136: Narrativas e singularidades no cuidado no encontro com a vida em movimento
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: ICB Sala 13 - Ajuri    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
1828 PSICOLOGIA DA SAÚDE: Relato de experiência na atenção básica da região do baixo amazonas
Dayani Oliveira Silva, Fernanda Tabita Zeidan de Souza

PSICOLOGIA DA SAÚDE: Relato de experiência na atenção básica da região do baixo amazonas

Autores: Dayani Oliveira Silva, Fernanda Tabita Zeidan de Souza

INTRODUÇÃO Este relato de experiência refere-se a prática em Estágio Básico em Psicologia da Saúde, realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada na região do baixo-amazonas, Santarém-PA. A UBS, está situada em um bairro periférico da cidade e conta diferentes programas de atendimento, como: pré-natal e puerpério; CD (Crescimento e Desenvolvimento da criança); Programa de Aleitamento Materno; Grupões de Hiperdia, Planejamento Familiar; Saúde Mental; Saúde bucal; Imunização; Atenção domiciliar; Testes rápidos (HIV e Sífilis); Teste do pezinho e qualificação continuada com a equipe da UBS. Mediante as necessidades da população, as práticas de estágio foram norteadas pela promoção, prevenção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde tanto a nível individual quanto coletivo, bem como ações que contemplasse este nível de atenção à saúde. Buscou-se a partir disso, compreender a relação dinâmica entre o processo saúde e doença, como também as relacionadas as particularidades regionais. Diante disso, foram realizados atendimentos individual e em conjunto com equipe multiprofissional, fornecendo orientações e apoio psicológico ao usuário e familiares do serviço de saúde; bem como encaminhamentos destes para a rede de atenção, quando pertinente. Foram utilizados diferentes métodos tanto para a coleta de dados como para intervenção como: a observação participante, escutas qualificadas, rodas de conversa, palestras e visitas domiciliares. Notou-se com o estágio, características peculiares das condições de saúde da população do bairro e diferentes necessidades, tanto coletivas como individuais sendo um grande desafio para a estagiária visibilizar a Psicologia enquanto ciência e profissão na Atenção Básica. PSICOLOGIA DA SAÚDE: conceitos e práticas A Psicologia em termos amplos é compreendida como a ciência que estuda o comportamento humano e seus processos mentais. Seu desenvolvimento enquanto ciência teve como base os princípios da Sociologia e Filosofia, sendo sua prática proveniente de espaços clínico-médicos e laboratórios de estudo do comportamento. Sendo somente na década de 60 com a Lei nº 4.119 de 27 de agosto de 1962 que a profissão foi regulamentada no Brasil. O campo de atuação da Psicologia é vasto, podendo atuar em espaços como: Escolas e outras instituições de ensino, clínicas, órgãos da justiça e outras organizações, no setor social, setor de trânsito, instituições de saúde, entre outros. A atuação do (a) profissional da Psicologia na Saúde, não se restringe à atuação em Saúde Mental. Mas se constrói em um modelo biopsicossocial que busca compreender a relação entre saúde-doença e como os aspectos psicológicos interferem para o desenvolvimento de quadros de adoecimento ou de melhoria da saúde. A psicologia da Saúde é também, interdisciplinar. Alguns objetivos desse campo são: Estudar as etiologia de determinadas doenças, promover saúde, previnir e tratar doenças e promover práticas de aprimoramento nos cuidados em saúde e políticas públicas. Tais objetivos norteiam as práticas nas diferentes possibilidades de se fazer a Psicologia da Saúde. As práticas em Psicologia da Saúde foram norteadas mediante dois eixos, a prevenção e a promoção de saúde para a população, a partir de um viés biopsicossocial, humanizado, priorizando-se a atuação interdisciplinar. A UBS diferente de outros espaços ocupados prela Psicologia, requer uma dinâmica muito peculiar de atuação, visto que a estrutura institucional em si e os serviços prestados priorizam o olhar para saúde física. Condição que tem sido discutido e repensado entre profissionais da saúde na atualidade, uma vez que se busca desconstruir um modelo biomédico centrado na doença. Sendo assim, o Estágio Básico em Unidades de Saúde, desempenha um papel importante para a formação do (a) profissional em Psicologia. Uma vez que permite aos/ás acadêmicos (as) um contato real com o contexto em que social ao qual a unidade está inserida e as demandas pertinentes ao nível de complexidade apresentado pela instituição. Buscando trabalhar a partir de um modelo biopsicossocial as condições que perpassam as práticas e atendimentos em saúde. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL O estágio teve início na última semana de Setembro se estendendo até primeira semana de Novembro. Completando, como previsto na grade curricular, 120 h totais de campo. A UBS do Bairro Uruará foi fundada em Junho de 2014 e está localizada geograficamente na região do baixo amazonas, zona beira-rio, na periferia da cidade de Santarém. Grande parcela das casas do bairro são construídas em madeira, e não são contempladas com condições básicas de saneamento (abastecimento de água, rede de esgoto, etc.). Apresentando também, alto índice de violência e gravidez na adolescência. Tais fatores, interferem diretamente na qualidade de vida e saúde da população que lá reside. A UBS do Uruará, é considerada modelo na atuação em Saúde Mental na atenção básica, e conta com um quadro de 31 (trinta e um) funcionários (as), dentre eles (as) médicos (as), enfermeiros (as), técnicos (as) em enfermagem, técnica em saúde bucal, serviços gerais, vigilantes, agentes comunitários em saúde, odontóloga, e técnico administrativo. A estrutura física da UBS, foi avaliada como sendo boa, na percepção das estagiárias, uma vez que conta, com boa iluminação, pintura, espaços adequados para os fins que se destinam, funcionamento da maioria das centrais de ar, entre outros aspectos. No entanto, a UBS ainda enfrenta alguns déficits no tocante à acessibilidade do local, tanto ao prédio, com para pessoas com algum tipo de necessidade específica. CONSIDERAÇÕES FINAIS A prática de Estágio em Psicologia da Saúde possibilitou melhor compreensão da dinâmica do bairro, bem como identificação diferentes demandas muito peculiares, como alto índice de suicídio (que se estende a cidade), gravidez na adolescência, violência doméstica e drogadicção. As relações entre a comunidade e os (as) profissionais da saúde se deram de forma horizontal e participativa. No entanto alguns foi observado déficits quanto a compreensão de algumas funções desempenhadas na UBS, bem como no que se refere a atuação em rede. Um dos desafios também, foi contextualizar e aplicar da melhor forma possível, os conhecimentos da Psicologia em um setor de atenção básica em um contexto de zona de periferia beira-rio. Para tanto, foi fundamental a busca de leituras, que permitissem contextualizar uma realidade amazônica em sua grande diversidade étnico-cultural de demandas muito peculiares. O curso de Psicologia na região do baixo-tapajós, ainda não dispõe de disciplinas que abarquem as demandas da própria região. Sendo de grande relevância questionar os objetivos e possibilidades de uma Psicologia descolonizada voltada para as demandas sociais onde o curso está inserido. Por fim, entende-se que a prática em Psicologia da Saúde ainda está em processo de visibilidade tanto para a população como para profissionais com um histórico de atuação em saúde mais extenso. Sendo necessário tanto refletir sobre diversos aspectos dessa atuação, como a estrutura curricular do curso, que dará base para a pratica, e as formas de levar à população um contato mais próximo com as práticas em Psicologia da Saúde. 

1876 Funcionalidade e singularidade no cuidado em Centro de Reabilitação: Capacitação de profissionais para o uso da CIF/OMS
Maria Cristina Pedro Biz

Funcionalidade e singularidade no cuidado em Centro de Reabilitação: Capacitação de profissionais para o uso da CIF/OMS

Autores: Maria Cristina Pedro Biz

Apresentação: Este trabalho compreende parte de pesquisa de doutorado de uma das autoras. Aborda-se aqui o processo de implementação da CIF/OMS em um Centro Especializado em Reabilitação de uma cidade de médio porte de São Paulo por meio da capacitação dos profissionais de diferentes áreas para construção e aplicação de um instrumento de avaliação baseado na CIF/OMS (checklist). A proposta visa mostrar sua importância na organização do trabalho multi e interdisciplinar, contribuir para maior conhecimento/reflexão do impacto das condições de saúde para o usuário bem como para o aprimoramento do cuidado e da atenção em em saúde e oferta de projetos terapêuticos singulares. O modelo multidimensional oferecido pela CIF, em que o ambiente onde as pessoas vivem é fator importante para o estado de saúde das populações com repercussão na prevalência e extensão da deficiência, permite mensurar as interações, trazendo informações úteis acerca da pessoa (prover um dispositivo assistivo) na sociedade (implementar leis contra a discriminação, por exemplo), ou ambos, produzindo dados que forneçam maior visibilidade sobre o processo terapêutico quanto a evolução do usuário, mensurar a melhoria da sua capacidade e desempenho, estabelecer estratégias terapêuticas de acordo com as necessidades pessoais de cuidado, e com sua habilidade em viver de forma independente e autônoma. A funcionalidade e a incapacidade de uma pessoa são concebidas, a luz da CIF, como uma interação dinâmica entre os estados de saúde (doenças, perturbações, lesões, traumas, etc.) e os fatores contextuais, permitindo mensurar as mudanças de estado relativas à condição de saúde e classificar e descrever o contexto em que esses problemas acontecem o que possibilita planejar, desenvolver estratégias e estabelecer ações das equipes, dos serviços em saúde. Isso possibilita a construção progressiva de escalas que clarifiquem o fenômeno saúde-doença-funcionalidade-cuidado. Utilizar a CIF no processo de trabalho também contribui para promoção de mudança de paradigma da saúde e do sujeito, hoje, baseada na doença para uma abordagem que prioriza a funcionalidade como um componente da saúde. Desenvolvimento do trabalho: Os participantes são profissionais de saúde de Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia, Terapia Ocupacional e Serviço Social de um Centro Especializado em Reabilitação de um município do interior de São Paulo. Trata-se de unidade de serviço de reabilitação física composta por equipe multidisciplinar, que presta assistência domiciliar e ambulatorial, 22 profissionais de ambos os sexos, que prestam assistência a uma média de 100 adultos e idosos com condições de saúde de origem neurológica e física. O processo de capacitação envolveu aplicação de questionário quanto ao conhecimento da CIF, seguida da apresentação dos conceitos, estrutura e formas de aplicação e instrumentalização para que as diferentes áreas produzissem um checklist para utilização da CIF. Foi realizado um Grupo Focal com os profissionais para conhecer suas percepções e atitudes quanto a estrutura da CIF, o entendimento dos seus domínios, as possíveis dificuldades na aplicação e a lógica conceitual trazida pela CIF. Na sequencia, considerando-se o processo de trabalho em que cada profissional está inserido, foram desenvolvidos checklists da CIF com informações dos profissionais em suas áreas de atuação, a partir das seguintes questões norteadoras: rotina de trabalho -  complexidade, demanda, procedimentos; meios de coleta de dados - triagens, exames, consultas; estratégias terapêuticas - avaliação, processo terapêutico e reavaliação. Os códigos de cada domínio da CIF que compuseram o checklist contempla as diversas áreas da equipe multidisciplinar. O processo de escolha dos códigos iniciou já na capacitação, com base no perfil clínico da população atendida, do nível de complexidade e tipo de assistência do serviço. Em conjunto com a equipe foram definidos os seguintes segmentos do serviço: Assistência Domiciliar, Assistência Muscoesquelética, Reabilitação Neurológica e Fonoaudiologia Infantil, sendo desenvolvidos checklists para cada setor. A análise do checklist será feita pelos profissionais, comparando-se os qualificadores da CIF ao longo do tempo nas avaliações em três momentos: avaliação inicial, intervenção e reavaliação, o que possibilitará gerar indicadores de funcionalidade e incapacidade que permitirão analisar conjuntamente com o usuário o processo terapêutico quanto as estratégias utilizadas, em qual, ou quais componentes trazidos pela CIF são necessários ajustes e intervenções, a efetividade do planejamento proposto. Importante salientar que o uso da Classificação não substitui a avaliação especifica do profissional em sua área. A avaliação conjunta composta por cada área fornecerá subsídios das condições de saúde da população atendida. Resultados: Conforme o questionário inicial aplicado no inicio da pesquisa, dos 22 profissionais do serviço, apenas 10 já tinham algum contato com a CIF, e com a percepção que reflete o grupo de que “ a CIF é muito difícil!”. Os resultados preliminares do grupo focal dos profissionais trazem a posição consensual quanto a importância da capacitação para uso da CIF para compreensão da sua lógica conceitual, do modelo proposto pela classificação, e da sua estrutura, ao mesmo tempo em que trazem a preocupação da utilização da CIF como complexa e trabalhosa. Foram elaborados 4 checklists: Assistência Domiciliar (Fisioterapia e Psicologia); Assistência Muscoesquelética (Equipe envolvida - Fisioterapeuta, Terapeuta Ocupacional e Psicologia), Reabilitação Neurológica (Equipe envolvida - Fisioterapeuta, Terapeuta Ocupacional, Psicologia e Fonoaudiologia) e Fonoaudiologia Infantil. Com exceção da Assistencia Muscoesquelética, cuja rotina de atendimento abrangem 10 sessões, para as outras áreas, foi estabelecido 3 meses de acompanhamento para aplicação da CIF, que se encontram em andamento. Considerações finais: Os resultados mostram que parcela significativa dos profissionais do serviço já tinham um conhecimento prévio da CIF, mas todos compartilhavam a mesma percepção de que se trata de um instrumento de aplicação complexa e trabalhosa. Todos valorizaram o processo de capacitação para maior compreensão e implementação da CIF no serviço, que resultou na elaboração de 4 ckecklists de diferentes áreas do serviço. Os achados preliminares evidenciam a contribuição da CIF como subsídio para as avaliações multiprofissionais, definição de metas, gerenciamento das intervenções e medida de resultados no serviço estudado. No desenvolvimento do processo, tais checklist baseados na CIF poderão ser incorporados à rotina de trabalho tendo em vista oferecer cuidado qualificado, atendendo as demandas dos usuários e os objetivos da equipe multidisciplinar.

2084 CONHECIMENTO E PRÁTICAS DOS ESTUDANTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA ACERCA DAS MEDIDAS PREVENTIVAS CONTRA A RAIVA
Yara Nayá Lopes de Andrade Goiabeira, Amanda Paola Lima Nava, Annah Lídia Souza e Silva, Andressa Aline Lima Nava, Adailton Richards da Silva Mota Marques, Sandy Helen de Jesus da Conceição, Amanda Lisa Amorim Sousa, Elielza Guerreiro de Menezes

CONHECIMENTO E PRÁTICAS DOS ESTUDANTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA ACERCA DAS MEDIDAS PREVENTIVAS CONTRA A RAIVA

Autores: Yara Nayá Lopes de Andrade Goiabeira, Amanda Paola Lima Nava, Annah Lídia Souza e Silva, Andressa Aline Lima Nava, Adailton Richards da Silva Mota Marques, Sandy Helen de Jesus da Conceição, Amanda Lisa Amorim Sousa, Elielza Guerreiro de Menezes

Introdução: A raiva é uma zoonose infeciosa causada pela transmissão do vírus rábico presente na saliva de mamíferos contaminados, disseminado ao homem pela inserção do vírus rábico contido na saliva de mamíferos infectados, principalmente por meio da mordida e lambedura, culminando em um prognóstico fatal em 100% dos casos. Possui subdivisões de ciclos na qual o ciclo urbano o cão é o principal agente transmissor e no silvestre predominasse o morcego. Objetivo: avaliar o conhecimento e práticas dos estudantes de uma escola pública acerca das medidas preventivas contra a raiva. Metodologia: Trata-se de um estudo analítico transversal, com abordagem quantitativa, realizado por meio da aplicação de um formulário, no período de setembro de 2016. Resultados: Durante o estudo, 86% dos estudantes relataram possuir animais de estimação. Um quantitativo de 94% dos entrevistados referiram ter conhecimento em relação à raiva, porém quando questionados sobre o reconhecimento da sintomatologia do animal com a doença 59% não souberam informar. Quanto às medida preventivas 77% relataram vacinar seus animais domésticos e 88% afirmaram que a vacina é a melhor forma de prevenção contra a doença, evidenciando um índice favorável de práticas preventivas. Quando questionados sobre a forma de tratamento durante o ocorrido, 72% relataram que não procuram o posto de saúde e tratam o ferimento em casa. Conclusão: As práticas educativas direcionadas ao público são de suma importância para obter resultados positivos em relação à prevenção e tratamento da raiva, exigindo ações regulares de educação em saúde, visto que estas resultam na multiplicação do conhecimento e experiências do público alvo acerca da doença.

2220 RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE AÇÃO DE SAÚDE DO HOMEM EM UM MERCADO LOCALIZADO EM SANTARÉM-PARÁ
Cássia Fernanda Penha Lima, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Eulália Cecília Pantoja Ramos

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE AÇÃO DE SAÚDE DO HOMEM EM UM MERCADO LOCALIZADO EM SANTARÉM-PARÁ

Autores: Cássia Fernanda Penha Lima, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Eulália Cecília Pantoja Ramos

Apresentação: De acordo com pesquisas, a saúde do homem é muito mais relacionada as escolhas dos hábitos de vida, do que fatores genéricos. O homem de fato não dá tanta atenção a sua saúde e consequentemente efetiva menos consultas médicas. Por isso, é necessário realizar ações rotineiras em centros de referência de saúde, com o intuito de chamar a atenção deles sobre o autoconhecimento em relação as mudanças ocorridas em seu corpo. Desenvolvimento do trabalho: Trata – se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, ocorrido no dia 21 de novembro de 2017, em um mercado localizado em Santarém-Pará.  A ação foi fruto da parceira entre a Secretaria Municipal de Saúde - SEMSA de Santarém/Pará e instituições de ensino superior, técnico e cursos profissionalizantes. A intervenção teve como amostra mais de 100 homens atendidos. De inicio, ocorria a triagem (verificação de Pressão Arterial, Glicemia e medidas antrorpométricas). Em seguida, realizava-se testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatite B e C. A consulta médica e exame de próstata ocorriam posteriormente. Estava sendo oferecido também, corte de cabelo, manicure e pedicure, além de medicamentos e cadastro de cartão SUS. Resultados e/ou impactos: Durante a vivência, os homens puderam receber atendimentos que muitas vezes deixam de fazer por não procurarem uma unidade de saúde. O mercado foi visado para a realização do acontecimento justamente tendo em vista o acesso. Nesse lugares diariamente há sempre muitos homens que trabalham em barcos no cais, fazem vendas em seus quiosques ou vão fazer compras na feira. Além disso, esse é um espaço onde se localizam vários homens moradores de rua. Vale ressaltar que mulheres que chegavam ao local e pediam atendimento não eram excluídas do processo. Considerações Finais: Realizar esses tipos de atendimentos, não somente no mês referente a saúde do homem é muito relevante. Planejar essas estratégias em lugares que abarquem pessoas de diferentes classes socais deve ser visualizado no processo de realização. A conscientização do público masculino por parte dos acadêmicos, sobre a realização de exames, bem como, a necessidade do cuidado com a saúde, são focos da realização de educação em saúde para eles. A vivência foi relevante tanto para acadêmicos, quanto para profissionais e participantes.

2251 COMUNICAÇÃO DE NOTÍCIAS DIFÍCEIS ENTRE OS ACADÊMICOS DA ÁREA DE SAÚDE: UM ESTUDO SECCIONAL
Thalia Mendonça Cardoso, Ester Alves de Oliveira, Lowisa Consentini Garcia, Marcela Catunda de Souza Michiles, Sibila Lilian Osis, Selma Barboza Perdomo

COMUNICAÇÃO DE NOTÍCIAS DIFÍCEIS ENTRE OS ACADÊMICOS DA ÁREA DE SAÚDE: UM ESTUDO SECCIONAL

Autores: Thalia Mendonça Cardoso, Ester Alves de Oliveira, Lowisa Consentini Garcia, Marcela Catunda de Souza Michiles, Sibila Lilian Osis, Selma Barboza Perdomo

A comunicação é o meio pelo qual todo ser humano se relaciona, constrói vínculos e expressa seus próprios pensamentos, assim também como torna-se espectador das expressões de outrem em determinados momentos. Em saúde, profissionais fazem o manejo desta ferramenta para revelar informações acerca do quadro clínico de seu paciente, explicar procedimentos, obter respostas e até mesmo promover conforto; de forma não verbal, médicos, enfermeiros e odontólogos também comunicam-se com seus clientes, quer estejam cientes ou não, através de expressões faciais e corporais que sugerem suas emoções, vale ressaltar que as emoções constituem justamente o aspecto mais difícil de se controlar, pois são reações espontâneas muitas vezes. Dentro deste contexto, a comunicação de notícias difíceis é referida como o ato de transmitir informações que causarão impactos e mudanças de maneira negativa na vida de quem as recebe; diante disto, é possível notar a grande responsabilidade que está nas mãos dos profissionais de saúde: comunicar ao seu cliente algo difícil que implicará em ruptura da atual realidade dele; complexo, que será doloroso para o ouvinte absorver. Essa responsabilidade é uma realidade na prática da assistência, entretanto, é possível inferir que existe negligência quanto a abordagem do tema durante a graduação dos profissionais, criando desta maneira uma lacuna no caráter profissional do indivíduo; inferência essa que parte do que é registrado em muitos artigos que abordam o tema de comunicação de notícias difíceis em saúde, isto é, relatos de médicos e enfermeiros (principalmente) que atribuem a grande dificuldade em lidar com a transmissão de notícias negativamente impactantes à sua graduação. Portanto, nota-se que é necessário que as exigências do campo de atuação dos profissionais de saúde sejam contempladas em seus cursos acadêmicos com a finalidade de melhor preparar-lhes para as diversas situações que virão a desafiá-los rotineiramente; o que justifica a relevância deste tema. Quanto as inquietações que direcionaram o desenvolvimento deste projeto, são elas: Como não desconstruir a si ou ao outro diante da notificação de notícias difíceis e na abordagem de temas complexos frente a terminalidade?Como desenvolver valores e atitudes para conduzir comunicação assertiva para a compreensão de contextos difíceis na área da saúde? Qual o papel da família na tomada de decisões frente a terminalidade? Como reconhecer a família como parte da equipe multiprofissional diante de questões difíceis, comunicando a elas a importância de sua atuação? Como respeitar o desejo do paciente sem infringir a ética profissional? Quanto aos objetivos da pesquisa, tem como objetivo geral: analisar o conhecimento dos acadêmicos da área da saúde sobre comunicação de notícias difíceis; e como objetivos específicos: Identificar o perfil sócio religioso dos profissionais da área da saúde; Listar as atividades que consideram complexas na transmissão de notícias difíceis; e,Correlacionar as variáveis específicas na comunicação com o perfil sócio religioso. Trata-se de um estudo exploratório, do tipo transversal, com coleta de dados na Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), com acadêmicos dos cursos de enfermagem, medicina e odontologia. Esta etapa atende o seguinte critério de inclusão: Estão inclusos os estudantes a partir do 3º período dos cursos de enfermagem, medicina e odontologia devidamente matriculado no sistema UEA. Quanto aos critérios de não elegibilidade: Acadêmicos menores de 18 anos; visitantes de outras instituições ou em intercâmbio. A amostra foi calculada de acordo com o número de ingressantes nos cursos da ESA/UEA, sendo assim, o tamanho da amostra foi calculado pelo programa OpenEpi, perfazendo uma amostra de 137 acadêmicos dos cursos de Enfermagem e de Odontologia e 225 acadêmicos do curso de Medicina. A pesquisa encontra-se em andamento, e para realização da coleta de dados está sendo utilizado um instrumento que contêm características gerais e características específicas, e é baseado no protocolo Spikes, que foi criado em 1994 para facilitar a transmissão de más notícias tanto para os profissionais quanto para os pacientes, e tem sido utilizado como referência nos estudos que tratam do tema de Comunicação de Notícias difíceis. Dentre as características gerais encontra-se o curso do participante, ingresso na universidade, especialização/titulação, idade, gênero, raça/cor, estado civil, número de filhos, setor de atuação e tempo de atuação na unidade; já as variáveis específicas relacionadas ao tema do projeto são: frequência com que informa notícias difíceis, nível de dificuldade na comunicação, preparo prévio para transmissão de notícias difíceis, percepção de habilidades para a tarefa, percepção da dificuldade, manejo das emoções próprias e do paciente, uso de protocolo, estratégias baseadas em evidências, percepção de sofrimento do impacto da tarefa e percepção da habilidade; além de afirmações que tratam do tema da terminalidade. As perguntas variam entre múltipla escolha, escalas de 0 a 10 e as opções de verdadeiro ou falso a respeito de afirmativas que intentam analisar o conhecimento individual acerca do contexto da terminalidade. No tocante aos aspectos éticos cabe ressaltar que após cadastro na plataforma Brasil recebeu parecer favorável sob protocolo nº 2.302.838 – CEP. Todos os profissionais concordantes com o estudo e que são correspondentes aos critérios de inclusão estão sendo devidamente informados dos objetivos do estudo e efetuam a participação na pesquisa após assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE . A pesquisa encontra-se atualmente na fase da coleta de dados, de maneira que ainda não é possível uma percepção plena de seus resultados, entretanto, durante a aplicação dos questionários entre os universitários observa-se que os mesmos sentem-se instigados pelo tema, fazendo perguntas a respeito e até mesmo discutindo entre si, tais situações permitem um vislumbre do grande impacto positivo que uma abordagem mais científica do assunto dentro das grades curriculares dos alunos causaria, deixando-os mais preparados para o campo prático, estabelecendo-os como indivíduos mais habilidosos para manejar as muitas variáveis que permeiam a comunicação de notícias difíceis em saúde. Dada a relevância do assunto, acredita-se que a iniciativa de dar visibilidade ao tema ‘Comunicação de Notícias difíceis’ entre os acadêmicos da área da saúde pode ser o pontapé inicial para formar profissionais menos vulneráveis emocionalmente, além de oferecer um contato prévio com as situações que envolvem o aspecto da terminalidade, de maneira que o campo prático não venha surpreender indivíduos desprecavidos, mas sim desafiar profissionais que foram formados não somente tecnicistas, mas que foram despertados e capacitados a respeito de um ponto extremamente necessário e determinante na construção de uma boa conduta profissional. Visando estes resultados no desempenho das atividades dentro das unidades de saúde, mediante a abordagem do assunto durante a graduação, é possível concluir que o tema e o uso deste no preparo de médicos, enfermeiros e odontólogos, afetará de maneira direta a população que utiliza-se de serviços de atendimento, beneficiando, no final das contas, principalmente a estes, que poderão usufruir de um atendimento diferenciado e mais qualificado.

2916 NARRATIVAS DE HOMENS COM DOENÇAS ONCOLÓGICAS: UM OLHAR SOBRE A DIMENSÃO CONTEXTUAL
Margarete Costa Santos, Daniela Arruda Soares, Danielle Judite Silva Santos Reis, Jamile Áurea Batista Ramos, Maria Helena de Oliveira Santana, Gizélia da Grama Meira, Glória Luiza Ferreira Cavalcante, Shirley Batista Oliveira

NARRATIVAS DE HOMENS COM DOENÇAS ONCOLÓGICAS: UM OLHAR SOBRE A DIMENSÃO CONTEXTUAL

Autores: Margarete Costa Santos, Daniela Arruda Soares, Danielle Judite Silva Santos Reis, Jamile Áurea Batista Ramos, Maria Helena de Oliveira Santana, Gizélia da Grama Meira, Glória Luiza Ferreira Cavalcante, Shirley Batista Oliveira

Entre as principais causas de adoecimento da população masculina, encontra-se o câncer, sendo essa a segunda maior causa de morte no Brasil. Para se compreender as trajetórias biográficas de homens frente à experiência de estarem com o câncer e a forma de enfrentarem a mesma, torna-se necessário analisar suas práticas e trajetórias, a partir do contexto onde elas se desenrolam. Esta dimensão abrange os eventos da vida quotidiana ancorados em elementos conjunturais e estruturais, mediante a qual pode-se apreender o que nas trajetórias terapêuticas dos homens investigados provém do contexto material, social ou cultural, e as combinações que estes fazem em função de suas próprias percepções e a sua situação no seio dele. Assim, objetivou-se analisar o itinerário terapêutico de homens com câncer do município de Vitória da Conquista-BA e os cuidados produzidos frente ao adoecer, a partir da dimensão contextual. Trata-se de pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória, desenvolvida entre junho de 2016 a julho de 2017. Foram selecionados oito homens maiores de dezoito anos, residentes no município estudado, com diagnóstico confirmado de câncer e que estavam em tratamento no momento da entrevista. Os dados foram coletados mediante entrevista domiciliar semi-estruturada com homens com distintos tipos e estadiamento do câncer. O processo analítico baseou-se na abordagem hermenêutica. Procurou-se compreender significações, conteúdos e estruturas latentes relacionados com concepções da enfermidade, com a busca de cuidados e tomadas de decisões frente ao tratamento, levando em consideração o macrocontexto determinado por fatores econômicos e sociais, os quais envolvem também dimensões subjetivas e culturais. A condição de pauperização, baixa escolaridade e múltiplas morbidades apresentou certa homogeneidade entre os homens deste estudo, assim como um acionamento tardio de estratégias de cuidado, inclusive nas instâncias formais de assistência à saúde. Certa hierarquia em relação à utilização primeira de recursos religiosos, sociais e populares foi evidenciada, seguida da utilização de recursos biomédicos concomitante com os anteriormente mencionados. Disparidade espacial foi observada em algumas falas relacionado a busca de cuidados em outras cidades, mesmo Vitória da Conquista representando um pólo de prestação de serviços de saúde para a região Sudoeste da Bahia e a região Norte do estado de Minas de Gerais. Uma vez alcançado o atendimento nas instâncias formais de cuidado, a falta de comunicação e apoio dos serviços de saúde, notadamente a atenção primária á saúde, e a ausência da atuação em rede foram as maiores barreiras enfrentadas pelos homens desse estudo. Somado a isto, a construção social da masculinidade, associada à idéia de invulnerabilidade às doenças, a força e resistência configuraram uma barreira cultural que contribuiu para o distanciamento destes homens dos serviços de saúde. É flagrante a necessidade de se considerar as diversidades de contextos, na apreensão dos significados acerca da doença oncológica para homens, da tipificação das arenas de cuidado acionadas e das situações de saúde que estão inseridos, visto que estratégias de vida são tecidas mediante estes contextos, levando em conta suas capacidades, suas histórias de vida e suas experiências individuais, tornando este processo não linear, mas sim complexo e multideterminado.

4105 Serviço de Reabilitação Física da UNISC: diálogos interventivos e investigativos
Eunice Maria Viccari, Angela Cristina Ferreira da Silva, Rafael Kniphoff da Silva, Leonel Pablo Carvalho Tedesco

Serviço de Reabilitação Física da UNISC: diálogos interventivos e investigativos

Autores: Eunice Maria Viccari, Angela Cristina Ferreira da Silva, Rafael Kniphoff da Silva, Leonel Pablo Carvalho Tedesco

Apresentação: O presente trabalho é resultado de pesquisa do estado da arte sobre Tecnologia Assistiva (TA) associada a inclusão social, num diálogo com os usuários com deficiência física atendidos no Serviço de Reabilitação Física de Nível Intermediário – SRFis, da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, conveniado com Ministério e Secretaria de estado da Saúde o Serviço atende a 68 municípios das regiões dos Vale Rio Pardo, Taquari e Jacuri do estado gaúcho. A pesquisa objetivou a conhecer, acompanhar e criar de adaptações personalizadas de TA para a vida desses usuários e se efetivou através de Grupos Focais-Gfs com a parceria de docentes dos cursos de Serviço Social, Ciência da Computação, Engenharia da Produção, Fisioterapia e os profissionais terapeuta ocupacional e o fisioterapeuta, contratados do SRFis, integrados ao Núcleo de Tecnologia Assistiva da UNISC. Perseguindo os significados da TA: Atualmente a TA reside num paradigma que vem sendo apropriado gradativamente por pesquisadores e gestores como contribuição para as políticas públicas no âmbito da educação e saúde predominantemente. O conceito vem evoluindo e se estabelecendo no cotidiano na medida em que possibilita avanço de direitos sociais aos que deles necessitam em decorrência de situações congênitas ou adquiridas ao longo da vida seja por deficiência ou por velhice. A TA é entendida como um auxílio que promoverá a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização de uma função desejada que se encontra impedida por circunstância da deficiência apresentada. Consiste tanto na criação, quanto na complementação de recursos ou auxílios às pessoas com deficiência. No SRFis, lócus da pesquisa, a TA envolve órteses, próteses e meios de locomoção, possibilitando que pessoas com deficiência tenham disponibilizadas melhores condições de saúde, e assim avancem na qualidade de vida. Com base na experiência em desenvolvimento com pessoas com deficiência física, tem sido adotado o conceito de TA como ajudas técnicas, utilizado na legislação brasileira, quando trata de garantir: produtos, instrumentos e equipamentos ou tecnologias adaptadas ou especialmente projetados para melhorar a funcionalidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal. A informação e o desenvolvimento da linguagem, adotada através da pesquisa, possibilitou significar e ou resinificar os conhecimentos e autoconhecimentos de cada um dos integrantes do grupo. Evidências foram constatadas através da necessidade de transcender o conhecido e adentrar no desconhecido das subjetividades e inrtersubjetividades em favor de expressões que denotaram adaptações em suas TA. Associar essas tecnologias a informação e ao diálogo envolve o direito do cidadão e dever do Estado diante do contexto de desigualdades sociais a que essas parcelas da população estão expostas. Portanto, é imprescindível introduzir dinâmicas que quebrem esse círculo vicioso do desconhecimento da informação como possibilidade de criar mediações sobre o ato de pensar, conhecer e conhecer-se ao trabalhar com pessoas com deficiência e o acesso a TA como direito social e o favorecimento à inclusão social. Resultados no cotidiano: Nos momentos em que foram coletadas as percepções dos usuários participantes do SRFis sobre suas TA, detectou-se que esses dispositivos poderiam passar por adaptações. Essas videncias foram constatadas em função do desenvolvimento da autonomia que possibilitou aos usuários se manifestarem sobre seus confortos e desconfortos na utilização dos dispositivos diante do de ir e vir, utilização de espaços de lazer, cultura e em atividades vinculadas ao mundo do trabalho que potencializam a inclusão social. Cabe evidenciar que a inclusão é decorrente de processos históricos de exclusão social, portanto dois conceitos que diferem e, ao mesmo tempo, se completam. Considera-se que os processos de inclusão social levam em conta, concomitantemente a superação de desigualdades já instituídas e vigilância para que esses não reproduzam outras. Portanto, implica também vigilâncias desses processos nas ações que afirmam a inclusão social de forma a respeitar a diferença. Esses dispositivos fomentam e potencializam a inclusão social nas diferentes dimensões da vida. A TA sinaliza um processo em permanente construção com vistas ao desenvolvimento de habilidades perdidas ou reduzidas a fim de proporcionar a inclusão para além das responsabilidades familiares. Constitui-se de um avanço do acesso a direitos em que, embora ainda com limites, as políticas públicas é que apresentam perspectivas de inclusão. Exemplos variados são identificados no trabalho realizado no SRFis, confirmado por fragmentos de falas de usuários. O fato dos participantes exporem suas percepções, necessidades, dúvidas, avanços, conquistas e dificuldades cotidianas, potencializou os encontros com suas semelhanças e diferenças, fundamentais para o diálogo. Essas se afirmaram, a partir de experiências e vivências individuais, mas sobretudo pela oportunidade de convívio no coletivo onde se estabeleceram os diálogos entre os usuários a partir da pesquisa. Nesse sentido, foi percebido movimentos individuais ao encontro com a alteridade como forma de expressão, de significar e de ressignificar suas vivências acerca de amputações, compreensões e utilização das TAs. Os resultados dessa pesquisa vem empoderando: a) os pesquisadores que conseguem perceber as condições sociais, familiares, interpessoais e pessoais. Isto permite uma aproximação com um trabalho permanente no âmbito da integralidade, princípio perseguido no campo da saúde. Reside num processo que só ocorre mediante aproximações sucessivas e, sobretudo, quando há articulação entre áreas do conhecimento que desejam atrelar intervenção com investigação e vice versa. Criam um espaço de diálogo permanente, mediado por aprendizados coletivo (pesquisadores, estudantes, usuários e familiares e ou cuidadores) essenciais para o processo formativo dos estudantes; b) os usuários por compreenderem e atribuírem significados à situações vivenciadas. Situações que materializam em palavra seus desafios e e suas possibilidades; c) estudantes que exercitam a investigação, planejamento, desenvolvem e executam ações interventivas ampliando seus conhecimentos para além da sala de aula numa articulação ensino, pesquisa e extensão. Considerações finais: A pesquisa realizada se apresentou como uma conjunção que fortalece e evidencia a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão universitária, uma premissa perseguida e possível no âmbito universitário. O diálogo entre essa tríade, possibilita transcender situações de TA já instituídas, trabalhando em situações instituintes que até então encontravam-se veladas e desprovidas da voz dos usuários. Atuar, conhecer e materializar dispositivos de valor de uso para pessoas com deficiência, sem dúvida, reside em gratificação acadêmica o que pode e é desenvolvido pela extensão, ensino e pesquisa universitária. A proposta de trabalhar investigação a partir de atividade de extensão e, na sequência pesquisa através dos procedimentos de GFs, evidenciou a materialidade da articulação destes três pilares do ensino superior. O diálogo estabelecido entre os docentes que atuam na extensão e os responsáveis pela pesquisa residiu no agenciador para que estudantes inseridos na extensão universitária através do SRFis dialogassem com o aprendizado prático que os referencia a partir do ensino de graduação. Observou-se que no âmbito dos direitos sociais, há muitas pessoas que os desconhecem, e outras também se encontram-se desprovidos de autonomia para acessá-los. É imprescindível que as informações sobre os mesmos sejam veiculadas e fortalecidas de modo que os usuários desenvolvam ativos pessoais para avançarem no seu processo de cidadania.  

5290 CAMPANHA DOE ÓRGÃOS, DOE VIDA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Vanessa Vieira Pinheiro Corrêa, David Sanches Figueiredo Viana, David Sanchez Figueiredo Viana, Edilson Santos Silva Filho, Edilson Santos Silva Filho, Gabriel da Costa Soares, Gabriel da Costa Soares, Miguel Rebouças de Souza, Miguel Rebouças de Souza, Maristella Rodrigues Nery da Rocha, Maristella Rodrigues Nery da Rocha

CAMPANHA DOE ÓRGÃOS, DOE VIDA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Vanessa Vieira Pinheiro Corrêa, David Sanches Figueiredo Viana, David Sanchez Figueiredo Viana, Edilson Santos Silva Filho, Edilson Santos Silva Filho, Gabriel da Costa Soares, Gabriel da Costa Soares, Miguel Rebouças de Souza, Miguel Rebouças de Souza, Maristella Rodrigues Nery da Rocha, Maristella Rodrigues Nery da Rocha

APRESENTAÇÃO: O transplante de órgão sólido é uma opção de tratamento para melhorar a qualidade de vida de pessoas com doenças crônicas de caráter irreversível e em estágio final. A partir de 2011, a decisão de doar os órgãos é de responsabilidades dos familiares. As famílias enfrentam uma série de dilemas éticos na hora de decidir o que fazer com o ente querido recém-perdido. A própria dificuldade em compreender o conceito da morte encefálica contribui para a negação. É algo que ainda não está sedimentado para a maior parte da população. E os motivos para a negação vão muito além: medo da reação e de conflitos com o resto da família, suspeitas de corrupção e do comércio ilegal de órgãos, desconfiança quanto às informações passadas pelos médicos, e muito mais. A partir dessa problemática, a Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina – IFMSA Brazil UEPA Santarém, criou a campanha “doe órgãos, doe vida”, com o objetivo de divulgar ainda mais os conceitos de morte encefálica e os benefícios e não-malefícios da doação de órgãos, tendo como finalidade aumentar o número de possíveis doadores. DESENVOLVIMENTO: Primeiro ocorreu uma capacitação dos acadêmicos pelos responsáveis pela Organização de Procura de Órgãos – OPO/Tapajós do Hospital Regional do Baixo Amazonas – HRBA. Na qual, foi abordado sobre morte encefálica, questões legais sobre ser doador, procedimentos, etapas e testes para o possível doador. Após a capacitação, foi realizado à intervenção na comunidade, na orla fluvial de Santarém – PA, local com imenso fluxo de transeuntes de todas as classes sociais. No local, foi armado uma tenda com banners, mesas e cadeiras para chamar a atenção dos transeuntes que ali caminhavam. Os acadêmicos iam abordando individualmente e entregando os panfletos sobre doação de órgãos, enquanto explicavam como ocorre o processo de captação de órgãos e como a doação de órgãos afeta a sociedade em âmbito regional e nacional. Os panfletos possuíam respostas de dúvidas frequentes da população. Ao final da abordagem, o participante recebia um adesivo com o logo da campanha, com o intuito de repassar as informações ali recebidas para a sua família e/ou amigos. RESULTADOS: A campanha obteve elevado índice de satisfação, visto que os acadêmicos ficaram bastantes satisfeitos com o trabalho, pois todos têm expectativa que essa ação promovida pela IFMSA em parceria com a UEPA, de alguma forma, contribua para aumentar a autorização familiar à captação de órgãos post-mortem ou promova a doação intervivos. Foi percebido que a grande maioria não tinha conhecimento sobre o tema, sobre o que era morte encefálica e como transcorria o processo de doação de órgãos. Conseguimos abranger desde de graduados até analfabetos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A grande demanda por transplantes em oposição à carência de órgãos captados para tal fim tem motivado numerosas iniciativas no intuito de aumentar a captação de órgãos. Nesse cenário, a campanha promovida pela IFMSA, propôs esclarecer a população e quebrar tabus que ainda existem sobre a doação de órgãos.

5321 Educação Continuada no Banco de Olhos do Amazonas Resulta na Captação de Tecidos Oculares Humanos de Alta Qualidade e “Fila Zero”
Cristina Maria Garrido Lins, Gilmara Noronha Guimarães, Gilmara Noronha Guimarães

Educação Continuada no Banco de Olhos do Amazonas Resulta na Captação de Tecidos Oculares Humanos de Alta Qualidade e “Fila Zero”

Autores: Cristina Maria Garrido Lins, Gilmara Noronha Guimarães, Gilmara Noronha Guimarães

Apresentação: É no Banco de Olhos que os tecidos oculares humanos doados são avaliados e preservados para que cheguem até os pacientes tecidos de alta qualidade que permitam-lhes resgatar sua visão. Os Bancos de Olhos disponibilizam esses tecidos de boa qualidade visando “zerar” as longas filas de espera por transplantes de córneas no país. Para que isso ocorra, são necessários materiais de alta qualidade e principalmente equipes bem treinadas. São estas equipes as responsáveis pela conscientização contínua do processo doação-transplante na área da saúde e na população, gerando multiplicadores e expandindo a cultura da doação. Nesta pesquisa, o Banco de Olhos do Amazonas (BOA) descreve sua experiência bem sucedida em 13 anos de parceria com o Instituto Médico Legal (IML) na captação desses tecidos. Por meio de treinamento contínuo humanizado entre as equipes, o Estado do Amazonas atingiu o marco de “fila zero” para transplante de córnea. Desenvolvimento: A pesquisa foi realizada no BOA, cujas equipes atuam na Fundação Hospital Adriano Jorge e principalmente no Instituto Médico Legal. Pesquisa retrospectiva, de base documental, referente aos dados de 1.328 doadores de tecidos oculares do BOA, de 2004 a 2016. Os tecidos preservados foram avaliados de acordo com os critérios da Associação Panamericana de Banco de Olhos. Os dados foram analisados no programa IBM SPSS Statistics 21. As comparações entre as doações do IML e outros localidades foram realizada por meio dos testes estatísticos Qui-Quadrado de Pearson e o t-Student, com nível de significância de 5%. Resultados: Dos 1.328 doadores de tecidos oculares avaliados, 1.031 (77,6%) foram procedentes do IML e 297 (22,4%) de outras localidades, sendo 200 (15,1%) do gênero feminino e 1.128 (84,9%) do masculino. A idade variou entre 02 e 75 anos nos doadores do IML (média 27±10 anos), e entre 02 e 82 anos nos de outras localidades (média 37±17 anos). Foram captados 2.541 tecidos oculares, sendo 1.959 (77,1%) no IML e 582 (22,9%) noutros locais. As causas de morte mais frequentes no IML foram os ferimentos por arma de fogo/arma branca (60,4%), e noutras localidades foram as doenças cardiovasculares (47,5%). Dos 1.959 tecidos captados no IML, 1.363 (69,72%) tinham boa qualidade, 378 (19,34%) regulares e 214 (10,95%) inaceitáveis. Dos 578 tecidos captados noutras localidades, 328 (56,75%) eram bons, 142 (24,57%) regulares e 108 (18,69%) inaceitáveis. Considerações: O maior número de captações de tecidos oculares ocorreu no IML, provavelmente porque a maior equipe do BOA atua realizando educação continuada neste Instituto. Os tecidos captados no IML tiveram qualidade melhor do que aqueles captados noutras localidades (p = 0,001), provavelmente por ser o IML um local que recebe maior número de óbitos de indivíduos jovens, potencialmente saudáveis, ao contrário dos doadores oriundos dos hospitais, que ficam por vezes internados, em tratamento. Vale ressaltar, que neste Instituto também atuam os profissionais mais experientes em avaliação de tecidos oculares humanos do BOA, fato que poderia influenciar na melhor qualidade dos tecidos captados.

5194 Relato de experiência: campanha "Candlelight memorial"
Vanessa Vieira Pinheiro Corrêa, Gabriel Pinheiro Souza dos Santos, Gabriel Pinheiro Souza dos Santos, Maria Beatriz Pedrett Costa, Maria Beatriz Pedrett Costa, Rafaela Barros Bessa, Rafaela Barros Bessa, Amanda Silva Medeiros, Amanda Silva Medeiros, Rebecca Lima Sabbá Guimarães Vieira, Rebecca Lima Sabbá Guimarães Vieira, Elias Pedroso de Almeida, Elias Pedroso de Almeida, Beatriz Yumi Osaki Chikui, Beatriz Yumi Osaki Chikui

Relato de experiência: campanha "Candlelight memorial"

Autores: Vanessa Vieira Pinheiro Corrêa, Gabriel Pinheiro Souza dos Santos, Gabriel Pinheiro Souza dos Santos, Maria Beatriz Pedrett Costa, Maria Beatriz Pedrett Costa, Rafaela Barros Bessa, Rafaela Barros Bessa, Amanda Silva Medeiros, Amanda Silva Medeiros, Rebecca Lima Sabbá Guimarães Vieira, Rebecca Lima Sabbá Guimarães Vieira, Elias Pedroso de Almeida, Elias Pedroso de Almeida, Beatriz Yumi Osaki Chikui, Beatriz Yumi Osaki Chikui

ApresentaçãoAtualmente, o vírus do HIV possui abrangência mundial, com cerca de 33 milhões de pessoas infectadas. Levando em conta essa notável estatística, o comitê se propõe a colocar em prática o Candlelight Memorial, com o objetivo de promover uma maior conscientização e orientação da população sobre os aspectos relacionados ao HIV, como prevenção, contágio e como buscar tratamento. Nessa campanha, o estudante é beneficiado no que tange ao maior contato com a população, promovendo sensibilização e solidariedade para com os indivíduos infectados. O intuito foi esclarecer o significado do Candlelight memorial, as formas de prevenção a AIDS e ao HIV, por meio de panfletos e distribuição de preservativos.Desenvolvimento do trabalho:Em Manaus, a IFMSA Brasil-comitê UEA conseguiu pôr a ação em prática na praça São Sebastião, ao lado do Teatro Amazonas. A ação se deu no dia 16 de dezembro e por meio do tradicional acendimento de velas e também da distribuição de panfletos e fitinhas vermelhas, chamou a atenção da grande quantidade de pessoas que ali estavam principalmente em decorrência da programação local de Natal. De fácil aplicação, o comitê esteve integralmente empenhado em sua realização, conseguindo unir-se ainda mais. Também a capacitação, realizada no dia anterior, conseguiu expandir a mente de todos que dela participaram.  Foi montado no local um grande laço vermelho delimitado por velas com o objetivo de chamar atenção e facilitar a comunicação entre os participantes e o público abordado. Distribuíram-se panfletos e broches de laços vermelhos, simbolizando a luta mundial contra a AIDS, para transeuntes no Largo de São Sebastião. Com isso, atingimos pessoas de todas as classes sociais ao tirarmos dúvidas e mostrarmos a estes mais informações sobre HIV e AIDS, e também onde realizar testes rápidos em cada região de Manaus através dos panfletos.Resultados e/ou impactosA campanha obteve resultados positivos na medida em que muitas pessoas que passavam pela praça pararam curiosas ao verem o grande laço vermelho, símbolo de solidarização na luta contra a Aids. Assim, pudemos orientá-las sobre as formas de prevenção da Aids, e ainda esclarecer suas dúvidas. Distribuímos fitas com objetivo de fazê-las aderir à campanha. Atingimos um público de 80 pessoas, que foi o valor aproximado da quantidade de panfletos e de laços vermelhos distribuídos. O perfil etário atingido foi principalmente o público jovem e adulto, de diversas classes sociais.Considerações finais: Com a capacitação, pudemos aprender mais sobre HIV e Aids, e durante a realização da campanha, colocamos em prática os conhecimentos adquiridos e ganhamos experiência ao conversarmos com diferentes pessoas sobre o assunto. Recebemos resultados muito positivos ao percebermos o interesse das pessoas pela ação. Percebemos também a necessidade de se debater mais sobre HIV/AIDS tanto dentro da universidade quanto fora.

3224 ESPASTICIDADE PÓS-AVC: UM OLHAR DA REABILITAÇÃO MULTIPROFISSIONAL
Prisca Dara Lunieres Pêgas Coêlho

ESPASTICIDADE PÓS-AVC: UM OLHAR DA REABILITAÇÃO MULTIPROFISSIONAL

Autores: Prisca Dara Lunieres Pêgas Coêlho

APRESENTAÇÃO: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é resultado da falta de circulação do sangue em uma área do cérebro, que pode ocorrer devido à obstrução ou sangramento cerebral originado a partir de um vaso sanguíneo. Os profissionais de saúde ligados à área de reabilitação desempenham um papel fundamental no estabelecimento de um plano de tratamento de pacientes após um Acidente Vascular Cerebral com base no diagnóstico médico e funcional. O AVC pode afetar diversas regiões do cérebro, comprometendo algumas funções, sendo assim, o paciente pós-AVC pode apresentar: alteração na mobilidade; como consequência da rigidez muscular e da incapacidade para se movimentar, a dor também pode surgir; ao afetar o sistema nervoso central, o AVC pode originar sequelas no sistema intestinal e urinário em que o individuo perde o controle de suas necessidades fisiológicas; dificuldades para falar e/ou escrever, para expressar o que pensa e para utilizar números; o paciente pós-AVC também pode sofrer com depressão; alteração de cognição; a interação com amigos e familiares pode se tornar difícil por conta de toda a mistura de sentimentos e adaptações necessários para recuperar a qualidade de vida do paciente; e pode apresentar também a espasticidade, que consiste na tensão ou rigidez de alguns músculos e na incapacidade de controlá-los, podendo surgir até um ano após o AVC. Portanto, a correta avaliação de cada uma delas é importante para a tomada de medidas de reabilitação. Evidências clínicas mostram que os benefícios são significativos quando os pacientes iniciam o tratamento precoce da espasticidade pós-AVC, pois após seis meses de AVC, mais de 40% dos pacientes terão desenvolvido espasticidade, e quando não tratada apresenta maior probabilidade de se tornar incapacitante ao longo do tempo, causando dor, deformidade e contraturas. Diante desse contexto, o presente estudo teve como objetivo relatar a importância do tratamento multiprofissional na espasticidade do paciente em pós-AVC. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência vivenciado pela Residência Multiprofissional em Saúde do Programa de Atenção Integral na Saúde Funcional em Doenças Neurológicas, do Hospital Universitário Getúlio Vargas, da Universidade Federal do Amazonas, durante cenário de prática no Ambulatório de Espasticidade, do Ambulatório Araújo Lima, da cidade de Manaus, capital do Amazonas, durante o período de maio de 2017 a fevereiro de 2018. A equipe de residência multiprofissional conta com profissionais das áreas de fisioterapia, enfermagem, psicologia, educação física e assistente social. Dos 51 pacientes acompanhados durante o período de prática nesse campo 17 (33.33%) são pacientes em pós-AVC apresentando espasticidade como sequela. No Ambulatório de Espasticidade, primeiramente o paciente passa por uma avaliação médica de um neurologista com o objetivo de avaliar a necessidade de administração da toxina botulínica, além do tratamento medicamentoso. O tratamento com toxina botulínica, realizado com injeções diretamente nos músculos afetados, atuando na junção neuromuscular, leva a um relaxamento muscular sem efeito generalizado e transitório. Assim, para maior benefício, as aplicações devem ser repetidas a cada três meses. Após iniciar o tratamento com a toxina botulínica esse paciente passa a ser acompanhado pela equipe da residência multiprofissional com a finalidade de identificar fatores exacerbadores, tais como constipação, lesão por pressão e síndrome dolorosa pós-AVC, além da correção da postura anormal, orientação para programas e benefícios de direito e distúrbio no aspecto emocional envolvendo paciente/familiar quando necessário. RESULTADOS e/ou IMPACTOS: A reabilitação desse paciente é na maioria das vezes, um grande desafio. Os esforços para minimizar o impacto na qualidade de vida e para aumentar a recuperação funcional após AVC têm sido o foco para as equipes interdisciplinares de reabilitação. O início precoce da reabilitação no paciente em pós-AVC é fator chave para minimizar a incapacidade em longo prazo, ou seja, esperar até que a espasticidade se instale antes de iniciar o tratamento pode prejudicar a reabilitação. Em contrapartida, conforme os estudos clínicos, as terapias de reabilitação aplicadas nos três primeiros meses pós-AVC apresentam maior probabilidade de benefícios. Os pacientes com espasticidade possuem necessidades específicas, esses pacientes têm suas próprias motivações, interesses e habilidades. Portanto o tratamento deve ser especificamente concebido para abordar todos os aspectos das necessidades dos pacientes. A toxina botulínica pode desempenhar um papel importante na melhora dos resultados quando realizada em conjunto com outros tratamentos. Os benefícios do tratamento com toxina botulínica variam de acordo com as indicações clínicas e as características do paciente, mas dentre os principais benefícios do medicamento estão a melhora funcional do membro acometido pela espasticidade, diminuição da dor, maior facilidade no uso de órteses, prevenção de contraturas e deformidades, melhora da higiene, retardo na indicação de procedimentos cirúrgicos ou suspensão dos mesmos. Contudo, um ano após o desenvolvimento da espasticidade, 47% dos pacientes elegíveis ao tratamento não recebem a toxina botulínica e sabe-se, também, que os efeitos da toxina botulínica são amplificados quando associado a uma abordagem multiprofissional, porém, tal conhecimento necessita de uma maior divulgação, pois muitos carecem dessas informações, e com isso o número de pacientes após um acidente vascular cerebral apresentando sequelas, como a espasticidade, aumenta cada dia mais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Não existe tratamento para a cura da espasticidaade e sim tratamentos que podem diminuir as incapacidades geradas. Portanto, percebe-se a importância de diferentes abordagens serem integradas entre si, bem como um programa de reabilitação integral com foco no paciente, visto que o tratamento da espasticidade requer uma abordagem multiprofissional, tanto para a avaliação quanto para o tratamento. Além do tratamento multiprofissional, a aplicação da toxina botulínica ajuda a reduzir esses movimentos involuntários (espasticidade), buscando chegar o mais próximo possível da situação normal da função muscular. Com isso, ao realizar movimentos, antes impossibilitados, auxilia nos cuidados do paciente, como: higienização, locomoção, alimentação, vestir-se, facilitando muito o dia a dia do paciente e cuidador e melhorando sua qualidade de vida. Seguindo esse contexto, pretende-se com esse estudo sensibilizar quanto à importância da prática multiprofissional na assistência a um paciente pós-AVC e trazer uma crítica-reflexiva sobre a implantação de centros de reabilitação com uma equipe multiprofissional especializada e facilidade de acesso à toxina botulínica pelo Sistema Único de Saúde, pois necessita de um melhor planejamento das três esferas de governo para aperfeiçoamento desses programas.

3127 O REFLEXO DO MODELO HEGEMÔNICO DE FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE NA ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL FRENTE AO DESMAME VENTILATÓRIO
Priscila Menon dos Santos, Ana Lúcia Escobar

O REFLEXO DO MODELO HEGEMÔNICO DE FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE NA ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL FRENTE AO DESMAME VENTILATÓRIO

Autores: Priscila Menon dos Santos, Ana Lúcia Escobar

O desmame ventilatório consiste na fase preparatória para remoção do paciente da ventilação mecânica invasiva, ou seja, quando ocorre a mudança do modo ventilatório controlado para o modo espontâneo, visando à interrupção do suporte invasivo. É um evento importante na evolução de pacientes críticos internados em UTI e depende da participação de toda a equipe multiprofissional e assistencial ligada ao paciente para que sejam garantidos índices e os parâmetros que proporcionem maior segurança ao processo. De acordo com a RDC-N7 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, deve ser designada uma equipe multiprofissional legalmente habilitada, que deve ser dimensionada, quantitativa e qualitativamente, de acordo com o perfil assistencial, demanda da unidade e legislação vigente. A equipe mínima, para atuação exclusiva no setor, segue critérios pré-definidos, deve conter um médico diarista, um médico plantonista e um fisioterapeuta a cada dez leitos; um enfermeiro assistencial a cada oito leitos e um técnico de enfermagem a cada dois leitos. Vale ressaltar que, além da equipe mínima, devem ser garantidos, entre vários outros, serviços de assistência e terapia nutricional, assistência farmacêutica, assistência fonoaudióloga, assistência psicológica e assistência social. Dessa forma, fica resguardado, a todo paciente internado em UTI, o direito de receber assistência integral, por meio da atuação conjunta de toda equipe multiprofissional. Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi identificar se os profissionais de uma equipe multiprofissional atuantes em uma UTI do estado de Rondônia praticam a interdisciplinaridade diante do evento desmame ventilatório. Para isso, foi realizado um estudo do tipo descritivo transversal com abordagem quantitativa, do qual participaram profissionais de nível superior, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais, nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos e fonoaudiólogo. A UTI em questão possui 30 leitos, onde a maioria dos pacientes necessita de suporte ventilatório invasivo. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de ética e pesquisa da Fundação Universidade Federal de Rondônia, sob o parecer nº 1.849.697 e obedeceu criteriosamente à Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta a pesquisa com seres humanos. Além disso, todos os voluntários assinaram ao Termo de Compromisso Livre e Esclarecido concordando em participar da pesquisa. A amostra foi composta por 39 profissionais da saúde de nível superior, em um universo de 56 profissionais. Entre os incluídos na pesquisa estão enfermeiros (31%), médicos (28%), fisioterapeutas (15%), assistentes sociais (8%), nutricionistas (5%), farmacêuticos (5%), psicólogos (5%) e fonoaudiólogo (3%) que foram contatados quando se encontravam de plantão no serviço e convidados a responder ao questionário. A média de idade dos profissionais foi de 35 ±8,7 e o tempo médio de atuação em unidade de terapia intensiva foi de 3,95 ±3,5 anos, sendo que destes, em média 2,62 ±1,1 anos são de atuação na UTI estudada. Além da coleta de dados para a caracterização da amostra, foi indagado aos participantes, por meio de um questionário online, se os mesmos acreditam que seu trabalho influencia no tempo que o paciente necessita de ventilação mecânica invasiva; se os mesmos participam do processo de desmame ventilatório dos pacientes da UTI em que atuam e, ainda, se conhecem todas as fases do evento. Entre as respostas, foi verificado que 74% dos profissionais entrevistados demonstraram estar convictos de que o seu trabalho influencia de alguma forma no tempo de permanência do paciente em ventilação mecânica. Porém, 16% responderam que acreditam que seu trabalho influencia apenas parcialmente e 10%, por sua vez, responderam que suas condutas não influenciam na variável. Por mais que não exista total convicção, por parte dos diferentes profissionais que compõem a equipe multiprofissional, de que toda assistência prestada ao paciente que se encontra em um leito de UTI influencia no desmame ventilatório, muitos estudos demonstram a estreita relação existente entre condutas assistenciais, atuação multiprofissional e desfecho clínico. Assim como comentado em uma revisão de literatura onde foram elencados os principais fatores preditivos para o insucesso do desmame ventilatório, destacando entre eles a importância da atuação da equipe multiprofissional. É realçada, ainda, a necessidade de entrosamento da equipe no processo de tomada de decisão para se iniciar o desmame em momento adequado e seguro, principalmente em se tratando de ventilação mecânica prologada. Quando perguntado diretamente a cada profissional se o mesmo participa do desmame ventilatório, ficou muito claro como os principais envolvidos são realmente os fisioterapeutas (100%), médicos (91%) e enfermeiros (50%). Os demais profissionais que afirmaram não ser sua atribuição representaram 21% da amostra, confirmando que na prática existe uma real dificuldade em associar condutas isoladas com o contexto do evento. Porém, mesmo com 91% dos médicos e 50% dos enfermeiros afirmando que participam do desmame ventilatório, apenas 45% e 25%, respectivamente, externaram conhecer as fases do evento, ao passo que 100% dos fisioterapeutas declaram conhecer todas as fases. Considera-se que a integralidade da assistência é um princípio constitucional norteador de políticas de saúde, que inclui a organização do sistema de formação profissional em todos os níveis de ensino. No entanto, há certa dificuldade em compreender o real significado do que vem a ser a integralidade. Dentro dos serviços de saúde só se é possível atingir tal aspecto diante da constituição da equipe multiprofissional que atue de maneira interdisciplinar. Porém, é necessário que cada profissional inserido na equipe conheça exatamente suas limitações e possibilidades de atuação, e mais que isso, entenda a importância de e como mudar as relações de poder entre as diversas categorias profissionais, e destas com os usuários. Sendo assim, pôde-se evidenciar neste estudo o reflexo do modelo pedagógico hegemônico de ensino, centrado em conteúdos fragmentados e focados em especialidades, o qual possui abordagem de formação extremamente tecnicista. Nesse modelo acadêmico, as disciplinas não se interpõem dificultando o processo de atuação integrada preconizada pelo SUS. De qualquer forma, observa-se que a assistência aos pacientes da UTI em questão, é prestada em todos os âmbitos, visto que, de fato, existe uma equipe multiprofissional atuante no serviço. Porém, é evidente que não existe a integração necessária entre os profissionais da equipe para que a integralidade do cuidado seja uma realidade. Isto, por si só, sugere que sejam traçadas estratégias que melhorem a integração da equipe multiprofissional, buscando a interdisciplinaridade.

643 Experimentações clínicas e modos de subjetivação na cidade
Jéssica Gil Schossler, Rafael Wolski de Oliveira

Experimentações clínicas e modos de subjetivação na cidade

Autores: Jéssica Gil Schossler, Rafael Wolski de Oliveira

Este trabalho propõe reflexões sobre possíveis agenciamentos entre a Clínica e o Espaço Urbano, considerando também suas interlocuções com a construção de Políticas Públicas destinadas a ofertar um cuidado integral às pessoas que fazem uso de substâncias psicoativas na cidade de São Leopoldo/RS. Cartografando algumas experiências vividas durante o Estágio Profissional em Psicologia, tendo como horizonte a produção de uma clínica redutora de danos. A pesquisa foi realizada no CAPS Álcool e outras Drogas (CAPS Ad), na cidade de São Leopoldo e em outros territórios onde os encontros narrados aconteciam. Além disso, traz reflexões da relação que se estabelece no território urbano enquanto produtor de subjetividade. São narradas, ao longo desta cartografia, cenas que ilustram a experiência, relatadas em diários de campo e memórias que foram suscitadas a partir do encontro da pesquisadora com os usuários do serviço, com a política de redução de danos, com a cidade e com o processo de construção da escrita. Essa processualidade anuncia a importância de fomentar uma prática clínica capaz de transdisciplinarizar-se, no que diz respeito ao cuidado de pessoas que fazem o consumo de álcool e outras drogas. Deste modo, entende-se que as múltiplas experimentações realizadas no território urbano possibilitaram a criação de modos de cuidado e de atenção a estes sujeitos que não se restringem e não caberiam dentro dos limites do CAPS Ad. Percebeu-se que, ao promover o cuidado em território, potencializa-se o contato com experiências singulares, tanto em relação ao consumo de substâncias quanto na relação estabelecida com o serviço, com os pares e com a cidade.