149: Superando a fragmentação do trabalho em saúde: o desafio da interprofissionalidade
Debatedor: A definir
Data: 02/06/2018    Local: ICB Sala 03 - Cacimba    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
797 PET-SAÚDE/GRADUASUS: VIVÊNCIAS COM A IMPLANTAÇÃO DO TEMPO PROTEGIDO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA N24
JARDEL VELOSO, Fabiana Manica Martins, Gracivone Lima da Silva, Nayara de Oliveira Bitencourt, Karoline Gomes Broni da Silva, Maria Amanda Duarte Pinheiro, Karla Ferreira de Lima, Ida de Fátima Castro Amorin

PET-SAÚDE/GRADUASUS: VIVÊNCIAS COM A IMPLANTAÇÃO DO TEMPO PROTEGIDO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA N24

Autores: JARDEL VELOSO, Fabiana Manica Martins, Gracivone Lima da Silva, Nayara de Oliveira Bitencourt, Karoline Gomes Broni da Silva, Maria Amanda Duarte Pinheiro, Karla Ferreira de Lima, Ida de Fátima Castro Amorin

INTRODUÇÃO O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET-Saúde tem como um dos seus eixos norteadores o fortalecimento da integração ensino-serviço-comunidade, caracterizado como instrumento para a qualificação em serviço dos profissionais de saúde e vivências direcionadas aos estudantes dos cursos de graduação na área da saúde. Um dos objetivos do PET SAÚDE é contribuir para a formação de profissionais de saúde com perfil adequado às necessidades e às políticas de saúde do País (BRASIL, 2010). Neste contexto de vivências no Sistema único de Saúde - SUS, a Educação Permanente em Saúde (EPS) é uma proposta ético-político-pedagógica que visa transformar e qualificar a atenção à saúde, os processos formativos, as práticas de educação em saúde, além de incentivar a organização das ações e dos serviços numa perspectiva intersetorial (BRASIL, 2014). A EPS pode ser entendida como aprendizagem-trabalho, ou seja, ela acontece no cotidiano das pessoas e das organizações. Ela é feita a partir dos problemas enfrentados na realidade e leva em consideração os conhecimentos e as experiências que as pessoas já têm (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015) Desse modo, em Manaus o Tempo Protegido faz parte do trabalho de implantação da Política Municipal de Educação Permanente em Saúde, instituída por meio de portaria publicada no Diário Oficial do Município no dia 26 de abril de 2016, como estratégia do SUS para a formação e o desenvolvimento dos trabalhadores no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA). A Unidade básica de saúde da família N24 (UBSF N24), localizada no bairro Terra Nova, Zona Norte de Manaus, foi selecionada para participar da estratégia “Tempo Protegido”, que representa uma das ferramentas de Educação Permanente desenvolvida pela SEMSA. Nela, as equipes de saúde das unidades reservam um tempo livre para a análise de processos do seu ambiente de trabalho que visa melhorar o desempenho do pessoal em todos os níveis de atenção e funções do respectivo processo de produção. Portanto, o objetivo desse trabalho é relatar a vivência da implantação do tempo protegido, ou seja, da Educação Permanente em Saúde Unidade de Saúde da Família N24, na visão de um aluno do PET GRADUA-SUS. METODOLOGIA: O PET/SAÚDE está em ação na unidade já faz 6 meses e durante esse período foi realizado um diagnóstico situacional do território de abrangência e da própria UBSF, com o resultado obtido dessa análise surgiu a necessidade da implantação da EPS. Para que ocorresse a implantação foi necessário um processo interno, só depois dessa ação foi possível dá início a implantação do tempo protegido. O tempo protegido onde todos os profissionais estão presentes sempre ocorre na sala do dentista por ser o local maior da Unidade que acontece em média a cada 15 ou 30 dias, no período matutino ou vespertino e varia de acordo com a necessidade em sanar as adversidades encontradas ao longo do decorrer dos dias na unidade. O dia do encontro é sempre na sexta-feira, pois é o dia em que a unidade tem um menor fluxo de usuários. As ações são intermediadas por um facilitador e pautados de acordo com as necessidades identificadas pelos profissionais uma vez que a política de educação permanente considera que se deve articular as necessidades dos serviços prestado para saúde. Os tópicos apresentados são trabalhados primeiramente de forma teórica, através de filmes, leituras, e apresentações no PowerPoint. Logo após ocorre um debate que tem como intuito estimular o envolvimento entre os profissionais, propiciando assim, a troca de informações e opiniões que possam melhorar a qualidade dos trabalhos da equipe e consequentemente na execução dos serviços prestados para comunidade. Em seguida realiza-se uma dinâmica que visa contribuir e incentivar a interação social e profissional, assim mantendo o espírito de equipe. Por fim, o atual facilitador da reunião estimula os outros integrantes a expor novas sugestões para serem abordadas e discutidas nos próximos encontros juntamente com as quais poderão ser encontradas no dia a dia até o próximo encontro e, então nomeia um dos membros para ser o facilitador da reunião sucedente. Durante as reuniões os temas debatidos variam desde as atualizações sobre área específica, oficinas, e às melhorias destinada ao atendimento dos usuários que procuram o atendimento do sistema único de saúde -SUS disponível através da unidade. É importante enfatizar que os encontros estão diretamente ligados aos princípios e diretrizes do sistema único de saúde como a integralidade, equidade e os outros 11 princípios existentes na Constituição Federal. Sendo esse um momento valoroso para fortalecer tais elementos que são os pilares da saúde pública em todo território.   RESULTADOS Nas semanas subsequentes ao primeiro encontro a respeito do tempo protegido integrado à UBSF- N24, ao qual teve como principal pauta a ser trabalhado: a importância do acolhimento. Fora evidenciada pela equipe a necessidade e o significado da compreensão para com o usuário, para que assim pudessem compartilhar de uma melhora na qualidade dos atendimentos e serviços prestados, e assim expandir o atendimento humanizado, ao qual visa compreender e ouvir melhor o indivíduo, sendo assim, caracterizando-se como ponto chave para que ambos vivenciassem a interação serviço-comunidade com êxito. O resultado obtido de um atendimento mais humanizado está ligado diretamente com o que a Política Nacional de Humanização preconiza, que é o atendimento acolhedor que busca fortalecer iniciativas de humanização, valorizando o trabalho na saúde. Além de acrescentar e propiciar melhorias ao atendimento e a própria interação interpessoal entre os profissionais da unidade, as reuniões serviram como momentos de reflexão e aprendizados vinculados as melhorias adquiridas mediantes aos debates expostos pelos integrantes da equipe. Sendo assim, após a introdução do tempo protegido, notou-se uma melhoria da interação serviço-comunidade relatada pelos próprios funcionários, e isso foi uma conquista causada pelos pontos que foram solucionados após as pautas trabalhadas e desenvolvidas em formas de dinâmicas, debates e exposição de sugestões direcionadas as falhas encontradas diariamente pelos profissionais da unidade. A vivência na implantação tem um forte impacto na minha formação como acadêmico e futuro profissional da saúde, me mostrando a importância do atendimento humanizado, do trabalho em equipe e do quão é necessário ter políticas públicas que atentem para atenção primária sempre focando na melhora do processo de trabalho.   CONSIDERAÇÕES FINAIS O PET-Saúde possibilitou a oportunidade de formação acadêmico-profissional na linha da integralidade da atenção e do cuidado, além do conhecimento da Política Nacional de Educação Permanente e com isso a vivência da implantação do tempo protegido. Estas vivências para futuros profissionais da saúde que desejam atuar na saúde pública necessitam ser multiplicadas para o fortalecimento dos princípios do SUS na atenção básica. Contudo o tempo protegido se mostrou uma estratégia eficaz através da EPS para formação e desenvolvimento da equipe. E é importante para promover o encontro onde todos possam expor suas críticas e assim trabalharem em equipe em cima das pautas para melhorem o seu processo de trabalho, assim beneficiando os usuários do serviço que a unidade pode oferecer. Para que outras unidades tenham acesso a essas estratégias é necessário profissionais comprometidos e que estejam dispostos a lutar contra as dificuldades diárias encontradas em uma unidade, assim mostrar aos demais os pontos positivos de ações que beneficiem, tornando a saúde um bem de todos.  

1056 CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DO HOSPITAL REGIONAL DE COARI ACERCA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Taianny Gleicy de Souza Assis, Joicyana Camila da Silva Araújo, Patrícia dos Santos Guimarães, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Maxwell Arouca da Silva, Maria Solange Nogueira dos Santos

CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DO HOSPITAL REGIONAL DE COARI ACERCA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Autores: Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Taianny Gleicy de Souza Assis, Joicyana Camila da Silva Araújo, Patrícia dos Santos Guimarães, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Maxwell Arouca da Silva, Maria Solange Nogueira dos Santos

Apresentação: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) também conhecida como infeção hospitalar, ocorrem em todo o mundo afetando tanto países desenvolvidos quanto países em desenvolvimento, estima-se que 1,4 milhões de pessoas no mundo sofrem de complicações relacionadas às IRAS. Denomina-se infecção hospitalar aquela contraída após admissão do paciente no hospital e cuja manifestação pode ter ocorrido durante a internação ou após a alta, podendo ter relação com a hospitalização ou com procedimentos hospitalares. Hábitos de higiene simples contribuem para a prevenção de doenças, promoção da saúde, bem-estar e segurança do profissional de saúde e pacientes. No âmbito hospitalar, as mãos estabelecem o principal meio de contato com os pacientes, em contrapartida, as mãos são reservatórios e veículos de transmissão de microrganismos diversos. As mãos dos profissionais de saúde representam um dos principais mecanismos de transmissão das infecções hospitalares. Isso porque, os profissionais de saúde desempenham funções de contato direto com os pacientes, além de manipular equipamentos, instrumentais e medicações. A Higienização das Mãos (HM) é muito mais rentável e simples para prevenir estas infecções. Embora haja esforços para aumentar o nível de adesão dos profissionais de saúde à HM, nota-se que esta prática ainda não se encontra totalmente incorporada às rotinas de trabalho nos setores de saúde, fato que propicia a transmissão de microrganismos e expõe os profissionais de enfermagem ao risco biológico. O objetivo do estudo  é avaliar o conhecimento dos profissionais de saúde quanto ao ato de higienização das mãos no Hospital Regional de Coari-AM (HRC) Dr. Odair Carlos Geraldo. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, transversal com abordagem quantitativa. Participaram da pesquisa 51 profissionais de saúde do HRC, sendo eles: Enfermeiros, Fisioterapeutas, Técnicos de Enfermagem e Auxiliares de enfermagem. O estudo foi realizado no Hospital Regional de Coari-AM, Dr. Odair Carlos Geraldo, o HRC dispõe de 173 funcionários e conta com 80 leitos distribuídos em suas clínicas: Médica, Cirúrgica, Pediátrica, ALCON (Alojamento Conjunto), Centro Cirúrgico, Pronto Socorro e Pré-parto.  A coleta de dados foi antecedida de sessões educativas acerca da temática de higienização das mãos  numa abordagem dialógica e de discussão com pequenos grupos, com duração de vinte minutos, cada sessão era realizada nas clínicas do HRC no período diurno e noturno, em que foi possível identificar o nível de conhecimento prévio dos participantes acerca da temática seguida da aplicação do formulário - Teste de conhecimento a respeito da higienização das mãos para profissionais de saúde, onde foi dado destaque para a técnica de HM (passo a passo e duração do procedimento) e para os momentos em que o procedimento deve ser realizado, além de oportunizar o esclarecimento das dúvidas. Foram os critérios de inclusão da pesquisa: profissionais de saúde que estão ligados diretamente a assistência dos pacientes do HRC maiores de 18 anos; profissionais que estiveram desenvolvendo atividades no momento da observação; profissional que aceitaram assinar o Termo de consentimento livre esclarecido (TCLE). E critérios de exclusão: alunos que estavam em estágio no momento da realização da pesquisa no HRC; participantes que decidiram sair da pesquisa a qualquer momento. Os dados coletados nas observações e no teste de conhecimento eram assinalados em planilhas impressas, sendo posteriormente digitados em planilha eletrônica. Para análise e tabulação dos dados foi utilizado o programa Software Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 20. Foi informado aos profissionais sobre o propósito da pesquisa e a necessidade de autorização da divulgação da mesma mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), conforme a resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). O projeto foi submetido ao comitê de ética e pesquisa da Universidade Federal do Amazonas e aprovado sob o CAAE: 61224016.0.0000.5020. Para identificação das perguntas do questionário de avaliação foram utilizados a letra P seguida pelo número sequencial do questionário, exemplo: (P.1 – P corresponde a pergunta e 1 identifica a ordem em que aparece no questionário). Resultados: Dos 51 profissionais de saúde atuantes no HRC, 80,4% eram técnicos e auxiliares de enfermagem, 17,6% enfermeiros e 2,0% fisioterapeutas. Quanto ao sexo, 84,3% são do sexo feminino e 15,7% masculino. A P.1 que corresponde ao treinamento sobre higienização das mãos, 94,1% dos participantes da pesquisa responderam que tiveram treinamento de HM e 5,9% afirmaram não ter recebido treinamento. A P.2 destinada a disponibilidade de preparações alcoólicas, 56,9% dos participantes afirmaram que existe disponíveis no seu ambiente de trabalho, 39% negaram a presença desta preparação para uso, o restante, 3,9% não respondeu. Destinada a saber a principal rota de transmissão cruzada de microrganismos potencialmente patogênicos entre pacientes em serviços de saúde, na P.3, 80,4%, responderam corretamente, afirmando que as mãos do profissional de saúde quando não estão higienizadas é a principal rota. A P.4 do questionário aplicado buscava saber se os participantes estavam cientes do tempo mínimo necessário para a preparação alcoólica destruir a maioria dos microrganismos presentes nas mãos, 58,8% responderam corretamente, pois a técnica de HM com preparações alcoólicas dos quais tem a duração mínima de 20 a 30 segundos para ação. As questões relacionadas a prevenção de IRAS (P.5, P.8, P.9 e P.10) apresentaram maior porcentagem de respostas corretas, exceto a alternativa (d) da P.5 que cita o uso regular de creme para as mãos, apresentou somente 47,1% de acerto, evidenciando um déficit de conhecimento, acerca de seus benefícios. A P.11 buscava saber qual era a maior dificuldade encontrada para realizar a higienização das mãos, dos quais 68,6% indicaram que a falta de insumos é principal causa, 23,5% rotina de trabalho, 3,9% falta de incentivo e 3,9% restante não responderam. Considerações finais: De acordo com os resultados analisados os profissionais de saúde conhecem a técnica de HM e os cinco momentos nos quais são preconizados para haver a HM, porém não aplicam em sua rotina esse conhecimento. A falta de insumos foi mencionada como a principal dificuldade encontrada para realizar a correta adesão a HM pelos profissionais do HRC. É importante a criação do departamento de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) no HRC, o que incentivaria os profissionais quanto a forma correta de HM, e mensuraria a adesão destes à esta prática.

1438 VIOLÊNCIAS NO ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE: EXPERIMENTÇÕES CARTOGRAFICAS NA RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE
Cássio Marques Ribeiro, Antônio Vladimir Félix Silva, Aldilania Pereira Sousa, Brena Dielle Anastacio de Sousa, Jamilia Soares Farias, Luis Rocildo Caracas Vieira e Souza, Antonio Charles de Oliveira Nogueira, Nara Bezerra Custódio Mota

VIOLÊNCIAS NO ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE: EXPERIMENTÇÕES CARTOGRAFICAS NA RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE

Autores: Cássio Marques Ribeiro, Antônio Vladimir Félix Silva, Aldilania Pereira Sousa, Brena Dielle Anastacio de Sousa, Jamilia Soares Farias, Luis Rocildo Caracas Vieira e Souza, Antonio Charles de Oliveira Nogueira, Nara Bezerra Custódio Mota

APRESENTAÇÃO: Este é um estudo acerca dos processos de subjetivação suscitados pelas violências no âmbito da atenção básica à saúde no município de Tauá-Ceará. Trata-se de uma cartografia realizada durante a formação na Residênica Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará – RIS/ESP/CE, na cidade de Tauá. A modalidade Residência trata-se de uma pós-graduação, modelo Latu Sensu, voltada para a formação em serviço, ou seja, o sujeito num processo de educação pelo trabalho, nesse caso, voltado para a saúde. A RIS/ESP/CE adota o modelo de residência integrada de caráter interinstitucional, interprofissional, intersetorial e interiorizado, constituída pelos componentes hospitalar e comunitário. No último estão presentes as Ênfases: Saúde da Família e Comunidade; Saúde Mental Coletiva e Saúde Coletiva, as quais compõem a RIS/ESP/CE quarta turma em Tauá. O cenário de prática da ênfase Saúde da Família e Comunidade, no contexto da RIS, compõe-se por duas Unidades Básicas de Saúde, nas quais há residentes inseridos em quatro equipes de Estratégia de Saúde da Família, sendo esse o território que ocupou/materializou esse estudo. DESENVOLVIMENTO: A justificativa para realização desta pesquisa-intervenção partiu da problematização de que ao se pensar no processo de promoção/prevenção e cuidado em saúde faz-se necessário levar em consideração fazeres e práticas que vão ao encontro com o paradigma Psicossocial de Atenção à Saúde. Nesse modelo, (ao contrário do modelo biomédico que foca na patologia e remissão de sintomas) os determinantes e condicionantes sociais/ambientais/históricos/políticos/econômicos atravessam a construção da saúde, bem como os processos de subjetivação aí emaranhados, visando uma relação viva e de vínculo com o território habitado e habitante das pessoas, buscando resgatar a capacidade dos sujeitos e coletivos de se autogerir e transformar sua realidade, promovendo também cidadania, no qual há a centralidade da Atenção Básica - AB, como ordenadora/coordenadora do cuidado em saúde. Cabe-nos aqui a relembrar que a palavra saúde, nesse texto e em nossa escolha ético política, refere-se a uma produção social resultante das condições de alimentação, habitação, educação renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. Ou seja, como uma produção social e direito de cidadania, faz também necessário atentar para as dimensões regulatórias, próprias de qualquer política pública, frisando para a importância da autonomia individual e comunitária, quando se pensa a promoção da saúde. Nesse trabalho, resolvemos escolher justamente um desses fatores que atuam como determinantes/condicionantes do processo de saúde de um território e dos personagens que dele ocupam, a violência. Reconhecendo-a como um fenômeno de caráter paralaxe, ou seja, para a violência existir teremos que situá-la em relação a um sujeito, um objeto, um meio ou instrumento, a implicação de quem a estuda, analisa ou discute está intrinsecamente ligada ao que verá ou conseguirá abstrair e entender sobre ela. Nesse trabalho, tomamos a violência como dispositivo analisador dos processos de subjetivação em saúde no âmbito da ABS/ESF, na qual faz-se possível visualizar territórios permeados por “modos de vida precária”, marcados pela coexistência da invisibilidade e da naturalização da violência, do abandono e do sofrimento psicológico; mas também pela resistência a esse agenciamento através da micropolítica do desejo operando movimentos de vida e produção de saúde . Esse quadro faz parte dos agenciamentos desses territórios existências e da produção de subjetividades na sociedade contemporânea, expressando tanto “adoecimento” (desterritorialização da subjetividade) como modos de cuidar de si, forças da vida que resistem – reterritorialização. Diante disso, nos perguntamos esse fenômeno vem atravessando nossas práticas profissionais bem como os processos de saúde/adoecimento no território? Quais estratégias de resistência a esse agenciamento estão emergindo? Quais articulações podem ser potencializadas para operar o cuidado em saúde de maneira efetiva no território de atuação RIS? A partir desse foco indagatório e do referencial teórico-metodológico que fundamenta este estudo, nossos objetivos - geral: a) cartografar processos de subjetivação de atores que compõem a rede de atenção básica à saúde no município de Tauá-Ceará.; específicos: b) caracterizar a relação entre os altos índices de violência e a demanda pelo cuidado em saúde; c) conhecer a produção de territórios existenciais e modos de resistência vivenciados frente aos agenciamentos promovidos pela violência; d) analisar processos de subjetivação suscitados pela violência nos territórios de saúde cobertos pela ris. Para a realização desse trabalho, em um primeiro momento, submetemos o presente trabalho na Plataforma Brasil, encaminhando-o ao Comitê de Ética e Pesquisa Humana, como requisito necessário a ida a campo. A partir dessa delimitação e em conformidade com a Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde – CNS (que estabelece as diretrizes e normas regulamentadoras em pesquisa envolvendo seres humanos) entramos em contato com os participantes da pesquisa. O sigilo das informações colhidas junto aos participantes da pesquisa no uso das palavras dos mesmos, com a preservação da identidade destes foi preservado, buscando abolir qualquer informação ou ato que fira a dignidade ou exponha indevidamente os sujeitos da pesquisa. Os participantes sujeitos do nosso olhar foram 20 pessoas que em algum momento estiverem sob nosso cuidado na ESF, assim como os indicadores e dados que se referem às violências no local de estudo. A produção de informações, nesse estudo, se deu por meio de uma cartografia, usando como dispositivo a clínica, entendendo-a como o espaço do cuidado, sendo ela inter e transdisciplinar, ampliada, peripatética, do devir/desejo, conscientes de que toda ação clínica é uma atividade política. Assim, consideramos a cartografia como um modo de fazer pesquisa-intervenção, uma metodologia do encontro e da arte de afetar e deixar-se afetar, para que fosse possível acompanhar os processos de subjetivação e a produção dos territórios de existência. RESULTADOS: Os resultados da análise dos processos de subjetivação revelam a violência como um fenômeno muito complexo. Ela constitui um problema histórico, um termômetro social e um indicador de qualidade de vida, ao refletirmos sua na repercussão na atenção à saúde, há a necessidade de incluir alguns dados gerais, nos atentando para os caminhos de possibilidade de ação setorial e intersetorial. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os movimentos ético-estético-políticos realizados nesse contexto deverão destrinchar como os determinantes e condicionantes sociais/ambientais/históricos/políticos/econômicos atravessam a construção da relação violência/AB, bem como os processos de subjetivação aí emaranhados, expressando linhas de forças da vida molar, maleável e molecular, segmentaridade e singularidade, bem como processos de territorialização e desterritorialização, na produção de modos de cuidado e atenção à saúde.

1587 O APOIO INSTITUCIONAL E CO-GESTÃO: uma reflexão sobre a produção do cuidado nas equipes de estratégia de saúde da família.
JOCILANE DE ALMEIDA VASCONCELOS, THAIZE MARIA SILVA LIMA, FRANCINEY ANSELMO FERREIRA, GILMARA ROCHA DE OLIVEIRA, Maria Alíbia Pessanha Alencar, Liara Souza Lima, Roseane Dibo Dantas Muniz

O APOIO INSTITUCIONAL E CO-GESTÃO: uma reflexão sobre a produção do cuidado nas equipes de estratégia de saúde da família.

Autores: JOCILANE DE ALMEIDA VASCONCELOS, THAIZE MARIA SILVA LIMA, FRANCINEY ANSELMO FERREIRA, GILMARA ROCHA DE OLIVEIRA, Maria Alíbia Pessanha Alencar, Liara Souza Lima, Roseane Dibo Dantas Muniz

O apoio institucional é uma função gerencial que utiliza princípios da cogestão objetivando a reformulação do modo tradicional de se fazer gestão na saúde, e tendo a finalidade de fomentar processos de mudança nas organizações. Caracteriza-se como uma ferramenta que possibilita uma melhor organização das práticas e uma maior apropriação dos trabalhadores em relação ao seu fazer cotidiano. A partir de 2015, a SEMSA Manaus implantou o Apoio Institucional para organização e gestão em seus Distritos de Saúde. Este trabalho buscou refletir sobre o papel do apoiador institucional na melhoria da produção do cuidado junto às equipes de saúde da família (ESF), no Distrito de Saúde Leste(DISAL)/Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA Manaus). Os trabalhos realizados pelo apoiador institucional local junto às equipes ESF, primeiramente estabeleceu o vínculo com as equipes facilitando investimento nas ações de formação de pessoal, valorização e criação de novos espaços coletivos. O apoiador institucional acompanhou as equipes no processo de avaliação diante do Programa de Melhoria do Acesso e da qualidade na atenção Básica (PMAQ), auxiliou na resolução de conflitos interpessoais, foi realizado o matriciamento nas pastas de saúde mental, saúde da mulher, saúde do idoso, bolsa família, saúde da criança e do adolescente, dentre outros. Implementação da agenda no que tange o reordenamento do acesso da Atenção Primária a Saúde (APS) de Manaus. Nesse contexto, os apoiadores institucionais do DISAL em suas visitas as ESF estimulou as equipes a rever seus processos de trabalho como também o cuidado em saúde, como um processo de trabalho centrado em relações acolhedoras capazes de produzir vínculos, sendo resultado de uma produção, ou seja, dos esforços dos trabalhadores de saúde em seu próprio trabalho, neste ínterim o cuidado que é realizado e seu resultado depende do modo como este se realiza, isto é, seu processo de trabalho. A experiência realizada no DISAL nos mostrou que o trabalho do apoiador institucional possibilitou às equipes ESF melhor resolução de conflitos interpessoais, melhoria da autonomia e empoderamento, aproximando as equipes ao distrito de saúde. Viabilizou, também, reflexões que permitiram intervir na realidade enquanto produzem bens ou serviços para outros. Conclui-se que os efeitos produzidos por esse modelo de gestão permanecem em construção contínua, apontando que a vivência singular trouxe também um olhar diferente para o interior das equipes, visto que os profissionais de saúde das ESF reconheceram a importância do papel do apoiador institucional na produção do cuidado e na melhoria do processo de trabalho. Novos arranjos foram feitos com intuito da contínua ampliação na produção do cuidado.

1710 “JURUJUBA- QUEM AMA CUIDA-SUA AÇÃO É A SOLUÇÃO: UMA PROPOSTA DE AÇÕES CONJUNTAS ENTRE A EQUIPE DA ESF, COMUNIDADE E SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
Vilma Vieira Silva, Tatiane santos Pereira, Tatiane santos Pereira, Tatiane santos Pereira, Barbara Lima, Rosemeri Santos, Rosemeri Santos, Juliana Gregório, Barbara Lima, Ana Clementina Vieira Almeida, Juliana Gregório, Lucia Mourão, Barbara Lima, Juliana Gregório, Rosemeri Santos, Ana Clementina Vieira Almeida, Ana Clementina Vieira Almeida, Lucia Mourão, Lucia Mourão

“JURUJUBA- QUEM AMA CUIDA-SUA AÇÃO É A SOLUÇÃO: UMA PROPOSTA DE AÇÕES CONJUNTAS ENTRE A EQUIPE DA ESF, COMUNIDADE E SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

Autores: Vilma Vieira Silva, Tatiane santos Pereira, Tatiane santos Pereira, Tatiane santos Pereira, Barbara Lima, Rosemeri Santos, Rosemeri Santos, Juliana Gregório, Barbara Lima, Ana Clementina Vieira Almeida, Juliana Gregório, Lucia Mourão, Barbara Lima, Juliana Gregório, Rosemeri Santos, Ana Clementina Vieira Almeida, Ana Clementina Vieira Almeida, Lucia Mourão, Lucia Mourão

Apresentando do que se trata o trabalho e o objetivo O PROJETO “Jurujuba- Quem ama cuida-Sua ação é a solução”, nasceu dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) do Médico de Família de Jurujuba, com a observação de acumulo de Resíduos Sólidos Urbanos (RDU) no território de modo inadequado promovendo risco a saúde. Busca-se a parceria com a Administração Regional de Jurujuba e apoio de todos os setores prefeitura, igreja, escolas, comerciantes, projetos esportivos, associações e Fiocruz. Objetivo Geral: Sensibilizar a comunidade sobre o descarte dos Resíduos Sólido Urbanos (RSU). Objetivo Específicos: Realizar uma ação intersetorial na comunidade; Promover saúde com a retirada de RSU; Despertar nas pessoas a vontade e a necessidade de limpeza nas proximidades da residência; Transformar Jurujuba num bairro modelo onde todos os moradores possam sentir melhoria da qualidade de vida;   Desenvolvimento do trabalho, descrição da experiência Foram necessários de cinco a seis encontros com os envolvidos na ação intersetorial para planejamento estratégico e definições de cada contribuição da  instituição  dentro do projeto, nomeando cada responsável e suas funções: como assessoria de imprensa, artes, fotografo, publicação, galhardetes, logística, apoio de lanches, tendas, base de infra-estrutura, camisas, mudas de plantas, coleta de lixo eletrônico, coleta de lixo doméstico, óleo de cozinha, material reciclado. .A divulgação do projeto foi realizada pelos ACS na comunidade contando com a colaboração de professores nas escolas,  de projetos esportivos, de escoteiros,e também utilizou-se a distribuição de folders, panfletos, adesivos, convites e até a sala de espera da unidade de saúde da Estratégia de Saúde da Família para a divulgação do projeto. Metodologia A comunidade do Peixe Galo e Salinas, situado em Jurujuba, fazendo parte do setor 033 do Médico de Famíliade Niteroi / Rio de Janeiro, foi a escolhida para o desenvolvimento do projeto. Esta escolha veio por indicação dos ACS, em decorrência da vulnerabilidade social e de saúde provocada pelos descartes inadequados dos RSU. Para que a população pudesse acompanhar o desenvolvimento das atividades realizadas pela comunidade e pelos ACS, o local foi fotografado antes e após o desenvolvimento das ações tendo a duração de um sábado e durante a semana seguinte sala de espera na unidade e nas escolas as professoras realizaram abordagem com os alunos do significado da ação na comunidade. Com as fotos foi possível produzir vários Banners que foram expostos na recepção da unidade de saúde que permanecem até hoje.. Outra ação bastante importante, que mobilizou de maneira positiva toda acomunidade e o ambiente, Foi a distribuição de mudas de plantas, para cada descarte que era realizado de maneira correta.   RESULTADOS E/OU IMPACTOS A ação foi bem aceita e elogiada pela comunidade, mas ficou clara a resistência de uma minoria; A comunidade com a ação percebeu a necessidade de cuidar de seu território, devido a quantidade encontrada de roedores, insetos e resíduos jogados aleatoriamente na comunidade; Conquistamos parceria com o Iate Clube Jurujuba para permissão da entrada do caminhão da Clin para retirada dos RSU da encosta; Por ser uma comunidade montanhosa, temos como desafio o risco desses RSU em suas descida de paredões e vãos livres, expondo as pessoas a acidentes evitáveis, necessitando que sua limpeza seja feita por  trabalhadores da Clin trinados em  de Rapel; Os ACS após essa ação considerou que seu trabalho se tornou mais prazeroso e com menos exposição de risco a sua  saúde e da comunidade, ganhando credibilidade no território e fortalecendo o vínculo. CONSIDERAÇÕES GERAIS Durante a elaboração do Projeto “Jurujuba- Quem ama cuida-Sua ação é a solução”, constatamos que foi possível sensibilizar a maioria da comunidade sobre a necessidade do descarte correto dos resíduos sólidos urbanos, como maneira de melhorar as condições de saúde da população. A diminuição dos casos de arboviroses, veio comprovar a eficácia das ações de moradores e ACS. O projeto abriu espaço para que todos os envolvidos pudessem vivenciar a intersetorialidade, revelando que esta diretriz do Sistema Único de Saúde, favorece mudanças na realidade, ampliando os espaços de planejamento e execução de ações que vieram refletir de maneira positiva na saúde e no meio ambiente daquele território. Os resultados do projeto, revelaram que o mesmo conseguiu despertar nos moradores a vontade e a necessidade de limpeza nas proximidades das residências dos moradores. Entende-se que apesar dos resultados positivos deste projeto, colocam-se alguns desafios. O primeiro é continuar sensibilizando a comunidade para o descarte correto do resíduo sólido urbano. O segundo é que este projeto possa ser replicado em mais setores onde o descarte de resíduos sólidos seja realizado de maneira inadequada. O que se pretende é que o bairro de Jurujuba  venha se constituir em um modelo para outros bairros a partir da percepção dos moradores e de moradores de outros bairros das mudanças que ocorreram na sua qualidade de vida;

2048 SER APOIO, MAS O QUE É ISSO? IMPRESSÕES DO NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA ACERCA DAS DIMENSÕES DO APOIO MATRICIAL
Josiane Moreira Germano, Adilson Ribeiro dos Santos, Alba Benemérita Alves Vilela

SER APOIO, MAS O QUE É ISSO? IMPRESSÕES DO NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA ACERCA DAS DIMENSÕES DO APOIO MATRICIAL

Autores: Josiane Moreira Germano, Adilson Ribeiro dos Santos, Alba Benemérita Alves Vilela

Apresentação: Na busca de proporcionar melhorias no processo de trabalho em saúde na Atenção Básica o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) comparece como um dispositivo potente tendo como uma de suas propostas a atuação pautado no referencial do Apoio Matricial (AM) sustentado sob as dimensões tecno-pedagógicas e assistências. Salienta-se que o conceito de Apoio, quando desarticulado, repercute em dificuldade no processo de trabalho. Assim, o objetivo é relatar a experiência em uma oficina  no contexto do processo de trabalho do NASF. Desenvolvimento do trabalho: trata-se de um relato de experiência que foi realizado com o NASF do município de Itajuípe – Bahia em outubro de 2017. A oficina teve a duração de duas horas e meia e utilizou-se da metodologia da problematização para a discussão do processo de trabalho do NASF em articulação com as Equipes de Referência. A facilitação da discussão foi realizada por dois discentes do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Enfermagem e Saúde da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.  Impactos da experiência: esta  oficina teve o intuito de debater as perspectivas da Clínica Ampliada no processo de trabalho do NASF. Emergiram no debate, necessidades que são transversais ao fazer do NASF no contexto da Atenção Básica(AB), como o entendimento das dimensões do AM. Percebeu-se que os profissionais apresentam lacunas na concepção do Apoio Matricial, contudo, observa-se a inclinação das atividades para as atividades de assistência, centrada em grupos de atividade física e visitas domiciliares, com boas repercussões para a comunidade, porém, as ações tecno-pedagógicas são pouco comtempladas pela dificuldade em que o NASF tem em articular-se com as equipes da AB. Percebeu-se que, mediante o funcionamento de cada equipe da AB, o NASF tem sua atuação específica, porém, distante das ações tecno-pedagógicas. Destaca-se que algumas ações não são construídas coletivamente, como por exemplo, a agenda do NASF, que é apresentada às equipes da AB após a construção, porém é flexibilizada em casos de necessidades, contudo, percebe-se que os momentos como: Atendimentos Compartilhados, Projeto Terapêutico Singular e até mesmo as ações de Educação Permanente em Saúde são prejudicadas por não serem planejadas em concomitância. Outro aspecto importante discutido pelos profissionais foi o resgate da identidade do NASF, cujo tempo de escuta de suas próprias necessidades são inexistentes ou insuficientes para abarcarem todas as demandas da equipe, que suscita necessidade de (re)inventar-se e (re)significar as práticas  e suas ferramentas/estratégias de trabalho cotidianamente. Considerações finais: diante do exposto, pode-se perceber que a necessidade do NASF em seu processo de trabalho, perpassa em reconhecer-se enquanto parte constituinte para o fortalecimento do seu papel enquanto apoiador matricial das equipes da AB, discorrendo em necessidades de aproximar-se das singularidades realizadas de cada processo de trabalho das respectivas unidades de saúde, constituindo em novos arranjos em ser NASF para cada uma dessas equipes.  

4059 O NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLIA E SEU POTENCIAL DE PRODUÇÃO DO CUIDADO: VIVÊNCIAS NO GRUPO DE IDOSOS
Adilson Ribeiro Santos, Alba Benemérita Alves Vilela, Josiane Moreira Germano, Luciana Anjos Aquino, Aline Vinhas Souza, Rafael Santos Almeida, Túlio Batista Franco, Soraya Dantas Santiago dos Anjos

O NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLIA E SEU POTENCIAL DE PRODUÇÃO DO CUIDADO: VIVÊNCIAS NO GRUPO DE IDOSOS

Autores: Adilson Ribeiro Santos, Alba Benemérita Alves Vilela, Josiane Moreira Germano, Luciana Anjos Aquino, Aline Vinhas Souza, Rafael Santos Almeida, Túlio Batista Franco, Soraya Dantas Santiago dos Anjos

APRESENTAÇÃO DA ATIVIDADE Dada a complexidade do processo de trabalho na Atenção Básica (AB), bem como pela capacidade de resolutividade que se espera desse nível de atenção, assistimos o incremento cada vez maior de novas tecnologias de produção do cuidado na realidade da AB. A AB está entre as agendas prioritárias do Ministério da Saúde, uma vez que é eixo estruturante do Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar de ocupar uma posição estratégica, destaca-se que entre os principais desafios encontra-se a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade e da resolutividade das ações na AB. Neste contexto, surgem os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) que são equipes multiprofissionais, compostas por diferentes profissões ou especialidades, que devem atuar de maneira integrada e alicerçada nos pressupostos do Apoio Matricial, cujo trabalho deve pautar-se na interdisciplinaridade abarcando as necessidades dos profissionais e das equipes de Saúde da Família e equipes de AB para populações específicas (Consultórios na Rua, equipes ribeirinhas e fluviais)1. O trabalho do NASF deve ser compartilhado por meio de práticas e saberes em saúde com as equipes de referência apoiadas, sempre no auxílio do manejo ou resolução de problemas clínicos e sanitários, bem como a agregação de práticas, na AB, que ampliem o seu escopo de ofertas. Assim, o NASF constitui-se como um dispositivo potente e estratégico para a melhoria da qualidade da AB, uma vez que amplia o escopo de ações neste contexto e, por meio do compartilhamento de saberes, amplia a capacidade de resolutividade clínica das equipes. Com o primado do trabalho na universalidade, tomando a inversão da pirâmide etária e aumento das doenças crônicas, a população idosa aumenta de maneira significativa, convidando ao refazimento do processo de trabalho na AB tal como o incremento de novas formas de produção do cuidado para esta parcela da população. Diante dos rearranjos necessários para abarcar as novas necessidades no processo de trabalho frente ao envelhecimento, uma das atribuições do NASF é realizar ações coletivas de promoção da saúde. Destarte, este relato traz a experiência do trabalho de uma equipe do NASF com um grupo de idosos de uma Equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF).   A EXPERIÊNCIA   A população adscrita da ESF extrapola três mil pessoas. A população com 60 anos e mais compõe o total de 334 pessoas. Destaca-se que esses dados ainda não representam a totalidade da população, uma vez que ainda se encontra em curso o processo de recadastramento e migração para o e-SUS. O NASF foi implantado em 2013 e as atividades eram realizadas por uma fisioterapeuta, onde se executavam salas de espera, atividades recreativas em datas comemorativas e exercícios. Não havia um profissional de Educação Física na época, mas as atividades contribuíram para a formação dos grupos. Dentre os participantes assíduos, 11 são hipertensos, 4 são diabéticos, e os demais sem enfermidades. São realizados encontros semanais as segundas-feiras com a presença dos diferentes profissionais que compõem o NASF. Uma das ações mais apreciadas, são as ações das práticas corporais. Estar ativo fisicamente é um elemento chave para a longevidade e para uma vida mais saudável em qualquer faixa etária. A atividade física regular ajuda na manutenção do peso diminui o risco de doenças crônicas e cardíacas, melhora o humor, a autoestima, além de proporcionar ao indivíduo melhor qualidade de vida. Semanalmente, são realizadas ações de educação em saúde com temas variados com a presença dos diferentes profissionais da equipe. Os temas são previamente dialogados com a equipe da ESF. As ações de educação em saúde potencializam o agir dos usuários, uma vez que a educação em saúde é considerada como um conjunto de práticas que contribui para aumentar a autonomia das pessoas no seu cuidado e no debate com os profissionais e os gestores a fim de alcançar uma atenção de saúde de acordo com suas necessidades, além de contribuir para saúde potencializar o exercício do controle social sobre as políticas e os serviços de saúde para que esses respondam às necessidades da população. Os idosos são convidados sempre a produzir lanches saudáveis de maneira coletiva e são proativos também na confecção dos instrumentos para as práticas corporais, assim, foi solicitado aos participantes que levassem garrafas pet (com água) e cabos de vassouras (para usar como um bastão). Após os exercícios ainda há o lanche compartilhado, onde cada participante leva uma fruta, ou outro alimento e assim é feito um lanche breve, e é um momento também de descontração e bate-papo. Ressalta-se que as atividades são desenvolvidas em diferentes locais da comunidade como igrejas, sede da associação de moradores e nas praças. Nesses locais em diferentes ocasiões são realizadas ações intersetoriais com a Secretaria de Desenvolvimento Social, buscando a promoção da cidadania desses idosos, muitas vezes vítimas de negligências e abusos. Dessa forma, o NASF assume posição estratégica nessas ações, uma vez que apesar de fazer parte da AB, não se constitui como um serviço com espaço físico independente. Isso quer dizer que os profissionais do NASF se utilizam do próprio espaço das Unidades Básicas de Saúde e do território adstrito para o desenvolvimento do seu trabalho. Eles atuam a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes vinculadas, de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus serviços, além de outras redes como o Sistema Único da Assistência Social (SUAS), redes sociais e comunitárias.   IMPACTOS DA EXPERIÊNCIA   Apesar de configurar-se como um desafio constante a sensibilização dos idosos para a permanência no grupo, este espaço se mostra como um local potente de produção do cuidado, uma vez que os idosos mais assíduos relatam sempre a satisfação e a importância do espaço, não apenas para questões relacionadas à saúde, bem como o lócus de produção de vida, de encontros para um bate papo e recreação. Cabe o destaque também ao fato de ser possível observar mais de perto algumas patologias como o diabetes e a hipertensão, uma vez que são triados antes das atividades. Este simples feito tem contribuído para o monitoramento mais frequente de alguns desses idosos e consequentemente, diminuindo as possibilidades de adoecimento. Por conseguinte, espera-se que o NASF potencialize sua capacidade de ampliação da resolutividade da AB, produzindo para além do cuidado em saúde a promoção da cidadania dos usuários do SUS.

4262 COMUNIDADE DE PRÁTICA DO SERVIÇO SOCIAL EM HOSPITAL TERCIÁRIO DO SUS NO CEARÁ
Ondina Canuto

COMUNIDADE DE PRÁTICA DO SERVIÇO SOCIAL EM HOSPITAL TERCIÁRIO DO SUS NO CEARÁ

Autores: Ondina Canuto

Comunidade de Prática - CoP designa um grupo de pessoas que se unem em torno de um mesmo interesse. Trabalham para achar meios de melhorar o que fazem na resolução de problema na comunidade ou aprendizado diário. Apresenta três características básicas: interesse compartilhado; interação e repertório de experiências. Exige objetivos claros, participação, motivação, colaboração, escuta qualificada, encontros regulares e metodologia definida. Os profissionais de Serviço Social que atuam no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) desenvolvem competências gerais e específicas da Rede Hospitalar, a partir de necessidades complexas de pacientes e acompanhantes. A relação com usuários, equipes multiprofissionais e Redes de Atenção exigem respostas, saberes e organização do seu fazer profissional. Constituída em 2016 com objetivo de, trabalhando entre pares, e com a colaboração de outros profissionais, trocar conhecimentos e experiências, negociar uma visão comum, combinar recursos técnicos e humanos para uma ação coletiva. Em seu segundo ano, esta estratégia de Educação Permanente, está vinculada à Seção de Ensino, Aperfeiçoamento e Pesquisa – SEAP/HGF, constituindo-se de encontros quinzenais/mensais, pautando temas de interesse coletivo. Já foram realizados 34 encontros, com frequência média de 20 participantes, pautando 20 temáticas de interesse cotidiano, construindo alinhamento conceitual e prático. Com efeito, a CoP do Serviço Social/HGF, promoveu formação em serviço e ampliou o olhar do profissional para uma perspectiva coletiva/multiprofissional do cuidado em saúde, fortalecendo o seu Projeto Ético Político e o compromisso com o SUS e seus usuários.

4986 A FRAGMENTAÇÃO NA DIMENSÃO DO PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE
Wirlley Quaresma da Cunha, Ingrid Fabiane Santos da Silva

A FRAGMENTAÇÃO NA DIMENSÃO DO PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE

Autores: Wirlley Quaresma da Cunha, Ingrid Fabiane Santos da Silva

Apresentação: Na mudança de lógica ocorrida na Reforma Sanitária a cura de doenças deixa de ser o eixo estruturante do modelo assistencial, assim a organização dos serviços de saúde se distancia da prestação de serviços de ordem técnica e de caráter clínico e terapêutico. No entanto, a inovação dos princípios orientadores não reflete automaticamente nas práticas de saúde, ao contrário disso, a concretização deste novo modelo perpassa por estas, na relação profissional-usuário, a partir do momento em que os profissionais incorporam em suas ações tais princípios. Nesta linha, a adoção de uma concepção ampliada exige repensar o processo de trabalho em saúde, pois o trabalho neste campo não deve se resumir à técnica profissional, considerando que esta não é suficiente para responder adequadamente às necessidades em saúde. No entanto, em revisão bibliográfica realizada durante pesquisa de dissertação de mestrado, na qual buscou-se conhecer como a literatura acadêmica da Saúde Coletiva aborda o tema da fragmentação na saúde no âmbito assistencial, percebemos que vários autores analisados apontam elementos problemáticos no que diz respeito às práticas em saúde, principalmente reforçam a dificuldade de colocar em prática o que fora preconizado na RS. A fragmentação é relatada de diferentes maneiras nos artigos que compuseram esta revisão, porém neste trabalho nos detivemos sobre os elementos referentes à dimensão das práticas em saúde, denominada aqui de processo de trabalho, englobando o modo de organização e execução das práticas de cuidado dos diversos profissionais de saúde em todos os níveis da assistência, incluindo articulação das práticas no trabalho das equipes multiprofissionais. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão bibliográfica do tipo narrativa. O levantamento foi realizado em setembro de 2016 nas bases de dados MEDLINE, LILACS e SciELO, utilizando as palavras-chave “fragmentação” e “saúde”. Adotamos como critério de seleção: texto integral estar disponível online, ser escrito em língua portuguesa e ter como eixo temático o sistema de saúde brasileiro. Não delimitamos um período específico para as publicações pois buscamos abarcar amplamente as publicações sobre a temática. Ao todo, foram recuperados 249 artigos, sem excluir aqueles comuns a mais de uma base. Depois de realizada a leitura dos títulos e resumos de todos os textos foram excluídos os trabalhos que versavam sobre os serviços de saúde privados, a formação dos profissionais de saúde, a educação em saúde, políticas ou programas oficiais e sistemas de saúde estrangeiros, ficamos assim com uma amostra final de 56 trabalhos. Resultados: Foram identificados três elementos referentes à fragmentação na dimensão do processo de trabalho, a saber: acolhimento, vínculo e trabalho em equipe. A) O acolhimento é uma das diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH), e também considerado como o elemento inicial no processo de trabalho em saúde ou ainda como um instrumento de trabalho, sendo atribuição de todos os profissionais da saúde realizá-lo no encontro com o usuário. O acolhimento é tido como determinante para a integralidade no cuidado, na medida em que se assume o compromisso com a resolução do problema demandado, através de uma escuta qualificada e respostas adequadas que potencializam os efeitos terapêuticos. No entanto, alguns estudos apontaram fragilidades na prática do acolhimento, como a sua burocratização e sistematização, o que afeta a qualidade do cuidado e resolutividade dos casos. Diferentemente do que é recomendado pela PNH, observa-se que o acolhimento ainda é pautado no modelo clínico de queixa-conduta na forma de triagem, funciona como seleção de casos e na ordenação de chegada, sem levar em conta outros aspectos para a priorização do cuidado. Outro fator limitador é o espaço físico dos estabelecimentos, sendo apontado como um ambiente não acolhedor. Pouca atenção é dada à alocação dos espaços de atendimento, que muitas vezes são improvisados e com instalações físicas inadequadas, especialmente nas ESF’s. B) Outro elemento apontado diz respeito ao vínculo, assim como o acolhimento ele é considerado uma tecnologia da relação e também está presente na PNH. O vínculo é considerado uma importante estratégia no processo de trabalho e determinante para a qualidade na atenção, pois a relação que se constrói no encontro entre profissional e usuário potencializa a eficácia das ações, proporcionando uma melhor aproximação com indivíduo e consequentemente possibilitando a compreensão das suas necessidades e singularidades.  A intenção deste dispositivo é também equilibrar as disparidades na relação de poder que geralmente colocam de um lado o profissional de saúde como aquele que detém o saber e a técnica e, de outro o usuário que não possui gerência sobre o processo terapêutico, tendo que se submeter às decisões daquele. No novo modelo assistencial o usuário é sujeito e participa ativamente da produção do cuidado, pois considera-se que os conhecimentos técnico-científicos não são suficientes para o sucesso do trabalho em saúde. Não obstante, verifica-se a enorme dificuldade de se estabelecer o vínculo com os usuários no cotidiano da assistência, como apontam diversos estudos pesquisados. Relata-se que a maior barreira apontada para que o mecanismo seja construído é o fato de que o trabalho em saúde ocorre por meio de atos racionalizados e mecanizados. Um dos obstáculos apontados que impede a construção de vínculo é a rotatividade dos profissionais de saúde, sobretudo de enfermeiros e médicos da Atenção Básica. C) A referência à fragmentação nesta dimensão deriva também da forma como o trabalho nas equipes multiprofissionais vem sendo desenvolvido. Estas equipes foram introduzidas no sistema de saúde também como uma estratégia para a superação da lógica biologicista, deste modo seria possível ter diferentes profissionais que possuem olhares distintos sobre o fenômeno da saúde atuando conjuntamente, o que enriqueceria o trabalho e seria fundamental para a qualidade da atenção prestada. Porém, inúmeras são as dificuldades apontadas quanto a forma que o trabalho nas equipes multiprofissionais vem ocorrendo. A principal delas é articulação necessária para que se reconheça como trabalho em equipe propriamente dito. A reunião de profissionais de diferentes áreas em equipes multiprofissionais por si só não garante que a integração ocorra. Alguns autores atestam que os serviços de saúde se organizam ainda em departamentos com base em especialidades clínicas e, a organização do trabalho obedece à lógica das profissões. Cada departamento se responsabiliza por executar determinadas ações de acordo com as suas áreas de conhecimento, com isso as ações não se interconectam e não se efetiva um trabalho realmente compartilhado. As relações verticalizadas são outro empecilho ao trabalho em equipe, isto significa dizer que os profissionais que ocupam cargos de gestão geralmente tomam as decisões unilateralmente, sem consultar os demais profissionais. Considerações: A fragmentação no processo de trabalho incide diretamente na qualidade da assistência e, consequentemente no atendimento ao princípio da integralidade. Os autores são enfáticos ao defenderem que a organização das práticas em saúde deveria ser orientada à luz da integralidade, mas diferentemente disto, observa-se nos trabalhos analisados que a fragmentação no processo de trabalho é encarada como um obstáculo para o cuidado integral. Além disso, percebemos um enorme descompasso entre o que fora preconizado no contexto da Reforma Sanitária e o que se visualiza no chamado SUS real, evidenciando que os esforços feitos no sentido da reestruturação no âmbito assistencial e da superação do modelo de atenção fragmentado de viés biomédico ainda não foram suficientes.

2538 O PROTAGONISMO DE UM COLETIVO DE TRABALHADORES(AS) EM SAÚDE DA CIDADE DE PORTO ALEGRE NA INTERAÇÃO COM A VIOLÊNCIA: UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA EM UM PRONTO ATENDIMENTO DA REDE DO SUS
Joscelaine Guedes

O PROTAGONISMO DE UM COLETIVO DE TRABALHADORES(AS) EM SAÚDE DA CIDADE DE PORTO ALEGRE NA INTERAÇÃO COM A VIOLÊNCIA: UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA EM UM PRONTO ATENDIMENTO DA REDE DO SUS

Autores: Joscelaine Guedes

A violência em todas as suas formas causa grandes danos aos indivíduos. No setor saúde o desafio é ainda maior, pois absorve o impacto em todos os ângulos. No dia a dia dos serviços de saúde os (as) trabalhadores (as) atendem uma população carente em suas necessidades mais básicas como trabalho, habitação, educação e há a necessidade de se pensar o que pode determinar este cenário. Os determinantes sociais e as iniquidades produzidas pela ausência do poder público influenciam em como o indivíduo se relaciona com o outro, suas fragilidades os colocam em uma condição desigual, então a agressividade e o comportamento violento surgem como alternativa. É necessário repensar ações e mecanismos para o enfrentamento diário as situações de violência que adentra os serviços, com tecnologias que possam ao mesmo tempo dar significado ao trabalho e dar conta das demandas diárias. Neste contexto, este trabalho pretende a partir de um estudo de caso, descrever a construção de trabalho Multiprofissional Colaborativo com o uso da ferramenta Acesso Mais Seguro (AMS) em parceria com a Cruz Vermelha Internacional (CICV) no Serviço de Pronto Atendimento Bom Jesus (PABJ) na Cidade de Porto alegre (POA) de junho de 2015 a setembro de 2017. Este trabalho foi realizado com a construção do plano AMS que ocorreu de maneira contínua, inicialmente com a realização de oficinas de sensibilização na ferramenta partindo posteriormente para a formulação do documento. As dificuldades identificadas, como os processos de trabalho instalados já há muitos anos foram superadas dentro do possível, sendo dialogado de maneira ampla e horizontal. Salienta-se que mudança de comportamentos é necessário para haver uma melhor interação profissional/profissional e profissional /usuário. Só com a produção efetiva de comunicação entre as partes contribuirá para o entendimento de que só com o envolvimento de todos os interessados no processo e que se beneficiam dele poderia efetivamente contribuir para uma nova forma de agir e pensar.     Ao desacomodarem-se no ano de 2015, os(as) servidores(as) do PABJ deram o início ao pensamento crítico em relação a situações vividas. Com a certificação pela SMS ocorrida em setembro de 2017, os (as) trabalhadores (as) que atuam no serviço estão autorizados a partir de decisão tomada pelo GTD (Grupo de Tomada de Decisão) a atuar nos momentos de crise, partindo do plano AMS construído previamente. Socializar as boas práticas de equipes é estratégico, pois a valorização é o princípio básico na identificação do trabalhador com o trabalho em si. O desenvolvimento de tecnologias leves por sua característica transformadora nas relações e interações humanas tem importante papel nesse cenário, para que todos se sintam contemplados em suas demandas e que a qualidade de vida de ambas as partes seja o principal objetivo.            

1552 SEGURANÇA DO PACIENTE EM UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO: UMA ATIVIDADE EDUCATIVA
Ingrid Pujol Hanzen, Ana Paula Lopes da Rosa, Carine Vendruscolo, Denise Antunes de Azambuja Zocche, Elisangela Argenta Zanatta

SEGURANÇA DO PACIENTE EM UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO: UMA ATIVIDADE EDUCATIVA

Autores: Ingrid Pujol Hanzen, Ana Paula Lopes da Rosa, Carine Vendruscolo, Denise Antunes de Azambuja Zocche, Elisangela Argenta Zanatta

Apresentação: A segurança e a qualidade tornaram-se temáticas essenciais para assistência em saúde em todo o mundo, envolvendo colaboradores, administradores e usuários dos serviços. A busca por resultados que contemplem qualidade e otimização do atendimento tornou-se meta dentro das instituições de saúde. A sequencia de diversos eventos adversos com custos humanos e financeiros fez com que a questão da segurança do paciente emergisse e fosse objeto de reflexão, sendo inserida nas políticas públicas de vários países. Em paralelo à complexidade dos serviços de saúde e ao desenvolvimento tecnológico, há o aumento dos riscos, no entanto, estão sendo desenvolvidas estratégias simples e de baixo custo objetivando a redução de danos. Torna-se importante ressaltar que a segurança do paciente causa impacto na qualidade da assistência de enfermagem, para isso é necessário uma mudança na cultura dos profissionais, da existência de um sistema de registros, de uma política institucional voltada para a qualidade. Os profissionais de enfermagem são os mais envolvidos nesse processo, porém ainda existe desconhecimento da importância e de como desenvolver essa prática, com base em evidências científicas e de forma a garantir o princípio da integralidade da atenção a saúde. Nessa direção, o desenvolvimento de uma cultura de segurança, juntamente com a capacitação da equipe de saúde, torna-se um fator positivo na busca por boas práticas que garantam um atendimento seguro e de excelência. Os profissionais precisam compreender as questões relacionadas a segurança do paciente e sua repercussão nos processos de trabalho, assim como as consequências que o erro pode causar. É imprescindível que a equipe conheça os benefícios que a identificação segura garante tanto para o paciente quando para o profissional que presta o atendimento. A conscientização dos profissionais envolvidos é fundamental para o processo de adesão e implementação de processos de identificação segura. O objetivo dessa proposta é relatar a compreensão dos enfermeiros e auxiliares de enfermagem sobre o conceito de segurança do paciente. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência abordando o processo educativo de introdução ao conceito de segurança do paciente em uma unidade de pronto atendimento, no município de Chapecó, Santa Catarina. Os profissionais envolvidos foram os auxiliares de enfermagem e enfermeiros atuantes nos turno matutino e no vespertino. O encontro foi conduzido pela enfermeira responsável pelo estudo. Foram realizados dois encontros com duração de 30 minutos com cada equipe de trabalho, abordando a temática sobre segurança do paciente. Os encontros tiveram com mediador a enfermeira do projeto de intervenção, e foram realizadas da seguinte forma: conhecimento inicial da percepção sobre segurança pelos técnicos, introdução da temática, contribuições para melhora da prática atual. Para a compreensão do que cada profissional tinha como conceito de segurança do paciente foram realizados debates entre os componentes de cada equipe, fazendo com que cada um expusesse sua percepção acerca da temática. Ao final foram pactuadas medidas para inserção de condutas que promovessem práticas seguras. Resultados e/ou impactos: Sobre o conhecimento dos profissionais sobre segurança do paciente, a maioria dos participantes vinculou o ambiente às boas práticas de enfermagem, exemplificando até questões como ausência de vigilante no serviço e uso dos nove certos no preparo e administração de medicações. As equipes identificaram diversos riscos e erros em situações atendimento, foi reforçado que existe sub notificação dos casos. Os profissionais compreendem o atendimento seguro como parte do seu trabalho, porém não sendo efetivo em muitas ocasiões. Conhecer a percepção dos profissionais acerca da temática faz com que possam ser articuladas ações de educação em saúde, nesse contexto, reforçando a segurança do paciente, buscando a redução dos eventos adversos e, consequentemente, melhorando a qualidade do atendimento. Essa percepção dos profissionais da unidade é percebida quando os mesmos relatam reconhecer as falhas de segurança e quais seriam as formas de evita-las, essa evidencia faz com que seja enfatizada a busca por boas práticas no atendimento. Esse momento foi crucial para a introdução da cultura de segurança nos conceitos das equipes, devido à reflexão causada. Percebeu-se que a maioria dos profissionais ao refletirem sobre os erros durante a assistência foram remetidos a criação de uma consciência de responsabilidade profissional. As duas equipes concluíram que necessitam ser mais atentas quanto a segurança do paciente, observar os riscos previníveis e agir de forma a evitar que eventos adversos ocorram. Desde a realização das reuniões, os processos de identificação no cadastro e triagem estão ocorrendo com mais frequencia, porém, percebe-se que ainda falta participação total e verdadeiro entendimento dessas práticas tanto por enfermeiros quanto por técnicos. Como contribuições para a prática diária foram pactuadas mudanças para que os erros possam ser minimizados, entre as sugestões foi decidido que os pacientes devem possuir documento de identificação para poder consultar na unidade de pronto atendimento. Em casos de urgência/emergência o acompanhante ou paciente devem fornecer pelo menos data de nascimento e informações que possam ser comprovadas via pesquisa no sistema. Os auxiliares de enfermagem, após a intervenção, demonstraram mais atenção durante os atendimentos, e a grande parte deles tenta efetivar as boas práticas. Foi percebido que o profissional que mais demonstrou resistência à inserção de um atendimento com processos de segurança foram os enfermeiros da unidade de pronto atendimento. A maioria prefere seguir protocolos distintos e confiar em práticas anteriores, como não checagem dos dados do paciente no momento da triagem. Isso reforça o entendimento de que os profissionais tendem a acreditar que não cometem erros e com isso menosprezar práticas de segurança. A qualidade do atendimento vinculada a cultura da segurança é um processo lento que vai se efetivando conforme adesão e compreensão dos profissionais envolvidos nos processos de assistência. Considerações finais: Algumas das formas de inserção da cultura de segurança dentro dos ambientes de trabalho são os momentos de capacitação, que levam os profissionais a refletirem sobre suas práticas e, no coletivo, pensarem formas de atenção e cuidado seguras e de qualidade. A equipe demonstrou maturidade profissional ao identificar os erros e a ausência de protocolos de segurança durante o atendimento profissional. Torna-se essencial reforçar que o paciente, desde sua admissão até a alta, é responsabilidade da instituição, sendo que está deve garantir uma assistência que evite danos a saúde. Os movimentos educativos e reflexões sobre essa temática devem ser frequentes de forma que os profissionais de enfermagem envolvidos criem percepções críticas e construtivas, resultando em melhores práticas na sua própria forma de produzir saúde e cuidado.

3151 PARÓDIA COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Maria Solange Nogueira dos Santos, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Fernanda Jorge Magalhães, Cristiana Ferreira da Silva, Maria Erika Lira Carlos, Odília Cynara Nobre dos Santos, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira

PARÓDIA COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Maria Solange Nogueira dos Santos, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Fernanda Jorge Magalhães, Cristiana Ferreira da Silva, Maria Erika Lira Carlos, Odília Cynara Nobre dos Santos, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira

Introdução: Sabe-se que alimentação complementar exerce uma influência direta sobre a saúde da criança até sua vida adulta. Ela é fornecida a partir do sexto mês de vida com a introdução de alimentos sólidos como: frutas, verduras, papas e também os líquidos como: água, sucos e chás. Quando é fornecido uma alimentação completa, com todos os grupos de alimentos, é garantido o desenvolvimento dessa criança, como também, a prevenção de anemias e outras doenças. A Suplementação de ferro e vitamina A, também são administrados depois do sexto mês de vida para prevenir a anemia e também diminuir a morbimortalidade causada pela hipovitaminose A. As orientações sobre a alimentação complementar, assim como, a suplementação de ferro e vitamina A, é uma atribuição do enfermeiro da atenção básica a saúde, visto que a maioria do público atendido na Unidade Básica de Saúde (UBS) é de baixa escolaridade, por consequência disso os cuidadores, na maioria das vezes, não detêm os conhecimentos necessários, além de não assimilarem as informações repassadas.Objetivo: Relatar a experiência, de acadêmicas de Enfermagem do 7º semestre de uma faculdade na cidade de Fortaleza-CE, na condução de uma ação educativa sobre alimentação complementar e suplementação de ferro e vitamina A, por meio de uma Paródia. Metodologia: A experiência ocorreu durante as aulas da disciplina de Processo do Cuidar da Saúde da Criança e do Recém-Nascido. A proposta era a criação de uma tecnologia educativa, com uma abordagem diferenciada, com diversas temáticas relevantes. Decidiu-se pela a produção de uma paródia, com o tema já citado acima, por considerarmos uma estratégia de fácil entendimento, dinâmica e de forma que potencializa a interação e participação com o público. De antemão a paródia foi apresentada na sala de aula, com a participação e adesão de todos os acadêmicos. Após o termino, foram feitas as considerações pelos próprios acadêmicos, à cerca da compreensão e da clareza das informações repassadas na paródia. Resultados: A proposta de criação da tecnologia educativa, proporcionaram diferentes e relevantes vivencias, e nos fizeram perceber ainda mais, o papel protagonista do enfermeiro, quanto educador em saúde e transformador da realidade social, levando informações pertinentes a melhora de vida da população. Considerações finais: Com este trabalho, percebe-se que atuação do enfermeiro vai além da prescrição do cuidado. É preciso garantir que a população tenha acesso a informação, e que esta informação, seja repassada com clareza e de forma que venha atender a demanda da população à descrita, contribuindo para melhora de vida e a diminuição da morbimortalidade causadas por uma alimentação deficiente.