218: Programa Mais Médicos: valorização e aperfeiçoamento da Atenção Básica
Ativador: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 02 Sala 05 - Guariba    Horário: 15:30 - 17:30
ID Título do Trabalho/Autores
1653 Desafios da Medicina de Família e suas intervenções médicas a pacientes acamados e/ou doenças crônicas a nível domiciliar
Daniela Lima da Costa, Francis Amorim Rosa Abreu, Alex Alencar de Oliveira, Lucas Chagas Gadelha

Desafios da Medicina de Família e suas intervenções médicas a pacientes acamados e/ou doenças crônicas a nível domiciliar

Autores: Daniela Lima da Costa, Francis Amorim Rosa Abreu, Alex Alencar de Oliveira, Lucas Chagas Gadelha

Apresenta-se neste relato um caso da conduta médica referente ao Programa Mais Médico da Medicina de Família na  UBSF L45 localizada na Zona Leste de Manaus, na qual busca-se conduzir uma prática médica apoiada da promoção, prevenção e reabilitação da saúde, na qual, usam-se métodos preventivos para uma melhoria da qualidade de vida. Em que a abordagem basea-se em pacientes da comunidade acamados e ou com algum tipo de doença crônica que os impossibilita de locomoção a UBSF L45. Observou-se na prática corriqueira que os familiares apresentam muitas dificuldades diante dos cuidados e tratamentos com seus familiares enfermos. Nesta acepção, apesar da rede básica de saúde ter um sistema computacional com todas as especificidades do paciente para seu tratamento, o paciente, seus cuidadores e/ou familiares desconhecem o diagnóstico e tratamento correto, propõem-se uma nova abordagem de “caderneta da saúde” que comtempla todas as especificidades aderentes à condução médica adotada. Com o objetivo garantir aos pacientes e profissionais da saúde o amplo conhecimento a respeito da sua doença, tratamento, cuidados gerais, promoção, prevenção e reabilitação, bem como manutenção. Realizou-se a implantação de uma Caderneta de Saúde de maneira experimental e preliminar para efetivar uma conduta médica. Constatou-se que para o médico da atenção domiciliar torna-se possível a prática médica voltada a cuidados humanizados a saúde, juntamente com a equipe de saúde da Estratégia de Saúde da Família como enfermeira, técnicos de enfermagem, Dentista e Agentes de Saúde que proporciona qualidade e sucesso nas atividades programadas, com o uso de ferramentas simples como uma caderneta e poderá no futuro ser ampliada outro sistema inclusive no formato de aplicativo de forma a facilitar o atendimento médico e dos pacientes e familiares.    

2729 A valorização do papel do agente comunitário de saúde a partir do olhar do Programa Mais Médicos: uma mudança de prática
IVONNE CANSECO CANALES, Maria Cristina Ferreira Abreu, Wenderson Wagner Garcia Matos, Meiriane Souza Ferreira

A valorização do papel do agente comunitário de saúde a partir do olhar do Programa Mais Médicos: uma mudança de prática

Autores: IVONNE CANSECO CANALES, Maria Cristina Ferreira Abreu, Wenderson Wagner Garcia Matos, Meiriane Souza Ferreira

Apresentação: Nhamundá, município do interior do Amazonas, tem população de 20,6 mil habitantes (2016), possui acesso exclusivamente fluvial e a viagem dura em média de 08 a 36 horas a depender da embarcação e das condições de navegação. Em 2013, o município aderiu a Projeto Mais Médicos para o Brasil e recebeu dois médicos, Intercambistas Cooperados. A médica, Silvia Maria Marin Rodriguez, de nacionalidade cubana, relatou vivenciar em Nhamundá uma nova prática com os ACSs se reconhecendo como integrantes da equipe, pois em Cuba não há esse formato. Gomes (2009), afirma que há um conflito entre a teoria e a prática do ACS, pois o que se pode perceber é que as ações realizadas per eles se resumem na realização do trabalho sem reflexão do ato realizado, apenas o fazer vinculado à cobrança da gerencia. Para que aconteçam mudanças relacionadas à prática do fazer, se exige a construção de espaços de diálogo com toda a equipe, possibilitando a reflexão, o planejamento e a avaliação conjunta. Desenvolvimento do trabalho Identificado essas dificuldades, a médica propôs a realização de reuniões e discussões de caso visando à capacitação dos ACS. Inicialmente houve resistência por parte dos profissionais da ESF onde, conforme relato, havia a sensação de que “a médica queria mandar na equipe” ou que “a médica queria fiscalizar o trabalho dos ACSs”. Foram necessárias reuniões e muito diálogo para sensibilizar os profissionais da equipe e, em especial os ACSs.  Os profissionais foram sensibilizados sobre a importância da mudança das práticas e do quão importante isso era para a melhoria da saúde da população adscrita. Resultados / Impactos Em aproximadamente seis meses, foi possível observar que os ACSs passaram a se sentir integrantes da equipe, reconhecendo a importância de seu papel como elo de ligação entre a ESF e a comunidade e a rotina de trabalho mudou para melhor. Como resultado dessa mudança de práticas, identificou-se o impacto na saúde das crianças menores de cinco anos e das gestantes. Foi possível estimar a menor morbidade na referida faixa etária, além de um acompanhamento mais eficaz as gestantes, puérperas e crianças da Unidade de Saúde Nossa Senhora Assunção.

3518 O PROCESSO DE IMPLANTACAO DE UM CURSO MÉDICO E A IMPLICACAO NECESSARIA COM A ORGANIZAÇÃO DAS REDES DE ATENÇAO À SAÚDE
Jose Santos Pedrosa

O PROCESSO DE IMPLANTACAO DE UM CURSO MÉDICO E A IMPLICACAO NECESSARIA COM A ORGANIZAÇÃO DAS REDES DE ATENÇAO À SAÚDE

Autores: Jose Santos Pedrosa

Apresentação Identificam-se os efeitos da Lei 12.871 de 22/10/2013 que institucionaliza o Programa Mais Médicos para o Brasil, particularmente um de seus pilares, qual seja, a reordenação da formação médica o que inclui a abertura de cursos em regiões consideradas estratégicas para a preenchimento dos vazios assistenciais e estratégias para a fixação desses profissionais.  A implantação dos cursos era monitorada por um documento/guia compreendendo a imagem objetivo esperada de quatro dimensões consideradas essenciais para cumprir seus objetivos: infraestrutura, corpo docente, projeto pedagógico e articulação ensino e serviço, acompanhados por visitas in loco de membros da Comissão de Acompanhamento da Implantação das Escolas Médicas. O curso de Medicina da UFPI no Campus Ministro Reis Velloso na cidade de Parnaíba foi sendo construído com base nas imagens objetivas apontadas no instrumento de monitoramento. Nesta pesquisa são identificados e analisados os efeitos do compartilhamento entre o curso e os serviços de saúde para a construção de Redes de Atenção a Saúde que fossem consideradas cenários de ensino/aprendizagem Objetivo Geral: analisar os efeitos da articulação entre os serviços de saúde, gestão dos municípios da Região e o Curso de Medicina na construção das Redes de Atenção à Saúde Objetivos Específicos: a) identificar elementos da reorganização dos serviços voltados para a articulação ensino/serviço; b) analisar os movimentos autônomos e institucionais desencadeados no processo. Metodologia Por meio da pesquisa documental realizadas em documentos oficiais e relatórios de atividades, além das anotações da percepção do pesquisador, sujeito ativo e implicado no processo foram identificados movimentos, sujeitos e espaços que se envolveram no processo de articular o ensino com o trabalho em saúde: Resultados: Foram identificados 2 tipos de movimentos: institucionais que envolvem as gestões municipais e estadual e formalizações de parcerias e termos de cooperação e movimentos autônomos que emergiram da ação dos sujeitos envolvidos 1.Movimentos institucionais: a)      Mobilização para a constituição do Comitê Gestor do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) que tem contribuído com a reorganização da porta de entrada do Hospital e a adequação do HEDA como hospital de ensino, resultado da articulação entre os cursos da área da saúde de instituições públicas e privadas e a Secretaria Estadual de Saúde (SESAPI) b)      Criação de 2 Programas de Residência Médica (Clinica Médica e Cirurgia) e concessão para abertura de 3 programas (Pediatria, Ginecologia e Medicina da Família e Comunidade) em parceria com instituições públicas o o Curso de Medicina de uma instituição privada c)      Participação na concepção e cogestão do Centro Integrado de Especialidades Médicas em parceria com a SESAPI e a Fundação Estadual de Apoio à Pesquisa (FAPEPI) que oferecerá à comunidade da Região consultas e procedimentos em 11 especialidades médicas articulando as Residências e o Internato d)     Assinatura do Contrato de Ação Pública para Articulação Ensino/Serviço (COAPES) com a Secretaria Municipal de Saúde de Parnaíba e mobilização dos cursos de saúde das IES privadas na construção do Plano de Trabalho, onde observou-se uma demanda anual de 2000 alunos que devem frequentar os serviços de saúde. e)      Participação ativa na Comissão Intergestora Regional e na Comissão de Integração Ensino Serviço no sentido de articular os 11 municípios que compõem o Território da Planicie Litorânea, espaço de responsabilidade social do Curso de Medicina da UFPI em Parnaíba. Este espaço tem se mostrado como ponto de comunicação entre a Escola Médica e os gestores municipais e as equipes gestoras. f)       Participação no processo de Planificação da Microrregião que compreende 2 Territórios de Desenvolvimento (Planicie Litorânea e Cocais) com o objetivo de organizar as RAS para o cuidado integral às condições crônicas, na perspectiva de integrar a agenda de educação permanente a ser desenvolvida nas Unidades de Saúde e o planejamento pedagógico. 2. Movimentos autônomos a) Agraciamento no Premio INOVASUS que proporcionou a realização de Oficina de formação docente em metodologias ativas e Fóruns de Atenção Primária em Saúde reunindo discentes, docentes e comunidades b) Criação da Comissão do Internato no sentido de adequá-lo às orientações das DCN de 2010, incluindo Atenção Primária, Urgencia e Emergencia e Saúde Mental na perspectiva de internato/vivência em outros municipios da Região c) Constituição de Ligas Acadêmicas que desenvolvem atividades diretamente com as comunidades por meio de ações como Saúde na Praça, Ciências nas Escolas, Formação de professores de escolas públicas sobre primeiros socorros d) Construção de projetos de pesquisa participante para a construção de sustentabilidade para modos de viver mais saudáveis com uma comunidade e) Mobilização e participação nas Conferencias Municipais de Vigilância em Saúde e Saúde da Mulher f) Utilização e articulação com outros serviços de saúde g) Mobilização dos estudantes em atividades científicas, esportivas, comunitárias e intercâmbio de experiências Conclusões A análise da implicação é importante dispositivo para refletir e orientar decisões em processos de institucionalização que exigem movimentos na esfera técnico-científica, política e organizacional. A participação da Escola Médica na organização dos serviços de saúde é fundamental para que a integração entre ensino e serviço se torne estratégia eficaz na formação do perfil médico preconizado pelas DCN de 2010. As mudanças e a dinâmica dos serviços acontecem em tempo diferente das adequações necessárias ao Projeto Pedagógico gerando conflitos entre os objetivos de aprendizagem formalizados e os contextos nos quais as práticas ocorrem. A territorialização da Escola Médica requer que os problemas detectados no território sejam os problemas a serem analisados nos projetos de iniciação científica. Existem dificuldades de movimentos autônomos em direção à comunidade e aos movimentos sociais em face um imaginário fortemente instituído sobre o saber e o médico. Existem maiores possibilidades de articulação ensino e serviço quando o docente atua nas redes de atenção à saúde Existem barreiras burocráticas às inovações preconizadas em virtude de um sistema de gestão acadêmica que não apresenta flexibilidade para incorporar as inovações vivenciadas como práticas docentes formais. A cultura organizacional tanto nos serviços quanto na Escola Médica impõe ao trabalho em saúde por parte do profissional médico individualismo, produtivismo, hierarquização da liderança e fragmentação do processo de trabalho. Romper os muros da Universidade e fazer a ponte dialógica com os serviços e a comunidade é um desafio permanente.

5051 Grupo Especial de Supervisão Acadêmica do Programa Mais Médicos no Acre
Frantchesca Fripp Santos, Camila Zamban Miranda, Nilson Massakazu Ando

Grupo Especial de Supervisão Acadêmica do Programa Mais Médicos no Acre

Autores: Frantchesca Fripp Santos, Camila Zamban Miranda, Nilson Massakazu Ando

Apresentação: O Programa Mais Médicos para o Brasil (PMMB), criado em 2013, em seu eixo de provimento garantiu a presença de profissionais médicos em locais de difícil acesso. Em dezembro de 2014 foi criado pelo MEC o Grupo Especial de Supervisão (GES), composto por supervisores e tutores de todo o Brasil, que realizam a supervisão acadêmica nas modalidades in loco (presencial) e longitudinal (à distância). O programa prevê supervisão acadêmica para estes profissionais, através de encontros mensais com médicos supervisores, vinculados a universidades públicas. No processo de formação dos supervisores são realizados encontros de Educação Permanente (EP) organizados pelos tutores, com o suporte dos Apoiadores Institucionais do MEC. Os encontros de EP entre tutora e supervisores do GES Acre têm como objetivo a qualificação do processo de supervisão acadêmica. A supervisão é realizada no sentido de garantir que os princípios de APS sejam cumpridos nas unidades onde os médicos do PMMB atuam e de incentivar a autoformação dos médicos e demais profissionais das equipes de saúde. Desenvolvimento do trabalho: No estado do Acre, o GES atua desde 2015, contando com uma tutora e 10 supervisores Médicos de Família e Comunidade, com experiência em docência e preceptoria. O grupo realiza a supervisão de aproximadamente 30 médicos do PMMB que atuam em 3 Distritos Sanitários Especiais Indígenas, espalhados pelos territórios de 11 municípios do interior do Acre e Amazonas. Os supervisores intercalam visitas in loco bimestrais com supervisão à distância. No seu processo formativo, realizam mensalmente encontros de EP, presenciais ou por webconferência. Nestes encontros são discutidos temas relevantes no campo da Saúde Indígena. No ano de 2017, a partir de um levantamento realizado sobre Metodologias de Aprendizagem, o grupo também optou por estudar os temas Feedback, Interconsulta e Matriciamento, além de discutir o processo de supervisão in loco, culminando na produção do georreferenciamento da supervisão acadêmica do Acre e de um vídeo onde são narradas as atividades de supervisão. Além disso, a partir de demandas trazidas pelos médicos, foi discutido a Mediação de Conflitos e  Comunicação não-violenta. O cotidiano da supervisão longitudinal provocou o grupo para a qualificação da mesma, levando à produção de um Termo de Referência que orienta a elaboração de um portfólio pelos médicos, cuja proposta é nortear a discussão dos desafios enfrentados no dia a dia da prática dos médicos do PMMB. Resultados: A formação dos supervisores mostrou-se uma potente ferramenta para a transformação de práticas e para a construção de um processo de supervisão dialógica que envolve os supervisores, médicos e equipes de saúde do PMMB. Considerações finais: A formação dos supervisores, no cotidiano do fazer EP em áreas de difícil acesso da região norte do país, é fundamental para a viabilização de uma supervisão acadêmica de qualidade e da garantia do alcance dos objetivos do PMMB.