205: Quando a extensão tem protagonismo na formação universitária: experiências de integração com ensino e pesquisa
Ativador: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 01 Sala 06 - Pupunha    Horário: 10:30 - 12:30
ID Título do Trabalho/Autores
3761 Promovendo a saúde da pessoa idosa na comunidade – proposta de um projeto de extensão universitária
Lânderson Laífe Gutierres, VALÉRIA MOREIRA, Vanessa Alves Mendes, Maria do Socorro Bandeira de Jesus, Mario Roberto Venere

Promovendo a saúde da pessoa idosa na comunidade – proposta de um projeto de extensão universitária

Autores: Lânderson Laífe Gutierres, VALÉRIA MOREIRA, Vanessa Alves Mendes, Maria do Socorro Bandeira de Jesus, Mario Roberto Venere

Com o aumento da longevidade da população brasileira e diminuição da taxa de natalidade nas últimas décadas, existiram iniciativas por meio das políticas públicas para oferecer um envelhecimento saudável com qualidade de vida aos idosos brasileiros que em 2030, poderá atingir 41,5 milhões. Frente a isso, alguns professores da Fundação Universidade Federal de Rondônia, articularam práticas acadêmicas de ensino e extensão surgindo à necessidade de Reedição do projeto de extensão implementado inicialmente na Associação de Idosos Adeli Bento da Silva na cidade de Porto Velho, sendo que nesta proposta será ampliado ao Centro de Convivência do Idoso (CCI). Objetivando efetivar práticas de saúde crítica e reflexiva, à luz das necessidades de saúde do idoso, realizando ações educativas participativas e de saúde na comunidade, visando buscar alternativas para o envelhecimento saudável.   O projeto de extensão será realizado no CCI da Secretaria Municipal de Assistência Social e da Família (SEMASF). É um local de convivência e integração dos idosos, não havendo internações, ou seja, almeja o desenvolvimento de atividades que contribuam no processo do envelhecimento saudável, na autonomia e sociabilidade do idoso e no fortalecimento dos vínculos e convívio comunitário, com foco na prevenção de situações de risco social. A proposta metodológica será por meio de ações que compreendem quatro momentos, 1) Momento do conhecimento; 2) Momento de problematização; 3) Ação organizada – Processo de trabalho organizado dos problemas identificados e  4) Síntese reflexiva. Espera-se por meio destas ações, promover a saúde mediante as atividades físicas e atendimento a saúde e o conhecimento adquirido por meio das atividades educacionais dirigidas ao grupo assistido; Adoções de políticas públicas saudáveis e ações efetivas de assistência à saúde dos idosos; Melhorias na assistência ao idoso oferecida pelas unidades de saúde da família; fomentar a discussão que retratem a questão do idoso e divulguem as experiências resultantes das ações na comunidade e interação de discentes e professores da universidade possam aproximar a academia e a comunidade, o que certamente possibilitará aos envolvidos benefícios mútuos. Considerando ser fundamental que os discentes futuros profissionais sejam preparados para atender as demandas específicas da população idosa, tendo em vista o envelhecimento de forma positiva.

1178 Ações de acolhimento e cuidado no atendimento a refugiados do Congo: Vivências interdisciplinares no município de São Gonçalo – RJ
Angela Maria Bittencourt Fernandes da Silva

Ações de acolhimento e cuidado no atendimento a refugiados do Congo: Vivências interdisciplinares no município de São Gonçalo – RJ

Autores: Angela Maria Bittencourt Fernandes da Silva

Apresentação: O crescente aumento de imigrantes internacionais no Brasil nos últimos anos indica que o tema das migrações tem se tornado mais complexo e desafiador. De acordo com dados da Coordenação Geral do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em 2016 o Brasil reconheceu 215 refugiados vindos da Republica Democrática do Congo e Angola e o município de São Gonçalo abriga 50 famílias. As migrações internacionais constituem um importante fator de mudança social no mundo contemporâneo. São as transformações econômicas, demográficas, políticas e sociais que ocorrem no seio de uma dada sociedade que fazem com que as pessoas migrem. Por sua vez, estas migrações ajudam a produzir novas mudanças, tanto no país de origem, como no de acolhimento (CASTLES, 2005). Cabe ao país de ingresso a integração dos refugiados autorizar a estada, de que forma o mesmo terá acesso ao trabalho, educação e saúde. Para alguns poucos e em situação de maior urgência, há pequenos auxílios que são repassados, porém os mesmos são vinculados a sobrevivência de mães com filhos pequenos. Como um processo que promove uma solução duradoura para os refugiados no país de refúgio, a integração local apresenta três dimensões inter-relacionadas e específicas, que passam por várias etapas: 1) processo legal: os refugiados recebem a documentação, com direito a procurar trabalho, empreender atividades de geração de renda; têm liberdade de deslocamento em todo o território nacional e têm acesso a serviços públicos como educação, saúde e outros; 2) processo econômico: permite que os refugiados se tornem menos dependentes da ajuda do Estado e da assistência humanitária; 3) processo social: possibilita aos refugiados estabelecerem uma nova rede social junto à população local sem discriminação, intimidação ou exploração pelas autoridades ou pessoas do país de refúgio (CRISP, 2004) Diante disto, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) por meio do Centro de Referência e Assistência Social (CRAS), vem levantandoos quantitativos exatos por nacionalidade; bairros em que vivem; condições de vida e de trabalho e cadastrando famílias para que possam usufruir dos benefícios do Programa Bolsa Família na tentativa de aumentar a renda da família e ter acesso a bens básicos para a sua sobrevivência. Porém, o maior desafio é a barreira linguística, que têm como idioma materno o Lingala e língua oficial o francês. Neste sentido o presente trabalho pretende apresentar as observações das atividades realizadas pelo projeto de extensão “Ação Multidisciplinar de Apoio aos Refugiados do Congo em São Gonçalo” do Instituto Federal do Rio de Janeiro, constituído por equipe interdisciplinar e alunos de diferentes cursos em conjunto com o Centro de Referência e Assistência Social (CRAS), no intuito de mapear os desafios enfrentados pelos refugiados da República do Congo quanto as suas condições de saúde, socioculturais e de família, o nível de acolhimento e cuidado nos serviços públicos com o objetivo de promover o crescimento e integrar a rede de cuidados (assistência social, educação e saúde).  Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório-descritivo que tem por finalidade mapear e analisar o desafio de refugiados do Congo que vive em São Gonçalo. Desta forma, a coleta de dados se fez por meio de conversas informais, ocorridas nas oficinas de acolhimento, pode-se identificar as facilidades e as dificuldades desse viver. A fala das imigrantes oportuniza a observação no lidar, no ouvir, no escutar que aliada à base científica, contribui para o enriquecimento do percurso na medida em que fornece pistas que ajudam a direcionar o olhar para o corpus das ações desenvolvidas no campo social, da saúde e da acolhida dessas pessoas. Optou-se pelo uso da técnica de diário de campo para coleta das informações, com observações sistemáticas das ações de promoção da saúde, acolhimento e cuidado vivenciado com mulheres em situação de refúgio que migraram para o município de São Gonçalo e participaram das oficinas de acolhimento, saúde e geração de renda desenvolvida no CRAS. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Instituto Federal do Rio de Janeiro em conformidade com a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), garantido o sigilo, privacidade, individualidade e anonimato dos sujeitos envolvidos.   Resultados Trata-se de resultados preliminares do projeto de extensão, cuja amostra foi constituída por nove africanas, tendo como critério de inclusão se encontrar cadastrado no CRAS. Identificou-se que as mulheres que participam das oficinas, vieram do Congo, atravessaram a fronteira, embarcaram para o Brasil, foram acolhidas pelas autoridades de São Paulo. Depois de conseguir os documentos necessários elas puderam seguir viagem, vindo para o Rio de Janeiro por ser o segundo centro econômico da nação e pela natureza. Elas fazem parte hoje, da comunidade de Jardim Catarina do Município de São Gonçalo. Ao serem nomeadas como refugiadas, elas conseguiram perceber que suas posições nas sociedades ditas de acolhimento são vistas de forma diferente: como sendo de exceção face à lei brasileira. Elas perceberam que não têm os mesmos direitos, pois a bolsa família é pequena frente as suas necessidades reais, que à alimentação ocorre pelo auxilio da Igreja pela oferta cesta básica de alimentos não perecíveis. Quanto à moradia ainda encontram muitas barreiras para participarem dos programas do governo. No que diz respeito à saúde, o atendimento médico ainda é precário e não conseguiram ser inseridas no Programa Médico de Família, só sendo atendidas em Unidades de Pronto Atendimento. As refugiadas referem que por serem iniciantes no aprendizado da língua portuguesa, não têm oportunidades de se vincular no mercado de trabalho. E, ainda não tem como comprovar experiência profissional, geralmente requisitada nas seleções de empregos Desta maneira, elas não encontram espaço para confrontos, para as réplicas ou polêmicas, pois os sentidos da formação discursiva política se dissemina com maior facilidade, favorecendo o isolamento passivo pela falta de comunicação com os brasileiros.   Considerações Finais Faz-se necessário que a rede de atendimento a refugiados da República do Congo no município de São Gonçalo esteja sensível à problemática da linguística que dificulta muito a efetiva utilização dos serviços, pois prejudica a comunicação e o entendimento sobre a relação imigrante-profissional-serviço. Apesar do importante avanço no acesso aos serviços de saúde e políticas públicas ainda persistem situações que dificultam a utilização de serviços por exigência de documentação brasileira, o não domínio da língua portuguesa e, ainda, a não existência de nenhum material explicativo de acesso aos serviços traduzidos para o idioma do país de origem dos refugiados, neste caso, o francês e idioma materno, o Lingala. Neste sentido a integração do ensino-serviço-pesquisa nas redes de atendimento e acolhimento a essa população propiciou ampliar as ações de cuidado, empoderamento e saúde da população congolense no município de São Gonçalo.

1296 Projeto Vida em Movimento: práticas integradoras entre os cursos de formação em saúde da Escola Técnica Estadual de Saúde Herbert José de Souza (FAETEC) Apresentação: Vida em movimento é um projeto que integra os diferentes cursos de saúde da Escola Té
Julieta Brites Figueiredo, SELMA ALMEIDA DE JESUS, Samhira Vieira Franco de Souza, Lucimara Mareli de Souza., SANDRA REGINA DE OLIVEIRA, LUIZ HENRIQUE CHAD PELLON

Projeto Vida em Movimento: práticas integradoras entre os cursos de formação em saúde da Escola Técnica Estadual de Saúde Herbert José de Souza (FAETEC) Apresentação: Vida em movimento é um projeto que integra os diferentes cursos de saúde da Escola Té

Autores: Julieta Brites Figueiredo, SELMA ALMEIDA DE JESUS, Samhira Vieira Franco de Souza, Lucimara Mareli de Souza., SANDRA REGINA DE OLIVEIRA, LUIZ HENRIQUE CHAD PELLON

  Apresentação:   Vida em movimento é um projeto que integra os diferentes cursos de saúde da Escola Técnica Estadual de Saúde Herbert José de Souza (FAETEC), no estado do Rio de janeiro, com apresentações de atividades teórico-práticas, permitindo que os discentes tenham a oportunidade tanto de dividir seus conhecimentos apreendidos em sua formação, quanto experimentar as práticas relacionadas a outros cursos. Estas atividades envolvem temas livres relacionados à área da saúde, levando em consideração os diversos eixos que atuam como pano de fundo para a garantia de uma boa qualidade de vida (biológico, psíquico, politico-social e espiritual) e contribuem para uma formação com pensamento crítico-reflexivo, além de incentivar o trabalho de cooperação entre os pares.   Desenvolvimento:   A Escola Técnica Estadual de Saúde Herbert José de Souza é uma Instituição de ensino pública profissionalizante em saúde, pertencente à rede FAETEC (Fundação de Apoio a Escola Técnica), ligada a Secretaria de Ciências e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro e que postula como fundamento a formação técnica pós-médio, ou seja, seus alunos já completaram ou estão cursando o último ano do ensino médio. Como a instituição é de formação subsequente ao ensino médio, seus alunos, em sua maioria, já estão inseridos no mercado de trabalho e procuram na Escola uma oportunidade de se especializarem com o objetivo de ascensão profissional. Nesse contexto, é importante lembrar que mundo do trabalho, da saúde e da educação se cruza de maneira contraditória, sendo necessário lutar contra a visão ideológica da naturalização do trabalho dos profissionais de nível médio da saúde para elevar o potencial que uma formação ampla e qualificada pode influir de maneira construtiva nas relações de trabalho, no atendimento à população, na capacidade de pensar tanto o cotidiano imediato quanto o próprio sistema de saúde. Isto posto, torna-se relevante ressaltar que a partir de 2015, o estado do Rio de Janeiro iniciou uma grave crise política e econômica que refletiu drasticamente na queda do número de alunos em nossa Instituição de Ensino, levando a um esvaziamento escolar, além do desestímulo dos profissionais da Escola. Nesse contexto, parafraseando Churchill, que refere que o “pessimista vê dificuldade em cada oportunidade e o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”, um grupo de professores-enfermeiros reuniram forças para um fazer diferente, e postulou um projeto denominado Vida em Movimento, cujo nome além de refletir o sentimento dos docentes naquele momento, também representava a ideia de que o aprendizado não é estático ou passivo. O tema escolhido permitiu uma transdisciplinaridade, pois, transcendemos a barreira da disciplina e de curso e subvertemos a ideia já conhecida de atividades de saúde como feiras ou exposições, realizando um trabalho onde os alunos participam de todas as etapas da elaboração. Em primeira instância, o Vida em Movimento foi um projeto dos docentes do turno da noite, em sua primeira edição, em 2016. Contudo, esta atividade apresentou um efeito viral construindo um trajeto do conhecimento pela equipe discente e a válvula propulsora dos docentes e dessa forma, ampliando-se no ano seguinte (2017) para os três turnos (manhã, tarde e noite). O interesse crescente pelo projeto tanto dos discentes quanto dos docentes da Escola, traduz a relevância de trabalhos interdisciplinares e a interação entre os cursos, proporcionando um intercâmbio entre as ciências, ou seja, o fim das fronteiras entre as disciplinas, procurando integrar e fragmentar cada vez menos o conhecimento e que o aluno pudesse compreender que o conteúdo desenvolvido por disciplina é a parte para o todo. E com esse entendimento, que o presente estudo tem como objetivo descrever o Projeto Vida em Movimento, utilizando-se como percurso metodológico, um estudo de natureza qualitativa e descritiva, sob a forma de relato de experiência, mediante atividade educativa vivenciada pelos professores da Escola Técnica de Saúde Herbert José de Souza (FAETEC).   Resultados:   Após uma primeira reunião entre os docentes, para definição da melhor data dentro do calendário escolar para a realização do evento, os professores, em sala de aula, conversam com suas turmas solicitando ideias para as atividades que envolvam o eixo biológico, psíquico, social espiritual, e fixam um cronograma para a realização dos trabalhos. Após essa etapa, os professores envolvidos voltam a se reunir para trazerem as sugestões dos alunos e os temas escolhidos. O Vida em Movimento apesar de ser um evento relacionado à saúde, não fecha assuntos específicos, para não correr o risco de engessar a criatividade dos alunos, entendendo a saúde como um tema extremamente complexo e que envolve muitas das relações do cotidiano no que tange aos determinantes sociais da saúde (saneamento, alimentação, segurança, diversão, acessibilidade, inclusão, dentre outros). No entanto, algumas exigências são preconizadas: os trabalhos devem ser potencialmente práticos e/ ou lúdicos, possibilitando a interação das pessoas; os alunos devem ser os protagonistas do evento e não posters ou painéis, sendo aceito, no entanto, cartazes com breves informações que ajudem a contar a historiografia dos temas; os materiais utilizados para elaboração dos trabalhos devem ser preferencialmente, reutilizáveis como forma de proteção do meio ambiente e barateamento dos custos e por fim, todos os participantes precisam experimentar da atividade dos outros grupos, como forma de socialização e incentivo para os colegas. O grupo que já realizou a atividade no ano anterior, além de ser participante do evento, também fica responsável pelo marketing, fazendo convites e cartazes, aproveitando de sua prévia experiência, para instigar os estudantes recém-chegados a se interessarem pelo projeto. Ressalta-se que a prática educativa, aplicada nos moldes da Educação Profissional, requer uma análise minuciosa do saber docente neste contexto, para que as atividades sejam conduzidas objetivando trabalho em equipe, agregação de conteúdo e confluência dos ensinamentos absorvidos. Com essa atuação mediadora do professor, durante a elaboração dos trabalhos, as turmas se tornam autogestoras do conhecimento, a intervenção do docente só acontece caso o grupo solicite. Esta estratégia objetiva avaliar a capacidade de solução de conflito, criatividade, ética profissional e construção do conhecimento científico. Ainda utilizando-se do pressuposto da autogestão dos discentes, são eles que escolhem quais espaços físicos da Escola são mais adequados para suas apresentações e se responsabilizam pela montagem e organização da área a ser utilizada, bem como a retirada dos trabalhos e o acondicionamento no descarte adequado dos materiais que não poderão ser reaproveitados no próximo ano, ao término do evento. Após o evento, os docentes voltam a conversar com seus alunos em sala de aula para juntos realizarem uma avaliação do projeto, discutindo os pontos negativos e positivos e oferecendo sugestões de melhorias para os próximos anos.   Considerações finais:   A interdisciplinaridade nos cursos de saúde contribui para uma visão mais agregadora dos conteúdos transmitidos em sala de aula e que deverão ser praticados no cotidiano laboral, evitando a fragmentação do ensino e sua descontextualização com a realidade vivenciada nas instituições promotoras de cuidado. De encontro com essas palavras, o projeto Vida em Movimento pode verificar, a partir da observação dos professores, que a corresponsabilização e o engajamento dos participantes, aqui chamados de alunos, apresentaram-se de forma surpreendente. Temas que nunca haviam desenvolvidos, eram demonstrados com criatividade e desenvoltura, onde poucas vezes houve necessidade de intervenção do professor. 

1856 CUIDADOS EM SAÚDE EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL UTILIZANDO A TÉCNICA DA METODOLOGIA DA PROBLEMATIZAÇÃO
Lucimar Maria Fossatti de Carvalho, Patricia Aline Ferri Vivian, Isaac Lener Lages Soares, Alana Thuane Rutzen, Andressa Melo Coelho, Natália Bender Führ, Yasmim Mendes Silva, Jorge Luiz dos Santos De Souza

CUIDADOS EM SAÚDE EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL UTILIZANDO A TÉCNICA DA METODOLOGIA DA PROBLEMATIZAÇÃO

Autores: Lucimar Maria Fossatti de Carvalho, Patricia Aline Ferri Vivian, Isaac Lener Lages Soares, Alana Thuane Rutzen, Andressa Melo Coelho, Natália Bender Führ, Yasmim Mendes Silva, Jorge Luiz dos Santos De Souza

No contexto da vulnerabilidade social, os remanescentes dos quilombos se destacam como grupos que sofrem o processo de exclusão aos cuidados em saúde, em todas as regiões do país. Este artigo relata experiências sobre cuidados em saúde nas comunidades quilombolas de Arvinha e Mormaça, no município de Sertão/RS, utilizando a técnica da metodologia da problematização, a qual compreende: (1) observação da realidade, evidenciaram-se os riscos para as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e a hipertensão arterial sistêmica (HAS); (2) entre os pontos-chaves da pesquisa objetivou-se esclarecer o DM2 e a HAS, incluindo questões nutricionais e atividades físicas; (3) optou-se trabalhar em rodas de conversas, identificando fatores de risco dessas patologias; (4) como hipótese de pesquisa, a participação efetiva das comunidades e (5) atividades voltadas a partir da realidade dos  quilombolas. A equipe foi composta por 10 integrantes, incluindo alunos voluntários,  especialista em atividade física, médico colaborador, enfermeiras e a professora coordenadora do projeto. Foram realizadas cinco estratégias: a primeira, uma roda de conversa com esclarecimentos sobre as manifestações do DM2 e HAS; na segunda, as comunidades foram informadas da importância da atividade física a partir de exercícios práticos; a terceira estratégia abordou o tema nutrição saudável incluindo receitas com baixo teor calórico; na quarta, foi quantificado o Índice de Massa Corporal (IMC), teste glicêmico e aferição da pressão arterial e, na quinta estratégia, foram realizadas entrevistas com os quilombolas com a finalidade de coletar dados, os quais serão utilizados para traçar o perfil epidemiológico das comunidades quilombolas investigadas. Desta forma, verificou-se que os esclarecimentos envolvendo os cuidados em saúde sobre DCNT foram importantes na medida em que contribuíram para prevenir a ocorrência de complicações com o DM2 e a HAS, obter melhor qualidade de vida, por meio de uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos. Possibilitou a articulação com os próprios quilombolas, integrando as comunidades com informações sobre as manifestações dessas enfermidades.  As políticas públicas em saúde devem buscar a equidade por meio da atenção inclusiva às comunidades quilombolas brasileiras. É imprescindível que os portadores de DCNT tenham conhecimento sobre os riscos relacionados ao seu problema de saúde. Os resultados demonstraram a necessidade de reivindicar políticas públicas que favoreçam a educação em saúde no acesso aos direitos fundamentais dos quilombolas (saúde, habitação, transporte e renda) os quais podem ter impacto importante na diminuição das DCNT.