191: Diversidades da formação profissional no contexto amazônico: a diferença como dispositivo de aprendizagem inclusiva
Ativador: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 02 Sala 02 - Bodó    Horário: 10:30 - 12:30
ID Título do Trabalho/Autores
4500 ENFERMAGEM PROMOVENDO EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO CONTEXTO RURAL
Carlos Eduardo Bezerra Monteiro, Francisca Moreira Dantas, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Priscilla Mendes Cordeiro, Abel Santiago Muri Gama

ENFERMAGEM PROMOVENDO EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO CONTEXTO RURAL

Autores: Carlos Eduardo Bezerra Monteiro, Francisca Moreira Dantas, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Priscilla Mendes Cordeiro, Abel Santiago Muri Gama

Apresentação: A região Amazônica é vista como a biodiversidade como a biodiversidade da flora e fauna, uma grande fonte de recursos naturais a ser explorada, essa visão é a mais comum nos meios de comunicação, que mostra apenas o quadro natural, a selva que precisa ser vencida, com moradores extremamente exóticos onde homem e natureza convivem em harmonia. Diante dessa realidade, é notável a ausência de políticas públicas voltada para atender a demanda de tais populações, principalmente nas áreas de saúde, educação e até mesmo na área ambiental e conservação de recursos naturais e hídricos. A Saúde das Populações Amazônicas é um assunto que ainda não atinge sua grande proporção, principalmente, por se tratar da vasta área territorial que contém e as dificuldades de acesso que nela existem, para poder abranger todas as residências ribeirinhas. A formação de um profissional de enfermagem para o mercado de trabalho não pode ser marcada apenas pela teoria, é preciso que o aluno conheça o seu espaço de atuação e é o estágio que permite a vivência da realidade que pode enfrentar durante a execução de sua profissão, possibilitando a expansão dos conhecimentos, associando a teoria adquirida com a prática. O estudo objetiva relatar a experiência vivenciada durante as atividades de prática de campo da disciplina Saúde das Populações Amazônicas nas comunidades ribeirinhas da zona rural do município de Coari interior do Amazonas. Desenvolvimento do trabalho: Os acadêmicos do Curso de graduação em Enfermagem do 8º período realizaram a prática de campo da disciplina Saúde das Populações Amazônicas na zona rural do município de Coari, mais precisamente, no Lago Mamiá. A disciplina Saúde das Populações Amazônicas pertence à grade curricular do Curso de Enfermagem do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Os 29 alunos juntamente com 2 professores Enfermeiros realizaram o estágio no período de 05 a 08 de junho de 2017. As atividades foram desenvolvidas em 2 comunidades, a Comunidade Bom Jesus do Japiim e a Comunidade São Francisco do Jacaré. A equipe utilizou uma embarcação de médio porte para o translado e a hospedagem durante o período do estágio. Dentre as atividades que foram desenvolvidas nas comunidades ribeirinhas pelos alunos encontra-se a educação em saúde para o público infantil no decorrer do dia, abordando assuntos como a higienização das mãos e higiene bucal. Na oportunidade, foram distribuídas escovas de dente com aplicação de creme dental e a execução da prática realizando a escovação dos dentes de maneira adequada. Após a educação em saúde, foi desenvolvida uma gincana educativa com perguntas baseadas nos assuntos abordados na educação em saúde. Visto que o estágio é fruto de uma continuação das atividades desenvolvidas nas comunidades, pois, a referida turma já realizou um estágio da disciplina Enfermagem em Saúde Coletiva II no mês de Janeiro de 2017 no mesmo local. Logo, os alunos realizaram uma abordagem de casa em casa, buscando atualizar os dados de cadastro domiciliar e territorial e as fichas de cadastro individual, conforme as fichas de Atenção Básica do e-SUS. Aproveitavam o espaço também para apresentar-se e informá-los do objetivo de estarmos naquela comunidade. Convidando-os para as atividades que seriam desenvolvidas na comunidade, bem como, os seus respectivos horário e local. Ainda nessa abordagem, era realizada educação em saúde de acordo com a situação deparada, assim como, a distribuição de preservativos e hipoclorito de sódio instruindo-os como utilizar. Além disso, os alunos efetivavam uma espécie de triagem com as mulheres do domicilio para a realização da coleta do exame Preventivo (Papanicolaou), direcionando-as para o local e horário da execução do exame. Resultados e/ou impactos: A experiência inovadora só veio a contribuir uma vez que as atividades desenvolvidas possibilitaram subsídios para a nossa formação enquanto acadêmicos. Acredita-se que os aspectos negativos se houveram foram insignificantes, por outro lado, os aspectos positivos foram inúmeros tanto para os alunos quanto para a população ribeirinha. Tendo em vista que trata-se de uma população carente tanto em sentido financeiros quanto em sentido de conhecimentos, o que torna suas vidas pacatas e rotineiras. Logo, quando acontece atividades executadas como essa torna-se algo inovador para esse público, o que é perceptível a olho nu o quanto eles se engrandecem e ficam satisfeitos com nossa presença. É valido lembrar, de novas parcerias que possam ser alcançadas para uma próxima viagem para localidades como estas, distante do município. Novos patrocínios podem ser conseguidos e novos recursos como a execução de testes rápidos de Hepatite B e C, Sífilis e HIV podem está sendo obtidos para maior beneficio dessas pessoas. Visto que, uma viagem dessa proporção demanda uma logística e um preparo financeiro trabalhoso. Avaliando as atividades realizadas durante o estágio não é possível identificar algo que não venha ocorrer em uma próxima prática de campo, até porque, cada uma dessas atividades mencionadas tem um valor significativo e um resultado muito produtivo com a interação do público. Enquanto ao trabalho coletivo desempenhado pela turma de uma maneira geral, é elogiável em todos os aspectos, quanto à organização antes e durante a viagem, a interação entre os colegas, os afazeres realizados onde cada um sabe de suas competências sem está havendo qualquer divergências. Considerações Finais: Dessa forma, o estágio acrescentou um novo olhar, visando à realidade vivenciada. A vivência nessa prática de campo permitiu reflexões para além dos temas abordados com o público-alvo, despertando atenção para uma das importantes funções da Enfermagem: a de educador. Teve uma vasta experiência, ressaltando a ser um trabalho inédito nessa localidade, e sermos os precursores do ISB a levar benefícios para as comunidades ribeirinhas durante a prática de campo de uma disciplina, nesse intuito, que novas turmas venham a desenvolver atividades como essas que são de grande valia para ambas as partes envolvidas. Pois, essas experiências dão sustentabilidade para a qualificação do profissional de enfermagem, visto que esse conhecimento possibilita o aprimoramento do serviço público. Logo, o impacto causado nessa população após a nossa ida é benéfico em todos os aspectos, pois foram abordados assuntos de relevância e que viessem a ter uma contribuição na melhoria da qualidade de vida desses ribeirinhos.

4932 DESAFIOS DA PRÁTICA DE CAMPO DE ENFERMAGEM EM COMUNIDADES RIBERINHAS NO INTERIOR DO AMAZONAS
Miriam Juliana Lanzarini Lacerda, Eliana Rodrigues Amaral, Rhuana Maria de Oliveira Pereira, Matheus Rjackar Ferreira da Silva, Grace Anne Andrade da Cunha, Abel Santiago Muri Gama

DESAFIOS DA PRÁTICA DE CAMPO DE ENFERMAGEM EM COMUNIDADES RIBERINHAS NO INTERIOR DO AMAZONAS

Autores: Miriam Juliana Lanzarini Lacerda, Eliana Rodrigues Amaral, Rhuana Maria de Oliveira Pereira, Matheus Rjackar Ferreira da Silva, Grace Anne Andrade da Cunha, Abel Santiago Muri Gama

Apresentação: A prática de campo na disciplina de enfermagem em Saúde Coletiva II tem como principal característica romper com o modelo tradicional e convencional de ensino-aprendizado na saúde, e permitir ao acadêmico vivenciar, problematizar a saúde e discutir a organização do Sistema Único de Saúde brasileiro. Com isso, o acadêmico depara-se com diversas dificuldades vivenciadas pela população ribeirinha, como isolamento territorial, difícil acesso, distancia do centro urbano e na maioria das vezes, sem a cobertura de vários serviços públicos, tais como: saúde, saneamento e educação. Fatos que contribuem para maiores riscos e agravos à saúde. Desta forma, a ação vislumbrou proporcionar, aos acadêmicos de Enfermagem, situações de ensino-aprendizagem através de atividades voltadas para prevenção e educação na atuação prática em saúde das populações ribeirinhas. Desenvolvimento: A Prática de campo foi realizada por 02 docentes e 33 acadêmicos do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Amazonas, campus Instituto de Saúde e Biotecnologia, localizado no município de Coari. O deslocamento foi realizado em barco de madeira de pequeno porte e contou com o apoio de 03 tripulantes. As atividades educativas foram direcionadas aos moradores das comunidades rurais São Pedro da Vila Lira e Comunidade Esperança I, localizadas no interior do estado do Amazonas, às margens do Rio Solimões, respectivamente a 15 km e 13 km de distancia do município de Coari. Os acadêmicos formaram duplas ou trios, e sob a supervisão dos docentes, fizeram visita domiciliar com base na Ficha de Visita Domiciliar e Territorial, utilizada pelo Agente Comunitário de Saúde. Adequando as orientações de saúde de acordo com a realidade e peculiaridade de cada família, foram abordados diversos assuntos como: primeiros socorros, uso de hipoclorito para tratamento de água, higiene bucal e corporal, vacinação, tabagismo, alcoolismo, automedicação, planejamento familiar, importância da realização dos exames da próstata, Papanicolau, autoexame das mamas, orientações puerperais, importância do aleitamento materno e realização do pré-natal, controle de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e orientações sobre eliminação de focos de Aedes aegypti. A abordagem foi de forma direta, com convites para participação voluntária de palestras ou vídeo-apresentação realizadas nas escolas, centros comunitários ou em área de recreação. Resultados: A prática de campo durou 04 dias, sendo 02 dias em cada comunidade, embora tenha sido planejada e organizada durante 02 meses. Os ocupantes dormiram em redes, fizeram as refeições e a higiene pessoal no próprio barco.   Através dessa atividade, foi possível abordar 69 famílias e vivenciar dificuldade de acesso, falta de saneamento básico, precárias condições de higiene, analfebetismo elevado, baixa renda familiar e pouco conhecimento sobre o processo saúde-doença. Foi grande a aceitação e participação da população, o que permitiu a execução das atividades propostas e grande contribuição no aprendizado dos acadêmicos e docentes. Considerações Finais: Nesta perspectiva, pressupõe-se que as experiências vivenciadas pelos acadêmicos poderão contribuir com um novo olhar sobre a atuação da enfermagem em saúde comunitária, considerando sua complexidade, e a maneira pela qual diferentes populações, em diferentes contextos necessitam de estratégias para ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde.

2033 ENSINO DE ENFERMAGEM NO CONTEXTO DA SAÚDE DAS POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DO AMAZONAS – BRASIL
Abel Santiago Muri Gama, Jéssica Karoline Alves Portugal, Marcelo Henrique da Silva Reis, Mariana Paula da Silva, Victor Linec Maciel Barbosa, Ananias Facundes Guimarães, Andriele Valentim da Costa, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque

ENSINO DE ENFERMAGEM NO CONTEXTO DA SAÚDE DAS POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DO AMAZONAS – BRASIL

Autores: Abel Santiago Muri Gama, Jéssica Karoline Alves Portugal, Marcelo Henrique da Silva Reis, Mariana Paula da Silva, Victor Linec Maciel Barbosa, Ananias Facundes Guimarães, Andriele Valentim da Costa, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque

Apresentação: As populações ribeirinhas do Amazonas vivem ás margens de rios e lagos e desenvolvem as mais variadas formas adaptativas para sobreviverem em meio ao isolamento, que restringe o acesso à educação, informação, saúde e bens de consumo. As comunidades carecerem de recursos básicos, como saneamento, água tratada, energia elétrica e serviços de saúde. Nesta perspectiva, a atuação da enfermagem em uma universidade pública no interior do Estado do Amazonas, tem representado um importante avanço para reduzir as desigualdades vivenciadas por estas populações. Este relato pretende descrever a experiência sobre o ensino de graduação em enfermagem no contexto da saúde das populações ribeirinhas no interior do Amazonas. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por professores do curso de Enfermagem do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB/UFAM) em disciplinas cursadas no formato de prática de campo, com o uso de metodologia ativa de problematização, em comunidades ribeirinhas do município de Coari-Amazonas. As disciplinas são ofertadas no 7º (Saúde Coletiva II) e 8º (Saúde das Populações Amazônicas) semestre do curso de graduação em enfermagem. O formato da prática de campo é realizado em sistema de internato, durante 5 dias, com deslocamento via fluvial. Resultados: As ações foram motivadas a partir da experiência com a realização do maior estudo populacional desenvolvido em comunidades ribeirinhas de Coari (ano de 2015), que apontou severas limitações de acesso a saúde pelos ribeirinhos. Sendo assim, no ano de 2017, foram realizadas 3 atividades de prática de campo: janeiro - duas comunidades ribeirinhas do Lago do Mamiá - Bom Jesus do Japiim (70 km da zona urbana) e São Francisco do Jacaré (78 km da zona urbana) na disciplina de Saúde Coletiva II, com a participação de 22 acadêmicos e 2 preceptores; em junho, nas mesmas comunidades, na disciplina de Saúde das Populações Amazônicas, com 27 acadêmicos e 2 preceptores; em novembro, nas comunidades Esperança I (13 km da zona urbana) e São Pedro da Vila Lira (17 km da zona urbana) com 33 acadêmicos e 2 preceptores. Durante as práticas foram desenvolvidas atividades de educação em saúde; visitas domiciliares; elaboração de diagnóstico situacional com mapa de risco; matriz decisória e “círculo da cultura ribeirinha”. Além disto, de forma transversal foram desenvolvidos projetos de extensão “Cine Ribeirinho”, cinema educativo nas comunidades ribeirinhas e a doação de livros pelo projeto “Bibliotecas Ribeirinhas do Beiradão – BIRIBE”. Considerações finais: Os custos das atividades são elevados em detrimento a logística diferenciada com a necessidade do uso de embarcação, insumos de combustível e alimentação da equipe. Além disto, expõe a equipe a riscos relativos as intemperes da Amazônia (tempestades, doenças tropicais e acidentes ofídicos), além de ataques “piratas”. As atividades de ensino em enfermagem têm contribuído para reduzir as limitações de acesso a saúde dos ribeirinhos com ações de promoção de hábitos saudáveis e prevenção de doenças, inserção social da universidade nas comunidades e sensibilização dos acadêmicos para as necessidades regionais e suas peculiaridades.

948 Estágio Rural em Saúde Coletiva: um relato de experiência da vivência em uma comunidade ribeirinha do município de Parintins, AM
Frandison Gean Souza Soares

Estágio Rural em Saúde Coletiva: um relato de experiência da vivência em uma comunidade ribeirinha do município de Parintins, AM

Autores: Frandison Gean Souza Soares

Introdução Após passados mais de 20 anos da criação do Sistema Único de Saúde (SUS) com seu caráter de universalidade, integralidade e equidade, com seus avanços e melhorias no atendimento e na cobertura dos três níveis de atenção, o sistema ainda enfrenta um grande desafio em atender todas as necessidades de saúde da população. A região Amazônica, mais precisamente o estado do Amazonas é uma das áreas do Brasil que mais sofre com esse problema, isso devido sua caracterização geográfica, marcada por uma grande extensão de floresta tropical e uma densidade populacional com pouco mais de 2 habitantes/km2. O estado possui 62 municípios e em 2010, no último censo, a população era de 3.483.985 habitantes, dos quais 74,2% viviam em zonas urbanas e 25,8% moravam em áreas rurais. Grande parte da população dos municípios do interior do Amazonas mora em comunidades ribeirinhas, à margem dos principais rios e seus afluentes, onde o acesso à informação, saneamento básico e aos serviços de saúde é precário. Assim, esses indivíduos fazem o uso da água dos rios como fonte primária para consumo doméstico e outros fins. A água do rio Amazonas/Solimões, em sua maior extensão é poluída com altas concentrações de sedimentos e uma faixa de pH que varia de 5,0 a 7,2. Isso colabora para o surgimento de doenças e agravos que muitas vezes não chegam aos centros de saúde para manejo correto, e, consequentemente, evoluem para complicações drásticas futuras. As doenças parasitárias intestinais são as mais comuns encontradas. O Estágio Rural em Saúde Coletiva (ERSC) da Universidade do Estado do Amazonas iniciou suas atividades em 2006, e é uma disciplina multidisciplinar que oferece estágio aos acadêmicos dos cursos de Enfermagem, Medicina e Odontologia nos municípios do interior do estado do Amazonas, durante 45 dias. Ao longo dos anos, o ERSC ganhou espaço em Parintins em parceria com a prefeitura municipal, e se expandiu alcançando as comunidades da zona rural do município (comunidades ribeirinhas).   Objetivos Descrever a experiência vivenciada na comunidade ribeirinha Santo Antônio do Tracajá, no município de Parintins, AM. Identificar o conhecimento dos indivíduos sobre as infecções parasitárias intestinais.   Metodologia Trata-se de um estudo descrito, do tipo relato de experiência, vivenciado no Estágio Rural em Saúde Coletiva da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em uma comunidade ribeirinha do município de Parintins, no mês de setembro de 2017. A Comunidade Santo Antônio do Tracajá está localizada na margem do rio Uaicurapá (afluente do rio Amazonas), a 50 minutos de lancha da cidade de Parintins. Possui uma média de 250 habitantes, divididos em 45 famílias. O público participante total foi 21 indivíduos que aguardavam consulta de enfermagem em uma escola (local improvisado para atendimento) na referida comunidade. Os atendimentos foram realizados de forma prioritária iniciando pelos idosos e crianças e logo após, adultos jovens. Perdurou de 9:00 às 13:00 horas e foi realizado pelo enfermeiro funcionário do município e um estagiário da UEA. No momento, foram realizadas as consultas, abordando suas queixas, históricos, hábitos de vida, educação e lazer. Após a identificação da queixa principal, foi realizado orientação específica do caso, sanando todos as dúvidas que surgiram. Após estabelecidos os possíveis diagnósticos, foram prescritos tratamentos (medicações e cuidados) conforme protocolos da Atenção Básica preconizados pelo Ministério da Saúde com a tentativa de resolução dos casos. Foi enfatizado a importância da busca por atendimento de saúde periodicamente e após o término do uso das medicações para avaliar a eficácia do tratamento prescrito.   Resultados Através dos achados, pode-se constatar que informação, de fato, nunca é demais. Apesar da variação na faixa etária dos indivíduos atendidos (1 ano e 2 meses a 62 anos), as queixas, dúvidas, crenças e hábitos se mostraram semelhantes. Entre as principais queixas, as mais comuns foram: “Dor na barriga”, “Dor no músculo”, “Diarreia”, “Perda de peso”, “Pintas na pele” (manchas na pele) e “Palidez”. Em relação às queixas de dor, a causa foi mais comumente atribuída às atividades de agricultura presente na comunidade, onde os indivíduos necessitam usar força bruta para executar muitas dessas atividades e muitas vezes acabam causando desgaste físico. Porém, o que mais chamou a atenção foi a presença das queixas, sinais e sintomas, além de exames complementares confirmando o diagnóstico de doenças parasitárias intestinais. Dos 21 atendimentos, entre os demais casos, as doenças parasitárias intestinais em geral estavam presentes em 10 indivíduos (47,6%). Essa conclusão diagnóstica foi realizada juntamente com o médico que atendia no local, avaliando os sinais e sintomas relatados pelos pacientes, além da entrega de exames complementares que confirmaram a presença de parasitas intestinais. Quando questionados sobre seus hábitos de higiene e alimentação, os pacientes relataram alimentar-se mais comumente de peixes, e poucas vezes, carne, e a água utilizada em algumas vezes era a do rio com o uso de esporádico de hipoclorito de sódio e poucos deles utilizavam alúmen de potássio (pedra hume) para limpeza da água utilizada. Quando questionados sobre o conhecimento das medidas corretas utilizadas para evitar a infecção por parasitas intestinais, apenas dois pacientes relataram as medicas corretas ou se aproximaram delas. O restante não arriscou nenhuma hipótese. Foi prescrito o tratamento da doença de acordo com os protocolos da Atenção Básica, além de serem feitas orientações em relação ao tratamento da água de acordo com a situação de cada indivíduo, limpeza e consumo de frutas e outros alimentos ao serem ingeridos.   Considerações Finais Diante do exposto, é evidente perceber a precariedade da saúde da população ribeirinha da referida comunidade. Percebeu-se que o conhecimento da população da comunidade é insuficiente para desempenhar medidas eficazes de autocuidado. Os resultados foram impactantes principalmente para o acadêmico/estagiário por estar acostumado em atender na capital Manaus, onde as questões de saúde são mais facilmente resolvidas e as queixas que embasam um diagnóstico de parasitoses intestinais não mais infrequentes nos três níveis de atenção. Há a necessidade de maior intervenção em ações de educação em saúde para essa população não apenas do município de Parintins, mas de todos os municípios do interior do estado, já que é a oferta de saneamento básica que consiga fazer a cobertura da população ribeirinha parece estar longe de ser alcançada. A água não tratada, a falta de saneamento e a higiene inadequada são contribuintes significativos para a propagação de doenças parasitárias, diarreicas e outras do Amazonas que eventualmente podem resultar em morte. A perpetuação do ciclo de transmissão de doenças parasitárias intestinais principalmente transmitidas pela água é fortemente facilitada pelas condições ambientais da região amazônica. A qualidade da água, seja usada para beber, fins domésticos, produção de alimentos ou fins recreativos, tem um impacto importante na saúde. As iniciativas para gerenciar a segurança da água não só apoiam a saúde pública, mas também promovem o desenvolvimento socioeconômico e o bem-estar. Neste contexto, é urgente concentrar a atenção na obtenção de saneamento não só na comunidade em questão, mas no estado.