274: A arte não consiste mais em um objeto para você olhar, achar bonito, mas para uma preparação para a vida.Lygia Clark
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: Tenda Saúde Fazendo Arte    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
2772 Enfermagem com música: uma experiência acadêmica salutar e prazerosa
Sarah Regina Aloise, Gilsirene Scantelbury de Almeida, Antonio Marcos Silva da Gama, Evellyn Maria Pereira da Silva Oliveira, Marcos Vinícius Sena Souza, Wolfgang Lucas Silva de Paula, Adrielle Yasmine Maciel Ramos

Enfermagem com música: uma experiência acadêmica salutar e prazerosa

Autores: Sarah Regina Aloise, Gilsirene Scantelbury de Almeida, Antonio Marcos Silva da Gama, Evellyn Maria Pereira da Silva Oliveira, Marcos Vinícius Sena Souza, Wolfgang Lucas Silva de Paula, Adrielle Yasmine Maciel Ramos

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência sobre a vivência de acadêmicos do curso de Enfermagem no projeto “Cuidando com Canto”. O objetivo do trabalho é descrever a experiência de inserir a música no cotidiano acadêmico voltado à área da saúde. Desenvolvimento: O projeto “Cuidando com Canto” constitui-se de um coral composto por estudantes de enfermagem, nascido a partir de uma inquietação em proporcionar momentos de lazer e relaxamento aos discentes. Os encontros ocorrem uma a duas vezes por semana, no intervalo entre os turnos matutino e vespertino no ambiente da academia. Instrumentos como violão, cajón e teclado são tocados pelos próprios alunos. As apresentações são realizadas em ambiente acadêmico, comunitário e hospitalar e voltadas ao público de qualquer faixa etária. Conforme o ambiente e o público-alvo, o grupo destaca pontos importantes a serem considerados e escolhidos de forma conjunta: estilo, melodia e letra das canções.   Em enfermarias, por exemplo, optamos por músicas que transmitem tranquilidade, conforto. Já em aberturas de eventos científicos são selecionadas canções alegres, otimistas. A atividade conta com o apoio de professores e discentes do curso de música. Estimula o esforço individual e trabalho em equipe, favorecendo a integração entre professores e acadêmicos de diferentes períodos e cursos. Ademais, gera sentimento de bem-estar do corpo, mente e alma. Contribui, assim, para a promoção, prevenção e até mesmo reabilitação da saúde, em âmbito individual e coletivo.  Impactos: conforme relato dos integrantes, o coral levou à diminuição de estresse, conforto respiratório, melhoria no desempenho de atividades, sentimento de bem-estar e maior confiança em si e autoestima. Estimula a expressão daquilo que cada um tem de melhor.  Considerações finais: o projeto contribui para um dia-a-dia mais saudável e alegre. É de suma importância na unidade acadêmica, considerando que é preciso sentir-se bem para prestar cuidados ao outro.

3719 UMA ANÁLISE SOBRE O PRECONCEITO E A DISCRIMINAÇÃO COM ADOLESCENTES E JOVENS INTEGRANTES DA CULTURA HIP HOP NA CIDADE DE MANAUS
Marlucia dos Santos Silva

UMA ANÁLISE SOBRE O PRECONCEITO E A DISCRIMINAÇÃO COM ADOLESCENTES E JOVENS INTEGRANTES DA CULTURA HIP HOP NA CIDADE DE MANAUS

Autores: Marlucia dos Santos Silva

RESUMOAPRESENTAÇÃO Este trabalho faz uma análise sobre o preconceito e a discriminação com  adolescentes e jovens integrantes da cultura Hip Hop na Cidade de Manaus, mostra a importância da atividade no meio social que se justifica na atuação com projetos para divulgar e difundir a cultura, a atenção de novos olhares não significa uma manifestação da aceitação efetiva dos adolescentes e jovens que praticam o Hip Hop. A permanência do preconceito e da discriminação pelo poder público e autoridades não favorece os seus anseios e da família, seja pela falta de conhecimento ou afastamento, que geram a exclusão social. Buscamos explicar esse cotidiano nas periferias e o que fazem pra manter as práticas, mesmo sendo evidente que são muito pouco aproveitadas para a política cultural do Estado.O objetivo geral desta pesquisa foi analisar os fatores que contribuem para a perpetuação do preconceito com adolescentes e jovens que praticam a cultura Hip Hop na cidade de Manaus.METODOLOGIA A metodologia foi elaborada com estudos em fontes bibliográficas como: artigos, revistas e sítios de internet. A observação e interação do pesquisador em contato direto com o objeto de modo participativo. Os dados foram coletados através de pesquisa de campo com formulário de entrevistas, de modo qualitativo e quantitativo. As técnicas utilizadas para a coleta foram: A entrevista, aplicadas aos adolescentes e jovens que praticam Hip Hop na cidade de Manaus, o universo da pesquisa teve o total de (6) pessoas entre adolescentes e jovens, em zonas da cidade, nos locais de treinos e Associações de Hip Hop. A pesquisa foi realizada em quinze (15) meses a partir de março de 2015 a maio de 2016. RESULTADOS Os resultados da pesquisa através dos dados constatam a existência do preconceito e discriminação, as formas de enfrentamento dos sujeitos com a resistência em seus próprios projetos, participação, contribuição e resgate social no combate a violência, ao convívio social e familiar através da cultura Hip Hop na sociedade. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em relação à existência do preconceito analisamos que ainda continuam mesmo com aspectos diferenciados geram a discriminação, permeando as relações e gerando conflitos e alternativas para o enfrentamento. Como expressão artística e cultural o Hip Hop com adolescentes e jovens habitantes de Manaus/AM, sobrevivem com o movimento de resistência social, sem a preocupação do Estado para a inserção dos jovens em atividades inclusivas. Faz-se a reflexão sobre a importância da Cultura Hip Hop, a contribuição para sociabilidade dos adolescentes e jovens como uma aproximação maior com a família e a sociedade, a inclusão por meio da cultura, e ainda não têm despertado o interesse maior do poder público como uma ação transformadora da realidade na periferia e um acesso maior dessa atividade em programas e projetos culturais valorizando essa população.

5016 Pet Gradua SUS (paródia da música "Exagerado")
Sofia Barcelo Oliveira, Juliana Karine Siqueira Leite, Pedro Toteff Dulgheroff

Pet Gradua SUS (paródia da música "Exagerado")

Autores: Sofia Barcelo Oliveira, Juliana Karine Siqueira Leite, Pedro Toteff Dulgheroff

Pet gradua SUS  Daqui até a eternidade  Por mais vivência e prática  Na universidade É universal, é integral  Melhor que seja sempre assim Bóra fazer isso crescer No universitário  É o PET SUS  Pra reafirmar  A Medicina vem cantar  Fazer um trabalho integrado  Comando único, é popular  O sistema funciona em rede E o regime é baseado  Na eqüidade  Pelo PET vamos juntos  Pra trabalhar, pra melhorar  Até nas coisas mais banais Mudar agora ou nunca mais É o PET SUS  Pra reafirmar  A Medicina vem cantar  Fazer um trabalho integrado   Pet gradua SUS  Daqui até a eternidade  Por mais vivência e prática  Na universidade É universal, é integral  Melhor que seja sempre assim Bóra fazer isso crescer No universitário  É o PET SUS  Pra reafirmar  A Medicina vem cantar  Fazer um trabalho integrado  Comando único, é popular  O sistema funciona em rede E o regime é baseado  Na eqüidade  Pelo PET vamos juntos  Pra trabalhar, pra melhorar  Até nas coisas mais banais Mudar agora ou nunca mais É o PET SUS  Pra reafirmar  A Medicina vem cantar  Fazer um trabalho integrado   Pet gradua SUS  Daqui até a eternidade  Por mais vivência e prática  Na universidade É universal, é integral  Melhor que seja sempre assim Bóra fazer isso crescer No universitário  É o PET SUS  Pra reafirmar  A Medicina vem cantar  Fazer um trabalho integrado  Comando único, é popular  O sistema funciona em rede E o regime é baseado  Na eqüidade  Pelo PET vamos juntos  Pra trabalhar, pra melhorar  Até nas coisas mais banais Mudar agora ou nunca mais É o PET SUS  Pra reafirmar  A Medicina vem cantar  Fazer um trabalho integrado     

5244 USO DA MUSICOTERAPIA COM USUÁRIOS DE UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
TAIS PEREIRA DA COSTA, Juliette Nobre dos Santos Silva de Lima, Karina Faine da Silva Freitas

USO DA MUSICOTERAPIA COM USUÁRIOS DE UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Autores: TAIS PEREIRA DA COSTA, Juliette Nobre dos Santos Silva de Lima, Karina Faine da Silva Freitas

Apresentação: Por muito tempo, pessoas portadoras de doenças mentais, tiveram suas vidas limitadas e baseadas em maus tratos, violência e estigma social, que os levaram a uma marcante, permanecendo inclusive nos dias atuais, exclusão social, além da perda de dignidade e identidade. Nesse contexto, ressalta-se a importância da música para o ser humano, uma vez que ela é inerente à própria constituição humana, havendo registros muito antigos de sua presença em praticamente todas as culturas, inclusive as mais primitivas. Desta forma, o trabalho objetiva relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem durante a utilização da terapia musical com usuários de um Centro de Atenção Psicossocial. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, vivenciado por acadêmicas de enfermagem cursando o quarto semestre de graduação do curso de enfermagem da Universidade Federal do Pará, através da atividade curricular enfermagem em saúde mental. A ação foi realizada em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPs), localizado na cidade de Belém-PA, durante o mês de fevereiro de 2016.Os encontros aconteceram em dois momentos, primeiramente houve o encontro para a confecção dos instrumentos que seriam utilizados pelos usuários, para tal, foram previamente reunidos os materiais necessário (latas, E.V.A., tecidos, cola, pedras pequenas, fitilhos), durante o primeiro encontro, as acadêmicas atuaram como facilitadoras auxiliando os usuários a confeccionar seus próprios instrumentos – chocalhos e tambores – e máscaras de carnaval. O último encontro foi a realização de um baile de carnaval para usuários e colaboradores do CAPs, onde as acadêmicas interagiram com os usuários por meio de marchinhas de carnaval, com o auxílio do violão e dos instrumentos confeccionados. Resultados: As ações permitiram uma completa interação entre estudante e usuário, permitindo às acadêmicas uma nova perspectiva sobre pacientes portadores de doenças mentais. Observou-se que através da ludicidade da música, os pacientes sentem-se mais acolhidos, e experimentam um espaço para externalizar emoções como raiva, tristeza, alegria e sentimento de relaxamento. A confecção dos próprios instrumentos, trouxe aos pacientes o sentimento de empoderamento e o entusiasmo por poder ver e experimentar o resultado dos seus próprios trabalhos. Nessa perspectiva, evidenciou-se a importância da utilização de terapias que permitam a livre expressão dos usuários. A terapia musical propiciou a produção de subjetividades nas acadêmicas, que perceberam as possibilidades do lúdico da música como um recurso tanto no âmbito do cuidado quanto no ensino de enfermagem. Considerações Finais: Por tratar-se de uma terapia de baixo custo, não invasiva e não medicamentosa, a experiência da musicoterapia apresenta-se como um recurso que reduz o estresse, uma vez que que esta prática terapêutica alivia dores psíquicas a partir do espaço lúdico de valorização a vivência dos usuários e de suas escolhas de forma dinâmica, divertida e terapêutica. A Musicoterapia torna-se uma ferramenta de enfretamento do sujeito diante da tristeza e frustrações, além de ser uma metodologia que auxilia na introdução ou reintrodução ao convívio social

3582 IDENTIDADES E PROMOÇÃO DE SAÚDE : RELATO DE EXPERIÊNCIA DE DIÁLOGOS E OFICINAS DE TURBANTES PARA MULHERES NEGRAS EM SALVADOR-BA
Laura Augusta Almeida, Tainã Vieira Santana, Tainã Vieira Santana

IDENTIDADES E PROMOÇÃO DE SAÚDE : RELATO DE EXPERIÊNCIA DE DIÁLOGOS E OFICINAS DE TURBANTES PARA MULHERES NEGRAS EM SALVADOR-BA

Autores: Laura Augusta Almeida, Tainã Vieira Santana, Tainã Vieira Santana

Este relato de experiência busca descrever a realização de edições de rodas de conversas e oficinas de turbantes como ações de promoção da saúde, por integrantes da Rede Dandaras em Salvador-BA. Ao enxergar promoção de saúde como o fortalecimento da capacidade individual e coletiva de transformar condições de vida e o lidar com a multiplicidade dos determinantes e condicionantes da saúde, referendamos essa discussão á Czeresnia (2003) que afirma o nosso compromisso ético-político através de ações que atendam as dimensões social e existencial dos sujeitos, embasadas na ética do cuidado e empoderamento, tornando concreto o exercício da cidadania. Pensando na importância de produzir reflexões sobre os determinantes gênero e raça e de criar espaços de troca, onde haja implicação dos sujeitos e representatividade, a Rede Dandaras como núcleo que se propõe a  promover saúde de mulheres negras, buscou propor práticas alicerçadas no princípio da integralidade da atenção, através de articulações intersetoriais, compreendendo saúde para muito além de ausência de doença. Foram realizadas quatro intervenções voltadas para esse propósito: A primeira ocorreu em Junho, no Instituto Mídia Étnica, a outra em Julho, na Biblioteca Comunitária Zeferina Beiru e as últimas ocorreram em  novembro e dezembro no CAPS-AD Gregório de Matos. Participaram dessas oficinas, trabalhadoras do SUS e usuárias em sua maioria, eram mulheres jovens e negras. Durante a realização das oficinas foram observadas às repercussões na percepção da autoimagem, a intensificação do pertencimento racial, o reconhecimento da história e a formação de laço social e identificação entre as mulheres. A construção e fortalecimento da identidade negra é entendida como uma tentativa de retorno ao passado histórico, afirmação da diferença e da pertença étnico-racial (Hall, 1997; Woodward, 2000).  Sendo assim, a reconstrução de costumes, crenças, indumentárias e tradições africanas torna-se referencial para o trajeto da busca de identidades coletivas e individuais. As oficinas de turbantes, portanto, se apresentam como práticas possíveis para promoção da saúde e promoção da cidadania, construindo um espaço de formação e integrando saberes no diálogo entre saúde, identidade e política, favorecendo as profissionais envolvidas, a ampliação do seu olhar para o conceito de saúde

3869 O desenvolvimento da Palhaçoterapia em um hospital no interior da Amazonia.
Zonilce Brito Vieira, Teógenes Luiz Silva da Costa, Vanusa Ferreira Marques

O desenvolvimento da Palhaçoterapia em um hospital no interior da Amazonia.

Autores: Zonilce Brito Vieira, Teógenes Luiz Silva da Costa, Vanusa Ferreira Marques

Apresentação: O Projeto Trupe Só Riso é formado por voluntários denominados “Doutores Besteirologistas” que utilizam-se da palhaçoterapia para amenizar os sofrimentos vivenciados pelas crianças dentro do ambiente hospitalar. Trata-se de um relato de experiência da participação nos plantões realizados durante o ano de 2016 na oncologia pediátrica do Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém Pará. Desenvolvimento do trabalho: A atuação dos voluntários ocorreu aos domingos no período da manhã, em que iam caracterizados de doutores/palhaços (Besteirologistas). A visita nos quartos, acontecia sempre em dupla ou grupo, não sendo permitido a realização de visita apenas com um integrante, tendo em média 40 minutos de duração. No quarto, frente ao paciente eram desenvolvidas atividades como: dança, canto, mímica, leitura, e outras brincadeiras, que poderia ou não envolver tanto a criança como também seu acompanhante. Utilizou-se materiais lúdicos e principalmente a comunicação visual, considerando e respeitando os limites e particularidades de cada paciente. Ressalta-se que todos os integrantes do projeto, eram registrados e imunizados, seguindo todo um critério de biossegurança e ética dentro do hospital. Resultados e/ou impactos: Os primeiros plantões nos trazem uma mudança de paradigmas, com reflexões sobre o quanto um sorriso, mimica improvisada, gesto corporal, ou até mesmo um coração feito com os dedos através do vidro, é capaz de amenizar a dor de uma criança, que muitas vezes em prantos por conta de tudo o que vivencia no dia a dia: coletas sanguíneas, aplicação de medicamentos e outros, assiste aquele pequeno gesto como sendo um espetáculo. Fazer saúde não é apenas tratar a doença com medicamentos, é preciso tratar a alma, o espirito e quando se trata de crianças, precisamos despertar, preservar o” ser criança”, e tentar não deixar a patologia roubar um momento tão importante na vida de um indivíduo. O papel da arte na saúde é fundamental, ele nos faz viajar para um mundo colorido, de esperança e cura. Considerações Finais: O Projeto Trupe Só Riso, considera a palhaçoteria como uma prática complementar ao processo de recuperação e promoção da saúde. É preciso expandir esta arte a outros locais como unidades básicas, hospitais municipais, pensando sempre em oferecer um serviço humanizado que considere o indivíduo em sua integralidade.

818 ITINERÁRIO TERAPÊUTICO FAMILIAR: CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DE IDOSOS ACERCA DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA.
Yara Nayá Lopes de Andrade Goiabeira, Bruna Karolayne Lima Santos, Sara de Sousa Silva, Jaciara Rocha Santos, Antônio Sávio Inácio, Isaura Letícia Tavares Palmeira Rolim, Ana Márcia dos Santos Coelho, Érika Ferreira Tourinho

ITINERÁRIO TERAPÊUTICO FAMILIAR: CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DE IDOSOS ACERCA DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA.

Autores: Yara Nayá Lopes de Andrade Goiabeira, Bruna Karolayne Lima Santos, Sara de Sousa Silva, Jaciara Rocha Santos, Antônio Sávio Inácio, Isaura Letícia Tavares Palmeira Rolim, Ana Márcia dos Santos Coelho, Érika Ferreira Tourinho

Introdução: A relação dos processos saúde-doença e cultura tem se tornado um tema bastante discutido pelos profissionais de saúde. Percorrer os caminhos que os idosos traçam para obtenção de cura é uma experiência cheia de diversidades culturais que possibilita conhecer o itinerário terapêutico que cada um cria ao longo da jornada de vida. Existem inúmeros tipos de assistência no cuidado e diversos fatores utilizados para diferenciação da diversidade de tratamento utilizados por uma determinada comunidade. Assim, o itinerário terapêutico consiste em caminhos percorridos para a cura, que vem sendo estudado para a compreensão dos caminhos traçados por diferentes tipos de faixas etárias. Objetivo: Analisar o itinerário terapêutico dos idosos residentes no Parque das Palmeiras, no município de Imperatriz-MA. Metodologia: Trata-se de um estudo analítico transversal, realizado por meio da aplicação de um formulário, no período de agosto a setembro de 2016. A população participante do estudo foram 15 idosos cadastrados em uma Unidade Básica de Saúde do município. Resultados: Quanto ao perfil sociodemográfico foram: pacientes predominantemente do sexo masculino (60%), inseridos na faixa etária de 60 a 80 anos, de cor parda (46%), com o ensino fundamental incompleto (53%), de religião católica. Quanto aos itinerários terapêuticos: 33% afirmaram acreditar que a causa de seu adoecimento decorre dos efeitos do alcoolismo e/ou tabagismo. Um percentual semelhante foi encontrado em relação às causas decorrentes da idade, com 33%. Observou-se, que a grande maioria dos idosos participantes procuram os serviços de saúde tradicionais para tratamento de suas doenças, obtendo uma predominância de 67%. Aqueles que procuram atendimentos caseiros e populares bem como a automedicação são a minoria (33%). Destes, cerca de 87% procuram atendimento na rede pública de saúde, outros 13% recorrem à rede privada. Além do atendimento tradicional, 33% dos idosos procuram cuidados caseiros como forma de tratamento, dentre estes os mais utilizados são os citados como benzedeiras, chás, banhos de ervas e plantas (33%), práticas religiosas (20%) grupos de apoio familiar e amigos (14%). Quanto à caracterização sobre a opinião dos participantes em relação ao atendimento recebido nos serviços de saúde, 73% relataram estar satisfeitos com o atendimento recebido. Também foi possível observar que 70% dos idosos consideram o atendimento realizado pelos profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, etc.), como de maior importância na recuperação e tratamento de sua doença. Considerações finais: Existem múltiplos caminhos traçados por essa faixa etária em relação aos cuidados em saúde, distinguindo as diferentes dimensões sociocultural do cuidado. Observou-se que o itinerário terapêutico de primeira escolha entre os idosos participantes do estudo está centrado na procura dos serviços formais de saúde, em especial o profissional médico. Constataram-se ainda outros caminhos, como os cuidados caseiros e a própria automedicação. No entanto, esse caminho tem menor influência e pouco uso para esses indivíduos. Assim, é indispensável que haja uma visão holística e eficaz diante dos profissionais de saúde, buscando instruir os idosos aos procedimentos corretos de uma assistência em saúde, mas não desprezando seus conhecimentos culturais em relação à cura. 

404 SAÚDE COLETIVA NO CAMINHO DAS ÁGUAS: RESIDENTES E A (RE)LEITURA DOS CONTRASTES TERRITORIAIS DE RECIFE COMO FONTE CRÍTICA DE POESIA
MIKAEL LIMA BRASIL, RAFAELLA MIRANDA MACHADO, ROBSON DA COSTA GALVÃO, JOÃO PEDRO SOBRAL NETO, NAYARA RANIELLI DA COSTA, FRANCISCO JAIME RODRIGUES DE LIMA FILHO, MAURICÉA MARIA DE SANTANA

SAÚDE COLETIVA NO CAMINHO DAS ÁGUAS: RESIDENTES E A (RE)LEITURA DOS CONTRASTES TERRITORIAIS DE RECIFE COMO FONTE CRÍTICA DE POESIA

Autores: MIKAEL LIMA BRASIL, RAFAELLA MIRANDA MACHADO, ROBSON DA COSTA GALVÃO, JOÃO PEDRO SOBRAL NETO, NAYARA RANIELLI DA COSTA, FRANCISCO JAIME RODRIGUES DE LIMA FILHO, MAURICÉA MARIA DE SANTANA

A Saúde Coletiva traz perspectivas que rompem os paradigmas ortodoxos dos modelos decisórios em Saúde Pública e levanta uma nuance social das relações profissional-ambiente de cunho humanístico, abarcando diversos saberes ao seu campo de trabalho, entre eles a Geografia e suas representações nas relações que se estabelecem nos distintos espaços. Estas, permeadas por mecanismos de poder que interferem substancialmente nas práticas dos profissionais sanitaristas e implicam no processo saúde-doença. Assim, este trabalho se delineia pelo objetivo de refletir contrastes territoriais vivenciados por residentes em Saúde Coletiva no caminho percorrido pelas águas do rio Capibaribe, Recife-PE. Logo, esta experiência vem contar, de forma sucinta, o desenvolvimento de uma das aulas da disciplina Território e Saúde do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva do Instituto Aggeu Magalhães – FIOCRUZ-PE a bordo do catamarã com fins compreender os contrastes socioespaciais que configuram a cidade e produzem reflexos na condição de vida e necessidades de saúde da população. Para tanto, a poesia foi encontrada como alternativa para sustentar as palavras que aqui são delineadas e funcionou como a produção da vivência dos residentes naquele local: TERRITÓRIO QUE PULSA VIDA: O que fomos naquele espaço encontrar / Sabores de cultura deliciar / Em versos fomos convidados a conhecer / Paisagens que a vida veio conceber / Lugares que trouxeram, sem falar, histórias / Reproduzidas pelas potências de suas memórias / Conhecemos pontes que emanam poesia / Vimos trabalhadores em sua função com maestria / Encontramos imagens que trouxeram singularidades / Muitas vezes, permeadas por desigualdades / Nossos olhos enxergaram territórios de poder / Fortes relações para refletir um reviver / Críticas se fundamentaram também em obrigados / A vista pela qual fomos agraciados / Assim temos novas perspectivas para o território / Pois nele a saúde e a poesia se fazem em saber notório. Portanto, na perspectiva de um olhar sistemático para a estrutura que possui construção histórico-cultural em uma ótica de reflexões sobre o território, observou-se que as nuances produzidas pelas potencialidades do ambiente são fundamentais para que as práticas de profissionais sanitaristas se considerem a partir do espaço para os quais as políticas públicas e o planejamento das ações de saúde irão se direcionar, encarando o campo como um sistema vivo e o seu (re)conhecimento como ponto fundamental para a práxis em Saúde Coletiva.

1192 Os coletivos atuais e suas novas formas de resistência: o que pode um corpo político?
Ana Lúcia Silva, Laura Camargo Macruz Feuerwerker

Os coletivos atuais e suas novas formas de resistência: o que pode um corpo político?

Autores: Ana Lúcia Silva, Laura Camargo Macruz Feuerwerker

Com Guattari aprendi que militar é agir. Com Foucault aprendi que não é preciso ser triste para ser militante. E com a vida, aprendi que ela só pode reivindicar esse estatuto se for permanentemente reinventada e vivida na provisoriedade de um ardente pôr-do-sol. Pensar outros possíveis para a vida! Eis o convite que Deleuze nos faz. É partindo, inicialmente, desses pensadores, que tenho experimentado um modo de produzir encontros pela cidade de Belém (PA), em um exercício cartográfico dos novos coletivos de resistência, arte e cuidado de si, para atender à pergunta desse estudo: o que pode um corpo político? Assim, cartografar os modos de vidas desobedientes e inventivos e que apostam na dimensão ativa da vida, em suas manifestações políticas, estéticas, poéticas e afetivas. Essa experimentação cartográfica é parte da pesquisa de doutorado em curso, um fragmento do campo em acontecimento. Apresenta um pouco do percurso da aprendiz de cartógrafo pela cidade e o encontro com o coletivo de Slam “Dandaras do Norte”. Um fragmento das descobertas possibilitadas pelas andanças pelas ruas, praças, vielas e bairros, e as conexões existenciais com o mundo da poesia periférica, marginal, com a língua menor. Essa pesquisa teve como disparador o movimento que ficou conhecido como as ocupações nas escolas, que ocorreram nas universidades de todo o Brasil, em meados de 2016. Esse acontecimento se constituiu como uma inquietação que nos permitiu lançar um olhar, e o corpo vibrátil, para alguns coletivos que também ocupavam os espaços públicos na cidade de Belém, pressionando a Câmera Federal dos Deputados (Brasília-DF) para que se posicionasse contrária à PEC 55. Foram recolhidos alguns efeitos desse movimento e que reverberam até hoje e, sobretudo, o que dele emergiu, reverberou e produziu outros coletivos de resistência, arte e cuidado de si. Dentre os coletivos de inquietude frente a esse modelo de governança, de assepsia da cidade, de vida fascistas, está o Slam “Dandaras do Norte”, com suas batalhas de poesia, saraus políticos e poéticos, desobediência e cuidado de si. Como ferramenta metodológica, a cartografia deleuziana, tem possibilitado um mergulho em vidas periféricas e poéticas, e que fazem uma militância misturada com a dança, com a poesia e com a política da amizade. Me agrada e me ativa essa conexão de vida com as vidas com as quais me encontro. A rua, nesse flanar, é minha matéria prima; nela me embriago de sentidos e o mundo se torna muito mais intenso. É na rua que capto e cato palavras, histórias, devires. Chego em casa abarrotada de “coisas” e de desejo de escrever o que os olhos, o corpo captou e que não para de passar. Como ser de passagem, chego a ficar exausta de tanta querência de vida! Tenho pensado que o cartógrafo é um poeta. Assim como a cartografia rima como poesia, enamora a poesia, ou mesmo, mora na poesia. Quando penso no cartógrafo como poeta, não necessariamente penso no sujeito que escreve poesias, declama poemas ou coisa do gênero, sou tomada também pelo aspecto andarilho deste, nômade. Me parece que cartografar também é andar, circular, flanar, se deslocar, e daí vem o “resto”. É nas andanças, des(encontros), des(encantos), solidão, multidão, que parte da alquimia acontece, que os corpos e as coisas se cruzam, se visibilizam ou inviabilizam, falam ou calam, se transmutam. Então, cartografia, nesse sentido, é uma espécie de alquimia, cujo um dos elementos é a poesia. Embora saiba que estou imersa em um coletivo de mulheres feministas, as quais me identifico, venho me dedicando a lançar um olhar aos modos como elas desmontam os discursos e práticas homogêneas por meio da poesia, da batalha de poesia, da grafitagem, da música, da discotecagem, da dança, do brechó, do café com pupunha, que é um momento de bate papo dentro do Slam, dos encontros. Isso tem sido, para mim, uma potente descoberta. Encontro não só com elas, mas também comigo, com minhas batalhas, alegrias e poesias. É um encontro com as forças desarmadas, com uma política da amizade, com a produção de um cuidado de si e de resistência ridente, em meio a capturas. Cartografar o movimento do Slam é lançar-se não só no “bonde” da poesia falada, mas também no bonde das feministas, no bonde das mães que declamam com seus filhos nos braços, ou que os deixam sob os cuidados de outras mulheres, e também do pai, vizinhos ou familiares. É também lançar-se no bonde de mulheres que têm no Slam um espaço não só de encontro com as outras manas, mas também consigo, com sua atuação no mundo, encontros e desencontros, consensos e dissensos, conhecer e se reconhecer. Falas como: aqui no Slam eu me sinto inteira, ou aqui eu posso dizer o que eu não tenho coragem de dizer nem em casa, aqui eu posso dizer o quanto é foda ser mãe solo, posso até dizer até que não gosto de ser mãe, são comuns e carregadas de emoção Assim, algumas vêm e colam; outras não colam; ou “colam com os manos”, o que provoca tensões, pois há uma reivindicação por poder evidente, um desejo de fortalecimento do coletivo, de certo que legítimo, mas que em alguns momentos perde a capacidade de se transmutar em potência. Esse é um aspecto que ainda está em processamento e elaboração. A batalha de poesia Slam Dandaras do Norte já está na sua 7ª edição, e a cada nova batalha, novas desaprendizagens, novas experimentações, novas roupagens, delas e minhas. Elas são multicor, são black, pardas, altas, baixas, agudas, graves, e gravam seus poemas-denúncias nos espaços por onde circulam. Seus corpos são inscrições de afeto, auto retrato, sofrimento e amor. É impossível não se deixar cartografar? Elas simplesmente te invadem! Cada uma a seu jeito, e cada uma chega de um jeito, numa espécie de dança, batuque, truque, poesia subversiva e intensiva. Bem sei que cada uma é uma multidão, mas tenho me perguntado: o que habita essa multidão? Como se desloca, desdobra, desfaz o tanto de sofrimento que contém seus versos? Como rimam poesia com anarquia? São inquietações e descobertas potentes de uma pesquisadora que aposta em uma vida ridente. E, em meio aos acontecimentos e a tessitura dessa carto(grafia), ao acompanhar as manas do norte, me conecto com o presente, com o imediato, mas também me ausento, me ressignifico, produzo memória e reflito sobre esse dentro-fora, presente-passado-futuro, que não para de passar e produzir modos outros de ressistir.

2053 SABER EM FILOSOFIA E A ENFERMAGEM: uma síntese poética
Leidy Dayane Paiva de Abreu, Germana Maria da Silveira, Gislanny Rodrigues Oliveira, Aretha Feitosa de Araújo, Ana Hirley Rodrigues Magalhães

SABER EM FILOSOFIA E A ENFERMAGEM: uma síntese poética

Autores: Leidy Dayane Paiva de Abreu, Germana Maria da Silveira, Gislanny Rodrigues Oliveira, Aretha Feitosa de Araújo, Ana Hirley Rodrigues Magalhães

Apresentação: Ao longo dos séculos a reflexão filosófica vem tecendo uma história de contribuição ao progresso do pensamento humano cuja finitude deste processo é indizível. Gostaríamos de salientar, que o exercício filosófico é um dos caminhos que possibilita a busca de apreensão da totalidade da realidade concreta e que, neste processo, traz consigo as questões teóricas e práticas do objeto de investigação do pesquisador. Ressaltamos que temos uma pequena caminhada de aproximação com a Filosofia, apesar disso, percebemos o quão imprescindível torna-se nosso envolvimento com a mesma. Logo, existem dificuldades encontradas em avançar nas questões mais complexas que se apresentavam em relação ao seu desenvolvimento, e encontramos na poesia suportes fundamentais para amenizar o difícil caminhar de pesquisadores iniciantes. A poesia elaborada traz uma reflexão filosófica, assumindo papel relevante, pois contribui para a apreensão dos múltiplos fatores que envolvem a enfermagem e a ciência. Logo, a síntese poética objetiva promover uma reflexão por meio da descrição em versos sobre a importância da Filosofia para a formação do estudante do doutorado do Programa de Pós-Graduação Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde - PPCCLIS da Universidade Estadual do Ceará – UECE de forma dinâmica e lúdica. Desenvolvimento do trabalho: apresentamos como traçar metodológico uma síntese poética recitada na disciplina de Tópicos Avançados em Filosofia do curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde da UECE no primeiro semestre de 2017.Com este propósito, buscamos nas reflexões baseadas nas discussões durante as aulas e aprofundadas em leituras complementares, questões que nos embasem sobre o tema, focando a importância dessa compreensão para a pesquisa científica em enfermagem. Resultados e/ou impactos: Na poesia foi possível descrever em versos a epistemologia, o homem e a postura dogmática, vivência, ciência, a tese geral, conhecido científico, programa e estratégia, o conhecimento sensitivo, o conhecimento hermenêutico, a linguagem, o erro, ensaios, e as metaverdades, a lógica e o método. Descrevemos a história da Filosofia vem numa caminhada apaixonante. Essa epopeia deixa marcas profundas em nossa cultura e em nossa língua. Mesmo em nossas conversas cotidianas ou em nossas leituras de jornais e revistas, deparamo-nos com termos forjados pela Filosofia: conceito, gnose, maiêutica, hermenêutica, dialética, fenomenologia, análise, teoria, e é isso que a síntese poética apresenta. Para a Enfermagem a Filosofia contribui para a elaboração de pensamento científico e consciência crítica capaz de levar os níveis de reflexão que vislumbrem caminhos de superação de nossas limitações, em um processo constante de construção e reconstrução do conhecimento com uma finalidade consciente, além de instigar questionamentos sobre a atual situação da profissão estimulando participação ativa nas questões que nos envolvem. O intuito da construção de uma poesia é poder repassá-la não somente para o ambiente acadêmico, mas apresentá-la para a comunidade, logo o trabalho científico é um trabalho social, serve sempre a um fim socialmente proposto. Na formação do enfermeiro pesquisador, faz-se necessário criar meios que propiciem, ao mesmo tempo, a compreensão das finalidades da execução do trabalho científico enquanto um processo histórico e nele está inserido o desenvolvimento, a criação contínua da razão pelos fins propostos, alcançados, superados e, a seguir, substituídos por outros que se originam da consciência de terem sido superados os anteriores. São as finalidades que estimulam o homem, enquanto ser social, a orientar suas descobertas, e um dos caminhos para o desenvolvimento deste trabalho pode ser encontrado no respaldo teórico na ciência filosófica, sempre na busca de retorno do que foi apreendido e construído para a sociedade. Considerações finais: Portanto, o intuito deste trabalho não é o de indicar o caminho para uma compreensão filosófica em enfermagem, ou de oferecer uma receita do uso das correntes filosóficas, mas apontar para uma reflexão sobre a importância das contribuições que a Filosofia nos oferece por meio da poesia, uma ferramenta metodológica que pode ser usada na tentativa de ampliar os horizontes do conhecimento na enfermagem. Você sabe do que eu não sei Mas eu sei do que você não sabe Eu sei que seu nome é único e singular Eu sei que você é um mundo denso e profundo Mundo de sonhos e realizações Mundo de desafios que sugere um planejamento estratégico Para superar as limitações   Você sabe e eu também sei Que a cada instante o desafio é no caminhar Nos ensaios, nas errancias Em um mundo em espiral Juntar estes vastos mundos que somos nós Misturar a experiência do que eu sei que você sabe Com o que eu sei que você não sabe Para que possamos enxergar o mundo dos significados do ser, deixando de lado o que é acidental Para assim possamos conhecer o essencial   Quando acontece o encontro do mundo que sou eu Com o mundo que é você Novos olhares e novos encontros em rede haverão de acontecer Não se feche, abra sua mente Deixe os dogmas de lado Isso é coisa do pasado Pois não existem verdade absolutas São apenas metaverdades   Eu sou um mundo novo para você! Você é meu mundo novo! Vamos juntar as mãos?! Vamos construir juntos?! O novo surge no erro O erro é o novo Ser mundo em movimento Movimento em espiral Me perguntaram qual melhor método!? De onde germinam e florescem práticas, vivências e a ciência? Respondi que na aula de filosofia aprendi Que o método surge no final   É lógica! As ciências se completam Caminham para o conhecimento intelectual Se deixam afetar pelas histórias, saberes e práticas Que emanam da análise para síntese criar De um ser único para o social Da sociedade para o individual Emana da realidade coletiva e individual, Nascendo prática intelectual   Na enfermagem não é diferente É necessário o diálogo Na busca de uma ciência eficaz e eficiente De significado De conceito De sentido Isso não é complicado Por meio da Epistemologia Isso é Filosofia!   A tarefa hermenêutica de conversação Tira o texto do estado de alienação Não se programa métodos de vida Mas se criam estratégias Porque a realidade é maior do que posso enxergar O “ser mais” das práticas e vivências Mora em mim e em você! O “ser mais” é coletivo      

405 O PROJETO REDES E SUA INTERFACE COM AS MICRO POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS, VIOLÊNCIAS E VULNERABILIDADES SOCIAIS
José de Arimateia Reis, Melissa Leite de Azevedo, Helena Fonseca Rodrigues

O PROJETO REDES E SUA INTERFACE COM AS MICRO POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS, VIOLÊNCIAS E VULNERABILIDADES SOCIAIS

Autores: José de Arimateia Reis, Melissa Leite de Azevedo, Helena Fonseca Rodrigues

Apresentação: Este resumo compreende o relato das ações, entre os anos de 2014 e 2017, do Projeto Redes Intersetoriais de Cuidado a Pessoas com Demandas e Necessidades Relacionadas ao Uso de Drogas, Violências e Vulnerabilidades Sociais / Projeto REDES, financiadas pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - SENAD, e executadas pela Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ. A execução deste projeto teve como finalidade articular redes intersetoriais de base territorial em vários níveis, desde os usuários das redes de serviços, passando também por trabalhadores e gestores dos dispositivos de prevenção, acolhimento e cuidado, nas esferas governamentais e não governamentais, municipais e estaduais, nas áreas de saúde, assistência social, educação,direitos humanos, segurança e justiça, universidades, movimentos sociais, entre outros. A partir da inserção sistemática no território de um ou mais articuladores e articuladoras sociais, por sua vez apoiados por um interlocutor regional, e também por coordenadores de território e supervisores técnicos, buscou promover a integração entre os diversos atores e serviços das redes locais, criando espaços para discussão de casos, mediação de coletivos, educação permanente, fóruns de álcool e outras drogas, incentivo a coletivos participativos, reunião com equipes nos serviços, suporte técnico, acompanhamento de casos, entre outros. Objetivo: Contribuir na organização das redes de serviços e articulação da intersetorialidade em atenção aos usuários e usuárias de álcool e outras drogas, pessoas vítimas de violências e vulnerabilidades sociais, utilizando métodos que favoreciam a integração entre áreas técnicas, para efetivação das estratégias prioritárias, apoiando processos de planejamento, monitoramento e avaliação das políticas públicas locais sobre drogas, violências e vulnerabilidades. Método: A problematização das situações enfrentadas nos territórios foi uma das principais estratégias metodológicas para o desenvolvimento de mediações, novas aprendizagens através das experiências compartilhadas e promoção de mudanças das realidades locais. Esses contextos territoriais complexos e heterogêneos eram compartilhados e discutidos por equipes reunidas no território, e também por equipes centrais em Brasília-DF e no Rio de Janeiro-RJ, compostas por áreas de coordenação e assessoria técnico-administrativas, em reuniões e encontros periódicos, para posterior definição das ofertas de intervenções técnicas, teóricas, de pesquisas e/ou de supervisão clínico-institucional a ser realizadas nos territórios. Tais ofertas eram desenvolvidas por consultores contratados, e pelos próprios supervisores, interlocutores, coordenadores de território e articuladores, e ainda pelos Centros Regionais de Referência (CRRs) implantados nos municípios junto às universidades públicas, bem como outras parcerias construídas, tais como os projetos de extensão em parceria com universidades, os projetos de inserção social, e ainda de prevenção ao uso de drogas em escolas públicas. Resultados: No período aqui descrito, a proposta central do Projeto Redes foi formar estruturas capazes de acompanhar, aprimorar e desenvolver articulação das redes intersetoriais em 54 municípios brasileiros localizados nas 05 regiões do país, um consórcio estadual e 02 Estados da federação, ampliando o olhar do cuidado ao usuário para além das necessidades de saúde, com maior efetividade desta com os demais setores (assistência social, educação, justiça, direitos humanos, audiências de custódia), e com participação de atores sociais diversos (movimentos sociais, movimentos de mulheres, operadores de segurança pública, usuários e usuárias de serviços, etc.), trazendo a construção do cuidado, da política de drogas, do acolhimento à violência e da atenção às vulnerabilidades sociais para espaços coletivos, nos quais as informações e evidências exitosas possibilitassem a concretização do exercício da cidadania, da garantia de direitos sociais, das modificações de concepções rígidas, racistas e segregatórias de minorias e segmentos sociais excluídos, assim como o fomento de tecnologias leves nos serviços, como o diálogo, o vínculo, a escuta, a troca de afetos, o acolhimento, a construção de projetos de vida junto aos usuários, entre outros. Considerações finais: Na perspectiva da mudança de paradigma nas políticas sociais, tais como a política de drogas, de prevenção e acolhimento à violências e vulnerabilidades, e superação das práticas moralizantes e repressoras, para posições mais éticas, as quais considerem os usuários de drogas e as populações excluídas em sua historicidade e seus contextos sociais, o projeto Redes construiu uma história de inovação, renovação, capilarização e oxigenação, nas diversas regiões do país onde foi implantado, possibilitando a construção de espaços horizontais para as trocas de experiências, discussão dos casos e redimensionamento da práxis nos serviços de atenção às pessoas em sofrimento decorrente do uso de substâncias psicoativas, vítimas de violência e imersas em contextos de vulnerabilidade social, de onde novas tecnologias sociais leves e dialógicas, assim como estratégias transversais de articulação e integração de pessoas, serviços e redes foram emergindo e se concretizando, numa teia que se fez e desfez, se construiu, se desconstruiu e se reconstruiu numa interface tecida com a marca da micropolítica pública, junto a processos coletivos, democráticos e igualitários. 

3124 SUBLIMAÇÃO ATRAVÉS DA ARTE
Sonia Monego

SUBLIMAÇÃO ATRAVÉS DA ARTE

Autores: Sonia Monego

Muitos artistas tem usado a arte como uma forma de sublimar suas pulsões de dor, sofrimento, entre tantos outro sentimentos. Com este trabalho pretendemos provocar reflexões sobre o trabalho “Gênesis uma tentativa de criação”, da artista plástica de Chapecó, Santa Catarina, Márcia Moreno. Ela é uma artista que está constantemente pesquisando, inovando e surpreendendo. Seus trabalhos apresentam uma potência poética que como um vulcão pode entrar em erupção a qualquer momento, liberando uma imensidade de emoções que como pulsões eclodem do inconsciente, dando espaços para a sublimação de seus desejos mais íntimos. Em seu trabalho denominado “Genesis: uma tentativa de criação”, a artista expõe na tela seus desejos, de maneira a provocar certo desconforto no observador ao mesmo tempo em que instiga a reflexão. Genesis é a origem de tudo e partindo deste contexto, podemos perceber que na obra pulsa o desejo por uma nova vida. A representação sobre o ventre deixa claro o desejo de gerar um novo ser, o desejo de ser mãe, mas que por algum motivo este sonho foi interrompido, ficando assim a dor, o corpo sofre a perda. Segundo Lacan, nos construímos nas nossas perdas, quando perdemos algo que muito desejamos, perdemos também um pouco de nós, e esse pouco é exatamente aquilo que me identifica no outro. Sobre a pele a artista deixa emergir seus desejos mais íntimos, seus sonhos e desilusões. Através da arte faz uma escritura que dura e perdura nas suas perdas. Em seu corpo há a representação de um corpo fragmentado pela pulsão. Ao utilizar à arte a artista libera suas emoções interiores e divide com o observador seus sentimentos mais profundos, como uma espécie de desabafo e compartilhamento do seu sofrimento, desta forma, parece ser mais suportável o sentimento de dor. Seguindo o pensamento de Lacan, nos construímos a partir do outro, a imagem do eu se constrói orientada por um significante do outro, desta forma, podemos perceber que Márcia se coloca, se despe, se mostra de uma forma nua e crua, cabe a cada um fazer sua leitura desta escritura. Diante a obra da artista, fica evidente o olhar questionador do observador, uma vez que o trabalho exposto mexe com seus sentimentos, atingindo assim, o objetivo de provocar reflexões no público. Partindo desta observação e análise, podemos dizer que a arte apresenta um papel fundamental no cotidiano das pessoas, e no caso da artista Márcia Moreno é por meio da arte que ela libera seus sonhos, desejos, tristeza e compartilha com os outros seus sentimentos mais íntimos.