaminhados para uma equipe multiprofissional do CER (implantada como parte dos arranjos para pessoas com DOC), composta por homeopata, acupunturista, ortopedista, psicóloga, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta (com possibilidade de construção do projeto terapêutico de forma interdisciplinar). Apesar da reorganização dos serviços de reabilitação osteomuscular e traumato-ortopedia e das experiências locais com inserção do fisioterapeuta na AB, o fluxo de regulação ainda era burocrático e o acesso ao CER limitado, devido a capacidade instalada ser insuficiente para a demanda do município. A possibilidade de encaminhamento para fisioterapia pelo generalista resultou numa espécie de transposição da fila de espera, havendo a diminuição de encaminhamentos aos médicos especialistas (também pelo matriciamento operado por ortopedistas e reumatologistas) e um aumento (significativo) à fisioterapia. Resultados: A experiência reforça a necessidade de produzir outras ofertas na AB e de se repensar a composição das equipes ESF para além do médico, enfermeiro e ACS. Incluir novos atores na AB pode favorecer a diversificação das ações em saúde e dirimir o vazio assistencial que impera em muitos territórios e não se limita à reabilitação física. Ademais, apostar na EP dos trabalhadores é essencial para não persistirmos na repetição do atual modus operandi. A experiência dos primeiros grupos de fisioterapia territorial evidenciou a importância de aproximar a reabilitação da AB, havendo a necessidade de problematizar seu lugar na rede de saúde. Ressalta-se que após o término de um dos ciclos do grupo, usuários produziram encontros em espaços públicos para a continuidade das práticas corporais apreendidas durante o tratamento. Disso impõem-se a questão: a fisioterapia pertence apenas à atenção ambulatorial especializada, sendo entendida como um lugar específico de atenção? Percebe-se que é fundamental explorar as ofertas existentes em cada território, considerando o desafio em dar sentido às reinvenções dos usuários com DOC quanto ao modo de seguir a vida. Evidencia-se que produzir vida e ressignificar a dor precisa transpassar os muros dos equipamentos de saúde. Tal tarefa deve necessariamente incluir o protagonismo dos usuários, com os diferentes suportes de que necessitem. É premente fortalecer programas e atividades existentes nos territórios, questionando se olhamos e recolhemos no cotidiano as necessidades dos usuários quando propomos novas ofertas. Considerações Finais: Em SBC, o tema das DOC invadiu vários espaços da gestão central, dando visibilidade aos conflitos e disputas entre os departamentos e à urgência de ressignificar o cuidado (fragmentado e médico centrado). Evidenciou-se a necessidade de rever a forma de operar o cuidado, frequentemente limitado ao consumo de consultas médicas e de encaminhamentos aos serviços de urgência para o alívio da dor. Nesse sentido, as experiências em alguns territórios (dos apoiadores e de equipes ESF) e o projeto da fisioterapia territorial subsidiaram a construção de ofertas para o cuidado contínuo dos usuários próximo a sua moradia (grupos de dor e de exercícios físicos.). Isso possibilitou a discussão do cuidado oferecido às pessoas – antes presas a um itinerário de cuidado pouco resolutivo que foi reconstruído para uma realidade em que foi possível fabricar mais vida. Tais experimentações nos convocam a compartilhar alguns questionamentos: Qual o lugar do cuidado ao usuário com dor crônica? Quais as desconstruções necessárias para produzirmos o cuidado em rede? Quais as tensões e resistências que se evidenciam a partir do modo hegemônico operado pelo médico e pela equipe de reabilitação, principalmente nos serviços de fisioterapia? O arranjo produzido em SBC na última gestão (2009-2016) foi inovador, porém alguns desafios e tensionamentos permaneceram. Destes, a baixa visibilidade em alguns territórios sobre o cuidado produzido no CER e a articulação restrita entre o CER e a AB, a limitada a sustentabilidade de articulações construídas, bem como alguns movimentos produzidos no cotidiano que se restringiam a casos acompanhados especificamente por apoiadores e equipes de ESF. Assim, vale o reconhecimento da potência da invenção local para superar limites das proposições nacionais, sobretudo pelo desmonte produzido pela atual gestão municipal.

5359 Infecção hospitalar: como a higienização das mãos pode influenciar positivamente na prevenção desse agravo?
Thaise Maia de Souza, Bianca Jardim Vilhena, Maria Tatiana Guimarães da Costa, José Cailson Cavalcante Barros

Infecção hospitalar: como a higienização das mãos pode influenciar positivamente na prevenção desse agravo?

Autores: Thaise Maia de Souza, Bianca Jardim Vilhena, Maria Tatiana Guimarães da Costa, José Cailson Cavalcante Barros

Introdução: Desde os tempos antigos, quando os cuidados e a medicina eram muito primitivos, já se tinham ideias de transmissão de doenças e sabia-se que uma pessoa doente podia contaminar outra, no entanto os cuidados relacionados ao contágio de doenças em ambientes "hospitalares" só avançou com Florence Nightingale, que implantou os primeiros métodos de higiene nas enfermarias militares, quando serviu voluntariamente na guerra da Criméia (1853-1856), reduzindo a mortalidade por infecção de 42,7% para 2,2%, esse método ficou conhecido como teoria ambientalista de Nightingale. Com o passar dos tempos adquirimos modernas e inovadoras técnicas para a higiene do ambiente hospitalar, mas nada previne de forma tão eficaz a infecção hospitalar quanto à lavagem das mãos, de acordo com a técnica adequada, isso mostra que este é um procedimento essencial para salvar vidas. A sepse é uma forma de infeção generalizada, que muitas vezes acomete um paciente ainda no âmbito hospitalar. O que pouco se sabe em relação à sepse é que por vezes é causada por bactérias multirresistentes, presentes na microbiota do hospital, essas bactérias, no entanto não podem simplesmente infectar uma pessoa pelo ar, ela precisa ser carreada, e a forma mais comum é pelas mãos dos profissionais de saúde. Assim como o método de execução correto da lavagem das mãos pode salvar vidas, as negligências durante a sua prática pode levar um indivíduo a morte, já que a sepse por infecção hospitalar é a principal causa de morte em Unidades de Terapia Intensiva. Tendo em vista o exposto, o presente estudo retrata de forma objetiva uma observação quanto às práticas de lavagem das mãos por parte dos profissionais de enfermagem em uma UTI de um hospital de Manaus. Objetivo: Verificar se a lavagem das mãos é executada pelos profissionais de Enfermagem antes de seu contato com os pacientes e relatar os aspectos positivos sobre a técnica correta de lavagem das mãos, na prevenção de infecções cruzadas, bem como sepse e morte por infecção hospitalar. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, a partir da vivência como acadêmica voluntária em uma Unidade de Terapia Intensiva de um hospital de Manaus no período de novembro a dezembro de 2017. Os profissionais foram observados quanto à frequência em que executavam a higienização das mãos e quanto à execução correta da mesma a cada vez que o profissional realizava um procedimento entre um paciente e outro. Resultados e discursões: A Infecção Hospitalar (IH) é aquela que o paciente adquire após sua admissão no ambiente hospitalar e que se manifesta durante seu período de internação ou após sua alta, quando há relação com procedimentos realizados no ambiente hospitalar ou com a internação em si. As infecções hospitalares estão entre os maiores agravos de saúde no Brasil, sendo um fator de risco importante para o aumento da mortalidade em ambientes hospitalares, entre as principais causas para IH estão: a hospitalização prolongada e a incapacidade a longo prazo do paciente. Os paciente das UTI’s estão mais suscetíveis a adquirirem tais patologias, tendo em vista a ocorrência de procedimentos invasivos e por geralmente se tratar de pacientes imunodeprimidos. Sendo assim é de responsabilidade dos profissionais de saúde a prevenção das IH principalmente dos profissionais de enfermagem, por estarem em contato direto com os pacientes internados. Pela observação, foi possível constatar que embora a higienização correta das mãos seja um procedimento que influencia diretamente no prognóstico do paciente, os profissionais de saúde possuem grande resistência para realizar o procedimento, seja por falta de conhecimento acerca do assunto ou seja por negligência por parte dos mesmos em relação a saúde, segurança e bem estar do cliente. A propagação das infecções depende da organização de trabalho e das ações da equipe de profissionais do hospital, e por isso a responsabilidade é dos mesmos de reduzi-las, nesse sentindo observou-se que os profissionais enfermeiros nem sempre conversam ou enfatizam para a equipe a importância de realizar a higiene das mãos conforme a técnica correta antes e depois de realizar procedimentos com os pacientes. É fundamental ressaltar que o compromisso com a prevenção de infecção não se limita à CCIH, e sim a toda à equipe multiprofissional de saúde. Constatou-se também o uso incorreto do álcool glicerinado 70%, verificou-se que o álcool era utilizado várias vezes seguidas pelos profissionais e dessa forma realizavam poucas vezes a lavagem das mãos. O álcool 70% quando utilizado de forma adequada é um aliado importante na prevenção das IH não devendo ser utilizado mais de 4 vezes seguidas, pois há uma diminuição em sua eficácia e nos casos de pacientes com precaução de contato deve sempre ser utilizado a técnica de lavagem das mãos ao invés do uso do álcool a 70%. Sendo assim para utilizar de instrumentos como o álcool a 70% é necessário conhecimentos e fundamentação teórica para que de fato a higiene das mãos seja concreta. Reforçando o que foi citado anteriormente, a infecção é causada por microrganismos resistentes que existem no ambiente hospitalar, e também por conta dos procedimento invasivos realizados pelos profissionais, esse tipo de infecção chama-se infecção cruzada. A infecção cruzada é uma das principais causas de infecção hospitalar, normalmente acontece por transmissão de um microrganismo de um paciente para outro, ocorre principalmente através das mãos dos próprios profissionais de saúde. Consequentemente a IH pode evoluir para a Sepse, também conhecida como infecção generalizada. O conceito de Sepse consiste em uma Síndrome de resposta inflamatória (SIRS), causada por um microrganismo. Nesses casos, o diagnóstico precoce é fundamental para o prognóstico do paciente, só assim é possível evitar que o paciente venha a óbito, pois a sepse possui um alto índice de mortalidade. Em ambientes como unidades de terapia intensiva o cuidado deve ser redobrado, tendo em vista que grande parte dos pacientes possuem fragilidades imunológicas e por vezes pode ser observado que esse cuidado maior nem sempre ocorre. Observou-se, portanto, que as infecções podem ser desencadeadas através da transmissão de microrganismos das mãos dos profissionais de saúde, com risco de evoluir e serem fatais para a saúde dos pacientes no ambiente hospitalar, e a higienização é um instrumento fundamental para a prevenção de IH e de complicações decorrentes da mesma como a infecção cruzada e as mortalidades por sepse. Considerações finais: É inegável que a higienização das mãos conforme a técnica correta estabelecida para a realização do procedimento é uma ferramenta fundamental para prevenção de infecções hospitalares, entretanto, diante do vivenciado, é uma prática que ainda é muito negligenciada por parte dos profissionais da saúde, e que pode ser letal em setores críticos como unidades de terapia intensiva. Sendo assim, é irrefutável que a lavagem das mãos é uma conduta que deve ser constantemente encorajada na equipe de saúde, para que desta forma possa-se reduzir a resistência dos profissionais em executa-la corretamente, tendo em vista que as literaturas empregam que esta prática corrobora para a diminuição das taxas de infecção hospitalar bem como os agravos relacionados a ela.

4375 Vivências subjetivas de trabalho no sistema socioeducativo em Manaus-AM – análise psicodinâmica
Tamara Menezes, Mayara Janaina Silveira Feitoza

Vivências subjetivas de trabalho no sistema socioeducativo em Manaus-AM – análise psicodinâmica

Autores: Tamara Menezes, Mayara Janaina Silveira Feitoza

De acordo com a Psicodinâmica do Trabalho- PDT, o trabalho pode ser pensado como um mediador na produção de identidade frente ao mundo e configura-se como central na vida humana. Dessa forma, o trabalho possui uma função na constituição do trabalhador enquanto sujeito. A presente pesquisa teve o objetivo de analisar a subjetividade de trabalhadores do sistema socioeducativo em Manaus-AM, partindo dos resultados de três pesquisas do Laboratório de Psicodinâmica do Trabalho – LAPSIC da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. As pesquisas foram realizadas no período de 2013 a 2016 com professores, socioeducadores e técnicos que trabalhavam em centros socioeducativos na cidade. Os objetivos das pesquisas concentram categorias de análise da PDT: a compreensão da subjetividade do trabalho, a organização do trabalho, o sofrimento no trabalho, as estratégias defensivas, o prazer no trabalho, o reconhecimento, a cooperação e a mobilização subjetiva. O método utilizado neste estudo foi o da metanálise qualitativa dos resultados, partindo da revisão sistemática dos resultados das pesquisas realizadas no contexto socioeducativo. A análise dos resultados foi realizada a partir de uma adaptação da sistemática de Análise da Teoria Fundamentada (Grounded Theory). Quanto aos resultados, a falta de autonomia aparece como geradora de sofrimento aos professores, agravado pelo medo e impotência frente às experiências de violência no trabalho; e o sentido do trabalho está associado na possibilidade de contribuir na formação cidadã dos adolescentes. Com os socioeducadores, a pesquisa permitiu que o coletivo se deslocasse da posição defensiva e recuperasse o poder de refletir e agir sobre a organização do trabalho. A pesquisa com os técnicos socioeducativos, por sua vez, evidenciou na maioria das entrevistadas, a dificuldade destes profissionais em atribuir sentido ao seu fazer, as falas estavam presas à prescrição da tarefa. O que diverge nos resultados com o coletivo de técnicos é observado na fala, que foi interpretada através do silenciamento, de falas pré-formuladas ou acríticas como expressão de sofrimento no trabalho, constatando-se pouca abertura para diálogo sobre as vivências de prazer e sofrimento no trabalho. Por outro lado, em comum, no coletivo de professores e no de socioeducadores, o espaço da fala aparece como grande expoente no desenvolvimento de espaço de confiança mútuo, de cooperação do coletivo e na mobilização de prazer. Os estudos sinalizam para a importância de se pesquisar no contexto socioeducativo, bem como possibilitam um olhar sobre o profissional inserido nesse contexto e nos processos que atravessam as instituições do sistema, permitindo desta forma uma reflexão crítica sobre a subjetividade do trabalho de professores, socioeducadores e técnicos do sistema socioeducativo e, também, sobre as ações com vistas à promoção de saúde mental nesse contexto de trabalho.

4506 Cuidado com a pessoa que vive com zumbido: perspectiva dos profissionais de saúde da atenção básica
Carla Salles Chamouton, Helenice Yemi Nakamura

Cuidado com a pessoa que vive com zumbido: perspectiva dos profissionais de saúde da atenção básica

Autores: Carla Salles Chamouton, Helenice Yemi Nakamura

Apresentação: O cuidado na atenção básica estabelece um conjunto de ações de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde de universalidade, integralidade e equidade. Dentro da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva estão compreendidas atividades da atenção básica, mas as questões auditivas ainda predominam na atenção especializada. O zumbido é uma alteração auditiva que acomete 25,3% da população em geral e impacta negativamente a vida dos indivíduos portadores, se constituindo como questão relevante de Saúde Pública. Sua abordagem no cuidado integral do sujeito se faz necessária pela comunicação ser elemento constitutivo do indivíduo e fator determinante de qualidade de vida. Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar o conhecimento acerca do zumbido, a percepção das ações existentes e a rede de cuidado a partir da atenção básica pela perspectiva dos profissionais de saúde. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma pesquisa de abordagem quantiqualitativa com amostra constituída por 170 sujeitos, profissionais de centros de saúde de um distrito de saúde de município de grande porte do estado de São Paulo, selecionados a partir do Índice de Condições de Vida do território. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas gravadas em áudio e transcritas para análise. Para a análise, foi utilizada a técnica de processamento de dados do Discurso do Sujeito Coletivo, sendo que os resultados são obtidos em forma de texto síntese com auxílio do software DSCSoft. Os dados foram categorizados de acordo com os critérios de repetição e foi realizada a análise estatística de modo a relacionar os discursos produzidos e o perfil dos sujeitos entrevistados. Resultados: Os profissionais não questionam ao paciente sobre sua audição, aparecendo dentre as categorias mais prevalentes de que a queixa parte do paciente. A conduta para o zumbido é centrada na avaliação médica e os profissionais referem que podem ser incluídas atividades relacionadas ao zumbido, principalmente nas atividades grupais, mas muitos relatam não haver espaço dentre os dispositivos já desenvolvidos nas unidades. Considerações finais: O zumbido ainda é pouco abordado no contexto da atenção básica, não sendo considerado dentro de um cuidado integral. Os estudos na área devem ser endossados e a reflexão do fazer em saúde e a educação continuada devem ser constantes, buscando uma prática ampliada. Questionar sobre como o sujeito ouve a vida é dever de todos os profissionais de saúde.

1023 A PERCEPÇÃO DAS MULHERES QUE VIVEM COM HIV SOBRE UMA FUTURA GESTAÇÃO: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
BRUNA ALESSANDRA COSTA E SILVA PANARRA, ANA KEDMA CORREA PINHEIRO, ELIENE DO SOCORRO DA SILVA SANTOS, Jhennifer Pereira Rodrigues, LETÍCIA DE SANTANA CHAVES

A PERCEPÇÃO DAS MULHERES QUE VIVEM COM HIV SOBRE UMA FUTURA GESTAÇÃO: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Autores: BRUNA ALESSANDRA COSTA E SILVA PANARRA, ANA KEDMA CORREA PINHEIRO, ELIENE DO SOCORRO DA SILVA SANTOS, Jhennifer Pereira Rodrigues, LETÍCIA DE SANTANA CHAVES

Apresentação: O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) afeta o sistema imunológico da pessoa infectada, lesionando principalmente as células T CD4+, que leva à incapacidade do organismo de se defender, podendo assim, ser acometido por doenças e infecções oportunistas. O HIV pode ser transmitido através de relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas e agulhas infectadas, transfusão sanguínea, ou de mãe para filho durante a gravidez, parto e amamentação. No Brasil, de 2007 a junho de 2016 foram notificados 136.945 casos de infecção pelo HIV, onde 6.868 (6,3%) foram na Região Norte. Desse total de casos notificados, 44.766 foram detectados em mulheres, onde 28,6%corresponde à mulheres grávidas com HIV na faixa etária de 20 a 24 anos. O processo gestacional tende a ser uma experiência baseada em medos, trazendo tensão e insegurança, tanto em relação à transmissão do HIV quanto à utilização das medicações, a gestante teme pelo sofrimento do filho em relação a todos os fatores estressantes aliados à infecção pelo HIV. Além disso, a mulher terá que se reconhecer como mãe e estar ciente de todas as consequências e riscos que essa condição traz consigo.  Existem ainda mulheres que mesmo conhecendo sua sorologia positiva, decidem ter filhos, esse contexto mostra que independentemente da sorologia para o HIV o desejo de ter filhos em mulheres vivendo com o vírus permanece inalterado. Assim, torna-se relevante a discussão acerca das escolhas reprodutivas das mulheres a partir de sua própria visão. Considerando, portanto, a importância e a valorização do desejo humano e a capacidade de decisão das mulheres que vivem com HIV que pretendem constituir uma família e que isto deve ocorrer independentemente da aprovação do outro e do estigma antifamília que muitas vezes lhes é direcionado. O estudo teve como objetivo identificar o perfil das produções científicas sobre a percepção das mulheres que vivem com HIV sobre uma futura gestação. Desenvolvimento do trabalho: Realizou-se uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL). A elaboração da RIL seguiu os seis passos. Fase 1: Seleção do tema (percepção das mulheres que vivem com HIV sobre uma futura gestação) e da questão de pesquisa: qual a percepção das mulheres que vivem com HIV sobre uma futura gestação? Na Fase 2 aplicamos os critérios de inclusão: artigos, monografia, dissertações e teses completos com abordagem qualitativa, disponíveis on-line no período de 2007 a 2015. Quanto aos critérios de exclusão: artigos de revisões de literatura, reflexões e resenhas. Para tal, utilizaram-se as seguintes combinações com descritores: relações familiares, família de pais solteiros, mulher e HIV, e com palavras-chave: gestante e soropositividade para o HIV, mulher HIV e percepção familiar, família e HIV, e saúde da mulher e HIV. As bases de dados consultadas foram: Literatura da América Latina e Caribe (LILACS), Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE) e Base de Dados de Enfermagem (BDENF). Foram encontradas 628 produções. No entanto, após a leitura dos resumos, constatou-se que somente 23 produções atendiam aos critérios de inclusão.  Na Fase 3 realizamos a aplicação da ficha validada de Ursi 2005 com questões sobre o perfil geral da referência e principais evidências. Fase 4: Análise com base nas categorias. Fase 5: discussão das categorias. Fase 6: apresentação da revisão. Resultados: quanto ao perfil das produções em relação à área: dez são multiprofissional, seis são da área da enfermagem, quatro da psicologia e três da medicina. Quanto à região do Brasil: onze são do sudeste, seis do nordeste, três do sul e três de outros países. No que diz respeito ao ano: três são de 2015, um de 2014, sete de 2013, seis de 2012, um de 2011, um de 2010, três de 2009, um de 2008 e um de 2007. A análise dos vinte e três estudos fez emergir três categorias capazes de sinalizar as evidências científicas disponíveis na literatura sobre percepção das mulheres que vivem com HIV sobre uma futura gestação, como pode ser visto a seguir: I. O desejo de ser mãe e as perspectivas futuras: as mulheres referem o desejo de ser mãe e formar uma família. Esta expectativa gera um novo significado para a sua vida.  A gestação apresenta-se como uma maneira de afirmar o poder que a mulher tem sobre seu corpo e enfrentar o estigma. Entretanto, gera sentimentos de tristeza frente à impossibilidade do aleitamento materno, culpabilização e responsabilidade em relação à possibilidade de transmissão vertical; II. Apoio da família e parceiro: nesta categoria observa-se as relações de gênero e poder entre mulheres e seus parceiros, as expectativas e medo em relação a falta de apoio do parceiro, família e sociedade; III. Direitos sexuais e reprodutivos: nesta categoria referem que a sociedade e alguns profissionais não apoiam uma futura gestação entre pessoas que vivem com HIV. A ausência da escuta atenta e do apoio emocional por parte dos profissionais de saúde  gera dúvidas e sentimentos de vulnerabilidade e culpa entre as mulheres. Observa-se a necessidade de investimentos no planejamento familiar das pessoas que vivem com HIV. De acordo com a investigação feita na base de dados não foram encontrados publicações disponíveis da Região Norte do Brasil que abordassem o tema proposto durante os últimos 10 anos, denotando a necessidade de novas pesquisas na região sobre a temática. Considerações finais: Desta forma, conhecer a percepção das mulheres que vivem com HIV em relação a uma futura gestação se torna imprescindível para que as equipes de profissionais de saúde reconheçam a importância da escuta atenta na abordagem da mulher que vive com HIV, tanto do ponto de vista clínico quanto do ponto de vista psicossocial. Em virtude dessas particularidades, é necessário um modelo assistencial que valorize os sentimentos expressados por essas mulheres, no que se refere ao desejo de ser mãe. Possibilitando assim, uma escuta atenta por parte dos profissionais, para que possam compreender os sentimentos, os medos, as angústias e as necessidades das mesmas. Visto que, o aprendizado do profissional é constante, faz-se necessário o investimento na formação, capacitação e educação continuada e permanente, que abranja o planejamento familiar direcionado às mulheres que vivem com HIV e que tem o desejo de engravidar. Além de assegurara integralidade na atenção à saúde de mulheres que vivem com HIV, a partir do seu acolhimento na unidade de saúde. Portanto, faz-se necessário que toda a equipe obtenha o conhecimento adequado para atender essas mulheres,garantindo seu direito e orientando quanto a uma gestação segura, tanto para a mulher, como para a criança, bem como tirar suas dúvidas, diminuindo assim a probabilidade de transmissão vertical.

4514 O grupo no cuidado da pessoa que vive com zumbido na atenção básica
Carla Salles Chamouton, Helenice Yemi Nakamura

O grupo no cuidado da pessoa que vive com zumbido na atenção básica

Autores: Carla Salles Chamouton, Helenice Yemi Nakamura

Apresentação: O zumbido é uma alteração auditiva da qual ainda não há um consenso sobre seu tratamento, mas a literatura aborda o impacto negativo na vida de seu portador e a prevalência crescente na última década. Mesmo com o estabelecimento da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva, as questões relacionadas à audição ainda são tidas como pertencentes à atenção especializada e como a Política Nacional de Atenção Básica compreende ações que envolvem promoção, prevenção, educação e a manutenção de saúde, o grupo, é uma possibilidade de produção de saúde. As práticas grupais configuram-se como um meio de aproximação da comunidade e um espaço para troca e elaboração conjunta de sentimentos, problemas e experiências, endossando a potencialidade das práticas democráticas e participativas. O trabalho tem como objetivo evidenciar a relevância da abordagem grupal no cuidado do portador de zumbido na atenção básica. Desenvolvimento do trabalho: Os dados foram coletados a partir de prontuários de usuários e do grupo de zumbido de um centro de saúde de um município de grande porte do estado de São Paulo. A amostra foi constituída por sujeitos de ambos os gêneros, selecionados a partir das equipes de referência do serviço que realizam acompanhamento no serviço, apresentam queixa zumbido, passaram por acolhimento de profissional da Fonoaudiologia e participaram do grupo de zumbido. Resultados: O grupo constituiu-se por quatro encontros semanais, em semanas consecutivas, com uma hora de duração e em modelo aberto. Participaram da organização do grupo, profissionais da Fonoaudiologia, Enfermagem e Nutrição. O grupo também contou com a terapeuta ocupacional da unidade para realização de auriculoterapia. Durante os encontros foram abordados diversos temas acerca do zumbido por meio de exposição do assunto e dinâmica de grupo, visando o maior entendimento e as medidas de saúde em geral que podem impactar positivamente na qualidade de vida. Considerações finais: O grupo mostrou-se relevante para o cuidado do portador de zumbido na atenção básica por proporcionar aos sujeitos um espaço de conhecimento e troca de vivências demonstrando ser possível conciliar zumbido com qualidade de vida no seu território.