148: A interprofissionallidade em saúde: o agir colaborativo no trabalho
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: ICB Sala 12 - Pavulagem    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
3293 AVALIAÇÃO DE PAIS/CUIDADORES DE PESSOAS NO ESPECTRO DO AUTISMO ACERCA DA VIVENCIA SOBRE TRANSTORNO
Thaynnara Nascimento dos Santos, Francidalma Soares Sousa Carvalho Filha, Iel Marciano de Moraes Filho, Osmar Pereira dos Santos, Ricardo Cezar Ramalho, Rodrigo Marques da Silva, Aneci Neves da Silva Delfino, Aline Aparecida Arantes

AVALIAÇÃO DE PAIS/CUIDADORES DE PESSOAS NO ESPECTRO DO AUTISMO ACERCA DA VIVENCIA SOBRE TRANSTORNO

Autores: Thaynnara Nascimento dos Santos, Francidalma Soares Sousa Carvalho Filha, Iel Marciano de Moraes Filho, Osmar Pereira dos Santos, Ricardo Cezar Ramalho, Rodrigo Marques da Silva, Aneci Neves da Silva Delfino, Aline Aparecida Arantes

Apresentação: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) caracteriza-se por déficits clinicamente significativos e persistentes na comunicação social e nas interações sociais, independente de sua etiologia. As políticas públicas de proteção social vieram como tentativas de diminuir as desigualdades e injustiças relacionadas ao sistema capitalista e também em reinvindicações por melhores condições de trabalho, garantindo assim a equidade, a integralidade e a qualidade do cuidado em saúde. Devemos sempre ressaltar que a Atenção Primária de Saúde (APS) deve sempre atender as necessidades de toda a população, sem fazer nenhum tipo de distinção e isto envolve famílias de crianças que convivem com Transtorno do Espectro Autista (TEA) oferecendo imediato apoio quanto aos cuidados básicos de saúde, ao diagnóstico, a prevenção de agravos e as ofertas de reabilitação e cuidados contínuos. Compreende-se que o TEA e um distúrbio de desenvolvimento neurobiológico que apresenta sinais normalmente nos primeiros dois anos de vida, com comprometimento verbal e não verbal, interação social e padrões de comportamento característicos; desta forma a atenção básica e o profissional de enfermagem tem como objetivo integrar tanto a família quanto o profissional na realidade deste cliente. Objetivo: analisar o entendimento de pais/cuidadores de pessoas que estão no Espectro Autístico acerca do transtorno. Desenvolvimento: Tratou-se de uma pesquisa avaliativa, descritiva e exploratória com abordagem qualitativa. O cenário de investigação foi a cidade de Caxias, utilizando como campo de pesquisa a Associação de Amigos do Autista; a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais e o Centro de Atenção Psicossocial infantil. O instrumento de coleta de dados foi uma entrevista aplicada a 31 cuidadores/pais de crianças que estão no Espectro Autista. Resultados: Poucos cuidadores possuem um conceito formado sobre o TEA; no que se refere aos comportamentos da criança que mais incomodam, citaram birras, nervosismo, autoagressão e hiperatividade e que a maioria dos entrevistados percebe como satisfatória a qualidade de vida das crianças. É perceptível a falha existente em relação a implantação das ações e serviços de saúde necessários ao acompanhamento de crianças no TEA, sobretudo quando voltadas pra a Educação em Saúde. Considerações finais: O TEA é uma temática complexa, por isso, por vezes a pessoa que o apresenta tenha diversos problemas os pais/cuidadores acreditam que os mesmos podem ter boa qualidade de vida e desenvolver comportamentos comuns a todas as crianças, o que exige do sistema de saúde, social e educacional um cuidado individualizado, sugere-se que os gestores, profissionais e serviços de saúde consigam agir em conjunto, estimulando o desenvolvimento das pessoas que vivem no TEA e observando as reais necessidades e apontando oportunidades de inclusão que favoreçam a socialização e a qualidade de vida de tais pessoas.

468 Os desafios da interdisciplinaridade da odontologia no contexto da atenção primária à saúde
Alessandra dos Santos Tavares Vieira, Nayane Adrielle de Arruda Gomes, Samara de Brito Silva, Michelle Castro da Silva Holanda, Liliane Silva do Nascimento, Verena Manuela Cardoso, Ana Daniela Silva da Silveira

Os desafios da interdisciplinaridade da odontologia no contexto da atenção primária à saúde

Autores: Alessandra dos Santos Tavares Vieira, Nayane Adrielle de Arruda Gomes, Samara de Brito Silva, Michelle Castro da Silva Holanda, Liliane Silva do Nascimento, Verena Manuela Cardoso, Ana Daniela Silva da Silveira

Apresentação: Os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) assegura atenção integral, garantindo acesso as ações e serviços de saúde, envolvendo a saúde bucal com a prevenção, promoção e recuperação da saúde. A relação entre a odontologia e a atenção primária tem se mostrado recente ao que seria considerado ideal de assistência a saúde, haja vista que a assistência era extremamente curativista e hospitalocêntrica, perfil esse ainda carregado pelos profissionais da odontologia que tiveram uma formação quase q exclusivamente clínica e individualista, dificultando a interdisciplinaridade no cuidado, atuação na perspectiva da vigilância, fortalecimento do vínculo, entre outros. Diante disso este trabalho busca relatar os desafios enfrentados na interdisciplinaridade da odontologia em uma unidade de saúde do município de Benevides no Pará. Desenvolvimento do trabalho: As atribuições do cirurgião-dentista incluem: atendimento clínico a população, a partir de uma demanda programada dos que fazem parte da área de abrangência da unidade e também os usuários dos programas da mesma (hipertensos, diabéticos, gestantes, dentre outros que fazem acompanhamento); atendimento clínica a demanda espontânea (urgências); visitas domiciliares; atividades coletivas de promoção de saúde nas escolas (PSE) e na própria unidade como: escovação supervisionada, aplicação de flúor, orientações e rodas de conversas, visando o fortalecimento de vínculo e valorização do autocuidado. A parceria com os outros profissionais da unidade, médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, técnico administrativo e sobretudo com os agentes comunitários (ACS) é de suma importância. Entretanto, percebe-se que o próprio profissional desconhece seu processo de trabalho, que passa a priorizar somente o atendimento clínico, desconsiderando o contexto das demandas surgidas, onde o caráter mutilador ainda estigmatiza a profissão. Vale ressaltar também que a literatura demonstra o incomodo por parte desse profissional quando se tenta aproximar os demais profissionais para atendimento integral da população. Para tanto a equipe dessa unidade tentou alterar todo esse histórico propondo ações coletivas e em equipe, sendo um grupo organizado e comprometido com a saúde da população. Resultados: Encaminhamentos desnecessários para resolução de problemas que poderiam ser resolvidos na unidade básica, resultando na superlotação dos outros níveis de assistência à saúde, quando não há trabalho em equipe. Entretanto, desconstruir anos de formação que não dialoga com outros profissionais é um processo longo. Mas percebeu-se que a atitude da equipe dessa unidade teve resultados positivos, onde uma ação familiar de cuidado odontológico pensada em conjunto atraiu vários usuários, que demonstraram interesse e participativos. Considerações finais: A problemática da atuação do cirurgião-dentista na atenção primária quanto a interdisciplinaridade é um desafio com reflexos na assistência e perpassa as práticas de vigilância, a construção de um olhar crítico, implantação de projetos voltados para educação e promoção de saúde pensando não somente no indivíduo, mas também na coletividade, e sobretudo pensar na assistência em equipe, na importância do papel de cada profissional de saúde.

642 A produção do cuidado no cotidiano das equipes de saúde da família
Regina Agonigi, Simone de Carvalho, Mary Ann Freire

A produção do cuidado no cotidiano das equipes de saúde da família

Autores: Regina Agonigi, Simone de Carvalho, Mary Ann Freire

A atuação dos profissionais de saúde na Atenção Básica proporciona uma reflexão sobre qual o impacto que a padronização de metas de produção e protocolos de atendimento influenciam na forma como se produz cuidado. Essa reflexão traz alguns questionamentos sobre como as equipes de saúde da família, se organizam para produzir cuidado e se o seu trabalho têm impacto no território de atuação. O objetivo do estudo foi identificar os fatores que interferem na produção do cuidado no cotidiano de trabalho das equipes de saúde da família, no território da Rocinha, Rio de Janeiro. O grupo focal foi à técnica utilizada para produção dos dados. Para a análise dos dados coletados, utilizou-se a proposta de Attride-Stirling, conhecida como rede de temas, onde os dados são organizados de acordo com os temas que surgem nos grupos focais, e obedecem seis passos. Primeiro ocorre à codificação do material, para revelar os trechos dos textos mais significativos, após identificam-se os temas os quais são transcritos em um novo documento. No terceiro momento ocorre a construção de redes temáticas e identificam-se macro categorias e todos os temas que tiverem similiaridade são agrupados, depois ocorre à descrição e exploração das redes temáticas, buscando uma profunda compreensão das informações, no quinto passo organiza-se um sumário dos temas e por último realiza-se a interpretação dos dados. Foram realizados ao todo seis grupos focais, dois grupos em cada unidade de Atenção Básica na Rocinha com os profissionais das equipes de saúde da família. Os resultados foram analisados utilizando a rede de temas que foi identificada como “O Cotidiano das Equipes na produção do cuidado” e os temas que surgiram foram: Escalas de atendimento das equipes; Problemas estruturais das unidades de saúde da família; Padronização dos protocolos; Cobranças da gestão micro e macro; Desafios para a produção do cuidado. Devido a complexidade do território com um grande contingente populacional e as questões relacionadas ao processo de trabalho nas unidades a produção do cuidado pelas equipes de saúde da família na Rocinha é um grande desafio. Existe uma precarização do trabalho desses profissionais de saúde, evidenciado pelo distanciamento entre a gestão e a prática, levando ao desestímulo das equipes. Os protocolos e metas deveriam ter uma adequabilidade e ser exequíveis de acordo com as características de cada território, para que pudessem auxiliar as equipes na produção do cuidado integral e equânime.

743 INTERPROFISSIONALIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE: semelhanças e diferenças conceituais
ANA ECILDA LIMA ELLERY, IVANA CRISTINA DE HOLANDA CUNHA BARRETO

INTERPROFISSIONALIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE: semelhanças e diferenças conceituais

Autores: ANA ECILDA LIMA ELLERY, IVANA CRISTINA DE HOLANDA CUNHA BARRETO

Apresentaçäo. Considerando que os cuidados em saúde exigem a intervenção sobre fatores causais múltiplos, requerendo, portanto, a participação de profissionais com diferentes formações e compreensão dos complexos fenômenos que se apresentam, necessário se faz revisitar conceitos e compreensões sobre as possibilidades de relação entre disciplinas e profissões, no cotidiano dos serviços em saúde. Neste sentido, o presente artigo objetiva compreender as categorias interdisciplinaridade e interprofissionalidade, enfatizando as semelhanças e diferenças conceituais. Método. Estudo qualitativo, resultante de tese de doutorado, no diálogo com formulações teóricas e empíricas, de pesquisa realizada com 23 profissionais da Estratégia Saúde da Família, numa métropole brasileira. Resultados. Muito embora existam similaridades entre a interprofissionalidade e a interdisciplinaridade, consideramos haver diferenças importantes entre estas duas categorias. A estrutura conceitual da interdisciplinaridade é marcada por processos cognitivos, com partilha de conhecimentos, mediados pelos afetos, ocorrendo no campo da organização dos saberes. A interprofissionalidade, contudo, além de envolver processos cognitivos e afetivos, se realiza no campo das práticas, ou seja, no domínio pragmático. Consideramos ser a dimensão afetiva a mola impulsionadora do cognitivo (integração de saberes) e do pragmático (colaboração interprofissional). O profissional, para socializar seus conhecimentos, propiciando a integração de saberes e a colaboração interprofissional, confronta-se com afetos diversos, como o medo de perder espaços de poder e prestigio. Neste sentido, consideramos ser a interdisciplinaridade e a interprofissionalidade processos mediados pelos afetos. As práticas profissionais são desenvolvidas por trabalhadores com formações dentro de um mesmo campo disciplinar, a exemplo dos enfermeiros e técnicos de enfermagem, regulados por um mesmo conselho profissional; ou de campos disciplinares diferentes, como Psicologia, Medicina, Fisioterapia. Há também trabalhadores da saúde não regidos por nenhum conselho de categoria, como os agentes comunitários de saúde. Assim, no campo da prática, parece-nos mais apropriado falarmos de interprofissionalidade, uma vez que se trata de interrelações e interfaces entre profissões. A Interprofissionalidade é um termo usado para definir a atuação conjunta de diversos profissionais dentro de suas áreas de competência, integrando saberes (dominio cognitivo) e compartilhando práticas ou colaborando em atividades complementares (dominio pragmático), processos estes mediados por afetos. Assumindo este conceito de interprofissionalidade, podemos perceber que ela entra em confronto com a lógica profissional, onde há limites bem estabelecidos para a atuação de cada categoria, regulamentada por leis e fiscalizada pelos conselhos de classe. Consideramos haver assimetrias na permeabilidade entre a interdisciplinaridade e a interprofissionalidade. A interdisciplinaridade ocorre no campo da organização dos saberes, sendo estes mais facilmente compartilhados, se compararmos com as possibilidades de partilha de práticas e do fazer profissional. Por exemplo, qualquer profissional pode estudar e se apropriar de conhecimentos da farmacologia, mas somente o médico pode prescrever amplamente (o odontólogo e o enfermeiro podem prescrever mediante protocolos). O mesmo raciocínio se aplica ao conhecimento teórico sobre a elaboração de dietas (privativa de nutrólogos e nutricionistas); ao estudo das técnicas psicoterapêuticas (privativas de psicólogos e psiquiatras), dentre outras. Se por um lado o domínio teórico destas técnicas é amplamente permitido, sobretudo com o advento da internet, a sua utilização no campo profissional, contudo, é regulamentada pelos conselhos profissionais, sendo restritiva. A interprofissionalidade ocorre no campo das práticas, onde as fronteiras da atuação profissional são mais rígidas, dificultando a socialização e compartilhamento das práticas. A interdisciplinaridade tem lugar na organização dos saberes, enquanto a interprofissionalidade vai para além desta dimensão cognitiva, efetivando-se no domino da organização do trabalho. Em sintese, um projeto interdisciplinar envolve as dimensões cognitiva e afetiva, possibilitando uma nova organização de saberes, a partir da utilização de referenciais teóricos de diferentes disciplinas. Este é um processo mediado pelos afetos, uma vez que necessita da disponibilidade, do desejo, da abertura da pessoa para outras formas de ver e interpretar os fenômenos. Todo projeto interprofissional pode ser considerado também um projeto interdisciplinar, pois a prática está alicerçada em referenciais teóricos, que a orienta; por outro lado, nem todo projeto interdisciplinar evolui para um projeto interprofissional. O projeto interprofissional é um projeto interdisciplinar que avançou para a dimensão pragmática, desenvolvendo práticas interprofissionais. A interprofissionalidade é, portanto, um processo de trabalho, mediado pelos afetos, onde profissionais com formações acadêmicas distintas trabalham juntos, sendo afetados uns pelos outros, resultando numa ampliação dos métodos de ver e interpretar os fenômenos, a partir da integração de saberes; e numa modificação das práticas, quer seja através da colaboração interprofissional, no núcleo específico de atuação de cada profissão; ou/e na construção de um campo comum de intervenção, onde as práticas são compartilhadas entre os profissionais indistintamente. Discussão. A diferenciação trabalhada no presente artigo entre interprofissionalidade e interdisciplinaridade não aparece de forma clara na literatura especializada, sendo conceitos utilizados como correlatos, na maioria dos estudos. Encontramos, entretanto, autores, que, tal como é adotado neste estudo, fazem diferenças entre os termos “disciplinar” e “profissional”. O termo “disciplinar” refere-se às relações no campo epistemológico, cognitivo; e o profissional, às relações entre profissões, referindo-se, portanto, ao campo pragmático. Nas análises entre as relações entre disciplinas e profissões, estes termos são utilizados em conjunto com prefixos “multi”, “inter” e “trans”. Considerar o aspecto da afetividade como presente na efetivação de projetos interdisciplinares e interprofissionais está presente quando alguns estudos referem aspectos subjetivos como dimensão do trabalho interprofissional. Emoções, sentimentos, afetos são os sensores para o encontro, servindo de guias internos e estäo correlacionados com as demais funções psiquícas, como a cognitiva (DAMASIO, 1996). A construção de projetos interprofissionais encontra barreiras diversas, que precisam ser pactuadas. A interface do trabalho profissional é um tema complexo, por serem as áreas de competências de cada trabalhador cada vez mais interrelacionadas. Há diversas áreas de competências que são comuns a várias profissões, algumas que são complementares, outras estão imbricadas. O que vai possibilitar estabelecer a interprofissionalidade é o debate democrático da equipe, que deve estabelecer protocolos de trabalho conjunto. Este processo é gradativo, carece de pactuação, não sendo resolvido somente na disputa legal, definindo verticalmente essa interface. Considerações finais. Encontramos evidências de que a interprofissionalidade parece ter maiores desafios a serem vencidos do que a interdisciplinaridade. Isto porque os saberes são mais facilmente integrados, se comparado com as possibilidades de compartilhamento de práticas, regulamentadas por conselhos profissionais. Enquanto a interdisciplinaridade se processa nos dominios cognitivo e afetivo, a interprofissionalidade vai também para o campo pragmático, onde as disputas de poder e status profissional são ainda mais evidentes, complexas. A interprofissionalidade é um processo em construção, havendo questões complexas a serem trabalhadas para sua implementação. No Brasil, a disputa por espaço e hegemonia entre as profissões da área da saúde, sobretudo pela relaçäo assimétrica entre a categoria médica e os demais profissionais deste campo de saberes e práticas, cria uma ambiência que coloca em risco a colaboração entre as profissões. A crescente diversidade de trabalhadores nos serviços de saúde coloca frente a frente profissionais das mais distintas formações, com interfaces cada vez maiores nos saberes e práticas. Portanto, parece-nos imperativo que a organização dos saberes e das práticas se processem, essencialmente, em função dos interesses e das necessidades dos usuários e não dos interesses corporativos. Caso contrário, os serviços de saúde poderão se transformar em “campos de batalha” por espaço, prestígio e poder. Nesta concepção, a multiprofissionalidade só é factível e efetiva sob a ótica da interprofissionalidade.  

1042 PERCEPÇÃO DA EQUIPE PROFISSIONAL SOBRE A NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE GRUPOS COM OS USUÁRIOS DE CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO EXTREMO OESTE CATARINENSE
Amanda Saraiva Angonese

PERCEPÇÃO DA EQUIPE PROFISSIONAL SOBRE A NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE GRUPOS COM OS USUÁRIOS DE CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO EXTREMO OESTE CATARINENSE

Autores: Amanda Saraiva Angonese

Apresentação: A utilização do grupo terapêutico como estratégia de assistência mostra-se importante alternativa para o trabalho em serviços da Saúde Pública brasileira. De acordo com o Ministério da Saúde, o trabalho com grupos associados ao campo da saúde mental deve superar o aspecto da normalização do cuidado com pacientes com sofrimento emocional significativo, evitando-se a formação de grupos por tipologia de sofrimento psíquico, enfatizando o grupo como um lugar de encontro entre sujeitos, buscando o aspecto comum a partir da diversidade. Objetivou-se, portanto, identificar a percepção da  equipe de profissionais que conduzem grupos com usuários de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), de dois municípios pertencentes à Região de Saúde do Extremo Oeste de Santa Catarina Desenvolvimento do Trabalho: Esta pesquisa está sendo desenvolvida como parte de uma Dissertação para o curso de Mestrado em Biociências e Saúde, da Universidade do Oeste de Santa Catarina, Campus de Joaçaba, vinculado ao Grupo e Linha de Pesquisa Promoção e Gestão em Saúde, e diz respeito a uma pesquisa qualitativa, sendo que os participantes da pesquisa foram seis profissionais (duas psicólogas, duas enfermeiras, uma assistente social e uma arteterapeuta) que trabalham em dois diferentes CAPS de tipo I, conduzindo atividades em grupos com os usuários do serviço. Os profissionais foram submetidos a uma entrevista semiestruturada, sendo que o projeto de pesquisa se encontra aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade. Resultados: Como resultados preliminares, de acordo com a percepção dos profissionais dos CAPS, identifica-se como principal necessidade para a realização de grupos a possibilidade de atendimento de um grande número de pessoas que estão em sofrimento, em um pequeno espaço de tempo. Ainda, a possibilidade do envolvimento que é proporcionado a este usuário, seja com os demais usuários do serviço, com os profissionais que o acompanham, perpassando pela apropriação de seus processos terapêuticos (desenvolvimento de autonomia), até mesmo potencializando sua inserção na comunidade. Os profissionais ainda pontuam como aspecto positivo para a realização dos grupos, o sentimento de pertencimento que é compartilhado com a equipe, pelos usuários que estão frequentando o serviço e participando das atividades, sendo observada melhoras na maioria destes usuários. Considerações Finais: Conclui-se, com este recorte de pesquisa, como os grupos proporcionam ao usuário o retorno à convivência familiar saudável, o incremento de maior independência e o fortalecimento da reinserção na sociedade. Percebe-se ainda que a realização de grupos nos Centros de Atenção Psicossocial mostra-se essencial à medida que os usuários possuem a oportunidade de se redescobrir enquanto sujeitos e cidadãos, tornando o grupo uma ferramenta promotora e preventora de saúde mental.

1169 VISITA DOMICILIAR COMO INSTRUMENTO DO CUIDADO INTEGRAL: EXPERIÊNCIA DOS RESIDENTES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA.
Pettra Matos, Andrea Marassi, Amanda Medeiros, Alessandra Tavares, Dimitra Branco, Isabella dos Santos, Kelly Calderaro, Liliane Nascimento

VISITA DOMICILIAR COMO INSTRUMENTO DO CUIDADO INTEGRAL: EXPERIÊNCIA DOS RESIDENTES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA.

Autores: Pettra Matos, Andrea Marassi, Amanda Medeiros, Alessandra Tavares, Dimitra Branco, Isabella dos Santos, Kelly Calderaro, Liliane Nascimento

Introdução: A portaria nº 963, de 27 de maio de 2013, aborda a Atenção Domiciliar como uma modalidade de atenção, substitutiva ou complementar às já existentes, e caracteriza-se em um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação ofertadas no domicílio, com garantia de continuidade de cuidados e integrada às Redes de Atenção à Saúde. A assistência domiciliar se baseia na integralidade do cuidado e destina-se a responder às necessidades de saúde de população delimitada, especialmente com perdas funcionais e dependência das atividades de vida diária; sendo desenvolvida por trabalho em equipe. Nesse contexto, a visita domiciliar é uma das modalidades da atenção domiciliar à saúde, abrangendo a atenção e o cuidado aos domiciliares. Objetivos: Relatar a experiência de cirurgiãs-dentistas residentes da Estratégia Saúde da Família durante visita domiciliar a uma família adstricta à U.B.S. Camutana do município de Benevides-PA. Descrição da Experiência: Realizou-se visita domiciliar multiprofissional com equipe de residentes em Saúde da Família (enfermeiros, cirurgiãs-dentistas, terapeutas ocupacionais e fisioterapeuta), à uma família da U.B.S Camutana, no período de outubro de 2017; onde se observou o contexto da família, reconhecendo as suas fragilidades e necessidades; as potencialidades do processo de cuidado e o estreitamento do vínculo com a U.B.S. Assim, com o apoio da U.B.S. e do NASF, se elaborou um plano de cuidado, onde foi estabelecido a atenção necessária para acolhimento, vínculo, autonomia, possíveis resoluções de questões de saúde observadas e eliminação de situações de risco; garantindo a integralidade do cuidado à família. Resultados: A visita domiciliar multiprofissional proporcionou contato da equipe com a família em seu ambiente; possibilitando a percepção de sua qualidade de vida, facilitando a identificação de riscos, simplificando o processo instrutivo e educativo da realidade e destacando a importância da co-responsabilização do cuidado. Considerações Finais: A visita domiciliar demonstrou-se um instrumento essencial à assistência integral à saúde, aproximando a família dos profissionais e garantindo acesso aos serviços de saúde, colaborando em seu bem-estar; e ainda se valendo de reflexão do fazer saúde, ressaltando a importância da sistematização do cuidado em equipe multiprofissional.

1691 OS IMPACTOS DA ASSISTENCIA DOMICILIAR NO AMBIENTE FAMILIAR: um relato de experiência multiprofissional no cuidado oncológico
Jamil Michel Miranda do Vale, Roseana Gomes Leal dos Santos, Jolene da Cunha Pacheco Cruz, Ana Lídia Brito Sardinha

OS IMPACTOS DA ASSISTENCIA DOMICILIAR NO AMBIENTE FAMILIAR: um relato de experiência multiprofissional no cuidado oncológico

Autores: Jamil Michel Miranda do Vale, Roseana Gomes Leal dos Santos, Jolene da Cunha Pacheco Cruz, Ana Lídia Brito Sardinha

Apresentação: O câncer é definido como um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo discriminar-se para outras regiões do corpo. Segundo último estudo realizado pelo INCA a estimativa para o Brasil, biênio 2016-2017, aponta a ocorrência de cerca de 600 mil casos novos de câncer. Em vista disso, muito mais pessoas entram em cuidados paliativos. Nesse sentido, o cuidado paliativo é uma abordagem que melhora a qualidade de vida de seus pacientes (adultos e crianças) e famílias que enfrentam problemas associados às doenças que ameaçam a vida. Previne e alivia sofrimento através da identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas físicos, psicossociais ou espirituais (OMS, 2017). Dentro deste contexto, a Portaria MS/GM Nº 825, define a Atenção Domiciliar (AD) como uma modalidade de atenção à saúde integrada as Redes de Atenção à Saúde (RAS), caracterizada por um conjunto de ações de prevenção e tratamento de doenças, reabilitação, paliação e promoção à saúde, prestadas em domicílio, garantindo continuidade de cuidados. O Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) é o serviço complementar aos cuidados realizados na atenção básica e em serviços de urgência, substitutivo ou complementar à internação hospitalar, responsável pelo gerenciamento e operacionalização das Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD) e Equipes Multiprofissionais de Apoio (EMAP). Assim, dentro dos cuidados paliativos a atenção domiciliar permanece como um campo fértil para a criação de novas práticas de produção de cuidado, que tenham como foco a autonomia e integralidade dos sujeitos para mudanças nos processos de trabalho e gestão, de forma a valorizar práticas interdisciplinares, cooperativas e criativas. Desta maneira pretendemos descrever os impactos ocasionados pelos atendimentos da equipe multiprofissional através da assistência domiciliar ao paciente e família. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, do tipo relato de experiência, realizado no primeiro semestre de 2017, no Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) em um hospital de referência em oncologia da região Norte, localizado no estado do Pará. Este serviço faz atendimentos a pacientes com câncer em estágio avançado regulamente matriculados no serviço de Cuidados Paliativos como modalidade de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo composto por Enfermeiro (a), Assistente Social, Psicólogo (a), Terapeuta Ocupacional, Fisioterapeuta, Médico (a), Agente Administrativo e Motorista. Atualmente atende a um número de 39 pacientes, de um total de 173 pacientes matriculados no período na modalidade de atendimento domiciliar. A assistência é realizada por meio de visitas que ocorrem diariamente aos pacientes atendidos pelo serviço, no turno da manhã, no horário das 8 horas às 13 horas (de segunda a sexta-feira – exceto final de semana e feriados). A programação das visitas aos pacientes, no domicílio, ocorre mediante o planejamento das atividades semanais. Porém, pode apresentar-se de forma flexível em decorrência de dificuldades vivenciadas pela família e/ou cuidador. É disponibilizado kit de materiais necessários ao plano de cuidados que envolvem desde medicamentos a materiais de curativo. Para a realização das visitas se leva em consideração as necessidades do paciente assim como de seus familiares/cuidador; Implicações psicossociais do contexto familiar; além de objetivar orientações com relação aos problemas detectados; promovendo o ensino do autocuidado ao paciente e/ou familiar/cuidador(a). Resultados e/ou impactos: A assistência domiciliar viabilizou conhecer o contexto familiar dos usuários do SAD. A equipe ao visitar um adoecido se insere em seu cotidiano, e deve se ajustar de alguma forma as condições e contexto que se apresentam as relações intrafamiliares para melhor delineamento das necessidades do cuidado. No entanto, ao adentrar no ambiente familiar deve-se priorizar e observar seus hábitos, considerando os efeitos, que devem ser trabalhados no atendimento de forma interdisciplinar, para o fortalecimento dos vínculos e partilhamento no cuidado. Assim, a equipe diante da visão transdisciplinar tenciona que as ações produzam efeitos positivos na qualidade de vida do grupo familiar fazendo-os transpor suas dificuldades no cuidar de seu ente. Por conseguinte, a presença dos profissionais no domicilio resulta em uma maior facilidade no planejamento da assistência; há o estreitamento da relação com a equipe, em razão à ação ser menos formal, com a utilização de uma linguagem clara durante a abordagem com o adoecido e/ou família, o que viabiliza maior liberdade para expressarem seus problemas; o que permite observar as formas de enfrentamento das necessidades e dificuldades ocasionadas pelos desvios de saúde para então racionaliza-los de forma conjunta. A visita domiciliar proporciona satisfação à equipe, uma vez que se observa alegria dos usuários em recebê-los em seu domicilio, com o vínculo à adesão as orientações e aprendizagem tornam-se mais fácil, evidenciando a importância das ações transdisciplinares, em vista aos princípios da humanização. Contudo, é necessária delicadeza com certas questões durante o diálogo com estas famílias, uma vez que a presença da equipe no ambiente familiar repercute diretamente em suas relações podendo transformar orientações em regras controladoras de suas atividades, em virtude deste profissional está levando para o loco familiar um conhecimento crítico/científico apresentado como hegemônico sob o senso comum. É importante ressaltar também que a VD ocasiona a interrupção das tarefas domesticas, processos de trabalho ou programações familiares. Por isso, ao adentrar no domicilio, as ações deliberadas são de sociabilidade e aprendizagem no cuidado, buscando equilíbrio. Considerações Finais: Dessa forma, a assistência domiciliar vem proporcionando melhora na qualidade de vida dos pacientes e/ou cuidadores, controlando os sintomas no cuidado paliativo oncológico, principalmente no que concerne ao alivio de sofrimento, tratamento de dor ou outros problemas físicos, psicológicos, sociais e espirituais, estendendo à fase de luto. Porém, estes objetivos têm sido alcançados em virtude da atuação de uma equipe multidisciplinar, diante da assistência prestada as necessidades reais do usuário/família. Neste cenário, a assistência domiciliar vem se solidificando como uma modalidade que possibilita a produção do cuidado mais próximo do individualizado e menos tecnicista do que no hospital, podendo ser percebido como potencializador de práticas terapêuticas. A aproximação com esses atores torna as ações mais resolutivas, eficazes, que reforçam o princípio da integralidade do SUS, bem como, fortalecendo a visibilidade da importância da equipe multiprofissional.

2243 A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: REVISÃO DA LITERATURA
Clísten Alves Corrêa, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Herika Paiva Pontes, Karla Maria Carneiro Rolim, Maria Solange Nogueira dos Santos, Mirna Albuquerque Frota, Mírian Calíope Dantas Pinheiro, Maxwell Arouca da Silva

A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: REVISÃO DA LITERATURA

Autores: Clísten Alves Corrêa, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Herika Paiva Pontes, Karla Maria Carneiro Rolim, Maria Solange Nogueira dos Santos, Mirna Albuquerque Frota, Mírian Calíope Dantas Pinheiro, Maxwell Arouca da Silva

Apresentação: O trabalho multiprofissional consiste no estudo de um objeto por diferentes disciplinas, sem que haja convergência entre os conceitos e métodos. Este modelo multiprofissional é resultante de uma soma de “olhares” e métodos provenientes de diferentes disciplinas ou práticas, quer normativas ou discursivas, colocadas pelos profissionais. O saber na área da saúde, assim como em outras áreas do conhecimento, caracteriza-se pela fragmentação disciplinar. Cada vez mais lidamos com especialidades e sub-especialidades. As dificuldades encontradas para que se tenha um trabalho multiprofissional e interdisciplinar são muitos, principalmente se considerarmos a necessidade de romper com uma prática ainda fragmentada, fruto de formação disciplinar e de valorização das especializações, bem como da própria forma como o trabalho na área da saúde tem se estruturado. A iminência do trabalho em equipe em saúde está na vanguarda das estratégias para mudanças dos modelos de assistência à saúde frente a um contexto sociocultural e econômico extremamente complexo e, cada vez mais, dinâmico. Percebe-se a tendência da literatura em reconhecer a interdependência e complementaridade das ações de vários profissionais para melhorar a qualidade da assistência, e que o grau de integração entre estes pode estar relacionado a quanto a equipe cuida. A Estratégia Saúde da Família (ESF), neste contexto, configurou-se como uma iniciativa inovadora no campo sanitário internacional. Diferente de outros países que também basearam seus sistemas na atenção primária à Saúde, a ESF pressupõe o trabalho multiprofissional e em equipe. O trabalho em equipes multiprofissionais na ESF tornou-se um dos principais instrumentos de intervenção, pois as ações e práticas se estruturam a partir da equipe, ao mesmo tempo em que ocorre, neste tipo de trabalho em saúde, a ampliação do objeto de intervenção para além do âmbito individual e clínico. Tal peculiaridade requer mudanças na forma de atuação e na organização do trabalho, bem como demanda alta complexidade de saberes. A articulação dos olhares dos diferentes trabalhadores da equipe da ESF, que possui a singularidade da presença dos agentes comunitários em saúde, possibilita o desenvolvimento de ações que ultrapassam a racionalidade da assistência curativa, centrada na resolução imediata de problemas de saúde individuais ação que não deve ser ignorada, mas que tem se mostrado insuficiente para modificar os níveis de saúde da população. Neste sentido, o trabalho em equipe multiprofissional em saúde é abordado por uma perspectiva comunicativa que entende o diálogo como uma realidade intrínseca a este tipo de trabalho coletivo. Diante desse contexto, o objetivo do presente estudo foi analisar a produção científica acerca da equipe multiprofissional na ESF. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada nas bases de dados LILACS e SciELO com a utilização dos descritores: equipe multiprofissional, estratégia saúde da família e atenção primária. Os critérios de inclusão foram: artigos científicos com o texto disponibilizado na íntegra, publicados no período de 2007 a 2017, com o idioma em inglês, português e espanhol. A coleta dos dados ocorreu no mês de outubro e novembro de 2017. Após a leitura dos artigos selecionados as informações extraídas foram categorizadas e analisadas de forma descritiva. Resultados: Inicialmente foram identificados 48 artigos, 37 na LILACS e 11 na SciELO, foram excluídos estudos em duplicidade e que não atendiam ao tema proposto, restando 12 artigos que compuseram a amostra final. As especificidades dos diferentes trabalhos permitem o aprimoramento do conhecimento e do desempenho técnico em determinada área de atuação. Já a articulação dos diferentes saberes possibilita diversificar os olhares sobre um mesmo objeto, o que amplia as possibilidades de intervenção e cuidado. O agir comunicativo no interior da técnica, de uma prática comunicativa que está para além dos projetos específicos dos profissionais e que visa a construção de linguagens e objetivos, ou até de cultura comum: a comunicação intrínseca ao trabalho, que é um dos atributos da equipe integração. Em um estudo, ao descrever a experiência de uma equipe multiprofissional no contexto da assistência em transtornos alimentares, aponta a essencialidade de se construírem condutas comuns. "Poder falar a mesma língua" foi um componente importante para estabelecer parcerias entre as diversas modalidades de assistência ambulatorial e hospitalar e os diferentes profissionais envolvidos naquele serviço em especial. No entanto, foi apontada a necessidade de formação voltada para a perspectiva da interdisciplinaridade dentro da formação acadêmica e a potência formativa do trabalho em equipe. Pesquisas apontam que um dos maiores problemas que emergiu com a implantação da ESF foi a carência de profissionais em termos quantitativos e qualitativos para atender a esta nova necessidade. Autores que vêm promovendo debate sobre o processo de ensino-aprendizagem dos profissionais de saúde, a integralidade e a multiprofissionalidade devem ser empregadas no processo educacional para criarem condições para o trabalho em conjunto dos profissionais de saúde, atendendo aos novos desafios da contemporaneidade na produção de conhecimentos e na produção das profissões. A educação interprofissional, que envolve situações onde o aprendizado ocorre por meio de interações entre estudantes de diferentes profissões, é reconhecida como instrumento importante para o fortalecimento dos sistemas de saúde frente aos novos desafios do século XXI, ao contribuir com a formação de profissionais mais aptos a desenvolverem práticas colaborativas e de trabalho em equipe, bem como capazes de responderem com mais eficiência e efetividade às necessidades locais da população. Contudo, dada a distância entre a formação tradicional dos trabalhadores e as exigências do trabalho em saúde, o próprio serviço pode se tornar espaço privilegiado de formação dos profissionais. Tendo como alternativa tomar a equipe como estratégia de construção de novos saberes em situação de trabalho e coletivamente, o que se faz no investimento na produção de outros modos de subjetivação que se efetivam no curso do processo de trabalho mediado pela linguagem, ampliando a capacidade de escuta e a de reconhecimento do outro como possuidor e produtor de saberes. Considerações finais: Na busca pela integralidade de atenção à saúde, a estruturação do trabalho em equipe multiprofissional transforma este trabalho em unidade produtora de cuidados que precisa de novas formas de mobilização do coletivo que superem o isolamento das práticas dos distintos profissionais. É essencial promover conjuntura favorável em termos de estrutura: condições dignas de trabalho, acesso a suporte diagnóstico, educação permanente, suporte gerencial e matricial. Assim como é fundamental reconhecer a importância das relações interpessoais e da comunicação para reestruturação das práticas assistenciais, de modo que a lógica que orienta o trabalho em saúde considere a integralidade, a democratização das relações de trabalho, na qual os profissionais reconheçam o trabalho do outro, atuem em um sistema de confiança e busquem, para além da articulação das ações, a interação comunicativa.

2448 A visita domiciliar multiprofissional como estratégia para a promoção da saúde da comunidade
Samira Fernandes Morais dos Santos, Rayane Santos Lucena, Alexandra do Nascimento Cassiano, Camila Ribeiro de Aquino, Carla Monique Ribeiro de Aquino, Talles Figueiredo Moura, Viviane de Sousa Lira

A visita domiciliar multiprofissional como estratégia para a promoção da saúde da comunidade

Autores: Samira Fernandes Morais dos Santos, Rayane Santos Lucena, Alexandra do Nascimento Cassiano, Camila Ribeiro de Aquino, Carla Monique Ribeiro de Aquino, Talles Figueiredo Moura, Viviane de Sousa Lira

A visita domiciliar é uma ferramenta de execução da assistência domiciliar, a qual integra uma atividade básica exercida para responder às necessidades de indivíduos que, temporariamente ou permanentemente, estão incapazes de irem ao serviço de saúde. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de visitas domiciliares desenvolvidas por uma equipe multiprofissional do Programa de Residência da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.  Foram realizadas duas visitas domiciliares em diferentes residências, durante o rodízio dos profissionais supracitados (a saber: nutricionista, enfermeiro, psicólogo, assistente social, odontólogo e fisioterapeuta) em uma Unidade Básica de Saúde, no interior do Rio Grande do Norte.  A escolha da família foi feita com a ajuda dos agentes comunitários de saúde, que indicaram os casos de maior vulnerabilidade. No decorrer das visitas, a partir de observações e diálogos a respeito das histórias de vida, histórico clínico, situação atual de saúde e contexto social dos usuários, as intervenções foram desenvolvidas pelos profissionais. Estes realizaram ações de educação em saúde, tais como: orientações posturais, nutricionais, de assistência social, sobre métodos contraceptivos e aconselhamento psicológico. Além disso, aferiu-se pressão arterial, um esquema para controle de medicações em uso foi elaborado, e aplicado o teste rápido para verificação dos níveis de glicose sanguínea. Percebeu-se que diante dos diversos fatores relacionados ao processo saúde-doença, é imprescindível que, sempre que possível, as visitas domiciliares sejam feitas com a presença de profissionais de diversas áreas de conhecimento. Dessa forma, as necessidades, apresentadas pela comunidade, possíveis de serem solucionadas ao decorrer visita são atendidas de forma integral.  

3965 O TRABALHO INTERDISCIPLINAR NA ATENÇÃO BÁSICA COMO RECURSO PARA O DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO
Camila da Silva, Vanderléia Schineman, Vanderléia Schineman, Catarine Martins Torres, Catarine Martins Torres, Emalline de Paula Santos, Emalline de Paula Santos

O TRABALHO INTERDISCIPLINAR NA ATENÇÃO BÁSICA COMO RECURSO PARA O DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

Autores: Camila da Silva, Vanderléia Schineman, Vanderléia Schineman, Catarine Martins Torres, Catarine Martins Torres, Emalline de Paula Santos, Emalline de Paula Santos

1: Introdução: Este artigo trata-se de um relato de experiência de um breve estágio realizado a partir da disciplina intitulada “Projeto de Investigação Exploratória da Comunidade”, pertencente ao Programa de Mestrado Interdisciplinar em Desenvolvimento Comunitário da Universidade Estadual do Centro-Oeste, visando a inserção dos alunos nos mais diversos contextos comunitários. Com o objetivo de  inserir o aluno no contexto comunitário, a ementa preconiza uma aproximação com o campo de estudo possibilitando o levantamento de demandas para pesquisas sob uma perspectiva interdisciplinar dentro de um determinado território. Assim, formaram-se grupos a partir dos objetos de pesquisa, sendo esse em questão formado por quatro pessoas, uma assistente social e três psicólogas. Diante de um mundo globalizado, o avanço tecnológico, aumento populacional e desigualdades sociais caracterizam o cenário atual. A ciência em um primeiro momento contribuiu para o desenvolvimento tecnológico, ascensão da indústria, expansão urbana e comunicação, porém não foi suficiente para resolver problemas antigos da sociedade como doenças, desigualdade social, miséria e tantos outros. Isso mostra que a atenção em saúde não deve ser feita de maneira fragmentada e especializada, pois acaba sendo insuficiente e ineficiente. A interdisciplinaridade não acaba com a ideia da especialidade, mas pauta-se em um trabalho que conta com a união das mais diversas áreas de conhecimento, garantindo que o objeto de estudo ou intervenção seja visto por vários olhares que se conversam entre si e se complementam. Nessa lógica de construção de conhecimento nenhum saber se sobrepõe, mas se somam, tornando-se algo mais completo. 2- Objetivos: A Unidade Básica de Saúde e sua equipe de Estratégia de Saúde da Família foi eleita como campo desse estágio pois considerando-a como ponto de referência para o acesso da comunidade à saúde, visualizamos nela a possibilidade de conhecer as características dessa  comunidade a qual ela pertence e também a possibilidade de discussões acerca da interdisciplinaridade junto da sua equipe multidisciplinar. O serviço de saúde, enquanto parte do contexto comunitário, tem importantes contribuições a oferecer para o fortalecimento das redes sociais de suporte das comunidades. Este estágio teve como objetivo geral a aproximação com o campo e o conhecimento dos conteúdos comunitários, propondo como objetivo específico o desenvolvimento de uma proposta de intervenção a partir das demandas encontradas no campo pesquisado. 3- Método: Iniciamos a inserção na UBS  através da aproximação com a equipe e observações no campoe também no território, acompanhano o dia a dia da unidade. Após alguns dias de observação, conversamos com a enfermeira responsável, a qual enfatizou que a principal dificuldade que enfrentam é quanto as questões relacionadas à Saúde Mental, que possuem pouca formação nessa área, e enfrentam dificuldades para a realização da estratificação de risco e possuem pouca habilidade para prestar atendimento às pessoas que apresentam uso, abuso ou dependência de crack, álcool e outras drogas. Diante disso, pensou-se na realização de uma oficina sobre Saúde Mental na Atençã Básica, com toda a equipe. Para que a referida Oficina de fato pudesse mobilizar a rede e redesenhar de fato os processos de trabalho em saúde mental, estendemos o convite para alguns profissionais/representantes dos pontos de atenção da Rede de Saúde Mental de Irati, como as coordenações do CAPS II – do Consórcio Intermunicipal de Saúde – CIS, e do Ambulatório Municipal de Saúde Mental. Nessa oportunidade, com o Grupo de Pesquisa, estabeleceu-se os objetivos dessa intervenção, de possibilitar um momento de reflexao sobre as questões de saúde mental, favorecendo o repensar das práticas cotidianas e relação com a rede de atendimento do município, proporcionando a  troca, compartilhamento e, principalmente, estreitar os vínculos da rede, facilitando o encaminhamento e contrarreferência dos usuários daquele território. 4. Resultados e discussão: Durante as primeiras observações e diálogos estabelecidos foi identificada a demanda de uma capacitação profissional sobre saúde mental. Com a realização desta atividade, buscou-se desmistificar a saúde mental estimulando a reflexão sobre medicalização e a autonomia do usuário, repensar a estratificação dos casos, elencando possibilidades de trabalhos e devidos encaminhamentos, bem como a co-responsabilização do trabalho em rede. O Ministério da Saúde aponta que mais de 50% dos casos que chegam até a atenção básica possuem algum agravo em saúde mental e que 80% dos casos que chegam ao serviço especializado em Saúde Mental (Ambulatório, CAPS) não precisariam ser encaminhados até eles e que poderiam ser acompanhados na própria Unidade de Saúde Básica. O chamado Matriciamento, ou apoio matricial (AM) vem para reorganizar o atendimento em saúde mental a partir da rede básica, modificando a maneira de trabalhar o sofrimento psíquico a partir dali e estimulando a integração da rede e assim, fortificando-a. O apoio matricial é uma estratégia que contempla a descentralização das ações em saúde mental, perpassando o modelo biomédico de saúde e transformando a rede em uma clínica ampliada, facilitando o acesso do usuário ao serviço e do vínculo com o mesmo, pautado na junção dos mais diversos saberes, culminando em um serviço humanizado e numa atenção longitudinal e de forma integral desse sujeito. Ele constituído por um conjunto de ações onde a equipe especializada em Saúde Mental desenvolve ações conjuntas com as equipes da atenção básica na lógica da interdisciplinaridade e co-responsabilização do usuário, permitindo um trabalho ampliado, articulado e qualificado em saúde mental e garantindo o acesso da pessoa com transtorno mental a todos os serviços que fazem parte da rede. Apesar da reforma psiquiátrica e dos novos modelos de atenção em saúde mental, a pessoa com transtorno mental ainda possui uma representação social bastante negativa, fortalecendo ainda mais a ideia de exclusão, rejeição e discriminação desse sujeito, sustentando a lógica manicomial de tratamento, o que implica muitas vezes na dificuldade, resistência ou insegurança por parte dos trabalhadores da saúde em abordá-lo ou acompanhá-lo, muitas vezes culminando até na exclusão desse sujeito dos serviços que deveriam atendê-lo. O usuário, a família, o território e a comunidade formam uma rede de atores com saberes e fazeres diferenciados. As ações conjuntas entre Saúde Mental e a Atenção Básica podem contribuir na prevenção e promoção de saúde e não devem se limitar à medicalização e “patologização” do sofrimento, mas a espaços que promovam qualidade de vida à toda comunidade. Como resultado desse breve trabalho, pode-se observar que as discussões realizadas a partir desse encontro da equipe com o serviço especializado foram bastante positivas, possibilitando uma melhor comunicação e entendimento entre os serviços de saúde e também a articulação de novas ações e estratégias relacionadas à Saúde Mental.   5. Considerações finais: A partir desse trabalho, ressalta-se a importância do apoio matricial e de ações em rede dentro do município, a educação permanente para os profissionais de saúde como possibilidade de produção de conhecimento que, a partir dos problemas enfrentados no trabalho, aperfeiçoa a prática e a atenção à saúde da comunidade em geral e também a importância da conscientização sobre o trabalho interdisciplinar para pensar ações mais abrangentes, efetivas e de qualidade na atenção básica, visto que o aumento considerável de casos de transtornos mentais mostra a necessidade da Saúde Mental ser objeto de discussão, reflexão e ação  dentro de todos os serviços do SUS.    

5069 A visita interdisciplinar no hospital: uma aposta na clínica do sujeito, no trabalho em equipe e na contra hegemonia no cuidado em saúde
Rosana dos Santos Silva, ANDREiA Santos MENDES, Sara Santana Correia, Larissa Malhado de Abreu Novaes, Jercilurze Barros Asevedo Cardoso, Ricardo José Menezes Barberino Mendes

A visita interdisciplinar no hospital: uma aposta na clínica do sujeito, no trabalho em equipe e na contra hegemonia no cuidado em saúde

Autores: Rosana dos Santos Silva, ANDREiA Santos MENDES, Sara Santana Correia, Larissa Malhado de Abreu Novaes, Jercilurze Barros Asevedo Cardoso, Ricardo José Menezes Barberino Mendes

Este relato de experiência se propõe a estimular a construção de um exercício reflexivo sobre a prática da visita interdisciplinar e sua potência na construção da clínica do sujeito, do trabalho em equipe e da contra hegemonia no cuidado em saúde, através do estudo descritivo da vivência de uma equipe multiprofissional, no Hospital das Clínicas da UFBA. No campo da saúde reconhece-se, cada vez mais, a equipe enquanto um recurso capaz de dar suporte a ações clínicas inovadoras. Todavia, a formação da equipe não se dá de modo automático, faz-se mister construir esse trabalho, o que demanda um exercício permanente de discussão, avaliação das condutas e partilhamento das responsabilidades frente aos usuários e famílias, significando o agir em saúde e o fazer clínico como um trabalho vivo em ato. O conceito de transferência de trabalho, discutido por Lacan, que diz respeito ao trabalho com responsabilidade partilhada, fazendo circular o saber que advém do sujeito e não do profissional, é o pressuposto teórico-epistemológico que norteia a discussão proposta. Criada em dezembro de 2015, a visita interdisciplinar foi construída a partir do reconhecimento pela equipe de referência da enfermaria de cardiologia da necessidade de engendrar mudanças nos modos de cuidar e gerir cuidado, orientando o saber-fazer para lógica sujeito-centrada. Participam da visita: psicóloga, médicos cardiologistas, assistente social, farmacêutica, enfermeiras, nutricionista, fisioterapeuta, residentes multiprofissionais, residentes médicos, estagiários de psicologia e farmácia e internos de medicina. A visita ocorre semanalmente e nesse espaço são discutidos os casos e os projetos terapêuticos singulares dos usuários internados na enfermaria. Entretanto, no cotidiano das visitas algumas questões são permanentes: O que se deve partilhar? O que partilhar mantendo o olhar centrado no usuário? As experiências nas visitas trazem como resultados um horizonte de respostas para estas indagações. Partilha-se os elementos fornecidos pelo sujeito que funcionam como pistas para o tratamento, para o seu projeto terapêutico singular. O objetivo é fazer o sujeito aparecer, um convite sutil para que a equipe possa pensar o caso a partir dos elementos trazidos pela sua narrativa e não pela convergência de saberes múltiplos dos profissionais que terminam por produzir um saber sobre o sujeito. Mas, este convite não se dá sem tensões, uma vez que sua matriz é contra hegemônica no espaço do hospital que tem seus fazeres e práticas orientados pelo paradigma biomédico, cujo objeto é um corpo-organismo. Com a participação nas visitas interdisciplinares foi possível identificar como resultados o impacto das trocas e discussões promovidas nesse espaço no cuidado ofertado aos usuários e na sua implicação no autocuidado, uma vez que todo o plano terapêutico era compartilhado, estruturado a partir das situações singulares e não-previstas que cada caso convocava. Estes achados da experiência permitem considerar que a participação na visita interdisciplinar faz com que nos defrontemos com um campo comum que é a clínica, uma clínica que se tece a partir dos endereçamentos do sujeito para nós e dos efeitos das nossas intervenções. Assim cada um da equipe pode se tornar um parceiro da clínica, a clínica do sujeito.

5231 O PAPEL DO PEDIATRA DO NASF EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE COM EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Francicléia Santos Azevedo, Judith Barroso de Queiroz

O PAPEL DO PEDIATRA DO NASF EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE COM EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Francicléia Santos Azevedo, Judith Barroso de Queiroz

INTRODUÇÃO:  Experiência desenvolvida pela médica pediatra do NASF em Unidade Básica de Saúde  junto às crianças atendidas pelas Equipes de Saúde da Família (ESF) da área de abrangência. Visando aumentar a resolutividade das equipes de saúde da família, a inclusão do pediatra na estratégia saúde da família garante  a atenção integral das crianças e adolescentes. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Realizar o matriciamento das equipes saúde da família numa perspectiva interdisciplinar por meio de atuação dos profissionais do NASF.  A atuação do profissional pediatra no NASF ocorre a partir da solicitação de apoio dos profissionais da ESF, interconsultas, visitas domiciliares, consultas individuais, visitas institucionais conforme necessidade. Todos os procedimentos ficam registrados em formulários específicos previamente elaborados, bem como, nos prontuários dos usuários, possibilitando seu monitoramento.  RESULTADOS: Verifica-se que após a implantação do NASF ocorreram melhorias nas condições de saúde da população principalmente materno-infantil com a participação relevante do profissional  Pediatra, contribuindo com o acompanhamento de crianças e adolescentes, bem como, promoção de educação permanente em questões primordiais como pré-natal, alimentação infantil, cuidados com recém- nascidos, acompanhamento de crianças com transtorno do espectro autista, assistência terapêutica, auxiliando quando necessário na referência e contra-referência de casos que necessitem de um suporte à nível da atenção secundária e terciária, levando ao fortalecimento da atenção básica. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O trabalho torna-se relevante à medida que oferece serviços de saúde de matriciamento no apoio às equipes de saúde da família, buscando a sustentabilidade das ações por meio do aprofundamento do estudo teórico prático e do trabalho articulado entre as equipes de saúde da família com o NASF,  na busca pelos resultados de melhorias nas condições de saúde da população, em parceria com as redes de apoio e da comunidade no âmbito do Sistema Único de Saúde.  

5273 O desafio da interdisciplinaridade entre trabalhadores da atenção básica e estudantes em formação no território de uma USF no Nordeste Brasileiro.
Michelly Santos de Andrade, Rebbeca Gomes Ferraz, Maria das Graças Maciel Ferreira, João Rodolfo Moura de Araújo

O desafio da interdisciplinaridade entre trabalhadores da atenção básica e estudantes em formação no território de uma USF no Nordeste Brasileiro.

Autores: Michelly Santos de Andrade, Rebbeca Gomes Ferraz, Maria das Graças Maciel Ferreira, João Rodolfo Moura de Araújo

ApresentaçãoEsse resumo objetiva trazer alguns aspectos relacionados aos desafios da interdisciplinaridade vivenciados em uma unidade de saúde da família (USF), modalidade integrada, ou seja, uma unidade composta por quatro equipes de saúde da família, que compartilham espaços físicos comuns, como sala de imunização, sala de observação, sala de citológico, farmácia e laboratório para coleta de exames de sangue, dentre outros, à exceção dos consultórios de enfermagem e medicina. A interdisciplinaridade nos diversos pontos da rede de atenção à saúde possui até então inúmeros desafios para sua implementação, a começar pelos sentidos que o termo oferece. Defenderemos nesse trabalho, àquele descrito por Francischett em [200?], como “um processo de constante aprendizado [...]”. Na atenção básica, essa questão parece ser ainda mais palpável, pois a organização do trabalho nas equipes multiprofissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) é pautado em um atendimento integral que requer a presença de diferentes formações profissionais trabalhando com ações compartilhadas, com troca de saberes e responsabilidades mútuas, assim como, com processo interdisciplinar centrado no usuário.Desenvolvimento do trabalhoDiariamente, de segunda-feira à sexta-feira, as portas da unidade se abrem. Abrem-se aos costumeiros e novos usuários, aos seus antigos e novos trabalhadores, aos potenciais parceiros do cuidar. Nessa levada de maré, os corpos desejantes vão produzindo encontros, ora produzindo (mais) vida, ora nem tanto. É nesse cenário que os desafios da interdisciplinaridade no cotidiano do trabalho surgem, alavancados pelas disputas por projetos de saúde e cuidado. As práticas de saúde sofrem os efeitos desses (des)encontros. Uns deles, relatados por profissionais de nível superior de uma USF ao serem questionados sobre: “quais os desafios da interdisciplinaridade no cotidiano da atenção básica, considerando a presença dos estudantes de graduação?”Resultados e/ou impactosNo que tange ao cuidado integral em saúde, caminhos para sua efetivação foram descritos. O caso da interdisciplinaridade nas diretrizes curriculares dos cursos da saúde e na mudança de poucos processos de trabalho, principalmente, na estratégia de saúde da família, é um deles. Outros como o quadrilátero da formação ainda sofre resistência por parte de alguns gestores, trabalhadores e dos usuários que ainda não compreenderam que a integração gestão-ensino-serviço-comunidade pode ser benéfica aos atores envolvidos.Não se pode negar que esse último conceito gerou modificações, a exemplo da celebração de instrumentos contratuais entre instituições de ensino e serviço, garantindo assim o acesso a todos os estabelecimentos de saúde, reconhecendo-os como cenário de práticas para a formação no âmbito da graduação e da residência em saúde no SUS soba responsabilidade do gestor da área de saúde, atribuindo-lhes as partes relacionadas ao funcionamento da integração ensino-serviço-comunidade.Todavia, essa “integração” é motivo de descontentamentos por parte de muitos trabalhadores que não conseguem compreender como as unidades básicas de saúde são espaços potenciais de educação e ensino em serviço. Isso porque é comum chegar às USF, grupos de estudantes e residentes, com seus respectivos representantes, sem que haja quaisquer apresentações dos planos de trabalho anteriores à pactuação, geralmente realizada entre a secretaria (via gerência de educação e saúde) e as instituições.A sensação dos trabalhadores é de que os cursos caem como paraquedas, sem ninguém saber, sem ninguém dizer o que acha disso, daquele curso estar lá ou não, se é bom, se é ruim para a comunidade ou para a equipe. Há confusão quanto ao (re)conhecimento do papel dos estudantes e residentes nos cenários de prática. Talvez, um pouco diluída no caso desses últimos, pois como se configuram como médicos da equipe, a integração, e consequentemente, a interdisciplinaridade, em geral, ocorre inevitavelmente. Diferente dos estudantes de graduação, cuja permanência no serviço acontece em menor espaço de tempo, dificultando a integração.O desafio da interdisciplinaridade entre trabalhadores da AB e profissionais em formação no território perpassa também pela alteridade, ou seja, construção da identidade do sujeito. Pois, é nesse ponto que o nó pode aparecer, no “eu” do profissional de saúde, em um comportamento inadequado em relação a outrem. Para os trabalhadores que se envolvem mais no processo, a única coisa a fazer é conversar a respeito com essas pessoas, e tentar a transformação paulatinamente.A grande questão é que muitas vezes se produzem projetos de intervenção, PTS que não se convertem em benefício para a comunidade. E muitas vezes por isso, a comunidade não se envolve. Isso é fruto da pouca discussão, da implantação da estada desses cursos nas unidades, reforçando assim, a ideia de muitos usuários e mesmo de alguns profissionais de que só o médico pode resolver a demanda apresentada. Reduzindo a visão do cuidado em relação à saúde do indivíduo, família e meio onde vive. Uma alternativa seria a participação de outros profissionais na escuta inicial.Essas opiniões podem mudar com a aproximação qualificada dos representantes das instituições. Indo aos serviços de interesse, apresentando o curso, a proposta da atividade (prática e/ou estágio), conhecer o que já vem sendo desenvolvido na unidade, as demandas (ao menos, as principais) da comunidade/equipe, readequar as atividades (aulas práticas e/o estágios) entre o serviço e a comunidade, e se possível, integrar com as atividades de outros cursos existentes no local. Preferencialmente, antes da pactuação.Mas também, que houvesse ao trabalhador: 1.conhecimento sobre as políticas de educação e saúde do seu município que regulamentam a aprendizagem pelo trabalho no âmbito da rede municipal de saúde e estabelecem relações de cooperação pedagógica, incluindo atividades de parceria na área de ensino, atenção e pesquisa em saúde, 2. liberação dos interessados pela integração gestão-ensino-serviço-comunidade para participarem dos colegiados que deliberam sobre a educação e saúde no município, 3.acesso às estratégias de indução às mudanças curriculares nos cursos de graduação e pós-graduação na área da saúde, 4.espaço nas reuniões de equipe para debaterem como a formação em saúde, desenvolvida por meio da relação entre trabalhadores da AB no território (estágios de graduação e residências, projetos de pesquisa e extensão, entre outros) pode beneficiar a todos, principalmente, a população, pela qualificação dos profissionais de saúde. Enfim, valorização da Educação Permanente no cotidiano do trabalho.Considerações finaisO desafio da interdisciplinaridade entre trabalhadores da atenção básica e estudantes em formação no território está posto, mediante as estratégias indutoras articuladas entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação. As perspectivas são múltiplas, diante das disputas no campo da saúde. A nossa realidade tem mostrado que apesar da captura do trabalho vivo, novos arranjos são possíveis. Dialogar. Repetir, repetir até fazer diferente tem sido práticas que temos desenvolvido ao reconhecermos em nós e no outro, potência para agir.Fazendo alusão à canção “Encontro das águas”, a interdisciplinaridade “é como o caminho das águas, vem assim afluente sem fim, rio que não deságua.” O encontro das águas é um fenômeno natural facilmente visto em muitos rios da região amazônica. Nossa aposta é que a interdisciplinaridade assim seja na atenção básica e nos demais pontos de atenção da rede de atenção à saúde, através dos encontros no cotidiano do trabalho, onde os afetos circulam, potencializando um processo colaborativo das práticas de saúde e, consequentemente, por uma rede de cuidados integral e resolutiva

1972 Uma análise do processo de trabalho de uma equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família
Arthur Grangeiro do Nascimento, Joselma Cavalcanti Cordeiro

Uma análise do processo de trabalho de uma equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família

Autores: Arthur Grangeiro do Nascimento, Joselma Cavalcanti Cordeiro

Apresentação: O Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), criado através da portaria 154/2008, constitui-se como mais um esforço de reestruturação do processo de trabalho em saúde. Tem o objetivo de apoiar a Equipe de Saúde da Família (ESF) ampliando o escopo de atuação das equipes, proporcionar uma retaguarda especializada nas ações de saúde e de aumentar a resolutividade do cuidado em saúde na atenção básica. O modo de organizar o processo de trabalho do NASF é norteado, principalmente, pela lógica do apoio matricial, clínica ampliada, cogestão e por ferramentas que subsidiem o trabalho como, por exemplo, o Projeto de saúde no território e o Projeto Terapêutico Singular Perguntar-se como se desenvolve o processo de trabalho das equipes NASF e buscar meios de fortalecer esse modelo constitui uma atitude necessária para a transformação do modo de produzir saúde. Por isso, o presente artigo tem o objetivo de analisar a micropolítica do processo de trabalho de uma equipe Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) como subsídio ao planejamento de sua reorganização e estratégia de educação permanente em saúde. Método do estudo: O presente trabalho é parte de uma “pesquisa-ação” realizada durante a experiência de um dos autores em um Programa de Residência Multiprofissional em Saúde. Trata-se de uma pesquisa de caráter analítico-descritiva, onde os observados também foram os observadores e fizeram, coletivamente, a análise do processo de trabalho do NASF no formato de grupos focais. Os sujeitos da pesquisa foram os profissionais de uma equipe NASF, implantado no ano de 2010, responsável por apoiar 9 equipes de saúde da família distribuídas em 4 Unidades Básicas de Saúde, de um município de Pernambuco, composta por uma Assistente Social, uma Nutricionista, um Psicólogo, duas fisioterapeutas, uma Farmacêutica e uma Fonoaudióloga. Quanto aos vínculos empregatícios, apenas um profissional da equipe possui vínculo estável através de concurso público, enquanto os demais são contratos sem garantia de estabilidade. Em relação à formação especializada na área, dois profissionais possuem título de especialista em Saúde da Família, através de Programa de Residência em Saúde da Família. O estudo foi dividido em três momentos: 1- Descrição do processo de trabalho, 2- Identificação e priorização dos problemas, 3- Construção de alternativas. Entretanto, o presente trabalho irá discutir apenas o primeiro momento da pesquisa-ação, que foi o processo de descrição e análise do processo de trabalho da equipe. Uma técnica de coleta de dados utilizada foi a do grupo focal por estar de acordo os objetivos de análise do presente estudo e da transformação de práticas de saúde, configurando, assim, um espaço propício para educação permanente. Para auxiliar na coleta de dados se utilizou os mapas analíticos, um instrumento para análise do processo de trabalho para ser utilizado pelos próprios trabalhadores no cotidiano de seus serviços. Com o objetivo de disparar e registrar as discussões, eles foram utilizados como ponto de partida do processo de análise e construídos em todo o primeiro momento em três eixos: descrição dos elementos do processo de trabalho: os agentes, os instrumentos, os objetivos, os produtos e objetos de trabalho; potencialidades e dificuldades; atos inúteis e indispensáveis. Todo o processo foi gravado, transcrito e submetido à análise dos dados. O procedimento utilizado para tratamento dos dados coletados foi a do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). É uma técnica de tabulação e organização de dados qualitativos que permite agregar depoimentos sem reduzi-los a quantidades, consiste em analisar o material verbal dos discursos proferidos pelos participantes da pesquisa extraindo de cada um deles “expressões-chave”, “ancoragens” e “ideias centrais” semelhantes para compor “discursos sínteses”. A elaboração do DSC necessita de algumas figuras metodológicas: A construção do DSC se deu a partir de expressões-chave que agregavam ideias centrais consensuais no grupo pesquisado. As opiniões individuais e dissensos não compõe a construção do discurso. Com o discurso síntese construído, se tece comentários interpretativos de acordo com o referencial teórico adotado, tendo como parâmetro de comparação o preconizado pelo Ministério da Saúde (MS) no Caderno de Atenção Básica nº 39.     Resultados: Os resultados foram categorizados em cinco ideias centrais: Concepção de saúdeCultura assistencialista e a aceitação do NASFCaracterísticas e dinâmica do trabalho em equipeTecnologias de trabalho e a proposta do NASF: dos atos inúteis aos indispensáveisConstrução da agenda, planejamento, (des)vigilância em saúde e rede de serviços   O conteúdo de cada ideia central revelou que as concepções expressadas no discurso da equipe são de um “dever ser” pautado pela clínica ampliada, trabalho em equipe, colocando como tecnologia central o matriciamento e tendo as reuniões de equipe como espaço privilegiado para utilizá-lo. A dificuldade encontrada foi transformar o “dever ser” em “fazeres”. As principais dificuldades envolvem o matriciamento, o trabalho fragmentado e com foco assistencialista, a dinâmica das pactuações realizadas nas reuniões de equipe, a utilização de instrumentos de abordagem familiar e territorial. Fatores internos e externos à equipe influenciam na situação apresentada e é de extrema importância que ambos sejam enfrentados de maneira estratégica, partindo do diagnóstico realizado pela própria equipe, contribuindo para o fortalecimento do trabalho do NASF. O problema prioritário destacado pela equipe foi o pouco espaço de atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde na agenda da equipe, contudo, outros pontos de grande importância se revelaram como a não utilização de tecnologias de análise e intervenção familiar e populacional, e a escassa prática de planejamento das práticas. Pontos necessários para o alcance de resolutividade no trabalho do NASF e que configuram um escopo de atuação para transformação do processo de trabalho.   Considerações Finais: A descrição dos elementos do processo de trabalho revelou uma percepção concordante com o CAB 39 em relação aos agentes e objetos do trabalho do NASF. A percepção das finalidades e produtos foi muito semelhante aos do parâmetro utilizado, entretanto, reconhecem a dificuldade que se alcançar a resolutividade esperada. Quanto aos instrumentos de trabalho é consenso o foco em tecnologias leve-duras voltadas para aspectos burocráticos e consideradas inúteis para toda equipe. As demandas que mais compõe a agenda da equipe são assistenciais e, apesar de reconhecerem a necessidade do trabalho de vigilância da saúde, não há tecnologias ou comportamentos para organização da demanda baseado no território. O estudo contribui para compreender a dinâmica do trabalho nesta equipe NASF, e seus achados são corroborados com outros estudos encontrados na literatura científica. Cabe destacar que, para além dos aspectos internos à equipe, outro ponto precisa ser qualificado para que o modelo de atenção do NASF se fortaleça: a condução da gestão do processo de trabalho precisa ser permanente sobre os pontos aqui discutidos, integrando o NASF, a equipe de saúde da família, a comunidade e os gestores, de modo que haja uma sistematização de informação e de planejamento estratégico, necessário para a atuação dos profissionais nas mudanças e aperfeiçoamento do processo de trabalho voltado para outro paradigma.

2282 A Percepção Multiprofissional sobre o Cuidado aos Usuários da Ala de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza.
Hugo Chaves, Daniel De oliveira

A Percepção Multiprofissional sobre o Cuidado aos Usuários da Ala de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza.

Autores: Hugo Chaves, Daniel De oliveira

RESUMO APRESENTAÇÃO: Partindo da realidade concreta dos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), bem como da análise empírica de um dos hospitais universitários mais conceituados da Região Norte do Brasil, o Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, da Universidade Federal do Pará (UFPA), pode-se analisar que tal sistema de saúde pública pôde alcançar significativos resultados quanto ao atendimento referentes aos três níveis de atenção. Todavia, é importante considerar que o SUS ainda tem grandes desafios os quais, um dos mais polêmicos, é referente à sua humanização, o que, logicamente, tem rebatimentos diretos ao atendimento e ao cuidado aos seus usuários. Dentro deste tema, torna-se imprescindível destacar o avanço tecnológico o qual ocasiona modificações diretas e indiretas no processo de trabalho. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: A metodologia utilizada partiu de uma pesquisa documental nos arquivos da ouvidoria do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, bem como de uma pesquisa qualitativa embasada na Teoria Histórico-Cultural de Lev Vygotsky. Os dados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo e foram aplicadas entrevistas individuais semiestruturadas à equipe multiprofissional do Serviço de Otorrinolaringologia do referido hospital universitário, para obtenção de dados relevantes para a discussão. Tal equipe é composta de três recepcionistas, onze médicos residentes, duas enfermeiras, quatro técnicos de enfermagem, uma assistente social, uma psicóloga, duas assistentes administrativas e dois estagiários. O objetivo principal deste trabalho é identificar, na prática multiprofissional, a ausência ou presença do cuidado hospitalar na perspectiva teórica e na prática da referida equipe. RESULTADOS: a pesquisa possibilitou verificar que as informações prestadas a partir das entrevistas nem sempre alcançavam coerência quando comparadas a observação da prática profissional, as  informações obtidas a partir dos documentos da ouvidoria reforçaram que  a percepção multiprofissional sobre o cuidado hospitalar se mostrou ainda sem muita consistência e de forma bastante relativa, apesar de a equipe prestar serviços de significativa qualidade. O que se mostrou, aí, uma determinada contradição. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com os resultados da pesquisa acreditamos que estamos contribuindo para os estudos destinados a essa área, pois além dos dados referentes a um local até então não analisado, também utilizamos uma abordagem que busca ter uma compreensão ampla sobre o processo do cuidado hospitalar.