29: Participação popular em saúde e políticas públicas: construindo agendas locais
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCF Sala Pós 02 - Anhangá    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
753 UM RELATO DE EXPERIÊNCIA: A EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COMO MEIO DE TRANSFORMAÇÃO NO PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Silvia Letícia Gato Costa, Adailton de Jesus Gomes Costa, Wilson Sabino

UM RELATO DE EXPERIÊNCIA: A EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COMO MEIO DE TRANSFORMAÇÃO NO PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores: Silvia Letícia Gato Costa, Adailton de Jesus Gomes Costa, Wilson Sabino

A Educação Popular em Saúde é uma metodologia singular para o fortalecimento da atenção básica, pois pode proporcionar aos indivíduos que nela estão envolvidos o empoderamento por meio de conhecimentos construídos coletivamente, tornando-os protagonistas de suas ações e libertando-os de opressões vivenciadas rotineiramente na sociedade. Este trabalho tem como objetivo relatar as experiências vivenciadas no curso de Aperfeiçoamento em Educação Popular em Saúde – EdPopSUS, para trabalhadores que atuam na atenção primária à saúde. Trata-se de um relato da experiência de educadores envolvidos em um projeto que foi realizado na cidade de Santarém – Pará e contou com a participação de 35 educandos e educandas, sendo 17 Agentes Comunitários de Saúde (ACS), 07 Agentes de Combate às Endemias (ACE), 07 Indígenas, 03 Técnicas de Enfermagem, 01 Técnica em Saúde Bucal e, para mediar os encontros, contou-se com a atuação de 03 educadores. Foram realizados 17 encontros, no período de maio a outubro de 2017. Nesse ínterim, realizaram-se atividades de compartilhamento de saberes e exposições de trabalhos de diferentes formas, incentivando a criatividade do educando, que tinha total autonomia para desenvolver o tema debatido. Os resultados observados foram que, de maneira lúdica, os educandos se expressaram por meio de paródias, poesias, desenhos, rimas, danças e vídeos. O convívio com os educandos trouxe mudanças significativas na forma de pensar o processo de trabalho, ressignificando saberes e práticas e contribuindo para a quebra de paradigmas. Percebeu-se que a formação trouxe um sentimento de valorização a esses profissionais que se viram como peças fundamentais para a promoção de saúde na comunidade e que a implementação desse processo, por meio da Política Nacional de Educação Popular em Saúde, aponta para mudanças objetivas que, possivelmente, fortalecerão o trabalho desenvolvido por esse seguimento de profissionais na atenção básica. A realização desse projeto contribuiu também para que se percebesse a importância e a necessidade de mais profissionais de atenção básica, tais como os ACS e ACE, pois são eles que têm o contato com a educação popular em saúde no oeste paraense. Por fim, ficaram claros os benefícios significativos, principalmente no que tange à valorização desses trabalhadores, que acabaram por (re)conhecer-se como fundamentais para o processo de promoção da saúde e prevenção de doenças na população de seus territórios de atuação.

769 UM RELATO DE EXPERIÊNCIA: A EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COMO MEIO DE TRANSFORMAÇÃO NO PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Silvia Letícia Gato Costa, Adailton de Jesus Gomes Costa, Wilson Sabino

UM RELATO DE EXPERIÊNCIA: A EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COMO MEIO DE TRANSFORMAÇÃO NO PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores: Silvia Letícia Gato Costa, Adailton de Jesus Gomes Costa, Wilson Sabino

A Educação Popular em Saúde é uma metodologia singular para o fortalecimento da atenção básica, pois pode proporcionar aos indivíduos que nela estão envolvidos o empoderamento por meio de conhecimentos construídos coletivamente, tornando-os protagonistas de suas ações e libertando-os de opressões vivenciadas rotineiramente na sociedade. Este trabalho tem como objetivo relatar as experiências vivenciadas no curso de Aperfeiçoamento em Educação Popular em Saúde – EdPopSUS, para trabalhadores que atuam na atenção primária à saúde. Trata-se de um relato da experiência de educadores envolvidos em um projeto que foi realizado na cidade de Santarém – Pará e contou com a participação de 35 educandos e educandas, sendo 17 Agentes Comunitários de Saúde (ACS), 07 Agentes de Combate às Endemias (ACE), 07 Indígenas, 03 Técnicas de Enfermagem, 01 Técnica em Saúde Bucal e, para mediar os encontros, contou-se com a atuação de 03 educadores. Foram realizados 17 encontros, no período de maio a outubro de 2017. Nesse ínterim, realizaram-se atividades de compartilhamento de saberes e exposições de trabalhos de diferentes formas, incentivando a criatividade do educando, que tinha total autonomia para desenvolver o tema debatido. Os resultados observados foram que, de maneira lúdica, os educandos se expressaram por meio de paródias, poesias, desenhos, rimas, danças e vídeos. O convívio com os educandos trouxe mudanças significativas na forma de pensar o processo de trabalho, ressignificando saberes e práticas e contribuindo para a quebra de paradigmas. Percebeu-se que a formação trouxe um sentimento de valorização a esses profissionais que se viram como peças fundamentais para a promoção de saúde na comunidade e que a implementação desse processo, por meio da Política Nacional de Educação Popular em Saúde, aponta para mudanças objetivas que, possivelmente, fortalecerão o trabalho desenvolvido por esse seguimento de profissionais na atenção básica. A realização desse projeto contribuiu também para que se percebesse a importância e a necessidade de mais profissionais, tais como os ACS e ACE, terem o contato com a educação popular em saúde no Oeste Paraense. Por fim, ficaram claros os benefícios significativos, principalmente no que tange à valorização desses trabalhadores, que acabaram por (re)conhecer-se como fundamentais para o processo de promoção da saúde e prevenção de doenças na população de seus territórios de atuação.

771 Educação para promoção a saúde das mulheres: Um relato de experiência em assentamento de reforma agraria, mosqueiro – PA.
Adriana do socorro uchoa da silva, Fabiolla de cassia soares cardoso, Cintia evelyn pessoa dos santos, landara furtado de brito, Marcos Valerio Santos da silva

Educação para promoção a saúde das mulheres: Um relato de experiência em assentamento de reforma agraria, mosqueiro – PA.

Autores: Adriana do socorro uchoa da silva, Fabiolla de cassia soares cardoso, Cintia evelyn pessoa dos santos, landara furtado de brito, Marcos Valerio Santos da silva

APRESENTAÇÃO: O trabalho relata a experiência vivida após o VI Estagio Interdisciplinar de Vivencia (EIV), que ocorre nos assentamentos do estado do Pará, no ano de 2015.  Tem o intuito de integrar os discentes, de varias áreas de conhecimento, com as barreiras e a realidade vivida pela reforma agraria nos assentamentos e ocupações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Ademais, contribuir para a formação política e profissional destes, com seu processo de conscientização em relação às possibilidades de práticas relativas com o cuidado da saúde nas áreas. Diante da formação e da experiência vivida, o presente trabalho objetiva mostrar as intervenções ocorridas após o VI EIV-PA, no assentamento Mártires de Abril em mosqueiro – PA, e a importância da educação para a promoção a saúde da mulher, dentro das áreas de reforma agraria. DESENVOLVIMENTO: O projeto de extensão, VI EIV-PA, tendo caráter observacional, foi dividido em três etapas: a formação, onde os estudantes passavam por construções politicas; a vivência, quando os discentes foram divididos e deslocados para áreas do MST, onde puderam conviver com as famílias que estavam organizadas nos movimentos sociais e observar as necessidades da comunidade; e a retomada, nessa ultima fase, os discentes, se reuniram para compartilhar suas experiências durante os dias de vivência no seu assentamento , pontuar as necessidades e avaliar o estagio como um todo. Após a retomada, diante das necessidades da comunidade e a falta da atenção a saúde adequada, foi planejada uma intervenção para levar educação e promover à saúde as mulheres. RESULTADOS E IMPACTOS: Levantamentos feitos em 2010 pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria (INCRA), mostra a realidade da qual vivenciamos no VI EIV-PA, da qualidade de vidas dessas famílias. Dos grupos que residem no norte, 65% relataram que as condições das vias de chegada às comunidades são precárias, o que acarreta dificuldade no acesso, para 77% , a unidades de saúde ou hospitais. A pesquisa mostra que 46,22% das famílias assentadas em todo o Brasil são compostas por pessoas do sexo feminino, sendo que mais de 50% dessas estão na faixa etária de 25 a 60 anos de idade, a qual é recomendada os exames de Prevenção ao Câncer de Colo de Útero (PCCU). Diante da precariedade do acesso e da importância em promover os cuidados à saúde. Retornamos a comunidade Mártires de Abril, onde ministramos palestras às mulheres, sobre a relevância do PCCU e dos cuidados a saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O VI EIV proporcionou levar a essa comunidade conhecimentos a cerca do câncer de colo uterino e propagou os cuidados a saúde. Oportunizando, ainda, uma educação mais humanizada contribuindo para a formação pratica de um profissional diferenciado, com uma visão critica-reflexivo da realidade dos movimentos sociais e das suas necessidades.

2201 MOVIMENTOS SOCIAIS NA SOCIEDADE BRASILEIRA SOB A ÉGIDE DAS REDES DE INTERAÇÃO: apontamentos sobre as práticas de participação.
Vanessa Calixto Veras, Lucia Conde de Oliveira, Maria Rocineide Ferreira da Silva

MOVIMENTOS SOCIAIS NA SOCIEDADE BRASILEIRA SOB A ÉGIDE DAS REDES DE INTERAÇÃO: apontamentos sobre as práticas de participação.

Autores: Vanessa Calixto Veras, Lucia Conde de Oliveira, Maria Rocineide Ferreira da Silva

INTRODUÇÃO: As lutas por garantias constitucionais em torno do processo de democratização do país implicaram na reconfiguração de papéis entre Estado e sociedade civil, repercutindo na execução de políticas públicas para assegurar os direitos sociais. Contudo, a consolidação da política neoliberal, apresenta um contexto de cidadania restrita que se torna mais complexo nas periferias dos grandes centros urbanos. Dessa forma, percebe-se a importância da discussão sobre a organização e participação da população frente a esse contexto. Os movimentos urbanos apresentam relação direta na compreensão dessas políticas, por congregarem reivindicações por melhorias nas condições de vida e nos serviços públicos, que repercutem nos processos de tomada de decisão estatal. Este trabalho é parte das reflexões elaboradas na dissertação que objetivou analisar as práticas de participação de uma rede de movimentos sociais na luta por direitos. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: O estudo constitui-se na abordagem qualitativa do tipo pesquisa participante para melhor análise de discursos e práticas. Apostamos na investigação participante como forma de reunir compreensão crítica da realidade e engajamento político, sendo desenvolvida no período de dezembro de 2015 a agosto de 2016, no território do Grande Bom Jardim, situado no Município de Fortaleza-CE. Esse território foi selecionado para realização da pesquisa por existir uma rede de movimentos sociais e a constituição local de coletividades, permeada por uma experiência amadurecida de participação, ou seja, o contexto adequado para o tipo de pesquisa proposta. O Grande Bom Jardim é a região mais populosa do Município de Fortaleza, situada na área de abrangência da Secretaria Regional V, uma das sete unidades administrativas em que se encontra dividido o município. A área concentra os menores indicadores socioeconômicos da cidade. Dentro das diversas experiências locais de engajamento político e de organização popular se insere a Rede de Desenvolvimento Local, Integrado e Sustentável do Grande Bom Jardim, na qual optamos por concentrar nossa análise para fins de estudo. A Rede DLIS articula entidades e movimentos, demandando questões específicas para cada um dos cinco bairros da Região e atua em processos de diagnóstico, planejamento e monitoramento de políticas públicas de efetivação de direitos humanos. A amostra foi composta por 15 representantes das Comissões de Trabalho da Rede DLIS, que no período da pesquisa atuavam nas seguintes Comissões de Trabalho: Comissão de Moradia Digna, Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) e Meio Ambiente; Comissão de Crianças, Adolescentes e Juventudes; Comissão da Memória, Cultura e Educação; Comissão de Saúde; e Comissão de Articulação.  A construção das informações empíricas foi obtida mediante observação participante, entrevistas e pesquisa documental. Utilizou-se o referencial da análise do discurso e triangulação de técnicas para organização dos dados e abordagem das contradições presentes no processo de participação desta rede de movimentos sociais. O projeto de pesquisa foi submetido à Plataforma Brasil (MS) e apreciado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará e obteve parecer favorável sob o número 1.506.207. RESULTADOS: Pensar sobre as configurações do Estado e seu papel regulador na sociedade brasileira, parte da referência de uma sociedade ordenada em bases capitalistas, permeada pela relação capital/trabalho. É na relação entre Estado e sociedade civil que aparecem os movimentos sociais, não havendo um conceito unívoco a respeito, mas vários a depender do contexto sócio histórico e do paradigma em que está sustentado. Os tempos atuais apresentam nova configuração aos movimentos sociais, os diferenciando dos movimentos emergentes que despontaram na cena pública no século XIX e início do século XX, com movimentos operários e revolucionários; dos movimentos insurgentes nos Estados Unidos na década de 1960. No Brasil, os atuais movimentos se distinguem daqueles da fase do regime populista e também dos movimentos que emergiram no final da década de 1970 e atuaram parte dos anos 80 na luta por “direito a ter direitos”. Na atualidade, as formas de associativismo civil no Brasil se expressam em movimentos sociais, redes de mobilizações de associações civis e fóruns, ocorrendo importantes alterações na forma de mobilizações e na forma de atuação, que agora se constitui em redes. É preciso reconhecer a existência de articulações, intercâmbios e formação de redes, temáticas e organizacionais que atravessam os movimentos sociais, com intercomunicação entre tradições e inovações participativas para a criação de um novo projeto de sociedade. No presente estudo buscamos entender como as tradicionais e novas práticas de participação convergiram para a formação da Rede DLIS, captando alguns elementos do universo simbólico e político desse processo. Dessa forma, investimos no entendimento sobre o histórico dessa criação. A Rede DLIS nasceu do investimento institucional de uma organização não governamental que no início dos anos 2000 optou pela escolha metodológica e política da Agenda DLIS. Proposta esta que estava inserida no direcionamento de políticas públicas de combate à pobreza na época, consubstanciado pelas agências multilaterais e de financiamento da sociedade civil. Consideramos que a Rede DLIS é sim uma rede da sociedade civil organizada, mas devido à sua configuração “híbrida”, formada por organizações (associações, ONGs, conselhos comunitários), movimentos sociais e representantes de equipamentos (igreja) e políticas públicas, como escolas, torna-se precipitado emoldurar estritamente essa experiência como redes de movimentos sociais. Entretanto, compreendemos que a iniciativa da Rede DLIS, necessariamente, é atravessada pela perspectiva teórico-metodológica das Redes de Movimentos. É preciso reconhecê-la enquanto processo de ação política, que se gesta a partir de um movimento comunitário e, portanto, fora da institucionalidade formal dos Conselhos de Políticas Públicas. Nessa luta coletiva que se trava cotidianamente, os sujeitos afirmaram que se capacitaram ao longo do processo de participação, favorecendo a tomada de consciência que leva ao reconhecimento das condições de vida. Foi possível identificar que uma das características duradouras dos movimentos e coletivos do Grande Bom Jardim é a busca de afirmação do espaço de moradia e do direito de condições de vida adequadas. Tomando como pressuposto a análise sobre a forma de constituição e as práticas de participação da Rede DLIS, ficou demonstrada uma postura de confronto com o aparato estatal, cujas ações reafirmam a identidade coletiva de organizações e atores sociais em redes de interação na luta por direitos de cidadania. Nessa qualidade de oposição, não se questiona a existência do Estado burguês, mas se faz exigências para o cumprimento de suas competências. Ressalta-se que a postura de frente para o Estado não assume um caráter estritamente reivindicativo, mas também propositivo. Assim, o movimento vai buscar formas de qualificar o discurso e a intervenção. Os coletivos e movimentos sociais organizados reconhecem como direito de cidadania a reivindicação por políticas sociais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Esta prática política coletiva em rede, que denota algumas das alterações na forma de atuação da sociedade civil a partir dos anos 90, encontrou terreno no acúmulo de experiências locais anteriores, como as mobilizações de atores sociais e entidades pelas Comunidades Eclesiais de Base. Vimos que a intervenção dos movimentos sociais sobre a realidade pode ser projetada de forma estratégica em médio e longo prazo, com táticas que avançam na disputa política pela efetivação de direitos sociais. A experiência da Rede DLIS trouxe a identificação de um projeto comum, com capacidade de influir nas políticas públicas diante de um contexto cuja execução é insatisfatória e que dificilmente considera as distintas territorialidades nas ações existentes.

2411 PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO NA PREVENÇÃO DA DENGUE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
FLÁVIA BRITO BESSA, ANA KATLY MARTINS GUALBERTO VAZ

PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO NA PREVENÇÃO DA DENGUE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Autores: FLÁVIA BRITO BESSA, ANA KATLY MARTINS GUALBERTO VAZ

INTRODUÇÃO: A dengue é a arbovirose de maior incidência no mundo, sendo endêmica em todos os continentes, exceto na Europa. Cerca de dois terços da população mundial vivem em áreas infestadas pelos vetores do vírus da dengue, especialmente o Aedes aegypti. O trabalho da população em conjunto com as esferas governamentais é a principal ferramenta preventiva contra dengue, obtém maior resultado no controle do vetor, por meio de estratégias de eliminação dos locais propícios para sua proliferação, além de outras medidas que possam somar a essa luta. Tendo em vista que a principal medida de controle da transmissão da dengue se dá pela participação da população. Realizou-se uma revisão integrativa a fim de dar ferramentas à Saúde Pública para elaborações de futuros planos de controle. Além disso, auxiliar na identificação das dificuldades e facilidades enfrentadas pela população em relação à temática. OBJETIVO: Identificar em artigos científicos as medidas preventivas utilizadas pela população no combate à dengue. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa, com levantamento de publicações científicas de bibliotecas eletrônicas, bases de dados nacionais e internacionais. O processo de construção da revisão integrativa seguiu seis etapas: 1) Elaboração da pergunta norteadora, 2) Busca ou amostragem na literatura, 3) Coleta de dados, 4) Análise crítica dos estudos incluídos, 5) Discussão dos resultados e 6) Apresentação da revisão integrativa. A coleta de dados foi realizada no período de agosto de 2016 a dezembro de 2016 com a busca de artigos científicos publicados no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016 nas bases de dados PubMed, LILACS/BIREME e biblioteca eletrônica SciELO. Foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde disponíveis no website da Biblioteca Virtual em Saúde: “Medidas Preventivas”, “Preventive measures”, “Medidas de controle”, “Control measures”, “Controle de Vetores”, “Vector Control”, “Prevenção & Controle”, “Prevention & Control”, “Prevenção de Doenças Transmissíveis”, “Prevention of Communicable Diseases”, “Participação Comunitária”, “Participação da comunidade”, “Community  Participation”, “Participação da população”, “Dengue”, “Controle da Dengue”, “Dengue control”, “Dengue prevenção e controle”, “Dengue prevencion e control”, “Dengue prevention e control”, “Dengue”, “Aedes”, “Aedes aegypti”, “Aedes aegypti control”, “Aedes aegypty” e “Aedes mosquitoes”. Os critérios de inclusão foram: artigos disponíveis online na íntegra, publicados em português, inglês e espanhol no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016. Os critérios de exclusão foram: pesquisas que não foram realizadas no Brasil; estudos apresentados em congressos e seminários, dissertações, teses, editoriais, relatos de casos; textos de sites. Após a busca dos artigos, foi realizada a leitura dos resumos para identificar o objetivo geral e selecionar os que atenderam aos objetivos do estudo. Após a pré-seleção, os artigos foram lidos na íntegra para análise dos resultados alcançados. Os resultados foram descritos em tabelas e gráficos com o auxílio do software Microsoft Excel 2007. Como a pesquisa trata-se de uma revisão integrativa, foi dispensada a avaliação pelo comitê de ética em pesquisa envolvendo seres humanos. RESULTADOS: Foram pré-selecionados 440 artigos científicos por meio dos descritores estabelecidos para a busca nas bases de dados do PubMed, LILACS/BIREME e biblioteca eletrônica SciELO. Após o processo de leitura e, aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram excluídos 436 (99,1%) e incluídos quatro (0,9%) artigos científicos no estudo. Dentre os artigos selecionados, um é ensaio clínico randomizado, duas são pesquisas exploratórias e uma pesquisa descritiva. Os trabalhos foram publicados nos anos de 2006, 2007, 2009 e 2015. O primeiro estudo analisou a implementação de uma nova estratégia eco-saudável, incorporando a participação social e gestão ambiental para melhorar o controle de vetores, também aborda que a união entre a participação social e gestão ambiental é viável para redução significativa das densidades do vetor, mostrando o papel fundamental da população no controle da dengue, evidenciando que a implementação de políticas de prevenção e controle menos verticalizadas possibilitam que a população deixe de ser mera expectadora e dependente das ações previamente definidas, para ocupar posição privilegiada nesse processo. Essa abordagem participativa eco-saudável oferece uma alternativa promissora às medidas de controle vetorial de rotina, muitas vezes, baseadas exclusivamente em larvicidas e/ou pulverização. O segundo avaliou a sensibilidade dos planos de saúde dos municípios na inserção da participação popular no controle da dengue, concluindo que a construção desses índices de sensibilidade com base em planos de saúde de municípios no estado de São Paulo pode ser útil para discutir o controle da dengue. A meta é evitar as epidemias de dengue, considerada uma complexa tarefa, pois consiste em um conjunto de medidas de diversas áreas devido a sua magnitude, extrapolando o setor saúde. O terceiro artigo identificou as barreiras que interferiram negativamente no coletivo, particular e trabalho, nas práticas preventivas contra a dengue. Os Agentes de Controle de Vetores (ACV) relataram dificuldades em todos os estratos sociais nas categorias de análise. A imagem do agente foi associada à de um catador de lixo, e os outros tipos de agentes relataram o mesmo problema. Os moradores deixavam em segundo plano o combate à dengue e os cuidados com o quintal das residências, alegavam que o governo primeiramente devia proporcionar uma infra-estrutura adequada, para então, eles fazerem a vistoria e eliminação de possíveis criadouros em suas residências, periodicamente. Os aspectos identificados nessas três categorias são condicionados pela falta de intersetorialidade e verticalidade do programa, que geraram barreiras para a modificação das práticas preventivas na população e interferiram negativamente na atuação dos agentes. O quarto falou da experiência na introdução do controle da dengue no Programa Saúde da Família - PSF, em São José do Rio Preto, São Paulo, mostrando que a integração entre os dois programas é viável, otimizando recursos ao evitar visitas duplicadas, favorecendo maior envolvimento da comunidade no controle da dengue. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Percebeu-se uma escassez de estudos voltados para este tema em várias regiões do Brasil e principalmente na região Norte, área endêmica do vetor da dengue. As medidas que a população utiliza no combate à dengue foram pouco citadas, evidenciando a importância do desenvolvimento de mais pesquisas voltadas para esta área de estudo, para avaliar de forma mais precisa as potencialidades e fragilidades da participação social no combate e erradicação do vetor da dengue. Os problemas políticos, econômicos e sociais enfrentados pela sociedade, de responsabilidade da administração pública, são descritos como empecilhos para que a mesma se insira de forma mais ativa no combate à dengue, dificultando o trabalho dos profissionais que atuam nas residências no combate ao vetor Ae. Aegypti. Os resultados mostraram a efetividade da eco-saúde com a diminuição significativa dos níveis da dengue e redução de custos, através de intervenções focadas nos tipos de recipientes, ou seja, na eliminação mecânica.  Os resultados desse estudo evidenciam a necessidade e importância da participação da população no combate ao mosquito da dengue, pois está associado aos hábitos de vida da sociedade, e a partir das atitudes e práticas das pessoas que pode ocorrer a proliferação ou erradicação deste problema de saúde pública.

2518 CONSTRUÇÃO DOS CUIDADOS COM A SAÚDE MATERNO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE ALVARÃES/AM: A EXPERIÊNCIA COM AS PARTEIRAS TRADICIONAIS
Dávila Corrêa, Maria Elena Aponte, Maria Mercês da Silva, Ana Claudeise Nascimento, Isabel Soares de Sousa

CONSTRUÇÃO DOS CUIDADOS COM A SAÚDE MATERNO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE ALVARÃES/AM: A EXPERIÊNCIA COM AS PARTEIRAS TRADICIONAIS

Autores: Dávila Corrêa, Maria Elena Aponte, Maria Mercês da Silva, Ana Claudeise Nascimento, Isabel Soares de Sousa

O movimento de humanização do parto é organizado por diversos segmentos da sociedade, cientistas (da área da saúde e social), ativistas do direito da mulher e parteiras. Desde 1998, no Brasil, iniciativas e projetos buscam transformar a política de institucionalização do parto, desde a redução das intervenções cirúrgicas até o atendimento acolhedor da equipe de saúde. Este relato objetiva descrever a articulação entre as parteiras tradicionais e o sistema de saúde do município de Alvarães, para a conciliação dos valores culturais. O Hospital Municipal de Alvarães foi o ponto de partida deste relato. O referencial teórico é a Sociologia da Ausência e Emergência que embasa a discussão entre saberes. A relação das parteiras tradicionais com o sistema de saúde de Alvarães (SSA), foi na 1ª capacitação para parteiras e agentes comunitários de saúde (ACS’s), em 2001, promovida pelo Instituto Mamirauá. Participaram 60 parteiras, 25 ACS’s e profissionais de saúde, dos municípios de Tefé, Alvarães, Uarini e Maraã. Um dos objetivos do evento foi o reconhecimento das parteiras pelos serviços de saúde. Em 2002, o SSA já realizou a 1º capacitação do município, foi relatado que a gestão pública estava motivada em conhecer as parteiras e realizar a prevenção da morbi-mortalidade materno-infantil em Alvarães. Por parte do SSA, essa capacitação foi marcada por “Muito conhecimento de pré-natal – parto – puerpério humanizado. Os saberes tão simples que formam parte de um grande atendimento a mulher em estado gravídico” (Enfermeira). Atualmente, são 16 parteiras cadastradas e atuantes pelo município, mas já se chegou a 25. Algumas morreram, outras saíram da área administrativa e outras foram morar na cidade para tratar de doenças crônicas. Estas não fazem mais parto, mas fazem “toque da barriga". A participação das parteiras no SSA ocorre da seguinte forma: todas possuem crachá de identificação; o atendimento de parto nas comunidades é informado pelo cadastro, com o auxilio dos ACS’s; a solicitação de materiais é feita por elas; a parteira pode entrar no hospital com a gestante que traz da comunidade e às vezes participa do atendimento de parto normal e todas são convidadas a participar dos encontros anuais e recebem certificado. Os ACS’s são os responsáveis por informar os partos domiciliares, que chega a 50 partos ao ano. O diálogo entre o SSA e as parteiras, possibilita reconhecer a vivência cultural e a participação como aspectos chave na construção do cuidado com a saúde, “antes as parteiras eram desconhecidas, atualmente são mais aceitas pela população da cidade e pelos profissionais de saúde mais antigos” (Enfermeira). É possível caracterizar a experiência do município de Alvarães a partir de dois fatores: a pequena extensão geográfica possibilita conhecer as parteiras e estabelecer a proximidade com os ACS’s e o permanente quadro da equipe de saúde, especificamente da coordenação que acompanha as parteiras, cria vínculo de referência e compromisso. No entanto, o SAA ainda enfrenta desafios. É preciso mobilizar a participação de novas parteiras e sensibilizar os profissionais de saúde jovens sobre a importância de compartilhar saberes.

2520 RELATO DE EXPERIÊNCIA: INSTALAÇÃO DE UM NÚCLEO DO MOVIMENTO POPULAR EM SAÚDE - MOPS EM PERUÍBE-SP COMO DIVULGAÇÃO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E PRESERVAÇÃO DAS TRADIÇÕES REGIONAIS.
Carmencita Ignatti

RELATO DE EXPERIÊNCIA: INSTALAÇÃO DE UM NÚCLEO DO MOVIMENTO POPULAR EM SAÚDE - MOPS EM PERUÍBE-SP COMO DIVULGAÇÃO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E PRESERVAÇÃO DAS TRADIÇÕES REGIONAIS.

Autores: Carmencita Ignatti

Este trabalho descreve a trajetória da implantação de uma unidade do Movimento Popular em Saúde -MOPS no município de Peruíbe-São Paulo. Aponta o caminho tomado para sua implantação, os fatores de agregação e os conflitos que permeiam seu funcionamento. Ainda em fase inicial, conjuga-se com a proposta em tramitação no município para a implantação das PICS na Rede de Atenção Básica, constituindo-se em momento histórico definidor do fortalecimento da saúde pública e, em especial, da resistência em favor do SUS.A carência de reconhecimento da população em relação as PICS e seu direito a elas e a constatação da perda de identidade da população indígena , caiçara e afro-descente acerca de seus valores e saberes nativos herdados, foi o gatilho propulsor para a consulta ao Conselho Nacional de Saúde(CNS) e a Associação de Educação Popular em Saúde (ANEPS) requerendo apoio para a inciativa. Após resposta favorável, levou-se ao Governo Municipal, com imediata aprovação, estabelecendo-se um plano de ação conjunta. Foi definida a data de lançamento com duas atividades fundamentais: a comunicação e divulgação da proposta à população (com apresentação cultural das tradições locais) e na sequencia o convite para o conhecimento da Tenda Paulo Freire, montada em local apropriado cedido pela administração do município em definitivo, com a atuação de equipe de voluntários previamente cadastrados, composta por terapeutas acadêmicos, não acadêmicos e representantes das tradições e que ofereceu as seguintes práticas: Reiki, Toque Terapêutico, Aromaterapia, Praticas Corporais, Tai Chi Chuan, Massagem, Acupuntura Sistêmica, Auriculopuntura, Reflexologia Podal, Hipnose, Benzimento nas tradições afro, caiçara e indígena. A recepção foi feita por equipe de acolhimento para orientação e direcionamento do público. Contabilizou a quantidade de 300 atendimentos no dia da inauguração, abrindo-se já uma demanda expressiva para a continuidade das sessões futuras. O núcleo tem diversos projetos que se desdobrarão em atividades de educação popular, oficinas de arte e cultura, de alimentação natural e horta de comestíveis e plantas medicinais, além de educação ambiental e formação de multiplicadores. Também se pleiteia a formação pelo EdPop SUS para fortalecimento das ações. Além do aparelho público disponibilizado, as ações ocorrerão na forma itinerante até as populações mais distantes e carentes. Por tratar-se de aparelho público, está sendo providenciada a formalização da parceria através de processo interno de legalização. Toda a documentação está sendo registrada e os voluntários apresentaram seus currículos e respectivos comprovantes para a legitimação das práticas. Apesar do favorecimento da parceria, observa-se o surgimento de aspectos contrários tanto quanto a cessão do local (no qual já funciona a geoterapia), como, principalmente, da recusa ao reconhecimento das práticas tradicionais e não acadêmicas, quanto de profissionais do setor privado, que temem o esvaziamento de consultórios, na perspectiva capitalista de monetarização do cuidado. Agregando a força da educação popular e o poder público, associando as secretarias de Saúde, Educação, Promoção Social, Meio Ambiente e Agricultura, o Mops Peruibe é uma realidade e seguirá a proposta principal de fortalecer o SUS, através da integralidade do cuidado considerando os múltiplos aspectos que permeiam a vida humana.

3376 SERVIÇO SOCIAL E PARTICIPAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NO CONTEXTO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Vanessa Calixto Veras, Lucia Conde de Oliveira

SERVIÇO SOCIAL E PARTICIPAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NO CONTEXTO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Vanessa Calixto Veras, Lucia Conde de Oliveira

APRESENTAÇÃO: A partir dos anos 1970, novas práticas de participação redefiniram a forma de fazer política, repercutindo na relação entre Estado e sociedade civil. As novas modalidades de gestão democrática e descentralizada com ênfase na participação no interior das políticas sociais, em particular na saúde, repercutiram no exercício profissional do assistente social, o que lhe configurou novas atribuições e competências e passou a estar entre suas áreas de atuação a mobilização, participação e controle social. Assim, como resultado do trabalho de conclusão de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade, o presente trabalho objetiva descrever de que forma a atuação do serviço social pode contribuir para a participação popular, com ênfase na Atenção Primária à Saúde. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de estudo qualitativo, do tipo relato de experiência, que se delimitou na realidade do bairro Granja Portugal, no município de Fortaleza-Ce. A experiência se constituiu a partir da formação de um fórum comunitário como dispositivo de participação popular no contexto da Estratégia Saúde da Família (ESF). O fórum surgiu da articulação entre residentes de Saúde da Família, universitários e rede local. Foram mobilizados profissionais de políticas setoriais, organizações e moradores para construir ações conjuntas de saúde. Os levantamentos bibliográficos e documentais assumiram relevância neste trabalho para garantir uma revisão de literatura consistente, que incluiu estudo em bases de dados como a Revista SANARE e a Biblioteca Virtual em Saúde (BIREME). Foram utilizadas também como fontes de estudo: diário de campo; atas de reuniões; estudo de caso realizado por residentes e relatórios de atividades individuais produzidos durante a Residência em Saúde. Contou-se também com a técnica da observação participante. RESULTADOS: No primeiro ano foi garantida maior articulação intersetorial, porém com baixa adesão de moradores. Este contexto modificou-se quando as reuniões aconteceram na comunidade, mas houve desistência da maioria dos profissionais. As ações do fórum foram conduzidas para além das demandas do serviço de saúde, envolvendo também cobranças ao poder público por políticas sociais. Destacaram-se as ações de revitalização do conselho local, movimento em defesa da praça, reportagens e audiências. Diante dos desafios que foram apontados à intervenção do assistente social no contexto da ESF, a análise das dimensões que constituem o processo grupal (identidade, poder e atividade) do Fórum Comunitário da Granja Portugal e os âmbitos relacionais que entraram em jogo (primário, funcional e estrutural) apresentou-se como subsídio para qualificar o exercício de participação comunitária e demonstrou a possibilidade de multiplicidade de práticas e de existência, em constante movimento no território onde as pessoas vivem e atuam. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Vimos com o relato que a vivência de natureza grupal contribuiu com a reflexão da prática, potencializando a promoção da participação enquanto atribuição profissional, e demonstrou ser mecanismo de ampliação da capacidade de intervenção coletiva. Além de colocar os sujeitos envolvidos no conjunto das redes comunitárias e sociais e de relações subjetivas, afetivas e de poderes. As atividades do Fórum demonstraram que os moradores aumentaram o controle sobre suas vidas e os determinantes do processo saúde-doença.

4122 A CONTRIBUIÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL PARA O EXERCÍCIO DA PARTICIPAÇÃO POPULAR NO CONTEXTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Vanessa Calixto Veras, Lucia Conde de Oliveira, Jon Anderson Machado Cavalcante

A CONTRIBUIÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL PARA O EXERCÍCIO DA PARTICIPAÇÃO POPULAR NO CONTEXTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores: Vanessa Calixto Veras, Lucia Conde de Oliveira, Jon Anderson Machado Cavalcante

APRESENTAÇÃO: A partir dos anos 1970, novas práticas de participação redefiniram a forma de fazer política, repercutindo na relação entre Estado e sociedade civil. As novas modalidades de gestão democrática e descentralizada com ênfase na participação no interior das políticas sociais, em particular na saúde, repercutiram no exercício profissional do assistente social, o que lhe configurou novas atribuições e competências e passou a estar entre suas áreas de atuação a mobilização, participação e controle social. Assim, como resultado do trabalho de conclusão de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade no ano de 2014, foi realizado um estudo que objetivou analisar a relação da atuação do serviço social e o exercício da participação popular no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS). DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Buscamos desenvolver uma pesquisa qualitativa e reflexiva, evidenciada pela análise crítica e intencionalidade da pesquisadora em relação ao processo da pesquisa e exame dos dados. O referido trabalho se delimitou na realidade do bairro Granja Portugal, no município de Fortaleza-CE, mais precisamente a partir de um fórum comunitário, que se constituiu como dispositivo de participação popular. O fórum surgiu da articulação entre residentes de Saúde da Família, universitários e rede local, onde foram mobilizados profissionais de políticas setoriais, organizações e moradores para construir ações conjuntas de saúde. A participação foi analisada a partir de três dimensões relacionais constitutivas dos processos grupais pensados por Martín-Baró: identidade, poder e atividade grupal e suas características primárias, funcionais e estruturais, sob o enfoque do materialismo histórico e dialético. Os levantamentos bibliográficos e documentais assumiram relevância neste trabalho para garantir uma revisão de literatura consistente, que incluiu estudo em bases de dados como a Revista SANARE e a Biblioteca Virtual em Saúde (BIREME). Foram utilizadas também como fontes de estudo: diário de campo; atas de reuniões; estudo de caso realizado por residentes e relatórios de atividades individuais produzidos durante a Residência em Saúde. Contou-se também com a técnica da observação participante (não estruturada). RESULTADOS: A experiência de participação a partir do Fórum Comunitário da Granja Portugal afirmou a contribuição do Serviço Social para a mudança nas práticas de pensar e agir em saúde, para que os sujeitos fortalecessem sua identidade coletiva e dessa forma se virem como capazes de promover transformações no contexto comunitário e na sociedade. O referido fórum apresentou fases e condução diferenciadas, sendo dadas diferentes denominações e propostas de atuação de acordo com o movimento das pessoas envolvidas, isto é, o processo grupal. No primeiro ano houve uma caracterização funcional do grupo, a sua identidade foi eminentemente legitimada pelo papel social que cada integrante desempenhava no território naquele momento histórico, sendo que a maioria das pessoas ocupava uma posição equivalente. Os profissionais de diversos pontos da rede local eram os principais condutores e a atividade grupal estava para a satisfação de necessidades sistêmicas e não pessoais. Nesse período foi garantida maior articulação intersetorial, porém com baixa adesão de moradores. Posteriormente, tornou-se mais visível a transformação do grupo no decorrer do tempo, cujos traços funcionais foram dando espaço para a conformação também de um grupo primário, na medida em que seus membros foram aprofundando suas relações e gerando vínculos. As necessidades pessoais assumiram direcionamento da atividade do grupo. Este contexto modificou-se quando as reuniões aconteceram na comunidade, mas houve desistência da maioria dos profissionais. Momento esse em que as ações foram conduzidas para além das demandas do serviço de saúde, envolvendo também cobranças ao poder público por políticas sociais. Destacaram-se as ações de revitalização do conselho de saúde, atividade panfletária e de mobilização em uma feira local, atividade com ex pacientes de uma oca comunitária, movimento em defesa da praça, composição da Mesa de Diálogo pela Saúde do Grande Bom Jardim, reportagens e audiências públicas. Acentuou-se assim trânsito primário-estrutural nas relações grupais, que passaram também a se articular com outras redes de luta do território. O referido grupo esteve em constante mudança que interagiu com suas dimensões de identidade, poder e atividade, por sua vez constituídas por relações primárias, funcionais e estruturais que não são excludentes, mas articuladas entre si. Diante dos desafios que foram apontados à intervenção do assistente social, a análise das dimensões que constituem o processo grupal (identidade, poder e atividade) do Fórum Comunitário da Granja Portugal e os âmbitos relacionais que entraram em jogo (primário, funcional e estrutural) apresentou-se como subsídio para qualificar o exercício de participação comunitária e demonstrou a possibilidade de multiplicidade de práticas e de existência, em constante movimento no território onde as pessoas vivem e atuam. À medida que o processo grupal foi se conformando para traços primários, isso repercutiu no papel do assistente social como profissional e integrante do fórum. Demandou uma postura de articulação com outros sujeitos da comunidade, não somente as pessoas da rede intersetorial. O que possibilitou manter ativa a territorialização no fazer profissional. Houve mapeamento dessa rede comunitária, dos sujeitos políticos ativos em diferentes pontos da comunidade. Isso contribuiu para que as funções educativa e de mobilização social desempenhadas pelo serviço social assumissem centralidade na atuação junto ao Fórum. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Vimos com o estudo que a organização política de profissionais e usuários pode trazer a identificação de um projeto comum para a proposição de práticas alternativas condizentes com as necessidades de saúde e pode partir de uma atividade grupal. A vivência de natureza grupal contribuiu com a reflexão da prática do serviço social, aprofundando a análise territorial e potencializando a promoção da participação enquanto atribuição profissional, e demonstrou ser mecanismo de ampliação da capacidade de intervenção coletiva. O Serviço Social se inseriu nessa trama de relações e interagiu com as necessidades do grupo, o que exigiu clareza dos objetivos profissionais. Reafirmou-se assim a competência técnica e intelectual do fazer profissional com a abordagem grupal, como uma das estratégias metodológicas do assistente social no contexto da APS. O exercício da participação popular a partir do fórum comunitário possibilitou aos participantes criarem condições de consciência crítica e participativa com o desenvolvimento de suas ações. Além de colocar os sujeitos envolvidos no conjunto das redes comunitárias e sociais e de relações subjetivas, afetivas e de poderes. As atividades do Fórum demonstraram que os moradores aumentaram o controle sobre suas vidas e os determinantes do processo saúde-doença. Evidenciou-se também a partir da pesquisa que as formas com que as comunidades periféricas se organizam nem sempre se enquadra nas formas clássicas de organização política. É preciso enxergar as novas formas de organização também, onde as pessoas buscam suas respostas e realizações.

422 Financiamento do SUS: o papel da participação popular no controle social
Simone Almeida Mendes

Financiamento do SUS: o papel da participação popular no controle social

Autores: Simone Almeida Mendes

Este trabalho tem o objetivo de apresentar a situação da saúde no Brasil e o seu financiamento A saúde no Brasil tem uma trajetória com diversas vitórias, e todas elas são fruto de mobilização popular, por isso em um período de retrocessos e restrição de direitos sociais que estamos enfrentando, se faz necessário a organização e fomento da participação popular e engajamento nos processos de mobilização social referente a luta por garantia de direitos básicos como o direito à saúde, que segundo a Constituição Federal de 1988, é direito de todos e dever do Estado. Assim como no período do início da Reforma Sanitária nos anos 80, a organização dos trabalhadores e usuários do SUS vem se fortalecendo e se reinventando ao logo desses anos. O SAÚDE+10 foi um movimento pelo qual os trabalhadores e usuários pedem o investimento de 10% do PIB para a saúde. Essa questão traz a pauta do financiamento, ou o subfinanciamento da saúde pública, e teve apoio de diversas áreas, como da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a CNBB (Conferência Nacional de Bispos do Brasil), de entidades médicas, entre outras. Foi realizado uma medida de Ação Popular com quase 2 milhões de assinaturas e entregue ao Congresso Nacional, logo se faz perceptível que o projeto teve ampla adesão popular, e com essa extensa repercussão há o diálogo com os diversos setores na sociedade que passam a compreender cada vez mais a necessidade de lutar pelo Sistema Único de Saúde. Ultimamente o SUS é sucateado diariamente, e essa ideia de que o que é público não funciona, é cada vez mais embutido no imaginário da sociedade e com isso crê-se que o privado é o melhor e então diversos recursos financeiros públicos são enviados aos planos de saúde anualmente, por causa de acordos políticos. O financiamento do SUS está dentro do orçamento da seguridade social, que abrange ainda a previdência e a assistência social, que são três áreas que demanda muitos recursos financeiros e é responsabilidade das três esferas de gestão; união, Estados e municípios, e segundo o Art. 55 da CF/88 ficou assegurado 30% para a saúde. O repasse financeiro é realizado fundo a fundo, em conta única e são repassados ao Fundo Nacional de Saúde. As Normas Operacionais Básicas definiram os critérios para organização e gestão do SUS, os marcos principais foram a criação das Comissões Intergestoras Bipartites e Tripartites, na NOB/93; na NOB/96, o ponto crucial foi a descentralização da gestão e categorias de repasses financeiros. Atualmente os recursos financeiros são distribuídos por blocos de financiamento, regulamentados pela Portaria GM/MS nº 204 de 2007. Traçado esse caminho, o presente trabalho objetiva, por fim trazer os desafios e formas de resistências para a concretização da conquista de direitos sociais na saúde e como o financiamento afeta a vida de milhares de brasileiros, perpassando todos os níveis de complexidade, causando inúmeras consequências.

574 A CONSTRUÇÃO COLETIVA DE UM CENTRO MUNICIPAL DE VACINAÇÃO EM UMA CAPITAL DO CENTRO OESTE BRASILEIRO E A INSERÇÃODO CONTROLE SOCIAL NAS LUTAS PELO ACESSO UNIVERSAL A SAÚDE.
Gleydson Ferreira de Melo, Cynthia Ferreira de Melo, Sue Christine Siqueira, Valdecina Quirino, Maria Alves Barbosa, Kenia Alessandra Celestino, Vanusa Claudete A. Usier Leite, Celmo Celeno Porto

A CONSTRUÇÃO COLETIVA DE UM CENTRO MUNICIPAL DE VACINAÇÃO EM UMA CAPITAL DO CENTRO OESTE BRASILEIRO E A INSERÇÃODO CONTROLE SOCIAL NAS LUTAS PELO ACESSO UNIVERSAL A SAÚDE.

Autores: Gleydson Ferreira de Melo, Cynthia Ferreira de Melo, Sue Christine Siqueira, Valdecina Quirino, Maria Alves Barbosa, Kenia Alessandra Celestino, Vanusa Claudete A. Usier Leite, Celmo Celeno Porto

Apresentação: Objetivou-se relatar a experiência da construção coletiva de um centro de vacinação municipal, na cidade de Goiânia GO, a partir da óptica da problematização e da união do conselho local de saúde, gestão e a sociedade civil organizada. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, em formato de relato de experiência participativa, na óptica do gestor de um serviço público municipal, fundamentado nas etapas do Arco de Maguerez, com sujeitos do processo: Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, um Centro Integrado de Assistência a Saúde (CIAMS), o Gestor, Conselho Local de Saúde e a Sociedade Civil Organizada. Resultados: A partir da grande procura de usuários por vacinação em um Centro Integrado de Assistência a Saúde do Município de Goiânia, e a precária estrutura física de acesso universal ao Programa Nacional de Imunização (PNI), fez se necessárias uma força tarefa entre Gestão/Secretaria Municipal de Saúde e o Conselho Local de Saúde juntamente com a Sociedade Civil Organizada no intuito de unir esforços, lutas, debates e buscar uma solução para o problema, que culminou na construção coletiva de um centro municipal de vacinação com estrutura própria e com financiamento de recursos advindos do Ministério da Saúde e que atualmente atende em média 40 mil pessoas por mês, em todas as faixas etárias, tornando um serviço modelo e de excelência no SUS municipal de Goiânia GO. Atendendo a população de segunda a domingo no horário comercial, garantindo o acesso universal a imunização, principalmente a trabalhadores e mães que não conseguem acesso ao serviço público durante os dias da semana. Além do acesso universal a todas as vacinas, esta unidade passa a ser referência para emissão do certificado de viagem internacional (Cartão de Vacinação Internacional), com acesso direto ao Sistema da ANVISA. Atendendo usuários de todo o Estado de Goiás, que necessitam do bloqueio da vacina contra Febre Amarela e comprovação internacional. Considerações Finais: Conclui-se que a construção do Sistema Único de Saúde, na busca de serviços de qualidade, depende da organização e planejamento, logo as necessidades estruturais e a não participação do controle social, leva o sistema a uma estagnação. A união dos gestores locais, as lideranças da sociedade civil organizada e os conselheiros locais, tornam-se personagens insubstituíveis no processo de construção do sonho a realidade. Vale a pena lutar por um Sistema de Saúde Único e Universal para todos os brasileiros.

705 A Educação Popular, Práticas Integrativas Complementares em Saúde e Controle Social, na perspectiva da mudança de comportamento e atitudes, diante das doenças e inquietações das comunidades da Cidade de Campo do Brito-Sergipe.
MARIA BETÂNIA BULHÕES

A Educação Popular, Práticas Integrativas Complementares em Saúde e Controle Social, na perspectiva da mudança de comportamento e atitudes, diante das doenças e inquietações das comunidades da Cidade de Campo do Brito-Sergipe.

Autores: MARIA BETÂNIA BULHÕES

Introdução: A educação popular em saúde como potência de empoderar, bem como promover o protagonismo, sugere e oferece um leque de iniciativas no sentido de mobilização e conscientização dos cuidados e direitos legais de forma leve, simples viável e perfeitamente assimilável pelo usuário do SUS, fazendo uso da palavra informal entendendo e respeitando a cultura local. Partindo dessa premissa, se faz necessário a promoção de diálogos em rodas de conversa onde a troca dos saberes acadêmicos e populares possam criar vínculos entre os profissionais de saúde de todas as categorias, com a comunidade através da escuta e das rodas de diálogos que são ferramentas potencializadoras dessa relação, e se fazem a partir da criatividade de saber conduzir, saber facilitar esse processo de construção de um sistema de saúde resolutivo saber provocar. Introduzir as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde é uma forma de estreitar esses laços e ofertar mais qualidade de atendimento de forma holística e transformadora. O Controle Social executado na formatação de trocas de experiências dentro da comunidade, de forma leve, com a metodologia simples da educação popular, onde a fala de cada um à sua maneira, se completa e contempla os objetivos através da problematização e da busca de soluções possíveis e também criativas. Descrição da Experiência: Em 2015, a primeira oficina de Controle Social, se deu de forma inusitada e nem mesmo a equipe sabia de fato o que era esse fazer e como começar a roda. O primeiro passo foi usar uma mística de acolhimento para deixar o ambiente leve, e o tema da roda foi sobre o protagonismo e a linguagem foi direta, trocamos a palavra “protagonismo” pela palavra, “ator principal da história”, e assim se deu início a busca da memória, cultura e história local e as inquietações de cada ator da roda. Usamos o formato da Tenda do Conto, onde montamos uma mesa com vários objetos levados por eles e desses objetos saiam histórias e desejos, lágrimas e esperanças de melhorias na saúde e na qualidade de vida que almejavam. Após a roda fizemos grupos de trabalho, misturamos os atores e de cada fala na Tenda do Conto, saíram propostas com várias expressões. Ainda nos grupos, foram utilizadas dinâmicas de grupo com os facilitadores para que os vínculos ficassem mais estreitos. As propostas foram feitas, lidas, debatidas, votadas e encaminhadas ao Conselho Municipal de Saúde através de um relatório. O relatório falava da necessidade de um trabalho de prevenção em saúde mais efetivo, falavam da falta de remédios e queriam mais médicos na região, da falta de atenção dos governantes, pediam atenção às mulheres nas casas de farinhas que não tinham tempo de sair dos locais de trabalho. O relatório não teve resposta e as perguntas da comunidade eram frequentes sobre a solução e não tínhamos essas respostas. Dessa negativa da gestão em acatar os pedidos, buscar soluções ou dialogar, nasceu a iniciativa da Terapia Comunitária no sentido de tentar minimizar as angústias, onde as rodas se tornaram frequentes e à medida que se davam esses encontros, tínhamos depoimentos de melhoras de várias patologias, dentre elas as mais comuns que eram a depressão e a Hipertensão. Resolvemos ir as casas de farinhas e lá fazíamos trabalhos preventivos e agendamentos e ao mesmo tempo fazíamos o momento do abraço e esses gestos simples começaram a modificar o olhar para saúde dando um novo significado na vida de cada um. Eles já não perguntavam mais sobre os pedidos á gestão e resolvemos agregar mais outras ações até então desconhecidas da comunidade, como Dança Circular, Biodanza, pesquisamos sobre o efeito de cada uma na proposta de cura, relaxamento e implantamos mais essa prática que se dava sempre no hiperdia e ao mesmo tempo que fazíamos essas ações, também usávamos os sucos e chás medicinais, falávamos sobre espiritualidade em saúde, sobre cidadania de fato e de direito e assim construímos um alicerce. Todas as ações provocavam a necessidade de exteriorização das emoções de cada um, percebíamos que tudo era essencial, que era o “pulo do gato”, dessa forma, conseguimos desmamar cinco pessoas do grupo que usavam psicotrópicos e diminuição de remédios de pressão arterial dando lugar ao trabalho de mente e corpo são, com ações de consciência corporal, consciência cidadã, mudança de alimentação, mais escuta, mais troca nas rodas de conversas, da dança, exercícios de respiração, arte e música. Essas ações sessaram na época e nossos planos foram abortados por questões políticas, onde profissionais foram transferidos ou demitidos, quebrando elos e os que ficaram, sentiram-se desmotivados a continuar e foi assim até o fim do mandato do gestor. As pessoas ficaram tristes pelo fato mas compreenderam tanto que quando receberam visitas dos políticos em suas portas, exerceram o que exercitamos antes que foram os direitos de serem felizes e esse movimento surtiu efeito pois lutaram de maneira pacífica e porque não dizer, poética e as ferramentas foram a amorosidade , o diálogo e a suavidade de persuadir através das rodas de reivindicações com músicas sugestivas  e dança local para atrair e sensibilizar os políticos. Em 2017, com uma gestão aberta a diálogos e a novos projetos, implantamos definitivamente as Práticas Integrativas e Complementares e Populares em Saúde aprovada com unanimidade pelo novo Conselho Municipal de Saúde, bem como um calendário de oficinas de Controle Social com a formatação da educação popular, considerando que através dessa lógica, a saúde seja efetiva e resolutiva. A atenção Básica oferece hoje, a Auriculoterapia que atende a uma grande demanda, e com lista de espera, bem como Reiki e Massoterapia. Retornamos as terapias comunitárias, danças circulares e biodanza. Outros municípios vizinhos sabendo dos resultados buscam informações e nos procuram, uma educadora e terapeuta holística leva a nossa experiência exitosa para apreciação das gestões desses municípios. Essa conexão intermunicipal gera nos usuários uma satisfação de serem os protagonistas, donos da suas próprias histórias, culturas e memórias e de serem vistos como vitoriosos nesse processo de construção de um SUS sustentável e possível. Resultados alcançados: A partir das rodas de conversa com ênfase na escuta e no cuidado, percebemos que as pessoas sentem mais confiança nos profissionais de saúde que também estão com outra visão do fazer criativo e resolutivo e repassando esses fazeres e saberes com a as ações transformadoras e potencializadoras da educação popular agregando as Práticas Integrativas  nas vivências diárias em saúde, consideramos ainda que, a saúde se faz com diálogo, com arte, respeito as culturas e as memórias de cada território, escuta e cuidados simples através da fala simplificada nas rodas de conversas. Na prática a educação popular dentro do Controle Social fazem um casamento perfeito para as soluções em saúde. Outra percepção interessante foram as mudanças de atitudes que sentimos nos encontros seguintes e as falas já não estão mais presas nas gargantas, a comunidade está empoderada, já se reúnem e discutem com a equipe o que sentem e querem, resgataram a autoestima e a confiança e estão se auto cuidando procurando alternativas de cura através das Práticas Integrativas Complementares em Saúde.  

765 Relato de experiência: Conhecimento popular sobre o uso de plantas medicinais no assentamento Mártires de Abril – Pará
Landara Furtado de Brito, Adriana do Socorro Uchoa da Silva, Cintia Evelyn Pessoa dos Santos, Fabiolla de Cássia Soares Cardoso, Marcos Valério Santos da Silva

Relato de experiência: Conhecimento popular sobre o uso de plantas medicinais no assentamento Mártires de Abril – Pará

Autores: Landara Furtado de Brito, Adriana do Socorro Uchoa da Silva, Cintia Evelyn Pessoa dos Santos, Fabiolla de Cássia Soares Cardoso, Marcos Valério Santos da Silva

Apresentação: O uso de plantas medicinais como atividade terapêutica é uma prática constante em comunidades, tornando-se a alternativa mais viável para o tratamento de doenças comuns ou manutenção da saúde. Fazendo necessário estabelecer a integração do conhecimento popular e científico. Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência de vivência do VI Estágio Interdisciplinar de Vivência (EIV) realizado em 2015, no assentamento Mártires de Abril no estado do Pará, onde foi desenvolvido uma roda de conversa com o grupo de mulheres da comunidade. Desenvolvimento do trabalho: O EIV possui caráter observacional, estando dividido em três fases: formação, vivência e retomada. A fase de vivência tem por objetivo fazer a inserção do discente dentro dos assentamentos do Movimento Sem Terra (MST). Durante a vivência foi iniciada uma discussão com as mulheres responsáveis pela plantação e coleta das plantas medicinais da comunidade, ocorrendo reflexões e trocas de experiências e conhecimentos sobre a temática. Resultados e impactos: A experiência foi fundamental e proporcionou aprendizado para todos participantes da atividade, cada participante relatou sua vivência a cerca da utilização das plantas medicinais e mostraram-se satisfeitos com a prática. Foram informadas 28 espécies de plantas medicinais pelo grupo de mulheres, sendo a erva cidreira (Melissa officinalis) e o boldo brasileiro (Plectranthuns barbatus) as mais citadas. A indicação do uso dessas plantas são principalmente para o tratamento de doenças agudas e transitórias, como a cefaléia e cólicas intestinais. Considerações finais: O Conhecimento popular associado ao uso das plantas medicinais é indispensável para garantir a segurança e eficácia na terapia tradicional, procurando fortalecer e resgatar  tal conhecimento. Recomenda-se que os profissionais e gestores da saúde ampliem sua visão para esse tema destacando a importância do cuidado com a saúde e do uso criterioso das plantas medicinais.

921 Comunicação Popular e Comunitária como estratégia de participação social e formação midiática na Ocupação Flores do Campo
Stela Mari dos Santos, Gabriel Pansardi Ruiz, Gabriel Pinheiro Elias, Maira Sayuri Sakay Bortoletto

Comunicação Popular e Comunitária como estratégia de participação social e formação midiática na Ocupação Flores do Campo

Autores: Stela Mari dos Santos, Gabriel Pansardi Ruiz, Gabriel Pinheiro Elias, Maira Sayuri Sakay Bortoletto

ApresentaçãoA Ocupação Flores do Campo situa-se em Londrina (PR) desde o dia 01 de outubro de 2016, quando a população local ocupou um terreno com obras inacabadas do residencial Flores do Campo, um empreendimento do programa Minha Casa, Minha Vida. Percebendo uma imagem negativa da Ocupação na imprensa local, militantes que integram o Observatório Microvetorial de Politicas Públicas em Saúde e Educação em Saúde da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a célula local da Consulta Popular, em conjunto com os moradores de moradoras do terreno ocupado começam a desenvolver oficinas semanais de comunicação. A Comunicação Popular e Comunitária constitui-se muitas vezes como uma forma efetiva de produzir conteúdos e informações de maneira diversa às que circulam nos ditos veículos de massa tradicionais, sendo por natureza uma comunicação de resistência. DesenvolvimentoChegamos a Ocupação Flores do campo participando de reuniões com líderes que apresentam vários pedidos e entre um deles um que se apresenta possível de ser construído conjuntamente entre nós e eles e para eles. Tal pedido era de contrapor a imagem construída pelos veículos da mídia hegemônicos que apresentava a ocupação como um espaço de criminalidade e violência, conjuntamente a essa imagem a desqualificação dos seus ocupantes. O desejo apresentado por eles era que de alguma forma construíssemos juntos uma estratégia de comunicação que pudesse construir um diálogo com a sociedade externa à ocupação com intuito de passar uma imagem diferente àquela dada pela grande mídia. A proposta do que seria desenvolvido foi construída coletivamente entre os moradores e nos reconhecidos por eles como apoiadores. Essa negociação se deu num espaço que ocorria todas as terças feiras denominado reuniões de coordenação dos moradores. Nesse espaço estavam representados coordenadores de diversas frentes da ocupação do Flores. Havia o pedido dos moradores já mencionado anteriormente no entanto o como isso seria realizado foi dado a abertura para esse grupo de apoiadores inventar. E aqui relataremos como se deu a escolha do caminho para realização das oficinas e como de fato elas ocorreram. Após a aposta do coletivo Flores do Campo de construirmos uma narrativa diferente a de criminalidade dada pelos veículos de comunicação hegemônicos, o coletivo de apoiadores se propôs a realizar encontros de planejamento das oficinas na abordagem da comunicação popular e comunitária. Foi pensado um cronograma, ações de divulgação interna no Flores do Campos além de captação de recursos tecnológicos para a realização das oficinas que acabou sendo denominada como Oficinas de Comunicação ou Curso de Comunicação. Resultados e Impactos:As oficinas ocorreram no entre julho e novembro de 2017 e se utilizaram de conceitos sobre comunicação popular e comunitária com o objetivo de: a) estimular a participação social; b) produzir uma leitura crítica da mídia de forma coletiva a partir de matérias sobre a própria Ocupação; e c) desenvolver um canal midiático (produto) que representasse os moradores de acordo com seus próprios olhares e ao mesmo tempo cumprisse a função de informar a sociedade londrinense sobre as atividades e reivindicações da Ocupação. Para o desenvolvimento das primeiras oficinas foram apresentados vídeos sobre o tema da moradia urbana no Brasil e sobre o tema da concentração de mídia no país. Também foi proposto trabalhos coletivos de produção de conteúdo em vídeo, foto e texto, principalmente. Foi importante perceber, nesse processo inicial, o quão grande era o desejo dos ocupantes em contrapor a imagem negativa da mídia hegemônica em relação aos moradores do Flores do Campo e ao mesmo tempo perceber as dificuldades deles em diversas questões (operacionais e de elaboração de conteúdo). Após pelo menos sete oficinas foi possível realizar uma discussão ampla sobre o funcionamento dos veículos de comunicação hegemônicos de Londrina e em geral instigando a percepção dos moradores para a compreender dentro de qual lógica eles operam (sistema capitalista); houve a criação de uma página da Ocupação Flores do Campo na rede social Facebook (https://www.facebook.com/OcupaFloresDoCampo/?ref=bookmarks) e um canal de vídeos no YouTube (https://www.youtube.com/channel/UC2Y0afevZprPXi05zA9Kvhw); a produção coletiva de conteúdo, entre moradores e apoiadores militantes, para alimentar a rede social com conteúdo. Essa produção coletiva de conteúdo foi uma das partes viscerais para a construção de autonomia dos moradores em serem protagonistas dessas duas plataformas digitais construídas coletivamente. Havia muita dificuldade em como e ao que publicar em ambas páginas, os exercícios em ato de produção de conteúdo durante as oficinas foi uma prática que fez os moradores se perceberem capazes e confiantes em assumirem cada vez mais o protagonismo, mesmo que em algumas situações pedissem apoio aos membros das oficinas. O acesso a internet que inicialmente imaginávamos ser um problema para o alcance da alimentação de conteúdo pelos moradores em ambas as plataformas digitais,  não foi o grande impeditivo, percebemos que de alguma forma os moradores, apesar das diversas dificuldades, buscam meios de acessar a internet. A página do Facebook se tornou o principal canal de comunicação externo com a sociedade local, tanto na divulgação de informações oficiais, na cobertura de atividades da comunidade, bem como no contato com pessoas externas que se comunicam por meio da ferramenta criada. Por fim, a Ocupação passou a falar por si, a divulgar informações de ações que ocorriam, denunciar ataques da polícia, questionar a imprensa local e a manifestar-se acerca de temas que fazia menção a Ocupação. Considerações FinaisAinda que a Página criada tenha funcionado em momentos importantes para a Ocupação Flores do Campo, como diante de notícias sobre possível reintegração de posse e empreitadas da Polícia Militar, existe um desafio de os moradores de moradoras participarem de maneira mais proativa e autônoma. Tanto na produção como na publicação de conteúdos na Página do Facebook. Quanto ao fluxo comunicacional de inclusão individual e comunitária, bem como as possibilidades em relação à capacidade de produção, criação e difusão de processos ou conteúdos, sejam elas autônomas ou comunitaristas no ambiente da internet e das redes sociais, evidencia-se como promissor e potente. Mas não deve se limitar em si mesmo, tampouco se desvencilhar da mobilização e da manutenção das lutas presenciais em suas variadas formas de organização e temas.

1674 “PRECISAMOS FALAR SOBRE OS TERREIROS”: O CUIDADO EM SAÚDE NAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS
Matheus Barbosa, Antônio Vladimir Félix da Silva, Ana Kalliny de Sousa Severo

“PRECISAMOS FALAR SOBRE OS TERREIROS”: O CUIDADO EM SAÚDE NAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

Autores: Matheus Barbosa, Antônio Vladimir Félix da Silva, Ana Kalliny de Sousa Severo

Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), houve uma institucionalização de alguns ideais defendidos pelo movimento da reforma sanitária brasileira, tais como: universalidade na cobertura, integralidade na atenção, participação comunitária e equidade. Esse último princípio é caracterizado pelos seguintes aspectos: definição de regras mais justas para a convivência em sociedade; alcance do bem-estar social para todos os cidadãos e elaboração de políticas públicas destinadas a grupos populacionais historicamente privados de acesso à saúde, assistência, educação, moradia, transporte, saneamento básico e infraestrutura. Outro marco legal que avançou nas conquistas do movimento sanitário, em especial nas questões concernentes à participação popular na saúde, foi a Política de Humanização da Atenção e da Gestão (PNH), criada com o intuito de incluir os diferentes sujeitos e coletivos nos processos de planejamento, implementação e avaliação dos processos de saúde e de formação dos profissionais da área, cada um contribuindo a partir das suas singularidades na promoção de uma saúde que rompesse com os padrões biomédicos e levasse em consideração seus aspectos sociais, econômicos, históricos, políticos e culturais. Nesse trabalho, partimos da tese de que as práticas de cuidado não são exclusivas da categoria médica ou dos demais profissionais da saúde, em vez disso, acreditamos que outros atores sociais também são promotores de cuidado, sejam eles detentores de um saber especializado ou não, como as rezadeiras, os pajés ou os adeptos de religiões afro-brasileiras. No caso desses últimos atores, historicamente os espaços de sacralidade que eles são filiados têm ofertado algumas práticas de cuidado a quem a ele se dirige em busca de auxílio para suas queixas físicas, mentais ou espirituais. Assim, o presente estudo tem como objetivo principal mapear na literatura científica brasileira como são ofertados os processos de cuidado em saúde promovidos pelas religiões afro-brasileiras direcionados aos seus praticantes, consulentes e à comunidade de forma geral. Trata-se de uma revisão sistemática realizada entre outubro a dezembro de 2017. Em primeiro lugar, realizamos uma busca direta na base de dados SciELO, utilizando os seguintes conjuntos de palavras-chave: religião afro-brasileira/cuidado; religiões afro-brasileiras/cuidado; afro-brasileira/cuidado; afro-brasileiras/cuidado; religião de matriz africana/cuidado; umbanda/cuidado; candomblé/cuidado; religião de matriz africana; religiões afro-brasileiras; umbanda; e candomblé. Esses descritores também foram traduzidos para o espanhol e para o inglês. É preciso ressaltarmos que cada conjunto de palavras-chave correspondeu a uma busca distinta. Posteriormente, foi elencada uma série de critérios de elegibilidade como definidores da análise das pesquisas, os quais foram: veículo de divulgação (periódicos indexados), período de publicação (até o ano de 2017); idioma (português, inglês ou espanhol); modalidade de produção (revisões de literatura, estudos empíricos, relatos de experiência e/ou estudos de casos) e conteúdo discorrido (em consonância com objetivo proposto). Essa busca ocorreu a partir de uma análise minuciosa dos resumos das pesquisas encontradas, sendo que os selecionados foram lidos na íntegra. Esses procedimentos foram realizados por dois pesquisadores, primeiramente de maneira isolada, havendo em seguida uma confrontação dos dados de cada um e, posteriormente, um consenso entre ambos sobre os materiais a serem escolhidos para análise. A busca realizada identificou a presença de 131 artigos, cujos resumos foram lidos detalhadamente. Após eliminação das pesquisas semelhantes e de uma análise crítica com base nos critérios de elegibilidade restaram apenas 8 estudos, sendo que após a leitura completa dos mesmos, outro acabou sendo excluído, de forma que, no total, analisamos 7 investigações. Os objetivos desses artigos estavam assim distribuídos: estudar fenômenos concernentes às interações entre religiões afro-brasileiras e serviços de saúde (n = 4); investigar o engajamento de terreiros em aspectos relacionados ao HIV/Aids (n = 1); explanar as práticas de cuidado das religiões de terreiros (n =1); e estudar as práticas de cuidado das religiões afro-brasileiras juntamente com as que são oferecidas pelas igreja católica e pentecostal, comparando-as com as oferecidas no âmbito da saúde mental (n = 1). Com relação ao tipo de estudo, esses se classificavam como: etnográficos (n= 3); triangulação de métodos (n =1); orientação psicanalítica (n =1); levantamento (n =1); e não esclarecia ao leitor (n =1). Nessas investigações, a coleta de dados ocorreu por meio da utilização dos seguintes instrumentos: entrevistas livres com lideranças religiosas (n = 4); observação participante em terreiros (n = 3); conversas informais (n = 2); não explicitava os instrumentos (n =2); entrevista com os adeptos (n =2); observações sistemáticas (n =1); entrevistas de diferentes modalidades (informante-chave, em profundidade, história de vida e história oral) (n =1); materiais pessoais dos frequentadores e dirigentes do terreiro (n =1); observação participantes das atividades desenvolvidas pela Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco (n =1); indicadores de saúde (n = 1); política para saúde da população negra (n = 1) e criação de um posto de vacinação num terreiro (n =1). Por fim, a partir dos resultados das pesquisas analisadas, construímos duas categorias analíticas: (i) especificidades das religiões afro-brasileiras e (ii) atenção à saúde dos povos de terreiros. Na primeira categoria, foi possível identificar alguns aspectos, a saber: os terreiros comportam espaços específicos para rituais e para cultos aos orixás, além de atuarem como rede de apoio à população local, oferecendo aconselhamentos, consultas e tratamentos para muitos males, desde amor até falência financeira; seus espaços de sacralidade geralmente se localizam em residências de pessoas de baixa renda, que abrigam, muitas vezes, famílias de santo e de sangue; os seus adeptos e consulentes frequentam esses espaços em decorrência de aspectos como busca espiritual, tradição familiar, dificuldade financeira e problemas amorosos; e compreendem as doenças como tendo várias origens, sejam elas de ordem física, mental, de outras vidas, causada por outras pessoas, “por encosto” ou “obsessão”. Na segunda categoria, também foi possível identificar alguns aspectos, a saber: os cuidados oferecidos pelos terreiros variam de acordo com as razões que desencadearam a aflição, havendo uma alusão constante à diferença entre causas espirituais e causas materiais ou físicas, de modo que quando os sintomas do enfermo apontam para doenças reconhecidas como originalmente orgânicas, o suporte oferecido consiste em aconselhar e orientar uma melhor alternativa para cura, diferentemente de quando a enfermidade é de ordem psicológica ou espiritual, quando há o uso de plantas e ervas em chás e banhos e a consulta aos orixás; na maioria das vezes, as principais queixas dos consulentes são problemas como dor de cabeça, desmaio, depressão, problemas de visão, taquicardia, hipertensão, doença desconhecida pelos médicos, amnésia, doenças de pele, febre reumática, convulsões, alcoolismo, insônia, doença dos nervos e doenças da barriga; e a existência de experiências exitosas de interações entre serviços de saúde e religiões afro-brasileiras, como a criação de um posto de vacinação em um terreiro de candomblé ou as atividades desenvolvidas pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (RENAFRO-SAÚDE). Nesses casos, essas possibilidades de dialogias serviços-terreiros se encontram constantemente prejudicadas em virtude de discussões econômicas, políticas, partidárias e religiosas que quase sempre servem apenas para negar o acompanhamento, suporte e atenção aos povos de terreiros por parte dos serviços de saúde. Desse modo, a partir desse trabalho, pudemos perceber a importância das religiões afro-brasileiras e de suas simbologias, crenças e práticas de cuidado, sendo, portanto, cada vez mais necessário que os equipamentos “oficiais” de saúde interajam com estes espaços, seja reconhecendo suas práticas de cura ou os convidando a planejar, implementar e avaliar políticas públicas que lhes são específicas.