225: Aprendizagens e vivências na diversidade de experiências
Debatedor: A definir
Data: 02/06/2018    Local: FCA 01 - Sala 06    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
1660 Relato de experiência de ações de contribuição ao empoderamento de direitos e assistência à saúde desenvolvidas junto às mulheres em cumprimento de pena privativa de liberdade em uma unidade penitenciária feminina
Renata Motoki Amorim Pereira, Ana Paula de Souza Lima, Cecília Maria Alves de Freitas, Marineide Santos de Melo, Larissa Melo Ladeira, Raíssa Pires de Medeiros, Luiz Azevedo da Silva, Luana Sanches da Costa

Relato de experiência de ações de contribuição ao empoderamento de direitos e assistência à saúde desenvolvidas junto às mulheres em cumprimento de pena privativa de liberdade em uma unidade penitenciária feminina

Autores: Renata Motoki Amorim Pereira, Ana Paula de Souza Lima, Cecília Maria Alves de Freitas, Marineide Santos de Melo, Larissa Melo Ladeira, Raíssa Pires de Medeiros, Luiz Azevedo da Silva, Luana Sanches da Costa

Introdução: A população carcerária brasileira é formada, em sua maioria, por pessoas de história pregressa marcada por processos de exclusão social e, consequentemente, condição social vulnerável. Essas características sociais têm importante repercussão na exposição a doenças e em sua produção pois tais vulnerabilidades presentes na vida dessas pessoas dificultam a abordagem preventiva – antes e depois do ingresso no universo prisional. Assim, o desenvolvimento de Projetos de Extensão e Pesquisa configuram-se como de fundamental importância para o conhecimento da realidade prisional e de suas demandas. Objetivos: Descrever a realização de um conjunto de ações sociais e de saúde desenvolvidas em uma Unidade Prisional Semiaberto Feminina. Relato de Experiência: Trata-se de um relato de experiência sobre mulheres em cumprimento de pena, junto às quais são desenvolvidas atividades que visam contribuir para o empoderamento dessas mulheres acerca de seus direitos, ao acesso a ações e serviços de saúde, ao resgate da autoestima bem como ao desenvolvimento de atitudes resilientes para o enfrentamento das dificuldades no processo de transição do cárcere para a liberdade. Com essa perspectiva, foram desenvolvidas rodas de conversas, consultas médicas e busca ativa correlacionadas à prevenção de doenças e promoção da saúde. Resultados: Foram realizadas, ao longo da execução do Projeto, ações de saúde com a disponibilização do Teste-Rápido para investigação do HIV, Sífilis, Hepatites B e C, a coleta do Preventivo do Câncer do Colo do Útero, consultas dermatológicas e ações sociais extensivas aos familiares das mulheres reeducandas da unidade. Conclusões: Este trabalho vem possibilitando a promoção da saúde, prevenção de doenças e a gradativa aproximação da equipe com a realidade das mulheres encarceradas e suas necessidades sociais e de saúde e oportunizando a docentes e discentes a uma maior compreensão da saúde em sua concepção ampla.

1734 USO DO LÚDICO PARA O PROCESSO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM O PÚBLICO NFANTIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Diully Siqueira Monteiro, Marcos José Risuenho Brito Silva, Fernando Kleber Martins Barbosa, Fernando Kleber Martins Barbosa, Regiane Camarão Farias, Regiane Camarão Farias, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento, Aliny Cristiany Costa Araújo, Aliny Cristiany Costa Araújo, Widson Davi Vaz de Matos, Widson Davi Vaz de Matos

USO DO LÚDICO PARA O PROCESSO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM O PÚBLICO NFANTIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Diully Siqueira Monteiro, Marcos José Risuenho Brito Silva, Fernando Kleber Martins Barbosa, Fernando Kleber Martins Barbosa, Regiane Camarão Farias, Regiane Camarão Farias, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento, Aliny Cristiany Costa Araújo, Aliny Cristiany Costa Araújo, Widson Davi Vaz de Matos, Widson Davi Vaz de Matos

Apresentação: A educação em saúde por meio de instrumentos eficazes devem proprocionar ao individuo serem capazes de adotar mudanças de comportamentos, práticas e atitudes, além de dispor dos meios necessários à operacionalização dessas mudanças. Neste sentido a educação em saúde significa contribuir para que as pessoas adquiram autonomia para identificar e utilizar as formas e os meios para preservar e melhorar a sua vida. A aprendizagem mediada é apontada como uma forma de interação que desenvolve as atitudes e competências básicas para uma aprendizagem efetiva. O uso de atividades lúdicas como instrumento de aprendizagem mediada proporciona a eficácia no processo de educação em saúde em publico infantil. Por meio das atividades lúdicas, a criança reproduz muitas situações vividas em seu cotidiano, as quais, pela imaginação e pelo faz-de-conta, são reelaboradas. Esta representação do cotidiano se dá por meio da combinação entre experiências passadas e novas possibilidades de interpretações e reprodução real, de acordo com as suas afeições, necessidades, desejos e paixões. Estas ações são fundamentais para as atividades do homem. A partir disso, o lúdico demonstra como um recurso fundamental na possibilidade de mudanças de hábitos. Grande parte da população brasileira ainda vive em condições ambientais favoráveis a aquisição de parasitoses. Dessa forma, o ambiente escolar pode representar riscos como também favorecer a percepção e a criação de hábitos favoráveis à superação destes eventuais riscos. Vale lembrar, a enfermagem consiste em um misto de ciência e arte que tem como lar profissional o cuidado humano. Assim, o enfermeiro tem destaque, já que é o principal atuante no processo de cuidar por meio da educação em saúde. O cuidado de enfermagem vai além da visão reducionista de assistência ao doente (ou à doença), uma vez que tem como foco a saúde sob uma perspectiva holística.  O objetivo do estudo é relatar a experiência dos acadêmicos de enfermagem da Escola de Enfermagem Magalhães Barata sobre as atividades lúdicas como processo transformador no processo de educação em saúde desenvolvido com publico infantil em ambiente escolar. Desenvolvimento do trabalho: O estudo é um descritivo do tipo relato de experiência com abordagem qualitativa com base em metodologia ativa com ênfase na Problematização por meio do Arco de Maguerez. O qual possui 5 etapas: observação da Realidade Identificação dos Problemas-Pontos Chaves, Teorização, Hipóteses de Solução – Planejamento, Aplicação – Execução da ação (Prática). O local foi um colégio de ensino público, pequeno porte em Belém do Pará. Os participantes foram 14 crianças na faixa etária de 6 a 8 anos, estudam o 1º ano do ensino fundamental. A abordagem da ação educativa foi prevenção primária contra parasitoses intetinais por meio da higiene individual. A qual foi facilitada por acadêmicos de enfermagem da Escola de Enfermagem Magalhães Barata da Universidade do Estado do Pará. Após a análise situacional do campo de estudo, foi realizada a escolha do problema a ser trabalhado. Em seguida, foram planejadas e realizadas atividades de sensibilização, utilizando como estratégia recursos lúdicos como o teatro de fantoches, o jogo de trilha com perguntas, pinos e contagem das pontuações no quadro branco verificando o alcance de objetivos, atividades de desenho e pintura, seguida de discussão de todos os participantes em conjunto com elaboradores da ação sobre o assunto apresentado. A ação educativa foi desenvolvida em quatro momentos: A primeira atividade consistiu no teatro de fantoches com objetivo de transmitir o conhecimento sobre higiene individual de modo lúdico. Por conseguinte, a turma foi divida em grupos formando dois espaços o jogo de trilha e a pintura. No término dos espaços havia a troca de grupos. Ao final, as crianças em roda sentadas no chão expressavam os conhecimentos adquiridos e recebiam brindes. Resultados e/ou Impactos: Por meio da análise crítica da ação educativa, verificou-se grande adesão as atividades propostas para o público infantil. O primeiro momento da ação educativa pode-se observar o grau de conhecimento dos participantes, os quais demonstravam pouca clareza a repeito do assunto, isso era perceptível pela presença de grandes quantidades de duvidas. Dessa forma, a construção do conhecimento era baseada nos diálogos dos personagens/fantoches e participantes com fantoches por meio do Teatro de Fantoches. O segundo e terceiro momento foi verificado um alto grau de absorção de conhecimentos desenvolvidos na primeira etapa da ação educativa. Esse momento foi aplicado jogo de trilha e a pintura relacionada à higiene individual e a prevenção de parasitoses, assim foi observado durante a atividade relatos dos participantes, posicionando as justificativas dos perigos a saúde através das atividades. É importante lembrar que o jogo de trilha mostrou-se como ratificação dos conhecimentos adquiridos de modo direto, o qual era estruturado pelo jogo de perguntas e resposta. Isso foi percebido pela uma expressiva e maioria de acertos de perguntas. Diante disso, os conhecimentos desenvolvidos através das atividades lúdicas como teatro de fantoches, o jogo de trilha, pintura e resposta em roda atentou a elevada possibilidade de mudanças de hábitos. É importante ressaltar que ação educativa gerou aos acadêmicos de enfermagem a efetivação dos conhecimentos de educação em saúde, possibiltando a efetivação do papel do cuidado em enfermagem. Considerações finais: Portanto, o alto grau de envolvimento com as atividades lúdicas gerou a expressiva possibilidade de mudanças nos hábitos cotidianos e reconhecimento de condutas de risco a saúde. A partir disso, o estudo proporcionou que as intervenções lúdicas são eficazes instrumentos de promoção de aprendizagem em saúde. Logo, a observação da eficácia das atividades lúdicas no processo de educação em saúde realizada pela enfermagem gera atuação no fortalecimento dos princípios de prevenção e promoção da saúde. Assim, o uso do lúdico sugere a efetivação do papel educador da enfermagem no processo saúde-doença.  Por outro lado, o estudo proporcionou a necessidade de observar cada vez mais o ambiente escolar como elemento importante no processo saúde-doença. Dessa forma, a comunidade escolar possui grande responsabilidade de proporcionar a menor exposição a estes riscos e a promoção de cuidados preventivos eficazes. É importante lembrar que ainda é necessário mais estudos sobre os reflexos do lúdico na construção do conhecimento do público infantil durante o processo de educação em saúde.

999 Liga Acadêmica de Saúde LGBT de Sergipe: educar para vencer o preconceito e assegurar a dignidade
Nathália de Mattos Santos, Lucas Feitosa de Souza, André Filipe dos Santos Leite, Brisa Miller Sobrinho Santos

Liga Acadêmica de Saúde LGBT de Sergipe: educar para vencer o preconceito e assegurar a dignidade

Autores: Nathália de Mattos Santos, Lucas Feitosa de Souza, André Filipe dos Santos Leite, Brisa Miller Sobrinho Santos

Apesar da implantação de políticas de atenção integral à saúde da população LGBT, pelo Ministério da Saúde, é notório que alguns dos agravos que acometem este grupo derivam dos estigmas, dos processos discriminatórios e da exclusão social. Desse modo, para superar efetivamente esta realidade, é necessário o empoderamento de profissionais e gestores da saúde quanto à compreensão de que identidade de gênero e orientação sexual são fatores determinantes no processo saúde-doença; entretanto, nesse aspecto, há uma profunda e histórica deficiência na formação profissional. É a partir desse contexto que surge a Liga Acadêmica de Saúde LGBT de Sergipe (LAS LGBT), em dezembro de 2016, vinculada à Universidade Federal de Sergipe, com 15 participantes. Possui os seguintes objetivos: fomentar o interesse dos estudantes da área da saúde em enxergar as peculiaridades da população LGBT e de outras minorias sociais, através de atividades de ensino, pesquisa e extensão; promover ações educativas, com a mesma temática, em escolas da rede pública e outros espaços de contato com a comunidade. No primeiro ano de existência, a LAS LGBT realizou reuniões organizativas internas e periódicas, simulações de atendimento profissional e sete aulas abertas ao público com os seguintes temas: Gênero e Sexualidade; Movimento Feminista: do histórico à conjuntura atual; Saúde de Mulheres Lésbicas e Bissexuais; Saúde da População Trans: vivências; Saúde da População Trans: aspectos clínicos; Saúde de Homens Gays e Bissexuais. Além disso, o grupo idealizou e executou o I Congresso de Saúde LGBT de Sergipe, com 45 inscritos, e oficina sobre Gênero, Sexualidade e Educação Sexual para estudantes do nono ano e ensino médio de duas escolas da rede pública. Outras contribuições: participação na construção da 1ª Semana Municipal da Cidadania LGBT de Aracaju – com palestra em escola da rede pública e em sessão especial da Câmara Municipal de Aracaju; reuniões de implementação do Ambulatório Trans de Aracaju; debates e manifestações junto a movimentos sociais em defesa dos direitos LGBT. A LAS LGBT alcançou, de forma direta (aulas abertas, Congresso e participação em eventos) cerca de 500 pessoas e, de forma indireta, através de ações de educação e conscientização em redes sociais, em torno de 600. Conclui-se, portanto, que a Liga cumpriu seu papel de complementar o currículo acadêmico e combater os estigmas e preconceitos sociais e/ou institucionais, ao passo que compartilhou o conhecimento científico da área e a vivência dos sujeitos com os estudantes e a sociedade, através de metodologias interativas e linguagem acessível. Hoje, essa iniciativa é vista como referência nas diversas nuances da luta da população LGBT e dará sequência ao trabalho realizado, renovando anualmente os membros através de processo seletivo.

1617 Aprendizados e vivências de acadêmicos da Liga Amazonense de Medicina do Trabalho e Perícias Médicas nas atividades práticas no instituto de Medicina Legal em Manaus, Amazonas.
Rômulo Chaves Pereira de Oliveira, Ana Paula de Souza Lima, Anderson Thiago Nobre de Camargo, Renata Motoki Amorim Pereira, Cleverson Redivo

Aprendizados e vivências de acadêmicos da Liga Amazonense de Medicina do Trabalho e Perícias Médicas nas atividades práticas no instituto de Medicina Legal em Manaus, Amazonas.

Autores: Rômulo Chaves Pereira de Oliveira, Ana Paula de Souza Lima, Anderson Thiago Nobre de Camargo, Renata Motoki Amorim Pereira, Cleverson Redivo

Apresentação e objetivos: As atividades práticas realizadas pela Liga Acadêmica de Medicina do Trabalho e Perícias Médicas nos âmbitos do Instituto de Medicina Legal tem o objetivo de inserir os acadêmicos na vivência da Medicina Legal e Perícias Médicas abordando temáticas pertinentes para a formação curricular e atuação profissional dos ligantes. Este relato tem por objetivo especificar quais foram as atividades realizadas pelos ligantes no IML e a importância destas atividades para a formação profissional destes. Desenvolvimento do trabalho: A ênfase no estudo da anatomia dos cadáveres e sua correlação com a análise forense foram instrumentos enriquecedores da prática médica, bem como o uso adequado dos equipamentos de proteção individual e as oportunidades de se avaliar a anatomia após a morte recente, possibilitando a vivência do contato com material humano em condições próximas daquelas vistas em indivíduos vivos. A análise das condições que levaram à morte daqueles indivíduos foi abordada de forma pedagógica pelos profissionais e peritos que acompanhavam as práticas dos ligantes, sempre buscando entender os sinais encontrados nas vítimas quanto às condições físicas daquele corpo e correlacioná-los com os possíveis acontecimentos pregressos. As características das lesões encontradas e a determinação dos momentos em que foram proferidas, se intravitam ou post mortem, eram temas de extrema relevância para o aprendizado e que foram reforçados paulatinamente pelos peritos e preceptores. A oportunidade de ver os resultados do crime, da violência, do uso de drogas, da imprudência social de forma tão visceral e física, com certeza é material para profunda reflexão, aprendizado e respeito pela vida e cidadania, pelos pacientes, pelos cadáveres daqueles que inevitavelmente perecerão durante o correr da prática e vida médica. Resultados e impactos: Os aprendizados adquiridos nas práticas realizadas no Instituto de Medicina Legal de Manaus foram enriquecedores em diversos aspectos, tanto pela oportunidade de revisão prática da Anatomia Humana em post -mortem, quanto pela introdução ao entendimento da Medicina Legal, a utilização adequada de EPIs, o conhecimento em torno das condições sociais relacionadas às mortes violentas e, ainda, da reiteração do respeito pela vida, pela cidadania e pela dignidade humana. Estes pontos que foram abordados são essenciais para a boa prática médica, seja no âmbito profissional ou social. Considerações finais: Portanto, é de grande importância a realização de atividades práticas que coloquem os acadêmicos em contato com a Medicina Legal, pois este âmbito do estudo oferece um leque extenso de oportunidades de aprendizado importante para a vida médica vindoura.  

1635 Liga Acadêmica de Geriatria e Gerontologia do Amazonas- LAGGEAM: experiência multiprofissional
Tainah Barbosa Nepomuceno, Thais Ferreira de Melo, Beatriz França Alencar, Vitor Souza Da Costa, lenora Ferreira de Oliveira Sanson, Maria Tereza Felix da Silva, Karoline Rodrigues da silva Martins, Handelândia Milon de Oliveira

Liga Acadêmica de Geriatria e Gerontologia do Amazonas- LAGGEAM: experiência multiprofissional

Autores: Tainah Barbosa Nepomuceno, Thais Ferreira de Melo, Beatriz França Alencar, Vitor Souza Da Costa, lenora Ferreira de Oliveira Sanson, Maria Tereza Felix da Silva, Karoline Rodrigues da silva Martins, Handelândia Milon de Oliveira

APRESENTAÇÃO: Trata-se de um relato de experiência dos discentes participantes da Liga Acadêmica de Geriatria e Gerontologia do Amazonas - LAGGEAM nas ações desenvolvidas na comunidade e eventos científicos.  Com o aumento significativo da população idosa, a compreensão do envelhecimento tem sido cada vez mais importante para discentes e profissionais da área da saúde. A velhice apresenta características particulares que exigem intervenções e cuidados específicos, pois diversas alterações fisiológicas, psicológicas, físicas e sociais ocorrem, e é preciso conhecê-las para oferecer uma assistência de qualidade. A Liga Acadêmica de Geriatria e Gerontologia do Amazonas – LAGGEAM, vinculada a Universidade Federal do Amazonas – UFAM, foi fundada em 2004 com base no tripé: ensino, pesquisa e extensão, com o enfoque principal no estudo sobre o envelhecimento do ser humano no cuidado multiprofissional. Suas ações possibilitam o crescimento profissional dos discentes no conhecimento da geriatria e gerontologia nos cuidados de prevenção e promoção, reabilitação e cura do idoso. Atualmente é composta por profissionais e discentes das áreas de psicologia, medicina, enfermagem, nutrição, fisioterapia e odontologia. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Após o processo seletivo para novos ligantes foram realizadas ações científicas com rodas de conversas e discussão de temas sobre envelhecimento e cuidados multiprofissional e orientações sobre o estatuto da liga. Como contribuição para a comunidade, os ligantes organizam eventos científicos como a Semana do Idoso que aconteceu em parceria com o Hospital Universitário Getúlio Vargas - HUGV, o Simpósio de Geriatria e Gerontologia do Amazonas e a Jornada Multidisciplinar em Saúde do Idoso, visitas domiciliares nas comunidades atendidas pelo Programa de Atenção à Saúde do Idoso – PROASI e multirão de atendimentos dos idosos, um na Arena da Amazônia promovido pela Secretaria de Estado da Juventude e lazer - SEJEL juntamente com o programa Vida ativa, e outro na Semana do Idoso que ocorreu no Centro de Convivência da Família Padre Pedro Vignola, em parceria com o Hospital Universitário Getúlio Vargas - HUGV e a Secretaria de Estado da Assistência Social - SEAS, além de participação nas atividades da Associação Brasileira de Alzheimer do Amazonas - ABRAZ. Nas visitas foram realizadas triagens e aplicação de testes para mensurar o grau de vulnerabilidade da saúde do idoso e a probabilidade na redução da capacidade funcional para atividades da vida diária e instrumentais, sendo eles: Escala de atividades diária de Katz, Escala de atividades instrumentais de vida diária de Lawton (AIVD), Avaliação funcional Pffefer, Escala de Depressão geriátrica na versão curta (EDG – 15), Fluência verbal, Mini exame do estado metal, Índice de vulnerabilidade clinico funcional – 20. A partir dessa triagem e das demandas percebidas, os idosos foram encaminhados para atendimento com os profissionais, para orientação e/ou tratamento, com o intuito de minimizar ou dissipar o sofrimento físico, psíquico e social existente. Os encontros científicos e as visitas aos idosos assistidos pela equipe aconteceram com o objetivo de adquirir, complementar e aprofundar os conhecimentos, tendo a possibilidade de perceber o idoso não somente a partir do olhar de sua formação acadêmica, mas promovendo um espaço de reflexão das demandas e experiências vivenciadas por cada área de conhecimento, e assim reduz os espaços entre as ciências e a articula os saberes multiprofissionais. Oferece desse forma uma resposta maior para essa fase do desenvolvimento, que tem uma demanda específica se olharmos pelo prisma das mudanças nas estruturas familiares, socioculturais, econômicas e tecnológicas que estão acontecendo. RESULTADOS: O projeto de extensão acontece com a proposta de suplementar com a prática o aperfeiçoamento na formação de profissionais de saúde, reduzindo as lacunas para contribuir ao discente a ter uma percepção que vá além das teorias. Auxilia a perceber o processo de envelhecimento como um contraponto entre a relevância do envelhecimento nos dias atuais e as dificuldades vivenciadas nesse processo. A partir das ações multiprofissionais e da aplicação dos instrumentos de avaliação que colabora com a mensuração do grau de vulnerabilidade do idoso a comunidade também teve benefícios com as atividades da Liga, que estimulou o cuidado e a prevenção, principalmente, das doenças crônicas que podem ser advindas da maior idade. Intensificando a assistência aos idosos assistidos na rede de apoio biopsicossocial nos casos de vulnerabilidades funcionais, biológicas, psicológicas, políticas e sociais. A experiência em uma liga acadêmica multidisciplinar é de suma importância na formação profissional, uma vez que apenas alguns cursos de graduação na região oferecem  a disciplina de Saúde do idoso em sua grade curricular, sendo assim, o discente contribui para essa lacuna a partir da organização de eventos científicos e assim auxilia na capacitação e na mudança de olhar sobre o envelhecimento humano, contribuindo assim para a formação mais ampla dos discentes/sociedade, pois a partir das trocas de idéias, palestras, estudo de casos e atividades nas comunidades, o discente tem a oportunidade de aprender e compartilhar conhecimento, aprofundando assim a compreensão sobre o objeto a ser estudado e trazendo de maneira mais efetiva uma resposta para a comunidade. A vivência proporcionou aos discentes um olhar multidimensional do idoso, e se mostrou fundamental para desenvolver novos conhecimentos e promover maior valorização da especialidade Geriatria/Gerontologia CONSIDERAÇÕES FINAIS: Durante o processo, o discente é estimulado a perceber a importância e a necessidade da equipe multiprofissional no estudo sobre o envelhecimento do ser humano e em outras áreas de conhecimento. A experiência possibilitou a interação com idosos e a percepção de suas limitações, despertando no discente o desejo de intensificar a busca no conhecimento cientifico, para aprender novas formas para estar contribuindo de forma mais efetiva para atender as necessidades dos idosos na comunidade, seja auxiliando na promoção e prevenção dos idosos assistidos, identificando os idosos vulneráveis para possíveis encaminhamentos, seja ofertando o curso de cuidadores de idosos para a comunidade. Como desafios, encontram-se a escassez de campos de prática menos burocráticos e uma agenda que permita a continuidade das ações que dê visibilidade ao compromisso da Liga para com a comunidade. A formação dos discentes procura ser diferenciada, com uma visão centralizada na atenção à saúde do idoso, mas saindo do olhar somente biológico e o compreendendo a partir das suas dimensões biológicas, psicológicas, sociais e espirituais, percebendo a necessidade da sua funcionalidade para o melhor bem estar e saúde, fundamenta-se na assistência e favorece o avanço da aprendizagem dos discentes, o qual auxilia no processo crítico-reflexivo e acrescenta conhecimento, habilidades e desenvolvendo assim um processo de aprendizagem mais completo, onde a teoria pode ser correlacionada com a prática e com os diversos campos de conhecimento.  

1654 A Liga Amazonense de Medicina do Trabalho e Perícias Médicas como ferramenta de instrução na escola.
Renata Motoki Amorim Pereira, Ana Paula de Souza Lima, Danielle Novais Antunes, Lorena Bastos Pereira, Marianna Maisonnette de Attayde Silva, Isabela Neves Formigheri, Leandro Negrelli, Cleverson Redivo

A Liga Amazonense de Medicina do Trabalho e Perícias Médicas como ferramenta de instrução na escola.

Autores: Renata Motoki Amorim Pereira, Ana Paula de Souza Lima, Danielle Novais Antunes, Lorena Bastos Pereira, Marianna Maisonnette de Attayde Silva, Isabela Neves Formigheri, Leandro Negrelli, Cleverson Redivo

Apresentação e objetivos: Como atividade de extensão e pesquisa, a Liga Amazonense de Medicina do Trabalho e Perícias Médicas (LAMT) busca construir uma ponte entre escolas do ensino médio e o curso de medicina. De um lado procura-se, por meio de palestras educativas, levar informações e saberes à comunidade. De outro, visa inserir o acadêmico em uma realidade muitas vezes por ele desconhecida. O presente trabalho tem como objetivo demonstrar a importância da interrelação entre academia e comunidade.  Desenvolvimento do Trabalho: O público das palestras foram alunos das classes do segundo e terceiro ano com idade média entre 16 e 18 anos. O tema de Sexologia Forense foi ministrado em forma de palestra expositiva com linguagem adaptada e simples. Primeiramente, houve a exposição sobre como identificar os abusos sexuais e os agressores com maior enfoque para o incentivo às denúncias das vítimas, cultura do estupro, vulnerabilidades e predominância dos casos. Em segundo momento, foram apresentados métodos para prevenção de possíveis ataques, e de como recorrer e entrar em contato com órgãos que oferecem suporte psicológico e médico necessário às vítimas. Além desses assuntos, foi abordado sobre as infecções sexualmente transmissíveis (IST), incluindo formas de prevenção, identificação dos sintomas, como procurar ajuda e a importância da prevenção e do tratamento correto do afetado e do parceiro. Por fim, foram distribuídas camisinhas e folders explicativos para incentivo à prevenção e disseminação do conhecimento. Resultados e Impactos: Houve grande aceitação e participação por parte dos alunos quanto à discussão. Foram esclarecidas diversas dúvidas e obtidas informações referentes à realidade vivida pelos adolescentes, assim como as várias atitudes implícitas no cotidiano que corroboram para o fortalecimento da cultura do estupro. Além disso, as palestras educativas facilitam ainda mais o acesso a informações, o esclarecimento e a participação ativa dos alunos na construção do conhecimento. Outro ponto importante foi o contato entre alunos do ensino médio e acadêmicos de medicina, que despertou interesse por esse caminho educacional. A abordagem desses assuntos envolveu diversas metodologias de ensinamento e distribuição de materiais; contribuindo para a criação de um ambiente interativo, no qual os alunos puderam elucidar dúvidas e sentiram-se à vontade em compartilhar experiências pessoais. Considerações Finais: O desenvolvimento do presente trabalho possibilita analisar a integração dos acadêmicos do ensino superior, representados pelos membros da LAMT, com a comunidade local, consolidando as bases da tríade universitária. No contexto de promoção de saúde entre adolescentes, houve a exploração de inúmeros temas tangentes à violência sexual, como sexologia forense, ISTs e cultura do estupro. Essas experiências contribuem para que os futuros médicos melhorem a interação com a comunidade e dessa forma, tornem-se profissionais mais qualificados e acessíveis.

1658 O uso das mídias sociais pela Liga Amazonense de Medicina do Trabalho e Perícias Médicas
Renata Motoki Amorim Pereira, Ana Paula de Souza Lima, Cleverson Redivo, Stanley Queiroz Fortes Neto, Maria Pamela Tamayo Hermida, Adson Martins Pinto Junior, Anderson Thiago Nobre de Camargo

O uso das mídias sociais pela Liga Amazonense de Medicina do Trabalho e Perícias Médicas

Autores: Renata Motoki Amorim Pereira, Ana Paula de Souza Lima, Cleverson Redivo, Stanley Queiroz Fortes Neto, Maria Pamela Tamayo Hermida, Adson Martins Pinto Junior, Anderson Thiago Nobre de Camargo

Apresentação e objetivos: Com a crescente utilização da internet pelos brasileiros, o acesso a informações tornou-se uma realidade mais próxima para a população e a Liga Amazonense de Medicina do Trabalho e Perícias Médicas (LAMT), por meio das mídias sociais vê esse advento como uma maneira de alcançar a comunidade virtual de forma a transmitir-lhe informações acerca de conteúdos propostos pela liga acadêmica. Tendo como objetivo principal atingir a população em geral que possam ter acesso as essas redes sociais, assim como também para profissionais da área de saúde, levando conhecimento à população sobre temas que não são comumente abordados.  Desenvolvimento do trabalho: A LAMT tem utilizado as redes sociais como veículo para promover seus conteúdos através da divulgação de palestras ministradas por ligantes, realizando estudos e apresentação de artigos nacionais e internacionais e compartilhando vídeos sobre os temas abordados durante as palestras. Resultados e/ou impactos: A LAMT consegue, por meio de suas publicações, alcançar semanalmente cerca de 1200 pessoas, entre discentes, profissionais de saúde e membros da população em geral. Através das mídias sociais, os ligantes divulgaram eventos e artigos relevantes à comunidade e ao meio acadêmico e versaram sobre assuntos como sexologia criminal e prevenção a agressões sexuais. Os vídeos produzidos tiveram um grande alcance, com mais de 2000 visualizações, permitindo assim a disseminação do conhecimento obtido na liga e a divulgação de temas não suficientemente discutidos. Considerações finais: Dessa forma, através das mídias sociais a LAMT consegue divulgar o conhecimento e as informações propostas nas reuniões da Liga disseminando o conhecimento através de um alcance muito maior porpocionado pela internet. Assim, o conhecimento consegue chegar a população nacional e internacional contribuindo para a promoção da saúde e prevenção de doenças de uma forma atual e inovadora.  

1905 Vivências de acadêmicos de medicina em uma liga de Medicina da Família e Comunidade
Ana Paula Garcez Amaral, Daniele Feliciani Taschetto

Vivências de acadêmicos de medicina em uma liga de Medicina da Família e Comunidade

Autores: Ana Paula Garcez Amaral, Daniele Feliciani Taschetto

Apresentação: O potencial transformador da Medicina de Família e Comunidade (MFC) para a graduação em Medicina tem sido evidenciado por organismos internacionais como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Associação Mundial dos Médicos Gerais e de Família (WONCA). Este movimento de inserção se tornou mais relevante, a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina (2001), desde quando vêm ocorrendo mudanças mais consistentes no ensino médico em nosso país. A MFC tem tido importante papel nesse processo, tendo em vista a superposição entre seus princípios e práticas e as recomendações incorporadas às Diretrizes, bem como aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) (SOCIEDADE BRASILEIRA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE, 2004). Para aprimorar o estudo e habilidades adquiridas na graduação de uma área especifica de conhecimento, surgem as Ligas Acadêmicas (LA). Estas, são organizações estudantis, com supervisão de docentes vinculados a uma instituição, visando integrar acadêmicos de diversos períodos e cursos que tenham interesse nessa área. Pressupõe-se que as finalidades da educação superior não se limitem apenas à formação acadêmica, mas envolvam um conjunto de medidas intencionais e subjetivas que tornam a formação profissional mais holística e abrangente, mantendo a interação entre a academia e a população, enfatizando o compromisso da universidade com a cidadania, além das ações educativas encontradas em sua estrutura curricular (SILVA, 2015). Em 2017, conforme o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, foram criadas as primeiras LA no curso de Medicina do Centro Universitário Franciscano/RS. Uma destas, a Liga de Medicina da Família e Comunidade (LAMFEC). Dessa forma, começou um processo de escolha, por meio de um questionário, dos estudantes que portavam interesse nessa área. Assim, foi composto um grupo de 24 alunos a partir do segundo semestre do curso. Este trabalho relata a experiência de acadêmicos que fazem parte da LAMFEC, e mostra como isto contribuiu para o seu desenvolvimento acadêmico e, consequentemente, do curso de Medicina. Desenvolvimento do trabalho: A LAMFEC foi fundada por alunos de Medicina que buscavam, entre outros objetivos, aprimorar seus conhecimentos sobre a especialidade de MFC. Durante esse processo mostrou-se as dificuldades para a implementação das primeiras LA na universidade, uma vez que não havia nenhuma LA anterior como modelo para auxiliar neste início. Nesse momento, foi fundamental a orientação do professor, a busca de diretrizes e de ligas da mesma área de interesse para compartilhar informações sobre a construção e funcionamento da LA. Os membros se reúnem semanalmente, com duração aproximada de uma hora, para discutir sobre os estudos dirigidos destinados para cada semana, sugeridos pelos próprios alunos. Dentre os assuntos já abordados, estão a especialidade médica de MFC, o Método Clínico Centrado na Pessoa e o Modelo de Atenção às Doenças Crônicas. Através da participação opinativa, são construídos conceitos e ideias de saúde em conjunto, num processo ativo de aprendizagem e autonomia do saber. Além disso, no final de cada reunião são levantadas ideias para a realização de eventos acadêmicos e atividades de extensão da liga. O primeiro evento aberto da LA foi uma sessão de cine debate, do documentário SICKO, sobre o sistema de saúde americano. O evento também teve como objetivo apresentar a liga ao demais cursos da universidade, pois reuniu alunos, professores e coordenadores de outros cursos da área de saúde, gerando um diálogo multidisciplinar sobre um tema que está em nossas vivências e trazendo uma visão diferencial sobre a utilização da MFC em diversas situações. A base das LA no tripé ensino-pesquisa-extensão despertou maior interesse dos acadêmicos de Medicina por projetos de pesquisa e extensão. Para o próximo ano da LA, já estão sendo elaborados projetos de extensão com populações negligenciadas pelos serviços de saúde, como a população carcerária, com enfoque na população feminina. Resultados e/ou impactos: O estabelecimento da LAMFEC resultou em maior comprometimento dos alunos com o ensino de graduação, ensinando a conciliar as demandas curriculares com os projetos de extensão. Ademais, proporciona um aprendizado mais dinâmico, uma vez que são organizadas pelos próprios alunos, e possibilita a interação entre alunos de diferentes semestres do curso de Medicina, promovendo uma troca de experiências e valores que dificilmente poderia ocorrer no cotidiano de grades cheias de atividades acadêmicas diferentes. Desde sua fundação, a LAMFEC planejou projetos de pesquisa e extensão com o objetivo de abordar a comunidade e o meio acadêmico, tomando cuidado para evitar que a liga também se transforme em atividades de iniciação científica e assistência, sem a função primordial de extensão universitária, como se fosse uma especialização precoce (SILVA, 2015). Discute-se se o fato de participar de uma LA não deve restringir as visões de possibilidades dos estudantes de Medicina. Por isso, o interessante da liga é que é composta por muitos alunos que não tem o interesse inicial de realizar essa especialidade, mas que querem se aprofundar nos conhecimentos sobre MFC e da APS com maior aprofundamento. Dentre as atividades de extensão, para o ano de 2018 foi disponibilizado um estágio na APS em Florianópolis/SC para os participantes da liga. As atividades de pesquisa também são de grande importância para a formação médica, pois favorecem a capacidade crítica e maturidade científica, e, de modo geral, o ambiente das LA tem estimulado os alunos a desenvolver projetos de iniciação científica e participação em congressos, como o 14º Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade. Isto mostra que o incentivo inicial às atividades de pesquisa pode resultar em frutos de divulgação científica. Considerações finais: O aumento do conhecimento sobre a especialidade de MFC durante a graduação de Medicina constitui em uma qualificação diferenciada dos profissionais, pois abordam conceitos que são fundamentais para o trabalho na APS, que é o enfoque do SUS. A LAMFEC não tem como objetivo suprir insuficiências do curso de graduação. Seu objetivo é possibilitar o aprofundamento e o amadurecimento do ensino à saúde que vise uma assistência integral ao usuário. Dessa maneira, a LAMFEC constitui em um espaço privilegiado, dentro da sobrecarregada carga horária do curso, para a construção de um aluno que seja um agente de mudança no campo da saúde, recusando-se a assumir o papel de mero prestador de serviços. Assim, o egresso não domina apenas a teoria das doenças, mas é capaz de entender e lidar de forma responsável e competente com a saúde das pessoas, com a saúde da família e da sociedade, a partir do paradigma da integralidade do SUS. Aprende a valorizar a relação médico-paciente e entende a importância do trabalho em equipe e da participação individual e comunitária nas questões de saúde e, além disso, promove a capacidade de resposta a complexidade que é o ser humano (SOCIEDADE BRASILEIRA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE, 2004). Referências: SILVA, Jorge Henrique Santos da et al. Implantação de uma Liga Acadêmica de Anatomia: Desafios e Conquistas. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 39, n. 2, p.310-315, jun. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022015000200310>. Acesso em: 14 dez. 2017. SOCIEDADE BRASILEIRA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE. A medicina de família e comunidade: O Que, Como, Quando, Onde, Por que. Rio de Janeiro: 2004.

2074 A LIGA ACADÊMICA COMO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE:RELATO DE EXPERIÊNCIA
Diully Siqueira Monteiro, Fernando kleber Martins Barbosa, Regiane Camarão Farias, Marcos josé Risuenho Brito Silva, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento, Aliny Cristiany Costa Araújo

A LIGA ACADÊMICA COMO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE:RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Diully Siqueira Monteiro, Fernando kleber Martins Barbosa, Regiane Camarão Farias, Marcos josé Risuenho Brito Silva, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento, Aliny Cristiany Costa Araújo

Apresentação: As Ligas Acadêmicas são associações estudantis, com supervisão de docentes ou profissionais vinculados a uma instituição, de duração indeterminada, sem fins lucrativos, que visam aprimorar o estudo e habilidades adquiridas na graduação de uma área específica do conhecimento. A Liga Acadêmica de Políticas Públicas de Saúde (LAPPS) surge com o propósito incentivar o estudo na área das políticas públicas e levar à comunidade sua grande importância social. Nessa perspectiva, a LAPPS por meio do tripé universitário (ensino, pesquisa e extensão) possibilita ser uma ferramenta ativa e eficaz na formação dos futuros profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde. O objetivo do estudo é relatar a experiência dos acadêmicos/membros da Liga Acadêmica de Políticas Públicas de Saúde sobre o processo de ensino aprendizagem de políticas públicas de saúde. Desenvolvimento do trabalho: O estudo descritivo, com abordagem qualitativa do tipo relato de experiência vivenciado por acadêmicos e membros da LAPPS, no período de agosto a novembro de 2017. A Liga Acadêmica (LA) funciona com aulas teóricas e práticas. Sendo assim, as aulas teóricas com a modalidade expositiva, roda de conversa e clube de revista. Além disso, existem atividades pesquisa e extensão. A temática principal é políticas públicas em saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Os facilitadores desse processo ensino-aprendizagem das atividades são orientadores/professores especialistas em Saúde Pública. As atividades são realizadas na Universidade do Estado do Pará. Resultado e/ou Impactos: Por meio da análise crítica, observou que as principais atividades da LAPPS estabelece um processo de ensino e aprendizagem eficaz sobre a temática em evidência. O ensino permitiu aos acadêmicos/membros uma visão ampla das políticas públicas de saúde, por meio de contato com profissionais da área e o campo de prática, evidenciando diversas discussões acerca da política e da realidade. Dessa forma promovendo assim, uma melhor compreensão e vivência das políticas públicas, por meio de uma ação-reflexão-ação, visando desenvolver o conhecimento e gerando uma intervenção transformadora na realidade. Por outro lado, a pesquisa gerou o enriquecimento do currículo técnico-científico de acadêmicos e profissionais, por meio do estímulo da capacidade de estudo, pesquisa e produção científica, além da visão crítica frente ao SUS. Considerações Finais: A LAPPS por meio das atividades do tripé universitário gera o fortalecimento na formação dos futuros profissionais de saúde. As experiências em LAPPS podem contribuir para a construção de profissionais proativos, maduros, que poderão cooperar de alguma forma com a ampliação do conhecimento da área na comunidade. É importante lembrar que ainda é necessário mais estudos sobre os reflexos da LA no processo de formação dos profissionais de Saúde.

2652 Contribuições e Aprendizados da Liga Acadêmica para a Formação de Graduandos em Enfermagem: Uma experiência acadêmica
Maria Luiza Sady Prates, Elton Junio Sady Prates, Maisa Tavares de Souza Leite

Contribuições e Aprendizados da Liga Acadêmica para a Formação de Graduandos em Enfermagem: Uma experiência acadêmica

Autores: Maria Luiza Sady Prates, Elton Junio Sady Prates, Maisa Tavares de Souza Leite

Apresentação: As ligas acadêmicas são atividades extracurriculares que proporcionam um aprendizado significativo para o estudante, promovendo a interlocução entre o ensino, a pesquisa e a extensão, que as grades curriculares nem sempre abrangem, ou é abordado de forma superficial, e por isso possui grande relevância na vida do acadêmico em Enfermagem. Destaca-se, que as ligas estão crescendo no meio acadêmico e passaram a ser uma opção adotada pelos discentes para constituir um currículo diferenciado, podendo ser formadas por estudantes do mesmo curso ou não, onde propiciam o aprofundamento dos saberes em determinado tema, visando o aperfeiçoamento do conhecimento pessoal em prol da sociedade, sendo assim, vale ressaltar que o caminho de percurso escolhido pela liga é definido pelos estudantes com orientações realizadas por um ou mais professores-tutores, tendo como papel dentro da liga de facilitador do conhecimento. Além disso, o envolvimento de discentes em atividades extracurriculares não representa uma tentativa apenas de preencher lacunas curriculares, mas também de integrar-se com colegas, promover a interdisciplinaridade, desenvolver habilidades de trabalhar em grupo e de atender as indagações profissionais. Nesse sentido, este relato de experiência emerge da vivência de dois discentes do curso de Enfermagem em uma liga acadêmica e reflete a importância no ensino-aprendizagem proporcionado por elas na vida acadêmica, profissional e pessoal. Com base no exposto, objetiva-se relatar as contribuições proporcionadas pela liga acadêmica para a formação acadêmica-profissional de dois discentes do curso de graduação em Enfermagem da Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Acadêmica de Passos. Descrição da experiência: Trata-se de um estudo descritivo na modalidade relato de experiência, elaborado a partir da vivência de dois graduandos em Enfermagem e integrantes de uma liga acadêmica da Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Acadêmica de Passos. De acordo com Figueiredo (2004), o relato é uma ferramenta de estudo descritiva, que apresenta uma reflexão sobre uma ação ou um conjunto delas, abordando um acontecimento vivenciado no âmbito profissional, de interesse da comunidade científica. Resultados: Evidenciou-se, que a liga acadêmica possibilita que o estudante de Enfermagem aprofunde a sua formação em uma determinada temática, agregando pessoas com um interesse em comum, tornando-os protagonistas do processo ensino-aprendizagem. Ressalta-se, que as grades curriculares dos cursos de graduação na área da saúde ainda estão defasadas, nesse sentido a liga apresenta-se como um importante instrumento de suplemento das necessidades do futuro profissional de saúde. Destaca-se, que a partir do conhecimento adquirido na liga, projetos de extensão e pesquisa podem ser desenvolvidos e, assim, atingindo e consolidando o tripé formador da universidade, que é o ensino, a pesquisa e a extensão. Nesse sentido, quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Esse círculo virtuoso alimenta o processo educacional pautado na interação entre o sujeito que aprende e o mundo (FREIRE, 2013). Dentro da liga, é possível que os estudantes aprimorem o tema a partir da prática realizada por meio dos treinamentos ofertados a comunidade. Salienta-se que esses momentos apresentam uma vivência interdisciplinar e que consolida o tripé ensino-serviço-comunidade, sendo uma experiência importante na vida do acadêmico, pois é o reflexo do que o mercado de trabalho atual requere de todo profissional. Outro ponto importante, é que proporcionam ainda uma vivência teórico-prática e acadêmica-pedagógica importantíssima no desenvolvimento dos participantes e até mesmo da comunidade. Em geral, as ligas visam antecipar e complementar a vivência teórico-prático dos alunos da graduação, estimulando a elaboração e apresentação de relatos de casos clínicos, contribuindo com a produção científica em todos os âmbitos, além de apoiar e desenvolver materiais didáticos e possibilitar a discussão de artigos entre os ligantes. Além disso, dentro da liga é possível promover eventos, organizar e participar de cursos, palestras, jornadas, congressos, simpósios e outras atividades informativas relacionadas com a área. Impactos: As ligas proporcionam impactos significativos na vida dos estudantes de Enfermagem, uma vez que trazem e aprofundam assuntos e práticas que não são vistas e nem realizadas dentro da sala de aula, ou que são abordadas de forma superficial. Nesta experiência acadêmica, diferentes abordagens são realizadas e aprimoradas, proporcionando o aprender a aprender, aprender a ser e aprender a conviver, na busca da superação das diferenças e do desenvolvimento pleno de habilidades cada vez mais requisitadas pelo mercado de trabalho como ampliação do senso crítico do sujeito, habilidades de comunicação e de trabalhar em grupo, promovendo a interlocução de diferentes saberes, buscando a transformação das práticas. Magalhães, Rechtman e Barreto (2015) acrescem, que as ligas acadêmicas possibilitam que os estudantes não apenas se insiram no campo de atuação e respondam às exigências institucionais, pois elas dependem dos seus participantes para funcionar, por isso exigem deles repertórios que vão além dos desenvolvidos pelas atividades acadêmicas convencionais. Assim, permitem e estimulam que os estudantes de Enfermagem desenvolvam habilidades como a autogestão, liderança, cooperação e gestão, a partir da autonomia possibilitada pela própria liga. Considerações finais: Considera-se, portanto, que os saberes proporcionados pelas ligas são imprescindíveis para a formação plena do futuro profissional de Enfermagem, sendo um processo de ensino-aprendizagem ativo e emancipatório que despertam a autonomia e competência dos sujeitos em assuntos específicos, promovendo a análise crítica sobre sua realidade e seu próprio desempenho, pois possibilita ampliar horizontes para o novo, corroborando para a aquisição de novos conhecimentos e práxis, favorecendo a interação dos indivíduos dos mais diversos níveis de conhecimentos e intercalando-os. Recomenda-se, a ampliação das ligas acadêmicas nos cursos de Enfermagem e das Ciências da Saúde, visto suas contribuições e possibilidades que subsidiam aos ligantes. Referências FIGUEIREDO, N. M. A. Método e Metodologia na Pesquisa Científica. Editora: Difusão, 2004, 247p. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 45 ed., São Paulo: Paz e Terra, 2013, 165p. HAMAMOTO-FILHO, P. T.; VILLAS-BÔAS, P. J. F.; CORRÊA, F. G.; MUÑOZ, G. O. C.; ZABA, M.; VENDITTI, V. C.; SCHELLINI, S. V. Normatização da abertura de ligas acadêmicas: a experiência da Faculdade de Medicina de Botucatu. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 34, n. 1, p. 160-167, jan.-mar. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbem/v34n1/a19v34n1.pdf>. Acesso em: 05 dez. 2017. MAGALHÃES, E. P.; RECHTMAN, R.; BARRETO, V. A liga acadêmica como ferramenta da formação em Psicologia: experiência da LAPES. Revista Quadrimestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 135-141, jan.-abr. 2015. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/pee/v19n1/2175-3539-pee-19-01-00135.pdf>. Acesso em: 05 dez. 2017.

3197 Satisfação dos Alunos participantes de Eventos Realizados pela Liga Acadêmica de Farmácia Clinica e Hospitalar UNINASSAU
Karine Kelly Ferreira de Aguiar, Cidineiva Mara dos Santos Barros, Cidineiva Mara dos Santos Barros, Cristielle Perreira Braga, Cidineiva Mara dos Santos Barros, Cristielle Perreira Braga, Erika Ferreira dos Santos, Cristielle Perreira Braga, Alyson Moreira Castro de Souza, Gian Lucas Gomes de Mesquita, Erika Ferreira dos Santos, Josiana Alves Cruz, Erika Ferreira dos Santos, Malena Gadelha Cavalcante, Alyson Moreira Castro de Souza, Alyson Moreira Castro de Souza, Gian Lucas Gomes de Mesquita, Gian Lucas Gomes de Mesquita, Josiana Alves Cruz, Josiana Alves Cruz, Malena Gadelha Cavalcante, Malena Gadelha Cavalcante

Satisfação dos Alunos participantes de Eventos Realizados pela Liga Acadêmica de Farmácia Clinica e Hospitalar UNINASSAU

Autores: Karine Kelly Ferreira de Aguiar, Cidineiva Mara dos Santos Barros, Cidineiva Mara dos Santos Barros, Cristielle Perreira Braga, Cidineiva Mara dos Santos Barros, Cristielle Perreira Braga, Erika Ferreira dos Santos, Cristielle Perreira Braga, Alyson Moreira Castro de Souza, Gian Lucas Gomes de Mesquita, Erika Ferreira dos Santos, Josiana Alves Cruz, Erika Ferreira dos Santos, Malena Gadelha Cavalcante, Alyson Moreira Castro de Souza, Alyson Moreira Castro de Souza, Gian Lucas Gomes de Mesquita, Gian Lucas Gomes de Mesquita, Josiana Alves Cruz, Josiana Alves Cruz, Malena Gadelha Cavalcante, Malena Gadelha Cavalcante

Ligas Acadêmicas são associações cientificas que são formadas por alunos e professores vinculados a uma instituição de ensino superior. Os três pilares de uma liga acadêmica são: atividade de pesquisa, ensino e extensão. Os participantes de Ligas organizam eventos de extensão universitária relacionadas ao tema principal, tais como: congressos, minicursos, palestras, serviços à população e etc. A Liga Acadêmica de Farmácia Clinica e Hospitalar da UNINASSAU (LAFACH) foi criada no segundo semestre de 2017 no Centro Universitário Mauricio de Nassau – Campus Fortaleza e é a primeira Liga acadêmica do Curso de Bacharel em Farmácia. Este resumo tem como objetivo principal analisar a satisfação e experiência dos alunos participantes dos eventos propostos pela LAFACH, além de criar indicadores que serão usados pela LAFACH em eventos posteriores. Foi realizado um estudo de caráter quantitativo, do tipo exploratório-descritivo, de delineamento transversal, realizado com a coleta de dados utilizando como instrumento questionários de satisfação elaborado pelos membros da LAFACH acerca do II Encontro Sobre Residência em Farmácia produzido pela Liga, contava com as seguintes questões: acesso a inscrição; clareza da apresentação; organização do evento; conteúdo abordado e satisfação geral. Na escala de satisfação foi usada as seguintes opções: ótimo; bom; regular e péssimo. Os questionários foram aplicados no dia 11 de novembro de 2017 no Centro Universitário Mauricio de Nassau — Campus Fortaleza para os alunos participantes, em sua maioria acadêmicos de farmácia, logo após o encerramento das palestras. O método utilizado possibilita ao aluno participante uma avaliação direta para a melhoria do seu processo de formação acadêmica. Com o total de 60 alunos participantes, sendo 51 (85%) alunos da Uninassau e 9 (15%) alunos de outras Instituições. Entre os tópicos abordados nos questionários acerca do acesso a inscrição 27 (45%) dos alunos apontam como Ótimo; 24 (40%) apontam como Bom; 7 (11,7%) apontam como Regular e 2 (3.3%) apontam como Péssimo. Em relação à clareza da apresentação 46 (76,7%) dos alunos apontam como Ótimo e 14 (23,3) apontam como Bom. Em relação à Organização do Evento 26 (43,3%) dos alunos apontam como Ótimo; 25 (41,7%) apontam como Bom e 9 (15%) apontam como Regular. Em relação ao conteúdo abordado 49 (81,7) alunos apontam como Ótimo; 10 (16,6) apontam como Bom e 1 (1,7) aponta como Regular. Em relação à Satisfação Geral 44 (73,3%) dos alunos apontam como Ótimo e 16 (26,7%) apontam como Bom. As atividades de liga acadêmica são de suma importância para o desenvolvimento dos alunos e professores envolvidos no projeto e também a todos os envolvidos nos eventos feitos. Com a finalidade de desenvolver uma escala de satisfação dos alunos participantes do evento pode-se concluir que a variedade de áreas de capacitação em saúde e a qualidade dos assuntos abordados influenciaram diretamente os bons índices de satisfação. Em contra partida temos questões organizacionais que precisam ser melhoradas.

3399 LIGA ACADÊMICA DE PRODUÇÃO DE CUIDADOS E SENSIBILIDADES (LAPCS): proposta para redesenhar a produção de cuidados na graduação médica
Márlon Vinícius Gama Almeida, Fernanda Siqueira Lima, Áurea Beatriz Paula Silva, Marília Mariotti de Santana, Liz Maria Teles de Sá Almeida

LIGA ACADÊMICA DE PRODUÇÃO DE CUIDADOS E SENSIBILIDADES (LAPCS): proposta para redesenhar a produção de cuidados na graduação médica

Autores: Márlon Vinícius Gama Almeida, Fernanda Siqueira Lima, Áurea Beatriz Paula Silva, Marília Mariotti de Santana, Liz Maria Teles de Sá Almeida

APRESENTAÇÃO: As ligas acadêmicas são espaços propícios ao aprimoramento profissional e pessoal na medida em que favorecem múltiplos aprendizados, que vão desde o desenvolvimento de raciocínio clínico-científico ao aprimoramento de relacionamentos interpessoais[A]. A Liga Acadêmica de Produção de Cuidados e Sensibilidades (LAPCS) surge como instrumento que contribui para a aproximação de graduandos do curso de Medicina com temáticas relacionais e interdisciplinares, contemplando a necessidade de formação de profissionais da saúde mais sensíveis às questões que perpassam a promoção de saúde integral da pessoa sob cuidados, conforme especifica a Resolução CNE/CES n° 3, de 20 de junho de 2014, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. Ao mesmo tempo, articula-se com a área da comunicação e das teorias relacionais, para entender o processamento dos encontros e afetações que surgem no momento do cuidado em saúde, tanto da perspectiva do trabalhador quanto da pessoa sob cuidado[B]. Compromete-se ainda em enfrentar um dos grandes desafios ainda vigentes no campo da saúde: a promoção de mudanças estruturais, rompimento com a prática procedimento-centrada e a produção do cuidado, direcionado a um fazer integral, corresponsável e resolutivo[C]. Assim, este estudo tem como objetivos descrever as atividades desenvolvidas pela LAPCS e discutir as percepções dos ligantes acerca das estratégias utilizadas nos encontros e seus desdobramentos, tanto na forma de agir quanto pensar o cuidado em saúde. Ademais, é objetivo, também, expandir os espaços de discussão das temáticas abordadas na liga, sensibilizando novos profissionais sobre o seu papel social na consolidação de uma nova maneira de se produzir cuidado e saúde, utilizando recursos que vão além do conhecimento técnico, mas que envolvam mais acolhimento e atenção no encontro com a pessoa sob cuidados. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: A LAPCS faz uso de múltiplas estratégias para desencadear a produção de cuidados e sensibilidades, seja entre seus integrantes, integrantes e comunidade interna ou mesmo integrantes e comunidade externa. Encontros quinzenais ocorrem rotineiramente, nos quais são debatidos filmes e textos pertinentes à temática central da liga, bem como são projetados e organizadas ações disparadoras promovidas pelos ligantes e convidados, tais como, dinâmicas de grupo, vivências e oficinas. Todas as atividades e reuniões da liga funcionam no sistema de portas abertas, segundo o qual, qualquer pessoa tem direito a participar de acordo com sua disposição e interesse para com a proposta do dia. A LAPCS também atua em espaço virtual através de contas em redes sociais, tais como Instagram e Facebook, nos quais são publicados textos e registros das atividades. RESULTADOS: Após sete meses de existência, a LAPCS produziu nove encontros, foram realizadas duas “Tendas do Conto”, tendo sido a primeira realizada com o intuito de fazer da tenda uma estratégia para se pensar as implicações da liga em seus membros e a segunda como uma forma de acolher e cuidar de um grupo de ocupantes, estudantes do ensino médio de uma instituição federal na região, durante a mobilização nacional de estudantes contrários à reforma do Ensino Médio e à PEC 241. A primeira Tenda foi um importante recurso tanto de mapeamento das trajetórias quanto dos anseios que levaram os ligantes a aderirem ao projeto da LAPCS, agiu, ainda, enquanto um fortalecedor de elos entre os membros da liga. Este desdobramento foi imprescindível para que as ações seguintes da equipe fossem desencadeadas, de forma mais harmoniosa e consciente, mas, principalmente, permitiu um delineamento mais preciso das intencionalidades e propósitos edificantes das mesmas. A Tenda do Conto realizada com os ocupantes de uma instituição federal de ensino foi um importante marco na concretização dos objetivos almejados com a criação da liga, isso porque, esse foi o primeiro momento em que a promoção de cuidado foi realizada em uma ação extramuros concebida e organizada dentro da perspectiva de cuidar e acolher de um grupo sem nenhuma vinculação prévia a liga e seus membros. O momento também marcou a materialização da proposta de transcender a discussão exclusiva de temas da área da saúde e partir para uma abordagem de questões sociais variadas. Desse modo, os encontros e afetações oriundos da segunda Tenda, foram mobilizadores e marcados por ricas trocas e significativos aprendizados. Outrossim, ações promovidas pela LAPCS, como a oficina “Palavras Embargadas” e um convescote em um parque público municipal, constituíram recursos escolhidos para trabalhar de forma leve e descontraída as dificuldades de fala e escuta, além de proporcionar um momento de maior interação e socialização entre os ligantes. No âmbito das produções subjetivas, foram obtidos os mais importantes resultados: o despertar de inquietações profundas quanto ao papel do médico na produção de cuidados, o amadurecimento da consciência crítica do que é cuidar e ser cuidado e as diversas resistências ainda enfrentadas pelo profissional de saúde que se compromete a atuar a partir de práticas de cuidado integrais e humanísticas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A LAPCS criou um pólo permanente de discussão e ação sobre cuidados e sensibilidades em uma área de saber que tradicionalmente se distancia dessa prática. Existe uma dificuldade à priori de envolvimento dos estudantes de medicina com tal proposta, muitas vezes decorrente da não compreensão da importância desses assuntos ou de entraves internos que advêm de uma ideia limitada de cuidado já difundida no senso comum. Sendo as temáticas centrais da liga usualmente trabalhadas em outros meios como acessórias ou complementares e não havendo, portanto, abordagens precedentes com este perfil, muitas destas são construídas em ato durante os encontros. Até o momento, as ações desempenhadas por ligantes e comunidade mostraram que a ampliação do espaço é possível e, mais que isso, necessária. Outras possibilidades são construídas em ato, com o envolvimento dos ligantes em pesquisas e atividades de ensino e extensão paralelas que se somam às vivências trocadas no espaço da LAPCS, elo fomentador de expressões do cuidado integral e da sensibilidade na graduação. Por fim, uma vez que a liga é um local, também, de acolhimento de queixas e sentimentos diversos, trabalhados numa perspectiva afetiva e no fortalecimento de redes de cuidados internas, muitas vezes não percebidas, sua composição é um exercício de participação social e empoderamento, que se estrutura na ressignificação das sensibilidades e edificação de manifestações mais solidárias, empáticas e estreitas, que contribuem para uma formação em medicina ampliada e forjada em parâmetros mais afetivo e relacional.

4861 Liga Amazonense de Medicina de Família e Comunidade (LAMFAC): aprofundando conhecimentos sobre Atenção Primária à Saúde na graduação
Ianca Clara Gomes de Almeida, Reginaldo Monteiro De Bessa, Mauro Magaldi Lins

Liga Amazonense de Medicina de Família e Comunidade (LAMFAC): aprofundando conhecimentos sobre Atenção Primária à Saúde na graduação

Autores: Ianca Clara Gomes de Almeida, Reginaldo Monteiro De Bessa, Mauro Magaldi Lins

As ligas acadêmicas consistem em grupos compostos por discentes e docentes com propósito de estudar determinadas áreas na graduação. Essas entidades têm como objetivo contribuir com o conhecimento, aproximando os estudantes da comunidade e debatendo o conteúdo teórico na universidade. Assim, a Liga Amazonense de Medicina de Família e Comunidade (LAMFAC), desde 2015, realiza reuniões teóricas e institui atividades práticas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade de Manaus. Por ano, uma média de 25 alunos têm oportunidade de conhecer e praticar os princípios da Medicina de Família e Comunidade (MFC). Este trabalho se objetiva em apresentar a influência das ligas acadêmicas, e em especial da LAMFAC, na formação médica, no reconhecimento e escolha da residência de Medicina de Família e Comunidade (MFC). Além disso, apontar a interação proporcionada pela liga entre estudantes de diversos períodos com médicos residentes e já formados nessa especialidade. A LAMFAC introduz os acadêmicos no universo desta especialidade médica através de pesquisa, extensão e ensino. As reuniões quinzenais abordam diversos temas relacionados à MFC e Atenção Primária à Saúde (APS), como método clínico centrado na pessoa, abordagem familiar, prevenção quaternária, saúde mental na APS, entre outros. A apresentação da temática é feita em rodas de conversa com momentos expositivos e/ou práticos, desenvolvimento de role play com participação dos ligantes e convidados, terapia comunitária conduzida por profissional habilitado, simulação de atendimentos em MFC, etc. Nas atividades teóricas, um médico de família e comunidade está sempre presente, de forma a preservar os princípios da especialidade, sobretudo conta com outros profissionais convidados (médicos residentes em MFC, psicólogos, antropólogos, etc.). As práticas dos acadêmicos incluem sua participação em consultas médicas, visitas domiciliares e participação nos grupos de atividades desenvolvidos nas UBS pelos preceptores. Os alunos atuam na educação em saúde, expondo temas pertinentes aos problemas de saúde da comunidade que se inserem. O aprendizado vivido na LAMFAC, como por exemplo a abordagem centrada na pessoa e a abordagem familiar, estão entre as contribuições que as atividades práticas porporcionam ao acadêmico, ainda que não optem pela MFC como residência médica. Os estudantes podem aprender que a MFC vê as pessoas além das doenças que as acomete e avalia como tais problemas interferem na família e na comunidade.  Portanto, a LAMFAC cumpre seu objetivo de fomentar discussão acadêmica e levar os estudantes para praticar a MFC, sem que estes saiam “pré-especialistas”, mas que possam aplicar algum conteúdo adquirido na liga em sua formação médica.Conclui-se que as experiências que a LAMFAC proporciona aos acadêmicos são únicas, pois além de complementar sua formação teórica e prática, possibilitam a descoberta de uma maneira diferente de lidar com o paciente, vivenciada pelos médicos de família e comunidade. Além disso, a liga auxilia na desconstrução de estereótipos ligados aos profissionais da MFC, mostrando aos estudantes a importância destes na otimização do atendimento à população e na melhor construção da APS.

3379 APROXIMAÇÕES ENTRE PRÁTICAS POPULARES DE CUIDADO E O SABER ACADÊMICO: o encontro com uma parteira tradicional
Márlon Vinícius Gama Almeida, Kátia Cordeiro Antas

APROXIMAÇÕES ENTRE PRÁTICAS POPULARES DE CUIDADO E O SABER ACADÊMICO: o encontro com uma parteira tradicional

Autores: Márlon Vinícius Gama Almeida, Kátia Cordeiro Antas

APRESENTAÇÃO: Zefa da Guia é parteira tradicional, benzedeira e líder comunitária de uma comunidade rural sergipana. Sua sabedoria, adquirida ao longo dos anos, traduz-se na influência quanto ao cuidado das pessoas que a procuram diariamente. Seu primeiro parto foi feito aos 11 anos de idade e, atualmente, aos 73 anos ela contabiliza mais de 5.000[A]. Sua forma visceral e organizada de compreender a vida é apresentada na sua linguagem própria, que resiste a todas as orientações da gramática e intervenções tecnológicas. Mesmo com a pouca instrução formal, Dona Zefa sabe muito do mundo, e todo este arcabouço a torna única, no cenário em que vive. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo relatar o encontro, as trocas e significações que envolvem conhecer uma parteira tradicional. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: No dia 23 de setembro de 2017, a Liga Acadêmica de Produção de Cuidados e Sensibilidades (LAPCS), da Univasf, campus Paulo Afonso, BA, desenvolveu nesta localidade uma visita técnica de caráter extensionista. Em consonância com os temas abordados durante as reuniões quinzenais da liga, sobretudo no que diz respeito às propostas populares de cuidado em saúde, dando ênfase às discussões sobre parto, maternidade, cuidado e vida, observou-se a necessidade de uma vivência que pudesse aproximar, de maneira prática, tais elementos da academia e ultrapassasse os muros da universidade. No que se refere à sistematização do processo, inicialmente, foi proposto pela coordenação da liga a realização de um café da manhã, seguido por uma roda de conversas com Zefa da Guia. Liderança local, ela está sempre presente nas lutas locais e regionais por reivindicações de terra, demarcação de territórios tradicionais, acesso à educação, melhorias para a comunidade e a propagação do sentimento de pertencimento e valorização à terra natal. RESULTADOS: Durante o diálogo, buscou-se conhecer elementos principais sobre a vida e ações dessa mulher. A fala lúcida e empoderada sobre a importância do oficio de parteira, sobre ações sociais e sobre sua espiritualidade, chamou a atenção dos participantes para o agir militante presente na líder comunitária, ao mesmo tempo em que, refletiu, também, o respeito às singularidades de cada indivíduo; valorização da equipe de saúde multiprofissional e do saber popular. Tal atividade transbordou as expectativas almejadas inicialmente, com destaque para a percepção dos papéis sociais desempenhados por figuras centrais, como a da própria Zefa da Guia, e a aproximação dos modos de edificação, nos microespaços, do desenvolvimento rural, a exemplo da dinâmica de organização dos trabalhadores e suas famílias no contexto em que se inserem. Dona Zefa traz luz no olhar e pureza na alma, ao mesmo tempo que exala a força de quem não foge ao fato de ser uma sertaneja, descendente de povos índigenas e ex-escravos. É carinhosa, afetuosa, abraça a todos, mas deixa claro em suas palavras que não permite abusos, nem a si e nem aos seus. Ela narra sua história com a precisão de quem sabe de onde veio e para que veio, sem titubear nem uma vez. Fala da sua missão nesta vida e gosta de dizer que “não sei ler nem escrever e nunca precisei; está tudo na minha mente”, nos esbofeteando com a certeza de que a sabedoria não vem dos livros, apenas. Um fato que chama atenção e merece ser destacado diz respeito ao momento em que nos recebeu. Dona Zefa vinha da igreja. Tinha ido agendar a missa de 30 dias de falecimento de uma de suas filhas. Ao olhar para ela procurando sinais de uma mãe enlutada, ela responde: “Deus levou. Era dele. Ele sabe”. É surpreendente a sua compreensão e fé. Impossível é tentar minimamente criticar ou até entender a forma como aquela mulher conduz a própria vida. Certamente os poucos saberes trazidos da academia, por nós, diluem-se como pó ao vento perto dos seus, mas sobra-nos alguns poucos elementos sensíveis que são suficientes para reconhecermos sua singularidade, força e sabedoria. O que se percebe é que o saber popular de Dona Zefa da Guia não apenas conquista os ouvintes, mas é capaz de gerar uma sensação de empatia tamanha que não é mais possível aceitar apenas o modelo biomédico como único legítimo e eficaz. Os saberes diferentes se somam, nesta seara de experiências, demarcando que o lugar de sabido é apenas um ponto de vista. Outro ponto importante, que se adiciona a sabedoria de Zefa e reforça o seu lugar de cuidadora, é o de ela entender, a partir de sua sensibilidade, que não são todos os partos que, em seu oficio, a mesma consegue realizar. Ao perceber a necessidade de uma intervenção cirúrgica ela encaminha a parturiente para assistência médica. Em contrapartida, o respeito aos saberes de Dona Zefa deve ser estimulado, uma vez que “ela orienta, comunica, ensina, procura os pacientes” e junta esforços na corrente por uma melhor qualidade de vida para a população[B]. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir desse pressuposto, é esperado que o legado de uma guardiã do saber popular, como é o caso de Zefa da Guia, aponte para um redirecionamento do estudante ou profissional de saúde, para que este se perceba enquanto sujeito promotor da saúde. Tal papel é solidificado através das trocas de saberes e sensibilizações que permeiam o conhecimento dos povos tradicionais, em consenso com o que o meio acadêmico pode proporcionar. É preciso que o diálogo horizontal entre a comunidade e o meio acadêmico seja estimulado cada vez mais. Ademais, é evidente que não se deve construir conhecimento pautado na lógica de um poder enraizado e verticalizado. A roda de conversa com Zefa da Guia deixa claro que existem novos modos de se fazer saúde, sobretudo no que tange a promoção e prevenção, que perpassam a valorização da cultura e dos ensinamentos tradicionais. Perceber que existem saberes diferentes, mas que se somam e se interseccionam é um passo importante na construção de uma clínica ampliada, na qual o sujeito é o centro do cuidado e sua família e comunidade são elementos importantes no processo terapêutico e na efetivação de uma prática integral. Reconhecer, por fim, como o mundo seria mais justo e generoso se tantas outras Donas Zefas existissem, é crucial. Mas, ela é única, lembra?