30: Forum internacional
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 01 Sala 06 - Pupunha    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
1835 Educação no (e para) o trabalho: potencialidades e desafios para o exercício da função apoio na gestão federal da Atenção Básica em Saúde
Ana Silvia Pavani Lemos, Francini Lube Guizardi, Felipe Rangel de Souza Machado, Leonardo Passeri De Souza

Educação no (e para) o trabalho: potencialidades e desafios para o exercício da função apoio na gestão federal da Atenção Básica em Saúde

Autores: Ana Silvia Pavani Lemos, Francini Lube Guizardi, Felipe Rangel de Souza Machado, Leonardo Passeri De Souza

Apresentação: O presente trabalho, que integra a pesquisa “Apoio institucional na Atenção Básica em Saúde: Estudo sobre democratização e gestão pública”, buscou analisar os processos de educação e aprendizagem no (e para) o trabalho e suas potencialidades e desafios para o exercício da função apoio na gestão federal da Atenção Básica em Saúde. Desenvolvimento: Estudo qualitativo, realizado com 21 apoiadores institucionais (centralizados e descentralizados) e dois dirigentes do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde. Os dados foram coletados entre 2015 e 2017, obtidos por meio da estratégia de triangulação, que incluiu estudo documental, entrevista em profundidade e grupo focal. As entrevistas foram analisadas e categorizadas com auxílio do software Atlas.Ti e com utilização da técnica de Análise de Conteúdo, sob o referencial teórico da Ergologia e Educação Permanente em Saúde. Resultados: O tema da educação apareceu nos relatos sobre as reuniões de colegiado; nos diálogos com especialistas no tema do apoio; cursos e eventos; na troca de saberes e experiências entre os apoiadores no cotidiano de trabalho; e no próprio processo de trabalho do apoio institucional como disparador de processos de educação permanente na equipe e nos territórios apoiados. Considerações: Os processos educativos identificados revelaram-se como potenciais estratégias de qualificação do processo de trabalho dos apoiadores, internamente e nos territórios apoiados. Como desafio, verificou-se a necessidade de maior diálogo dos referenciais teóricos do apoio com os saberes da experiência, considerando-se as singularidades intrínsecas e extrínsecas como condição essencial e basilar para a construção do saber-fazer da função apoio na gestão federal.

3971 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ATENDIDA PELO PROJETO ACOLHER EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Vanessa Freitas Amorim, Eduarda Almeida Ferreira, Fabrício Ferreira Silva, Ocileya Gonçalves Pereira, Hellem Nadla Costa da Silva, Claudia Aldeana Muniz de Sousa, Gertrude Ferreira Henrique Benigno, Wanderson Gonçalves dos Santos

CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ATENDIDA PELO PROJETO ACOLHER EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

Autores: Vanessa Freitas Amorim, Eduarda Almeida Ferreira, Fabrício Ferreira Silva, Ocileya Gonçalves Pereira, Hellem Nadla Costa da Silva, Claudia Aldeana Muniz de Sousa, Gertrude Ferreira Henrique Benigno, Wanderson Gonçalves dos Santos

Introdução: Segundo Oliveira e Borges (2008), o acolhimento na UBS é um modo de desenvolvimento do processo de trabalho em saúde que assume uma postura capaz de acolher, escutar e dar resolutividade ao usuário, possibilitando conhecer não só a sua demanda, como também da sua comunidade. A partir do acolhimento é possível obter informações para o conhecimento do perfil dos usuários da área de cobertura da UBS que caracterizem a população adstrita e, posteriormente auxiliem na formulação de estudos epidemiológicos para o planejamento e implementação de ações conforme as necessidades “singulares” da população, visando à melhoria de sua qualidade de vida. Diante disso, este trabalho objetivou relatar o perfil socioeconômico dos usuários tanto de demanda programada como de demanda espontânea da UBS Vila Lobão. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, quantitativo com abordagem descritivo-analítico, realizado através de dados obtidos por questionários respondidos pelos usuários da UBS durante os meses de maio a outubro de 2017, respeitando os termos éticos e legais de pesquisa, através da utilização do TCLE. Tal pesquisa foi feita por acadêmicos do curso de enfermagem/UFMA e membros do projeto Acolher/PROEX. Resultados e discussões: A amostra constituiu-se, de 87,3% dos entrevistados moradores dos bairros adstritos da UBS, subdividindo-se as outras porcentagens para outros 5 bairros e 2 cidades que não são de cobertura dessa unidade. Identificou-se predominantemente o sexo feminino, com o percentual de 75,4%. Com relação a faixa etária dominante na pesquisa, 23% corresponde a [18-28), seguida das faixas etárias [40-50) e acima de 60 anos com 18% cada. Quanto a escolaridade, 34,4% possuíam ensino médio completo, seguido de 24,6% com fundamental incompleto e, 13,1% com fundamental completo. Em relação a renda familiar, 62,3%  optou por não informar,  23% informou possuir entre 1 a 1,5 do salário mínimo, 11,4% possuíam de 2 a 3 salários, e 3,3% não possuíam renda. Diante o exposto, Carneiro Junior et al (2006) diz que a ESF além de manter a universalidade, necessita estabelecer políticas setoriais e intersetoriais, de cunho social, para promover ações a grupos heterogênios em suas demandas e necessidades, ou seja, para o estabelecimento de metas que visem o direcionamento das ações de saúde as particularidades desta comunidade é necessário primordialmente o conhecimento da população adscrita. Considerações Finais: Faz-se percebível a relevância do conhecimento do perfil dos usuários que usufruem do serviço de saúde, pois é a partir desse estudo que se  delimita a epidemiologia comunitária e o  estabelecimento de ações em saúde que visem a melhoria dos agravos dessa população específica, devendo estas serem promovidas de acordo a integralidade e singularidade do sujeito e/ou população para a efetividade do que se propõe.

4107 População Ribeirinha: superando os desafios para efetivar o SUS no território vivo do município de Tefé-Amazonas.
Maria Auxiliadora Lima de Souza, Elizete Souza de Azevedo, Maria Adriana Moreira

População Ribeirinha: superando os desafios para efetivar o SUS no território vivo do município de Tefé-Amazonas.

Autores: Maria Auxiliadora Lima de Souza, Elizete Souza de Azevedo, Maria Adriana Moreira

Introdução O presente trabalho trata-se da experiência das ações de saúde à população ribeirinha do município de Tefé. A gestão aprimorou o arranjo organizacional como uma alternativa de ampliar os serviços de saúde, garantindo a assistência aos munícipes.  O objetivo da gestão foi promover a efetivação/acessibilidade das ações de saúde aos cidadãos das comunidades ribeirinha. A cidade de Tefé é um município do interior do Estado do Amazonas, banhada pelo Rio Solimões, pertence à Mesorregião do Centro Amazonense e Microrregião do Triângulo. Desenvolvimento Primeiramente foi realizado um arranjo organizacional logístico complexo, incluindo a previsão dos custos das embarcações para o transporte dos profissionais in loco, alimentação, insumos e instrumentos necessários para garantir as cinco (5) viagens para desenvolver as ações de saúde nas comunidades ribeirinha. O rearranjo organizacional foi necessário para ampliar os serviços de saúde, garantindo a efetivação do SUS as populações menos favorecida, a reintegração social de pessoas preteridas pelo isolamento geográfico e, através da educação permanente em saúde  fortalecer a corresponsabilização dos cidadãos na difusão de informações, promovendo a prevenção dos riscos e agravos para uma melhoria da qualidade de vida nas comunidades ribeirinhas. Na primeira viagem identificou-se a necessidade de fomentar as ações de educação permanente em saúde na territorialização, uma vez que a população vem de um hábito cultural forte onde procura o serviço quando estão doente/ou pela ausência prolongada da equipe, perpetuando o mero assistencialismo quando está doente. Na segunda viagem a equipe desenvolveu diversas ações junto à população fortalecendo o vínculo com o território vivo. Notaram-se pequenas mudanças no comportamento diante aos atendimentos disponibilizados, principalmente nos territórios onde foram desenvolvidos a educação permanente com os cidadãos, presidente da comunidade, agentes comunitários, microscopista e professores da rede escolar municipal. Na terceira viagem concretizou-se o quadrilátero nas comunidades ribeirinhas oportunizando o processo da escuta e reafirmando a relevância da educação permanente como estratégia transformadora do território vivo como sujeito singular. Resultados Escuta das demandas através de roda de conversas e educação popular, enriquecendo as potencialidades e atenuando as vulnerabilidades. Identificou-se o formato das potencialidades dos atores, bem como suas vulnerabilidades sendo eles protagonista de suas ações e transformações. Estratégias oriundas dos atores e dos profissionais de saúde visando fortalecer e assegurar a continuidade das transformações geradas pelo quadrilátero construído ao longo das ações. Considerações Finais Observou-se a necessidade de uma equipe multidisciplinar possibilitando a ampliação das saúdes como também, a necessidade de intensificar e manter educação permanente em saúde como estratégia de transformações no território vivo, visando à qualidade de vida desta população.

4138 Gestão de qualidade em saúde: Dificuldades de gerenciamento enfrentadas pelos enfermeiros de uma Estratégia Saúde da Família de Belém.
Ana carolina Gusmão, WANDERSON LUIS TEIXEIRA, ELYADE NELLY PIRES ROCHA CAMACHO, ROSIANE LUZ CAVALCANTE, ANA CARLA MARQUES DE GUSMÃO MARQUES

Gestão de qualidade em saúde: Dificuldades de gerenciamento enfrentadas pelos enfermeiros de uma Estratégia Saúde da Família de Belém.

Autores: Ana carolina Gusmão, WANDERSON LUIS TEIXEIRA, ELYADE NELLY PIRES ROCHA CAMACHO, ROSIANE LUZ CAVALCANTE, ANA CARLA MARQUES DE GUSMÃO MARQUES

Introdução, O Programa de Saúde da Família (PSF) surgiu em 1994 como uma proposta de incentivo a descentralização do Sistema Único de Saúde-SUS e efetivação da Atenção Primária à Saúde -APS no Brasil. Na práxis organizacional da equipe da ESF no território, tem sido cada vez mais urgente a inclusão de um trabalhador que gerencie este, devido processo organizativo do trabalho que visa a qualidade da assistência , como consequência das transformações oriundas de experiências de integração, tanto por suas “implicações organizacionais, em relação à necessidade intersetorial, como em relação às modificações do processo de trabalho, que ao modificar-se, passam a exigir’ novos modelos gerenciais que possam instrumentalizar sua operação. Objetivo. O objetivo do presente estudo é especificar quais são os maiores percalços enfrentados pelos enfermeiros no que tange o gerenciamento das unidades de estratégia saúde da família, ressaltando a gestão de qualidade em saúde como referência para esse enfrentamento. Métodos: Trata-se de um relato de experiência dos gerentes de uma estratégia saúde da família do município de Belém. Resultados: A análise das experiências descritas nos fez chegar ao consenso de que embora a estrutura física, seja ainda um grande obstáculo para se gerir a unidade com qualidade, o fator humano ainda se sobrepõe a este. O território da ESF, é um lugar onde a intersetorialidade predispõe ao gerente uma liderança democrática e flexibilidade política. Conclusão faz-se necessário valorizar o produto humano para uma assistência de qualidade, percebe-se problemas relacionados ao enfermeiro como líder, e a dificuldade de se prestar um atendimento humanizado, dificuldade de conciliar atividade de enfermagem e gerenciamento, falta de capacitação para o gerenciamento, pouca autonomia, excesso de burocracia.  

5156 UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE FLUVIAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NA REALIDADE AMAZÔNICA E SEUS IMPACTOS NA CONSTRUÇÃO ACADÊMICA
Ianca Clara Gomes de Almeida, Clara Guimarães Mota, Rebeca Brasil da Silva, Fabiana Mânica Martins

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE FLUVIAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NA REALIDADE AMAZÔNICA E SEUS IMPACTOS NA CONSTRUÇÃO ACADÊMICA

Autores: Ianca Clara Gomes de Almeida, Clara Guimarães Mota, Rebeca Brasil da Silva, Fabiana Mânica Martins

O Sistema Único de Saúde, que tem a equidade como um de seus alicerces, procura sempre se adequar às realidades locais. Tendo isso em vista, as Unidades Básicas de Saúde Fluvial surgiram como uma tentativa de transportar profissionais da saúde para as comunidades mais distantes das grandes cidades, onde vive uma expressiva parte dos cidadãos amazonenses – a população ribeirinha. Essas embarcações, que abrigam tripulantes e equipes da Estratégia Saúde da Família, são responsáveis por levar cuidado e atenção até quem precisa. Este trabalho objetiva apontar as especificidades existentes na atuação das Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSFs) e a influência dessas no bem-estar das comunidades do interior do estado do Amazonas. Além disso, apresentar as experiências vividas por acadêmicos do terceiro período do curso de medicina da Universidade Federal do Amazonas – UFAM durante ida a uma dessas embarcações. Em Abril de 2017 foi realizada uma visita a UBS Fluvial barco Catuiara pela turma XCVI de Medicina da UFAM acompanhada dos seus professores de Saúde Coletiva III. A visita foi feita em um dos portos de Manaus, e iniciou-se com a entrada dos alunos no barco e um discurso inicial de uma das enfermeiras da UBS sobre a origem da navegação usada, como é o seu funcionamento, em que períodos do mês ela está ativa e em que períodos retorna para a capital, quais são seus funcionários e sua abrangência. Após isso, os acadêmicos foram levados para conhecer o interior do barco em grupos. Inicialmente, a ideia que se tem do barco, é de ser algo abandonado, envelhecido. Porém, ao adentrar nos seus cômodos, é possível ver o quão arrumado é, com todas as suas estruturas interiores bem preservadas, todos os consultórios típicos de uma unidade básica, presença de microscópio (obrigatório na UBS Fluvial) e quartos para os funcionários. Os alunos consideraram a visita à unidade de saúde como de fundamental importância para sua formação acadêmica, visto que possibilitou o conhecimento e entendimento de um modelo de promoção e prevenção à saúde não tradicional, demonstrando na prática um exemplo de como o Sistema Único de Saúde utiliza de diferentes meios pra atingir seus princípios e diretrizes. No caso em questão, foi visto como uma Unidade Básica de Saúde Fluvial cumpre o princípio de equidade do SUS, pois atende os indivíduos, no caso os ribeirinhos, de acordo com suas necessidades. Com a visita, a conclusão feita é da importância dos estudos dos determinantes sociais e como eles influenciam a vida e a saúde da população “ribeirinha”. Além disso, foi muito interessante ter uma aula teórica e posteriormente, prática, sobre as UBS Fluviais, pois a sedimentação do conteúdo se torna mais fácil. Por fim, o objetivo maior dos professores da Saúde Coletiva III foi mostrar para a turma como o SUS, através dos seus princípios de equidade, se estrutura em áreas com grandes diversidades geográficas.

2187 PRÁTICAS EDUCATIVAS NA SAÚDE DA MULHER SOB LIMITES DO MODELO BIOMÉDICO
Priscylla Helena Alencar Falcão Sobral, Edméia de Almeida Cardoso Coelho, Mariza Silva Almeida, Nadja Maria dos Santos, Luciana Pessoa Maciel Diniz, Flávia Emília Cavalcante Fernandes, Rosana Alves de Melo, Juliana Freitas Campos

PRÁTICAS EDUCATIVAS NA SAÚDE DA MULHER SOB LIMITES DO MODELO BIOMÉDICO

Autores: Priscylla Helena Alencar Falcão Sobral, Edméia de Almeida Cardoso Coelho, Mariza Silva Almeida, Nadja Maria dos Santos, Luciana Pessoa Maciel Diniz, Flávia Emília Cavalcante Fernandes, Rosana Alves de Melo, Juliana Freitas Campos

Apresentação: A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher propõe que atividades educativas integrem o escopo de ações direcionadas às usuárias da atenção básica e que essas promovam empoderamento para participação ativa nos processos decisórios relativos ao cuidado com sua saúde. Todavia, tal proposição política não tem se concretizado nas práticas de atenção à mulher, já que a sobreposição da clínica e a desvalorização dos processos educativos são problemas contemporâneos. O objetivo da pesquisa foi conhecer a realidade vivenciada por equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) do interior Pernambucano, no tocante ao desenvolvimento de atividades de educação em saúde com mulheres. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de pesquisa exploratória, qualitativa, que tem a Integralidade como eixo teórico. Participaram nove trabalhadoras/es atuantes em quatro unidades da ESF do sertão do Estado de Pernambuco, Brasil, Outubro de 2014 a Dezembro de 2015. Utilizou-se a Oficina de Reflexão para produção do material empírico, mediante as etapas de apresentação e integração; desenvolvimento do tema; socialização das experiências; síntese; avaliação; descontração/ relaxamento. Teve duração de três horas, durante as quais os discursos foram registrados em diário de campo e por gravador de voz. O material produzido foi analisado pela técnica de Análise de Discurso por Fiorin. Resultados: há reprodução do paradigma biomédico na organização do serviço e nas práticas de saúde nas ESF lócus da pesquisa; a gestão autocrática e a prioridade para o alcance de metas limitam o trabalho educativo com mulheres na perspectiva emancipatória e distancia o cuidado da integralidade. Contribui para essas limitações a insuficiência da formação acadêmica, também influenciada pelo modelo hegemônico, para o trabalho com a comunidade e o desestímulo em adotar a educação em saúde como estratégia para a promoção da saúde na prática profissional. A inexistência de intervenções educativas é justificada, sobretudo, pela estrutura física do serviço e pelo modelo de gestão ambos atendendo ao modelo clínico individual, que inviabiliza o coletivo. A desvalorização do trabalho profissional, a falta de apoio logístico e a prioridade para a produtividade foram citados como fatores de desmotivação para o trabalho na ESF e como dificuldades para o trabalho educativo com as mulheres. Considerações finais: Reorientar o cuidado às mulheres na ótica das práticas educativas emancipatórias exige de trabalhadores/as, usuárias e gestores/as disponibilidade para mudança dos modos tradicionais de gestão e de atenção adotados. Requer também romper com o paradigma biomédico que orienta a formação e a produção da saúde. Transformar essa realidade requer, antes de tudo, a compreensão dos fatores que obstaculizam a consolidação do processo educativo como instrumento de empoderamento e cidadania, e como um componente fundamental da integralidade.

5177 ESCASSEZ E ESTRATÉGIAS PARA PROVIMENTO DE MÉDICOS PARA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Anderson Freitas de Santana

ESCASSEZ E ESTRATÉGIAS PARA PROVIMENTO DE MÉDICOS PARA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores: Anderson Freitas de Santana

Ao analisar a literatura nacional e internacional sobre a escassez de recursos humanos para a APS, não é recente a organização de governos e instituições de ensino para enfrentar e minorar um problema que afeta o acesso de milhares de pessoas aos cuidados primários em saúde. (MACIEL FILHO, 2007). Embora a escassez de médicos seja um problema encontrado em todo o país, a razão do número desses profissionais em 2013 foi de 1,48 médicos por 1.000 habitantes no Brasil e 0,97 médicos por 1.000 habitantes na Bahia, segundo dados cadastrados no CNES. Essa realidade é diferente dos países com sistema universal de saúde, onde a razão de médicos por 1.000 habitantes é superior a 1,8. Esses números revelam que a má distribuição de médicos e a escassez desses profissionais, tornam-se desafios para implementação da Política Nacional de Atenção Básica, sobretudo, a expansão da cobertura populacional da Estratégia de Saúde da Família no Estado da Bahia, que aconteceu de formas distintas e em diferentes contextos (CFM, 2011; GIRADI, 2010). Este estudo teve como principal objetivo realizar a revisão de literatura nacional e internacional sobre a escassez de médicos para a Atenção Primária à Saúde e principais estratégias governamentais para provimento de médicos. A revisão de literatura foi realizada nas principais bases de pesquisa nacional e internacional. Foram utilizados descritores na língua portuguesa e seus correlatos nas línguas espanhola e inglesa. A partir dos critérios estabelecidos foram selecionados 130 artigos e, destes, 37 participaram do estudo. Diversos estudos apontaram que os principais fatores que dificultam a atração de médicos para atuar na APS em regiões remotas e de difícil acesso estão relacionadas à formação inadequada de profissionais, remuneração dos profissionais inferior à outras especialidades, distribuição desigual de médicos, processo migratório, salários poucos atrativos, incentivos inadequados, ausência de equipamentos de lazer e de infraestrutura local, formação dos médicos desarticulada as necessidades do sistema de saúde, má distribuição das escolas médicas e movimento migratório dos médicos (NKOMAZANA, 2015; SHTASEL ET AL., 2015; LEONARDIA, ET AL., 2014; MACIEL FILHO, 2007) As principais estratégias governamentais adotadas para minorar a escassez de médicos para APS foi reorientar a formação médica, remunerar os médicos de forma adequada, oferta de condições de vida e infraestrutura na zona rural, oferta de incentivos monetários, treinamento para médicos que atuam nessas áreas, redução da dívida estudantil, incentivo monetário, aprimoramento técnico, bônus para processo seletivo de residência médica (NKOMAZANA, 2015; SHTASEL ET AL., 2015; SILVA; PINEAULT, 2012; MACIEL FILHO, 2007).

4423 Humaniza-SUS e a demanda espontânea em uma Unidade Básica de Saúde do município de Imperatriz-Maranhão: A visão do acadêmico.
Vanessa Freitas Amorim, Isabel Cristina Leal Fernandes, Martina Ferreira Claudino Silva, Jaene Maria Sousa de Oliveira, Marcela Paixão Rêgo, Eduarda Almeida Ferreira, Nélio Alves Lima Júnior, Antonia Vilquenia da Silva Mesquita

Humaniza-SUS e a demanda espontânea em uma Unidade Básica de Saúde do município de Imperatriz-Maranhão: A visão do acadêmico.

Autores: Vanessa Freitas Amorim, Isabel Cristina Leal Fernandes, Martina Ferreira Claudino Silva, Jaene Maria Sousa de Oliveira, Marcela Paixão Rêgo, Eduarda Almeida Ferreira, Nélio Alves Lima Júnior, Antonia Vilquenia da Silva Mesquita

Introdução: O acolhimento inicialmente vem com a proposta de possibilitar o atendimento para usuários tanto de demanda programada como também os de demanda espontânea, isso porque “anteriormente” o que se via eram consultas sendo realizadas apenas em pacientes previamente marcados, obrigando os usuários a madrugarem em filas com o intuito de conseguir marcações de exames e consultas diárias através da priorização do atendimento por ordem de chegada, sem preocupar-se com o princípio da equidade e prioridades. Com o estabelecimento da PNH, atualmente, tem-se a diminuição das filas, a ruptura da cultura de madrugar e a possibilidade de ser atendido de acordo com a classificação de risco. Diante disso, este trabalho objetiva relatar a percepção do acadêmico acerca do acolhimento e demanda espontânea em uma UBS de Imperatriz- Maranhão. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, qualitativo com abordagem descritiva – analítico realizado através da vivência em uma UBS. Os dados resultaram de uma pesquisa com os usuários que procuravam por atendimento em demanda espontânea, onde avaliavam também a resolutividade da UBS Vila Lobão. A pesquisa foi realizada por acadêmicos de enfermagem da UFMA e membros do projeto Acolher/PROEX. Resultados: Após análise dos resultados obtidos, percebe-se a demanda espontânea ainda erroneamente relacionada à procura de serviços como: sala de curativos, PCCU, sala de vacinas e marcações sejam de exames ou consultas, desprezando-se a necessidade de usuários que procuram por consulta médica ou de enfermagem devido a um mal súbito, tal como angina, lombalgia, insônia, ou até mesmo agudização de doença e/ou estado de saúde na qual ele é acompanhado e segue uma agenda programada de consultas. Sempre poderá haver imprevistos, mas muitas das vezes a percepção do usuário quanto à necessidade de saúde, não é considerada, competindo apenas ao profissional a definição da mesma. Observou-se por parte dos profissionais certa relutância em visualizar e aceitar que toda e qualquer necessidade de saúde do usuário é importante acolher, escutar e propor resolutividade, sem desmerecer por acreditar não ser relevante para incluí-lo nos cuidados, pois como exposto por Brasil (2011), a AB além de ser uma das principais portas de entrada do sistema de saúde, devido ao maior grau de descentralização e capilaridade, deve se constituir numa “porta aberta” capaz de dar respostas “positivas” aos usuários, procurando atender às necessidades de saúde de forma integral e, não tornar-se um lugar meramente burocrático e obrigatório de passagem para outros tipos de serviços. Considerações Finais: Nesse sentido, devemos também considerar o usuário como um definidor das necessidades de saúde e mesmo que as percepções de usuário e profissional da saúde divirjam, deve-se procurar acolher, escutar e dar resolutividade. Pois, por mais necessário que seja o agendamento do atendimento para os profissionais, devido à importância de programar e direcionar o cuidado. Em contraposição, existem também os casos não programáveis no qual a unidade deve estar preparada para atender e prestar uma assistência de qualidade.