165: Saúde e território: fazendo banzeiro no encontro com a diversidade
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: ICB Sala 11 - Murupi    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
477 LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO E PREVALÊNCIA DE LESÕES BUCAIS EM PACIENTES COM HANSENÍASE DO HOSPITAL GERALDO DA ROCHA EM MANAUS/AMAZONAS
Stanny Hagath Maciel Saraiva, Mônica Cybelle Ferreira Figueiredo

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO E PREVALÊNCIA DE LESÕES BUCAIS EM PACIENTES COM HANSENÍASE DO HOSPITAL GERALDO DA ROCHA EM MANAUS/AMAZONAS

Autores: Stanny Hagath Maciel Saraiva, Mônica Cybelle Ferreira Figueiredo

O Amazonas tem apresentado, nos seis últimos anos, redução significativa da incidência da hanseníase. Entre 2010 e 2016, o Estado registrou queda de 40,7% nos casos devido às ações de controle e combate à doença, desenvolvidas pelo Governo do Amazonas, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde. O bairro hoje conhecido como Colônia Antônio Aleixo funcionou, até meados da década de 60, como Hospital-Colônia Antônio Aleixo. Esta pesquisa teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas com CAAE: 66617817.8.0000.5016, com o Número de parecer 2.062.363, tendo como principal objetivo realizar o levantamento epidemiológico e identificar a prevalência de lesões bucais em pacientes sequelados pela Hanseníase internados no Hospital. Foram utilizadas as fichas de exame clínico e dados gerais do SB Brasil 2010. Os dados obtidos foram tabulados e submetidos à análise estatística utilizando o software SPSS versão 20.0 para Windows. No total, 18 pacientes participaram da pesquisa, sendo 13 homens e cinco mulheres, na faixa etária entre 40 a 81 anos. Entre os dados coletados observou-se que, 56% dos pacientes tinham entre 61 e 70 anos, 17% tinham entre 71 e 80 anos, 11% entre 51 a 60 anos, 11% de 40 a 50 anos e 5% com idade igual ou superior a 81 anos. A pesquisa relevou ainda que 67% dos pacientes se declararam pardos, 28% brancos e 5% pretos. Quanto ao nível de escolaridade, 55% informou ter o ensino básico, 28% o ensino médio e 17% não possuíam escolaridade. Em relação a morbidade bucal e o uso do consultório odontológico, a pesquisa revelou que 89% dos pacientes (16) atualmente necessitam de algum tipo de tratamento odontológico. 72% disseram não ter sentido dor nos últimos seis meses e 17% afirmaram ter sentido algum tipo de dor. Todos os pacientes informaram já ter ido a um dentista, tendo a maioria (33%) ido ao consultório há três anos ou mais antes dessa entrevista. Nove pacientes afirmaram ter utilizado o serviço público para se consultar e a outra metade, utilizou o serviço particular. 50% dos participantes usam prótese dentária superior e 95% necessita de algum tipo de prótese dentária superior. Quanto ao uso de prótese dentária inferior, 78% não usam nenhum tipo de prótese e 44% necessita de algum tipo de prótese inferior. Quanto à prevalência de lesões, 2% dos pacientes apresentaram tecido lesionado e 9% apresentaram manchas na cavidade oral. Diante dos números apresentados, chegamos a conclusão que para melhor atendimento e melhores resultados, na unidade hospitalar deveria haver um Consultório Odontológico, tendo em vista que, a maioria dos pacientes reside por meses no hospital e possuem limitação motora por conta das seqüelas. Além disso, seria necessário um projeto envolvendo Estado, Município, Faculdades e Sociedade Civil para ações de cunho social, como mutirões, para realizar os tratamentos básicos garantido a saúde bucal dos pacientes.

551 HANSENÍASE: DIAGNÓSTICO TARDIO E SUBNOTIFICAÇÃO NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM NO OESTE DO PARÁ
Guilherme A. Barros Conde, Glauciney Pereira Gomes, Valney Mara Gomes Conde, Claudio Guedes Salgado

HANSENÍASE: DIAGNÓSTICO TARDIO E SUBNOTIFICAÇÃO NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM NO OESTE DO PARÁ

Autores: Guilherme A. Barros Conde, Glauciney Pereira Gomes, Valney Mara Gomes Conde, Claudio Guedes Salgado

Introdução: No Brasil, o serviço de saúde é responsável por diagnosticar a hanseníase, encontrar casos ativos da doença, acompanhar os contatos dos pacientes, realizar o tratamento e prevenção de incapacidades das pessoas afetadas pela hanseníase, mas apenas 42% do total da população do Pará é coberta por estes serviços. Este cenário sugere que podem haver muitos pacientes portadores de hanseníase não diagnosticados no Estado, que estão perpetuando a transmissão do bacilo. Neste contexto o trabalho tem como objetivo analisar os dados epidemiológicos da hanseníase registrados e sua relação com o diagnóstico tardio e a subnotificação no município de Santarém entre os anos de 2006 à 2014. Metodologia: Foram utilizados os dados epidemiológicos de pacientes notificados com Hanseníase, na zona urbana do município de Santarém, na base do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) entre os anos de 2006 a 2014. De acordo com os dados analisados, foram calculados os indicadores epidemiológicos da doença e analisado a relação destes indicadores com a ocorrência do diagnóstico tardio e com a subnotificação de casos. Resultados: No município de Santarém foram notificados 546 casos da doença no período de 2006 a 2014. Nos últimos 4 anos do período estudado, os números de casos detectados vem diminuindo, mas o coeficiente de detecção ainda continua acima de 1.55, caracterizando a região como hiperendêmica. Também observa-se que a quantidade de casos notificados em menores de 15 anos foi em média 4.88 casos por ano, totalizando 44 casos (8.06%) nesta população. A ocorrência de casos em pacientes menores de 15 anos é um importante indicador da existência de outros casos de hanseníase principalmente entre os contatos mais próximos destes. Quanto as características clinicas e epidemiológicas da doença no município a partir dos casos notificados, observou-se que a forma clínica com maior predominância foi a forma dimorfa com 247 registros (45.24%), mas se forem somadas as formas dimorfa (45.24%) e virchowiana (16.67%), que são as formas disseminantes da doença, chega-se a maioria dos casos com a proporção de 61.90%. Outro indicador, a classificação operacional, apresentou 352 (64.5%) pacientes diagnosticados como multibacilares (MB) enquanto que 194 (35.5%) foram diagnosticados como paucibacilares (PB). Os resultados sugerem que embora os casos notificados de hanseníase em Santarém estejam diminuindo nos últimos 4 anos, não significa diminuição da doença, mas uma redução na detecção de casos novos, uma vez que estes casos foram detectados tardiamente já na forma disseminante. Conclusão: Os dados epidemiológicos da hanseníase mostram que o diagnóstico ainda está sendo realizado de maneira tardia devido à quantidade de casos multibacilares detectados e a existência de casos em menores de 15 anos. Além disso, a diminuição da detecção de casos e a notificação destes nas formas disseminantes da doença também tem uma forte correlação com a subnotificação de casos de hanseníase em Santarém. Referências BARRETO, J. G.; et al. High rates of undiagnosed leprosy and subclinical infection amongst school children in the amazon region. Mem Inst Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol. 107(Suppl. I): 60-67, 2012.

1191 PREVALÊNCIA DE LEPTOSPIROSE NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PA –BRASIL NO PERÍODO DE 2010 A 2015
Juliana Farias Vieira, Jocireudo de Jesus Carneiro de Aguiar, Nathaly Silva Freitas, Raiane Cristina Mourão do Nascimento, Remita Viegas Vieira, Zaline de Nazaré de Oliveira de Oliveira

PREVALÊNCIA DE LEPTOSPIROSE NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PA –BRASIL NO PERÍODO DE 2010 A 2015

Autores: Juliana Farias Vieira, Jocireudo de Jesus Carneiro de Aguiar, Nathaly Silva Freitas, Raiane Cristina Mourão do Nascimento, Remita Viegas Vieira, Zaline de Nazaré de Oliveira de Oliveira

Introdução: A leptospirose é uma doença com elevado grau de importância social. Sua ocorrência está relacionada às precárias condições de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. Ela é classificada como uma doença infecciosa febril, com alto potencial evolutivo e a transmissão ocorre por contato acidental através da pele e mucosa com a urina de animais portadores, também pode ser adquirida pela ingestão de água e alimentos contaminados pela Leptospira Interrogans. Objetivo: Identificar a prevalência de casos de leptospirose no município de Santarém-PA, correlacionando o número de casos registrados com a faixa etária, gênero, zona de residência e evolução para cura ou óbito no período de 2010 a 2015. Metodologia: A pesquisa foi realizada no município de Santarém, situado na região Oeste do Pará, sendo de cunho descritivo com abordagem quantitativa, epidemiológica, documental e retrospectiva. A coleta de dados foi adquirida através da Divisão de Vigilância em Saúde (DIVISA) no Departamento de Informática do SUS (DATASUS), referentes à ocorrência de leptospirose em Santarém-PA, no período de 2010 a 2015. Resultados : O número de casos confirmados em Santarém no período de 2010 a 2015 foram no total de 68, sendo 5 em 2010; 17 em 2011; 10 em 2012; 12 em 2013; 14 em 2014 e 10 em 2015. A faixa etária mais acometida neste período foi de 40 a 59 anos. Na classificação por gênero 49 (72%) eram do gênero masculino e 19 (28%) feminino. No que se refere às ocorrências por zona de residência, 60 (88,2%) foram provenientes da zona urbana. Para casos de evolução de 2010 a 2015, confirmou-se um percentual de evolução da doença para a cura de 52 (76,5%) casos, e o restante dos casos para óbito, sendo 15 por agravamento da patologia e apenas um por outras causas. Considerações finais: Nos estudos realizados na cidade de Santarém-PA, no período de 2010 a 2015, os dados coletados apontaram a ocorrência de um total de 68 casos confirmados de leptospirose e de maior prevalência em homens. Observou-se  também que o índice de casos no período analisado, (41,1%) está associado à faixa etária de 40 a 59 anos, principalmente o gênero masculino (72%) com o maior percentual de contaminação dentro das áreas urbanas com cerca de (88,2%) dos casos confirmados, com evolução de (76%) da doença para cura e o restante para óbitos Acredita-se que o presente estudo servirá de base para a realização de novas pesquisas, pois percebe-se sua relação com a qualidade de vida das pessoas. Dessa maneira, esse levantamento possibilitará escolhas de estratégias e intervenções a fim de minimizar ou combater a leptospirose.        

2760 Perfil epidemiológico da malária no município de Presidente Figueiredo- AM
Maria Francisca De Souza Rodrigues, Daniel Testa Mota, João Pareira do Carmo, Marvio Viana Duder, Maria das G. V. Barbosa das Graças do Vale Barbosa

Perfil epidemiológico da malária no município de Presidente Figueiredo- AM

Autores: Maria Francisca De Souza Rodrigues, Daniel Testa Mota, João Pareira do Carmo, Marvio Viana Duder, Maria das G. V. Barbosa das Graças do Vale Barbosa

Introdução: Segundo a organização mundial de saúde estima-se que o número de casos novos de malária a cada ano chegue a 250 milhões, com 880 mil mortes. No Brasil, 99,7% de todos os casos de malária ocorrem nos estados que compõe a Amazônia legal. No estado do Amazonas a doença é endemica em grande parte dos municípios, inclusive em Presidente Figueiredo onde tem sido registrado casos com frequência. Nesse sentido, obter informações sobre a epidemiologia da doença no município é de grande relevância para o entendimento e contextualização da doença na região. Objetivo: Realizar uma pesquisa sobre o perfil epidemiológico da malária no município de Presidente Figueiredo – AM, nos anos de 2016 e 2017. Metodologia: A pesquisa foi realizada através de análises de fichas de notificação, coletadas no Sistema de Informação de vigilância epidemiológica (SIVEP_MALÁRIA) e analisadas através de planilhas e gráficos. Resultados: Foram registrados 3.950 casos de malária, sendo 1.668 casos no ano de 2016 e 2.282 casos no ano de 2017 com aumento de 37%. Os casos ocorreram em localidades da zona rural 3.950 (100%) e a espécie predominante foi Plasmodium vivax 3.949 (100%). Com relação ao Índice Parasitário Anual (IPA), o ano de 2017 registrou IPA (116,4), classificando o município como alto risco de transmissão da doença. Com relação aos casos por faixa etária e sexo, a maior proporção ocorreu no sexo masculino (2.307) com idade entre 10 a 49 anos (2.778 casos). Conclusão: A malária ocorreu de forma heterogênea assim como em outros estados da Amazônia, influenciada por fatores ambientais e diferentes determinantes epidemiológicos, que no município de Presidente Figueiredo estão relacionados com as áreas de assentamentos, exploração dos recursos naturais e circulação humana. Desta forma, faz-se necessário estabelecer ações integrada de controle e prevenção da doença com efetiva participação da população e assim reduzir a incidencia de casos de malária no município.

3265 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE NOS PACIENTES ATENDIDOS EM UMA UNIDADE DE REFERÊNCIA NO INTERIOR DA AMAZÔNIA
Brenda dos Santos Coutinho, Andreza Dantas Ribeiro, Victor de Lima Dias, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Françoíse Gisela Gato Lopes, Adjanny Estela Santos de Souza, Renan Fróis Santana

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE NOS PACIENTES ATENDIDOS EM UMA UNIDADE DE REFERÊNCIA NO INTERIOR DA AMAZÔNIA

Autores: Brenda dos Santos Coutinho, Andreza Dantas Ribeiro, Victor de Lima Dias, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Françoíse Gisela Gato Lopes, Adjanny Estela Santos de Souza, Renan Fróis Santana

Apresentação: A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa, representa um importante problema de saúde pública e é caracterizada pela transmissão por via aérea, de uma pessoa doente para uma sadia. Apesar de que os índices de TB estejam em decréscimo desde 2002, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um terço da população mundial está infectado com o agente etiológico da infecção, o Micobacterium tuberculosis. Percebe-se o problema da TB ao se constatar que ela representa a terceira causa de morte por doenças infecciosas e a primeira nos indivíduos com a coinfecção pelo HIV. Entretanto, cabe destacar que a TB está intimamente relacionada com o saneamento básico e a classe social dos indivíduos. Contudo, apesar do problema que caracteriza a TB, esta é uma patologia que não é difícil de ser diagnosticada, além de possuir tratamento e, ainda possuir métodos preventivos. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, descritivo, com o emprego da pesquisa documental. Os dados foram coletados a partir dos registros do laboratório de análises clínicas em uma unidade de referência, no município de Santarém, estado do Pará. A respectiva unidade é vinculada a Secretaria de Estado de Saúde – SESPA e atua como referência secundária e terciária no programa nacional de tuberculose nos 19 municípios da região oeste do Pará, sendo 13 municípios do Baixo Amazonas (Alenquer, Almeirim, Belterra, Curuá, Faro, Juruti, Monte Alegre, Mojuí dos Campos, Óbidos, Oriximiná, Prainha, Terra Santa e Santarém) e 6 da região do Tapajós (Aveiro, Itaituba, Jacareacanga, Novo Progresso e Trairão). Foram incluídos todos os registros, cujos dados dos pacientes estivessem completos e com diagnóstico clínico-laboratorial de TB confirmado, no período de abril de 2011 a abril de 2017. As variáveis analisadas foram sexo, faixa etária, município de residência, zona de residência e dados clínicos. As variáveis encontradas foram tabuladas por meio do Microsoft Excel 2010 e os dados foram analisados por meio da estatística descritiva. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Pará, conforme parecer nº 2.372.826, respeitando o que preconiza a Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que estabelece normas para a realização de estudos com seres humanos. Resultados e/ou impactos: Foram analisados 365 registros de pacientes atendidos no período de abril de 2011 a abril de 2017, sendo que 83 pacientes tiveram diagnóstico clínico-laboratorial positivo para tuberculose. A maioria dos indivíduos portadores de TB pertencia ao sexo masculino (62,65%) e a idade variou de 13 a 85 anos de idade, média de 39,5 ± 16,6 anos. Houve maior prevalência na faixa de 20 a 40 anos de idade. A maior incidência da tuberculose no sexo masculino é condizente com a epidemiologia nacional, sendo que a OMS coloca uma relação entre homem e mulher de 1,5:1 a 2,2:1. A literatura justifica essa preferência devido à maior exposição dos homens aos fatores de risco para a tuberculose e o menor zelo dessa população com sua saúde, de forma geral. Relacionado à idade dos pacientes, os valores obtidos na pesquisa condizem com a faixa de 20 a 49 anos, a mais prevalente nacionalmente. Referente à zona de residência, a maioria era proveniente da zona urbana (89,16%), seguida pela área rural (9,64%) e em 1,20% não houve essa informação. Quanto ao município de residência, observou-se que grande parte era advinda da cidade de Santarém (48,19%), localidade da unidade de referência, após os mais incidentes foram Itaituba (15,66%), Trairão (9,64%), Oriximiná (7,23%) e os demais municípios (19,28%). No que concerne ao tipo de entrada dos pacientes, 73,49% eram casos novos, 12,05% recidiva e 14,46% reingressos após abandono. De acordo com a OMS, o caso novo será aquele em que o individuo nunca usou ou fez uso por menos de um mês dos medicamentos utilizados para o tratamento da TB, já a recidiva e reingresso após abandono se encaixariam no retratamento, sendo este caracterizado pelas pessoas que já fizeram em algum momento da vida tratamento para TB, porém passou a necessitar novamente da terapêutica, seja decorrente da recidiva após a cura ou retorno após abandono. Diante desses números, observa-se uma quantidade significativa de pessoas que abandonaram o tratamento por conta própria, o que representa uma importante problemática no contexto da tuberculose, dado que favorece a ocorrência de multirresistência, prolonga o tratamento e apresenta maior número de intercorrências. Respectivo à forma clínica da TB, 98,80% estavam acometidos pela forma clássica, a pulmonar e 1,20% pela miliar. Esse fato vai de encontro com a forma de maior ocorrência da doença, observada à sua forma de transmissibilidade. No que condiz a perda de peso, característica observada com frequência nos pacientes portadores de tuberculose, 8,43% apresentavam e em 91,57% não foi observado ou não foi informado no registro. Além disso, foram investigados acerca da presença de agravos associados à infecção que podem colaborar para um pior prognóstico. Dessa forma, alusivo ao alcoolismo, 3,61% tinha essa associação. O consumo de álcool durante o tratamento para TB induz a um prognóstico ruim da infecção e, além disso, esse hábito representa um fator colaborativo para a incidência da TB e a existência de formas mais agressivas. Pertinente ao tabagismo, 1,20% era fumante. Sabe-se que o fumo colabora consideravelmente para a ocorrência de complicações associadas à tuberculose, bem como para o aumento da mortalidade. Quanto a um agravante, bem como uma causa importante na TB, 2,41% estavam em situação de rua. Cabe salientar que essa situação afeta consideravelmente na adesão ao tratamento, pois representa uma condição favorecedora de abandono, dado que o tratamento para TB reivindica tempo e é composto por uma associação de drogas. Dentro desse contexto, os profissionais de saúde assumem um papel indelegável para o sucesso do tratamento, devendo haver interação com os setores de assistência social, além disso, cabe citar a equipe de consultório na rua como principal aliada. Ademais, no contexto das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), 3,61% eram portadores de Diabetes mellitus (DM) tipo 2 e 2,41% de hipertensão arterial sistêmica. Destaca-se que a associação entre DM tipo 2 e tuberculose requer atenção, visto que essa DCNT pode afetar na terapêutica da TB. Considerações finais: A maioria dos pacientes portadores de tuberculose no estudo eram do sexo masculino, na faixa etária de 20 a 40 anos de idade, provenientes da zona urbana e do município de Santarém – PA, situados como casos novos e com a forma pulmonar da doença. Apesar de não haver novidades dentro do contexto nacional, observou-se que o número de indivíduos em retratamento é preocupante, principalmente para a multirresistência. Além disso, é interessante salientar que os profissionais de saúde, em especial, o profissional enfermeiro devem educar esse paciente, bem como colaborar para a correta adesão ao tratamento, o que é de suma relevância para o sucesso neste.

4132 A FRAGILIDADE NA AVALIAÇÃO DE COMUNICANTES PARA O CONTROLE DA HANSENÍASE
Jean Vitor Silva Ferreira, Taís dos Passos Sagica, Julliana Santos Albuquerque Ribeiro, Risangela Patrícia de Freitas Pantoja

A FRAGILIDADE NA AVALIAÇÃO DE COMUNICANTES PARA O CONTROLE DA HANSENÍASE

Autores: Jean Vitor Silva Ferreira, Taís dos Passos Sagica, Julliana Santos Albuquerque Ribeiro, Risangela Patrícia de Freitas Pantoja

Introdução: A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae. A predileção pela pele e nervos periféricos confere características peculiares a esta moléstia, tornando o seu diagnóstico simples. O Brasil continua sendo o segundo país em número de casos no mundo, após a Índia. E a região norte ocupa lugar de destaque no ranking nacional. Dessa forma, a hanseníase é um prevalecente problema de saúde pública. Assim, uma das formas de controle dessa doença, é a avaliação de comunicantes, denominado de contato, importante na cadeia epidemiológica da hanseníase, apontado com maior risco de adquirir a doença devido ao contato prolongado e contínuo com indivíduos em tratamento para hanseníase. Por conseguinte a isso, a avaliação destes comunicantes nos serviços de saúde ainda é fragilizada e por vezes negligenciada pela equipe de saúde. À vista disso relata-se aqui a vivência na busca pela avaliação de comunicantes para o controle da hanseníase, os entraves encontrados nesse processo, e a importância do mesmo. Descrição da experiência: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, vivenciada durante as práticas curriculares da Faculdade de Enfermagem realizadas em uma Unidade Municipal de Saúde no período de julho a outubro de 2017. Durante essas práticas os prontuários dos usuários foram considerados a fim de coletar dados para identificar o número de comunicantes de cada paciente em tratamento que passaram por tratamento na unidade referida, além de observar se estes já haviam passado por avaliação dermatoneurológica. Resultados: Posterior à coleta de dados nos prontuários dos pacientes, alguns pontos evidenciaram a fragilidade do processo de controle da hanseníase, pois, segundo as informações coletadas nos prontuários observou-se que grande parte desses comunicantes não recebeu a avaliação necessária, e outra parte nem ao menos havia sido contatada a comparecer à referida unidade para avaliação. Além disso, os prontuários continham informações desatualizadas sobre endereços e contatos telefônicos prejudicando a busca por esses contatos. Logo, realizar ações de controle da hanseníase são imprescindíveis para a melhoria da saúde publica. Contudo, infere-se a responsabilidade da equipe de saúde para a realização desse controle. Conclusão: Desta forma, ressaltamos a aplicabilidade de ações por parte de saúde que compreendam os fatores de controle para a hanseníase, bem como a reafirmação de ações aparentemente mínimas, porém de extrema relevância, como: preenchimento de informações documentais, a exemplo dos prontuários, atualização de informações imprescindíveis à busca ativa de comunicantes de pacientes circunscritos e persistência na avaliação dermatoneurológica, complementada por educação em saúde de qualidade a respeito da doença. Fazendo assim, espera-se diminuir o índice de casos, estreitar a cadeia epidemiológica e reduzir os agravos da doença, fazendo com que região norte e Brasil se rebaixem neste ranking que é desfavorável à saúde da população.

5425 INCIDÊNCIA DE ENTEROPARASITOSES EM ESCOLARES DA COMUNIDADE VILA NOVA DO URUARÍ NO OESTE DO PARÁ
VANESSA CORREIA RIBEIRO, ÂNDREA LAÍS SILVA RODRIGUES, GREICE NÍVEA VIANA DOS SANTOS, GREICE NARA VIANA DOS SANTOS, JOSÉ ALMIR MORAES DA ROCHA, ANDRÉA LEITE DE ALENCAR

INCIDÊNCIA DE ENTEROPARASITOSES EM ESCOLARES DA COMUNIDADE VILA NOVA DO URUARÍ NO OESTE DO PARÁ

Autores: VANESSA CORREIA RIBEIRO, ÂNDREA LAÍS SILVA RODRIGUES, GREICE NÍVEA VIANA DOS SANTOS, GREICE NARA VIANA DOS SANTOS, JOSÉ ALMIR MORAES DA ROCHA, ANDRÉA LEITE DE ALENCAR

Introdução: As Enteroparasitoses dentro do contexto mundial representam um grande problema de saúde pública e ainda estão entre as principais patologias que afetam a população. Tais agravos apresentam maior prevalência em população de nível socioeconômico mais baixo e com condições precárias de saneamento básico. Diante da problemática também assumem relevância a escolaridade, uma vez que as crianças em idade escolar são as mais acometidas por essas infecções. Objetivo: Identificar a incidência de enteroparasitoses na população infantil estudada. Metodologia: O estudo foi realizado através de uma pesquisa que se insere nos pressupostos do método descritivo com abordagem quantitativa, amostral, de caráter pesquisa de campo. Por meio da coleta de amostras fecais, analisadas em laboratório, emitiram-se laudos individuais com os resultados, os quais foram encaminhados a um profissional médico para a prescrição de medicações para os casos positivos. A pesquisa é composta de 38 escolares com idade entre 04 e 07 anos. Resultados: Das 38 amostras coletadas, 19 (50%) apresentaram resultados positivos para monoparasitismo, o mesmo número se repete nas amostras onde foi detectada a presença de poliparasitismo. Quanto à distribuição dos resultados por sexo observa-se que do total de infectados 24 (63%) são do sexo feminino e 14 (37%) do sexo masculino. Em relação ao monoparasitismo encontrado 19 (50%) são por uma única espécie a entamoeba nana, seguido por entamoeba coli. Os demais resultados encontrados nos exames coproparasitológicos foram associação entre os parasitas de duas espécies e três espécies respectivamente: Endolimax nana e Entamoeba coli 4 (37%), Seguido por poliparasitismo entre três espécies: Giardia lamblia, Entamoeba coli e Entamoeba histolytica 3 (37%).  Conclusão: Este estudo forneceu uma visão ampla sobre a importância da ocorrência de parasitoses intestinais e suas consequências para a saúde das crianças, principalmente para o seu desenvolvimento escolar. Além disso, esta pesquisa foi de grande importância para a orientação das crianças e de seus familiares sobre as medidas profiláticas das parasitoses intestinais de modo a contribuir para a promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida dessa população. Referências: AVELAR, Italo Albernaz. Prevalência de Parasitoses Intestinais em Crianças da Escola Municipal Pedro Silva Neiva, Assentamento do Sem Terra (Jambreiro), Paracatu (MG). 53 p. 2012.    

2668 AÇÕES DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLOGICAS REALIZADAS PELO ENFERMEIRO AO PORTADOR DE HANSENÍASE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Germana Maria da Silveira, Samy Loraynn Oliveira Moura, Cleoneide Paulo Oliveira Pinheiro

AÇÕES DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLOGICAS REALIZADAS PELO ENFERMEIRO AO PORTADOR DE HANSENÍASE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Germana Maria da Silveira, Samy Loraynn Oliveira Moura, Cleoneide Paulo Oliveira Pinheiro

APRESENTAÇÃO: Os registros epidemiológicos enquadram o Brasil em segundo lugar na classificação mundial em número absoluto de casos de hanseníase, estando em primeiro no continente americano. Embora o país apresente um constante decréscimo e estabilização nos coeficientes de prevalência e de detecção de casos novos de hanseníase, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste se apresentam em patamares muito altas, consideradas as áreas mais endêmicas, com importante manutenção da transmissão. È importante ressaltar que as incapacidades físicas e as deformidades advindas do processo de adoecimento são consequências provenientes do diagnostico e tratamento tardio da hanseníase. Nesse contexto enfatiza-se que a conduta ineficaz dos profissionais de saúde para o controle e eliminação desta moléstia pode comprometer significativamente a qualidade de vida do individuo com repercussões que em muitas circunstancias podem ser irreparáveis. As práticas de enfermagem nas ações de controle da doença nos serviços locais de saúde devem contemplar a prevenção da hanseníase, busca e diagnóstico dos casos, tratamento e seguimento dos pacientes, prevenção e tratamento de incapacidade, gerência das atividades de controle, sistema de registro e vigilância epidemiológica e pesquisas. Nesse sentido o papel da enfermagem na Estratégia Saúde da Família (ESF) é de fundamental relevância para contribuir efetivamente com a cura sem sequelas (incapacidades físicas e sociais) da hanseníase. Frente ás problemáticas sobre a situação hiperêndemica da hanseníase, as consequências provenientes do processo de adoecimento, a relevância da equipe de enfermagem para atuar na mudança dessa situação me propus a pesquisar sobre essa temática, ao passo que pode contribuir para o redimensionamento do atendimento à hanseníase já que é essencial o papel da enfermagem como parte integrante da equipe e historicamente um profissional atuante na prevenção, controle e tratamento da doença na Estratégia Saúde da Familia, para diminuição dos indicadores de morbimortalidade da doença. Dessa forma, nessa pesquisa, pretendeu-se identificar as ações de vigilância epidemiológicas realizadas pelos enfermeiros, ao portador de hanseniase, na estratégia saúde da família. DESENVOLVIMENTO: A proposta da temática se fundamentou em uma pesquisa exploratória- descritiva, de natureza qualitativa, desenvolvida no período de fevereiro a agosto de 2016 nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) localizadas na Zona Urbana de Sobral-CE, que apresentam altos índices de detecção de casos de hanseníase. Para obtenção da amostra do local de aplicação do estudo, foi analisada a base de dados, do Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificações - SINAN/NET, da Secretária de Saúde do município, referente ao período de 2009 a 2013. A partir das informações obtidas, foi realizado o cálculo do indicador de coeficiente de detecção anual de casos novos de hanseníase por 100.000 habitantes das referidas unidades, sendo selecionadas as que apresentaram uma situação hiperêdemica (≥ 40,0/100.000 habitantes), em no mínimo 4 anos do período analisado, resultando em 5 unidades de saúde selecionadas: Padre Palhano, Sinhá Sabóia, Terrenos Novos, Sumaré e Santa Casa. Os dados da pesquisa foram coletados com 16 enfermeiros responsáveis pela assistência ao paciente portador de hanseníase que atuam nas UBS situadas em áreas de maior índice de casos da doença no município, selecionados conforme os seguintes critérios de inclusão: atuar na ESF no período mínimo de 6 meses, ter realizado assistência a pacientes com hanseníase e concordar em participar do estudo por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta de informações foi realizada a partir de um roteiro de uma entrevista semi-estruturada, de acordo com agendamento prévio, adequado à disponibilidade dos entrevistados. As entrevistas foram aplicadas, em uma sala disponibilizada dentro das instalações físicas das UBS em que os profissionais atuam, sendo as informações gravadas em aparelhos digitais e posteriormente transcritas, para assegurar dados na integra e garantir a essência das falas. Os dados coletados foram submetidos à análise com base na categorização temática. Por tratar-se de uma pesquisa cientifica envolvendo seres humanos assegurou-se os princípios éticos e legais postulados na Resolução do Conselho Nacional de Saúde de nº 466/1213, sendo aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú, em Sobral/CE, CAAE Nº 42215615.1.0000.5053. RESULTADOS: No que concerne às ações de vigilância epidemiológica que os enfermeiros efetivam em suas práticas, verificou-se que são principalmente ações relacionadas ao diagnostico precoce dos casos tanto em detecções ativas, através da busca ativa realizada pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) durante as visitas domiciliares, exame da coletividade durante ações coletivas e campanhas, exames de grupos específicos (nas escolas); em detecções passivas, durante o atendimento a demanda espontânea. Foi mencionada também por alguns entrevistados como ação de vigilância epidemiológica a avaliação dos comunicantes, sendo que um dos entrevistados teve a preocupação de referir sobre a vacinação da BCG como medida profilática em relação aos comunicantes. A atitude do profissional que busca reconhecer as necessidades de ações de saúde relacionadas ao diagnóstico precoce, ou à redução de risco, ilustra um sentido da integralidade. Nessa perspectiva constatou-se que os enfermeiros operam seguindo as definições do ministério da saúde, possibilitando o acesso da comunidade ao diagnostico precoce, contribuindo para interromper a cadeia de transmissão da doença. No entanto a notificação de casos suspeitos ou confirmados, não foi citada pelos enfermeiros. Achado similar foi identificado em outros estudos. Para que haja um controle efetivo da doença e, portanto, a sua eliminação, enquanto problema de saúde pública é necessário que ocorra a notificação, já que a ausência desta caracteriza um silêncio epidemiológico, situação preocupante, visto que impossibilita evidenciar a realidade do perfil da doença, implicando entre outros prejuízos no não investimento e melhoria de politicas publicas voltadas para essa população. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir dos resultados obtidos na pesquisa constatou-se que ações de vigilância epidemiológica denotam-se detecções ativas (busca ativa, exames da coletividade e grupos específicos, detecções passivas e avaliação dos comunicantes), que os enfermeiros operam seguindo as definições do ministério da saúde, possibilitando o acesso da comunidade ao diagnostico precoce, no entanto uma ação importante não foi contemplada nos discursos dos profissionais, no caso a notificação de casos suspeitos ou confirmados. Assim, tanto os profissionais de saúde quanto os gestores, devem ter um olhar especial sobre esta patologia, desenvolvendo ações efetivas, para que, a médio e longo prazo, seja possível a redução de casos na comunidade, e quem sabe um dia, a hanseníase como um problema de saúde pública seja eliminada.  

1726 ESTIMATIVA DA EFETIVIDADE DA VACINAÇÃO DA COQUELUCHE ANTENATAL UM ESTUDO PRELIMINAR
Priscila Schmidt Lora, TAINE TUZIANE FISCHBORN ANDRIOLLA, VANIA CELINA DEZOTTI MICHELETTI, JULIANA DOURADO PATZER, IVONE MENEGOLLA, SANDRA MAIRA CEZAR LEAL, DENISE ANTUNES ZOCCHE, ROSANGELA BARBIANI

ESTIMATIVA DA EFETIVIDADE DA VACINAÇÃO DA COQUELUCHE ANTENATAL UM ESTUDO PRELIMINAR

Autores: Priscila Schmidt Lora, TAINE TUZIANE FISCHBORN ANDRIOLLA, VANIA CELINA DEZOTTI MICHELETTI, JULIANA DOURADO PATZER, IVONE MENEGOLLA, SANDRA MAIRA CEZAR LEAL, DENISE ANTUNES ZOCCHE, ROSANGELA BARBIANI

APRESENTAÇÃO A coqueluche é uma doença que causa infecção aguda do trato respiratório, sendo grande causa de morbimortalidade infantil. Seu agente infeccioso é a bactéria Bordetella pertussis. Ainda, no Brasil, é uma patologia de notificação compulsória, com visível redução de casos após a introdução da vacina Tríplice Bacteriana Infantil (DTP). Porém, desde 2011, observou-se um recrudescimento no cenário mundial, principalmente nas crianças menores de três meses. Assim, em novembro de 2014, o Ministério da Saúde (MS) ampliou o calendário de vacinação da gestante com a introdução da vacina Tríplice Absorvida Difteria, Tétano e Coqueluche (Pertussis Acelular) Tipo adulto (dTpa). Esse estudo objetiva investigar a efetividade da vacina dTpa para gestante na prevenção da coqueluche em crianças menores de três meses no Rio Grande do Sul por inquérito telefônico. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO Estudo de coorte histórica, onde as informações dos usuários foram extraídas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizado pelo Centro  Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul (CEVS-RS). Foram incluídos todos os casos notificados de coqueluche em crianças menores de 3 meses entre os anos de 2015 e 2016 e excluídas as notificações com duplicidade ou informações pendentes. Para avaliação complementar, acessou-se: Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) entre 2007 à 2015 e Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) no período de 2015 e 2016. E ampliação do SINAN de 2007 a 2015. A coleta de dados foi realizada no segundo semestre de 2017, via contato telefônico, através do número registrado na notificação. Foram excluídos da análise de efetividade, aqueles que não obtiveram sucesso de contato, após três tentativas de ligação. Considerou-se variável dependente a infecção por coqueluche e como variáveis independentes a vacinação por dTpa na gestação, idade gestacional que recebeu a vacina, idade dos primeiros sintomas de coqueluche, recebimento de orientações sobre a vacina, local de realização do pré-natal (público, privado ou misto) e escolaridade da mãe. Para a análise descritiva dos dados, utilizaram-se as distribuições de frequências simples, as medidas de tendência central (média e mediana) e medidas de variabilidade (desvio padrão). Utilizou-se o teste Qui-quadrado com correção de Yates quando mais de 20% das células apresentaram menos que cinco observações. Um valor de p inferior a 0,05 foi considerado significativo. A efetividade da vacina dTpa na gestante em prevenir a coqueluche nas crianças menores de três meses foi avaliada: Efetividade da Vacina (EV) = 1 - Risco Relativo (RR), onde esse foi calculado pela razão da incidência dos expostos sobre a razão da incidência dos não expostos. Esses valores foram apresentados com intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS O número das notificações de coqueluche em crianças menores de três meses, no Rio Grande do Sul (RS) entre 2007 a 2016, aponta que o período de 2012 apresentou 3,04 vezes mais casos que o ano anterior, e a partir de então, decresce até 2015. Da mesma se apresenta a proporção das notificações da doença e o número de nascidos vivos. Sobre a vacina dTpa nas gestantes houve um aumento de 61% na cobertura vacinal de 2015 para 2016. Entre 2015 e 2016, na faixa etária avaliada, houveram 120 notificações, distribuídas igualmente entre os anos. A idade média dos primeiros sintomas foram 1,4 (DP: 0,7) meses. Foram obtidos contatos de 25 (31,3% n = 80) casos confirmados e 9 (22,5% n = 40) descartados. A perda no número de participantes da pesquisa foi homogênea entre os grupos (qui-quadrado p=0,22). Assim, as demais análises referem-se aos 34 casos contatos. Dentre os casos confirmados, as frequências dos critérios de confirmação foram: clínico-epidemiológico 12% (3/25), laboratorial 36% (9/25), e clínico 52% (13/25). Dentre as participantes que afirmaram ter recebido a vacina dTpa, 6 (50% n=12) encaminharam a foto da caderneta de vacinação, estes todos tiveram filhos com menos de três meses com coqueluche confirmada. Uma sub análise do grupo das crianças com coqueluche confirmada por critério laboratorial, que as mães sabiam informar o status vacinal na gestação, mostra que 66% (4/6) destas eram vacinadas. Quanto à idade gestacional da imunização, esta variou de 21 a 32 semanas e o tempo entre a vacinação e o parto variou de 4 a 10 semanas. Não houve diferença entre a frequência de vacinação e o local de realização do pré-natal. Sobre a informação acerca da vacina, 78,5% (n=14) das gestantes não vacinadas desconheciam a existência, e destas, 63,6% realizaram pré-natal na rede pública ou mista. Na amostra estudada, a vacina dTpa na gestante apresenta RR 1,18 (IC95% 0,77-1,77), e a efetividade em prevenir a coqueluche na criança menor de três meses calculada foi inferior a zero. CONSIDERAÇÕES FINAIS A coqueluche é uma doença infecciosa com alta morbimortalidade. Atualmente, inicia-se a imunização ativa aos dois meses com a vacina pentavalente, seguindo aos quatro e seis meses e, somente após completar o esquema, pode-se ter garantia de imunização. Refletindo o cenário mundial, no RS, o período de maior incidência de casos foi em 2012, apresentando 3 vezes mais notificações que no ano anterior. Porém, foi pontual decrescendo até 2015. Em contrapartida, percebe-se a ampliação da cobertura vacinal da dTpa para gestantes de 2015 para 2016. Contudo, em 2016, não houve redução no número de notificações na faixa etária analisada. Uma sinalização alarmante é o número de gestantes que receberam a vacina e tiveram filhos com coqueluche confirmada (40% – 10/25). Onde uma pesquisa desenvolvida na Inglaterra aponta uma frequência de 15% de crianças com coqueluche entre mães vacinadas. Uma limitação desta pesquisa se refere à perda de dados, porém foi semelhante entre os dois grupos. O motivo se deve a não localização da usuária, o que pode estar relacionado à qualidade do preenchimento das notificações. Onde quem preenche desconhece o valor epidemiológico do registro documental. Nesse contexto, ressaltamos que esse estudo apresenta dados preliminares e que os resultados devem ser interpretados com cautela, o grande número de perda no contato telefônico pode impactar sobre os achados. Novas fontes de coleta de informações estão sendo estudadas, além da possibilidade de um acompanhamento prospectivo. Percebeu-se que o grau de instrução e o local onde realizou o pré-natal (rede pública ou privada) não têm interferência quanto ao acesso/indicação à vacina. O motivo da não vacinação mais apontado pelas gestantes foi a falta de orientação. Portanto, estratégias para aumentar a cobertura vacinal envolvem a qualificação da equipe de saúde. A coqueluche é cíclica, recrudescendo em cada três a cinco anos. Assim, a é necessário seguir o acompanhamento por um período superior ao visto nesse estudo para avaliação da introdução da vacina dTpa no calendário de vacinação da gestante A literatura aponta que a vacina da dTpa é segura para a gestante e para o recém-nascido, e parece impactar diante do número de notificações. Entretanto, para determinar a eficácia dessa, percebe-se a necessidade de realizar novas pesquisas com delineamentos prospectivos, minimizando perdas dos dados. Outra necessidade é a tradução do conhecimento aos profissionais sobre a vacinação e ações de educação referente aos registros documentais. Facilitando a análise epidemiológica e a organização das políticas públicas, bem como o direcionamento das verbas.

2404 O uso da Crotalária como estratégia de Prevenção ao Aedes Aegypti: Uma alternativa intersetorial da Gestão Municipal
Ana Paula Macedo, Denise Medeiros Teixeira

O uso da Crotalária como estratégia de Prevenção ao Aedes Aegypti: Uma alternativa intersetorial da Gestão Municipal

Autores: Ana Paula Macedo, Denise Medeiros Teixeira

O Município de Estância Velha está localizado na região metropolitana de Porto Alegre, com uma população estimada em 47.287 hab (IBGE, 2017), tendo sua principal atividade econômica na área coureiro calçadista. A rede de saúde é composta por oito Unidades Básicas de Saúde, com oito equipes de Saúde da Família, um CAPS, uma Farmácia Municipal, um Hospital Municipal e Equipe de Vigilância em Saúde. O relato aqui apresentado é fruto de um trabalho em conjunto das Secretarias de Saúde, Educação e Meio Ambiente, além do envolvimento da comunidade local, através da participação do Lions Clube de Estância Velha, que adquiriu cinco mil mudas da planta crotalária para distribuição e plantio orientado. As doenças transmitidas através do aedes aegypti (dengue chikungunya e zika vírus) são consideradas como problemas de saúde pública importantes no Brasil e em outros países de clima tropical. As doenças já atingem a todos os Estados do país, com maior concentração nas regiões norte e nordeste.  Na região Sul encontramos muitos casos autócnes já registrados. O trabalho realizado pelos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Endemias, juntamente com outros setores é fundamental para o controle e prevenção das doenças transmitidas pelo aedes aegypti. Através da inspeção dos domicílios, eliminação de depósitos, remoção mecânica e realização de tratamento químico os agentes obtém a prevenção rotineira das doenças. A crotalária entra de forma a complementar este processo, atuando como arma biológica para o controle do desenvolvimento do mosquito. Isso porquê a crotalária atrai a libélula, um inseto predador do aedes. As libélulas costumam depositar seus ovos em água parada e limpa, assim como o aedes aegypti. Desta forma, a planta atua como um agente natural de desnvolvimento das libélulas, que acabam por se alimentar das larvas do mosquito. O projeto do uso da crotalária em Estância Velha iniciado em março de 2017 é realizado com o cultivo das mudas na Estação Ecológica Municipal, a qual distribui as mesmas para o plantio após orientação sobre os cuidados e somente através de visitas com grupos definidos e escolas. Além desta distribuição foram plantadas mudas em locais específicos da cidade, tais como cemitério e prédios públicos. Através do Projeto já foram distribuídas mais de mil mudas da planta e o resultado esperado é a redução dos focos de Aedes Aegypti. Nos próximos três meses será realizado o monitoramento onde será possível realizar a medição de locais específicos de coleta de larvas, para que possamos comprovar a efetividade do uso da Crotalária como alternativa de prevenção no combate ao mosquito.

2563 Perfil epidemiológico dos óbitos por pneumonia registrados no município de Tabatinga/AM entre os anos de 2010 e 2016
Giane Santos-melo, Selma Regina Andrade, Vitória Schütt Zizemer, Lenon Barros Santos, Dueine Castro Silva, Agatha Nascimento Cardoso, Emerson ilva Aguiar, Daiana Anéris Silva

Perfil epidemiológico dos óbitos por pneumonia registrados no município de Tabatinga/AM entre os anos de 2010 e 2016

Autores: Giane Santos-melo, Selma Regina Andrade, Vitória Schütt Zizemer, Lenon Barros Santos, Dueine Castro Silva, Agatha Nascimento Cardoso, Emerson ilva Aguiar, Daiana Anéris Silva

Apresentação: Indicadores de saúde são medidas que contêm informações relevantes sobre o estado do sistema de saúde da região avaliada, necessários para análise da saúde desta região. Sendo que dos mais importantes indicadores é o Coeficiente de Mortalidade, que mede o risco de um indivíduo de determinada população morrer. Neste contexto, a análise do Coeficiente de Mortalidade nos permite avaliar variações populacionais, geográficas e temporais da mortalidade específica por causas de segmentos populacionais, identificando situações e tendências que demandem ações de saúde e estudos específicos, podendo ainda contribuir na avaliação dos níveis de saúde e de desenvolvimento socioeconômico da população, servindo como substrato para processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas de promoção, proteção e recuperação da saúde. No município de Tabatinga/Amazonas (Tabatinga/AM), local onde realizado este estudo, fora observado o processo de distanciamento da transição clássica omramiana, na qual há predomínio de mortes ocasionadas por doenças crônicas, sendo que neste município ocorre uma predominância de óbitos por doenças infectoparasitárias, principalmente envolvendo as pneumonias como causa principal ou associada a causa de óbito. Este fenômeno foi observado em estudo anterior que evidenciou uma prevalência de 170 casos, correspondendo a 25% do total de óbitos registrados no município entre os anos de 2006 a 2017, tornando, assim esta patologia a maior causa de óbitos no município. No Brasil, a pneumonia representa a quinta causa de morte, ficando atrás de doenças como Acidente Vascular Encefálico, Infarto Agudo do Miocárdio, homicídios e suicídios e Diabetes Mellitus respectivamente. Diante da discrepância entre os coeficientes nacionais de mortalidade por pneumonias e do município de Tabatinga/AM, surgiu a necessidade de analisar os dados e indicadores de saúde do município para, primeiramente, estabelecer perfis epidemiológicos mais acometidos pelo agravo e que resultaram em óbito por causa direta ou associada à causa de óbito. Assim, este estudo teve por principal objetivo traçar o perfil epidemiológico dos óbitos registrados no município de Tabatinga/AM entre 2010 e 2016 com pneumonia como causa direta ou associada a causa de morte. Desenvolvimento: Estudo descritivo de abordagem quantitativa, que segundo Gil, 2008 se caracteriza com objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno. A coleta de dados aconteceu no mês de novembro de 2017, na secretaria municipal de saúde do município, localizada na Rua Marechal Mallet, número 520, no bairro Centro do município de Tabatinga/AM, situado a 1.105 km em linha reta da capital do estado do Amazonas.  Os dados foram levantados através das declarações de óbito (DO) registradas no município entre os anos de 2010 e 2016. Sendo incluído no estudo 266 DO que constava a pneumonia como causa direta ou associada de óbito. Os dados obtidos foram analisados por meio de estatística descritiva, com a utilização de gráficos e tabelas, criados a partir do programa de computador Microsoft Excel 2010, observando a especificidade das frequências absolutas e relativas. Resultados: a análise dos dados extraídos das DO demonstraram que entre os anos de 2006 e 2010, 266 DO tiveram a pneumonia como causa direta ou associada a causa de óbito, sendo que o ano de 2013 foi o mais prevalente com 60 casos da doença, sendo um terço maior que nos anos anteriores ou posteriores estudados. Os casos de mortes pela doença aconteceram em maior número nos meses março, abril e maio, sendo que o maior pico aconteceu regularmente nos meses de abril dos anos estudados. Meses estes que coincidem com a prevalência das cheias dos rios e período chuvosos na região amazônica.  A maioria dos casos de óbitos ocorreu em pessoas indígenas (44%) do sexo masculino (55%). Observou-se que os óbitos ocorreram nos extremos de idade, sendo 39,1% aconteceu em pessoas acima de 65 anos e 31,3% em crianças de 0 a 365 dias de vida. Outros casos de óbito pela doença aconteceram em pessoas entre 51 e 64 anos (8,6%) e crianças de um a cinco anos (8,2%). Sendo que as demais faixas etárias somaram 12,8%. Quanto a escolaridade verificou-se que entre os óbitos de pessoas acima de seis anos (população alfabetizada), a maioria das mortes se deu entre a população sem escolaridade (19,2%), seguido de observando-se que o nível de escolaridade é inversamente proporcional ao desfecho para o óbito. Quanto ao local de ocorrência, verificou-se que a maioria ocorre um ambiente hospitalar (69,5%) e em domicilio (22,5%). Como causa direta do óbito verificou-se que as causas mais prevalentes foram Broncopneumonia/Pneumonia (33,8%), Insuficiência Respiratória (25,9%), Choque Séptico/Sepse/Septicemia (22,5%) e Parada Cardíaca (7,9%). Outras causas somaram 8,6%. Neste trabalho teve como limitação a falta de informação nas DO analisadas, sendo que 49% destas não continham informações sobre a ocupação das pessoas em óbito, invalidando assim esse dado. Considerações Finais: A análise dos dados colhidos da série histórica das DO entre 2010 e 2016 que continham pneumonia como causa direta ou associada da morte, alguns pontos chaves e perfis epidemiológicos puderam ser traçados. Sendo estes a incidência de mortes com pneumonia associada durante os anos se manteve equilibrada, oscilando numa faixa de 27 a 40 casos, considerada alta para os padrões nacionais, onde Tabatinga/AM se encontra com uma média histórica de aproximadamente 38 óbitos anuais, quando no Brasil temos uma taxa com cerca de 40.000 óbitos/ano relacionados à doença. Em proporção, o município se encontra com 0,063% de óbitos pela doença em contraparte aos 0,016% da média nacional. Neste contexto o presente estudo, possibilitou estabelecer alguns padrões e perfis epidemiológicos das mortes relacionadas a pneumonia no município de Tabatinga entre os anos de 2010 a 2016 para melhor entender a endemia da doença na região e planejar ações para diminuir estes índices. Traçando-se situações e perfis gerais, destacaram-se a sazonalidade dos óbitos por volta do mês de abril, a maior incidência de mortes entre os extremos de idade (com situação preocupante relativa às mortes de menores de 1 ano de idade), entre as populações indígenas, e de mais baixa escolaridade, dentre os residentes da zona urbana do município e ainda chama a atenção os altos índices de mortes em domicílio. Foram identificadas também algumas dificuldades ao realizar o estudo, citando-se o grande número de DO sem preenchimento de campos importantes ou com o preenchimento incorreto destes.

3755 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA TUBERCULOSE EM IMPERATRIZ-MA, BRASIL.
Francisca Bárbara Gomes da Silva, Mônica Ribeiro Sousa, Paula dos Santos Brito, Janaína Miranda Bezerra, Floriacy Stabnow Santos, Lívia Fernanda Siqueira Santos, Menildes Paixão Ribeiro, Marcelino Santos Neto

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA TUBERCULOSE EM IMPERATRIZ-MA, BRASIL.

Autores: Francisca Bárbara Gomes da Silva, Mônica Ribeiro Sousa, Paula dos Santos Brito, Janaína Miranda Bezerra, Floriacy Stabnow Santos, Lívia Fernanda Siqueira Santos, Menildes Paixão Ribeiro, Marcelino Santos Neto

APRESENTAÇÃO: A Tuberculose (TB) permanece ocupando mundialmente destaque dentre as principais doenças infectocontagiosas e tem infectado mais de dois bilhões de pessoas, correspondendo à um terço de infectados da população, dos quais, 10% irão desenvolver a doença durante seu curso de vida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) a reconhece como a doença infecciosa de maior mortalidade no mundo, superando a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e a Malária juntas. O Brasil é um dos 22 países que representam 80% da carga mundial da TB, ocupando a 17a posição em número de casos e a 22a posição em relação ao coeficiente de incidência e mortalidade. Pesquisas relacionadas à morbimortalidade por TB vêm sendo estimuladas por serem consideradas como um importante instrumento para detecção de falhas dos sistemas de saúde, uma vez que a investigação desses objetos casos e óbitos, permite traçar o perfil da TB acompanhando o indivíduo em diferentes situações da doença, além de possibilitar análises adicionais sobre a vigilância dos casos e atendimento dos pacientes. Dentro da complexidade que envolve a conjuntura da TB, bem como a necessidade de implantação de estratégias e intervenções específicas que priorizem recursos aos grupos mais vulneráveis e demonstrem os perfis sociodemográfico e clínico-epidemiológico dos acometidos pela doença,  torna-se fundamental conhecer a situação epidemiológica da TB nas diversas localidades do país, sobretudo nos municípios considerados prioritários para o controle da doença, como Imperatriz-MA, Nordeste, Brasil. Desse modo, objetivou-se descrever aspectos epidemiológicos dos casos de TB notificados no município sob investigação no período compreendido entre 2006 e 2015, segundo variáveis sociodemográficas, clínicas e epidemiológicas. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Estudo descritivo, retrospectivo e exploratório, com abordagem quantitativa realizado em Imperatriz-MA, que considerou os registros de casos de TB obtidos em dados secundários das fichas individuais de TB do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Serviço de Vigilância em Saúde (SVS) da Unidade Gestora Regional de Saúde de Imperatriz (UGRSI) no período compreendido entre 2006 a 2015 onde foram coletadas todas as notificações compulsórias de todas as formas clínicas da TB em outubro de 2016. As variáveis analisadas no estudo compreenderam idade, sexo, raça/cor e escolaridade e dados complementares do caso para investigação clínico-epidemiológica como tipo de entrada, forma clínica, institucionalização, doenças e agravos associados – AIDS, baciloscopia de escarro, cultura de escarro, cultura de outro material, radiografia do tórax, teste tuberculínico, sorologia anti-HIV, cultura, tratamento diretamente observado, situação de encerramento e localização dos casos. A análise exploratória foi realizada por meio da estatística descritiva dos parâmetros quantitativos, na qual para variável idade foram expressas medidas de tendência central e para as demais variáveis investigadas foram expressos valores absolutos e relativos. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: No período analisado foram notificados 800 casos de TB que apresentaram idade média de 42 anos, mediana de 40 anos, idade mínima de 0,1 ano e máxima de 90 anos, sendo o desvio padrão (DP) 19 anos, e a moda de 27 anos. A maioria dos casos notificados referiu-se ao sexo masculino (504; 63,0%), raça/cor parda (479; 60,0%). escolaridade com destaque para a 1° - 4° série incompleta (155; 19,4%). Constatou-se a predominância da doença em pessoas com idade menor e igual à 40 anos, idade esta considerada econômica e socialmente ativa. Fatores como maior exposição à risco relativos à ambientes de trabalho, alcoolismo, tabagismo, além de retardo à procura de serviços de saúde, embora não investigados nessa casuística, são apontados como determinantes da maior prevalência de TB em homens, tem-se ainda que a baixa escolaridade e a falta de entendimento/compreensão podem influenciar os indivíduos na obtenção de informações acerca da doença, assim como o acesso às informações de maneira geral como acesso à qualidade de vida, ficando patente portanto, a iniquidade social. Esses registros refletem todo um conjunto de condições sociais precárias, que aumentam a vulnerabilidade à TB e são responsáveis pela maior incidência da enfermidade, além de contribuírem para a não adesão ao tratamento e para o aumento da taxa de abandono, bem como para a ocorrência do óbito. O estudo evidenciou ainda  importantes características referentes ao perfil clínico e epidemiológico da TB sendo casos novos (689;86,0%), forma clínica pulmonar (720;90,0%), não institucionalizados (547;68,4%), radiografia de tórax como casos suspeitos (687;85,9%), teste tuberculínico não realizado (558;69,8%), cultura de escarro não realizada (730; 91,2%), tratamento supervisionado realizado  (516;64,5%), situação de encerramento como cura (692; 86,5%) e com maior ocorrência na zona urbana do município (785; 98,2%). Destaca-se ainda que parcela significativa dos casos notificados não foi submetida à sorologia anti-HIV para detecção da coinfecção TB/HIV. Ademais, os dados deste estudo revelaram 86,0% de casos novos, cura de 86,5%, 2,9% de abandono do tratamento, deixando de testar 48% dos indivíduos para coinfecção TB/HIV. Vale destacar que a meta definida pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), de diagnosticar 100% dos Sintomáticos Respiratórios (SR) não foi alcançada, já o fato de apresentarem taxa de abandono menor que 5% e cura superior a 85% dos casos preconizadas pela OMS estão condizentes com as ações de controle da doença e são considerados pontos positivos para o decréscimo das taxas de prevalência no cenário investigado. Acrescenta-se ainda que comorbidades são elencadas como importantes fatores de mau prognóstico, impondo condições clínicas mais graves, de maior dificuldade diagnóstica e tratamento. Desse modo, a associação da TB com a AIDS retrata um novo desafio em escala mundial, nesse aspecto, o estudo demonstrou falhas em relação à sorologia para HIV visto que foram feitos os testes em apenas 52,0% dos casos e destes, 6,6% ainda encontram-se em andamento. Levando-se em consideração a conexão epidemiológica documentada entre HIV e TB é indiscutível a avaliação de todo paciente diagnosticado com TB através do teste rápido de HIV onde neste estudo evidenciou-se que uma grande parte dos casos diagnosticados não realizaram sorologia para HIV, contrariando a norma estabelecida pelo PNCT, que tem como meta a realização desse teste em 100% dos pacientes adultos com TB. No que tange à baciloscopia, observou-se que a tuberculose pulmonar (TBP) ocorreu em indivíduos que apresentaram resultado positivo de baciloscopia, onde 72,7% dos acometidos pela TB realizaram tal exame, percentual este que sobrepõe o valor nacional no ano de 2009 onde 64,0% dos casos realizaram o exame. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Cabe mencionar que os desafios para controlar a TB no Brasil persistem, e as perspectivas para acabar com a doença como problema de saúde pública apenas se concretizará se mais esforços forem lançados pelas três esferas de gestão do SUS, assim como se houver o estabelecimento de parcerias fora desse setor. O estudo, traz importantes contribuições para o avanço do conhecimento na temática ao evidenciar que os casos por TB são eventos socialmente determinados, o que acaba por reforçar a importância da proteção social por sistemas universais de saúde com vistas à eliminação da TB e que não mais aconteçam mortes injustas ou evitáveis. Por fim, a investigação revelou um perfil da população atingida pela doença, evidenciando aspectos epidemiológicos importantes a serem considerados em termos de gestão e organização dos serviços de saúde para a equidade no acesso e desenvolvimento social.

895 OCORRÊNCIA DE MICOBACTÉRIAS NÃO TUBERCULOSAS (MNT) EM UMA UNIDADE DE REFERÊNCIA EM SANTARÉM – PARÁ
Victor de Lima Dias, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Françoíse Gisela Gato Lopes, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Adjanny Estela Santos Souza

OCORRÊNCIA DE MICOBACTÉRIAS NÃO TUBERCULOSAS (MNT) EM UMA UNIDADE DE REFERÊNCIA EM SANTARÉM – PARÁ

Autores: Victor de Lima Dias, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Françoíse Gisela Gato Lopes, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Adjanny Estela Santos Souza

Apresentação: As micobactérias não-tuberculosas (MNT), são bactérias do gênero Mycobacterium que não são classificadas em Mycobaterium tuberculosis complex e Mycobacterium leprae. As MNT abrangem mais de 140 espécies catalogadas até o momento e podem ser diferenciadas utilizando-se de testes fenotípicos, observando o tempo de crescimento, a produção ou não de pigmentos, testes moleculares e o crescimento ou não na presença de bloqueadores químicos. As doenças causadas por MNT tiveram nos últimos anos um crescimento considerável que pode ser explicado em relação a diversas condições como o aumento da exposição ao meio ambiente, bem como o acréscimo da sensibilidade dos métodos de diagnósticos, e entre outros. As MNT’s são micro-organismos que habitam em vários locais como, solo, água seja ela natural ou por sistemas de abastecimento, animais e aerossóis. A transmissão se dá por meio de partículas inaladas ou ingeridas, não é muito comum a transmissão da MNT de pessoa a pessoa, porém há relatos de contaminação de pacientes pela má higienização de aparelhamentos médicos. A característica clínica mais frequente é a doença pulmonar crônica, seguida por doença da infecção dos gânglios linfáticos, da pele ou tecidos moles e doença disseminada. A doença pulmonar crônica ocorre principalmente pelo Mycobacterium avium complex, o risco de infecção aumenta quando se trata de pessoas imunossuprimidas e que possuem doença pulmonar estrutural, assim como também pessoas com antecedentes de sequelas causadas pela tuberculose pulmonar. Os sintomas mais comuns são: tosse recorrente ou crônica, falta de ar, febre fraca, diminuição da força física, emagrecimento, hipersudorese noturna. Em relação as doenças cutâneas, ósseas e dos tecidos moles, grande parte das microbactérias são capazes de causar infeções da pele e dos tecidos subcutâneos. Para além de abcessos cutâneos, são relatados ocorrência de granulomas tenossinovais e osteomielite. Relata-se também casos de infecção nosocomial por cateter de longa duração e regiões de anexação de drenos e feridas cirúrgicas. A forma disseminada das micobactérias não-tuberculosas tem como principal agente causador o M. avium. É quase restrito a pessoas em estágio 3 da infecção por HIV, e dificilmente ocorre em outras populações imunodoprimidas. Os sintomas apresentados são, anemia, emagrecimento, hepatoesplenomegalia, febre, hipersudorese noturna. O diagnóstico etiológico, pode ser feito por hemocultura, este corresponde a 90% dos casos, no restante, quando há falta de isolamento de fluidos sanguíneos ou suspeita de diagnostico, a análise pode ser feita por biópsia cutânea, óssea ou hepática. No início da apuração do paciente com suspeita, deve ser feito solicitação de radiografia de tórax, e coleta de três amostras de escarro em dias sucessivos, preferencialmente pelo período da manhã, em virtude da acumulação de secreções pulmonares nas vias aéreas no período noturno. Por conseguinte, as amostras irão ser submetidas a testes de baciloscopia e cultura do escarro, sendo eles métodos eficazes de primeira linha para o diagnóstico de tuberculose. Não é muito viável o tratamento das MNT, devido a maior parte dos doentes apresentarem sintomas mínimos, o tratamento tem um tempo de duração muito prologado, além dos custos e efeitos adversos, tornando rara a sua erradicação. Diante disso, é necessário analisar a decisão de tratamento, consciente dos riscos de progresso da doença, a exposição desnecessária a toxicidade medicamentosa, os custos e o estado geral do paciente. O objetivo da pesquisa foi verificar a ocorrência de MNT em pacientes atendidos em uma Unidade de Referência em Santarém-PA, bem como, identificar as espécies de MNT’s mais prevalentes na região. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa documental, com abordagem quantitativa, descritiva. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), tendo sido aprovado conforme parecer número: 1.379.703. O estudo foi realizado na Unidade de Referência Especializada (URE) em Santarém-Pará, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde Pública - SESPA, no programa de tuberculose que atua como referência secundária e terciária para tuberculose nos vinte municípios da região Oeste do Pará, sendo 14 municípios do Baixo Amazonas: Alenquer, Almerim, Aveiro, Belterra, Curuá, Faro, Juruti, Mojuí dos Campos, Monte Alegre, Óbidos, Oriximiná, Prainha, Santarém e Terra Santa; e 6 municípios do Tapajós: Itaituba, Jacareacanga, Novo Progresso, Placas, Ruropólis e Trairão. Foram coletados dados referentes a ocorrência de MNT em pacientes que foram atendidos pelo Laboratório da URE-Santarém, no período de abril de 2011 a abril de 2017 e as variáveis analisadas foram: gênero, idade, município de residência, zona de residência, dados clínicos, resultados da baciloscopia e cultura. O Laboratório realiza cultura de escarro pelo método de Ogawa-Kudoh e caso haja crescimento encaminha o cultivo para o Laboratório Central do Estado (LACEN), para realização de identificação da espécie e teste de sensibilidade. Resultados e/ou discussão: Durante o período de abril de 2011 a abril de 2017, o Laboratório da URE atendeu com realização de baciloscopia e cultura, 513 pacientes com suspeita de TB ou em acompanhamento de tratamento, 08 (1,56%)  apresentaram diagnóstico de MNT. Destes 3 (37,5%) pertenciam ao sexo masculino e 5 (62,5%) ao sexo feminino. A média total de idade dos pacientes com resultado positivo para MNT foi de 68 anos. De acordo com as condições sócio demográficas, 3 (37,5%) pertenciam a zona rural, 5 (62,5%) a zona urbana, 5 (62,5%) eram oriundos de Santarém, 1 (12,5%) de Uruará, 1 (12,5%) de Óbidos e 1 (12,5%) de Jacareacanga. A distribuição de espécies de MNT foi, M. sp 4 (50%), 1 (12,5%) M. intracellulare, 1 (12,5%), M. avium, 1 (12,5%) M. asiaticum e 1 (12,5%) M. paraensis. Considerações Finais: Observou-se que a ocorrência de MNT foi de 1,56% na população estudada. Percebeu-se que entre os pacientes dos quais foi isolado MNT todos eram adultos ou idosos, com média de idade de 68 anos, sendo a maioria do sexo feminino e entre eles uma paciente era indígena. Destaca-se a ausência de estudos publicados sobre o tema, o que comprova a necessidade em se ter mais pesquisas. Por mais que a incidência de MNT não tenha sido elevada na pesquisa, estudos de outros autores confirmam que a incidência realmente é mínima, porém, a notificação e controle dos casos deve continuar acontecendo,  a fim de minimizar os problemas relacionados ao custo e a duração do tratamento. Espécies de MNT vem sendo descritas como causadoras de sérias infecções em pacientes imunossuprimidos, mas também há relatos de infecção pulmonar crônica em paciente humano competente, o que os caracteriza como patógenos emergentes, assim a adoção de medidas de prevenção para evitar a transmissão dessas micobactérias é fundamental.

4933 LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO E PREVALÊNCIA DE LESÕES BUCAIS EM PACIENTES COM HANSENÍASE DO HOSPITAL GERALDO DA ROCHA EM MANAUS/AMAZONAS
Stanny Hagath Maciel Saraiva, Mônica Cybelle Ferreira Figueiredo, shirley maria araujo passos, Adriana Beatriz Silveira Pinto, Brigitte Nichthauser, Lauramaris de Arruda Régis Aranha

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO E PREVALÊNCIA DE LESÕES BUCAIS EM PACIENTES COM HANSENÍASE DO HOSPITAL GERALDO DA ROCHA EM MANAUS/AMAZONAS

Autores: Stanny Hagath Maciel Saraiva, Mônica Cybelle Ferreira Figueiredo, shirley maria araujo passos, Adriana Beatriz Silveira Pinto, Brigitte Nichthauser, Lauramaris de Arruda Régis Aranha

O Amazonas tem apresentado, nos seis últimos anos, redução significativa da incidência da hanseníase. Entre 2010 e 2016, o Estado registrou queda de 40,7% nos casos devido às ações de controle e combate à doença, desenvolvidas pelo Governo do Amazonas, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde. O bairro hoje conhecido como Colônia Antônio Aleixo funcionou, até meados da década de 60, como Hospital-Colônia Antônio Aleixo. Esta pesquisa teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas com CAAE: 66617817.8.0000.5016, com o Número de parecer 2.062.363, tendo como principal objetivo realizar o levantamento epidemiológico e identificar a prevalência de lesões bucais em pacientes sequelados pela Hanseníase internados no Hospital. Foram utilizadas as fichas de exame clínico e dados gerais do SB Brasil 2010. Os dados obtidos foram tabulados e submetidos à análise estatística utilizando o software SPSS versão 20.0 para Windows. No total, 18 pacientes participaram da pesquisa, sendo 13 homens e cinco mulheres, na faixa etária entre 40 a 81 anos. Entre os dados coletados observou-se que, 56% dos pacientes tinham entre 61 e 70 anos, 17% tinham entre 71 e 80 anos, 11% entre 51 a 60 anos, 11% de 40 a 50 anos e 5% com idade igual ou superior a 81 anos. A pesquisa relevou ainda que 67% dos pacientes se declararam pardos, 28% brancos e 5% pretos. Quanto ao nível de escolaridade, 55% informou ter o ensino básico, 28% o ensino médio e 17% não possuíam escolaridade. Em relação a morbidade bucal e o uso do consultório odontológico, a pesquisa revelou que 89% dos pacientes (16) atualmente necessitam de algum tipo de tratamento odontológico. 72% disseram não ter sentido dor nos últimos seis meses e 17% afirmaram ter sentido algum tipo de dor. Todos os pacientes informaram já ter ido a um dentista, tendo a maioria (33%) ido ao consultório há três anos ou mais antes dessa entrevista. Nove pacientes afirmaram ter utilizado o serviço público para se consultar e a outra metade, utilizou o serviço particular. 50% dos participantes usam prótese dentária superior e 95% necessita de algum tipo de prótese dentária superior. Quanto ao uso de prótese dentária inferior, 78% não usam nenhum tipo de prótese e 44% necessita de algum tipo de prótese inferior. Quanto à prevalência de lesões, 2% dos pacientes apresentaram tecido lesionado e 9% apresentaram manchas na cavidade oral.Diante dos números apresentados, chegamos a conclusão que para melhor atendimento e melhores resultados, na unidade hospitalar deveria haver um Consultório Odontológico, tendo em vista que, a maioria dos pacientes reside por meses no hospital e possuem limitação motora por conta das seqüelas. Além disso, seria necessário um projeto envolvendo Estado, Município, Faculdades e Sociedade Civil para ações de cunho social, como mutirões, para realizar os tratamentos básicos garantido a saúde bucal dos pacientes.

3558 NEUROCRIPTOCOCOSE: SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL PÚBLICO DO OESTE DO PARÁ
Victor de Lima Dias, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício, Sheyla Mara Silva de Oliveira

NEUROCRIPTOCOCOSE: SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL PÚBLICO DO OESTE DO PARÁ

Autores: Victor de Lima Dias, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício, Sheyla Mara Silva de Oliveira

Apresentação: Criptococose é uma doença de causa fúngica do tipo leveduriformes pertencentes ao gênero Cryptococcus que infecta humanos e animais. É uma micose sistêmica de alta letalidade, e causa cerca de 625 mil mortes por ano em todo o globo. Pode acometer os ossos, trato urinário, sangue, pele olhos, próstata, e principalmente o pulmão e o encéfalo. O ambiente é classificado como a fonte de contagio, pois umas das formas de contagio dar-se por inalação de leveduras que podem acometer indivíduos imunocompetentes como imunodeprimidos, estes com maior frequência. Solos com excesso de excrementos de pombos são considerados como os locais mais propensos para a propagação do fungo em virtude das leveduras se nutrirem das substancias presentes nas excreções, fator condicionante para desenvolvimento e proliferação. Por outro lado, ainda não se tem registro de transmissão direta. Em se tratando de um fungo saprófita, ou seja, obtêm energia de matéria em decomposição, está presente comumente no solo, em frutas secas e nas arvores, também presente nos excrementos de aves, com maior predominância nas fezes de pombo. O fungo pode permanecer como saprófita na arvore brônquica do indivíduo e manifestar doença apenas quando há um desequilíbrio na imunidade. As manifestações pulmonares ocorrem após inalação das leveduras que se multiplicam nos pulmões, causando sintomas em 2/3 dos casos. Geralmente provoca tosse com secreção de muco em 54% dos casos, febre em 26%, hemoptise em 18%, derrame pleural em menos de 10%, sudorese noturna, fraqueza e emagrecimento também podem estar presente. A neurocriptococose caracteriza-se pela meningite fúngica causada pelo criptococo, está por sua vez, tem mais chances de se disseminar em um indivíduo já debilitado, porém também acomete imunocompetentes. O agente etiológico chega ao encéfalo através da corrente sanguínea, mas se aloja com mais facilidade no liquido cefalorraquidiano (LCR), uma vez que possui pouquíssimos leucócitos. Por conseguinte, ocorre a multiplicação das leveduras no LCR causando a inflamação das membranas encefálicas apresentando cefaleia, rigidez de nuca, fotofobia, náuseas e êmese. Objetivo: Relatar experiência da Sistematização da Assistência de Enfermagem em uma paciente com diagnóstico de Neurocriptococose em um hospital público do Oeste do Pará. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado por discente e docente da Universidade do Estado do Pará – UEPA Campus XII, durante as aulas práticas da disciplina de Enfermagem em Clínica Médica, realizado em um Hospital público de baixa e média complexidade no município de Santarém- Pará, durante o mês de setembro 2017. Utilizou-se da técnica de observação sistemática, dirigida e participativa através do exame físico e anamnese, construção do histórico e identificação dos diagnósticos de enfermagem prioritários, posteriormente aplicou-se Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), de acordo com a taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA).  Resultados e/ou impactos: A.C.S. 35 anos, sexo feminino, parda, admitida na Clínica Médica no dia 19/08/2017, veio deambulando com diagnóstico inicial de Neurocriptococose, Criptococose pulmonar (suspeita) e Hipocalemia. Relata exposição a dejetos de pombos em residência em desuso durante uma faxina; informa fazer uso de hiperglicêmico há 10 anos para tratamento de Diabetes Mellitus tipo dois. Com o agravamento do sinais clínicos neurológicos e pulmonares foi encaminhada a Unidade de Terapia Intenciva e após 10 dias transferida para clínica médica. Faz uso de: fluconazol, dermostatin, omeprazol, metoclopramida e fenitoina. Os diagnósticos de enfermagem segundo NANDA foram: 1) Risco de glicemia instável, evidenciado pelos altos níveis glicêmicos e monitoramento inadequado da glicemia; 2) Sobrepeso relacionado com restrição ao leito, evidenciada pala diminuição de atividade física e ingesta diária maior que a recomendada para o gênero e idade. 3) Volume de líquidos excessivo, caracterizado por edema em extremidade dos membros inferiores; 4) Constipação, relacionada com incapacidade para evacuar; 5) Mobilidade física prejudicada, evidenciada por alterações na marcha relacionada a dor e prejuízos neuromusculares; 6) Sofrimento espiritual, caracterizado por choro relacionado com dor e sentimento de incapacidade; 7) Risco de infecção, revelado por alteração da integridade da pele evidenciado por acesso venoso periférico em mão D.; 8) Integridade da pele prejudicada, definida por alterações devido a fatores mecânicos, mucosa oral prejudicada evidenciado por lábios ressecados e presença de fissuras sangrantes, couro cabeludo infestado pediculose. As intervenções de enfermagem estão embaçadas em um plano assistencial de cuidado individualizado e sistematizado, os quais abrangem: monitoração e controle dos níveis de glicemia; estimulo neuromuscular no leito para fortalecimento do tônus muscular, deambulação com ajuda; massagem linfática em extremidade dos membros inferiores, nutrição equilibrada de acordo com prescrição nutricional, incentivar a ingesta de alimentos ricos em fibras e a ingestão de agua com maior frequência; manter higiene oral satisfatória,  hidratação labial com mantega de cacau; administração de medicamentos prescritos de horário; Realização da troca de acesso venoso periférico e verificação de sinais flogísticos em local de acesso; realização de curativo diariamente, com aplicação de Nistatino e ácido salicílico em área corpórea lesada; hidratação da pele com ácidos graxos; troca de fralda geriátrica sempre que necessário; tricotomia e aplicação de ácido acético para controle da pediculose. Considerações finais: Em relação ao estado de doença atual, manteve-se o diagnóstico de Neurocriptococose, sendo descartada a suspeita de criptococose pulmonar. Obteve resolutividade do quadro de Hipocalemia, estabilização dos níveis glicêmicos e melhora significativa das lesões cutâneas, também alcançou ligeira melhora na deambulação prejudicada, mesmo necessitando de auxílio para mobilizar-se no leito e para deambulação em pequenas distâncias, expressou melhora da dor e sentimento de incapacidade ao longo do acompanhamento, havendo uma perceptividade de melhora do estado geral. Observou-se que a aplicação da sistematização da assistência de enfermagem, foi fator condicionante para melhora da paciente, fortalecendo a necessidade de aplicação de cuidados fundamentados em princípios científicos. Outra constatação foi que, a prática de enfermagem quando conduzida por meio da SAE permite a realização de uma assistência mais humanizada, organizada e individualizada. Ressaltamos ainda, quão importante a necessidade que o enfermeiro em formação detenha conhecimento a respeito de aspectos fisiopatológicos e os agravantes que acometem os pacientes com neurocriptococose.