198: Formação profissional e tecnologias educacionais: o que dizem as experiências?
Ativador: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 02 Sala 02 - Bodó    Horário: 15:30 - 17:30
ID Título do Trabalho/Autores
5050 Plataforma de Ensino à Distância como estratégia de ensino complementar na valorização do SUS durante a graduação de medicina
Luana Dias Batista, Bahiyyeh Ahmadpour Furtado, Ícaro Zurra Vasconcelos, Lucas Katsutoshi Sugano, Pablo Phillipe Cândido dos Santos, Suany Serudo Meirelis, Thiago Mendonça Buetto, Maria Amanda Duarte Pinheiro

Plataforma de Ensino à Distância como estratégia de ensino complementar na valorização do SUS durante a graduação de medicina

Autores: Luana Dias Batista, Bahiyyeh Ahmadpour Furtado, Ícaro Zurra Vasconcelos, Lucas Katsutoshi Sugano, Pablo Phillipe Cândido dos Santos, Suany Serudo Meirelis, Thiago Mendonça Buetto, Maria Amanda Duarte Pinheiro

Introdução: O Ensino à Distância (EAD) é um sistema no qual a tecnologia é utilizada na mediação das interações entre alunos e professores, permitindo a veiculação de conteúdos por intermédio de diferentes mídias, a criação de atividades avaliativas e a discussão de temas referentes à disciplina de forma online. Além disso, ele também gera ambiente flexível que valoriza as particularidades do aprendizado de cada participante da disciplina sem que haja perda na qualidade, tendo em vista que as atividades podem ser feitas no horário que for mais conveniente aos alunos. O objetivo deste relato é apresentar a experiência do uso da Plataforma de Ensino à Distância na disciplina de Saúde Coletiva II do curso de medicina da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Descrição da experiência: Com o objetivo de complementar o ensino na disciplina de Saúde Coletiva II, foi criado um ambiente virtual para discussões em fóruns através da “UFAM Virtual”, projeto que utiliza a plataforma Moodle para hospedar cursos online desenvolvidos na UFAM. O ambiente online foi subdividido a partir de temas das aulas presenciais, que focavam nas redes de atenção à saúde. A cada semana, em forma de rodízio, uma parte dos alunos da disciplina visitava uma unidade de saúde, enquanto outra parte elaborava um caso a respeito de um personagem fictício que enfrentava problemas de saúde e necessitava do apoio da unidade abordada, o qual deveria ser postado com antecedência na plataforma. O restante dos alunos, que não participaram da visita, tinham como tarefa, discutir o caso apresentado no fórum virtual disponível no curso, a qual seria avaliada conforme critérios estabelecidos previamente e apresentados no plano de ensino da disciplina e em sala no primeiro dia de aula. Também foram ofertadas, através do curso online, referências bibliográficas relacionadas à temática do curso, as quais poderiam ser consultadas tanto como material de estudo para as atividades online, como para as realizadas presencialmente. Resultados: Como resultado da utilização do curso online, os acadêmicos adquiriram uma visão mais abrangente acerca do funcionamento do Sistema Único de Saúde e da sua importância na vida das pessoas. Os exercícios disponíveis na plataforma permitiram aos alunos desenvolver a autonomia necessária para pesquisar sobre o assunto, bem como a visão crítica para perceber falhas presentes no sistema de saúde brasileiro, além de propor melhorias para saná-las. Ele também permitiu aos estudantes obter um melhor desempenho das atividades avaliativas realizadas nas aulas presenciais da disciplina, demonstrando que as duas modalidades de ensino podem se complementar para a obtenção de resultados acadêmicos melhores. Considerações finais: O EAD é uma ferramenta cujo uso deve ser mais bem explorado no ensino da Medicina. Ele tem o poder de desenvolver habilidades de participação, autonomia e visão crítica entre os alunos, além de facilitar o aprendizado dos estudantes. Ademais, o uso da plataforma é considerado simples e dinâmico, não exige grandes conhecimentos tecnológicos e insere o aluno em modalidades de aprendizagem que foge ao tradicional, permitindo a ele pensar “fora da caixa”.  

1018 Curso EaD de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano
Magda Machado Saraiva Duarte, Daniela Buosi Rohlfs, Jamyle Calencio Grigoletto, Tiago de Brito Magalhães, Rosane Cristina de Andrade, Renan Neves da Mata, Aristeu de Oliveira Júnior, Camila Vicente Bonfim

Curso EaD de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano

Autores: Magda Machado Saraiva Duarte, Daniela Buosi Rohlfs, Jamyle Calencio Grigoletto, Tiago de Brito Magalhães, Rosane Cristina de Andrade, Renan Neves da Mata, Aristeu de Oliveira Júnior, Camila Vicente Bonfim

A ampliação do conceito de saúde, feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1946 subsidiou a ideia de que o ambiente influenciava a saúde e vice-versa. Essa relação ganha forte respaldo nacional e internacional na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD ou Rio/92), quando se instituiu o compromisso da definição e adoção de um conjunto de políticas de meio ambiente e de saúde, no contexto do desenvolvimento sustentável. Para tanto, a introdução da “saúde ambiental” no âmbito da vigilância foi traçada como diretriz do Plano Nacional de Saúde e Ambiente no Desenvolvimento Sustentável (1995). Assim, a Vigilância em Saúde Ambiental abrange as ações que inteiram-se das mudanças nos elementos condicionantes e determinantes do ambiente que interferem na saúde humana. A Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano, por sua vez, consiste no conjunto de ações adotadas regularmente pela autoridade de saúde pública para verificar o atendimento ao padrão de potabilidade vigente, considerados os aspectos socioambientais e a realidade local, no contexto de gerenciamento de riscos à saúde relacionados à água utilizada para consumo humano. Este trabalho é, portanto, o relato de uma estratégia do Ministério da Saúde (MS), por meio do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua), de disponibilizar um curso em plataforma de ensino à distância (EaD), que tem como principal objetivo capacitar os profissionais da Vigilância em Saúde para atuação nas ações de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano. O curso está dividido em módulos que detalham as ações através de temas que vão desde o entendimento da origem da vigilância em saúde ambiental e da vigilância da qualidade da água para consumo humano no Brasil, perpassando pelos principais marcos conceituais, institucionais e legais, até assuntos que dão sustentação técnica às atividades de rotina do programa, como o cadastramento das formas de abastecimento de água, inspeções sanitárias, além do monitoramento e avaliação da qualidade da água consumida pela população. Esta iniciativa busca não somente a capacitação dos profissionais que atuam nos municípios, mas também a instrumentalização das ações, compreendendo a diversidade dos profissionais que ocupam as secretarias estaduais e municipais de saúde e ainda a importância da educação permanente nos processos de promoção da saúde e prevenção de doenças. O protagonismo do profissional em seu processo de trabalho é essencial tanto para a continuidade das ações quanto para a disseminação das mesmas. A ideia central é que as principais ações sejam de conhecimento de todos esses profissionais e que eles consigam reproduzir capacitações para outros técnicos, entendendo a vigilância da qualidade da água para consumo humano como uma atividade contínua e de grande importância para a saúde da população brasileira.

1467 Tele-educação: uma ferramenta para o desenvolvimento de Educação Permanente em Saúde no estado de Sergipe.
Flávia Priscila Souza Tenório, Eneida Carvalho Gomes Ferreira

Tele-educação: uma ferramenta para o desenvolvimento de Educação Permanente em Saúde no estado de Sergipe.

Autores: Flávia Priscila Souza Tenório, Eneida Carvalho Gomes Ferreira

Apresentação No mundo atual, as necessidades de mudanças e atualizações são rápidas, na área da saúde, isso é ainda mais intenso, pois o panorama de saúde sofre alterações constantes, exigindo dos profissionais de saúde que estejam sempre se capacitando e buscando novos conhecimentos. Essa realidade torna-se um desafio para os profissionais da Atenção Primária em Saúde (APS), pois muitos estão distantes dos grandes centros formadores e atrelada a isso, a complexidade da APS, exige desses profissionais uma formação diferenciada para atender as demandas desse nível de atenção, mas muitos são formados e capacitados em práticas desconectadas da realidade e distante do que irão enfrentar no seu dia-a-dia de trabalho. Com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s), vê-se a possibilidade de melhoria no cuidado, para tanto, surge o Telessaúde Brasil Redes como uma ferramenta que busca apoiar as carências surgidas no decorrer da construção do processo de cuidado no território, proporcionando a possibilidade do fazer diferenciado das Equipes de Saúde da Família (ESF). Dessa forma, ele se constitui um importante instrumento de apoio à tomada de decisões, diminuindo o tempo e gasto de recurso financeiro no sentido de resolver situações locais, além de ser uma ferramenta estratégica para qualificação dos trabalhadores no SUS. Em Sergipe, o Núcleo Telessaúde está sob a governabilidade da Secretaria Estadual de Saúde (SES) sendo suas ações operacionalizadas através da estrutura organizacional da Fundação Estadual de Saúde – FUNESA. O referido núcleo compõe uma das coordenações da Funesa, composta por profissionais de diversas formações, que atuam como teleconsultores, telerreguladores, monitores de campo, técnicos em informática, analistas educacionais e auxiliares administrativos. Todos responsáveis pelo desenvolvimento e disponibilização das  ofertas de serviços: teleconsultoria, segunda opinião formativa e tele-educação. Esta última, tem sido aperfeiçoada na perspectiva de melhor qualificar as ESF nos municípios de Sergipe. A experiência relatada no presente resumo tem o objetivo de apresentar como a ferramenta da tele-educação, na perspectiva da Educação Permanente em Saúde (EPS), pode contribuir para repensar e reconstruir práticas no cotidiano do SUS. Desenvolvimento do trabalho No Núcleo de Telessaúde Sergipe, as atividades de tele-educação são ofertadas, prioritariamente, para os profissionais das ESF (médico, enfermeiro, auxiliar e / ou técnico de enfermagem, odontológo, auxiliar e / ou técnico em saúde bucal, agente comunitário de saúde) dos 75 municípios que compõem o Estado de Sergipe. Tais atividades estão pautadas nas diretrizes da EPS mediada por TIC’s que permite o aperfeiçoamento de mecanismos participativos, respeitando o conhecimento dos profissionais e ampliando os espaços de aprendizagem no próprio local de trabalho. A tele-educação é uma atividade educacional que utiliza as ferramentas tecnológicas como meio para apoiar a formação dos trabalhadores do SUS, de acordo com a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS). Podem ser desenvolvidas em diversos formatos: Cursos, módulos educacionais, web aulas/ web palestras em modalidade à distância. Em Sergipe, o Núcleo de Telessaúde optou por trabalhar com o formato de web palestras, sendo realizadas a cada 15 (quinze) dias com a participação de profissionais com notório saber sobre as diversas especialidades temáticas para apresentação e discussão do conteúdo, com a possibilidade de interação por meio de perguntas e respostas facilitadas pela figura de um mediador. As webpalestras são realizadas de modo síncrono (transmissão ao vivo) por meio de ferramentas virtuais e gravadas para serem utilizadas de forma assíncrona com a possibilidade de socializar o vídeo com os profissionais que não tiveram a oportunidade de participar em tempo real, além de permitir revisitação. A estrutura dessa ação ocorre com o tempo de duração máximo de 02 (duas) horas por atividade.  Nesse contexto, é que são desenvolvidas ações de tele-educação utilizando o próprio espaço de trabalho, como campo de reflexão. As demandas de tele-educação são construídas a partir de oficinas realizadas pela equipe de campo do telessaúde nos diversos municípios onde são extraídos temas importantes para serem compreendidos e estudados nesses momentos; outros temas são identificados pela gestão estadual como pertinentes para serem abordados como forma de indução de política de saúde. No momento da teorização, ou seja durante a tele-educação, grande parte dos profissionais participam ativamente, apesar ser uma modalidade educacional à distância, a ferramenta permite que o conteudista e os profissionais da ESF dialoguem, esclareçam dúvidas, para que de fato, o trabalhador possa refletir, ressignificar e incorporar novos fazeres à sua prática. Resultados e/ou impactos Desde 2014, quando Sergipe iniciou as ofertas de tele-educação, foram desenvolvidas trinta seis ações dessa natureza com a abordagem de diversos temas que envolveram processos de trabalho, orientação de fluxos de cuidado integral na rede, esclarecimentos relacionado às patologias e manejos clínicos, dentre outras. Contemplando 8.501 profissionais, aproximadamente, com a maior participação de agentes comunitários de saúde, seguido de enfermeiros (as). A estratégia de qualificar em tempo real e envolver grande quantidade de profissionais e gestores oriundos de municípios distintos para tratar de conteúdos pertinentes e semelhantes poderia ocasionar desassistência aos serviços pela ausência dos profissionais, além de grandes gastos com infra estrutura e tempo de deslocamento para a capital. Tal fato é desconstruído através das ações de tele-educação, cuja capilaridade para dentro dos territórios facilita o acesso aos momentos de EPS, possibilitando a discussão de temáticas à distância com diversos atores e especialistas, além de propiciar o debate salutar e aprendizado no próprio ambiente de trabalho. Essa ação têm sido identificada como positiva por profissionais e gestores, na perspectiva de revisão de trajetórias e instituição de novas práticas no SUS. Considerações finais. A necessidade em desenvolver tele-educação é constante, pois a cada ação surgem outras necessidades de aprendizagem identificadas pelos trabalhadores como reflexo do pensar o cotidiano sob outra ótica, fomentada muitas vezes pela discussão em equipe. Outra inferência dessa atividade diz respeito ao formato de web-conferência enquanto um espaço de debate de elementos que envolvem vários profissionais para além da ESF, amplia o debate entre outros municípios do Estado. Portanto, fica notória a importância da tele-educação, enquanto uma ferramenta potente para qualificar e aperfeiçoar práticas, tendo em vista fomentar a qualificação no próprio espaço de trabalho, dialogando com seus pares, repensando coletivamente suas ações, planejando e revisando práticas nos serviços de saúde com vistas à melhoria do cuidado à população assistida e consolidação do SUS em Sergipe.

5101 Projeto Redes Virtual: Governança digital e articulação em Redes Intersetoriais.
juliana maria moura nascimento silva, Fernanda Maria Duarte Severo, Cassia de Andrade Araujo

Projeto Redes Virtual: Governança digital e articulação em Redes Intersetoriais.

Autores: juliana maria moura nascimento silva, Fernanda Maria Duarte Severo, Cassia de Andrade Araujo

A gestão de informação e do conhecimento cumpre, principalmente, as funções de registro histórico (memória e identidade), transparência e acesso a informação, e de qualificação das ações, visando o monitoramento e planejamento sistemático. A existência de conteúdos produzidos e circulantes entre os sujeitos, instituições e organizações colabora ainda para a tomada de decisões ou simplesmente para uma prática cidadã, mediada ou não por tecnologias. A informação é qualquer forma física de representação de conhecimento ou de um pensamento, usada para comunicação, sendo a representação do conhecimento estéril até que seja relacionada às pessoas que a produzam ou que sejam afetadas por ela. Esta proposta de investigação pretende registrar o desenvolvimento da Plataforma Digital Redes Virtual, discutindo conceitos de governança digital e gestão do conhecimento das práticas de articulação intersetorial nos territórios do Projeto Redes[1], utilizando recursos da ferramenta digital e os documentos basilares do Projeto Redes, gerando insumos para o monitoramento da política intersetorial de atendimento a usuários de drogas, em consonância com premissas contemporâneas de Gestão de Informação e Conhecimento. É um “Ambiente Virtual de Aprendizagem” com um conceito de governança colaborativa e intersetorial, trabalhando com mediações tecnológicas que potencializam a consolidação dos saberes e intercâmbios de conhecimentos das práticas de cuidado das Redes de Atenção Psicossocial e das Redes Intersetoriais de Álcool e outras Drogas.  Este espaço virtual configura-se como uma ferramenta privilegiada de sistematização dos conteúdos produzidos pelos atores do Projeto Redes, sensibilizando e mobilizando atores estratégicos durante a sua execução, em todo o território nacional. A Plataforma Digital Redes Virtual é extensão criativa e solidária, colaborando com a sistematização e disseminação das ações realizadas, acolhendo as especificidades dos território. É uma ferramenta estratégica para disseminar a tecnologia de articulação intersetorial, e outras tecnologias sociais leves no campo da educação em saúde.  Tem a função de comunicação pública visando a transparência institucional associando princípios de emancipação, e novas práticas de coordenação das atividades, parcerias e fóruns deliberativos. É o repositório das atividades e produções, oportunizando a construção coletiva de uma memória digital do projeto, a exemplo da biblioteca virtual com registros em diferentes formatos de mídias com depoimentos em vídeo que agregavam memórias de um “trabalho vivo”. Pensando a gestão da informação e conhecimento no campo da saúde, para garantir acesso e exercício da cidadania, é fundamental considerar a capacidade de acesso a informação de todos os agentes envolvidos no processo. A mediação é um processo dinâmico, no qual o uso dos métodos, ferramentas e signos pode ser modelado pelos indivíduos, resultando na alteração de fluxos e estruturas das funções mentais, em que os atores co-produzem saberes e práticas pautadas nos determinantes sociais da saúde-doença-cuidado, no horizonte da promoção da saúde e da qualidade de vida. [1] Projeto REDES – Articulação Intersetorial de Políticas sobre Drogas, desenvolvido desde 2014 pela Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) do Ministério da Justiça e Segurança Pública