152: Produção de sentido no contexto das ISTs: a vida das pessoas em foco
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: ICB Sala 09 - Maloca    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
859 VULNERABILIDADE DE GESTANTE À INFECÇÃO PELO HIV: Relato de experiência.
FÁBIO MANOEL GOMES DA SILVA, RENAN DE SOUZA LINARD, VANESSA KELLY CARDOSO ESTUMANO, VINICIUS DA ROCHA FRÓES, EMILY SANTOS MARINHO, HENNÃ CARDOSO DE LIMA, ÁLVARO ANDRÉ SANTOS CASTANHO, FERNANDA DA SILVA SOARES

VULNERABILIDADE DE GESTANTE À INFECÇÃO PELO HIV: Relato de experiência.

Autores: FÁBIO MANOEL GOMES DA SILVA, RENAN DE SOUZA LINARD, VANESSA KELLY CARDOSO ESTUMANO, VINICIUS DA ROCHA FRÓES, EMILY SANTOS MARINHO, HENNÃ CARDOSO DE LIMA, ÁLVARO ANDRÉ SANTOS CASTANHO, FERNANDA DA SILVA SOARES

Apresentação: O estudo tem como foco o fidedigno acolhimento perante os profissionais de saúde em especifico a enfermagem a pacientes no recente diagnóstico de portadora do vírus do HIV perante um processo gestacional. Objetivo: Relatar a experiência na identificação da vulnerabilidade à infecção pelo HIV em gestantes observadas durante atendimento em um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). Método: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência que se baseou no processo de observação das etapas da consulta pré-testagem anti HIV realizada por enfermeiro em um CTA no Estado do Pará no período de Maio a junho 2017. Resultados: Durante o atendimento para realização da testagem anti-HIV é realizado o aconselhamento e registro no prontuário, o que desempenha importante papel na prevenção e no diagnóstico da infecção pelo HIV e outras IST. Como parte do processo de diagnóstico da infecção, contribui com a adoção de comportamentos sexuais mais seguros, além da redução do impacto da revelação do diagnóstico, da melhoria do autocuidado e da promoção da atenção integral. Visa a cuidar dos aspectos emocionais e tem por foco a saúde sexual, a saúde reprodutiva e a avaliação de vulnerabilidades (BRASIL, 2013). A partir da observação desses dados identificamos que as gestantes observadas apresentaram um perfil de jovens, de baixa escolaridade, repercutindo em baixo acesso à informação; baixa renda familiar, dependência econômica e relações conjugais estáveis, com menor capacidade de negociarem práticas sexuais seguras e dificuldade de se reconhecerem como vulneráveis. As gestantes estudadas claramente se inserem no perfil dos segmentos femininos mais acometidos pela epidemia (MENEZES et al, 2012). Considerações finais: Ao final da experiência concluímos que as gestantes constituem um segmento vulnerável para se contaminar com o vírus HIV, sendo necessária uma política que discuta abertamente a dinâmica dos relacionamentos de homens/mulheres. As orientações podem auxiliar a gestante a participar ativamente de o processo reconhecer os recursos de que dispõe para cuidar de sua saúde e evitar infecções (RAMOS; MENEZES e SOUSA, 2013).  

1700 DESAFIOS E DIFICULDADES DOS PORTADORES DE AIDS E DPOC: NA PERSPECTIVA DO DESEMPENHO OCUPACIONAL.
Noelle Pedroza Silva, Marcia Karolayne Garcia de Quadros, Thais dos Santos Barbosa Fonseca, Angela Maria Bittencourt Fernandes da Silva, José Roberto Lapa e Silva, Thauana Dos Santos Fernandes

DESAFIOS E DIFICULDADES DOS PORTADORES DE AIDS E DPOC: NA PERSPECTIVA DO DESEMPENHO OCUPACIONAL.

Autores: Noelle Pedroza Silva, Marcia Karolayne Garcia de Quadros, Thais dos Santos Barbosa Fonseca, Angela Maria Bittencourt Fernandes da Silva, José Roberto Lapa e Silva, Thauana Dos Santos Fernandes

Apresentação: O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ataca o sistema imunológico humano, infectando e destruindo linfócitos (células do nosso sistema imunológico). Este processo de destruição é lento e gradual, permitindo que os clientes permaneçam assintomáticos por muitos anos. Porém, a permanência desta agressão resulta no desenvolvimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) tornando o organismo vulnerável a diversas infecções e graves doenças oportunistas, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). A DPOC é uma doença respiratória prevenível e tratável, se caracterizando pela presença de obstrução crônica ao fluxo aéreo geralmente progressivo sendo totalmente reversível e ocasionando uma das causas mais frequentes de morbidade e mortalidade no mundo. Esta é composta por dois componentes: o enfisema pulmonar, que é a destruição dos alvéolos e a bronquite crônica, a inflamação dos brônquios.  A evolução desta doença pode acarretar dificuldades crescentes para respirar e à exaustão ao realizar atividades simples do cotidiano, como caminhar, subir escadas e até mesmo tomar banho. Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Yale (EUA) demonstrou que fumantes HIV+ têm maior probabilidade de desenvolver a DPOC do que fumantes não infectados pelo HIV. Os pesquisadores observaram ainda que o risco de DPOC aumentava com a idade e com o uso de terapia anti-retroviral potente (HAART), o que sugere que o aumento da sobrevida promovido pelo tratamento está permitindo que os indivíduos portadores da infecção desenvolvam e morram de co-morbidades como a DPOC. As atividades de vida diária (AVD) podem ser subdivididas em: básicas, que são todas aquelas feitas no cotidiano de forma automática e que todo ser humano realiza no decorrer do seu dia e instrumentais são aquelas atividades mais complexas de trabalho que necessitam maior independência funcional. Sendo assim, este estudo objetiva avaliar os impactos dessas doenças nas AVD. Desenvolvimento: Foi realizada revisão sistemática nas bases de dados Google Scholar, Lilacs, Scielo, BVS, etc sob os seguintes descritores: Terapia ocupacional, AIDS, DPOC, Impactos nas AVD e AIVD. A busca resultou em um total de 15 artigos sendo que destes, apenas 7 abrangeram aos descritores já citados. Apenas uma publicação vinculava ao descritor AIDS e DPOC concomitantemente, os demais artigos envolveram outras áreas da saúde, como a medicina, fisioterapia, enfermagem e psicologia. Observa-se uma escassez em publicações científicas sobre essas enfermidades vinculadas a área de terapia ocupacional. De acordo com o “Modelo de Ocupação Humana” da Terapia Ocupacional (T.O), os papéis ocupacionais determinam a rotina diária e organizam a maioria dos comportamentos de cada pessoa. A mudança nos papéis ocupacionais é um fenômeno complexo e requer a transformação dos hábitos e das habilidades para a integração de um novo padrão de vida diária. Ou seja, é um processo adaptativo que ocorre em diversos contextos no qual o cliente está inserido.  Esse processo vem sendo estudado pela Terapia Ocupacional com o intuito de subsidiar a prática clínica na criação de possibilidades para resgate dos papéis ocupacionais, independência e autonomia. Com a finalidade de promover a adaptação do indivíduo ao ambiente, a T.O fornece orientações e indica técnicas apropriadas que facilitem a realização dessas atividades. Resultados: A infecção pelo HIV pode danificar o trato broncopulmonar, o qual aumenta a suscetibilidade para outras infecções pulmonares. Nos estudos observa-se a prevalência de hábitos tabagicos, consumo de drogas intravenosas entre outros, elevando assim o risco de desenvolver a DPOC, a intolerância ao exercício e a piora progressiva do condicionamento físico chegando a limitar as AVD’s. Nota-se que os portadores de AIDS, sem DPOC, têm melhor qualidade de vida que outros clientes mas pior nos domínios de relações sociais. Isto é decorrente do estigma e discriminação associados às dificuldades na revelação da doença nos contextos que o cliente vive (trabalho, família e amigos). Os achados nos artigos revisados indicam que as particularidades de viver com HIV/AIDS podem afetar negativamente as relações sociais (pessoais, suporte social, atividade sexual), pois se observa que os clientes com DPOC costumam relatar cansaço desproporcional ao realizarem as AVD. Dependendo assim do comprometimento pulmonar e físico que apresentam, pois a execução de tarefas simples pode apresentar consumo de oxigênio e ventilação minuto altos, justificando a sensação de dispnéia relatada pelos mesmos. Nas atividades “amarrar os sapatos" e “pentear os cabelos" os clientes desenvolvem padrão respiratório irregular, superficial e rápido. No decorrer dessas ações, a respiração se torna rápida e profunda, já que os esforços de membros superiores não sustentados levam a dissincronia toracoabdominal e à dispnéia em tempo mais curto, com menor consumo de oxigênio do que os exercícios de membros inferiores. A simples elevação dos braços resulta em considerável aumento do consumo de oxigênio e da ventilação pulmonar em indivíduos normais porque a elevação dos braços altera o recrutamento muscular ventilatório e postural, alterando também a mecânica da caixa torácica e do compartimento abdominal. Nesse sentido, este padrão pós-exercício ocorre pela inefetiva respiração superficial durante a flexão do tronco e esforço com os braços nas atividades avaliadas, o que leva à hiperventilação compensatória após o término das atividades. As AVDs mais comuns no cotidiano envolvem os membros superiores e inferiores, sendo os superiores mais utilizados extensivamente para realizar desde as atividades mais simples até as mais complexas. Esses achados foram confirmados por alguns autores ao observarem que as tarefas realizadas pelos membros superiores sem apoio resultam em significativo aumento no metabolismo e na ventilação. Com isso os clientes com DPOC respondem a esta demanda adotando padrão de respiração rápida e superficial. Neste caso ocorrem mudanças no padrão de recrutamento dos músculos respiratórios, as quais estão relacionadas à percepção da dispnéia e da fadiga durante as AVD simples em que se utilizam os membros superiores. Considerações finais: A prevalência de DPOC em indivíduos infetados pelo HIV é superior à verificada na população geral. Neste contexto a Terapia Ocupacional se insere como membro de uma equipe multidisciplinar, visando aumentar a tolerância e a realização das AVD e AIVD. Em alguns casos, confeccionar e orientar quanto ao uso de tecnologias assistivas, bem como realizar orientação quanto à conservação de energia e atividades educacionais que fazem parte da maioria dos programas de reabilitação pulmonar, a educação pode incentivar o cliente a aderir ao tratamento e a entender melhor as alterações físicas provocadas pela doença e como lidar adequadamente com elas. Deste modo, a prevenção primária e secundária de hábitos tabagicos nos doentes infetados pelo HIV é uma medida fundamental na redução do risco de desenvolvimento de DPOC. Igual atenção deve ser dirigida aos sintomas respiratórios, os quais devem ser avaliados por meio de avaliações funcionais respiratórias com o intuito de promover a melhoria da qualidade de vida e com relação ao Desempenho Ocupacional. O estudo pode ter condições de indicar a Terapia Ocupacional (T.O.) como possibilidade de assistência para um planejamento de estratégias terapêuticas adequadas, buscando auxiliar no desempenho ocupacional ou de planejamento de novos desempenhos. Assim sendo, esse estudo identificou pouca quantidade de literatura existente no Brasil que envolva o profissional de T.O. com DOPC e AIDS, se fazendo necessário a estimulação de produção acadêmica e pesquisa nesta área.

1982 A IMPORTÂNCIA DO SENTIMENTO DE INCLUSÃO EM PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM HIV/AIDS: um relato de experiência no Centro de Testagem e Acolhimento-CTA/ SAI do Município de Santarém-PA
Nilce da Silva Baltazar, Inglith Rodrigues de Lima, Leonardo Arruda Ferreira, Maria das Dores Carneiro Pinheiro, Rogéria da Silva Farias, Fernanda Tabita Zeidan de souza, Eliane dos Santos Campos

A IMPORTÂNCIA DO SENTIMENTO DE INCLUSÃO EM PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM HIV/AIDS: um relato de experiência no Centro de Testagem e Acolhimento-CTA/ SAI do Município de Santarém-PA

Autores: Nilce da Silva Baltazar, Inglith Rodrigues de Lima, Leonardo Arruda Ferreira, Maria das Dores Carneiro Pinheiro, Rogéria da Silva Farias, Fernanda Tabita Zeidan de souza, Eliane dos Santos Campos

O CTA (Centro de Testagem e Acolhimento) e SAE (Sistema de Atendimento Especializado) são instituições voltadas para o diagnóstico e tratamento de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) o qual é composto por uma equipe multiprofissional preparada para ofertar tratamento humanizado para seus usuários e pacientes. Neste sentido, torna-se indispensável à atuação do profissional de psicologia no enfrentamento de angústias geradas pela discriminação social, a qual ainda possuem paradigmas acerca do diagnóstico. Diante disso, o objetivo deste estudo é destacar a importância de ampliar o sentimento de inclusão em pacientes diagnosticados com ISTs. Como procedimento metodológico foram realizadas visitas técnicas ao CTA/SAI e entrevistas semi-dirigidas ao profisisonal de psicologia, através de questões voltadas para as práticas que visam a inclusão dos usuários do Centro. Os resultados obtidos evidenciam a interferência dos aspectos psíquicos na adesão dos pacientes ao tratamento, os quais podem ser mobilizados pelo psicólogo, visando uma ressignificação do conceito de HIV/AIDS através dos grupos, treinamento da equipe multiprofissional, palestras, educação familiar, oficinas, psicoterapia individual breve, acolhimento do sujeito, entre outros. Portanto, entende-se que a atuação do profissional de psicologia com o público mencionado é imprescindível na promoção tanto de bem-estar subjetivo relacionado à convivência com a infecção, quanto em intervenções que possam gerar comportamentos aderentes para com a mesma. Nesse sentido, o usuário do CTA/SAI necessita sentir-se incluído nas atividades ofertadas pelo Centro, para que dessa forma os fazeres realizados pelos profissionais tenham resultados positivos.

2371 PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE HIV/AIDS NO CONTEXTO DO TRABALHADOR PORTUÁRIO DE BELÉM-PA.
Joanna Angélica Azevedo de Oliveira, Yasmin Brabo de Lima, Glenda Keyla China Quemel

PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE HIV/AIDS NO CONTEXTO DO TRABALHADOR PORTUÁRIO DE BELÉM-PA.

Autores: Joanna Angélica Azevedo de Oliveira, Yasmin Brabo de Lima, Glenda Keyla China Quemel

APRESENTAÇÃO: Sabe-se que todas as populações humanas vivem em condições próprias de vulnerabilidade, assim, entende-se a vulnerabilidade como um conjunto de fatores que podem aumentar ou diminuir os riscos a que estão expostos em todas as situações de vida. Nesta perspectiva, surgem em meados do século XX, concepções acerca de promoções de saúde frente a uma sociedade vítima de pragas urbanas e doenças infecciosas. Logo, a promoção em saúde é uma estratégia que desvela os fatores de riscos e agravos de uma população específica afim de fomentar mecanismos que reduzem a vulnerabilidade do grupo de estudo, focando no atendimento adequado aos mesmos. Tal estratégia apoia-se em práticas de educação em saúde, no entanto, ainda que sejam conceitos semelhantes, a promoção em saúde tem visão mais ampla, holística e integral visando o ser humano e a sociedade em seus mais diversos seguimentos como lazer; cultura; trabalho; moradia; ambiente; educação; acesso a bens de serviços essenciais; disparidades de gênero e sexualidade, enquanto que, a educação em saúde estimula a percepção critico-reflexiva do meio em que os grupos ou individuo estão inseridos para mudanças de hábitos nocivos à saúde através de ações educativas, dando autonomia aos atores envolvidos demonstrando que estes são ativos no processo saúde-doença. As práticas de educação em saúde envolvem três seguimentos: os profissionais de saúde que estimulam, valorizam e executam a prevenção e promoção de saúde, tanto quanto, desempenham práticas curativas; os gestores, que apoiam os profissionais de saúde, utilizam-se da liderança, planejamento, organização e gestão participativa com seu corpo de trabalhadores; e a população que está sempre em dialética de conhecimento, necessitando refazer-pensar-agir frente a condições de vulnerabilidade e aumentam sua independência. Desta forma, estas ferramentas e conceitos são aplicáveis em quaisquer organizações humanas, incluindo, o ambiente de trabalho, afinal, entende-se o mesmo também é espaço para veículo de informações pertinentes a saúde do trabalho a nível de sua própria atividade laboral, visando a diminuição de doenças profissionais e acidentes de trabalho; como, também, o ambiente de trabalho é local para estimulo de consciência prevencionista para condições de saúde não vinculadas diretamente ao trabalho como estimulo a prevenção de patologias infectoparasitárias, atualização de esquema de imunização, estimulo ao lazer e etc. A saúde do trabalhador é um ponto crucial de estudo do Sistema Único de Saúde (SUS), através da instauração da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora instituída pela portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012, que busca pela vigilância em saúde determinar estratégias de proteção, promoção e recuperação de saúde. Neste contexto, o trabalho dentro de organizações portuárias sofre um desconhecimento por parte dos enfermeiros em relação a educações em saúde que contribuam para a melhoria da qualidade de vida destes trabalhadores, assim, o presente trabalho objetivou relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem durante a realização de quatro ações educativas sobre HIV/AIDS em uma empresa portuária em Belém-Pa. Por conseguinte, a AIDS é uma epidemia que representa fenômeno global, dinâmico e instável     decorrente da infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), tendo seu ápice de veiculação de informações na década de 80. A teoria mais aceita do surgimento do HIV decorre de sua emergência, primeiramente, em chimpanzés do sul de Camarões, os quais contaminaram caçadores silvestres com um vírus muito semelhante ao HIV, e este sofreu diversas mutações no organismo humano até tornar-se o vírus de alta virulência que deprime células do sistema imunológico, a partir do enfraquecimento de células CD4+, que conhecemos hoje. DESENVOLVIMENTO: o presente estudo trata-se de um relato de experiência a partir de quatro ações educativas sobre HIV/AIDS para colaboradores vinculados a uma empresa de serviços portuários. A primeira ação foi realizada para 20 menores aprendizes com faixa etária de 16 a 18 anos vinculados a instituição com o aval do serviço social, pais e responsáveis, e patrocinada pela comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA) a qual foram explanadas considerações gerais sobre o tema como: o que é o HIV; como o mesmo atinge as funções imunológicas humanas; quais modos de transmissão; métodos de prevenção; considerações sobre diminuição de preconceito e inserção de pessoas HIV positivas na sociedade e ambiente de trabalho; e, após a educação em saúde, foi realizada uma atividade lúdica onde colocaram-se papéis com as dúvidas mais frequentes dentro de uma caixa e os participantes foram orientados a repassar a caixa ao som de uma música e, ao termino da música o participante que parou a caixa deveria ler a pergunta para o grupo responder; as perguntas eram: quais os modos de transmissão do HIV? Quem tem HIV, necessariamente tem AIDS? Por que a mãe infectada por HIV não pode amamenta a criança? HIV é transmitido por picadas de mosquito? Objetos perfurocortantes relacionados a estética das unhas podem transmitir o vírus? As segunda e terceira ações educativas ocorreram em cada setor da empresa em questão com o auxílio de folder com considerações gerais sinalizando “maneiras de contrair HIV” e “maneiras de não contrair HIV”, e distribuição de preservativos. E a quarta ação educativa ocorreu em forma de roda de conversa com servidores da empresa e estagiários com faixa etária de 23 a 65 anos abordando considerações gerais e utilizando de atividade lúdica com placas de “mito” e “verdade”, onde perguntas frequentes eram lançadas aos participantes e estes levantavam a placa que achassem adequada como resposta, e ao final, a resposta em debatida em grupo. RESULTADOS: observou-se que alguns participantes tinham compreensão superficial sobre o tema em questão independente da faixa etária; os mesmos tiveram bastantes dúvidas, relataram ter presenciado situações gritantes de preconceito e narraram casos na família. CONSIDERAÇÕES FINAIS: tornou-se claro que ações educativas e promoção de saúde sobre HIV/AIDS no contexto da saúde do trabalhador devem ser encorajadas pela enfermagem. Apesar da área de enfermagem do trabalho ser um campo consolidado no mercado, ainda é um seguimento da enfermagem pouco explorado por discentes, os quais precisam identificar necessidades e demandas dos trabalhadores; fortalecer a vigilância em saúde; avaliação de indicadores de saúde; definir pontos prioritários de intervenção. Logo, as ações educativas adotadas contribuíram para ampliar concepções dos autores acerca do trabalho, promovendo interações de ensino-aprendizagem para conhecimentos além dos limites do local empregatício para serem incorporadas em praticas cotidianas.

2418 ATIVIDADE INTEGRATIVA COM ADOLESCENTES SOBRE AS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Luana Pereira Correa, Veridiana Barreto do Nascimento, suely Itsuko Ciosak, Gabriele Pedroso Pedroso VASCONCELOS, Marcilene Batista Batista COSTA, Yara Macambira Santana Lima, Benedito de Souza Guimarães Junior, Rair Silvio Alves Saraiva

ATIVIDADE INTEGRATIVA COM ADOLESCENTES SOBRE AS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

Autores: Luana Pereira Correa, Veridiana Barreto do Nascimento, suely Itsuko Ciosak, Gabriele Pedroso Pedroso VASCONCELOS, Marcilene Batista Batista COSTA, Yara Macambira Santana Lima, Benedito de Souza Guimarães Junior, Rair Silvio Alves Saraiva

Apresentação: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são consideradas um problema de Saúde Pública cada vez mais frequente entre a população de adolescentes, por conta disso, identificar o conhecimento de adolescentes acerca de IST/HIV/aids é essencial para contribuições futuras dentro do processo de prevenção dessas infecções. Objetivo: identificar o conhecimento dos adolescentes frente à prevenção das IST. Desenvolvimento: Estudo descritivo, com abordagem quantitativa, realizado em uma Escola Pública de Ensino Médio da periferia da cidade de Santarém no estado do Pará, com 16 adolescentes. Utilizou-se como instrumento um questionário estruturado, composto de 10 questões de múltipla escolha. Resultados e/ou impactos: sobre o que são IST 7 (43,7%) dos adolescentes disseram não saber, e 9 (56,2%) se referiram como Infecções Sexualmente Transmissíveis por meio do ato sexual sem proteção. E quanto ao HIV/aids, 14 (87,5%) disseram que é uma doença que destrói o sistema de defesa do organismo causando a morte por doenças oportunistas, 1 (6, 25 %) dos adolescentes também se referiram a HIV/aids como a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Quanto a transmissão, 5 (31,2%) disseram não saber e 11 (68,7%) dos adolescentes expuseram que ocorre por meio do sexo sem proteção, uso de seringas contaminadas, dentre outros. Considerações Finais: Estes achados podem auxiliar novas pesquisas sobre a saúde de adolescentes, assim com ações pratica que possibilite reflexões construtivas relacionadas à temática IST, como as práticas sexuais seguras, entre os adolescentes, favorecendo com isso a redução de vulnerabilidades ligadas às IST e a gravidez indesejada.

2624 VULNERABILIDADE DE MULHERES QUILOMBOLAS DO RIO TROMBETAS (PA) ÀS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS/HIV/AIDS
Veridiana Barreto Nascimento, Suely Itsuko Ciosak, Jéssica Samara dos Santos Oliveira, Lays Oliveira Bezerra, Sheyla Mara Silva de oliveira, Nádia Vicência do Nascimento Martins, Lucia Yasuko Izumi Nichiata, Rair Silvio Alves Saraiva

VULNERABILIDADE DE MULHERES QUILOMBOLAS DO RIO TROMBETAS (PA) ÀS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS/HIV/AIDS

Autores: Veridiana Barreto Nascimento, Suely Itsuko Ciosak, Jéssica Samara dos Santos Oliveira, Lays Oliveira Bezerra, Sheyla Mara Silva de oliveira, Nádia Vicência do Nascimento Martins, Lucia Yasuko Izumi Nichiata, Rair Silvio Alves Saraiva

Apresentação: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) ainda são elencadas como um problema de Saúde Pública, que atinge uma diversidade de pessoas em todo o mundo, mediante a pluralidade nas formas de transmissão do patógeno. O ato sexual desprotegido, o compartilhamento de seringas para o uso de drogas e o contato direto com secreções e fluídos sanguíneos estão entre as formas mais significativas de contrair tais infecções. A população feminina é a mais vulnerável às IST/HIV/aids, devido à suscetibilidade biológica e à reduzida autonomia sexual, sendo acentuada pela vulnerabilidade individual, social e programática na atualidade. As transformações no perfil de acometimento das IST/HIV/aids com o processo de interiorização, pauperização e feminização faz com que populações antes não atingidas, como as remanescentes de quilombos, deparem-se com condições e situações de desvantagem social, acentuadas pelas disparidades regionais, que obstacularizam a construção de respostas de combate à epidemia, evidenciando sua condição de marginalização em relação à maioria das Políticas Públicas de Saúde. Objetivo: Identificar e analisar as vulnerabilidades de mulheres quilombolas do Rio Trombetas (PA) para as IST/HIV/aids. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, prospectivo, transversal com abordagem quantitativa. A coleta de dados deu-se por meio de entrevista individual realizada no domicílio, a partir de um questionário semiestruturado, após aprovação do Comitê de Ética da Escola de Enfermagem da USP, sob o parecer: 1.667.309. Para a análise dos resultados foi adotado como referencial o conceito de vulnerabilidade. Esta pesquisa foi realizada em oito comunidades quilombolas do alto Trombetas, localizadas no município de Oriximiná, região Oeste do Estado do Pará. Resultados: Participaram do estudo 139 mulheres, todas se autodeclaram negras (63,3%) ou pardas (36,7%), a idade das pesquisadas compreendeu entre 16 e 55 anos, (34,5%) possuíam o ensino fundamental completo, (30,9%) o ensino médio e (4,3%) o ensino superior. Quanto ao estado civil, 69,1% estavam em união estável ou casada, 28,1% solteiras. Em relação à religião, 73,4% eram católicas e 26,6% evangélicas. Das 139, 38,1% tinham emprego fixo, sendo assalariadas, possuíam renda individual menor que um salário mínimo (60,4%) e 61,9% não apresentavam renda fixa, dependiam do trabalho da agricultura, do artesanato ou da renda do companheiro. O tipo de moradia predominante foi a de madeira (48,9%), com menos de três cômodos (56,8%), com água para consumo oriunda do abastecimento comunitário (61,2%). O celular foi o meio de comunicação mais utilizado (43,0%). A faixa etária da menarca foi de 11 a 14 anos (79,8%), do primeiro coito de 15 a 17 anos (46,0%), 71,9% já tinham realizado o exame de PCCU, 56,8% já haviam apresentado sinais de IST, como corrimento (32,4%) e dor pélvica (30,9%). O número de parceiro sexual nos últimos doze meses foi de um a dois parceiros (79,1%), o uso do preservativo masculino entre as casadas foi de apenas 16,7% e do feminino de 13,5%, entre os motivos para o não uso preservativo feminino está a indisponibilidade (52,5%). Quanto aos saberes sobre os IST/HIV/aids, encontramos que 69,1% já haviam recebido informações, sendo que 55,4% sabiam o que são IST, 80,6% que o uso da camisinha é um meio de prevenção, porém, 18,0% informaram não saber acerca da temática. Para 43,0% a relação sexual sem proteção é uma forma de contrair as IST/HIV/aids. 44,7% consideram que existe risco individual para contrair uma IST/HIV/aids e que a infidelidade do parceiro (45,2%) contribui para o risco. Apenas 8,1% classificaram o risco como alto e 64,6% como baixo e ainda 9,6% asseguram não apresentar risco nenhum para contrair uma IST/HIV/aids. Em relação ao conhecimento sobre a aids, 84,3% responderam que é “Doença que destrói o sistema de defesa do organismo causando a morte” e 40,3% não têm conhecimento sobre aids, 87,8% acreditam que a doença é transmitida através da relação sexual sem camisinha, 82,8% responderam que as secreções corpóreas (sangue, leite materno e sêmen) contêm o vírus HIV, porém 64,1% ainda acreditam que a picada de insetos transmite a aids. No que concerne a realização do teste anti-HIV, 74,1% já tinham feito em algum período, sendo que 89,3% realizaram no serviço público na cidade. Não há UBS nas comunidades e a conduta em situação de enfermidade é a de utilizar remédios caseiros (58,3%). Quanto ao enfrentamento das mulheres quilombolas, verificou-se que frente às limitações apontadas nas dimensões individual, social e programática o processo de enfrentamento é inexistente, mostrando quão vulneráveis e suscetíveis essas mulheres estão frente às IST/HIV/aids. Considerações Finais: Diante dos resultados encontrados, o principal desafio é traduzir as soluções para a superação dos diferentes contextos de vulnerabilidade das mulheres quilombolas às IST HIV/aids, implementando políticas efetivas e ações concretas que assegurem o acesso aos programas de promoção e prevenção, disponíveis no sistema de saúde, com garantia de assistência holística e integral para a saúde da mulher. Estudos nas áreas de IST/HIV/aids contemplando a vulnerabilidade das populações, somados ao processo de interiorização e pauperização, favorecem a resolução de problemas como a falta de serviços e ações de saúde, assim como são importantes instrumentos para mapear as reais necessidades e expectativas deste grupo, que se caracteriza por possuir crenças e culturas próprias e estar em um contexto geográfico diferenciado. Ao estudar a vulnerabilidade de mulheres quilombolas às IST/HIV/aids foi possível analisar o papel dessa mulher enquanto sujeito ativo no processo de promoção da saúde, tanto a nível individual e social, como no programático, uma vez que, de posse de condições de educação e de saúde, a mesma possa elaborar representações que orientem o seu comportamento, seus conhecimentos e suas práticas, que a torne menos vulnerável às IST/HIV/aids, transformando futuras gerações para o seu enfrentamento. Neste contexto, vale ressaltar que os enfermeiros, principais agentes da comunidade, devem considerar esses aspectos ao planejar intervenções de promoção, prevenção e controle dessas doenças. Partindo do princípio que a identificação das necessidades em saúde realizada pelos profissionais de saúde permite enfrentar vulnerabilidades com maior propriedade e conhecimentos, é extremamente relevante repensar nossas práticas profissionais junto às populações tradicionais, através da escuta sensível, possibilitando que a mulher seja protagonista de sua saúde, o que fortalecerá políticas públicas inerentes a sua realidade e vulnerabilidades.

2692 A VULNERABILIDADE PROGRAMÁTICA AS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS/HIV/AIDS DA POPULAÇÃO FEMININA QUILOMBOLA, NO MUNICÍPIO DE ORIXIMINÁ, PARÁ
Lays Oliveira Bezerra, Veridiana Barreto do Nascimento, suely Itsuko Ciosak, LUANA Almeida dos Santos, Yara Macambira Santana Lima, EDCARLOS VASCONCELOS DA SILVA, DINAURIA NUNES CUNHA DE FARIA nunes cunha de Faria, JÉSSICA SAMARA DOS SANTOS OLIVEIRA

A VULNERABILIDADE PROGRAMÁTICA AS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS/HIV/AIDS DA POPULAÇÃO FEMININA QUILOMBOLA, NO MUNICÍPIO DE ORIXIMINÁ, PARÁ

Autores: Lays Oliveira Bezerra, Veridiana Barreto do Nascimento, suely Itsuko Ciosak, LUANA Almeida dos Santos, Yara Macambira Santana Lima, EDCARLOS VASCONCELOS DA SILVA, DINAURIA NUNES CUNHA DE FARIA nunes cunha de Faria, JÉSSICA SAMARA DOS SANTOS OLIVEIRA

APRESENTAÇÃO: A dimensão programática da vulnerabilidade contempla o nível da execução de políticas públicas de saúde e programas voltados para o controle das infecções sexualmente transmissíveis(IST)/HIV/aids. Entre os fatores correspondentes à dimensão programática para as IST/HIV/aids está a prestação e a disponibilidade dos serviços de saúde e profissionais capacitados para desenvolver ações, campanhas e programas voltados para promoção e prevenção. OBJETIVO: Identificar a vulnerabilidade programática frente as infecções sexualmente transmissíveis/HIV/aids entre a população feminina quilombola no estado do Pará. MÉTODOS: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, prospectivo, transversal com abordagem quantitativa. Esta pesquisa foi realizada em oito comunidades quilombolas do alto Trombetas, localizadas no município de Oriximiná, região Oeste do Estado do Pará, com a participação de 139 mulheres, para a coleta dos dados utilizou-se um questionário estruturado com perguntas referente a temática. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Em relação aos serviços de saúde, verificou-se que todas as pesquisadas afirmaram sua inexistência na comunidade. A conduta tomada quando estão doentes é a de usarem remédios caseiros, como chás (58,3%), dirigirem-se ao hospital (35,7%) e à farmácia (5,0%) da cidade de Oriximiná ou na Vila de Porto Trombetas. No que concerne às atividades educativas de prevenção relacionadas às IST/HIV/aids são realizadas em modelo de palestras e menos da metade (48,9%) das pesquisadas informaram já ter participado de alguma atividade. A respeito da realização do teste de HIV, 103 (74,1%) mulheres efetuaram o teste em alguma oportunidade, sendo que 70 (67,9%) realizaram nos últimos três anos. Com relação ao local de realização do teste, 88 (85,4%) fizeram no posto de saúde da cidade e 4 (3,9%) em ações na comunidade, entretanto, 11 (10,7%) fizeram o teste em entidade privada, disponibilizada pelo hospital da vila de Porto Trombetas. Considerações Finais: O enfrentamento no plano programático das mulheres quilombolas contou com resultados negativos, uma vez que a falta de acesso a serviços de saúde que promovam a efetivação dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres foi evidenciada. O serviço de teste rápido para HIV e a coleta de exame de PCCU apenas são realizados por uma estratégia de cadastro que condiciona o recebimento de benefícios do governo a sua realização, sendo estes ofertados na cidade de Oriximiná. A participação em atividade de promoção da saúde e prevenção das IST/HIV/aids também não acontece com frequência positiva na comunidade, ou seja, o plano de enfrentamento para a promoção da saúde sexual das mulheres é inexistente, uma vez que as mesmas não possuem mecanismos para colocarem em prática e assim reduzir as vulnerabilidades a estas infecções. Nesse contexto, fica evidente a dificuldade de acessibilidade aos serviços de saúde, a ausência de ações educativas voltadas para a prevenção, o que pode direcionar a maior vulnerabilidade programática para as IST/HIV/aids nesta região.

4451 QUALIDADE DE VIDA DE HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS VIVENDO COM O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA
Odaleia de Oliveira Farias, Dayse da Silva Guedes, Ivana Cristina Vieira de Lima, Samyla Citó Pedrosa, Marli Teresinha Gimeniz Galvão

QUALIDADE DE VIDA DE HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS VIVENDO COM O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA

Autores: Odaleia de Oliveira Farias, Dayse da Silva Guedes, Ivana Cristina Vieira de Lima, Samyla Citó Pedrosa, Marli Teresinha Gimeniz Galvão

Dados epidemiológicos do Brasil indicam aumento dos casos de HIV entre homens que fazem sexo com homens. Nessa população-chave, a descoberta da infecção pode gerar impactos negativos sobre a qualidade de vida, associados ao medo de perder o status social, à culpa em relação à família e à solidão, com consequências significativas sobre a saúde física e mental. Consoante, identificar precocemente os impactos da infecção sobre a qualidade de vida é uma intervenção necessária para promover autocuidado e adesão ao tratamento. Por isso, o objetivo deste estudo é avaliar a qualidade de vida de homens que fazem sexo com homens vivendo com HIV. Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, realizado de julho a dezembro de 2016, em um serviço de atenção especializada em HIV/aids, no nordeste do Brasil.  A amostra foi de 111 homens que fazem sexo com homens vivendo com HIV, recrutados por meio de amostragem não probabilística, a partir dos critérios de inclusão: ser do sexo masculino, apresentar idade superior a 18 anos e se autorreferir homossexual. A coleta de dados foi realizada a partir de entrevista estruturada baseada em um formulário relacionado ao perfil sociodemográfico/clínico e em instrumento para avaliação da qualidade de vida (HAT-QoL), composto por 42 perguntas sobre nove domínios: função geral, satisfação com a vida sexual, preocupações com a saúde, preocupações financeiras, preocupações com a medicação, aceitação do HIV, preocupações com o sigilo, confiança no profissional e função sexual. A qualidade de vida foi considerada comprometida nos domínios com pontuação ≤ 75. Dados organizados no Excel for Windows e posteriormente submetidos à análise estatística descritiva, baseada no cálculo da média e das frequências absoluta e relativa. Os entrevistados apresentaram idade entre 18 a 64 anos (média=29 anos), escolaridade média de 12 anos de estudo, renda média superior a um salário mínimo em reais, média tempo de diagnóstico de 18 meses, com predomínio da situação ocupacional ativa (66,7%), estado civil solteiro (75,7%) e religião católica (45,9%). A maioria tinha contagem de linfócitos T CD+ superior a 350 células/mm3 (92,8%), carga viral detectável (54,9%) e estava em tratamento antirretrovial com tenofovir+lamivudina+efavirenz (78,3%), com posologia média de 1,5 comprimido/dia. A avaliação da qualidade de vida pela escala HAT-QoL indicou cinco domínios comprometidos: função geral, satisfação com a vida sexual, preocupações com a saúde, preocupações financeiras, preocupações com a medicação. A infecção pelo HIV teve influência negativa na qualidade de vida de homens que fazem sexo com homens jovens e recém-diagnosticados. Recomenda-se um plano de cuidados que contemple as necessidades específicas dessa população, de modo a promover a saúde psicológica e social, visando promover a qualidade de vida.

4888 #NOSOTRAS – PREVENÇÃO COM AUTONOMIA
VANIA ROSELI CORREA DE MELLO, SILVIA ANDREA VIERA ALOIA, LORENI LUCAS

#NOSOTRAS – PREVENÇÃO COM AUTONOMIA

Autores: VANIA ROSELI CORREA DE MELLO, SILVIA ANDREA VIERA ALOIA, LORENI LUCAS

A Aids continua sendo um dos problemas de saúde pública de maior magnitude na atualidade, registrando números alarmantes em todo mundo. A resposta brasileira à Aids é destaque no cenário internacional e resulta de ações compartilhadas entre o governo federal, estados, municípios e sociedade civil organizada. A taxa de incidência nacional de HIV/Aids, em 2016, foi de 18,5 casos para cada 100.000 habitantes. Apesar da resposta brasileira à epidemia de Aids ser reconhecida internacionalmente como a ‘melhor do mundo’, sua concentração em alguns segmentos populacionais, aponta a necessidade de se direcionar esforços para a redução das vulnerabilidades. No Rio Grande do Sul essa taxa permanece acima da média nacional, ficando em 31,8 casos para cada 100.000 habitantes. Os coeficientes de detecção continuam indicando Porto Alegre como a capital com o maior número de casos diagnosticados, sendo 65,9 casos por 100.000 habitantes, mais que o dobro da taxa gaúcha e 3,6 vezes maior do que a taxa brasileira. A população com baixa escolaridade é a parcela mais vulnerável ao vírus HIV, especialmente entre as mulheres, o que traz como conseqüência, um número cada vez mais elevado de gestantes HIV positivas e crianças expostas. A Capital gaúcha apresenta o maior número de casos detectados de HIV em gestantes, com 20 casos para cada mil bebês nascidos vivos, quantidade 7,7 vezes maior do que a taxa nacional e 2,2 vezes maior do que a estadual. A mortalidade por Aids vem em queda gradativa desde a universalização da terapia antirretroviral, no entanto, em 2016, Porto Alegre apresentou 22,4 óbitos para cada 100 mil habitantes, 76,7% superior ao coeficiente nacional. Assim, este trabalho consiste no relato de experiência de oficinas de prevenção, promoção e educação sobre a Prevenção Combinada com pessoas de maior vulnerabilidade social para o HIV/Aids, realizadas durante o ano de 2017 nos Distritos Sanitários Humaitá Navegantes, Ilhas (HNI), que pertencem a Gerência Distrital Noroeste, Humaitá, Navegantes e Ilhas (GDNHNI), em Porto Alegre, por iniciativa da Associação de Pessoas Vivendo com HIV/Aids do Rio Grande do Sul (APVHA/RS). O objetivo geral do projeto foi a realização de oficinas de prevenção, promoção e educação em saúde sobre a Prevenção Combinada do HIV, em especial com mulheres, adolescentes/jovens em idade reprodutiva, idosas, vivendo ou não com HIV/Aids por meio da articulação das redes da Saúde, Assistência Social e Educação do território. Entre os objetivos específicos podemos citar: propiciar conhecimento sobre a prevenção combinada em espaços de escuta e diálogo sobre as desigualdades de gênero e seus impactos na prevenção, incentivando o próprio cuidado e mudanças de comportamentos para prevenção do HIV/Aids, IST´s, gravidez indesejada e TV; estimular atitudes assertivas frente à condição sorológica, propiciando o aumento da auto-estima; fortalecer e estreitar o vínculo entre as redes da Saúde, Assistência Social e Educação e usuários; agenciar o reconhecimento dos desafios, oportunidades e estratégias para o enfrentamento da epidemia, contemplando tanto o olhar do usuário como o de trabalhadores e gestores envolvidos; incentivar a testagem para o conhecimento de sorologia com informações adequadas sobre Prevenção Combinada e os fluxos e tratamento existentes; sensibilizar sobre os impactos negativos do estigma e da discriminação, quanto à adesão aos serviços e tratamento das pessoas que vivem com HIV/Aids; incitar a participação cidadã e a realização de advocacy das dificuldades/potencialidades da prevenção do HIV/Aids na região. Realizou-se o levantamento dos dados epidemiológicos dos Distritos Sanitários Humaitá Navegantes e Ilhas (HNI), constantes no Relatório de Gestão (2014-2017), seguidos de reuniões preparatórias com as redes da área da Saúde, Assistência Social e Educação do território para compreender o contexto atual do HIV/Aids na região e o estabelecimento das parcerias necessárias. Os objetivos do projeto foram apresentados e pactuados na Comissão Municipal de Saúde da Mulher do Conselho Municipal de Saúde (CMS), nas Unidades Básicas de Saúde - UBS e Estratégias de Saúde da Família – ESF, na associação de bairro, em uma Escola Municipal de Educação Infantil, com o Programa Ação Rua e no Conselho Distrital de Saúde. As oficinas foram preparadas de acordo com o público a ser alcançado, utilizando metodologias e dinâmicas coerentes com o propósito de debater e desenvolver o tema de forma participativa, envolvendo a todos, de modo que cada participante se sentisse à vontade para falar sobre o que sabia, ou não, a respeito do assunto. A partir das falas e escutas produzidas, foram estimuladas reflexões e diagnósticos da situação de saúde da região, buscando fortalecer a autonomia e participação cidadã. Cada oficina teve a duração de 5 horas e, para assegurar a participação efetiva de todos, foram limitadas a participação de 20 pessoas em cada uma delas. Foram realizadas 8 (oito) oficinas de prevenção combinada, uma oficina de preservativos femininos em atividade alusiva ao outubro Rosa e participação nas ações do dia 1º de Dezembro, realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), abordando a prevenção combinada e realizando oficinas de preservativo feminino. Os resultados das oficinas foram apresentados em Plenária do Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre (CMS/POA) e na II Mostra do Controle Social de Porto Alegre. As ações desenvolvidas atingiram diretamente 374 pessoas e, indiretamente, 18.000 pessoas. Dentre os efeitos percebidos cabe destacar o estreitamento do vínculo com a rede de apoio local no reconhecimento dos obstáculos de cada setor e o diálogo aberto na busca de melhorias dos serviços e ações de saúde na região. Foi possível observar também o exercício do direito à saúde por meio do conhecimento e participação nas instâncias de controle social (conselhos locais/distrital, conferências de saúde e comissão de saúde da mulher). A interação com o grupo e as equipes de saúde, assistência e educação, facilitou a discussão sobre as dificuldades de adesão, demandas e problemas de acesso. Os relatos e as trocas de experiências sobre as dificuldades existentes ampliam as possibilidades para maior autonomia sobre seus corpos e as estratégias de enfrentamento das iniquidades de gênero. Apesar de Porto Alegre ter a maior incidência de HIV/Aids do país e a estratégia de prevenção combinada ter sido implantada desde 2013, nos defrontamos com coordenações de UBS/ESF e profissionais que ainda desconhecem a estratégia de prevenção combinada. Nesse sentido, foi necessário estabelecer parcerias com profissionais experientes na temática para qualificar as técnicas da implementação da Prevenção Combinada nos serviços. É importante salientar, a excelente adesão ao projeto por parte dos gestores, equipes e usuárias, assim como, os inúmeros convites e possibilidades de dar continuidade as ações através de chamamento de equipes de outras regiões da cidade. 

5270 SENTIMENTOS DE MÃES FRENTE À SOROPOSITIVIDADE DO HIV: RELATO DE EXPERIÊNCIA
LUINE GLINS CUNHA, MICHELLE DA CRUZ SANTOS, MARIA RUTE SOUSA DE ARAÚJO, JOSÉ GUILHERME WADY SANTOS

SENTIMENTOS DE MÃES FRENTE À SOROPOSITIVIDADE DO HIV: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: LUINE GLINS CUNHA, MICHELLE DA CRUZ SANTOS, MARIA RUTE SOUSA DE ARAÚJO, JOSÉ GUILHERME WADY SANTOS

INTRODUÇÃO: O HIV é considerado uma doença de alta complexidade que afeta diretamente o biopsicossocial de qualquer pessoa infectada, no qual o estigma, a discriminação e o preconceito se faz muito presente no cotidiano social de cada indivíduo. O HIV ainda é uma doença estigmatizante, que traz julgamentos éticos e morais. Sendo assim, a sociedade impõe-se contra o processo de maternidade na presença do HIV/AIDS, pois existe no imaginário social uma concepção idealizada de mãe. A descoberta do HIV no período gestacional e fora desse período é permeado por momentos de incertezas e traz experiências marcantes a gestação e maternidade, tudo isso é ocasionado pelo risco de transmissão do vírus ao filho. As crianças infectadas menores de 5 anos, são provenientes de uma gestação complicada, sem o uso de profilaxia adequada ou que a mãe oferece a amamentação. O conhecimento do status sorológico do HIV e a precocidade do diagnóstico durante o pré-natal diminuem consideravelmente a TV. Por isso se faz necessário à realização do teste rápido de HIV durante o pré-natal da gestante, contribuindo para utilização precoce do tratamento com antirretrovirais, orientação sobre a escolha da via do canal de parto, no qual dependerá da carga viral e sobre a não adesão ao aleitamento materno e cuidados rotineiros, possibilitando a criança de nascer saudável. Diante do exposto o interesse surgiu ao decorrer das aulas teórico-prática referente à disciplina “Assistência de Enfermagem da Saúde da Mulher e Neonato” (6º semestre), no qual realizamos o atendimento de uma gestante que convive com o vírus do HIV e também obtivemos a co-participação em um parto normal de uma mulher exposta ao HIV. OBJETIVO: Esta pesquisa tem como objetivo ilustrar os sentimentos de mães que vivem com o vírus HIV em um centro especializado em doenças infectocontagiosas no município de Castanhal-Pará. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa descritiva de natureza qualitativa, realizada no referido centro; participaram sete mães com sorologia positiva para o HIV. Os dados foram coletados por meio de uma entrevista semiestruturada com perguntas abertas, divididas em duas partes: sendo a primeira sobre dados pessoais e antecedentes ginecológicos e a segunda parte relacionadas aos sentimentos das mães frente à soropositividade do HIV. Os dados foram analisados pelo método de Análise de Conteúdo de Bardin surgindo seis categorias: A descoberta do vírus no organismo; sentimentos em ser portador do vírus HIV; reação da família ao saber da soropositividade; mudança de vida em decorrência da soropositividade; sentimentos em não poder amamentar; perspectiva para o futuro do filho. RESULTADOS: Os resultados mostraram que a idade das mães variou de 25 a 41 anos, quanto ao estado civil, quatro mulheres mantem um relacionamento estável e três solteiras. Grau de escolaridade, uma participante é analfabeta, três participantes cursaram o ensino fundamental e duas cursaram o ensino médio completo e uma cursou o ensino médio incompleto. Quanto aos antecedentes obstétricos foi observado que o número de parto variou de dois a sete, a maioria era multípara, apenas três tiveram aborto. Quanto ao tipo de parto, duas participantes tiveram parto normal, três tiveram tanto parto normal como cesariano e duas foi apenas cesariano. Em relação ao número de parceiros atual, seis afirmam ter um parceiro fixo e uma relata não ter parceiro. Em relação ao uso do preservativo quatro das participantes relatou fazer o uso de preservativos e apenas duas referiu não usar e uma não usa por não ter parceiro. A maioria das participantes descobriu ser soropositiva na hora do parto, após o nascimento dos filhos e pela sorologia positiva do marido. Os sentimentos por elas relatados em ser portadoras do vírus foram: a tristeza, o medo do preconceito, estigmatização, dificuldades para conseguir emprego e medo da finitude imediata da vida. Todas relataram ter recebido apoio familiar, a força da religiosidade muito presente na vida delas. Quanto aos sentimentos em não poder amamentar foram mencionados tristeza, raiva, culpa e frustação. E se tratando ao futuro do filho, todas relataram o sentimento de esperança. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A realização desta pesquisa permitiu conhecer os sentimentos das mães com sorologia positiva para o HIV que fazem acompanhamento e tratamento em um centro de referência no município de Castanhal no Estado do Pará. É de extrema importância o atendimento do enfermeiro na assistência ao pré-natal, visando detectar doenças, promover a saúde e o bem estar da gestante. Por isso, se faz necessário à solicitação de exames trimestrais, testes rápidos a fim de diagnosticar possíveis doenças que sejam transmitidas para o feto, diminuindo assim, as chances de uma transmissão vertical. O olhar diferenciado pra cada mulher é de valor imensurável, onde nós profissionais de saúde designa um papel fundamental na vida de cada uma, passar confiança, dar atenção, saber escutar, ouvir e interpretar de uma forma que não abale seu emocional. Para que haja uma cumplicidade, onde ela possa dizer não apenas o momento, mas sim como ela vive, e de que maneira ela enfrenta as dificuldades e como ela alcança seus objetivos. Ao se referir sobre a impossibilidade de amamentar e o ato de amamentar por falta de orientação. Denota-se o forte impacto, que o diagnóstico ocasionou em suas vidas, especialmente no momento em que vivenciavam a maternidade, sendo assim os sentimentos elucidados por elas foram: a tristeza, a culpa e frustação por serem ceifadas desse ato de amor com filho. A realização deste estudo nos permitiu não apenas conhecer os sentimentos dessas mães como também compartilhar de suas vivências. Experiência para nós foi enriquecedora, que fez com que aprofundássemos o conhecimento pela temática e por sua vez conhecer a trajetória de vida dessas mães. Foram vários obstáculos ocorridos durante o percurso deste trabalho, de todos, o maior foi adentrar no sentimento dessas mulheres e, sobretudo manter-nos firmes psicologicamente, por que tínhamos um objetivo mesmo diante de tantos relatos de vida. Tivemos o apoio dos funcionários do CEADIC, assim como o de nossa orientadora, para que este estudo fosse concretizado. Para finalizar, esperamos que mais estudos sejam realizados acerca deste tema, para mostrar a relevância, a título de conhecimento da sociedade e aos profissionais de saúde e especialmente o enfermeiro, para que exerça um olhar diferenciado sobre os sentimentos dessas mães, prestando assistência de qualidade de acordo com suas necessidades.

3338 O atendimento psicoterápico a pessoas portadoras do HIV/AIDS em um Hospital de Referencia
KÁSSIA PEREIRA LOPES, JOÃO LUCAS DA SILVA RAMOS

O atendimento psicoterápico a pessoas portadoras do HIV/AIDS em um Hospital de Referencia

Autores: KÁSSIA PEREIRA LOPES, JOÃO LUCAS DA SILVA RAMOS

Desde os anos 80, as infecções sexualmente transmissíveis – IST’s, tem tomado à atenção dos setores preocupados com a saúde pública. Inicialmente, devido a maior incidência das IST’s em uma parcela da sociedade, desencadeou na estigmatização deste público, fortalecendo o preconceito. No entanto, atualmente devido ao aumento gradativo do número de pessoas infectadas, qualquer pessoa sexualmente ativa está dentro do grupo de risco. A falta de acesso à informação acerca das ISTs, o tratamento, acabam por colaborar com o contágio. Serviços testagem são realizados em Unidades Básicas de Saúde e em Hospitais de Referencia, em que consiste na realização de exames de Elisa 1 e Elisa 2, e caso seja positivo, o acompanhamento médico e medicamentoso é iniciado, após a realização de outros exames para confirmação. Neste trabalho estaremos relatando como ocorre o atendimento para esse público que já está manifestando a AIDS, com as infecções oportunistas, atendimento específico dentro de um Hospital público na cidade de Manaus que atua com essa população. Cabe ainda, relatar que o atendimento a soropositivos pelo profissional psicólogo ocorre de duas maneiras: A primeira, quando o paciente solicita o exame de sorologia, é então realizado esse acompanhamento inicial para que este compreenda como se dará o processo desde  retirada do material até o resultado final. Após esse processo, caso seja positivo e o paciente aceite atendimento psicoterápico, é encaminhado então a outro profissional, para a realização da psicoterapia. A segunda maneira compreende quando a doença já se manifesta a partir de infecções oportunistas e neoplasias, e este paciente encontra-se internado em unidade hospitalar para tratamento. Então é realizada além da escuta clínica no leito, a psicoeducação sobre a doença e qualidade de vida, enfatizando a importância e necessidade de se tomar a medicação corretamente, da obtenção de hábitos alimentares saudáveis. O sigilo do diagnóstico caso o paciente não se sinta preparado ainda para compartilhar seu diagnóstico com outras pessoas, apesar de aconselhar que este escolha alguém de sua confiança para confidencializar o que está sendo objeto de angústia ou sofrimento psíquico, e caso este paciente deseje após alta hospitalar, continuidade em acompanhamento psicológico, é então agendado semanalmente ou conforme a disponibilidade do paciente a continuidade da escuta clínica através da psicoterapia. Apesar da importância do acompanhamento psicológico, a elaboração do luto vivenciado pelo paciente soropositivo impede-o que o mesmo muitas vezes aceite a ajuda profissional, isolando-se, porquanto o HIV/AIDS ainda é tido como algo próximo da morte ou mórbido. Cabe então, aos profissionais que lidam com este publico, levantar estratégias para atenção e cuidado a este público.

3487 A FEMINIZAÇÃO DA AIDS NA SAÚDE PÚBLICA: O AUMENTO DO HIV/AIDS EM MULHERES CASADAS OU UNIÃO ESTÁVEL
IAGO ROQUE ROLIM DOS SANTOS, TEREZINHA ALMEIDA QUEIROZ, KELLIANE JORGE PEREIRA BARROSO, SAMYA COUTINHO DE OLIVEIRA, DANIELE VASCONCELOS FERNANDES VIEIRA

A FEMINIZAÇÃO DA AIDS NA SAÚDE PÚBLICA: O AUMENTO DO HIV/AIDS EM MULHERES CASADAS OU UNIÃO ESTÁVEL

Autores: IAGO ROQUE ROLIM DOS SANTOS, TEREZINHA ALMEIDA QUEIROZ, KELLIANE JORGE PEREIRA BARROSO, SAMYA COUTINHO DE OLIVEIRA, DANIELE VASCONCELOS FERNANDES VIEIRA

APRESENTAÇÃO: Apesar da AIDS ter sido descoberta há mais de trinta anos, ainda não foi possível controlar a epidemia, tendo em vista que ela é instável e sem cura. Mesmo com todos os avanços na medicina e tratamentos elaborados ainda não foi possível encontrar uma terapia curativa para esta doença. Destaca-se que com a criação dos medicamentos antirretrovirais, no Brasil, as pessoas que são infectadas ainda podem viver por muitos anos com uma melhor qualidade de vida se comparada com o contexto do início da doença. No Brasil, há de se registrar que é cada vez mais freqüente o aumento do número de mulheres contaminadas pelo vírus HIV/AIDS. Com base nos dados do Departamento de DSTs, AIDS e Hepatites Virais, foram registrados, no Brasil, desde 1980 até junho de 2015, 519.183 (65,0%) casos de AIDS em homens e 278.960 (35,0%) em mulheres. Apesar do sexo masculino ainda ser o mais afetado pelo vírus HIV, é notável a presença e o aumento do sexo feminino nos últimos anos. Algumas mulheres por terem parceiros estáveis, talvez pelo excesso de confiança, não sintam a necessidade de prevenção durante as relações sexuais, por acreditarem que a fidelidade e a confiança estão acima de tudo inclusive nas relações matrimoniais. Essa certeza leva a “falsa” idéia de que estão imunes a contrair o HIV/AIDS. O interesse em realizar esta pesquisa ocorreu a partir do campo de estágio, quando eram solicitados estudos abordando a temática de Feminização da AIDS, dentre outros temas paralelos, como os que se relacionavam com preconceito e gênero. Essa inserção teve início em agosto de 2012, em um setor de Serviço Social de um Centro de Especialidades Médicas que trabalhava temas semelhantes. O estágio foi realizado em uma unidade que tratava pessoas com HIV/ AIDS e, durante esse período que compreendeu um ano e seis meses, foi perceptível entender que além de homens heterossexuais e homo afetivos existia um grande número de usuárias do sexo feminino contaminadas com o vírus HIV. A partir de então foi realizada uma monografia, de conclusão de curso de graduação, abordando a temática: feminização da AIDS e os preconceitos vividos por essas mulheres. Tal justificativa deu origem ao seguinte questionamento: Como está sendo vista a feminização da AIDS na saúde pública no Brasil? Tal estudo considera-se de grande relevância por, no seu final, contribuir com mulheres que não tenham ainda um discernimento da gravidade da doença, com mulheres que mesmo casadas e de parceiro único estejam sendo vítimas da doença, com estudantes e professores da área da saúde, assim como outros pesquisadores interessados em dar continuidade ao tema. Dessa maneira, considera-se de suma importância continuar com a mesma temática de estudos e pesquisas, tendo como foco central outro recorte de idéias, que abordasse o seguinte objetivo: Identificar como está sendo a feminização da AIDS na saúde pública do Brasil, no espaço temporal, dos últimos 10 anos, ou seja, no período de 2007 a 2016. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo descritivo, de natureza bibliográfica com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados por meio de pesquisas publicadas em sites e base de dados da área da saúde, dentre eles Scielo, Lílacs e portal da CAPES, assim como livros e periódicos. Foram utilizados os seguintes descritores controlados associados: prevenção da AIDS, mulher e saúde pública. Considerando-se a escassez de publicação, de acordo com os descritores, foram encontrados sete artigos, que depois de selecionados ficaram apenas cinco artigos falando sobre o tema. A coleta dos dados foi realizada nos meses de agosto a novembro de 2016 e foram utilizados os critérios de inclusão, como: trabalhos selecionados somente aqueles disponíveis online, na íntegra e voltados para o tema em estudo. Além de estarem publicados em português era necessário que estivessem no espaço de tempo entre os anos de 2007 a 2016. Foram excluídos os artigos que falavam sobre HIV/AIDS, no sexo masculino e sobre homo afetivos. Os artigos foram analisados e organizados em quadros onde o primeiro contava com o título, ano, autor e periódicos e o segundo apresentando: os objetivos, resultados e conclusões. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Tabela 1 - Razão de sexo por Região registrada no ano de 2014. Fortaleza/Ceará, novembro de 2016. MASCULINO FEMININO REGIÃO 22 casos 10 casos Sudeste/Centro-Oeste 19 casos 10 casos Norte/Nordeste 16 casos 10 casos Sul Fonte: Barroso (2016). Com base nessa tabela, percebe-se que apesar do aumento da AIDS em mulheres, os homens ainda lideram o ranking da referida doença, só perdendo na região Sul, onde houve uma participação maior das mulheres. Tal fator nos faz pensar nas relações de gênero, pois o modelo de masculinidade ainda é presente dentro da sociedade, ou seja, o homem parece ser o detentor de posse das mulheres, mantendo domínio sobre elas em tudo, inclusive nas relações sexuais. Diante dessa realidade, percebe-se que as mulheres estão cada vez mais suscetíveis a contrair o vírus HIV, no entanto esse aumento envolve fatores diversos, desde a falta de informação, prevenção, até a dominação masculina sobre a mulher. (Tabela 2). Com relação à questão confiança dentro do casamento, parece ser muito comum, as mulheres casadas ou em união estável não se prevenirem, pois muitas acreditam estarem imunes com relação a contrair a doença, simplesmente, pelo fato de serem casadas. Assim, tendem a se incluir em um patamar de pessoas imunes ao HIV, ou seja, mulheres casadas não sentem a necessidade de se prevenir, por acreditarem que estão imunes ao HIV/AIDS. Dessa maneira, acabam sendo alvo fácil de contaminação. Esse fator está relacionado à confiança da mulher no homem dentro do casamento, acreditando ela está inteiramente segura dentro da relação. A confiança pressupõe consciência das circunstâncias de risco, o que não ocorre com a crença. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O presente estudo realizado com mulheres casadas ou em união estável, soropositivas, mostra um fator preocupante, levando em consideração que essas mulheres pesquisadas não tinham a preocupação em se prevenir durante as relações sexuais, por acreditar que nunca iriam contrair a doença. Algumas não usam o preservativo devido à confiança no parceiro, pois crêem estar imunes à doença por terem parceiros fixos, outras não usam porque os parceiros referem não gostar e para satisfazer a vontade deles abdicam de sua proteção. Isso demonstra que essas mulheres não sabem a importância do uso da camisinha dentro das relações sexuais e acabam não dando a devida atenção para esse meio de proteção até serem infectadas pelo HIV. Desse modo, conclui-se que as desigualdades de gênero ainda se fazem presentes na sociedade entre homens e mulheres, fazendo com que os homens ainda exercem um forte poder de manipulação dentro das relações entre eles.