169: O partejar o e cuidado: a relação entre o real e o prescrito
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: ICB Sala 12 - Pavulagem    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
2352 AUTOEFICÁCIA EM AMAMENTAÇÃO: estudo em uma maternidade pública
Lerissa Nauana Ferreira, Sandra Maria Schulz, Kátia Fernanda Alves Moreira, Davisson Michetti de Oliveira, Nayra Carla de Melo, Edson dos Santos Farias, Bianca Oyola Bicalho, Caio Alves Barbosa de Oliveira

AUTOEFICÁCIA EM AMAMENTAÇÃO: estudo em uma maternidade pública

Autores: Lerissa Nauana Ferreira, Sandra Maria Schulz, Kátia Fernanda Alves Moreira, Davisson Michetti de Oliveira, Nayra Carla de Melo, Edson dos Santos Farias, Bianca Oyola Bicalho, Caio Alves Barbosa de Oliveira

Introdução: O aleitamento materno (AM) tem importância fundamental para o crescimento e desenvolvimento adequados da criança e para a sua saúde física e psicológica.  É de fato considerado em todo o mundo um dos pilares fundamentais para a promoção e proteção à saúde da criança e seu impacto social pode ser quantificado por meio da redução de atendimentos médicos, hospitalizações e tratamentos medicamentosos, uma vez que o AM tem menor risco de adoecer. As evidências científicas apontam que o aleitamento materno é o alimento mais adequado para a criança, desde o nascimento até os primeiros anos de vida, contribuindo para a saúde das crianças e das mães, além dos benefícios para a família e, consequentemente, para a sociedade. Devido a estas evidências, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) brasileiro recomendam que todos os bebês recebam aleitamento materno exclusivo (AME) até o sexto mês de vida e, após este período, a amamentação deve ser complementada com outros alimentos até 2 anos ou mais. As principais causas do desmame precoce estão relacionadas com a introdução de outros alimentos na dieta do lactente antes do período recomendado; recusa do seio materno  pela  criança,  que  está  diretamente  relacionado  com  o  posicionamento incorreto do recém-nascido no momento da amamentação; trabalho materno fora do domicílio;  “rejeição” do  ato  de  amamentar  pela  própria  mãe,  relacionado  à  dor  e paradigmas culturais; doenças maternas e da criança; utilização de medicamentos pela mãe; impressão materna de que a criança não tem sua fome saciada com esse leite - “leite fraco ou insuficiente” - e escassez de programas educativos eficientes. Podem existir inúmeras causas que levam a nutriz a pensar que seu leite é insuficiente para sustentar a criança, entre elas estão os fatores sócias, culturais, psicológicos, experiência anterior na amamentação sem sucesso, falta de informação, falta de apoio e incentivo. A inserção da nutriz no mercado de trabalho, também é um fator favorável para o desmame precoce, por não poder conciliar as múltiplas atribuições, transformando em motivo de angustia e preocupações para a nutriz e estes sentimentos impactam de forma negativa, na fisiologia da lactação. Portanto, mães que não trabalham fora do lar, tem chance maior de manter o aleitamento materno exclusivo. Crianças nascidas por cesarianas eletivas tem risco três vezes maior de serem desmamadas no primeiro mês do que as crianças nascidas de parto normal ou cesárea emergencial. O conceito de autoeficácia tem provado ser um constructo bastante versátil e heurístico, com aplicações em diversas áreas e especialidades, além da Psicologia. A confiança ou autoeficácia foi estudada por Albert Bandura, tendo como base a Teoria da Aprendizagem Social. Com o desenvolvimento de seus estudos, passa a definir sua própria como Teoria Social Cognitiva e utiliza-se de sua teoria como base para análise do construto autoeficácia. O construto de autoeficácia refere-se a um fator que medeia os comportamentos de saúde, uma vez que os indivíduos precisam ter a convicção de que poderão realizar com êxito determinada tarefa ou comportamento, acreditando que irá atingir o resultado de saúde esperado. Assim, é preciso compreender que não basta o indivíduo acreditar que determinado comportamento pode ajudá-lo a atingir um objetivo específico, é preciso que ele se sinta capaz de executar pessoalmente tal comportamento. Objetivo: Avaliar a autoeficácia em amamentação de puérperas internadas em alojamento conjunto e verificar a associação dos fatores sociodemográficos e obstétricos com a autoeficácia. Metodologia: Caracteriza-se como um estudo quase-experimental, com abordagem quantitativa, rea-lizado com 153 puérperas de uma maternidade pública da Amazônia Ocidental, credenciada com o título Hospital Amigo da Criança. As participantes desta pesquisa estavam divididos em dois grupos, o primeiro grupo recebeu intervenção educativa, baseado nas informações contidas no álbum seriado “Promovendo o aleitamento materno” do Ministério da Saúde, tipo “Roda de conversa” com 80 participantes e o segundo grupo de observação, com 78 participantes, sem intervenção educativa. A coleta dos dados ocorreu no período de janeiro a junho de 2017, utilizando a Breastfeeding Self-Efficacy Scale–Short Form (BSES-SF), um formulário para caracterização das puérperas e um formulário de acompanhamento por via telefônica, com acompanhamento no 7º, 15º, 30º, 45º e 60º dia pós-parto. Os dados foram analisados estatisticamente no software Statistical Package for Social Science (SPSS, versão 20.0). Resultados: Não houve baixa autoeficácia em amamentação nos grupos de estudo, houve autoeficácia moderada e alta. Predominou autoeficácia nível alto, em puérperas na faixa etária de 19 a 30 anos, em ambos os grupos, 63,8% no grupo de intervenção e 61,5% no grupo de observação. As puérperas casadas foram predominantes e tiveram autoeficácia elevada, em ambos os grupos, 80% no grupo de intervenção e 66,7% no grupo de observação. A prevalência de desmame precoce, houve mais significância no grupo de observação, que ao final do período de 60 dias pós-parto, resultou em apenas 46,2% de crianças em aleitamento materno exclusivo (AME), comparado com o grupo de intervenção que manteve 83,8% das crianças em AME. De acordo com a autoeficácia, a maioria das puérperas com 92,6% no grupo de intervenção e 80,8% no grupo de observação apresentou autoeficácia alta na amamentação. Considerações Finais: A aplicação da escala de autoeficácia em amamentação é um instrumento eficaz identificar puérperas com risco de desmame precoce, associado com outros fatores predisponentes para a interrupção precoce do aleitamento materno, como puérperas adolescentes, primigestas, mulheres solteiras, pós-parto de cesarianas e outros fatores suscetíveis, que podem ser observados pela equipe de saúde durante o pré-natal e no puerpério. Assim, a avaliação da autoeficácia da mulher em sua habilidade para amamentar, ainda no pré-natal pós-parto, pode ser de grande valia para os profissionais de saúde. O acompanhamento ainda no pré-natal, com visitas domiciliares, formação de grupos de mães e com sessões individuais conduzidas no pré e pós-natal, proporciona apoio face a face à amamentação e envolve os familiares nesse apoio. As atividades de grupo de mães e de gestantes se baseiam na noção de que a oportunidade dessas mulheres compartilharem em grupo suas expectativas, experiências e vivências em relação à amamentação, combinada à orientação pelos profissionais de saúde, pode prevenir dificuldades e permite lidar com a ansiedade, inseguranças e eventuais problemas relacionados ao aleitamento materno. Ao aplicar a BSES, foram observadas mulheres com maior risco de desmame precoce, identificando as dificuldades iniciais nas primeiras semanas de amamentação, relacionados com a interrupção precoce do aleitamento materno conforme apresentado neste estudo. Este instrumento possui baixo custo, de fácil aplicação, possui evidências científicas de sua confiabilidade para avaliação da autoeficácia em amamentar, podendo ser utilizada em qualquer período perinatal.

2484 AMBIVALÊNCIA NA HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA PROFISSIONAL AO PROCESSO DE PARTO EM PORTO VELHO-RO
Vivian Rodrigues Tadeus, Elen Petean Parmejiani

AMBIVALÊNCIA NA HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA PROFISSIONAL AO PROCESSO DE PARTO EM PORTO VELHO-RO

Autores: Vivian Rodrigues Tadeus, Elen Petean Parmejiani

A assistência obstétrica humanizada inclui assistir a mulher no seu processo de parturição de modo seguro, acolher, ouvir, reconhecer e respeitar a individualidade de cada uma, explicando cada procedimento a ser realizado e agir de modo a proporcionar o exercício da autonomia feminina. Porém, nem sempre as práticas profissionais são conduzidas por esse prisma. Buscou-se, assim, identificar na experiência de mulheres que vivenciaram a parturição em uma maternidade pública de Porto Velho-RO elementos contribuintes e prejudiciais para a humanização da assistência ao processo de parto. Trata-se de estudo descritivo, qualitativo, realizado no período de janeiro a março de 2016, após aprovação ética (Parecer nº 1.806.372/CEP/UNIR). O corpus empírico foi composto por meio da entrevista semiestruturada, realizada com três puérperas, que tiveram parto vaginal na maternidade de pública de Porto Velho. Tem-se como limitação do estudo o número de participantes, pois a coleta de dados, que já estava autorizada, foi impedida pela direção da maternidade. A análise categorial temática permitiu identificar dez unidades de significado que caracteriza, na ótica das puérperas sua experiência de parturição, das quais destacou-se as que caracterizam a assistência profissional: assistência, dor, protagonismo, acompanhante, intervenções e esclarecimento, que resultou na categoria empírica: “Ambivalência na assistência profissional no processo de parto”, apresentada neste recorte. As mulheres entrevistadas evidenciaram como elementos qualificadores do cuidado profissional  atitudes de dar atenção, explicar, incentivar, ficar junto e a oferta de tecnologias não farmacológicas para alívio da dor, de acordo com o seu desejo de utilizá-las, destacando a equipe de enfermagem como principal promotora dessas ações, que proporcionaram encorajamento e satisfação ao vivenciarem o parto. Todavia, quando não se sentiram respeitadas na sua singularidade devido às atitudes dos profissionais de não atenderam seu chamado por ajuda, ignorarem sua necessidade de informações sobre a evolução do trabalho de parto, executarem intervenções sem o devido esclarecimento dos seus objetivos e quando a equipe impôs a elas tecnologias para alívio da dor e/ou posições, as mulheres demonstram-se insatisfeitas com assistência, o que contribuiu para uma percepção negativa sobre a experiência da parturição nessa maternidade.  Conclui-se que em uma única experiência de parturição, a assistência profissional na maternidade pública de Porto Velho-RO, é percebida, no que tange a humanização, de modo ambivalente. Preocupa a mecanização e o mal emprego das boas práticas, ao serem impostas à mulher sem envolvê-la na assistência, reforçando sua submissão ao saber profissional. Há a necessidade de ações de sensibilização e educação permanente com equipe profissional visando o distanciamento do paradigma biomédico, para que se possa assumir a humanização como referencial orientador do cuidado às mulheres, restituindo a elas seu protagonismo no processo de parturição. 

2628 Atendimento à gestante na Atenção Básica: o desafio enfrentado para a efetivação do Programa de Humanização no Pré-natal e nascimento no município de Santarém-PA.
Camila de Almeida Silva, Luana Carla Lima de Almada, Andrea Reni Mendes Mardock, Zilma Nazaré de Souza Pimentel

Atendimento à gestante na Atenção Básica: o desafio enfrentado para a efetivação do Programa de Humanização no Pré-natal e nascimento no município de Santarém-PA.

Autores: Camila de Almeida Silva, Luana Carla Lima de Almada, Andrea Reni Mendes Mardock, Zilma Nazaré de Souza Pimentel

O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN) surge no intuito de superar limitações do atendimento às gestantes, há muito tempo, vivenciadas pelas mulheres brasileiras. Entretanto, a atenção primária ainda enfrenta dificuldades em colocar a humanização em prática nesse setor. Perante tal cenário, o objetivo geral desse trabalho é avaliar e comparar como é desenvolvido o atendimento às gestantes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Santíssimo e do Diamantino, sendo a primeira localizada em um bairro central e a última em um bairro periférico da cidade de Santarém-PA, considerando para tanto as orientações do PHPN e as percepções dos servidores e da clientela das unidades supracitadas. Quanto aos aspectos metodológicos, adotou-se a abordagem quantitativa, qualitativa, descritiva e observacional, junto com análise de conteúdo por meio da interpretação e correlação dos dados coletados. Nesse sentido, aplicou-se um questionário fechado às gestantes e um questionário aberto aos profissionais. Participaram da pesquisa 56 pessoas, das quais 50 são gestantes - 27 da UBS Santíssimo e 23 da UBS Diamantino -  com mais de 18 e menos de 45 anos que estavam cadastradas no SISPRENATAL e que não estivessem em sua primeira consulta. A pesquisa também contou com a participação de 6 profissionais da saúde, sendo 3 de cada UBS, que trabalham diretamente com as grávidas atendidas no Pré-natal, dentre os quais enfermeiros, técnicos em enfermagem e agentes comunitários de saúde. É importante destacar que a pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Pará – Campus e foi aprovada com o Número do Certificado de Apresentação para Apreciação Ética: 72637417.1.0000.5168. Primeiramente, buscou-se compreender qual o grau de conhecimento que as grávidas tinham sobre atendimento humanizado às gestantes, questionando-as se elas sabiam o seu significado ou não. Na UBS Diamantino, 52% (12 gestantes) não sabiam o seu significado e 48% (11 gestantes) possuíam a acepção do termo. Na UBS do Santíssimo, a porcentagem de gestantes que não conheciam o termo foi de 52% (14 gestantes) e 44% (12 gestantes) afirmaram conhecer o termo e 4%, (1 gestante) preferiu não responder. Ainda que a quantidade respostas daquelas que sabiam o significado de “atendimento humanizado” tenham sido quase iguais à quantidade daquelas que desconheciam o seu sentido, esses números não são os adequados para o desenvolvimento do PHPN. Aos profissionais também foi indagado acerca do conceito desse termo. É importante destacar que a sua definição requer um conhecimento prévio sobre as lutas pelos direitos das mulheres e sobre a conceitualização de humanização. Na prática, observou-se que alguns participantes basearam suas respostas em parâmetros burocráticos, como quantidade de exames, enquanto outros, deram destaque a escuta ativa e a alteridade. Entretanto, nenhum dos profissionais deu espaço, em sua definição, ao fator “mulher”, demonstrando assim que apesar da luta pelo reconhecimento das questões psicológicas, econômicas e sociais, ainda hoje, as gestantes são vistas de uma forma, muitas vezes, restrita ao período biológico pelo qual passam o que dificulta o empoderamento e a participação delas na elaboração conjunta de atividades e de educação em saúde que sejam adequadas as suas necessidades como grávidas, como mulheres e como cidadãs. Sob outro aspecto, quando os profissionais da UBS do Santíssimo foram questionados se o fato da sua UBS ser central prejudicaria ou beneficiária os investimentos por ela recebidos. Foi relatado que aparentemente não havia diferença, mas que apesar de uma boa estrutura, existe a carência de uma equipe multiprofissional, que atenda às necessidades biopsicossociais das gestantes. Por outro lado, os profissionais da UBS Diamantino deram destaque, por unanimidade, a falta de estrutura física em comparação com as unidades centrais. Percebe-se, assim, que elas enfrentam problemas distintos, enquanto a UBS do Santíssimo já possui uma boa infraestrutura, o que a possibilita “subir” um degrau em suas solicitações e voltá-la para a necessidade da equipe multiprofissional, a UBS do Diamantino ainda reclama por algo substancial que é a infraestrutura adequada. Outra questão abordada foi sobre atividades de saúde realizadas nas unidades, e para isso, elaborou-se uma questão que solicitava para que as participantes indicassem qual das atividades enunciadas (diálogo entre gestantes e profissionais da saúde sobre gestação e parto; palestras sobre violência obstétrica; palestras sobre atendimento humanizado às gestantes ou amparo psicológico e nutricional) elas gostariam que fosse realizada na sua UBS. Caso a gestante desconsidera-se a importância das atividades propostas ou entendesse que todas já vinham sendo realizadas, havia também dois itens que representavam essas opiniões. Na UBS Diamantino, as participantes optaram majoritariamente pela realização de mais diálogo entre gestantes e profissionais sobre a gestação e o parto, de um universo de 23 mulheres, 60,90% (14 gestantes), escolheram esse item, 17,40% (4 gestantes)  acham necessária a realização de atividades ou de conversas que proporcionem maior amparo psicológico e nutricional, outras 13,04% (3 gestantes) defenderam a necessidade de esclarecimentos acerca da violência obstétrica  e 8,66% (2 gestantes) optaram pelas outras alternativas. Já na UBS do Santíssimo as gestantes priorizaram a necessidade de amparo psicológico e nutricional. Das 27 participantes, 33,34% (9 gestantes) optaram pela alternativa que versava sobre o amparo psicológico e nutricional, 22,22% (6 gestantes)  defenderam a necessidade de existir um maior diálogo sobre gestação e parto, 18,52% (5 gestantes) reconheceram a importância e palestras sobre atendimento humanizado às gestantes, outras 18,52% (5 gestantes) relataram que todas as atividades já vinham sendo realizadas na unidade , 3,7% (1 gestante) achou que essa atividades eram desnecessárias 3,7% (1 gestante) não respondeu nenhuma das alternativas. A partir da análise dos dados coletados observa-se que uma atitude que deveria ser trivial no atendimento às gestantes, como é o caso do diálogo constante sobre gestação e parto, está fazendo falta a uma grande quantidade de gestantes do universo pesquisado, sobretudo, aquelas gestantes da UBS do Diamantino, onde esse foi o item mais respondido. Nota-se também, a importância de maior amparo psicológico e nutricional às gestantes, uma vez que esse item foi o segundo mais escolhido como atividade necessária dentro das duas UBS de saúde pesquisadas e o item com maior expressão na UBS do Santíssimo. Por fim, questionou-se às profissionais das unidades se estas recebiam capacitação ou incentivos a educação continuada sobre o atendimento no pré-natal. A maioria dos profissionais relataram que a equipe é capacitada tecnicamente para a execução de suas atribuições. Segundo eles o que existe é uma carência de capacitação quanto ao atendimento humanizado às gestantes. Vale ressaltar que a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, infelizmente, ainda não é uma realidade na cidade de Santarém-PA, agravando ainda mais esse cenário. O desconhecimento nos torna incapazes de pleitear de forma consciente os nossos direitos. Logo, a dificuldade de conceituar ou mesmo o desconhecimento do termo “atendimento humanizado às gestantes” - fato descrito pela pesquisa -é um dos maiores obstáculos para a efetivação do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Esse problema é agravado pela falta de capacitação, de infraestrutura e de uma equipe multiprofissional dentro da Atenção Básica de Saúde. A desigualdade sentida em vários aspectos da sociedade brasileira também foi percebida quanto a distribuição de recursos entre uma UBS periférica e uma central. Por tudo isso, falar de humanização - em um contexto de crise econômica e perdas progressivas de direitos - é muito mais do que uma escolha, é uma necessidade. 

2928 Acolhimento mãe - bebê - família no domicílio: reduzindo distâncias e ampliando o acesso
Ludimila Cuzatis Gonçalves, Fabiana Silva Marins, Louise Anne Reis da Paixão, Kelly Cristina Tashima

Acolhimento mãe - bebê - família no domicílio: reduzindo distâncias e ampliando o acesso

Autores: Ludimila Cuzatis Gonçalves, Fabiana Silva Marins, Louise Anne Reis da Paixão, Kelly Cristina Tashima

Trata-se de um relato de experiência de uma equipe do interior do Estado do Rio de Janeiro, localizado a 119 km da capital. A equipe iniciou o projeto de acolhimento mãe - bebê - família no domicílio em junho de 2016, visando à ampliação do acesso ao serviço de saúde na primeira semana após o parto, fortalecimento do vínculo com a comunidade, apoio a família nos cuidados ao recém nascido e a puérpera, incentivo ao aleitamento materno e realização do teste do pezinho no tempo adequado. A equipe em questão assiste a uma população com perfil rural e economia baseada principalmente na agricultura, onde os domicílios são distantes um do outro e o acesso é feito por estrada de chão. Objetivo: relatar a experiência da equipe na ampliação da assistência a mulher no puerpério e ao recém nascido através da visita domiciliar. Resultados/impactos: no período de junho a novembro de 2017 foram registrados 16 nascimentos na área adstrita da equipe, destes 62,5% partos cesárea e 37,5% partos vaginais. 100% dos recém-nascidos tiveram aleitamento materno exclusivo no primeiro mês de vida. Ao final do período estudado 75% permaneciam em aleitamento materno exclusivo.  Não houve registro no período de internação neonatal, infantil ou puerperal. 87,5 % das puérperas e recém nascidos receberam assistência da equipe nos primeiros 10 dias após o parto e permanecem em acompanhamento mensal. 93,8% dos recém natos realizaram teste do pezinho entre 3 e 5 dias de vida. Considerações finais: O acolhimento mãe - bebê - família, através da visita domiciliar, é uma importante estratégia de ampliação do acesso no cenário em questão, possibilita maior conhecimento pela equipe da realidade em que vivem as famílias, favorece a identificação de riscos e vulnerabilidades, e a implementação de ações  de prevenção de agravos e promoção da saúde, contribuindo assim para a redução de complicações da puérpera e do neonato.

3037 O parto normal humanizado no Brasil: uma revisão integrativa da literatura
Rebeca Fernandes Mariano, Mariana Borges Sodré Lopes, Catilena Silva Pereira, Maikon Chaves de Oliveira, Marcela de Oliveira Feitosa, Ana Maria da Costa Teixeira Carneiro, Floriacy Stabnow Santos, Fernando Luiz Affonso Fonseca

O parto normal humanizado no Brasil: uma revisão integrativa da literatura

Autores: Rebeca Fernandes Mariano, Mariana Borges Sodré Lopes, Catilena Silva Pereira, Maikon Chaves de Oliveira, Marcela de Oliveira Feitosa, Ana Maria da Costa Teixeira Carneiro, Floriacy Stabnow Santos, Fernando Luiz Affonso Fonseca

Introdução: Considera-se parto humanizado, quando a mulher retoma ao controle do seu parto. Neste, o atendimento é centrado na mulher, no qual é tratada com respeito, podendo escolher seu acompanhante, utilizar métodos para alívio da dor, como banhos de água morna e massagens. As intervenções farmacológicas, como por exemplo, ocitocina, e a episiotomia acontece somente quando é estritamente necessário. Com isso, a enfermagem carrega como um dos seus princípios a humanização do seu atendimento, seja na saúde da mulher, da criança, do adulto ou idoso, priorizando o atendimento holístico e individualizado. Visto isso, a Política de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN), instituída em 2000, tem como missão diminuir a morbimortalidade materna e infantil, visando o aumento do número de parto normal, de forma humanizada. Entretanto, regiões como o Sudeste, segundo DATASUS, ainda possui um elevado índice de parto cesáreo. Objetivo: Analisar, a partir da revisão integrativa, o atendimento prestado pela equipe de saúde, especialmente da enfermagem, de algumas regiões do Brasil, distinguindo aquelas que se adaptaram ao PHPN. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa, que buscou evidenciar e discutir acerca das produções sobre o tema parto normal humanizado, publicados nacionalmente entre janeiro de 2011 a fevereiro de 2016, a partir de publicações científicas de enfermagem indexadas na base de dados Medical Literature on Line (MEDLINE), Literatura da América Latina e Caribe (LILACS), Revista Brasileira Materno Infantil, Revista Mineira de Enfermagem (REME), Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste (RENE), Scientific Electronic Library Online (SCIELO). É válido ressaltar que os critérios de inclusão para realização do estudo foram: pesquisas publicadas em formas de artigos nacionais, que investigaram o tratamento que as parturientes receberam em algumas regiões do Brasil, publicados no período de janeiro de 2011 a fevereiro de 2016, em pesquisa qualitativa. Quanto aos critérios de exclusão, estes incluíram os estudos que não abordavam os procedimentos realizados na parturiente, pela equipe de plantão e de abordagem quantitativa. Pretendeu-se com a realização do estudo, fornecer conhecimento para os profissionais de saúde em geral, especialmente para os enfermeiros e a comunidade, sobre a importância de se adaptarem ao parto normal humanizado, de modo a garantir ao binômio mãe-filho segurança, conforto e bem-estar. Resultados e Discussão: A amostra desta revisão integrativa totalizou 10 artigos, dos quais 04 (40%) foram encontrados na base de dados SCIELO, 02 (20%) na BVS, 02 (20%) na REVISTA ELETRÔNICA GESTÃO & SAÚDE, 01 (10%) na REVISTA ENFERMAGEM UPE, 01 (10%) na REVISTA DE ENFERMAGEM UFSM. Quanto às regiões em que foram realizadas pesquisas sobre o parto humanizado, pode-se observar que, o desenvolvimento destas predominou na região Nordeste com 03 estudos realizados no Piauí e 01 no Ceará. Assim, no Piauí no ano de 2016, Ribeiro et al publicou dois artigos na Revista Eletrônica Gestão & Saúde, sendo um sobre a assistência ao parto normal sob o olhar da parturiente,e o outro a cerca da avaliação da assistência ao parto normal em uma maternidade pública, publicado na revista supracitada. No ano de 2014, outro estudo foi realizado no Piauí, sendo ele: Percepção de puérperas sobre a assistência á saúde em um centro de parto normal, publicado na Revista de Enfermagem da UFSM, também produzido por Ribeiro e colaboradores, como pode ser observado na tabela 1. No Ceará, apenas 1 artigo foi publicado no ano de 2013 sobre a  Humanização do parto e nascimento: acolher a parturiente na perspectiva dialógica de Paulo Freire na revista de Enfermagem em UPE. Na região Sudeste, 02 artigos foram publicados no ano de 2013. Um dos estudos foi realizado no Rio de Janeiro por Guida et al, tendo como tema: o ambiente de relaxamento para humanização do cuidado ao parto hospitalar, publicado na Revista Mineira de Enfermagem. E em São Paulo, publicado no Caderno de Saúde Pública por Jamas et al abordando a narrativa de mulheres sobre a assistência recebida em um centro de parto normal. Na região Sul apresenta-se com 02 artigos publicados, sendo um no Paraná, no ano de 2011, com abordagem no Parto humanizado e tipo de parto: avaliação da assistência oferecida pelo Sistema Único de Saúde em uma cidade do Sul do Brasil, publicado por Nagahama et al na Revista Brasileira Saúde Materno Infantil. Em seguida, no ano de 2013, no Rio Grande do Sul, exposto por Silva et al, no Texto Contexto Enfermagem, como tema o discurso e a prática do parto humanizado de adolescente. Na região Centro-Oeste, em Brasília com 01 artigo publicado em 2011 por Busanelo et al, exposto na Revista Brasileira de Enfermagem, tendo como tema: a atenção humanizada ao parto de adolescente: análise das práticas desenvolvidas em um Centro Obstétrico. Quanto à formação dos autores, 09 (90%) artigos foram publicados por enfermeiro e/ou acadêmicos de enfermagem, sendo apenas 01 (10%) por médico.  Diante destes resultados, percebe-se que a Enfermagem está mais preocupada com o cuidado que as gestantes estão recebendo, principalmente, no parto. Nisto, ela vem resgatando a idéia do parto normal humanizado, proporcionando meios para um parto mais humano, além de criar elo entre a parturiente, o profissional e a família.  A análise crítica dos estudos selecionados possibilitou constatar que no Brasil, já existem maternidades que realizam procedimentos humanísticos com as parturientes, como no Rio de Janeiro, onde a equipe de enfermagem criou uma sala de relaxamento que utilizava métodos não-farmacológicos para auxiliar as gestantes na hora do parto.  Por outro lado, verificou-se também que algumas maternidades ainda são pautadas em práticas consideradas desrespeitosa à saúde da mulher pelo Ministério da Saúde. No entanto, constatou-se também a relevância dos profissionais da área da enfermagem no tratamento humanizado, visto que houve relevantes estratégias desenvolvidas por tais profissionais para melhorar o atendimento da gestante na hora do parto, evidenciado assim que o processo de humanização traz grandes benefícios ao binômio mãe-filho. Assim, levando em consideração essa prática da equipe de enfermagem, é importante destacar que 90% das publicações deste artigo foram realizados por profissionais da enfermagem. Nisto, pode-se destacar que a enfermagem esta diretamente relacionada ao cuidar humanizado. Conclusão: Conforme o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN) para atender o modelo de humanização do parto, cabe às maternidades do Brasil se adaptar a este novo processo. Diante disso, pontua-se a necessidade dos gestores de saúde das três esferas do governo, bem como aos profissionais de saúde que atuam nas maternidades, proporem estratégias que visem diminuir a morbimortalidade infantil e materna do país, bem como, reduzir o número de procedimentos invasivos e desnecessários, que embora tradicionalmente realizados não trazem benefícios para o binômio mãe-filho, e que com freqüência, acarretam maiores riscos a ambos.

3242 PRÁTICAS DE CUIDADO PARA MULHERES PARTURIENTES: DESAFIOS DA HUMANIZAÇÃO EM UM HOSPITAL NO PARÁ
Auzy Cleyce Costa Sousa, Paulo de Tarso Ribeiro de Oliveira, Edna Abreu Barreto, Maria Lúcia Chaves Lima

PRÁTICAS DE CUIDADO PARA MULHERES PARTURIENTES: DESAFIOS DA HUMANIZAÇÃO EM UM HOSPITAL NO PARÁ

Autores: Auzy Cleyce Costa Sousa, Paulo de Tarso Ribeiro de Oliveira, Edna Abreu Barreto, Maria Lúcia Chaves Lima

No Brasil, as práticas de cuidados com a saúde da mulher na gestação, parto e puerpério vem sendo modificada em grande medida, motivada pela intensa pressão dos movimentos feministas e pela grande taxa de morbimortalidade materna, que mesmo com todas as políticas públicas existentes, ainda não se efetivaram suficientemente como cuidado que compreende às mulheres como protagonista. Nesta pesquisa foi analisado quais dispositivos de humanização são identificados como práticas de cuidado para puérperas em um hospital no interior do Pará, além disso, foi investigado de que forma as usuárias percebem esses dispositivos de humanização no cuidado hospitalar. Foi utilizada como caminho metodológico a pesquisa qualitativa, na qual há um diálogo mais profícuo com a produção de subjetividade e da intersubjetividade, que dialoga de forma frutífera com o objeto pesquisado.  O trabalho de campo foi realizado em um hospital conveniado ao SUS, em um município no nordeste paraense. Este hospital possui um total de 96 leitos, sendo 23 para obstetrícia. Foram utilizados como instrumentos de pesquisa a entrevista semi-estruturada e a observação do ambiente e das relações de trabalho que compuseram o diário de campo. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com dezesseis puérperas entre 18 e 39 anos internadas no hospital. A análise dos dados foi realizada a partir da organização em eixos temáticos construídos com base nos aspectos mais relevantes encontrados no trabalho de campo e no resultado das entrevistas. Com a análise das entrevistas e observações, pode-se verificar que muitos dos dispositivos da humanização eram percebidos pelas mulheres no cuidado hospitalar, porém em grande parte dos casos sem saberem ao certo que tinham direitos a essas práticas, ou mesmo que determinadas práticas de maus cuidados, historicamente realizados, não são recomendados pelas políticas públicas na atualidade. A autora considera que de maneira geral, o hospital se encontra na rota de adequação às recomendações às diretrizes, todavia, ao se falar em um hospital em plena adequação, se percebe o interesse em melhorar seu atendimento e cuidado para as mulheres e suas famílias.

3734 PERCEPÇÃO DAS PUÉRPERAS NO PRIMEIRO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO SOBRE OS CUIDADOS NÃO FARMACOLÓGICOS
Greice Nivea Viana dos Santos, Greice Nara Viana dos Santos, Kássia Lima de Souza, Kamila Lima de Souza, Maria Mônica Machado Aguiar Lima

PERCEPÇÃO DAS PUÉRPERAS NO PRIMEIRO PERÍODO CLÍNICO DO PARTO SOBRE OS CUIDADOS NÃO FARMACOLÓGICOS

Autores: Greice Nivea Viana dos Santos, Greice Nara Viana dos Santos, Kássia Lima de Souza, Kamila Lima de Souza, Maria Mônica Machado Aguiar Lima

Objetivo:Conhecer a percepção das puérperas sobre os cuidados não farmacológicos recebidos durante o primeiro período clínico do parto; compreender e discutir a percepção das puérperas quanto aos métodos não farmacológicos e seus benefícios no primeiro período clínico do parto; identificar se há aceitação dos métodos não farmacológicos desenvolvidos pelos profissionais de enfermagem. Metodologia: Qualitativa do tipo exploratório-descritivo, realizado em hospital público do município de Santarém/PA no setor da Clínica Obstétrica. Participaram do estudo 20 puérperas. Critério de inclusão: primíparas e multíparas em puerpério mediato, que vivenciaram o parto normal e receberam cuidados não farmacológicos oferecidos por profissional/acadêmico de enfermagem e concordaram participar. E exclusão: Puérperas que não aceitaram participar, as que realizaram parto cesáreo eletivo e as que receberam cuidados não farmacológicos porém evoluíram para parto cesáreo. A coleta de dados foi por meio de entrevista semiestruturada. A análise dos dados deu-se por análise de conteúdo categorial. Resultados e discussão: Emergiram duas categorias: Os métodos não farmacológicos e seus benefícios sob a ótica das puérperas, que se desdobra em três subcategorias: o benefício do alívio da dor e relaxamento, o benefício do emponderamento e confiança, o benefício da aceleração do trabalho de parto. A segunda categoria é a percepção das puérperas quanto a aplicabilidade dos métodos não farmacológicos no cuidado de enfermagem, que abrange as seguintes subcategorias: aceitação dos cuidados e satisfação com a assistência, desconhecimento dos métodos não farmacológicos, experiências anteriores da ausência dos mesmos. Considerações finais: Acredita-se no pioneirismo em relação à inovação da assistência de enfermagem na aplicação de cuidados não farmacológicos visto que agora se faz conhecida a percepção das puérperas à essa assistência, demonstrando resultados positivos que devem ser considerados como base para efetivação rotineira da mesma, valorizando a atuação do profissional enfermeiro Obstétrico na atuação e participação no processo de parturição. 

4057 A UTILIZAÇÃO DO ACOLHIMENO E DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO PARA PROMOÇÃO DE EQUIDADE NO ATENDIMENTO A PARTURIENTE.
victor paixão, Elyade Nelly Pires Rocha Camacho, Elyade Nelly Pires Rocha Camacho, Ewerton Beckman, Ewerton Beckman, João Eduador Barros Branco, João Eduador Barros Branco, Vera Lucia Azevado Lima, Vera Lucia Azevado Lima, adria Vanessa Silva, adria Vanessa Silva, Ana Karoline Souza Silva, Ana Karoline Souza Silva

A UTILIZAÇÃO DO ACOLHIMENO E DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO PARA PROMOÇÃO DE EQUIDADE NO ATENDIMENTO A PARTURIENTE.

Autores: victor paixão, Elyade Nelly Pires Rocha Camacho, Elyade Nelly Pires Rocha Camacho, Ewerton Beckman, Ewerton Beckman, João Eduador Barros Branco, João Eduador Barros Branco, Vera Lucia Azevado Lima, Vera Lucia Azevado Lima, adria Vanessa Silva, adria Vanessa Silva, Ana Karoline Souza Silva, Ana Karoline Souza Silva

  APRESENTAÇÃO: O direito a saúde é estabelecido pelo artigo 196 da Constituição Federal e estipula o acesso à saúde para todos, como objetivo de Estado. Como importante projeto de reforma sanitária o Sistema Único de Saúde (SUS) reorienta o fluxo dos serviços e promove um esforço gradual para efetivar os pilares de universalidade, integralidade e equidade para os usuários. Tal medida norteia a criação de políticas públicas mais eficientes, respeitando as reais necessidades da população e convergindo para um serviço mais eficaz. Mas especificamente para a população feminina, em 2004 é criada a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, dentre todos seus aspectos apresentados, almejam a integridade da saúde da mulher em todos seus ciclos de vida.  A saúde da gestante e do neonato, nos últimos anos, vem ganhando o devido enfoque por parte da sociedade e principalmente, das políticas públicas. A atenção primária, é fundamental no processo acompanhamento da gestante, sendo a porta de entrada desta no sistema, neste nível ela terá acesso as devidas instruções, recomendações, consultas e os mais diversos exames laboratoriais, com o intuito de trazer mais qualidade na atenção à saúde da mulher e da criança. No entanto, as altas taxas de mortalidade desse binômio ainda são preocupantes, mesmo em um cenário de grande avanço técnico-científico- informacional que o país passa, ainda hoje, existem dificuldades nos modelos de atenção e gestão dos serviços, referente a forma como a gestante é atendida, dificuldades de acesso, demora no atendimento, ausência de profissionais, que prejudicam sua adesão ao pré-natal, principalmente na atenção básica. Atrelada a esta situação, muitas gestantes chegam as unidades de atendimento hospitalar sem o devido esclarecimento e apresentando complicações, requerendo uma maior organização do fluxo para a garantia de seu atendimento. Nessa perspectiva o acolhimento e classificação de risco, apresentam-se nas unidades hospitalares como instrumento de organização do fluxo, capazes de identificar casos críticos e graves, ofertando um atendimento mais rápido e eficiente, diminuindo o tempo de espera e melhorando a satisfação das usuárias. OBJETIVO: Relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de Enfermagem da Universidade Federal do Pará durante a realização do semi-internato em obstetrícia no setor de acolhimento e classificação de risco da Fundação Santa Casa de misericórdia do Pará (FSCMPA).METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa do tipo relato de experiência, realizado por Acadêmicos do 7° semestre em Enfermagem da Universidade Federal do Pará, cursando a disciplina do semi-internato em obstetrícia, no período de dezembro de 2017 a janeiro de 2018. O estudo teve como cenário o setor de acolhimento e classificação de risco, no térreo da Unidade de média e alta complexidade da FSCMPA, referência em atendimento obstétrico e neonatal no estado do Pará, localizada no município de Belém. Para construção desse artigo, se fizeram necessárias 3 etapas, visita técnica supervisionada, fundamentação teórica, por meio da leitura de artigos científicos, encontrados na Biblioteca virtual de Saúde (BVS) e apreciação crítica da realidade. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O semi-internato é uma estratégia metodológica que possibilita que o acadêmico, seja de enfermagem ou de qualquer outra área da saúde, tenha uma aproximação com o serviço e um maior amadurecimento profissional, por meio aplicação do conhecimento teórico adquirido na academia, na realidade prática. Durante o estágio supervisionado, os alunos dispõem de algum tempo para compreender a dinâmica do setor, principalmente no que desrespeita ao seu fluxo de atendimento e organização dos serviços, que começa com acolhimento e classificação de risco, passando pela consulta médica, se necessária uma maior investigação, são realizados exames específicos, sendo solicitada sua internação, se não houver necessidade de internação a usuária recebe as devidas orientações e sua alta. O hospital encarrega-se das demandas obstétricas de toda região metropolitana de Belém e dos demais municípios do estado do Pará, tonando-se um grande desafio na garantia da universalidade do acesso e da integralidade das ações, frente a essa forte demanda, longos períodos de espera para o atendimento a parturiente são inevitáveis, comprometendo a qualidade da assistência e a satisfação das usuárias. No entanto, a carência do atendimento pré-natal na atenção básica, a falta de esclarecimento das gestantes e o desrespeito a rede de atenção, são fatores que influenciam direta e negativamente no aumento da demanda e na dificuldade na assistência, evidenciado pelo grande número de usuárias que dão entrada na instituição de forma prévia e outras em estágios críticos ou graves, que deveriam ter sido melhor investigados durante as consultas no pré-natal. Através do acolhimento e classificação de risco, as gestantes são direcionadas para atendimentos de emergência ou imediato, muito urgente ou mais rápido possível, urgente ou que ainda possui condições clinicas para aguardar, pouco urgente que exige atendimento médico ambulatorial e não urgente que não oferece risco e apresenta menor complexidade, sendo indicados pelas cores vermelha, laranja, amarela, verde e azul respectivamente. Dessa forma o acolhimento e classificação de risco, surgem como um instrumento para organização do serviço na instituição de referência, por meio deles é realizado uma avaliação dos sinais e sintomas, classificando-se os ricos de forma universal e especializada, estabelecendo prioridade aos casos críticos e graves, otimizando o tempo de atendimento e promovendo uma maior equidade na espera. CONCLUSÃO: A organização dos serviços de saúde, requer profissionais capacitados para atuar, da menor para a maior complexidade na rede de atenção. Contudo, as falhas na dinâmica do sistema, são recorrentes, elas tendem a surgir desde a atenção primária, indo para o meio intra-hospitalar, comprometendo a qualidade serviço oferecido à sociedade, que outrora, lutou por um sistema de saúde digno. Um pré-natal mal feito, onde as informações necessárias passam despercebidas, pode resultar futuramente no mau prognóstico à gestante e seu filho. Como reflexo dessa falta de comprometimento e profissionalismo por parte de inúmeros profissionais da saúde, o caos se instala na recepção das unidades hospitalares, amontoando pacientes, sujando a imagem da gestão hospitalar, prejudicando o binômio mãe-feto. Diante ao exposto, o setor de acolhimento e classificação de risco, surge com um importante papel organizacional, classificando de forma especializada os quadros clínicos das parturientes, garantindo aos casos mais complexos atendimento rápido, garantido o acesso universal com equidade.

4452 VISÃO DO CUIDADO HUMANIZADO DAS PUÉRPERAS SUBMETIDAS À CIRURGIA CESARIANA
HORACIO MEDEIROS, Dayse Cristina da Silva Lima, Bruna Bezerra

VISÃO DO CUIDADO HUMANIZADO DAS PUÉRPERAS SUBMETIDAS À CIRURGIA CESARIANA

Autores: HORACIO MEDEIROS, Dayse Cristina da Silva Lima, Bruna Bezerra

Apresentação: O processo gestacional na vida de uma mulher é responsável por desencadear grandes variações que envolvem modificações físicas, psicológicas e socais, já que a chegada de um novo membro familiar, traz ao decorrer desse processo uma gama de incertezas, dúvidas e até mesmo medos, que se não esclarecidos implicam tanto na relação mãe e filho, quanto no estabelecimento de sentimentos maternais, afetando intensamente na recuperação e na inserção da puérpera neste novo cenário pós-nascimento. No Brasil, ocorrem anualmente uma grande demanda de cirurgias cesarianas, sendo retratada assim por muitos autores como uma espécie de “cultura” que vem sendo perpetuada nos grandes centros hospitalares, esta incidência tem despertado maiores interesses de órgãos públicos de saúde, uma vez que a Humanização prestada por profissionais de enfermagem durante a cesárea exerce forte impacto na vida das puérperas e de seus familiares. Objetivos: Este estudo objetivou conhecer a visão das práticas de cuidado humanizado na ótica das puérperas submetidas à cirurgia cesariana. Desenvolvimento do Trabalho: Esta pesquisa é de caráter qualitativo, do tipo exploratório e narrativo, pautado em uma perspectiva multimétodo na coleta e análise de dados coletados por meio de formulários investigativos, em que foram entrevistadas mulheres no período puerperal residentes no município de São Miguel do Guamá – PA. A coleta foi realizada durante os meses de Setembro e Outubro de 2017, onde primeiramente foram selecionadas as puérperas que se encaixavam nos critérios de inclusão e posteriormente foram realizadas visitas ao Alojamento Conjunto da instituição hospitalar, para aplicação de questionário investigativo. O total de 11 puérperas compôs a amostra do estudo, sendo os relatos gravados e transcritos para análise fidedigna do conteúdo. Resultados: Quanto ao aspecto Humanização dos profissionais de saúde, os relatos foram em maior parte satisfatórios, onde foi possível observar que a equipe foi capaz de suprir a real necessidade no ambiente hospitalar, assumindo papel valioso na construção de vínculos entre o usuário e a unidade de assistência. Logo, é fundamental passar segurança e auxiliar na fortificação na autonomia da mulher durante o processo operatório, onde simples ações na assistência como o bom acolhimento contribuem para o estabelecimento de relações entre os personagens atuantes neste cenário. Por meio da análise, foi possível identificar pontos como: acolhimento prestado pelos profissionais, dúvidas e medos durante a cesariana, estímulo dos laços maternos e melhorias no atendimento. Nos tópicos abordados, quase todas as mulheres se mostraram satisfeitas quanto a assistência, havendo apenas uma pequena minoria que relatou problemas como: indiferença dos profissionais, desconhecimento de lei do acompanhante, falta de flexibilidade da equipe e acolhimento insatisfatório, porém, a maior parte das reclamações foram referentes a problemas estruturais no hospital, fatores estes que também implicam na qualidade da assistência mais humana. Considerações Finais: Defronte ao exposto, ressalta-se perceptivelmente a importância do enfermeiro na assistência puerperal, levantando assim maiores questionamentos sobre o ato de humanizar.

4494 MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS E NÃO INVASIVOS PARA O CONTROLE DA DOR NO PARTO HUMANIZADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Nazaré Socorro Oliveira Afonso, Gabriela Farias Lima, Erica Kassia costa Gonçalves, Felipa Mahira Calandini Tembé, Jayme Krysnei Borges Lopes, Maria Lucivania Texeira Ribeiro, Nayara Carneiro Corrêa, Lorena Saavedra Siqueira

MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS E NÃO INVASIVOS PARA O CONTROLE DA DOR NO PARTO HUMANIZADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Nazaré Socorro Oliveira Afonso, Gabriela Farias Lima, Erica Kassia costa Gonçalves, Felipa Mahira Calandini Tembé, Jayme Krysnei Borges Lopes, Maria Lucivania Texeira Ribeiro, Nayara Carneiro Corrêa, Lorena Saavedra Siqueira

APRESENTAÇÃO: O processo de parturição é um estado de fisiológico representado por uma complexa resposta adaptativa neuroendócrina, ao contrário de outras experiências dolorosas, este processo de dor natural do trabalho de parto e não está associado a uma patologia. Conceitualmente, a dor é definida pela Sociedade Internacional para o Estudo da Dor (IASP) como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a uma lesão tecidual ou descrita em tais termos. Os Métodos Não Invasivos e Não Farmacológicos para alívio da dor aplicados ao longo do trabalho de parto, são uma das tecnologias de cuidados utilizados, principalmente, pela equipe de enfermagem no centro obstétrico. Vale ressaltar que tais métodos são estruturados cientificamente, e o seu uso vem sendo alvo de estudos desde a década de 60, entretanto, passaram a ser introduzidos de fato nas maternidades brasileiras a partir da década de 90, com o movimento de humanização do parto e nascimento junto às recomendações do Ministério da Saúde para assistência ao parto. Para o Ministério da Saúde, o conceito de atenção humanizada é amplo e envolve um conjunto de conhecimentos, práticas e atitudes que visam à promoção do parto e do nascimento saudáveis e a prevenção da morbimortalidade materna e perinatal.  Apesar de tais métodos possuírem uma base científica sólida, a sua aplicação não necessita de aparatos tecnológicos , nem técnicas complexas, podendo ser realizado pela própria parturiente com auxilio do acompanhante da escolha da mesma. Além do alívio da dor estes métodos são importantes para o apoio psicológico da gestante, pois ao ter um contato com a equipe assistencial e com o seu acompanhante é gerado um sentimento de segurança e apoio, contudo, o trabalho de parto transcorre com mais tranquilidade. Os Métodos Não Invasivos e Não Farmacológicos para o alívio da dor são diversos, a sua aplicabilidade varia de acordo com o perfil da gestante, nesse estudo foram utilizados os seguintes métodos: exercício respiratório, massagem, deambulação, banho de aspersão e o exercício na bola suíça. Esse relato tem como objetivo descrever a experiência vivenciada pelos acadêmicos de enfermagem ao aplicar os Métodos Não Invasivos e Não Farmacológico para o alívio da dor em mulheres na fase ativo do trabalho de parto. DESENVOLVIMENTO: O estudo trata-se de um relato de experiência vivenciado pelos acadêmicos do curso de graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA), durante a prática clínica na atividade curricular Semi-internato em Enfermagem Obstétrica e Pediátrica, ocorrido em Junho de 2017, em um hospital de referência materno infantil no estado do Pará. Neste período os alunos, sob a supervisão de uma preceptora, desenvolveram atividades relacionadas à assistência de enfermagem durante o trabalho de parto e parto, com ênfase para o desenvolvimento de técnicas não farmacológicas para o controle da dor, contemplando as necessidades do binômio mãe-bebê A utilização de métodos não farmacológicos objetivam amenizar o estresse fisiológico e aumentar o grau de satisfação da parturiente. As atividades iniciaram na avaliação de risco da instituição onde foram realizadas consultas de enfermagem pelos acadêmicos, entender o fluxo do atendimento, a rotina da instituição e por fim assistir as mulheres em trabalho de parto. RESULTADOS: O atendimento prestado as parturientes assistidas pelos acadêmicos, enfatizou-se no uso de técnicas Não Farmacológicas e Não Invasivas para o alívio da dor, contribuindo assim para a construção da experiência, tanto para a parturiente quanto para os acadêmicos. A assistência ao trabalho de parto foi realizada com as parturientes na fase ativa, presentes na sala do PPP (sala de Pré-parto, Parto e Pós-parto), os principais métodos utilizados foram: massagem lombossacral, exercício respiratório, deambulação, banho de aspersão e o exercício na bola suíça.  A massagem lombossacral mostrou-se uma intervenção eficaz no alivio da dor, promoveu conforto físico e alterações comportamentais positivas de acordo com a resposta da mulher ao método terapêutico. A técnica foi realizada principalmente durante as contrações uterinas e mostrou-se um método de alta eficiência, promoveu relaxamento, reduziu a sensação dolorosa e o estresse. Os acompanhantes foram instruídos quanto à realização da técnica, a fim de inclui-los no processo. Logo, além de oferecer conforto a gestante, estreitaram-se os laços afetivos entre os acadêmicos, parturiente e a família.  O exercício respiratório foi utilizado para retirar o foco doloroso, com objetivo de estimular o processo de respiração normal. A técnica utilizada salientava o aspecto lúdico para o repasse do método de respiração onde foram usadas as frases “cheire uma flor” para estimular a inspiração pelo nariz e “sopre uma vela” para orientar a expiração pela boca, favorecendo a melhora da circulação de oxigênio no organismo e a regulação da cadencia do ritmo respiratório, ampliando a tolerância ao desconforto causado pelo estímulo doloroso das contrações uterinas. Com esta técnica foi viável notar que nível de ansiedade aplacou e houve aumento a tolerância dolorosa, encorajamento, vigor, bem-estar físico e psicológico. A Deambulação foi incentivada as parturientes com o objetivo de estimular o aspecto natural do parto, auxiliando no processo de esvaecimento e dilatação do colo uterino. Este método proporciona liberdade para a parturiente sendo encorajada a movimentar-se a assumir qualquer posição vertical que considere adequada, desconstruindo a imagem do modelo hospitalocêntrico onde as mulheres eram obrigadas a permanecer na posição ginecológica. Com a utilização da técnica observou-se, diminuição do tempo do trabalho de parto, melhora da contratilidade uterina, além de oferecer conforto e autonomia às parturientes. O banho de aspersão com água quente é um método de estimulação cutânea, realizado a uma temperatura média de 37ºC, está positivamente associado com o alívio da dor e ansiedade durante o trabalho de parto com redução dos níveis dos hormônios neuroendócrinos relacionados ao estresse, melhora no padrão das contrações, podendo prevenir até possíveis distorcias relacionadas às contrações uterinas.  Durante a aplicação do método observou-se o sentimento de conforto por parte das parturientes. O exercício na bola suíça é sugerido às parturientes com o propósito de acelerar o esvaecimento e dilatação do colo uterino, facilitar a descida e a rotação da apresentação fetal, a técnica se dar na adoção da posição vertical, sentada sobre a bola, com um discreto balanceio pélvico, este exercício trabalha os músculos do assoalho pélvico dando a parturiente liberdade de movimentos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ao final da experiência consideramos imprescindível a utilização destas intervenções consideradas inovadoras durante a fase ativa do trabalho de parto que contribuíram para o alivio da dor, gerou nas mulheres o sentimento de autonomia, autoestima, conforto, segurança e principalmente calma durante o processo. Tais medidas colaboram com mudanças de padrões de atitudes e comportamentos intervencionistas favorecendo a disseminação do parto normal respeitando os programas e políticas públicas governamentais no que se refere a assistência do parto. Salientamos também a orientação prestada pela enfermeira docente que demonstrou alto grau de comprometimento para com a propagação do parto humanizado colaborando significativamente com a formação do perfil profissional dos acadêmicos. As gestantes reagiram a assistências prestadas através de relatos, agradecendo e elogiando a postura dos acadêmicos ainda ressaltando o quanto aquele momento foi especial e único. Para os acadêmicos a oportunidade de colocar tais conhecimentos em prática foi valioso para a construção de Enfermeiros éticos e acima de tudo humanos, este trabalho não teve apenas cunho cientifico, mas também foi uma verdadeira lição de respeito ao próximo. 

4993 OS FATORES QUE INFLUENCIAM A NÃO ADESÃO AO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Lenartte Silva, MOAN JEFTER FERNANDES COSTA, Claudene da ROCHA, Ana maria martins pereira, Rafaela CAROLINI OLIVEIRA TÁVORA, Dafne PAIVA RODRIGUES

OS FATORES QUE INFLUENCIAM A NÃO ADESÃO AO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Autores: Lenartte Silva, MOAN JEFTER FERNANDES COSTA, Claudene da ROCHA, Ana maria martins pereira, Rafaela CAROLINI OLIVEIRA TÁVORA, Dafne PAIVA RODRIGUES

OS FATORES QUE INFLUENCIAM A NÃO ADESÃO AO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA   Introdução: Tomando como princípio que o ato de amamentar vem a cumprir não apenas as necessidades nutricionais do bebê, mas também gerar um ato de profunda interatividade e afetividade entre mãe e filho, além de necessário, é imprescindível que esse ato seja exclusivo até os seis meses, com complementação até os 24 meses, proporcionando um desenvolvimento integral da criança nutrida em suas dimensões fisiológicas, cognitivas e emocionais, além da manutenção da saúde física e psíquica da mãe. Tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto o Fundo das Nações Unidas pela Infância (UNICEF) aprovam e comprovam em referência a outros estudos científicos que o único alimento acessível capaz de reduzir as taxas de mortalidade infantil, em diferentes aspectos, é o aleitamento materno, oferecendo assim um efeito protetor contra uma série de doenças (adquiridas ou auto-imunes) ainda no início da vida do lactante. Apesar do aleitamento materno ser requisito básico de orientação as mães desde as consultas de pré-natal, ainda existem certos paradigmas que criam resistência para o início e prolongamento do ato da amamentação, aumentando as taxas de desmame precoce. Objetivo: identificar na literatura as dificuldades em amamentar encontradas pelas nutrizes nos primeiros seis meses de vida, conhecer as práticas realizadas pela enfermagem no que diz respeito o incentiva da amamentação e discutir as causas que levam ao desmame precoce. Método: o estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo revisão integrativa que foi elaborada em seis etapas: na primeira ocorreu a definição do tema central “quais fatores influenciam a não adesão ao aleitamento exclusivo?”; em segundo determinaram-se os fatores de inclusão (artigos indexados nas bases de dados LILACS e SCIELO de 2009 a 2014, publicados em português com base nos descritores “enfermagem”, “desmame precoce” e “amamentação exclusiva”, finalizando com um número de 10 artigos) e os critérios de exclusão (teses, monografias e artigos fora do tema proposto). A terceira etapa consistiu em catalogar e selecionar os artigos encontrados construindo um quadro demonstrativo com as especificações de cada. Para a quarta etapa seguiu-se a análise dos dados para validar a revisão, procurando explicações para os resultados diferentes ou conflitantes, possibilitando a organização dos dados mediante a pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados. Na quinta etapa houve a interpretação dos resultados, conclusões e implicações e, na sexta etapa, a descrição das etapas percorridas pelo autor evidenciando a análise dos artigos incluídos. Resultados e Discussão: dentre os principais resultados encontrou-se que é dever de toda a equipe de saúde que acompanha a gestante e lactente de acompanhar, orientar e aconselhar sobre os malefícios do desmame precoce para as saúde do bebê, enfocando uma abordagem que ultrapasse os limites do biológico, compreendendo a mulher em todas as suas dimensões para que haja uma resposta satisfatória ao tratamento induzido. Desde as primeiras consultas do pré-natal, é importante oferecer a família a capacidade de entender que a amamentação não é apenas uma prerrogativa da mãe, mas uma responsabilidade assumida e compartilhada pelos familiares, tornando-os responsabilizadores do processo do fortalecimento da amamentação. Tomando como ponto de partida a insegurança no ato de amamentar, muitas mães tendem a se afastar dessa prática, portanto, é imprescindível o papel dos profissionais de saúde (principalmente a enfermagem pelo maior contato) em escutar, avaliar, entender e esclarecer mitos e crenças, de modo que a nutriz venha tornar o momento de amamentar em um ato de amor e prazer, não apenas de satisfação das necessidades de seu filho. Assim, é de suma importância que as deficiências no processo sejam questionadas, para que a definição dos conceitos e técnicas abordados passem a ter utilidade garantida. Além disso, é importante que o enfermeiro conheça possíveis complicações, como traumas e mastites, para que intervenha em momento oportuno, de modo que a lactação seja bem sucedida, uma vez que essas dificuldades enfrentadas pelas mulheres no processo de aleitar são em sua maioria preditivas de desmame. Alguns outros fatores ainda contribuem para o negativismo na prática e duração da amamentação, como: nível socioeconômico, idade da mãe e do pai, estado civil, tipo do parto, renda familiar e estado nutricional da mãe. Outros fatores apontados ainda foram tidos dificultadores do processo de continuação do ato natural de amamentar, como o uso precoce da chupeta, o trabalho da mãe fora do lar, a baixa escolaridade da mãe e a primiparidade, sendo necessário o planejamento de estratégias específicas, visando à manutenção e a exclusividade da amamentação pelo apoio incondicional a mãe e ao bebê. A Constituição de 1988 garante que todas as mulheres trabalhadoras sob o regime CLT têm o direito a 120 dias de licença. A Lei 11.770, publicada em 09 de setembro de 2008, mediante concessão de incentivo fiscal, estimula as empresas a ampliarem a licença maternidade das suas trabalhadoras para 6 meses. Essa lei se tornou muito importante no país, pois vem ao encontro da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde de “aleitamento materno exclusivo por 6 meses”. Já em relação as dificuldades encontradas pelos profissionais da enfermagem para o cuidado e acompanhamento contínuo das nutrizes, está a falta de um lugar específico nas unidades básicas de saúde (UBS) para encontros do tipo, além disso, muitas mães tendem a não fazer retornos frequentes a UBS após o nascimento do bebê, prejudicando o prolongamento do cuidado do profissional de enfermagem para com a saúde da mãe e da criança, fazendo com que as dificuldades no ato de amamentar sejam supridas em casa pelo uso de chupetas e acessórios que acalmem a criança e tragam alívio a mãe. Algumas outras dificuldades foram encontradas pela equipe de enfermagem ao cuidar das mães em alojamento conjunto, como em relação às orientações e a higienização do coto umbilical do bebê, resistência em aceitar o alojamento conjunto para essa prática e resistência das multíparas para orientações e insegurança das primíparas. Conclusão: Os profissionais de enfermagem precisam estar devidamente qualificados e orientados, através de conhecimentos específicos no que diz respeito à orientação acerca da amamentação e um bom desenvolvimento e treinamento no atendimento das nutrizes, através de ações educativas, palestras, discussões e intervenções, individuais ou em grupo, fornecendo a estas orientações adequadas em relação a uma amamentação de qualidade e com segurança, pois toda mãe é capaz de amamentar seu filho, basta querer e praticar a sucção do bebê em seu peito. Palavras-chave: Aleitamento materno. Enfermagem em saúde comunitária. Gestação.

5309 Orientações sobre aleitamento materno durante o pré-natal na UBSF N55 (Manaus-AM)
Arienne Bezerra da Silva, Fabio Franchi Quagliato, Thiago de Souza Moreira

Orientações sobre aleitamento materno durante o pré-natal na UBSF N55 (Manaus-AM)

Autores: Arienne Bezerra da Silva, Fabio Franchi Quagliato, Thiago de Souza Moreira

Apresentação O aleitamento materno oferece inúmeros benefícios para a mãe, a criança e o ambiente familiar. O Ministério da Saúde tem realizado campanhas de divulgação e materiais elucidativos sobre o tema, porém, a difusão desse conhecimento na Estratégia Saúde da Família é um ponto indispensável, visto que a longitudinalidade é uma característica que proporciona o oferecimento de informações importantes antes mesmo da concepção. Sob essa visão, foi desenvolvido um projeto de intervenção para a área do Conjunto Parque dos Buritis, com o objetivo de conscientizar sobre a importância do aleitamento materno durante o pré-natal. Desenvolvimento A UBSF N55, localizada no Parque dos Buritis (zona norte de Manaus), oferece acompanhamento pré-natal para gestantes da área adscrita e também adjacências, visto que é circundada por assentamentos, cuja população é variável. Essa oscilação reflete na quantidade de mulheres assistidas não pertencentes à área da unidade e na dificuldade de mantê-las na mesma UBSF até o fim do pré-natal. Inicialmente, optou-se por realizar uma reunião direcionada exclusivamente à relevância do aleitamento materno, porém foi observada baixa adesão. Dessa forma, o momento de espera pela consulta foi escolhido como a melhor oportunidade de conversar com gestantes e acompanhantes sobre assuntos como: cuidados com as mamas, alimentação saudável na gestação, Programa “Leite do Meu Filho”/Licença maternidade e extração/acondicionamento do leite materno. Foram utilizados recursos audiovisuais como vídeos, quadro artesanal com imagens e panfletos, além de oferecer espaço para que as gestantes expressassem suas dúvidas e experiências anteriores com a amamentação. Resultados O período de orientação ocorreu entre maio e agosto de 2017. No mês de maio, havia 20 de gestantes, porém apenas 3 compareceram à primeira reunião. O número de gestantes não se manteve fixo, pois houve partos e entrada de novas participantes ao longo do processo de trabalho. O grupo  de gestantes apresentou progresso de adesão entre os meses de junho e agosto de 2017. Em junho, o grupo era composto por 18 gestantes e 15 participaram, enquanto em agosto, havia 20 gestantes e 18 receberam as informações em sala de espera. Considerações finais O desenvolvimento das atividades em sala de espera demonstrou que é possível incentivar os casais no preparo para o aleitamento materno, mesmo que os recursos oferecidos na atenção básica sejam simples. Além disso, a realização de reuniões que objetivam a educação em saúde, fortalece o vínculo entre a equipe e as famílias, aumentam o interesse da equipe em estudar mais sobre o assunto e ajudam a combater o desmame precoce, tão prejudicial e ainda frequente em nosso país.

1028 Projeto Partejar: produzindo cuidado humanizado na assistência a gestantes e bebês
Marita de Almeida Assis Brilhante, Thuany Bento Herculano, Érika Patrícia Pereira Gomes, Juliana Sampaio, Tiago Salessi

Projeto Partejar: produzindo cuidado humanizado na assistência a gestantes e bebês

Autores: Marita de Almeida Assis Brilhante, Thuany Bento Herculano, Érika Patrícia Pereira Gomes, Juliana Sampaio, Tiago Salessi

Apresentação: A medicalização do parto e do nascimento e o modelo tecnocrático na assistência obstétrica centraliza o cuidado em intervenções desnecessárias que provocam dissociação entre o parir/nascer e o protagonismo da mulher. Buscando novas alternativas para estudantes de graduação interessados na mudança desse modelo, o Projeto Partejar, iniciado em 2015, vem consolidando-se enquanto extensão universitária no Instituto Cândida Vargas (ICV), em João Pessoa-PB, maior maternidade pública do estado. Esse trabalho objetiva descrever e analisar a experiência desse Projeto de Extensão vinculado à Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência produzido a partir das vivências de doze extensionistas no “Projeto Partejar”, entre os anos de 2015 e 2017. Durante as atividades práticas na maternidade, as/os extensionistas mantêm um diário de campo, anotando suas experiências e reflexões. Esses diários servem como base para a discussão deste relato. O Partejar surgiu da inquietação de estudantes de medicina insatisfeitos com as poucas possibilidades ofertadas pela graduação, no que concerne ao cuidado integral das mulheres. Com a intenção de ressignificar o cuidado materno-infantil, na perspectiva da humanização do parto e do nascimento, essa iniciativa desenvolve três elementos-chave: a formação em saúde atrelada às políticas públicas e à defesa do Sistema Único de Saúde; a assistência pautada no cuidado integral e na clínica ampliada; e o ativismo político na defesa dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. As atividades do projeto são planejadas, discutidas, executadas e avaliadas pelos próprios extensionistas, pertencentes a várias áreas da saúde, com o apoio dos coordenadores, uma psicóloga e um médico da família. Essa multiplicidade de olhares e perspectivas constrói um projeto dinâmico e democrático, o qual tem sido avaliado positivamente pela maternidade. As discussões são baseadas nas diretrizes das políticas públicas como a Estratégia Rede Cegonha (2011) e a Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal (2017). Em 2015, a/os extensionistas puderam participar do Curso de Boas Práticas Obstétricas com ênfase no processo de trabalho, desenvolvido por meio de uma parceria entre maternidade e UFPB. O Curso possibilitou a integração de diversas categorias profissionais, exceto a médica, que pouco se envolve em espaços de reflexão sobre processo de trabalho nessa instituição. A ausência da/os médica/os é percebida pela/os trabalhadores como elemento que dificulta a integração da equipe. Além disso, a/os extensionistas integraram atividades da Iniciativa Hospital Amigo da Criança e da Mulher, ocorridas na maternidade. Nessas rodas de conversa com a/os trabalhadores, foi tematizada a importância de toda/os apoiarem a mulher que amamenta, sem infantilizá-la e sem desconsiderar os aspectos sociais, históricos e culturais que perpassam o ato de ato amamentar. Em 2016, o projeto desenvolveu o Curso de Boas Práticas Obstétricas e Neonatais, realizado dentro da universidade, o qual contou com a participação de estudantes de fisioterapia, enfermagem, medicina e serviço social, enfermeiras, fisioterapeutas e psicólogas do ICV e de enfermeiras e médicas residentes da rede de atenção básica de João Pessoa. Em 2017, os extensionistas desenvolveram e participaram de oficinas dentro da maternidade com os temas: Abordagem ao público LGBT; Método Canguru; Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal e Cuidado integral à mulher em situação de violência e aborto legal. Esses eventos ressaltam a importância da integração ensino-serviço para o fortalecimento de práticas que respeitem às normativas das políticas públicas. Durante todo esse período, são desenvolvidas semanalmente atividades no pré-parto da maternidade, pautadas nas ações de doulagem, com oferta de suporte físico e emocional às mulheres, incluindo companhia, massagens, apoio emocional e banho, de forma complementar à equipe multiprofissional. Essas ações são voltadas principalmente para mulheres sem acompanhante, negras, adolescentes, as quais apresentam maiores vulnerabilidades. Assim, pretende-se atenuar intervenções violentas e suas consequências, valorizando a naturalidade do parto e a assistência baseada em evidências. Nos alojamentos conjuntos e enfermarias, a/os extensionistas oferecem apoio às mulheres cujos bebês nasceram prematuros, com baixo peso, ou que se encontram com dificuldades para amamentar. Em relação ao ativismo político, a/os integrantes do projeto participam de manifestações, audiências públicas e reuniões com órgãos públicos (Ministério Público Federal e Estadual, Defensoria Pública da União) e com legisladores, com o objetivo de discutir direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. A atuação em coletivos e movimentos sociais é percebida como estratégia política na defesa da saúde pública e universal, principalmente em circunstâncias adversas como as vivenciadas atualmente. Resultados/impactos: Mesmo com as políticas de fomento à mudança no modelo de cuidado, as práticas observadas em João Pessoa e na Paraíba tem forte viés hospitalar, intervencionista, com grande imposição de uma lógica de parto que não respeita os desejos das mulheres e de sua família, provocando violência obstétrica e adoecimento. Portanto, ao atuar em uma instituição que insere os preceitos das políticas públicas, é possível vivenciar na prática conflitos entre dois modelos de assistência: tecnocrático e humanizado. As atividades implementadas pelo Partejar têm reverberado numa percepção diferente da equipe com relação aos estudantes da área de saúde, que até então eram vistos como expectadores, a superlotar salas de parto no período expulsivo. Essas vivências também têm oportunizado um contraponto à formação obstétrica, fundamentada em procedimentos, no raciocínio do processo patológico e em práticas com evidências científicas desatualizadas. Espera-se que as experiências de doulagem realizadas por estudantes sejam determinantes na produção de novas representações de parto e numa formação mais humanizada. A atuação da/os extensionistas nos espaços de acolhimento e de pré-parto e parto foi avaliada positivamente pela/os profissionais e gestora/es, por possibilitar movimentos de reflexões sobre as práticas profissionais e qualificação do cuidado ofertado. A participação dos membros do projeto em oficinas e outros espaços dialógicos sobre o processo de trabalho no ICV afetou sobremaneira o modo de agir e pensar não somente da/os estudantes, mas também da/os profissionais, gestora/es, usuárias e acompanhantes, propiciando novas formas de articular e experimentar a produção do cuidado dentro da maternidade. A relação interdisciplinar entre as diferentes categorias profissionais foi também um importante elemento do projeto, tornando possível uma compreensão mais complexa do processo de trabalho, seus conflitos e tensões. Considerações finais: Extensões universitárias, como o Partejar, proporcionam uma mudança no olhar sobre o processo de gestar e parir, contribuindo para a implementação de um modelo de cuidado à gestante mais colaborativo, ao inserir a/o graduanda/o dentro do processo de trabalho com diferentes categorias profissionais. Cenários de formação que possibilitem vivência mais ativa e menos centrada no espelhamento de preceptora/es e que transfiram o foco do aprendizado de procedimentos para a produção de tecnologias, potencializando o encontro e o cuidado com o outro, podem ensejar maior habilidade relacional das/os estudantes. Com tais habilidades, esses sujeitos serão capazes de construir projetos de cuidado compartilhados com a/os usuária/os e equipes multiprofissionais. A humanização das práticas obstétricas deve iniciar-se na graduação. Para isso, é necessário que a formação possibilite experiências que privilegiem o protagonismo e autonomia da mulher, que respeitem a fisiologia do parto e desencorajem intervenções desnecessárias. Nessa perspectiva, estratégias como o Partejar, são fundamentais para a reorientação do ensino em obstetrícia. Entretanto, sonhamos com uma extensão que não seja um apêndice da graduação no sentido de sanar as fragilidades do ensino, e sim, que seja um contínuo deste, integrados no sentido de uma educação e assistência à saúde libertadoras.  

3982 UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO AMBULATÓRIO DE PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO EM MANAUS/AMAZONAS
Greice Nivea Viana dos Santos, Greice Nara Viana Santos, Eliane Matos Magalhães Lima, Maria Helena Moura Pereira Neta, Vanessa Correia Ribeiro

UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO AMBULATÓRIO DE PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO EM MANAUS/AMAZONAS

Autores: Greice Nivea Viana dos Santos, Greice Nara Viana Santos, Eliane Matos Magalhães Lima, Maria Helena Moura Pereira Neta, Vanessa Correia Ribeiro

Apresentação: A gestação constitui um fenômeno integrante do ciclo vital da mulher, como uma experiência de vida saudável do ponto de vista físico, social e emocional, devendo ser vista assim pela equipe de saúde, em especial o enfermeiro. No contexto da gestação de alto risco, a atuação do profissional de enfermagem, juntamente com uma equipe multidisciplinar qualificada, se torna fundamental, pelo risco oferecido pela situação tanto para mãe quanto para o bebê. Objetivo:  Relatar a vivencia do residente enfermeiro durante a atuação prática no Ambulatório de Pré-Natal de Alto Risco (APNAR) em Manaus/Amazonas. Desenvolvimento do Trabalho: Trata-se de um relato de experiência sobre a vivencia do enfermeiro residente no APNAR no período de 01 de Dezembro de 2017 à 11 de Janeiro 2018. O estudo foi realizado no APNAR situado atualmente na Policlínica do Amazonas Codajás que presta assistência a gestante que tem e/ou desenvolveu complicações gestacionais que necessite de um cuidado mais direcionado. Resultados: Foram 69 gestantes atendidas e admitidas para acompanhamento no APNAR. Devido ao período de férias e feriados, observou-se um número baixo de atendimento às gestantes. As patologias mais encontradas foram Hipertensão Gestacional 37,6% seguido de Diabetes gestacional 14,5%, Gestação múltipla 7,5%, Doença ginecológica: Mioma 5,8%, Síndrome hemorrágica 5,8% e Alterações índice de líquido amniótico – ILA 5,8%. Também foi evidenciado casos que não necessitava de acompanhamento no APNAR, como gestante com idade inferior 15 anos e superior à 45 anos, seguindo preceitos da Linha Guia de estratificação de 2015, documento este validado e embasado nas diretrizes e manuais do Ministério da Saúde. Quando detectadas, essas gestantes eram contrarreferenciadas para o acompanhamento do Pré-natal de risco médio e/ou habitual para seguir realizando normalmente o pré-natal na Unidade básica de Saúde UBS. É importante ressaltar que mesmo sendo acompanhada no APNAR, a gestante continua sendo assistida pela UBS seguindo o preceito do cuidado compartilhado. Nesse contexto, o profissional de enfermagem é fundamental na atuação em todo processo de gestação, desde o pré-natal até o puerpério, na detecção de comorbidades que necessite um acompanhamento mais específico, respeitando os princípios doutrinários e organizativos do Sistema Único de Saúde (SUS) e a Política Nacional de Humanização. Considerações finais: Tornou-se possível identificar que a atuação por parte do residente de enfermagem traz uma vasta experiência, aprendizado e conhecimento para o mesmo através da assistência prestada as gestantes na situação de alto risco, desempenhando um papel fundamental nessa fase de vulnerabilidade na vida das gestantes. Após essa vivência, concluiu-se que essa experiência contribuiu para formação do enfermeiro enquanto residente de enfermagem obstétrica, pela oportunidade de atuar com uma equipe multidisciplinar, permitindo uma abordagem integral da paciente, identificando as principais causas de admissão da gestante no pré-natal de alto risco.