168: De parto a parto, o cuidado convive com o mundo do trabalho
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: ICB Sala 06 - Cunha-Porangã    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
664 Contribuições do profissional de enfermagem obstétrico para o aumento das taxas de partos normais no hospital particular Francisco Magalhães, vinculado ao SUS no município de Castanhal-PA.
Antonia Sâmela Silva Carneiro, Bruna Gomes Almeida, Rosilene Maciel De Araujo, Rosiane Candida Oliveira Araujo

Contribuições do profissional de enfermagem obstétrico para o aumento das taxas de partos normais no hospital particular Francisco Magalhães, vinculado ao SUS no município de Castanhal-PA.

Autores: Antonia Sâmela Silva Carneiro, Bruna Gomes Almeida, Rosilene Maciel De Araujo, Rosiane Candida Oliveira Araujo

O presente trabalho é resultado de uma análise nas elevadas taxas de partos cesáreos em relação às de partos normais no hospital particular Francisco Magalhães, do município de Castanhal, no Pará, em que verificou-se a mudança significativa nessas taxas de partos normais em um curto período de tempo, com a contratação de enfermeiros obstetras na assistência. Objetivou-se avaliar a relevância do enfermeiro obstetra para o aumento das taxas de partos normais.O método de pesquisa desenvolvido para este trabalho foi quantitativo, por meio da análise de dados registrados anualmente pela coordenação de obstetrícia do Hospital Francisco Magalhaes, correspondendo ao período de 2015 a 2017, nos meses de janeiro a setembro, no qual verificou-se que após a contratação de enfermeiros obstetras as taxas de partos normais aumentaram significativamente no decorrer dos anos em análises. Anteriormente, o hospital contava apenas com um médico por plantão para a realização da assistência e do parto, dessa maneira, não se era possível promover e executar as técnicas de incentivo necessárias ao parto normal. A Resolução COFEN Nº 0516/2016 é a lei que normaliza a atuação do enfermeiro obstetra nessa assistência e nos demais campos relacionados, a qual atribui às competências do profissional determinando que ele seja capaz de prestar uma assistência de forma segura; levar em consideração os aspectos étnico-culturais, emocionais, psicológicos e sociais da mulher; acolher a mulher e seus familiares/ acompanhantes; realizar o incentivo de métodos não farmacológicos para o alívio da dor; liberdade de posição no parto; preservação da integridade perineal no momento da expulsão do feto; contato pele a pele entre mãe e recém-nascido; apoio ao aleitamento logo após o nascimento; prestar assistência ao parto normal de evolução fisiológica (sem distócia) e ao recém-nascido.  O parto humanizado consiste em um processo, que visa reforçar o ato natural de “parir” e, consequentemente, combater de frente a cultura que se instituiu com o advento do parto cesáreo, que busca “acelerar” o desenvolvimento do parto com métodos farmacológicos e manobras técnicas ou cirúrgicas, para retirar da mulher o “sofrimento”, o medo, a dor, a ansiedade e a tensão, ou seja, os fatores que acompanham a fisiologia natural de parir e influenciam diretamente na escolha do parto, o que resulta na perca do seu papel ativo nessa dinâmica fisiológica natural. Nesse contexto, a humanização do parto é a principal via para o acompanhamento adequado do parto e do puerpério fundamentado na assistência obstétrica e neonatal, que está instituída pelo Ministério da Saúde através da Portaria/GM nº.569, de 01/06/2000.Desta forma, cabe ressaltar a estratégia lançada no dia 28 de março de 2011 pelo Ministério da Saúde, pela Portaria 1.459 que assegura às mulheres direito a atenção humanizada na gravidez, no parto e no puerpério, e às crianças o direito ao nascimento em segurança, crescimento e desenvolvimento saudável. Essa estratégia veio como uma forma regional para facilitar a vida de gestantes na região nordeste e amazônica com o intuito de diminuir as taxas de morbimortalidade de gestantes e RN’S. Visto que, essas grandes taxas eram o reflexo do aumento na quantidade de abortos, da dificuldade que as gestantes estavam tendo para ter um pré-natal de qualidade, das práticas de partos sem embasamento cientifico, de profissionais desqualificados e pouca equipe de apoio na hora do parto.O parto acontece de uma forma humanizada, com gestão de enfermeiros obstetras, os quais irão dar todo o direito a gestante de escolher o ambiente onde acontecerá o parto, com a presença de um acompanhante de sua escolha que é amparado pela Lei n° 11.108, de 07 de abril de 2005. Assim, ela vai ser preparada a usufruir de métodos não farmacológicos para alivio da dor, como: massagens corporais, exercícios respiratórios, banho morno de aspersão, bola de yoga, cavalinho e musicoterapia. Diante disto, notou-se a importância do cuidar em obstetrícia e sua influência na assistência ao parto normal, para subsidiar o apoio e o suporte da mulher em seu trabalho de parto relevando o conceito de parto humanizado. Ao analisar os dados em estudo, identificou-se um crescimento significativo e gradativo no número de partos normais, comparado entre os anos de 2015 a 2017, nos meses de janeiro a setembro. Segundo este contexto, no ano de 2015 quando ainda não havia o profissional de enfermagem obstétrico, registrou-se o total de: 733 partos normais e 1.800 partos cesáreos. Logo após a contratação no ano de 2016, foram registrados: 988 partos normais e 1.759 partos cesáreos, em 2017: 1.038 partos normais e 1.780 partos cesáreos. Nesse sentido, observa-se que o hospital quando tinha um único médico por plantão fazia em média 300 partos, sendo assim, ele não tinha condições de prestar assistência com incentivo ao parto normal, e com o enfermeiro obstetra dentro da clínica obstetra, o médico interna e o enfermeiro incentiva todos os métodos não farmacológicos para o alivio da dor, como o acompanhamento das famílias no parto normal, dentre outros, seguindo as normas e diretrizes da lei 0516/2016. Em vista disso, ressaltamos que o hospital investiu na implantação de instrumentos estruturais para que tornasse possível e viável acontecer efetivamente essa assistência, proporcionando suporte e meios para o profissional desenvolver suas competências e poder fortalecer esse incentivo, como as banquetas para partos normais, banheiras para o parto na água, e salas de parto individualizadas. O hospital conta ainda com cinco enfermeiros obstetras que participaram do SIAPARTO (Simpósio Internacional de Assistência ao Parto), que tem por objetivo ensinar, esclarecer e desmistificar por meio de dados científicos e profissionais da área as diversas situações possíveis em realização de partos. Tornou também possível o emponderamento desses profissionais quanto ao desempenho do seu papel, o que contribuiu para o respaldo das práticas que auxiliam no parto normal, sendo as mais executadas no hospital: o exercício de dilatação, a massagem, o uso da bola de yoga, a musicoterapia e está investindo em treinamento para o acolhimento de risco obstétrico. Além disso, permitem que a mulher se expresse como quiser na hora do parto e escolha a posição de sua preferência para parir, sem episio, claro, levando em conta o tempo de cada mulher. Assim, pode-se dizer que com essas medidas o hospital conseguiu aumentar significativamente as taxas de partos normais em um curto período de tempo, para que assim pudesse se enquadrar nas diretrizes exigidas pela estratégia da Rede Cegonha.

1151 TENSÕES ENTRE DIFERENTES MODELOS DE CUIDADO NA OBSTETRÍCIA: O QUE DIZEM OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE AS DOULAS NA ASSISTÊNCIA AO PARTO HOSPITALAR?
Thuany Bento Herculano, Marita de Almeida Assis Brilhante, Murillo Bruno Braz Barbosa, Juliana Sampaio

TENSÕES ENTRE DIFERENTES MODELOS DE CUIDADO NA OBSTETRÍCIA: O QUE DIZEM OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE AS DOULAS NA ASSISTÊNCIA AO PARTO HOSPITALAR?

Autores: Thuany Bento Herculano, Marita de Almeida Assis Brilhante, Murillo Bruno Braz Barbosa, Juliana Sampaio

APRESENTAÇÃO: Nas últimas décadas, surgiram, em contrapartida ao modelo biomédico tradicional, iniciativas para reorientar a assistência prestada às mulheres no ciclo gravídico puerperal. Essas estratégias são conhecidas genericamente por humanização do parto e nascimento. Dentre elas, o suporte contínuo durante o trabalho de parto, que pode ser realizado por profissionais do serviço, familiares ou acompanhantes leigas treinadas, conhecidas como doulas.  A palavra “doula” tem origem grega e significa “mulher que serve”, e hoje se refere à pessoa com treinamento específico sobre fisiologia do parto normal, métodos não farmacológicos para alívio da dor, cuidados pós-natais e aleitamento materno. No Brasil, a inserção das doulas, remuneradas ou voluntárias, dentro das maternidades, deu-se sem a participação dos profissionais atuantes no cenário do parto, e, muitas vezes, sem o entendimento do escopo de atuação destas. Tal contexto abre margem para resistências e possíveis conflitos dentro das equipes de saúde, sobretudo, porque grande parte das orientações oferecidas pelas doulas vão de encontro à predominante biomedicina intervencionista, o que transforma o trabalho de parto num cenário de disputa entre modelos de assistência. Esse estudo pretende analisar a percepção dos profissionais de saúde atuantes em uma maternidade pública da Paraíba acerca da inserção das doulas na assistência à mulher durante o trabalho de parto e parto, identificando o conhecimento sobre a função das doulas e possíveis benefícios, dificuldades e conflitos na participação destas no contexto obstétrico atual. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, realizado no Instituto Cândida Vargas (ICV), maternidade localizada no município de João Pessoa, que compõe a rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Nela, existe desde 2011, o Projeto de “Doulas Voluntárias”, criado pela Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para Mulheres (SEPPM). O projeto oferece um curso com duração de sete meses, sendo um mês de aulas teóricas e seis meses de atividades práticas no ICV, onde as doulas em formação trabalham diretamente com as mães e os profissionais da saúde. Os sujeitos do estudo foram 24 profissionais das diferentes categorias envolvidas na assistência ao parto no ICV: equipe de enfermagem (enfermeiros e técnicos de enfermagem), médicos, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais, no período de agosto de 2016 a abril de 2017. Como instrumento de coleta foi utilizada a entrevista semiestruturada, cuja distribuição quantitativa entre os profissionais se deu mediante a proporcionalidade numérica de cada categoria dentro da maternidade. Dessa forma, 37,5% (n=9) eram da equipe de enfermagem (3 enfermeiros e 6 técnicos de enfermagem), outros 37,5% (n=9) eram da equipe médica (7 obstetras e 2 pediatras) e 25% (n=6) os demais profissionais da saúde envolvidos na atenção ao parto (3 fisioterapeutas, 2 psicólogas e 1 assistente social). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba (CAAE - 56342016.5.0000.5188). O material produzido foi submetido à análise de conteúdo temática. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: As idades do grupo entrevistado variaram entre 26 e 65 anos (média = 43,3 anos; dp = 13,8 anos). Todas as profissionais eram do sexo feminino. O tempo médio de formação dessas profissionais foi de 17,6 anos (dp = 14,2 anos). A categoria com maior tempo de formação foi a equipe médica, com 35,1 anos. Segundo as profissionais entrevistadas, podem ser identificadas três dimensões de cuidado na atuação das doulas na maternidade, sendo que cada uma delas dispara tensões com diferentes personagens envolvidas no cenário do parto. A primeira diz respeito ao suporte emocional oferecido pela doula, o que despertou tensões com as psicólogas, que buscam demarcar a diferença de seu papel, apontando que a função da doula não pode ser entendida como apoio psicológico. Para elas, cabe às doulas um cuidado afetuoso, sem uma metodologia específica e cuja intervenção não busca alcançar um objetivo clínico determinado. A segunda dimensão do cuidado atribuída às doulas diz respeito ao suporte físico. Nesta, a doula produz tensionamentos com a fisioterapia, na execução de exercícios, especialmente naqueles com uso da bola suíça e do balanço pélvico para parto (tipo ‘cavalinho’), que, para as fisioterapeutas, seriam atribuições inerentes a sua categoria profissional. A terceira dimensão da assistência seria o suporte de informações para a parturiente através do qual a doula deve orientar como ocorre o trabalho de parto normal, evidenciando a fisiologia dos eventos vividos. Segundo as entrevistadas, essa informação não deveria ser passada no sentido de empoderar a parturiente para tomada de decisão, como aponta a literatura no tocante às funções da doula, mas, sim, no sentido de docilizá-la frente às intervenções biomédicas. Para quem atua constantemente no pré-parto, especialmente para a equipe de enfermagem, há uma carência de profissionais para estar junto às gestantes, justificando a presença de doulas. A equipe de enfermagem reconheceu a importância do suporte dado por elas, inclusive salientaram que essa dimensão do cuidado também é uma função da enfermagem, mas que, por conta da sobrecarga de trabalho em atividades técnicas, elas não podem dedicar-se exclusivamente a uma gestante como as doulas fazem. Em oposição ao que foi apresentado pela enfermagem, para as profissionais, especialmente as médicas obstetras e pediatras, que atuam somente na cena do parto, que via de regra ocorre no bloco cirúrgico ou na sala de parto, a maternidade enfrenta um excesso de pessoas. Tal realidade nos leva a crer que o cerne do problema é que se negligencia o processo (partejar) em detrimento do desfecho (parto), pois, ao passo que se encontram mulheres sozinhas no pré-parto, na hora do nascimento, há um grande contingente de pessoas, o que não representa necessariamente melhoria na assistência. O cuidado não confidencial faz parte do arsenal da violência obstétrica, o que está relacionado com pior satisfação da parturiente à assistência prestada, sobretudo quando os profissionais não agem de forma coesa. Percebeu-se, ainda, uma necessidade de marcar a distinção entre o saber/fazer do profissional de saúde dotado de cientificidade e respaldado por anos de estudo, do saber/fazer da doula, marcado por um caráter subjetivo, intuitivo, não técnico e, portanto, “substituível”, e, por vezes, “dispensável”. Houve, portanto, uma intensa polarização entre cuidado (humanizado) e assistência técnica. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ao analisarmos a relação das doulas com as diferentes categorias profissionais, percebe-se que a gênese destas tensões vai muito além da presença de um “novo” sujeito na cena do parto. A realidade local reflete a atual conjuntura obstétrica brasileira, permeada por disputas entre diferentes modelos de assistência e por espaço de atuação. Dessa forma, seria aceitável para os profissionais se essa “nova” personagem não colocasse em xeque saberes e práticas consolidadas na obstetrícia tradicional. Ao passo que os profissionais afirmam que elas não têm qualificação técnica para discutir condutas ou questionar práticas, corroboram a necessidade de manterem-se leigas e afastadas do conhecimento científico que os compete. Esse cenário desperta para a necessidade de repensarmos a assistência obstétrica, desde a formação dos profissionais, para que seja possível um cuidado compartilhado e solidário, centrado na mulher, que rompa com os limites de práticas privativas desta ou daquela profissão.

1311 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A GESTANTE COM OBSTRUÇÃO INTESTINAL
Widson Davi Vaz de Matos, Camila Cristina Girard Santos, Daniele Rodrigues Silva, Ana Flavia de Oliveira Ribeiro, Samantha Modesto de Almeida, Iara Samily Balestero Mendes

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A GESTANTE COM OBSTRUÇÃO INTESTINAL

Autores: Widson Davi Vaz de Matos, Camila Cristina Girard Santos, Daniele Rodrigues Silva, Ana Flavia de Oliveira Ribeiro, Samantha Modesto de Almeida, Iara Samily Balestero Mendes

Apresentação: Durante a gestação várias modificações são evidenciadas no organismo da gestante dentre elas as alterações gastrointestinais, com diminuição da motilidade gástrica levando a demora no tempo de esvaziamento gástrico resultantes das modificações anatômicas abdominais, bem como pelas alterações hormonais, que provocam relaxamento da musculatura lisa. Dieta com baixa concentração de fibras, suplementação a base de ferro, diminuição da atividade física e deslocamento da alça intestina motivado pelo crescimento uterino são fatores relevantes que levam a obstrução intestinal, que é caracterizada pela oclusão da luz do intestino impedindo a passagem do seu conteúdo podendo ocorrer em qualquer porção intestinal sendo um fator de risco a saúde materna, levando a distensão epigástrica, desidratação, alteração no equilíbrio ácido-básico, se não acompanhado corretamente. Diante disto o estudo teve como objetivo elaborar a sistematização de enfermagem a uma gestante com obstrução intestinal admitida na enfermaria de um Hospital escola. Desenvolvimento do estudo: trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência realizado durante as aulas práticas do componente curricular de enfermagem obstétrica em um hospital escola referência no  Pará, em março de 2016. A coleta das informações ocorreu durante o atendimento no setor da enfermaria do referido hospital na qual, a gestante com obstrução intestinal  foi direcionada, para posteriormente ser submetida a cesárea. Resultados e/ou Impactos: Foram identificados como principais diagnósticos de enfermagem: diarreia relacionada a fatores fisiológicos e situacionais, evidenciado por pelo menos cinco evacuações de fezes. Intervenções: isolar o leito; monitorar sinais vitais 4/4 horas; orientar cuidados quanto à higiene; controlar e registrar episódios diarreicos. Padrão de sono prejudicado relacionado à falta de privacidade/controle do sono, iluminação, interrupções evidenciado por mudança no padrão normal de sono. Intervenções: reduzir fatores estressores em enfermaria; agrupar procedimentos e reduzir manuseio, proporcionando períodos de descanso. Eliminação urinária prejudicada relacionada a múltiplas causas evidenciadas por retenção urinária. Intervenções: controlar o balanço hídrico; instalar sonda vesical de demora (SVD); controlar volume e aspecto urinário em bolsa coletora; anotar volume drenado e desprezar a cada turno; avaliar parâmetros para dor e administrar analgésico S/N. Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais relacionada a fatores biológicos evidenciado por peso corporal 30% ou mais abaixo do ideal. Intervenções: monitorar estado nutricional, aconselhar; controlar peso diariamente. Considerações finais: Percebemos a fundamental importância da SAE nos casos de obstrução intestinal em gestantes, oportunizando um atendimento organizado, adequado, resolutivo e de substancial relevância para melhoria da qualidade da assistência de enfermagem.

1429 Qualidade do pré-natal em UBSF de município do interior do Estado do Amazonas/Brasil
Giane Zupellari Santos-Melo, Selma Regina Andrade, Wagner Ferreira Monteiro, Calil Borges Telles, Elyana Almeida Marques, Isabelle Nascimento Costa, Ricardo Lima Junior, Terezinha Oliveira Araujo

Qualidade do pré-natal em UBSF de município do interior do Estado do Amazonas/Brasil

Autores: Giane Zupellari Santos-Melo, Selma Regina Andrade, Wagner Ferreira Monteiro, Calil Borges Telles, Elyana Almeida Marques, Isabelle Nascimento Costa, Ricardo Lima Junior, Terezinha Oliveira Araujo

Apresentação: Uma boa assistência ao pré-natal e ao parto, especialmente a detecção precoce de doenças provocadas ou agravadas pelo ciclo gravídico-puerperal, caracteriza-se como condição predominante para a redução nas taxas de mortalidade materna e perinatal. Segundo dados do Sistema Informações de Mortalidade, em 2016, aproximadamente 57% dos óbitos infantis e neonatais evitáveis ocorridos no Brasil estão relacionados à inadequação da atenção à gestação. Diante desses dados, manter-se a qualificação permanente da atenção ao pré-natal, ao parto e ao puerpério deve sempre ser perseguida na perspectiva de garantir uma boa condição de saúde tanto para a mulher quanto para o recém-nascido, bem como para possibilitar uma experiência de vida gratificante nesse período. A consulta pré-natal, muitas vezes, constitui-se na única oportunidade que as gestantes possuem para verificar seu estado de saúde. Sendo assim, a consulta de pré-natal deve ser considerada pela equipe de saúde como um momento em que se possa atuar integralmente na promoção, prevenção e recuperação da saúde destas mulheres. Assim, o estudo teve como objetivos: avaliar a qualidade do pré-natal oferecido em uma UBSF de município do interior do Estado do Amazonas/AM e a criação de um grupo de gestante baseado na avaliação da qualidade do pré-natal realizada em uma Unidade Básica de Saúde da família de município do interior do Estado de Amazonas. Desenvolvimento: Estudo descritivo exploratório, com abordagem qualitativa, com concomitante Pesquisa-Ação Emancipatória, segundo método de David Tripp, 2005, quando foi realizado levantamento da qualidade do pré-natal e a partir dos dados levantados foi criado um grupo de gestante, utilizando-se de rodas de conversa para abordagem das problemáticas encontradas nos resultados no estudo. O cenário do estudo foi UBSF Dídimo Pires, situada no bairro de São Francisco, no município de Tabatinga/Amazonas. A dinâmica do estudo aconteceu em duas fases. Na primeira foi realizado um estudo qualitativo, que aconteceu nos meses de maio e junho de 2017, tendo como fonte de evidência, entrevistas semistruturadas. Nesta fase foram entrevistadas três gestantes usuárias da UBSF e três profissionais de saúde, sendo um médico, um enfermeiro e um cirurgião-dentista. A fim se preservar a identidade dos participantes, os mesmos foram identificados como “Membro da UBSF 1, 2 e 3”; e “Usuária 1”, 2 e 3”.A análise dos dados seguiu três etapas da análise de conteúdo, segundo método de Bardin, 2011, sendo estas: pré-análise, com leitura minuciosa das entrevistas, organização do material e formulação de hipóteses; exploração do material, pelo processo de codificação, o que permitiu atribuir significado às informações coletadas; e tratamento e interpretação dos dados, para a compreensão das informações relevantes e alcance dos objetivos do estudo. A partir da análise foi possível formar quatro categorias temáticas, descritas como: Acolhimento; Estrutura; Informação; e Acesso. Os resultados dessas categorias foram discutidos e inseridos como temas a abordados no grupo de gestantes realizado em de junho 2017 na UBFS estudada. Na segunda fase do estudo foi criado o grupo de estante que emergiu a partir da categorização dos dados e das problemáticas encontradas na discussão. Para formação do grupo, foram convidadas todas as gestantes pertencentes à área de abrangência da UBSF Dídimo Pires. Tendo acontecido em três terças-feiras no período da tarde nas dependências da UBSF Dídimo Pires. O grupo seguiu o método de Sartori, 2004, que considera a Metodologia Grupal como um importante espaço onde as mulheres podem expor e dividir com as demais suas experiências no manejo da gestação, parto e puerpério, trazendo dúvidas e curiosidades por meio da troca e da participação, podendo assim, propiciar, por intermédio do coletivo, um maior conhecimento para a mulher, bem como seu empoderamento, superação das limitações e reconhecimento de seus papeis na sociedade. Durante o decorrer deste estudo aconteceram três encontros do grupo de gestantes, em formato de roda de conversa, com a participação de média de 10 a 15 gestantes por grupo. Resultados: Na categoria “acolhimento” foi verificada a necessidade de maior organização na programação do atendimento as gestantes e melhor esclarecimento das mesmas sobre os fluxos que deverão seguir durante o atendimento ambulatorial do pré-natal. Sendo que o acolhimento uma da Política Nacional de Humanização, esta não deve acontecer sem local nem hora certa e por toda equipe de saúde.  Quanto a categoria “Estrutura”, verificou-se a falta de insumos para realização de exames laboratoriais, comprometendo assim a qualidade do pré-natal, pois a realização de exames para detecção de doenças deve ser garantida as gestantes objetivando medidas de tratamento precoce e profiláticas. Já na categoria “Informação” constatou-se que o enfermeiro foi apontado como aquele que oferta o maior número de informações às gestantes no momento do pré-natal. Fato este a ser trabalhado na UBSF, pois a educação em saúde depende da ação conjunta de todos os membros da equipe multidisciplinar, não somente de uma classe especifica de profissionais. Por fim, na categoria “acesso” verificou-se que as gestantes apresentam dificuldades de mobilidade até a UBSF, principalmente em épocas de enchentes. Seguindo a proposta do estudo foi criado o grupo de gestante que aconteceu as terças-feiras no período da tarde, antes do atendimento médico e/ou de enfermagem, com participação de 11 gestantes no primeiro encontro, 10 gestantes no segundo encontro e 15 gestantes no terceiro e último encontro. Nos grupos foram discutidos os temas: a importância do pré-natal, mudanças fisiológicas durante a gestação, cuidados gerais na gestação, cronograma de atendimento as gestantes naquela UBS e informações sobre os direitos enquanto usuária do Sistema Único de Saúde e gestante. Os grupos aconteceram em formato de roda de conversa em ambiente reservado que garantia de que todas as gestantes pudessem sanar suas duvidas. Considerações Finais: A oportunidade de se ter um espaço em que as gestantes e mães possam compartilhar experiências, aprender com a vivência de outras participantes e tirar dúvidas, que talvez não fosse abordada efetivamente durante as consultas, se mostra fundamental para oferecer uma maior qualidade ao usuário, e multiplica oportunidades para que os diferentes membros da ESF possam contribuir ativamente para a educação em saúde. Faz parte das diretrizes do Sistema Único de Saúde que haja um incentivo ao protagonismo e participação social ativa dos usuários na construção de uma assistência integralizada. Embora não se tenham encontrado apenas dificuldades no campo da Informação durante as entrevistas, o grupo de gestantes se tornou um canal aberto entre as usuárias e os profissionais da UBSF, de forma que ao ouvir e buscar ativamente as insatisfações das mesmas durante os encontros é possível manter constante vigilância sobre a qualidade do pré-natal ofertado a elas, e providenciar melhorias. Constata-se que a expressão de um dos componentes do grupo faz com que os outros identifiquem neles mesmos a vivência da mesma situação. Desta forma além da universalidade, o grupo configura-se em um espaço de ressonâncias, o que consiste no fato de que, a comunicação trazida por um membro do grupo ressoa em outra, a qual, por sua vez, transmite um significado afetivo equivalente, ainda que embutido numa narrativa de embalagem bem diferente. Assim, este estudo sugere que as atividades de grupo deve ser  explorada, em especial pelos profissionais de saúde, pois se conforma em espaço singular para mudanças, podendo ser utilizado como importante recurso para garantir a manutenção de uma boa qualidade da atenção

2832 ASSISTÊNCIA OBSTÉTRICA NO PARTO INDUZIDO
Vivian Rodrigues, Elen Petean, Luiza Heloá

ASSISTÊNCIA OBSTÉTRICA NO PARTO INDUZIDO

Autores: Vivian Rodrigues, Elen Petean, Luiza Heloá

INTRODUÇÃO: O trabalho de parto (TP) compõe um evento natural, com ocorrência espontânea, entretanto, existem situações em que este curso natural é afetado, dentre eles, a ruptura prematura de membranas (RPM) ou aminiorexe prematura. OBJETIVO: Buscou-se caracterizar a assistência obstétrica na situação da indução do parto por rotura prematura de membranas, a partir da vivência de uma usuária de uma Maternidade pública de Porto Velho-RO. MÉTODO: Estudo de caso, de abordagem qualitativa, aprovado no CEP sob o parecer 1.806.372. O corpus foi composto pela estratégia da história de vida, operacionalizada por entrevista semiestruturada, realizada em fevereiro de 2017 com uma puérpera que teve parto vaginal induzido devido a RPM. RESULTADOS: A demora para o atendimento e início das condutas profissionais, foram mencionados como fatores negativos na assistência. Além disso, a pouca informação oferecida pelos profissionais sobre o procedimento de indução do parto, que foi sua única opção diante da RPM, bem como a falta de explicitação de outras alternativas terapêuticas, mostrou-se uma fragilidade da assistência, pois demonstra a falta de liberdade de escolha pela parturiente.  Assim, sua autonomia no processo de parturição ficou fragilizada, o que se evidencia pela expressão repetida do verbo “mandaram” na narrativa sobre seu parto, inclusive em relação ao uso de estratégias não farmacológicas para alivio da dor, que foram impostas a ela como benéficas, nem sempre considerando o seu desejo de utilizá-las.CONSIDERAÇÕES FINAIS: A assistência profissional ao parto induzido na maternidade pública mostrou-se fragilizada no que se refere a humanização do nascimento. A mulher não participou da escolha pela indução do parto, esta feita pelo profissional sem oferecer a mulher subsídios para sua participação na decisão. Ainda, a limitação da informação sobre como seria desenvolvida a indução dificultou o seu protagonismo neste processo. Apesar disso, alguns aspectos de seu TP evidenciaram posturas humanística. Faz-se então necessária uma mudança nesse quadro por meio de condutas éticas profissionais visando a participação integral da mulher e a corresponsabilidade na tomada de decisões.

3079 A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM ASSEGURAR AS BOAS PRATICAS NO TRABALHO DE PARTO
Haroldo da Silva Amorim Junior, Brenda jhuliane verissimo da Silva, Jessica da silva Nogueira

A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM ASSEGURAR AS BOAS PRATICAS NO TRABALHO DE PARTO

Autores: Haroldo da Silva Amorim Junior, Brenda jhuliane verissimo da Silva, Jessica da silva Nogueira

Trata-se de uma revisão bibliográfica qualitativa descrevendo a importância da utilização das boas práticas durante a assistência à parturiente, tendo como objetivo analisar a importância da atuação da equipe de enfermagem em assegurar as boas práticas no trabalho de parto. A pesquisa se deu através de revisão integrativa de literatura que tem por finalidade reunir a partir de busca sistemática e ordenada, as evidências disponíveis do tema investigado, tendo como resultado final parâmetros atuais. Inicialmente definiu-se o tema do estudo e o objetivo, emergindo assim o questionamento norteador: Quais as relações da equipe de enfermagem com as boas práticas? Os critérios de inclusão para a busca de estudos foram no período de 2013 a 2017: trabalhos indexados na base de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e na biblioteca eletrônica Scientific Electronic Library Online (SciELO Brasil); utilização dos descritores “Assistência de Enfermagem”, “Boas Práticas”, “Cuidados de Enfermagem”, “Enfermeiras Obstétricas”, “Parto Nomal/Humanizado”, junto ao operador booleano AND; publicações em formato de artigos; artigos redigidos nos idiomas português, inglês e espanhol; artigos de no mínimo cinco anos de publicação. Foram excluídos os artigos que não responderam à questão norteadora do estudo. Desse modo, ao consultar as bases de dados, identificaram-se 115 estudos no BVS. A busca de artigos, conforme os critérios de inclusão e exclusão mencionados ocorreram no mês de Setembro de 2017, identificando-se uma amostra final composta de 17 artigos, sendo 3 do LILACS, 7 do SciELO Brasil e 7 BDENF. Estando disponíveis online e foram acessados via programa de biblioteca virtual de saúde (BVS), que se trata de uma rede de serviços para a obtenção de cópias de documentos técnico-científicos disponíveis em acervos de bibliotecas de todo o Brasil. Buscou-se fundamentar a discussão na síntese do conhecimento evidenciado nos artigos analisados sobre a temática, a fim de contribuir para se compreender sobre a importância da atuação da equipe de enfermagem em assegurar as boas práticas no trabalho de parto. Constatou-se que é primordial a atuação do profissional que tem por objetivo a humanização, com o intuito de desfragmentar a relação assimétrica entre a parturiente e os profissionais, que enfatiza o protagonismo da mulher no processo gravídico puerperal e permite o cumprimento de direitos da cliente, como a presença de acompanhante de sua escolha. Constata-se que quanto mais capacitado for o profissional e, maior a quantidade e qualidade de recursos para o desenvolvimento do trabalho, obtêm-se a oportunidade de transformar seu conhecimento em prática. Identificando os momentos críticos e pondo em praticas as intervenções necessárias para minimizar a dor do parto, estar ao lado, dar conforto, esclarecer, orientar, ajudar a parir e a nascer, tendo a finalidade de promover uma assistência humanizada e integral. Evidencia-se a grande importância da equipe em todo o processo, da admissão quando é feito o acolhimento, sendo passada todas as informações a parturiente e seu acompanhante, esclarecendo suas duvidas e limitando seus anseios, bem como no CPNI com o acompanhamento do desenvolvimento do trabalho de parto, fazendo valer seu conhecimento técnico científico, assegurando conforto, minimizando a dor e as intervenções medicamentosas, proporcionando um parto mais humanizado e seguro. Entretanto Brasil (2017) destaca que apesar dos avanços, as mulheres ainda são muito expostas a altos índices de intervenções, tais como episiotomia, o uso de ocitocina, entre outros.O presente estudo evidenciou momentos da evolução da história do parto desde o domicílio até a instituição, deixando de ser um evento fisiológico passando a necessitar cada vez de intervenções e medicalizações. Constatando mudanças com o passar do tempo através de movimentos em prol da humanização do parto. Como se pode observar, a utilização das boas práticas, ressaltando a importância das práticas humanizadas aos profissionais na obstetrícia como forma de devolver o controle do trabalho de parto à mulher. Este modelo do parto estabelecido pelo ministério da saúde ainda não está empregado como se recomenda fazê-lo, observando o aperfeiçoamento para obter um trabalho de parto sem violências e traumas, físicos e psicoemocionais. Diante do evidenciado conclui-se que o preparo dos profissionais de enfermagem para um parto humanizado é de suma importância para que as boas práticas sejam essenciais não somente no processo parturitivo, mas que venha a ser demonstrada também em todo o processo gravídico. São diversas as práticas consideradas humanizadas e colocadas como diretrizes nacionais de assistência ao parto normal. Assim ajuda a diminuir as práticas intervencionistas desnecessárias auxiliando na taxa da redução de cesarianas, promovendo segurança, bem estar físico, psicoemocional para a mulher.

3226 ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA NA CONSULTA DE PUERICULTURA EM UM CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Karla Maria Carneiro Rolim, Maria Solange Nogueira dos Santos, Fernanda Jorge Magalhães, Érica do Nascimento Sousa, Larissa Paiva Gomes Girão, Maxwell Arouca da Silva

ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA NA CONSULTA DE PUERICULTURA EM UM CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Karla Maria Carneiro Rolim, Maria Solange Nogueira dos Santos, Fernanda Jorge Magalhães, Érica do Nascimento Sousa, Larissa Paiva Gomes Girão, Maxwell Arouca da Silva

Introdução: A assistência à saúde da criança é fundamental em função das constantes mudanças de crescimento e desenvolvimento nessa fase. A teoria holística de Myra E. Levine afirma que todas as funções do corpo devem estar em harmonia e integração para que haja equilíbrio no sistema. Com base nessa teoria são prestados os cuidados de Enfermagem na consulta de puericultura, visto que o enfermeiro avalia a criança de forma integral, buscando identificar e tratar possíveis “desequilíbrios” em seu estado de saúde. Objetivo: Relatar a atuação do enfermeiro na consulta de puericultura e os impactos desta atuação na saúde e no cuidado do lactente. Método: Estudo descritivo do tipo relato de experiência. Desenvolvido no em um centro de desenvolvimento da família, de uma Universidade na cidade de Fortaleza-CE. As consultas foram realizadas por acadêmicos e profissionais enfermeiros como critério avaliativo da disciplina Processo do Cuidar da Criança no Contexto da Atenção Básica, do curso de Enfermagem. As consultas foram realizadas conforme orientações do Ministério da Saúde e avaliam todas as dimensões do crescimento e desenvolvimento infantil. Utilizou-se na consulta o instrumento Modelo de atividade de vida - que abrange além da identificação da criança e do núcleo familiar: manutenção do ambiente seguro; comunicação; respiração; alimentação; eliminação; higiene e vestuário; higiene bucal; manutenção da temperatura corporal; mobilidade; trabalho e lazer; sexualidade; morte ou perda; e exame físico céfalo podálico completo. Foram traçados cuidados e intervenções de enfermagem baseados na literatura NANDA/NIC/NOC. Com foco exclusivamente ilustrativo apresentam-se os resultados obtidos em uma consulta de puericultura a uma lactente de 4 meses acompanhada pela mãe, e os cuidados de Enfermagem prestados. Resultados: Como queixa principal a mãe relatou dificuldade para manutenção do sono da lactente durante a noite, devido à presença de “coceiras” em MMII. Ao exame físico constatou-se a presença de lesões cutâneas em forma de pápulas eritematosas, hipertérmicas, em todo o corpo da lactente, principalmente em MMII, nas mãos, e iniciando na face, com prurido intenso. Realizou-se orientações quanto à disseminação da infecção por meio das mãos prescrevendo-se a higienização das mãos da lactente, e de todos que mantém contato, ainda de objetos próximos, e de roupas íntimas e de cama. Também foram feitas orientações quanto à necessidade de avaliação e tratamento médico não apenas da lactente, mas de todos os contatos. Como diagnóstico de enfermagem identificou-se: Integridade da pele prejudicada, relacionada a agente biológico, caracterizada por alteração na integridade da pele. Como resultados de enfermagem espera-se: que inicie o tratamento contra escabiose, apresente pele íntegra e livre de prurido, e que consiga restabelecer o sono tranquilo. Em seguida, fez-se encaminhamento para médico pediatra, e agendamento de retorno ao serviço para avaliação dos resultados. Conclusão: Verificou-se a importância da atuação da Enfermagem em todas as dimensões do cuidado ao lactente, favorecendo o cuidado imediato e o tratamento precoce de problemas de saúde que podem agravar-se, e que interferem diretamente na qualidade de vida da criança.

3383 MÉTODO CANGURU COMO INICIATIVA DE PROMOÇÃO E ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO CUIDADO MATERNO INFANTIL
Andressa Freire Salviano, Daniela Vasconcelos de Azevedo, Paulo César de Almeida

MÉTODO CANGURU COMO INICIATIVA DE PROMOÇÃO E ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO CUIDADO MATERNO INFANTIL

Autores: Andressa Freire Salviano, Daniela Vasconcelos de Azevedo, Paulo César de Almeida

APRESENTAÇÃO O Método Canguru (MC), inicialmente idealizado na Colômbia e trazido para o Brasil na década de 90, é indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um modelo de assistência perinatal voltado para o cuidado humanizado do recém-nascido (RN) prematuro e de baixo peso como alternativa ao cuidado convencional, promovendo benefícios à criança, à família e aos serviços de saúde. O MC é realizado em três etapas. A primeira tem início durante o pré-natal da gestação de alto risco e segue com a internação do RN na Unidade de Terapia Neonatal (UTIN). A segunda etapa consiste na internação do RN junto à mãe na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Canguru (UCINCa). Por fim, a terceira etapa se dá pelo acompanhamento criterioso do bebê em nível ambulatorial após alta hospitalar. Desde sua implantação no Brasil e em outros países, este método tem demonstrado benefícios em vários aspectos, como: aumento do vínculo afetivo entre mãe e filho, maiores taxas de ganho de peso e de aleitamento materno, melhor regulação da temperatura corporal do RN, maior alívio do estresse e da dor no neonato, segurança da mãe e da família nos cuidados com o bebê, principalmente em casa, melhor desenvolvimento neuropsicomotor do bebê, melhor relacionamento da família com a equipe de saúde, menor tempo de internação, com consequente redução do risco de infecções e redução dos custos hospitalares. Nesse contexto, este trabalho pretende relatar a experiência do acompanhamento de RN e suas respectivas mães assistidas pelo MC em um hospital de referência obstétrica e neonatal do Ceará.   DESENVOLVIMENTO O estudo foi realizado no Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), instituição terciária de alta complexidade, no período de janeiro a julho de 2017. O hospital é referência no Ceará para atendimento materno-infantil, dentre outras especialidades e foi um dos primeiros centros de referência que participou ativamente no processo de implantação e implementação do MC no Brasil. Este trabalho faz parte de um projeto maior que resultou na dissertação de mestrado da pesquisadora principal. Durante a coleta de dados foi possível observar as potencialidades e fragilidades da execução do MC na instituição através do diálogo com os profissionais de saúde e com as mães e familiares dos RN. RESULTADOS O HGCC possui uma UTIN com 20 leitos, duas Unidades de Cuidados Intermediários Neonatal Convencional (UCINCo) com 15 leitos cada e uma UCINCa contendo 10 leitos. O MC é efetuado em suas três etapas no hospital, como recomendado pelo MS. A primeira fase é realizada na UTIN, onde os pais têm livre acesso, são esclarecidos sobre o método e incentivados a permanecerem com seus filhos. A segunda fase é realizada na UCINCa onde o RN é internado junto a mãe para receberem os cuidados e orientações da equipe multiprofissional e praticarem o contato pele a pele por maior tempo possível e desejado pela mãe. A terceira fase acontece no ambulatório da UCINCa, onde após a alta hospitalar da segunda fase o RN é acompanhado até ganho de peso satisfatório e garantia de segurança da mãe e da família em relação aos cuidados com o bebê. Após alta da terceira fase e encerramento do MC, o RN é encaminhado para o ambulatório de Follow up que o próprio HGCC oferece ou para a Atenção Básica, ficando a escolha a critério da mãe. A partir do diálogo com os profissionais, mães e familiares dos RN, percebeu-se que há um acolhimento diferenciado e humanizado para esse público neonatal. De uma forma geral, as mães reconhecem a importância do MC para recuperação dos seus filhos, apontando como aspectos positivos poder estar mais perto do filho e a participação integral nos cuidados diários do neonato, o que as torna mais seguras após a alta hospitalar. Outro aspecto positivo apontado pelos profissionais de saúde do MC é a promoção do aleitamento materno, importante estratégia de promoção da saúde e segurança alimentar e nutricional. O aleitamento materno é uma prática que deve ser incentivada constantemente pelos profissionais de saúde. Além de capacitados, eles devem estar sensibilizados para apoiar e orientar as nutrizes, principalmente quando em contextos de saúde mais complexos, como na assistência à RN prematuros e de baixo peso. Durante a primeira fase do MC, enquanto os RN estão na UTIN, eles acabam alimentando-se por via enteral em grande parte dos casos. Quando eles chegam na UCINCa, segunda fase do MC, a maior aproximação e vínculo entre mãe e filho favorece o processo de amamentação e a recuperação do RN favorece a transição para alimentação oral ao seio. A terceira etapa do MC, a qual se dá ao nível ambulatorial, continua sendo um nó crítico para a assistência a esse público. Embora as taxas de aleitamento materno exclusivo permaneçam maiores comparados aos bebês que não são assistidos pelo MC, percebe-se que esse primeiro distanciamento do serviço repercute na continuidade da amamentação. A rede de apoio dos profissionais, serviços de saúde e familiares à díade mãe-filho tem um importante papel na manutenção do aleitamento materno em casa.Corroborando esse decréscimo nas taxas de AME tem a inserção de práticas inadequadas para o RN como uso de chupetas e mamadeiras, introdução de fórmulas infantis e alimentos. No entanto, a maior fragilidade encontrada no serviço é a continuidade após o encerramento do MC. Embora a instituição conte com o suporte de um ambulatório de Follow up, a adesão para continuação do acompanhamento ainda é pequena. Além disso, percebeu-se que o incentivo ao aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida não é fortalecido neste ambulatório, o que repercute na queda da taxa de amamentação ao longo dos meses.   CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo possibilitou uma maior reflexão sobre este método de assistência perinatal, sendo possível identificar os vários benefícios do MC para a saúde do RN. Além disso, a partir das fragilidades observadas no manejo e principalmente na assistência à longo prazo desse público, foi possível voltar a atenção dos profissionais para a necessidade de criação de novas estratégias de apoio às mães e RN, potencializando assim os cuidados do MC no serviço. O MC, dentre as várias estratégias voltadas para o cuidado materno infantil, constitui-se como uma metodologia viável, econômica e humanizada de promoção e assistência à saúde para RN prematuros e de baixo peso.  

3551 Assistência de enfermagem a puérpera com depressão pós-parto no ambiente hospitalar
Mayara Soares Gonzaga, Luan Guimarães Pessoa, Flávia Maia Trindade, Roger Martinho Filgueira de Farias, Sued Medeiros Leite, Ivone Eleutério de Menezes, Luzimere Pires do Nascimento

Assistência de enfermagem a puérpera com depressão pós-parto no ambiente hospitalar

Autores: Mayara Soares Gonzaga, Luan Guimarães Pessoa, Flávia Maia Trindade, Roger Martinho Filgueira de Farias, Sued Medeiros Leite, Ivone Eleutério de Menezes, Luzimere Pires do Nascimento

A depressão pós-parto (DPP) é considerada um transtorno mental de alta prevalência, que provoca alterações emocionais, cognitivas, comportamentais e físicas. Inicia-se de maneira insidiosa, levando até semanas após o parto. É uma patologia derivada da combinação de fatores biopsicossociais, dificilmente controláveis, que atuam de forma implacável no seu surgimento. Objetivo: é apresentar a assistência do profissional de enfermagem à Puérpera com DPP no Ambiente Hospitalar e tornar adequada uma assistência de enfermagem que seja capaz de contribuir para um cuidado de qualidade que atenda todas as necessidades dessas puérperas. Este estudo visa contribuir para promoção de uma assistência de qualidade para a saúde materna no pós-parto, uma vez que busca detectar como a assistência está sendo prestada, com a finalidade de estabelecer medidas de segurança para mãe e filho, de forma humanizada e holística atendendo todas as necessidades frente aos agravos ocasionados por essa patologia. Método do estudo: A presente pesquisa é exploratória, onde foi realizado primeiramente o levantamento bibliográfico, depois, entrevista com pessoas que tiveram experiência prática com o problema pesquisado, neste caso, com as puérperas internadas, onde os dados obtidos serão, analisados, classificados e interpretados, sem interferência do pesquisador. A pesquisa é de caráter qualitativo, não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc, realizado nos alojamentos conjuntos do Hospital Regional Jofre de Matos Cohen. Foi utilizado roteiro de entrevista, elaborado com perguntas abertas e fechadas, abordando sobre a temática do estudo: assistência de enfermagem à puérpera com depressão pós-parto, onde as primeiras perguntas eram relativas a seus sentimentos em relação à gravidez, à sua família, para saber se a participante teria alguns dos sintomas de DPP, já as últimas perguntas estavam relacionadas à assistência de enfermagem recebida pela participante, frente à esses sintomas apresentados. Os critérios de inclusão foram: puérperas que estejam na unidade hospitalar; com idades acima de 18 anos e abaixo de 30 anos; que aceitaram participar da pesquisa; residentes na cidade de Parintins. Foram excluídas da Pesquisa: as mulheres abaixo de 18 anos e acima de 30 anos; mulheres que residem fora do município de Parintins; as que não aceitarem participar da pesquisa; que não estejam no puerpério. Foi solicitada às entrevistadas a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, contemplando a Resolução n. 466, de 12 de Dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde que dispõe sobre as diretrizes e normas regulamentadoras das pesquisas envolvendo seres humanos, submetida ao comitê de ética em pesquisa – CEP por meio da Plataforma Brasil, onde se obteve o parecer de aprovado. De acordo com a Resolução CNS 466/12 do item II. 22, toda pesquisa com seres humanos envolve riscos, sendo estes de danos à dimensão física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano, em qualquer pesquisa e dela decorrente. Outro risco seria, que na entrevista poderia ter perguntas que seriam consideradas como possíveis causadores de danos psíquicos, intelectual e cultural, causando desconfortos e constrangimentos ao participante, e ainda perguntas que levariam a mulher a ter que comentar a respeito da sua gravidez e como foi assistida pela família durante esse processo e também como foi assistida pelos profissionais de enfermagem. Resultados: Quando indagadas sobre se a gravidez foi desejada, 8 (40%) mulheres responderam que sim que desejaram a gravidez e 12 (60%) mulheres disseram que a gravidez não foi desejada. Quando questionadas sobre a aceitação da gravidez pela família, 17 (85%) das mulheres responderam que foram bem aceitas pela família quando comunicaram que estavam grávidas, porém apenas 3 (15%) mulheres responderam que a família ou alguns membros da família como o marido e filhos não aceitaram a gravidez, e não tiveram o apoio familiar. Todas as mulheres entrevistadas (100%) informaram que não sabiam o que era de fato a depressão pós-parto. Portanto se fez necessário a realização de uma educação em saúde sobre a depressão pós-parto, para esclarecer e tirar as dúvidas que foram levantadas pelas mulheres. Quando perguntado as mulheres, se elas apresentaram alguns dos sintomas de DPP, 12 (60%) mulheres relataram que tiveram ansiedade, 6 (30%) mulheres relataram que tiveram preocupação por algum motivo, 5 (25%) mulheres responderam que não apresentaram nenhum desses sintomas, apenas 3 (15%) das mulheres informaram ter sentindo medo, principalmente sobre a saúde do recém-nascido e de não conseguir amamentar. Quando questionadas a respeito do interesse da equipe de enfermagem se mostrarem preocupadas sobre os sentimentos apresentados pelas mulheres no puerpério, 17 (85%) mulheres disseram que a equipe de enfermagem não demonstrava interesse pelos seus sentimentos, apenas 3 (15%) mulheres disseram que a equipe de enfermagem se mostrou bastante preocupada a respeito dos sentimentos referidos por elas. Quando questionadas, 17 (85%) mulheres entrevistadas responderam que estavam felizes por prestarem os primeiros cuidados ao filho, apenas 3 (15%) mulheres disseram que se sentiam mal por não poder cuidar sozinhas do filho, pelo motivo de seu filho ainda estarem na incubadora. Considerações finais: Neste estudo foi possível descrever que a Depressão pós-parto é uma patologia de alta prevalência e que vem se configurando como um grande problema de saúde materna, que envolve aspectos psicológicos, fisiológicos e sociais, podendo interferir na interação entre mãe e filho. Foi possível identificar como a enfermagem atua frente a depressão pós-parto no ambiente hospitalar através da visão das próprias puérperas. Portanto foi possível vermos que mesmo com alguns dos sintomas da DPP, não foi oferecido o suporte necessário em relação a seus sentimentos. Cabe o enfermeiro identificar e realizar cuidados individuais às mulheres com suspeita de DPP, criando um vínculo de confiança, passando a ouvi-las mais e orientá-las quanto as suas dúvidas e só então informar a seus familiares sobre os fatores de risco os principais sintomas. Pois se faz necessário a importância do apoio familiar e profissional neste momento, para que a puérpera possa ter segurança no seu papel de ser mãe. Observou-se também, que não é utilizado um instrumento de rastreamento como a Escala de Edimburgo, desenvolvida na Grã Betânia, que serve para identificar de forma segura e precoce a DPP, esta escala tem tradução em 11 idiomas e é validada no Brasil desde o ano de 2003 e desde então vem sendo vastamente utilizada para estudos epidemiológicos, e que também se configura como um instrumento de fácil aquisição e uso na rotina clínica, deste modo, auxiliaria na identificação precoce, tratamento ou encaminhamento dependendo da gravidade da patologia. Identificamos a importância tanto da puérpera quanto de seus familiares de serem informados sobre os riscos de adquirirem DPP no puerpério, para que estejam sempre atentos aos sintomas que podem aparecer em até o sexto mês após o parto, oferecendo assim, o suporte devido a essa mulher que se encontra em situação de vulnerabilidade. A união dos profissionais de saúde no ambiente hospitalar pode transformar esse momento em uma fase em que a puérpera se sentirá mais confiante e firme para expressar seus sentimentos, sentindo-se ajudada e acolhida. Agindo assim, de forma positiva na diminuição de casos de DPP através de medidas simples como detecção precoce e orientação, melhorando assim, a saúde da mulher em nosso país.  

3810 TECNOLOGIAS DE ENFERMAGEM PARA O MANEJO DA HEMORRAGIA PÓS-PARTO EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DA AMAZÔNIA
Isabele de Mendonça Castelo, Kátia Fernanda Alves Moreira, Marcos Antônio Sales Rodrigues

TECNOLOGIAS DE ENFERMAGEM PARA O MANEJO DA HEMORRAGIA PÓS-PARTO EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DA AMAZÔNIA

Autores: Isabele de Mendonça Castelo, Kátia Fernanda Alves Moreira, Marcos Antônio Sales Rodrigues

Objetivos: Propor medidas para prevenção, identificação e manejo da hemorragia pós-parto (HPP) na sala de parto da Maternidade Municipal Mãe Esperança (MMME) em Porto Velho - RO. Metodologia: Foram realizadas em conjunto com enfermeiros rodas de conversas a fim de conhecer os problemas vivenciados pela equipe de enfermagem durante as hemorragias pós-parto e assim discutir à luz das práticas baseadas em evidências científicas as propostas para organizar o processo de trabalho da enfermagem para prevenção, identificação e manejo das HPP. Resultados: As principais dificuldades apontadas pelos enfermeiros foram: falhas na identificação e manejo rápido, necessidade de treinamento para equipe e disparidade nas condutas. As propostas para melhoria do processo de trabalho foram: ciência do número de casos de HPP no serviço, treinamento para equipe multiprofissional e a construção de um protocolo operacional padrão (POP). Os resultados parciais foram: a inserção de medicação para HPP no setor, bem como a criação de um kit para acesso venoso rápido e administração das drogas em tempo oportuno. A inclusão da HPP na estatística da sala de parto para o conhecimento do número de casos ocorridos na instituição. A garantia junto ao Núcleo de educação permanente de uma agenda anual com a oferta de cursos com a temática HPP para a equipe multiprofissional da maternidade. Pretende-se após a sensibilização ocorrida nos cursos a construção e implantação do POP para HPP. Conclusão: A enfermeira Obstétrica exerce papel fundamental na mudança do modelo assistencial em favor do parto e nascimento. Projetos de intervenção que visam a autonomia e organização do processo de trabalho da enfermagem resultam também em melhorias no serviço e por tanto implicam diretamente na morbimortalidade materna. Faz-se necessário incluir os enfermeiros na organização dos serviços de saúde para melhorar os desfechos relacionados às HPP. Palavras-chave: Hemorragia pós-parto. Mortalidade materna. 

4468 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PARTURIENTE NO CENTRO DE PARTO NORMAL EM MARACANAÚ: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Aviner Muniz de Queiroz, Raquel de Maria Carvalho Oliveira, Thaynara Ferreira Lopes, Débora Pena Batista e Silva, Sarah Vieira Figueiredo, Letícia Alexandre Lima, Ilvana Lima Verde Gomes

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PARTURIENTE NO CENTRO DE PARTO NORMAL EM MARACANAÚ: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Aviner Muniz de Queiroz, Raquel de Maria Carvalho Oliveira, Thaynara Ferreira Lopes, Débora Pena Batista e Silva, Sarah Vieira Figueiredo, Letícia Alexandre Lima, Ilvana Lima Verde Gomes

A humanização do parto é uma das diferentes ações que integram a Política Nacional da Humanização (PNH), desenvolvida pela OMS, cuja premissa é o atendimento humanizado aos usuários do Sistema Único de Saúde, reduzindo as taxas de cesáreas e de mortalidade materna, e garantir maior participação da parturiente nas decisões sobre sua saúde, assegurando, assim, o máximo bem-estar da mulher e do bebê entre outros. O essencial da política de humanização é o acolhimento, que implica em uma recepção humana e atentiva às queixas, preocupações, angústias e dúvidas das mulheres, que são ouvidas, garantindo-lhes a responsabilidade da equipe na resolução dos problemas e na continuidade da assistência, quando houver necessidade desta. Nesse sentido, ressalta-se que a atenção humanizada é um conceito amplo que suscita muitos significados. Adota a concepção de que a atenção humanizada pressupõe que o profissional de saúde respeite a fisiologia do parto, sendo um processo natural, sem a realização de condutas invasivas desnecessárias. A valorização dos aspectos culturais e sociais e, principalmente da autonomia da mulher são imprescindíveis nesse processo. Além disso, a atenção humanizada durante o parto e nascimento seja pautada em uma abordagem onde a mulher é a protagonista neste momento e onde o profissional esteja apto a desenvolver o suporte físico e emocional à parturiente, com a utilização de práticas não invasivas tais como o estímulo à deambulação, à mudança de posição, o uso da água para relaxamento e massagens. A participação familiar também deve ser estimulada e apoiada no intuito de fortalecer a mulher e a formação de vínculos afetivos entre mãe, família e bebê. Neste contexto, ao atuar desta maneira, a enfermeira obstétrica tem colaborado e contribuído de forma significativa com as políticas públicas de Humanização do Parto e Nascimento do Ministério da Saúde do Brasil e atendido as recomendações emanadas pela Organização Mundial de Saúde visando o aumento do parto vaginal normal e a diminuição da morbimortalidade materna, perinatal e neonatal. Diante disso, tem-se a importância, na atenção à saúde das mulheres, compreendemos a integralidade como a concretização de práticas de atenção que garantam o acesso das mulheres a ações resolutivas construídas segundo as especificidades do ciclo vital feminino e do contexto em que as necessidades são geradas. Nesse sentido, o cuidado deve ser permeado pelo acolhimento com escuta sensível de suas demandas, valorizando-se a influência das relações de gênero, raça/cor, classe e geração no processo de saúde, de adoecimento das mulheres e na assistência ao parto humanizado. Com isso, objetivou-se relatar a experiência de implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem a gestante em trabalho de parto. O estudo é descritivo do tipo relato de experiência de caso clínico. Foi realizado no período de 31 de outubro a 09 de novembro de 2017, no centro de parto normal de um hospital de atendimento terciário da cidade de Maracanaú, Ceará. Foi baseado na Sistematização da Assistência de Enfermagem, assim, para que seja realizada da maneira correta, foram usadas as etapas do processo de enfermagem utilizando-se as classificações da NANDA 2015-2017. Nele foram coletados dados referentes ao histórico pessoal da gestante através de seu prontuário. De acordo com o roteiro de Sistematização da Assistência de Enfermagem do hospital, foi implementada as intervenções durante o trabalho de parto e pós-parto. Os dados foram analisados de acordo com a classificação North American NursingDiagnosisAssociation (NANDA 2015 – 2017). Durante o acompanhamento da paciente, foi realizada a Sistematização da Assistência de Enfermagem, onde se podem perceber alguns diagnósticos de enfermagem e, através deles, planejar a assistência e alcançar os resultados esperados. Diante da anamnese e consulta de enfermagem, foi possível observar os seguintes diagnósticos de enfermagem, como levantar-se prejudicado, conforto prejudicado, dor aguda, decorrente o processo de trabalho de parto, e risco de hemorragia. Com isso, foi possível realizar intervenções de enfermagem, com objetivo de proporcionar uma atenção integral a saúde da mulher e um maior conforto durante o processo de trabalho de parto. Além disso, as intervenções realizadas, foram oferecer o conforto, incentivar a parturiente a levantar e se movimentar para facilitar a descida do feto, oferecer as medidas de conforto e alívio da dor, como banho, massagens e conversar com a parturiente sobre a melhor posição para o trabalho de parto. Além disso, foram realizados os cuidados de enfermagem durante o pós-parto, como a monitoração dos sinais vitais, que pode identificar alguma infecção, a monitoração do sangramento e foi realizado a palpação do globo de segurança de Pinard para averiguar a contração do útero. Diante dos cuidados prestados à paciente, pode-se perceber a importância do cuidado humanizado prestado pela enfermagem, tendo em vista uma atenção integral à saúde da mulher gestante. É necessário para a humanização do parto um adequado preparo da gestante, iniciando durante o pré-natal, necessitando de um esforço no sentido de sensibilizar e motivar os profissionais de saúde e fornecer-lhes informações para um trabalho humanizado com as gestantes, incluindo desde as mais simples, de onde e como o nascimento deverá ocorrer, o preparo físico e psíquico da mulher. Além disso, a Enfermagem tem consciência da sua responsabilidade diante da qualidade do cuidado quepresta ao paciente durante o pré-natal, parto e puerpério, do atendimento da instituição, à ética, às leis e àsnormas da profissão, assim como da contribuição do seudesempenho na valorização do cuidado a mulher e ao recém-nascido e satisfação das pacientes. Pode-se concluir que o processo da assistência de enfermagem à mulher em trabalho de parto é de grande importância para uma evolução de forma segura e adequada desse parto, bem como garantir à mulher um apoio durante todo o momento. Ademais, devido à complexidade e particularidade de cada situação, a maneira como a assistência é oferecida implica na satisfação de quem recebe. É necessário considerar, ainda, que os pontos fundamentais do cuidado e do acolhimento às mulheres no processo de trabalho de parto não estão nas rotinas e instalações físicas, mas nas situações em que profissional e cliente se relacionam através da satisfação, fazendo com que as relações interpessoais sejam os verdadeiros instrumentos que contribuam para a vivência da hospitalização, fazendo desse relacionamento o eixo fundamental para a humanização do acolhimento na assistência à saúde.

1435 A ATUAÇÃO DAS DOULAS NA ASSISTÊNCIA AO PARTO HOSPITALAR COMO GATILHO PARA DIFERENTES IMPACTOS NO VOLUNTARIADO
Murillo Bruno Braz Barbosa, Marita de Almeida Assis Brilhante, Thuany Bento Herculano, Juliana Sampaio

A ATUAÇÃO DAS DOULAS NA ASSISTÊNCIA AO PARTO HOSPITALAR COMO GATILHO PARA DIFERENTES IMPACTOS NO VOLUNTARIADO

Autores: Murillo Bruno Braz Barbosa, Marita de Almeida Assis Brilhante, Thuany Bento Herculano, Juliana Sampaio

APRESENTAÇÃO: A palavra “doula” tem origem grega e significa “mulher que serve”. Hoje refere-se à pessoa que dá suporte emocional à mulher intraparto através de atividades como suporte emocional, encorajando e tranquilizando a gestante; medidas que tragam conforto físico e alívio da dor; instruções e apoio; fortalecendo o vínculo entre a equipe de saúde e a mulher. A inserção da doula no cenário de parto é considerada uma das boas práticas obstétricas incentivadas pela Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal, pois contribuem para reduzir a violência obstétrica nos sistemas público e privado. No Brasil, a inserção das doulas dentro das maternidades se deu sem a participação efetiva dos profissionais atuantes no cenário do parto, e muitas vezes, sem seu entendimento do escopo de atuação destas. Tal contexto abriu margem para resistências e possíveis conflitos dentro das equipes de saúde, sobretudo, porque grande parte das orientações oferecidas pelas doulas vão de encontro ao modelo obstétrico tradicional, ainda predominante, transformando o trabalho de parto num cenário de disputa entre os diferentes paradigmas assistenciais, em detrimento do protagonismo da mulher. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de estudo descritivo-exploratório, de natureza qualitativa, realizada com doulas voluntárias do Instituto Cândida Vargas (ICV), integrante da rede do SUS. Esta instituição possui o projeto de “Doulas Voluntárias” há 6 anos, sendo, portanto, um ambiente propício para avaliar a percepção das doulas acerca de sua inserção na assistência ao parto hospitalar. O ICV oferece um curso para formação de Doulas, com duração de sete meses, sendo um mês de aulas teóricas e seis meses de estágio obrigatório, no qual as alunas trabalham diretamente com as parturientes e os profissionais da saúde. Para este estudo foi utilizada, como instrumento de coleta de dados, a Tenda do Conto, que consiste numa prática dialógica, em que as pessoas compartilham histórias vividas, construindo aprendizados sobre a vida no encontro com o outro. A sessão durou cerca de 4 horas, sendo gravada e posteriormente transcrita para que, então, as narrativas fossem analisadas. Participaram 6 doulas que tinham concluído o Curso de Doulas do ICV. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba (CAAE - 56342016.5.0000.5188). Todo o material produzido foi subordinado à análise de conteúdo temática. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: A inserção das doulas dentro do cenário de parto na maternidade parece ter sido uma estratégia político-administrativa de contemplar as boas práticas preconizadas pela humanização do parto e nascimento. Todavia, o contraponto que sua presença produz nas práticas obstétricas hegemônicas funciona como gatilho de tensões entre paradigmas assistenciais antagônicos, na medida em que coloca holofotes sobre uma realidade pouco questionada. Ao se inserirem no hospital, as doulas trazem práticas e saberes diferentes do que é tradicionalmente operado nesse ambiente. A proposta de cuidado exercido por elas se baseia no encontro com as mulheres, ressaltando o lado subjetivo da atenção. Para elas, a maneira como os profissionais da maternidade tratam as gestantes e seus acompanhantes e as práticas que adotam são centradas em procedimentos muitas vezes desnecessários, e por isso, violentas. As doulas expressam grande frustração com a impossibilidade de debater com a equipe de saúde a não necessidade desses procedimentos. Frente às dificuldades vivenciadas no ambiente hospitalar, cada doula da Tenda do Conto encontra um modo particular de agir, nos dando a possibilidade de analisar três estratégias de enfrentamento assumidas por elas. A primeira delas é a atitude de luta diante de cenas de maus tratos físicos ou verbais dos profissionais com as gestantes. Essa oposição direta e objetiva se dá porque elas entendem que o combate da violência obstétrica é inerente ao seu papel. Ademais, também procuram incentivar o protagonismo e a autonomia da mulher durante o parto, divulgar seus direitos e esclarecer as formas de violência obstétrica. O distanciamento entre a doula, com atitude de luta e a equipe da instituição acaba resultando em conflitos. Os profissionais da maternidade ampliam a resistência a sua presença na cena do parto, por considerarem que elas atrapalham os procedimentos. Frente a este cenário conflituoso na maternidade pública, algumas doulas relatam que decidem se desligar do serviço voluntário, para não mais ter que se subordinar aos ditos da equipe de saúde, e trabalhar apenas como doulas particulares. Essa seria uma segunda estratégia de enfrentamento, a fuga. No sistema privado, a doula é contratada pela parturiente, que, por sua vez, busca contratar também equipes que tendem a assumir práticas mais humanizadas e serem mais empáticas à presença das doulas. Este movimento de fuga do setor público traz como consequência a elitização da humanização do parto: a doula passa a ser apropriada pela lógica do capital, passando de um dispositivo emblemático do movimento da humanização, para mais uma forma de mercantilização da saúde em busca de um cuidado respeitoso. Por fim, identificamos algumas doulas que assumem uma terceira estratégia de enfrentamento, a qual denominamos de institucionalização. Nesta forma de agir, a doula permanece no cenário de conflito e se coloca como mediadora entre a equipe médica e a mulher, a fim de amenizar o sofrimento que as gestantes venham a passar durante a assistência. Partem do pressuposto que durante o trabalho de parto, a melhor forma de proteger a mulher da violência obstétrica é tentar fazer com que ela não se perceba violentada, ao tratá-la de forma carinhosa enquanto as intervenções (mesmo que desnecessárias) são feitas. Percebe-se, portanto, uma atuação que dociliza a mulher, afim de que ela não se sinta desrespeitada. Assim, elas se mostram mais permissivas às intervenções desnecessárias, produzindo menos tensionamentos com a equipe. As doulas ‘institucionalizadas’ não naturalizam a violência presenciada, e reconhecem a importância de promover o protagonismo e a autonomia da parturiente durante o trabalho de parto. Contudo, elas se enxergam como membro da equipe de saúde e preferem informá-los e ajudá-los a desenvolver boas práticas, do que repreendê-los por prestarem uma assistência inadequada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A inserção das doulas no contexto analisado não foi um processo natural resultante de um novo paradigma de assistência obstétrica, e como tal, encontrou resistência e gerou conflitos, pois colocou holofotes em práticas consideradas obsoletas pelo movimento da humanização. Num cenário hostil à sua atuação, as doulas no lugar de funcionarem como dispositivos para melhoria da qualidade da assistência, muitas vezes, são gatilhos de embates e de produção de mais violência, e isso produz sofrimento nelas e nos demais. Assim, a doula voluntária formada para atuar no contexto do SUS é cooptada pelo mercado do parto humanizado no âmbito privado. Certamente, essa mudança de contexto da doulagem trará impactos nesta atuação, sendo importante por em pauta essas possíveis mudanças. O grande desafio será garantir que em tanto no contexto público, quanto privado, a doula possa ser um contraponto ao modelo obstétrico vigente, funcionando como um dispositivo para transformação da assistência, cuja função basilar deve ser o bem-estar da mulher.

1412 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À GESTANTE COM ROTURA PREMATURA DE MEMBRANAS OVULARES E OLIGOÂMNIO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Gabriela Campos de Freitas Ferreira, Suzayne Naiara Leal, Victória Malcher Silva, Ricky Falcão Trindade, Elisângela da Silva Ferreira

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À GESTANTE COM ROTURA PREMATURA DE MEMBRANAS OVULARES E OLIGOÂMNIO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Gabriela Campos de Freitas Ferreira, Suzayne Naiara Leal, Victória Malcher Silva, Ricky Falcão Trindade, Elisângela da Silva Ferreira

APRESENTAÇÃO: A Rotura Prematura de Membranas Ovulares (RPMO) é definida consensualmente como a rotura espontânea das membranas coriônica e amniótica comprovadamente antes do início do trabalho de parto independendo da idade gestacional. De especial interesse são os casos de RPMO que ocorrem antes de 34 semanas de gestação. A incidência da RPMO espontânea é de aproximadamente 5%, sendo associada a um terço de todos os partos prematuros. Etiologicamente podemos dividi-la em espontânea e iatrogênica. A iatrogênica pode ser decorrente de cirurgias cervicais durante a gestação ou de procedimentos invasivos intrauterinos, como amniocentese, biópsia de vilosidades coriônicas e laserterapia; possui bom prognóstico na maioria dos casos, apresentando resolução espontânea da lesão em um período de 2 a 3 semanas. Porém a espontânea é complexa e multifatorial e envolve fatores que alteram a estrutura das membranas (colágeno), sendo os mais importantes: 1- Sobredistensão uterina (polidrâmnio e gestação múltipla); 2- Fatores mecânicos (contrações uterinas e movimentação fetal); 3- Alteração da integridade cervical (incompetência cervical e cerclagem). 4- Fatores intrínsecos às membranas (deficiência de alfa- 1-antitripsina e síndrome de Ehlers-Danlos); 5- Alteração da oxigenação tecidual (tabagismo); 6- Diminuição da atividade imunológica bactericida do líquido amniótico. As complicações podem ser tanto para a mulher quanto para o feto, sendo as principais complicações maternas a corioamnionite (também denominada infecção ovular ou intra-amniótica), a endometrite e a bacteriemia são as mais frequentes. A sepse materna é rara devido à pronta intervenção obstétrica diante dos sinais maternos de infecção podendo evoluir para oligoâmnio que é definido como a redução do volume de líquido amniótico, que é classicamente definida como valores abaixo de 300 a 400 mL e ocorre em aproximadamente 0,5 a 5,5% das gestações. Existem três principais complicações da RPMO pré-termo de origem fetal/neonatal a hipoplasia pulmonar, prematuridade e infecção neonatal e quando associada a oligoâmnio acarreta aumento do risco de óbito fetal e deformidades peculiares decorrente da dificuldade de movimentação fetal e de contraturas musculares e flexão como: fácies característica com orelhas dobradas, nariz achatado, pele enrugada e deformidades de extremidades (pé torto). A conduta inicial diante do diagnóstico de RPMO e oligoâmnio é a internação hospitalar da gestante, e baseia-se em determinação da causa primária, confirmação da idade gestacional, pesquisa de sinais de corioamnionite no momento da internação e avaliação da vitalidade fetal. Conduta na RPMO em gestações abaixo de 36 semanas: conduta expectante, controle da vitalidade fetal, pesquisa de corioamnionite. Conduta na RPMO após 36 semanas de gestação: Conduta ativa, ou seja, inicia-se a indução do parto ou realiza-se cesárea imediatamente. Nesse sentido, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) como atividade privativa do enfermeiro, representa o fortalecimento na atuação deste profissional e contribui na melhora da qualidade do serviço prestado, organizando e consolidando um plano de cuidados mais individualizado, oferecendo subsídios para metodologias interdisciplinares e humanizadas de cuidado a fim de melhorar a qualidade de vida do paciente. Com tudo objetivou-se relatar a experiência da aplicação da SAE a uma paciente com RPMO e oligoâmnio. METODOLOGIA: trata-se de um relato de experiência, desenvolvido por alunos do 6° semestre durante a prática clínica da atividade curricular Enfermagem Obstétrica. Foi realizado em uma enfermaria obstétrica patológica de um hospital de ensino de alta complexidade em Belém-PA, no mês de fevereiro de 2017. Durante as práticas vivenciais sob supervisão de um preceptor, aplicou-se o processo de enfermagem aos pacientes internados na instituição. A coleta de dados foi realizada mediante exame físico e análise dos registros do prontuário a fim de identificar as principais necessidades afetadas no paciente. Os dados coletados foram analisados e posteriormente identificados os diagnósticos de enfermagem, verificados os resultados esperados e implementadas as intervenções de enfermagem necessárias, visando às necessidades do paciente e da família, utilizando-se como parâmetro a taxonomia NANDA (Nursing diagnoses: definitions & classification- 2015-2017), NOC (Nursing Outcomes Classification) e NIC (Nursing Interventions Classification). RESULTADOS: Gestante, APFG, 16 anos, 21º DIH, 31º dia de P.O de cirurgia neurológica devido mal formação congênita arterio-venosa frontal cortical à esquerda com diagnóstico de oligodrâmnio severa (ILA: 5.63 cm) + RPMO. Deambulando com auxílio de acompanhante devido à hemiplegia direita. G1 P0 A0, DUM: 15/07/2016, DPP: 22/04/2017, IG: 30 semanas e 6 dias. Exame físico: Pele normocorada, couro cabeludo íntegro, mucosa ocular hipocorada, rede linfática sem alterações palpáveis, tórax simétrico, mamas: simétricas, túrgidas, mamilos protusos. Abdome: gravídico. Estática fetal: situação longitudinal, apresentação cefálica, posição direita, ausculta de BCF em QID. Diurese presente, sem disúria, evacuações presentes e sem alterações, sono e repouso preservados, dieta oral mal tolerada (náuseas), ingesta hídrica diminuída por intolerância da paciente (estresse ambiental). Observando as necessidades individuais prioritárias, elencou-se os diagnósticos de enfermagem: volume de líquido deficiente relacionado à perda de líquido amniótico via vaginal evidenciado por oligoâmnio; 1-deambulação prejudicada, relacionada à hemiplegia direita caracterizado por sequela pós-operatória; 2-volume de líquido deficiente, relacionado a RPMA evidenciado por oligoâmnio; 3-conhecimento deficiente, relacionado a limitação cognitiva, evidenciado por comportamento apático; 4-risco de infecção, relacionado ao aumento da exposição ambiental a patógenos, procedimentos invasivos e RPMO; 5- risco de binômio mãe – feto perturbado, relacionado a complicações na gestação (RPMO). Com a execução da SAE, espera-se atingir os seguintes resultados: 1-Entendimento do paciente e da família sobre prevenção de quedas; Controle de riscos; Maior controle motor e equilíbrio; Aumento da segurança e facilidade para mobilização. 2-Controle do risco de volume de líquidos deficiente; Manutenção do equilíbrio eletrolítico e ácido- básico; Manutenção do equilíbrio hídrico; Hidratação satisfatória; SSVV estáveis; Crescimento e desenvolvimento do feto satisfatórios. 3-Melhorara do desempenho cognitivo cerebral; Estabelecer auto responsabilidade no paciente; Que o autocuidado torne-se um hábito e uma atividade de vida diária; Melhora no desempenho do estado neurológico; 4-Detecção dos riscos; Riscos controlados.  5-Evolução satisfatória da gestação; Reestabelecimento das funções cognitivas Crescimento e desenvolvimento do feto satisfatórios. Para tanto, foram traçadas as seguintes intervenções de enfermagem, respectivamente: 1-Orientar acompanhante sobre os déficits cognitivos e físicos capazes de aumentar o potencial de quedas; Educar acompanhante sobre formas de reduzir riscos de queda; Colocar objetos pessoais ao alcance do paciente e evitar posiciona-lo do lado comprometido; Orientar o paciente a pedir ajuda para movimentar-se, conforme apropriado; Firmar banquinho manualmente para facilitar subidas e descidas do leito (orientar acompanhante); Sugerir calçados seguros. 2-Monitorar a condição de hidratação (mucosa úmida, pulsos adequados e pressão sanguínea ortostática) conforme apropriado; Manter registro preciso da ingestão e eliminação; Monitorar SSVV; Monitoração da vitalidade fetal Incentivar ingesta hídrica e orientar distribuição ao longo das 24 horas, conforme apropriado; Monitorar a condição nutricional. 3-Providenciar técnicas para melhorar a cognição (calendário, relógio, lista com horários de medicamentos); Observar a capacidade do paciente para autocuidado independente; Estabelecer uma rotina para as atividades de autocuidado; Oferecer assistência física a paciente quando necessário. 4-Controlar os riscos após a detecção. Cuidados com AVP; Controle de medicamentos; Monitoração do estado nutricional; Supervisão da pele. 5-Providenciar técnicas para melhorar a cognição (calendário, relógio, lista com horários de medicamentos); Monitoração da vitalidade fetal; Monitoração dos SSVV. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante dos problemas evidenciados, destaca-se a importância da sistematização da assistência de enfermagem, para obtenção de diagnósticos e intervenções que reflitam as necessidades reais e aos riscos gerados a pacientes no ciclo gravídico patológico. Para tanto, o processo de enfermagem possibilita ao enfermeiro organizar e implementar este cuidado de maneira eficiente e individualizado, promovendo uma assistência holística.

2638 A ENFERMAGEM E O PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO NO TRABALHO DE PARTO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Nayara da Costa Souza, Aryanne Lira dos Santos Chaves, Fernanda Serrão Pereira, Gabriella Martins Soares, Karoline Costa de Souza, Maria Suely de Sousa Pereira Pereira, Nandara Barbosa França

A ENFERMAGEM E O PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO NO TRABALHO DE PARTO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Nayara da Costa Souza, Aryanne Lira dos Santos Chaves, Fernanda Serrão Pereira, Gabriella Martins Soares, Karoline Costa de Souza, Maria Suely de Sousa Pereira Pereira, Nandara Barbosa França

APRESENTAÇÃO: O trabalho de parto sofreu diversas intervenções ao longo dos anos, e passou a ser tratado de forma hospitalocentrico e medicalizado. No entanto, o parto é um processo fisiológico e deve ser visto dessa forma, caso não haja eventos adversos. A enfermagem é essencial para o processo de humanização do trabalho de parto e isso deve ser aprendido desde da formação acadêmica. A assistência realizada de forma humanizada protege e enfatiza a cultura do parto natural e da as parturientes o papel de protagonistas, participando das decisões que implicam no seu conforto e do bebê durante a parturição. A conscientização de bom desenvolvimento durante o trabalho de parto, que está vinculado ao bem-estar emocional e físico da parturiente traz a redução de riscos e complicações. A enfermagem nos últimos anos tem estado a frente das discussões que envolvem a saúde da mulher e junto com alguns movimentos sociais lutando pelos direitos femininos acerca do programa de humanização no pré-natal e nascimento. O ministério da saúde (MS) tem fornecido diversas portarias para fortalecer as práticas de humanização nestas áreas e favorecer a atuação da enfermagem na saúde da mulher em seus âmbitos de atuação, pois dessa forma mais próxima e com esclarecimento adequado diminuir as intervenções e riscos, bem como danos psicológicos alcançando uma parte do objetivo que é a assistência humanizada. O presente relato tem o objetivo de descrever a percepção dos acadêmicos sobre a importância da enfermagem na humanização do trabalho de parto. DESENVOLVIMENTO: Relato de experiência de acadêmicas de enfermagem da Escola de Enfermagem de Manaus – EEM da Universidade Federal do Amazonas – UFAM, sobre a experiência como integrantes da Liga Acadêmica de Enfermagem em Saúde da Mulher no Amazonas (LAESMAM), ressaltando a importância da enfermagem no processo de humanização do trabalho de parto. LAESMAM proporciona plantões para os ligantes, onde os mesmos têm oportunidade de construir um atendimento de enfermagem obstétrica humanizada, enfatizando o que aprendemos na teoria. Os plantões ocorrem na Maternidade Ana Braga, localizada no bairro São José, zona leste de Manaus, Amazonas. A permanência na liga tem duração de um ano, e iniciou em março de 2017. Os plantões são realizados em dupla, e os ligantes acompanham os enfermeiros e os residentes de obstetrícia que atuam na assistência aos partos naturais. No centro de parto natural intrahospitalar (CPNI) os quartos estruturados para garantir uma assistência adequadas para as parturientes, o enfermeiro obstétrico tem autonomia na assistência aos partos de baixo risco conforme preconizado pelo Ministério da Saúde e utilizam métodos não farmacológicos (MNF) para a diminuição da dor. Os ligantes que passaram pelo CPNI tiveram à oportunidade de colocar em prática os MNFs que aprenderam nas aulas teóricas e palestras da LAESMAM, sendo os métodos usados: banho de aspersão, bola suíça, massagem, musicoterapia, deambulação, mudanças de decúbito e técnicas de respiração e relaxamento. Bem como assistir as parturientes de forma humanizada e centrada nas necessidades da mulher. RESULTADOS/IMPACTOS: Durante os plantões da LAESMAM, os discentes tiveram a oportunidade de colocar em prática e aperfeiçoar seus conhecimentos sobre a área da enfermagem obstétrica, o que não é possível somente nas aulas práticas da disciplina. As parturientes assistidas durante os plantões das acadêmicas, ao serem admitidas na maternidade em trabalho de parto, e expressarem a vontade de ter parto normal e não havendo nenhuma complicação obstétrica eram levadas para o CPNI e acolhidas pela enfermeira e os residentes de plantão, onde eram orientadas sobre as vantagens do parto natural e os MNF para alivio da dor. Em seguida utilizava-se o partograma para acompanhar a evolução do trabalho de parto, como a frequência das contrações uterinas, os batimentos cardiofetais e a dilatação cervical materna, a frequência dos toques vaginais eram evitadas ao máximo e na medida do possível, realizadas sempre pela mesma pessoa. Os direitos legais das parturientes são respeitados e a presença do acompanhante é permitida durante todo o processo de trabalho de parto. Na assistência, os ligantes que acompanhavam a enfermeira nos partos utilizavam os MNF’s para diminuição e alívio da dor. Ao aplicar esses métodos, foi possível observar que as parturientes ficam mais relaxadas e colaboram mais no trabalho de parto. Ao serem ensinadas e aplicarem a técnica correta de respiração, nota-se que elas ficam menos fadigadas e ansiosas. O banho de aspersão deixa a mulher mais relaxada e diminui a sua percepção de dor, na maioria das vezes as mulheres pedem para ficar mais tempo no banho. A deambulação ajuda a acelerar o trabalho de parto, assim como a bola suíça, que também ajuda na descida e encaixe do feto, sendo que as mulheres demonstram interesse em utilizar a bola. Quando são internadas para terem seus bebês, as mulheres sentem-se submissas e muitas não sabem de seus direitos. Ao informa-las que poderiam ouvir músicas que gostassem e acalmassem, algumas não acreditavam que poderiam fazer isso dentro da maternidade. Outra paciente em trabalho de parto fez uso da musicoterapia durante seu trabalho de parto, associado a outros métodos, o que a ajudou a permanecer relaxada. Sobre a mudança de posições, os profissionais de enfermagem lutam para que a liberdade de posições seja dada a parturiente, pois a clássica posição de litotomia ainda é muito forte e presente, sendo forçada por alguns profissionais antigos e desatualizados. No entanto, quando são informadas que podem mudar de posição, as mulheres se surpreendem. E por fim a massagem, que relaxa e alivia a dor através do estimulo e contrapressão de pontos específicos. A maioria das mulheres atendidas pelas ligantes relatam não ter feito uso desses MNF’s nos seus partos anteriores, nem de conhecidos seus. No entanto, expressam a vontade em saber mais sobre os métodos e utiliza-los. Outra questão importante para a humanização do parto adotada nesta maternidade pela enfermagem e fortalecida pelos ligantes, foi o juramento do corte do cordão umbilical criado por um enfermeiro da maternidade para incluir o pai/acompanhante durante o parto. Dessa forma, podemos quão grande a importância da enfermagem para incluir e fortalecer práticas baseadas em evidencias que podem ajudar no trabalho de parto, além de torna-lo mais humanizado, a enfermagem ajuda a mulher a ser a verdadeira protagonista do seu parto. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Durante a vivência e realizações das atividades, todas as parturientes atendidas no CPNI, tiveram acompanhante presente durante todo trabalho de parto, e tiveram uma assistência humanizada e segura até o nascimento do seu bebê, foi evidenciado práticas assistenciais pautadas nas evidências científicas enfatizam a fisiologia natural do parto e dão as parturientes o papel de protagonistas, participando das decisões que implicam o processo natural, evitando condutas desnecessárias ou de risco para a mãe e o bebê. A satisfação de ser assistida por profissional qualificados e humanizados fazem com que o retorno seja imediato, pós-parto as puérperas agradecem e relatam as experiências vivencias durantes as dores do parto e o uso das MNF’s e de que contribuíram para aceleram minimizar de forma positivas para o nascimento do seu bebê. O profissional enfermeiro deve estabelecer uma relação de respeito levando em conta as necessidades, valores e sentimentos das parturientes, contribuindo para promoção de seu bem-estar físico e psicológico através de métodos que conforte e minimize as dores do parto.  Conclui-se que o advento do parto natural vem ganhado viabilidade e oferecendo a mulher o acompanhamento humanizado na gestação, parto e pós-parto e o papel do enfermeiro é garantir que todos os direitos dessas mães sejam assegurados e estabelecer um vínculo entre cliente/profissional.