173: Produzindo o cuidado: pesquisações do diverso
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: ICB Sala 06 - Cunha-Porangã    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
3051 AS TERAPIAS HOLÍSTICAS COMO TRATAMENTO ALTERNATIVO SOBRE A SAÚDE DE IDOSOS PORTADORES DE ALZHEIMER
Bianca Leão Pimentel, Ivanete Miranda Castro de Oliveira, Mattheus Lucas Neves de Carvalho, Stephany Siqueira Braga, Beatriz Duarte de Oliveira

AS TERAPIAS HOLÍSTICAS COMO TRATAMENTO ALTERNATIVO SOBRE A SAÚDE DE IDOSOS PORTADORES DE ALZHEIMER

Autores: Bianca Leão Pimentel, Ivanete Miranda Castro de Oliveira, Mattheus Lucas Neves de Carvalho, Stephany Siqueira Braga, Beatriz Duarte de Oliveira

INTRODUÇÃO: A Doença de Alzheimer não tem cura conhecida e seu tratamento tradicional, é o farmacológico. Alguns profissionais de saúde tem se restringido na apresentação de cuidados técnicos e mecânicos, menosprezando os contextos emocionais e sociais de cada paciente. Assim, as práticas das terapias alternativas aliada ao tratamento farmacológico de Alzheimer, aspira a compreensão mais fidedigna de seu portador, contemplando o sujeito como um todo em virtude de suas especificidades e de ações mais humanizadas. O objetivo do estudo é relatar a experiência dos acadêmicos de Enfermagem em um abrigo situado em Belém-Pará, demonstrando a eficácia das terapias alternativas no cuidar em enfermagem, além de elucidar sobre os mecanismos de promoção da melhora no quadro clínico das pessoa com a doença de Alzheimer por meio das terapias alternativas. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: A atividade foi desenvolvida por acadêmicos do Curso de Graduação em Enfermagem, com 12 idosas portadoras de Alzheimer assistidas no abrigo São Vicente de Paulo em Belém-Pa. Realizou-se uma atividade de relaxamento com usufruto das terapias alternativas, destacando a musicoterapia e arteterapia. A musicoterapia foi aplicada do início ao fim da atividade, com intercalações das apresentações individual de cada idosa e por conseguinte a realização da arteterapia, onde as idosas foram orientadas a criar e colorir o seu próprio desenho. RESULTADOS E OU IMPACTOS: Notou-se grande aceitação na adoção das atividades desenvolvidas e, a partir de relatos dos idosos, pode-se perceber que houve externalização de seus sentimentos através da pintura, e grande tranquilidade no momento em que realizavam a tarefa. A musicoterapia, teve grande êxito, pois deixou o público bem relaxado e calmo; as músicas lentas e com sons que remetiam à natureza os levavam para um lugar individual em seu eu interior; sentimentos antigos foram despertados e boas lembranças vieram à tona, como assim foi relatado. Esta atividade ajudou a compartilhar as preocupações que surgem naturalmente com a idade, evitando o desenvolvimento de problemas psicológicos como depressão. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Logo, pode-se aferir a eficácia das terapias holísticas no tratamento de pacientes com Alzheimer, e como tais métodos contribuem para uma assistência mais humanizada, subsidiando os profissionais na garantia de um tratamento mais completo e holístico.

911 A UTILIZAÇÃO DA ELETROMIOGRAFIA LOMBAR PARA MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DE PRODUTORES RURAIS COM A ATIVIDADE LEITEIRA
Nathália Arnoldi Silveira, Emanueli Broch Orsolin, Milene Almeida Ribas, Katieli Santos de Lima, Susana Cristina Domenech, Lincoln da Silva, Noé Gomes Borges Jr., Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho

A UTILIZAÇÃO DA ELETROMIOGRAFIA LOMBAR PARA MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DE PRODUTORES RURAIS COM A ATIVIDADE LEITEIRA

Autores: Nathália Arnoldi Silveira, Emanueli Broch Orsolin, Milene Almeida Ribas, Katieli Santos de Lima, Susana Cristina Domenech, Lincoln da Silva, Noé Gomes Borges Jr., Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho

Introdução A produção leiteira é uma das mais importantes atividades do setor agrícola, ela é responsável pela geração de renda principal ou complementar de muitas famílias. Para que se realize a ordenha, o produtor rural por muitas vezes acaba realizando grandes esforços para retirar a alimentação do silo e colocá-la em carrinhos de mão para transportá-la até o estábulo ou permanecendo em posições inadequadas, que demandam muito esforço de sua musculatura lombar, gerando estresse e desencadeando patologias, sendo a lombalgia a mais referida. A lombalgia nada mais é do que dor na coluna lombar, desencadeada por posturas viciosas, inadequadas e que geram fadiga na musuclatura eretora da coluna lombar. Para analisar o trabalho da musculatura lombar, utilizamos a eletromiografia, um exame que registra os potenciais elétricos que acontecem nas fibras musculares e desta forma podemos ver a função muscular. Neste sentido, verifica-se a importância de conhecer a utilização da eletromiografia lombar para melhorar a qualidade de vida dos produtores rurais com atividade leiteira dando melhores condições para a realização das atividades de vida diária.  Descrição da experiência Este trabalho é parte de um projeto guarda-chuva que busca a integralidade na saúde postural do trabalhador rural na atividade leiteira. É planejado e realizado pelo Centro de Ciências da Saúde e Agrárias - CCSA - Curso de Fisioterapia da UNICRUZ, Laboratório de Instrumentação – LABIN - Centro de Ciências da Saúde e do Esporte - CEFID - Fundação Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC e a EMATER - Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural e ASCAR - Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural, com o apoio do GT Social do Programa Rede Leite (Programa em Rede de Pesquisa-Desenvolvimento em Sistemas de Produção com Pecuária de Leite no Noroeste do Rio Grande do Sul). Os dados foram coletados no Laboratório de Fisioterapia da UNICRUZ, localizado na cidade de Cruz Alta, no estado do Rio Grande do Sul/Brasil, no mês de maio de 2017. Contou com a participação de 26 trabalhadores na atividade leiteira de pequenas propriedades dos municípios de Boa Vista do Cadeado, Boa Vista do Incra, Bozano, Condor, Cruz Alta, Fortaleza dos Valos, Ijuí, Jóia, Nova Ramada, Panambi e Salto do Jacuí, vinculadas a EMATER, e que realizam atividade de ordenha de leite há mais de cinco anos. Estes trabalhadores são selecionados pelos extensionistas rurais, técnicos da EMATER, de cada município participante. Em todas as atividades que aconteceram foram os extensionistas os responsáveis pelo acompanhamento dos trabalhadores rurais na atividade leiteira. Para o atendimento a Resolução 466/2012, denominadas Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, o projeto é aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNICRUZ – Número do Parecer: 1.100982. Inicialmente, os produtores que aceitaram participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e após foram encaminhados à sala para aplicação do teste de eletromiografia. Os participantes inicialmente passavam por tricotomia e assepsia da região lombar, após era feita a colocação de 5 eletrodos nos músculos multífidos direito e esquerdo ao nível das vértebras lombares (L4- L5) e sacral (S1).  Após eram posicionados na plataforma de MDF e afixados na mesma. Essa plataforma possui uma célula de carga, uma corrente e um puxador e foi desenvolvido pelo Laboratório de Instrumentação (LABIN) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). A postura que deveriam permanecer exigia que ficassem com as pernas completamente extendidas e com o tronco levemente flexionado, para que houvesse uma contração isométrica da coluna lombar ao mesmo tempo em que tracionavam a célula de carga através do puxador. Foram realizados 3 testes de 10 segundos com intervalo de 2 minutos em cada teste. A aquisição dos sinais de força e de eletromiografia (EMG) foi realizada com um eletromiógrafo de 4 canais Miotool 400 da marca Miotec. Para o registro do sinal eletromiográfico, foram utilizados pares de eletrodos de superfície de Ag/AgCl, pré-geleificado (Meditrace®), em configuração bipolar, com área de captação de 1cm de diâmetro e distância inter-eletrodos de 2cm, com adesivo de fixação.   Resultados A amostra foi composta por 26 trabalhadores rurais com a atividade leiteira, onde constatamos que o músculo multifido esquerdo (3.58µV)  possui média mínima maior que o multifido direito (2.38µV). A média máxima de contração do músculo multifido obteve valor contrários a mínima, sendo o multifido direito com média (154.29µV) e o multifido esquerdo obteve média menor (132.63µV). Quando observamos a média e desvio padrão, podemos perceber que o multifido esquerdo (47.5±30µV), obteve valores menores que o multifido direito (49.5±35.1µV). Analisando os 3 testes, podemos constatar que o multifido direito obteve valores maiores em todos os testes em comparação com o lado esquerdo; observa-se ainda que o teste 1 obteve os melhores resultados ao ser comparado com os testes 2 e 3 isso se explica ao fadigamento muscular. No teste 1 os músculos estavam relaxados, não sofreram nenhum estresse antes do teste, o decréscimo dos valores se explica pela fadiga. . Considerações finais A partir dos resultados encontrados podemos concluir que a eletromiografia é muito útil para analisar a musculatura da coluna lombar, pois constatamos que a musculatura do lado direito é mais utilizada e que quando são submetidos a estresse, a musculatura lombar fadiga e diminui sua atividade. Esta diferença nos valores eletromiográficos entre os lados direito e esquerdo pode sugerir um desequilíbrio no uso da força para realizar as atividades. Houve também importante diferença na ativação muscular entre homens e mulheres. Apesar da amostra ser pequena, os valores apresentados, tanto na eletromiografia como na dinamometria, poderão servir de base para novos estudos em populações semelhantes. Para melhorar a qualidade de vida desses trabalhadores com a atividade leiteira realizamos oficinas pedagógicas para reeducação postural, orientamos exercícios para serem realizados diariamente no domicílio para que haja alongamento e fortalecimento de toda musculatura corporal, principalmente a lombar. Ainda visitamos as propriedades dos trabalhadores rurais com a atividade leiteira e realizamos uma análise ergonômica do local de trabalho para melhorar as atividades nele realizado e melhorando assim a qualidade de vida dos produtores.

2354 Contexto histórico, avanços e retrocessos: Uma revisão da literatura sobre a redução de danos.
Erika Lucia Mesquita, Adriana Rosmaninho Caldeira de Oliveira

Contexto histórico, avanços e retrocessos: Uma revisão da literatura sobre a redução de danos.

Autores: Erika Lucia Mesquita, Adriana Rosmaninho Caldeira de Oliveira

Este trabalho é fruto de uma pesquisa em desenvolvimento para dissertação de mestrado em Psicologia social, com o tema: As práticas discursivas sobre redução de danos no cotidiano do CAPS AD em Manaus. Tem como objetivo discutir sobre redução de danos abordando seus conceitos, identificando como surgiu no contexto mundial, e descrevendo como se estabeleceu enquanto política e prática no Brasil, considerando avanços e retrocessos em seu percurso histórico. Este trabalho pretende compor  parte de dissertação de mestrado que tem como tema: As práticas de redução de danos no cotidiano do CAPS AD em Manaus. Materiais/Métodos de estudo:Trata-se de uma pesquisa de cunho  bibliográfico, baseada na literatura especializada . O levantamento das referências sobre o tema, foi realizado em banco de dados científicos como: Scielo (Scientific Electronic Library Online), BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e Periódicos da Capes\Mec,  como  artigos, dissertações e teses.Resultados esperados :espera- se com este trabalho, que ele possa contribuir para o debate acadêmico e colaborar com os estudos desenvolvidos nas  redes de apoio aos usuários de álcool e outras drogas, como os  CAPS-AD, e Organizações Não Governamentais (ONG’s),  que trabalhem com políticas de redução de danos e  suas estratégias. Observando dessa forma,  os avanços, sobretudo  no que diz respeito a  autonomia e protagonismo dos usuários. Pretende ainda, através dessa revisão da literatura, a atualizar as  informações sobre essas políticas, e revelar o que as pesquisas trazem de inovação na área de redução de danos. Conclusão: é de grande relevância compreender de que forma a redução de danos, como estratégia e política pública atua nos espaços que acolhem os usuários. Considerando ainda como a trajetória histórica foi importante na luta contra as políticas proibicionistas, que apenas fomentaram a criminalidade, os estigmas e preconceitos.

2549 COMPORTAMENTO E ADESÃO DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE SOBRE A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
ELLEN CRISTINE DE OLIVEIRA SILVEIRA, REBECA ARCE GUILHERME, FELIPE LIMA SANTOS, MARIA EDUARDA LEAO FARIAS, ANA CAROLINA SCARPEL MONCAIO

COMPORTAMENTO E ADESÃO DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE SOBRE A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA

Autores: ELLEN CRISTINE DE OLIVEIRA SILVEIRA, REBECA ARCE GUILHERME, FELIPE LIMA SANTOS, MARIA EDUARDA LEAO FARIAS, ANA CAROLINA SCARPEL MONCAIO

APRESENTAÇÃO: As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde são uma das causas de morte em pacientes hospitalizados e, suas taxas representam cerca de 15% dos pacientes no Brasil e 10% nos Estados Unidos da América e Europa. Neste sentido, como as mãos constituem a principal instrumento de trabalho dos profissionais que realizam atividades nos serviços de saúde, a proteção do paciente está diretamente ligada a adesão aos protocolos de higienização das mãos, que é um procedimento pessoal, técnico, elementar e válido na prevenção e controle de infecções causadas por mãos contaminadas durante à assistência ao paciente. A probabilidade de transmissão de microrganismos pelas mãos dos profissionais da área da saúde, a eficácia da higienização das mãos e, ainda, a redução das taxas de infecção após a adoção dessas medidas tem sido registrada, no entanto, ainda é verificado um distanciamento entre a teoria e a prática, uma vez que as taxas de adesão à higienização das mãos permanecem baixas, tanto nacionalmente quanto internacionalmente e, raramente ultrapassam 40%, o que reflete o comportamento ineficaz dos profissionais sobre a execução desse procedimento. A Organização Mundial de Saúde preconiza que a prática de higienização das mãos é necessária em cinco momentos: antes de contato com o paciente, antes da realização de procedimento asséptico, após risco de exposição a fluídos corporais, após contato com o paciente e após áreas próximas ao paciente. O ser humano é influenciado a partir de fatores pessoais, comportamentais e ambientais, a forma com que o ele aceita essa interferência irá intervir no seu comportamento futuro. Essa influência pode ser vista em alguns momentos, como quando o indivíduo não precisa realizar uma ação para adquirir experiência, mas por meio da análise de situações ocorridas, podem alterar a forma de executar atividades. A autoeficácia é o julgamento que a pessoa faz sobre suas capacidades para organizar e executar cursos de ação necessários para alcançar certos tipos de desempenho, trabalhando as percepções que os indivíduos têm sobre suas próprias capacidades, fazendo com que o indivíduo exerça sua competência pessoal, entrando como base para motivação humana, o bem-estar e as realizações pessoais. OBJETIVO: Analisar a literatura científica nacional e internacional sobre o conhecimento e adesão dos profissionais da área da saúde sobre a higienização das mãos. DESENVOLVIMENTO: Tratou-se de uma Revisão Integrativa da literatura com a seguinte questão norteadora: “qual a produção científica nacional e internacional frente ao comportamento dos profissionais da área da saúde sobre a higienização das mãos?” Foram utilizadas as bases de dados: LILAC, PubMed e MEDLINE. Para a seleção dos artigos consultou-se os Descritores em Ciência da Saúde (DeCS), sendo utilizados: higiene das mãos, profissionais, autoeficácia e comportamento e, seus correspondentes no idioma inglês, com operador boleano “and”. Os critérios de inclusão foram artigos que abordassem a temática sobre o conhecimento e adesão dos profissionais, nacionais e internacionais, nos idiomas português, inglês e espanhol, dos últimos cinco anos, e os de exclusão foram artigos não disponíveis na íntegra, com abordagem de outros fatores, microbiologia e, publicações secundárias. RESULTADOS: A amostra final resultou em sete artigos originais, sendo respectivamente, dois da base de dados LILACS e cinco das bases de dados PubMed/MEDLINE. Os artigos foram categorizados em duas temáticas: “Comportamento dos profissionais frente à higienização das mãos” e “Intervenção e adesão à higienização das mãos”. O conhecimento dos profissionais em relação aos momentos que devem lavar as mãos ainda é limitado, por exemplo, para alguns a técnica não se fazia tão necessária se os mesmos estivessem usando luvas de procedimento ou, quando antes e depois de irem até o paciente. Em relação a execução do procedimento, os profissionais conseguem realizar a higienização das mãos, porém alguns alegam que a ausência de tempo e profissionais no ambiente de trabalho faz com que os mesmos esqueçam de lavar as mãos nos momentos certos, as distrações e interrupções prejudicam a atenção do profissional e influenciam na execução dessa técnica, a tomada de decisão por parte da equipe de realizar o procedimento também interfere. Algumas intervenções como educação em saúde e palestras sobre a importância da realização da higienização das mãos melhoram à sua adesão, porém a mesma é difícil de ser sustentada por um período permanente, por isso os estudos afirmam que uma teoria que estuda o comportamento dos profissionais da área da saúde pode ser uma intervenção otimamente eficaz. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os artigos estudados concluíram que as intervenções utilizadas com os profissionais buscando a implementação e eficácia à higienização das mãos só conseguiram uma alta adesão quando foram empregadas intervenções utilizando como base as teorias comportamentais. Outro fator relevante é a carga de trabalho elevada para os profissionais que prejudica o tempo que os mesmos têm de realizar adequadamente suas atividades incluindo a higiene das mãos, uma realidade que deve ser vista por parte da diretoria do hospital se visam à baixa nas taxas de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Além disso, nas pesquisas com os profissionais os entrevistadores perceberam que por vergonha ou por serem de repente denegridos profissionalmente, os trabalhadores não respondiam sinceramente os questionamentos feitos em relação à higienização das mãos. Alguns requisitos como memória, atenção, tomada de decisão e conhecimento estão como os fatores mais comumente ligados ao não cumprimento desse procedimento. Muitas intervenções para melhorar o procedimento basearam-se na suposição de que limpar as mãos é uma consciência racional ligada ao comportamento.  No entanto algumas pesquisas sugerem que devido a natureza dinâmica do papel dos profissionais de saúde, que pode ser caracterizado por múltiplas exigências, exigindo priorização de tarefa, que, por sua vez, coloca pressão sobre a atenção deles prejudica na realização da higienização das mãos. Os profissionais de saúde também relataram confusão sobre quando limpar as mãos, apesar da presença de diretrizes simples, amplamente disponíveis, como "5 momentos para a higienização das mãos" da OMS, o treinamento para sua realização nem sempre foi efetivo. Os cinco momentos podem ser desafiadores e, as intervenções educacionais por si só podem não ser eficazes.  Isso consiste com as descobertas dos estudos onde os trabalhadores da área da saúde, que precisam limpar suas mãos muitas vezes por dia, estão sujeitas a distrações frequentes, de modo consistente, lembrando que é um desafio e algo que deve ser sempre lembrado e não menosprezado. Tomado como um todo, os estudos sugerem que intervenções efetivas devem focar em segmentação automática e associativa ao procedimento, abrangendo também um bom conhecimento, permitindo assim que os trabalhadores de saúde identifiquem os momentos para higienização das mãos e para realizá-la será necessário um comportamento de rotina.  

2579 CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DE MULHERES SUBMETIDAS A IMPLANTAÇÃO DO MÉTODO CONTRACEPTIVO IMPLANON EM UMA UNIDADE DE REFERENCIA NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM, PA
Gabriela Oliveira de Nazaré, Camila Santos do Amaral, Fabiana Santarém Duarte, Hélio Cabral da Silva, Patrícia Araújo de Sousa, Rebeka Santos da Fonseca, Simone Aguiar da Silva Figueira, Suan Kell dos Santos Lopes

CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DE MULHERES SUBMETIDAS A IMPLANTAÇÃO DO MÉTODO CONTRACEPTIVO IMPLANON EM UMA UNIDADE DE REFERENCIA NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM, PA

Autores: Gabriela Oliveira de Nazaré, Camila Santos do Amaral, Fabiana Santarém Duarte, Hélio Cabral da Silva, Patrícia Araújo de Sousa, Rebeka Santos da Fonseca, Simone Aguiar da Silva Figueira, Suan Kell dos Santos Lopes

Apresentação: O Planejamento Familiar consiste em um conjunto de ações que auxiliam o casal na constituição da prole desejada e programada de forma consciente, podendo apresentar-se não só para a concepção, mas também para a anticoncepção. A anticoncepção é um dos recursos principais por usar métodos e técnicas com o intuito de prevenir que o relacionamento sexual resulte em gravidez. Os métodos utilizados são reversíveis: comportamentais, de barreira, dispositivos intrauterinos, hormonais e os de emergência; ou definitivos cirúrgicos: esterilização cirúrgica feminina e esterilização cirúrgica masculina. Neste cenário, destaca-se um tipo de anticoncepcional subcutâneo denominado IMPLANON na forma de um pequeno tubo de plástico, medindo cerca de 4 centímetros de comprimento por 2 milímetros de largura, contendo progesterona, chamada de etonogestrel e possui ação contínua por três anos através da liberação deste hormônio para o organismo da mulher, funcionando de dois modos: impede a ovulação e espessa o muco do colo uterino, que dificulta a passagem dos espermatozoides para o útero. Apresenta uma eficácia superior a 99%, igual ou superior a eficácia de outro método contraceptivo que é a laqueadura tubária. Possuindo vantagens por ser um método prático e de longa duração, não interfere com a relação sexual, amamentação, melhora as cólicas menstruais, pode ser utilizado por mulheres que não podem tomar pílulas contendo estrogênio, não diminui a massa óssea e têm início de ação e retorno rápido e fertilidade após sua remoção. No entanto, este método possui desvantagens por ocasionar irregularidade na menstruação, em alguns casos sangramento, aumento do fluxo menstrual/amenorreia, sendo estas alterações mais comuns no primeiro ano de uso, além de algumas mudanças na pele, dores de cabeça, enjôos, sensibilidade mamária e variações do humor ou probabilidade de aparecer cistos benignos nos ovários. Logo, o objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil das mulheres que obtiveram a implantação deste método contraceptivo Implanon, em uma unidade de referência no município de Santarém-PA, sendo este oportunizado pela primeira vez dentro do Programa de Planejamento Familiar do Sistema Único de Saúde (SUS) no município. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, de cunho quantitativo, realizado em uma unidade de referência especializada de Santarém-PA no período de 24 a 30 de outubro de 2017 por uma equipe multidisciplinar composta de médico ginecologista, enfermeiros, residentes do curso de medicina e acadêmicos do curso de enfermagem. Os dados coletados estavam em formulário anexado ao prontuário, sendo que as informações contidas neste instrumento serviram como critério para a implantação do método contraceptivo, abordando pontos como: dados socioeconômicos, antecedentes pessoais, antecedentes familiares, antecedentes ginecológicos e obstétricos. A partir desta avaliação, e com base nos critérios de exclusão para o uso, foram selecionadas 31 mulheres aptas para receber o IMPLANON, tendo concordado com a implantação e assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os dados encontrados foram tabulados e analisados de acordo com estatística descritiva no Windows Microsoft Excel 2010. Resultados: No presente estudo foram analisados 37 prontuários de pacientes que demostravam interesse na implantação do IMPLANON, com a média de idade de 27,9 anos, sendo 13,5% casadas; 54% solteiras; 13,5% união estável; 18,9% não constavam informação. Quanto à ocupação 83,7% trabalham fora, 13,5% do lar, 2,7% não consta informação. Aos antecedentes pessoais 100% afirmaram não possuir doenças hepáticas, trombofilias, trombose, diagnóstico de câncer, tuberculose em tratamento, epilepsia, doenças reumatológicas, em relação às doenças endócrinas 91,8% afirmaram não possuir esta patologia e 8,1% afirmam que sim. Em relação às doenças cardiovasculares 91,8% afirmaram não possuir esse tipo de patologia, 2,7% possuíam e 5,4% não possui informação no prontuário; enxaqueca 86,4% afirmaram não possuir essa patologia e 13,5% responderam apresentar. Aos antecedentes familiares 62,1% afirmaram não possuírem nenhuma das doenças acima citadas, 35,1% afirmaram possuir histórico de diabetes, câncer, diabetes/hipertensão, hipertensão, câncer/hipertensão/infarto na família. Aos antecedentes ginecológicos 86,4% afirmaram ter o ciclo menstrual regular, 8,1% com irregularidade e 5,4% não possui informação no prontuário. Em relação ao uso de métodos contraceptivos 59,4% afirmaram fazer uso de algum método contraceptivo, sendo 29.7% não utilizam nenhum tipo de método e 10,8% sem informação no prontuário. Sobre o sangramento uterino 86,4% relataram não possuir nenhum tipo de perda sanguínea uterina e 13,5% sem informação no prontuário. Quanto ao número de Gestações (G): G0 16,2%, G1 45,9%, G2 21,6%, G3 13,5%, G5 2,7%, ao aborto A0 81%, A1 18,9%. Amamentação 72,9% afirmaram não estarem amamentando, 5,4% afirmaram que sim e 21,6% não consta a informação no prontuário. Após avaliação completa das 37 pacientes, 83,7% foram compatíveis com os critérios necessários para o implante e 16,2% não possuíam as características para a implantação do método onde este valor corresponde a 6 mulheres que não estavam aptas para implantação, de acordo com os seguintes fatores de eliminação: três por apresentarem sobrepeso e obesidade podendo haver maior probabilidade de falha no método e ganho de peso, uma por enxaqueca, uma por enxaqueca com áurea por poder ocorrer alterações como dor de cabeça, o que intensificaria as dores pré-existentes e uma por uso de método contraceptivo injetável próximo a data proposta à implantação, sendo esta aconselhada a retornar no mês seguinte. Considerações finais: O perfil das interessadas no Implanon foi constituído predominantemente por mulheres jovens e solteiras, sendo esses aspectos relacionados à maior busca devido estarem em idade fértil e buscarem um método confiável, com baixo risco de falha e de maior durabilidade. A partir desta procura e dos dados obtidos nota-se que geralmente são as mulheres jovens e solteiras que buscam um método que proporcione maior conforto e praticidade no uso, tendo em vista que os contraceptivos como pílulas são inúmeras vezes esquecidos, assim como os injetáveis que causam desconforto, sendo o IMPLANON um método de aplicação subcutânea que facilita sua eliminação gradativa no organismo em um período de três anos, facilitando em praticidade e eficácia comparada aos métodos já em uso no mercado. As usuárias que tiveram o método implantado serão avaliadas pelos próximos três anos pela equipe multiprofissional da unidade, com data para retirada estabelecida de acordo com seu prazo de validade. Quando se pensa no uso do IMPLANON no SUS, é necessário que os profissionais estejam treinados para sua implantação, e as pacientes bem esclarecidas quanto suas vantagens e contraindicações, por ser um dos métodos eficazes de longa duração que tem se buscado a inclusão no Programa de Planejamento Familiar.

3797 PESQUISA-AÇÃO: CONTRIBUIÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DE UMA INTERVENÇÃO EM SAÚDE E OS DESAFIOS NUM CONTEXTO DE MUDANÇAS
Marina Ferreira de Medeiros Mendes, Isabella Chagas Samico, Cynthia Resque de Barros Vasconcelos, Cecylia Roberta Ferreira de Oliveira, Hylany Bezerra de Almeida

PESQUISA-AÇÃO: CONTRIBUIÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DE UMA INTERVENÇÃO EM SAÚDE E OS DESAFIOS NUM CONTEXTO DE MUDANÇAS

Autores: Marina Ferreira de Medeiros Mendes, Isabella Chagas Samico, Cynthia Resque de Barros Vasconcelos, Cecylia Roberta Ferreira de Oliveira, Hylany Bezerra de Almeida

Apresentação: A coordenação dos cuidados tem sido destacada internacionalmente como aspecto fundamental para a organização de sistemas integrais de saúde, pois é identificada como estratégia capaz tanto de garantir a continuidade da atenção quanto de otimizar o uso dos recursos em saúde. Problemas vinculados à coordenação dos cuidados são apontados como um dos principais desafios à organização dos sistemas de saúde em países desenvolvidos e em desenvolvimento, face à fragmentação da rede e à precária comunicação entre os níveis de atenção. Na atividade dos profissionais, a coordenação pode ser entendida como a habilidade para reconhecer, encaminhar os problemas de saúde e promover a integração entre os serviços que os usuários necessitam. Em geral, são considerados três tipos de fatores que influem na coordenação: organizativos da rede, perfil dos profissionais envolvidos e as necessidades de saúde do paciente. Na realidade brasileira, o conhecimento dos profissionais sobre os mecanismos de coordenação entre níveis de atenção ainda é incipiente. A formação inadequada dos profissionais, o pouco tempo disponível e as condições de trabalho influem na precária articulação entre os pontos da rede de saúde. O presente estudo é recorte de uma pesquisa multicêntrica, intitulada “Impacto das estratégias de integração da atenção no desempenho das redes de serviços de saúde em diferentes sistemas de saúde na América Latina - Equity - LA II”, sob a coordenação geral do Consórcio de Saúde da Catalunha-Espanha com a participação de seis países latino-americanos – Brasil, Colômbia, Chile, México, Argentina e Uruguai. Este estudo tem como objetivo apresentar a estratégia metodológica produzida para a construção e implantação da intervenção “Reuniões Conjuntas entre níveis de atenção” no contexto do Município de Caruaru, Pernambuco, Brasil Método: Estudo qualitativo, com enfoque na pesquisa-ação para identificação dos problemas prioritários e seleção das intervenções. A pesquisa-ação consiste essencialmente em acoplar pesquisa e ação em um único processo, no qual os atores implicados participam, junto com os pesquisadores, para chegarem interativamente a elucidar a realidade em que estão inscrito, identificando problemas coletivos e buscando experimentar soluções em situação real. Simultaneamente, há produção e uso do conhecimento. O estudo foi desenvolvido no município de Caruaru, com 351.686 habitantes, sede da IV Gerencia Regional de Saúde do Estado de Pernambuco, localizado na região Nordeste do Brasil. A rede de saúde dispõe de 63 unidades de Atenção Primária à Saúde (APS) e 16 unidades de Atenção Especializada (AE).  Os problemas de coordenação foram identificados a partir dos estudos linha base (qualitativo e inquérito), realizados por meio de entrevistas com os profissionais da rede de saúde. Os resultados revelaram falhas nos três tipos de coordenação: informação, gestão clínica e administrativa. Para seleção dos problemas prioritários foram realizadas reuniões, com formação de grupos de discussão, com a participação de profissionais da AB e AE, tendo como facilitadores pesquisadores do Equity LA II e profissionais do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF). Os critérios para eleição dos problemas foram: relevância, factibilidade política da intervenção, vulnerabilidade ou resolubilidade e a governabilidade dos atores envolvidos. Os critérios foram apresentados em forma de exposições dialogadas e os problemas mais importantes selecionados, mediante discussões em grupos, utilizando a técnica de consenso. Para escolha da intervenção, investiu-se num processo dinâmico de compartilhamento de informações, tendo como subsídios, além da seleção prévia dos problemas, revisão da literatura sobre evidências de intervenções exitosas, boas práticas e experiências da Plataforma de Profissionais (PP) e Comitê Condutor Local (CCL). O processo foi desenvolvido no período de fevereiro de 2016 a outubro de 2017. Resultado: A construção da intervenção caracterizou-se por dois momentos articulados: pactuação da agenda estratégica e análise coletiva das propostas de enfrentamento. Foram realizadas reuniões mensais com representantes da gestão, profissionais da rede e equipe de pesquisa. Posteriormente, foram desenvolvidas capacitações nas áreas temáticas consideradas pelos atores como prioritárias: linha de cuidado em diabetes e saúde mental. Os principais problemas identificados foram: falta de acordos em relação aos critérios de referência e contrarreferência, insipiência de reuniões conjuntas e discussões de casos clínicos, precária comunicação entre os profissionais, encaminhamentos desnecessários da AB para AE, desvalorização/falta de confiança na AB por parte dos especialistas e entraves no sistema informatizado. Após as discussões, chegou-se ao consenso que a intervenção prioritária teria como foco “melhorar a comunicação entre os profissionais” por considerarem o seu potencial em repercutir sobre muitos problemas. Na construção da intervenção, de modo transversal, foram constituídos os processos de educação permanente, monitoramento e avaliação. O desenho foi elaborado a partir das seguintes etapas: descrição da intervenção, definição de objetivos, atividades necessárias para implantação, monitoramento, resultados e avaliação. Após análise de viabilidades pelos atores, a intervenção foi definida como “Reuniões conjuntas entre níveis de atenção” e seu desenho tendo como componentes: interconsulta remota entre níveis (plataforma e e-mail institucional), linha de cuidado de diabetes (construção e implantação) e discussão conjunta de casos (matriciamento em saúde mental). O desenvolvimento compreendeu ciclos que se retroalimentaram. Esse processo contribuiu para trabalhar a autocrítica e a reflexão sobre a necessidade de mudanças, além de destacar a importância do protagonismo dos atores locais. As atividades começaram a ser desenvolvidas e incorporadas no cotidiano das unidades. Para o acompanhamento, foram elaborados relatórios mensais de cada reunião do CCL, captando as propostas e mudanças no processo, deliberações e encaminhamentos. Esses relatórios eram enviados para todos os participantes, sendo a execução, estratégias de enfretamento das dificuldades e avanços discutidos nas reuniões seguintes. Porém, após sete meses da experiência em desenvolvimento, fatores relacionados ao contexto da crise política e econômica do  país e a mobilização em torno das eleições municipais em 2016, proporcionaram um cenário fragilidades, incertezas e perda de informante-chaves, influenciando negativamente a participação nas reuniões e adesão dos profissionais. Como estratégias para superar as dificuldades foram intensificados contatos com a nova gestão, repactuação coletiva da proposta, articulação de nova agenda, visitas de monitoramento às unidades e acordos de cooperação. Considerações finais: A experiência de construir uma intervenção a partir da metodologia da pesquisa-ação constituiu-se numa inovação na forma de planejamento e edificação das proposições. Os diversos olhares (gestores, profissionais e equipe do Equity) contribuíram para ampliar a identificação de fragilidades e entraves, pondo em prática mecanismos de superação. Portanto, foi possível tornar esforços isolados em movimentos articulados, mantendo a proposta da intervenção com adaptação às novas realidades que emergiram no contexto de mudanças da gestão, rede de saúde e no território local. Este modo de produzir/pesquisar possibilitou o encontro entre os dados subjetivos e objetivos, colocando em evidência as implicações dos sujeitos como produtores de saberes, bem como as reflexões de suas ações mobilizadas pelos acontecimentos nos espaços-tempo desta investigação. Percebeu-se que a implementação exige tempo e resiliencia, pela complexidade dos critérios e perfil dos atores. Sua institucionalização dependerá da correlação de forças, podendo atuar de forma sinérgica ou antagônica.   

3863 HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À FAMÍLIA DO PACIENTE CIRÚRGICO: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA 2011-2016
Dineide Sousa dos Santos, Adrielma Patrícia Batista Coelho, Aline Glaser, Ana Betânia Ferreira Araújo, Irinéia Bacelar Bacelar, Jociléia da Silva Bezerra, Maria Elizete Diniz dos santos

HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À FAMÍLIA DO PACIENTE CIRÚRGICO: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA 2011-2016

Autores: Dineide Sousa dos Santos, Adrielma Patrícia Batista Coelho, Aline Glaser, Ana Betânia Ferreira Araújo, Irinéia Bacelar Bacelar, Jociléia da Silva Bezerra, Maria Elizete Diniz dos santos

Introdução: O centro cirúrgico é um setor localizado em uma área restrita dentro do hospital com a finalidade de realizar intervenções cirúrgicas de pequeno e grande porte, por ser um bloco com muitas demandas é preciso que a equipe de enfermagem esteja atenta em prestar assistência, não somente aos pacientes, como também a humanização multidisciplinar aos seus familiares que ali se encontram, preocupados e ansiosos com o procedimento cirúrgico. Objetivos: O estudo visa analisar as evidências científicas disponíveis na literatura referentes à humanização da assistência de enfermagem e multidisciplinar à família dos pacientes cirúrgicos. Metodologia: Revisão Integrativa da Literatura. Bases: LILACS e MEDLINE. Descritores: Humanização, Família, enfermagem. Obteve-se 30 artigos. Critérios: artigos disponíveis na íntegra, em português, sobre a temática especificada. Amostra final: 7 artigos. Aplicou-se formulário com 15 questões. Resultados: Eixo 1 – Comunicação, fator essencial na assistência de enfermagem: A3 e A4 apontaram a importância da comunicação como fator essencial na assistência prestada pela equipe aos pacientes e seus familiares. Eixo 2 - Acolhimento como método de humanização: A1, A2, A5, A6 e A7 apontaram a importância do acolhimento por parte da equipe de enfermagem e multidisciplinar à pacientes e seus familiares, concedendo o apoio necessário para que haja uma assistência humanizada.  Conclusão: A comunicação e o acolhimento são fatores indispensáveis para a assistência prestada à família do paciente e, quando esses são todo o processo da intervenção cirúrgica. Para assistência humanizada na comunicação e no acolhimento são sempre necessárias ações educativas sobre humanização da assistência para todos os profissionais da saúde bem como dos educadores com ampla socialização desses conhecimentos a fim de qualificar sempre o atendimento.  

4274 DESIGUALDADES SEGUNDO COR OU RAÇA: REPERCUSSÕES NAS CONDIÇOES DE VIDA E SAÚDE NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pedro Ignácio Vidal Campos Figueiredo

DESIGUALDADES SEGUNDO COR OU RAÇA: REPERCUSSÕES NAS CONDIÇOES DE VIDA E SAÚDE NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

Autores: Pedro Ignácio Vidal Campos Figueiredo

Os agravos socioeconômicos no Brasil geram inúmeras consequências e desigualdades, os estudos da composição da população segundo idade, sexo, situação socioeconômica e condições de vida, fornecem elementos para um diagnóstico da situação atual do país, assim como para o planejamento social, econômico e de saúde. Nesse contexto, este estudo abordou as diferenças segundo cor ou raça de forma a amplificar as reflexões sobre o contexto histórico que propicia as desigualdades e iniquidades segundo cor ou raça e suas repercussões em saúde no município do Rio de Janeiro, por setores censitários, a partir do Censo Demográfico 2010. A população do município do Rio de Janeiro em 2010 era maior parte branca (51,2%), seguida de pardos (36,5%) e pretos (11,5%). Pessoas de cor ou raça preta e parda apresentaram maior tendência de residir em setores com as maiores proporções de responsáveis analfabetos e com as menores faixas de renda e saneamento básico precário.  Como pode ser obsevado, houve associação positiva entre as proporções de residentes de cor ou raça preta (r = 0,114; p-valor < 0,010) e parda (r = 0,119; p-valor < 0,010) com proporção de domicílios sem água encanada. Enquanto a proporção de brancos apresentou uma associação inversa à proporção de domicílios sem água encanada (r = 0,134; p-valor < 0,010). Assim como pode ser observada a associação negativa entre as proporções de cor ou raça preta (r = -0,64 e r = -0,529; p-valor < 0,010) e parda (r = -0,824 e 0,738; p-valor < 0,010) com proporções de renda e alfabetização. Enquanto a proporção de brancos apresentou uma associação inversa à proporção de renda e alfabetização (r = 0,859 e r = 0,754; p-valor < 0,010). Foi evidenciado que houve associação entre a distribuição espacial das proporções de pessoas agregadas por taxa de baixa renda e analfabetismo, com a concentração de pretos e pardos, por setores censitários. Enquanto que a população branca apresentou distribuição espacial inversa quando comparados esses indicadores. As evidencias apontadas neste trabalho corroboraram com estudos que demonstram disparidades socioeconômica no município do Rio de Janeiro, evidenciando a necessidade da adoção de políticas públicas equânimes de forma a garantir a proteção social, assim como reparo, das desigualdades sociais e em saúde da população negra no município do Rio de Janeiro.

4448 MORTE ENCEFÁLICA E CUIDADOS DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
Bruna da Silva Simões, Karla Christina Bernardes, Helen Cristine Albuquerque Bezerra, Stéfany de Albuquerque Braga, Auriane Bessa da Silva, Hernou Oliveira Bezerra, Paulo Henrique Lira Matos

MORTE ENCEFÁLICA E CUIDADOS DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA

Autores: Bruna da Silva Simões, Karla Christina Bernardes, Helen Cristine Albuquerque Bezerra, Stéfany de Albuquerque Braga, Auriane Bessa da Silva, Hernou Oliveira Bezerra, Paulo Henrique Lira Matos

O processo de transformação de um potencial doador para doador efetivo geralmente se desenvolve em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou em Serviços de Emergência. Diante disso, a equipe multiprofissional precisa ser qualificada e preparada para lidar com essa situação, tanto nas dimensões técnico-científica quanto na humanística, pois tais dimensões geralmente são inerentes aos cuidados de enfermagem. Este estudo teve como objetivo analisar na literatura as evidências disponíveis sobre os cuidados de enfermagem com o potencial doador de órgãos em morte encefálica (ME). Trata-se de uma revisão integrativa da literatura (RIL) realizada no período dos últimos sete anos. Foram utilizadas as bases de dados LILACS e BDENF; os descritores morte encefálica e cuidados de enfermagem; e como operador booleano AND. O estudo identificou 23 artigos, porém, apenas 5 constituíram a RIL desse estudo conforme os critérios de inclusão e exclusão. Os critérios de inclusão foram publicação de textos completos disponíveis, na língua portuguesa, de 2010 a 2017, que abordassem sobre o cuidado na prática de enfermagem ao potencial doador de órgãos. Os critérios de exclusão foram artigos que abordassem o conhecimento teórico da equipe de enfermagem na manutenção do potencial doador e aspectos éticos e legais sobre o tema, e artigos no qual somente os resumos estavam disponíveis. Quanto ao ano de publicação, obteve-se: um artigo em 2012; um artigo em 2013; dois artigos em 2014; e um artigo em 2016. Os artigos selecionados citaram algumas das principais atenções que a equipe deve ter, dentre elas: atentar para alterações relacionadas à diurese, manutenção da ventilação mecânica artificial e realização de aspiração traqueal, equilíbrio térmico, metabólico e outros. O cuidado proporcionado ao paciente em morte encefálica exige do enfermeiro, não apenas, habilidades técnicas, mas, também, de múltiplos aspectos (físicos, biológicos, psicológicos, sociais, espirituais, econômicos, políticos, sociológicos e históricos) e que estão intimamente interligados. CONCLUSÃO. A enfermagem desempenha uma assistência indispensável à manutenção do potencial doador, à família e ao controle de todas as funções vitais até o momento da doação efetiva. Os cuidados que a enfermagem realiza junto ao paciente com diagnóstico de morte encefálica podem ser decisivos na efetividade desse processo. Além disso, o cuidado com um paciente em morte encefálica é vivenciado pela equipe como uma situação desafiadora do ponto de vista ético e profissional, pois requer ações que exigem uma preparação não só profissional como psicológica para que a equipe esteja de fato capacitada para a interação com a família e cuidado com o potencial doador.

1779 COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS NA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA: UMA ANÁLISE DA LITERATURA
Rosana Amora Ascari, Nathieli Aparecida Da Silva, Lucas Soares dos Santos, Deborh cristina Santin, Vilma Beltrame

COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS NA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA: UMA ANÁLISE DA LITERATURA

Autores: Rosana Amora Ascari, Nathieli Aparecida Da Silva, Lucas Soares dos Santos, Deborh cristina Santin, Vilma Beltrame

Introdução: Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha lançado a aliança mundial para a segurança do paciente ainda em 2004, no Brasil, somente em 2013, a Portaria MS/GM nº 529 deu origem ao Programa Nacional de Segurança do Paciente, sendo a segurança do paciente, entendida como a redução dos riscos relacionados ao paciente, associados ao cuidado de saúde. No âmbito da enfermagem cirúrgica, a prevenção, identificação e tratamento das complicações relacionadas ao procedimento cirúrgico é fundamental para a redução destes danos. As complicações pós-operatórias são alterações fisiopatológicas decorrentes do procedimento anestésico-cirúrgico que evoluem para o desequilíbrio da homeostasia corporal, alterações dos sinais vitais e surgimento de sinais e sintomas característicos. O período pós-operatório imediato, caracterizado pelas primeiras 24 horas após a cirurgia, consiste no período mais crítico para o desenvolvimento de complicações, devido à adaptação fisiológica do organismo ao procedimento anestésico-cirúrgico realizado. Há alguns fatores que podem influenciar na ocorrência de complicações pós-operatórias, tais como, comorbidades pré-existentes, vulto cirúrgico, potencial de contaminação da cirurgia, área corpórea a ser operada, idade, entre outros. As complicações mais comuns são a dor, alterações urinárias, dessaturação de oxigênio, hipotensão, infecção da ferida operatória, hipotermia, entre outras. Desse modo, os cuidados de enfermagem no pós-operatório são essenciais para o restabelecimento da saúde dos indivíduos submetidos à intervenção cirúrgica. Objetivos: O objetivo deste estudo é descrever o que a literatura nacional e internacional aborda sobre as complicações pós-operatórias na Sala de Recuperação Pós-anestésica (SRPA). Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, de revisão de literatura científica com descrição narrativa dos achados. Inicialmente foi realizada uma busca nas bases de dados eletrônicas da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Web of Science e PubMed com identificação da temática: complicações pós-operatórias, que resultou em 846 artigos artigos que foram importados para o Programa SOPHIE e, na sequência aplicou-se os critérios de inclusão: estudos que abordem a respeito das complicações pós-operatórias, em língua portuguesa, espanhola ou inglesa, entre os anos de 2012 a 2016 e disponível eletronicamente em formato de texto completo gratuitamente. Como critérios de exclusão foram elencados os artigos caracterizados como fuga do tema, textos duplicados, relatos de experiência, revisões de literatura, relatos de caso, estudos fora da SRPA ou que comparassem efeitos entre medicamentos e técnicas. Através da leitura prévia dos textos, foram identificadas 13 publicações que preencheram os critérios instituídos. Resultados: Após a leitura na íntegra por dois pesquisadores dos 13 artigos pré selecionados, os textos incluídos neste estudo tiveram os principais resultados transcritos para um formulário próprio de coleta de dados, contento dados bibliométricos, metodológicos, principais resultados, além da identificação e quantificação das complicações pós-operatórias.  A partir da análise dos resultados emergiram sete categorias, a saber: a) Especialidades médicas envolvidas; b) Intervenções para prevenção de complicações pós-operatórias; c) Fatores que interferem no aumento de complicações; d) Principais complicações identificadas na SRPA; e) Presença de comorbidades no pré-operatório; f) Reintervenção cirúrgica; g) SRPA e mortalidade. Na categoria “Especialidades médicas envolvidas” as especialidades citadas foram ginecologia (n=1), Obstetrícia (n=1), Cardiologia (n=2), Ortopedia (n=2), Cirurgia de cabeça e pescoço (n=1), Cirurgia torácica (n=1), Cirurgia geral (n=2), Neurologia (n=2), Cirurgia plástica (n=1) e Otorrinolaringologia (n=1). Quanto à “Intervenções para prevenção de complicações pós-operatórias”, apenas um artigo relata o uso de intervenções para a prevenção de hipotermia na sala operatória (SO), tais como infusão venosa aquecida, manta térmica, colchão térmico, cobertor e enfaixamento dos membros. Já em relação aos “Fatores que interferem no aumento de complicações”, pode-se destacar: o tempo de duração da cirurgia (n=2), a cesariana em comparação ao parto vaginal (n=1), índice resistivo renal inferior foi associado à pneumonia, choque séptico e insuficiência renal aguda, entre outras complicações (n=1). Também, a obesidade (n=1), a transferência dos pacientes para a SRPA sem suplementação de oxigênio (n=1), o tipo de cirurgia (n=1) e o histórico médico (n=1) são aspectos que influenciaram na ocorrência de complicações. As “Principais complicações identificadas na SRPA”, foram Sangramento ou Hemorragia (n=5), Arritmia (n=4), Hipotermia (n=3), Hipoxemia (n=3), Sepse (n=3), Hipotensão (n=3), Insuficiência respiratória aguda (n=3), Parada Cardíaca (n=3), Tremor (n=2), Hipertensão Arterial (n=2), Taquicardia (n=2), Dor (n=2), Alteração do nível de consciência (n=2), Morte (n=2), Infarto agudo do miocárdio (n=2) e Deiscência (n=2). Vale ressaltar que em um dos textos, os autores afirmaram que não houver complicações pós-operatórias de curto prazo. Na categoria “Presença de comorbidades no pré-operatório”, Diabetes (n=4), Hipertensão (n=2), Insuficiência Cardíaca Congestiva (n=2) e Tabagismo (n=2) foram as comorbidades prevalentes. Entretanto, também foram relatadas a presença de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (n=1), Doença Vascular Periférica (n=1), Doença Cerebrovascular (n=1), Miocardiopatia (n=1), Neoplasia (n=1), Sepse (n=1), Transtorno neurológico agudo (n=1), Pneumonia (n=1), Trauma (n=1), Choque (n=1), Déficit neurológico (n=1), Perturbação metabólica ou eletrolítica (n=1), Insuficiência hepática, renal e respiratória (n=1) Infarto Agudo do Miocárdio (n=1), Obesidade (n=1), Prematuridade (n=1), Síndrome de Down (n=1), Espinha bífida (n=1), Defeito no septo ventricular (n=1) e Incontinência Urinária (n=1). Ainda, pode-se destacar que diversos estudos não mencionaram as comorbidades, mas apresentaram o percentual de classificação da ASA (American Society of Anesthesiology), a qual classifica os pacientes de acordo com a gravidade da doença pre-existente ao ato anestésico-cirúrgico, abrangendo desde a classe I (paciente saudável) até a classe VI (paciente com morte encefálica). Entre os estudos, as classificações mais prevalentes foram ASA I (paciente saudável) e ASA II (paciente com doença sistêmica leve). Uma destas pesquisas afirma que os incidentes críticos na SRPA ocorreram em sua maioria em pacientes com poucas comorbidades e outro também afirma que a maior parte das dessaturações de oxigênio ocorreram em pacientes com ASA II. Na “Reintervenção cirúrgica”, um artigo relata esse episódio devido a parada cardiorrespiratória e sangramento. Já no que se refere à “SRPA e mortalidade”, um estudo identificou que a taxa de mortalidade após cirurgias cardíacas foi de 3,6% e a taxa de falha de resgate de pacientes no pós-operatório foi de 19,8%, sendo que a insuficiência renal e septicemia obtiveram elevada taxa de falha de resgate, chegando a 48,8% e 42,6%, respectivamente. Além disso, outro estudo evidenciou que um em cada três pacientes que apresentaram parada cardiorrespiratória perioperatória sobreviveram à alta hospitalar e que o local da parada, o aumento da idade e a maior duração da parada foram preditores para uma menor taxa de sobrevivência. Tal estudo afirma que 64% dos pacientes que sobreviveram não desenvolveram sequelas neurológicas e que os indivíduos que desenvolveram parada cardiorrespiratória na SRPA alcançaram uma taxa de sobrevivência mais elevada. Considerações finais: As pesquisas apontam que as complicações pós-operatórias são múltiplas e evidentes, incidindo até mesmo em pacientes com pouca ou nenhuma doença de base, independentemente da idade e sexo. Neste sentido, é fundamental que a equipe de enfermagem da SRPA conheça a sintomatologia das complicações, bem como as complicações mais prevalentes em sua unidade, de modo a identificá-las eficientemente e assim prestar os cuidados necessários para a prevenção e tratamento destas complicações. Logo, o enfermeiro da SRPA também apresenta papel essencial na execução de tarefas assistenciais e gerenciais para que estas complicações sejam minimizadas, de forma a garantir a qualidade da assistência no pós-operatório imediato e preservar a segurança do paciente.

5056 AÇÕES SOCIOEDUCATIVAS NA PRÁTICA PROFISSIONAL DOS ASSISTENTES SOCIAIS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE MANAUS
Yoshiko Sassaki, Josiara Reis Pereira

AÇÕES SOCIOEDUCATIVAS NA PRÁTICA PROFISSIONAL DOS ASSISTENTES SOCIAIS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE MANAUS

Autores: Yoshiko Sassaki, Josiara Reis Pereira

APRESENTAÇÃO: O serviço social como uma profissão de saúde, atua em todos os níveis de atenção da saúde pública, nesse espaço sócio-ocupacional, estabelece relações com as equipes de saúde, usuários e instituição, essas dimensões dialogam junto ao seu fazer profissional e possibilitam a construção de práticas em saúde que potencializem a dimensão do cuidado. Diante das demandas que vão se apresentando  no exercício profissional nestas diversas relações, este trabalho se propõe a tecer considerações sobre as articulações que o profissional assistente social estabelece na esfera das ações socioeducativas a partir de uma relação teoria e prática na produção do cuidado em saúde na atenção básica na cidade de Manaus. DESENVOLVIMENTO: O assistente social é um profissional que tem sua atuação vinculada diretamente com a realidade social, dentro da profissão é associado como uma atuação que visa o enfretamento das expressões da questão social, tendo na sua legislação essa dimensão como uma competência profissional, sendo esta: identificar as demandas presentes na sociedade e formular respostas profissionais diante das mesmas. Quando o profissional é inserido em determinado espaço sócio-ocupacional, esta demanda deve ser observada dentro das condições de produção e reprodução social destes indivíduos. No caso deste estudo, os assistentes sociais são inseridos dentro de territórios de saúde, estes são marcados por um estilo de vida cultural e por determinantes sociais que serão perceptíveis na rotina de atendimento do estabelecimento de saúde. O locus de pesquisa foi o Distrito Sanitário de Saúde – DISA - localizado na zona leste de Manaus, segunda zona mais populosa da cidade, dados do IBGE apontam em 2013 uma população de 492.732. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com as assistentes sociais das unidades básicas de saúde UBS´s, com auxílio de formulário, e os dados analisados a partir da análise de conteúdo. RESULTADOS: Nos Parâmetros para Atuação dos Assistentes Sociais na Saúde, organizado pelo Conselho Federal de Serviço Social - CEFESS em conjunto com os Conselhos Regionais de Serviço Social – CRESS, encontram-se quatro eixos de orientação para atuação dos assistentes sociais na área da saúde, sendo eles: ações de atendimento direto aos usuários; ações de mobilização, participação e controle social; ações de investigação, planejamento e gestão; ações de assessoria, qualificação e formação profissional. Neste trabalho selecionamos um dos sub-eixos do atendimento direto com os usuários, as ações socioassistenciais, estas se dão através de orientações reflexivas e socialização de informações realizadas por meios de abordagens individuais, grupais ou coletivas aos usuários, famílias e população de determinada área programática, estão especificadas da seguinte forma: sensibilização quanto aos direitos sociais; ações com a comunidade; atividades socioeducativas nas campanhas preventivas; democratização das informações da rede de atendimento, elaboração e divulgação de material socioeducativo, sala de espera e atividades em grupo usuário/família de acordo com os interesses desses grupos. Para analisar a realização dessas atividades foi utilizada Escala Likert, esta analisa o nível de concordância diante de uma assertiva ou questionamento, os níveis são os seguintes: concordo muito, concordo pouco, não concordo nem discordo, discordo muito, discordo pouco. Diante disso, as ações de sensibilização quanto aos direitos sociais, atividades socioeducativas nas campanhas preventivas e democratização das informações da rede de atendimento alcançaram 100% no nível de concordo muito; no código de ética profissional essas ações veem expressa como um dos mecanismos indispensáveis à participação dos/as usuários/as tanto ao receber o serviço, mas também se sentindo parte da construção do cuidado, assim, oficinas, palestras, roda de conversa, campanhas preventivas, podem alcançar dimensões de proximidade com a população usuária, além de socialização dos direitos sociais. A articulação do profissional com a comunidade representou 50% no nível concorda muito, 12, 5% concorda pouco e 25% discordam muito com esta realização, foi percebível que para alguns profissionais estas ações possuem caráter secundário, para outros não consta nos planejamentos. Quanto a elaboração e divulgação de material socioeducativo, que é uma ferramenta estratégica de alcance à população usuária sobre seus direitos e deveres no campo da saúde, representam 50% no nível concorda muito, 25% discordam pouco e 25% discordam muito da sua realização, este percentual quando associado as falas das profissionais, revelam que por questões cômodas ou por falta de condições de equipamentos, alguns profissionais não criam materiais socioeducativos com base nas peculiaridades da sua vivência e dos determinantes em saúde. O espaço da sala de espera constitui-se como uma importante estratégia para intervenção junto aos usuários. A sala de espera são os espaços físicos nas quais os usuários da saúde aguardam seus atendimentos, são espaços que podem concentrar usuários com diagnósticos semelhantes, representados pelo quadro epidemiológico do território, assim como condições de acesso e desigualdade social, com a possibilidade de vários condicionantes comuns vivenciados pela população usuária do serviço, estas ações possibilitam o fortalecimento da autonomia dos indivíduos, podendo ir além, no campo das necessidades da esfera pública, numa dimensão de transformação social e a formação de um pensamento crítico, através das vivências do cotidiano, diante disso, 62,5% das profissionais concorda muito com a realização, enquanto 12,5% concordam pouco e o mesmo quantitativo discordam muito.  As atividades com grupo de usuário ou família de acordo com interesse desses grupos são representadas em 62,5% no nível concordo muito com a realização e 12,5% concorda pouco e 12,5% discorda muito. O trabalho com grupo de usuários levando em conta seus interesses e necessidades é um processo que potencializa o cuidado como uma construção junto a equipe de saúde, onde todos se sentem responsáveis, percebemos que ainda não são atividades que apresentem um nível majoritário de realização, porque também envolvem questões para além da iniciativa dos profissionais, como quantidade favorável de recursos humanos, infraestrutura das unidades de saúde, características e cultura  de participação da comunidade, entre outros.  CONSIDERAÇÕES FINAIS: As ações socioeducativas se revelam nas falas das assistentes sociais como aspectos que dão solidez e visibilidade a prática profissional na saúde, porém  ainda perduram práticas e posicionamentos que se encontram na contramão do projeto ético político, é perceptível, alguns distanciamento com ações  que são basilares em todos os espaços sócio-ocupacionais que o profissional possa atuar, sobretudo no que se refere na relação direta com os usuários do SUS, seja por meio de ações individualizadas ou coletivas, a aproximação da realidade da população usuária e  a criação estratégias de intervenção diante de suas demandas são ações pertinentes e devem fazer parte da rotina das instituições e práticas profissionais.   

1927 O significado de saúde para homens: um olhar geral sobre o corpo para pensar a produção de cuidados
Cleiry Simone Silva, Ricardo Luiz Ramos, Paulo Sérgio Silva, Cleidson Junio Silva, Daniela Trindade Sousa, Nébia Maria Figueiredo

O significado de saúde para homens: um olhar geral sobre o corpo para pensar a produção de cuidados

Autores: Cleiry Simone Silva, Ricardo Luiz Ramos, Paulo Sérgio Silva, Cleidson Junio Silva, Daniela Trindade Sousa, Nébia Maria Figueiredo

Introdução: Investigar sobre saúde é um desafio, sobretudo por considerarmos na produção do cuidado nos diversos níveis de assistência à saúde os aspectos econômicos, culturais, epidemiológicos, políticos, físicos, pessoais, espirituais e históricos que permeiam as pessoas, comunidades e coletividade. Estas decorrências se ampliam quando queremos enfocar aspectos da saúde do homem o que sugere um olhar pelo fator do gênero e do cuidado com seu corpo. Certamente as considerações sobre as práticas instituídas para cuidar do homem nos dias atuais exigem apenas saber das doenças para prevenção e medicalização, sem reconhecer como ele se percebe na relação com a sua saúde, masculinidade, representação e de tudo que acontece ao seu redor e isso inclui os fenômenos de transformação social presentes nos tempos atuais. A manutenção da saúde e a prevenção de adoecimentos nos impulsiona querer compreender os fatores que influenciam os homens a procurarem menos que as mulheres os serviços de saúde. Baseado nessas acepções emerge a questão orientadora deste ensaio interventivo: quais são os significados de corpo saudável para os homens? Na busca por respostas para essa indagação que posiciona os homens na relação de cuidado com seu corpo, é apresentado o seguinte objetivo: conhecer os significados de saúde para os homens a partir da palavra de ordem corpo. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo com abordagem descritiva. Isso porque o método qualitativo trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações1. O contexto escolhido deste estudo foi uma Unidade Básica de Saúde (UBS), onde está contida a Estratégia de Saúde da Família. A seleção do cenário do cuidado foi aleatória a partir de um sorteio que incluiu 33 unidades presentes no município de Boa Vista capital do estado de Roraima, localizado na Amazônia Legal, região Norte do Brasil. Foram incluídos no estudo os participantes do gênero masculino com idade entre 18 a 60 anos, vinculados a dois microcenários do cuidado adstrita a UBS: uma escola estadual e uma Instituição de Ensino Superior. Cabe destacar que este estudo é parte dos dados produzidos na tese de doutorado intitulada: Agenciamentos no corpo do homem: um estudo de enfermagem sobre o cuidado e prevenção nos espaços de viver, no qual o projeto foi submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UNIRIO e foi considerado aprovado em 29 de maio de 2017 sob o número de CAAE: 6579917.8.0000.5285. Todos os participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e tiveram seu anonimato mantido conforme as diretrizes estabelecidas na resolução 466/12. A estratégia de produção dos dados envolver três grandes momentos de coleta: I - realização de modelagem coletiva sobre o corpo, II - realização de uma assembleia sobre corpo e cuidado com um grupo de homens que foi gravada e transcrita e por fim aplicação de um roteiro de entrevista semiestruturado. Os procedimentos para análise de todo material foi realizado mediante aplicação do referencial teórico disposto em Laurence Bardin, que diz: a análise das comunicações visa obter, por meio de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição dos conteúdos das mensagens, indicadores, quantitativos ou não, que permitam a inferência de conhecimentos2. Resultados: Ao todo participaram do estudo 85 homens. Dessa totalidade, 49% significaram seus corpos como narcísicos, onde as palavras de ordens identificadas foram: corpos belos, bonitos e lindos como sendo um excelente indicador de saúde. 34% sinalizaram tanto na modelagem quanto nas entrevistas não gostar das partes do corpo. Dentre as regiões mais sinalizadas foram incluídos as pernas, braços e barriga. 13% apresentaram na modelagem o órgão sexual masculino o que infere que a sexualidade não encontra espaço no discurso da saúde e do cuidado em saúde. É interessante pensar neste corpo significado pelos homens, sobretudo quando o consideramos nas experiências de viver e de sensações adquiridas, iniciadas na família e depois nas experiências de viver como uma forma saudável de cuidar para manter este corpo sadio, normal e bonito. Um corpo considerado espaço reduzido, tatuado pela sua história, sua representação social, seus modos de viver, produtor de processos, imagens, práticas e espaços de criação e de reflexão3. No que se referem às ações de cuidar realizadas pelos enfermeiros e como elas se dobram no cotidiano do trabalho interdisciplinar junto aos homens nos serviços de saúde a preocupação nos dias de hoje remete a novas formas de fazer e dar sentido a saúde.  Uma enfermagem que se utiliza dos sentidos corporais dos corpos em conexão: profissional de enfermagem e homem-cuidado que dão e são sentidos de vida. Cuidado em tocar para sentir, cuidado olhar para ver; cuidado ouvir para escutar, cuidado comunicação, cuidado gesto, cuidado na atenção as subjetividades do corpo e do espaço. Trazer esses homens para um território pessoal e de subjetividade em seus corpos por natureza é desafiador para o encontro e o cuidado. Só os homens conhecem os seus corpos, como as mulheres conhecem os dela e os homoafetivos os deles; nem mais homem e nem mais mulher, mas um homem ou uma mulher com novas essências e que carecem de cuidados em saúde. O fato é que a grande maioria dos participantes escondeu o pênis e isso têm sentido quando eles nos falam ou modelam seus corpos significados a gênero, não vestidos e não mostram seus órgãos genitais Não é o nosso interesse dar sentido sexual a ausência do órgão genital, mas da importância da sexualidade do corpo, no exercício de suas diversas potencialidades e escolhas da sexualidade de homens, mulheres, transexuais como energia vital, energia do homem enquanto ser que vive, produz, fala e precisa de cuidados em saúde. Considerações finais: Essas considerações são temporais, mesmo que estejamos pensando no cuidado para o homem histórico e do futuro, para trás e para frente, para o agora ao nos encontrar e cuidar deles. Estes homens que indicam implicações que são de ordem “filosófico existencial”, “filosófico-clínico” e “filosófico-espacial”, como temas significados a serem considerados na produção do cuidado nos multivariados níveis de assistência à saúde e na percepção dos profissionais de enfermagem e da saúde quando produzem cuidados com eles. Com a certeza do inacabado, esse parece ser o sentido construído neste estudo, que é o da perspectiva da enfermagem, mas que pode ser “interdisciplinar”. Essas unidades de conteúdo, encontradas serão as bases para outro reconhecimento do que é ser homem, neste século, nas políticas públicas e em seus territórios. Reconhecer que seu corpo singularmente é revelado, se coloca, se perde ou se encontra em outros momentos e fluxos que transcende doenças sexualmente transmissíveis e métodos contraceptivos para prevenção de paternidades indesejadas.

1872 Usuário guia: um dispositivo na construção de redes
Kátia Santos de Oliveira, Ana Lucia de Grandi, Regina Melchior, Maira Sayuri Sakay Bortoletto, Maria Lúcia da Silva Lopes, Josiane Vivian Camargo de Lima, Sarah Beatriz Coceiro Meirelles Félix

Usuário guia: um dispositivo na construção de redes

Autores: Kátia Santos de Oliveira, Ana Lucia de Grandi, Regina Melchior, Maira Sayuri Sakay Bortoletto, Maria Lúcia da Silva Lopes, Josiane Vivian Camargo de Lima, Sarah Beatriz Coceiro Meirelles Félix

Apresentação: A atenção domiciliar, no que se refere ao rearranjo tecnológico do trabalho em saúde, é um campo de tensões entre reprodução do modelo hegemônico biomédico de cuidado e produção de alternativas substitutivas que se aproximam da integralidade. Pode haver simples transferência do cuidado do hospital para o domicílio ou pode haver a produção de novos modos de cuidar, incluindo relações horizontais entre trabalhadores, usuários e suas famílias, cuidado singular e compartilhado. Assim sendo, o objetivo deste trabalho é compreender o cuidado produzido e compartilhado pela atenção domiciliar e outros serviços. Desenvolvimento: Pesquisa vinculada ao Observatório de Práticas de Cuidado em Redes Atenção Domiciliar e Atenção Básica. Trata-se de uma pesquisa qualitativa cuja proposta metodológica escolhida foi a cartografia. Autores referência sobre a cartografia destacam a importância de que os pesquisadores vivam os deslocamentos, sentindo os efeitos e composições outras que vão se dando entre campo e pesquisados. Compreendendo que tal proposta contrapõem a neutralidade do posicionamento do pesquisador, e justamente convoca-os a mergulharem no campo pesquisado e com ele viva as intensidades relacionais e afetos agenciados pelo encontro com o outro. Nesse caminhar as falas, sensações e pensamentos devem ser escutados sentidos e verbalizados buscando dar expressão dessa construção com o campo, disparando processos de desterritorialização, dando visibilidade a criação de novas manifestações corpóreas de existências outras de modo de sentir, pensar e agir que encarnem o inédito em nós. O trabalho de campo iniciou com observação de três equipes do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) atuantes em um município da região Sul do país, buscando compreender e participar dos processos produzidos e vivenciados por estas equipes junto aos usuários. E a partir dessa vivência, após quatro meses de acompanhamento, conjuntamente com as equipes, foi escolhido um usuário guia para a segunda fase do trabalho de campo. Nesse momento buscou-se deixar ser afetado pela produção de vida do usuário guia nas suas produções de redes, permitindo que isso se constituísse como dispositivo para os pesquisadores. Durante o acompanhamento do usuário guia, identificou-se temas relacionados ao cuidado e as redes produzidas, a partir de narrativas da família e outros vínculos do usuário, assim como de trabalhadores dos serviços por ele frequentado. Resultados: Aninha é uma criança de 6 anos, portadora de miopatia (não classificada), adotada aos 4 meses por uma família que tem parentesco de consanguinidade com a criança. Aos 2 anos após uma pneumonia com complicações respiratórias, foi submetida à traqueostomia e passou a ser acompanhada pelo SAD, desde então seu quadro alterna períodos mais estáveis com periodos de instabilidade. Neste processo, várias redes de cuidado, que vão além dos serviços de saúde por ela frequentado, foram produzidas pela própria família da Aninha, o que fez com que diferentes olhares estivessem presentes em seu cuidado. A família na busca de recursos que respondam as necessidades de saúde da Aninha, estabelece vínculos para além daqueles relacionados ao serviços de saúde, conheceram pessoas por meio de redes sociais, que começaram a acompanhar a trajetória da Aninha, passando a fazer parte do círculo de amizade familiar, além de outros mais distantes, em outros estados, fazendo trocas de experiências e de doações de materiais. Como outra forma de busca de recursos, a família se utiliza de meios de comunicação locais, como programas de televisão. Por sua vez, Aninha também constrói suas redes. Como é torcedora do time de futebol local, conseguiu conhecer os jogadores, criar vínculos de amizade com eles e ampliar sua rede de cuidados, indo além do estado de saúde para a produção de vida. Nesta mesma linha, a equipe SAD que a acompanhava, utilizou ferramentas de afeto e vínculo, buscando meios de produzir cuidado para além do que está previsto na portaria que descreve as atribuições do serviço, estando presentes, por exemplo, em momentos festivos da família. Por outro lado, a complexidade do caso da usuária-guia, fez com que necessitasse do acompanhamento de diversos serviços e profissionais. Com isso, um fato vivenciado pelos pesquisadores foi a decisão de submissão da criança à gastrostomia, pelo não ganho de peso. Este procedimento foi proposto para ser realizado juntamente com a cirurgia de correção de refluxo, a qual a criança já seria submetida, pensando que os riscos cirurgicos são muitos, se otimizaria a realização dos dos procedimentos em um único momento. No entanto, a equipe SAD, vinha desenvolvendo um trabalho relacionado à alimentação com a família e a criança, pois segundo a equipe além dos problemas orgânicos, haviam questões sobre hábitos alimentares que precisavam ser revistos. Os primeiros resultados já estavam sendo observados pela equipe, quando o serviço especializado tomou a decisão pela intervenção, sem articulação com a equipe SAD. Um segundo fato que vem sendo acompanhado, é a busca da família pela realização tanto de uma biópsia muscular quanto de um mapeamento genético, como possibilidade de tentar identificar o tipo de miopatia que a criança possui e com isso otimizar o tratamento por ela recebido. Os exames foram solicitados em 2013 e, desde então, a família tentar fazê-los. Nesse caminhar, o primeiro passo, foi conseguir o acompanhamento via tratamento fora do domicílio (TFD) que encaminhou a criança para um serviço de referência em outro município dentro do estado. Porém este serviço, embora sendo a referência, ainda não realizou os exames. Em cada uma das viagens da família para acompanhamento ambulatorial e tentativa de realizar os exames, algum empecilho aparece, falta de recursos materiais, financeiros ou mesmo de profissionais que os façam. E sempre a família retorna aguardando a próxima consulta para uma nova tentativa. O que pôde ser observado é que os serviços não se comunicam, e a responsabilidade de explicar os motivos de não realização dos exmes para o serviço TFD do município, e para os profissionais que acompanham a criança é sempre da família. Por meio de campanhas e eventos, a família tentou arrecadar recursos para a realização dos exames em serviços particulares, porém são procedimentos muito caros, o que impossibilitou esta alterntiva. Com isso, em uma “luta” que já dura anos para conseguir fazer estes exames, a alternativa mais recente encontrada pela família foi apelar ao Ministério Público, como forma de tentar garantir a realização de procedimentos que podem influenciar diretamente no tratamento e cuidados recebidos pela criança. Considerações finais: Percebemos que em meio a tantas adversidades vivenciadas pela Aninha e sua família, o que predomina é a produção de vida, que independente das condições de saúde, fazem com que a família sempre esteja em busca de meios de produzir cuidado para além da determinação da doença. Embora a equipe SAD tenha produzido forte vínculo com a usuária e sua família, percebe-se que o cuidado ainda vem sendo produzido de forma fragmentada entre profissionais e serviços, que não se comunicam para definir um plano de cuidado singular, fazendo com que as decisões não sejam compartilhadas, perdendo a potencialidade do trabalho coletivo que produz redes e intensifica o cuidado. Por fim, destacamos que apesar de se ter estabelecido um fluxo entre os serviço, isso não garante que o cuidado realmente esteja acontecendo de acordo com as necessidades dos usuários, fazendo com que os mesmos tenham que recorrer a meios judiciais, como o Ministério Público, para ter seus direitos garantidos e a resposta para suas necessidades e problemas. 

3808 MÉTODO ALTADIR DE PLANIFICAÇÃO POPULAR: CONSTRUÇÃO E IMPLANTAÇÃO NO AMBULATÓRIO DE INFECTOLOGIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO DE CUIABÁ-MT
AUDREY MOURA MOTA GERONIMO, Liney Maria Araújo, Marília Duarte Valim, Heloísa Maria Piero Cassiolato, Bruna Paesano Grellmann, Giordan Magno da Silva Gerônimo

MÉTODO ALTADIR DE PLANIFICAÇÃO POPULAR: CONSTRUÇÃO E IMPLANTAÇÃO NO AMBULATÓRIO DE INFECTOLOGIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO DE CUIABÁ-MT

Autores: AUDREY MOURA MOTA GERONIMO, Liney Maria Araújo, Marília Duarte Valim, Heloísa Maria Piero Cassiolato, Bruna Paesano Grellmann, Giordan Magno da Silva Gerônimo

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são consideradas problema de saúde pública dada alta incidência/prevalência, com complicações graves, sendo facilitadoras da transmissão do vírus HIV. Atualmente na Triagem Obstétrica e Ambulatório de Pré-Natal do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), registra-se um aumento gradativo dos casos com perfis de riscos distintos. O setor acolhe gestantes de demandas espontâneas ou referenciadas, com queixas diversas, comprovadas com registros desses setores. A testagem do HIV, da Sífilis e das Hepatites Virais (B e C) das mulheres gestantes ou não, devem ser realizados nos serviços compondo uma atenção integral com essa oferta. Para realização desses testes se faz necessário o aconselhamento individual ou coletivo, ação que representa um importante componente no processo de descoberta do diagnóstico do HIV, da Sífilis e das Hepatites Virais (B e C). Tal procedimento é realizado por uma equipe multiprofissional que se fundamenta na interação e na relação de confiança estabelecida entre profissionais e a usuária. Essa troca contribui para a promoção da integralidade do cuidado, possibilitando avaliar vulnerabilidades e riscos com a consideração das especificidades biológicas, psicossociais e culturais, bem como a individualidade das mulheres que buscam esse setor. É notória necessidade de implantação de estratégia de acesso à testagem rápida para Sífilis, HIV e Hepatites Virais (B e C) já no primeiro acolhimento. Essa proposta está em consonância com as metas universais pactuadas (90/90/90) para fim da pandemia de AIDS até 2030, a serem alcançadas através de ações baseadas em evidências e parcerias multissetoriais. Tais agravos possuem simplicidade diagnóstica e fácil manejo clínico/terapêutico, na maioria, com grande chance de alta com cura. Esse estudo teve como objetivo identificar causas e consequências relacionadas ao baixo índice de testagem rápida para as referidas IST, propondo plano de ação e intervenções eficazes. Por se tratar de setores de pronto atendimento de livre demanda, apresenta uma incidência expressiva nos números de ISTs diagnosticadas (como gonorreia, sífilis, clamídia, condiloma acuminado e outros acontecimentos), que apenas reforçam a oferta da testagem rápida neste local. Esse procedimento oportuniza diagnóstico e tratamento precoce dessas infecções, essenciais para diminuir a incidência da transmissão do HIV e, possivelmente, erradicar doenças como a sífilis congênita. Gestantes ou não, os diagnósticos precoces dessas doenças possibilitam a busca de melhores resultados, relacionados ao controle das infecções maternas e, consequentemente, a melhor profilaxia para evitar as transmissões verticais destes agentes patológicos. Já a transmissão vertical do HIV, quando não são realizadas as intervenções de profilaxia, ocorre em cerca de 25% das gestações das mulheres infectadas. Entretanto, o cumprimento do protocolo e diretrizes de intervenções preconizadas pelo Programa Nacional de DST/AIDS a de taxa de transmissão cai para níveis entre 1 a 2%. Faz-se necessário que tanto os gestores, quanto os profissionais de saúde e a sociedade estejam sensíveis à problemática das ISTs, desenvolvendo ações educativas com estratégias para a melhoria na qualidade da assistência dos casos diagnosticados, na prevenção e no controle das mesmas. Atualmente esses agravos estão possuem uma simplicidade diagnóstica e é de fácil manejo clínico/terapêutico na sua maioria com grande chance de alta com cura. Dessa forma, fica evidente que o aumento nos números de casos de transmissão vertical é um marcador da qualidade da assistência à saúde prestada, especialmente para as gestantes que buscam assistência precoce ou não, especialmente do HIV e da sífilis. Trata-se de atividade realizada por acadêmica do nono período em Estágio Curricular Supervisionado II, através da utilização do Método Altadir de Planejamento Popular (MAPP), em hospital de ensino de Cuiabá-MT, entre setembro e dezembro/2016. Identificou-se como problema a oferta parcial de testagem rápida desses agravos para todas as mulheres que buscavam atendimento nas unidades da instituição, independente da queixa inicial. Identificaram-se como principais causas: falta de conhecimento técnico-científico da equipe multiprofissional relacionado à técnica, ausência de capacitação continuada e falta de insumos materiais. Como principais consequências, destacou-se o aumento expressivo de casos reagentes e retardo da quebra da cadeia de transmissão vertical. Como solução, propôs-se capacitação da equipe multiprofissional. Foram realizadas 05 turmas para educação em saúde, atingindo 52 profissionais no total. De acordo com o planejamento definido previamente, a etapa teórica (4h/a) abordou as epidemias mundiais e as metas universais 90/90/90 para o fim da epidemia da AIDS; apresentou as características básicas de cada agravo (Sífilis, HIV, Hepatites B e C) e os tratamentos e cuidados preconizados pelo Ministério da Saúde para os mesmos; conceitos relacionados à diversidade sexual; e, por fim, trouxe a teorização a respeito da realização dos testes rápidos para Sífilis, HIV, Hepatites B e C, ressaltando a importância do aconselhamento a partir de vivências cotidianas como etapa indissociável da técnica. Já na etapa prática (4h/a), possibilitou-se um confronto entre teoria e execução da técnica de testagem rápida, bem como discussão sobre a interpretação e o manejo adequado para as variadas situações que podem vir a surgir. Focou-se nas dificuldades que o manuseio dos materiais envolvidos podem representar para a execução da técnica, ao tempo que se buscou em todos os momentos desmistificar a bagagem cultural e preconceito em torno do HIV/AIDS e das demais IST envolvidas. A proposta desse MAPP surgiu de lacuna existente na referida instituição, que se agrava por ser unidade de referência para diversos agravos. Os entraves para uma adequada realização de testagem rápida envolve uma série de questões que abarcam a logística, os procedimentos até então adotados e adentra a formação técnica dos profissionais de saúde envolvidos. Como encaminhamentos apontados pelos profissionais que realizaram a capacitação, pode-se enumerar as seguintes questões que carecem de olhar cuidadoso por parte dos gestores da instituição: ofertar TR-1 e TR-2 para diagnóstico de HIV OBRIGATORIAMENTE, conforme previsto em normativo do Ministério da Saúde; rever o tempo de resultado diagnóstico do Westblot para confirmação diagnóstica de reatividade para HIV na instituição; proceder a identificação de quais unidades serão fornecido banner ou álbum seriado para dar suporte no processo de aconselhamento, parte da testagem rápida; estabelecer como será o registro interno do diagnóstico/triagem dos testes rápidos (carimbo? Formulário próprio? Laudo em duas vias?); estabelecer rotina de testagem rápida nas unidades da instituição, oferecendo condições de fazê-lo adequadamente e de acordo com as exigências do Ministério da Saúde; envolver os profissionais dos setores que realizarão o procedimento na finalização e aprovação do protocolo e no processo de aprovação da proposta de POP finalizada de Testes Rápidos para HIV, Sífilis e Hepatites Virais (B e C); disponibilizar imediatamente os formulários criados para a implementação, mesmo que ainda não tenham recebido a aprovação final, com o intuito de salvaguardar o profissional da ponta que não pode deixar de realizar a testagem rápida enquanto se finaliza os pormenores para colocação em prática das questões definidas (TCLE e Laudo padrão). As turmas se mostraram comprometidas com o plano de ação e motivadas com as informações que foram apresentas, interagindo e contribuindo nos debates. Ações como essa ação apenas reforçam a necessidade de estabelecer e promover um calendário de atualizações por meio de educação permanente em saúde nas instituições, exigindo monitoramento após sua realização para ações futuras, ficando evidente que o aumento de casos de transmissão vertical é marcador da qualidade da assistência à saúde prestada, especialmente do HIV e da Sífilis.

480 IMPACTOS DA CRISE HÍDRICA NA SAÚDE PÚBLICA E A REEMERGÊNCIA DAS DOENÇAS RELACIONADAS À ESCASSEZ DE ÁGUA NA BAHIA
Cinoélia Leal de Souza, Ana Cristina Santos Duarte, Elaine Santos da Silva, Ana Paula Melo Fernandes Rodrigues

IMPACTOS DA CRISE HÍDRICA NA SAÚDE PÚBLICA E A REEMERGÊNCIA DAS DOENÇAS RELACIONADAS À ESCASSEZ DE ÁGUA NA BAHIA

Autores: Cinoélia Leal de Souza, Ana Cristina Santos Duarte, Elaine Santos da Silva, Ana Paula Melo Fernandes Rodrigues

Apresentação: na medida em que as populações e as atividades econômicas crescem, muitos países atingem rapidamente a escassez de água ou se defrontam com limites para o desenvolvimento econômico. Somam-se as questões econômicas, às questões climáticas, às ações humanas, e o resultado dessa interação pode provocar diversas implicações na saúde pública, sendo que há vários tipos de doenças que podem ser causadas por algum fator relacionado com a água. (Como exemplos: em locais com saneamento básico deficiente, falta de água tratada, de rede de esgoto ou de alternativas adequadas para a deposição dos dejetos humano), as doenças podem ocorrer devido à essa contaminação, e ainda, a falta de água também pode causar doenças, pois, sua escassez impede uma higiene adequada, além da lista de doenças de transmissão hídrica, aquelas causadas por insetos que se desenvolvem na água. Nesta perspectiva, a abordagem da questão ambiental relacionadas à escassez e contaminação da água, exige o conhecimento de várias áreas da ciência, tanto que, os conceitos de saúde, saneamento e saúde pública vêm sofrendo um processo de convergência conceitual dentro da sua evolução histórica, para que seja possível entender, em partes, como o ser humano promove, ou não, o seu bem-estar. Assim, pretendeu-se com este estudo, analisar a influência da escassez de água na saúde pública e na reemergência de doenças infecciosas no estado da Bahia de 2007 a 2012. Desenvolvimento: Estudo epidemiológico, descritivo, exploratório de caráter transversal, realizado no estado da Bahia no período de 2007 a 2012. O período escolhido para o estudo é referente à disponibilidade dos dados em todos os bancos de dados, como o Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SINAN) e a Agência Nacional de Água do Brasil, responsável pela coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos.  Para análise da situação entre a escassez de agua e a incidência de doenças reemergentes foram utilizados os seguintes indicadores: água (total de reservatórios, volume menor que 30% e volume acima de 90%); e os agravos à saúde (Cólera, Dengue, Febre Tifoide e Hepatite A). Para análise dos indicadores, o processo envolveu a caracterização dos casos dos agravos estudados, utilizando as variáveis: faixa etária, sexo, raça e escolaridade dos casos notificados, assim como estimativa das incidências para o estado da Bahia para o período estudado. No segundo momento foi realizada a comparação ano a ano entre os agravos e o volume de para compreensão do aumento ou redução das doenças em função da melhoria ou não da disponibilidade da água no estado ao longo do tempo. Resultados: Em relação à disponibilização de água no estado da Bahia, a quantidade de reservatórios vem permanecendo constante nos últimos anos, com volumes cada vez menores, apesar da comprovada escassez de água em diversos municípios do estado da Bahia, sinalizando para a reavaliação das políticas públicas de fornecimento de água. É patente que, a qualidade da água e a saúde das populações estão intimamente relacionadas. Várias são as doenças que podem ser relacionadas à veiculação hídrica: por ingestão de água contaminada, por contato da pele/mucosas com essa água contaminada, muitas vezes a falta de água impede a higienização adequada e pode causar também uma série de doenças, temos as doenças causadas por insetos/vetores que se desenvolvem na água. Essa situação obriga a intensificar os para conseguir metodologias preventivas através de vacinas eficientes, e também o controle biológico para a diminuição na propagação das causas, além das ações preventivas básicas quanto à erradicação de locais de proliferação. No período de 2007 a 2012 o número total de casos de dengue no estado da Bahia foi de 27.1629, problema que não é novo, mas que vem se intensificando nos últimos anos, aumentando o número de casos e de notificações. Tal situação é evidenciada nas diferenças sociais no acesso a recursos e equipamentos públicos implicam diretamente no quadro de saúde das pessoas, quando se compara o número de casos de dengue, febre tifoide e hepatite A na Bahia de 2007 a 2012, o número de casos é extremamente mais elevado na população com menos de 08 anos de estudo, com 65,364 (66,33%), 41 (62,12%) e 1009 (84,58%) respectivamente. Em relação ao número de casos das mesmas doenças no comparados em diferentes grupos etários, tem-se 137.612 (78,62) dos casos de dengue em pessoas declaradas negras e 37,431 (21,38%) não negras; para hepatite A 2.051 (80,20%) dos casos atribuídos a pessoas negras, e para febre tifoide o número de casos na população negra é de: 81 (78,31%) dos casos, o que demonstra a inequidade na distribuição e acesso aos serviços e equipamentos públicos de saúde, sociosanitários e hídricos. Grande parte dessas pessoas vive na periferia de centros urbanos, com moradias inadequadas, baixa cobertura de saneamento básico, proporção elevada de analfabetismo, pouca qualificação profissional e pouca perspectiva de ascensão social. É uma população marginalizada, discriminada socialmente e mais vulnerável à violência e a doenças. O Brasil avançou ao longo dos anos, com grandes conquistas da sociedade, sobretudo, no setor Saúde, com a criação do SUS, mas ainda enfrenta problemas básicos de estruturação, efetividade e acesso a serviços e equipamentos públicos básicos, como educação, infraestrutura, saneamento básico e saúde. Considerações finais: o Nordeste brasileiro convive a muitos anos com a escassez de água, e os problemas ambientais e de saúde advindos dessa situação, caracterizada principalmente pelo clima e relevo da região, o que torna fundamental a constante análise, avaliação e a proposição de ações e políticas de saúde que visem enfrentar tal situação e consequentemente melhorar a qualidade de vida da população. Nota-se que, as tendências nos indicadores de saúde/doença no que se refere a esse quadro ainda carecem de muita atenção, pois doenças consideradas “do passado” ainda assolam muitas comunidades da região Nordeste, sobretudo da Bahia. Alternativas devem ser criadas para o enfrentamento da crise hídrica e das consequências que ela gera na saúde das pessoas. É necessário minimizar o impacto das infecções e doenças emergentes e reemergentes na saúde pública, promoção da saúde para melhoria da qualidade de vida da população, na qual a efetividade das ações de promoção da saú­de está condicionada pela potencialidade das ações humanas no território/meio ambiente, sobretudo aqueles que possuem maiores barreiras e dificuldades relacionadas ao próprio meio. REFERÊNCIAS BRASIL. Agenda 21. Proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos. Água em Rev. Suplemento das Águas; 2014. SCHMIDT, R. A. C. A Questão Ambiental na Promoção da Saúde: uma Oportunidade de Ação Multiprofissional sobre Doenças Emergentes. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva v.17, n.2, p373-392, 2007. CAMELLO, T. C. F. Dengue, chikungunya e ebola: viroses ambientais. Revista Sustinere. v.2, n.2, p.3-15, 2014. SOUZA, C. L.; ANDRADE, C. S. Saúde, meio ambiente e território: uma discussão necessária na formação em saúde. Ciência & Saúde Coletiva. v.19, n.10, p.4113-4122, 2014. BARATA, R. C. B. O desafio das doenças emergentes e a revalorização da epidemiologia descritiva. Rev. Saúde Pública. v.31,  n.5, p.531-7, 1997.