174: EscrevivÊncias das práticas: conhecendo as PICS no Brasil
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: ICB Sala 08 - Igapó    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
473 A horticultura como recurso de reabilitação psicossocial dos pacientes do CAPSad de Ponta Grossa
Patricia Pereira Valenga

A horticultura como recurso de reabilitação psicossocial dos pacientes do CAPSad de Ponta Grossa

Autores: Patricia Pereira Valenga

O presente trabalho visa demonstrar a implementação da horticultura como um novo recurso de oficina terapêutica destinado a reabilitação psicossocial dos usuários do serviço do CAPSad (Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas) de Ponta Grossa. É possível compreender através de Arruda (1962) que a atividade em horta para fins terapêuticos favorece diversas competências aos participantes, dentre elas a de se expressar, a espontaneidade e o autoconhecimento, onde é possível distinguir potencialidades de limitações. A horticultura também pode auxiliar no desenvolvimento de algumas concepções que se apresentam fragilizadas quando o paciente chega ao serviço, possibilitando o desenvolvimento dos aspectos físico, emocional e social, assim como proporcionando o desenvolvimento da autonomia nas atividades propostas.  Pagassini et al. (2015), afirmam também que a horta como oficina terapêutica pode ser considerada como um significativo recurso para tratamento em saúde mental, visto que estimula a capacidade de autoria da própria produção, ao mesmo tempo que incita habilidades sociais, integração entre os pacientes e a troca de informações e saberes.  Diante disso, iniciou-se o processo de construção da horta do CAPSad. Inicialmente para uma melhor organização, elaborou-se um cronograma de corresponsáveis pela horta, onde diariamente existe um encarregado por cuidar da mesma. Dentre algumas de suas funções estão: confeccionar canteiros, adubar, regar, realizar o plantio e a colheita. As mudas para plantio são trazidas pelos próprios usuários e funcionários do serviço e o grupo se reúne semanalmente nas terças-feiras no período matutino para discussão do andamento da horta e novos combinados para as próximas semanas.  Ressalta-se que os principais protagonistas da atividade são os freqüentadores do caps ad, o grupo é formado de maneira heterogênea, atualmente composto por um número de 8 a 10 pessoas, acompanhadas por uma equipe de 3 terapeutas.  Através desta estratégia de intervenção, analisou-se como resultado principal o estimulo ao trabalho em grupo e cooperação mútua, a troca de informações, bemcomo a descoberta de muitos pacientes de sentirem-se capazes de ensinar, de compartilhar saberes e de respeitar o saber do outro, desenvolvendo desta forma o senso crítico e a valorização da diversidade, bem como a criatividade diante de novas concepções. Outro aspecto importante observado foi a autonomia dos participantes em se dividirem nas funções diante da aptidão de cada um, onde um "entende de virar a terra", outro "entende de plantar", "de cultivar e colher", mostrando-se mais seguros em realizar as atividades que mais possuem afinidade.Têm-se ainda como objetivos e perspectivas futuras, trabalhar com assertividade o processo de reinserção social, o qual pode ser viabilizado através da vivência em grupo, possibilitando o estimulo de habilidades sociais, integração, a possibilidade de sentir-se dono de um saber, porém conseguir transmitir esse conhecimento, assim como estar aberto a novos aprendizados.  É possível concluir, que a horta "permite que a pessoa tenha um contato direto com a terra e o prazer de se sentir útil a si mesmo e às pessoas de seu convívio"(MARUYAMA, 2005). O envolvimento com a horticultura aproxima o sujeito do ambiente natural, resgata o conhecimento popular, contribui no processo de construção crítica do saber, e como observado, pode estimular e aguçar a imaginação, trazendo benefícios psicológicos, físicos e sociais. Além disso é concebível correlacionar, sem estudos aprofundados, a prática de horticultura na diminuição da ansiedade e aumento da autoestima, da mesma maneira que caracterizá-la como um espaço de relaxamento, onde o participante mostra-se ativo na melhoria da sua qualidade de vida. Referências ARRUDA, E. Terapêutica ocupacional psiquiátrica. Rio de Janeiro, 1962. PAGASSINI, et al. Horta terapêutica na reabilitação psicossocial dos pacientes do CAPS Registro. 8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Disponivel em: http://200.145.6.205/index.php/congressoextensao/8congressoextensao/paper/viewFile/161 4/1054 MARUYAMA, W. I. Principais Produtos Hortícolas. In: Produção de Hortaliças Irrigadas: em Pequenas Propriedades Rurais. Uni-Graf – Cassilândia, MS. 2005. p 7-15.  

849 O USO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE NO FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR
Bianca Calheiros Cardoso, Soraya Maria de Medeiros, Nayara Cristina da Silva Bento, Márcia Laélia de Oliveira Silva, Fillipi André dos Santos Silva, Jordana De Oliveira Freire, Raissa Lima Coura Vasconcelos, Marília Flávia Brito de Lima

O USO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE NO FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR

Autores: Bianca Calheiros Cardoso, Soraya Maria de Medeiros, Nayara Cristina da Silva Bento, Márcia Laélia de Oliveira Silva, Fillipi André dos Santos Silva, Jordana De Oliveira Freire, Raissa Lima Coura Vasconcelos, Marília Flávia Brito de Lima

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) é uma realidade na rede de atenção à saúde pública no Brasil, principalmente na Atenção Primária à Saúde através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), instituída pela portaria nº 971, de maio de 2006. A discussão dessas práticas transpassa tanto a sua utilização junto aos usuários, como também com os profissionais da saúde e demonstram resultados satisfatórios quanto ao seu exercício. No que se refere à Saúde do Trabalhador, essas práticas consubstanciam-se como o desenvolvimento de novas tecnologias no cuidado, promoção e reformulação dos saberes em saúde. Nesse sentido, objetiva-se discutir a efetivação da saúde do trabalhador por meio do uso das PICS. Trata-se de um relato de experiência vivenciado no contexto da atenção primária, onde foi realizado ações de promoção à saúde dos trabalhadores de uma Unidade Básica de Saúde de Natal/RN com a utilização das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. A partir de diálogos e troca de experiências foi possível identificar alguns aspectos que precisam ser trabalhados, como a sobrecarga no trabalho, má alimentação, desconhecimento sobre as PICS, além de outros aspectos que afetam a saúde dos profissionais e, consequentemente, a qualidade do serviço oferecido por eles. Com isso, foi proposto oficinas com área de degustação orgânica, como chás e bolos, e a realização da prática de escalda-pés, como uma estratégia de autocuidado. Ocorreu ainda durante todo o processo um aprofundamento acerca das diversidades das PICS, com exposição de cartazes abordando a utilização das terapias como Reiki, Shiatsu, auriculoterapia e fitoterapia nas atividades laborais diárias, destacando sua importância, as especificidades de utilização, vantagens, desvantagens e cuidados com a saúde de todos os envolvidos nesses processos de cuidado. As oficinas realizadas com uso das PICS têm um potencial de promover bem-estar e reflexões acerca do autocuidado e da importância da saúde do trabalhador em seu ambiente de trabalho. Considera-se que as Práticas Integrativas e Complementares, no contexto da Atenção Primária à Saúde, são eficazes enquanto ferramentas para produzir cuidado em saúde ao trabalhador.

1214 USO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES (PICS): UMA EXPERIENCIA RURAL EM BORBA – AMAZONAS
Ananda Motta Cavalcante, Francisco Eronildo Franco Rodrigues, Gécica do Socorro Pereira dos Santos, Luana Mesquita da Silva, Wanderleia Monteiro de Souza, Nicolás Esteban Castro Heufemann, Ana Ermelinda Oliveira da Silva, Bruna Maria Souza de Oliveira

USO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES (PICS): UMA EXPERIENCIA RURAL EM BORBA – AMAZONAS

Autores: Ananda Motta Cavalcante, Francisco Eronildo Franco Rodrigues, Gécica do Socorro Pereira dos Santos, Luana Mesquita da Silva, Wanderleia Monteiro de Souza, Nicolás Esteban Castro Heufemann, Ana Ermelinda Oliveira da Silva, Bruna Maria Souza de Oliveira

A implementação das Práticas Integrativas e Complementares (PICs) no Sistema Único de Saúde (SUS) visa a incorporação na atenção básica de plantas medicinais, fitoterapia, homeopatia, dentre outras. A fitoterapia e o uso de plantas medicinais, por sua vez são muito utilizadas pela população de menor renda e trata-se de uma forma eficaz e complementar de atendimento primário à saúde. O presente estudo teve como objetivo traçar o perfil da população atendida na UBSF Igaraçu quanto ao uso das PICS, identificar quais PICs são mais utilizadas, os agravos mais tratados e quais profissionais já indicaram seu uso. Tratou-se de uma pesquisa analítica, exploratória com abordagem quantitativa realizada na Unidade Básica de Saúde Fluvial Igaraçu onde foram entrevistadas 168 famílias por meio da aplicação de questionário na sala de espera ou durante a visita domiciliar. O questionário foi estruturado com perguntas fechadas que incluiu dados sociais e dados de saúde. A maioria dos entrevistados eram do sexo feminino (76,79%), com idade entre 18 e 81 anos; o nível de escolaridade dos entrevistados apresentavam pouca ou nenhuma instrução (65,48%); 46,43% eram agricultores com renda de ¼ de salário mínimo. 97,02% dos entrevistados utilizavam plantas como primeira opção para tratamento de doenças, sendo (98,16%) em forma de chá. A principal moléstia tratada com a utilização de plantas foi a diarreia (52,76%), sendo utilizada a casca de caju. A cultura familiar mostrou-se muito presente, já que (83,44%) dos entrevistados relataram terem esse conhecimento repassado por algum familiar. Quanto à orientação profissional, 64,42 % nunca receberam qualquer orientação sobre o uso dessas práticas. Sendo assim, observou-se que pelo fato de essa população não ter acesso frequente aos medicamentos industrializados, eles utilizam formas alternativas para o cuidado de saúde. Vale ressaltar que a recomendação das PICs ainda não é uma prática comum entre os profissionais da saúde e, que as informações e sensibilização para o uso das mesmas devem ser realizadas visando um acesso mais rápido e eficiente devido ao fato dessa população estar em contato direto com essas práticas em seu dia-a-dia.

1369 Saúde da Mulher na Área Rural: um estudo acerca da medicina tradicional e científica na agrovila de São Sebastião do Caburi - Parintins/Am
Camila Andrade de Souza, Paulo José Andrade de Souza

Saúde da Mulher na Área Rural: um estudo acerca da medicina tradicional e científica na agrovila de São Sebastião do Caburi - Parintins/Am

Autores: Camila Andrade de Souza, Paulo José Andrade de Souza

Apresentação: A manutenção dos saberes e práticas tradicionais ocorrem pela reprodução a qual ultrapassa o tempo e o espaço. Em tempos modernos, mesmo com uma ampliada rede farmacêutica para medicamentos preventivos e mantenedores da saúde humana, ainda há nos dias de hoje a conservação e o uso de elementos advindos da própria natureza. Nesse cenário, as mulheres apresentam-se como as principais conhecedoras e mantenedoras do processo de manutenção e reprodução dos saberes tradicionais. Produzem e reproduzem conhecimentos, tradições, crenças, símbolos, práticas populares e tradicionais de saúde, que vem sendo repassado de geração a geração. Compreender a relação entre saberes tradicionais e científicos na manutenção da saúde das mulheres moradoras na agrovila de São Sebastião do Caburi-Parintins/AM foi objetivo central desse trabalho. Desenvolvimento do trabalho: Para tanto, analisou as particularidades, a forma como as mulheres se relacionam com o ambiente e as transformações ocorridas nesse processo advindo da inserção da medicina científica. Os conceitos de saberes tradicionais, medicina popular e medicina científica subsidiaram a compreensão em torno da manutenção de ervas medicinais, práticas de partos e o ato de benzer no tratamento da saúde da mulher. O trabalho teve como pressuposto um estudo de caso pautado na dialética, manifestando a dinamicidade da sociedade, a capacidade desta de transformação. As estratégias foram subsidiadas na metodologia de snowball. A entrevista baseou-se em um roteiro de perguntas relativas ao uso de plantas medicinais e como o saber local está sendo reproduzido no contexto da comunidade a partir da introdução da medicina cientifica e a sua relação com os saberes tradicionais. Foi realizada observação sistemática, relacionadas aos cuidados das mulheres com as plantas medicinais e outras técnicas de cuidados de saúde; locais de conservação das plantas e atendimento aos comunitários; posto de saúde e atendimento as mulheres, durante os períodos de agosto e novembro de 2015. Resultados e considerações finais: Os dados indicaram que há um movimento de perda dos saberes tradicionais por parte das mulheres e um incentivo ao uso dos procedimentos da medicina científica. Os dados possibilitaram constatar iniciativas de Práticas Integrativas e Complementares por meio de um projeto pontual desenvolvido por profissionais dos serviços de atenção básico de saúde. Nele, constatou uma relação entre os saberes tradicionais e científicos, ainda que esse último na sociedade contemporânea venha negar a eficácia dos saberes tradicionais. No projeto, as mulheres conhecedoras de práticas tradicionais apresentam papel relevante, possibilitando o exercício de suas atividades e a reprodução de seus conhecimentos.

1524 Pesquisa em Etnobotânica no SUS: Contribuição para o Uso de Espécies Nativas da Amazônia na Atenção Primária em Oriximiná, Pará, Brasil.
PAULO HENRIQUE OLIVEIRA LEDA, Silvia Regina Nunes Baptista, Silvia Regina Nunes Baptista, Itana Suzart Scher, Itana Suzart Scher, Jessica Oliveira Pires, Jessica Oliveira Pires, Lhourivana Dardara Oliveira Tavares, Lhourivana Dardara Oliveira Tavares, Dávia Talgatti, Dávia Talgatti, Danilo Ribeiro Oliveira, Danilo Ribeiro Oliveira, Marlia Regina Coelho-Ferreira, Marlia Regina Coelho-Ferreira

Pesquisa em Etnobotânica no SUS: Contribuição para o Uso de Espécies Nativas da Amazônia na Atenção Primária em Oriximiná, Pará, Brasil.

Autores: PAULO HENRIQUE OLIVEIRA LEDA, Silvia Regina Nunes Baptista, Silvia Regina Nunes Baptista, Itana Suzart Scher, Itana Suzart Scher, Jessica Oliveira Pires, Jessica Oliveira Pires, Lhourivana Dardara Oliveira Tavares, Lhourivana Dardara Oliveira Tavares, Dávia Talgatti, Dávia Talgatti, Danilo Ribeiro Oliveira, Danilo Ribeiro Oliveira, Marlia Regina Coelho-Ferreira, Marlia Regina Coelho-Ferreira

A presente investigação é realizada em Oriximiná, no Baixo Amazonas, na temática “plantas medicinais”. Desde a fundação, Oriximiná encontra-se em constante transformações socioespaciais, iniciadas durante a colonização com a ocupação das terras indígenas com fazendas mantidas com o trabalho dos negros africanos escravizados, tendo as missões religiosas como estratégia de repressão e dominação. A partir de 1970, intensifica-se a ocupação e os conflitos no território com a instalação da Mineradora Rio do Norte e a criação das Unidades de Conservação. Em decorrência desse histórico, Oriximiná hoje conta com associações de indígenas e quilombolas, protagonistas no reconhecimento das terras quilombolas no Brasil. Apresenta também o maior mosaico de terras protegidas do mundo. Em virtude dessas características, o município foi escolhido como alvo dessa pesquisa que se propõe a trabalhar o tema “plantas medicinais” a partir da ótica dos profissionais da atenção básica com ênfase nos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) para analisar a tradicionalidade de uso de espécies nativas do bioma Amazônia. O tema encontra-se inserido no campo da saúde coletiva institucionalizada do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) e da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). As referidas políticas preconizam a interface entre as práticas populares em saúde com plantas medicinais e os pressupostos estabelecidos para o SUS. Para contextualizar o uso dos remédios caseiros, foram selecionados os ACSs como grupo social alvo e interlocutores, por exercem o papel tanto de profissionais de saúde junto às equipes do Programa de Saúde da Família (PSF), quanto de moradores das comunidades, indicando os especialistas locais de suas respectivas áreas de atuação. A amostra é constituída pelos ACSs das zonas rural (n=63) e urbana (n =60). Os da zona urbana estão vinculados a seis Unidades Básicas de Saúde (UBS) e os da zona rural atendem a aproximadamente 170 comunidades. A metodologia de campo é baseada na etnobotânica (grupos focais, entrevistas, turnê guiada). Como método inicial para a coleta de dados, realizou-se grupos focais, sendo um grupo focal para cada UBS da zona urbana e três grupos focais para a zona rural. Esse conjunto de dados foi transcrito, criando um volume descritivo de todo o processo. A superação da mera superposição ou dicotomia entre aspectos quantitativos ou qualitativos é um dos desafios metodológicos desta pesquisa etnobotânica, na qual utilizaremos a triangulação de métodos, compreendida como um processo interdisciplinar de observação sistemática do objeto de pesquisa por diferentes pontos de vista. Para auxiliar na análise destes dados, utilizaremos um software profissional usado em análises qualitativa - MaxQda® - em saúde coletiva. Durante os grupos focais houve a problematização com a livre citação das espécies, bem como a observação, quanto ao uso de plantas medicinais/remédios caseiros. As espécies reconhecidas como importantes eram citadas e anotadas, de modo a identificar quem a citou. Esse conjunto de espécies resultou na lista livre. Essa abordagem também permitiu identificar os ACSs com maior vínculo ao tema e dispostos a colaborar através da indicação dos especialistas reconhecidos por eles. Estes especialistas serão entrevistados e realizadas as “turnês guiadas” nos quintais e arredores das casas dos especialistas indicados por eles. Esse método visa a coleta do material botânico com a associação dos nomes populares mencionados às amostras coletadas para identificação, realizadas por comparação com as coleções dos Herbários da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e do Museu Paraense Emilio Goeldi. As espécies e suas respectivas indicações serão organizadas em um banco de dados para determinar o consenso de uso. Aquelas que apresentarem o maior consenso serão analisadas e categorizadas quanto a tradicionalidade de uso e quanto a origem. Essa medida visa selecionar as espécies nativas da Amazônia que atendem os critérios de efetividade e segurança. A pesquisa conta com a contribuição dos acadêmicos da UFOPA do curso de Biologia e Conservação Ambiental de Oriximiná. Todas as UBS tiveram participação acima de 70% dos ACSs nos grupos focais, exceto para a Unidade Antonio Mileo (47%), em virtude da presença de somente uma das duas equipes. Os ACSs da área urbana apresentam uma idade média de 32 anos com predominância do gênero feminino (89%), onde a maior parte (43; 68%) tem, em média, 7 anos de trabalho (maio/2017). Há um grupo de ACS mais recentes (15; 24%) com apenas um ano de atividade. Somente 5 (8%) tem mais de 13 anos de trabalho como ACS, as quais apresentam idade média mais avançada (42 anos). Quanto a escolaridade, 70% (44) possuem ensino médio e 30% (19) ensino superior. Cada ACS atende, em média, 132 famílias, devendo realizar cerca de oito visitas domiciliares por dia. No total, os ACS fizeram 239 citações para 95 espécies. Cada ACSs citou, em média, 6 espécies, onde 22 ACSs (46%) foram responsáveis por 199 citações (83%), sendo a equipe da UBS Nossa Senhora das Graças foi a que mais citou (57; 28,6%). Das 95 espécies, treze foram mais citadas, a saber: hortelãzinho, capim santo, cidreira, quebra-pedra, sucuuba, alho, copaíba, boldo, cana-mansa, crajiru, diabinho, pata-de-vaca e sara-tudo. Observa-se várias posturas que podem ser classificadas em três principais categorias: uma certa indiferença por não saber que atitude adotar; receio quanto a recomendar por não ter experiencia e/ou abertura para tomar essa iniciativa no âmbito do SUS local e uma visão crítica quanto a ausência de consenso sobre o uso de plantas medicinais entre os prescritores. No que se refere à zona rural, estiveram presentes 34 ACSs, representando 63% dos integrantes desse grupo. Observamos que alguns presentes (3 – 9%) são oriundos da época da criação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde, exercendo a profissão há mais de 20 anos. Possuem idade média (39 anos) superior aos da zona urbana, porém ambos os grupos possuem tempo médio de trabalho semelhante (7,8 anos). Quanto ao gênero, a distribuição nesse grupo é mais equilibrada que na urbana: 47% masculino e 53% feminino. Em relação a escolaridade, 26% possuem o ensino fundamental e 56% ensino médio e o 18% não informou. A média de famílias atendida é menor (55) em relação à urbana devido a maior dispersão da população no interior. Os ACSs fizeram 169 citações para 96 espécies, sendo que a maior parte (60%) fez apenas uma citação. A maior quantidade de citações concentrou-se em seis ACSs (18%) que fizeram 126 citações (75%), sendo que dois se destacaram (51 e 31). Oito espécies foram mais citadas: hortelã grande, manaiara e sucuuba (5), cumarú, diabinho, elixir paregórico, mangarataia e sara-tudo (4). Esse resultado preliminar demonstra um perfil diferente tanto em relação a composição dos grupos urbano e rural, quanto em relação ao conhecimento etnobotânico. Foi relatada perda na importância do uso de plantas medicinais frente aos procedimentos medicalizantes do SUS, bem como o desinteresse no aprendizado intergeracional das práticas relacionadas ao uso de remédios caseiros. Diante disso, essa pesquisa contribui na valorização das práticas da medicina tradicional, na perspectiva de fortalecer a atenção primária com ações de promoção da saúde.

1610 SABERES E EXPERIÊNCIA DE ADULTOS SOBRE A AURICULOPUNTURA NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PA
Herman Ascenção Silva Nunes, Brenda dos Santos Coutinho, Andreza Dantas Ribeiro, Renan Fróis Santana, Robert Douglas Costa de Melo, Franciane de Paula Fernandes, Sheyla Mara Silva de Oliveira, Simone Aguiar da Silva Figueira

SABERES E EXPERIÊNCIA DE ADULTOS SOBRE A AURICULOPUNTURA NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PA

Autores: Herman Ascenção Silva Nunes, Brenda dos Santos Coutinho, Andreza Dantas Ribeiro, Renan Fróis Santana, Robert Douglas Costa de Melo, Franciane de Paula Fernandes, Sheyla Mara Silva de Oliveira, Simone Aguiar da Silva Figueira

Apresentação: A medicina tradicional chinesa é praticada há milênios na sociedade, dentro desse eixo a acupuntura utiliza agulhas ou outros objetos em pontos meridianos para estimular sinais elétricos que resultam em locais de modulação da dor. A acupuntura auricular ou auriculopuntura é um método terapêutico que utiliza o pavilhão auricular, pois este é ligado a diversas áreas do corpo através dos canais de energia e do sistema nervoso. A auriculoterapia é utilizada para diagnóstico e tratamento de diversas enfermidades a partir da utilização de agulhas, sementes e cristais. Estudos comprovam a liberação de substâncias como endorfinas, encefalinas e acetilcolinas, atuando na reversão do estresse e da dor. Atualmente, as terapias complementares têm sido bastante utilizadas pelos profissionais da saúde, sendo reconhecida socialmente e adepta ao contexto cultural que envolve a pluralidade de métodos terapêuticos empregados na área da saúde, principalmente quando se considera a atenção primária em saúde. Com base nessa temática, o estudo objetivou analisar o conhecimento de indivíduos sobre a auriculopuntura após se realizar a aplicação dessa terapia em uma atividade de extensão realizada no município de Santarém-PA. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, desenvolvido por discentes e docentes da Liga Acadêmica de Saúde Coletiva da Amazônia (LIASCOA) da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus XII, durante a execução do Projeto UEPA na Comunidade, projeto este centrado na extensão universitária, efetivado no município de Santarém-Pará, em outubro de 2017. A LIASCOA compreende uma liga acadêmica de cunho multidisciplinar, tendo como membros graduandos dos cursos de educação física, enfermagem, fisioterapia e medicina, visando o estudo de conteúdos voltados à saúde coletiva, bem como o contato com a comunidade, ofertando atividades voltadas à prevenção e promoção em saúde. Na ação foram realizadas orientações pelos acadêmicos de fisioterapia sobre os princípios e técnicas da auriculopuntura, com o enfoque para adultos e em um segundo momento foi aplicado tais técnicas nesses indivíduos. Ao final de cada sessão, foi empregado um questionário fechado aos participantes a fim de se obter o conhecimento alcançado da temática e o resultado que obtiveram com o uso da terapia. A pesquisa obedeceu aos aspectos éticos da pesquisa, de acordo com o disposto na resolução 466/12 que estabelece normas para realização de pesquisa com seres humanos. A análise dos dados ocorreu através do programa Microsoft Excel (2016) para melhor disposição dos dados. Resultados e/ou impactos: A amostra compreendeu 38 participantes, na faixa etária de 18 a 62 anos, com média de 28,3 anos, no qual a maioria compôs o sexo feminino com 71,1% e somente 28,9% foram do sexo masculino, possuindo renda familiar mensal incidente de 1 a 2 salários mínimos com 34,2%, seguidos por 3 a 4 salários mínimos com 23,7% e 4 a 5 salários mínimos com 21,1%, quanto ao estado civil 68,4% eram solteiros, enquanto 28,9% eram casados. Com relação à auriculoterapia, quando questionado se já haviam utilizado alguma terapia tradicional chinesa, 73,7% alegaram que não, demostrando de que apesar tratar-se de uma terapia antiga, ainda é pouco estimulada e praticada entre a população em geral, pois as práticas curativas domésticas e públicas dos grupos étnicos e das populações estão atreladas à significação das culturas locais, esse tipo de práticas com seus recursos materiais, seguem o olhar biomédico ocidentais. Quando indagados se acreditavam que seu corpo tem uma energia natural para se curar, 94,7% responderam que sim, o que pode estar associado a outras terapias complementares, como, por exemplo, o Reiki que utiliza o princípio da existência de uma energia universal canalizada que atua sobre o equilíbrio da energia vital com o propósito de harmonizar as condições gerais do corpo e da mente de forma integral. Na questão referente se tinham ouvido falar sobre auriculoterapia, 57,9% expôs que sim e 42,1% não, evidenciando que é uma terapia em parte desconhecida na região do baixo amazonas e, consequente por não terem conhecimento sobre a mesma findam em não a utilizar rotineiramente, diferentemente do uso de plantas medicinais que possui um maior apreço pelas famílias da localidade, associada à medicina tradicional indígena, que reforça a terapêutica com base em fitoterápicos. Dos participantes, 71,1% afirmaram que utilizariam da auriculoterapia como um tratamento exclusivo para as doenças, observando uma boa aceitabilidade da técnica, principalmente por não ser de caráter invasivo e de baixo custo, sendo inclusive um tema trabalhado na Portaria nº 2.446/GM/MS, de 11 de novembro de 2014, que fortalece os saberes populares e tradicionais como métodos de promoção à saúde. Quanto ao uso de outros tipos de terapia alternativas, 57,9% negaram fazê-lo, mostrando que a maioria segue o padrão médico biologista e hegemônico como terapia de escolha, focado na patologia, que confere à medicalização a melhor forma de tratar enfermidades e restabelecer a saúde. Considerando o resultado da aplicação da acupuntura auricular, 68,4% dos indivíduos alegaram sentir alguma melhora após o emprego da terapia, sendo relatada com a ênfase a diminuição da dor que antes estava presente. Um estudo assinala que maioria dos pacientes escolheu a acupuntura devido a não eficácia ou falha de outros tratamentos e, no caso de estágios avançados de adoecimento, ela foi percebida pelos usuários com relativo efeito positivo sob alguns aspectos, com melhoria de seus sofrimentos, quadros álgicos e redução do uso de medicamentos. Considerações finais: Portanto, a ação pôde permitir uma maior interação dos acadêmicos com a comunidade, conferindo experiências inovadoras na prática de terapias alternativas que, muitas vezes, é negligenciada no currículo dos estudantes da área da saúde, contudo se manifesta indispensável dentro do abrangente campo de artifícios utilizados no tratamento e reabilitação do cliente que necessita de assistência. A partir disso, foi percebido que a auriculopuntura ainda é uma terapia pouco conhecida e praticada, no entanto, possui uma boa aceitabilidade pela população, mostrando-se eficaz no alívio imediato das algias. Sabe-se que esta oferece, além de grande eficácia em diversas afecções, inúmeras vantagens a quem as utiliza, como: diminuição no uso de medicamentos, ausência de efeitos colaterais, instrumentação simples, de baixo custo e fácil transporte, e complementaridade terapêutica, quando a medicina convencional não é capaz de proporcionar um tratamento satisfatório. Sendo necessário, haver uma atenção maior às terapias complementares, estimulada pelas organizações da saúde através do fomento de cursos de capacitação gratuitos para os profissionais da saúde e a disposição de instrumentos materiais para sua empregabilidade na comunidade em geral.

1657 Consumo de plantas medicinais entre mulheres que trabalham como agentes comunitários de saúde nas comunidades ribeirinhas de Coari-amazonas.
Mariana Paula da Silva, Ananias Facundes Guimarães, Victor Linec Maciel Barbaosa, Paula Andreza Viana Lima, Rodrigo Damasceno Costa, Jéssica Karoline Alves Portugal, Marcelo Henrique da Silva Reis, Abel Santiago Muri Gama

Consumo de plantas medicinais entre mulheres que trabalham como agentes comunitários de saúde nas comunidades ribeirinhas de Coari-amazonas.

Autores: Mariana Paula da Silva, Ananias Facundes Guimarães, Victor Linec Maciel Barbaosa, Paula Andreza Viana Lima, Rodrigo Damasceno Costa, Jéssica Karoline Alves Portugal, Marcelo Henrique da Silva Reis, Abel Santiago Muri Gama

Apresentação: O Agente Comunitário de Saúde (ACS) tem um papel importante no acolhimento e reconhecimento dos problemas de saúde da população, pois faz parte da comunidade. Desta forma, a troca de experiências entre ACS e a comunidade ao qual ele é membro, pode propiciar contribuições principalmente em medidas terapêuticas para o tratamento e prevenção de doenças, dentre as quais, incluem o uso de plantas medicinais. A utilização de plantas medicinais é uma das mais antigas medidas terapêuticas da humanidade. Por serem naturais e de baixo custo, são largamente utilizadas como alternativa por populações de baixo nível educacional e poder aquisitivo, ou associadas com práticas religiosas e culturais, mesmo carecendo de explicações sobre sua ação farmacológica e consequentemente indicação apropriada por profissional habilitado. Estudos apontam que o consumo de plantas medicinais por mulheres é mais frequente em relação aos homens, pois as mulheres costumam gerir a saúde de seus familiares e estão envolvidas em atividades domésticas, o que facilita o cultivo e uso de plantas. Portanto, o objetivo deste trabalho foi descrever o consumo de plantas medicinais entre mulheres que trabalham como agente comunitário de saúde nas comunidades ribeirinhas de Coari-Amazonas. Desenvolvimento do trabalho: Estudo transversal que faz parte de um projeto maior, intitulado “Saúde e práticas terapêuticas entre Agentes Comunitários de Saúde do município de Coari – Amazonas”. Participaram da pesquisa 111 ACS da zona rural e utilizado um instrumento de coleta de dados previamente elaborado, com questionários composto por questões socioeconômicas, demográficas e de consumo de plantas medicinais. A coleta de dados foi realizada entre os meses de outubro e novembro de 2017, durante as reuniões mensais de entrega de produção. Resultados: Dentre os 111 entrevistados, 53 eram do sexo feminino com idade entre 25 a 60 anos e 28 (52,8%) delas consumiram plantas medicinais de diferentes espécies nos 30 dias anteriores as entrevistas. O estudo apontou que cerca de 51% consumiram mais de 3 plantas medicinais. Entre as plantas mais frequentes destaca-se o capim santo (Cymbopogon citratus) com 13,6% de consumo, erva cidreira (Melissa officinalis) com 8,5% e o boldo (Vernonia condensata) com 6,8% de uso. 70% das entrevistadas usam as folhas das plantas e 90% como forma de preparo usam o chá.  Considerações Finais: Os resultados obtidos permitiram concluir que o consumo de plantas medicinais pelas mulheres é comum e os chás são usados com maior frequência para cura ou prevenção de doenças. Isto pode esta relativo ao difícil acesso aos serviços de saúde ou a tendência tradicional em que mulheres tendem a dominar melhor o conhecimento sobre remédios e plantas específicos a tratar problemas específicos de seu sexo ou ainda de tradições que são herdados de seus familiares que detêm maior conhecimento em relação a utilização de plantas medicinais.

1732 DESENVOLVIMENTO DE UM GUIA PRÁTICO PARA USO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO FERRAMENTA ASSISTNCIAL PARA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DA ZONA URBANA DE TUFILÂNDIA-MA/BRASIL
Priscila Lora, ELIANE MENDES RODRIGUES, KARIN VIEGAS, VANIA CELINA DEZOTTI MICHELETTI, SANDRA MAIRA CEZAR LEAL, DENISE ANTUNES ZOCCHE, ROSANE MORTARI CICONET

DESENVOLVIMENTO DE UM GUIA PRÁTICO PARA USO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO FERRAMENTA ASSISTNCIAL PARA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DA ZONA URBANA DE TUFILÂNDIA-MA/BRASIL

Autores: Priscila Lora, ELIANE MENDES RODRIGUES, KARIN VIEGAS, VANIA CELINA DEZOTTI MICHELETTI, SANDRA MAIRA CEZAR LEAL, DENISE ANTUNES ZOCCHE, ROSANE MORTARI CICONET

APRESENTAÇÃO: Este estudo aborda as plantas medicinais utilizadas pela população cadastrada na Estratégia Saúde da Família (ESF) da zona urbana de Tufilândia – MA. O objetivo foi elaborar um guia prático para o uso de plantas medicinais no município de Tufilândia. DESENVOLVIMENTO: Trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa, com modelo transversal descritivo. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário semiestruturado onde foram abordadas questões referentes à família, aos usuários de plantas medicinais e dados referentes a estas plantas. A coleta de dados ocorreu no período entre julho a dezembro de 2015. Participaram do estudo 179 famílias cadastradas na ESF da zona urbana de Tufilândia. A entrevista foi realizada com o indivíduo da família que possuía conhecimentos sobre o uso das plantas medicinais. Posteriormente foram colhidas as informações referentes aos indivíduos que faziam uso dessas plantas. Na sequência, com as plantas regionais identificadas a literatura científica foi consultada para embasar a indicação comprovada e a forma de uso de cada planta. RESULTADOS: Foram entrevistadas 179 pessoas, destas, 164 (91,5%) do sexo feminino e 15 (8,4%) do sexo masculino. Quanto à com renda familiar, ela variou do variando do estrato sócio econômico D – E aoà estrato sócio econômico B1, destacando-se o estrato D-E com 129 (72,5%). Ao todo foram identificados 419 usuários de plantas medicinais, onde 241 (57,5%) são do sexo feminino, com o maior percentual (55,8%) de escolaridade no nível analfabeto/ fundamental I incompleto. , com 234 (55,8%). Dentre os usuários, 121 (28,8%) admitiram ter alguma doença e 93 usuários referiram fazer uso de algum medicamento alopático, onde os mais citados foram os anti-hipertensivos. Foram citadas pelos entrevistados 85 plantas medicinas, destas, 60 existem apresentam evidência científica para uso e estas foram incluídas no guia. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados desse estudo nos permitem concluir que o consumo de plantas medicinais é uma realidade social das famílias cadastradas na ESF de Tufilândia/MA e que ainda diversas das terapias complementares utilizadas não possuem embasamento científico. Diante disso, os gestores e profissionais da ESF do município precisam rever suas práticas, conforme previsto pelo Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. O guia prático para o uso de plantas medicinais no município de Tufilândia será um instrumento norteador desta prática no município.

2301 As Práticas Integrativas e Complementares de Saúde como novos olhares para o cuidado aos trabalhadores do Sistema Único de Saúde
Maria Ediléia Ribeiro da Silva, Milena Mery da Silva, Larissa Poletto

As Práticas Integrativas e Complementares de Saúde como novos olhares para o cuidado aos trabalhadores do Sistema Único de Saúde

Autores: Maria Ediléia Ribeiro da Silva, Milena Mery da Silva, Larissa Poletto

Apresentação As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) vêm ganhando espaço nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde na última década. Dentre os adeptos estão os profissionais de saúde que buscam ter um olhar mais amplo e humanizado a respeito do cuidado. Estes percebem o conceito de saúde/doença além da visão biomédica. Assim como o estudo das ciências de modo geral, as PICS possuem arcabouço teórico que fundamentam suas práticas e demonstram a efetividade de seus resultados na saúde do trabalhador. Seguindo essa tendência o Município de Indaial/SC, por meio do Núcleo de Educação Permanente em Saúde e Humanização, executou no ano de 2017, uma ação voltada a saúde do trabalhador utilizando as PICS. Objetivo: Esta ação objetivou apresentar algumas Práticas Integrativas e Complementares (PICs), bem como possibilitar um momento de cuidado integral aos trabalhadores da saúde.Desenvolvimento: Foram realizadas oficinas e atendimentos individuais. Na modalidade individual ofertou-se shiatsu, Reiki, massoterapia, auriculoterapia e terapia floral. Na modalidade grupal, em formato de oficinas realizou-se terapia floral, auriculoterapia, reiki e acupuntura. A ação teve duração de oito horas consecutivas. Para os atendimentos individuais os profissionais se inscreviam na prática que desejasse e aguardava atendimento. No atendimento coletivo os sujeitos entravam na sala em grupos de 8 pessoas, sentavam-se no chão ou em cadeiras, dispostos círculo. Nestes duas profissionais realizavam um diálogo como o grupo expondo aplicabilidade, funcionamento, origem das práticas, problematizando os conhecimentos dos profissionais, as práticas eram aplicadas durante a oficina.Resultados: foram acolhidos cerca de 80 profissionais.  No momento em que os profissionais chegaram ao espaço, onde estavam sendo ofertadas as práticas, os mesmos pareciam bastante agitados, ansiosos, apresentavam-se falantes e curiosos. No decorrer das ações houveram relatos de alivio de dores, diminuição de ansiedade e nervosismos, relaxamento e tranquilidade. Outros resultados foram percebidos a partir de relatos dos profissionais a médio prazo, a partir do uso da terapia floral e auriculoterapia. Com relação ao alcance dos resultados a longo prazo estas não foram possíveis de observar tendo em vista que dependem da continuidade das práticas. Em decorrência dos impactos desta ação na saúde do trabalhador gerou-se discussão com gestores juntamente com o NEPSHU e ano de 2018 serão realizadas ações deste porte com maior frequência.Considerações finais: A inserção das PICS no mundo ocidental e no SUS que vem gradativamente conquistando espaços de diálogos e de práticas. Essa inserção nos SUS traz uma inovação tecnológica de baixo custo e otimização dos processos.  Vislumbra-se a inserção dessas práticas como propulsora da melhoria da saúde e qualidade de vida dos trabalhadores. Muda-se o foco do processo curativo, e pensa-se no cuidado integral, centrado nos indivíduos, sem compartimentações. 

2609 O USO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES DE SAÚDE EM ADOLESCENTES DE UM CURSO DE REDAÇÃO DO MUNICÍPIO DE BELÉM
Willame Oliveira Ribeiro Junior, Marcos José Risuenho Brito Silva, Eliza Paixão da Silva, Ana Clara Lima Moreira, Joeldo do Nascimento Lima, Aliny Cristiany Costa Araújo, Glenda Keyla China Quemel, Diully Monteiro Siqueira

O USO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES DE SAÚDE EM ADOLESCENTES DE UM CURSO DE REDAÇÃO DO MUNICÍPIO DE BELÉM

Autores: Willame Oliveira Ribeiro Junior, Marcos José Risuenho Brito Silva, Eliza Paixão da Silva, Ana Clara Lima Moreira, Joeldo do Nascimento Lima, Aliny Cristiany Costa Araújo, Glenda Keyla China Quemel, Diully Monteiro Siqueira

Apresentação: As Práticas Integrativas e Complementares são compostas por abordagens de recursos terapêuticos e cuidados que possuem um importante papel na saúde do indivíduo em contexto global. A Organização Mundial da Saúde (OMS) vem incentivando e fortalecendo o reconhecimento, inserção, e regulamentação destas práticas, produtos e seus praticantes nos sistemas nacionais de saúde. O Brasil as define de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). Sua realidade se destaca, pois as PICS estão inseridas dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), fortemente estabelecidas na Atenção Primária de Saúde, de forma integrada ao SUS e não à parte, como ainda acontece em outros países. Dentro delas podemos destacar cinco práticas, que são a meditação, aromoterapia, cromoterapia, musicoterapia e massoterapia. A meditação é uma técnica que se apropria da respiração para estabelecer um nível de relaxamento que contribui em diversos fatores como: concentração, melhora o fluxo sanguíneo e dos batimentos cardíacos, além de diminuir os níveis de ansiedade e tensão muscular. A aromoterapia é uma terapia que utliza óleos essenciais para a promoção e a manutenção da saúde do paciente ou do indivíduo. Hoje em dia ela é utilizada não  somente   pelos   efeitos antivirais, antimicrobianos e anti-inflamatórios, mas também por possuir efeitos sobre os estados emocionais e mentais de quem as utilizam. A cromoterapia utiliza os recursos benéficos que as cores possuem para estabelecer o equilíbrio e a harmonia das emoções, do corpo e da mente. A musicoterapia é a terapia que utiliza a música para atender as necessidades humans físicas, psicossociais, cognitivas e espirituais dos pacientes. A massoterapia envolve diversas técnicas terapêuticas, cujo objetivo é melhorar a saúde e prevenir alguns desequilíbrios corporais por meio da ação de tocar algumas regiões do corpo, realizando movimentos fortes ou delicados, trabalhando diversos aspectos físicos e mentais de cada paciente. Tais práticas, baseadas em técnicas de massagens estéticas, relaxantes ou terapêuticas inspiradas no oriente e no ocidente, são reconhecidas pela OMS. Diante disso, este trabalho tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem na promoção de uma semana de ações com o uso de práticas integrativas e complementares em saúde para adolescentes de um curso de redação no município de Belém – PA.   Desenvolvimento: Este trabalho trata-se de um relato de experiência, com abordagem descritiva. Foi realizada uma ação em um curso de redação do municípiop de Belém em um período de cinco dias, no turno vespertino, com diferentes turmas de estudantes do ensino médio e de cursos preparatórios para o vestibular que iriam prerstar provas para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) no ano de 2017. As ações realizadas ocorreram em uma sala de aula do curso equipada com uma luz azul, tatames de EVA e contou com cinco etapas associando diversas práticas integrativas para promover relaxamento e o exercício da concentração e respiração dos estudantes e a essência de lavanda foi utilizada nas cinco etapas de forma transversal. Na primeira etapa, foi realizado o acolhimento dos estudantes os quais se organizaram em roda junto com o grupo de acadêmicos de enfermagem que promoviam o espaço, nela foram feitas a apresentação do grupo de acadêmicos, pergunta do nome e faixa etária dos estudantes beneficiados, a explicação do espaço e das terapias que iriam ser realizadas. Na segunda etapa, os acadêmicos ensinaram os métodos de respiração e realizado o exercício de respiração junto com os estudantes. Por conseguinte, na terceira etapa, iniciou-se um espaço de meditação com os estudantes juntamente com uma música de funto para encrementar no ambiente uma aproximação dos estudantes com o meio natural propício para o estado de meditação. Após o termino da meditação, iniciou-se a quatra etapa, onde o grupo que promovia o espaço iniciou um espaço de musicoterapia no qual foram cantadas músicas acompanhadas de violão para promover aproximação com o meio natural e alegre para melhorar o ambiente para os estudantes presentes. Por fim, foi realizada técnicas de massoterapia nos estudantes para fins de relaxamento. As cinco etapas foram realizadas em todos os dias da ação por meio da metodologia de sessões, cada sessão contou grupos de cinco ou seis estudantes e por dia haviam de três a cinco sessões. Resultados e/ou impactos: Durante a realização das ações, podemos perceber diversos aspectos que as práticas integrativas e complementares trouxeram para os estudantes do curso de redação, visto que é uma faixa da população que carrega uma grande carga de extresse, ansiedade e cansaso devido as longas jornadas de estudos nos colégios e cursos preparatórios para prestarem as provas do ENEM. Na ação foram utilizadas diversasa práticas integrativas, dentre elas a cromoterapia por meio da luz azul que possui efeitos fisiológicos que funcionam como calmante e anestésico suave com a finalidade de diminuir a ansiedade, o extresse e que promovesse relaxamento, criando um espaço ideal para a realização das demais terapias planejadas para a ação; a aromoterapia por meio da essência de lavanda que também possui propriedades sedativas e relaxantes; a musicoterapia com a utilização de músicas de fundo para melhorar a concentração e intensificar as ações relaxantes das outras técnicas; as técnicas de respiração e meditação para um melhor fluxo sanguíneo e oxigenação das células com finalidades calmantes e relaxantes; e a massoterapia com técnicas de massagens, em especial, nas regiões cervical e lombar para diminuir possíveis tensões musculares advindas do estresse e cansaso diário pelo qual eles passam. Associando tais práticas, recebemos bons resultados, pois os mesmos saiam das sessões mais tranquilos, relaxados e com o domínio de técinicas que auxiliavam em sua concentração. Considerações finais: Por meio deste estudo, podemos compreender a importância e os benefícios que as práticas integrativas trazem para quem as utilizam e, atualmente, foram reconhecidas e implementadas no Sistema ùnico de Saúde (SUS) no ano de 2017. Podemos perceber que o uso das práticas em conjunto, potencializam suas ações de forma significativa. Outrossim, são as diversas formas e contextos as quais elas pódem ser inseridas para a busca ou equilíbrio do bem estar da população, desde salas de aulas até hospitais e outros. Além disso, foi possível uma integração da Universidade com os cursos prepatórios do município de Belém fazendo com que evidenciassem os benefícios do uso de tais práticas nas dia-a-dia como técnicas para o auxílio dos estudantes. Por fim, contrubui para uma melhor formação do futuro profissional de enfermagem, onde o mesmo possuem diversas técnicas para o cuidar na assistência ao seu paciente.

3844 TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES DE SAÚDE: PROMOVENDO A SAÚDE DO TRABALHADOR EM UM HOSPITAL.
Elisangela Raquel Dallabrida Bonatti, Maria Ediléia Ribeiro da Silva, Laura Wolf

TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES DE SAÚDE: PROMOVENDO A SAÚDE DO TRABALHADOR EM UM HOSPITAL.

Autores: Elisangela Raquel Dallabrida Bonatti, Maria Ediléia Ribeiro da Silva, Laura Wolf

Apresentação A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) foi criada em 2006 e instituiu no Sistema Único de Saúde (SUS) abordagens de cuidado integral à população por meio de recursos terapêuticos. Por meio da Portaria N° 849, de 27 de março de 2017, o Ministério da Saúde incluiu novas modalidades terapêuticas à esta política. Tal medida atende ao que preconiza a Organização Mundial de Saúde: reconhecimento e incorporação das Medicinas Tradicionais e Complementares nos sistemas nacionais de saúde. Estas práticas, conhecidas popularmente como “ramos da medicina alternativa”, aumentam o leque de recursos terapêuticos que podem ser utilizadas e colaboram para o cuidado humanizado. Este trabalho aborda o tema das práticas integrativas e complementares do Sistema Único de Saúde - SUS, na atenção à saúde do trabalhador. Consiste em um relato de experiência do Projeto executado junto aos profissionais do Hospital Beatriz Ramos- Indaial/SC, realizado no segundo semestre do ano 2017. Esta ação surgiu a partir da demanda dos funcionários em desenvolver ações voltadas à saúde do trabalhador.Objetivo: Garantir a promoção de saúde, prevenção de doenças, recuperação da saúde, além de propor o cuidado continuado, humanizado e integrado em saúde do trabalhador, contribuindo com a resolubilidade das questões de saúde com qualidade, eficácia, eficiência, segurança. Para a operacionalização do projeto realizou-se reunião com os gestores das equipes para apresentar e sensibilizar os profissionais quanto ao projeto; foram selecionados participantes, segundo os critérios: condição clínica com indicação, disponibilidade, e querer participar.Metodologia: A primeira etapa da ação foi realizada no dia 27 de outubro do ano de 2017, no período integral, com duração de 9 horas.  A ambientação foi realizada na sala do anfiteatro, na qual o chão da sala foi forrado com colchoes e colchonetes; música com sons da natureza; velas; objetos de decoração; essências. Os profissionais foram liberados pelos setores de trabalho gradativamente e formavam grupos de aproximadamente 8 pessoas. Trabalhou-se de maneira dialógica e prática o Reiki, auriculoterapia e Terapia Floral. Inicialmente realizou-se um diálogo sobre a história dessas práticas, funcionamento e aplicabilidade, concomitante ao diálogo os profissionais eram convidados a experienciar as práticas. Na segunda etapa, os profissionais que tem desejo e disponibilidade, realizam terapia floral individual e monitoramento pelo terapeuta floral. A terceira etapa das ações os profissionais receberão cuidado através das práticas integrativas serão executadas a partir de janeiro de 2018.Resultados: Profissionais relataram alivio de dores físicas, ansiedade, tristeza, estresse, animo, tranquilidade. Com o emprego da terapia floral é possível observar, melhora no estado geral dos profissionais, melhora na qualidade do sono, na diminuição do estresse, e alivio de dores físicas, na diminuição de automedicação.Considerações finais: os benefícios das PICS estão relacionados com a redução da dor, melhora da qualidade do sono, diminuição da tensão muscular, melhora da imunidade e redução do estresse. Na esfera psíquica, há uma importante redução da ansiedade e melhora de quadros depressivos. 

4343 Medicina alternativa através das benzedeiras
Ana Beatriz Tavares dos Santos, Gabriele Silva Marinho, Rodrigo Haruo Otani, Beatriz de Azevedo Nunes, Juliana Alencar de Arruda Câmara, Luís Felipe Jacinto Rêgo

Medicina alternativa através das benzedeiras

Autores: Ana Beatriz Tavares dos Santos, Gabriele Silva Marinho, Rodrigo Haruo Otani, Beatriz de Azevedo Nunes, Juliana Alencar de Arruda Câmara, Luís Felipe Jacinto Rêgo

A falta de assistência à saúde em diferentes comunidades no Brasil introduziu a figura do curador, sujeito que utiliza uma medicina mais empírica e popular, assim a presença do mesmo tornou-se recorrente. O curandeirismo, atividade praticada pelo curador, benzedor ou rezador, tem suas origens no sincretismo religioso e constitui um importante elemento da cultura popular brasileira. A temática sujeitos e singularidades na construção do cuidado em saúde, muitas vezes, não recebe a devida atenção, sofrendo dificuldades de transmissão dos saberes, a maior urbanização e, ainda, o maior acesso a sistemas formais de saúde, objetivando a maior compreensão foi feita uma pesquisa descritiva baseada em entrevistas e representações sociais sobre a atuação de Benzedeiras na prática de curandeirismo em conjunto da reza e utilização de ervas. Para tanto, foram realizadas visitas e entrevistas com algumas das benzedeiras que atuam em Manaus: Mãe Chiquinha, do bairro São Jorge, e Maria do Rosário, do bairro Redenção. Maria do Rosário da Silva Corrêa nascida no município de Porto Velho começou a prática de cura devido à ausência de assistência médica regular no local. O conhecimento de plantas foi passado por sua mãe e o dom da reza por seu pai, formando toda sua experiência na área do curandeirismo, o que em sua família é considerado dom seleto, pois nem todos o recebem. O procedimento de cura sempre é iniciado com a reza acompanhada do terço e em seguida é feito o uso do remédio adequado para a enfermidade; a fé do paciente é indispensável no bom resultado do tratamento. Os remédios preparados pela benzedeira são compostos por plantas que na maioria das vezes estão plantadas no seu quintal, e quando há necessidade de fazer algum remédio com um elemento diferente, as pessoas atendidas por ela saem em busca e o trazem para então finalizar a mistura. O banho com a folha do sabugueiro acelera o processo de cicatrização de feridas, de grande ou pequeno tamanho, sendo usado especialmente em casos de catapora. A inflamação da garganta com secreção é curada pela ingestão da mistura de jambu, crajiru (Arrabidaea chica) e mel de abelha. Para recuperação de osso fraturado utiliza-se a combinação de mastruz, carvão picado, sêbo de Holanda e andiroba. O chá da folha do cipó-alho cura sinusite.Antes de iniciar o tratamento, Maria do Rosário sempre indica a consulta com um médico, pois, para ela, algumas doenças podem ser curadas através de remédios farmacológicos, mas também há outras doenças que nenhum médico pode curar, sendo necessário tratamento espiritual através da reza. Dessa forma, a planta vassourinha doce é usada tanto para tratamento de micoses juntamente com sal grosso e álcool, quanto para curar quebranto na hora da reza. O preparo correto da erva-de-passarinho do cajueiro auxilia na cura do câncer. A maioria das pessoas atendidas por Maria do Rosário são crianças, o caso mais frequente é a massagem em recém-nascidos por cesariana. Há também uma grande quantidade de pessoas adultas, oriundas de diversos lugares, que  buscam seus remédios e rezas. Francisca Martins dos Santos, mais conhecida como Mãe Chiquinha, iniciou a prática curandeira no município de Urucará através de ensinamentos maternais. Seus métodos de cura são baseados no uso de remédios naturais eventualmente acompanhados de reza. As pessoas a procuram por motivos de enfermidades e problemas passionais que atraem mais o público adulto. A mistura de folha de arruda (Ruta graveolens) e álcool é utilizada para aliviar dores de cabeça e a combinação de arruda, casca de tangerina e cravo-da-Índia para o tratamento de sinusite, ambos por inalação. A arruda também é denominada como arruda-fedida, arruda-doméstica, arruda-dos-jardins, ruta-de-cheiro-forte é muito cultivado nos jardins em todo o mundo, devido às suas folhas, fortemente aromáticas. A medicina popular a indica nos casos de supressão da menstruação, por seu efeito fortemente emenagogo. Também possui efeitos abortivos, por causar fortes contrações uterinas que, por sua vez, podem provocar graves hemorragias, aborto e até a morte da mulher. Suas folhas são utilizadas como chá com fins calmantes. Na forma de infusão ou empregando-se as folhas secas em pó, combate os piolhos. Uma crença popular de raiz africana, remontando aos tempos coloniais, dita que os homens usem um pequeno galho de folhas por cima de uma orelha, ou que um galho das mesmas seja mantida no ambiente, para espantar maus espíritos. Desde a antiga Grécia, era usada para afastar doenças contagiosas. Os escravos africanos usavam-na contra mau-olhado. A igreja, no início da era cristão, fazia raminhos de arruda para espargir água-benta nos fiéis. A folha da erva-de-jaboti (Peperomia rotundifolia) utilizada na comida como tempero acalma as pessoas violentas. É considerada planta medicinal, sendo usada como estomáquica, expectorante, contra fraqueza e para banhos aromáticos. É comum na Amazônia, possui maticina e taninos em sua composição, o que lhe faz um forte diurético e hipotensor. A folha de cacau apresenta diversas utilidades no ramo medicinal. O cacau dilata a artéria coronária, aumentando o fluxo de sangue para o coração. De acordo com uma pesquisa produtos naturais como o extrato de cacau pode eventualmente reduzir a pressão arterial. Utilizado nas convalescenças como alimento energético, ataques anginosos, estimula as funções do aparelho urinário, combate as nefrites, é empregado nas fraquezas orgânicas e no esgotamento físico, rachaduras do lábio e bicos dos seios. A manteiga de cacau é usada para fazer loções, bálsamos para o lábio, cosméticos, cremes para tratar queimaduras. O óleo do cacau protege a pele e tem uma vida útil muito longa quando condicionado em boas condições. O pinhão-roxo (Jatropha gossypifolia) é útil para o tratamento de gota e outros tipos de reumatismo. Quando usado topicamente, o macerado das folhas possui ação sobre aftas na mucosa bucal e hemostática ao estancar o sangue. O pinhão-roxo pode ser utilizado como purgativo, os glicosídeos presentes na casca de suas sementes agem como estimulantes da musculatura gastrointestinal. Quando misturado com óleos puros, acelera a cicatrização de furúnculos. Os óleos presentes nas sementes da planta têm características adequadas ao consumo humano, estando dentro das especificações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para óleos. Há também remédios que não são inalados nem ingeridos, são aplicados na pele durante a massagem expelindo mazelas contidas em glândulas, frases como: ‘’Jacaré bedeberê’’ são proferidas pela benzedora necessitando da resposta ‘’Bebebé’’ do paciente.Ambas acreditam no conceito de doença sendo qualquer mazela que afete o estado físico ou psicológico de uma pessoa, compartilhando também a ideia da cura divina ser complementar à cura científica. A atividade curandeira impressiona pelos seus efeitos apesar da resistência da ciência oficial, devido ao componente subjetivo que é a fé daqueles que se submetem à cura. O Benzedor em geral é alguém da própria comunidade, e que recebeu os ensinamentos dos antigos, não cobrando por suas atividades. Os rezadores são típicos das regiões remotas, onde os médicos são escassos e os remédios alopatas inacessíveis. No contexto contemporâneo, a  cura popular das benzedeiras tem sofrido diversas dificuldades. Apresentar os saberes dessas mulheres no presente estudo pode contribuir para a maior participação dessas personagens no cuidado em saúde, conferindo visibilidade às suas práticas e ao modo como se constroem como figuras respeitadas em suas comunidades e valorizadas por seus saberes populares.

4909 Intinerâncias de Cuidado: A utilização de práticas integrativas e complementares no cuidado de universitários.
Amanda Pacheco, Cátia Menezes Santos, Larissa Leite Batista

Intinerâncias de Cuidado: A utilização de práticas integrativas e complementares no cuidado de universitários.

Autores: Amanda Pacheco, Cátia Menezes Santos, Larissa Leite Batista

Este trabalho tem como objetivo relatar as experiências vivenciadas com práticas integrativas e complementares dentro do campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS), localizado no município de Lagarto-SE. Este campus é específico para a saúde, contendo cursos de enfermagem, medicina, terapia ocupacional, fisioterapia dentre outros. As práticas integrativas foram implementadas na UFS através de uma parceria entre o Movimento Popular de Saúde do estado de Sergipe e a universidade, e são realizadas em uma sala de cuidados. São ofertadas práticas de reiki, massoterapia e acupuntura auricular que auxiliam na redução do stress e ansiedade relacionado à vida acadêmica. A aposta deste trabalho é no fortalecimento de um fazer saúde que desvincula-se de um modelo hegemônico hospitalocêntrico, e pensa que os sujeitos precisam ser protagonistas do seu processo saúde/doença. Para tanto, tal experiência basea-se nos preceitos da educação popular, apostando no diálogo, amorosidade e na problematização como basilares no processo de trabalho.

2017 PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DAS COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO MUNICÍPIO DE COARI-AMAZONAS.
Mariana Paula da Silva, Victor Linec Maciel Barbosa, Ananias Facundes Guimarães, Paula Andreza Viana Lima, Rodrigo Damasceno Costa, Jéssica Karoline Alves Portugal, Marcelo Henrique da Silva Reis, Abel Santiago Muri Gama

PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DAS COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO MUNICÍPIO DE COARI-AMAZONAS.

Autores: Mariana Paula da Silva, Victor Linec Maciel Barbosa, Ananias Facundes Guimarães, Paula Andreza Viana Lima, Rodrigo Damasceno Costa, Jéssica Karoline Alves Portugal, Marcelo Henrique da Silva Reis, Abel Santiago Muri Gama

Apresentação: O Agente Comunitário de Saúde (ACS) é o profissional responsável por atuar na perspectiva de promoção, prevenção e proteção da saúde, orientando e acompanhando famílias e grupos em seus domicílios e os encaminhando aos serviços de saúde. Ainda, realizar mapeamento e cadastramento de dados sociais, demográficos, consolidando e analisando as informações, identificando indivíduos ou grupos que demandam cuidados especiais. Desta forma, estes profissionais estão expostos a sobrecarga de trabalho e possuem muitas atribuições e grandes responsabilidades nas comunidades em que atuam. Porém, a precariedade salarial pode influenciar em diversos aspectos, principalmente econômicos e sociais. Portanto, o objetivo deste trabalho foi descrever o perfil socioeconômico dos agentes comunitários de saúde das comunidades ribeirinhas do município de Coari-Amazonas. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo transversal que faz parte de um projeto maior, intitulado “Saúde e práticas terapêuticas entre Agentes Comunitários de Saúde do município de Coari – Amazonas”. Participaram da pesquisa 111 ACS da zona rural, onde foi utilizado um instrumento de coleta de dados previamente elaborado, contendo perguntas fechadas sobre dados socioeconômicos, demográficos e condições de saúde. A coleta de dados foi realizada entre os meses de outubro e novembro de 2017, durante as reuniões mensais de entrega de produção.  Resultados: Os ACS em exercício da zona rural do município de Coari, são predominantemente homens (52,3%). Com relação aos dados socioeconômicos, verifica-se que os ACS, em sua maioria apenas moram juntos com seus companheiros(as) (37,8%), 97,3% possuem filhos e com renda familiar mensal per capita de 1 a 2 salários mínimos. 60,4% afirmaram ser católicos. No que tange a escolaridade, observa-se que 39,6% dos ACS completaram o ensino médio e destaca-se que 32,4% possuem o ensino fundamental incompleto. Quando questionados sobre as atividades exercidas para complementar a renda, 30,6% dos ACS indicaram trabalhar em outra atividade remunerada. O tempo médio de trabalho como ACS foi de treze anos. Quanto a percepção do trabalho 87,4% consideram seu trabalho muito importante e 47,7% estavam satisfeitos com o emprego. Quando perguntados se estavam satisfeitos com o salário, 40,5% respondeu estar mais ou menos satisfeito. Considerações Finais: O perfil socioeconômico dos ACS da zona rural de Coari é de predominância de escolaridade com nível médio. A maioria relatou alta satisfação com o trabalho, enquanto que, a satisfação com o salário foi relativamente baixa. Isto pode estar relacionado ao grau de dificuldade enfrentado nas comunidades rurais do município que são maiores comparados a área urbana. Assim, conhecido o perfil socioeconômico dos ACS e suas principais características, é possível identificar as fortalezas e fragilidades deste grupo de trabalhadores para o melhor aproveitamento de seu potencial e melhorias em seu processo de tra­balho.

1465 Saúde da Mulher na Área Rural: um estudo acerca da medicina tradicional e científica na agrovila de São Sebastião do Caburi - Parintins/Am
Camila Andrade de Souza, Paulo José Andrade de Souza

Saúde da Mulher na Área Rural: um estudo acerca da medicina tradicional e científica na agrovila de São Sebastião do Caburi - Parintins/Am

Autores: Camila Andrade de Souza, Paulo José Andrade de Souza

Apresentação: A manutenção dos saberes e práticas tradicionais ocorrem pela reprodução a qual ultrapassa o tempo e o espaço. Em tempos modernos, mesmo com uma ampliada rede farmacêutica para medicamentos preventivos e mantenedores da saúde humana, ainda há nos dias de hoje a conservação e o uso de elementos advindos da própria natureza. Nesse cenário, as mulheres apresentam-se como as principais conhecedoras e mantenedoras do processo de manutenção e reprodução dos saberes tradicionais. Produzem e reproduzem conhecimentos, tradições, crenças, símbolos, práticas populares e tradicionais de saúde, que vem sendo repassado de geração a geração. Compreender a relação entre saberes tradicionais e científicos na manutenção da saúde das mulheres moradoras na agrovila de São Sebastião do Caburi-Parintins/AM foi objetivo central desse trabalho. Desenvolvimento do trabalho: Para tanto, analisou as particularidades, a forma como as mulheres se relacionam com o ambiente e as transformações ocorridas nesse processo advindo da inserção da medicina científica. Os conceitos de saberes tradicionais, medicina popular e medicina científica subsidiaram a compreensão em torno da manutenção de ervas medicinais, práticas de partos e o ato de benzer no tratamento da saúde da mulher. O trabalho teve como pressuposto um estudo de caso pautado na dialética, manifestando a dinamicidade da sociedade, a capacidade desta de transformação. As estratégias foram subsidiadas na metodologia de snowball. A entrevista baseou-se em um roteiro de perguntas relativas ao uso de plantas medicinais e como o saber local está sendo reproduzido no contexto da comunidade a partir da introdução da medicina cientifica e a sua relação com os saberes tradicionais. Foi realizada observação sistemática, relacionadas aos cuidados das mulheres com as plantas medicinais e outras técnicas de cuidados de saúde; locais de conservação das plantas e atendimento aos comunitários; posto de saúde e atendimento as mulheres, durante os períodos de agosto e novembro de 2015. Resultados e considerações finais: Os dados indicaram que há um movimento de perda dos saberes tradicionais por parte das mulheres e um incentivo ao uso dos procedimentos da medicina científica. Os dados possibilitaram constatar iniciativas de Práticas Integrativas e Complementares por meio de um projeto pontual desenvolvido por profissionais dos serviços de atenção básico de saúde. Nele, constatou uma relação entre os saberes tradicionais e científicos, ainda que esse último na sociedade contemporânea venha negar a eficácia dos saberes tradicionais. No projeto, as mulheres conhecedoras de práticas tradicionais apresentam papel relevante, possibilitando o exercício de suas atividades e a reprodução de seus conhecimentos.