167: Práticas alimentares no cuidado à saúde
Debatedor: A definir
Data: 02/06/2018    Local: ICB Sala 16 - Cauxi    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
636 Relação do nível de conhecimento nutricional materno com o estado de pré-escolares assistidos por um centro de educação infantil
Katylla Gleyce de Oliveira Queiroz, Ana Paula Albuquerque Vieira de Lucena, Mirena Maria de Noronha Viana, Nayara Cristina de Freitas Cavalcante, Vaniele Maciel Silva

Relação do nível de conhecimento nutricional materno com o estado de pré-escolares assistidos por um centro de educação infantil

Autores: Katylla Gleyce de Oliveira Queiroz, Ana Paula Albuquerque Vieira de Lucena, Mirena Maria de Noronha Viana, Nayara Cristina de Freitas Cavalcante, Vaniele Maciel Silva

APRESENTAÇÃO: Na primeira infância a criança não possui o controle sobre o ambiente em que vive, podendo ter seus hábitos alimentares e comportamento social modificados em virtude de padrões ambientais e sociais predominantes no contexto familiar e comunitário. Entender as atitudes e o comportamento alimentar dos pré-escolares é uma estratégia para tentar modificar sua situação de saúde atual,que mesmo após inúmeras estratégias governamentais de prevenção e controle ainda é marcadapela alta prevalência de carências nutricionais, especialmente de ferro e vitamina A.Quando se fala em crianças, o pai e a mãe agem de maneira determinante sobre suas escolhas e experiências com os alimentos, principalmente no caso de crianças menores, que são dependentes da família para os obterem. DEMENVOLVIMENTO: Relacionar o grau de conhecimento materno acerca de alimentação e nutrição infantil com o estado nutricional e o consumo médio diário de vitamina A e ferro de pré-escolares, assistidos por um Centro de Educação Infantil do interior do Ceará. Participaram 89 crianças com 2 a 6 anos de idade frequentadoras de uma creche municipal, e suas respectivas mães. Foram coletados dados antropométricos das crianças e o consumo alimentar foi registrado por meio de dois recordatórios de 24 horas, para obtenção do consumo médio diário de ferro e vitamina A. O nível de conhecimento materno foi verificado mediante um questionário objetivo com questões sobre práticas alimentares e comportamentais. RESULTADOS: A eutrofia predominou entre as crianças. O conhecimento materno mostrou-se satisfatório independentemente do estado nutricional. O consumo alimentar mostrou-se adequado para o ferro, porém, o mesmo não foi observado para a vitamina A. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar do conhecimento materno sobre questões alimentares ser satisfatório, isto não impediu que a ingestão dietética fosse deficiente em fontes de vitamina A, bem como fosse elevada a prevalência de sobrepeso e obesidade entre as crianças.

787 ESTADO NUTRICIONAL DE PRÉ-PÚBERES DAS REDES DE ENSINO PÚBLICA E PRIVADA EM JEQUIÉ, BA, BRASIL.
Everton Almeida Almeida, Taylan Cunha Meira, Aline Luz Pinto, Carlos Alberto de Oliveira

ESTADO NUTRICIONAL DE PRÉ-PÚBERES DAS REDES DE ENSINO PÚBLICA E PRIVADA EM JEQUIÉ, BA, BRASIL.

Autores: Everton Almeida Almeida, Taylan Cunha Meira, Aline Luz Pinto, Carlos Alberto de Oliveira

Introdução: O excesso de gordura corporal na infância pode gerar doenças cardiovasculares e metabólicas na vida adulta. Sendo uma das causas agravantes a este público é o sobrepeso e obesidade, ocasionado por desequilíbrios calóricos em relação ao consumo e gasto energético, resultado de padrões alimentares inadequados, como a ingestão de alimentos altamente energéticos ricos em gorduras e estilo de vida sedentário. Objetivo: Analisar o Índice Massa Corpórea em crianças das redes de ensino pública e privada na cidade de Jequié/BA, Brasil. Métodos: Estudo transversal descritivo, não controlado. Para isso, adotou uma amostragem não probabilística intencional, utilizando como indicador nutricional o Índice Massa Corpórea numa escola da rede pública (municipal) e uma escola da rede ensino privada da região urbana do município de Jequié, classificadas separadamente pelo gênero, idade, série segundo a escola em que estavam matriculados no ano letivo 2016. O procedimento adotado segue as normas de ética em pesquisas com humano conforme a resolução nº 251, de 07/08/1997 do Conselho Nacional de Saúde e da resolução nº. 196, de 10/10/1996 que são as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos, em concordância com os princípios éticos contidos na Declaração de Helsinki (1964, reformulada em 1975, 1983, 1989, 1996 e 2000), da “World Medical Association’’. Resultados: Foram avaliados 212 escolares, sendo 111 da rede ensino privada (52,4%) e 101 da rede de ensino pública (47,6%). Esse número corresponde a 129 alunos do gênero masculino (60,8%) e 83 alunos do gênero feminino (39,2%) de ambas redes de ensino, com faixa etária de 8 á 10 anos. Destaca que o IMC das crianças apresentaram (51,8%) de sobrepeso e obesidade nas redes de ensino público e privado. Ao qual os meninos obtiveram (47,3%) de sobrepeso e obesidade e as meninas (59,1%). Comparado as redes de ensino observou maior sobrepeso e obesidade no ensino privado (63,9%) em relação ao ensino público com (38,6%). Conclusões: No estudo exposto observou maior sobrepeso entre os meninos e obesidade nas meninas, na faixa etária entre 08 à 10 anos. Quando comparado às redes de ensino público e privado observou que as redes particulares apresentaram maior sobrepeso e obesidade em relação a rede pública.            

1421 ANALISE NUTRICIONAL COMO FATOR DE RISCO A SAÚDE DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DE URUGUAIANA-RS
Fausto Pereira de Pereira, Alex dos Santos Carvalho

ANALISE NUTRICIONAL COMO FATOR DE RISCO A SAÚDE DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DE URUGUAIANA-RS

Autores: Fausto Pereira de Pereira, Alex dos Santos Carvalho

Em se tratando da transição nutricional, fenômeno epidemiológico ao qual vários países como o Brasil e demais países em desenvolvimento, caracteriza-se pela coexistência da desnutrição, excesso de peso, dislipidemias e outras doenças e agravos não-transmissíveis, como diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e doenças cardiovasculares. Neste sentido, o que tenhamos observado no tempo em que seassiste à redução contínua dos casos de déficit nutricional, observamos um grande aumento das prevalências de excesso de peso e, mais precisamente, de obesidade mórbida (COUTINHO, GENTIL e TORAL, 2008).Esta é uma pesquisa quantitativa de caráter descritivo e transversal. Quantitativa: Pois ela traduz em números as opiniões e informações adquiridas para serem classificadas e analisadas no referido estudo. Utilizam-se de técnicas estatísticas (RODRIGUES, 2007). Descritiva: Pois, segundo Gaya (2008) a pesquisa descritiva tem por finalidade observar, registrar e analisar os fenômenos sem, entretanto, entrar no mérito de seu conteúdo. Na pesquisa descritiva não há interferência do investigador, que apenas procura perceber, com o necessário cuidado, a frequência com que o fenômeno acontece. A População da pesquisa segundo a Secretaria de Saúde do município de Uruguaiana é de 105 ACS que encontram-se em atividade atualmente no 2º semestre de 2017, e a amostra foi composta por 61 ACS trabalhadores nas ESFs do município de Uruguaiana-RS, totalizando 58% da população geral, dando mais veracidade e validade aos nossos dados. Os demais ACS não demonstraram interesse em participar, ou não se encontravam presentes nas EFSs no momento da coleta dos dados. Para explicar os procedimentos avaliativos e pedir a autorização dos avaliados foi encaminhado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), onde foi detalhado todos os procedimentos que seriam adotados, bem como, dados gerais da pesquisa, informações relevantes dos avaliadores. Através do questionário aplicado aos ACS, sobre quantas vezes no dia se alimentavam, incluindo nessas refeições café da manha, almoço, lanches e janta, observamos que 57,38% se alimentam até 4 vezes ao dia, 27,87% 3 vezes ao dia, 13,11% se alimentam 5 vezes ou mais ao dia. Um dado interessante de se ressaltar é que 1,64%, ou seja, um individuo enfatizou se alimentar apenas 2 vezes ao dia. Quando lhes foi perguntado sobre o consumo de sal e alimentos condimentados no seu dia a dia, observamos que a maioria 60,66% consome sal regularmente em sua alimentação, ou seja, tem um consumo médio, nem muito exagerado em nem tão pouco. 18,03% relataram um alto consumo do sal e alimentos condimentados e 21,31% disseram não consumir esse tipo de alimentação diariamente, ou seja, consumo mínimo. Diferente do estudo de Horta et. al. (2011), onde observou-se consumo excessivo de açúcar, óleo vegetal e sal por 63,6% dos avaliados. A análise do registro alimentar, por sua vez, demonstrou redução significativa do consumo calórico e de sódio. Fatores esses importantes para uma boa alimentação, que de fato, não vem ocorrendo por essa população em ambos os estudos. Presente a isto, sugiro uma próxima investigação sobre hábitos alimentares, e que se utilize de um questionário apropriado para tal, podendo assim ir mais afundo neste quesito. Em relação ao percentual de fumantes nesse ambiente de trabalho, encontramos que 80,33% disseram nunca haver fumado, e 19,67% enfatizaram já terem fumado ou que fuma atualmente. Destes que afirmam serem fumantes, 28,57% fumam a menos de 6 anos, 28,57% fumam de 6 a 15 anos e 42,86% tem esse habito a mais de 15 anos. Analisando outros estudos, vemos que em diferentes áreas de trabalho, o índice de tabagismo vem diminuindo ha um tempo (CANTOS et. al. 2004), e corroborando com nossa pesquisa, o estudo de Chaves et. al. (2015) investigou que 95% de seus investigados dizem não para o tabaco e apenas 5% disseram sim. Já em relação ao consumo de bebidas alcoólicas, foi encontrado que a maioria dos ACS, 59,02% relataram que bebem às vezes, socialmente. 39,34% disseram que não tem o habito de beber, e 1,64% assumiram que sempre bebem. Neste sentido, percebemos revisando a literatura que os índices para bebidas alcoólicas vêm aumentando consideravelmente. Castanha e Araujo (2006) enfatizam que deve haver um modo a fornecer embasamento para os gestores em saúde, no intuito de minimizar o uso abusivo do álcool, uma vez que se trata de uma droga dita ilícita, e acessível economicamente e de uso aceitável na sociedade brasileira. Com relação à prática de atividade física em horário de lazer, podemos analisar que 63,93% da amostra não praticam atividade física e apenas 36,07% enfatizou fazer alguma atividade física de lazer. Semelhante ao estudo de PORTO et. al (2016), onde 35,3% foram considerados fisicamente ativos e 64,7% foram considerados irregularmente ativos. Destes que praticam atividade física de lazer, encontramos atividades como a caminhada com 56,52%, às atividades de academia, como musculação, jump e ginástica ficaram com 21,74%, já a natação com apenas 8,70% e 13,04% para outras atividades, como futebol, rugby, bicicleta, etc. Ainda nesse quesito, lhes foi perguntado sobre quantas vezes na semana praticavam estas atividades, onde encontramos que a maioria 54,55% praticam atividade de 3 a 4 vezes por semana, 18,18% 5 ou mais vezes na semana, e 27,27% 1 ou 2 vezes na semana. Outro dado importante salientar, é que quando questionados sobre possuir alguma doença crônica, 70,49% enfatizaram não possuir nenhum tipo de doença e 29,51% afirmaram terem alguma doença crônica. Destes que afirmaram ter alguma doença crônica, grande maioria enfatizou a hipertensão 68,42%, 21,05% disseram ter asma, 5,26% falaram depressão e o mesmo valor para diabetes 5,26%. No estudo de Chaves et. al. (2015), observou-se uma alta prevalência de hipertensão arterial (20,3%), dislipidemias (9,4%) e diabetes mellitus (4,7%), se comparada a outros estudos, considerando a média de idade da população, vemos que este é um dado a ser observado com cautela. Através das verificações de massa corporal e estatura para a classificação do Índice de Massa Corporal (IMC), podemos destacar que o valor mínimo encontrado na amostra foi de 19,4 kg/m² e o valor máximo foi de 46,8 kg/m², onde destacamos que a média geral do IMC da amostra, foi de 28,1 kg/m². Destacamos que no estudo, apenas 16,39% dos ACS estão no peso adequado, segundo a tabela da organização mundial de saúde, 24,59% estão levemente acima do peso. Um dado que nos preocupa é que 32,79% estão com grau I de obesidade e 26,22% da amostra estão em níveis de obesidade graus II e III, que os coloca em níveis altos de risco para a qualidade de vida e saúde.

2213 SITUAÇÃO DE INSEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DO GURUGI , CONDE – PARAÍBA
Taísa Gomes de Andrade Oliveira

SITUAÇÃO DE INSEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DO GURUGI , CONDE – PARAÍBA

Autores: Taísa Gomes de Andrade Oliveira

Apresentação: A alimentação é um direito de todos os seres humanos. No entanto, milhões de pessoas no mundo ainda sofrem com a escassez de alimentos. As comunidades tradicionais indígenas e remanescentes de quilombos, são consideradas grupos de alta vulnerabilidade social. Nesses grupos, a pobreza, a renda insuficiente, a escassez de recursos naturais para o desenvolvimento de sua economia de subsistência, a insegurança alimentar e a fome, são altamente prevalentes e com grandes consequências para o estado de saúde e de vida. Este trabalho buscou conhecer melhor a situação de vida e de saúde desse grupo,  quantificar a prevalência de insegurança alimentar e identificar como essa está relacionada com esta condição. Metodologia: Realizou-se um estudo transversal, onde 30 famílias participaram respondendo um questionário contendo informações sobre a caracterização da família, dados sócio econômicos, e a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Todos os dados coletados foram transcritos para meio digital em uma planilha eletrônica. Os participantes assinaram o TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) como requisito ético de participação no Estudo/pesquisa. Resultados: Observou-se que a segurança alimentar, esteve presente em apenas 6 (20%) famílias quilombolas, dentre as 24 (80%) famílias que se encontravam em situação de insegurança alimentar, 12 (40%) apresentaram Insegurança alimentar leve, 9 (30%) moderada e 3 (10%) grave. Estavam em insegurança alimentar 83,33% das famílias com menores de 18 anos de idade; estando 44% em condições de Insegurança alimentar leve, 32% encontraram-se em Insegurança alimentar moderada e 12% apresentaram Insegurança alimentar grave. Entre as famílias que recebem o Bolsa Família 33,33% encontram-se em algum nível de Insegurança alimentar, e 6 famílias estavam em Segurança alimentar. Considerações finais: Verificou-se uma alta prevalência de Insegurança alimentar na comunidade, o que demonstra que vários fatores estão relacionados para essa situação, como a distribuição desigual de renda, a falta de terra e recursos para produzir, dentre outros. Notou-se também que o auxílio do programa Bolsa Família não é suficiente para garantir a Segurança Alimentar.     

2306 SEGURANÇA ALIMENTAR, SAÚDE E TRABALHO INTERDISCIPLINAR E MULTISSETORIAL.
Mayara Suelirta Costa, Taísa Gomes Andrade Oliveira, Rosiele Neves Felix, Karen Palmeira Figueiredo, Mileide Silva Santana, Rosane Menezes Santos, Tatiana Correia Silva

SEGURANÇA ALIMENTAR, SAÚDE E TRABALHO INTERDISCIPLINAR E MULTISSETORIAL.

Autores: Mayara Suelirta Costa, Taísa Gomes Andrade Oliveira, Rosiele Neves Felix, Karen Palmeira Figueiredo, Mileide Silva Santana, Rosane Menezes Santos, Tatiana Correia Silva

Apresentação: Garantir a saúde das pessoas e populações é algo que envolve vários setores, pois sabemos que saúde não é somente a ausência de doenças, diante do conceito amplo de saúde, temos a certeza da importância do trabalho interdisciplinar e multissetorial para garantir a mesma. Quem tem fome não tem saúde, quem não tem acesso a um direto básico e essencial para a sobrevivência, como a alimentação, a garantia do direito à saúde ainda se encontra muito distante. Discutir sobre Direito Humano a Alimentação Saudável (DHAA), Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e saúde é um assunto abrangente, interdisciplinar e multissetorial, principalmente quando relacionado a áreas de periferias urbanas, que apresentam grande vulnerabilidade social. Espera-se com a pesquisa aprofundar as discussões do acesso ao alimento, a SAN, Soberania Alimentar, DHAA, atuação dos profissionais da área da saúde no combate à fome e a importância do trabalho interdisciplinar e multissetorial na busca pela saúde.Metodologia: O presente trabalho é um recorte de uma pesquisa sobre a situação de SAN de uma comunidade de periferia urbana no município de João Pessoa/PB. Trata-se de um estudo do tipo transversal, tipo inquérito, com a aplicação de 60 questionários as famílias residentes na comunidade Pe. Hildon Bandeira, que fica ao redor de uma Unidade Básica de Saúde (UBS).Resultados: Os resultados desse estudo mostram que mais da metade das famílias entrevistadas tiveram a preocupação que o dinheiro acabasse antes que tivessem mais dinheiro para comprar alimento, mostrando altas prevalências de insegurança alimentar e nutricional, chegando a 80% das famílias entrevistadas, e relação direta de insegurança alimentar com fatores sociais, estruturais e econômicos. Dos entrevistados, 49,16% afirmaram que não estavam satisfeitos com a própria saúde, deixando refletir que a situação de saúde é uma manifestação do lugar. A comunidade é caracterizada por famílias carentes, morando em área de risco, com baixa escolaridade e grandes números de desempregados ou sem renda fixa. As famílias deste estudo são constituídas por pessoas com baixa escolaridade, das que compõem as famílias entrevistadas, 2/3 delas sabem ler e/ou escrever, menos de 1% tem curso superior e 1,2% curso profissionalizante, estando concentrada a maior parte das pessoas no ensino primário incompleto, a falta de acesso e/ou oportunidade nos estudos é notória, visto que apenas uma minoria teve acesso ao ensino superior. O nível de escolaridade baixo reflete diretamente na renda e empregabilidade, que são fatores essências para garantir pelo menos o dinheiro para cesta básica e acesso a alguns serviços de saúde.Considerações finais: Diante dos resultados expostos, faz-se necessário refletir que a atuação profissional seja capaz de entender a saúde de forma intersetorial, ver o processo saúde-doença um pouco de fora da UBS, analisar e intervir nas "feridas" profundas que têm o território que a mesma está inserida, seja a fome, a renda, escolaridade, são problemas que devem serem enfrentados diretamente pelos trabalhadores na área da saúde, para que possamos construir e de fato levar saúde as populações.

2566 INCENTIVO AO DESENVOLVIMENTO DE NOVAS PREPARAÇÕES COM ALIMENTOS REGIONAIS PARA AS FAMILIAS PERTENCENTES AO PROGRAMA DO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS) DO MUNICÍPIO DE COARI/AM.
Ivone Lima Santos, Kaila Maria de Melo Vasconcelos, Francisca Márcia Borges Leal Moreira, Francisca das Chagas do Amaral Souza, Mayline Menezes da Mata, Heleno Lima Serrão

INCENTIVO AO DESENVOLVIMENTO DE NOVAS PREPARAÇÕES COM ALIMENTOS REGIONAIS PARA AS FAMILIAS PERTENCENTES AO PROGRAMA DO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS) DO MUNICÍPIO DE COARI/AM.

Autores: Ivone Lima Santos, Kaila Maria de Melo Vasconcelos, Francisca Márcia Borges Leal Moreira, Francisca das Chagas do Amaral Souza, Mayline Menezes da Mata, Heleno Lima Serrão

Os alimentos de origem vegetal possuem papel importante na alimentação humana por possuírem nutrientes essenciais para a manutenção do organismo, influenciando na qualidade de vida, porém, muitos destes, as vezes são poucos consumidos devido a sua baixa aceitabilidade pelo sabor, odor ou até aparência, sendo que estas características podem ser modificadas quando esses alimentos são utilizados em novas preparações ou com a aplicação tecnológica proporcionando uma alimentação diversificada e nutritiva à população. Dessa forma, objetivou-se o incentivo para as famílias pertencentes ao programa do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) no desenvolvimento de novas receitas que inclua alimentos regionais de baixa aceitabilidade que influenciam na economia da região por apresentarem taxa de desperdício significativa, incentivando estas famílias de baixo poder aquisitivo ao consumo de tais alimentos. A atividade foi realizada incialmente com palestra educativa sobre o aproveitamento tecnológico de frutas e hortaliças regionais, no qual foi passado informações e esclarecimentos sobre a importância do aproveitamento integral desses alimentos que são comumente desperdiçados, pois estes podem estar aumentando o valor nutricional de uma receita e auxiliando no funcionamento do organismo relacionadas à prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis. Após foi retratado quanto ao beneficiamento na preparação de novos produtos com o desenvolvimento da oficina culinária com as receitas pré-estabelecidas de “pão de beterraba e bolinho de batata doce com cheiro verde”, incentivando as famílias incluírem estes alimentos no seu cotidiano, em seguida as mesmas realizaram a degustação das duas receitas, sendo aplicado um questionário de avaliação sensorial para verificação da aceitabilidade e intenção de consumo. Os resultados da atividade desenvolvida no CRAS foram satisfatórios, pois tratou-se de um assunto que despertou um grande interesse para esse grupo social. Percebeu-se que os participantes conseguiram absorver o conhecimento a respeito da importância de frutas e hortaliças para manutenção do organismo, e o quanto esses alimentos são necessários para evitar deficiências nutricionais por terem um grande potencial para proteger a nossa saúde, e notaram o quanto é imprescindível incorporar alimentos mais nutritivos ao seu cardápio. Assim, interagiram de modo que relataram que foi importante para que eles pudessem estar aumentando o consumo desses alimentos incluindo-os no seu dia-a-dia. Quanto a análise sensorial todas as duas receitas foram bem aceitas, tendo como atributos recebidos pelos avaliadores de “muito bonita, saborosa, macio e agradável” e de “comeria sempre e gostei extremamente” pelas escalas hedônica. Portanto, percebeu-se a importância do aproveitamento tecnológico de frutas e hortaliças regionais que são “rejeitadas” pelas famílias não só em decorrência de danos mecânicos, mas também por não ter boa aceitação quanto aos parâmetros sensoriais, e como alternativa de promover uma alimentação economicamente viável e com boa aceitação pôde-se utilizar técnicas por meio de processos tecnológicos elaborando-se assim produtos como doces, massas e sucos.

3911 A importância da produção do cuidado em unidades básicas de saúde diante do acompanhamento nutricional em pré-natal realizado com profissionais de saúde na cidade de Manaus, Amazonas
Railton Moreira Dos Anjos, Jéssica Silva Da Cunha, Rafael Esdras Brito Garganta Da Silva, Mirelly Tavares Feitosa Pereira, Celsa da Silva Moura Souza, José Fernando Marques Barcellos, Maria Regina Torloni, Kátia do Nascimento Couceiro

A importância da produção do cuidado em unidades básicas de saúde diante do acompanhamento nutricional em pré-natal realizado com profissionais de saúde na cidade de Manaus, Amazonas

Autores: Railton Moreira Dos Anjos, Jéssica Silva Da Cunha, Rafael Esdras Brito Garganta Da Silva, Mirelly Tavares Feitosa Pereira, Celsa da Silva Moura Souza, José Fernando Marques Barcellos, Maria Regina Torloni, Kátia do Nascimento Couceiro

Introdução: O nível de qualidade na atenção primária do atendimento e acompanhamento do pré-natal influencia diretamente na diminuição e prevenção de doenças que acometem as grávidas com excesso de ganho de peso durante a gestação. Objetivo: Verificar o acompanhamento de ganho de peso das gestantes durante a produção do cuidado na atenção primária nas unidades básicas de saúde. Método: Estudo prospectivo observacional, entre 2014 a 2017 nas unidades básicas de saúde, nas quatro zonas distritais de saúde, dividia em 10 unidades com gestantes que realizavam o acompanhamento do pré-natal com os profissionais de saúde. As técnicas de coleta foram através de questionário padronizado que utilizou o mesmo padrão das informações da caderneta da gestante do Ministério da Saúde. A pesquisa faz parte do PPSUS/2013/AM, sob o nº 528759/2013 do CEP/UFAM-AM. Resultados: Amostra foi representada por 977 grávidas com recortes de cada zona distrital de saúde, com média de idade de 24 anos. Quanto ao IMC pré-gestacional, 6,8% estavam em baixo peso, 48,9% eutróficas, 28,8% em sobrepeso, 9,8% em obesidade grau I, 4,4% em obesidade grau II, 1,2% em obesidade grau III. Em relação aos níveis de anos de estudos, 27,9% correspondia de 0 a 08 anos, 24,4% de 09 a 11 anos e 47,7% eram maior que 12 anos. Ao analisar o ganho de peso as grávidas eutróficas apresentaram maior ganho de peso, mais de 50% delas ganharam mais de 2,5 kg ao longo do mês, principalmente no primeiro e segundo trimestre. Conclusão: Diante dos dados verifica-se que o cuidado oferecido por parte dos profissionais ocorre com demandas de acompanhamento maior com grávidas que apresentam algum desequilíbrio nutricional de acompanhamento de peso. Enquanto as grávidas que apresentam uma aparente adequação de peso no início da gestação, não são avaliadas com a mesma frequência, apresentando conforme os dados uma lacuna de produção de cuidado com as grávidas aparentemente eutróficas no inicio da gestação.

4164 PRÁTICAS ALIMENTARES NO PROCESSO DE AJURI
Maria Isabel de Araújo, Silas Garcia Aquino de Sousa, Evandro Morais Ramos

PRÁTICAS ALIMENTARES NO PROCESSO DE AJURI

Autores: Maria Isabel de Araújo, Silas Garcia Aquino de Sousa, Evandro Morais Ramos

Na hinterlândia amazônica as técnicas de cultivo do solo para atividades agrícolas resultam de um processo de vivência agroambiental dos habitantes com a floresta na (re)produção alimentar, ao cultivar, domesticar, introduzir e multiplicar as plantas, aliada a criação de animais, nos ecossistemas de várzea ou terra firme. Assim, o homem amazônico transformou os ecossistemas naturais em ecossistemas cultivados, explorados por seus cuidados, muito antes da chegada das missões na região e montarem um novo sistema agrário combinado com os praticados na hinterlândia, através dos ajuris (trabalho coletivo, ajuda mútua), tanto para o manejo e plantio da área como para a colheita das espécies cultivadas, com evolução e transformações de novas técnicas agrícolas, aliado ao saber tradicional no manejo dos quintais agroflorestais, as hortas (canteiros) suspensas e o roçado de árvores frutíferas e madeira. O enfoque metodológico dessa escolha, dada à complexidade e a multiplicidade das práticas agrícolas de ajuri, levando-se em consideração a valorização da participação social como promotora de saúde que transcende do enfoque individual para o social, conivente com os conhecimentos tradicionais, aliados a diferentes modos de vida dos sujeitos habitantes da hinterlândia amazônica, hábitos, costumes, vivência e convivência no espaço agroalimentar dos agricultores familiares, revelando estreita simbiose com o ecossistema natural, visto que a alimentação saudável constitui-se em um dos pilares determinantes da promoção da saúde. Neste sentido, objetiva o presente estudo identificar as espécies cultivadas, bem como a interação pessoal e econômica dos agentes produtores da agricultura orgânica, participantes do processo de ajuri na troca de saberes alimentares tradicionais e a disponibilidade de mão-de-obra na construção dos roçados agrícolas de base ecológica, sem o uso de agroquímicos, que além do impacto contaminante sobre a saúde humana, ocasiona danos ambientais no sistema hídrico superficial, subterrâneo, no solo, no ar, configurada como práxis metodológica na promoção da saúde dos agricultores familiares envolvidos neste processo, respeitando os princípios da agricultura ecológica definidos nos conceitos da agroecologia, garantindo o desenvolvimento sustentável da presente geração sem sacrificar as necessidades das gerações futuras pelos agricultores familiares da Comunidade Uberê, localizada no ramal do Brasileirinho, km 8, área rural da cidade de Manaus. O método proposto nesta abordagem, denominado de pesquisa-ação de forma interdisciplinar com ferramentas dos métodos da pesquisa etnográfica, da observação participante, do estudo de caso com visita de campo in loco na comunidade Uberê, em visitas mensais no período de março a julho de 2017. Nos ajuris, a valorização do conhecimento, a troca de sementes, o intercambio de ideias é compartilhado por todos os agricultores familiares, participantes do processo de ajuri, o que representa uma atitude ética e política dos comunitários em produzir e consumir alimentos saudáveis, livre de agroquímicos, cujo excedente é comercializados nas feiras da cidade de Manaus. No manejo agroecológico as práticas agrícolas constitui-se de experiências tradicionais sustentáveis, preservadas na memoria biocultural com práticas tipicamente convencionais (técnicas) combinadas a diferentes culturas para a fertilização do solo nos quintais agroflorestais, com uso de adubação verde, corte e trituração da capoeira sem o uso do fogo, composto orgânico, biofertilizantes e controle de pragas com repelentes naturais e biológicos, como alternativa ambientalmente sustentável e econômica no âmbito da agricultura familiar de produtores orgânicos. As espécies mais cultivadas são das famílias Asteraceae, Brassicaceae, Chenopodiaceae e Quenopodiaceae, plantadas no sistema de hortas/canteiros suspensos com destaque para as plantas alimentícias não convencionais (PANC): agrião (Nasturtium officinale), alfavaca (Ocimum basilicum), almeirão (Cichorium intybus), ariá (Calathea allouia), batata salsa (Arracacia xanthorrhiza), beldroega (Portulaca oleracea), bertalha (Basella alba), cará-do-ar (Dioscorea bulbifera), caruru (Talinun triangulare), cheiro-verde (Allium fistulosum + Coriandro sativum + Eryngium foetidum), chicória (Eryngium foetidum), coentro (Coriandrum sativum),  cubiu (Solanum sessiliforum), espinafre amazônico (Alternanthera sessilis), feijão de metro (Vigna unguiculata), feijão-macuco (Pachyrhizus tuberosus), inhame (Colocasia esculenta), jambu (Spilanthes oleracea), manjericão (Ocimum basilicum), mastruz (Chenopodium ambrosioides), pepino-do-mato (Ambelania acida), ora-por-nóbis (Pereskia bleo), quiabo-de-metro (Trichosanthes cucumerina), rúcula (Eruca sativa), taiobas (Xanthosoma taioba e X. violaceum), vinagreira (Hibiscus sabdariffae), dentre outras olerícolas folhosas convencionais: abóbora (Curcubita sp), alface (Lactuca sativa), batata doce  (Solanum tuberosum), cará (Ipomoea) couve (Brassica oleracea), macaxeira (Manhot esculenta), pimentão (Capsicum annuum Group), repolho (Brassica Oleracea var. capitata), tomate (Solanum lycopersicum), dentre outras espécies cultivadas. Nos quintais agroflorestais destes comunitários o destaque são para as espécies frutíferas regionais, com destaque para: açaí (Euterpe oleracea E. precatoria), banana (musa), bacaba (Oenocarpus bacaba), buriti (Mauritia flexuosa), caju (Anacardium occidentale), castanha-do-Pará (Bertholletia excelsa), cupuaçu (Theobroma grandiflorum), guaraná (Paullinia cupana), graviola (Annona muricata L.), laranja (Citrus sinensis), limão (Citrus limon), pupunha (Bactris gasipaes), tapereba (Spondias mombin L.), tucumã (Astrocaryum aculeatum)... toda essa produção no espaço agroalimentar agrega também o uso de outras práticas naturais de cuidados com a saúde, a diversidade de plantas medicinais, utilizadas como alternativa medicamentosa para curar certas enfermidades (dores no corpo, garganta inflamada, gripe, hemorroidas, infecção em geral, machucado, má-digestão, mal-estar, saúde da mulher, tosse, verme...), as espécies comuns mais cultivadas são: açafrão (Curcuma sp), algodãozinho (Gossypium arboreum), babosa (Aloe vera), boldo (Colerus barbatus), Camomila (Matricaria chamomilla),  crista-de-galo (Celosia cristata), erva-cidreira (Cymbopogon citratus), erva-de-Santa-Maria (Chenopodium ambrosioides), espinheira-santa (Maytenus ilicifolia), fedegoso (Senna macranthera), fumo bravo (Solanum alatirameum), guiné (Petiveria alliacea), hortelãzinho (Menth sp), jenipapo (Genipa americana L.),  losna (Artemísia absinthium), mertiolate ou mercúrio (Jatrofa Multifida), pata-de-vaca (Bauhinia foticata), salsa-de-paredão (Mentha pulegium), salsaparrilha (Smilax sp), terramicina (Alternanthera dentata), unha-de-gato (Uncaria tomentosa)...; as espécies nativas da região de maior destaque são para as famílias: Anacardiaceae - cupiúba/envira-preta (Unonopsis guatterioides); Apocynaceae - carapanaúba (Aspidosperma nitidum); Apiaceae - sucuuba (Himatanthus sucuuba); Burseraceae - breu (Protium heptaphyllum);  Convolvulaceae - cipó-tuíra (Bonamia ferrugínea; Euphorbiaceae - sacaca (Croton cajucara); Fabaceae - cumaru (Dipteryx odorata),  copaíba (Copaifera langsdorffii), escada/cipó-de-jabuti (Bauhinia guianensis), jatobá (Hymenaea courbaril), jucá (Caesalpinia ferrea); Lauraceae - preciosa (Aniba canelilla); Lecythidaceae - castanheira (Bertholletia excelsa); Meliaceae – andiroba (Carapa guianensis); Moraceae - amapá (Brosimum parinarioides Ducke), apuí (Ficus amazonica); Rhamnaceae - saracura-mirá (Ampelozizyphus amazonicus Ducke); Rubiaceae – mulateiro (Callycophyllum spruceanum) e Simaroubaceae - marupá ou tamanqueira (Simarouba amara Aubl). Os resultados obtidos com base nos conhecimentos e práticas específicas de ajuri, contidos no repertório biocultural dos agentes da comunidade Uberé, se consolidam ao estabelecer relações e participação sociocultural ao dispor do seu dia de trabalho (mão-de-obra) nas atividades agrícolas/florestais, como importante elemento de reprodução social, econômica e ambiental, na lógica do autoconsumo alimentar, promotor da saúde humana, com a oferta de inúmeras espécies comestíveis em seus quintais agroflorestais, com destaque para as culturas de olerícolas folhosas das famílias botânica Brassicaceae (agrião (Nasturtium officinale), couve (Brassica oleracea), alface (Lactuca sativa), coentro (Coriandrum sativum), repolho (Brassica Oleracea var. capitata), rúcula (Eruca sativa) entre outras. As Asteraceae (jambu (Acmella oleracea), almeirão (Cichorium intybus)...), Chenopodiaceae (espinafre-amazônico (Alternanthera sp.), mastruz (Dysphania ambrosioides) ...). As frutíferas Musaceae (bananas vários tipos), Curcubitaceae (pepino (Cucumis sativus), abobora (Cucurbita spp), os tubérculos/raízes do gênero Manihot - macaxeira/mandioca (Dioscoreai), cará variedades (Ipomoea), batatas variedades (Solanum tuberosum) entre outras variedades de espécies como: pimentão (Capsicum annuum), cebolinha (Allium fistulosum), banana (Musa sp), mamão (Carica papaia), cuja produção excedente é comercializada na feira de produtos da agricultura familiar e orgânicos na cidade de Manaus, embasadas nos princípios da agricultura orgânica, cultivadas nos quintais agroflorestais, estabelecendo o elo harmônico das experiências passadas de geração a geração, na conservação e consumação de práticas socioambientais saudáveis, garantindo desta forma melhor qualidade de vida dos produtores da agricultura familiar orgânica e dos consumidores.

4345 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E HÁBITOS ALIMENTARES DE FUNCIONÁRIOS DA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DO HOSPITAL REGIONAL DE COARI-AM.
Pâmela Dos Anjos Ferreira, Luziane de Lima Pereira, Iamilys de Souza Braga, Kayanne Batista Dantas

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E HÁBITOS ALIMENTARES DE FUNCIONÁRIOS DA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DO HOSPITAL REGIONAL DE COARI-AM.

Autores: Pâmela Dos Anjos Ferreira, Luziane de Lima Pereira, Iamilys de Souza Braga, Kayanne Batista Dantas

RESUMO Introdução: A alimentação saudável é um dos principais requisitos para o desempenho do indivíduo na sociedade, com objetivo de melhorar seu estado de saúde e desenvolvimento físico-mental. As Unidades de Alimentação e Nutrição (UANs) tem por finalidade cuidar da alimentação coletiva, na produção e administração de refeições equilibradas de acordo com as necessidades do indivíduo, sendo funcionalidade do profissional nutricionista dar assistência nos serviços de alimentação e nutrição. Um Serviço de Nutrição e Dietética (SND) é uma empresa que desempenha atividades de alimentação e nutrição, tendo como objetivo principal proporcionar uma alimentação adequada segundo as necessidades nutricionais dos clientes. Objetivos: Avaliar o estado nutricional, hábitos alimentares e condições de saúde dos funcionários da Unidade de Alimentação e Nutrição e Serviço de Nutrição e Dietética (SND) do Hospital Regional de Coari (HRC). Metodologia: O Presente estudo classifica-se como um estudo de caso, de natureza descritiva e exploratória. A pesquisa foi realizada com uma amostra de 24 trabalhadores da UAN e SND. Aplicou-se a anamnese Clínica/Física, avaliação socioeconômica, questionário de consumo de freqüência alimentar e recordatório 24 horas. Resultados: A amostra foi constituída 75% de funcionários do sexo feminino e 25% do sexo masculino.  Quanto ao estado nutricional das mulheres 58,3% mostrou-se em obesidade grau I e 16,7% com sobrepeso, em relação ao sexo masculino 8,3% apresentaram-se eutróficos e 16,7% apresentaram-se com sobrepeso, segundo os parâmetros IMC, RCQ, %G e CC. Segundo os aspectos de estilo de vida dos trabalhadores observou-se que 41,6% fazem o uso de bebida alcoólica,e em relação ao tabagismo 79,1% nunca fizeram uso. No fator atividade física foi possível observar que 50% praticam atividade física, 37,5% possuem o hábito de substituir as principais refeições por lanches. Discussão: Segundo o questionário de consumo de freqüência alimentar os alimentos mais consumidos foram leites e derivados 20% diariamente, carnes e derivados 20% diariamente, frutas e derivados 13% semanalmente, hortaliças 22% diariamente. Observou-se que os alimentos gordurosos e doces eram poucos consumidos, predominando o consumo de carnes, leites, cereais, frutas e hortaliças, porém o consumo mostrou-se inadequado baseado no recordatório 24 horas. Com isso faz-se necessário cuidados na promoção e proteção na assistência à saúde desses trabalhadores. Considerações finais: O estado nutricional de funcionários do referido ambiente de trabalho mostrou-se alterado para sobrepeso, mas no que se refere ao consumo alimentar os alimentos mais consumidos são carnes, leites, leguminosas, frutas e hortaliças, contribuindo como um fator positivo relacionado ao estado nutricional e condições de saúde adequadas, uma vez que estes são fontes de macro e micronutrientes, oferecendo energia suficiente para quem trabalha em locais que exige força e resistência, porém o consumo quantitativo precisa ser adequado.

3608 Caracterização do estado nutricional e alimentar dos professores da rede pública de ensino de Coari-AM.
Elison de Souza Sevalho, Francisca Márcia Borges Leal Moreira, Monike Emyline Andrade Rodrigues, Ivone Lima Santos, Kaila Maria Melo Vasconcelos

Caracterização do estado nutricional e alimentar dos professores da rede pública de ensino de Coari-AM.

Autores: Elison de Souza Sevalho, Francisca Márcia Borges Leal Moreira, Monike Emyline Andrade Rodrigues, Ivone Lima Santos, Kaila Maria Melo Vasconcelos

O professor é o profissional responsável por trazer sobre si uma das mais importantes missões, que é a formação de novos profissionais, mas trazem consigo uma rotina estressante de trabalho, que acabam por refletir na sua qualidade de vida, deixando-os sujeitos a diversas vulnerabilidades entre elas.Neste contexto, pouco se reflete sobre a qualidade de vida dos responsáveis pela educação da maioria dos estudantes brasileiros, e devido algumas dificuldades enfrentadas como baixos salários, alunos problemáticos, grande carga horária, excesso de exigência na atuação como profissional, percepção de qualificações inferiores entre outros motivos, somadas a grandes jornadas de trabalho, o sedentarismo o que os levam também a escolhas errôneas na alimentação, e consigo propiciando maus hábitos alimentares. Este estudo contribui para obtenção de bons hábitos alimentares, para a prevenção de doenças que estão associadas à má alimentação, as quais estão crescendo de forma significativa nos dias atuais para os professores. Deste modo, o presente estudo busca avaliar o estado nutricional dos professores que atuam no Município de Coari-AM. O estudo foi realizado em escolas municipais e estaduais da cidade de Coari-AM. A amostra foi definida a partir da contagem dos professores que se propuseram a fazer parte do estudo voluntariamente e estiverem dentro dos critérios de inclusão. A amostra populacional inclusa no estudo, foi composta por professores ativos da rede pública de ensino de ambos os sexos. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas, CAAE: 40624614.  9.0000.5020. As variáveis foram sexo, idade, peso, circunferência da cintura, abdominal, quadril, braço, estatura, IMC e consumo alimentar. O instrumento de coleta dos dados para avaliação do estado nutricional foi feito através da antropometria e avaliação do consumo alimentar dos professores. A antropometria foi realizada de acordo com as Normas Técnicas do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Para a tomada de peso foi utilizada uma balança digital Glicomed com capacidade para 150 kg. Para aferição da estatura foi utilizado o estadiômetro portátil Cardiomed® com escala em milímetros com limite para 2.20m. As circunferências da cintura do quadril e do braço foram obtidas através de fita métrica flexível, inelástica da TBW®, com escala em centímetros e limite de 150 cm, colocada diretamente sobre a pele. Avaliação do consumo alimentar ocorreu através do Recordatório 24h, método quantitativo que permite avaliar a ingestão de nutrientes.  A análise descritiva da população em estudo foi realizada com o auxílio do software Microsof Excel 2010, sendo as variáveis categóricas apresentadas na forma de porcentagem. O município de Coari-AM, atualmente conta com 16 escolas da rede municipal e 15 da rede estadual, que totalizam 31 estabelecimentos públicos de ensino, das quais somente 16 escolas pôde-se realizar a pesquisa, sendo 10 estaduais e 6 municipais, somando um senso de 486 educadores, no entanto, houve perdas e recusas em participar do estudo de 73,1% (n=355). A amostra final foi composta por 131 (26,9% da população total) professores, dos turnos matutino e vespertino, sendo que 73,3% (n=96) eram do sexo feminino e, 26,7% (n=35) do sexo masculino. Dentre as variáveis socioeconômicas da população estudada sem distinção de gêneros, a maioria (58%) possuíam faixa etária variando entre 30-45 anos, 13,7 % entre 18-29 anos, 27,5 % entre 46-59 anos e 0,8% > de 60 anos. O estado civil dos entrevistados verificou-se que 19% eram solteiros, 77,2% casados/uniões estável, 3,8% viúvos. A renda mensal dos entrevistados, analisou-se que 3,8% <1 SM, 23,7% 1-2 SM, 35,2 % 3-4 SM, 6,8% >5 SM e 30,5% não informaram. Em relação ao tempo de serviço, a maioria dos entrevistados cerca de 45, 8% possui >11 anos de docência, 16,8% <4 anos, 22,9% 5-10 anos, 14,5% não informaram. Na avaliação antropométrica realizada nos participantes, avaliou-se quanto a classificação do Índice de Massa Corporal (IMC²), pois torna-se medida útil para avaliar o excesso de gordura corporal, pois, independentemente de sexo e idade, adultos com IMC igual ou superior a 30kg/m2 devem ser classificados como obesos. Dentre os resultados obtidos a partir da população geral, o IMC dos 131 avaliados demonstraram que 0,8% apresentaram desnutrição, 26,7% estão eutróficos, 30,5% com sobrepeso e 42,0% com obesidade, sendo que o gênero feminino, 30,5% apresentou índices preocupantes de obesidade, ao contrário do gênero masculino que obteve 11,5% com obesidade. Visto que na classificação do IMC² obteve-se um grande número de professores de ambos os sexos com peso elevado, fez-se então a distribuição desses profissionais por grau de obesidade. Neste contexto, os professores do sexo feminino apresentaram maior prevalência em todos os graus de classificação de obesidade. No estado de obesidade grau III apresentou índices de 3,9%, prevalente somente no sexo feminino. Já no estado de obesidade do grau II os resultados foram de 3,0% para homens e 7,1% para mulheres. Quanto à obesidade do grau I as taxas ficaram de 8,4% para homens e 21,4% mulheres, nota-se que o índice é quase três vezes superior ao do sexo masculino. Devido à grande prevalência de sobrepeso/obesidade, avaliou-se a Circunferência da Cintura (CC), onde observou-se que a probabilidade para risco aumentado e muito aumentado para doenças cardiovasculares, predominou-se no sexo feminino. Alguns fatores podem estar associados, por isso observou-se outras variáveis na população geral estudada, tais como a jornada de trabalho, cerca de 39% possui 4h, 51,9% possui 8h e 9,1% possui 12h. Em relação a atividade física, 55,7% declaram não praticar.  Quanto os fatores genéticos na população geral, o que se mais destacaram foram Hipertensão Arterial Sistêmica (69, 4%), Diabetes mellitus (39,7%) e Câncer (34%). Quanto a avaliação do consumo alimentar, as análises realizadas no Recordatório 24h, o fracionamento das refeições mostrou que a maioria dos docentes de ambos os sexos realizavam quatro refeições (44,3%) ao longo do dia, dentre as quais se destacaram o almoço com 95,4%, desjejum com 85,5%, jantar com 82.4%, lanche da tarde com 76,3%. Para completar as análises da avaliação alimentar, foi calculado as calorias dos 131 recordatórios, no qual foi possível observar que o sexo masculino o consumo de calorias das refeições realizadas ao longo do dia ficou entre 1, 531.90 kcal e 2, 991.23 kcal. Já as mulheres consumo ficou entre 1, 399.65 kcal e o de maior consumo foi de 2,701,95kcal. Quanto à participação em projetos voltados para avalição nutricional e/ou mesmo consulta, ou qualquer atividade que esteja relacionado a alimentação saudável, obteve-se os seguintes resultados: 38,9% (n=51) já haviam participado, seja na forma de consultas, assistido palestras, entre outras atividades voltadas para o tema, mas 61,1% (n=80) dos educadores que se dispuseram de livre espontânea vontade a participar desse projeto. Dessa forma, a grande prevalência de sobrepeso e obesidade entre os professores mostra a necessidade de trabalhar com esses profissionais, levando Orientações Nutricionais que venham contribuir para promoção hábitos de alimentares saudáveis e com isso proporcionar qualidade de vida. É de fundamental importância que haja implantação de ações na área da saúde pública, voltadas para prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), e outras patologias associadas à obesidade, levando em consideração o estado nutricional dos professores atuantes no Município de Coari-AM.

416 Implantação das ações de alimentação e nutrição no marco da Estratégia Saúde da Família
Dixis Figueroa Pedraza

Implantação das ações de alimentação e nutrição no marco da Estratégia Saúde da Família

Autores: Dixis Figueroa Pedraza

APRESENTAÇÃO: Apesar da importância da alimentação e nutrição para a integralidade, universalidade e resolubilidade da atenção à saúde no contexto da Atenção Primária à Saúde, poucos estudos sobre modelos de intervenção e avaliação de programas nessa temática tem sido desenvolvidos. OBJETIVO: Comparar dois municípios, um com nutricionistas formando parte das equipes de saúde e o outro não, quanto a implantação de ações de alimentação e nutrição, com foco na saúde da criança, na rede básica de saúde. METODOLOGIA: Estudo quase-experimental com métodos mistos de análise e componentes quantitativos e qualitativos. Em cada município, nove equipes sorteadas aleatoriamente foram avaliadas considerando três dimensões: estrutura, processo de trabalho e satisfação dos usuários. Para esses fins, utilizaram-se as equipes de saúde, os profissionais e a população como níveis de análise. As informações sobre o processo de trabalho foram obtidas considerando três atores: enfermeiro, Agente Comunitário de Saúde e equipe de saúde. As três dimensões e respectivas subdimensões analisaram-se por meio de um sistema de escores. A percepção dos profissionais e usuários foi apreendida através de entrevista e discussão em grupos focais. Os municípios foram comparados para analisar diferenças entre as médias dos escores das dimensões e subdimensões em estudo. Analisou-se, ainda, a correlação entre os escores da estrutura e do processo de trabalho com o escore da satisfação dos usuários. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba, protocolo 19689613.3.0000.5187. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS: Os escores geral, do processo de trabalho e da satisfação dos usuários foram indicativos de uma proposta de atenção fragmentada nos dois municípios, porém, com diferenças estatísticas entre eles. Segundo a satisfação dos usuários, os escores de longitudinalidade e integralidade foram maiores no município com nutricionista nas equipes de saúde. Na estrutura, a falta de profissionais e de capacitação foram problemas detectados pelos métodos quantitativos e confirmados pelos qualitativos nos dois municípios. Destacaram-se deficiências na vigilância do crescimento, no trabalho em equipe e nas práticas de promoção e prevenção, as quais estiveram correlacionadas com a avaliação dos usuários, revelando-se maior satisfação com os serviços entre os usuários do município com melhor processo de trabalho (município com a inserção do nutricionista nas equipes de saúde). CONSIDERAÇÔES FINAIS: A implantação das ações de alimentação e nutrição mostra insuficiências no capital humano, tanto em relação à capacitação profissional quanto às práticas desenvolvidas. No contexto da reforma do setor saúde, sugere-se que essas circunstâncias afetam o cumprimento da integralidade da assistência e prejudicam a qualidade dos serviços. Este é o primeiro estudo sobre a implantação das ações de alimentação e nutrição no contexto da Estratégia Saúde da Família, cujos resultados apontam grandes desafios para garantir a priorização da nutrição no Sistema Único de Saúde.

2662 O CUIDADO NUTRICIONAL DOS PACIENTES DO PROGRAMA MELHOR EM CASA NO MUNICÍPIO DE CORUMBÁ
Marcela Mariana Cárcano de Barros Por Deus

O CUIDADO NUTRICIONAL DOS PACIENTES DO PROGRAMA MELHOR EM CASA NO MUNICÍPIO DE CORUMBÁ

Autores: Marcela Mariana Cárcano de Barros Por Deus

Esse relato de experiência é referente à assistência nutricional aos pacientes do Programa Melhor em Casa no Município de Corumbá. A observação se deu de março a dezembro de 2017, num total de 25 pacientes cadastrados no programa, sendo que 12 pacientes com sinais clínicos de subnutrição de variadas causas, 02 pacientes com sobrepeso sendo que 07 pacientes com dieta por sonda nasoenteral ou gastrostomia. O maior desafio é conseguir suprir a demanda nutricional aos pacientes com necessidades clínicas e laboratoriais tendo em vista o perfil sócio econômico e cultural desses pacientes. O mais preocupante são os pacientes com alimentação por sonda ou por gastrostomia que requer uma maior atenção dada à necessidade do evento e desses apenas 02 aderem a dieta industrializada e ou suplemento nutricional específico para a patologia. Esses 02 pacientes em questão ainda estão no programa, apresentam quadro estável sem lesões por pressão e quando há necessidade é feito um aporte proteico, mensurado por exame laboratorial. Temos 02 aspectos principais a serem considerados na baixa aderência à nutrição do paciente com sonda ou gastrostomia. O primeiro é o fator financeiro uma vez que a dieta industrializada não é fornecida pela rede pública o que torna difícil a aquisição pelos pacientes. Outro fator são os pacientes admitidos no programa que quase sempre chegam após alta hospitalar e recebem nesta instituição uma orientação de sopa de legumes com carne, fortalecendo o entendimento de que esse tipo de alimento é para quem está doente, enraizando o aspecto cultural e quando prescrito outro tipo de nutrição, no caso a industrializada, a família resiste. A expectativa é sensibilizar a gestão para que possamos oferecer uma melhor nutrição aos pacientes em risco nutricional e que possamos assim contribuir para uma melhor e mais rápida recuperação dos pacientes assistidos pelo Programa Melhor em Casa, consolidando um bom estado nutricional e de saúde, humanizando o cuidado.

5439 Promoção da alimentação saudável no contexto escolar: experiência em um município do interior do Amazonas.
Daiane Nascimento de Castro, Daiane Nascimento de Castro, Karina Gama Peres, Kendria Kyellen Paz da Silva, Kendria Kyellen Paz da Silva, Elane da Silva Barbosa, Mayline Menezes da Mata, Elane da Silva Barbosa, Cléber Araújo Gomes, Cléber Araújo Gomes, Mayline Menezes da Mata

Promoção da alimentação saudável no contexto escolar: experiência em um município do interior do Amazonas.

Autores: Daiane Nascimento de Castro, Daiane Nascimento de Castro, Karina Gama Peres, Kendria Kyellen Paz da Silva, Kendria Kyellen Paz da Silva, Elane da Silva Barbosa, Mayline Menezes da Mata, Elane da Silva Barbosa, Cléber Araújo Gomes, Cléber Araújo Gomes, Mayline Menezes da Mata

Apresentação A promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis configuram-se como uma das diretrizes centrais da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). Um dos caminhos possíveis para alcançar tais objetivos com grupos etários menores, tais como crianças e adolescentes, é explorar a escola como um ambiente privilegiado para a promoção da alimentação saudável. Embora os desafios sejam diversos, acredita-se que a implementação de ações intersetorias, longitudinais e transversais apresente resultados positivos. Experiências exitosas referenciadas na literatura apontam para a necessidade de  incluir atores estratégicos do ambiente macro estrutural que a escola está inserida nas ações de promoção da saúde. A abordagem dos contextos comunitários e familiares são imprescindíveis, devendo estar articulada com os componentes do ambiente escolar e com as práticas de educação em saúde. Neste sentido, um projeto de extensão intitulado “Infância Saudável” foi desenvolvido a fim de abordar a educação nutricional no âmbito escolar. As atividades foram desenvolvidas com o intuito de abranger o comportamento saudável tanto das crianças como dos próprios pais, tendo em vista que esses são os primeiros educadores e influenciadores nos hábitos alimentares de seus filhos. Diante disto, o projeto de extensão objetivou desenvolver atividades educativas sobre a promoção da saúde e hábitos alimentares saudáveis com as crianças e com os pais e/ou responsáveis de pré-escolares de uma escola municipal do município de Coari /AM. Desenvolvimento O projeto de extensão institucionalizado no âmbito dos Programa Atividades Curricular de Extensão (PACE) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) foi implantado no segundo semestre de 2016 e contou com a participação de docentes e estudantes dos cursos de Nutrição, Fisioterapia e Medicina do Instituto de Saúde e Biotecnologia. A escola municipal Sandra Braga foi selecionada para realização de ações de educação em saúde, abrangendo como público-alvo as crianças de 4-6 anos, e os pais e/ou responsáveis de pré-escolares de uma escola municipal, situada em um bairro de alta vulnerabilidade social, para orientar sobre a importância da alimentação saudável e comportamentos alimentares, ressaltando os alimentos processados e ultraprocessados, os quais são consumidos pela maioria dessas famílias. Foram realizadas reuniões para planejar as atividades, executá-las e em seguida  confeccionados convites para a participação dos pais e/ou responsáveis dos pré-escolares. No encontro realizado com os pais, compareceram aproximadamente 40 em cada turno e todos foram identificados com placas coloridas que continham seus respectivos nomes com o intuito de estreitar os laços e valorizá-los. Em uma roda de conversa, compartilharam seus desafios e vivências cotidianas, com destaque para alimentação própria e dos filhos. Relataram como costumam realizar suas refeições, preferências alimentares e um dos aspectos mais evidenciados foram às limitações para o acesso a diversos alimentos. Foi elaborado um jogo de perguntas e respostas, visando gerar ainda mais a participação e verificar o conhecimento dos pais sobre os alimentos e benefícios, principalmente os regionais. Alguns questionamentos foram: Para vocês, o que é ter uma alimentação saudável? Como é a alimentação do seu filho (a)? Qual é o seu papel na formação dos comportamentos, inclusive alimentares, das crianças? Tais questionamentos esclareceram a percepção dos pais e familiares quanto à alimentação dos filhos, seja dentro ou fora do âmbito escolar e o reconhecimento do seu papel na adoção dos hábitos. Além disso, um painel lúdico e ilustrativo foi elaborado contendo informações sobre o teor de sódio e açúcares contidos em determinados produtos usualmente consumidos pelo público-alvo, em geral. Tal painel causou imenso impacto sobre a quantidade de sal e açúcares nestes produtos, onde foi ressaltado que pode acarretar sérios problemas à saúde e possíveis doenças crônicas. Para a finalização das atividades, houve uma pequena palestra para tratar a respeito da alimentação saudável, partindo do preceito de se realizar as refeições em locais adequados e em família, horários indicados e a escolha por alimentos in natura e minimamente processados. Encerrou-se com um lanche, visando e incentivando o desenvolvimento saudável. Com as crianças, as atividades educativas forem realizadas nos turnos matutino e vespertino, de acordo com o público – alvo, através da confecção de materiais didáticos, tendo como foco, atividades lúdicas que estimulam o aprendizado, do crescimento e desenvolvimento saudável.Realizou-se uma dinâmica para as crianças com o intuito de favorecer a integração dos participantes,Posteriormente, iniciou-se ação educativa nas salas de aula com a pergunta disparadora: “Porque comemos?” E as crianças responderam: “para crescer”, “para ficar forte”, mostrando que tinham pouco conhecimento sobre o propósito da alimentação saudável e seus benefícios.  A partir de então foram introduzidos algumas noções básicas da alimentação saudável. A partir disso, ocorreu à divisão dos alunos em quartetos e executou-se um circuito, com o intuito de aprendizagem, fixação e incentivo de hábitos saudáveis. Foram apresentados determinados alimentos os quais se classificaram em saudáveis e não saudáveis, posteriormente, aplicação de atividades educativas, iniciando pela árvore denominada “saudável” e outra “não saudável”, onde teriam que realizar em equipes, a montagem das árvores de acordo com os alimentos. Depois, foi feita a prática dos sentidos, introduzindo novamente alimentos saudáveis e percebeu-se que as crianças tem pouco conhecimento sobre as frutas. E, para terminar as atividades, introduziu-se uma prática estimulando a forma correta da lavagem das mãos. Impactos Acredita-se que o projeto pode contribuir para o acesso ao conhecimento sobre os prejuízos à saúde do consumo de alimentos ricos em sódio, açucare e gordura, bem como a importância e as possibilidades  de adotar uma alimentação saudável em todas as fases da vida. Outro fator positivo foram as orientações sobre a questão de preparo dos alimentos, o acesso a alimentos regionais como  peixes e verduras, que são de baixo custo e alto valor nutricional, e que podem ser incorporados nas dietas. Além disso, o projeto orientou a escola para estimulá-la a realizar ações educativas em saúde de forma continua e articulada com professores e profissionais de saúde do território.  A inclusão dos pais/responsáveis como atores sociais protagonistas nas atividades educativas foi o grande diferencial para realização das intervenções educativas.No entanto, há de se destacar os desafios para a mudança de hábitos alimentares, tais como as limitações financeiras para adquirir alimentos, as preferências alimentares Considerações finais Pode-se afirmar que a execução do projeto reafirmou a conscientização sobre a importância da adoção de hábitos saudáveis nos públicos trabalhados. A abordagem das atividades desenvolvidas pelos acadêmicos e docentes dos cursos de saúde buscou utilizar estratégias que favorecessem o entendimento dos públicos trabalhados, recorrendo a recursos lúdicos, dinâmicos e a interativos. Vale ressaltar da necessidade da dar continuidade as atividades por intermédio da capacitação dos professores e gestores escolares e fortalecer os laços interinstitucionais e programas governamentais, como uma possíveis estratégias de superar os desafios da promoção da alimentação saudável.  

633 TERAPIA FIBRINOLÍTICA NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: EXPERIÊNCIA DO SAMU 192 CEARÁ
Katylla Gleyce de Oliveira Queiroz, Ana Carolina Barjud Marques Máximo, Cristiane Sales Leitão, Eva Vilma Moura Baia, Mirena Maria de Noronha Viana, Rogério Pinto Giesta, Nayara Cristina de Freitas Cavalcante, Vaniele Marciel Silva

TERAPIA FIBRINOLÍTICA NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL: EXPERIÊNCIA DO SAMU 192 CEARÁ

Autores: Katylla Gleyce de Oliveira Queiroz, Ana Carolina Barjud Marques Máximo, Cristiane Sales Leitão, Eva Vilma Moura Baia, Mirena Maria de Noronha Viana, Rogério Pinto Giesta, Nayara Cristina de Freitas Cavalcante, Vaniele Marciel Silva

APRESENTAÇÃO: No Brasil as doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade, sendo a maioria das mortes por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). O advento da terapêutica trombolítica representou um avanço considerável no tratamento do IAM, pois a utilização da fibrinolíse pré-hospitalar com Tenecteplase baseia-se no conceito clássico de que, ao se abreviar o tempo de isquemia miocárdica, reduz-se o tamanho da área infartada, resultando na redução da mortalidade e das complicações clínicas. O SAMU 192 Ceará iniciou, através do Núcleo de Educação Permanente, uma extensa capacitação dos profissionais envolvidos na assistência pré-hospitalar, tendo como base a V Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre o Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnivelamento do Seguimento ST, tanto quanto a validação e implementação do protocolo de atendimento ao IAM e a criação de um relatório de atendimento específico para os pacientes com IAM. Uma parceria com o Hospital do Coração em Messejana – Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, possibilitou um diagnóstico mais confiável do IAM, a partir do laudo do eletrocardiograma e do apoio e assistência online por um cardiologista à distância, 24 horas/dia. Em integração com os centros terciários regionais de intervenção, capacitados para a realização de angioplastia de resgate, reperfusão primária e estudo coronariográfico à Rede de Atenção as Urgências, garantiu-se a continuidade da assistência. MÉTODO: Trata-se de um estudo prospectivo, quantitativo, realizado com os pacientes atendidos pelo SAMU 192 Ceará que apresentavam IAM e foram tratados com Tenecteplase, no período de 11/04/2017, quando se iniciou o uso da terapia fibrinolítica, à 27/09/2017. A coleta dos dados foi feita por meio de acesso aos Relatórios de Atendimento dos pacientes. RESULTADOS: No período, 52 pacientes apresentaram os critérios de inclusão para a realização da terapia trombolítica. Dos pacientes trombolisados, 06 foram à óbito; 03 na unidade pré-hospitalar fixa solicitante, 01 na ambulância do SAMU, 01 na unidade hospitalar de referência e 01 após alta hospitalar à pedido. O principal motivo para a não realização da terapia trombolítica foi o tempo de transporte para o hospital de referência ser inferior a 02 horas. Entre os pacientes trombolisados, 35 eram do sexo masculino e 17 eram do sexo feminino. A idade variou de 35 a 88 anos, com média de 63 anos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Pode-se concluir que mesmo com pouco tempo de implantação da terapia trombolítica no SAMU 192 Ceará, já se percebe que muitos pacientes foram trombolisados, logo a assistência prestada aos pacientes com IAM no Estado do Ceará está mais efetiva com o advento do tratamento com o uso do trombolítico Tenecteplase no atendimento Pré-Hospitalar móvel. Assegurando que esta terapia irá salvar um grande número de vidas, além de diminuir as sequelas dos pacientes infartados.

4184 FARMÁCIA NOS QUINTAIS - UM SABER DE TODOS OS TEMPOS
Maria Isabel de Araújo, Silas Garcia Aquino de Sousa

FARMÁCIA NOS QUINTAIS - UM SABER DE TODOS OS TEMPOS

Autores: Maria Isabel de Araújo, Silas Garcia Aquino de Sousa

Na hinterlândia amazônica encontramos a farmácia nos quintais agroflorestais com receitas passadas pelos doutores das ciências ocultas e das letras apagadas, um autoconhecimento da indicação das plantas medicinais. A presente pesquisa embasada no método pesquisa-ação, investigação etnográfica das plantas medicinais comercializadas na feira municipal de produtos regionais da agricultura familiar do Rio Preto da Eva/AM. No espaço de comercialização das espécies, identificou-se três desafios a serem conduzidos à investigação multidisciplinar no contexto do processo histórico e sociocultural: 1) identificar as espécies medicinais nativas dos sistemas agroflorestais comercializadas na feira; 2) a posologia e 3) indicação de uso. As bases sociais e os motivos de consumo da população no tratamento de enfermidades por plantas medicinais são os mais diversos, vão desde a prevenção ou a cura de enfermidades especificas a de proteção espiritual (mal olhado...), hábito este, comum na história da humanidade, sendo as técnicas de uso e indicação transmitidas através da oralidade, oriundas da memoria biocultural de geração a geração, aliado ao clamor dos clientes por produtos naturais que partilham dos valores e discurso do conhecimento tradicional. No meio cientifico são preocupantes estas informações, pois o que se conhece sobre o uso, segurança e confiabilidade das plantas medicinais não são divulgados, neste caso, na hinterlândia amazônica. Considerando que parte dos saberes foi transmitida oralmente de gerações passadas, evidenciando, com o passar do tempo uma significativa perda desse conhecimento, em consequência do uso deste recurso por diversas alternativas convencionais. Quanto aos desafios elencados, os resultados apontam: 1) o inventario etnofarmacológico registrou 14 famílias botânicas com 19 espécies: Anacardiaceae - cupiúba/envira-preta (Unonopsis guatterioides); Apocynaceae - carapanaúba (Aspidosperma nitidum); Apiaceae - sucuuba (Himatanthus sucuuba); Burseraceae - breu (Protium heptaphyllum); Convolvulaceae - cipó-tuíra (Bonamia ferrugínea; Euphorbiaceae - sacaca (Croton cajucara); Fabaceae - cumaru (Dipteryx odorata), copaíba (Copaifera langsdorffii), escada/cipó-de-jabuti (Bauhinia guianensis), jatobá (Hymenaea courbaril), jucá (Caesalpinia ferrea); Lauraceae - preciosa (Aniba canelilla); Lecythidaceae - castanheira (Bertholletia excelsa); Meliaceae - andiroba (Carapa guianensis); Moraceae - amapá (Brosimum parinarioides Ducke), apuí (Ficus amazonica); Rhamnaceae - saracura-mirá (Ampelozizyphus amazonicus Ducke); Rubiaceae – mulateiro (Callycophyllum spruceanum) e Simaroubaceae - marupá ou tamanqueira (Simarouba amara Aubl), flores, folhas, frutos e raízes as partes mais utilizadas. No desafio 2 a posologia geralmente é recomendada sob a forma de chá (infusão) tomando de 2 a 3 vezes ao dia ou como infusão em álcool para banho de asseio, mordida de insetos, afecções da pele... Quanto ao desafio 3, a indicação destas são para o tratamento de vários tipos de enfermidades do sistema digestivo, respiratório, nervoso, sexual... que na fusão com outras espécies resultam em nova indicação (rejuvenescedor (mulateiro), viagra amazônico (saracura-mirá)) apresentadas como: garrafada da amazônia, mulher saudável, 37 ervas que vence demanda, chama dinheiro... Infere-se neste contexto que o saber tradicional fornecer experiências, práxis resultantes de vivências em sistemas agroambiental. É uma ferramenta poderosa para o uso, preservação, manutenção, manejo e percepção das espécies vegetais afloradas nos recursos naturais, corroborando no desenvolvimento sustentável da hinterlândia amazônica, fundamentando o conhecimento científico (etnobotânica) nos usos, serventia e aplicações das espécies vegetais.