194: Ação e aprendizagem interprofissional para abordar problemas de saúde complexos
Ativador: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 02 Sala 07 - Jiquitaia    Horário: 10:30 - 12:30
ID Título do Trabalho/Autores
4918 O APRENDIZADO SOBRE AS EMOÇÕES EM UM CONTEXTO DE TREINAMENTO MÉDICO: uma etnografia sobre as práticas médicas em um hospital universitário em Salvador, Bahia.
Rosana dos Santos Silva

O APRENDIZADO SOBRE AS EMOÇÕES EM UM CONTEXTO DE TREINAMENTO MÉDICO: uma etnografia sobre as práticas médicas em um hospital universitário em Salvador, Bahia.

Autores: Rosana dos Santos Silva

A questão “como a aprendizagem acontece?” demarca as investigações sobre todo e qualquer aspecto da vida. Com os campos da biomedicina e das emoções não é diferente. O objetivo deste trabalho é apresentar minha pesquisa de doutorado, que se integra aos estudos sobre Ciências Sociais em Saúde e Antropologia das Emoções. Esta investigação, cuja proposta é analisar a aprendizagem como parte das práticas sociais, tem como problema de pesquisa: Como o aprendizado sobre as emoções acontece em um contexto de treinamento médico, o hospital universitário? Atenta-se para o universo das práticas, às relações entre os atores que dividem a cena social no hospital mostrando como estão engajados neste aprendizado, e para os procedimentos interpretativos envolvidos. O interesse está na aprendizagem como/ na prática, já que a ideia central não é apenas saber o que se aprende, mas como se aprende. Os objetivos específicos do estudo são: Identificar o que é considerado emoções em um contexto de treinamento médico; Descrever como se apresentam as emoções neste contexto; Verificar quando as emoções (do médico e/ou do usuário/usuária) influenciam na decisão médica; e Compreender como acontece o aprendizado tácito e o aprendizado explícito sobre o lidar com as emoções entre aprendizes e preceptores médicos. Esta investigação possui um desenho metodológico qualitativo e o trabalho de campo foi realizado na enfermaria de um hospital universitário, referência em alta complexidade do estado e integrante do SUS em Salvador-Bahia. A escolha por esta instituição hospitalar se baseou em dois critérios. O primeiro deles é a sua definição enquanto unidade docente-assistencial que desenvolve atividades de formação e de pesquisas clínicas e epidemiológicas; e o segundo critério é o seu caráter público, que faz com que a prática médica esteja marcada por maiores tensões sociais, econômicas, políticas, em relação a um hospital privado, que podem repercutir na formação médica. Participaram da pesquisa, fundamentalmente, internos, alunos de graduação em medicina que ainda não chegaram no internato das disciplinas de Clínica, residentes e preceptores médicos que atuam na enfermaria. A obtenção e produção de dados foram realizadas por meio do trabalho etnográfico através da observação das visitas médica e interdisciplinar, passagem ao leito, apresentação de caso e observação dos comunicados médicos, analisando práticas concretas experienciadas no contexto da investigação. Este material compôs o registro do diário de campo, em que foram compiladas ações individuais e coletivas, processos significativos que envolvem a complexa dinâmica relacional do aprendizado, a descrição dos contextos em que a ação acontece, a linguagem utilizada pelos atores sociais no campo, o que estes definem como interessante, problemático sobre as emoções no hospital. Para efetivar a triangulação dos dados outra técnica de coleta de dados adotada foi a realização de entrevistas semi-estruturadas com internos, alunos de graduação em medicina das disciplinas de Clínica, residentes e preceptores médicos. A construção deste estudo se justifica primeiro, pela incipiência de pesquisas que abordem o aprendizado sobre emoções na formação médica, uma vez que parte das investigações afirma que esta questão não é /ou é pouco contemplada na formação, tomando apenas o arranjo curricular como objeto de atenção, abrindo mão das práticas, que atravessam o processo de formação e da análise da situação em que a experiência emotiva acontece; e segundo, pela contribuição que uma abordagem teórico-etnográfica pode ter para enriquecer a compreensão sobre a aprendizagem em um contexto de práticas como o hospital, uma instituição socializante, que se tornou a partir do séc. XVIII um dispositivo fundamental de ensino e tratamento. Os resultados da pesquisa apontam que os alunos do internato e da graduação de medicina das disciplinas de Clínica e os residentes, após experienciarem no encontro clínico um conflito emotivo, afirmam que não estão sendo/foram preparados na sua formação para lidar com as emoções do paciente. Este discurso ganhava eco na cena clínica que implicasse ameaça, sofrimento e a escuta das emoções: a raiva diante da impossibilidade de cura, a surpresa ao receber o comunicado de um diagnóstico, a tristeza diante do afastamento da família na internação, o medo do paciente de fazer uma cirurgia. Mas a frase: “não somos preparados  (a conjugação do verbo ser no plural, remetendo-se a um nós, sinalizava que se tratava também de um fenômeno que tem dimensão coletiva)  para lidar com estas experiências na formação” vinha frequentemente acompanhada pelas emoções do médico ou aprendiz, que apontavam para uma tensão estruturante entre saber e sentir na prática da medicina. A tensão entre a busca do saber e as emoções despertas neste processo atravessa o aprendizado e a prática médica, ganhando relevo na formação da identidade profissional e na aquisição do habitus do trabalho médico. Os achados etnográficos indicam que, embora haja essa percepção de não preparação na formação, nas observações dos seus sistemas de práticas: as visitas médicas, apresentações de caso, os encontros clínicos, identificou-se na categoria médica um repertório de diferentes práticas frente à experiência emotiva: dizer ao paciente para parar de chorar, lançar mão do discurso religioso, silenciar, ser empático, antecipar a finalização do encontro clínico e voltar o foco do atendimento para a informação técnica. Existe então um aprendizado sobre o lidar com as emoções, que orienta as práticas no hospital. Estas práticas eram compartilhadas, revelavam uma história de saber-fazer, inventando cotidianamente soluções para as questões concretas que a experiência emotiva impunha naquele contexto e apontavam para o desenvolvimento de habilidades. Verifica-se então que embora a medicina tenha caminhado na direção de uma crescente racionalidade científica, nela seria possível identificar uma compreensão prática que a mantém ligada ao contexto social em que ela se dá, ao mundo da vida. Mesmo buscando intervir sobre um eixo bastante limitado: os aspectos biológicos da doença, a prática médica abarcaria mais dimensões do que esta pretenderia lidar: a experiência, os valores, julgamentos, as emoções, haveria uma série de supostos que os médicos e aprendizes trazem e/ou compartilham com outros na prática médica, que teriam um espaço, mesmo que reduzido, tornando irrealizável o ideal de cientificidade pautado na racionalidade, neutralidade e objetividade. A proposta desta pesquisa foi construir um caminho alternativo as análises panorâmicas que tomam a biomedicina e as emoções como realidades já dadas, para entender os modos como são aprendidas, sem perder de vista o que os atores envolvidos têm a dizer e o universo das práticas. Este percurso está ancorado na premissa de que os atores sociais estão no movimento de interpretação da vida. A compreensão não lhes é alheia, na medida em se configura em uma condição do nosso ser no mundo. Isso significa que constroem significados sobre os eventos com que estão envolvidos, os quais deixam suas marcas inscritas em seus engajamentos práticos com o mundo.

2414 Circuito da saúde: experiência de integração ensino-comunidade e educação interprofissional
Marselle Nobre de Carvalho, Ana Caroline Ferreira, Jéssica Taynara Moreira de Oliveira, Mylena Ronchi, Vitor Alves Viegas, Alessandra Nunes Bertuol, Brendow Krambeck

Circuito da saúde: experiência de integração ensino-comunidade e educação interprofissional

Autores: Marselle Nobre de Carvalho, Ana Caroline Ferreira, Jéssica Taynara Moreira de Oliveira, Mylena Ronchi, Vitor Alves Viegas, Alessandra Nunes Bertuol, Brendow Krambeck

Apresentação: No primeiro ano dos cursos de enfermagem, farmácia e medicina da Universidade Estadual de Londrina (UEL), os estudantes experimentam a educação interprofissional em atividades teórico-práticas durante o módulo “Práticas de Interação Ensino-Serviço-Comunidade I”, que está organizado em cinco movimentos, com objetivos de aprendizagem específicos, que vão desde o conceito de cuidado em saúde ao trabalho em equipe. O movimento 4 tem como conceito central a promoção da saúde e a operacionalização do conceito ocorre por meio de intervenção nas famílias e ou comunidade. Este relato de experiência se refere ao planejamento, execução e avaliação da intervenção denominada “Circuito da Saúde”, cujo objetivo foi promover educação em saúde para crianças de uma escola municipal na cidade de Londrina – PR. Desenvolvimento do trabalho: No primeiro encontro em sala de aula, para abertura do movimento, tutora e estudantes decidiram realizar uma intervenção na escola de ensino fundamental do território da UBS de referência para as atividades práticas do módulo. Essa escola foi identificada no movimento 2, quando os estudantes realizaram a territorialização da área de abrangência da UBS. No segundo encontro do movimento 4, a tutora e os estudantes, de forma integrada e participativa, planejaram a intervenção, pensando em cada detalhe do processo de execução do circuito. Resultados: A intervenção de educação em saúde foi realizada com crianças entre 10 e 11 anos de idade, estudantes do 5° ano. O circuito de saúde foi composto por cinco estações temáticas, organizadas de modo sequencial. O tema da estação 1 foi “Lavagem de Mãos” e contou com duas estudantes do curso de enfermagem, que orientaram as crianças sobre higiene corporal e lavagem das mãos. A estação 2 foi “Alimentação Saudável” com estudantes de medicina e farmácia, que orientaram sobre alimentos saudáveis e não saudáveis. Logo após a orientação, as crianças tiveram que montar sua própria pirâmide alimentar. A estação 3, “Descartes de Resíduos”, foi composta por estudantes de enfermagem e medicina, que informaram as crianças sobre o tempo de decomposição dos materiais e orientaram sobre o descarte correto de resíduos. A estação 4 abordou a “Escovação de Dente e Prevenção de Carie”, contou com estudantes enfermagem e medicina, que utilizaram um kit macro (boca e escova). A estação 5 sobre “Atividade Física” foi composta por estudantes dos três cursos, que orientaram as crianças sobre a importância da brincadeira, do movimento e da atividade física para o crescimento e desenvolvimento infantil. Ao final do circuito, as crianças foram para a quadra da escola e brincaram de amarelinha e cama elástica. Considerações finais: Em todas as etapas da atividade de intervenção, desde a idéia até a realização, os estudantes participaram de forma integrada, compartilhando saberes e construindo juntos. Foi interessante ver estudantes de enfermagem e medicina orientando sobre prevenção de cárie e escovação de dentes, bem como estudantes de farmácia orientando sobre alimentação saudável e atividade física e estudantes de medicina e enfermagem orientando sobre descarte de resíduos, que geralmente não são conteúdos específicos da formação nuclear de cada um desses cursos.

2008 DEMARCANDO O TERRITÓRIO COBERTO POR UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO INTERIOR DO AMAZONAS
Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Karla Maria Carneiro Rolim, Maria Solange Nogueira dos Santos, Mirna Albuquerque Frota, Herika Paiva Pontes, Patrícia dos Santos Guimarães, Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira

DEMARCANDO O TERRITÓRIO COBERTO POR UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO INTERIOR DO AMAZONAS

Autores: Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Karla Maria Carneiro Rolim, Maria Solange Nogueira dos Santos, Mirna Albuquerque Frota, Herika Paiva Pontes, Patrícia dos Santos Guimarães, Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira

Apresentação: O Sistema Único de Saúde (SUS), que foi instituído pela Constituição Federal de 1988, tendo como princípios fundamentais, universalidade, igualdade, descentralização, o atendimento integral ao usuário, além de sua participação na gestão, fiscalizando e acompanhando as ações e serviços de saúde. Os sistemas de saúde como um todo devem se organizar sobre uma base territorial central para atender as demandas daquela população assistida, onde a distribuição dos serviços segue uma lógica de delimitação de áreas de abrangência de acordo com a cobertura demarcada. O território em saúde não é apenas um espaço delimitado geograficamente, mas sim um espaço onde as pessoas vivem, estabelecem suas relações sociais, trabalham e cultivam suas crenças e cultura. A territorialização possibilita a proximidade dos usuários aos serviços oferecidos e a facilidade do acesso ao sistema, em função da cobertura do Agente Comunitário de Saúde (ACS). Estes são fundamentais nos serviços de saúde, pois estão em contato direto com os usuários dos serviços de saúde e veem de perto a realidade da população. A análise das diversas situações de saúde tem uma lógica territorial muito relacionada ao espaço devido as suas distribuições populacionais, com diversas similaridades culturais e socioeconômicas com suas respectivas peculiaridades, sendo dever do Estado organizar e implementar ações nessa base territorial e, a não implementação dessas ações gera conflitos, por não haver compromisso com o usuário, gerando problemas também na gestão de setores como da saúde. O reconhecimento e conhecimento do território abrangido pela Unidade Básica de Saúde (UBS) é o passo primordial para a caracterização dos problemas de saúde da população residente naquele local, bem como para avaliação do impacto dos serviços sobre os níveis de saúde da mesma. Sendo caracterizada por uma população específica, vivendo em tempo e espaço singulares, com problemas e necessidades de saúde determinados pelas suas necessidades de atenção básica de saúde, os quais para sua resolução devem ser compreendidos e visualizados especialmente por profissionais e gestores das distintas unidades prestadoras de serviços de saúde, visando suprir os problemas básicos de saúde a fim de melhorar o acesso dessa população aos serviços de saúde. Esse território apresenta, portanto, muito mais que uma extensão geométrica, também um perfil demográfico, epidemiológico, administrativo, tecnológico, político, social e cultural que o caracteriza e se expressa num território em permanente construção. A territorialização torna-se desse modo, a base fundamental do trabalho das Equipes de Saúde da Família (ESF) para a prática da Vigilância em Saúde naquela região. Isso permite eleger prioridades para o enfrentamento dos problemas identificados nos territórios de atuação, o que refletirá na definição de medidas mais adequadas de acordo com os problemas encontrados, contribuindo para o planejamento e programação local de ações voltadas para aqueles usuários dos serviços. Para tal, é necessário o reconhecimento e mapeamento do território: segundo a lógica das relações e entre condições de vida, saúde e acesso às ações e serviços de saúde. Isso implica um processo de coleta e sistematização de dados demográficos, socioeconômicos, político-culturais, epidemiológicos e sanitários que, posteriormente, devem ser interpretados e atualizados periodicamente pela equipe de saúde. A Estratégia de Saúde da Família (ESF): tem como objetivo: área delimitada, população adscrita, ações de: promoção, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes. A atenção básica é desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, de acordo com as necessidades locais, sob forma de trabalho em equipe, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações, procurando identificar as necessidades de saúde e ações para os problemas ali encontrados. A estratégia de saúde pressupõe o princípio da Vigilância à Saúde, a interdisciplinaridade e multidisciplinaridade e a integralidade do cuidado sobre a população que reside na área de abrangência de suas unidades de saúde. Uma das atribuições dos profissionais de saúde é “participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades”. A territorialização é um pressuposto básico do trabalho da unidade de saúde, precisamos, portanto, cuidar do território, da saúde do município, além da saúde das pessoas que residem no local e, para que isso aconteça, exige-se que as pessoas participem da definição dos problemas prioritários e de sua solução, incluindo também o reconhecimento das suas potencialidades. A territorialização possibilita, portanto, um melhor acesso dos usuários ao serviço de saúde e a facilidade do acesso ao sistema, em função da cobertura do ACS. Cada território possui peculiaridades em respeito a seus usuários e equipes, à sua capacidade de estrutura física e recursos financeiros, organização social, conflitos e contradições inerentes ao local em que se encontra inserido. Assim, as estratégias para a melhora dos sistemas de saúde terão que se adequar, necessariamente, a essas diferenças regionais, pois não existe um padrão único e imutável de gestão, por isso as gestões principalmente as de saúde sejam flexíveis a mudanças continuas, segundo as necessidades das populações. Justifica-se este trabalho pelo fato do não conhecimento preciso da área de abrangência coberta pela UBS Luís Carlos do Herval, localização das residências e seus respectivos endereços, para fins posteriores a elaboração de estratégias voltadas para aquela região. O objetivo deste trabalho é o remapeamento territorial da área de abrangência coberta pela unidade básica de saúde Luís Carlos do Herval no município de Coari. Desenvolvimento: Esse trabalho de remapeamento foi realizado na UBS Luís Carlos do Herval situada em Coari no Estado de Amazonas. Este trabalho fez parte do cronograma de estágio da disciplina Enfermagem em Saúde Coletiva fazendo parte da grade curricular do curso Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Realizado no período de fevereiro a maio de 2016, onde foram desenvolvidas uma série de atividades, e o remapeamento da área de abrangência e sua divisão por micro-áreas da UBS foi uma delas, onde o grupo de acadêmicos que compunham a equipe de estágio ficou responsáveis pela sua realização. O presente trabalho desenvolveu-se de modo manual, realizando-se visitas observacionais nas dependências das micro-áreas, anotando a numeração dos imóveis, identificando o tipo de estabelecimento juntamente com sua funcionalidade. Resultados: Com a reunião das informações coletadas, foi possível criar um mapa situacional ao qual possibilita uma visão geral de toda a área de abrangência da UBS. Através desse remapeamento foi possível criar um mapa situacional, possibilitando ter uma visão ampla de toda área coberta pela UBS. Foi possível fazer acontecer uma integração entre as micro-áreas, facilitando a identificação direto no mapa identificando e marcando as áreas com possíveis fatores e os fatores de riscos em si, propiciando a criação de ações voltadas para o combate aos mesmos. Possibilitando, também de maneira mais eficaz e rápida a identificação de áreas de riscos para a saúde. Apesar de outras equipes de estágio já terem passado por essa mesma UBS, as mesmas não tiveram essa ideia da criação desse instrumento muito útil na área de saúde. Conclusão: Portanto as relações entre mapeamento e saúde andam lado a lado, pois ambas se completam, através da visão que o mapa nos fornece temos a base de como agir em determinadas situações fazendo interligações entre surgimentos de agravos em determinadas localidades verificando de ambas tem ligações entre si, ou são casos isolados.

5157 Cartografar o acesso às ações e serviços de saúde nos territórios solidários: Populações do Campo, da Floresta e das Águas.
Jacinta de Fátima Senna da Silva

Cartografar o acesso às ações e serviços de saúde nos territórios solidários: Populações do Campo, da Floresta e das Águas.

Autores: Jacinta de Fátima Senna da Silva

O trabalho concentrou-se em conhecer as percepções das condições do acesso das populações do campo, da floresta e das águas às ações e serviços no Sistema Único de Saúde nos territórios cartografados. Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa, realizado entre 2015 e 2016, que buscou o entendimento de fenômenos complexos específicos, de natureza social e cultural, mediante descrições, interpretações e comparações. A metodologia adaptada para o objetivo da pesquisa utilizou técnicas de percurso cartográfico de campo. O processo cartográfico foi operacionalizado em cinco fases e contou com a participação de grupos de cerca de 14 pessoas, resultando na construção de  imagens  cartográficas dos territórios e do acesso aos serviços de saúde, plano de ação e proposta de arranjo de atenção à saúde que foram devolvidos à respectivas comunidades. Os resultados e achados indicaram a capacidade, alteridade e pertencimento desses povos na identificação de suas necessidades de vida e saúde nos territórios e a busca de soluções para as situações - problema. Quanto ao acesso, confirmou-se que a atenção básica, ainda, é uma porta estreita no cuidar em saúde. I. Objetivo: cartografar as percepções e opiniões de gestores, conselheiros de saúde, profissionais da atenção básica e representantes de movimentos sociais referentes ao acesso das populações de campo, da floresta e das águas às ações e serviços de saúde. II. Método: Na elaboração do trabalho foram desenvolvidas as seguintes atividades: levantamento e revisão da literatura, levantamento de literatura nacional e internacional sobre acesso, pesquisa documental, incluindo legislação e dados de sistemas oficiais; e técnicas metodológicas do percurso cartográfico em cinco fases nos territórios e contou com a participação de grupos de cerca de 14 pessoas. III. Resultados: Os achados apontaram que a centralidade das percepções, discussões e proposituras concentram-se na busca de estratégias e soluções para o desenvolvimento sustentável de seus territórios, assim como o fortalecimento de formas associativas e a melhoria das condições de acesso à saúde integral e contínua. Pois, a atenção básica, ainda, configura-se como uma porta estreita no cuidar em saúde dessas populações. Considerações: Os resultados cartográficos poderão contribuir para o aporte de arranjos territoriais que conecte e interconecte os pontos de atenção à saúde em uma rede viva e solidária na perspectiva da realidade loco-regional, buscando propiciar o real cuidar em saúde promotora, integral e contínua a esses povos. É imprescindível uma forte ação política dos movimentos sociais a fim de fortalecer os conselhos de saúde para que sejam atuantes e vigilantes na implementação das políticas equitativas de saúde, o que exige estratégias de formação política constantes visando a alcance da participação popular ativa e o exercício da democracia participativa em defesa do direito humano à saúde e do Sistema Único de Saúde.