199: Práticas afirmativas e políticas de equidade como desafios à formação e ao trabalho em saúde
Ativador: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 02 Sala 03 - Candiru    Horário: 15:30 - 17:30
ID Título do Trabalho/Autores
2174 ACOLHIMENTO A IMIGRANTES HAITIANOS E SENEGALÊS EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA/RS
Vania Celina Dezoti Micheletti, Camila Regina Lopes, Hanna Aparecida Oneta, Ediane Venturin

ACOLHIMENTO A IMIGRANTES HAITIANOS E SENEGALÊS EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA/RS

Autores: Vania Celina Dezoti Micheletti, Camila Regina Lopes, Hanna Aparecida Oneta, Ediane Venturin

O Brasil tem um longo histórico de imigração desde sua descoberta e acolhe imigrantes de diferentes nacionalidades motivados por diversos objetivos e com expectativas de uma vida melhor com mais oportunidades de inclusão sócio-político-cultural. No município de Venâncio Aires/RS, nos últimos anos houve grande chegada de imigrantes de origem africana. Vivendo em nosso país, tornam-se cidadãos brasileiros, e a eles competem todas suas obrigações e direitos como tal. O acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) é um de seus direitos. Portanto, através deste estudo buscaram-se ferramentas parra assegurar que os princípios de universalidade, equidade e integralidade do SUS sejam respeitados. O principal fator dificultador entre a população haitiana e senegales  é a barreira imposta pela linguagem, uma vez que esses imigrantes não entendem ou falam bem a língua portuguesa e os profissionais de saúde não compreendem ou falam o francês ou crioula, que são as línguas faladas nesses países. Sem conseguir entender as queixas e necessidades, torna-se muito difícil prestar assistência para essa população e restringe o acesso deles ao serviço de saúde. Objetivo: elaborar uma cartilha facilitadora para acolhimento dos imigrantes haitianos e senegalês nas línguas francesa, crioulo e português em uma Unidade de Saúde da Família (USF) no município de Venâncio Aires no Rio Grande do Sul (RS). Método: A proposta de elaboração desse material ilustrativo em formato de cartilha surgiu devido as dificuldades de comunicação encontradas no acolhimento/triagem de imigrantes de língua francesa e crioula, predominantemente de origem haitiana e senegalesa, em uma USF. A cartilha foi elaborada pelo grupo de residentes da Escola de Saúde do Rio Grande do Sul, ênfase em atenção básica, durante sua atuação na USF e pela equipe de profissionais. O conteúdo presente na cartilha é resultante das principais demandas observadas nessa população. Para embasar sua construção foi utilizado o caderno de atenção básica número 28, Volume II, contratação de uma tradutora da língua francesa e crioula e de um cartunista.  Resultado: A cartilha foi elaborada com base nas principais demandas e perguntas chaves dessa população na língua francesa, além de e ilustrações ricas em detalhes que facilitam a compreensão independentemente, do nível de instrução do sujeito, o que facilita a comunicação entre os profissionais de saúde e a população em questão. Com a criação dessa cartilha, principalmente, as mulheres haitianas e senegalesas, estão conseguindo ser mais bem acolhidas e se comunicarem com a equipe da USF. Considerações finais: a realização deste trabalho visou superar as barreiras de comunicação, e garantir acesso desta população por meio deste instrumento de intermediação entre o profissional de saúde e usuários, promovendo a equidade e inclusão dessa população.        

5258 OFICINAS EDUCATIVAS PARA REDUÇÃO DO PESAR DO CÁRCERE E PROMOÇÃO DA SAÚDE DA MULHER PRESIDIÁRIA
Purdenciana Ribeiro de Menezes, Suzélene Chagas Marinho, Camila Teixeira Moreira de Vasconcelos, Odaléia de Oliveira Farias

OFICINAS EDUCATIVAS PARA REDUÇÃO DO PESAR DO CÁRCERE E PROMOÇÃO DA SAÚDE DA MULHER PRESIDIÁRIA

Autores: Purdenciana Ribeiro de Menezes, Suzélene Chagas Marinho, Camila Teixeira Moreira de Vasconcelos, Odaléia de Oliveira Farias

Apresentação: O Ministério da Saúde recomenda a oferta de atendimentos integrais à saúde da mulher que considerassem as necessidades específicas da mulher negra, lésbica, do campo e da floresta, profissionais do sexo e indígenas, dentre outras, onde estão também as que estão privadas de liberdade. É imprescindível promover a atenção à saúde das mulheres em situação de prisão, incluindo a promoção das ações de prevenção e controle de doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids nessa população, estando ampliando o acesso e qualificar a atenção à saúde das presidiárias. Este estudo tem como objetivo relatar a experiência da realização de oficinas para promoção da saúde da mulher em unidade prisional. Desenvolvimento do Trabalho: Trata-se de um relato de experiência, de ações ocorridas no período de janeiro à maio de 2017, em uma unidade prisional mista (masculina e feminina) do interior do estado do Ceará. As oficinas foram realizadas em forma de dramatização, tendo como público-alvo, mulheres reclusas em regime fechado; realizava-se as ações prioritariamente às quintas-feiras de cada semana, abordando assuntos relacionados à saúde. As dramatizações tinham como atores a enfermeira, a técnica de enfermagem e uma mulher reclusa, que era escolhida através de bilhetes enviados, que eram sorteados toda semana. Dado o sorteio da atriz da semana, solicitava-se a agente penitenciária que retirasse a sorteada para ensaio todos os dias, fazia-se o ensinamento e na quinta seguinte apresentava-se a peça. Foram realizado ao todo 12 peças teatrais, com participação de 12 internas presas, que falavam sobre assuntos para a promoção da saúde e do autocuidado. Resultados: Percebeu-se com as ações uma grande procura de atendimentos à saúde para tratar de assuntos relacionados à peças apresentadas. Obteve-se um quântico de 99% de realização de exame de prevenção de câncer de colo de útero; a procura por planejamento familiar, por preservativos, realização de exames de sangue e consultas individuais, aumentaram 88%. Observou-se que os assuntos relacionados à saúde passaram a ser tratados como prioridade na vida das mulheres atingidas pelas ações. Após as peças, obteve-se ganhos na atenção à mulher abrangendo o pré-natal, controle do câncer cérvico-uterino e de mama; diagnóstico, aconselhamento e tratamento de DST/Aids (desde atividades preventivas como distribuição de preservativos e elaboração de material educativo até ações de diagnóstico e tratamento segundo a estratégia de abordagem sindrômica); atenção em saúde mental (prevenção de agravos psicossociais, prejuízo a saúde decorrente do uso de álcool e outras drogas); imunizações; avaliação e orientação para planejamento familiar Considerações Finais: A abordagem à pessoa encarcerada de forma descontraída, torna menos severo a situação de prisão, de modo que, com as ações executadas obteve-se além do ganho na saúde física, também a melhoria da saúde mental e nenhum pouco obstante, o maior ganho, que considera-se neste relato com o ganho da confiança daquelas pessoa tão estigmatizadas.

2702 Oficinas educativas junto a adolescentes em situação de vulnerabilidade social: promovendo saúde, cidadania e empoderamento por meio de ações extensionistas
Elton Junio Sady Prates, Maria Luiza Sady Prates, Lays Figueiredo Inácio Silva, Glaucia Marina Furini Ferreira, Bruna de Oliveira Bueno, Luana Matos Silva Araújo, Maria Ambrosina Cardoso Maia, Raquel Dully Andrade

Oficinas educativas junto a adolescentes em situação de vulnerabilidade social: promovendo saúde, cidadania e empoderamento por meio de ações extensionistas

Autores: Elton Junio Sady Prates, Maria Luiza Sady Prates, Lays Figueiredo Inácio Silva, Glaucia Marina Furini Ferreira, Bruna de Oliveira Bueno, Luana Matos Silva Araújo, Maria Ambrosina Cardoso Maia, Raquel Dully Andrade

Apresentação: O Brasil possui cerca de 24.033.745 adolescentes (12 a 18 anos) e destes 9.263.339 estão na região Sudeste (BRASIL, 2010). A adolescência constitui-se como uma importante etapa do desenvolvimento humano, sendo marcada por características biopsicológicas relacionadas ao crescimento corporal, à maturação sexual e aos contatos interpessoais, do adolescente como sujeito de valores e atitudes (REIS et al., 2013). Diversas são as alterações psicoafetivas e de conduta vivenciada por esse grupo, se apresentando como um grupo vulnerável aos graves problemas contemporâneos, tais como violência, desemprego, fome, trabalho infantil, prostituição e drogas. Por outro lado, a Política Nacional de Atenção à Saúde de Adolescentes e Jovens surge com o grande desafio de programar e desenvolver ações que atendam de modo integral as demandas referentes às distintas vulnerabilidades à saúde dos adolescentes em nosso país (REIS et al., 2013). Nesse sentido, as oficinas educativas são concebidas como o trabalho em grupo que possibilitam a quebra da tradição vertical que existe entre o profissional da saúde e o sujeito da sua ação, sendo uma estratégia facilitadora da expressão individual e coletiva das necessidades, expectativas e circunstância de vida que influenciam a saúde (LACERDA et al., 2013). Assim, essas ações emergem diante da vulnerabilidade apresentada na fase da adolescência e com isso ações de extensão e educação em saúde mostram-se como potenciais instrumentos de promoção ao empoderamento, cidadania, emancipação e de transformação social na vida desses adolescentes, buscando a promoção da saúde individual e coletiva e a constituição de agentes promotores de mudança. Diante disso, objetiva-se relatar as contribuições desse projeto na formação e desenvolvimento desse grupo de adolescentes, no sentido da defesa do seu direito à saúde, qualidade de vida e desenvolvimento do seu pleno potencial. Descrição da experiência: Trata-se de um projeto de extensão intitulado: “Adolescentes em Situação de Vulnerabilidade Social: Desenvolvimento de oficinas educativas”, vinculado ao programa institucional de extensão da Universidade do Estado de Minas Gerais. Este projeto, buscou realizar oficinas educativas sobre temáticas relacionadas à saúde, bem-estar, qualidade de vida, desenvolvimento pessoal, empoderamento, cidadania e construção de projetos de vida, junto a adolescentes em um Centro de Atenção Pró Menor (CAP). As atividades foram desenvolvidas dentro do CAP, uma organização de apoio a adolescentes em situação de vulnerabilidade social. O trabalho de campo foi planejado em conjunto com a equipe profissional atuante do serviço e com os adolescentes atendidos por eles. Iniciou-se o projeto com a realização de um diagnóstico por meio da aplicação de um questionário junto ao público-alvo. Após a definição dos temas, a equipe extensionista reuniu-se para preparação do conteúdo e planejamento das oito oficinas programadas, buscando metodologias ativas, problematizadas e lúdicas. Foram então iniciadas as oficinas educativas utilizando metodologias ativas de aprendizagem à luz de Paulo Freire. Essa metodologia de aprendizagem promove a independência do educando, despertando a curiosidade, encorajando nas tomadas de decisões individuais e coletivas, de modo que o estudante assuma papel ativo na construção e produção do conhecimento, tornando-os reflexivos, dialéticos e acima de tudo agente transformador (BORGES; ALENCAR, 2014). Resultados: Evidenciou-se no decorrer do projeto que houve aprendizado significativo entre os sujeitos, bem como o desenvolvimento da capacidade crítica-reflexiva sobre os agravos que permeiam o período da adolescência. Além disso, o empoderamento desses sujeitos sobre seus direitos e deveres mostra-se imprescindível, visto que o mesmo é um ser de direitos, mas vulnerável para exercê-los por conta própria, tornando-se um preceito ético para que todos os adultos, especialmente os profissionais de saúde, comprometam-se em agir em prol da proteção e da defesa do direito a saúde e bem-estar do adolescente, concebendo aqui a saúde em seu conceito ampliado, em que não resulta apenas da ausência de doença, mas de um conjunto de fatores que os levem a prática de um estilo de vida pleno, equilibrado e saudável. Ressalta-se que o processo das oficinas educativas pautado em métodos ativos e horizontais, onde os saberes se dialogam e se correlacionam, rompe com o método educativo tradicional e contribuiu para o fortalecimento das relações interpessoais entre equipe extensionista e público-alvo e para a reconstrução coletiva dos saberes e práxis cotidianas. Dentro das diversas temáticas abordadas, foi possível denotar o surgimento de diversificadas dúvidas, evidenciando a necessidade de fontes de informações confiáveis. Salienta-se que o alto grau de vulnerabilidade do público-alvo os concebem como um importante grupo para realização de atividades extensionistas, pois o aprendizado proporcionado pelo projeto pode contribuir para formação de agentes de mudança e difusores desses saberes para a comunidade. Dentro das oito oficinas realizadas, buscou-se trabalhar em um círculo e com atividades dialógicas, problematizadoras e dinâmicas que buscam favorecer o processo de ação-reflexão-ação sobre as temáticas abordadas. Salienta-se que, para que haja o exercício da cidadania plena, faz-se necessário que os sujeitos tenham condições democráticas de acesso a bens e serviços e possam reivindicar os seus direitos a uma atenção de qualidade. Além disso, é fundamental o conhecimento dos adolescentes acerca dos seus direitos e deveres estabelecidos pelo ECA, para que os mesmo os tenham como instrumento para exercício da sua cidadania e autonomia. O diagnóstico realizado para a execução das oficinas, corroborou com o desenvolvimento de temáticas do interesse do público-alvo e subsidiou o desenvolvimento de oficinas mais assertivas, de acordo com a necessidade do público-alvo. Destaca-se que foi notório que as oficinas conseguiram promover muito além de conhecimento e saberes, por meio delas foi possível proporcionar formação política e cidadã, que são base para a manutenção e reivindicação da saúde individual e coletiva, convidando esses sujeitos a assumirem o seu papel de protagonista, agentes políticos e promotores de mudança da realidade no qual estão inseridos. Assim, concebendo que política, saúde e cidadania, são um tripé indissociável e que são base para o gozo de todos os direitos constitucionais. Considerações finais: Considera-se, portanto, que este projeto atingiu seus objetivos e contribuiu para o estreitamento das relações academia-sociedade e para a formação de sujeitos críticos, cidadãos, autônomos e políticos. Recomenda-se a ampliação das ações extensionistas, pois além de promover o desenvolvimento do público-alvo, ela estabelece uma interlocução plena entre público-alvo e equipe, colocando os futuros profissionais de saúde em contato com o seu principal instrumento laboral, o outro. ReferênciasBORGES, T. S.; ALENCA, G. Metodologias ativas na promoção da formação crítica do estudante: o uso das metodologias ativas como recurso didático na formação crítica do estudante do ensino superior. Cairu em Revista, Cairu, n. 4, p. 119-143, jul.-ago. 2014. Disponível em: <http://www.cairu.br/revista/arquivos/artigos/2014_2/08 METODOLOGIAS ATIVAS NA PROMOCAO DA FORMACAO CRITICA DO ESTUDANTE.pdf>. Acesso em: 29 mar. 2017. BRASIL. Instituto Nacional do Seminário. População total residente por faixa etária. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.insa.gov.br/censosab/?option=com_content&view=article&id=101&Itemid=100 >. Acesso em: 18 mar. 2017. LACERDA, A. B. M.; SOARES, V. M. N.; GONCALVES, C. G. O.; LOPES, F. C.; TESTONI, R. Oficinas educativas como estratégia de promoção da saúde auditiva do adolescente: estudo exploratório. Audiol. Commun. Res., São Paulo, v. 18, n. 2, p. 85-92, jun. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S231764312013000200006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 mar. 2017. REIS, D. C.; ALMEIDA, T. A. C.; MIRANDA, M. M.; ALVES, R. H.; MADEIRA, A. M. F.  Health vulnerabilities in adolescence: socioeconomic conditions, social networks, drugs and violence. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 21, n. 2, p. 586-594, abr. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010411692013000200586&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 22 mar. 2017. 

2796 Oficinas de promoção e prevenção à saúde da mulher às adolescentes internas na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE): um relato de experiência
Carmen Lucia Mottin Duro, Erica Rosalba Mallmann Duarte, Rodrigo da Silveira, Jairo Botelho Santos, Laura Lucena Fuchs, Raquel Carboneiro dos Santos, Ester Angela Walmarca Sangalli, Danusa Pires

Oficinas de promoção e prevenção à saúde da mulher às adolescentes internas na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE): um relato de experiência

Autores: Carmen Lucia Mottin Duro, Erica Rosalba Mallmann Duarte, Rodrigo da Silveira, Jairo Botelho Santos, Laura Lucena Fuchs, Raquel Carboneiro dos Santos, Ester Angela Walmarca Sangalli, Danusa Pires

Trata-se de um relato da experiência dos acadêmicos de enfermagem na organização das oficinas com adolescentes do sexo feminino na FASE bem como do desenvolvimento das mesmas. A Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE) foi criada a partir da Lei Estadual nº 11.800/2002 que propõe a continuidade ao processo de reordenamento institucional iniciado com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei 8.069/90). A  reorganização das instituições e entidades no país para atendimento às crianças e adolescentes foi necessária tendo em vista a adequação às  mudanças apresentadas pelas diretrizes da Doutrina de Proteção Integral do ECA. Um dos mais importantes avanços trazidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi à distinção entre o tratamento a ser dispensado a crianças e adolescentes vítimas de violência e abandono e o tratamento a ser dispensado aos adolescentes autores de ato infracional. Com isso, foi alterada a lógica de atendimento direcionada a estes públicos, especializando-se a FASE no atendimento exclusivo a adolescentes autores de atos infracionais com medida judicial de internação ou semiliberdade. No Rio Grande do Sul, a FASE tem várias unidades que se destinam à execução de medida de internação, entre eles o Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino, onde foram realizadas as oficinas. A   FASE é uma instituição voltada a ações socioeducativas e demonstra interesse de parcerias que promovam essas ações, assim, as faculdades e universidades constituem-se em possibilidades para a atuação com os jovens, para a promoção de ações que envolvam a educação, a cidadania e o respeito. A Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul têm como missão investir na formação de profissionais críticos e competentes, aptos a atender as necessidades de saúde da população. No 8º º semestre do curso de Bacharelado em Enfermagem, a Disciplina Administração em Enfermagem nos Serviços de Saúde, vem desenvolvendo suas práticas de ensino, na rede de atenção básica, na UBS Vila Cruzeiro – FASE, localizada no Distrito de Saúde Glória-Cruzeiro-Cristal em Porto Alegre, RS. Essa Unidade está localizada em um prédio da FASE, cedido à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, a mais de trinta anos. Assim, a presença dos acadêmicos nesta Unidade de Saúde fomentou a iniciativa de firmar parceria com a FASE, com objetivo de auxiliar na organização de oficinas de promoção e educação à saúde para as jovens que estão em sistema internação no Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino(CASEF). Desenvolvimento: Utilizou-se o conceito de que oficinas são técnicas de trabalhos e destacam-se por ser um trabalho estruturado em grupos, com encontros estabelecidos, sendo focalizado em torno de uma questão central a que o grupo se propõe a elaborar em um contexto social. As oficinas foram realizadas no CASEF. Esse centro tem capacidade para 33 adolescentes e destina-se ao atendimento de adolescentes do sexo feminino que cumprem medida de semiliberdade, Internação com Possibilidade de Atividade Externa (ICPAE), Internação sem Possibilidade de Atividade Externa (ISPAE) e Internação Provisória. As oficinas foram focadas no publico feminino, levando em conta as linhas de ação de saúde propostas pelo “Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário”, especificamente em relação à saúde da mulher. No primeiro encontro realizado em outubro de 2017 foi lançado o questionamento no grupo de adolescentes: O que é ter saúde, na sua opinião? Houve participação da maioria presente. Em um segundo momento, houve a entrega de papéis e canetas, no qual foi solicitado que os participantes escrevessem o que era ter e não ter saúde. Ao final, foi realizada a leitura das escritas e o esclarecimento de algumas dúvidas que surgiram sobre diferentes assuntos dentro da área da saúde. Dentre os assuntos discutidos, destacou-se dúvidas a respeito de infecções sexualmente transmissíveis (IST), entre elas o HIV e AIDS, uso de preservativos e métodos anticoncepcionais. Na segunda atividade, houve a apresentação dos métodos contraceptivos, questionados na oficina anterior. Foram apresentados os modelos de preservativo feminino e masculino, diafragma, assim como materiais ilustrativos em plástico e silicone de mamas e do aparelho reprodutor feminino e masculino. Foi realizada a demonstração da colocação dos preservativos e diafragma, os materiais foram manuseados pelas participantes, com o esclarecimento imediato das dúvidas que surgiam. Foi explanado sobre o auto-exame de mamas e forma realizar o auto-exame, destacando a importância da detecção precoce de alterações no tecido mamário para prevenção do câncer de mama.Resultados e impactos:Surgiram dúvidas sobre a anticoncepção oral e injetável, que foram discutidas no grupo e foi prestado esclarecimentos quanto às apresentações farmacológicas disponíveis na Unidade de Saúde, que consistem no formato injetável mensal e trimestral e nos anticoncepcionais orais. Foram questionados aspectos relativos às infecções sexualmente transmissíveis, o que gerou a necessidade de organização de uma terceira oficina que será apresentada em dezembro do corrente ano. As oficinas contaram com a presença dos acadêmicos, de uma docente de enfermagem, de uma enfermeira da unidade de saúde e da enfermeira e da técnica de enfermagem da CASEF. Cabe salientar que a participação da enfermeira e da técnica de enfermagem do CASEF foi de extrema importância pelo fato desses profissionais de saúde de conhecer o dia-a-dia das internas e ter possibilidade de contribuir no esclarecimento das dúvidas e questionamentos das mesmas, ajudando a encaminhar as orientações em relação à temática tratada. As oficinas de promoção à saúde buscaram impactar na saúde da mulher como um todo, inserindo-se nos programas já instalados no sistema da Instituição para atender à jovem com privação de liberdade de acordo com as necessidades que são apresentadas durante o tempo em que estiver interna. Considerações Finais: A temática IST/HIV vem sendo discutida por muitos estudos, pois se entende que as pessoas sob tutela do sistema prisional apresentem, devido às suas características, maior risco às estas infecções. Nas oficinas essa temática foi tratada de forma não reducionista, mas envolveu outros aspectos que permeiam a saúde da mulher. Além disso, o sistema prisional envolve pessoas com cultura, valores, conhecimentos, vivências, experiências variadas. E cada pessoa chega à FASE com uma realidade. Destacando-se que as condições biopsicossociais das adolescentes que se encontram no sistema de internação ou semiliberdade na FASE  são relevantes na situação de saúde geral das mesmas, identificou-se que a elaboração dessa atividade possibilitou a inserção das jovens mulheres em ações de prevenção e promoção à saúde busca qualificar a sua integridade física e mental. A estratégia utilizada por meio das oficinas, propiciou às adolescentes a oportunidade de interagir com pessoas diferentes do seu cotidiano e colaborou imensamente com os acadêmicos de enfermagem. O trabalho em uma instituição como a FASE tornou possível apreender o conceito de saúde com uma percepção fora da academia, além da humanização do cuidado desenvolvido às adolescentes que ali estão.