20: Produzindo teias de participação com arte e educação popular
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FEFF Sala 02 - Banzeiro    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
1016 PROMOÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA EM ÁREA RURAL: UMA EXPERIÊNCIA EM COMUNIDADE RIBEIRINHA AMAZÔNICA COM USO DE PLANTAS MEDICINAIS NA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE
Paulo Ricardo de Oliveira Ramos, Marcelo Gustavo Aguilar Calegare, Débora Cristina Bandeira Rodrigues, Moacir Tadeu Biondo, Rommel Gonçalves de Sá, Thaline Castro de Lima

PROMOÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA EM ÁREA RURAL: UMA EXPERIÊNCIA EM COMUNIDADE RIBEIRINHA AMAZÔNICA COM USO DE PLANTAS MEDICINAIS NA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE

Autores: Paulo Ricardo de Oliveira Ramos, Marcelo Gustavo Aguilar Calegare, Débora Cristina Bandeira Rodrigues, Moacir Tadeu Biondo, Rommel Gonçalves de Sá, Thaline Castro de Lima

Introdução: Em 1986 foi realizada na cidade de Ottawa, capital do Canadá a primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, canalizando para esse evento a crescente demanda pela melhoria e inovação da saúde pública que se faz necessária para acompanhar o processo contínuo de mudanças na sociedade, em parte, impulsionado e influenciado pela globalização. A promoção da Saúde envolve a busca pela melhoria na qualidade de vida em todas as esferas sociais e num sentido mais amplo compreende o contexto ambiental e territorial de convivência social, superando o conceito de que o estado de saúde significa apenas ausência de doença. A partir dessa nova perspectiva do significado de saúde, destaca-se a rede de ligações sociais comunitária como fator preponderante na manutenção da vida saudável dos seus integrantes, sendo o poder público importante partícipe do processo de promoção da saúde e busca pela equidade e justiça social. Dessa forma, a universidade pública como parte da estrutura do poder público, representa a mão capaz de alcançar a população, em boa parte aqueles em situação de vulnerabilidade social, cumprindo assim o seu papel institucional de mediadora do processo de criação e implantação de políticas públicas em nosso país. Por meio de seus projetos de pesquisa e extensão a universidade pública busca fomentar e produzir condições favoráveis para que ocorram as melhorias sociais com capacitação intelectual e acesso amplo e democrático a informação, requisitos fundamentais para alavancar o protagonismo social da população. Com base no reconhecimento das potencialidades individuais e coletivas acredita-se que grupos como os ribeirinhos amazônicos passarão a ter melhores condições de encontrar soluções para problemas locais em diversas áreas, como: saúde, educação, melhoria nas condições de trabalho, entre outros. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é descrever como a prática Montagem da Paisagem do Conhecimento (MPC) idealizada e desenvolvida pelo técnico em plantas medicinais Moacir Tadeu Biondo, e realizada em parceria com pesquisadores da Psicologia e Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) conforme o projeto/edital CNPq/MCTI Nº 25/15, oportuniza a promoção da saúde pública em área rural da Amazônia. Desenvolvimento: O método utilizado foi à pesquisa-ação e as técnicas de coleta de dados incluíram a observação sistemática e assistemática, diário de campo, gravações em vídeo e áudio e grupo focal. O local onde foi realizada a prática da MPC foi uma comunidade ribeirinha localizada na zona rural do município de Caapiranga/AM. A descrição da prática MPC entendida como promotora da educação popular em saúde com o uso de plantas medicinais baseia-se em dados obtidos em viagens a campo realizadas em 2016 e 2017 com distintas equipes interdisciplinares. De forma sistemática e cronológica a prática da MPC foi desenvolvida nas seguintes etapas: 1) iniciou com uma caminhada de reconhecimento do território e da variedade floral do local, conduzida pelo técnico; 2) reunião de apresentação e exposição aos participantes dos objetivos da prática; 3) divisão de grupos de trabalho com registro das informações dos moradores sobre a indicação das plantas medicinais conhecidas; 4) nova reunião onde o técnico em plantas medicinais expõe seus conhecimentos sobre as plantas trazidas pelos moradores; 5) todos os participantes realizam uma caminhada na comunidade junto com o técnico e identificam as plantas medicinais existentes no local. Após análise dos dados coletados durante a realização da MPC, o grupo interdisciplinar elaborou e produziu uma cartilha impressa onde constam descrições sobre diversas plantas medicinais encontradas na comunidade, suas indicações no tratamento da saúde e dosagens apropriadas. O material impresso será destinado à distribuição gratuita aos moradores. A prática da MPC está alinhada a políticas públicas como o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do SUS. A participação da equipe interdisciplinar viabilizou a atividade de educação popular com cuidados a saúde de forma integrada à cultura e a realidade local. Resultados: Inicialmente os resultados são percebidos nas expressões verbais e não verbais dos comunitários participantes da MPC que demonstraram interesse em aprender sobre novas indicações de plantas medicinais no tratamento da saúde, bem como, satisfação em ter o seus conhecimentos tradicionais sobre as plantas medicinais respaldados e alinhados, na grande maioria das vezes, as informações trazidas pelo técnico. A produção da cartilha com informações sobre as plantas medicinais da comunidade pretende contribuir no processo de resgate e valorização dos conhecimentos tradicionais sobre plantas medicinais, ao mesmo tempo em que representa uma fonte de consulta e ferramenta didática útil para os moradores, na manutenção das práticas socioculturais dos povos tradicionais na Amazônia. A educação popular em saúde, presente na MPC proporciona a consolidação a rede de apoio social, desperta e reforça os saberes tradicionais ajudando as pessoas a perceberem que são capazes de cuidar da sua saúde com os meios locais que possuem, aumentando assim sua autoconfiança individual e coletiva. Considerações finais: É possível identificar na prática da MPC pelo menos dois pré-requisitos importantes para a promoção da saúde que são a educação e o uso de recursos sustentáveis. A educação se dá por formas múltiplas, sendo nesse caso melhor observada pela troca de informações com os comunitários e a equipe multidisciplinar durante as reuniões, e também pela cartilha impressa a qual consolida não apenas as informações, mas também o trabalho realizado em conjunto. Os recursos sustentáveis estão representados nas plantas nativas cultivadas ou encontradas na área da comunidade, assim, uma vez percebido pelos moradores a utilidade e o valor dessas plantas desperta-se o interesse em preservá-las a fim de dispor desse recurso renovável e sustentável. Valorizar as práticas socioculturais por meio da junção do conhecimento técnico-científico e popular tradicional, ouvir e acolher os saberes tradicionais sobre plantas medicinais representa uma forma de capacitação individual e coletiva aos participantes da MPC. Assim, um ponto relevante a ser destacado no processo de execução da prática MPC, é a troca e disponibilização de informações diretamente a comunidade ribeirinha, proporcionando condições favoráveis ao empoderamento social e a busca pela equidade em saúde, compreendendo desse modo a MPC enquanto excelente estratégia de promoção da saúde. As políticas públicas e programas de promoção à saúde não podem ser desenvolvidos de forma dissociada dos sujeitos sociais envolvidos neste processo. Neste caso, as políticas devem buscar adequação a realidade concreta daqueles a que se destina, considerando as particularidades regionais. Desse modo, o Grupo Inter-Ação através da Universidade Federal do Amazonas ao trabalhar com uma equipe interdisciplinar busca realizar o seu papel de mediadora e promotora da saúde, de forma contextualizada e integrada a comunidade ribeirinha amazônica. A troca de saberes entre os comunitários e a equipe, durante a realização da MPC, consolida uma prática solidária que aproxima e estimula os moradores a protagonizarem o processo de transformação em busca do bem estar e melhores condições da saúde coletiva.

1051 Educação Popular, o despertar da comunidade
Márcia Geandra Mazzui Tanaka

Educação Popular, o despertar da comunidade

Autores: Márcia Geandra Mazzui Tanaka

Márcia Geandra Mazzui Tanaka¹ Elisângela Silveira²¹Centro Universitário Leonardo da Vinci, Estagiária de Serviço Social, Hospital de Alvorada, Alvorada, RS, Brasil;²Hospital de Alvorada, Assistente Social, Alvorada, RS, Brasil;E-mail: marciamazzuitanaka@gmail.comSíntese: Este projeto expõe o desafio de revitalizar a praça do hospital de Alvorada sem a disposição de recursos financeiros sendo elaborado em conformidade com a Política Nacional de Educação Popular (PNEP-SUS/2013), através da metodologia participativa. Para isto, foi necessário observar os fundamentos dos processos educativos pautados no diálogo, humanização, conceito de sujeito total e ser humano integral além das matrizes pedagógicas. Este projeto fala de comunidade, educação, inclusão, participação social e sustentabilidade utilizando a praça como cenário principal. Para que a mudança aconteça, basta haver atores sociais dispostos a aderir e promovê-la, neste caso, nossos valorosos voluntários. Por se tratar de um projeto de construção coletiva continuada, não há como prever se as demandas apontadas no momento destas intervenções terão a mesma relevância em um futuro próximo, porém algo é sabido e certo: A preservação do meio em que vivemos é primordial para nossa saúde física e mental, portanto este projeto estimula o cuidado permanente deste lugar.Palavras-chave: educação popular; inclusão; participação social; sustentabilidade;INTRODUÇÃOEste trabalho surgiu através da elaboração de um projeto de intervenção acadêmica que deveria contemplar as necessidades identificadas na análise institucional. A praça do hospital é uma área cercada de árvores, sem bancos ou qualquer outra estrutura física, estava tomada pelo lixo e habitada por moradores de rua.Os recursos humanos consistem nos usuários do SUS e moradores do bairro, queremos fortalecer este sentimento de pertença, intervindo e modificando a estrutura física deste território, despertando a consciência coletiva mostrando que o mesmo indivíduo que produz lixo pode modificar o meio em que vive através de ações educativas rompendo com esta prática. Através desta leitura foi necessário criar um plano de ação; para isto observamos a praça e o entorno traçando uma linha imaginária de um quarteirão identificando as principais referências deste território. MÉTODOSCom o método definido foi possível elaborar os próximos passos, para isto convidamos alguns moradores para uma reunião onde apresentamos a proposta deste projeto. A segunda reunião ocorreu aproximadamente vinte dias após esta mobilização no salão da igreja Santa Clara, começamos as apresentações aplicando uma dinâmica visando fomentar o compromisso com o grupo que estava se formando. Logo após nos deslocamos até a praça, onde o grupo concluiu que o ideal seria realizar um mutirão de limpeza, porém apontou que havia a necessidade de instalar lixeiras, visto que não havia nenhuma no local.Duas semanas após o primeiro contato com a praça, o grupo condutor realizou o primeiro mutirão de limpeza o qual resultou em seis sacos grandes de lixo; na semana seguinte, o grupo se reuniu com o objetivo de instalar floreiras, confeccionadas com pneus. O morador de rua que ocupa a figueira central se juntou ao grupo e seguiu auxiliando nos mutirões seguintes.O hospital firmou parceria com as secretarias de desenvolvimento social e meio ambiente visando alcançar recursos de emenda parlamentar e/ou outras formas de financiamento através destas. A secretaria de desenvolvimento social assinalou a existência de um projeto anterior da praça o qual tínhamos conhecimento, porém, este não contempla as necessidades nem os interesses atuais tão pouco faz menção ao aspecto social, o qual estamos trabalhando. RESULTADOSEste projeto despertou o interesse de profissionais de outras áreas (sociologia, psiquiatria, psicologia, pedagogia, arquitetura...) devido aos múltiplos aspectos trabalhados; entre eles a saúde mental há participantes esquizofrênicos, dependentes químicos, transtorno de ansiedade, depressão, entre outros; a inclusão social através de identidades estigmatizadas como moradores de rua, idosos, pessoas com deficiências e/ou altas habilidades desenvolvendo a comunidade através do fortalecimento deste território.Promovemos a diversidade e a "tolerância" religiosa pautadas no respeito e diálogo; o grupo tem formato aberto, porém há condutores que promovem novas ações multiplicadoras em suas redes utilizando os princípios desta política.DISCUSSÃORomper o ciclo do lixo instituído pelos frequentadores deste lugar é um processo permanente de educação. Quando um indivíduo se dispõe a fazer algo em benefício do coletivo, esta ação motiva quem está ao redor resultado disto foi a adesão de pacientes e trabalhadores do comércio local, que passaram a integrar o projeto.Através da rede de relações de um dos membros do centro espírita, recebemos o zoneamento da praça através de um acadêmico de arquitetura; a garantia de participação ativa na tomada de decisões e sobre tudo a transparência nas ações é fundamental, pois através desta articulação o acadêmico conseguiu captar todas as demandas apontadas pelo coletivo fazendo uma única visita ao local utilizando como referência a narrativa fiel das atividades.O projeto ganhou outra dimensão através de um jornal local que deu visibilidade às ações desenvolvidas pelo grupo. Reunimos o grupo condutor onde a primeira versão do projeto foi apresentada através de uma análise coletiva destas ações. Logo após o grupo seguiu para outra atividade junto aos demais voluntários. Começamos as atividades com uma roda de apresentações, onde ouvimos a fala do católico, espírita, evangélico, representantes de povos de terreira, ateu, morador de rua, branco, negro, criança, esquizofrênico, idoso, analfabeto, letrado, em consonância como se fosse uma grande orquestra regida pelas mãos de Deus, está muito além da nossa vã filosofia. CONCLUSÕESEnquanto profissionais do serviço social, que historicamente lutam pela garantia de direitos sociais, pela universalidade, integralidade ter a oportunidade de observar em um mesmo grupo toda esta diversidade cultural e religiosa, cremos que é algo que somente a educação popular pode proporcionar. Este projeto foi submetido e aprovado pela banca da segunda mostra de ensino e pesquisa do Instituto Federal (II MEPEx) que tinha como tema “Saúde, educação, cultura e inclusão: olhares sobre territórios”. A apresentação ocorreu na primeira semana de novembro, indo de encontro com um dos objetivos do projeto que é o de disseminar o EdPop-SUS inserindo e readequado em novos territórios, sempre observando os princípios desta política. Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes (Freire, 2000).Pretendemos levar este projeto a outras comunidades, adequando ao seu contexto social trabalhando a questão do lixo e desenvolvimento sustentável além de todos aspectos aqui relacionados. AGRADECIMENTOSAgradeço à mestra Elisângela Silveira pela generosidade e confiança, por orientar meu voo. À direção do Hospital pela acolhida, a cada um dos voluntários que embarcaram neste projeto, minha família pela compreensão e à minha tutora Ivete Cruz por ter me preparado para esta caminhada.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASII Caderno de educação popular em saúde/Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

1413 PERCEPÇÕES DE UM USUÁRIO SOBRE EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS DURANTE AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Anderson Ismael Beserra de Souza, Maria Marlene Marques Àvila, Maria Marlene Marques Àvila, HERMENS LINHARES MARTINS, HERMENS LINHARES MARTINS

PERCEPÇÕES DE UM USUÁRIO SOBRE EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS DURANTE AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: Anderson Ismael Beserra de Souza, Maria Marlene Marques Àvila, Maria Marlene Marques Àvila, HERMENS LINHARES MARTINS, HERMENS LINHARES MARTINS

Apresentação: A educação popular em saúde e as práticas integrativas e populares no cuidado em saúde estão fundamentadas nos preceitos freireano, que proporciona mudanças na compreensão do processo saúde e doença, desvinculando-se do modelo hegemônico e tradicional, valorizando o indivíduo e suas crenças e saberes, proporcionando a melhora das condições de vida e de saúde da população. O espaço Ekobé é um dispositivo social que facilita práticas integrativas e populares em saúde, sem fins lucrativos que está inserido em uma universidade pública, tendo como público-alvo de suas ações os alunos e toda comunidade. Objetivo: Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo relatar as percepções de um usuário sobre experiências vivenciadas durante as práticas integrativas em saúde. Descrição da experiência: As práticas vivenciadas no Ekobé foram: reiki, massoterapia, sociodrama e constelação familiar, no qual percebeu-se a integração, entre os cuidadores e o ser cuidado, fortalecidas pelos saberes populares e empíricos. Sendo as práticas integrativas e populares em saúde, divididas e vivenciadas no Ekobé em dois campos de atuação, a de cuidado individual e a de cuidado coletivo, respectivamente reiki , massoterapia e sociodrama e a constelação familiar como práticas coletivas. A massoterapia consistir em uma técnica de cuidado corporal a partir de massagens se utilizando os princípios da medicina oriental. Reiki também de origem oriental é um tratamento que utiliza uma técnica de imposição das mãos, onde o individuo se colocou deitado, com sons de natureza e incenso, ele tem a pretensão de trabalhar ansiedade, stress, depressão, assim como os órgãos, tecidos e sistemas. As duas práticas de cuidado coletivo foram o sociodrama e a constelação familiar que podemos definir como um método psicoterapêutico recente, com abordagem sistêmica não empirista, ou subjetiva. Já o sociodrama é uma metodologia usada em  grupos, socius que significa sócio e drama que significa acção, acção em benefício de outra pessoa. As técnicas de sociodrama fundamentam-se no psicodrama, psique que significa alma, o método que entra na verdade da alma através da acção.   Impactos: As percepções nasceram a partir dos impactos positivos nos campos da vida do ser cuidado, de certa maneira todas as práticas vivenciadas proporcionaram um encontro consigo mesmo que o fez compreender o cuidado em saúde com um novo olhar. As vivências e as percepções se emaranharam e se manifestaram na redução de sintomas de estresse e ansiedade, dando uma sensação de bem estar, uma melhora da saúde espiritual, aumento da auto-estima, reorientando sua saúde mental, espiritual e corporal, contribuindo para a autonomia e autoconhecimento, o preparando para saber lidar com os processos naturais e pertinentes a vida, afetam percepções do seu olhar sobre o processo de saúde e doença.   Considerações finais: Concluiu-se que as práticas integrativas são de grande relevância no cuidado em saúde, abrangendo outras percepções que compreendem o corpo como um todo, reafirmando assim, que as práticas integrativas devem e são meios eficientes de cuidado e autocuidado na promoção da saúde.

1414 PRÁTICAS ALIMENTARES ADEQUADAS E O FORTALECIMENTO DO VÍNCULO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Anderson Ismael Beserra de Souza, Hermens Linhares Martins, Suziana Vasconcelos Martins, Rafael Leitão Medeiros, Thalyta Vaconcelos Pacheco, Jamile Carvalho Tahim

PRÁTICAS ALIMENTARES ADEQUADAS E O FORTALECIMENTO DO VÍNCULO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Anderson Ismael Beserra de Souza, Hermens Linhares Martins, Suziana Vasconcelos Martins, Rafael Leitão Medeiros, Thalyta Vaconcelos Pacheco, Jamile Carvalho Tahim

Apresentação: A Educação Popular em Saúde é compreendida como uma ferramenta de intensificação da participação popular, na qual reconhece e combate os problemas de saúde por intermédio do diálogo com os movimentos sociais, contribuindo, assim, para a promoção da saúde. A educação popular relaciona-se diretamente ao princípio organizativo de participação social, meio potente para o fortalecimento do Sistema Único de saúde. Inserido nesse ambiente educativo de saúde, a educação alimentar e nutricional é considerada uma importante ferramenta na promoção de saúde e na construção de conhecimentos relacionados a alimentação e nutrição, na criação do vinculo entre profissionais e usuários no qual contribui para a construção de conhecimentos, o incentivo de práticas alimentares adequadas e o fortalecimento do vínculo com a sociedade. Nesse contexto, a formação do vínculo corrobora para a formação de indivíduos críticos e participativos, sendo de extrema importância na relação profissional-paciente. Objetivos: O presente estudo teve o objetivo de pensar as Práticas alimentares adequadas e o fortalecimento do vínculo. Descrição da experiência: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, com abordagem qualitativa, que foi realizada de agosto a novembro de 2016, em uma associação de moradores da comunidade pertencente ao território de referência de uma Unidade Básica de Saúde, no município de Fortaleze-CE. Foi acompanhado alguns encontros semanais onde eram discutidos temas alimentação adequada, fome,  relacionados à problemas da comunidade, saúde, além da realização de atividades integrativas. A Unidade Básica de Saúde é campo e cenário de estudo para o estágio supervisionado em saúde coletiva do curso de nutrição. Impactos: A partir das experiências vivenciadas, compreende-se a importância das ações de alimentação e nutrição, visto o interesse, a curiosidade e os questionamentos expostos pelas participantes nesses encontros. Ademais, percebe-se, também, a importância da interação do profissional de saúde com a comunidade, contribuindo para o fortalecimento desse vinculo, em que sua atividade transpassa a de apenas um facilitador na educação nutricional, mas agindo também como intermediador das relações interpessoais. Nota-se que esse vínculo foi fundamental para a interação das participantes, em que foi percebido que seus conhecimentos e suas experiências foram valorizadas e reconhecidas, e que contribuíram para a construção de um saber coletivo. Considerações finais: A partir deste estudo, conclui-se que o vínculo é imprescindível no estímulo do aprendizado de indivíduos da comunidade, partindo do pressuposto que cada pessoa possui uma individualidade e que o indivíduo necessita ser visto em toda sua integralidade. Ademais, reconhecer o outro, em uma construção coletiva do conhecimento, foi importante para uma maior abertura e o fortalecimento do vínculo construído entre o profissional de saúde e a população.      

3282 A Educação Popular em Saúde na estruturação de Linhas de Cuidado em Saúde do Homem: Construção participativa baseada nos itinerários terapêuticos e processos educativos.
Osvaldo Peralta Bonetti, Muna Muhammad Odeh

A Educação Popular em Saúde na estruturação de Linhas de Cuidado em Saúde do Homem: Construção participativa baseada nos itinerários terapêuticos e processos educativos.

Autores: Osvaldo Peralta Bonetti, Muna Muhammad Odeh

A saúde do homem tem se apresentado como um desafio para o Sistema Único de Saúde (SUS), os dados epidemiológicos da população masculina apresentam um cenário crítico que pode ser evitado. Contudo, para tanto são necessária mudanças socioculturais e institucionais/organizacionais no planejamento e organização dos serviços e ações de saúde. Nesta perspectiva, implicado com a qualidade da saúde da população masculina, é que o Ministério da Saúde, vem implementando desde o ano de 2009 a Política Nacional Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH). Dentre os dados, identificamos que os homens vivem menos 7,3 anos em média do que as mulheres, assim como, uma lideram o ranking de várias doenças evitáveis. Assim, para alcançar objetivos que contribuam com a melhora dos indicadores de saúde da população masculina, são necessários um conjunto de medidas que alinhadas à concepção da saúde integral, que reconhece a diversidade desta população que se apoie em uma rede articulada de ações e serviços. Neste contexto é que foi formulado O Projeto LCSH, o qual têm sido implementado de forma articulada e em parceria, envolvendo a Faculdade de Saúde da Universidade de Brasília (FS/UNB), Hospital universitário de Brasília (HUB), Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF), Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Ministério da Saúde e Grupo de Trabalho de Educação Popular em Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (GT de EPS ABRASCO). O mesmo, apresenta como objetivo, contribuir com o reconhecimento dos territórios por parte da equipe condutora do Projeto LCSH DF, promovendo a apropriação sobre os itinerários terapêuticos vivenciados pela população, como também, identificar lacunas no que diz respeito à educação permanente das equipes e pactuar fluxos relativos à referência e contra referência. A fim de conquistar maior apropriação do contexto dos serviços e do próprio campo da saúde do homem no DF, optou-se por referenciar esta iniciativa nos princípios teórico metodológicos da educação popular em saúde, a qual, na atualidade, conquistou caráter de política pública no Brasil, com a publicação da Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS). Considerado como uma iniciativa piloto e pioneira no caminho da efetivação de uma linha de cuidado em saúde do Homem no SUS do Distrito Federal (DF), foram escolhidas as unidades de atenção básica localizados na zona rural, denominada Região Leste. Ao todo foram envolvidas 5 UBS, totalizando aproximadamente 70 trabalhadores da saúde. São elas: PSR Capão Seco - Núcleo Rural Capão Seco – Paranoá; PSR Cariru - Núcleo Rural Cariru – Paranoá; PSR Jardim II - Núcleo Rural Jardim – Paranoá; PSF Equipe 01;  PSR PADDF - BR 251 – Paranoá. Metodologia Seguindo o referencial politico-metodológico acolhido no Projeto, foram realizados inúmeras atividades de planejamento, formação e articulação com o território. Sendo elas: reuniões quinzenais do grupo condutor do projeto, um seminário distrital de saúde do homem, uma oficina sobre linhas de cuidado, educação popular em saúde e saúde do homem em cada uma das 5 unidades de saúde da família orientadas pelos princípios da educação popular em saúde. Assim, o respeito aos saberes locais, o diálogo, a problematização foram fios condutores do processo metodológico. As oficinas promoveram além de momentos de diálogo e apresentação do território pelos atores das equipes locais, a realização de rodas de conversa, nas quais, partindo dos núcleos temáticos envolvidos na proposta, foram apresentadas questões geradoras ao conjunto de integrantes das equipes, os estimulando a perguntar-se, a aprofundar a acuidade de suas leituras sobre a realidade nas quais estão inseridos, tanto no que diz respeito à construção social do território, às demandas de saúde da população masculina e das potencialidades e desafios para implementação da linha de cuidado. Conclusões A experiência vivida nesta primeira fase de implementação do Projeto evidenciou a importância de construir uma cultura participativa na gestão em saúde, a fim de organizar os serviços de forma efetiva e implicada com os anseios e diretos da população. Cultura essa, que deve se expressar no modo como são implementados os projetos de mudança, como também, os processos formativos que requerem um referencial teórico-metodológico consistente e identificado com a problematização do cotidiano do processo de trabalho dos serviços de saúde. Nesta perspectiva, ficou patente também, a potencialidade e efetividade das contribuições metodológicas da educação popular em saúde e da perspectiva de linhas de cuidado para fortalecimento deste processo de democratização que visa à garantia do direito universal à saúde e a qualidade do cuidado, que demanda planejamento, respeito, escuta e humanização.   Referências   AYRES, José Ricardo et al.. Conceitos e práticas de prevenção: da história natural da doença ao quadro da vulnerabilidade e direitos humanos” in: Paiva, Vera, Ayres, José Ricardo e Buchalla, Cássia Maria (org), Vulnerabilidade e direitos humanos – prevenção e promoção da saúde: da doença à cidadania – Livro I, Curitiba: Juruá, 2012. Pag. 71-94. COUTO, Márcia Thereza et al.. O homem na atenção primária à saúde: discutindo (in)visibilidade a partir da perspectiva de gênero. Interface: Comunicação, Saúde, Educação, 14(33). 2010. Encontrado In: http:// http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-32832010000200003&script=sci_arttext. FRANCO, Tuli Batista. Integralidade na assistência à saúde: a organização das linhas do cuidado.  2003. Encontrado IN: portal.saude.sp.gov.br GERHARDT, Tatiana Engel. Itinerários Terapêuticos em Situações de pobreza: diversidade e pluralidade. Cernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro. 2006. 22:11- Pág. 2449 -2463. GOMES, Romeu; NASCIMENTO, Elaine Ferreira. A produção do conhecimento da saúde pública sobre a relação homem-saúde: uma revisão bibliográfica. Cadernos de Saúde Pública, 22(5), 901-911. 2006. Encontrado In: http: http://www.scielo.br/pdf/csp/v22n5/03.pdf JULIÃO, Gésica Graziela; WEIGELT, Leni Dias. Atenção à Saúde do Homem em Unidades de Estratégia de Saúde da Família. Revista de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria – REUNFSM. Santa Maria. 2011. Pág. 144 a 152. SALDANHA, Ana Alayde Werba et al.. Acessibilidade Masculina aos Serviços de Saúde: implicações para a vulnerabilidade à Aids. Relatório Final de Iniciação Cientifica. João pessoa, PB, Universidade Federal da Paraíba. 2012. SCHRAIBER, Lilia Blima et al.. Necessidades de saúde e masculinidades: atenção primária no cuidado aos homens. Caderno de Saúde Pública, 26(5). 2010. Encontrado In: http://www.scielosp.org/pdf/csp/v26n5/18.pdf. SILVA, Patrícia Alves dos Santos et al.. A saúde do homem na visão dos enfermeiros de uma unidade básica de saúde. Escola Anna Nery, 16(3). 2012. Encontrado In: http:// http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452012000300019&script=sci_arttext. SILVA. Bibione T. de Oliveira et al.. Promoção e Prevenção da Saúde do Homem - Periódicos Grupo 2013. Revista Interfaces científicas. V 2. N 1. Pág. 95 a 101. Aracajú. Encontrado In: https://periodicos.set.edu.br/index.php/saude/article/viewFile/924/526 SOUSA, Daniela Heitzmann Amaral Valentim de; LIMA, Michael Augusto Souza de; VIEIRA, Kay Francis Leal; SALDANHA, Ana Alayde Werba. Os Homens e as Práticas de Cuidado em Saúde. Gênero e Direito, Periódico do Centro de Estudos do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal da Paraíba. V 04, N. 1. 2015. Encontrado In: http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ged/article/view/22693.   WAGNER, Figueiredo. Assistência à saúde dos homens: um desafio para os serviços de atenção primária. Ciência e Saúde Coletiva, V. 10. N. 1. 2005. Pag. 105-109.

3656 Educação Popular e Saúde: construção compartilhada para um cuidado criativo e inclusivo
Isabella Segatto

Educação Popular e Saúde: construção compartilhada para um cuidado criativo e inclusivo

Autores: Isabella Segatto

4271 OCA DA SAÚDE COMUNITÁRIA DO SÃO CRISTÓVÃO: UMA INTERFACE ENTRE A EDUCAÇÃO POPULAR E A PEDAGOGIA DA AUTONOMIA DE PAULO FREIRE
eliziane Oliveira lima, Roberta Duarte Maia Barakat, Liana de Oliveira Barros, Maria Rocineide Ferreira da Silva

OCA DA SAÚDE COMUNITÁRIA DO SÃO CRISTÓVÃO: UMA INTERFACE ENTRE A EDUCAÇÃO POPULAR E A PEDAGOGIA DA AUTONOMIA DE PAULO FREIRE

Autores: eliziane Oliveira lima, Roberta Duarte Maia Barakat, Liana de Oliveira Barros, Maria Rocineide Ferreira da Silva

INTRODUÇÃO - Nas últimas décadas o debate sobre a integralidade e as práticas de cuidado na saúde tem sido uma constante no cenário de discussão sobre política pública do Sistema Único de Saúde (SUS). O princípio da integralidade relaciona-se tanto à atenção integral em todos os níveis do sistema, como também à totalidade referente aos saberes, práticas, vivências e espaços de cuidado. Nesse sentido tais práticas devem ser valorizadas e qualificadas a fim de que contribuam cada vez mais para a afirmação do SUS como a política pública que tem proporcionado maior inclusão social, não somente por promover a apropriação do significado de saúde enquanto direito por parte da população, como também pela promoção da cidadania. O desenvolvimento de ações de educação em saúde numa perspectiva dialógica, emancipadora, participativa, criativa e contributiva para a autonomia do usuário, apresenta-se como uma necessidade que toca a sua condição de sujeito de direitos e autor de sua trajetória (de saúde e de doença), bem como proporciona a autonomia dos profissionais diante da possibilidade de ressignificar práticas de cuidado, no sentido da humanização, compartilhamento e integralidade. Depreende-se que a educação em saúde como prática resulta da participação ativa dos sujeitos da comunidade, onde proporciona além de informação, educação sanitária e aperfeiçoa as ações essenciais para a vida. A Educação Popular apresenta princípios político-pedagógicos quesão tomados como ferramentasque proporcionam a participação popular em defesa davida, com estratégias para a mobilização socialpelo direito à saúde que incentivam atitudes de participação no sentido demudar realidades, tornando-as vivas, criativas. O objetivo deste relato de experiência é promover a reflexão das práticas de participação realizadas na Oca da Saúde Comunitária, identificando a interface destas com a Educação Popular e a obra Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: descrição da experiência ou método do estudo. Este trabalho é um relato de experiência que versa sobre uma visita institucional realizada em novembro de 2017 à Oca da Saúde Comunitária. Esta atividade foi proposta pela disciplina de Educação Popular do curso de Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade Estadual do Ceará como requisito para avaliação final.Respaldada pelos movimentos populares, a Oca da Saúde Comunitária é um espaço destinado à realização de atividades terapêuticas em que pretende integrar práticas e saberes populares de cuidado e/ao atendimento de saúde tradicional.Foi construída em área estratégica,está localizada ao lado do Centro de Saúde da Família Francisco de Melo Jaborandi com funcionamento permanente e suas atividades são desenvolvidas por terapeutas da comunidade e profissionais contratados pela Secretaria Municipal de Saúde.Os serviços oferecidos são: Massoterapia, Grupos de Terapia do Resgate da Autoestima, Terapia Comunitária, Spa de massagens antistress (com argila), Banho ofurô, Massagem redutora de medidas, Limpeza de pele e Reiki. Este espaço é destinado às atividades integrativas terapêuticas em que pretende a integrar práticas populares de cuidado e promoção à saúde. As atividades desenvolvidas na Oca da Saúde Comunitária, por meio da Educação Popular em Saúde, mobilizam autonomias individuais e coletivas. Estendem o diálogo entre indivíduos, movimentos populares e profissionais de saúde na luta por seus direitos, contribuindo para a ampliação do significado de cidadania e instituindoo crescimento e a mudança na vida cotidiana das pessoas. A visita se deu após o contato prévio com o responsável da instituição. Ao chegarmos na Oca Comunitária fomos recebidas por duas massoterapeutas, que após nos identificarmos elas nos mostraram as dependências deste espaço de saúde e as atividades desenvolvidas, bem como, a forma de acesso pela população.  O primeiro momento foi de admiração pelo espaço e principalmente pelas atividades que são destinadas aosusuários daquele território. A sensação de paz e bem-estar tomou conta ao adentrar a Oca Comunitária. De acordo com a política de acesso – todos os usuários podem ser atendidos neste espaço, pois os serviços são gratuitos. Por exemplo, para receber uma massagem relaxante é solicitado ao usuário que traga somente seu hidratante ou óleo de sua preferência. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: ao fazer a interface da obra de Paulo Freire com as atividades desenvolvidas na Oca comunitária tem se que: educador e educando, ou seja, profissional e usuário, lado a lado, vão se transformando em reais sujeitos da construção e reconstrução do saber. Induz durante as terapias comunitárias respeito aos saberes do educando (usuário), no momento que se discute os problemas por eles vividos, ao mesmo tempo em que se discutem as implicações políticas e ideológicas, e a ética de classes relacionada a descasos. Visualiza-se no profissional uma reflexão crítica sobre a prática, pois este deve reconhecer o valor das emoções, da sensibilidade, da afetividade, ao conduzir a terapia de resgate da autoestima. Por meio dessa atividade infere a consciência do inacabamento do ser humano, uma vez que, a inconclusão é própria da experiência vital. O homem e a mulher são seres consciente que usa sua capacidade de aprender não apenas para se adaptar, mas, sobretudo para transformar a realidade. Retrata-se na pedagogia da autonomia que aprendemos a escutar escutando. Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, e sem precisar se impor. Denotando que ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo. CONSIDERAÇÕES FINAIS - A visita à Oca conseguiu mostrar que se faz necessário apoiar a Educação em Saúde na perspectiva da participação social, compreendendo a importância de práticas educativas onde a comunidade é composta por sujeitos sociais e, desse modo, deve estar presente nos processos de educação permanente para o controle social e de mobilização em defesa do SUS. Todavia, a Educação em Saúde é inerente a todas as práticas desenvolvidas no âmbito do SUS. Como prática transversal proporciona a articulação entre todos os níveis de gestão do sistema, representando dispositivo essencial tanto para formulação da política de saúde de forma compartilhada, como àsações que acontecem na relação direta dos serviços com os usuários.As ações pedagógicas constroem cenários de comunicação em linguagens diversas, transformando as informações em dispositivos para o movimento de construção, criação e autonomia.Permite a produção de sentidos para a vidae engendra a vontade de agir em direções às mudanças que se julguem necessárias. A Educação Popular na Saúde implica atos pedagógicos que fazem com que as informações sobre a saúde dos grupos sociais contribuam para aumentar a visibilidade sobre sua inserção histórica, social e política, elevar suas enunciações e reivindicações, conhecer territórios de subjetivação e projetar caminhos inventivos, prazerosos e inclusivos.

5253 Promovendo Educação Popular em Saúde: Intervenção de uma Liga Acadêmica no Primeiro Simpósio Paraense de Prevenção ao Suicídio
Silvia Tavares de Amorim, Erlon Gabriel Rego de Andrade, Erlon Gabriel Rego de Andrade, Samantha Arethuza Chagas Gomes, Samantha Arethuza Chagas Gomes, Camila Leão do Carmo, Camila Leão do Carmo, Brena de Nazaré Barros Rodrigues, Brena de Nazaré Barros Rodrigues, Syndell Cassia Cruz Ferreira, Syndell Cassia Cruz Ferreira, Lays Nunes da Silva, Lays Nunes da Silva, Talita Oliveira de Nazaré, Talita Oliveira de Nazaré

Promovendo Educação Popular em Saúde: Intervenção de uma Liga Acadêmica no Primeiro Simpósio Paraense de Prevenção ao Suicídio

Autores: Silvia Tavares de Amorim, Erlon Gabriel Rego de Andrade, Erlon Gabriel Rego de Andrade, Samantha Arethuza Chagas Gomes, Samantha Arethuza Chagas Gomes, Camila Leão do Carmo, Camila Leão do Carmo, Brena de Nazaré Barros Rodrigues, Brena de Nazaré Barros Rodrigues, Syndell Cassia Cruz Ferreira, Syndell Cassia Cruz Ferreira, Lays Nunes da Silva, Lays Nunes da Silva, Talita Oliveira de Nazaré, Talita Oliveira de Nazaré

APRESENTAÇÃO: O suicídio representa importante problema de saúde pública, tendo em vista suas repercussões sociais, econômicas e psicobiológicas negativas, que afetam o bem estar dos indivíduos que mantinham vínculos com aqueles que foram vítimas de suicídio, ou mesmo dos que passaram pela tentativa de suicidar-se. Suas causas são multifatoriais, pois envolvem determinantes ligados à conjuntura social, cultural, político-econômica, ambiental, acadêmica/estudantil e ocupacional, em virtude dos estressores inerentes a estas esferas, que incidem sobre o indivíduo, sobrecarregando-lhe física e mentalmente. Se tais estressores não forem administrados com equilíbrio e, ao mesmo tempo, minimizados por meio da inserção de práticas de relaxamento ou que propiciem o compartilhamento de vivências, no qual se possa ter com quem dialogar, a fim de construir relações de vínculo e empatia, e se tais estressores combinarem-se com variáveis exógenas ou endógenas, que intensifiquem a sobrecarga física, sofrimento mental e consequente sentimento de solidão e incapacidade de solucionar as adversidades da vida, o indivíduo pode ser levado a acreditar que a resolução exequível de seus problemas ancora-se no suicídio. As estratégias de educação popular em saúde, enfatizadas por Paulo Freire, corroboram com o que se pretende ao discutir saúde, pois permitem que cada indivíduo exponha percepções e relate vivências a respeito de um tema em foco e, de maneira compartilhada, construam saberes que impactem na produção do cuidado. Diante disso, o I Simpósio Paraense de Prevenção ao Suicídio, realizado na cidade de Belém-Pará, nos dias 08 e 20 de setembro de 2017, reuniu profissionais, estudantes e sociedade em geral, para debater sobre o tema, tendo como facilitadores dos espaços de formação trabalhadores da assistência, gestão, ensino e pesquisa, com experiência nas áreas de Saúde Mental e afins. A Liga Acadêmica Paraense de Saúde Mental (LAPASME), entidade que tem por objetivo fortalecer, complementar e aprimorar a formação acadêmica e profissional por meio de atividades de ensino, pesquisa e extensão, foi apoiadora do evento e, à convite da comissão organizadora, realizou ação de educação popular em saúde, a fim de contribuir com as discussões e reafirmar a necessidade de minimizar os estressores que incidem sobre a saúde biopsicossocial, por meio da participação ativa dos sujeitos envolvidos. Assim, este trabalho tem como objetivo: relatar a experiência de integrantes de uma liga acadêmica na realização de ação de educação popular voltada à promoção da saúde em sua dimensão biopsicossocial. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, elaborado por integrantes da LAPASME, a partir da aplicação de uma ação de educação popular em saúde, como parte das atividades do I Simpósio Paraense de Prevenção ao Suicídio, ocorrido nas dependências do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Federal do Pará (UFPA). A ação foi realizada em 08 de setembro de 2017 e teve como objetivos: obter e analisar as percepções dos participantes do evento sobre o que entendiam por suicídio; promover espaço de cuidados mútuos para relaxamento e dispersão de tensões que afetam a saúde física e mental, por meio da educação popular em saúde. Para tanto, consistiu de duas etapas: coleta de percepções dos participantes sobre a temática; promoção de sala de cuidados, para dialogar com o público e realizar práticas respiratórias antiestresse. Para a primeira etapa, os integrantes da LAPASME elaboraram, previamente, três perguntas, as quais foram escritas em cartões de papel, uma em cada cartão, e distribuídas aleatoriamente aos participantes do evento, para que as respondessem de acordo com sua compreensão e conceitos formulados mediante experiências de vida. Estas perguntas foram: “Para mim, o que causa o suicídio é...”, “O suicídio é...” e “Eu diria para um amigo com pensamentos suicidas que...”. Foram distribuídos mais de 200 cartões, um para cada participante. Após isso, montou-se varal no corrimão da escada que dá acesso ao auditório, sede dos espaços de formação, onde foram grampeados os cartões, ao passo em que eram entregues respondidos pelos participantes, e os mesmos ficaram expostos até o término das atividades do primeiro dia. Posteriormente, realizou-se análise das respostas, identificando-se os temas apresentados. Para a segunda etapa, organizou-se uma sala, intitulada “Sala de Cuidados”, espaço que esteve aberto durante o turno vespertino, no primeiro dia do evento, e foi dedicado à realização de rodas de conversa, durante as quais se estimulava os interessados a participar ativamente com suas percepções, ideias e experiências acerca da temática e, assim, construir/compartilhar o cuidado coletivamente. Durante as rodas, agregaram-se, também, práticas respiratórias antiestresse. Os resultados desta ação, enfocando a primeira etapa, foram compartilhados, por dois representantes da LAPASME, por ocasião do segundo dia do evento. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Como resultados da primeira etapa, obteve-se 126 cartões respondidos, dos mais de 200 distribuídos, sendo 43 referentes à pergunta “Para mim, o que causa o suicídio é...”, 41 à pergunta “O suicídio é...” e 42 à pergunta “Eu diria para um amigo suicida que...”. Foram identificados e quantificados os temas que ocorreram nas respostas dos participantes. Quanto à pergunta “Para mim, o que causa o suicídio é...”, obteve-se os seguintes temas e respectivos números de ocorrência: um conjunto de fatores: 14; relações familiares/sociais ausentes e/ou conflituosas: 04; questões subjetivas e existenciais (insatisfações/desespero/desesperança): 23; questões ligadas à religiosidade (ausência de crenças ou representação divina): 01; sofrimento mental pregresso (depressão): 01. Para a pergunta “O suicídio é...”, obteve-se os seguintes temas e respectivos números de ocorrência: um ato de fuga dos problemas e tensões pessoais e/ou sociais, ou interrupção do sofrimento (psíquico, físico ou emocional): 21; uma forma de colocar fim à própria vida: 09; resultado da falta de coletividade: 03; acúmulo de pensamentos negativos (raiva/tristeza/saudade/desespero etc.): 03; um ato injustificável e imperdoável (causa dor em si e em outrem): 02; um ato que se deve ao conflito entre viver em prol de causas de outrem e suprir as próprias necessidades: 01; fenômeno social e psicológico que precisa de cuidado e atenção: 02. E, relativo à pergunta “Eu diria para um amigo com pensamentos suicidas que...”, obteve-se os seguintes temas e respectivos números de ocorrência: palavras de valorização da pessoa e persistência pela vida (o indivíduo é importante/há outro caminho que não a morte/perspectivas do futuro): 16; oferecimento de apoio/ajuda: 16; incentivo à procura de ajuda profissional: 05; incentivo à fala: 03; apesar das mazelas e más influências da sociedade, é preciso acreditar e perseverar pela vida: 01; decidir por si próprio: 01. Na realização da segunda etapa, o público mostrou-se interessado em participar e contribuir com a dinâmica em roda, expondo mutuamente suas vivências, e envolver-se nas práticas respiratórias antiestresse. Percebeu-se que a promoção deste espaço foi salutar aos êxitos dos objetivos pretendidos, tendo em vista que representou uma alternativa à dispersão dos estressores inerentes à vida secular, e foi buscado pelos participantes sobretudo durante os intervalos do evento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Tendo em vista que o suicídio é tema relevante e necessita ser amplamente discutido nas diferentes esferas sociais, salienta-se a importância de agregar aos espaços de formação estratégias que estimulem a participação ativa dos indivíduos, destacando-os como protagonistas das ações, e que permitam compreender o que sabem/entendem sobre a temática, a fim de que futuras propostas sejam elaboradas de modo a atender as necessidades dos diferentes grupos sociais.

5297 FORMAÇÃO EM SAÚDE: DIÁLOGOS E VIVÊNCIAS
SIMONE MARIA LEITE BATISTA, ROSIANE PACHECO DANTAS, AMANDA PACHECO, LARISSA LEITE BATISTA

FORMAÇÃO EM SAÚDE: DIÁLOGOS E VIVÊNCIAS

Autores: SIMONE MARIA LEITE BATISTA, ROSIANE PACHECO DANTAS, AMANDA PACHECO, LARISSA LEITE BATISTA

Introdução O Movimento Popular de Saúde e a Aneps (Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde) decidiu encaminhar a construção solidária, participativa e coletiva de uma proposta regional de formação em educação popular e saúde e das práticas integrativas, complementares e populares de Saúde, partindo de experiências organicamente vinculadas ao movimento, com ênfase na descentralização regional e municipal das ações, assim com na organização política em rede e na sistematização de experiências. Em meio a este processo, a implementação de uma estratégia permanente de formação capaz de incrementar a organização política, a participação ativa e a sistematização das experiências no âmbito dos movimentos, práticas e coletivos de Educação Popular em Saúde (EPS) tem sido uma das principais necessidades identificadas pelos atores destas iniciativas. Em 2017 foi realizado um Seminário Regional de Práticas Integrativas, Complementares e Populares de Saúde, a fim de levantar intenções, diretrizes e os principais aspectos metodológicos relativos à concretização da implantação das práticas integrativas,populares e complementares de saúde na região, com a participação ativa de profissionais de saúde, estudantes, gestores, práticas de cuidado e movimentos sociais. O Seminário Regional de Práticas Integrativas, Complementares e Populares de Saúde envolvendo sujeitos de práticas e experiências locais de EPS (Educação Popular em Saúde), articulados na região centro sul do Estado. Participaram deste processo atores sociais diversos (sujeitos de movimentos, práticas e organizações populares; trabalhadores e gestores do SUS; conselheiros de saúde; docentes, estudantes e técnicos das instituições de ensino) e a ação foi coordenada por uma comissão com representantes dos segmentos: Secretaria de Estado da Saúde, dos gestores dos seis municípios da região: Lagarto, Simão Dias, Salgado, Tobias Barreto, Poço Verde e Riachão do Dantas, Esses cursos já vem sensibilizando gestores dos seis municípios que já vem implantando as práticas integrativas nas unidades de saúde dos municípios. Objetivos: Capacitar profissionais de saúde, estudantes, professores, servidores da UFS, pessoas da comunidade sensíveis e abertos a incorporação das práticas integrativas e complementares no SUS, vivenciando experiências de Educação Popular em Saúde e o desenvolvimento de habilidades e competências como o diálogo, amorosidade e a construção compartilhada do saber com diferentes atores sociais. Metodologia toda embasada nos princípios da Educação Popular, envolveu momentos de aulas teóricas, aulas práticas e de dispersão para aperfeiçoamento das práticas nas comunidades e unidades de saúde.  Conclusões/Considerações: O projeto apresentou-se como um movimento transformador na formação do graduando em saúde. Ao ampliar o olhar do futuro profissional para o cuidado integral e estimular a adoção dessas práticas no SUS, essa interação resulta na humanização do cuidado. Faz-se necessário a incorporação desses conhecimentos no currículo dos cursos de saúde, a fim de efetivar o diálogo entre saberes no processo de formação em saúde.  

5370 EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NO FORTALECIMENTO DO SUS
SIMONE MARIA LEITE BATISTA, LARISSA LEITE BATISTA, LAVINIA ARAGAO TRIGO LOUREIRO, CARLOS AUGUSTO SANTOS CONCEIÇÃO, SORAYA Vjekoslav

EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NO FORTALECIMENTO DO SUS

Autores: SIMONE MARIA LEITE BATISTA, LARISSA LEITE BATISTA, LAVINIA ARAGAO TRIGO LOUREIRO, CARLOS AUGUSTO SANTOS CONCEIÇÃO, SORAYA Vjekoslav

Introdução A proposta do curso é aprofundar os conhecimentos de educação popular provocando reflexões e reorientações das práticas de educação em saúde vigentes no SUS, uma vez que elas ainda persistem na perspectiva prescritiva e transmissiva de conhecimentos, desconsiderando os saberes, linguagens e valores sociais das classes populares. Objetivos: Capacitar sete mil educandos, em 13 estados do Brasil, sendo 70% deles Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Vigilância em Saúde (AVS), além de outros profissionais da Atenção Básica, lideranças comunitárias e integrantes de movimentos sociais. Em Sergipe já foram capacitados em torno de 1500 educandos, e nessa nova etapa mais 420. Metodologia: processos de mobilização rodas de discussão, encontros, vivências e oficinas e tem como eixos estruturantes a pedagogia da problematização, a construção coletiva com os vários atores envolvidos e, principalmente, o despertar de sujeitos críticos e reflexivos, construindo um processo permanente e dialético entre o individual e o coletivo de ação/reflexão/ação, com o envolvimento de todos os sujeitos que dele participam, a inclusão das lideranças comunitárias e dos movimentos sociais é fundamental por considerarmos que os saberes e práticas em saúde não estão restritos aos profissionais e serviços de saúde. Além disso, a experiência acumulada por lideranças comunitárias e militantes de movimentos sociais em educação popular certamente enriquece a troca entre os educandos, bem como a apropriação de suas práticas educativas no fortalecimento de ações de mobilização da população na luta pelos seus direitos,  a formação tem carga horária de 160 horas . O EdPopSUS II está organizado em seis eixos temáticos - A construção da gestão participativa do curso e a experiência como fio condutor do processo educativo; A Educação Popular no processo de trabalho em saúde; O Direito à Saúde e a Promoção da Equidade; Território, lugar de História e Memória; Participação Social e Participação Popular no processo de democratização do Estado; O território, o processo de saúde-doença e as práticas de cuidado. O curso conta com material didático, desenvolvido pela EPSJV, composto por um guia e um livro de Textos de Apoio. A EPSJV coordenou em conjunto com a coordenação estadual as Oficinas de Formação Pedagógica realizadas no estado, voltadas para os educadores populares docentes do curso. Considerações e resultados: A avaliação dos alunos será integrada ao processo educativo. Mais importante que atribuir conceitos e notas que explicitem um poder e um controle, queremos constituir um processo de avaliação que contribua para a construção de conhecimentos sobre a educação e, especialmente, sobre a educação popular em saúde. A formação é uma das estratégias para a implantação da Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS), criada em 2013. A educação popular possui uma importância história  e estratégica para a construção do direito à saúde. Fundamentada, principalmente, no pensamento do educador Paulo Freire, a educação popular é uma prática contrária às formas de dominação, opressão, discriminação e violência que incidem sobre as pessoas em geral e sobre a classe trabalhadora em particular