24: Regulação do trabalho em saúde: diversidades locais
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FEFF Sala 02 - Banzeiro    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
2836 A GERÊNCIA DO CUIDADO NO ÂMBITO DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: A IMPORTÂNCIA DA DOCUMENTAÇÃO DO USUÁRIO PARA A EFICIÊNCIA NA ASSISTÊNCIA
Risângela Patrícia de Freitas Pantoja, Cristiane Barbosa da Cruz, Joyce Gama Souza, Bárbara Paiva Lopes, Maria Clara Costa Figueiredo

A GERÊNCIA DO CUIDADO NO ÂMBITO DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: A IMPORTÂNCIA DA DOCUMENTAÇÃO DO USUÁRIO PARA A EFICIÊNCIA NA ASSISTÊNCIA

Autores: Risângela Patrícia de Freitas Pantoja, Cristiane Barbosa da Cruz, Joyce Gama Souza, Bárbara Paiva Lopes, Maria Clara Costa Figueiredo

Introdução: A gerência do cuidado de enfermagem compreende a articulação entre as esferas gerencial e assistencial que compõem o trabalho do enfermeiro nos mais diversos cenários de atuação. Ele visa realizar melhores práticas de cuidado nos serviços de saúde e enfermagem por meio do planejamento das ações de cuidado, da previsão e provisão de recursos necessários para a assistência e da potencialização das interações entre os profissionais da equipe de saúde visando uma atuação mais articulada. O cuidado indireto, apesar de ser uma ação voltada à organização e implementação do cuidado direto, ainda é pouco compreendido entre os enfermeiros como uma dimensão complementar do processo de cuidar. Com base nesse contexto, é preciso repensar o papel do gerente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), a fim de instrumentaliza-lo para as mudanças que são necessárias à implementação do modelo de atenção à saúde proposto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De modo a contribuir com a gerência do cuidado no contexto da UBS, realizou-se este estudo visando destacar a importância da documentação completa e legível dos usuários para a prestação de uma assistência eficaz nos serviços de saúde, bem como: I. Identificar os principais problemas relacionados à falta de documentos e carimbos das unidades da atenção básica. II. Identificar as implicações na prestação de uma assistência adequada aos usuários decorrente da falta de documentos. III. Informar aos usuários quanto à prestação de serviços mediante a documentação completa e correta. IV. Prevenir eventuais problemas relacionados à legibilidade e a falta de documentos. V.           Planejar e confeccionar uma tecnologia educativa do tipo banner com informações pertinentes aos documentos necessários para o atendimento na unidade. Desenvolvimento: Durante as práticas acadêmicas foram identificadas algumas dificuldades constantes e rotineiras dos usuários da unidade que muitas vezes perdem procedimentos e atendimentos em decorrência da falta de informação. Foi realizada uma análise específica sobre a realidade da Unidade Básica de Saúde do Guamá, na qual foi diagnosticado um déficit acerca de informações importantes sobre os documentos necessários para a realização de procedimentos ofertados pela unidade, assim como de encaminhamento dos usuários para os serviços de saúde de média e alta complexidade, quando necessário. O problema foi identificado durante as práticas acadêmicas da atividade curricular de Gestão nos serviços de saúde ocorrido na unidade, observou-se que muitos usuários deixavam de ser atendidos por não apresentar os documentos básicos para o atendimento no SUS, tais como: RG, CPF, Cartão SUS e comprovante de residência, e ainda, as cópias desses documentos anexadas à guia de encaminhamento, quando há a necessidade de ser referenciados a outros níveis de atenção, para consultas ou exames especializados. Além disso, outros problemas identificados no caso de pacientes referenciados para a UBS foram: a falta do carimbo da unidade nas guias de encaminhamento, provenientes de algumas Estratégias de Saúde da Família (ESF) e a ilegibilidade das cópias dos documentos apresentadas à unidade. A coleta de dados foi realizada no período de maio a agosto de 2017 na UBS do Guamá, inicialmente através de observações ativas e posteriormente por meio da aplicação de questionários direcionados aos usuários da unidade, possibilitando a construção de uma análise através de estudos teóricos, correlacionando-os com a realidade encontrada. Realizou-se uma visita técnica à unidade para a aplicação dos questionários pelo turno da manhã na área de espera da UBS onde, 40 pessoas responderam às perguntas referentes aos procedimentos da unidade que envolve a documentação e a orientação que deve ser prestada pelos profissionais que atuam na unidade. Diante do que foi supracitado uma das soluções proposta pelos acadêmicos para minimizar o problema foi a confecção de um instrumento, levando em consideração a linguagem verbal e não verbal com o objetivo de promover a equidade, visto que, existem usuários de baixa escolaridade matriculados na unidade. Diante disso, implementou-se, por meio de uma tecnologia de educação que permite a interação entre profissionais e usuários através da prestação de informações objetivando conscientizar os indivíduos a uma vida saudável. O banner foi planejado e desenvolvido visando destacar as informações consideradas mais importantes e necessárias relacionadas à documentação no atendimento e para a eficiência do mesmo. Foram destacados os documentos indispensáveis à qualquer atendimento na unidade e para matricula, sendo eles: documento com foto; CPF; Cartão SUS; e comprovante de residência. Antes de realizar a matrícula, algumas especialidades têm suas especificidades, como: Programa saúde do idoso primeiro passar com assistente social para uma avaliação socioeconômica para identificar eventuais riscos. Atendimento por demanda espontânea. Programa de hipertensão e diabetes primeiro passar com a enfermeira para confirmar o diagnóstico. Planejamento familiar primeiro passar com a enfermeira para avaliação. Assistência de pré-natal exame de confirmação de gravidez. Programa de tuberculose e hanseníase primeiro passar com enfermeiro na sala de DT para confirmação do diagnóstico. Saúde da criança carteira de vacinação. Saúde mental primeiro passar com assistente social para avaliação. E, no caso dos encaminhamentos, deverão ser apresentados originais e cópias dos mesmos documentos exigidos na matricula juntamente com a guia de referência devidamente carimbada. Antes da implementação do banner e realização da ação educativa houve uma reunião com o gerente para esclarecer a importância daquele momento na execução do trabalho proposto. Sendo que o mesmo acompanhou o grupo na escolha do local onde o banner ficaria exposto. Resultados: Através dos dados coletado houve um posicionamento referente a situação evidenciando a necessidade de uma intervenção focada nos usuários onde através de ação educativa ofertada por acadêmicos de enfermagem com o auxilio do Banner as dúvidas acerca da documentação puderam ser sanada aos presentes na UBS, observou-se bastante curiosidade dos usuários em relação ao conteúdo do material exposto. Após a exposição do banner na recepção da unidade de saúde ocorreu significativa redução no índice de usuários cujos quais em decorrência da ausência de documentação completa e legível perdiam consultas e procedimentos ofertados pela unidade de saúde. Considerações finais: A falta de informação gera transtornos aos usuários que acabam perdendo seus procedimentos agendados, que são remarcados, provocando assim o enfrentamento de filas e constrangimentos que poderiam ser evitados. Diante desse cenário é necessário e de responsabilidade dos funcionários que trabalham na unidade orientar de forma adequada os usuários, esclarecendo suas dúvidas de acordo com as necessidades. Além disso, percebeu-se a importância do papel da gerência do cuidado no âmbito da atenção básica, porta de entrada ao Sistema Único de Saúde, uma vez que o cuidado não envolve apenas a assistência ao usuário, mas também tudo relacionado ao mesmo inclusive os instrumentos a serem disponibilizados para bem atendê-lo, havendo a necessidade de ofertar a informação adequada no momento propício.

1517 Elaboração de um protocolo de armazenamento e conservação de medicamentos em unidades móveis de um serviço móvel de emergência pré-hospitalar.
Miriam Fernandes, Elzamira Brilhante, Moisés Kogien

Elaboração de um protocolo de armazenamento e conservação de medicamentos em unidades móveis de um serviço móvel de emergência pré-hospitalar.

Autores: Miriam Fernandes, Elzamira Brilhante, Moisés Kogien

APRESENTAÇÃO: O serviço público de emergência pré-hospitalar móvel na cidade de Manaus é composto por unidades móveis - ambulâncias, ambulanchas e motolâncias - que promovem um primeiro atendimento especializado e interligam o usuário com a rede hospitalar. Essas unidades móveis dispõem de estrutura e tecnologias próprias para prestar todo o atendimento inicial ao usuário de forma rápida e segura. A assistência pré-hospitalar móvel é complexa e multifacetada fazendo uso de variados produtos de saúde. Os medicamentos apresentam grande valor no serviço pré-hospitalar, uma vez que aliados aos procedimentos de atendimento inicial da vítima podem ser determinantes para o sucesso ou fracasso no desfecho do caso. Para que os medicamentos ofereçam a funcionalidade e eficácia proposta é necessário a preservação da qualidade dos mesmos que deverá ser garantida desde a fabricação até dispensação e administração ao paciente com monitoramento dos efeitos produzidos no organismo, sejam eles esperados ou não. A forma como os medicamentos são armazenados e conservados certamente é um dos mais impactantes problemas da assistência farmacêutica, tendo em vista a dificuldade que o sistema público, em especial, tem em cumprir as normas e procedimentos de boas práticas, ora pelo despreparo de recursos humanos no campo do planejamento e da organização, ora pela falta de incentivo financeiro que impossibilita entre outras coisas, a estruturação física correta dos locais de armazenamento e a aquisição de equipamentos e mobiliários essenciais a assistência farmacêutica de qualidade. Isso consequentemente evidencia prejuízos financeiros motivados pelo desperdício e o distanciamento da qualidade almejada para o serviço. Com base nessas considerações objetivou-se nesse trabalho elaborar um protocolo de armazenamento e conservação de medicamentos nas unidades móveis que compõe o serviço móvel de emergência pré-hospitalar em Manaus. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um projeto de intervenção desenvolvido como requisito para conclusão de um curso de especialização em Segurança do Paciente e foi executado em várias etapas metodológicas que culminaram na elaboração do protocolo: realizou-se reunião de brainstorming com gestores e profissionais do serviço na qual foram levantados os principais problemas com a segurança do paciente na utilização de medicamentos e realizou-se revisão de literatura na qual foram identificadas normas técnicas que pudessem orientar na aplicação de estratégias para intervir nos problemas identificados. RESULTADOS: O protocolo normatizando o armazenamento e conservação de medicamentos nas unidades móveis auxiliou na padronização do acondicionamento dos medicamentos dentro de contêineres específicos (mochilas e/ou maletas) em locais pré-definidos; estabeleceu critérios e procedimentos para conferência da temperatura ambiental; procedimentos (checklist) para controle de estoque diário nas unidades móveis e controle de devolução dos medicamentos com prazo de validade em expiração. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O protocolo já finalizado ainda necessitará passar pela aprovação final da coordenação do serviço e espera-se que, assim que estiver vigente, sua validade, eficácia e eficiência sejam avaliadas sistemática e periodicamente e, com isso, cumpra-se os requisitos legais e obrigatórios das boas práticas de estocagem e conservação de medicamentos, estabelecendo um sistema eficiente e seguro de armazenamento dos medicamentos nas unidades móveis do serviço móvel pré-hospitalar do município de Manaus.

3708 Gestão dos serviços de saúde e de Enfermagem: contextualizando problemas gerenciais em um Centro Escola de Belém do Pará
Silvia Tavares de Amorim, Antonio Breno Maia de Araújo, Camila Neves Lima, Erlon Gabriel Rego de Andrade, Rosinelle Janayna Coêlho Caldas, Sandra Maria Ferreira de Alencar

Gestão dos serviços de saúde e de Enfermagem: contextualizando problemas gerenciais em um Centro Escola de Belém do Pará

Autores: Silvia Tavares de Amorim, Antonio Breno Maia de Araújo, Camila Neves Lima, Erlon Gabriel Rego de Andrade, Rosinelle Janayna Coêlho Caldas, Sandra Maria Ferreira de Alencar

APRESENTAÇÃO: O processo de trabalho é algo recente para a Enfermagem. Ele configura a produção intencional de um serviço ou produto, sob ação do homem, que tenha valor para o ser humano. A Enfermagem vem exercendo significativo papel na administração dos serviços de saúde, com fins na melhoria da assistência integral aos usuários, por meio da qualificação da equipe de saúde envolvida no cuidado ao cliente. O processo gerencial possui etapas articuladas, interdependentes, globalísticas, sistêmicas e permeia todos os serviços de saúde. Assim, a equipe multiprofissional de saúde precisa continuamente efetivar o planejamento participativo e descentralizado, e ao longo do trabalho aplicar a avaliação. O planejamento e avaliação são ferramentas substanciais do processo administrativo gerencial nos serviços de saúde. Neste trabalho, serão abordados dois setores de serviços em saúde: Sala de Imunização e Sala de Coleta para Preventivo do Câncer de Colo do Útero (PCCU) de um Centro de Saúde Escola (CSE) de Belém do Pará. Nessa perspectiva, o estudo tem por objetivo Realizar diagnóstico organo-funcional e propor soluções para os problemas evidenciados nos serviços de Imunização e de Prevenção do Câncer Cérvico-Uterino, no Centro de Saúde Escola do Marco. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo de natureza descritiva e observacional, com abordagem qualitativa, desenvolvido por um grupo de cinco acadêmicos do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA), durante o período de 18 de março a 04 de abril de 2016. O estudo ocorreu no Centro de Saúde Escola (CSE) do Marco, Unidade vinculada ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da UEPA, localizando-se no município de Belém, estado do Pará. Funciona nos períodos manhã e tarde, dispondo serviços ambulatoriais, laboratoriais e especializados, que atendem à população do bairro do Marco e, eventualmente, de outros bairros e regiões do estado. Participaram do estudo, profissionais dos serviços de Imunização e PCCU do CSE do Marco, tendo como critério de inclusão os mesmos atuarem nestes setores e estarem dispostos a contribuir com o grupo, no sentido de esclarecer sobre o funcionamento dos serviços. Como critério de exclusão, adotou-se o fato de o profissional ocupar-se com tarefas administrativas e/ou assistenciais no momento da coleta de dados, inviabilizando, portanto, sua participação. O público-alvo constituiu-se de profissionais do Setor de Imunização e Setor de PCCU. Para realização da abordagem observacional foi utilizada a visão técnico-científica de acadêmicos de Enfermagem, visando realizar diagnóstico organo-funcional dos serviços de Imunização e PCCU do CSE do Marco, durante prática curricular obrigatória do componente curricular “Gestão e Gerenciamento dos Serviços de Saúde e de Enfermagem”. Após a observação, as anotações foram levadas à docente supervisora, a qual orientou este trabalho, para esclarecimento de determinadas situações e em busca de orientações sobre como prosseguir. Tais informações foram organizadas e sistematizadas, a fim de montar tabelas contendo problemas gerenciais, causas, efeitos e propostas para os dois serviços analisados, com intuito de fazer um registro claro e de bom entendimento a respeito dos problemas identificados. Essas tabelas foram vistas como método de melhor leitura dos dados obtidos, evidenciando os resultados alcançados pelos acadêmicos. RESULTADOS E IMPACTOS: No setor de imunização a limpeza das superfícies da Sala de Vacinação deve envolver limpeza concorrente e terminal. A limpeza dos equipamentos de refrigeração deve ser realizada conforme orientações do Manual de Rede de Frio, sendo programada e executada pela equipe responsável da sala. A organização e monitoramento da limpeza da Sala de Vacinação é função da equipe do serviço. O acolhimento e triagem são procedimentos que tomam por base critérios de prioridade no atendimento, devendo acontecer em qualquer serviço de saúde, independente do nível de complexidade da rede, sendo estas prioridades definidas pela equipe e informadas aos usuários dos serviços de forma clara. Assim, a informação fortalece o relacionamento da equipe com os usuários, estabelecendo confiança e solidariedade, por isso deve ser uma postura adotada pelos profissionais, desde a portaria do prédio, na recepção, até a entrada na Sala da Vacinação. A triagem realizada de forma adequada permite a redução de filas, a ampliação do acesso e reforça o vínculo entre a população e o serviço de saúde. Desse modo, as condições do ambiente devem preservar o bem-estar dos usuários, permitindo que a demora no atendimento e as filas possam ser evitadas; a espera deve ser instalada em local adequado. A sinalização de orientação dos setores deve ser clara, objetiva e estar visível, complementada com orientação ao usuário sobre a direção a tomar para chegar ao setor desejado. O fato de o Setor de Coleta para PCCU estar fechado há mais de um mês culmina na ruptura de princípios constitucionais, os quais deviam ser plenamente gozados pelo cidadão. As mulheres, frente suas particularidades anatomofisiológicas, são vítimas potenciais de agravos relevantes, sendo o câncer de colo uterino um entre os principais. A mulher deve ser alvo de ações e estratégias que promovam continuamente seu bem-estar, reafirmando a saúde como direito constitucional. Conforme Decreto Nº 94.406/87, que regulamenta a Lei Nº 7.498, de junho de 1986, é atribuição privativa do enfermeiro coordenar os serviços de Enfermagem, em instituições públicas ou privadas de atenção à saúde. Isso vai de encontro ao fato de, no CSE do Marco, a supervisão do serviço de PCCU e, portanto, do pessoal de Enfermagem, ser assumida por assistente social. No CSE do Marco, a coleta para colpocitologia oncótica é procedida por técnica de Enfermagem, constituindo-se problema a ser solucionado, tendo em vista a contradição às determinações apontadas pela Resolução COFEN Nº 381/2011, a qual afirma que este procedimento é atribuição privativa do enfermeiro, visto sua relevância e complexidade técnica, exigindo conhecimentos e habilidades do profissional graduado. Além disso, as consultas de Enfermagem são, também, responsabilidades do enfermeiro, intransferíveis a outros profissionais. O não cumprimento de tais determinações pode acarretar sérias consequências ao serviço, traduzindo-se em baixa resolutividade, sem melhorias significativas nos índices de saúde. É, também, a técnica de Enfermagem, conforme dados coletados, que realiza desde a triagem às anotações de Enfermagem, evidenciando outra contradição às normas vigentes. O enfermeiro faria anotações de Enfermagem sob a ótica técnico-científica, frente características clínicas observadas. A distribuição de fichas deve-se empregar como forma de operacionalizar o serviço, para garantir atendimento holístico e humanizado ao usuário, observando princípios e diretrizes que norteiam o sistema de saúde vigente. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ao considerar que a saúde é um direito de todos e dever do Estado, o SUS foi idealizado para proporcionar aos cidadãos o direito pleno e integral à saúde. Nele, a prestação de assistência qualificada se concretiza por meio do processo administrativo-gerencial eficaz, o qual, através de ações e estratégias de organização dos serviços e dos processos de trabalho. Nesta perspectiva, espera-se do profissional enfermeiro o desempenho de suas funções de gestor e supervisor, na aquisição de insumos para sua unidade de trabalho, no desenvolver habilidades e competências para gerir sua equipe, promover bom relacionamento interpessoal, valorizar e despertar o potencial de trabalho da equipe, instrumentalizá-la, torná-la parceira no planejamento das atividades, colaborativa e participativa na tomada de decisões, no engajamento de ações e resolução de problemas, a fim de melhorar o cuidado assistencial ao indivíduo e coletividade.

3807 Gestão e Gerenciamento dos Serviços de Saúde e de Enfermagem: Vivência de acadêmicos em um Hospital de Ensino
Silvia Tavares de Amorim, Antonio Breno Maia de Araújo, Camila Neves Lima, Erlon Gabriel Rego de Andrade, Natália Cristina Costa dos Santos, Rosinelle Janayna Coêlho Caldas, Héllen Cristhina Lobato Jardim Rêgo

Gestão e Gerenciamento dos Serviços de Saúde e de Enfermagem: Vivência de acadêmicos em um Hospital de Ensino

Autores: Silvia Tavares de Amorim, Antonio Breno Maia de Araújo, Camila Neves Lima, Erlon Gabriel Rego de Andrade, Natália Cristina Costa dos Santos, Rosinelle Janayna Coêlho Caldas, Héllen Cristhina Lobato Jardim Rêgo

APRESENTAÇÃO: O presente estudo trata-se da vivência de acadêmicos de Enfermagem através do componente curricular “Gestão e Gerenciamento dos Serviços de Saúde e de Enfermagem”, que ocorreu no período de 26 de abril a 06 de maio de 2016, no Hospital Ophir Loyola (HOL), sendo referência em tratamento oncológico, neurocirurgia, cardiologia, terapia renal e transplantes. Sob supervisão e orientação docente, os acadêmicos de Enfermagem realizaram visitas técnicas a setores administrativos e assistenciais da instituição, sendo estes Diretoria Técnica, a Assessoria de Planejamento (ASPLAN) e Clínica de Hematologia. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Utilizou-se a Metodologia da Problematização, recurso ativo proposto por Neusi Aparecida Navas Berbel aplicada a partir do Arco de Maguerez, criado na década de 1970, constando de cinco etapas interdependentes, sendo elas, respectivamente: observação da realidade (através da visita técnica e observação) e identificação de problemas; definição de pontos-chave; teorização; levantamento de hipóteses de solução ou pressupostos; e aplicação à realidade. O Arco de Maguerez é um método que propõe a observação da realidade, a identificação de possíveis problemas ou do objeto de estudo, para posterior seleção do que se quer aprofundar. Logo após são elencados os pontos-chave, para definir o que se pretende estudar. Em seguida é realizada a teorização, as pesquisas a fim de respaldar a situação-problema. Depois desta etapa é feita a elaboração de pressupostos, soluções, para logo em seguida os pesquisadores envolvidos no estudo usarem sua criatividade e realizarem mudanças nos setores observados. Na última fase, as propostas são aplicadas para se ter minimamente transformação daquela realidade. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: A Diretoria Técnica é coordenada por um médico, sendo responsável por garantir condições propícias de trabalho para execução de procedimentos técnicos seguros, pela prática ética da medicina, cumprimento e observância às normas vigorantes no estabelecimento de saúde. Segundo o Art. 28º, do Decreto Federal nº 20.931/32, o cargo de diretor técnico é obrigatório em qualquer instituição hospitalar ou serviço médico. Dentre os problemas identifificados na Diretoria Técnica estavam: Inexistência de protocolos multiprofissionais para execução de procedimentos técnicos; maior parte do quadro de funcionários constituída por profissionais temporários; ausência de fomento à pós-graduação intra-hospitalar (mestrado); desconhecimento do organograma por alguns profissionais; entraves relacionados à falta de conhecimento da cultura organizacional. E as hipóteses de solução ou pressupostos a serem aplicados na Diretoria Técnica verificou-se a necessidade de agilizar estruturação de regimento interno que normatize a necessidade de existência e observância dos protocolos multiprofissionais; elaborar, de forma conjunta e participativa, protocolos multiprofissionais para execução de procedimentos técnicos; implementar um organograma para que os setores envolvidos possam conhecer a hierarquização institucional; e promover aos funcionários a socialização do modelo organizacional da Instituição, bem como atribuições de cada setor e inter-relação dos mesmos. A ASPLAN atua por meio de planejamento estratégico, que consiste em um conjunto de decisões sobre aspectos que afetam ou devem afetar o funcionamento e processo gerencial da empresa/organização por longos períodos de tempo, sendo mais abrangente e intrínseco ao nível institucional, isto é, hierarquicamente mais elevado. Quanto aos problemas verificados na ASPLAN indetificou-se os altos custos com determinadas categorias, cujo quantitativo disponível de profissionais capacitados é escasso (cirurgiões de cabeça e pescoço e físicos especialistas em física médica); altos custos com o ambulatório; o tempo médio de permanência tende a ser é alto. Neste sentido, poderia-se implementar medidas de controle dos materiais consumidos no Ambulatório, a fim de reduzir gastos, porém, mantendo a qualidade dos procedimentos; estratégias de redução e controle de custos em ambulatório; sensibilização do nível estratégico quanto à redução de custos: níveis táticos (gerências) e níveis operacionais (chefias); realizar diagnóstico situacional do setor; estruturar e agrupar os centros de custos; identificar os grupos de gastos; e monitorar e avaliar. A Clínica de Hematologia está ligada ao Departamento de Enfermagem, que está ligada à Diretoria Técnica, que por sua vez está relacionada com a Diretoria Geral. A enfermeira responsável pelo turno da manhã assume cargo administrativo e assistencial, que tem como fluxo de trabalho: passagem de plantão, checagem do carro de parada, organização da escala, solicitação de materiais e visita, em consonância à Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). A Clínica presta cuidados especializados em hematologia e hemoterapia a pacientes portadores de neoplasias hematológicas, e tem, entre seus profissionais, agentes administrativos, auxiliares operacionais, enfermeiros, médicos, nutricionistas, psicólogos e técnicos de Enfermagem. Assim, na Clínica de Hematologia, observou-se como problemas a sobrecarga de trabalho da enfermeira da manhã, a qual desempenha funções assistenciais e gerenciais concomitantes; limitações de parte da equipe multiprofissional sobre como checar e usar o carro de parada; dificuldades na passagem de plantão relacionadas à socialização com os enfermeiros das clínicas, em virtude da ausência de parte destes; não realização da checagem do carrinho de emergência; não utilização de sistema de classificação; não realizado dimensionamento da equipe de enfermagem de forma institucionalizada; e leitos não identificados. E para tentar solucionar os problemas verificou-se a necessidade de trabalhar, junto ao Departamento de Enfermagem e demais instâncias administrativas, a possibilidade de dimensionar outro profissional de Enfermagem para assistência na Clínica de Hematologia no turno da manhã; elaborar e aplicar estratégias de capacitação multiprofissional, por meio da educação continuada, sobre checagem diária, indicações de uso e operacionalização do carro de parada; utilizar escore de classificação dos pacientes para dimensionamento adequado dos profissionais de Enfermagem; e estimular a participação dos enfermeiros das clínicas durante passagem de plantão no Departamento de Enfermagem.CONSIDERAÇÕES FINAIS: A observação, enquanto instrumento básico de Enfermagem, constitui-se importante ferramenta da atuação profissional, através da qual se pode identificar irregularidades e desajustes nos processos saúde-doença e administrativo-gerencial, nos quais o enfermeiro, enquanto cuidador, administrador, orientador e integrador,  encontra campo fértil para atuar, balizado na responsabilidade ética, técnico-científica e social.  Frente às suas competências e habilidades, ao identificar situações que necessitam de ajustes e correções, pode empregar as ferramentas da educação, perfeitamente cabíveis aos públicos com os quais trabalha, se adaptadas às características de cada realidade. À sua equipe, pode aplicar educação continuada, e às questões administrativas, pode contribuir para dirimi-las, por meio de sua inserção na gestão dos serviços. A prática acadêmica nos proporcionou oportunidade singular ao que tange aos processos de Gestão e Gerenciamento dos Serviços de Enfermagem dentro do Hospital, a dinâmica e funcionamento dentro dos setores observados, a percepção de nós, enquanto acadêmicos, quanto à detecção de problemas e possíveis propostas de solução dos mesmos, com o intuito de melhorar os serviços, a assistência ao paciente e na aquisição de experiência para futuramente galgarmos os caminhos da assistência nos diversos pontos de atenção à saúde.

1728 O RECONHECIMENTO PROFISSIONAL COMO FATOR DE SATISFAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO
TAMIRIS MORAES SIQUEIRA, CAMILA CARLOS BEZERRA, INDIRA SILVA DOS SANTOS, AMANDA MARINHO DA SILVA, ARYANNE LIRA DOS SANTOS CHAVES

O RECONHECIMENTO PROFISSIONAL COMO FATOR DE SATISFAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO

Autores: TAMIRIS MORAES SIQUEIRA, CAMILA CARLOS BEZERRA, INDIRA SILVA DOS SANTOS, AMANDA MARINHO DA SILVA, ARYANNE LIRA DOS SANTOS CHAVES

APRESENTAÇÃO: No centro das atividades humanas está o trabalho, que é onde os indivíduos passam a maior parte do dia, criam redes de relacionamentos e também é a fonte de renda. A satisfação está relacionada tanto aos fatores extrínsecos como infraestrutura, disponibilidade de recursos materiais e os fatores intrínsecos como as interações entre colegas de trabalho, reconhecimento e valorização. A satisfação representa a resposta individual de cada trabalhador, pois indivíduos submetidos as mesmas condições de trabalho demonstram um grau de satisfação diferentes. A gestão de recursos humanos visa perceber quais as qualidades do funcionário e quais os fatores influenciam na execução de suas atividades para que se obtenham os resultados esperados, pois a qualidade dos serviços oferecidos depende da qualidade dos recursos humanos e a empresa que busca oferecer serviços de qualidade deve estar atenta à motivação da sua equipe. É inato ao ser humano a necessidade de ser admirado e reconhecido no ambiente de trabalho e a valorização da função que está realizando. Este relato tem como objetivo mostrar que o reconhecimento profissional interfere diretamente na satisfação profissional do enfermeiro. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: O presente resumo é um recorte de uma pesquisa maior que analisou a satisfação profissional do enfermeiro. Trata-se de uma pesquisa descritiva e de análise quantitativa realizada em um hospital universitário da cidade de Manaus, a população deste estudo foi composta por enfermeiros, totalizando 84 participantes.  A coleta de dados teve após aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da UFAM e ocorreu nos meses de Outubro de 2016 a Fevereiro de 2017, deu-se por meio da aplicação de um questionário dividido em duas partes, uma sobre dados sociodemográficos e laborais para caracterizar os participantes e, outro, denominado Índice de Satisfação Profissional (ISP), para investigar a satisfação profissional. O questionário do ISP é dividido em duas partes: a primeira parte do questionário conta com questões inerentes à caracterização dos trabalhadores e a segunda é subdividida em parte A e parte B. A parte A examina a satisfação remetida e mostra os componentes de satisfação: autonomia, interação, status profissional, requisitos do trabalho, normas organizacionais e remuneração.  Para obter a importância atribuída a cada componente, o participante assinala qual item é o mais importante. A parte B é caracterizada por uma escala do tipo Likert com 44 respostas com graduação de um a sete, quanto mais perto do um a resposta for maior será a discordância com a afirmação e com o sete maior será a concordância.  As questões que tratavam o reconhecimento eram: “A maioria das pessoas reconhece a importância da assistência de enfermagem aos pacientes hospitalizados”, “Em minha mente, não tenho dúvidas: o que eu faço em meu trabalho é realmente importante”, “O que eu faço em meu trabalho realmente não acrescenta nada significativo”, “Eu me sinto orgulhosa(o) quando falo com outras pessoas sobre o que eu faço no meu trabalho”, “Se eu tivesse que decidir tudo outra vez, ainda assim eu entraria na enfermagem”, “Meu trabalho, em particular, realmente não requer muita habilidade ou conhecimento específico”. O banco de dados foi feito no programa Microsoft Office Excel® e para a análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva, com distribuição de frequências relativas e absolutas, empregando o software estatístico PASW Statistics (Predictive Analytics Software), da Statistical Package for Social  Sciences (SPSS), versão 21.0 para Windows. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: A satisfação profissional tem sido alvo de um crescente interesse por parte dos investigadores, motivados pelas consequências que pode proporcionar na saúde e qualidade de vida dos trabalhadores e nas organizações, com reflexos nos seus níveis de produtividade. No setor da saúde, a diminuição da produtividade e da qualidade dos serviços poderá influenciar o nível de saúde das populações, fato que levou a Comissão Europeia a propor, em 2001, que a “satisfação profissional” fosse encarada como uma variável da qualidade do trabalho. É através do trabalho que o ser humano consegue obter a satisfação pessoal e o reconhecimento no ambiente de trabalho é fundamental, pois ao ser valorizado torna-se mais produtivo e eficiente. O reconhecimento representa preocupação do enfermeiro com a qualidade do seu trabalho, sua auto realização e apreço dos colegas e familiares pela atividade que exerce. O reconhecimento provoca um estímulo maior para a realização de suas atividades, o que proporciona maior qualidade na assistência oferecida, que é uma ação que reflete positivamente no trabalhador quando este sente-se digno de admiração e respeito do público e da equipe de trabalho. No estudo, os enfermeiros afirmam desenvolver suas atividades com maior empenho e dedicação quando são valorizados e reconhecidos. Esse reconhecimento não é somente da chefia e sim proveniente dos pacientes e da própria sociedade. A falta de “reconhecimento”, por parte dos órgãos de gestão é considerado um fator de insatisfação por parte dos enfermeiros. A maioria dos indivíduos não consegue obter sua identidade somente a partir de si mesmo, necessitando, através do olhar do outro, da confirmação do seu trabalho. Se esse reconhecimento não existir, o sofrimento derivado do encontro com o trabalho fica desprovido de significado, pois perante o reconhecimento, trabalhar não é só produzir bens e serviços, é também transformar a si mesmo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo mostrou que o trabalho ocupa lugar central na vida dos sujeitos e é por meio dele que o mesmo constrói sua identidade social.. Para que o trabalho tenha sentido para o sujeito, este precisa ser reconhecido para que assim, o sofrimento vivenciado seja transformado em prazer e realização. Com isso, o reconhecimento faz-se necessário para dar sentido as atividades que estão sendo realizadas e que possam vivenciá-las com saúde, prazer, satisfação. Frente ao exposto, ressalta-se importância do tema em questão, pois em um mundo competitivo em que se vive torna-se necessário a construção de um novo modelo organizacional, onde o sujeito não seja apenas cobrado por resultados, mas que tenham o merecido valor e reconhecimento, com um ambiente propício para exercer seu trabalho de forma autônoma e criativa, para que assim o trabalho seja fonte de realizações, reconhecimento e principalmente, saúde.  

3209 Pratica de gestão e gerenciamento em enfermagem: uma experiência sobre o Processo de Acreditação Hospitalar em Belém-Pa
Eliene do Socorro da Silva Santos, Gabriela Evelyn Rocha da Silva, Ana Kedma Correa Pinheiro, Brunna Susej Guimarães Gomes, Ana Paula Rezendes de Oliveira, Jhennifer Pereira Rodrigues, Widson Davi Vaz de Matos, Héllen Cristhina Lobato Jardim Rêgo

Pratica de gestão e gerenciamento em enfermagem: uma experiência sobre o Processo de Acreditação Hospitalar em Belém-Pa

Autores: Eliene do Socorro da Silva Santos, Gabriela Evelyn Rocha da Silva, Ana Kedma Correa Pinheiro, Brunna Susej Guimarães Gomes, Ana Paula Rezendes de Oliveira, Jhennifer Pereira Rodrigues, Widson Davi Vaz de Matos, Héllen Cristhina Lobato Jardim Rêgo

INTRODUÇÃO: No Brasil, a partir dos anos 90, alguns modelos de avaliação externa de serviços de saúde, sobretudo acreditação hospitalar (AH), surgiram como proposta de aprimoramento da assistência e melhorias na gestão das instituições hospitalares. No cenário nacional, a Acreditação é aderida de maneira voluntária e possui modelos variados conforme a instituição que irá realizar a certificação. Entre elas estão a ONA (Organização Nacional de Acreditação) Joint Commission International, Acreditação canadense, e a National Integrated Accreditation for Healthcare Organizations. O processo de acreditação hospitalar na metodologia ONA é constituído por fases primordiais, norteadas através de visitas diagnósticas e classificada em três níveis: Segurança (nível 1) denominado “Acreditado”, sinaliza que a instituição possui requisitos básicos de qualidade assistencial e oferece segurança para o paciente; Gestão Integrada (nível 2) “Acreditado Pleno”, caracteriza a adoção do planejamento na organização e “Acreditado com Excelência em Gestão (nível 3), demonstra que a instituição está dentro dos padrões de excelência, utilizando indicadores para avaliação de resultados à melhoria dos processos. De acordo com a ONA, instituição Acreditada, é aquela que comprova a existência de elementos básicos de segurança assistencial e de estrutura; a Acreditada Plena é aquela que tem sistema de gestão, baseado em planejamento estratégico, cumpre os requisitos do nível anterior e utiliza protocolos de padronização de processos assistenciais e Gerenciais. Atualmente o estado do Pará perpassa por uma reestruturação de hospitais públicos com ênfase no aprimoramento da qualidade do serviço, impulsionado por melhora na gestão de recursos e consequentemente produzir melhores resultados a longo prazo, para tal, estão sendo visitados pela ONA. Este relato busca descrever a experiência de acadêmicas do curso de graduação de enfermagem frente às mudanças no contexto organizacional de trabalho provenientes do processo de acreditação hospitalar em Belém-Pa, ocorrida durante a prática de gestão em enfermagem. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência que busca descrever as mudanças na dinâmica de trabalho de três instituições hospitalares, observadas durante as aulas práticas do componente curricular de Gestão e gerenciamento dos serviços de saúde e enfermagem por acadêmicas de enfermagem do 4 ano da Universidade do Estado do Pará. Foram visitados 3 hospitais de Belém-PA que atendem perfis de usuários diferentes dentro das especialidades de cada instituição. O primeiro é um hospital de Alta e média complexidade referência em atendimento cardíaco e psiquiátrico, o segundo, é referência regional em tratamentos de oncologia e o terceiro é um hospital materno-infantil de grande porte, também referência para o estado. Dentro de cada hospital foram visitados setores diferentes, sendo estes: clinica hematológica, clinica neurológica, clinica cirúrgica e o setor de qualidade e segurança.  As aulas práticas foram ministradas no formato de visita técnica, e realizadas no período de 01 a 20 de novembro de 2017 nos hospitais psiquiátrico e oncológico, sendo a experiência no hospital materno-infantil vivenciada por estágio extra-curricular. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A partir da observação dos campos de prática, foi possível visualizar as semelhanças e diferenças entre a dinâmica de trabalho de cada hospital, sendo constatada a importância dos métodos gerenciais para a continuidade e efetividade no fluxo das instituições visitadas. Para produzir melhorias na qualidade da assistência, o processo de acreditação exige trabalho interdisciplinar e superação da atenção fragmentada. Nessa perspectiva, para viabilizar a qualidade almejada, é preciso que os profissionais internalizem a lógica do cuidado integral e considerem o usuário como foco do processo de atendimento. Os procedimentos realizados pelas acadêmicas foram à construção de fluxogramas e organograma baseado na observação de cada clinica, também houve discussão a cerca do modo como cada clinica é adaptada conforme a necessidade da clientela assistida. Durante a vivência foi identificados que alguns profissionais se mostraram adaptados às estratégias que abrangem os protocolos de segurança do paciente a exemplo da checagem antes da cirurgia, realizada pelo enfermeiro. Também foi observada a aplicação da escala de Braden que abrange o protocolo de prevenção a Lesões Por Pressão, outro aspecto evidenciado foi o incentivo através de campanhas relacionadas aos protocolos de segurança do paciente e auditorias constantes buscando o aprimoramento de ações e apontar falhas. Os profissionais das unidades de internação demonstraram ter conhecimento sobre a razão das mudanças adotadas pela gerência de modo a reforçar em sua fala a importância da inserção dos protocolos de segurança para o paciente, diminuindo o tempo de permanência no leito e resultando na alta do usuário. Destacam-se ainda o papel de liderança da enfermagem dentro da equipe, pois observamos que nas diferentes clínicas, é possível direciona as ações do cuidado, e propagar informações importantes para os pacientes. Entretanto, dificuldades na efetivação destas mudanças também foram encontradas, como certa resistência a cultura de segurança, bem como falhas no processo gerencial de uma das clinicas a exemplo da delegação da atividade de dimensionamento da equipe do enfermeiro para o técnico de enfermagem, pouca adesão aos impressos de Sistematização da assistência de Enfermagem, passagem de plantão deficiente devido à dupla jornada de trabalho. Logo, faz-se necessário um estudo prévio criterioso acerca das particularidades de cada organização, de modo a identificar a melhor maneira de conduzir o processo de implementar.  Tais particularidades podem não ser evidenciadas na primeira fase da Acreditação, uma vez que esta se limita ao diagnóstico dos processos institucionais5. Percebemos ainda, que o tipo de liderança influencia no resultado deste processo, sendo necessário que haja um esforço conjunto das esferas de gestão, bem como dos profissionais assistenciais, técnicos operacionais e pacientes que necessitam ser integrados a estas mudanças. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A oportunidade de perpassar por diferentes hospitais, no momento em que estas mudanças estão sendo executadas possibilitou que fizéssemos um comparativo entre os ambientes e compreender as limitações e superações da gestão hospitalar. Também nos possibilitou entrar em contato com um tópico novo para a gestão no contexto hospitalar, e foi perceptível que a Acreditação possibilita melhoras físicas, estruturais e comportamentais que permitem otimizar a qualidade da assistência hospitalar em Belém-Pa. Desta forma, as mudanças são necessárias para novas possibilidades de melhorias e amplitude de ações resultando em benefícios para o paciente e para a instituição. Além disso, ressalta-se a necessidade de pesquisas e estudos na área, pois constatamos durante o trabalho que há pouca produção acadêmica que abordam o tema, por se tratar de algo relativamente novo. Compreende-se que deve ser reforçada a questão da educação continuada nas unidades de internação, de modo que pacientes e profissionais se sintam parte do processo de Acreditação, tornando-o ainda mais produtivo.

867 QUALIDADE EM SAÚDE: A importância do gerenciamento de riscos para uma assistência segura nos serviços de nefrologia.
Gilvandro Ubiracy Valente, Antonia Regiane Pereira Duarte

QUALIDADE EM SAÚDE: A importância do gerenciamento de riscos para uma assistência segura nos serviços de nefrologia.

Autores: Gilvandro Ubiracy Valente, Antonia Regiane Pereira Duarte

Segurança é uma dimensão da qualidade, dessa forma é necessário que os profissionais de saúde se empenhem em minimizar os danos na assistência prestada, alinhada à políticas de segurança já existente e instituída nacionalmente. Dessa forma, a presente pesquisa visa demostrar a importância do gerenciamento dos riscos assistenciais para a melhoria da qualidade da assistência prestada aos pacientes hemodialíticos. Um dos serviços em saúde que necessita de um uma assistência prestada com qualidade são os serviços de terapia renal substitutivas, a rotina das atividades que são executadas  demonstram que nem sempre a assistência  ocorre com qualidade e de maneira  segura, ou seja, não se garante que todo o processo esteja isento de falhas, ou por conta da gravidade das situações, ou por realizar procedimentos sem que as condições necessárias de infraestrutura e de treinamento sejam adequadas, colocando em risco o sucesso do atendimento, e consequentemente, a vida do paciente. Diante deste cenário surge o questionamento: Como se encontra a qualidade da assistência prestada ao paciente hemodialítico nos serviços de nefrologia?. Assim, o presente estudo apresenta como objetivo avaliar a qualidade da assistência prestada ao paciente hemodialítico nos serviços de nefrologia do município de Santarém – Pará, através da verificação de políticas de gerenciamento de riscos desenvolvidos nas unidades estudadas. O delineamento para o desenvolvimento deste estudo foi o da pesquisa descritiva, exploratória, de natureza aplicada, com enfoque quantitativo. Para a realização do estudo teve-se como amostra as duas unidades de nefrologia do município de Santarém no Estado do Pará, as quais serão aqui identificadas como SN1 a qual é gerida por uma Organização Social sob contratualização do estado, e SN2 que possui gerenciamento compartilhado entre governo municipal e estadual, ambas atendendo exclusivamente usuários do Sistema único de Saúde (SUS). Para a coletas dos dados fez-se necessário que os gerentes e colaboradores fossem inqueridos, bem como se constituísse análise de prontuários. Para alcançar o objetivo da pesquisa utilizou-se um instrumento contendo 20 (vinte) requisitos de boas práticas para o funcionamento do serviço de hemodiálise, preconizado pela Agencia Nacional de Vigilância em Saúde (ANVISA) e Organização Nacional de Acreditação (ONA). Destes, 05 (cinco) itens foram direcionadas a avaliação de condições organizacionais e de infraestrutura, e 15 (quinze) avaliou a assistência prestada aos usuários. A avaliação do processo da assistência nas referidas instituições aconteceu sob visitas intermitentes, acompanhadas sempre pelo gerente do setor, totalizando 05 abordagens em cada instituição, as quais aconteceram em dias e horários alternados com o objetivo de avaliar a assistência prestada por profissionais de turnos diferentes. O diagnóstico das condições organizacionais e de infraestrutura foi realizado através de observação direta por parte do pesquisador, entrevista com os gerentes dos setores de forma direcionada aos itens relacionados para esta avaliação, bem como através de comprovação documental. Para a avaliação da assistência prestada foi observado, se existia programas de educação permanente aos colaboradores, protocolos que direcionassem o atendimento e/ou instruções de trabalho, se as instituições possuíam sistemas de indicadores que direcionassem tomadas de decisões e a existência de programa de controle de prevenção de infecção e de eventos adversos. Para melhor diagnóstico da assistência aos usuários foi avaliado 10% dos prontuários dos pacientes de cada instituição em estudo. A eleição dos prontuários deu-se de forma randomizada, através de seleção aleatória, onde foi analisado registros multiprofissionais claros que assegurassem a continuidade do tratamento, periodicidade de exames realizados, periodicidade de consultas ambulatoriais especializadas. Os resultados revelam diferença das condições de infraestrutura e questões organizacionais entre os dois serviços.  Observa-se que o SN1 apresenta conformidade em 100% dos elementos avaliados. Em contrapartida, no SN2 verificou-se que a ultima licença de funcionamento datava de novembro de 2009 a qual teve seu vencimento no mesmo mês do ano seguinte; estando, portanto há mais de quatro anos com funcionamento irregular. Vale ressaltar que tal serviço possui gestão compartilhada entre município e estado, dos quais são a responsabilidade de fiscalizar e expedir licença conforme as leis vigentes. Observa-se ainda que 40% dos elementos encontram-se parcialmente em conformidade, em relação a estes, verificou-se que o serviço dispunha de normas e rotinas técnicas, porém, as mesmas encontravam-se desatualizadas, e que nem todos os colaboradores tinham conhecimento de sua existência. Averiguou-se ainda que pela falta de máquinas de hemodiálise suficiente para a demanda, tal serviço realiza rotineiramente manutenção preventiva somente em algumas máquinas, acarretando com isso maior número de ações corretivas e paralização destas, o que os obriga por vezes a redução do tempo de tratamento de 4 para 3 horas de hemodiálise em alguns pacientes. Em relação a qualidade da assistência relacionada a materiais e equipamentos as instituições estudadas ainda não se adequaram a nova RDC nº 11/2014 que, em sua seção V, Art. 26 veda o reuso de linhas arteriais e venosas utilizadas em todos os procedimentos hemodialíticos. Já relacionado a qualidade da assistência relacionada com o monitoramento clínico do paciente, observa-se um processo falho de monitorização dos pacientes nas duas instituições estudadas, porém no SN2 essa falha se torna mais inquietante, neste serviço, os pacientes só realizam consulta ambulatorial com nefrologista, diante de alguma intercorrência clínica. Constatou-se ainda que os usuários deste serviço realizam de forma parcial os exames complementares mensal, trimestral e anual, exames estes preconizados pela RDC nº 11/2014.  Para que se gerencie os riscos à pratica do tratamento em hemodiálise, o SN1 mostrou-se comprometido com essa política, porém, apesar do serviço realizar gerenciamento de riscos inerentes a assistência prestada, constatou-se que os usuários não estão envolvidos nesse processo, pois, ao serem questionados sobre o assunto demonstraram não conhecer tal rotina;  necessitando assim, que se faça melhor esclarecimento a estes quanto aos riscos que os mesmos estão expostos. Tal medida se faz necessária, pois a conscientização do pacientes auxilia em uma melhor eficácia do processo. Verifica-se, porém, que o SN2 ainda não aderiu totalmente a essa política, constata-se que a identificação dos pacientes se dá de forma inadequada, ou seja, rotineiramente o paciente inicia o tratamento ainda com a poltrona/leito identificada com o nome do usuário de outro turno, deixando-os assim expostos a possíveis “erros assistenciais” como troca de medicamentos, alimentação inadequada, procedimentos invasivos desnecessários como coleta de exames, procedimentos cirúrgicos, entre outros. Diante do exposto conclui-se que entre as instituições avaliadas foi possível verificar que o SN1 cujo gerenciamento se dá por uma ação social em saúde, sob contratualização do governo estadual, procura prestar assistência em concordância com as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Em contrapartida, o SN2, o qual possui gestão compartilhada entre governo municipal e estadual, constatou-se a não efetividade em programas de gerenciamento de riscos assistenciais e pouco empenho em promover políticas para seguridade a assistência. Diante desse contexto, verifica-se que, apesar de ambos os serviços atenderem usuários do SUS, e serem mantidos por fundos do ministério da saúde, há uma grande diferença entre as políticas assistenciais adotadas por estas instituições.

1495 RELATO DE EXPERIÊNCIA ACERCA DOS DESAFIOS DE ACADÊMICOS EM ENFERMAGEM NA ELABORAÇÃO DE UM FLUXOGRAMA DE ACOLHIMENTO EM EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA NA REALIDADE DO SUS.
Thais da Paixão Furtado, Thamires Palheta de Souza, Dhiuly Anne Fernandes da Silva Pontes, Érika Beatriz Borges Silva, Elaine Priscila Ângelo Zagalo, Jouhanna do Carmo Menegaz, Maria Clara Costa Figueiredo

RELATO DE EXPERIÊNCIA ACERCA DOS DESAFIOS DE ACADÊMICOS EM ENFERMAGEM NA ELABORAÇÃO DE UM FLUXOGRAMA DE ACOLHIMENTO EM EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA NA REALIDADE DO SUS.

Autores: Thais da Paixão Furtado, Thamires Palheta de Souza, Dhiuly Anne Fernandes da Silva Pontes, Érika Beatriz Borges Silva, Elaine Priscila Ângelo Zagalo, Jouhanna do Carmo Menegaz, Maria Clara Costa Figueiredo

APRESENTAÇÃO: O modelo biopsicossocial vem sendo cada vez mais presente no cotidiano das Instituições de saúde. No Brasil após a reforma psiquiátrica que se firmou através da Luta Antimanicomial uma atenção maior está sendo dispensada a esta demanda. A rede de saúde mental passou a ser indispensável na constituição das regiões de saúde. No Estado do Pará, o município de Belém, possui componentes da rede de saúde mental em todos os níveis de complexidade e possui a Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) como único hospital de referência da Rede de Atenção Psicossocial do Estado, que conta com internações ambulatoriais e de Emergência e desta forma enfrenta demanda por atendimento com um excedente de30% da sua capacidade e por este fato o acolhimento encontra ainda sendo realizada de modo a não atender os pacientes em sua integralidade. Deste modo uma proposta de construção de tecnologia de modo de conduta foi proposta, onde a elaboração de um fluxograma de acolhimento nortearia a equipe multiprofissional no exercer da função de acolher, porém diversos desafios, empecilhos e dificuldades foram encontrados. O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência da construção de um fluxograma de acolhimento em um hospital de referência em emergência psiquiátrica do Estado do Pará na realidade do SUS. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, proposto no âmbito das atividades curriculares Gestão e Organização dos Serviços de Saúde desenvolvidos por acadêmicos do 5º semestre da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal do Pará. RESULTADOS: Com base em observações realizadas entendeu-se que posteriormente à triagem médica, o acolhimento é realizado apenas tendo como base a anamnese. O profissional enfermeiro não está na porta de entrada para acolher. Para proporcionar a inserção efetiva do enfermeiro no acolhimento foi necessária a redistribuição de tarefas, onde o enfermeiro passa a se inserir junto a outros profissionais na possibilidade de acolher individualmente, visto que ainda não existem condições do acolhimento ser multiprofissional, sendo assim, focalizou-se no acolhimento de enfermagem. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Durante a realização deste estudo a deficiência em toda a rede de atenção ficava mais evidente, o SUS ainda se mostra impossibilitado de assistir os clientes necessitados da atenção biopsicossocial de maneira integral. A inviabilidade da dinâmica do fluxograma no período noturno e aos fins de semana, devido à falta de dimensionamento de pessoal, espaço físico inadequado, resistência e desconhecimento da equipe no processo de designar e alocar o acolhimento feito pelo enfermeiro, entender os critérios para a admissão, resistências na coleta de dados, na divisão de tarefas e por fim a dinâmica de construção do fluxo em si. A experiência, portanto foi muito enriquecedora visto que participamos ativamente em uma realidade e pudemos entender que os estudantes, mesmo em sua posição de acadêmicos, podem realizar alguma transformação na realidade dos campos de prática.

894 Visita técnica e aplicação do Arco de Maguerez ao Núcleo de Regulação Interno (NIR) de um hospital oncológico de Belém do Pará: relato de experiência
Ana Flavia de Oliveira Ribeiro, Manoel Vitor Martins Marinho, Héllen Cristhina Lobato Jardim Rêgo, Kethully Soares Vieira, Paula Emannuele Santos do Amaral, Samantha Modesto de Almeida, Daniele Rodrigues Silva, Widson Davi Vaz de Matos

Visita técnica e aplicação do Arco de Maguerez ao Núcleo de Regulação Interno (NIR) de um hospital oncológico de Belém do Pará: relato de experiência

Autores: Ana Flavia de Oliveira Ribeiro, Manoel Vitor Martins Marinho, Héllen Cristhina Lobato Jardim Rêgo, Kethully Soares Vieira, Paula Emannuele Santos do Amaral, Samantha Modesto de Almeida, Daniele Rodrigues Silva, Widson Davi Vaz de Matos

Apresentação: No período de setembro de 2017, em aulas práticas do componente curricular Gestão e Gerenciamento dos Serviços de Enfermagem, realizou-se uma visita técnica ao Núcleo Interno de Regulação de um Hospital Oncológico de Belém do Pará. O Hospital é reconhecido como uma instituição de ensino, credenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como Centro de Alta Complexidade em Oncolologia (CACON), além de ser referência estadual em oncologia. O enfermeiro é o responsável pela gerência das ações de enfermagem nos serviços de saúde, tanto no meio hospitalar, como na rede básica. É ele quem assume o processo de organização do trabalho com enfoque na promoção da saúde, prevenção de doenças e recuperação dos indivíduos, família e comunidade. Sendo assim, as aulas práticas são indispensáveis para o processo de ensino aprendizagem do aluno/enfermeiro, pois é através desta que o acadêmico tem contato com a realidade, aplica a teoria e obtém segurança para a realização das atividades enquanto futuro profissional. Diante disso, este trabalho tem como objetivo mostrar para a sociedade acadêmica quais as atividades que são de competência do enfermeiro, como elas devem ser realizadas e de que forma elas ajudam o paciente; destacando a visita ao Núcleo Interno de Regulação – sua importância, atribuições, dificuldades e hipóteses de solução aos problemas relatados. Desenvolvimento: A abordagem adotada teve como referência central Metodologia da Problematização que tem a finalidade precípua incitar o aluno a observar a realidade de modo crítico, possibilitando que o mesmo possa relacionar esta realidade com a temática que está estudando, esta observação mais atenta permitirá que o estudante perceba por si só os aspectos interessantes, que mais o intrigue. dentre esses aspectos, alguns serão ressaltados como destoantes, contrastantes etc., a partir das ideias, valores acumuladas pelos alunos. Neste relato foi utilizado o Arco de Maguerez como instrumento de observação, proposição sobre a realidade. Trata-se de uma ferramenta muito utilizada nas ciências da saúde. Ela se baseia em cinco etapas, quais sejam:  a)       Observação da Realidade e Definição do Problema. Nesta etapa os participantes que são levados a observar a realidade identificando as características principais e seus possíveis problemas, a fim de, no futuro, após teorização e ação contribuir para a sua transformação; b)    Identificação dos Pontos-chave. Nesta fase são destacadas as características que se relacionam com os determinantes do problema; c)   Teorização sobre o problema. A partir dos pontos-chaves e a luz das evidências da literatura, procura-se já nesta fase identificar caminhos que no futuro venham a auxiliar na superação dos problemas levantados; d) Hipóteses de Solução dos problemas. Nesta fase deve-se estimular a criatividade e a originalidade visando a solução dos problemas, ou seja, traça-se um plano de ação a partir das variáveis terrorizadas e as possibilidades contingenciais; e)    Intervenção sobre a realidade. Dentro da governabilidade dos atores envolvidos, essa etapa procura dar retorno concreto às soluções elaboradas a partir da observação e teorização sobre os aspectos observados na realidade. Este momento traduz-se em benefícios diretos ou indiretos à comunidade participante das atividades. Abaixo, distribuídas em diferentes momentos estas etapas constituíram o trabalho desenvolvido pelos autores. Resultados: Durante a visita, a enfermeira nos falou um pouco sobre como ocorre o serviço. A Portaria que fala sobre o NIR é a N° 1.559 de 1° de Agosto de 2008. No referido hospital, o NIR é também conhecido como Central de Leitos. O SISREG foi criado em 2013. É um sistema de regulação que prevê a melhora na assistência através da organização dos leitos; desta forma consistindo no tratamento de forma igualitária para todos os níveis. No Pará foi implantado em 2014, mas diante da falta de condições do Estado em implantar o SISREG por conta da precária tecnologia, o CIA/SER uma empresa terceirizada do RJ foi contratada para fazer a regulação do sistema em nosso Estado. De acordo com a Portaria a Política Nacional de Regulação é dividida em três dimensões, sejam elas: I – Regulação dos Sistemas de Saúde; II – Regulação da Atenção à Saúde; e III – Regulação dos Serviços de Saúde. É importante destacar também que o Complexo Regular é organizado em: I – Central de Regulação de Consultas e Exames; II – Central de Regulação de Consultas Hospitalares; e III – Central de Regulação de Urgências. A enfermeira falou um pouco sobre o repasse de verbas correspondente ao pacto entre os municípios e Belém. Há alguns anos atrás eles enfrentavam algumas dificuldades relacionadas a este ponto, pois muitos munícipios não faziam o repasse de verbas que a portaria prevê para que haja o atendimento das pessoas. As solicitações para internação são muitas, porém a quantidade de leitos disponíveis é pequena. Isso pode gerar um problema, já que diante desta situação a fila de espera tem a tendência de crescer. Há também a priorização dos casos graves que exige muito discernimento dos profissionais envolvidos nesta decisão. Neste contexto, no que diz respeito à decisão de liberação de leitos, ela é tomada a partir da parceria multiprofissional. Porém, segundo a enfermeira, há uma grande dificuldade na regulação imparcial, pois no hospital a Central de Leitos é “aberta”, ou seja, os pacientes e familiares destes tem acesso direto à ela, que as vezes comovida com a história da doença de um determinado paciente, acaba liberando um leito vago para ele. Este fato vai contra ao que a Portaria preconiza, visto que o Núcleo Interno de Regulação precisa ser um setor fechado e restrito, para que as pessoas que solicitam internação não tenham acesso aos funcionários deste ambiente. Ela destacou também a questão das demandas judiciais e processos para o atendimento de pacientes. Quando a demanda é judicial é necessário que o pedido de leito seja concedido imediatamente, pois em caso de não cumprimento o Hospital está sujeito à penalidade de multa, além do risco de o secretário de saúde ficar em prisão domiciliar até a resolução do problema. Diante de um processo, é possível que a enfermeira argumente, justifique o porquê da demora na liberação daquele leito para tal paciente. Ao fim da visita a enfermeira incentivou os discentes a ler sobre o Núcleo Interno de Regulação, pois é competência do enfermeiro possuir conhecimentos sobre este assunto, visto que a gestão e gerenciamento dos serviços de saúde na maioria das vezes parte destes profissionais. Conclusão: O Núcleo Interno de Regulação é um setor muito relevante no âmbito da gestão e gerenciamento dos serviços de saúde. Foi possível observar a grande complexidade do serviço e ampliar a visão enquanto futuros profissionais da saúde, visto que é o enfermeiro quem assume o processo de organização do trabalho com enfoque na promoção da saúde, prevenção de doenças e recuperação dos indivíduos, família e comunidade; tanto a nível de atenção básica como hospitalar. A regulação imparcial é uma das dificuldades enfrentada pelos funcionários diante do não cumprimento do que é preconizado na Portaria N° 1.559 de 1° de Agosto de 2008, principalmente pela falta de estrutura adequada. Sem contar com excesso de solicitações de internação e demandas judiciais e processos. Mas, em contrapartida, também é fato que o esforço dos profissionais deste setor para atender os usuários da forma mais coerente, humanizada e ética possível é bem evidente.

1516 Elaboração de protocolo para padronização de mochilas e maletas de medicamentos em um serviço móvel de urgência pré-hospitalar.
Miriam Fernandes, Elzamira Brilhante, Moisés Kogien

Elaboração de protocolo para padronização de mochilas e maletas de medicamentos em um serviço móvel de urgência pré-hospitalar.

Autores: Miriam Fernandes, Elzamira Brilhante, Moisés Kogien

APRESENTAÇÃO: A assistência medicamentosa é um elemento fundamental no atendimento de emergência pré-hospitalar e para garantir o melhor desfecho para o usuário do serviço essa assistência deve ser ágil, eficaz e, principalmente, segura. Para tanto, processos sólidos e padronizados devem existir em todo o sistema de medicação do serviço norteando sistematicamente as ações e o atendimento dos profissionais. Sabendo-se que protocolos são ferramentas que padronizam o cuidado e favorecem a qualidade das ações objetivou-se com esse estudo elaborar um protocolo para padronização da disposição e identificação dos medicamentos em mochilas e maletas de medicamentos em um serviço móvel de urgência pré-hospitalar. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Esse relato de experiência é um produto derivado do trabalho de conclusão do Curso de Especialização em Segurança do Paciente para Profissionais da Rede Atenção às Urgências e Emergências da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca e foi concebido como um projeto de intervenção. Inicialmente empregou-se a técnica de brainstorming para levantamento de problemas e identificação de falhas na assistência medicamentosa no serviço móvel de urgência. Sequencialmente, realizou-se um levantamento de artigos e documentos legais que pudessem auxiliar na proposição de potenciais soluções práticas para os problemas elencados. Além disso, utilizou-se a ferramenta gerencial 5W3H para nortear e planejar as atividades necessárias para elaboração do protocolo. RESULTADOS: Os medicamentos utilizados nas unidades móveis de atendimento são armazenados em mochilas amarelas e maletas de medicamentos controlados nas unidades de suporte avançado e em maletas brancas nas unidades de suporte básico. Com a elaboração do protocolo de padronização ficou estabelecido orientações para fixação dos medicamentos dentro das mochilas/maletas a fim de evitar perdas durante o transporte; orientações para disposição de acordo com as distintas classes farmacológicas e identificação dos medicamentos por meio de cores dentro das mochilas/maletas e orientação para dispensação dos medicamentos por meio de sistema de “unitarização da apresentação” utilizando-se de embalagens transparentes com descrição visível do nome da droga, lote e data de validade, destacando por meio de cores os medicamentos potencialmente perigosos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O protocolo de padronização das mochilas e maletas encontra-se finalizado, entretanto, ainda não está totalmente implantado no serviço. Com a implantação do protocolo espera-se que as sinalizações e a disposição ordenada facilitem a localização e utilização dos medicamentos nos atendimentos emergenciais além de facilitar a dupla conferência de medicamentos antes de sua utilização e, dessa forma, agilizar a assistência, mitigar a ocorrência de erros potenciais, evitar perdas, diminuir custos e aumentar a segurança para o paciente e profissionais.

1721 FATORES DETERMINANTES DO CANCELAMENTO CIRÚRGICO
Nathieli Aparecida Da Silva, Katrini Dos Santos Conteratto, Fabiane Pertille, Lucas Soares dos Santos, Tania Maria Ascari, Marson Luiz Klein, Vilma Beltrame, Rosana Amora Ascari

FATORES DETERMINANTES DO CANCELAMENTO CIRÚRGICO

Autores: Nathieli Aparecida Da Silva, Katrini Dos Santos Conteratto, Fabiane Pertille, Lucas Soares dos Santos, Tania Maria Ascari, Marson Luiz Klein, Vilma Beltrame, Rosana Amora Ascari

Introdução: A preocupação dos profissionais de saúde com a segurança do paciente é constante em todos os níveis de atenção. No entanto, algumas áreas demandam um olhar mais atento, devido as constantes mudanças tecnológicas e a necessidade de treinamento e adaptações da equipe, como é o caso da área cirúrgica. Objetivo: Esse estudo tem como objetivo investigar as evidências disponíveis na produção científica nacional e internacional acerca dos fatores determinantes do cancelamento cirúrgico entre os anos de 2012 a 2016, visando como benefício a obtenção de informações relacionadas aos cancelamentos de procedimentos cirúrgicos, a fim de contribuir para que os serviços de saúde possam organizar as suas atividades de forma a obter maior efetividade, minimizando os casos de suspensão dos procedimentos cirúrgicos, bem como auxiliando a minimizar os custos hospitalares envolvidos nesse processo. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura com análise quanti/qualitativa das produções científicas. A busca nas bases de dados iniciou em fevereiro de 2017 a partir da associação dos descritores “Surgical Procedures” AND “Surgical Cancellation” e em seguida foram importados para um programa de internet, denominado Programa Sophie, para a classificação dos estudos e posterior análise. Como instrumento para a busca dos artigos utilizou-se as seguintes bases de dados: SCOPUS; Science Direct; Web of Science; CINAHL, PubMed Central® (PMC); BVS (Bireme), aplicando-se os critérios de inclusão: textos publicados entre 2012 e 2016, disponíveis em português, inglês e espanhol; publicação científica nacional e internacional; disponíveis eletronicamente e que abordassem os fatores determinantes do cancelamento cirúrgicos. A primeira etapa foi buscar textos diretamente na base de dados citadas e importação da pesquisa para o Programa Shopie. A segunda etapa deu-se por reaplicação dos critérios de inclusão e exclusão, com leitura individual dos títulos e resumos dos trabalhos selecionados e classificação em pastas identificadas “Fatores determinantes do cancelamento cirúrgico” e “Artigos excluídos”. A terceira etapa representada pela busca dos artigos completos. Antes da coleta de dados foi desenvolvido um protocolo de revisão integrativa o qual foi validado por dois pesquisadores externos ao estudo. Resultados: A partir da aplicação dos critérios de inclusão, 28 artigos foram inseridos nesta pesquisa, sendo que quatro artigos (14,28%) foram derivados da base de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), 13 (46,43%) na SCOPUS, dois (7,15%) na Science Direct, cinco (17,86%) na PubMed e quatro (14,28%) na Web of Science. O ano de maior publicação foi 2014 com 25% (n=7) do total das publicações e a maioria dos artigos apresentaram-se na língua inglesa (n=24/85,71%), seguido por 03 artigos na língua portuguesa (10,71%) e 01 na língua espanhola (3,57%). As publicações envolveram 27 periódicos, sendo que o Rawal Medical Journal se destacou com dois artigos. Os Estados Unidos da América (USA) é o país com maior número de publicações (n=05/17,86%) sobre o cancelamento cirúrgico entre os estudos que integraram esta pesquisa, seguido pelo Brasil (n=04/14,28%) e o Reino Unido (n=03/10,71%). Diante da análise temática dos estudos que compuseram esta revisão integrativa, emergiram sete categorias, a saber: I) Fatores Determinantes do Cancelamento Cirúrgico: foram identificadas três subcategorias: a) Decorrentes do Serviços de Saúde: Os principais fatores determinantes do cancelamento cirúrgico foram em relação à falha ou falta de equipamentos, materiais e medicamentos, indisponibilidade da sala cirúrgica, falta de recursos humanos e falta de leito. Além de outros fatores que se apresentaram em menor proporção. b) Decorrentes do Paciente: Entre as subcategorias encontradas dos determinantes de cancelamento cirúrgico, os fatores relacionados ao paciente emergiram como os principais determinantes da suspensão cirúrgica. Entre esses fatores, os principais são: condição clínica desfavorável, não comparecimento do paciente, decisão do paciente/família em não realizar o procedimento cirúrgico e jejum inadequado. c) Decorrente do Profissional: Além de determinantes do cancelamento cirúrgico relacionados ao serviço de saúde e ao paciente, diversos fatores relacionados ao profissional médico cirurgião ou anestesiologista foram abordados nas pesquisas que compõe o escopo deste estudo. Mudança no plano de tratamento e avaliação pré-operatória ausente ou incompleta foram os principais motivos causadores do cancelamento cirúrgico decorrentes de falha profissional. II) Causas Evitáveis e Não Evitáveis do Cancelamento Cirúrgico: Poucos estudos classificaram os fatores causadores do cancelamento cirúrgico como evitáveis ou não, sendo que apenas três classificaram a maioria dos cancelamentos como evitáveis e cinco classificaram a maioria como não evitáveis.   III) Período do Cancelamento Cirúrgico: a) Período pré-operatório: a maioria dos cancelamentos cirúrgicos ocorreu antes da cirurgia, sendo no dia anterior à cirurgia, logo após a internação ou entre a consulta pré-operatória e o dia da cirurgia e, no dia da cirurgia. b) Período intra-operatório: Os cancelamentos que ocorreram no período intra-operatório aconteceram logo após o paciente dar entrada na sala de operação ou após a indução da anestesia geral. IV) Intervenções Pré-Operatórias: Sobre as intervenções pré-operatórias, apenas um estudo avaliou o impacto da preparação pré-operatória, o qual aconteceu através da comparação de cancelamentos entre pacientes que receberam intervenção de enfermagem com apoio do profissional anestesiologista sobre orientações direcionadas no pré-operatório com um grupo de pacientes que não recebeu tal intervenção. Como resultado da introdução do preparo pré-operatório, o número total de cancelamentos cirúrgicos reduziu de 9,7% para 8,6% (n= 918/10.640) (p = 0,003), sendo que a principal queda foi em relação aos casos de não comparecimento do paciente e cancelamento médico devido à condição clínica desfavorável, de 39,2% para 13,6% e de 32,6% para 19,9%, respectivamente. V) Especialidades Profissionais Envolvidas no Cancelamento Cirúrgico: Entre os estudos que abordaram as especialidades envolvidas no cancelamento cirúrgico, os maiores números se apresentaram nas especialidades médicas de ortopedia, cirurgia geral, urologia, ginecologia e obstetrícia e otorrinolaringologia. VI) Encaminhamentos após o Cancelamento da Cirurgia: Grande parte dos estudos não analisou a conduta do serviço de saúde frente aos cancelamentos, sendo que apenas em seis estudos mencionaram o reagendamento da cirurgia e em outro estudo foi recomendado algum procedimento alternativo. Considerações finais: Os resultados desta investigação revelam os principais fatores desencadeantes do cancelamento cirúrgico e a partir disso evidencia a necessidade de se propor intervenções que possam diminuir os casos de cancelamentos e consequentemente evitar eventos estressores para todos os envolvidos no processo, sejam profissionais, pacientes ou serviços de saúde. O Preparo de Instrução Pré-Operatória (PIPO) é uma ferramenta muito importante que pode ser utilizada como forma de intervir nos casos de cancelamentos. Seu desenvolvimento durante a consulta de enfermagem pré-operatória, auxilia de forma a disponibilizar informações ao paciente e sua família e esclarecer suas dúvidas sobre o procedimento cirúrgico e também anestésico ao qual será submetido. Além disso, é importante que o enfermeiro alerte sobre os riscos relacionados ao processo cirúrgico, bem como as possíveis formas de minimizá-los e consequentemente ter uma recuperação mais rápida. A categoria relacionada aos fatores determinantes do cancelamento cirúrgico pode servir de base para que cada serviço consiga mensurar tal indicador e desenvolver estratégias próprias de acordo com a realidade e as necessidades locais.

2093 INFLUÊNCIA DO DIAGNÓSTICO MÉDICO SOBRE O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM EM ORTOPEDIA: O MANEJO DA DOENÇA E O DO DOENTE
Renata Simões Monteiro, Geysiane Rocha da Silva, Elaine Erika de Oliveira, Érika Marcilla Sousa de Couto, Veridiana Barreto do Nascimento, Benedito de Souza Guimarães Júnior, Davi Viana de Sousa

INFLUÊNCIA DO DIAGNÓSTICO MÉDICO SOBRE O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM EM ORTOPEDIA: O MANEJO DA DOENÇA E O DO DOENTE

Autores: Renata Simões Monteiro, Geysiane Rocha da Silva, Elaine Erika de Oliveira, Érika Marcilla Sousa de Couto, Veridiana Barreto do Nascimento, Benedito de Souza Guimarães Júnior, Davi Viana de Sousa

Apresentação: Há várias definições para a palavra diagnóstico. Na linguagem médica, ela diz respeito ao ato ou ação de encontrar ou determinar uma doença a partir da descrição de seus sinais e sintomas, buscando identificar a origem e a natureza da afecção. Na ortopedia, a identificação do problema ortopédico leva a escolha da terapêutica mais adequada e o manejo do paciente é bastante semelhante, já que o objetivo é tão somente corrigir o distúrbio, caracterizando essa especialidade como uma área bastante específica e direta. Falar sobre diagnóstico na atmosfera da enfermagem remete ao cuidado holístico proveniente da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que é a base para sua assistência. Os diagnósticos de enfermagem servem como ponto de partida para a elaboração do plano de cuidados concebido após identificação de sinais e sintomas e do exame físico do paciente, seja em qualquer especialidade. Enquanto o diagnóstico médico prima pela debelação da doença, o diagnóstico de enfermagem (DE) serve de planejamento para o cuidado do doente de forma integral.Sendo a ortopedia uma especialidade deveras uniforme em seu padrão de tratamento clínico-cirúrgico, questiona-se: pacientes com o mesmo diagnóstico médico possuiriam os mesmos diagnósticos de enfermagem? Para responder a esse questionamento, foi necessário analisar alguns aspectos da abordagem médica e correlacionar com os diagnósticos de enfermagem. Nessa perspectiva, o objetivo do estudo foi analisar se o diagnóstico de enfermagem sofre influência direta do diagnóstico médico.Desenvolvimento: Tratou-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa, desenvolvido em um hospital do oeste do Pará, considerado de referência em média e alta complexidade no baixo Amazonas. Os dados foram obtidos dos prontuários dos pacientes e com auxílio de um formulário geral, baseado na SAE, foram colhidos os dados para a formulação dos diagnósticos de enfermagem. A amostra de pesquisa totalizou 108 indivíduos internados em enfermaria ortopédica durante 7 de janeiro a 17 de fevereiro de 2017. Utilizou-se os softwares Microsoft Excel 2010 e o BioEstat-5.4 para análise estatística. A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Pará – Campus XII Santarém, sob o parecer de nº 1.792.760.Resultados: Sobre o perfil dos participantes 53,7% eram do sexo masculino e 46,3% do sexo feminino. A média de idade foi de 27,6 anos. O estado civil predominante foi o de Casado correspondendo a 61% da amostra. Quanto à cor, 72% se declararam Pardos. A escolaridade mais frequente foi de indivíduos com Ensino Médio Completo equivalente a 39% dos participantes, com renda familiar de até 2 salários mínimos representando 64% dos envolvidos. 59% da amostra eram naturais de Santarém – PA, enquanto 49% eram de cidades circunvizinhas. Todos os 108 participantes foram submetidos a pelo menos um procedimento cirúrgico ortopédico e no total foram realizadas 118 cirurgias, tendo em vista que alguns pacientes foram submetidos a mais de uma cirurgia corretiva. Identificou-se 13 diagnósticos médicos diferentes. Estes foram agrupados em três grandes categorias: Fratura, Lesão intrarticular e Pseudoartrose. O diagnóstico de Fratura foi o mais frequente e estevepresente em 88% da amostra, correspondendo a 95 pacientes. Todos os pacientes com diagnóstico de fratura realizaram como procedimento cirúrgico a Osteossíntese e foram medicados com analgésicosnão esteroidais (pré, pós-operatório imediato e tardio), anticoagulantes (pré-operatório), opioides (pós-operatório imediato), antibióticos (pré, pós-operatório imediato e tardio) e antieméticos (pós-operatório imediato). Dentre os diagnósticosde Fratura, a fratura de fêmur foi a mais incidente representando 32,6% (31 pacientes). O período de internação de todos os pacientes com fratura de fêmur foi de 72h. A terapêutica médica para esse tipo de disfunção foi exatamente a mesma para todos os pacientes que a possuíam. Dentre osdiagnósticos de enfermagem dos pacientes com fratura de fêmur, o diagnóstico de Integridade da pele prejudicada e Integridade Tissular prejudicada estiveram presentes em 100% da amostra, fator relacionado à incisão cirúrgica necessária. Todos os pacientes também foram diagnosticados com Dor aguda, Mobilidade física prejudicada, Deambulação prejudicada, Capacidade de transferência prejudicada, Mobilidade no leito prejudicada, Conforto prejudicado, Déficit no autocuidado para banho, Déficit no autocuidado pra higiene íntima e Déficit no autocuidado para vestir-se. Entretanto, dos 31 pacientes, apenas 87% (27 pacientes) foram diagnosticados com Sentar-se prejudicado, 83,8% (26 pacientes) obtiveram diagnóstico de Padrão de sono prejudicado, 80,6% (25 pacientes) apresentaram Conforto prejudicado, 64,5% (20 pacientes) desenvolveram Ansiedade e somente 41,9% (13 pacientes) apresentaram o diagnóstico de Motilidade gastrintestinal disfuncional e Constipação, além disso, o percentual de 32,2% (10 pacientes) foi diagnosticado com Retenção urinária e Náusea no pós-operatório imediato. Os seguintes diagnósticos foram identificados em 3,2% (1 paciente) da amostra: Síndrome do idoso frágil, Baixa autoestima situacional, Disfunção sexual, Hipotermia e Sentimento de impotência. No grupo de pacientes com fratura de fêmur, foram identificados 22 diagnósticos de enfermagem diferentes, descritos acima, dos quais 9 (40%) foram comuns à todos e 13  (60%) foram específicos de alguns indivíduos. Diferenças como essa também foram percebidas durante análise das demais categorias de diagnóstico médico (Lesão intrarticular e Pseudoartrose). Pode-se identificar que o esquema de tratamento e manejo médico é extremante análogo comparado ao exercício da enfermagem sobre formulação do diagnóstico de enfermagem, o qual se mostramais flexível e dinâmico.Considerações finais:O estudo mostrou que os diagnósticos de enfermagem não sofrem influência direta da conduta de atendimento e manejo médico, diferenciando-se pelo dinamismo com que os dados são colhidos e interpretados, como requer o processo de enfermagem, não estando fadados à inércia clínica. Isso se explica em função da essência da enfermagem não estar focalizada na atividade meramente curativa e corretiva, como é típico do tratamento médico em ortopedia na média e alta complexidade. A ciência do cuidado da enfermagem é holístico e engloba inúmeras características dos aspectos bio-psico-sócio-espirituais, descritos nas variadas teorias de enfermagem que destacam a pessoa como foco principal, e não a doença. Nessa perspectiva, os diagnósticos de enfermagem são elaborados mediante percepção das alterações e padrões de saúde do paciente, as quais podem ser momentâneas e focais, requerendo a análise diária de alterações para a formulação dos diagnósticos e prescrição do plano de cuidados, permitindo sua avaliação e evolução clínica. Destaca-se, ainda, que o número de estudos sobre diagnósticos de enfermagem em pacientes ortopédicos, ainda é bastante escasso e faz-se necessário a realização de mais estudos sobre esse tema. Na busca para melhor atender à clientela, o enfermeiro deve utilizar-se dos diagnósticos de enfermagem, com o objetivo de melhorar cada vez mais a qualidade do seu trabalho, fundamentado em conhecimentos científicos, uma vez que esses diagnósticos permitem a identificação das necessidades de cuidados sobre os quais é preciso intervir.

2512 VALORAÇÃO DE COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS AO ENFERMEIRO POR ENFERMEIROS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO FEDERAL DA REGIÃO NORTE DO BRASIL
Dhiuly Anne Fernandes da Silva Pontes, Andressa Fabiana Ferreira Fonseca, Jouhanna do Carmo Menegaz, Nathalia Karen Araújo Martins, Victoria Malcher Silva, Euriane Castro Costa, Edna Cristina Vieira Conceição, Maria Clara Costa Figueiredo

VALORAÇÃO DE COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS AO ENFERMEIRO POR ENFERMEIROS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO FEDERAL DA REGIÃO NORTE DO BRASIL

Autores: Dhiuly Anne Fernandes da Silva Pontes, Andressa Fabiana Ferreira Fonseca, Jouhanna do Carmo Menegaz, Nathalia Karen Araújo Martins, Victoria Malcher Silva, Euriane Castro Costa, Edna Cristina Vieira Conceição, Maria Clara Costa Figueiredo

Apresentação: A gestão por competências é um tipo de gestão ainda pouco utilizada nas organizações, no entanto, é considerada tendência para os próximos anos nos serviços de saúde. Competência é definida pela tríade composta por: conhecimentos (saber o que fazer), habilidades (como fazer) e atitudes (porquê fazer). É possível classificar as competências como humanas aquelas relacionadas ao indivíduo ou à equipe de trabalho ou organizacionais aquelas que dizem respeito à organização como um todo. Toda organização tem suas características, sua cultura, estrutura e estratégia, entre outros elementos, que a diferenciam das demais, o que demanda a definição de rol de competências contextualizado e adequado às suas necessidades específicas. A aplicação desse modelo de gestão visa o alcance de determinados objetivos a fim de melhorar o desempenho das instituições. As mudanças ocorridas no mundo do trabalho, advindas das transformações tecnológicas, refletem na formação do enfermeiro e na Enfermagem enquanto prática social e profissional. Nas organizações de saúde, o espaço de atuação do enfermeiro tem se ampliado com introdução da gestão por competências, sistema que visam identificar, caracterizar e gerir perfis profissionais a partir da análise de suas fortalezas e lacunas, demandando que a categoria construa seu mapa e valore as competências pelas quais quer ter seu trabalho regido, melhorando assim a qualidade do serviço. Nesse sentido, busca-se a princípio conhecer a partir da visão e missão da organização às competências necessárias aos servidores e através de uma pesquisa comparativa com pessoas-chave da organização filtrar informações relevantes para o serviço.  Desta forma, buscou-se como objetivo estratificar as competências do enfermeiro por grau de importância a partir de um questionário respondido por enfermeiros gerentes e assistenciais de um hospital universitário federal da região norte do Brasil. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um recorte de uma pesquisa que compõe o macroprojeto intitulado “Gerenciamento em enfermagem: novas abordagens de formação e trabalho em universidade pública e hospitais de ensino”, que tem entre seus objetivos mapear as competências de enfermeiros de um hospital universitário federal da região norte do Brasil. O passo inicial desse processo consistiu-se em identificar as competências profissionais relevantes à consecução dos objetivos da organização. Essa identificação ocorreu primeira por meio de uma pesquisa em documentos relativos à estratégia organizacional e posteriormente através de coleta de dados com enfermeiros gerentes e assistenciais, para que tais dados fossem comparados com a análise documental. A técnica de pesquisa comparativa utilizada foi o questionário estruturado com escalas de avaliação, com 28 títulos de competências individuais classificadas em três grandes categorias: gerências, clínicas e atitudinais. O questionário apresentava os seguintes títulos de competências (comunicação, liderança, motivação, resolução de conflitos, tomada de decisão, delegação, persuasão, proatividade, responsabilidade, ética, raciocínio clínico, supervisão da equipe, dimensionamento da equipe, gestão de materiais, desenvolver pesquisas, aplicar pesquisas, pensamento crítico, trabalho em equipe, educação continuada, educação permanente, educação em saúde, sistematização da assistência de enfermagem (SAE), programas de treinamento e desenvolvimento, manuais de serviço, processo administrativo, relação interpessoal, inovação, adaptabilidade), que foram valoradas individualmente com auxílio da escala Likert (desenvolvida por Rensis Likert no ano de 1932), em cinco graus, de sem importância a extremamente importante, nas quais os respondentes emitiram seu grau de importância dentre as competências listadas. O questionário foi respondido por quarenta e um enfermeiros, intencionalmente destacados, em acordo entre a equipe de pesquisa e os enfermeiros do serviço que compõem a equipe técnica do hospital lotada em diversos setores. Os dados obtidos foram analisados por estatística descritiva, em cálculos de frequência absoluta e relativa. Resultado: Cada enfermeiro valorou 28 títulos de competências, totalizando 1146 valorações.  De acordo com a análise do questionário aplicado, foi possível observar que 58% (n = 662) das competências foram assinaladas como extremamente importante; 31% (n = 359) como muito importante; 10% (n = 119) como importante e apenas 1% (n = 6) como pouco importante. Não houveram competências valoradas no grau sem importância.  As competências valoradas como extremamente importante foram responsabilidade, ética e comunicação por mais de 90% dos respondentes; 70% a 89% dos respondentes citaram motivação, trabalho em equipe, relacionamento interpessoal, tomada de decisão, resolução de conflito e sistematização da assistência de enfermagem; enquanto, foram classificadas com menor proporção dentro desse grau de importância, a delegação citada por 24% (n=10), desenvolvimento de pesquisas, 29% (n=12) e o processo administrativo, 29% (n=12). Considera-se, a valoração dada ao processo administrativo, 29% (n=12), contraditória, pois a maioria das competências gerenciais receberam maior destaque e o processo administrativo que é o principal elemento do gerenciamento não recebeu destaque dentro desse grau de importância. Como já citado ao longo do resumo, a escala de avaliação, foi estruturado em 28 títulos de competências individuais classificadas em três grandes categorias: gerências, clínicas e atitudinais. Considerando as respostas extremamente importantes e muito importantes em conjunto, as principais competências gerenciais destacadas pelos profissionais foram: liderança; supervisão de equipe; dimensionamento de equipe; educação permanente/continuada; gestão de materiais e processo administrativo; dentre às competências assistenciais citadas destacam-se: raciocínio clínico; educação em saúde; aplicar pesquisas; pensamento críticos e desenvolver pesquisas; e dentre as competências atitudinais as que foram classificadas com maior destaque foram: ética, responsabilidade, comunicação. Tais resultados foram expostos aos participantes da pesquisa através de uma oficina, com o intuito de elaborar posteriormente o mapa de competências dos enfermeiros do hospital de ensino. Considerações Finais: A valoração predominante dos títulos foi extremamente importante, sinalizando a pertinência das mesmas para os enfermeiros respondentes no contexto do seu trabalho. Observa-se que os títulos de competências atitudinais receberam um maior destaque: a competência comunicação foi a mais valorada dentre as demais com 98% na pontuação extremamente importante, seguida pela ética 95% e responsabilidade 90%, o que demonstra que essas são consideradas fundamentais dentro da instituição. Os títulos de competências gerenciais, em geral, foram os menos valorados, onde percebe-se que boa parte dos enfermeiros desconhece a grande importância do processo administrativo como instrumento no seu trabalho. Diante disto, percebe-se a necessidade de trabalhar os conceitos das competências dentro da instituição, com vistas a esclarecer tais conceitos para uma melhor compreensão dos mesmos pelos profissionais dessa organização.  E por fim, ressalta-se o dado de que nenhuma competência foi valorada como sem importância, e isso demonstra o quanto são indispensáveis para os enfermeiros.

3830 A ENFERMAGEM NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ENTRE ADOLESCENTES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Dhiuly Anne Fernandes da Silva Pontes, Elaine Priscila Ângelo Zagalo, Erika Beatriz Borges Silva, Thais da Paixão Furtado, Thamires Palheta de Souza, Cléo da Costa Araújo, João Eduardo Barros Branco, Ana Carolina Martins dos Santos

A ENFERMAGEM NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ENTRE ADOLESCENTES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Dhiuly Anne Fernandes da Silva Pontes, Elaine Priscila Ângelo Zagalo, Erika Beatriz Borges Silva, Thais da Paixão Furtado, Thamires Palheta de Souza, Cléo da Costa Araújo, João Eduardo Barros Branco, Ana Carolina Martins dos Santos

Apresentação: Um dos propósitos do curso em Enfermagem é a elaboração de Ações Educativas para promoção de saúde nos diferentes ciclos da vida humana. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho é relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem no planejamento e execução de atividade educativa em saúde para estudantes de uma escola pública da região norte do Brasil. Desenvolvimento do trabalho: A atividade educativa foi planejada para ser desenvolvida em uma Escola Municipal de Belém do Pará. O público alvo foram 28 adolescentes do 8° ano do nível fundamental com idade entre 12 e 14 anos. O planejamento e execução aconteceram simultaneamente, visto que na primeira visita à escola foi instalado em sala de aula uma urna construída de isopor e foram distribuídos envelopes contendo papel em branco para que os adolescentes escrevessem perguntas referentes a temas que lhes interessassem e as depositasse na urna. Durante 24 horas a urna localizada em local estratégico recebeu 14 envelopes com perguntas referentes ao tema educação sexual, dentre as quais, as dúvidas mais frequentes foram: “O que é menstruação?”, “Por que as meninas menstruam?” e “O que acontece no corpo das meninas para que acorra gravidez?”. Nesse contexto, mediante as indagações recebidas construiu-se em material E.V.A tecnologias educativas representando o sistema reprodutor feminino e masculino, bem como suas respectivas células reprodutoras. Tal estratégia permitiu que durante a atividade educativa os discentes pudessem simular a fisiologia humana e utilizando uma maquete de representação do aparelho reprodutor feminino pode-se apresentar as seguintes situações: a preparação do útero para receber o embrião e a descamação do endométrio quando não ocorre gravidez. Além disso, as tecnologias educativas permitiram demonstrar o processo de fecundação e nidação. Resultados: Durante a atividade educativa observou-se a interação do público alvo, os adolescentes se integraram a atividade e realizaram comentários durante toda a ação educativa. Assim, a interatividade da ação foi perceptível, com uma grande retenção da atenção do público adolescente, que demonstrou interesse em conhecer a fisiologia do sistema reprodutor humano através das simulações realizadas com auxílio das tecnologias educativas pelos acadêmicos. Deste modo, observou-se que a estratégia proporcionou esclarecimento das dúvidas levantadas inicialmente e de novos questionamentos que surgiram durante a ação. Considerações Finais: Com os resultados obtidos, notou-se que os recursos utilizados foram bem aceitos e possibilitaram esclarecimentos acerca do tema.  Aprendizado válido não somente para os adolescentes, mas também para os acadêmicos de enfermagem que tem como uma de suas atribuições desenvolver atividades que visem empoderar a população de conhecimento. Dessa forma, a ação educativa, permitiu uma troca de conhecimento entre os acadêmicos e os adolescentes, já que, a mesma foi planejada e desenvolvida a partir da interação entre os acadêmicos de enfermagem e os alunos da escola pública onde a atividade aconteceu, com intuito, de melhorar a compreensão à respeito da temática.

4003 A ENFERMAGEM COMO FERRAMENTA ORGANIZACIONAL: da concepção à aplicação de um instrumento
BRUNA DAMASCENO MARQUES, EVANDRO CESAR NATIVIDADE DE SOUSA, JESSICA FERNANDA GALDINO OLIVEIRA, JULLIANA SANTOS ALBUQUERQUE RIBEIRO, KARINA BARROS LOPES, VICTOR ASSIS PEREIRA DA PAIXÃO, MARIA CLARA COSTA FIGUEIREDO

A ENFERMAGEM COMO FERRAMENTA ORGANIZACIONAL: da concepção à aplicação de um instrumento

Autores: BRUNA DAMASCENO MARQUES, EVANDRO CESAR NATIVIDADE DE SOUSA, JESSICA FERNANDA GALDINO OLIVEIRA, JULLIANA SANTOS ALBUQUERQUE RIBEIRO, KARINA BARROS LOPES, VICTOR ASSIS PEREIRA DA PAIXÃO, MARIA CLARA COSTA FIGUEIREDO

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência, a fim de descrever a vivência dos acadêmicos de Enfermagem da Universidade Federal do Pará em construir um instrumento capaz de realizar um diagnóstico situacional do modelo assistencial vigente em Estratégias Saúde da Família (ESF), e relatar a aplicação da ferramenta em uma Unidade Saúde da Família (USF). O instrumento possibilita analisar de que forma orientam-se suas ações, promovendo a valorização de uma assistência humanizada e integral, possibilitando a autonomia do profissional na assistência em saúde e do usuário no seu autocuidado. Modelos Assistenciais podem ser descritos como a forma que se organizam e se desenvolvem os serviços de saúde de uma sociedade, padronizando o atendimento e a assistência ao usuário. O trabalho em saúde é produto de um processo influenciado por culturas, crenças e atores, diante disso, os profissionais são influenciados por esse processo e ao mesmo tempo o constroem. Todos os atores devem participar dessa construção, pois quando essa, resume-se a trabalhadores da saúde ou uma especialidade em particular, o trabalho acaba tornando-se uma obrigação e os demais envolvidos passam a reproduzi-lo, através de ações mecanizadas. Com intuito de continuar a implementar mudanças no modelo assistencial no Brasil, foi desenvolvida a políticas públicas que procuram aproximar trabalhadores, usuários e gestores para a construção e organização do SUS, e isso já vem sendo posto em prática por meio de programas como a Estratégia Saúde da Família. Apesar do desenvolvimento de políticas e programas que tenham em vista descontruir o modelo assistencial biomédico hegemônico, para predominância de um modelo baseado na humanização, que reconheça os usuários enquanto ser biopsicossocial e esteja aberto a participação social, ainda hoje encontram-se resistências a esse processo. Frente a essa resistência, deve-se desenvolver atividades junto a esses profissionais para direcioná-los a prática de um novo modelo assistencial, prestando um atendimento integral e humanizado para população. Desenvolvimento do trabalho: Os instrumentos foram divididos em 5 eixos: o primeiro eixo é sobre Acolhimento e se caracteriza pela escuta qualificada e a formação de vínculo entre usuário e equipe. O segundo eixo é a Organização do trabalho acerca das atribuições gerais e específicas de cada profissão em relação à USF. A Educação em saúde é o terceiro eixo, que diz respeito à realização de práticas educativas na atenção primária em saúde, e a percepção do profissional quanto a isso. O quarto eixo é a Ambiência, que condiz com o espaço físico e relações interpessoais e a influência desses determinantes no desemprenho das atividades. A Gestão interna é o quinto eixo, e traça perguntas em relação à admissão do profissional e a interação da equipe. Posteriormente, realizamos uma visita técnica a USF, localizada na região metropolitana de Belém, pelo turno da tarde para testar os instrumentos, entrevistando os profissionais enfermeiro e agente comunitário de saúde (ACS), com o objetivo de avaliar, corrigir e alterar essas ferramentas através da compreensão e comentários dos entrevistados, a fim de melhorar a operacionalização do questionário. Resultados e/ou impactos: O emprego do referido instrumento, que teve como finalidade a comprovação de sua fácil aplicabilidade, acessibilidade da linguagem, pontualidade dos questionamentos assim como a observação da necessidade de adequação ou acréscimo de questionamentos que surgissem durante a entrevista, e a percepção do trabalhador quanto à importância da ferramenta. Através de sua execução, obtivemos resultados positivos por parte dos profissionais entrevistados, que em momento algum demonstraram dificuldade de compreensão ou quaisquer outros problemas durante a entrevista, demonstrando e receptividade. Além dos fatores citados acima, a aplicação do instrumento permitiu identificar objeções encontradas pela equipe multiprofissional no exercício de suas atividades, tais como: carência de discussão e avaliação dos serviços assistenciais prestados, influenciando diretamente na continuidade da assistência. Além disso, todos os profissionais demonstraram insatisfação no que diz respeito a realização de atividades de educação em saúde, sendo estas inexistentes até então. Outro aspecto presente na fala da maioria dos profissionais foi a preocupação com a eficácia do cuidado prestado que pode ser prejudicada pela ausência de planejamento das atividades em conjunto. Ainda como uma insatisfação dos profissionais, o grupo aplicador identificou a preocupação dos profissionais a respeito do exercício de suas competências devido ao treinamento inadequado que receberam-segundo eles-, demonstrando muitas vezes inaptidão em suas atividades. Uma fala que predominou no discurso de todos os profissionais foi a escassez de materiais de uso ambulatorial, EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual), carência de serviços de telefonia e rede de internet para uso dos sistemas de informação do Sistema Único de Saúde.Dessa forma, o modelo assistencial torna-se incapaz de gerar resultados satisfatórios, sendo influenciado negativamente pelos seguintes elementos: treinamento ineficaz para apreensão de competências e habilidades, comunicação ineficiente entre a equipe multiprofissional e precariedade de recursos materiais e ausência de educação em saúde.Entretanto, de forma positiva os seguintes elementos foram encontrados: comprometimento dos profissionais com o serviço e com os utentes, vinculo altamente satisfatório entre os sujeitos da assistência (usuário e profissional), ambiência adequada, cordialidade, concordância e flexibilidade entre a equipe e competências exercidas conforme lhes é recomendado. Percebeu-se que os entrevistados demonstraram interesse na possível futura aplicação do instrumento na unidade, cujo objetivo seria o diagnóstico situacional da organização do modelo assistencial de uma USF, através da visão não somente desses profissionais, mas, de todos que compõem a USF, a fim de corrigir possíveis não conformidades promover a qualidade da assistência prestada. Considerações finais: Antes de se conhecer a Gestão e Organização no serviço de enfermagem propriamente ditas, muitas vezes são usadas ferramentas, conceitos e abordagens destas aéreas de forma empírica, porém quando se conhece a base científica e os fundamentos, inicia-se outro olhar, que outrora era inexistente, começa-se o empoderamento da visão gerencial, muda-se a percepção, associando a técnica da assistência para obter um resultado de excelência. Conclui-se que os instrumentos de coleta construídos, não só refletem o objetivo deste trabalho, que seria o levantamento da situação da ESF, para uma posterior proposta de intervenção, como promovem subsídios para pontuar os pontos fracos e fortes, o que está sendo feito, de que maneira, por quem e onde, a fim de conhecer a realidade da Unidade, que pode ser facilmente usado em outros níveis da atenção, como também proporciona grande reflexão sobre competências, deveres e direitos dos profissionais de saúde e futuros profissionais. Ressalta-se que embora a mudança de modelo assistencial pareça distante, cada vez que um enfermeiro de conscientiza da necessidade de um olhar integral e se permite outras possibilidades dentro do serviço, ganha-se uma batalha contra o sucateamento da saúde, a imperícia, imprudência e negligência no atendimento. Quando entende-se que precisamos de profissionais treinados, comprometidos, motivados e reconhecidos, compreende-se que há ferramentas para isso.