156: Saúde mental em debate: por uma política inclusiva e libertadora
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: ICB Sala 01 - Boiúna    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
687 CONTRIBUIÇÃO PARA PREVENÇÃO DO SUICÍDIO NA PERSPECTIVA DOS/AS PSICÓLOGOS/AS E PSIQUIATRAS ATUANTES NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE MENTAL DO MUNICÍPIO DE BARREIRAS-BA.
Anchielle Crislane Henrique Silva, Noemia Paranhos Bastos Isensee Neta, Nayane Vasconcelos Sodré Coelho, Fabiana Regina Da Silva Grossi

CONTRIBUIÇÃO PARA PREVENÇÃO DO SUICÍDIO NA PERSPECTIVA DOS/AS PSICÓLOGOS/AS E PSIQUIATRAS ATUANTES NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE MENTAL DO MUNICÍPIO DE BARREIRAS-BA.

Autores: Anchielle Crislane Henrique Silva, Noemia Paranhos Bastos Isensee Neta, Nayane Vasconcelos Sodré Coelho, Fabiana Regina Da Silva Grossi

O suicídio se apresenta como um grave problema de saúde pública, pelo seu crescente número de ocorrências. Diante deste panorama, torna-se relevante identificar precocemente sob a ótica dos profissionais os fatores que influencia no comportamento suicida, a fim de definir medidas preventivas para reduzir tal risco e impedir o suicídio. O objetivo geral desse estudo, é identificar como os/as psicólogos/as e psiquiatras atuantes na rede pública de saúde mental do município de Barreiras-Bahia contribuem na prevenção do suicídio. Portanto, observou-se que o nível de capacitação e o preparo dos profissionais da área de saúde podem contribuir de forma sistemática na estratégia de prevenção, pois através da sua qualificação estarão aptos a compreender o fenômeno e identificar fatores que levam ao comportamento suicida, intervindo com medidas protetivas que visa minimizar os riscos. Além de identificar o acolhimento, a empatia como técnicas em primeiros cuidados com o paciente, observou-se como meio de prevenção e intervenção técnicas de abordagem cognitiva comportamental e intervenções interacionais com as famílias em terapia familiar sistêmica. A pesquisa utilizou o método qualitativo de caráter exploratório e a aplicação de entrevistas semiestruturadas a psicólogos/as e psiquiatras que atuam na área da saúde mental. Sendo esta, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com número de CAAE: 68735617.3.0000.5026. Percebe-se que a prevenção do comportamento suicida é um grande desafio não só para a área de saúde mental, mas para sociedade como um todo por se tratar de um fenômeno de propriedade complexa, ainda percebido como um “tabu”, seja por aspecto religioso, cultural ou social, perpetuando dessa forma o despreparo e a negligencia acerca da suicidologia. Sendo assim, pretendemos com o estudo contribuir de maneira cientifica para que a temática suicídio seja compreendida livre de estigmas, e passível de prevenção, visando um conhecimento mais objetivo sobre estas questões, diminuindo dessa forma, as distorções que geram preconceitos e ideias errôneas em torno do fenômeno.

1561 OS ENTRAVES DECORRENTES DA AUSÊNCIA DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO MUNICÍPIO DE PORTEIRAS-CE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Lívia Karine Silva Mendes, Joana D’arc Silva Gomes, Ana Patrícia de Alencar, Nathalia Nayle Belém de Sá, Rafaele Conceição Pereira, Ana Thayline Vidal Rosendo, Jéssica Marco Pereira da Cunha, Thays Silva de Sousa Lopes

OS ENTRAVES DECORRENTES DA AUSÊNCIA DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO MUNICÍPIO DE PORTEIRAS-CE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Lívia Karine Silva Mendes, Joana D’arc Silva Gomes, Ana Patrícia de Alencar, Nathalia Nayle Belém de Sá, Rafaele Conceição Pereira, Ana Thayline Vidal Rosendo, Jéssica Marco Pereira da Cunha, Thays Silva de Sousa Lopes

INTRODUÇÃO: Em 1970 surge a reforma psiquiátrica, originando um novo pensamento do cuidado em saúde mental. Onde aponta a necessidade de mudança do modelo hospitalocêntrico, apresentando consigo a “desinstitucionalização” da loucura. Em virtude dessa luta por uma saúde integral e humanizada, temos a criação de equipamentos substitutivos aos manicômios, dentre esses encontra-se o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). OBJETIVO: Analisar os entraves decorrentes da ausência do CAPS no município de Porteiras-CE. METODOLOGIA: Relato de experiência ocorrido no município de Porteiras-CE por integrantes da Residência Multiprofissional da Escola de Saúde Pública do Ceará entre os meses de março a junho de 2017. RESULTADOS: Ao realizarmos o processo de territorialização, percebemos as dificuldades encontradas pela população e pelos profissionais por conta da ausência do CAPS. Sabendo que o município conta com bons equipamentos na atenção básica, como a Estratégia Saúde da Família e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família, aponta-se a necessidade de um serviço especializado em saúde mental. Uma vez que os profissionais muitas vezes não se sentem preparados para atuar frente a essa demanda, pois notamos usuários que desenvolvem crises severas “desassistidos” na sua integralidade, em virtude da ausência de equipamentos especializados. CONCLUSÃO: O CAPS é um importante instrumento para o cuidado em saúde mental, visto que, fornece atenção integral aos seus usuários de forma humanizada.

2419 PERCEPÇÕES E PRÁTICAS DE UMA EQUIPE DE UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL SOBRE O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Marina Weizenmann

PERCEPÇÕES E PRÁTICAS DE UMA EQUIPE DE UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL SOBRE O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS

Autores: Marina Weizenmann

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) ocupam função estratégica no modelo de atenção à saúde advindo da Reforma Psiquiátrica e os profissionais de saúde desempenham um importante papel na construção de um cuidado que seja convergente com esse modelo. Esta pesquisa, com o objetivo de identificar percepções e práticas de uma equipe de CAPS sobre o uso racional de medicamentos (URM), seguiu um modelo descritivo, exploratório, de natureza qualitativa com trabalhadores do CAPS I de Lajeado-RS. Os dados foram coletados por aplicação de questionário e realização de grupos focais. Os discursos foram transcritos e analisados pelo método da “análise de conteúdo”. O medicamento surgiu como um elemento que permeia diversas situações que são cotidianas no CAPS. Considerando o que é preconizado pela Organização Mundial de Saúde, o conceito de URM foi parcialmente apresentado pela equipe, relacionando principalmente a dose adequada e a necessidade de seu uso. Também foram debatidos elementos da organização do sistema de saúde que influenciam o URM, como por exemplo, a organização em rede de atenção à saúde e a formação profissional. Sobre práticas realizadas para o URM, as mais predominantes nas narrativas foram aquelas transversais aos profissionais da saúde e que requerem o uso de tecnologias leves. Com todos os elementos desta pesquisa foi possível captar que a promoção do URM no contexto estudado, quando articula a organização do sistema de saúde, considera as influências do contexto social e é desenvolvida pela atuação das equipes de saúde e da rede de conformação intersetorial, se mostra como uma estratégia capaz de guiar práticas de cuidado ao encontro da Reforma Psiquiátrica. Essa é uma importante análise frente à necessidade de desvincular o medicamento de condutas manicomiais dentro de um serviço que é o CAPS, criado justamente para romper este modelo de “não atenção”.

2554 AVALIAÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA SEGUNDO REGIÕES GEOPOLÍTICAS BRASILEIRAS
Tiziana Bezerra Gerbaldo, Adenilda Teixeira Arruda, Bernardo Lessa Horta, Luiza Garnelo

AVALIAÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA SEGUNDO REGIÕES GEOPOLÍTICAS BRASILEIRAS

Autores: Tiziana Bezerra Gerbaldo, Adenilda Teixeira Arruda, Bernardo Lessa Horta, Luiza Garnelo

Apresentação: O cuidado em saúde mental na Estratégia Saúde da Família (ESF) envolve o monitoramento de situações de saúde no território, a identificação e o controle de casos e a redução de sintomas, visando minimizar os riscos de internação e favorecer a permanência no ambiente familiar. Desenvolvimento: o objetivo do trabalho foi avaliar o cuidado em saúde mental desenvolvido na ESF em associação com as regiões geopolíticas do país a partir do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). Este é um estudo transversal que analisou variáveis relativas ao cuidado em saúde mental, a partir de questionário aplicado a 29.778 Equipes de Saúde da Família (90% das atuantes em todas as regiões) entre 2013/14. Diferenças na distribuição das características do cuidado em saúde mental para as regiões foram verificadas com teste qui-quadrado. Resultados: Os resultados indicam que o cuidado em saúde mental tem baixos percentuais de implantação em todo Brasil (52,1% das equipes do Brasil desenvolvem menos da metade das ações investigadas), pior desenvolvimento nas regiões Norte e Centro-Oeste (com 56,2% e 46,2% realizando até 4 das 14 ações avaliadas, respectivamente), baixa incorporação de estratégias de promoção de saúde (52,1% de respostas negativas no Brasil) e de ações desenvolvidas com usuários de álcool e outras drogas (41,5% não executa esta atividade). Considerações finais: Procedimentos avaliativos se mostram úteis para apontar os limites atuais das ações desenvolvidas e apontar estratégias capazes de estimular e aprimorar os cuidados de saúde mental ofertados em nível primário, promovendo a descentralização e a desinstitucionalização do cuidado. Recomenda-se a continuidade das ações de saúde mental e o fortalecimento de ações educativas e promoção de saúde no tema.

2648 A Crise em Saúde Mental, do Fenômeno ao Conceito
Ramon Reis dos Santos Ferreira, Camila Macedo Martins

A Crise em Saúde Mental, do Fenômeno ao Conceito

Autores: Ramon Reis dos Santos Ferreira, Camila Macedo Martins

A Reforma Psiquiátrica brasileira é um complexo processo ético-político-institucional que vem reorientando o modelo de atenção em saúde mental no país, almejando a superação do paradigma asilar e, sobretudo, a constituição de um novo lugar social para a loucura. Neste contexto, destaca-se a criação dos CAPS enquanto equipamentos substitutivos, especialmente após a lei 10.216/01 e a portaria 336/02, como dispositivos estratégicos na transformação da lógica manicomial. Tal processo enfrenta, contudo, importantes desafios para a sua consolidação, dentre os quais ressalta-se a problemática da atenção à crise em saúde mental. Diante da inserção de dois residentes multiprofissionais em um hospital psiquiátrico localizado na cidade do Rio de Janeiro, percebeu-se que há uma pluralidade de concepções sobre crise de saúde mental que circulam entre os diferentes atores presentes no cuidado e, ainda, entre as redes de saúde em seus variados níveis hierárquicos. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo investigar, primeiramente, o que se compreende por crise em saúde mental, a partir dos diferentes referenciais teóricos presentes no campo da atenção psicossocial, e de que forma estas compreensões relacionam-se com os dispositivos assistenciais utilizados. A pesquisa tem, ainda, como premissa elementar, a concepção de que a internação é uma modalidade de cuidado que, apesar de não ser a única, dirige-se fundamentalmente aos momentos de desestabilização dos usuários e ao desencadeamento de múltiplos quadros sintomatológicos reconhecidos como origem e/ou vicissitudes das crises. Seguindo o mesmo axioma, seria possível inferir que a absorção de usuários em unidades de internação representa, implicitamente, a própria concepção das redes de saúde no tangente à problemática da crise em saúde mental. Para tanto, serão revisados, portanto, os prontuários de usuários admitidos em instituição terciária de internação psiquiátrica no período de 01/01/2017 a 01/07/2017, e estas informações passarão por um tratamento de avaliação. O objetivo, aqui, é captar, da produção de documentação médico-psicopatológica os elementos legitimadores da própria internação como intervenção de enfrentamento à crise. Por fim, pretende-se empreender um trabalho de problematização do conceito em questão, indagando sua relação com os diferentes dispositivos utilizados enquanto recursos assistenciais. Este ensaio está vinculado ao Programa de Residência Multiprofissional do IPUB/UFRJ e representa um desdobramento do itinerário de discussões e das linhas de pesquisa a ele associados.

2699 De la anamnesis a la narrativa: los efectos de la "captura diagnóstica". Una investigación etnográfica en dos instituciones psiquiátricas de la ciudad de Roma (Italia).
eleonora pittalis

De la anamnesis a la narrativa: los efectos de la "captura diagnóstica". Una investigación etnográfica en dos instituciones psiquiátricas de la ciudad de Roma (Italia).

Autores: eleonora pittalis

Este trabajo es el relato parcial de una investigación antropológica en progreso en algunas instituciones psiquiátricas de la ciudad de Roma. La búsqueda se basa en los cuentos de vida de personas con una historia de sufrimiento psíquico y que han vivido una experiencia in servicios y hospitales psiquiátricos. Los testimonios fueron recogidos a través de la metodología etnográfica de la observación participante y el uso de entrevistas semi-estructuradas. La investigación tiene como objetivo experimentar, dentro de los contextos médicos, la práctica antropológica de la narración biográfica y de la escucha como alternativas o apoyo a la realización de la anamnesis. Esto ejercicio de narración puede revelar las interpretaciones y el significado que los sujetos atribuyen a la experiencia de la enfermedad, en relación también con el enraizamiento en su tejido cultural y a las prácticas médico-psiquiátricas. El equipo conceptual e instrumental (nosografías; diagnóstico) de la psiquiátrica biomédica, así como sus prácticas, políticas y retóricas, se acercan a la historia personal en busca de signos de la enfermedad más que de significados subjetivos, sociales y culturales. La práctica de la psiquiatría clínica produce así una recodificación y una reducción de las experiencias y de las historias de los sujetos dentro del léxico de la enfermedad y del síntoma patológico. El conjunto de la información recogidas forma, de hecho, una historia patológica (una “pato-historia”). De esta manera el sujeto que sufre es representado como el sitio de la enfermedad o una isla psicopatológica, y nunca como un agente narrativo. El análisis de los testimonios recogidos, por tanto, muestra cómo se producen efectos de colonización del conocimiento y del lenguaje. La práctica clínica y el vocabulario de la psiquiatría representan, de hecho, sistemas de significación que proporcionan las condiciones para atribuir significado a sí mismos y a sus propias experiencias. El diagnostico está tan ligado a la persona que ya no se lo considera como algo que uno tiene sino como algo que uno es. En este sentido la "captura diagnóstica" produce identidades y carreras atrapadas en un rango muy estrecho de posibilidades, casi completamente vinculadas con el contexto medico. Frente a las grandes narrativas "oficiales" de ciencia y psicología o de aquellos conocimientos legitimados por un reconocimiento institucional, abrir uno espacio de narración y escucha por las historias de vida singulares, significa hablar de la necesidad de un espacio político real de exposición, condivisión y acción que permita de escribir y imaginar nuevas cartografías del deseo, estrategias y proyectos de libertad y autonomía.

2793 PERCEPÇÃO SOBRE A ASSISTÊNCIA AO PACIENTE PSIQUIÁTRICO EM INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA: UMA VIVÊNCIA ACADÊMICA
Ruth Carolina Leão Costa, Brenda Lima Filocreão, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento, Marcos José Risuenho Brito Silva, Regiane Camarão Farias, Larissa Lima Figueira Freire, Mônica de Cássia Pinheiro Costa

PERCEPÇÃO SOBRE A ASSISTÊNCIA AO PACIENTE PSIQUIÁTRICO EM INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA: UMA VIVÊNCIA ACADÊMICA

Autores: Ruth Carolina Leão Costa, Brenda Lima Filocreão, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento, Marcos José Risuenho Brito Silva, Regiane Camarão Farias, Larissa Lima Figueira Freire, Mônica de Cássia Pinheiro Costa

Apresentação: A política de saúde mental do País tem como marco a Lei nº 10.216/2001, que impulsionou a construção de um modelo humanizado de atenção integral, redirecionando o foco da atuação profissional, com o cuidado hospitalar passando a ser considerado apenas quando as medidas terapêuticas extra-hospitalares forem insuficientes, tornando, assim, o modelo de assistência ao paciente com transtorno mental adotado pelo Brasil inovador, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, pois se baseia no cuidado à comunidade, defesa aos direitos do paciente com transtorno mental, respeito à sua dignidade e liberdade individual. A supracitada lei explicita as modalidades de internação hospitalar, sendo elas: voluntária quando é solicitada ou permitida pelo paciente, involuntária quando solicitada por outrem e sem a concordância do usuário e compulsória quando é determinada pelo juiz e por acontecer por vias da justiça não pode ser legalmente questionada. No entanto no âmbito da saúde a internação compulsória é fonte de inúmeros debates, uma vez que esta é apresentada como contraditória a luta antimanicomial, pois a internação passa a ser uma forma de aprisionamento, constituindo-se em uma prática higienista e salientando a ideia de periculosidade do portador de transtornos mentais que por sua vez trás implicações negativas para a relação paciente/profissional pois a ideia da criminalização da doença gerou uma cultura de estigmas no imaginário social que ainda é uma barreira a ser ultrapassada pela luta antimanicomial, especialmente em profissionais que tem maior contato com os pacientes, destacando-se a enfermagem. Diante do exposto, este trabalho tem como objetivos relatar a experiência da acadêmica em uma roda de conversa com profissionais de Enfermagem sobre internação compulsória, verificar a percepção dos profissionais sobre a internação compulsória e identificar se há a diferença da assistência ao paciente inserido no âmbito hospitalar diante dessa modalidade. Desenvolvimento do trabalho: Através da observação da realidade durante a prática do componente curricular de Saúde Mental II em uma clínica psiquiátrica do município de Belém- PA identificou-se um paciente internado compulsoriamente, partindo do pressuposto de que uma competência e habilidade a ser desenvolvida pelo acadêmico de enfermagem é o senso-crítico, a discente elencou como questionamento: qual seria a percepção dos profissionais de enfermagem sobre a internação compulsória e se havia diferença na assistência ao paciente internado a partir dessa modalidade. Com o intuito de solucionar as questões levantadas, foi realizada uma roda de conversa com os profissionais de enfermagem que trabalham na instituição hospitalar. O espaço ocorreu no mês de dezembro do ano de 2017, no período da manhã contando com a presença de seis enfermeiros, sendo um professor de uma instituição de ensino superior e quatro acadêmicas de enfermagem; com intuito de facilitar o diálogo, foi produzido um folder contendo os assuntos a serem abordados na roda de conversa, sendo que esta foi seccionada em momentos baseados na ordem do folder: no primeiro momento abordou-se a Lei 10.216/2001, o segundo momento foi voltado para a explanação sobre a internação compulsória e o terceiro momento sobre o cuidado de enfermagem ideal ao usuário em internação compulsória. Resultados e/ou Impactos: Durante a explanação sobre a lei da reforma os profissionais mostraram domínio sobre o que estava disposto no regulamento, como a proteção dos direitos do portador de transtorno mental e o redirecionamento do modelo assistencial do País, sabiam quais as modalidades de internação e o fluxo da rede de atenção à saúde mental. Quando abordado sobre a internação compulsória os enfermeiros sabiam que essa modalidade era prevista em casos de drogadição associada a transtorno mental, quando comprovadamente houve crime durante crise ou quando a internação era solicitada por outrem diretamente ao juiz, que ao analisar os motivos da solicitação dava parecer favorável, no entanto os profissionais relataram que esse ideal não acontecia na prática e se referiram a situações em que o usuário internado de forma compulsória não possuía indicações para ser tratado em uma clínica psiquiátrica; casos em que essa modalidade era usada como forma de internação de dependentes químicos perigosos que não eram doentes mentais, sendo assim, uma punição a sua condição de saúde; também foi abordado o cenário de falta de autonomia da equipe para a liberação do paciente e seu retorno à rede de atenção à saúde mental. Diante do terceiro momento, em que se explanou sobre o cuidado de enfermagem ideal frente ao paciente com esse perfil ouviu-se relatos de insegurança e fragilidade diante do sistema de saúde que não verifica as reais necessidades do usuário e submete a equipe a riscos, porém os enfermeiros evidenciaram que mesmo diante do quadro apresentado tentam uma relação humanizada, ética e baseada no respeito mútuo para com esse paciente. Uma profissional utilizou o momento para desabafar sobre a falta de recursos materiais e humanos na instituição que também dificulta a qualidade da assistência prestada aos usuários presentes no local. Finalizada a roda de conversa identificou-se que o uso dessa tecnologia leve é importante para o diálogo, que por considerar todos os participantes como seres detentores do saber, facilita a troca de conhecimento horizontal. Considerações Finais: Com os resultados advindos deste relato, considera-se que com a conjuntura atual, na qual a Lei 10.216/2001 sofre impugnação, é fundamental defende-la enquanto regulamentadora do direito do portador de transtorno mental e de um modelo assistencial inovador. Salientamos que a internação compulsória precisa ser revista, sua prática ainda está pautada nos estigmas que cerceiam o portador de transtorno mental, com a internação sendo utilizada como punição e na qual a equipe de saúde não possui autonomia para real avaliação das necessidades do usuário. Através dos relatos apresentados acredita-se que o objetivo foi alcançado e que esta compreensão dos profissionais de enfermagem sobre a internação compulsória é fundamental para se (re) construir as práticas assistenciais ao paciente inserido no âmbito hospitalar compulsoriamente, qualificando o fazer profissional pautado nos ideais da reforma psiquiátrica. Além disso, a troca desse conhecimento entre profissionais e as acadêmicas permite que haja um (re) conhecimento sobre o tema e aprofundamento dos debates, sendo que os dilemas apresentados não ficam estagnados no serviço, uma vez que são apresentados a comunidade acadêmica. 

3400 Concepções e práticas de cuidado em saúde mental a partir de diferentes formações profissionais
Lislaine Santos Guimaraes, Laura Câmara Lima, Laura Câmara Lima, Sidnei José Casetto, Sidnei José Casetto

Concepções e práticas de cuidado em saúde mental a partir de diferentes formações profissionais

Autores: Lislaine Santos Guimaraes, Laura Câmara Lima, Laura Câmara Lima, Sidnei José Casetto, Sidnei José Casetto

O estudo originou-se de um incômodo do cotidiano da pesquisadora e psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial da Zona Noroeste, em Santos-SP, com o fato de que os diversos entendimentos sobre cuidado em saúde mental entre os membros da equipe multiprofissional provocavam divisões dentro da própria equipe a respeito das condutas, divisões essas que interferiam na efetividade do trabalho. A hipótese levantada era de que as concepções e práticas de cuidado em saúde mental, bem como a compreensão do que é a doença mental, não seriam as mesmas entre esses trabalhadores e a formação profissional seria um dos fatores que determinaria essas diferenças. O objetivo geral da pesquisa foi compreender e problematizar as diferentes concepções e práticas de cuidado em saúde mental entre os trabalhadores do serviço. Os objetivos específicos foram entender como os profissionais do CAPS pesquisado compreendem a doença mental; investigar como profissionais de diferentes formações concebem e praticam o cuidado em saúde mental; discutir e ampliar o repertório de cuidados em saúde mental; mobilizar processos de Educação Permanente no serviço. A pesquisa é qualitativa e exploratória. Para coleta dos dados foram realizadas entrevistas semiestruturadas. A amostra não probabilística compreendeu metade dos profissionais do serviço (n= 13). Os sujeitos da amostra foram selecionados de modo a representarem todas as formações profissionais, a diversidade de tempos de serviço e os diferentes turnos de trabalho da equipe de saúde. Os voluntários abordados possuíam ao menos três meses de experiência na unidade na época da coleta. Um roteiro foi criado pela pesquisadora, contendo questões sobre escolha da área, capacitação, formação, experiência, visão, entendimento e dificuldades. As entrevistas foram gravadas, transcritas de forma integral, lidas e analisadas com base nos objetivos da pesquisa, pelo método da análise de conteúdo temática. Considerações finais: A hipótese de que a formação profissional determinaria, de forma predominante, as concepções e práticas de cuidado não se confirmou. O tempo de atuação na área, a prática diária com os usuários, os valores pessoais e o posicionamento político e ideológico parecem ser mais determinantes do que a formação profissional. Nesse sentido, ações de Educação Permanente seriam pertinentes para qualificar as equipes. Apesar dos trabalhadores terem conquistado recentemente um espaço semanal autogerido para Educação Permanente, ainda existe resistência por parte de alguns profissionais da equipe de enfermagem em participar desses encontros. Assim, como o Mestrado Profissional da Universidade Federal de São Paulo exige o desenvolvimento de um produto, decidiu-se por convidar esses sujeitos para participarem de grupos operativos, em que os resultados da pesquisa serão compartilhados e servirão de disparadores das discussões. O objetivo é ouvi-los e estimulá-los a participar dos encontros de Educação Permanente, para que a pactuação do trabalho possa, enfim, realizar-se coletivamente, e para que os saberes e os fazeres de cada trabalhador possam ser compartilhados, aprimorados e colocados à contribuição de todos (equipe e usuários).

4867 O CONTATO COM USUÁRIOS DE UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL SOB A PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM
Flávia Braga Huamanculi, Azlin Mota Santos, Diego Ximendes da Silva, Karoline Costa de Souza, David Lopes Neto

O CONTATO COM USUÁRIOS DE UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL SOB A PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM

Autores: Flávia Braga Huamanculi, Azlin Mota Santos, Diego Ximendes da Silva, Karoline Costa de Souza, David Lopes Neto

APRESENTAÇÃO: Um Centro de Apoio Psicossocial (CAPS) é responsável pelo atendimento de pessoas que necessitam de um maior acompanhamento em relação aos aspectos de sua saúde mental. O serviço é oferecido de forma mais inclusiva e acolhedora, visando superar a imagem histórica de hospitais psiquiátricos. Neste resumo, objetivou-se relatar a experiência vivenciada por discentes do curso de graduação em enfermagem referente a coleta de dados para um projeto de pesquisa relacionada à satisfação de usuários desse serviço, o qual estudantes de graduação tiveram a oportunidade de realizar contato direto com pacientes com transtornos mentais a partir do preenchimento de um formulário com questões referentes à percepção do usuário quanto aos serviços ofertados por um CAPS tipo III da cidade de Manaus, Amazonas. Essa oportunidade foi fundamental para a sensibilização referente a esse tema, uma vez que esse campo de estudo é negligenciado no meio científico, principalmente quando se refere ao estado do Amazonas. Além disso, a saúde mental nem sempre é visto com total responsabilidade por parte dos gestores públicos. Portanto, torna-se necessário buscar formas de saber a visão dos usuários sobre os serviços de saúde mental recebidos, bem como relatar a experiência nesse processo, a fim de suscitar interesse pela temática.   DESENVOLVIMENTO: O contato com os usuários deu-se através de entrevista com o uso de um instrumento do tipo questionário, denominado Escala de Avaliação da Satisfação dos Usuários com os Serviços de Saúde Mental (SATIS-BR), desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde e validado para o Brasil. A abordagem aos usuários ocorreu de duas maneiras, a primeira mediada por profissionais da própria unidade que apresentavam o acadêmico ao usuário, e a segunda de forma direta, na qual o entrevistador apresentava-se diretamente ao paciente. A entrevista geralmente acontecia no mesmo espaço da abordagem, seja no recinto de participação dos usuários nas oficinas referentes ao Projeto Terapêutico Singular, ou nos ambientes de espera para realização de alguma consulta ou atividade. Ao iniciar a entrevista o acadêmico expunha os objetivos da pesquisa e falava da importância da participação do usuário, apresentava o Termo de Consentimento Livre Esclarecido para fins de procedimentos éticos de pesquisa, e em seguida dava início a aplicação do instrumento de coleta de dados. O qual continha 44 questões, incluindo as que visavam avaliar o grau de satisfação propriamente dito, as questões referentes à percepção dos usuários sobre diversos aspectos do serviço, e as questões para caracterização sociodemográfica dos indivíduos. Através das quais os pacientes revelaram suas percepções quanto o nível de competência e compreensão da equipe de profissionais; sobre o quanto foram ajudados e sentiram-se acolhidos; acerca da opinião sobre as condições físicas e conforto da unidade; sobre a forma como acontece o acesso ao serviço; procedência do encaminhamento; motivo da escolha pelo serviço; percepção acerca do próprio problema ao ser admitido; dificuldade para obter informações da equipe; consentimento sobre o envolvimento da família no tratamento; opinião sobre a participação do processo de avaliação das atividades do serviço; consideração sobre se o serviço pode ser melhorado, e de que maneira isso pode acontecer; por fim, os pontos mais apreciados e menos apreciados pelo usuário. O diálogo durava cerca de 30 a 40 minutos, tempo suficiente para acadêmico adentrar ao universo particular de cada pessoa com transtorno mental, acompanhando a forma a qual o paciente enxerga o serviço de saúde mental, bem como as dificuldades de muitos deles para compreender alguns questionamentos do instrumento aplicado, dificuldades estas que nem sempre advém das limitações impostas pela condição neurológica, e sim de baixos níveis de escolaridade – oriundos da falta de reinserção social plena dos indivíduos. Houveram contratempos enfrentados por parte dos acadêmicos em momentos de cansaço, confusão e irritabilidade manifestados por pacientes em quadros de saúde mais instáveis, demandando ao futuro profissional em formação a habilidade para lidar em situações delicadas perante esse público. Outro fator observado foi a intensa peculiaridade com a qual cada paciente encara o ambiente que o cerca, pois demonstravam pontos significativos para eles na unidade, que geralmente passam despercebidos pela maioria. O que reforçou ainda mais a necessidade da visão holística e humanística no atendimento em enfermagem, especialmente na saúde mental. Ao final das entrevistas havia gratidão por parte de ambos, pois além de terem sido ouvidos, eles entendiam que estavam ajudando a melhorar o serviço de saúde.   RESULTADOS: A visita ao CAPS permitiu observar a importância da oferta e organização desse serviço aos pacientes com transtornos mentais. Foi possível observar satisfação por parte dos usuários por serem ouvidos, pois na maioria das vezes demonstraram disposição em conversar com os acadêmicos. A partir da conversa foi possível notar que os usuários mais antigos criaram laços com a instituição, com outros usuários e alguns funcionários, o que favorece a inserção social desses indivíduos. Os pacientes demonstram contentamento em participar das atividades propostas por obterem resultados positivos, o que influencia diretamente na adesão. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ao relatar a experiência de primeiro contato com a saúde mental, observamos que a enfermagem, diante de seus conhecimentos e habilidades profissionais, deve trabalhar com o cliente de acordo com suas necessidades biopsicossociais, além de articular com outros profissionais da saúde no modelo interdisciplinar, buscando encontrar a solução mais adequada para sua condição. Para que desde a sua formação, possa envolver-se em atividades relacionadas à saúde mental. Tornando-se assim, profissionais competentes e de qualidade. Durante o contato com os usuários desse tipo de serviço, foi possível refletir sobre pontos que dificilmente seriam observados caso não existisse um diálogo com cada pessoa envolvida na avaliação. Como por exemplo, observamos as diversas capacidades que cada um possui e que a família, seja por desconhecimento do assunto ou por proteção, acaba limitando esse tipo de pessoa e não oferece a ela ensino regular e não estimula seu desenvolvimento cognitivo no ambiente familiar. Por conseguinte, é necessário salientar que o cuidado a um indivíduo precisa ser dado de forma integral, desde o ambiente familiar até os serviços de saúde; reconhecendo sempre as particularidades de cada ser humano em prol de uma oferta de bem estar físico e mental. 

4976 A APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO M-CHAT NA TRIAGEM DE TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Francicléia Santos Azevedo, Judith Barroso Queiroz, Jonissa da Silva Rodrigues

A APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO M-CHAT NA TRIAGEM DE TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

Autores: Francicléia Santos Azevedo, Judith Barroso Queiroz, Jonissa da Silva Rodrigues

INTRODUÇÃO: O transtorno do espectro autista, popularmente conhecido como autismo, é caracterizado por déficits e dificuldades na comunicação e interação social, associados a interesses e atividades restritas e circunscritas. Suas características podem ser detectadas nos primeiros anos da infância. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais rápido o tratamento poderá ser iniciado, possibilitando resultados positivos mais expressivos, uma vez que a velocidade de formação de conexões cerebrais e a neuroplasticidade estão na fase de maior desenvolvimento. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Pela sanção da Lei nº 13.438/2017, que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a adotar protocolos padronizados para a avaliação de riscos ao desenvolvimento psíquico de crianças de até 18 meses de idade. A nova norma foi publicada no Diário Oficial da União em 26 de abril e começou a valer 180 dias depois. Em parceria com o site Autismo & Realidade, a SBP está disponibilizando uma triagem, composta por um questionário com 23 questões, com resposta sim ou não, que devem ser respondidas pelos pais ou cuidadores durante a consulta pediátrica. A aplicação do questionário será realizado em todas as crianças de 6 à 30 meses de idade atendidas na Unidade Básica de Saúde pela pediatra. RESULTADOS: O resultado do questionário somado a exames físicos vai levar o pediatra a orientar os pais a procurarem um tratamento adequado. Além de indicar sinais de autismo, os resultados podem apontar a existência de outros transtornos de desenvolvimento, como por exemplo, atraso na linguagem. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O autismo é um espectro que pode se manifestar com diferentes intensidades: desde formas mais leves até mais graves. Hoje a prevalência do espectro autista é de um bebê para cada 88 em todo o mundo. Por ser uma combinação de fatores genéticos com ambientais, a incidência em todos os continentes é semelhante. È fundamental o acompanhamento do desenvolvimento de todas as crianças na tentativa de evidenciar precocemente, o diagnóstico precoce pode beneficiar a todos.

5207 Inovações na atenção a pessoa em sofrimento mental: uma revisão de literatura
Gabriel Rodrigues Vieira, Cláudia Mara de Melo Tavares, Américo de Araújo Pastor Junior

Inovações na atenção a pessoa em sofrimento mental: uma revisão de literatura

Autores: Gabriel Rodrigues Vieira, Cláudia Mara de Melo Tavares, Américo de Araújo Pastor Junior

APRESENTAÇÃO: O cuidado em saúde mental nos serviços públicos de saúde da forma como é abordado hoje é recente. Data da década de 70 o início de uma série de lutas e discussões de trabalhadores da saúde mental, usuários, familiares e outros que levam a formulação de ideias mais libertárias e humanas de cuidado à pessoa em sofrimento mental. Chamamos de Reforma Psiquiátrica o conjunto de transformações da prática, saberes e valores culturais e sociais. A Reforma Psiquiátrica tem contribuído para a efetivação de uma nova política pública de assistência aos pacientes psiquiátricos e a construção de tecnologias de cuidado inovadoras. O processo de Reforma Psiquiátrica ainda está em curso no Brasil e demanda a construção de novos modos de estar diante da pessoa em adoecimento e instituindo práticas inovadoras de inclusão social e desinstitucionalização. Diante de tais afirmações, cabe perguntar: Quais as experiências inovadoras implementadas nos cuidados as pessoas em sofrimento mental são descritas na literatura científica nacional? Essas inovações são congruentes com o processo de reforma psiquiátrica?  As publicações estão de acordo com a Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde? Para responder essas questões esta pesquisa tem como objetivo geral identificar as principais inovações no cuidado a pessoa em sofrimento mental nas publicações científicas. Para isso tem como objetivos específicos mostrar o que é inovação em saúde; conhecer as semelhanças e diferenças entre as pesquisas publicadas e categorizar os artigos encontrados de acordo com os itens da subagenda de Saúde Mental de pesquisa em saúde.  DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um trabalho de revisão integrativa de literatura, onde através da sistematização e ordenamento dos resultados é possível sintetizar o conhecimento produzido no período estudado sobre o tema. A seleção da amostra foi realizada através de publicações indexadas na base de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO); LILACS; MEDLINE; BDENF - Enfermagem. Para a seleção do material foram usados os seguintes critérios de inclusão todas as categorias de artigo, com resumos e textos completos disponíveis, publicados em português entre os anos de 2012 a 2017 e contivessem em qualquer índice os seguintes descritores em ciências da saúde (DeCS): Saúde mental, Enfermagem e Inovação – encontrados sete artigos. Enfermagem, Saúde mental e Nova - encontrados 41 artigos. Enfermagem, Saúde Mental e Desinstitucionalização – 37 artigos. Destaca-se a palavra Nova pois esta não se trata de um descritor e sim de uma palavra-chave. Os critérios de exclusão foram de artigos duplicados (30); que estivessem inseridos no cenário hospitalar (dez), teses (12) e artigos que falavam sobre a realidade de outros países (quatro). Foram localizados 85 artigos sendo excluídos 56 e analisados 29 artigos. RESULTADOS: Responderam ao critério de inclusão e exclusão 29 artigos.  É válido destacar que a base de dados Scielo quando acessada através do endereço <www.scielo.br> apresentou artigos em quantidade inferior quando acessada através do endereço <http://search.scielo.org/>. Foram utilizados os artigos encontrados através do último. Este trabalho voltou o seu olhar para a categoria profissional de Enfermagem, no entanto, grande parte dos artigos encontrados têm como direção o trabalho multiprofissional.  O trabalho multiprofissional apareceu em 62% das publicações (N=18) enquanto artigos que mostram o cuidado exercido exclusivamente pela equipe de enfermagem correspondem a 31% (N=9) e apenas dois artigos (7%) não se referem a nenhuma categoria profissional. A interdisciplinaridade exercida pela equipe multiprofissional é uma proposta de superação do modelo manicomial podendo levar a processos criativos e mudanças efetivas nos serviços. Uma grande quantidade das referências encontradas se refere à equipe multiprofissional, mostrando que essa estratégia é amplamente adotada pelos serviços substitutivos. O processo de trabalho além de multiprofissional acontece também de forma intersetorial, envolvendo diferentes serviços. A portaria ministerial 3088/2011 é quem institui a rede de atenção psicossocial (RAPS) no SUS e estabelece as diretrizes, os objetivos e os componentes da rede.  Condizente com as inovações no cuidado a portaria tem como uma de suas diretrizes a “diversificação das estratégias de cuidado” que podem acontecer nos diversos serviços que compõe a RAPS, como os Centros de apoio psicossocial (CAPS); Residências Terapêuticas (RTs), Equipes de consultório na rua; Centros de Convivência; Unidades de Acolhimento; Leitos psiquiátricos em hospitais geral e outros. A inovação no campo da saúde mental pode ser considerada como um processo capaz de potencializar o surgimento de modos novos de interação, saberes e práticas e a superação do modelo anterior, manicomial. Pensando-se inovação sob esta ótica é possível localizar algumas práticas inovadoras nos artigos encontrados. Como o cuidado no território, práticas que indicam a inclusão do usuário na sociedade e na vida familiar, que favoreçam a autonomia do sujeito, que trabalhem em rede intersetorial, a inclusão da família no cuidado do usuário, práticas que incluíssem terapias alternativas, práticas que incorporassem a economia solidária, estimulando o empreendedorismo dos usuários e a autonomia do sujeito e para além das práticas com o usuário e sua família também foram encontradas práticas de educação comunitária sobre saúde mental. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após a análise dos artigos é possível concluir que processos inovadores de atenção a pessoa em sofrimento mental são elaborados diariamente nas práticas de cuidado fora do cenário hospitalar. Entendendo a inovação em saúde mental como a superação do modelo anterior é possível comparar ao modelo hospitalocêntrico, asilar, voltado para o modelo biomédico de cuidado e a atenção psicossocial, com o cuidado no território, uma perspectiva mais ampla do processo saúde-doença, onde esta última potencializa as práticas inovadoras. Essas práticas inovadoras não são somente por estar em um lugar ideológico diferente, mas por ser uma prática diferente, de reconstrução do modelo assistencial, inserida no processo, em curso, de reforma psiquiátrica, o que favorece a constante reflexão sobre a própria prática profissional. A maioria dos cuidados considerados como inovadores neste trabalho deveriam fazer parte do cotidiano das RAPS. Trabalhar na lógica de território, por exemplo, é um dos princípios organizativos do SUS, no entanto, entra aqui como uma inovação pois nos serviços hospitalocêntricos não acontecia. A inclusão do usuário na sociedade é um dos objetivos principais da atenção psicossocial, mas é abordado aqui como uma inovação pois é uma lógica diferente do modelo anterior, de exclusão, de encarceramento.  

5432 Impactos da desinstitucionalização para familiares de egressos de longa internação
MORGANNA FERREIRA DE SIQUEIRA, Mae Soares da Silva

Impactos da desinstitucionalização para familiares de egressos de longa internação

Autores: MORGANNA FERREIRA DE SIQUEIRA, Mae Soares da Silva

Os últimos cinquenta anos vivenciados pelo Brasil viram o surgimento do conceito de desinstitucionalização, que acabou por estabelecer-se como referência para a área de saúde mental. Polissêmico e multifacetado, o mesmo não pode ser entendido sem que se faça referência a seus efeitos práticos, visto que, além de um conceito importante, principiou um dos maiores desafios a serem enfrentados no que concerne a todo o sistema que integra a área. A magnitude desse desafio é atenuada quando se leva em conta que o processo de desinstitucionalização vai muito além de ações de desospitalização, mas acima de tudo, sugere uma mudança de práticas, uma desconstrução da própria saúde mental. A reinserção social desses pacientes nos ambientes comunitários para onde voltam, torna-se a maior barreira nesse processo, por exigir esforços e mudanças de paradigmas e práticas em toda a sociedade. Como  estratégia primordial da reforma psiquiátrica no Brasil desde seu início, várias foram as experiências vivenciadas nessa perspectiva. Fechamento de hospitais e criação de serviços substitutivos foram só os propulsores do movimento, mudanças as quais recaem diretamente sobre a transição de territórios. O hospital é retirado de cena como um espaço de vivência para as pessoas em sofrimento psíquico, diante primordialmente da não eficácia demonstrada pelas diversas experiências. Em consequência, a comunidade ganha força como o local apropriado e necessário dentro deste tratamento, onde insere-se, com não menos força, a família. Levando-se em conta este cenário, a presente pesquisa teve como objetivo compreender o processo de desinstitucionalização no município de São Luís – MA, por meio da perspectiva de familiares de egressos de longa internação psiquiátrica. Para tanto, realizou-se uma pesquisa de campo de caráter qualitativo e natureza descritiva e exploratória, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital São Domingos, conforme o parecer n° 1.937.481, segundo a resolução 466/12. Ademais, foi concedida aprovação mediante a análise do projeto de pesquisa da Secretaria Estadual de Saúde do Maranhão (SES) e Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS) do município de São Luís (MA), que propiciaram o acesso aos endereços e telefones dos participantes por meio do Hospital Nina Rodrigues, Centro de Atenção Psicossocial Bacelar Viana (CAPS III) e Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II). Essa busca inicial resultou em 25 contatos que se encaixavam no perfil buscado, sendo assim, realizou-se a pesquisa com 07 participantes, seguindo-se os critérios de saturação temática. O perfil buscado para o estudo seguiu os seguintes critérios: ser familiar e/ou principal cuidador e residir na mesma casa da pessoa em sofrimento psíquico, que por sua vez, deveria possuir histórico de longa internação psiquiátrica (assumida como um mínimo de um ano ininterrupto de acordo com a portaria 2.840 de 29 de dezembro de 2014). Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram entrevistas estruturadas e semi-estruturadas, aliadas ao método de observação participante. As entrevistas foram realizadas nas residências dos entrevistados nos mais diversos bairros de São Luís, salvo uma, que por conta da sua recente mudança para o município de Paço do Lumiar – MA foi realizada via telefone. Os resultados obtidos foram discutidos sob o referencial da Política Nacional de Saúde Mental, utilizando-se da ótica da desinstitucionalização, além de artigos científicos e livros das áreas de saúde coletiva, saúde mental e psicologia. No que diz respeito às percepções acerca da internação psiquiátrica, a maioria dos entrevistados a visualiza como necessária em um determinado momento, no entanto trazem o cuidado em casa como mais eficaz e melhor para a qualidade de vida dos egressos, trazendo por diversas vezes esse modo de cuidar aliado ao tratamento no CAPS como essencial para a recuperação e melhora do quadro situacional dos egressos. Vários são os sentimentos relatados pelos entrevistados sobre a volta ou ida para casa dos egressos, sejam implícita ou explicitamente relatadas, dentre as representações relatadas estão a felicidade, a bênção, a criação de responsabilidades e o preenchimento de uma lacuna vivida por anos.  Entre os discursos acerca da assistência em saúde mental no Brasil, destacou-se o relato de um dos familiares, que por sua longa trajetória em serviços de saúde mental, possui uma visão crítica do processo de mudanças decorrido no setor, assim como reconhece as diferenças vivenciadas e atesta a melhora no quadro brasileiro. Outro ponto importante a ser destacado são os aspectos psicológicos envolvidos no processo de volta pra casa por parte dos cuidadores, visto que níveis de stress alterados, acúmulo de funções e responsabilidade, preocupação excessiva com o egresso, entre outros sentimentos, receberam destaque nas falas da maioria dos entrevistados. Quanto à assistência recebida por parte da rede, apenas uma entrevistada relatou já ter passado por algum tipo de intervenção que visasse a figura do cuidador. Quanto a isso, a maioria dos entrevistados relata não haver recebido assistência suficiente ou nenhuma no momento de volta ou ida do regresso para casa. Outro ponto importante encontrado na maioria das entrevistas foi o pouco ou nenhum conhecimento acerca dos direitos das pessoas com transtorno mental. Diante do papel dispensado à família no corrente processo de desinstitucionalização, a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos no tocante ao que, alcançou a compreensão acerca do processo de desinstitucionalização dos egressos a partir da perspectiva dos familiares. Com relação à assistência em saúde mental, os entrevistados reconhecem a eficácia da vivência do usuário em casa aliada ao tratamento em serviço substitutivo, inúmeras vezes relatando as melhoras experienciadas pelos usuários após a volta pra casa, no entanto, usuários e familiares ainda utilizam limitadamente os recursos da comunidade e da rede de assistência em saúde, com discursos muito centrados em único ponto, na maioria das vezes ambulatório de saúde mental e CAPS. Diante da grande preocupação demonstrada pelos familiares quanto ás necessidades dos usuários, destacou-se o discurso da proteção como fator limitante para a vivência do usuário com outros âmbitos da vida em sociedade. Assim, destaca-se a grande importância de iniciativas em São Luís que propiciem esse convício de forma satisfatória para os usuários e segura para a família. Destaca-se entre essas possibilidades, a criação de Centros de Convivência e Ateliês Comunitários, já presentes em outros estados do país, que ao estarem inseridos no território vivenciado pelo sujeito, e contar com diversas estratégias de reinserção social, possuem inúmeras possibilidades de contribuição para a reabilitação social dos mesmos, assim como para a melhoria da qualidade de vida de seus familiares e/ou cuidadores.  

3432 O que os médicos de família e comunidade pensam sobre saúde mental na Atenção Primária?
Nayra da Silva Freitas, Sônia Maria Lemos, Luiz Otávio de Araújo Bastos

O que os médicos de família e comunidade pensam sobre saúde mental na Atenção Primária?

Autores: Nayra da Silva Freitas, Sônia Maria Lemos, Luiz Otávio de Araújo Bastos

Apresentação: No Brasil, a Atenção Primária Saúde (APS) é a principal porta de entrada, e deve ser o contato preferencial dos usuários com o Sistema Único de Saúde (SUS). A APS tem na Estratégia da Saúde da Família (ESF) sua forma prioritária de organização e é capaz de ampliar a resolutividade e o impacto no que diz respeito à saúde das pessoas e às coletividades, de acordo com os preceitos do SUS. Os médicos da APS têm em sua rotina de atendimento cerca de um terço da demanda envolvendo transtornos psiquiátricos e cerca de dois terços ou mais dos pacientes com depressão e outros transtornos mentais comuns fazem acompanhamento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), evidenciando a importância que o médico de família e comunidade (mfc) tem na prestação de cuidados de saúde mental. As demandas de saúde mental ficam por vezes subentendidas em muitas queixas relatadas pelos usuários quando procuram por atendimento médico, o que ressalta a importância de formação adequada para desenvolver habilidades no manejo da saúde mental. As ações voltadas para a saúde mental podem ser realizadas pela equipe dentro do próprio território e o apoio matricial pode auxiliar no cuidado das pessoas a partir da corresponsabilidade. Pelo fato de não se conhecer como a temática de saúde mental tem sido introduzida nos programas de residência médica de Manaus, Amazonas, nem como os mfc têm contribuído para a formação dos jovens médicos ou buscado seu próprio aprimoramento, este trabalho foi pensado, não só para compreender a habilidade clínica, mas o trabalho em equipe e a utilização de outros recursos disponíveis quando necessário para atender as demandas de saúde mental. Este trabalho tem com objetivo geral analisar a percepção que os mfc têm sobre a sua formação e conduta com relação à demanda de saúde mental na APS. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo exploratório descritivo, de abordagem qualitativa. A pesquisa se desenvolvendo por meio de entrevistas semiestruturadas com residentes, egressos, médicos com título em Medicina de Família e Comunidade (MFC) e preceptores da residência em MFC do Amazonas. As entrevistas são realizadas nas instituições com as quais os médicos têm vínculo e são gravadas para posterior análise pelo método de análise do conteúdo. Resultados e/ou impactos: Até o presente momento da pesquisa, identificou-se que os mfc têm dificuldade em definir saúde mental e os que conseguem tendem a resumi-la ao bem-estar emocional do ser humano. Todos concordam que a demanda de saúde mental na APS é grande e que em sua maioria está associada a problemas sociais como violência, abuso de álcool e drogas, desemprego. Apesar de comumente não se apresentar como uma demanda mental, mas sim por meio de queixas orgânicas e sintomas inespecíficos, todas as consultas devem ter a abordagem de saúde mental, pois faz parte do cuidado centrado na pessoa que é uma prerrogativa da MFC e considerada pelos entrevistados a principal intervenção no cuidado de saúde mental. Além dela, os mfc se utilizam da abordagem familiar, visita domiciliar, ferramentas da psicologia como abordagens piscoterápicas breves, técnicas complementares como orientações sobre meditação e higiene do sono e, ainda, da terapia medicamentosa, quando necessário. As intervenções comunitárias ainda são minoria e o apoio matricial se mostra deficiente. Quanto aos casos que precisam ser encaminhados, mais uma vez, é observado um consenso entre os mfc que encaminham ao psiquiatra, principalmente, ideação suicida, depressão de difícil controle e surtos psicóticos, mas todos afirmam que mesmo após o encaminhamento continuam acompanhando o paciente, primeiramente pela competência da longitudinalidade, segundo pelas dificuldades de marcação de consulta no setor secundário. A maioria dos (as) entrevistados(as) se sentem aptos(as) para atender as demandas mentais que surgem, sempre com a ressalva de que ainda se tem muito a aprender, e essa aptidão foi adquirida em momentos diferentes no processo de formação de cada um. O profissional médico ainda detém todo o cuidado desses pacientes, pois dentro da equipe da ESF a enfermagem não tem representatividade na condução desses casos e o trabalho do ACS se detém à identificação dos casos na comunidade e verificação do tratamento medicamentoso. O tempo é visto por todos como a maior particularidade nos atendimentos de saúde mental, os mfc têm metas diárias de atendimentos exigidas pela gestão e como trabalham com agenda aberta precisam se adaptar quando se deparam com atendimentos que precisam um pouco mais de tempo, como os que trazem alguma demanda psiquiátrica. As alternativas encontradas são agendar esses pacientes para os últimos horários, marcar mais consultas para a mesma pessoa ou ainda, contrariar  as normas e agendar menos pacientes para conseguir mais tempo nas consultas. Os mfc não souberam identificar muitos lugares na comunidade que promovam saúde mental, além da UBS em que atuam, esses espaços ainda são poucos, alguns citaram os Alcoólicos Anônimos (AA), atividades promovidas pela associação de moradores e também as igrejas como espaço de promoção de saúde. Grande parte das UBS´s conhecidas até o momento não tem relação com o NASF, acreditam que poderia ser de grande contribuição para o cuidado dentro do território, mas não dispõem desse apoio. Para os que passaram por residência médica, nenhum tinha expectativa sobre como seria o ensino da abordagem de saúde mental na APS, mas todos concordam que foram surpreendidos e ressaltaram a importância desse módulo para o desenvolvimento da aptidão na prática clínica. Sobre as melhorias feitas na abordagem de saúde mental, os preceptores mais antigos de programas diferentes destacam a convivência do residente com os especialistas focais. Com relação aos avanços que precisam ser dados, foi citado um matriciamento efetivo, melhoria do trabalho multidisciplinar, incentivo à pesquisa em saúde mental, aprimoramento do rodízio nos CAPS e policlínicas e até o retorno da residência de psiquiatria que foi fechada em 2015. Considerações finais: É possível destacar a interrelação entre as demandas de saúde mental e os determinantes sociais em saúde na prática do mfc. Todos os médicos entrevistados são preceptores da residência em MFC de Manaus, e nenhum conseguiu definir com clareza o que é saúde mental, o principal tipo de demanda que possuem na APS, e também não falam com certeza sobre avanços no ensino. As lacunas na formação durante a graduação e residência médica refletem-se na inabilidade ao lidar com essas demandas e na dissociação da saúde mental com a do restante do corpo. A escassez de artigos nessa temática demonstra a falta de atenção das políticas públicas de saúde mental na APS e revela que as questões relacionadas ao cuidado em saúde mental precisam ser detalhadas e intensificadas na formação do médico residente em MFC. As práticas em saúde mental na APS devem contemplar a relação dialógica e interdisciplinar com os demais membros da equipe de saúde, além de espaços comunitários de acolhimento e promoção de autonomia do indivíduo na comunidade.

4885 “FARMÁCIA VIVA: UM ESPAÇO TERAPÊUTICO NO CONTEXTO DA UBS ENFERMEIRA IVONE LIMA DOS SANTOS”
FRANCICLEIA DOS SANTOS AZEVEDO, ROSANA ANTUNES PALHETA, THIAGO BASTOS SAMPAIO, SILVIA BORGES, ADELLE GOMES SOARES, SUELI GOMES MEDEIROS

“FARMÁCIA VIVA: UM ESPAÇO TERAPÊUTICO NO CONTEXTO DA UBS ENFERMEIRA IVONE LIMA DOS SANTOS”

Autores: FRANCICLEIA DOS SANTOS AZEVEDO, ROSANA ANTUNES PALHETA, THIAGO BASTOS SAMPAIO, SILVIA BORGES, ADELLE GOMES SOARES, SUELI GOMES MEDEIROS

APRESENTAÇÃO: O presente trabalho constitui-se como relato de experiência de implantação da Farmácia Viva na UBS Enfermeira Ivone Lima dos Santos que tem como objetivo promover saúde por meio do fortalecimento de práticas integrativas em saúde. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: A Farmácia Viva surgiu da parceria entre o Instituto Federal do Amazonas-IFAM e a UBS Enfermeira Ivone Lima dos Santos a partir da necessidade de um estudante que precisava implantar essa modalidade de Farmácia em uma unidade de saúde enquanto atividade avaliativa de Trabalho de Conclusão de Curso. A proposta foi levada à direção e aos profissionais de saúde que receberam e aceitaram fazer parte desse projeto junto com a comunidade.  Os trabalhos iniciaram em abril de 2017, sendo realizadas várias reuniões entre os profissionais de saúde, da educação e a comunidade, seguidos da seleção das mudas de plantas medicinais, a preparação do local e a plantação das mesmas em espaço da unidade de saúde. Registra-se que cada profissional de saúde e da educação, a direção da unidade, a professora e alunos do IFAM, membros da Estratégia Saúde da Família e NASF, residentes e os comunitários realizaram juntos em forma de mutirão o plantio das mudas tornando-se responsáveis por elas com cuidados permanentes a fim de manter a sustentabilidade da mesma. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: A implantação da Farmácia Viva tornou-se um espaço terapêutico de convivência sendo cuidado por uma Agente de Saúde que se tornou a madrinha da mesma, bem como pelo Grupo de Idosos “Com Vida Ativa” e membros do Grupo de Atividades Físicas sob a liderança da Educadora Física do NASF que tem zêlo e carinho especial pelas plantas medicinais, florais e ornamentais da Farmácia Viva da Unidade de Saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O projeto Farmácia Viva, resultante da parceria entre profissionais de saúde e educação contribuiu de forma significativa para melhoria nas condições de saúde da comunidade proporcionando um espaço no qual se expressa o sentimento de pertencimento à unidade de saúde gerando um vínculo cada vez maior entre os usuários e a unidade de saúde bem como se tornou um espaço privilegiado para a prática do cultivo às plantas medicinais, à aromaterapia, proporcionando a valorização da natureza e fortalecendo as práticas integrativas em saúde no contexto do Sistema Único de Saúde.  

2443 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES USUÁRIOS DE DROGAS INSCRITOS DE JANEIRO DE 2016 A JUNHO DE 2017 NO CAPS-AD NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM – PARÁ
Davi Emmanuel Malcher de Carvalho, Milena Maria Pagel da Silva, Línive Gambôa Lima, Gabriela Noronha Fortes

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES USUÁRIOS DE DROGAS INSCRITOS DE JANEIRO DE 2016 A JUNHO DE 2017 NO CAPS-AD NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM – PARÁ

Autores: Davi Emmanuel Malcher de Carvalho, Milena Maria Pagel da Silva, Línive Gambôa Lima, Gabriela Noronha Fortes

Os transtornos por uso de drogas se constituem como um sério problema de saúde pública a nível mundial, nacional, regional e local. Diante disso, o Ministério da Saúde brasileiro criou a portaria Nº 3088, em 2011, que instituiu o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas – CAPS AD – a fim de garantir atenção integral e atendimento 24h aos usuários de drogas. Esse serviço funciona no município de Santarém, Pará, Brasil, e atende dezenas de pessoas mensalmente. Nesta pesquisa, os autores objetivaram traçar um perfil epidemiológico dos pacientes inscritos de janeiro de 2016 a junho de 2017 no CAPS-AD Santarém, a fim de auxiliar sua gestão e otimizar seus serviços, através de um atendimento mais humanizado e sensível às particularidades de cada indivíduo. O projeto deste estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, e a coleta dos dados só iniciou após a aprovação do mesmo, com a expedição do parecer N° 2327107. A amostra foi constituída 721 prontuários, de pacientes maiores de 12 anos e devidamente inscritos no período pesquisado. Os dados foram extraídos através de instrumento de coleta elaborado pelos pesquisadores, e organizados em tabelas eletrônicas. Logo em seguida, foram submetidos à análise estatística descritiva. Observou-se uma prevalência de pacientes homens, entre 16 e 20 anos, pardos, com ensino fundamental incompleto, usuários de álcool, residentes da zona urbana de Santarém e diagnosticados com F19.2 do CID-10, que se refere a transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas (Síndrome da Dependência). Os resultados obtidos permitiram uma análise para a adequação dos serviços do CAPS-AD Santarém aos pacientes que mais procuram seus serviços, e também sinalizaram que possivelmente outro grupo de pacientes, principalmente as mulheres, não esteja procurando o serviço ou tenha dificuldade de acesso a ele. Assim, os resultados sugerem que as redes de Atenção Psicossocial também devem estar mais abertas a receber pacientes do gênero feminino e outros grupos menos representativos na amostra pesquisada, criando soluções que atraiam esse tipo de público para o serviço, e que deve ser amplo o combate à evasão escolar por esse fenômeno estar intimamente ligado ao uso de drogas.