184: Tecnologias em saúde, encontros e desencontros
Debatedor: A definir
Data: 02/06/2018    Local: ICB Sala 10 - Mungunzá    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
649 Um mapeamento das questões éticas presentes no fazer cotidiano da equipe de telerregulação e teleconsultoria do Núcleo de Telessaúde do Estado da Bahia.
ADEILDA ANANIAS, Gladys Reis de Oliveira, Erica Lima Costa de Menezes, NAIARA FREITAS CARVALHO DE ANDRADE, KARINA RODRIGUES LELIS, Elis Carla Costa Matos Silva

Um mapeamento das questões éticas presentes no fazer cotidiano da equipe de telerregulação e teleconsultoria do Núcleo de Telessaúde do Estado da Bahia.

Autores: ADEILDA ANANIAS, Gladys Reis de Oliveira, Erica Lima Costa de Menezes, NAIARA FREITAS CARVALHO DE ANDRADE, KARINA RODRIGUES LELIS, Elis Carla Costa Matos Silva

Apresentação: O Núcleo de TelessaúdeBa oferta ações de Teleassistência e Tele-educação com objetivo de melhorar a resolubilidade das ações junto às equipes da Atenção Primária à Saúde. A teleconsultoria, parte das ofertas do Núcleo, consiste em interação por meio de tecnologia digital entre Telerregulador e Teleconsultores com os solicitantes (profissionais de saúde) de forma síncrona (vídeo) e assíncrona (texto) com envio de respostas baseadas em evidências. Os avanços tecnológicos permitem assim, a aproximação e o contato entre profissionais para discussão de casos, mesmo que estes estejam distante fisicamente. Esse novo fazer carrega uma série de questões éticas que precisam ser identificadas, estudadas e discutidas para qualificação do agir das equipes de teleconsultoria e telerregulação. O presente estudo tem como objetivo apresentar um mapeamento realizado, pela equipe de teleconsultoria e telerregulação, presencial, do Núcleo de Telessaúde Bahia, sobre as principais questões éticas presentes no seu fazer cotidiano. Desenvolvimento do trabalho: Foi realizado um levantamento e sistematização, das questões referentes à temática, em uma roda de conversa entre as teleconsultoras de odontologia e a monitora de telerregulação. Em seguida, foi apresentado em uma segunda roda de conversa para toda a equipe de teleconsultores e telerreguladores presenciais para validação e complementação. Resultados: Os resultados foram sistematizados em 04 (quatro) blocos temáticos, a saber: (1) Questões éticas referentes ao conteúdo das teleconsultorias; (2) Questões éticas relacionadas à construção das respostas; (3) Sigilo, confidencialidade e privacidade das informações; (4) Questões éticas referentes ao uso da Telessaúde (teleconsultorias) para ampliação da autonomia dos solicitantes. Considerações finais: A qualificação das ações ofertadas pela Telessaúde perpassa pela constante reflexão sobre o fazer dos profissionais de saúde e equipes que atuam nos Núcleos Técnicos Científicos. Uma reflexão que deve acontecer intra e extra núcleo considerando as diferentes iniciativas e distintos cenários, buscando assim ampliar os olhares e a capacidade de atuação das equipes.

2009 Implantação da Equipe Municipal Telessaúde/Consultório Virtual no município de Bragança, Pará: um relato de experiência.
SUELEN TRINDADE CORREA

Implantação da Equipe Municipal Telessaúde/Consultório Virtual no município de Bragança, Pará: um relato de experiência.

Autores: SUELEN TRINDADE CORREA

Apresentação: O Programa Telessaúde Brasil Redes foi implantado pelo Ministério da Saúde para melhorar a resolutividade da Atenção Primária à Saúde (APS) e promover sua integração com a atenção especializada, oportunizando uma comunicação inovadora entre as Redes de Atenção à Saúde. No Estado do Pará, o Programa está presente nos 144 municípios, é coordenado pelo Núcleo do Telessaúde da Universidade Estadual do Pará (UEPA), e por meio do Conselho de Secretários Municipais de Saúde-COSEMS/Pará, foram implantados dois consultórios virtuais, sendo um no município de Cametá e o outro, em Bragança. Desse modo, temos o objetivo de relatar a experiência da implantação da Equipe Municipal Telessaúde/Consultório Virtual (EMTCV) no município de Bragança, Pará. Desenvolvimento do trabalho: Em setembro de 2017, o Núcleo do Telessaúde da UEPA, realizou um treinamento com os profissionais da APS (médicos, enfermeiros, odontólogos) sobre o Telessaúde, onde foram cadastrados 94 profissionais do município para operar a plataforma.  Posteriormente, no dia 20 do referido mês, foi implantada a EMTCV, sendo composta por uma médica generalista, uma enfermeira, uma técnica em informática e uma agente administrativa. A estratégia de trabalho consistiu, primeiramente: a) atendimento da especialidade de maior demanda reprimida do município: neurologia; b) integração da EMTCV com a Central de Regulação Municipal; c) acesso às fichas de referências para neurologia; d) contato telefônico com os pacientes, solicitando que comparecessem a um atendimento com a médica da EMTCV; e) avaliação clínica com encaminhamentos dos casos para: plataforma Telessaúde, resolução na própria unidade ou consulta virtual. Resultados e/ou impactos: Até novembro, tivemos acesso a 310 fichas de referências de neurologia. Houve devolução de 193 para a Central de Regulação, pois, não continham informações dos pacientes, como endereço, telefone para contato, unidade de saúde de origem, o que impossibilitou que a equipe entrasse em contato para o agendamento. Então, foram realizados contatos e agendamentos de 117 pacientes. Desses, 22 faltaram as consultas nos dias marcados. Dos 95 pacientes atendidos e avaliados pela médica, 40 tiveram sua situação clínica encaminhada para a plataforma Telessaúde, por meio de teleconsultoria por texto; 46 pacientes puderam ter sua condição de saúde resolvida pela médica durante a consulta e 9 pacientes foram encaminhados para realizar a consulta virtual com o neurologista. Ressaltamos que os pacientes faltosos foram reagendados para início de janeiro de 2018. Considerações finais: a implantação da EMTCV contribuiu para diminuir a demanda reprimida da neurologia no município, além de possibilitar o acesso dos pacientes a essa especialidade, com resolutividade dos casos, visto que, muitos pacientes aguardavam há mais de seis meses uma avaliação clínica neurológica. Também pudemos identificar falhas no preenchimento das referências, o que nos tem levado a conversar com a Central de Regulação e orientar os profissionais da APS, sobre a importância de preencher corretamente as fichas. Iniciamos em dezembro o atendimento com a segunda especialidade, a cardiologia, o que tem demonstrado a relevância do serviço em suprir as demandas da atenção especializada no município.  

2142 Influência da Tecnologia na Educação em Saúde: Um Relato de Experiência do Projeto Alfa Manaus
Vanessa Ribeiro Ferreira, Adilton Correa Gentil Filho, Natasha Fujimoto, Salomão Laredo Jezini, Thainá Mendonça Bentes, Valéria Karine de Azevedo Ferreira, Adriano Pessoa Picanço Junior, Rebecca Ribeiro Ferreira

Influência da Tecnologia na Educação em Saúde: Um Relato de Experiência do Projeto Alfa Manaus

Autores: Vanessa Ribeiro Ferreira, Adilton Correa Gentil Filho, Natasha Fujimoto, Salomão Laredo Jezini, Thainá Mendonça Bentes, Valéria Karine de Azevedo Ferreira, Adriano Pessoa Picanço Junior, Rebecca Ribeiro Ferreira

A tecnologia apresenta aplicabilidade em diversas áreas, assim como disponibilidade e acesso para a maioria da população mundial. Em um espectro mais próximo ao deste trabalho, a Tecnologia em Saúde é, segundo a Organização Mundial de Saúde, a aplicação de conhecimentos e habilidades organizados na forma de dispositivos, procedimentos e sistemas desenvolvidos para resolver um problema de saúde e melhorar a qualidade de vida. A partir disso, houve a ideia da criação de um aplicativo de celular que abordasse o tema de Primeiros Socorros. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (2003), primeiros socorros são os cuidados imediatos que devem ser prestados a uma vítima de acidentes ou de mal súbito, em caráter de urgência ou emergência. A fim de manter as funções vitais e evitar o agravamento das condições da vítima, são aplicadas medidas e procedimentos até a chegada de assistência qualificada. Inicialmente, uma palestra foi apresentada para os membros da “Apple Developer Academy” sobre primeiros socorros e prevenção de acidentes, contemplando os temas: reanimação cardiopulmonar, obstrução de vias aéreas, queimaduras, hemorragias, convulsão, acidente vascular cerebral, e imobilização de membros. Posteriormente, discutiu-se a possibilidade de desenvolver um aplicativo didático para auxiliar na aprendizagem de primeiros socorros, com linguagem de fácil acesso pela população. Então, em uma reunião subsequente, vídeos simulando acidentes e atendimentos de primeiros socorros realizados corretamente foram feitos pelos integrantes do Projeto ALFA-Manaus, responsáveis, também, pela revisão e aprovação de todo o conteúdo desenvolvido no aplicativo, uma vez que eles constantemente estudam e se atualizam em primeiros socorros, atendimento pré-hospitalar e suporte avançado de vida no trauma. O resultado foi um aplicativo chamado “MayDay”, contendo vídeos e conteúdos práticos explicados passo a passo, facilitando os estudos sobre o tema. Após a conclusão do aplicativo, este fora disponibilizado na plataforma iOS, utilizada por dispositivos eletrônicos da Apple™. Sua divulgação foi realizada com ajuda do Projeto ALFA-Manaus, atingindo mais de 300 pessoas até Dezembro de 2017, disseminando de maneira satisfatória conhecimento sobre atendimento pré-hospitalar e promovendo saúde. Como objetivo final temos a diminuição da chegada de situações não estabilizadas em SPAs e Pronto-Socorros, sendo a simples utilização de alguns conhecimentos disponíveis no aplicativo a oportunidade de diminuir a gravidade do estado de alguns pacientes vitimas de trauma. Diante dos avanços tecnológicos, ressalta-se a aplicabilidade de novas ferramentas na educação em saúde na comunidade, pois, uma vez que o ser humano tem vivido em um mundo envolto de tecnologias cada vez mais sofisticadas, faz-se pertinente buscar meios de disseminar conhecimento capaz de salvar vidas. Com isso, desenvolver o aplicativo foi gratificante para toda equipe por saber como uma simples informação pode mudar uma vida, bem como relevante para a comunidade, que possui mais uma ferramenta de fácil acesso para obter informações sobre primeiros socorros e prevenção de acidentes.

2718 Offline services in health education through mobile interactivity
Waldeyde Oderilda Magalhães dos Santos, Alcy Ferreira Magalhães Neto, Mayana Fernandes Veras, Ingrid Nunes Rodrigues

Offline services in health education through mobile interactivity

Autores: Waldeyde Oderilda Magalhães dos Santos, Alcy Ferreira Magalhães Neto, Mayana Fernandes Veras, Ingrid Nunes Rodrigues

The technological intervention in the health area is well known and has been gradually increasing, whether in clinical decision or in re-education of patients and health professionals. In this way, the development of App solutions for mobile devices, help on training and continuing education of health professionals presenting an effective way of providing content to reach this audience. Based on the current scenario, the educational health area is underfunded, to develop the health area was created an application for mobile devices called APP UNA-SUS, sponsored by UNA-SUS Amazônia project, enabling instant access to training, educational resources, news, among other features available on the portal UNA-SUS. The development of the application was based on Thinking Design methodology, consisting of research, market analysis, benchmarking, interviews with potential users, the scope definition and construction of information architecture, prototyping and coding wireframing and validation tests. During the research phase a usability test and a questionnaire, usability testing will allow you to better understand user behavior (student or professional) of the health area in the use of mobile apps. The biggest benefits are in the creation of a single system, providing means of custom organization transmitting security through aesthetics, terminology and references. The application of the questionnaire should enable the validation of terminology for use in the App UNA-SUS (study and teaching), In addition to knowing the habits of the target audience more used for research and the criteria of selection of resources beyond the relevance of a recommendation made by teacher. The construction phase the main technologies used were Retrofit in library for http request; Jsoup in library for converting html to text; Picasso in library to load images and Circle Image an ImageView fast circular ideal for profile images. Therefore, the application development offers innovation through unique content the portal exposed in an orderly manner and with interactive features, facilitating access to training and custom information, in addition to focusing on the end user, highlighting the practical aspects, such as the usefulness, ease of use and effectiveness of interaction system that fits the user input for content recommendations by evaluating the interaction and functionality through an interface responsive and aesthetically pleasing.  

3218 CONSTRUÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS EM PACIENTES DOMICILIADOS
Tamara Nicoletti da Mata, Lizandra Alvares Félix Barros

CONSTRUÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS EM PACIENTES DOMICILIADOS

Autores: Tamara Nicoletti da Mata, Lizandra Alvares Félix Barros

Apresentação: Com o aumento da longevidade e o aumento do número de patologias existentes, as políticas públicas têm investido na atenção básica a fim de evitar que o paciente chegue ao hospital. Uma das políticas é a atenção domiciliar, que visa prevenir e promover a saúde nos domicílios. Para tal ação, é necessário um amplo conhecimento sobre a fisiologia, patologia e doenças afins. Como peça fundamental no processo de cuidar, cabe ao enfermeiro estar à frente dessa assistência, olhando o paciente como um todo. Esse trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica para elaboração de um instrumento de coleta de dados para pacientes domiciliados, com atenção às especificidades de saúde, sociais e ambientais de Campo Grande - MS. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão bibliográfica sistemática, constituindo-se de estudos primários, com a utilização de critérios de inclusão e exclusão dos artigos. Para tanto, realizou-se um levantamento de dados acerca da temática na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Resultados: Foram analisadas 30 referências, e por meio delas, foi elaborada uma discussão temática destacando as características imprescindíveis no histórico de enfermagem e no exame físico, tendo como base a teoria das necessidades humanas básicas de Wanda Aguiar Horta.  Tal estudo descreveu as características necessárias para avaliar um paciente, compreendendo todos os sistemas fisiológicos, a fim de proporcionar a qualidade de vida necessária para passar pelo processo saúde doença. Considerações Finais: Considerando a necessidade do cuidado aos pacientes domiciliados, esse estudo buscou adequar o instrumento de coletas de dados, frente a necessidade de promover um ponto de partida para enfermeiros da atenção básica realizarem o processo de enfermagem. Notou-se a importância do cuidado de pacientes domiciliados, e o quanto a coleta de dados integral pode colaborar com o processo do cuidado. Tais situações demonstram uma necessidade da assistência de enfermagem, na atenção básica, a fim de promover a prevenção e promoção da saúde, evitando o agravo de patologias e a necessidade de futuras internações, realizando a intervenção no domicilio, com base em um plano de cuidados integral e fundamentado.

3643 O processo de construção de mapas vivos em uma Unidade de Saúde de Porto Alegre
Ana Paula Cappellari, Jéssica Hilário de Lima, Ayane Pontes Machado

O processo de construção de mapas vivos em uma Unidade de Saúde de Porto Alegre

Autores: Ana Paula Cappellari, Jéssica Hilário de Lima, Ayane Pontes Machado

Este trabalho descreve a experiência de Residentes em Saúde Coletiva, na construção de mapas vivos em uma Unidade de Saúde de Porto Alegre. O objetivo da construção dos mapas vivos do território foi utilizar esta ferramenta como apoio na organização das micro áreas e para identificação das prioridades de acompanhamento das famílias pelas equipes da Estratégia de Saúde da Família. Os mapas vivos são instrumentos dinâmicos que facilitam o trabalho na Atenção Básica além de permitirem uma ampla visualização do território e das diferenças existentes entre as micro áreas, ajudando no (re)conhecimento do território tanto social como epidemiologicamente. Desenvolvimento O processo ocorreu na Unidade de Saúde Santa Tereza na cidade de Porto Alegre. O território adscrito está subdividido em oito micro áreas e duas equipes, sendo compostas por dois médicos, dois enfermeiros, quatro técnicos de enfermagem e sete agentes comunitários de saúde, além de duas residentes em Saúde Coletiva, estagiários de enfermagem e auxiliar de serviços gerais. A equipe atende em torno de 6.200 pessoas. A ideia da construção dos mapas vivos surgiu de uma demanda dos próprios profissionais de saúde da Unidade e foram produzidos pelas residentes de Saúde Coletiva, Agentes comunitários de Saúde e os alunos da disciplina de Práticas Integradas em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os mapas referentes a cada micro área foram desenhados e o território foi caracterizado quanto aos estabelecimentos comerciais e outros dispositivos sociais. Após, foram plastificados e adicionadas etiquetas de diferentes cores que representavam os indicadores epidemiológicos. Além disso, outras figuras descritivas – acamados, áreas de violência, saneamento básico, focos do mosquito Aedes Aegypti deficientes físicos, auditivos, visuais e mentais, gestantes, locais suscetíveis a ratos, recém-nascidos e saúde mental – foram utilizadas para o mapeamento. Uma legenda foi elaborada detalhando cada marcador. Também foram criados figuras gráficas que caracterizam os componentes de cada equipe o que tornou o trabalho mais leve e atrativo para todos. Resultados Durante o processo foi possível perceber uma maior apropriação das micro áreas e grande imersão dos ACS e da equipe. Os mapas foram fixados na sala de reuniões de equipe e serão utilizados para discussões e planejamento de ações no território, já que dessa forma as áreas mais vulneráveis e as condições de saúde do território são vistas com mais facilidade. Somente a equipe tem acesso aos mapas, para que nenhum usuário seja exposto. Além disso, cada novo usuário cadastrado que possua algum tipo de problema relacionado com os indicadores selecionados pela equipe será marcado no mapa. Considerações Finais A territorialização é base do trabalho das Equipes de Saúde da Família para a prática da Vigilância em Saúde. O mapeamento das oito micro áreas do território permite eleger prioridades para o enfrentamento dos problemas identificados, o que possibilitará planejar e definir as ações mais adequadas para a população adscrita. Isso implica um processo de coleta e sistematização dos dados que devem ser interpretados e atualizados periodicamente pela equipe de saúde.

3762 A MUSICOTERAPIA COMO FERRAMENTA DE HUMANIZAÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pedro Henrique Silva Fernandes

A MUSICOTERAPIA COMO FERRAMENTA DE HUMANIZAÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Pedro Henrique Silva Fernandes

APRESENTAÇÃO O Ambiente hospitalar é um local marcado por sofrimento, no qual o paciente se encontra vulnerável, necessitando de cuidados que envolvam todos os aspectos biopsicossociais do fragilizado. Diante disso, se torna necessária uma assistência humanizada que contemple as necessidades do doente e familiares. A Política Nacional de Humanização Hospitalar traz humanização como a mudança na cultura da atenção nos processos de trabalho. Tendo isso em mente, muitos profissionais da saúde buscam humanizar sua atenção ainda na academia por meio de projetos extracurriculares. Dentre esses projetos, podemos citar o SensibilizArte, um projeto filiado à International Federation of Medical Students’ Associations of Brazil, e que no cenário roraimense  desenvolve entradas quinzenais no Hospital Geral de Roraima e no Hospital da Criança Santo Antônio. O projeto se divide em frentes de atuação, dentre elas a Musicoterapia, que além de promover uma humanização dos hospitais, melhorando a qualidade do atendimento, tem como objetivo contribuir para a formação de profissionais sensíveis a condição do paciente e aptos para trabalharem em equipe. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, construído a partir da experiência de voluntários da Frente de Musicoterapia do projeto SensibilizArte, com visitas mensais em hospitais de referência de Boa Vista, Roraima, no período 2016 a 2017 e questionários online via Google Docs respondidos periodicamente pelos acadêmicos voluntários. IMPACTOS A frente de musicoterapia atua em enfermarias, utilizando experiências musicais e outros recursos artísticos como um processo de intervenção, promovendo o bem-estar do paciente, buscando impactar positivamente a rotina hospitalar. As visitas muitas vezes representam um momento de alívio para os pacientes, que por instantes esquecem-se da realidade que os cercam, externalizando seus sentimentos por meio da música. Em muitos momentos o paciente utiliza a musicoterapia como forma de trabalhar seus sentimentos. Pondo fim a sensação de desamparo e contribuindo positivamente para a aceitação do tratamento. O doente enxerga o acadêmico como uma forma lúdica de assistência, e o voluntário enxerga o paciente não somente como um enfermo, mas como um indivíduo com suas subjetividades, contribuindo para o desenvolvimento da noção humanística. Em questionário online, 100% dos voluntários relataram aprimoramento da sua noção humanística, 82,4% afirmaram que os objetivos de promoção do bem-estar do paciente, aprimoramento da comunicação e integração entre acadêmicos de diferentes especialidades também foram contemplados durante a sua atuação no projeto. Porém, além dos benefícios para o paciente e acadêmicos, os acompanhantes também relatam melhoras. É notório que o cuidar é exigente e pode levar o cuidador ao estresse, sendo assim a musicoterapia uma forma eficaz de aliviar o seu cansaço. CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebe-se que a musicoterapia contribui para a formação de profissionais de saúde humanizados, associando seu conhecimento técnico-científico com um cuidado integral. Além disso, contribui para o enfrentamento positivo, no processo saúde-doença, melhorando o estado geral do paciente.  

5008 IMPLANTAÇÃO DE TECNOLOGIAS MÓVEIS DE INFORMAÇÃO PARA AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Clécia Pereira da Silva, Gicely Regina Sobral Monteiro, Wellington Bruno Araújo Duarte, Ana Lúcia da Hora e Sá Sá, Renata Cabral, Alberto Luiz Alves de Lima, Talita Helena Monteiro de Moura, Inês Patrícia Ferreira Guedes

IMPLANTAÇÃO DE TECNOLOGIAS MÓVEIS DE INFORMAÇÃO PARA AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Clécia Pereira da Silva, Gicely Regina Sobral Monteiro, Wellington Bruno Araújo Duarte, Ana Lúcia da Hora e Sá Sá, Renata Cabral, Alberto Luiz Alves de Lima, Talita Helena Monteiro de Moura, Inês Patrícia Ferreira Guedes

Nos dias atuais, é indiscutível a importância dos Sistemas de Informação no exercício de atuação da Saúde Pública no Brasil, pois o desenvolvimento dessa atividade é uma condição essencial para a análise da situação sanitária de um local, na avaliação dos programas e ações realizadas na área da saúde, indicadores, bem como na tomada de decisões, concebidas a partir de evidências presentes no território vivo, no qual a população está inserida. Em consequência disso, é importante a propagação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e a ampliação da informatização nos serviços públicos. Ao longo dos anos, observou-se que paulatinamente, os serviços de saúde pública, especialmente a atenção primária em saúde, têm vivenciado mudanças significativas nos processos de registro e transmissão de dados e informações. A estratégia e-SUS AB, por exemplo, faz referência a um modelo de informatização no SUS de forma qualificada. O Mistério da Saúde (MS) implementou o e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB), com o intuito de modificar a forma de organização das informações na Atenção Primária em nível nacional. Essa inciativa busca qualificar o processo de informatização, no sentido de alcançar um Sistema Único de Saúde eletrônico. Portanto, essas mudanças têm por objetivo provocar alterações no funcionamento da Atenção Básica, em especial, na organização da Equipe de Saúde da Família, através do processo de informatização dos registros de dados dos usuários. Levando em consideração esses aspectos, nota-se que essas mudanças irão contribuir para a geração de informação que estejam de acordo com a realidade da assistência prestada, bem como, irão auxiliar na confiabilidade dos dados para realização da avaliação e monitoramento dos indicadores de saúde através dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS). Uma vez que ainda predominam, em grande parte dos municípios do Brasil, a execução da coleta de dados de forma manual, exercida por técnicos de saúde, com subsequente encaminhamento para um profissional do setor administrativo, que os recebe e procede à digitação. Esta prática está susceptível a perda de informações, e consequentemente pode interferir nos resultados indicadores gerados em nível local de saúde. Mesmo diante da Portaria nº 2.920 de 31 de outubro de 2017 que versa sobre o Programa de Informatização das Unidades Básicas de Saúde (PIUBS), o município do Jaboatão dos Guararapes, de grande porte da região Nordeste do Brasil, localizado no Estado da Pernambuco, iniciou no mês de julho de 2017 o processo de informatização dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), visto que esses profissionais atuam na Atenção Primária como um elo entre a população adstrita e a equipe, fortalecendo as ações de vigilância e promoção da saúde. Diante do fato de que uma significativa quantidade de dados sobre o cadastramento do domicílio, dos indivíduos que compõem uma família e os provenientes das visitas domiciliares serem preenchidos na maioria das vezes por Agentes Comunitários de Saúde, visto que a realização do cadastramento da população adstrita é uma das suas atribuições e estes dados antes eram preenchidos manualmente por estes profissionais. Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência de implantação de tecnologias móveis de informação para ACS. É importante destacar que antes do processo de implementação da informatização realizou-se uma análise sobre a melhor forma de introduzir esta tecnologia no município. Posteriormente, chegou-se a conclusão que a ferramenta mobile para o Agente Comunitário de Saúde utilizar na visita domiciliar pode potencializar o trabalho e proporcionar uma visão ampliada do território para subsidiar o planejamento das ações de saúde. A introdução de dispositivos móveis para a coleta de informação em campo pelo Agente Comunitário de Saúde inclui a distribuição do tablet, um aparelho que possui uma estrutura fina e compacta, uma tela sensível ao toque (touchscreen) que facilita o acesso aos comandos. O sistema contém as informações necessárias para cadastramento da população adscrita ao território da Estratégia de Saúde da Família, por meio das fichas que o Ministério da Saúde preconiza, possibilitando uma coleta de dados rápida e segura. As fichas incluem: cadastro domiciliar e territorial, cadastro individual, visita domiciliar e territorial, além da ficha para registrar atividades coletivas. A ferramenta mobile também agrega outras funcionalidades fundamentais para o planejamento das ações, dentre elas, a geolocalização que permite a visualização das coordenadas geográficas; o monitoramento da produtividade que consiste no acompanhamento da produção registrada pelo profissional por período, tipo de visita, etc. Além de importante ferramenta de gestão do cuidado, como relevantes marcadores de saúde sócio-demográficos e situação dos imóveis, indivíduos e visitas. Permite também o registro de ocorrências sendo, portanto, uma coleta de dados customizada de marcadores relevantes que afetam a qualidade da saúde pública do município. No período de 4 de julho a 8 de agosto de 2017 os Agentes Comunitários de Saúde participaram do processo de capacitação profissional com carga horária de 20 horas, e ao final deste período, os 785 profissionais que receberam o equipamento foram capacitados. O dispositivo tem facilitado o processo de trabalho das Equipes de Saúde da Família, uma vez que oferece agilidade no desempenho das atividades realizadas pelos profissionais, garantindo assim melhor gestão da saúde na cidade, dada a riqueza de informações que serão utilizadas para o planejamento da melhoria da assistência prestada à população.  Outro beneficio apresentado a partir dessa atividade é a reorganização do território no qual esses profissionais atuam, esclarecendo características das famílias atendidas e ajudando a gestão a requalificar e melhorar a atenção primária. Alguns desafios presentes na execução dessa atividade são: a incipiente informatização das unidades de saúde, existindo um difícil acesso à internet nessas localidades o que exige uma organização dos coordenadores municipais em conduzir os ACSs para locais de acesso à internet para enviar os dados ao sistema. Mas, a gestão municipal está viabilizando melhorias para que todas as unidades tenham pontos de internet. Ressalta-se também que anteriormente existia uma insuficiência de financiamento específico para aplicação desses projetos, visto que portarias referentes a esses procedimentos foram publicadas no final do ano de 2017. Levando-se em consideração esses aspectos, nota-se que na história da saúde pública sempre esteve presente a dificuldade na organização de dados para a formulação de indicadores devido à problemática no preenchimento manual de uma grande quantidade de formulários que servem de base para a coleta de dados que são inseridos nos diversos Sistemas de Informação em Saúde (SIS).  Dessa forma, a informatização dos ACS se apresenta como avanço muito importante na melhoria do planejamento e gestão no setor público, uma vez que contribui para consolidação de dados reais que demonstram as necessidades vivenciadas no cotidiano dos serviços de saúde.

3661 RELATO DE EXPERIÊNCIA DE COOPERAÇÃO TÉCNICA ENTRE O APOIO INSTITUCIONAL E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO ESTRATÉGIA PARA IMPLANTAR O PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO CIDADÃO EM UMA REGIÃO DE SAÚDE DA BAHIA – CENTRO-NORTE.
Alessandra Vasconcelos dos Santos Cerqueira, Gabriela Pereira Rocha, Jairo Bispo Santos Filho, Monica Maria Lemos Pereira

RELATO DE EXPERIÊNCIA DE COOPERAÇÃO TÉCNICA ENTRE O APOIO INSTITUCIONAL E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO ESTRATÉGIA PARA IMPLANTAR O PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO CIDADÃO EM UMA REGIÃO DE SAÚDE DA BAHIA – CENTRO-NORTE.

Autores: Alessandra Vasconcelos dos Santos Cerqueira, Gabriela Pereira Rocha, Jairo Bispo Santos Filho, Monica Maria Lemos Pereira

  Modalidade: Resumo estendido Tipo: Relato de experiência Tema: Educação Alessandra V. S. Cerqueira; Gabriela P. Rocha; Jairo B. S. Filho; Monica M. L. Pereira   APRESENTAÇÃO A cooperação Técnica é imprescindível como mecanismo de desenvolvimento e é viabilizada pela transferência e absorção de conhecimentos técnicos e compartilhamento de saberes. As iniciativas de cooperação técnica são ferramentas que fomentam o desenvolvimento, promovendo a capacitação humana e institucional, levando a mudanças estruturais nas realidades. Dessa forma, objetiva-se relatar a experiência da implantação do Prontuário Eletrônico do Cidadão nos municípios da Região de Saúde Centro-Norte da Bahia.   DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA Trata-se de uma ação de integração institucional entre a Equipe Técnica de Apoio Institucional, referência para a Região de Saúde Centro-Norte, da Diretoria de Atenção Básica (DAB) da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e o Núcleo de Tecnologias da Informação e Comunicação em Saúde da DAB, com a perspectiva de qualificação de gestores e de técnicos responsáveis pelo e-SUS AB nos municípios vinculados à região de saúde. A experiência emergiu a partir de um questionário criado pela DAB no FORMSUS/DAB/SESAB para diagnosticar quantos municípios no Estado da Bahia possuíam equipamentos em no mínimo uma Equipe de Saúde da Família, instalados e interligados em rede, em plena condição de funcionamento seguindo as normas de configuração, de quantidade e de existência de impressora, para a implantação do PEC. Vale ressaltar que os dados gerados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB) de janeiro a março de 2017 ficou constatado que apenas 01 (um) município da Região de Saúde Centro-Norte, possuía uma equipe enviando dados pelo PEC. Para elaborar um caminho metodológico a equipe de Apoio Institucional realizou o monitoramento do questionário FORMSUS, que apontou que dos 38 municípios da Macrorregião de Saúde Centro-Norte, 15 possuíam ao menos uma equipe com equipamentos instalados e que poderiam receber ofertas de Educação Permanente para apropriação do sistema e iniciar o atendimento utilizando o PEC. 1º Momento: Apropriar os técnicos de Informática (TI) de referência das Regionais de Saúde e também as Referências Regionais da Atenção Básica sobre o manejo e utilização do E-SUS, SISAB, PEC. Os temas abordados foram: Orientações básicas de navegação do sistema, Controle de Acesso ao Sistema, Como Criar/Alterar Sua Senha, Gerar Contrachave, Redefinir senha do administrador, Sistema Operacional, Banco de Dados, Sistema com PEC, Controle de Uso do Sistema e-SUS AB, Cadastro do Gestor do e-SUS AB no Sistema de Controle de Uso e-SUS AB, Cadastro do Responsável pela Instalação, Tipos de Instalação do Sistema, Instalação do prontuário, Administração do PEC, Como importar CNES, Definir agenda dos profissionais, Perfis de acesso, Transmissão de dados, Controle de envio e recebimento de fichas, Recebimento de CNES, Fluxo Recomendado na Transmissão de Dados, Sincronização com Aplicativos para Tablet, e Exportar BPA. 2º Momento: Apropriar os técnicos de Informática (TI) de referência de cada município e os coordenadores de AB municipais sobre o manejo e utilização do E-SUS, SISABE e PEC. Os temas abordados foram os mesmos do 1º momento. 3º Momento: Capacitar as Equipes de Saúde da Família (ESF). Este momento foi elaborado para uma equipe piloto por município e que esta equipe deverá ser a multiplicadora para as demais equipes do município. O formato foi de Oficina teórica e prática com foco no Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano (SOAP), e teve como público-alvo: Médicos, Enfermeiros, Dentistas, Recepcionistas, Técnico de Enfermagem e Coordenadores de Atenção Básica. Nesta atividade todos os participantes tiveram acesso a um computador para o exercício da prática. Os temas abordados foram: Escuta inicial, fluxo do cidadão, agenda, atendimento SOAP e recurso do PEC, senhas, manual do PEC, responsáveis pela gestão do programa, rotina de envio de dados, backup das informações, relatórios analíticos e descritivos além do uso das informações para gestão da AB e suas implicações na avaliação do processo de trabalho da equipe segundo Portaria 2.488/2011 e em seguida, à Portaria 2436/17. Durante a fase de implantação nos 30 dias após a capacitação, os municípios tiveram a garantia de oferta de apoio à distância (Teleconsultoria, Webconferência, Videoconferência) e/ou suporte técnico presencial. IMPACTOS A Macrorregião de Saúde Centro Norte possui trinta e oito municípios dos quais quinze (39,47 %) responderam ao questionário no FORMSUS/DAB/SESAB, que possuíam ao menos uma equipe com equipamentos instalados e que necessitavam de capacitação para implantar o PEC, e mais 10 municípios posteriormente solicitaram treinamento por meio de ofício. Portanto, vinte e cinco (25) municípios da região receberam o treinamento até Outubro, totalizando um percentual de 65,78% do total de municípios da região. No mês de Outubro de 2017, todos os vinte e cinco municípios finalizaram o treinamento e destes, quinze já estão com PEC implantado em, pelo menos, uma ESF, constatado no relatório de envio SISAB/outubro, indicando assim que 60% dos municípios treinados já enviam sua produção utilizando o PEC. Outro dado relevante é que através do relatório de envio até setembro de 2017 haviam 05 municípios que ainda utilizavam versões descontinuadas do PEC anteriores a 1.3 e a partir de outubro de 2017 não foi constatado nenhum município utilizando versões desatualizadas. Este fato deu-se em razão do treinamento realizado para os técnicos de TI municipais, que entenderam a importância de manter o sistema atualizado, no sentido de não haver perdas de dados, como também propiciar informações fidedignas paras Equipes de Saúde que produzem cuidado. Esta intervenção visou ainda estimular os Coordenadores de Atenção Básica a adotarem em suas práticas, a cultura de avaliação e monitoramento utilizando os relatórios do PEC para acompanhamento e planejamento das ações de saúde e qualificação das práticas de cuidado à Saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS   A experiência permitiu uma construção coletiva que comprova a potencialidade da cooperação técnica como uma ferramenta para a transformação de realidades locais e proporcionou um trabalho integrado segundo conceito de Peduzzi (2001), entre a equipe de apoio institucional e equipe e-SUS DAB, pois possibilitou troca e ressignificação de saberes. A realização desta metodologia possibilitou elevação no envio de dados da produção da Atenção Básica de um município (3,8%) para 15 municípios (60%), significando um crescimento de 56,02%. Espera-se ainda, ampliação deste percentual, considerando o monitoramento dos meses de novembro e dezembro. Portanto, considera-se que esta estratégia obteve êxito e foi relevante para revisão dos processos de trabalho e de estudo de desempenho na Atenção Básica corroborando com a proposta do PMAQ, no que diz respeito a produção de indicadores. E que ainda está em consonância com a proposta de reestruturação dos Sistemas de Informação em Saúde do Ministério da Saúde, entendendo que a qualificação da gestão da informação é fundamental para subsidiar a qualidade no atendimento à população e resolutividade na Atenção Básica.  

3296 Compreendendo o SUS: teleducação para o exercício da cidadania em saúde no Programa Jovem Doutor-AM
Hildegard Loren Rebouças Santos, Robson Gracie Almeida da Silva, Fidelis Henrique de Moura Gouvea, Pedro Máximo de Andrade Rodrigues, Cleinaldo de Almeida Costa, Waldeyde Olerilda Guimarães, Chao Lung Wen

Compreendendo o SUS: teleducação para o exercício da cidadania em saúde no Programa Jovem Doutor-AM

Autores: Hildegard Loren Rebouças Santos, Robson Gracie Almeida da Silva, Fidelis Henrique de Moura Gouvea, Pedro Máximo de Andrade Rodrigues, Cleinaldo de Almeida Costa, Waldeyde Olerilda Guimarães, Chao Lung Wen

Apresentação: O Programa Jovem Doutor Amazonas (PJD AM) é uma ação educacional de extensão desenvolvida pelo Núcleo de Telessaúde da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), integrante do Programa Telessaúde Brasil Redes.  Na sua edição atual, o programa reúne alunos dos cursos de graduação da área da saúde da UEA, e alunos do ensino médio do município de Parintins como participantes no desenvolvimento de ações voltadas à educação em saúde, baseadas em ferramentas de telessaúde, tais como webconferência e página de Facebook como Ambiente Virtual de Aprendizagem. No seu segundo Ciclo, o programa visa proporcionar o intercâmbio sobre os temas da Atenção Básica à Saúde. Desse modo, no segundo semestre de 2017 foram realizadas atividades visando informar e empoderar os estudantes acerca do funcionamento do SUS, uma vez que a informação sobre o sistema não chega a todas as camadas da população da mesma forma e, dificilmente, é aprendida de modo a produzir conhecimento e autonomia em relação aos direitos sobre o cuidado com a saúde da população, compreendida como componente de cidadania na formação dos jovens estudantes. Desenvolvimento do trabalho: inicialmente, foram selecionados os seguintes temas para o Segundo Ciclo do PJD AM: concepções teórico-práticas sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), estratégia de saúde da família, atenção primária e ambiental, telessaúde no apoio ao SUS, e empoderamento social para a garantia do direito à saúde. As atividades foram realizadas tendo como suporte a infraestrutura e a rede de telessaúde da UEA. A abordagem sobre o SUS tratou do seu histórico, princípios doutrinários e organizacionais, níveis de complexidade, cartas de direitos autorais e a Portaria número nº 1820 que trata dos direitos e deveres dos usuários. Além disso, foram citados os desafios de gestão de trabalho, financiamento, e institucionalização no SUS.  Resultados: a publicação dos slides referentes aos conteúdos abordados alcançou no Facebook 116 pessoas, totalizando 15 curtidas e 13 comentários. Foi solicitado aos estudantes que procurassem conhecer os tipos de serviços oferecidos pelo SUS em seu município, e escrevessem um relato vivencial sobre tal experiência.  Essa atividade está em andamento.  Considerações finais: como o ambiente escolar tem a função de educação social e política voltada para a transformação da sociedade, o tratamento sobre essa dimensão relacionada ao SUS no contexto do PJD AM, visa favorecer o exercício da cidadania pelo conhecimento e acesso aos serviços de saúde pública, bem como estimular a participação dos jovens nas politicas de saúde. Ressalta-se que para uma mudança efetiva e alcance de um público maior, tais ações não podem acontecer uma única vez, sendo necessária uma atividade contínua por parte da escola e das unidades de saúde locais.

1439 Quais os impactos dos confrontos bélicos para a saúde de crianças e adolescentes residentes em territórios do Rio de Janeiro destituídos do sistema de garantias?
Leonardo Possidonio Domingos

Quais os impactos dos confrontos bélicos para a saúde de crianças e adolescentes residentes em territórios do Rio de Janeiro destituídos do sistema de garantias?

Autores: Leonardo Possidonio Domingos

Este projeto de pesquisa, que será desenvolvido a partir do próximo ano no curso de mestrado acadêmico da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Fundação Oswaldo Cruz), visa levantar quais os impactos que os conflitos bélicos podem trazer (ou trouxeram) para a saúde de crianças e adolescentes residentes de territórios da região metropolitana do Rio de Janeiro que não dispõem do adequado aparato jurídico-assistencial-médico previsto nas normativas existentes e convenções das quais o Brasil é signatário. Portanto, seus objetivos são verificar se as crianças e adolescentes residentes dos territórios delimitados tiveram seus quadros de saúde afetados e quais as consequências. Outrossim, buscaremos levantar quais os tipos de violências em que esta população está submetida. Partimos de um ponto, anteriormente desenvolvido, em que o Estado brasileiro é fruto do modo de produção capitalista. Este adotou e institucionalizou a constituição de direitos fundamentais do ser humano, principalmente, através da promulgação da Constituição Federal de 1988 e da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). Este ponto de partida, que incide com maior desenvoltura no período pós-ditatorial militar, traz consigo um aparato jurídico-assistencial-médico que se materializam em novas normativas, programas e equipamentos. Este período marca, também, uma mudança radical nos direitos das crianças e adolescente com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal 8069/1990) e da doutrina da proteção integral. Contudo, alguns territórios do Rio de Janeiro não dispunham da presença e/ou pleno funcionamento dos equipamentos de políticas públicas e concomitantemente foram cenário constante de confrontos bélicos entre instituições de segurança pública e organizações paraestatais. Visaremos levantar, pesquisar, investigar quais as consequências disto para a saúde das crianças e adolescentes destes determinados territórios. Durante esta pesquisa utilizaremos bibliografia adequada para o tema em que possa subsidiar e orientar a pesquisa e dissertação a ser realizada. Pretendemos, também, realizar análise documental e utilizar as normativas pertinentes e correlatas ao tema. Esta propositura poderá encontrar indícios de que seu objeto de investigação, afetado pela violência bélica e institucional, traz consigo consequências para sua saúde como a "perda da noção" de violação física e psicológica, relativização dos riscos existentes na prática do ato infracional, dependência química e alcoólica, distúrbios e doenças resultantes da marginalização da sociedade. Acredita-se que este tema tem forte relevância tendo em vista o contexto sociopolítico em que parte das crianças e adolescentes do Rio de Janeiro estão inseridas. Portanto servirá de análise concreta da atuação, ausências e omissões do Estado brasileiro, em determinado espaço e tempo, no que se refere à infância e juventude. Poderá, também, ajudar a vislumbrar as consequências que esta população sofreu e que ainda poderão ter no futuro algum reflexo.

5077 Território, trabalho, cuidado e processo de subjetivação em saúde: elementos de micropolítica do cuidado
Francisco Anderson Carvalho de Lima, Fernanda Naiara da Frota Lobato, Túlio Batista Franco, Maria Salete Bessa Jorge

Território, trabalho, cuidado e processo de subjetivação em saúde: elementos de micropolítica do cuidado

Autores: Francisco Anderson Carvalho de Lima, Fernanda Naiara da Frota Lobato, Túlio Batista Franco, Maria Salete Bessa Jorge

Este trabalho é fruto de implicações teóricas acerca da Psicologia no contexto da Saúde Coletiva com relação à produção do cuidado no paradigma das Redes de Atenção à Saúde, no âmbito da micropolítica dos processos de trabalho. Refere-se a uma pesquisa nacional compartilhada de cunho avaliativo e cartográfico acerca do processo de implantação das redes temáticas de saúde realizada no período de 2014 a 2016. A produção do cuidado e a assistência em saúde envolvem processos de trabalho, considerando-se o trabalho morto e o trabalho vivo em ato (FRANCO; MERHY, 2013). Tais aspectos encontram-se intimamente ligados às tecnologias do cuidado em saúde. Neste contexto, o sujeito, enquanto protagonista do cuidado e ordenador do percurso terapêutico, ancora-se em um território. A partir de Deleuze e Guattari, Franco e Merhy desenvolvem instrumentos analíticos que investigam os processos de trabalho e centram a discussão acerca da produção do cuidado em saúde com o processo de produção de subjetividade. Questiona-se em que medida a Saúde Coletiva convoca a integração com as ciências humanas e sociais, configurando-se como um campo teórico-prático de emergências epistemológicas criativas. Bem como, refere-se à influência esquizoanalítica na psicologia social. Objetivou-se, assim, compreender como a Psicologia Política apresenta bricolagem com os aspectos da produção do cuidado em saúde à guisa da integralidade no âmbito da micropolítica. Utilizou-se para tal a discussão teórica acerca do processo cartográfico de pesquisa em saúde com o dispositivo do usuário-guia, o sujeito nômade sobre o qual se dedica o acompanhamento e a operação de sua narrativa como história de vida, o qual é trabalhado na contação de sua história, procurando-se identificar alguns demarcadores que dizem respeito à sua cartografia. Considerou-se as devidas conversações teóricas entre Hur, Deleuze e Guattari e Franco e Merhy. Inferiu-se que a Psicologia agenciada na Saúde Coletiva bricola-se, por meio da conversação da esquizoanálise com a psicologia social, anunciando um cenário de intervenção e produção de saber para a psicologia política no âmbito da saúde coletiva a partir das concepções de território, trabalho, subjetivação e cuidado. A partir destes aspectos, entende-se que o trabalho em saúde é processual, agenciado, e se dá em ato, no encontro (MERHY, 2002). Desta maneira, o desenho de uma rede de cuidado se dá através de intencionalidades e de potências afetivas, o que determina a reinvenção de uma clínica que dê conta dos aspectos afetivos e que considere o corpo enquanto uma potência, algo que expande em direção às paixões, que muitas vezes foge ao modelo de saúde a priori desenhado e oferecido (FRANCO; GALAVOTE, 2010). O que se percebe com isto é o irromper da noção de trabalho criativo, que configura diversos processos de saúde e subjetividade relacionados às concepções de liberdade e autogestão do trabalho (FRANCO, 2015). 

3511 A importância do uso de tecnologias da informação nas comunidades indígenas no Estado do Amazonas
Waldeyde Oderilda Magalhães dos Santos, Alcy Ferreira Magalhães Neto, Jacqueline de Almeida Gonçalves Sachett

A importância do uso de tecnologias da informação nas comunidades indígenas no Estado do Amazonas

Autores: Waldeyde Oderilda Magalhães dos Santos, Alcy Ferreira Magalhães Neto, Jacqueline de Almeida Gonçalves Sachett

No Amazonas existe uma população indígena de aproximadamente 120 mil indivíduos de 66 etnias, que falam 29 línguas, e estão distribuídos em 1.571.000 km². Existem tribos que nunca tiveram contato com o “branco”, e existe o contraponto com indígenas sendo capacitados nas mais diversas áreas da formação possibilitando uma menor invasão do homem branco. A saúde indígena configura-se como um complexo quadro, diretamente ligado a transformações históricas, econômicas e ambientais, à expansão de frentes demográficas e econômicas no país ao longo do tempo. Esses processos exerceram importante influência sobre os determinantes e os perfis da saúde indígena, por meio de: introdução de novos alimentos processados, como o açúcar–promovendo uma “epidemia de diabetes”, patógenos (HIV, Sífilis, etc.) ocasionando graves epidemias; além de lutas por territórios que levaram a morte de milhares de índios no país. A saúde indígena no Amazonas possui características peculiares quanto à sua população, vastidão demográfica e dificuldades de acesso às comunidades indígenas, além da limitação de conectividade e número insuficiente de profissionais qualificados. Desta forma a implantação do sistema telessaúde em locais estratégicos, visa: aumentar a capacidade de resolução da atenção básica no subsistema de saúde indígena; promover a educação permanente dos profissionais do DSEI-Parintins in loco; capacitar as equipes para o planejamento e o monitoramento das atividades de saúde indígena; integração entre profissionais de especialidades médicas e as equipes do subsistema de saúde indígena (SESAI). A articulação interinstitucional revelou um déficit operacional para atender os indígenas existentes e distribuídos nas aldeias localizadas em quatro diferentes municípios: Parintins, Barreirinha, Nhamundá e Maués. A sustentabilidade do modelo de telessaúde já consolidado ao longo de 10 anos em 68 pontos no Estado do Amazonas (63 em área urbana e 5 em aldeias indígenas) fornece subsídios para modificar esta realidade, seja na formação continua de agentes indígenas de saúde em atividades de teleducação ou por meio de teleconsultorias, segunda opinião formativa, e de outros recursos humanos locais. Salienta-se que os municípios de referência não suprem a demanda indígena reprimida, necessitando de orientação/apoio de especialistas para resolução – tal qual acontece nos demais pontos de telessaúde, e que em muitas ocasiões podem ser tratados na própria aldeia, evitando desta forma deslocamentos desnecessários e não onerando a média complexidade dos municípios referenciados. Além da redução de custos, evita-se ainda impactos sociais na vida dos indígenas, visto que durante a deslocação para os municípios estes podem permanecer por semanas fora de suas aldeias, conflitando diretamente no núcleo familiar, caça, plantio etc. Neste contexto a consolidação do Projeto Telessaúde no DSEI Sede –Parintins, Kassawa – Nhamundá, Umirituba – Barreirinha, Vila Nova - Maués se apresenta com ferramenta de suporte assistencial e de educação permanente aos mais de 15.500 indígenas e profissionais que atuam no subsistema de saúde indígena nessas localidades proporcionando melhor qualidade e resolutividade na atenção básica dessas populações.

1238 AMANDABA NO CAETÉ: EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O AUTOCUIDADO DE PORTADORES DE DIABETES MELLITUS BASEADA NOS CÍRCULOS DE CULTURA DE PAULO FREIRE
SUELEN TRINDADE CORREA, MARIA DO SOCORRO CASTELO BRANCO DE OLIVEIRA BASTOS

AMANDABA NO CAETÉ: EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O AUTOCUIDADO DE PORTADORES DE DIABETES MELLITUS BASEADA NOS CÍRCULOS DE CULTURA DE PAULO FREIRE

Autores: SUELEN TRINDADE CORREA, MARIA DO SOCORRO CASTELO BRANCO DE OLIVEIRA BASTOS

Apresentação: O Diabetes Mellitus (DM) é uma condição crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, exigindo da pessoa portadora mudanças em seu estilo de vida e um autocuidado no controle da doença. As práticas de autocuidado pelo paciente podem ser influenciadas por vários fatores, como a experiência de vida, os aspectos sociais e culturais, presença de sentimentos depressivos e desmotivação, requerendo do paciente, no que concerne ao autocuidado, tomadas de decisões, controle do comportamento e aquisição de conhecimentos e habilidades. Por isso é importante que o profissional de saúde reconheça os fatores que levam ou não a uma adoção de autocuidado, evitando atitudes prescritivas ao abordar os pacientes, empregando práticas motivacionais e comportamentais que contribuam no empoderamento e na autonomia dos pacientes frente ao autocuidado. No entanto, ainda são frequentes práticas de saúde verticalizadas e prescritivas, centrada no profissional, surgindo, então, a necessidade de uma educação em saúde problematizadora, como os Círculos de Cultura de Paulo Freire, que mediante o diálogo, a escuta ativa e as reflexões, estimule a autonomia do paciente, as práticas de autocuidado e controle glicêmico. Desse modo, nosso objetivo foi avaliar a educação em saúde realizada por meio dos Círculos de Cultura na adesão ao autocuidado de pacientes com DM, onde comparamos as atividades de autocuidado do diabetes, os níveis de glicemia capilar, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, Índice de Massa Corpórea (IMC) e circunferência abdominal dos pacientes, no início e após três meses do estudo. Desenvolvimento do trabalho: Foi realizado um ensaio clínico randomizado com usuários portadores de DM acompanhados em unidades das Estratégias Saúde da Família (ESF) do município de Bragança, Pará. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará, orientando-se pelos princípios éticos da Resolução 466/2012. Os usuários com diabetes das ESF, com idade entre 30 a 60 anos, de ambos os gêneros, que não tinham complicações (cegueira, baixa acuidade visual, limitações cognitivas) que impedissem a participação no estudo, foram alocados em Grupo de Intervenção (GI) e Grupo Controle (GC). Os participantes do GC foram orientados a realizar a consulta de rotina na ESF, recebendo orientações individuais da equipe de saúde. Os participantes do GI foram submetidos às atividades de educação em saúde baseada no método Círculo de Cultura de Paulo Freire, e também foram orientados a continuar seu atendimento individual na ESF, como de rotina. Foram aplicados um questionário sociodemográfico e o Questionário de Atividades de Autocuidados com o Diabetes-QAD para a avaliação das atividades de autocuidado e ainda foi coletada glicemia capilar em jejum, cálculo do IMC, circunferência abdominal e pressão arterial. Os Círculos de Cultura se desenvolveram conforme as fases: levantamento temático; escolha dos temas geradores pelo grupo; problematização e desvelamento crítico. O levantamento temático foi realizado a partir da observação de conversas e análise do QAD aplicado na primeira reunião com os participantes; a seleção dos temas se deu pela avaliação da não adesão às práticas de autocuidado no cotidiano dos participantes. Temas levantados pelo pesquisador: alimentação, exercício físico, monitoramento glicêmico, cuidados com os pés e complicações do diabetes. Para a escolha dos temas geradores pelo grupo, foi lançada a pergunta: quais são os desafios em ter diabetes? Iniciando, desse modo, uma discussão entre os participantes sobre suas dificuldades na autogestão da doença, o que por fim norteou a escolha dos temas geradores: diabetes e complicações, alimentação, medicação e cuidados com os pés. Na fase de problematização, os temas geradores selecionados pelo grupo foram dialogados com a apresentação de fotos, desenhos, ilustrações, leitura de textos vinculados a cada tema, prática de autoexame dos pés. A fase de desvelamento crítico aconteceu, concomitantemente, com a fase de problematização em quatro círculos, pois, ao dialogar sobre os temas geradores, analisando-os criticamente, os participantes tomaram consciência de sua realidade, sistematizando suas ideias frente ao autocuidado no diabetes.  Portanto, após a problematização, o grupo foi incentivado a expressar, por meio de falas, desenhos, palavras escritas em folha de papel, quais tomadas de decisões sobre o autocuidado com o diabetes se deram a partir das discussões no grupo. A abordagem educativa ocorreu nos auditórios das ESF, com duração média de duas horas. O software SPSS 20.0 foi utilizado para as análises estatísticas, em que foram considerados estatisticamente significantes os valores de p<0,05. Resultados e/ou impactos: A população do estudo foi composta de 72 usuários com diabetes, sendo 41 participantes do GI e 31 do GC. As mulheres corresponderam a 73,6% dos participantes e a média de idade foi de 49,9 anos. Ao se comparar as variáveis estudadas no início e após três meses, foi observada a redução estatisticamente significante da glicemia capilar em jejum, pressão arterial sistólica e circunferência abdominal no GI, enquanto no GC não houve diferença estatisticamente significante em nenhum dos parâmetros avaliados. No GI, houve aumento estatisticamente significante no número de dias de adesão a dieta saudável, seguir uma orientação alimentar de um profissional da saúde, comer cinco ou mais porções de frutas e/ou vegetais, praticar algum tipo de exercício físico, avaliar o açúcar do sangue o número de vezes recomendado, examinar os pés, secar os espaços entre os dedos dos pés depois de lavá-los e tomar o número indicado de comprimidos. Nesse grupo, houve redução no número de dias em que se consumia carne vermelha, alimentos com leite integral e derivados e, ainda, doces. No GC, houve aumento estatisticamente significante de dias de adesão apenas nas atividades tomar medicamentos do diabetes e tomar o número indicado de comprimidos, com diminuição de dias de adesão a dieta saudável, comer cinco ou mais porções de frutas e/ou vegetais, comer carne vermelha, alimentos com leite integral ou derivados, praticar atividade física, examinar os pés e examinar dentro dos sapatos antes de calçá-los. Considerações finais: os Círculos de Cultura como intervenção educativa para usuários com DM, foram eficientes na melhor adoção ao autocuidado pelos participantes do GI, com redução da glicemia capilar em jejum, pressão arterial sistólica e circunferência abdominal. O diálogo vivenciado, os relatos de experiências compartilhados e as reflexões sobre as atitudes perante a doença, foram primordiais para um melhor conhecimento do diabetes, que levaram os usuários a compreender a sua condição de portador, desvelando mudança de hábitos, com adoção de práticas de autocuidado, principalmente na alimentação, atividade física e cuidados com os pés. Portanto, os Círculos de Cultura realizados pelo presente estudo, foram essenciais em mudanças de atitudes dos participantes, que puderam dialogar sobre os temas geradores, problematizando-os e desvelando-os, compartilhando saberes, fortalecendo a autonomia dos envolvidos, rompendo com práticas de saúde impositivas e prescritivas. Assim, possibilitou uma melhor compreensão sobre o autocuidado no diabetes, refletidos nos resultados obtidos, o que destaca a importância de educação em saúde problematizadora para pessoas com DM acompanhadas pelas equipes das ESF.

3640 A Leitura como dispositivo de vínculo entre a Saúde e a Educação
Ana Paula Cappellari, Ayane Pontes Machado, Ayane Pontes Machado, Jéssica Hilário de Lima, Jéssica Hilário de Lima

A Leitura como dispositivo de vínculo entre a Saúde e a Educação

Autores: Ana Paula Cappellari, Ayane Pontes Machado, Ayane Pontes Machado, Jéssica Hilário de Lima, Jéssica Hilário de Lima

Apresentação: do que trata o trabalho e o objetivo O Programa Saúde na Escola (PSE), foi instituído em 2007. Constitui uma política intersetorial, da Saúde e da Educação, voltada para as crianças, adolescentes, jovens e adultos da educação pública brasileira e tem como objetivo promover saúde e educação integral. A Estratégia da Saúde da Família (ESF), no âmbito do SUS, presume a organização de ações coletivas e a reestruturação das práticas de saúde a partir da interdisciplinaridade e da intersetorialidade, em um dado território. Visando as ações do PSE do ano de 2017, através da parceria da ESF Santa Tereza com um Conselheiro Local de Saúde, foi implementado um grupo de leitura no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) Prisma, cujo objetivo é levar até crianças e adolescentes o hábito de ler e a sua importância, estimular a iniciativa, promover a interação entre os alunos, além de proporcionar a troca de conhecimentos e o despertar de novas ideias. A equipe mantém várias ações em parceria com o SCFV, o que fortalece o vínculo entre os dois setores, Saúde e Educação. O Serviço de Apoio Socioeducativo atende aproximadamente 40 crianças e adolescentes de 06 a 14 anos do território. Além do apoio socioeducativo, garante proteção social para crianças vulneráveis econômica e socialmente. É desenvolvido no turno inverso ao da escola, oferecendo alimentação, apoio pedagógico e psicossocial e, quando necessário, encaminhamento aos serviços de saúde. Desenvolvimento do trabalho: descrição da experiência ou método do estudo O Grupo de Leitura SCFV Prisma ocorre semanalmente e tem duração de aproximadamente 2 horas. Além das crianças, adolescentes e educadores, a multiprofissionalidade está presente no grupo, uma vez que há a participação dos profissionais da equipe, Residentes em Saúde Coletiva e acadêmicos dos cursos de Enfermagem e Medicina. Nos encontros realizados, diferentes formas de literatura e instrumentos de comunicação são utilizados como revistas, livros, histórias infantis, gibis, jornais, encartes de propagandas, entre outros. Além disso, materiais em diferentes idiomas são apresentados aos participantes, despertando o interesse por novas culturas mundiais. As ações são planejadas, em princípio, pelo Conselheiro Local de Saúde, Sr. Bolívar e executadas coletivamente por todos os profissionais envolvidos. O olhar diferente de cada profissional faz com que surjam ideias que transcendam somente a leitura. Por exemplo, em meio a vivência no SCFV, notou-se a importância de trabalhar os novos modelos familiares – forma de abordar o respeito em relação às diferentes constituições de família, as quais estão presentes no cotidiano. Utilizando como base os contos infantis como: Branca de Neve e os Sete Anões, Os Três Porquinhos, Cinderela, A Bela e a Fera, entre outros, a equipe fez uma abordagem sobre os novos modelos familiares e com auxílio de materiais como EVA, cola e Personagens impressos, os participantes expuseram suas famílias e apresentaram as mesmas para os seus colegas, proporcionando assim, uma discussão muito proveitosa, com base no respeito e na aceitação das diferenças sobre as diferentes famílias formadas entre os próprios participantes. A metodologia interativa proporciona o estímulo da reflexão crítica sobre os temas de forma dialogada e interativa, possibilitando a ampliação de conhecimentos de todos os envolvidos no processo da leitura. Resultados e/ou impactos: os efeitos percebidos decorrentes da experiência ou resultados encontrados na pesquisa Considerando os determinantes sociais e o uso das novas tecnologias da informação, como a internet, o celular, a televisão, além das vulnerabilidades que estas crianças e adolescentes vivenciam em sua comunidade, o hábito da leitura torna-se secundário ou até mesmo inexiste. Por meio das ações realizadas pela equipe da ESF Santa Tereza foram observados diferentes níveis de leitura e escrita entre as crianças e adolescentes que o SCFV atende, dessa maneira, o grupo de leitura torna-se fundamental para trabalhar as especificidades de cada aluno e para habituá-los a esta ferramenta de extrema importância. A falta de respeito com o outro, o “bulling”, o apelo sexual, a violência e a dificuldade de aprendizado são visíveis e devem ser trabalhados com os participantes. Sendo assim, o trabalho de leitura em equipe é de extrema importância, pois é um espaço onde todos esses temas podem ser debatidos de maneira proveitosa, intelectual e dinâmica. O grupo de leitura proporcionou uma maior troca de experiência entre os participantes. A leitura compartilhada faz com que interpretações diferentes sejam explicitadas por diferentes leitores, possibilitando, dessa forma, que uns aprendam com os outros, ampliando e aprofundando seus conhecimentos, críticas e curiosidades. Quando aparecem outras interpretações sobre o mesmo texto, passa-se a considerar diferentes pontos de vista, modificando, ampliando ou reforçando os seus. Considerar o que um colega compreendeu, que caminho percorreu para chegar àquela conclusão e localizar qual parte da leitura possibilitou sua análise, ajuda-o a buscar sentido, a entender melhor o conteúdo e a ampliar sua própria interpretação sobre aquele texto e sobre outras leituras. Os impactos foram muito significativos, mobilizando, até mesmo, outros espaços. Com o conhecimento do grupo de leitura, alunos e profissionais da saúde realizaram doações de livros para que a biblioteca do SCFV Prisma pudesse ser renovada. Atualmente, eles têm um espaço revitalizado onde os livros são guardados. Tal ação despertou ainda mais o interesse dos alunos pela leitura. Considerações finais A leitura é um dos melhores exercícios para a mente, além de estimular a criatividade e incitar o senso crítico, auxilia no enriquecimento do vocabulário. Esses benefícios, entretanto, tornam-se mais interessantes quando divididos com outras pessoas que compartilham essa mesma experiência. Partindo de uma forma dinâmica, lúdica e colaborativa, o Grupo de Leitura torna-se atrativo e prazeroso, ao mesmo tempo é uma estratégia de integração da saúde e educação para o desenvolvimento da cidadania e da qualificação do PSE. São momentos de aprendizagem significativa para todos os envolvidos e que proporcionam um olhar mais crítico e reflexivo. O grupo serve como estímulo e sensibilização da equipe sobre a importância de investir em ações de promoção da saúde, considerando que: segundo os Ministérios da Saúde e da Educação, a articulação intersetorial das redes públicas de saúde e das demais redes sociais para o desenvolvimento das ações do PSE implica mais do que ofertas de serviços num mesmo território, pois deve propiciar a sustentabilidade das ações a partir da conformação de redes de corresponsabilidade.