223: Reflexões sobre o desenvolvimento do trabalho e seus impactos nas práticas em saúde
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 01 - Sala 06    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
3568 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM CÂNCER DE PULMÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Beatriz Duarte de Oliveira, Ruhan da Conceição Sacramento, Alicia Laura Lobo Modesto, Larissa Renata Bittencourt Pantoja, Stephany Siqueira Braga, Bianca Leão Pimentel, Tatiana Noronha Panzetti

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM CÂNCER DE PULMÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Beatriz Duarte de Oliveira, Ruhan da Conceição Sacramento, Alicia Laura Lobo Modesto, Larissa Renata Bittencourt Pantoja, Stephany Siqueira Braga, Bianca Leão Pimentel, Tatiana Noronha Panzetti

APRESENTAÇÃO: A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) constitui um modelo privativo de trabalho, por meio do qual é possível delinear a prestação de serviços diante do contexto cliente-enfermeiro assim como enfermeiro-equipe de enfermagem. Desse modo, tal sistematização mostra-se imprescindível para a conjuntura que norteia o exercício da profissão. A assistência de enfermagem destaca-se como uma das funções primordiais no cotidiano do enfermeiro, visando a excelência da qualidade na atenção à saúde oferecida ao paciente, a família e a coletividade com intervenção no processo saúde-doença. Com a implementação da SAE é possível proporcionar cuidados de cunho mais especifico, de acordo com as necessidades de cada paciente propulsionando avanços na qualidade da assistência. Nesse contexto, sabe-se que o câncer é uma importante causa de doença e morte no Brasil, pois desde 2003, as neoplasias malignas perfazem a segunda causa de mortalidade da população. Assim, compreende-se que o câncer ainda é uma das doenças mais temidas e estigmatizadas, representando um dos grandes problemas de saúde pública no Brasil. Dos vários tipos de câncer os mais incidentes foram os de pulmão, mama, cólon e reto, sendo destes o de pulmão considerado como a principal causa de morte. A SAE ao paciente oncológico, por meio do Processo de Enfermagem, é um importante instrumento que norteia e viabiliza o trabalho da equipe de enfermagem, pois, sua implementação, pode refletir na melhoria da qualidade dos cuidados prestados, além de possibilitar autonomia e reconhecimento da profissão. Para a assistência de enfermagem ao paciente com câncer de pulmão, leva-se em consideração as necessidades fisiológicas e psicológicas do indivíduo. É importante ressaltar que os problemas fisiológicos se devem principalmente às manifestações respiratórias da doença. Desse modo, os cuidados de enfermagem incluem estratégias que assegurem o alívio dor e do desconforto, assim como evitar complicações decorrentes. Desse modo, o presente trabalho visa como objetivo relatar a experiência de acadêmicos de Enfermagem na elaboração e implementação da SAE ao paciente com câncer de pulmão em um hospital de referência localizado em Belém do Pará, conforme a taxonomia presente no NANDA, NIC e NOC.  DESENVOLVIMENTO: Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa do tipo relato de experiência, desenvolvido durante as aulas prática do componente curricular Enfermagem Clinica e Cirúrgica em um hospital da rede pública de referência em oncologia localizado em Belém do Pará. O estudo se desenvolveu durante os meses de setembro a outubro de 2017 onde os discentes obtiveram o caso de um paciente hospitalizado com diagnóstico médico de câncer de pulmão em pós-operatório de retoracotomia e decorticação pulmonar direita. A experiência se deu em etapas, sendo a fase inicial a avalição do histórico de admissão do paciente na clínica. Após isso, houve o contato com o paciente, por meio da visita de enfermagem, onde foi possível a prestação de alguns cuidados, bem como de uma investigação mais detalhada sobre o histórico do paciente. Após isso foi realizado o estudo do caso em bases teóricas, como artigos e livros pertinentes, a fim de alicerçar os cuidados de enfermagem as individualidades do paciente. Por fim, realizou-se a elaboração do plano de cuidados conforme os diagnósticos de enfermagem traçados de acordo com os preceitos presentes no NANDA, intervenções e resultados de enfermagem com base no NIC e NOC, respectivamente e, posteriormente, a implementação dos cuidados propostos por meio da visita de enfermagem. RESULTADOS: Por meio da elaboração do plano de cuidados, foi possível estabelecer os principais Diagnósticos de Enfermagem referentes ao paciente, sendo eles a) Nutrição desequilibrada: menor do que as necessidades corporais relacionada à diminuição do apetite evidenciada pela ingesta inferior à quantidade adequada. Sendo os resultados esperados a ingestão da dieta de acordo com as suas necessidades metabólicas e as intervenções de enfermagem: encaminhar para avaliação nutricional, explicar ao paciente a importância da nutrição adequada, organizar as refeições de forma que os nutrientes com mais proteínas/calorias sejam servidos quando o paciente sentir mais apetite; b) Padrão de sono prejudicado relacionado à dor, evidenciado por procedimento cirúrgico. Com resultado esperado de Regularização do padrão de sono e intervenções: diminuir ruídos no ambiente, administrar analgésico previamente prescrito pelo médico, utilizar terapias alternativas para alívio da dor e relaxamento, investigar com o paciente ou acompanhante sua rotina habitual para dormir; c) Integridade tissular prejudicada relacionada ao procedimento cirúrgico, evidenciada por incisão cirúrgica. Tendo como resultado esperado a Cicatrização progressiva do tecido e como cuidados de enfermagem: avaliar a situação da ferida cirúrgica, cobrir a área com curativo, estimular a ingesta de proteína e carboidratos a fim de manter um equilíbrio positivo do nitrogênio, encaminhar para o serviço de enfermagem comunitária se for necessária a assistência adicional em casa; d) Dor aguda relacionada ao traumatismo tissular, secundário ao procedimento cirúrgico e ao câncer, evidenciada por autorrelato de dor, expressão facial de dor e taquicardia. O resultado esperado sendo o controle e alívio da dor e os cuidados: controlar e administrar analgésico previamente prescrito pelo médico, avaliar a eficácia do analgésico após 30 minutos, utilizar terapias alternativas para alívio da dor; e) Risco de integridade da pele prejudicada evidenciado por mobilidade física prejudicada e cisalhamento. Resultado esperado sendo manter a derme e epiderme íntegra e livre de úlceras de pressão e como intervenções: estimular a deambulação e a troca de decúbito, utilizar coxins, realizar massagens para estimular a circulação sanguínea; f) Risco de infecção evidenciado por presença de dreno torácico, AVC na veia jugular, ferida cirúrgica, permanência prolongada no hospital e câncer. O controle do risco de infecção se destaca como resultado esperado e as intervenções: Lavar as mãos utilizando a técnica asséptica antes de realizar procedimentos invasivos, realizar e controla antibioticoterapia previamente prescrita pelo médico, observar possíveis manifestações clínicas de infecção.  Por meio da implementação da SAE no cotidiano de cuidados prestados ao paciente, percebeu-se a melhora do quadro clinico do mesmo, bem como a recuperação adequada diante dos cuidados no pós-operatório. Tais fatos são comprovados diante da posterior alta do paciente recebida conforme avalição da equipe multiprofissional.  CONSIDERAÇÕES FINAIS: A aplicação da SAE neste estudo possibilitou aos acadêmicos e profissionais de enfermagem o desenvolvimento de uma assistência pautada na humanização e no conhecimento científico com a utilização da NANDA, NIC e NOC, pois propiciaram a elaboração de um modelo que contemplou as necessidades biológicas mais afetadas. O desenvolvimento e a aplicação dessa tecnologia de enfermagem ajuda a desenvolver o conhecimento, favorecendo uma prática efetiva e eficaz, minimizando barreiras referentes aos cuidados necessários. Dessa maneira, a utilização da SAE durante o trabalho do enfermeiro na clínica, destaca-se pelo favorecimento do retorno do paciente ao seu contexto familiar o mais precocemente possível, bem como permite credibilidade do trabalho de enfermagem em suas diversas vertentes, como o caso especifico deste trabalho sendo a sistematização ao paciente com câncer de pulmão.

3788 AÇÃO EDUCATIVA À EQUIPE DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL DO SUS COM ENFOQUE NA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL AO PACIENTE DIABÉTICO
Aline Santos Gasparetto, Andréia Insabralde, Karine Mattos, Juliana Corrente Da Silva

AÇÃO EDUCATIVA À EQUIPE DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL DO SUS COM ENFOQUE NA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL AO PACIENTE DIABÉTICO

Autores: Aline Santos Gasparetto, Andréia Insabralde, Karine Mattos, Juliana Corrente Da Silva

Introdução: As doenças crônicas não transmissíveis são atualmente as principais causas de morbimortalidade no mundo. Dentre essas doenças destaca-se o Diabetes Melittus (DM), tendo como perfil a população idosa, um dos elos importantes no atendimento a esse público, é o domínio científico da equipe de enfermagem para atender este paciente frente ao processo saúde-doença, oferecendo educação em saúde e orientações nutricionais constantes. Corroborando para prevenção de agravos importantes e promovendo controle glicêmico eficaz. Para tal, é essencial que a equipe de Enfermagem esteja preparada para ministrar suporte a esses pacientes. Objetivo: Relatar a experiência vivida na realização de uma ação educativa à equipe de enfermagem, frente a importância da alimentação adequada ao paciente diabético. Desenvolvimento do Trabalho: Considerando essencial a educação permanente, durante as Práticas Específicas (PE) do Módulo Administração e Organização dos Serviços de Saúde II, do curso de Enfermagem da UFMS no Ambulatório de Feridas de um Hospital do SUS em Campo Grande –MS, foi desenvolvida uma atividade com a Equipe de Enfermagem que atende pacientes com lesões diabéticas, visando elucidar quais hábitos alimentares são adequados frente a DM e quais seus impactos no processo cicatricial de uma lesão diabética. Através da literatura, foi confeccionado um modelo de folder com orientações pertinentes. Da mesma criação deu-se origem a um banner autoexplicativo, que continha as mesmas informações do folder, entretanto com o objetivo de deixa-lo no corredor de espera, foi utilizada uma linguagem informal e de fácil compreensão para que os pacientes e familiares pudessem ter contato com as recomendações em seu tempo de espera para o atendimento. A ação ocorreu no mês de Outubro de 2017, na sala de enfermagem do Ambulatório de Feridas e contou com toda a equipe de Enfermagem do setor. Resultados: Após a atividade educativa que ocorreu de forma dinâmica e ativa, houve um feedback extremamente positivo de todos os profissionais do serviço. Houveram relatos de que a atividade foi de grande valia para estruturação da assistência, em razão de muitos pacientes não obterem melhora clínica ou cura da lesão tecidual devido a maus hábitos alimentares, que comprometem o processo cicatricial. Para mim, acadêmica de Enfermagem e futura profissional de saúde ficou claro que devo ater-me para todos os determinantes sociais que possam afetar o processo de adoecimento ou cura do cliente assistido pela Equipe de Enfermagem. Considerações Finais: Realizar tal educação permanente, demonstrou como a equipe de Enfermagem deve manter-se sempre atualizada e empenhada na assistência prestada, bem como, pequenas atividades de educação permanente com orientações e avaliações, podem favorecer um cenário de melhora e/ou cura, e até mesmo prevenindo agravos que constituem uma grande adversidade na saúde pública mundial.

3815 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM REALIZADA EM CLINICA DE CARDIOLOGIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rosimary lima da silva, Brenner kassio Ferreira de Oliveria, Maxwell Arouca da Silva, Delyane Gama Delia

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM REALIZADA EM CLINICA DE CARDIOLOGIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Rosimary lima da silva, Brenner kassio Ferreira de Oliveria, Maxwell Arouca da Silva, Delyane Gama Delia

APRESENTAÇÃO: A morbidade e mortalidade relacionada as doenças cardiovasculares vem aumentando nas últimas décadas. As cirurgias cardíacas são realizadas quando a vida útil do paciente é maior com o tratamento cirurgia do que com tratamento clinico. A complexidade de cuidados requerida por esses pacientes exigem intervenções fundamentadas em método que permitam a tomada de decisão. A Sistematização da Assistência de Enfermagem abrange esse contexto, significando não apenas a identificação do problema, mas a avaliação critica e detalhada do paciente. Objetivo: Relatar a experiência diante dos cuidados de enfermagem que foram realizados em uma clínica cardiológica e os diagnósticos de enfermagem encontrados nesta assistência, bem como a importância da implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo descritivo tipo relato de experiência vivenciado no Hospital Universitário Francisca Mendes (HUFM), por acadêmicos do 9º período de Enfermagem, em estágio curricular da Universidade Federal do Amazonas, na cidade de Manaus, estado do Amazonas, onde foi implementado a SAE a pacientes internados na clinica cirúrgica do referido hospital. RESULTADO/IMPACTO: Durante a assistência utilizou-se os Diagnósticos de Enfermagem (DE) que seguem os parâmetros da NANDA taxonomia II, julgamento clínico, intervenção e metas. Durante a SAE foram encontrados diversos títulos de DE dos quais os mais prevalentes foram: conhecimento deficiente, volume de líquido excessivo, débito cardíaco diminuído, risco para infecção, integridade da pele prejudicada, ansiedade e tensão devida ao papel do cuidador. Com a identificação desses DEs conseguimos implementar  um plano de cuidados baseado em duas teorias de enfermagem, a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta e a Teoria do Autocuidado, de Dorothea Orem. Ressaltamos a importância do processo de enfermagem como foco do trabalho do enfermeiro assistencial na clínica cardiológica na perspectiva de minimizar os danos que a doença causada nesses pacientes, tornando-se primordial para a melhoria da qualidade de vida dos mesmos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A experiência foi relevante, mostrando que a implementação da SAE proporciona assistência com resultados e perspectivas positivas, assim como nos trouxe reflexão e somou para as práticas do estágio, consolidando nossa vivência na Enfermagem. Visto que a implementação do Processo de Enfermagem até hoje é um desafio diário para a profissão, pois requer uma melhor reflexão para implementação de ações de enfermagem de qualidade, resgate de conhecimentos quanto à fisiopatologia e farmacologia, bem como uma elaborada linha de cuidados para cada caso.

3818 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA CLÍNICA CIRÚRGICA A UM PACIENTE COM NEOPLASIA CORRETAL SUBMETIDO À COLOSTOMIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Rosimary lima da silva, Brenner kassio Ferreira de Oliveria, Maxwell Arouca da Silva, Delyane Gama Delia

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA CLÍNICA CIRÚRGICA A UM PACIENTE COM NEOPLASIA CORRETAL SUBMETIDO À COLOSTOMIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Rosimary lima da silva, Brenner kassio Ferreira de Oliveria, Maxwell Arouca da Silva, Delyane Gama Delia

APRESENTAÇÃO: A colostomia que representa a exteriorização do cólon, cuja finalidade é o desvio do trânsito intestinal para o exterior. São diversas as causas que levam à realização de um estoma, dentre a principal pode-se citar as neoplasias malignas, especificamente a colorretal. Os pacientes que são submetidos a uma colostomia adquirem uma série de problemas, como físicos, psicológicos, sociais ou espirituais, colocando este paciente numa situação que necessita de extrema atenção dos profissionais da saúde, exclusivamente da equipe de enfermagem que está diariamente prestando assistência a ele, desde o pré-operatório até o momento da alta hospitalar, sendo assim, a enfermagem tem um papel relevante quando se tratar de cuidado voltado ao paciente colostomizado. Desta forma, esta compreende procedimentos metodológicos que incorporam ferramentas importantes para as efetivações dos cuidados com os seres humanos segundo as suas prioridades e necessidades básicas. Objetivo: O presente relato tem como finalidade apresentar a importância da implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) a um portador de neoplasia colorretal submetido a colostomia, para diminuir as complicações do cliente no Perioperatório. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência a partir da vivência em um estágio curricular do curso de Enfermagem do Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas, na clínica cirúrgica do Hospital Universitário Getúlio Vargas. RESULTADOS/ IMPACTO: Para a elaboração deste relato, utilizou-se da análise do prontuário e informações obtidas no acompanhamento no período perioperatório. Durante a assistência, foram utilizados os Diagnósticos de Enfermagem (DE) que seguem os parâmetros da NANDA taxonomia II, julgamento clínico, intervenção e metas. Durante a SAE foram encontradas diversos diagnósticos dos quais os mais prevalentes foram: Deficiência de conhecimento relacionada aos procedimentos cirúrgicos e cuidados com o estoma; Distúrbios da imagem corporal relacionado a alteração na estrutura: função e aparência; Ansiedade  relacionado a perda do controle e autonomia intestinal; Comprometimento da integridade cutânea relacionado a irritação da pele periostomal por drenagem e materiais; Nutrição alterada: menor que as necessidades corporais relacionada ao débito e ingesta inadequada; Disfunção sexual que se relaciona a estrutura corporal modificada .Com a identificação desses DEs conseguimos implementar  um plano de cuidados baseado em duas teorias de enfermagem, a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta e Teoria do Autocuidado, de Dorothea Orem quem foram as seguintes: educar o paciente/ família; promover uma autoimagem positiva; reduzira dor e a ansiedade; manter a integridade cutaneomucosa; maximizar a ingestão nutricional; Alcançar o bem-estar sexual e evitar complicações. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que os indivíduos submetidos à colostomia necessitam de um cuidado especial dirigido pela equipe de enfermagem, que possam olha-los de forma holística e atuarem de maneira humanizada. Portanto, está vivencia trouxe reflexão sobre a SAE e somou para as práticas do estágio e com certeza no nosso aprendizado enquanto acadêmicos e futuramente como profissionais.

3820 A perspectiva de Agentes Comunitários de Saúde dirigentes de entidades de classe sobre a política de formação profissional implementada no SUS junto a estes trabalhadores
Mariana Lima Nogueira

A perspectiva de Agentes Comunitários de Saúde dirigentes de entidades de classe sobre a política de formação profissional implementada no SUS junto a estes trabalhadores

Autores: Mariana Lima Nogueira

A presente pesquisa analisa a política de formação profissional para Agentes Comunitários de Saúde (ACS) implementada no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da perspectiva de ACS dirigentes sindicais e de associações de trabalhadores desta categoria profissional. Esta pesquisa é parte integrante da tese de doutorado intitulada “O processo histórico da Confederação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde (CONACS): trabalho, educação e consciência política coletiva” concluída, pela presente autora, em setembro de 2017, cujo referencial teórico e metodológico é o materialismo histórico dialético. Entre os anos de 2014 a 2017 foram realizadas 20 entrevistas, tendo participado dirigentes da CONACS, de sindicatos e associações da categoria profissional ACS de todas as regiões do país (estados: Tocantins, Pará, Alagoas, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina). Também se aplicou questionário junto a 90 ACS dirigentes de um total de 48 sindicatos e associações. O processo de formação profissional dos trabalhadores ACS foi realizado historicamente nos territórios onde atuam e nos próprios serviços de saúde, geralmente sob a supervisão do enfermeiro ou da equipe da Estratégia de saúde da família (ESF). Formação profissional inespecífica, que varia em função dos problemas locais com vistas à preparação para execução de atividades vinculadas aos objetivos das políticas de saúde. Esta característica incide na baixa remuneração e valorização social deste trabalhador e se contrapõe à pauta política de qualificação dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). Considerando que o ACS é um dos poucos profissionais de saúde que ingressam no SUS sem uma formação profissional específica, na referida pesquisa se perguntou aos entrevistados sobre o que pensam a respeito da formação profissional do ACS e sua avaliação sobre a política de formação profissional implementada. Todos os dirigentes afirmam que a formação para o trabalho fundamenta-se, em geral, nas experiências do trabalho, na troca com os companheiros de categoria profissional e de equipe. Os entrevistados relataram que há poucos cursos de curta duração ofertados pela gestão municipal e pelo Ministério da Saúde (MS), que a formação profissional que recebem é insuficiente em relação ao conteúdo, frequência e por não conferir habilitação profissional específica. Os ACS vão se formando no trabalho na medida em que se vem já confrontados com os problemas e frequentemente não tem participação na escolha do conteúdo e da regularidade das formações continuadas que recebem. A regulamentação do trabalho dos ACS dispõe apenas sobre formação inicial e continuada, contribuindo para que permaneça prevalecendo a oferta de processos formativos aligeirados na forma de treinamentos em serviço. A formação inicial é ofertada pelas gestões municipais na forma do curso “introdutório”, geralmente curso com duração de 40 horas. Os ACS valorizam a experiência dos cursos de formação inicial, no entanto, este não tem sido ofertado para a totalidade de ACS, e quando o é, os temas tratados não contemplam as necessidades dos trabalhadores. A publicação do referencial curricular nacional do Curso Técnico de ACS (CTACS), no ano de 2004, pode ser considerada um avanço e um marco em relação a formação profissional dos ACS por representar uma tentativa de aliar formação profissionalizante à elevação de escolaridade, apesar dos limites por basear-se no perfil de competências e certa orientação no pragmatismo. O CTACS tem carga horária mínima prevista de 1.200 horas distribuídas em três etapas formativas. No referencial curricular cita-se a participação das Escolas Técnicas do SUS (ETSUS) no processo de oferta do curso, e que, portanto, seria um curso gratuito, provido por instituições públicas e para os ACS. No entanto, não houve pactuação do financiamento do CTACS completo na Comissão intergestora Tripartite. O Ministério da Saúde (MS) se responsabilizou com o financiamento somente da etapa I, enquanto que as etapas II e III dependem das gestões municipais e estaduais. Assim, a realidade nacional é de grande atraso em relação à efetivação do curso completo, pois as secretarias de saúde, em sua grande maioria, não vêm ofertando as três etapas. Do ano de 2004 até 2016 somente os estados de Tocantins, Acre, alguns municípios maranhenses e as cidades do Recife, Manaus, Rio de Janeiro e Gravataí concluíram turmas do CTACS. O fato de a formação técnica não ser realizada na maior parte do país expressa que a formação profissional destes trabalhadores é atravessada por disputas e as principais forças políticas identificadas neste processo são o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde e o MS. A insuficiência da formação profissional vivenciada pelos ACS é reafirmada nos questionários, destes, 60% considera que a formação que recebe não é suficiente para realizar o seu trabalho e 37,8%, considera que é suficiente. Dentre os que consideram que a formação que receberam é suficiente 97,1% está cursando ou concluiu o CTACS na ETSUS local. Ao perguntar sobre qual deveria ser a formação prioritária para o ACS 89% respondeu “CTACS completo modalidade de ensino presencial”. Nos relatos dos entrevistados, também identifica-se a importância da formação técnica para fundamentação de suas práticas realizadas no território, reconhecimento e maior autonomia profissional. A complexidade do trabalho do ACS e necessidade da formação para ampliar a compreensão dos trabalhadores acerca das bases que formam o trabalho do ACS, mas também para facilitar o acesso a conhecimentos sobre a política de saúde, onde se institui o trabalho, foram alguns aspectos apontados. A importância da formação técnica é mencionada também para ampliação do acesso a conhecimentos teóricos que facilitam o acolhimento das demandas apresentadas, a identificação de cuidados a serem prestados e para a fundamentação das orientações dadas pelos ACS às famílias acompanhadas. Outra aspecto se refere à relevância da formação profissional técnica dos ACS para a produção de auto-estima ou valorização dos trabalhadores que diversas vezes percebem a realidade de negação de direitos sociais e trabalhistas onde se inserem, assim como a precariedade das condições sociais na maioria dos territórios onde existe a ESF. Portanto, usufruir do direito à formação técnica também contribui para a construção da identidade profissional e sentimento de valorização. Foi enfatizado, por parte dos entrevistados que concluíram a formação técnica em ACS, que há uma ampliação da autonomia profissional dos ACS e que o curso os coloca em outro lugar na relação com os trabalhadores da equipe, em que “deixam de ser figurantes e passam a ser coadjuvantes”. Constata-se então que os ACS dirigentes de sindicatos e associações identificam a importância da formação técnica em ACS por entenderem que esta formação pode produzir junto aos trabalhadores maior compreensão sobre os fundamentos das práticas desenvolvidas, conhecimento sobre suas atribuições e direitos; articular-se com a construção de melhores PCCRs, e produzir efeitos na relação do ACS com a equipe. No entanto, é importante perguntar: em que medida estes relatos que enfatizam a necessidade da formação técnica são traduzidos em lutas e reivindicações coletivas dos trabalhadores ACS através dos sindicatos e associações de trabalhadores? Como a CONACS atua em relação à formação profissional dos ACS? E em que direção? Questões que respondemos na tese de doutorado que deu origem ao presente trabalho. A formação profissional técnica em ACS, assim, expressa a luta pelo direito à educação destes trabalhadores do SUS, e deve ser concebida como vinculada a luta pela desprecarização do vínculo empregatício, a possibilidade de disputa por planos de carreiras, melhorias salariais e elevação de escolaridade. 

3825 AÇÃO PEDAGÓGICA COM OS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE SOBRE CALENDÁRIO VACINAL: vivência dos estudantes de enfermagem no estágio supervisionado
Marcos Antônio Sales Rodrigues, Kátia Fernanda Alves Moreira, Bianca Oyola Bicalho, Caio Alves Barbosa de Oliveira, Andressa Miranda Chaves, Franciele Alves Miranda, Arielson Silva, Daiana Evangelista Rodrigues

AÇÃO PEDAGÓGICA COM OS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE SOBRE CALENDÁRIO VACINAL: vivência dos estudantes de enfermagem no estágio supervisionado

Autores: Marcos Antônio Sales Rodrigues, Kátia Fernanda Alves Moreira, Bianca Oyola Bicalho, Caio Alves Barbosa de Oliveira, Andressa Miranda Chaves, Franciele Alves Miranda, Arielson Silva, Daiana Evangelista Rodrigues

APRESENTAÇÃO: DO QUE TRATA O TRABALHO E O OBJETIVO: Trata-se de um relato de uma experiência em campo de estágio supervisionado em Enfermagem II da Fundação Universidade Federal de Rondônia, no período de agosto a outubro de 2017.  O estudo objetivou realizar oficinas pedagógicas com os ACS de três equipes de uma unidade básica de saúde do município de Porto Velho-RO, sobre o calendário vacinal preconizado pelo Ministério da Saúde, para sensibilizá-los e instrumentá-los na realização da vigilância em saúde adequada à imunização da população. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A metodologia utilizada foi a do Arco de Maguerez, que é constituído das etapas de observação da realidade, pontos-chave, teorização, hipóteses de solução e aplicação da realidade. Para a realização do Arco, partimos da realidade, por meio de debates com os ACS sobre suas vivencias no cotidiano de trabalho. As dificuldades e dúvidas expressas pelo ACS foram: Como resgatar as funções do ACS? Como realizar a vigilância em saúde e orientar sobre o calendário vacinal e antropometria da criança? Nesse momento, o processo de ensino e aprendizagem se relaciona com aspectos que o ACS observa minuciosamente, expressando suas percepções e realiza uma leitura sincrética da realidade, fazendo com que eles refletissem bem sobre o momento atual do seu trabalho. Ainda nessa oficina foi realizado o levantamento dos pontos–chave, em que foram selecionados o que é relevante e essencial para a representação da realidade observada, identificando as variáveis que podem contribuir para a compreensão e solução do problema. Nessa etapa, os ACS citaram como pontos importantes a dificuldade da comunicação, insegurança nas orientações corretas sobre vacinas, dúvidas sobre o preenchimento adequado da caderneta de saúde da criança (CSC) e educação/promoção da saúde. Com base nisto, buscou-se indagar à literatura, com a fundamentação teórica e realizar o estudo baseando-se em responder as seguintes questões: Como orientar as famílias sobre o calendário vacinal? Como preencher corretamente a CSC? Por fim, foi proposto pelos facilitadores uma atividade de dispersão sobre Vigilância em Saúde (VS) e sobre suas funções com base na Política Nacional de Atenção Básica – PNAB, para discutirmos as atividades que eles desenvolvem em suas microáreas. Na segunda oficina os ACS trouxeram suas reflexões sobre VS e, durante a discussão, houve a troca de experiências vivenciadas no dia a dia dos ACS. Pelos relatos percebeu-se que executavam as ações de VS, porém tiveram dificuldades em relatar de que se tratava e que ações praticadas faziam parte da vigilância. Ainda nessa oficina partimos, então para o momento de teorização, momento em que as informações precisam ser analisadas, buscando explicações acerca da realidade observada e a compreensão dos pontos-chave, possibilitando algumas conclusões que viabilizarão a etapa seguinte. Para auxiliar nesta etapa foi disponibilizado um pequeno texto sobre a vigilância em saúde que possibilitou um maior suporte teórico aos participantes, contribuindo com o processo de teorização. Logo em seguida, falamos sobre a PNAB e o papel do ACS. Após explanação dialogada foi aberto, o espaço para discussão. Os ACS têm noção que sua função está fundamentalmente ligada às políticas públicas de saúde, embora seja distinta daquela exercida pelos outros profissionais de saúde, por não estar diretamente relacionada à assistência. Além disso, em tese, seu desafio é justamente o desenvolvimento de ações que propiciem a materialização das diretrizes do SUS, considerando-se uma nova concepção de saúde que inclui os determinantes sociais do adoecimento, ou seja, a promoção da saúde.  A última etapa dessa oficina houve a teorização sobre o calendário vacinal da criança e adolescente, além de exposição dialogada sobre antropometria e atividades de fixação de conteúdos. A terceira oficina foi discutido o restante do calendário vacinal. Para a fixação do conteúdo e finalização da oficina foram distribuídas CSC para cada grupo, as quais foram preenchidas com idade, situações diversas de calendário vacinal e dados antropométricos em que cada grupo deveria relatar quais vacinas perdeu bem como a curva de crescimento com base na idade da criança. Em síntese, cada grupo deveria informar à família quais vacinas a criança poderia tomar, como estava seu crescimento e desenvolvimento e qual conduta deveria ser orientada aos cuidadores. Após atividades de fixação foi iniciada a etapa da formulação de hipóteses para a solução de problemas e a aplicação no cotidiano de suas práticas. Essa etapa de formulação de hipóteses deve ser construída a partir da profunda compreensão do problema, utilizando-se a criatividade e originalidade dos ACS, para buscar novas maneiras para a resolução dos problemas referentes à orientação e educação em saúde sobre o calendário vacinal e antropometria. Neste momento houve uma interação ainda maior entre os envolvidos, pois na medida em que as ideais de possibilidade de hipóteses eram levantadas por um ACS ocorria a intervenção dos demais presentes contribuindo com a ideia inicial, possibilitando o aprimoramento e a lapidação da temática, tornando-a ainda mais interessante para o resultado esperado. As hipóteses formuladas para os questionamentos iniciais se remeteram a implementação da educação permanente em saúde (EPS) sistemática sobre calendário vacinal e educação em saúde para famílias e comunidade, utilizando-se de abordagem significativa e participativa para os atores envolvidos. Das hipóteses à realidade, aplica-se as soluções eleitas como viáveis e o ACS aprende a generalizar o aprendido para utilizá-lo em diferentes situações, permitindo que ele saia do âmbito intelectual e volte a sua realidade, aplicando uma resposta ao problema levantado, buscando transformá-lo de alguma maneira. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: A totalidade dos ACS apresentou opinião positiva em relação as oficinas pedagógicas, revelado no verso dos pós-testes onde lhes foi solicitado avaliação sucinta sobre a ação educativa. Os ACS informaram que no momento em que saírem do grupo de discussão e emergirem novamente em suas microáreas, aplicaram aquelas hipóteses levantadas por eles e as viram como eficazes para suas realidades, no sentido de potencializar sua comunicação e vínculo com as famílias em seus territórios. Os relatos acrescentaram que a ação pedagógica foi dinâmica, sanou dúvidas quanto as vacinas já existentes no calendário vacinal e as introduzidas recentemente. Foi considerável entre os relatos, a solicitação de educação permanente na unidade, favorecendo o aprendizado para o fortalecimento das ações desenvolvidas pelos ACS na comunidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A vivência de uma ação pedagógica com ACS sobre calendário vacinal alicerçada no Arco de Maguerez, mostrou-se estratégica no contexto da Saúde da Família, da Educação Permanente e da Vigilância em Saúde. A capacitação para os ACS por meio de ações educativas pode render-lhes maior competência para o desenvolvimento de seu trabalho, objetivando a promoção e prevenção de doenças e agravos da população. Os temas suscitados emergiram das inquietações dos ACS, os quais foram refletidos em constante movimento de construção-desconstrução e reconstrução do saber que se tornam presentes na comunidade, promovendo resultados positivos. Ademais, propiciou condições objetivas de aprendizado significativo, baseadas em discussões coletivas e processos reflexivos de situações concretas emergentes do cotidiano de trabalho. Reconhecer a fortaleza do encontro, valorizar as trocas de experiências, ampliar a análise crítica dos fatos e dispor-se a delinear estratégias de educação em saúde às famílias sobre as vacinas foram algumas das potencialidades evidenciadas por meio da sistematização do processo formativo partilhado.

3887 Educação em Saúde: Valorizando a dimensão do cuidado de enfermagem
Denise Azambuja Zocche

Educação em Saúde: Valorizando a dimensão do cuidado de enfermagem

Autores: Denise Azambuja Zocche

Estudo descritivo, tipo relato de experiência, elaborado no contexto da disciplina Estágio Curricular Supervisionado I, ministrada na nona fase do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC. Esta disciplina tem o objetivo de desenvolver habilidades e competências para o exercício da gestão e gerência de enfermagem na atenção hospitalar, incluindo ações educativas. Os ECS foram realizados em Hospitais públicos e privados da região oeste e da capital de Santa Catarina e ainda, região metropolitana do Rio Grande do Sul no período de fevereiro a novembro de 2017.Foram realizadas 45 atividades educativas, considerando atividades educativas agendados com o serviço e realizadas de modo formal com a equipe de enfermagem. As temáticas envolvem aspectos relacionadas a qualidade da assistência no que se refere a dimensão técnica do cuidado (revisão de procedimentos técnicos, atendimento de situações de urgência e emergência), rotinas do serviço (quanto a alterações nos processos institucionais de oferta da atenção à saúde e/ou incorporação de novos conceitos).

4114 Relato de experiência como médica apoiadora do programa anti-tabagismo na UBS Nilton Lins em Manaus – AM.
Gabriela Russo Antunes Franco de Sá

Relato de experiência como médica apoiadora do programa anti-tabagismo na UBS Nilton Lins em Manaus – AM.

Autores: Gabriela Russo Antunes Franco de Sá

O programa Nacional de Controle do Tabagismo atualizado pelas diretrizes da Portaria GM/MS nº 571 de 2013, integra um processo complexo de manejo que envolve desde o acompanhamento social-psicológico até o medicamentoso com terapias de reposição nicotínicas (TRN) e medicamento antidepressivos. Baseado em robustas pesquisas integra arcabouço essencial do combate ao tabagismo ao nível estrito da saúde, que mesmo o aporte social dos determinantes não consegue se aproximar do “grande capital” que envolve a questão das políticas anti-fumo. Dessa forma, como existe uma ineficiência política que permeie a obrigatoriedade por parte das produtoras de redução das vendas, quer sejam por impostos quer sejam por diretrizes de compostos e substâncias nocivas que o fumo carreia, cabe à saúde sistematizar uma “forma de ataque” ao hábito nocivo e claramente sabido como causador de inúmeras mortes no mundo. Assim, determinações pré-concebidas e rígidas de acompanhamento e manejo são incluídos nas rotinas de unidades básicas, tais como processados na UBS Nilton Lins, em Manaus, de forma sistematicamente verticalizada em torno de mensagens unilaterais e impositivas de disseminação do medo da morte – tais como divulgados nas próprias carteiras de cigarros: entrevistas pré-definidas por roteiros a serem quantitativamente preenchidas, após sessões de admissão com relato minucioso das substâncias nocivas e de cada patologia que ela pode causar, sempre carregado de mensagem escurecidas pela possibilidade de enfermidades e morte. Seguindo por protocolo rígido de tratamento oral e/ou de reposição de nicotina. Em dado momento de um dos primeiros grupos a que fiz parte incluí pessoa de minha família que gostaria de parar de fumar, mas que não tinha o ímpeto para tal, pois em sua ideação sobre o tabagismo este lhe causava a melhor sensação em torno de seus sentimentos e condizia positivamente com suas expectativas. Explicitando tal propositiva diretamente e alegando de que nada lhe adiantava saber sobre os problemas e doenças que o fumo causava, me atentei para que fosse dada uma melhor abordagem este grupo e denotei que os resultados eram melhores quando levadas em consideração todas as matizes de sentimentos, expectativas, crenças, valores e percepções da própria pessoa, tornando a terapia mais resolutiva. Compreendendo melhor a importância fundamental da inserção da pessoa como sujeito ativo e proativo de seu próprio cuidado, fomentou uma perspectiva de que os processos mecânicos e unilaterais de informação e educação em saúde presentes até o momento no SUS, tem parcialidade resolutiva, pois esquecem de integrar as percepções das pessoas sobre sua condição, o que é mandatório, não só com a intenção de se estreitarem os laços relacionais dentro de um processo de cuidado integral, como também incluir a experiência da pessoa (e profissional) com a saúde e doença dentro do plano comum de manejo ou terreno comum em relação a seu cuidado.

4248 Formação em Saúde: Relato de Experiência no fortalecimento da Gestão na Atenção Primária à Saúde
Josué Souza Gleriano, Grasiele Cristina Lucietto, Lucieli Dias Pedrechi Chaves, Thalise Yuri Hattori

Formação em Saúde: Relato de Experiência no fortalecimento da Gestão na Atenção Primária à Saúde

Autores: Josué Souza Gleriano, Grasiele Cristina Lucietto, Lucieli Dias Pedrechi Chaves, Thalise Yuri Hattori

As atuais concepções pedagógicas bem como a organização da assistência à saúde, a formação e a prática profissional em saúde tem sido influenciada pela situação política, econômica e social do Brasil nessas quase três décadas, atrelada ainda a uma sucessão de eventos como a construção do Sistema Único de Saúde (SUS), a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional. Nesse processo, a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) tem se apresentado como uma instituição que valoriza a integração entre o meio acadêmico e a sociedade, bem como a articulação entre ensino e serviço em um pressuposto de interiorização da educação superior no estado. No ano de 2014 os docentes do curso de enfermagem do campus de Tangará da Serra criaram o Núcleo de Pesquisa e Extensão em Política, Planejamento e Organização de Práticas em Saúde (NPEPS) que foi idealizado por representantes da UNEMAT e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Tangará da Serra - MT, de forma a atender às demandas e necessidades de ambas as instituições e, se constitui como um espaço de pactuação, envolvendo diferentes atores com o intuito de mapear, analisar, discutir e difundir informações em saúde; qualificar o monitoramento e a avaliação de indicadores de saúde produzidos; avaliar processos de notificação da produção assistencial das equipes de saúde; estimular a interação e proporcionar vivências de trabalho interprofissional entre os acadêmicos e os profissionais envolvidos no projeto. Entre os seus objetivos destacam-se a mudança do foco de orientação do modelo assistencial; a ampliação das articulações de promoção e prevenção; a diversificação das práticas de ensino-aprendizagem e a promoção de um cenário mais propício para a integração ensino no fortalecimento da formação voltada para o SUS. Este relato de experiência teve como objetivo produzir a reflexão acerca da criação da especialização em Gerenciamento da Atenção Primária com ênfase na saúde da família como fortalecimento da gestão da Atenção Primária à Saúde (APS) no município de Tangará da Serra- MT. Observou-se que a partir de projetos de pesquisa e extensão, concluídos e em andamento, uma das necessidades apontadas nos resultados é qualificação do trabalho na área da gestão. Uma das ações aos resultados foi à criação de um projeto de pós-graduação em parceria com ações compartilhadas que fortalecessem a integração com os trabalhadores. A proposta foi institucionalizada na UNEMAT e iniciou em novembro de 2016, na perspectiva de aproximar os gerentes das unidades de saúde para uma avaliação de seu processo de trabalho gerencial analisado como espaços potenciais de interlocução, aprendizagem compartilhada e de educação interprofissional, que fossem indutores de transformação do modelo tecnoassistencial e de reorientação da formação profissional que visa incentivar a interação ativa dos acadêmicos e docentes do curso de enfermagem com os profissionais e trabalhadores dos serviços e usuários. Para atingir essa proposta, a metodologia adotada no curso foi a partir das metodologias ativas, ou seja, foi essencial o protagonismo dos participantes para a construção dessa análise e avaliação do gerenciamento no serviço. Para a qualificação no processo de trabalho em saúde, foram planejadas e programadas as ações, a partir do gerenciamento de recursos e avaliação de sistemas e práticas de gestão no gerenciamento da APS. Dentre as competências básicas eram enfermeiros com responsabilidades ampliadas de gestão administrativa e de atenção à saúde, atuantes ou que almejassem a gerência de unidades de saúde. Assim, o uso do conhecimento científico embasado na metodologia SUPPORT foi um dos mais importantes fatores para identificação de melhoraria na sustentabilidade do sistema. O curso foi estruturado em módulos sendo um total de nove que conseguiu contemplar todos os aspectos voltados para a parte gerencial além da visita técnica e a monografia totalizando uma carga horária de 440 horas. Todos os módulos foram elaborados de forma a conseguir atingir o perfil de competências, estabelecida pelo curso, e que havia sido entregue aos especializando por meio do caderno do curso. Esses profissionais que manifestaram seu interesse no processo de seleção passaram por uma análise de seu memorial enquanto profissional e a partir da manifestação de suas intenções e disponibilidade para cursar, se comprometeram com o engajamento no curso e nas responsabilidades que os cabiam. Para a discussão e incorporação dos métodos gerenciais como subsídios para a prática cotidiana, por ser um grande desafio, os módulos teóricos para ter uma maior construção de significações em relação à experiência profissional, a aprendizagem foi baseada em torno de problemas ou temas gerados no âmbito dos encontros em consonância com os macroproblemas apresentados no caderno do curo, que derivou dos resultados dos estudos no município. Desse modo, os conteúdos disciplinares foram pensados com base em situações reais de prática vivenciada por profissionais que integram as Equipes de Saúde da Família (EqSF), tendo como referencial casos elaborados pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade e outras comunidades científicas. O curso priorizou a partir das metodologias ativas, o desenvolvimento de capacidades para a construção de análise do ambiente de trabalho do especializando com ênfase na melhoria contínua da qualidade da atenção na perspectiva in loco da região de atuação. Como um paralelo vivencial as relações educacionais entre mediadores e especializandos foram baseadas a partir do respeito, singularidade, construção de vínculo e ampliação da autonomia. Contudo, a valorização dos saberes prévios e o estabelecimento de parcerias e de corresponsabilidade para a construção de mudanças nas práticas cotidianas das unidades de saúde visaram a ampliação da capacidade crítica dos sujeitos para a transformação da realidade e conquista do espaço que cabe ao enfermeiro na responsabilidade técnica nas unidades de saúde da APS e fortalecimento do SUS. Outra estratégia para a capacitação dos profissionais no desenvolvimento de novos conhecimentos, habilidades e atitudes, para a ampliação do seu protagonismo no apoio à gestão local, de modo a garantir um serviço com melhor qualidade às necessidades dos usuários dos sistemas de saúde, a visita técnica nas Estratégias de Saúde da Família do município de Tangará da Serra - MT se fez necessária, pois possibilitou uma imersão na realidade e permitiu que os especializandos avaliassem os processos gerenciais da atenção básica e refletissem sobre estratégias imprescindíveis para uma assistência com maior qualidade e em consonância com as proposições do Ministério da Saúde lançadas no instrumento de avaliação externa do 3º ciclo do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica. O instrumento de avaliação externa contemplou elementos relacionados às características estruturais e de ambiência na UBS bem como a disponibilidade de equipamentos, materiais, insumos e medicamentos e organização do processo de trabalho que foram observados pelos especializandos. Assim, este curso foi pensado a partir de determinados elementos estruturantes, como a reorganização da prática gerencial que trabalhou na perspectiva baseada a partir da interlocução entre a gestão e o cuidado, a progressiva autonomia e responsabilização das equipes de cuidado, o estabelecimento de objetivos, metas e indicadores relativos ao cuidado e o alinhamento de diretrizes clínicas, protocolos ou fluxogramas, com um modelo relacionado com uma visão clínica ampliada e centrada nas necessidades do paciente, da família e de grupos populacionais pensada a partir da realidade vivenciada em seu local de trabalho baseado a partir dos princípios do SUS.

4306 O estilo de pensamento em saúde dos técnicos em saúde formados pelo MST
Gislei, siqueira knierim, Marco Aurélio Da Ross

O estilo de pensamento em saúde dos técnicos em saúde formados pelo MST

Autores: Gislei, siqueira knierim, Marco Aurélio Da Ross

O Presente trabalho de pesquisa se propôs a analisar os estilos de pensamento (EP) em saúde dos técnicos em saúde formados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Brasil, a partir dos egressos de dois cursos de formação profissional desenvolvidos pelo coletivo de saúde do MST, o Curso Técnico de Saúde Comunitária, desenvolvido no Instituto de Educação Josué de Castro, e o Curso Técnico em Meio Ambiente, com ênfase em saúde das populações do campo. A grande questão norteadora do trabalho foi: o MST, a partir de seus processos de formação em saúde, tem conseguido introduzir um novo estilo de pensamento em saúde capaz disputar a hegemonia dentro da própria sociedade, como estratégia de disputa de ocupação de espaços significativos para a conquista de melhorias para os trabalhadores e para o acúmulo de experiências exitosas e projetos alternativos que deem densidade as lutas da classe trabalhadora? Essa questão foi entendida e debatida a partir de duas chaves de leitura, o entendimento da história, que tornou possível construir o EP e o conceito de estilo de pensamento enquanto categoria de análise baseada na epistemologia de Fleck. Esta foi uma pesquisa qualitativa, na qual utilizou-se de entrevistas semiestruturadas em um universo de seis educandos de cada curso, sendo metade homens e metade mulheres, e de documentos sobre os cursos e instituições envolvidas na formação. A partir da análise do material, identificou-se a determinação social da saúde como fundante do estilo de pensamento dos educandos, com diferentes matizes, que podem ser atribuídas à ênfase da intencionalidade pedagógica de cada curso, articuladas com o processo histórico individual e coletivo de cada educando. Para apresentar os achados construíu-se um quadro síntese.  

689 Facilitando e aprendendo
Carina Souza de Oliveira Luna, ANA JÚLIA CALAZANS DUARTE

Facilitando e aprendendo

Autores: Carina Souza de Oliveira Luna, ANA JÚLIA CALAZANS DUARTE

Apresentação: O presente trabalho consiste na descrição da vivência educacional como especializanda no curso de Especialização em processos educacionais com ênfase em avaliação por competência – EPES, associado ao que fora vivenciado como facilitadora do curso de especialização em Vigilância em Saúde - EVS, ambos realizado no município de Porto velho – Rondônia no ano de 2017.  Busca-se refletir sobre as experiências vivenciadas, enfatizando os desafios e conquistas durante esse processo. O caminho percorrido neste curso possibilitou produzir e reconstruir aprendizados, por reconhecer o potencial das metodologias ativas que por si mesmo inova e envolve os sujeitos participantes. De forma muito positiva e envolvente, ao final do processo vivenciado pode-se afirmar que se obteve êxito na formação dos especializandos o que promoveu quebra de paradigmas e consequentemente uma atuação no Sistema Único de Saúde de forma mais efetiva com o anseio de mudança na realidade e ressignifcação de muitos conceitos. Desenvolvimento: Discorrer sobre o vivido é algo bem desafiador. Facilitar um processo de ensino e aprendizagem é ainda mais, entretanto, é acima de tudo motivador. Mesmo tendo um preparo prévio para tal, a prática do dia a dia proporcionava maturidade para conduzir os processos. É claro que a preparação prévia nos dava embasamento para saber como conduzir as mais diversas situações, mas eis que na maioria das situações acontecia o inesperado e era nesse momento vinha à oportunidade de crescer profissionalmente, haja vista que as experiências eram únicas. A oportunidade de analisar criticamente como se dava a atuação foram momentos cruciais para o aprendizado. Esses momentos eram vivenciados nos encontros do EPES. Impactos e Resultados: A grande turma do EVS, para atender aos objetivos da metodologia aplicada, foi dividida em pequenos grupos de aprendizagem. Foram formados os grupos: afinidades, diversidades e equipes diversidades. Cada grupo tinha suas ações educacionais e seus facilitadores respectivamente. Ao conduzir pequenos grupos era possível acompanhar mais de perto as atividades propostas, conseguindo desta forma identificar as fragilidades e potencialidades dos especializandos de forma singular bem como estimular a participação de todos de forma mais efetiva. Era notório que grande parte dos especializandos se sentia mais a vontade para contribuir e participar das atividades. Entende-se que a dificuldade de trabalhar em pequenos grupos pode prejudicar o andamento das atividades propostas, para que isso não ocorra, o facilitador deve estar atendo para conduzir da melhor forma possível o grupo com a finalidade de que haja interação entre os envolvidos e que estes se tornem cada vez mais ativos no processo de ensino e aprendizagem, respeitando o posicionamento de todos. Outro fator que pode contribuir para que haja conflitos nos pequenos grupos justifica-se por sermos formados com as metodologias tradicionais, que pouco nos permite expressar nossos sentimentos e posicionamentos. O que nos limita, e quando se faz necessário analisarmos criticamente alguma situação, temos muita dificuldade. Admito que no início foi um tanto angustiante, querer falar, querer contribuir, querer direcionar, querer influenciar, por vários momentos apresentei essas vontades, mas sabia que se assim o fizesse não estaria contribuindo com eles e sim estaria voltando ao método tradicional trazendo tudo pronto e o objetivo não era esse. A prática da escuta qualificada se estendeu a minha vida profissional e pessoal contribuindo desta forma para entender melhor as situações bem como ajudando nas tomadas de decisões. Assim, considero que estes momentos foram cruciais para buscar estratégias para que os especializandos pudessem de fato entender o que estavam vivenciando nesse curso. A primeira atitude foi fazer com que o entendimento partisse de mim, para que desta forma eu estivesse preparada para atuar e encarar quaisquer que fossem os questionamentos. Com o passar dos encontros e com as estratégias utilizadas, enfocando principalmente a intencionalidade de cada ação educacional eles compreenderam todo o processo. Com o passar do tempo, era possível observar uma explosão de sentimentos positivos com relação ao curso, ouvir comentários tais como: “Se eu pudesse voltar atrás teria vivenciado mais cada momento do curso de Vigilância em Saúde”; “Se eu tivesse seguindo as orientações quanto à elaboração do portfólio, eu não teria perdido tantas informações importantes sobre o meu aprendizado”; “Confesso que não sou a mesma pessoa, o curso de Vigilância em Saúde me transformou pessoal e profissionalmente”, ao ouvir tais comentários a satisfação se instalava, pois apesar dos entraves iniciais, era nítido que eles conseguiram entender a metodologia usada e que a construção do conhecimento acontecia de forma exitosa. Considerações Finais: E é assim, com o sentimento de missão cumprida que termino esta vivência. Vivência esta que desde o início encarei de forma muito responsável e comprometida. A oportunidade de participar de um processo de formação-ação proporcionou um crescimento profissional e pessoal significativo. Estimular pessoas para se tornarem críticos e reflexivos com as suas condutas, me movia, pois ao contribuir para isso, o resultado final, seria o fortalecimento do SUS, com atuação de profissionais mais comprometidos com o sistema, sabemos que muito temos a melhorar, mas que algumas coisas fogem da nossa governabilidade, portanto devemos mudar o que está ao nosso alcance, como por exemplo, processos de trabalho, que muitas vezes dificultam a inserção de melhorias para o SUS e consequentemente para os usuários. Aprender a facilitar me moveu positivamente. Encarar as dificuldades e superar obstáculos era necessário a cada encontro do curso. Entender o comportamento das pessoas também era necessário. Colocar em prática a escuta qualificada fazia parte do contexto. Escutar e entender o que o outro falava era de fundamental importância. Conduzir a turma utilizando as ferramentas educacionais disponíveis, acolhendo os saberes prévios dos especializados bem como os momentos vivenciados no EPES, com as trocas de experiências me proporcionava momentos de muito aprendizado. Conduzir uma turma de especializandos foi uma responsabilidade muito grande, a preocupação em sempre me questionar se estava fazendo da maneira certa, me fez entender que a construção do conhecimento não dependia somente de mim, mas que os especializandos também eram responsáveis por este momento. Portanto, afirmo que vivenciei momentos ímpares. Que por sua vez ficaram marcados em minha memória. Podendo coloca-los em prática não somente na vida profissional, mas também na vida pessoal. A transformação é inevitável, a visão de mundo muda, tornar-se ativo e reflexivo faz toda a diferença, passar a analisar criticamente as situações vivenciadas promove momentos de muito aprendizado. E isso não há coisa melhor. É muito gratificante saber que fui parte de um processo de formação-ação que com toda certeza renderá bons frutos.    

1229 Intercâmbio em Saúde Mental com ênfase na Reabilitação Psicossocial em Barbacena/MG: Refletindo sobre a experiência a partir de uma leitura etnográfica.
Nayandra Stéphanie Souza Barbosa

Intercâmbio em Saúde Mental com ênfase na Reabilitação Psicossocial em Barbacena/MG: Refletindo sobre a experiência a partir de uma leitura etnográfica.

Autores: Nayandra Stéphanie Souza Barbosa

Apresentação: Atendendo ao edital do Ministério da Saúde que tinha como intuito apoiar financeiramente municípios que desenvolvem projetos de Educação Permanente para profissionais da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), a Gerência de Atenção Psicossocial do Amazonas elaborou um projeto estruturando uma ação de intercâmbio para profissionais da RAPS como proposta de trocas de experiências e ampliação das possibilidades de intervenção a partir da convivência com outras realidades. No Amazonas (AM), o projeto foi contemplado a participar do “Percurso Formativo” na linha de ação em Reabilitação Psicossocial, visto que ainda se encontra em processo de implantação de novos serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico. Por outro lado, Barbacena (MG), campo em que se desenvolveu a experiência de intercâmbio, tem empreendido iniciativas de ordens técnicas e políticas traduzidas no desenvolvimento de uma nova realidade em torno da “loucura”. Essas mudanças referem-se à política, aos paradigmas, aos serviços, à capacitação de pessoas, aos modos de atenção à saúde mental e à relação da sociedade com o “louco”. Ressalta-se ainda que os serviços residenciais, que são 32 em Barbacena, delineiam-se como um projeto avançado no processo da Reforma Psiquiátrica no Brasil, sobretudo por ser um dispositivo em saúde mental situado entre a assistência e a moradia. Assim, tendo em vista que o relato etnográfico toma forma de narrativa, a qual se caracteriza como uma longa história onde a meta principal é reproduzir para o leitor a experiência de interação e vivência em uma determinada comunidade, o presente trabalho tem como objetivo refletir sobre a experiência do Intercâmbio em Saúde Mental com ênfase em Reabilitação Psicossocial realizado no período de 22/02 a 22/03/2015 no município de Barbacena (MG), buscando articular tal experiência com os conhecimentos adquiridos durante o curso de Antropologia Aplicada e Etnografia da Intervenção, como forma de identificar as contribuições do campo etnográfico na reflexão desta narrativa específica. Desenvolvimento do trabalho: O “Percurso Formativo” organizou-se em 10 módulos de formação na rede receptora (Barbacena-MG) com a participação mensal de 10 profissionais diferentes em cada um destes módulos, vindos de 5 redes visitantes (2 de cada estado contemplado pelo edital do Ministério da Saúde). Quanto à metodologia, o projeto propôs uma prática profissional de 160 horas no território da rede receptora e posterior realização de oficinas de integração no território das redes visitantes. Ressalta-se que a narrativa da experiência que proponho refletir neste trabalho foi vivenciada na 6ª turma do intercâmbio. As atividades desenvolvidas foram diversificadas, proporcionando um olhar ampliado da rede de saúde mental do município de Barbacena. Primeiramente conhecemos a história da cidade e o trabalho realizado pela FHEMIG e Hospital-Dia AD, já nas semanas seguintes nos foi oportunizado acompanhar de forma prática o cotidiano dos seguintes serviços: CAPS III, CAPS AD III, Consultório na rua e Centro de convivência Bom Pastor. Além destas atividades, visitamos as residências terapêuticas e conhecemos o processo de planejamento e funcionamento da dinâmica das casas. A imersão gradativa no campo proporcionou uma vivência ativa devido à natureza do próprio intercâmbio, sobretudo por possibilitar esse encontro entre profissionais, usuários, família e suas demandas, histórias de vida e projetos terapêuticos. Por fim, tivemos riquíssimos momentos de discussões teórico-práticas, apresentação de trabalhos científicos e a realização de diversas rodas de conversas sobre temáticas afins. Resultados e/ou impactos: Por se tratar de um relato em que proponho refletir sobre a experiência do intercâmbio, inicio esta narrativa pela percepção em ter adotado condutas de caráter etnográfico durante minha experiência no cotidiano do percurso formativo, as quais foram ganhando sentido a partir do meu contato com o curso supracitado, a exemplo: aspectos de uma intervenção “mínima”, da observação participante e a imersão no campo; a tentativa de compreensão do cotidiano dos serviços, aspectos sócio-histórico-culturais que permeiam as opiniões, representações e práticas daqueles que ali transitam; a percepção de diálogos e não ditos, podendo ainda citar a superação do mito da neutralidade, visto que fui afetada em muitos aspectos, inclusive dando-me a possibilidade de rever conceitos e práticas no meu próprio “fazer”, tudo isso sendo passível de reflexão a partir das anotações de minhas impressões, as quais buscava realizar ao fim de cada dia, podendo fazer uma analogia com as notas de campo que se usam nas pesquisas etnográficas. Nesse sentido, tanto as atividades realizadas, como as compartilhadas pelos colegas do intercâmbio contribuíram de maneira significativa em minha formação profissional, deixando-me uma responsabilidade enorme para com o meu município, o qual vem enfrentando dificuldades no campo da saúde mental. Durante o intercâmbio também tivemos a possibilidade de apresentar a realidade de nossa cidade no que tange aos serviços da rede de atenção psicossocial – RAPS. Na oportunidade, foi apresentada a rede a partir do meu olhar enquanto profissional da saúde mental, ressaltando-se as dificuldades enfrentadas no cotidiano dos serviços, principalmente quanto ao número reduzido de serviços substitutivos em Manaus, a superlotação dos CAPS e a falta de articulação com a rede de maneira efetiva, evidenciando correlações entre estas problemáticas e ocasionando um constante ciclo de não resolutividade da maioria dos casos. No entanto, o intercâmbio proporcionou a vivência real e efetiva de que a saúde mental pode ser diferente! Que é possível reescrevermos nossa história, ainda que em algum momento de nosso percurso histórico carreguemos experiências trágicas, negativas e perversas para com sujeitos que buscaram ajuda e só tiveram suas cidadanias negadas. Considerações finais: O intercâmbio foi uma experiência incrível, enriquecedora e intensa, pois além de alcançar o objetivo proposto, proporcionou vivências únicas, fazendo-me a continuar acreditando na potencialidade das práticas antimanicomiais, nas possibilidades de mudança, na transformação social, no resgate de subjetividades e de vida. O intercâmbio proporcionou-me o ânimo, motivação, estímulo e força para continuar caminhando em prol de uma saúde mental comprometida e ética, em que o respeito, o afeto e a esperança são nossos combustíveis. Sem dúvida, a maior relevância do intercâmbio para o trabalho que realizo estar nas palavras cheias de autonomia, empoderamento e gratidão daqueles que cresceram dentro dos muros de uma instituição total e hoje são memórias vivas de que com o tempo e “no seu tempo”, aprenderam a viver fora dos muros institucionais e, sobretudo, a tirar a instituição e os muros de dentro de si. Falas e gestos que emanam o maior tesouro de nossas vidas: liberdade. Dentre as principais potencialidades do intercâmbio, destaco o engajamento dos profissionais envolvidos no projeto e na sua prática cotidiana, emanando compromisso, respeito e ética, demonstrando in loco que é possível rescrever uma história de saúde mental que faça a diferença e que resgata subjetividades e cidadania. Outro potencial identificado foi a participação ativa de usuários dos serviços nos dias de encontro coletivos, enriquecendo as discussões com suas próprias vivências e exalando liberdade em suas várias formas, ensinando-nos muito sobre reabilitação, transformação e vida. Por fim, a organização do intercâmbio também pode ser vista como uma potencialidade, uma vez que proporcionou um tempo para cada um dos pontos da rede de serviços, tendo o cuidado de não se tornar desgastante ou repetitivo, disponibilizando desde o primeiro encontro o planejamento das atividades e seus respectivos locais, restaurantes e demais serviços necessários.

4985 Construção de um protocolo de revisão integrativa: contribuições para fundamentação teórica e qualificação das práticas em saúde
Denise Azambuja Zocche Zocche, Elisangela Argenta Zanatta, Edlamar Katia Adamy, Carine Vendruscolo, Leticia de Lima Trindade

Construção de um protocolo de revisão integrativa: contribuições para fundamentação teórica e qualificação das práticas em saúde

Autores: Denise Azambuja Zocche Zocche, Elisangela Argenta Zanatta, Edlamar Katia Adamy, Carine Vendruscolo, Leticia de Lima Trindade

Introdução: a revisão de literatura constitui-se numa etapa primordial para o desenvolvimento de projetos de pesquisa/intervenção nos programas de pós-graduação, pois constitui na busca de outros estudos que revelarão se o conhecimento produzido sobre determinado tema é suficiente, é escasso ou ainda precisa ser revisto. Além disso, fazer uma revisão é aprender e aprofundar-se sobre um tema, uma área, é identificar tendências, lacunas e expertises que produzem conhecimento sobre o ele, o que se revela importante no campo da práxis em saúde. Nos Mestrados Profissionais em Enfermagem, a busca por evidências que fundamentem e subsidiem as práticas profissionais, vem sendo cada vez mais incorporadas nas pesquisas, quer sejam elas de intervenção (pesquisa ação) ou na criação de produtos técnicos e tecnológicos. No que diz respeito a subsidiar as tomadas de decisões na assistência em saúde, no desenvolvimento de políticas públicas e de atividades de educação em saúde, as revisões integrativas (RI) vem ganhando cada vez mais adeptos nos cursos de graduação e pós graduação em Enfermagem no Brasil. Neste sentido,  configura-se como um tipo de revisão da literatura que reúne achados de estudos diversos, permitindo aos revisores sintetizar e analisar resultados, a fim de, posteriormente, analisá-los para subsidiar as tomadas de decisões. Tais resultados podem subsidiar práticas assistenciais e administrativas, bem como auxiliar na formulação de políticas públicas. Portanto, mesmo já sendo uma técnica incorporada no meio acadêmico, e com grande adesão por parte dos docentes e pesquisadores enfermeiros, percebe-se uma diversidade de métodos e instrumentos para realizar uma RI, que nem sempre garantem confiabilidade e integridade metodológica ao estudo em questão. Neste contexto dos Mestrados Profissionais em Enfermagem, faz-se necessário utilizar instrumentos que auxiliem a identificação de evidências e necessidades de pesquisas na área, para subsidiar determinadas decisões, práticas ou processos de trabalho, a fim de que sua aplicação garanta os melhores desfechos, com menor custo e ainda com respeito a autonomia e aos direitos dos usuários do Sistema Único de Saúde. Para tanto, a busca de estudos que configurem evidências a serem utilizadas pelos profissionais de saúde e enfermagem requer adequadas metodologias que envolvam a pergunta de pesquisa, a escolha das bases de dados, a escolha dos descritores, os critérios de inclusão e exclusão. Além disso, devem ser levados em consideração os aspectos culturais, regionais e de legislação do exercício profissional que podem ter influência na tomada de decisão ou na escolha do uso de determinadas evidências. Para que este tipo de revisão tenha credibilidade e, que possa ser cada vez mais incorporada pelos programas de pós-graduação em enfermagem, como uma estratégia para fortalecer as práticas baseadas em evidências, é preciso estabelecer critérios que confiram sustentação e integridade para todo o processo de seleção, extração e análise dos dados previstos nos estudos de RI. É necessário atender a certo rigor metodológico para desenvolver uma revisão de modo que seus resultados possam agregar valor às praticas existentes. Este rigor pode ser expresso na descrição das etapas a serem seguidas, contemplando desde a pergunta de pesquisa até a divulgação de seus resultados bem como o impacto e implicações para a área do estudo. Considerando tais pressupostos, o grupo de docentes do Mestrado Profissional em Enfermagem na Atenção Primária à Saúde (MPEAPS), do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), construiu um protocolo para ser utilizado na disciplina de Inovação e tecnologias do cuidado em enfermagem , a fim de subsidiar a construção da pergunta norteadora dos projetos de pesquisa bem como identificar o estado da arte das produções científicas nas áreas a serem investigadas pelas mestrandas. A seguir apresentamos o relato da construção deste protocolo. Objetivo: descrever o processo de construção e de um protocolo de revisão integrativa para o MPEAPS da UDESC. Método: Para a construção de um protocolo de elaboração de RI, inicialmente, identificou-se na literatura nacional e internacional os autores mais citados em estudos de revisão do tipo integrativa. Num segundo momento, realizou-se a análise de similaridade de suas etapas metodológicas bem como a presença de critérios que garantissem o rigor e a transparência de todo o processo, o qual culmina com a apresentação dos resultados. Nesta etapa identificaram-se alguns critérios que eram citados com maior frequência, e que se julgaram relevantes: a existência de no mínimo dois revisores independentes para validar o instrumento, clareza na pergunta de pesquisa e na construção da justificativa do estudo, a utilização de descritores e a representação gráfica de todas as etapas do estudo, via gráficos, tabelas, quadros ou diagramas. A partir desta análise, construiu-se um roteiro constituído por nove etapas: identificação da questão de pesquisa, (utilização da estratégia PICO(T); validação do protocolo ( dois avaliadores independentes validam a pergunta de pesquisa, bases a serem consultadas, uso de descritores e justificativa); seleção e extração dos estudos ( estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão, escolha dos descritores, período, língua, descritores, base de dados, estratégias de cruzamentos- mínimo três); validação da etapa de seleção e extração dos estudos por dois avaliadores independentes expertises no tema do estudo; seleção e extração dos dados (caracterização dos estudos: período, tipo de estudo, nível de evidência, origem, subárea na enfermagem, relação com a questão de pesquisa, tipo de periódico, país de origem do estudo); análise e interpretação dos dados (definir informações a serem extraídas dos estudos, descrever o processo de análise e síntese, focar nos padrões, temas recorrentes, aplicabilidade para enfermagem, a partir de marcos temporais, conceituais, programáticos, jurídicos ou filosóficos); apresentação dos resultados (descrever os artigos incluídos, utilizando tabelas e fluxograma); discussão dos resultados (formular críticas e relação com a questão de pesquisa ,apresentar conclusões, limitações e sugestões para pesquisas futuras); considerações finais (síntese do conhecimento e/ou aplicação na pesquisa em saúde e enfermagem. Este roteiro foi validado por cinco professores pesquisadores do PPG em Enfermagem da UDESC, por meio de encontros presenciais e de construção coletiva via google drive no período de agosto a novembro de 2017. Resultados: A finalização dos critérios que compõem a primeira etapa exigiu mais encontros por parte do grupo, pois foi necessário incorporar uma tendência de inserir estudos mistos de diferentes abordagens metodológicas nas RI. Esta etapa fomentou a discussão e revisão de conceitos e marcos teóricos sobre métodos de pesquisa e prática baseada em evidência. Todas as dez mestrandas do curso aplicaram o protocolo e estão desenvolvendo a RI para subsidiar a construção do projeto de intervenção nos serviços.. Considerações finais: estabelecer os critérios para conferir integridade e confiabilidade a um estudo de revisão é tarefa complexa e que exige integração entre diferentes áreas do conhecimento, bem como trabalho coletivo. Sugere-se que os programas de pós-graduação em Enfermagem e de outras áreas produzam recomendações sobre o uso das RI na prática baseada em evidência para que os profissionais da saúde possam produzir e consumir cada vez mais pesquisas bibliográficas do tipo RI e assim conferir mais consistência e credibilidade às suas práticas.