181: O trabalho na linha de frente, um olhar
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: ICB Sala 07 - Djúcu    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
1551 Análise do gerenciamento de riscos de um Hospital Público de Belém do Pará: relato de experiência
Aline Presley Pingarilho de Carvalho

Análise do gerenciamento de riscos de um Hospital Público de Belém do Pará: relato de experiência

Autores: Aline Presley Pingarilho de Carvalho

Apresentação: O gerenciamento ou administração aplicada à saúde é caracterizado como uma atividade crescente e complexa, exigindo dos profissionais e gestores competências específicas na atenção à saúde primária, secundária e terciária seja em âmbito individual e/ou coletivo. A gestão em saúde debate sobre alguns aspectos como a prestação direta de assistência a saúde, mudanças demográficas e epidemiológicas, a rede de cobertura assistencial, os recursos humanos, a acessibilidade aos serviços, a participação social, a qualidade do serviço de saúde e para isso se utiliza alguns instrumentos básicos da administração, controle, regulação, avaliação que visam o aperfeiçoamento e a melhora da aplicabilidade das atividades de saúde. Além disso, os gestores de saúde trabalham tanto com o aspecto político, isto é, voltados ao interesse da população e para a consolidação da saúde como direito da cidadania, quanto ao aspecto técnico, isto é, voltado para a formulação de políticas públicas em saúde, bem como o planejamento estratégico de ações, a coordenação, regulação, controle, financiamento, avaliação e a prestação dos serviços de saúde para os níveis de atenção. Nesse sentido, percebe-se que o profissional enfermeiro assume como responsabilidade garantir a assistência à saúde através da promoção, prevenção, tratamento e reabilitação dos indivíduos, logo, para que a assistência seja efetiva e eficaz é necessário está associada ao gerenciamento e conseqüentemente a política e aos programas de saúde pública. Segundo a Lei 7.498/86, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem e dá outras providências, compete ao enfermeiro à direção, a chefia, a organização, o planejamento, a coordenação, a execução e a avaliação dos programas de assistência à saúde, além da participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais. As Diretrizes Curriculares Nacionais, que se refere ao curso de graduação em Enfermagem apontam como competência exigida do profissional enfermeiro a administração e o gerenciamento, sendo estes aptos a realizar iniciativas, o gerenciamento e administração da força de trabalho, dos recursos físicos e matérias, da informação, além de estarem aptos para serem empreendedores, gestores, empregadores e lideres na equipe de saúde. Diante disso, o trabalho tem como objetivo reconhecer a importância da gestão e gerenciamento em enfermagem nos serviços de saúde e identificar as principais dificuldades para o funcionamento efetivo do Núcleo de Segurança do Paciente no gerenciamento de risco de um hospital público de Belém do Pará. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma metodologia muito utilizada nas ciências da saúde denominada de Arco de Maguerez, que é baseada em cinco etapas: observação da realidade e definição do problema; identificação dos pontos-chave; teorização sobre o problema; hipóteses de solução dos problemas e intervenção sobre a realidade. O trabalho foi realizado em um Hospital Público de Belém do Pará descrito como referência em oncologia com excelência e humanismo. O relato foi incitado no decorrer das práticas do componente curricular Gestão e gerenciamento em enfermagem, que ocorreu no período de 05 a 19 de setembro de 2017. O relato aborda sobre o setor de gerência de riscos, onde ocorreu a visita técnica no dia 12 de setembro. A enfermeira responsável pelo setor apresentou o funcionamento e atuação da gerência de riscos do hospital. Resultados e/ou impactos: No Brasil as ações de gestão de riscos começaram a ser instituídas em 2001, pela ANVISA, através da criação da Rede Brasileira de Hospitais Sentinela. O projeto Sentinela tem como objetivo a construção de uma rede de serviços em todo o país capaz de notificar eventos adversos e possíveis queixas técnicas relacionadas aos insumos, materiais, produtos e equipamentos de saúde, medicamentos, saneantes e os kits para provas laboratoriais em uso no país para a garantia da segurança de pacientes e profissionais de saúde e a circulação de produtos de melhor qualidade.O Hospital referido é um Hospital Sentinela, de acordo com a Portaria Interministerial n.º 1000, de 15 de abril de 2004, essa condição passou a ser exigida para o recredenciamento dos hospitais universitários. O gerenciamento de riscos da instituição é composto por um farmacêutico, dois enfermeiros, e um técnico, e está envolvido com a Farmacovigilância, Tecnovigilância, e a Hemovigilância. Por meio da observação da realidade foi possível perceber que para ocorrer as subnotificações é necessário que os profissionais solicitem uma ficha de notificação e preencha com as queixas que foram encontradas em materiais, medicações e procedimentos e na hemoterapia. A gerência de risco do hospital busca a padronização do serviço, pois considera que assim os erros são reduzidos. De forma geral o hospital objetiva uma ação de medidas corretivas e de prevenção, como protocolos criados pela própria instituição e segurança do paciente, do ambiente, e de si mesmo. Além disso, estimula e avalia as subnotificações realizadas pelos profissionais de saúde da instituição e realiza a notificação à ANVISA utilizando o NOTIVISA (Sistema de Notificações de Vigilância Sanitária) para notificações de desvios de qualidade ou reações adversas a produtos de saúde, sangue, hemoderivados e saneantes; ou quaisquer problemas relacionados às vigilâncias e a elaboração e encaminhamento de relatórios periódicos da implantação dos Planos de Melhoria Hospitalar e ações do sistema de gerenciamento de riscos. Notou-se que a dificuldade mais presente é a ausência de subnotificações à gerencia de riscos da instituição, isto se deve a resistência por parte da equipe de saúde em realizar a subnotificação e a auto-identificação do profissional o que gera um receio de ser demitido ou prejudicar colegas de trabalho em relatar os erro e danos, além disso, a burocratização em solicitar a ficha para notificação o que gera a descontinuidade e a demora no processo de notificação. Uma vez que não ocorra à notificação entende-se que não há ocorrências, nem eventos adversos, danos aos profissionais ou pacientes, que os produtos e insumos estão em conformidades, que não houve reações imediatas ou tardias na hemotransfusão, o que conseqüentemente prejudica e potencializa a não reparação e prevenção de tais problemas quando estiverem presentes nos diversos setores do hospital. Considerações finais: A visita técnica permitiu analisar e confrontar idéias sobre o a gestão e o gerenciamento em enfermagem nos serviços de saúde, o qual se apresenta em sua multidimensionalidade. A gerência de risco desempenha papel fundamental para garantir o funcionamento de qualidade e segurança dos serviços necessários realizados por todos os funcionários/equipe do hospital, na falta de uma dessas áreas de gerenciamento seria inviável a execução de diversas atividades que são prestadas na assistência e no cuidado ao paciente. Esclarecer aos profissionais que eles não serão prejudicados por realizar a notificação, otimizar o tempo entre identificação do problema e a subnotificação; mostrar o que é a gerencia de riscos, como ela funciona dentro da instituição e a importância da notificação para a qualidade e segurança do serviço e da assistência de saúde aumentaria as possibilidades do profissional subnotificar sem receios e com maior rapidez. É necessário que o planejamento seja estratégico para que possa abranger o individual e o coletivo, beneficiando todos os sujeitos e a instituição. Para que isso ocorra é fundamental o conhecimento e a participação ativa de todos os atores envolvidos nos aspectos relacionados às ações e atividades estratégicas, bem como a realização prática das subnotificações ao gerenciamento de riscos, além de considerar os fatores determinantes do meio em que estão inseridos a fim de obter resultados satisfatórios. 

730 SUPPORT FOR HEALTH WORKERS VICTIMS OF WORKPLACE VIOLENCE
Maiara Bordignon, Carla Renata Silva Andrechuk, Danilo Donizetti Trevisan, Eliana Fátima de Almeida Nascimento, Maria Inês Monteiro, Edinêis de Brito Guirardello, Maria Helena Baena de Moraes Lopes

SUPPORT FOR HEALTH WORKERS VICTIMS OF WORKPLACE VIOLENCE

Autores: Maiara Bordignon, Carla Renata Silva Andrechuk, Danilo Donizetti Trevisan, Eliana Fátima de Almeida Nascimento, Maria Inês Monteiro, Edinêis de Brito Guirardello, Maria Helena Baena de Moraes Lopes

PRESENTATION: the frequency which health workers suffer workplace violence is revealed in the scientific literature, as well as health institutions requirements to adopt interventions seeking violent incidents prevention and supporting workers who were victims. There are Brazilian initiatives focused on improving aspects of work in the health area and some are specific for workplace violence. However, it is necessary to advance in the discussions and implementation of interventions related to prevention of violence and taking decisions when its occur, due to negative effects it can result for the person. The aim of this study was to discuss the importance of establishing formal plans to guide the administrative flow and the victim healthcare after the occurrence of workplace violence and to elaborate intervention proposal or recommendations in this context. WORK DEVELOPMENT: this work was a collective building from authors’ opinion and their health work environment experience, such as teaching, community service extension, research and/or direct healthcare provision. The scientific literature on workplace violence was researched to support the intervention proposal by the authors. RESULTS: considering the workplace violence occurrence and the negative impact generated by them, it is important to utilize prevention strategies and be prepared to act appropriately when this violence occurs, even with the measures adopted to avoid it. In situations of occupational exposure to biological material, for example, guidelines on the procedures and/or sectors that should be sought are generally described in flowchart or protocols and are known by workers, and easily accessed in printed or online version. On the other hand, these elements are often not defined in the field of the workplace violence (e.g. verbal abuse and threat), which weakens the identification of events and consequently the proper conduct of a case, with the support and follow-up for the victims who need. For this reason, formal guidelines are important on the conduct that should be adopted after health workers suffered workplace violence, as well as structured flows and services and a staff team ethically responsible and trained. Otherwise, the professional will not report the problem, and when the problem is reported the professional may not receive help or the violence occurrence will be conducted without following a standardized flow of notification and assistance. In this way, recommendations were designed to encourage the development of standardized strategies to receive and provide the care which the victims of workplace violence or under threat need, as well as to investigate and to conduct the case adequately. FINAL CONSIDERATIONS: physical and mental health care for workers who have suffered workplace violence needs to be improved and begins with the incentive to report the violence suffered. The care of the worker should be a priority, immediately after the occurrence of violence and for as long as necessary. The institutions should promote safety in a co-responsibility relation for health and life of their workers.

1573 FATORES DE RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM TRABALHADORES AEROPORTUÁRIOS
Andreza Cavalcante de Almeida Lopes, Cristiano Gonçalves Morais, Antonia Irisley da Silva Blandes, Géssica Rodrigues Silveira, Gisele Ferreira de Sousa, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício, Simone Aguiar da Silva Figueira, Ilma Pastana Ferreira

FATORES DE RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM TRABALHADORES AEROPORTUÁRIOS

Autores: Andreza Cavalcante de Almeida Lopes, Cristiano Gonçalves Morais, Antonia Irisley da Silva Blandes, Géssica Rodrigues Silveira, Gisele Ferreira de Sousa, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício, Simone Aguiar da Silva Figueira, Ilma Pastana Ferreira

Apresentação: O estilo de vida vem sendo associado ao processo de doenças nas últimas décadas principalmente quando relacionado a práticas pouco saudáveis de viver, isto tem contribuído diretamente para o aumento de doenças crônicas como hipertensão e patologias cardiovasculares. O efeito destas enfermidades afeta e limita a vida do portador da doença, além de ter custos e impacto social muito grande no setor trabalhista, uma vez que pode gerar incapacidades para o trabalho, sendo consideradas, problema de saúde pública dados os seus efeitos. Objetivo: Identificar fatores de risco para doenças cardiovasculares presentes no estilo de vida de trabalhadores. Desenvolvimento: Estudo de campo, descritivo, transversal de cunho quantitativo. Foi realizado em junho de 2017 pelos discentes do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará, tendo como público alvo deste estudo, 22 funcionários de uma empresa que atua no aeroporto do município de Santarém. Foram ofertados serviços em meio as práticas educativas, sendo eles: avaliação antropométrica, teste de glicose e aferição de pressão arterial. Após a coleta e avaliação destas informações, foram realizadas entrevistas sobre o estilo de vida dos participantes, seguidas de orientações individuais com base nas informações adquiridas. Os dados coletados foram tabulados no software Excel 2016, para posterior análise. Resultados e/ou impactos: A análise de dados apontou que 82% do público se tratava do gênero masculino e 18% do gênero feminino, com faixa etária variando entre mínima de 19 anos e máxima de 49 anos. Quanto ao índice de massa corpórea foi observado que cerca de 18% apresentou obesidade e 32% sobrepeso. 73% dos participantes apresentaram pressão arterial normal e com relação a glicose pós prandial foi observado que 91% apresentaram nível de glicose normal. Outras variáveis avaliadas relativas ao estilo de vida foi o hábito de fumar, cerca de 86% informaram não ser fumantes, com relação a ingesta de bebidas alcoólicas cerca de 73% informaram uso rotineiro e com relação aos antecedentes pessoais 100% dos participantes se auto referiram como não sendo hipertensos ou diabéticos. Considerações finais: No contexto da saúde do trabalhador, a avaliação e o rastreamento de enfermidades no estágio inicial proporciona as instituições a possibilidade de manter ou mesmo melhorar a produção de serviços ofertadas para estes trabalhadores, além de elaborar medidas que favoreçam a adoção de práticas saudáveis pelos profissionais.

1714 INTERVENÇÃO TERAPEUTICA PARA OS FATORES ESTRESSORES DO TRABALHO
Marjana Da Silva, Priscila Marcheti Fiorin, Sara Ingrid de Rezende Ferreira, Thauane de Oliveira Silva, Adamerflan Gouvea de Sene, Maria Betina Leite de Lima, Taiana Gabriela Barbosaa de Souza

INTERVENÇÃO TERAPEUTICA PARA OS FATORES ESTRESSORES DO TRABALHO

Autores: Marjana Da Silva, Priscila Marcheti Fiorin, Sara Ingrid de Rezende Ferreira, Thauane de Oliveira Silva, Adamerflan Gouvea de Sene, Maria Betina Leite de Lima, Taiana Gabriela Barbosaa de Souza

Apresentação: A terapêutica em grupo leva a interação social por meio do desenvolvimento de atividades como as motoras e as de caráter psicológico. A atuação do profissional de saúde nas oficinas terapêuticas que têm se tornado importantes meios de alívio de dor e sofrimento entre pacientes psiquiátricos possibilita   a ajuda na avaliação e no desenvolvimento da saúde destes indivíduos. Afinal, sabe-se que no ambiente de trabalho, os funcionários podem estar submetidos ao estresse ocupacional, que pode desencadear transtornos como a Síndrome de Burnout e outras doenças devido ao esgotamento o que compromete sua capacidade funcional, prejudicando com isso sua saúde. Sabendo disso, a ação realizada pelos acadêmicos integrantes da LASME – Liga de Saúde Mental em Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) durante uma atividade na semana da saúde no trabalho de uma instituição privada teve por objetivo o alívio do estresse vivenciado até o período e a sugestão de meios alternativos (bordado) para a diminuição da tensão diária promovida pelas funções exercidas por trabalhadores a fim de atuar na promoção e assim no bem estar dos profissionais que ali estavam. Desenvolvimento do trabalho: Estavam presentes 6 acadêmicos da LASME e aproximadamente 80 participantes. Realizou-se a oficina terapêutica intitulada “bordando a vida”, que consiste no aprendizado do bordado em ponto cruz e acontece em 3 tempos. No primeiro momento (cognitivo) espera-se que os participantes conversem, troquem e recebam informações referentes à saúde. Após isso se inicia o momento do bordado (construtivo) momento esse que os participantes devem focar no trabalho manual, expondo suas dificuldades e permitindo serem ajudados, dessa forma, os relacionamentos interpessoais e resiliência são fortalecidos entre o grupo. O terceiro (afetivo) é o encerramento da oficina, onde realiza-se uma roda e são expostas as conquistas do dia, reforçado a importância de cada uma para a oficina. Resultados e/ou impactos: Relatos trazidos pelos participantes evidenciam o quão relaxante e reflexivo pode ser o momento da oficina. Alguns expuseram o fortalecimento do autoconhecimento e auto percepção. Foi possível perceber, ainda, pessoas com dificuldades em realizar o bordado, devido a preocupações externas. A partir do momento em que esses usuários conseguiram manter a concentração e abstrair os problemas externos, além de expor realização pessoal, perceberam a importância do momento de distração. Dessa maneira, pode-se trabalhar determinados conflitos a fim de que eles não ocasionassem uma enfermidade. Considerações finais: Conclui-se que a oficina reforçou a resiliência, autoconhecimento e trouxe sensação de relaxamento para os participantes. Além da alteração do ambiente de trabalho, o momento em que os funcionários estavam na oficina foi um importante meio de exposição de sentimentos e dificuldades relacionadas ao bordado e ao trabalho. Algo que afeta diretamente o bem estar dos participantes e com isso sua prática profissional, demonstrando o quanto é importante a realização de atividades que lhes permitam se expor e relaxar para que não tenham sua saúde e nem sua produtividade afetada.

1958 PREVALÊNCIA DA DISFUNÇÃO RENAL EM SERVIDORES DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO SUPERIOR NO OESTE DO PARÁ E A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NESSE CONTEXTO
Fabiana Santarém Duarte, Ana Eliza Ferreira Pinto, Suan Kell dos Santos Lopes, Juliana Silva Araújo, Simone Aguiar da Silva Figueira, Cassiano Junior Saatkamp

PREVALÊNCIA DA DISFUNÇÃO RENAL EM SERVIDORES DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO SUPERIOR NO OESTE DO PARÁ E A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NESSE CONTEXTO

Autores: Fabiana Santarém Duarte, Ana Eliza Ferreira Pinto, Suan Kell dos Santos Lopes, Juliana Silva Araújo, Simone Aguiar da Silva Figueira, Cassiano Junior Saatkamp

Apresentação: Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, no Brasil, a incidência de doença renal está crescendo e os custos dos tratamentos são altíssimos, sendo cerca de 89% dos custos de responsabilidade do sistema único de saúde, por isso, tem-se realizado campanhas de conscientização sobre outras patologias como obesidade, diabetes e hipertensão arterial, que são tidos como fatores de risco para a doença renal. Os rins estão localizados acima da cintura, entre o peritônio e a parede posterior do abdome, apresentando duas faces sendo uma anterior e outra posterior, e duas bordas medial e lateral. Subdividindo-se em duas regiões: cortical, mais externa, e medular, mais interna e as unidades funcionais que são os néfrons, funcionando alternadamente, conforme as necessidades do organismo. O rim é um órgão complexo, responsável por filtrar os resíduos metabólicos do sangue, reabsorver substâncias filtradas necessárias para o organismo (incluindo proteínas de baixo peso molecular), manter a homeostase, identificar e responder ao excesso ou deficiência de água e eletrólitos no organismo, alterando o ritmo de reabsorção e secreção dessas substâncias. No entanto, quando alguma patologia o acomete, alguns desses processos ou todos podem ser afetados como a Taxa de Filtração Glomerular (TFG). Assim, avalia-se a função renal, principalmente a partir da verificação da TFG, definida como o volume plasmático de uma substância que pode ser completamente filtrada pelos rins em uma determinada unidade de tempo, ou seja, é a medição de quantos mililitros de sangue é filtrado por minuto, vista como o melhor marcador de função renal em indivíduos.  A filtração glomerular ocorre quando o sangue passa pelo rim, mais especificamente no glomérulo, onde o teste para avaliá-la é feito através da dosagem da Creatinina sérica e Uréia, sendo também um indicador do número de néfrons funcionais. O comprometimento da TFG está relacionado com diversos fatores, dentre eles: Obesidade, Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica, além disso, o processo de envelhecimento também pode afetá-la, visto que após os 50 anos de idade há uma diminuição da TFG em cerca de 10 mL/min em cada década, constituindo um outro fator de risco. Com isso, o objetivo desse trabalho é avaliar a TFG para identificar a Prevalência da Disfunção Renal em servidores públicos de uma Universidade Estadual no Oeste do Pará e a atuação do enfermeiro nesse contexto. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, obtido a partir da realização de uma ação em saúde abordando o “Diagnóstico de Doenças Metabólicas” em servidores públicos, desenvolvida pelos acadêmicos do terceiro semestre do curso de Enfermagem e seus Docentes. A ação foi realizada entre os dias 14 e 29 de abril de 2016, com o intuito de cumprir com a Atividade Curricular do Projeto Pedagógico do Curso de Enfermagem, tendo sua amostra composta por 39 participantes. Para isso utilizou-se a metodologia da problematização, conhecida como Arco ou Método de Maguerez, que pode ser definido em cinco etapas: 1. Observação da realidade; 2. Ponto chave; 3. Teorização; 4. Hipótese de solução e 5. Aplicação à realidade. Todos os participantes foram respeitados e esclarecidos sobre a Pesquisa através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), sendo aplicado após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UEPA Campus XII conforme parecer 1.318.965, em conformidade com a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Para coleta dos dados foram realizadas coletas de sangue, aplicação de questionários que investigava as seguintes variáveis: sexo, idade, escolaridade, profissão, renda, histórico familiar, atividades realizadas no tempo livre, hábitos de fumar e ingerir bebidas alcoólicas, avaliação antropométrica e aferição de Pressão Arterial (PA). A análise dos dados foi realizada mediante estatística descritiva, de acordo com o agrupamento de cada fonte de coleta de dados, assim descrita: os dados dos questionários foram lançados em planilhas e processados por meio de recursos de estatística descritiva, mediante a utilização do programa Excel (Microsoft para Windows-2013), já os resultados das dosagens bioquímicas foram analisados com base em sistema internacional de padronização. Para a avaliação do comprometimento renal, tomou-se como base a classificação da NKF (National kidney foundation) que diz que a TFG é classificada em cinco estágios: Normal (> 90 ml/min), Leve (60-89 ml/min), Moderada (30-59 ml/min), Severa (15-29 ml/min) e Falência renal (<15 ml/min). Análise dos dados antropométricos e da PA seguiram os critérios de classificação adotados pelo Ministério da Saúde.  Resultados: No primeiro dia, estiveram presentes 39 servidores sendo 59% mulheres e 41% homens, onde foi realizado a assinatura de TCLE, aplicação de questionários objetivando traçar o perfil dos participantes (sexo, idade, escolaridade, profissão, renda, histórico familiar, atividades realizadas no tempo livre, hábitos de fumar e ingerir bebidas alcoólicas), e posteriormente feito a avaliação antropométrica, aferição de pressão arterial e coleta dos materiais para análise bioquímica. Com o objetivo de avaliar a Prevalência da Disfunção Renal nesses servidores, voltamos nosso interesse apenas para as dosagens de Uréia e Creatinina. Após a análise dos dados identificamos que dos 39 participantes, 62% apresentaram diminuição da TFG, sendo 54% classificados como Diminuição Leve, 8% como Moderada, e 38% apresentaram níveis normais. Quanto à Diminuição Severa e Falência Renal não foram detectadas. Os participantes que apresentaram Disfunção Leve estavam entre a faixa de 18 a 29 anos (23%), IMC normal (33%), HDL baixo (28%), ingerem menos de 2L de líquido diariamente (36%) e Pressão Arterial Sistólica normal (49%). Já aqueles que apresentaram Disfunção moderada estavam entre a faixa etária de 18 a 39 e maior que 50 anos (9%), IMC normal (5%), HDL baixo (5%), ingerem menos de 2L de líquidos diariamente (5%) e Pressão Arterial Sistólica normal (5%). No segundo dia, em posse dos resultados voltamos a nos reunir com os servidores para mostrar os resultados e conscientizá-los, através de atividade educativa, a manter sua qualidade de vida e naqueles casos que apresentaram maiores comprometimentos foram orientados a procurarem ajuda médica. Além disso, contamos com a ajuda de alunos do curso de Educação Física que ensinaram práticas da ginástica laboral para serem realizadas durante período de trabalho. Considerações Finais: Bons hábitos como beber água, realizar exercícios físicos e ter uma alimentação saudável contribui para um bom funcionamento do nosso organismo, assim como, contribui para a manutenção dos nossos rins que desempenham funções principais de remoção de substâncias indesejadas, reabsorve albumina, secreta hormônios para um melhor controle do volume da pressão arterial, do cálcio, do fósforo e da formação de hemácias. Neste contexto, o enfermeiro possui funções como educar, diagnosticar, monitorar o cliente, solucionar situações de evolução rápida, administrar e acompanhar protocolos terapêuticos, além do compromisso ético e profissional, por isso é um dos grandes responsáveis por incentivar o autocuidado à saúde visto que é o profissional de saúde que desempenha suas atividades com mais proximidade aos pacientes. A atuação do enfermeiro na prevenção e progressão das patologias renais se traduz na assistência prestada de forma assistemática aos pacientes na atenção básica em saúde, sem discriminar ações específicas da prevenção e da progressão, como sendo um processo inseparável.

2147 Aplicação de Inventário sobre riscos psicossociais em trabalhadores de um hospital público
Gerusa Menezes de Carvalho

Aplicação de Inventário sobre riscos psicossociais em trabalhadores de um hospital público

Autores: Gerusa Menezes de Carvalho

A Organização do Trabalho, caracterizada pela divisão das tarefas (ritmo, prazos e condições de trabalho) e pela divisão social do trabalho (normas, comunicação, avaliação, autonomia e participação dos trabalhadores nas decisões), na perspectiva da Psicodinâmica do Trabalho, pode afetar a saúde do trabalhador (ANJOS, 2013). Este resumo apresenta os resultados de um inventário que mapeou os riscos psicossociais no trabalho, concernentes à Organização do Trabalho, utilizando o Protocolo de Avaliação dos Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho (PROART) que, a partir de uma escala likert de frequência, analisa os riscos relacionados com a organização do trabalho prescrita (FACAS; DUARTE; MENDES; ARAÚJO; 2015). O inventário foi aplicado em 30 trabalhadores de um hospital público, porém somente 25 responderam. Destes, 09 não se identificaram, 08 são técnicos em enfermagem, 05 são enfermeiros, 02 são profissionais da equipe multidisciplinar e um 01 é da área administrativa. Dezenove itens compõe a dimensão Organização do Trabalho, descrita no inventário. Os resultados aqui divulgados são os que apresentaram maior percentil. No item recursos de trabalho, 36% responderam que “raramente” estes são em número suficiente; 40% responderam que “às vezes”, o número de trabalhadores é suficiente; 32% consideraram que “às vezes” o espaço físico é adequado; 52% assinalaram que “às vezes” os equipamentos estão adequados; 32% assinalaram que “às vezes” o ritmo de trabalho é adequado; 32% consideraram que “às vezes” os prazos para realização das tarefas são flexíveis; 32% apontaram que “às vezes” possuem condições adequadas para realizar seu trabalho; 32% assinalaram que “às vezes” há clareza na definição das metas; 52% consideraram que “às vezes” há justiça na distribuição de tarefas; 40% assinalaram que “às vezes” participam das decisões sobre o trabalho; 48% consideraram que “frequentemente” a comunicação entre chefia e subordinado é adequada; no item autonomia para trabalhar, empataram com o mesmo percentil (28%) as respostas de frequência “às vezes” e “frequentemente”; 40% responderam que “às vezes” há qualidade na comunicação entre os funcionários; 36% informaram que “frequentemente” há clareza nas informações necessárias para executar as tarefas; 36% consideraram que “às vezes” a avaliação de seu trabalho inclui outros aspectos além da produção; 44% consideraram que “às vezes” há flexibilidade nas normas de trabalho; 44% apontaram que, “frequentemente”, há coerência nas orientações que são passadas; 44% assinalaram que “frequentemente” há variabilidade nas tarefas executadas e 52% indicaram que “às vezes” têm liberdade para opinar sobre seu trabalho. Embora o quantitativo de trabalhadores respondentes do questionário seja pequeno (inferior a 10% do total de trabalhadores da instituição), importa destacar os resultados apresentados, classificados como risco médio, que apresentam indicadores que merecem atenção por parte da gestão, uma vez que, a médio prazo, os desencadeadores de adoecimento relacionados à sobrecarga e degradação das condições de trabalho podem se intensificar. É preciso ainda, ampliar o número de participantes da pesquisa, bem como mapear onde tais riscos estão mais graves e, com isso, refinar o processo de intervenção.

3085 ANÁLISE DA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL EM INDIVÍDUOS COM DIAGNÓSTICO DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ANTES E APÓS UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO REALIZADO NO CER II/ UNESC
Rafael Amaral Oliveira, Bruna Behling Matos, Lisiane Tuon Generoso Bitencourt, Luciane Bisognin Ceretta, Giovana Vito Mondardo

ANÁLISE DA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL EM INDIVÍDUOS COM DIAGNÓSTICO DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ANTES E APÓS UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO REALIZADO NO CER II/ UNESC

Autores: Rafael Amaral Oliveira, Bruna Behling Matos, Lisiane Tuon Generoso Bitencourt, Luciane Bisognin Ceretta, Giovana Vito Mondardo

Introdução: O acidente vascular encefálico (AVE) é uma das principais causas de mortalidade e internações hospitalares. Considerando a severidade dos comprometimentos funcionais, cresce a necessidade de avaliar a efetividade do tratamento proposto no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivos: Analisar a independência funcional em indivíduos com diagnóstico de AVE antes e após um programa de reabilitação baseado nas diretrizes do Ministério da Saúde (MS). Métodos: Estudo a partir de dados de prontuários de pacientes com diagnóstico de AVE atendidos no Centro Especializado em Reabilitação CER II/ UNESC, de junho de 2014 a junho de 2017. Os desfechos avaliados foram os escores da Medida de Independência Funcional (MIF) pré e pós intervenção. Resultados: Foram avaliados 33 pacientes, com idade média de 58,4 ± 13,4 anos, predomínio do sexo masculino (69,7%). Após o programa de reabilitação em média os pacientes apresentaram escores totais da MIF de 90,91± 30,18, havendo melhora estatisticamente significativa dos escores em todas as dimensões. Conclusão: O programa de reabilitação baseado nas diretrizes do MS mostrou evolução funcional em todas as dimensões da MIF, ressaltando a importância da reabilitação multiprofissional, interdisciplinar na fase aguda da lesão, além de ações especializadas voltadas a saúde da pessoa com deficiência.

3186 OS RISCOS OCUPACIONAIS NO SETOR DE RADIOTERAPIA DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO OESTE DO PARÁ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Paolla Sabrina Rodrigues de Souza, Alice Pinheiro Moura, Brenda Caroline Andrade Mileo, Vaneska Tainá Pinto Barbosa, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício, Mariane Santos Ferreira

OS RISCOS OCUPACIONAIS NO SETOR DE RADIOTERAPIA DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO OESTE DO PARÁ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Paolla Sabrina Rodrigues de Souza, Alice Pinheiro Moura, Brenda Caroline Andrade Mileo, Vaneska Tainá Pinto Barbosa, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício, Mariane Santos Ferreira

Apresentação: A radioterapia é um método utilizado para o tratamento de tumores malignos que tem como objetivo a destruição de células tumorais malignas. O agente terapêutico da radioterapia é a radiação ionizante, que age no interior da estrutura celular levando-a a sua destruição. Devido ao contato frequente com os agentes ionizantes da radiação, os profissionais que atuam nesta área estão diariamente expostos aos riscos ocupacionais inerente as atividades realizadas. O objetivo desse relato é descrever a experiência vivida por acadêmicas de enfermagem no setor de radioterapia e analisar os riscos ocupacionais aos profissionais que atuam neste setor. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado por acadêmicas do sétimo semestre do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará –UEPA, Campus XII, durante uma visita técnica ao setor de radioterapia de um hospital público de referência no Oeste do Pará, cujo o projeto político pedagógico prevê o uso da problematização como metodologia, oportunizando ao aluno um aprendizado dinâmico a partir da ação-reflexão-ação. Utilizou-se da técnica de observação participativa e da análise crítica reflexiva. Resultados e/ou impactos: Durante a visita obteve-se a oportunidade de vivenciar a integração ensino e serviço, estratégia que se apresenta como uma importante ferramenta para aquisição de competências e habilidade necessária ao exercício laboral. Foi realizado o reconhecimento da estrutura física, os equipamento radioterápicos, normas e rotinas do setor, tipos de tratamento ofertado aos usuário, fluxo de gestão, impressos utilizados, dinâmica do serviço, medidas preventivas, bem como os equipamentos de proteção individual - EPI e equipamento de proteção coletiva - EPC. De posse dessas informações pôde-se fazer relação com as normas técnicas preconizadas pelo Ministério do Trabalho para essa atividade profissional e das normas de segurança descrita pela D.O.U.30 de março de 1990. Por fim, identificação da presença de possíveis riscos ocupacionais descritos no mapa de riscos do setor, cujos principais riscos analisados são a possível exposição à radiações ionizantes em caso de acidente, riscos ergonômicos e sobrecarga de trabalho. Considerações finais: Os riscos ocupacionais encontrados no setor de radioterapia são inerentes às especificidades do tratamento radioterápico e ao recurso terapêutico utilizado. Nesse sentido torna-se imprescindível a implementação de medidas preventivas, educação continuada e diálogo diário em serviço sobre radioproteção, biossegurança, uso completo e correto de EPI e EPC, a fim de extinguir ou minimizar os riscos de acidentes e doenças ocupacionais. Uma agradável constatação foi perceber o envolvimento da gestão do hospital em questão, em manter um ambiente salubre, favorável à saúde do trabalhador.

3414 Gerência de risco: uma vivência prática
Aline Presley Pingarilho de Carvalho

Gerência de risco: uma vivência prática

Autores: Aline Presley Pingarilho de Carvalho

Apresentação: O gerenciamento ou administração aplicada à saúde é caracterizado como uma atividade crescente e complexa, exigindo dos profissionais e gestores competências específicas na atenção à saúde primária, secundária e terciária seja em âmbito individual e/ou coletivo. A gestão em saúde debate sobre alguns aspectos como a prestação direta de assistência a saúde, mudanças demográficas e epidemiológicas, a rede de cobertura assistencial, os recursos humanos, a acessibilidade aos serviços, a participação social, a qualidade do serviço de saúde e para isso se utiliza alguns instrumentos básicos da administração, controle, regulação, avaliação que visam o aperfeiçoamento e a melhora da aplicabilidade das atividades de saúde. Além disso, os gestores de saúde trabalham tanto com o aspecto político, isto é, voltados ao interesse da população e para a consolidação da saúde como direito da cidadania, quanto ao aspecto técnico, isto é, voltado para a formulação de políticas públicas em saúde, bem como o planejamento estratégico de ações, a coordenação, regulação, controle, financiamento, avaliação e a prestação dos serviços de saúde para os níveis de atenção. Nesse sentido, percebe-se que o profissional enfermeiro assume como responsabilidade garantir a assistência à saúde através da promoção, prevenção, tratamento e reabilitação dos indivíduos, logo, para que a assistência seja efetiva e eficaz é necessário está associada ao gerenciamento e conseqüentemente a política e aos programas de saúde pública. Segundo a Lei 7.498/86, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem e dá outras providências, compete ao enfermeiro à direção, a chefia, a organização, o planejamento, a coordenação, a execução e a avaliação dos programas de assistência à saúde, além da participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais. As Diretrizes Curriculares Nacionais, que se refere ao curso de graduação em Enfermagem apontam como competência exigida do profissional enfermeiro a administração e o gerenciamento, sendo estes aptos a realizar iniciativas, o gerenciamento e administração da força de trabalho, dos recursos físicos e matérias, da informação, além de estarem aptos para serem empreendedores, gestores, empregadores e lideres na equipe de saúde. Diante disso, o trabalho tem como objetivo reconhecer a importância da gestão e gerenciamento em enfermagem nos serviços de saúde e identificar as principais dificuldades para o funcionamento efetivo do Núcleo de Segurança do Paciente no gerenciamento de risco de um hospital público de Belém do Pará. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma metodologia muito utilizada nas ciências da saúde denominada de Arco de Maguerez, que é baseada em cinco etapas: observação da realidade e definição do problema; identificação dos pontos-chave; teorização sobre o problema; hipóteses de solução dos problemas e intervenção sobre a realidade. O trabalho foi realizado em um Hospital Público de Belém do Pará descrito como referência em oncologia com excelência e humanismo. O relato foi incitado no decorrer das práticas do componente curricular Gestão e gerenciamento em enfermagem, que ocorreu no período de 05 a 19 de setembro de 2017. O relato aborda sobre o setor de gerência de riscos, onde ocorreu a visita técnica no dia 12 de setembro. A enfermeira responsável pelo setor apresentou o funcionamento e atuação da gerência de riscos do hospital. Resultados e/ou impactos: No Brasil as ações de gestão de riscos começaram a ser instituídas em 2001, pela ANVISA, através da criação da Rede Brasileira de Hospitais Sentinela. O projeto Sentinela tem como objetivo a construção de uma rede de serviços em todo o país capaz de notificar eventos adversos e possíveis queixas técnicas relacionadas aos insumos, materiais, produtos e equipamentos de saúde, medicamentos, saneantes e os kits para provas laboratoriais em uso no país para a garantia da segurança de pacientes e profissionais de saúde e a circulação de produtos de melhor qualidade.O Hospital referido é um Hospital Sentinela, de acordo com a Portaria Interministerial n.º 1000, de 15 de abril de 2004, essa condição passou a ser exigida para o recredenciamento dos hospitais universitários. O gerenciamento de riscos da instituição é composto por um farmacêutico, dois enfermeiros, e um técnico, e está envolvido com a Farmacovigilância, Tecnovigilância, e a Hemovigilância. Por meio da observação da realidade foi possível perceber que para ocorrer as subnotificações é necessário que os profissionais solicitem uma ficha de notificação e preencha com as queixas que foram encontradas em materiais, medicações e procedimentos e na hemoterapia. A gerência de risco do hospital busca a padronização do serviço, pois considera que assim os erros são reduzidos. De forma geral o hospital objetiva uma ação de medidas corretivas e de prevenção, como protocolos criados pela própria instituição e segurança do paciente, do ambiente, e de si mesmo. Além disso, estimula e avalia as subnotificações realizadas pelos profissionais de saúde da instituição e realiza a notificação à ANVISA utilizando o NOTIVISA (Sistema de Notificações de Vigilância Sanitária) para notificações de desvios de qualidade ou reações adversas a produtos de saúde, sangue, hemoderivados e saneantes; ou quaisquer problemas relacionados às vigilâncias e a elaboração e encaminhamento de relatórios periódicos da implantação dos Planos de Melhoria Hospitalar e ações do sistema de gerenciamento de riscos. Notou-se que a dificuldade mais presente é a ausência de subnotificações à gerencia de riscos da instituição, isto se deve a resistência por parte da equipe de saúde em realizar a subnotificação e a auto-identificação do profissional o que gera um receio de ser demitido ou prejudicar colegas de trabalho em relatar os erro e danos, além disso, a burocratização em solicitar a ficha para notificação o que gera a descontinuidade e a demora no processo de notificação. Uma vez que não ocorra à notificação entende-se que não há ocorrências, nem eventos adversos, danos aos profissionais ou pacientes, que os produtos e insumos estão em conformidades, que não houve reações imediatas ou tardias na hemotransfusão, o que conseqüentemente prejudica e potencializa a não reparação e prevenção de tais problemas quando estiverem presentes nos diversos setores do hospital. Considerações finais: A visita técnica permitiu analisar e confrontar idéias sobre o a gestão e o gerenciamento em enfermagem nos serviços de saúde, o qual se apresenta em sua multidimensionalidade. A gerência de risco desempenha papel fundamental para garantir o funcionamento de qualidade e segurança dos serviços necessários realizados por todos os funcionários/equipe do hospital, na falta de uma dessas áreas de gerenciamento seria inviável a execução de diversas atividades que são prestadas na assistência e no cuidado ao paciente. Esclarecer aos profissionais que eles não serão prejudicados por realizar a notificação, otimizar o tempo entre identificação do problema e a subnotificação; mostrar o que é a gerencia de riscos, como ela funciona dentro da instituição e a importância da notificação para a qualidade e segurança do serviço e da assistência de saúde aumentaria as possibilidades do profissional subnotificar sem receios e com maior rapidez. É necessário que o planejamento seja estratégico para que possa abranger o individual e o coletivo, beneficiando todos os sujeitos e a instituição. Para que isso ocorra é fundamental o conhecimento e a participação ativa de todos os atores envolvidos nos aspectos relacionados às ações e atividades estratégicas, bem como a realização prática das subnotificações ao gerenciamento de riscos, além de considerar os fatores determinantes do meio em que estão inseridos a fim de obter resultados satisfatórios.

3581 GERENCIAMENTO DE RESÍDUO PERIGOSO: A PERCEPÇÃO DE RISCO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO DE UM MUNICÍPIO RONDONIENSE
Lânderson Laífe Batista GUTIERRES, Ana Emanuela de Carvalho Chagas, Eduardo Rezende Honda

GERENCIAMENTO DE RESÍDUO PERIGOSO: A PERCEPÇÃO DE RISCO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO DE UM MUNICÍPIO RONDONIENSE

Autores: Lânderson Laífe Batista GUTIERRES, Ana Emanuela de Carvalho Chagas, Eduardo Rezende Honda

APRESENTAÇÃO. O estudo tem o intuito de permitir um diálogo sobre o gerenciamento do resíduo perigoso (infectante, químico e perfurocortante) em estabelecimento de saúde de urgência e emergência. Os resíduos de saúde são um sério problema para a sociedade e para o meio ambiente devido as suas características patogênicas e/ou tóxicas. Portanto, no que se refere ao gerenciamento desses resíduos, há uma preocupação global, fazendo com que as normativas sejam cada vez mais restritivas a fim de garantir uma disposição final segura e apropriada para esse tipo de resíduo. O objetivo deste é Conhecer quais as percepções de riscos dos profissionais de saúde em seu ambiente de trabalho frente o manejo do resíduo perigoso de saúde. DESENVOLVIMENTO. Estudo realizado no primeiro semestre de 2017, em uma Unidade de Pronto Atendimento 24 horas do Município de Porto Velho, Rondônia. Participaram 72 profissionais de saúde com idades entre 26 e 55 anos, sendo a média e DP= 38,1±8,5. Utilizou-se de instrumento semi-estruturado voltado ao gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (RSS), obedecendo recomendações do Programa Nacional de Resíduo Sólido, Agencia Nacional de Vigilância Sanitária e do Conselho Nacional de Meio Ambiente. Foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Núcleo de Saúde da Universidade Federal de Rondônia. RESULTADOS. A UPA gera uma variedade de 28 tipos de RSS entre perigosos e não perigosos, desses 39,28% são biológicos; 25,00% químicos e 17,85% são perfurocortante e comum, respectivamente. Não foi identificada a produção de resíduo radioativo na unidade. Sobre a oferta dos EPIs, 89% disseram que a unidade oferece e quanto ao uso 82% disseram usar sempre. Mais de 85% dos profissionais disseram usar luvas de procedimentos e máscara cirúrgica. 38% informaram também o uso de jaleco e gorro. Todos afirmaram que o seu trabalho possui riscos. 100% afirmaram risco biológico, 22% riscos com perfurocortantes contaminados, 11% risco psicológico (estresse), 14% riscos químicos e 1% risco radioativo. Quanto às práticas de orientação sobre o processo de manejo e riscos dos RSS 53% afirmaram nunca ter recebido na unidade, 13% dizem já ter sido orientado, 29% informaram não saber/não lembrar e 6% preferiram não responder. CONSIDERAÇÕES FINAIS. Os profissionais de saúde da UPA, mesmo não conhecendo sobre o processo de gerenciamento de RSS, não receberem orientação ou terem educação continuada, tinham noção que os principais riscos que corriam em seu ambiente de trabalho são acidente/contaminação com materiais de risco biológico, químico e perfurocortante. Com o estudo percebeu se a necessidade de prover a capacitação e o treinamento inicial e de forma contínua para o pessoal em serviço e envolvido no gerenciamento de resíduos como forma de tentar evitar ou reduzir os riscos em seu ambiente de trabalho.

5211 RISCOS OCUPACIONAIS EM TRABALHADORES DA SAÚDE EM UM HOSPITAL DE CÂNCER NA AMAZÔNIA
Lisandra Rodrigues de Medeiros, Ícaro Genniges Rêgo, Irene de Jesus Silva

RISCOS OCUPACIONAIS EM TRABALHADORES DA SAÚDE EM UM HOSPITAL DE CÂNCER NA AMAZÔNIA

Autores: Lisandra Rodrigues de Medeiros, Ícaro Genniges Rêgo, Irene de Jesus Silva

APRESENTAÇÃO: Os trabalhadores da saúde estão expostos a uma série de riscos e acidentes ocupacionais durante o desempenho de suas atividades laborais, portanto diante dessa realidade foi proposto um projeto de pesquisa por uma docente Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal do Pará através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC da instituição para o desenvolvimento de uma pesquisa acerca dos acidentes ocupacionais entre trabalhadores da saúde em um hospital da região norte do Brasil. O projeto foi aprovado em todas as instâncias necessárias e desenvolvido juntamente com discentes bolsistas e voluntários, culminando neste trabalho como fruto final da pesquisa. OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico dos casos de riscos e acidentes ocupacionais entre os trabalhadores da saúde através de análise das fichas de Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT registradas no período de 2015 a 2016 no banco de dados do Grupo de Trabalho e Assistência ao Servidor – GTAS do hospital referência para tratamento de câncer no estado do Pará. MÉTODO DO ESTUDO: Estudo epidemiológico, descritivo e documental. Os dados foram coletados no mês de julho de 2017 e analisados estatisticamente através do software Microsoft Office Excel 2007®. Teve amostra de 81 fichas CAT. RESULTADOS: Quanto às categorias profissionais, verificou-se maior prevalência de acidentes na enfermagem, 75,31% dos acidentes, sendo 59,26% dos acidentados técnicos de enfermagem, 9,88% auxiliares de enfermagem e 6,17% enfermeiros. A maioria dos expostos foi do sexo feminino, 86%. Constatou-se a predominância de acidentes entre profissionais de 40 a 49 anos em 32% dos casos. 40% dos acidentes foram quedas e 33% estavam ligados ao manuseio de materiais pefurocortantes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os riscos e acidentes ocupacionais aos quais os trabalhadores estão expostos são resultantes não somente da ação laboral da assistência direta à saúde, mas também de atividades indiretas. A exposição a diferentes graus de riscos físicos, químicos, biológicos e psicossociais levam ao acidente, mesmo havendo educação permanente em serviço. O diálogo proporcionará o fortalecimento das relações éticas na conduta entre os homens, contribuindo em mudanças para minimizar a violência dos riscos e acidentes que podem ser irreversíveis à vida, pois nem o aparato legislativo abarca o complexo fenômeno a que estão expostos os trabalhadores da saúde.

5350 SAÚDE E SEGURANÇA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA ACERCA DA EXPOSIÇÃO BIOLÓGICA NO AMBIENTE DE TRABALHO
INGRID FABIANE SANTOS DA SILVA, JÉSSICA HEGEDUS CAMARGO, ANA PAULA PEREIRA SILVA, ROSANA MOREIRA DA SILVA, JULLY GREYCE FREITAS DE PAULA, ÂNGELA MARIA RODRIGUES FERREIRA

SAÚDE E SEGURANÇA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA ACERCA DA EXPOSIÇÃO BIOLÓGICA NO AMBIENTE DE TRABALHO

Autores: INGRID FABIANE SANTOS DA SILVA, JÉSSICA HEGEDUS CAMARGO, ANA PAULA PEREIRA SILVA, ROSANA MOREIRA DA SILVA, JULLY GREYCE FREITAS DE PAULA, ÂNGELA MARIA RODRIGUES FERREIRA

Apresentação: Os profissionais da área da saúde estão constantemente expostos a material biológico, como o sangue e outros fluidos orgânicos, que podem transmitir diversos patógenos e consequentemente causar sérios agravos à saúde. A enfermagem é uma das classes que também se encontra exposta a este risco, principalmente devido a manipulação de agulhas, cateteres intravenosos, lâminas, dentre outros materiais que são utilizados diariamente para a realização de procedimentos e que são capazes de causar acidentes de trabalho a este profissional. Por isso, a enfermagem é considerada uma profissão de risco devido à exposição diária que o profissional está submetido, comprometendo sua saúde e desencadeando um grande número de acidentes em serviço e de doenças ocupacionais. O material biológico é o principal risco no qual o profissional de enfermagem está exposto, entretanto ainda que grande parte dos profissionais reconheçam as medidas preventivas para acidentes ocupacionais com exposição biológica, uma parcela significativa desses trabalhadores ainda adota de forma insuficiente ou não adota tais medidas. Diante deste contexto, reconhece-se a importância de estudos que focalizem o profissional de enfermagem em situação de exposição biológica ocupacional, visto que a exposição e contaminação dos profissionais da enfermagem no seu ambiente de trabalho é um evento evitável, havendo formas de prevenção que deverão ser discutidas e trabalhadas com os diversos sujeitos envolvidos na assistência. Desta forma este estudo objetivou analisar as produções científicas dos últimos cinco anos referentes à saúde e segurança dos trabalhadores de enfermagem expostos a agentes biológicos. Desenvolvimento: trata-se de uma revisão integrativa da literatura. A busca por publicações foi realizada por meio da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) utilizando as Bases de Dados: MEDLINE, LILACS e BDENF no período compreendido entre 2012 a 2016, utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Occupational Health, Exposure to Biological Agents e Nursing Team. Constituíram-se como critérios de inclusão: textos disponíveis em acesso aberto, no idioma inglês e português, estudos do tipo artigo, publicados no período de 2012 a 2016. Como critérios de exclusão foram definidos os artigos repetidos nas bases de dados e os estudos que em seus títulos ou resumos não compreendessem o tema abordado.  Resultados: A busca nas bases de dados resultou em um total de 262 artigos encontrados. Após a leitura dos estudos e aplicação dos critérios de exclusão, foram eliminadas 225 publicações, dos quais 24 estavam repetidas nas bases de dados selecionadas e 201 não versaram sobre o tema proposto para este estudo. A amostra final de estudos analisados foi composta por 37 artigos dos quais, 27 estão disponíveis na base do LILACS, 9 na BDENF e 1 no MEDLINE. Observa-se que o ano com maior número de publicações referentes ao assunto foi 2012; prevalecendo as publicações em enfermagem em detrimento aos estudos da área da saúde; o método utilizado em maior frequência foi o quantitativo e o nível de evidência prevalente foi o nível 6. Os estudos obtidos foram analisados e os principais temas discutidos pelos autores foram elencados, originando assim cinco importantes categorias: A) caracterização e prevalência de acidentes de trabalho com material biológico – nesta categoria pode-se evidenciar que da categoria de enfermagem os auxiliares são aqueles que apresentam o maior risco de acometimento de acidente com material biológico, pois permanecem, fisicamente, próximos a pacientes críticos, apresentam carga horária extensa e rotina estressante, cuja causa que propiciam a ocorrência desses acidentes na equipe de enfermagem, seguido dos técnicos, enfermeiros e acadêmicos de enfermagem; B) exposição dos profissionais a doenças infectocontagiosas – nesta categoria as patologias citadas como risco ocupacional para estes profissionais foram a contaminação por HIV, Tuberculose, hepatites, além dos estudos gerais sobre risco de infecção por esta classe; C) comportamento de risco e fatores intervenientes na ocorrência de acidentes ocupacionais com exposição biológica entre profissionais de enfermagem – nesta outra categoria identificou-se como comportamento de risco que o reecapamento de agulhas e não uso de EPIs contribuem para a ocorrência deste tipo de acidente, o ambiente do atendimento Pré-Hospitalar foi considerado como um ambiente potencializador para este tipo de acidente devido às peculiaridades que envolvem o atendimento neste ambiente; D) biossegurança e prevenção de acidentes – nesta categoria pode-se perceber que os profissionais reconhecem a importância da adoção de medidas preventivas e de equipamentos de biossegurança como precaução-padrão para se evitar tanto as infecções hospitalares quanto os acidentes ocupacionais; no entanto, há profissionais que ainda adota de forma insuficiente ou não adotam tais medidas, devido às dificuldades enfrentadas no cotidiano; e E) subnotificação de acidentes e falhas no monitoramento biológico- nesta última categoria percebeu-se que a subnotificação desses acidentes ainda é muito frequente, os principais motivos apontados para esta situação foram o desconhecimento sobre a necessidade da notificação, do fluxo da notificação, de sua importância e obrigatoriedade; o medo dos resultados dos exames sorológicos; a falta de tempo para notificar; considerar desnecessário notificar; o excesso de burocracia; a falta de interesse do acidentado; a demora no atendimento; o desconhecimento sobre a possibilidade de contrair doenças e o medo de ser demitido ou repreendido. Considerações: este estudo permitiu conhecer as pesquisas realizadas nos últimos cinco anos referentes ao tema em questão e evidenciou que apesar de existir um interesse da comunidade acadêmica por essa temática, os estudos realizados são de baixo nível de evidência. Para reduzir o índice das exposições biológicas em profissionais de saúde é necessária a mudança no processo de trabalho, por meio da adoção das medidas de biossegurança, destacando o uso dos EPIs, o manuseio correto dos materiais perfurocortantes, assim como a atenção, cautela dispensada durante os procedimentos envolvendo sangue e/ou fluidos corpóreos. Foi consenso que o uso regular do EPI oferece maior segurança para profissionais e pacientes, contudo, para que esta segurança seja efetiva, é preciso que, além da adesão, estes equipamentos sejam utilizados de maneira correta. Para isso, torna-se necessária introduzir programas de educação permanente, pois além de fomentar a aquisição de conhecimento, incentiva os profissionais a refletirem sobre sua prática e responsabilidade social.

3192 ABSENTEÍSMO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NAS ENFERMARIAS DE UMA UNIDADE REFERÊNCIA EM ONCOLOGIA DO ESTADO DO AMAZONAS
Ana Elis Guimarães Araújo, Bruno Alves de Almeida, Julia Monica Marcelino Benevides, Érica Jacinto Dutra, Ganesh Ragbeer Júnior

ABSENTEÍSMO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NAS ENFERMARIAS DE UMA UNIDADE REFERÊNCIA EM ONCOLOGIA DO ESTADO DO AMAZONAS

Autores: Ana Elis Guimarães Araújo, Bruno Alves de Almeida, Julia Monica Marcelino Benevides, Érica Jacinto Dutra, Ganesh Ragbeer Júnior

APRESENTAÇÃO: O absenteísmo ou ausentismo são termos utilizados, para designar a falta do empregado ao trabalho, isto é, o período em que os empregados se encontram ausentes do trabalho, durante o horário do expediente. As organizações hospitalares envolvem o trabalho de um grande número de profissionais com o objetivo de promoção da saúde, combate às doenças e aos agravos à saúde, tratamento e reabilitação dos clientes, entretanto, há fatores que desencadeiam estresse como a falta de material adequado, a insuficiência de pessoal apto às atividades e a desvalorização financeira do profissional. Estes fatores são geradores de insatisfação e condição de agravo à saú­de do trabalhador e o profissional de enfermagem apresenta grande sofrimento, gerando consequências que se manifestam por meio de sintomas digestivos, hipertensão arterial, cefaléia, insônia, depressão e ansiedade. O câncer é uma doença que por si só tem em suas representações sofrimento excessivo, resultando em sobregarga emocional e física sobre os atores da saúde. É importante para justificar novas políticas em relação a melhoria das condições de trabalho, que se investigue em unidades de saúde que prestam serviço em oncologia, as principais causas para as ausências recorrentes, chamando atenção para a categoria de enfermagem que passa 24 horas com o paciente e tem toda uma sobreposição de sofrimento e excesso de trabalho. O objetivo do estudo foi descrever as causas do absenteísmo da equipe de enfermagem nas enfermarias de uma unidade referência em oncologia no Estado do Amazonas, visando tornar-se fonte de subsídio para os gestores no que diz respeito a elaboração de estratégias para prevenir as ausências, além de possibilitar à gerência de enfermagem um planejamento estratégico quanto ao dimensionamento das equipes. MÉTODO DO ESTUDO: Estudo do tipo exploratório, descritivo, quantitativo. Realizado com 95 profissionais de enfermagem, em escala de serviço nas enfermarias da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas – FCECON, no período de agosto 2015 a julho de 2016, após convite, concordância e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, por meio de aplicação de questionário elaborado pelo próprio pesquisador, composto por variáveis sociodemográficas, incluindo remuneração, dados profissionais e sobre absenteísmo, com base nos objetivos do estudo, após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da FCECON, CAAE – 45719915.6.0000.0004. Na tabulação e análise dos dados foi utilizada estatística descritiva, por meio do programa Microsoft Excel®. RESULTADOS: Os profissionais entrevistados possuiam idade entre 32 e 66 anos, 60% destes com 32 a 43 anos, que é segundo a literatura, a faixa etária que apresenta maior número de ausências ao trabalho. A maioria é natural do estado do Amazonas (74,74%), casadas, o que pode contribuir para os altos índices de absenteísmo, até por se tratar de atividade predominantemente feminina, tendo, portanto, maiores responsabilidades domésticas, que acaba por sobrecarregá-las. Quanto à escolaridade, 48 possuem ensino médio completo e 19 pós-graduação lato sensu. No que se refere a categoria profissional 79 são técnicos de enfermagem e 16 enfermeiros, sendo portanto, os técnicos de nível médio detentores do maior número absoluto de afastamento, dado ao grande número de profissionais. Quanto ao tempo de serviço na instituição a maioria tinha entre 5 a 10 anos (74,74%), com remuneração na instituição em torno de R$ 1.200,00 a R$ 1.800,00 para nível médio e entre R$ 4.000,00 e R$ 9.000,00 de enfermeiros. 46 profissionais referem ter outro(s) vínculo(s) empregatício(s), com renda mensal variando R$ 1.200,00 a R$ 5.500,00 para técnicos e R$ 8.200,00 a R$ 15.000,00 para enfermeiros, entretanto, a carga horária semanal de trabalho destes servidores é de aproximadamente 70 horas. 57 funcionários tiveram de 1 a 10 faltas no decorrer do ano anterior à pesquisa. Ausências do trabalho referentes a motivos de saúde somaram 96,10% dos pesquisados. Os problemas de saúde mais citados foram: cirúrgicos 12,35%, infecção intestinal 14,81% e depressão 7,41%. Na variável dias em média de licença médica, predominou de 1 a 10 dias correspondente  a 30 profissionais. Em relação às condições de trabalho na instituição a maioria classifica como boa (42,11%), entretanto, 67,37% dos profissionais nunca considera seu trabalho valorizado pela instituição, estando insatisfeitos com sua remuneração em 68,42% dos casos, entretanto, 47,37% dos participantes, sente-se satisfeito em relação a chefia de enfermagem. Segundo os próprios profissionais de enfermagem, as principais causas das ausências na instituição são: doença (34,43%), falta de incentivo (13,93%), baixa remuneração (15,57%) e as péssimas condições de trabalho (17,21%). Um dos principais problemas relatados pelos profissionais em relação às faltas, é o fato de haver interferência na carga de trabalho, o que está ligada à qualidade da assistência prestada aos pacientes. Quando perguntados sobre possíveis medidas para redução das taxas de ausentismo, a maioria respondeu que um incremento salarial (22,09%) e a valorização profissional (15,70%) são fundamentais, seguidos por melhores condições de trabalho (13,37%) e a oferta de plano de saúde (9,88%), visto que um dos maiores motivos de afastamento são as licenças médicas. Os resultados deste estudo foram apressentados ao grupo de trabalho de humanização da FCECON, que é uma equipe interdisciplinar, composto em sua marioria por gestores, que garante o bom funcionamento da Política Nacional de Humanização da instituição, que prontamente iniciou uma busca por métodos que possam melhorar (dentro do possível, até por se tratar de uma instituição pública de saúde), as condições de trabalho dos profissionais de enfermagem, buscando maior satisfação dos servidores e consequentemente a qualidade do serviço ofertada ao público atendido pela Fundação. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A enfermagem é uma categoria profissional que zela pela saúde e bem estar daqueles que se encontram enfermos. Entretanto os resultados finais deste estudo evidenciaram que estes profissionais encontram-se insatisfeitos em relação ao seu trabalho, remuneração e ao local onde realizam suas atividades laborais, tendo como maiores fatores desencadeadores do alto índice de absenteísmo, os problemas de saúde, a sobrecarga de trabalho e a percepção da falta de valorização profissional. Alguns destes fatores também são apontados como primordiais para que tenham outros vínculos empregatícios, o que impacta diretamente nas causas do ausentismo, trazendo sobrecarga de trabalho para aqueles que comparecem ao plantão, o que gera um ciclo vicioso, uma vez que, o excesso de trabalho proporcinado por estas ausências, resulta em desgaste físico, bem como sobrecarga emocional e adoecimento dos membros da equipe. Por constituir a maioria dos profissionais que prestam assistência hospitalar e permanecer mais tempo à beira do leito, é fundamental que os gestores reconheçam a importância de proporcionar formas de valorizar a categoria, percebendo seus anseios, ouvindo suas sugestões, ampliando as discussões do grupo de humanização e apoio às ações estabelecidas.

1907 Assédio moral no trabalho: revisão integrativa da literatura
Leslie Bezerra Monteiro, Sandra Greice Becker

Assédio moral no trabalho: revisão integrativa da literatura

Autores: Leslie Bezerra Monteiro, Sandra Greice Becker

Apresentação: O assédio moral está presente no cotidiano de muitos trabalhados nos tempos atuais. Este fenômeno, se caracteriza como: “qualquer conduta abusiva (palavra, gesto, atitude ou comportamento) que atende de forma repetitiva e sistematizada, contra a dignidade e integridade psíquica ou física de uma pessoa, podendo prejudicar seu emprego ou degradando seu clima de trabalho”. As mudanças e constantes transformações que surgem no ambiente de trabalho são ocasionadas por situações que envolvem o capitalismo, a política e a economia da empresa, consequência disso, é a exploração da mão de obra do trabalhador, que por sua vez tem a necessidade de se manter empregado, chegando por vezes, a se submeter a situações desgastantes, constrangedoras e que fere a sua condição humana. Desenvolvimento: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, com objetivo de investigar artigos científicos sobre assédio moral no trabalho, publicados entre os anos de 2014 a 2016. O método utilizado, propõe um processo de sistematização de resultados de pesquisas primárias, afim de analisar os dados e desenvolver uma explicação mais ampla de um fenômeno específico. Para nortear o estudo foi criada a seguinte questão: como o fenômeno assédio moral no trabalho está sendo abordado em pesquisas científicas? As buscas foram realizadas em novembro/2017, utilizando artigos científicos disponíveis em português, inglês e espanhol, contidos nas bases de dados BDENF, MEDLINE e LILACS. Para a busca, foram utilizados os seguintes descritores: “Assédio Moral” e “Trabalho”, para a combinação destes descritores nas bases, utilizou-se o operador booleano “AND”. Resultados: Após a busca, foram selecionados uma amostra de 11 artigos ao total. Por se tratar de um tema complexo, que se articula com uma equipe multidisciplinar e que envolve diversos campos do conhecimento, evidenciou-se produções científicas nas seguintes áreas de conhecimento: Serviço social (um), Psicologia (cinco) e Enfermagem (cinco). Desta forma, foi apresentado as contribuições de cada área mencionada. Todos os onze artigos, se uniformizam em apontar para a compreensão e interpretação do assédio moral laboral. Os estudos são dos tipos descritivos, exploratórios investigativos. Cada artigo e seus respectivos autores, se movimentam em contextualizar a cada área de conhecimento. Estes, trazem conceitos que o assédio ou violência moral possui, e que além discutir e contribuir em seu trabalho atual, também favorecem interpretações para novas pesquisas. Contribuição do Serviço Social: nesta área de conhecimento, a busca resultou em apenas um artigo. Neste, é analisado as relações que existem no trabalho do(a) assistente social, tendo em vista o assédio moral em meio a crises do capital empresarial, a partir das novas estratégias de organização e gestão de trabalho. Este mal vem provocando ao longo dos anos, adoecimento físico e mental aos trabalhadores, por sempre serem cobrados de uma produção efetiva e consequentemente geração de capital para as empresas. Isto se dá, pela crise estrutural e restruturação produtiva, como também pela reforma gerencial do estado e das políticas sociais, desde a organização taylorista-fordista, que se tornou hegemônica durante todo o século XX. Diante disso, começou-se a entender os conceitos que envolvem o assédio moral possui no cotidiano do assistente social, como por exemplo o medo da perda do emprego e o aumento da competitividade entre os trabalhadores. Portanto, este artigo contribui especialmente na constatação empírica, de que a prática de assédio moral ocorre também com assistentes sociais, e que a luta contra o assédio moral nas relações de trabalho, deve ser de todos os trabalhadores. O artigo conclui que deve-se criar vínculo e alianças políticas entre os assistentes sociais para combater a esta prática no meio laboral. Contribuição da Enfermagem: os cinco artigos produzidos na área da enfermagem investigam e revelam a prática e as situações de assédio moral nos ambientes de trabalho que o enfermeiro enfrenta, tanto na atenção básica quanto em hospitais da rede pública, localizados em algumas cidades do país. Além de revelar também, as percepções destes trabalhadores no que envolve o assédio moral, bem como conhecer esta violência, identificar os assediadores e suas características, e as consequências desta prática para com a saúde profissional. Neste contexto, é imprescindível que o profissional enfermeiro deve compreender o assédio moral e suas nuances no ambiente de trabalho. Tal fenômeno está disseminado entre enfermeiros e técnicos de enfermagem, alguns destes profissionais conhecem o conceito dessa prática, e notam que a maioria das vezes em que esta violência ocorre é na forma descendente, mas que também está presente nas relações entre pacientes, acompanhantes e outros profissionais de saúde na rede hospitalar. Isto provoca um espaço de pessoas adoecidas e até mesmo inválidas seja fisicamente e/ou psicologicamente. Neste cenário se faz importante o profissional enfermeiro compreender o trabalhador nas diversas áreas de trabalho, entendendo o contexto no qual este trabalhador está inserido. Contribuições da Psicologia: na área da Psicologia, a busca resultou em cinco artigos, onde apresentam o assédio moral como um fenômeno mundial, complexo e multicausal, podendo estar inserido em grandes instituições públicas e privadas, em organizações de trabalho no qual o psicólogo atua, e também em estudantes universitários trabalhadores. Para isso, estudos evidenciaram que o profissional psicólogo saber identificar e reconhecer o assédio moral e que é nula a ocorrência deste fenômeno nas empresas em que os psicólogos atuam. Neste sentido, pode-se então perceber que é possível muitas empresas conseguirem manter relações saudáveis entre seus funcionários, favorecendo assim menores riscos de ocorrer o assédio moral ou outras formas de violência no trabalho. Com isso, a psicologia vê a necessidade de se criar instrumentos que identificam e mensuram o assédio moral no meio laboral. A ELAM (Escala Laboral de Assédio Moral), foi criada e validada em 2015, que indica e que também mensura o assédio moral no ambiente de trabalho. A falta de instrumentos como este, dificulta a identificação de assédio moral no trabalho em colaboradores de diversas categorias profissionais. Considerações Finais: Após a realização da presente pesquisa, constatou-se que o tema assédio moral é uma temática emergente na sociedade pós-moderna e que é retratada por diferentes áreas de conhecimento como: Serviço Social, Enfermagem e Psicologia, contendo contribuições para cada área apresentada. Neste sentido, cabe ao profissional enfermeiro, assistente social e psicólogo além de conhecer sobre o assédio moral, também saber identificar e buscar estratégias para o enfrentamento de diferentes situações que envolve o assédio moral em seu cotidiano laboral. Constatou-se também a falta de produções na área do Direito, uma vez que assedio moral além de provocar adoecimento, é também considerado crime, mas que a área não apresenta produções sobre isso. Este dado, ou melhor a ausência dele, pode indicar a fragilidade na contemporaneidade no combate ao assédio moral, tanto para identifica-lo e medi-los como também proibi-los nos ambientes laborais.