31: Participação social e inclusão: a cidadania tecida em ato
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FEFF Sala 01 - Rebojo    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
768 MUTIRÃO DA INCLUSÃO, uma mudança para muitos: uma nova perspectiva de inclusão social.
Ana Paula de Souza Lima, Karollayny de Macêdo Oliveira, Ariele dos Anjos de Oliveira, Fábio Lucas Silva Fernandes, Laura Raquel Silva da Costa, Maria Victória Emanuelli Queiroz, Renata Motoki Amorim Pereira, Cleverson Redivo

MUTIRÃO DA INCLUSÃO, uma mudança para muitos: uma nova perspectiva de inclusão social.

Autores: Ana Paula de Souza Lima, Karollayny de Macêdo Oliveira, Ariele dos Anjos de Oliveira, Fábio Lucas Silva Fernandes, Laura Raquel Silva da Costa, Maria Victória Emanuelli Queiroz, Renata Motoki Amorim Pereira, Cleverson Redivo

Apresentação e Objetivos: As Pessoas com Deficiência (PCD) possuem limitações permanentes, e, por isso, muitas vezes acabam sofrendo exclusão no âmbito social e trabalhista. O Mutirão da Inclusão, projeto criado e realizado pela Liga Amazonense de Medicina do Trabalho e Perícias Médicas (LAMT), visa fornecer o Laudo Caracterizador de Deficiência, documento exigido pelas empresas, de forma gratuita aos portadores de deficiência. O objetivo desse trabalho é relatar a percepção dos estudantes em relação à participação no mutirão entendendo melhor o papel do médico perito na prática e explicitar a relevância do projeto em facilitar o acesso e inserir essas pessoas no mercado de trabalho. Desenvolvimento: A LAMT realiza esse projeto desde 2016  e essa ideia surgiu devido à dificuldade que os PDCs têm para conseguir se inserir no mercado de trabalho. Muitas empresas alegam que não contratam pessoas com deficiência porque não há oferta de tais trabalhadores, porém, essa disponibilidade existe e uma das maiores dificuldades que os PCDs enfrentam é conseguir o laudo. Os alunos acompanham e auxiliam uma equipe de saúde multiprofissional que realiza avaliações físicas, audiometrias e exames oftalmológicos para observar se os participantes se enquadram nos critérios para a concessão do laudo. Além disso, são colhidos dados sobre a capacitação profissional e experiências prévias de trabalho a fim de fazer uma conexão entre o trabalhador e as empresas. Resultados: A LAMT já realizou 8 mutirões desde sua criação com aproximadamente 720 pessoas atendidas. Dessas, 570 receberam o laudo e tiveram seus dados cadastrados para vagas desta modalidade em diversas empresas do Estado. Além disso, o mutirão gerou a aproximação dos discentes com a realidade dos portadores de deficiências e suas necessidades sociais. O projeto tem gerado relevante impacto para economia no Amazonas e na qualidade de vida dessas pessoas. Os acadêmicos aprenderam a realizar diversos exames, muitos deles vistos antes somente na teoria. Foi possível também aprender mais sobre os critérios técnicos necessários para o enquadramento de alguém como PCD. Considerações finais: Os portadores de deficiência são habitualmente colocados à margem da sociedade, dessa forma, o projeto do Mutirão da Inclusão visa facilitar a obtenção do documento necessário à contratação proporcionando ao PCD o efetivo exercício de sua cidadania de modo que sua autonomia e dignidade seja assegurada. Ações como essa do mutirão permitem o enriquecimento de conhecimento dos acadêmicos e são essenciais para a inclusão dos PCDs. Mas só o fornecimento do laudo não é o bastante, e por isso estamos criando um novo projeto que visa o treinamento dessas pessoas por meio da qualificação profissional. 

2626 Relato de experiência: Exibição de mídia educativa sobre saúde bucal aos pacientes da Policlínica Odontológica da Universidade Estadual do Amazonas (PO-UEA)
JEFTER HAAD RUIZ DA SILVA, DIEGO FERREIRA REGALADO

Relato de experiência: Exibição de mídia educativa sobre saúde bucal aos pacientes da Policlínica Odontológica da Universidade Estadual do Amazonas (PO-UEA)

Autores: JEFTER HAAD RUIZ DA SILVA, DIEGO FERREIRA REGALADO

Objetivando proporcionar conhecimentos básicos à cerca da saúde bucal à população, o projeto Educação em Saúde exibe vídeos educativos sobre o tema nos andares da Policlínica Odontológica da UEA, alcançando usuários, funcionários e discentes da instituição. A prerrogativa da importância acerca deste projeto baseia-se na carência de informação observada quanto ao nível educacional da população da qual a policlínica presta seu serviço, sendo a maior parte composta por cidadãos de baixa renda, sendo o fator sócio-econômico um dos fatores principais ao desconhecimento de princípios básicos sobre higiene bucal preconizada à uma saúde eficiente deste individuo. Como metodologia empregada, tem-se a exibição de vídeos com temas variados a cerca do assunto, sendo eles: “Técnicas adequadas de escovação”, “Conhecendo a anatomia do dente”, “Uso correto do fio dental”, dentre outros. Centrado no terceiro andar do prédio, os vídeos são disponibilizados na sala de espera ao atendimento odontológico, tendo constante visibilidade pelos pacientes e funcionários que transitam no prédio durante o expediente. Os vídeos duram cerca de 40 minutos de exibição – por dia -, e foram criados especificamente para este objetivo, usando uma linguagem de fácil compreensão em virtude do público-alvo. Ao longo de dois semestres de implementação observou-se a repercussão do projeto entre alunos e a comunidade em geral. Foi perceptível o interesse dos pacientes em aguardar pelo atendimento assistindo vídeos acerca de conhecimento odontológico, se comparado com a programação televisiva que antes era transmitida. O fato de muitos estarem no recinto devido algum problema odontológico demonstra o interesse que os mesmos tiveram em procurar atendimento, e, consequentemente, se compreende a ótima aceitação do público em aprender mais a cerca dos conhecimentos elaborados por profissionais qualificados para tanto. Alcançando cerca de 40 pacientes – à cada turno – diariamente, os vídeos de educação em saúde bucal exibidos aos pacientes da Policlínica Odontológica da UEA tem tido grande aceitação pelo público, indicando o impacto na saúde coletiva que o projeto tem feito ao longo deste ano e que, certamente, mudará – à longo prazo – os índices de cárie e doenças periodontais na população preconizada.

3650 ESTRATÉGIAS PARA DESENVOLVER RESILIÊNCIA E AUTOESTIMA EM PESSOAS ACOMETIDAS PELO DIABETES TIPO 2
Diego da Silva Tamaturgo, Maria de Nazaré de Souza Ribeiro, Selma Barboza Perdomo, Cleisiane Xavier Diniz, Joaquim Hudson de Souza Ribeiro, Orlando Gonçalves Barbosa, Marrana da Silva Brandão

ESTRATÉGIAS PARA DESENVOLVER RESILIÊNCIA E AUTOESTIMA EM PESSOAS ACOMETIDAS PELO DIABETES TIPO 2

Autores: Diego da Silva Tamaturgo, Maria de Nazaré de Souza Ribeiro, Selma Barboza Perdomo, Cleisiane Xavier Diniz, Joaquim Hudson de Souza Ribeiro, Orlando Gonçalves Barbosa, Marrana da Silva Brandão

Considera-se o Diabetes Mellitus tipo 2, uma doença metabólica crônica degenerativa, caracterizada por aumento dos índices de glicose no sangue.  Patologia esta que tem alcançado proporções epidêmicas nas últimas décadas, em decorrência de mudanças no estilo de vida que a sociedade vivencia atualmente. Tais mudanças estão relacionadas principalmente ao envelhecimento populacional, sedentarismo, hábitos alimentares inadequados que propiciam o aumento de gordura no organismo, dentre outros fatores. O grande desafio atual é contornar as dificuldades visualizadas nos serviços públicos de saúde que possuem grandes demandas e carência de recursos para atender aos pacientes adequadamente. É preciso colaborar para a superação das condições de vulnerabilidade social que vivem milhares de pessoas, mas a própria fragilidade da rede de atenção colabora também com a fragilização progressiva que determinados grupos vivenciam. Uma das mudanças mais expressivas no campo das concepções e práticas de saúde remete àquelas resultantes do paradigma da promoção da saúde, sobretudo, por considerar que os quadros de vulnerabilidade associados a agravos diversos na saúde de indivíduos, grupos e populações eram resultantes de relações complexas, as quais não podiam ser compreendidas ou superadas pela via estrita da prevenção. A modificação das condições de enfrentamento e superação das adversidades pelo desenvolvimento de aspectos positivos depende de uma combinação complexa de fatores que abarcam aspectos constitucionais dos indivíduos, relacionais e de ordem socioestrutural. Esta complexidade se expressa de modo singular e subjetiva, uma vez que cada pessoa possui uma forma distinta de dar significado aos fatos e à sua existência, mesmo que compartilhe aspectos comuns da realidade. Muitos estudos têm sido realizados tendo em vista compreender como pessoas, em situações adversas, evidenciaram modos positivos de enfrentamento de sua realidade. Deste modo, deu-se a apropriação e evolução do conceito de resiliência no âmbito das ciências humanas, sociais e da saúde, correspondendo, a capacidade que o ser humano tem de enfrentar as adversidades da vida, aprender com elas, superá-las e, por elas, ser transformado. O estado da arte acerca dos estudos sobre resiliência permite identificar a profunda vinculação que a temática possui com o paradigma da promoção da saúde e com o entendimento de que as mudanças dos quadros de vulnerabilidade aos agravos decorrentes do diabetes envolvem dimensões complexas e suas múltiplas interações.  Desta forma, este trabalho parte do pressuposto de que pessoas que possuem DM2 trazem consigo problemas relacionados à autoimagem, autoestima, assim como dificuldades de adaptações na vida cotidiana familiar e social, como decorrência do quadro da doença e sua cronicidade, sendo seu objetivo descrever o processo de desenvolvimento da resiliência por parte de indivíduos com Diabetes mellitus tipo 2, a partir de práticas de promoção em saúde. Trata-se de um relato de experiência sobre o projeto de intervenção intitulado “Efeitos das Práticas de Promoção de Saúde em Pessoas com Diabetes Tipo 2”, aplicado à 30 indivíduos cadastrados na pastoral da Saúde do bairro de Petrópolis, na cidade de Manaus-AM. O instrumento de coleta de dados utilizado para identificar os níveis de Autoestima foi a Escala de Autoestima de  Rosenberg (EAR) em sua versão traduzida e adaptada para o português. Esta escala é composta por 10 itens, com perguntas relativas aos sentimentos de respeito e aceitação de si mesmo, ou seja, 5 itens são formulados positivamente e outros 5 itens formulados negativamente, conforme segue. Com relação à Resiliência, foi utilizada a escala desenvolvida por Wagnild e Young e adaptada no Brasil por Pesce et al., para medir níveis de adaptação psicossocial positiva em face de eventos de vida importantes. Todos os voluntários da pesquisa foram inicialmente avaliados, sendo coletado os seguintes dados: Idade, sexo, escolaridade, religião, renda, situação conjugal, tempo com DM2 (em anos), medicamentos em uso, resultados dos últimos exames laboratoriais  (glicemia plasmática em jejum, HbA1c, Colesterol total, LDL, HDL, Triglicerides,  Pressão arterial medida no dia da avaliação, avaliação antropométrica com IMC, circunferência do braço, abdome e panturrilha. Dentro do projeto os pacientes participam de rodas de conversa, onde os mesmos são acolhidos quinzenalmente pela equipe e escolhem-se temas para discussão em grupo, além de outras atividades que possibilitem a interação entre a equipe e pacientes. Trabalha-se ainda, a educação continuada com os mesmos, onde são repassadas diversas orientações para o autocuidado, sobretudo com temas que envolvem: Tratamento Medicamentoso, Nutrição, Atividade Física e Relacionamento pessoal/familiar.  Semanalmente os voluntários das pesquisas são contactados por via telefônica, visando sensibiliza-los da importância e necessidade de não faltarem ao encontro de grupo (rodas de conversa). Percebe-se a importância do desenvolvimento de atividades de promoção da saúde para pessoas com DM2, principalmente por se tratar de uma doença que traz consigo a necessidade de diversas mudanças de vida por parte das pessoas que são acometidas. As estratégias de promoção em saúde realizadas no grupo, atuam aproximando e valorizando os saberes populares e acadêmicos, tendo em vista futuras contribuições científicas e de estratégias de prevenção e intervenção frente aos crescentes casos de Diabetes no país e no mundo. Por muitas vezes a adesão ao tratamento do DM2 se torna muito complexa para o indivíduo. Cuidados com a automonitoração da glicemia, a prática regular de atividade física, o uso correto de medicamentos e a adoção de uma alimentação saudável são de extrema importância para manter os níveis glicêmicos estabilizados e, consequentemente, prevenir as complicações crônicas do DM2, embora muitas vezes tais cuidados são negligenciados por estas pessoas, o que dificulta em grande parte o acompanhamento da doença. A promoção de saúde entra nesse contexto como fator contribuinte aos pacientes participantes do projeto, principalmente no que diz respeito as mudanças de estilo de vida que os mesmos são submetidos a enfrentar. A partir das práticas de promoção em saúde, acredita-se que os indivíduos acometidos pela DM2 possam buscar novos meios de superar os desafios impostos pela doença, onde o conhecimento a cerca das estratégias utilizadas para controle glicêmico e prevenção de complicações acabam contribuindo para o desenvolvimento do gerenciamento de conflitos internos, o que mais adiante traz à tona um indivíduo com altos níveis de resiliência.  Percebe-se que atividades de rodas de conversa com discussão de temas acerca do assunto, além de promover uma maior interação entre os participantes e pesquisadores, agem também de forma bastante positiva quanto ao entendimento da doença em si por parte dos acometidos pela mesma, onde estes podem descobrir como o seu organismo é afetado pelo DM2 para que assim possam desenvolver formas de controle dos índices glicêmicos de forma mais autônoma, o que apenas nos confirma o desenvolvimento da resiliência de tais pacientes em relação ao DM2. Conseguiu-se perceber que as pessoas no decorrer de sua convivência com a doença constroem modos singulares ou resultantes de compartilhamentos acerca do conhecimento do DM2, que resultam em enfrentamentos de ordem prática no cotidiano. Desta forma, as práticas de promoção em saúde se tornam necessárias para pessoas com DM2 porque atuam justamente aproximando e valorizando os saberes populares e acadêmicos, contribuindo para a construção de estratégias que auxiliem no melhor controle da doença, além de promover melhor interação social por parte dos participantes e pesquisadores.

3757 AÇÃO DE PROMOÇÃO DE SAÚDE PARA POPULAÇÃO DE RUA DA CIDADE DE MANAUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
ALLADIN ANDERSON RAMOS BARBOSA, ARIELE DOS ANJOS DE OLIVEIRA, DOUGLAS DE SOUZA PEREIRA, MARIANA BORGES DANTAS, REBECCA NOBRE MARQUES, LÁZARA GABRIELA OLIVEIRA SILVA, JAÍNE LOPES CALDAS, JOSÉ VICTOR SANTOS NEIVA

AÇÃO DE PROMOÇÃO DE SAÚDE PARA POPULAÇÃO DE RUA DA CIDADE DE MANAUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: ALLADIN ANDERSON RAMOS BARBOSA, ARIELE DOS ANJOS DE OLIVEIRA, DOUGLAS DE SOUZA PEREIRA, MARIANA BORGES DANTAS, REBECCA NOBRE MARQUES, LÁZARA GABRIELA OLIVEIRA SILVA, JAÍNE LOPES CALDAS, JOSÉ VICTOR SANTOS NEIVA

A população de rua tem em comum o estado de vulnerabilidade social. Esse grupo de pessoas não possui residência fixa, trabalho regulamentado, renda estável e, geralmente possuem baixa escolaridade, fatores, estes, que causam impacto na saúde e qualidade de vida. A situação precária de vida a que esta população está sujeita, pressupõe um pensar saúde-doença de forma diferenciada, e sendo esse entendimento importante para a formulação de ações pelos serviços de saúde.Considerando esses aspectos o objetivo deste trabalho é narrar a experiência de atendimento em saúde de pessoas em situação de rua na cidade de Manaus, Amazonas. Trata-se de um relato de experiência da prática de campo da disciplina de Saúde Coletiva IV realizada por estudantes de Medicina da Universidade Federal do Amazonas.O atendimento inicial compreendeu-se de um acolhimento realizados pelos estudantes sob supervisão do professor da disciplina e médico da Família e Comunidade. No momento inicial foram levantadas suas necessidades de saúde mais urgentes visando uma melhoria de suas condições de saúde e um encaminhamento adequado para suas queixas, podendo ser uma consulta médica e/ou odontológica, curativos, medicações, entre outros procedimentos. A situação precária de vida a que esta população está sujeita, pressupõe um pensar saúde-doença de forma diferenciada, e sendo esse entendimento importante para a formulação de ações pelos serviços de saúde. A análise do viver na rua, dos equipamentos sociais e de saúde disponíveis indica a necessidade de criação de modelos específicos e ações adequadas de atenção a esse grupo, em que o acolhimento desta classe de usuário toma-se a questão central. Assim para os serviços de saúde permanece o desafio de operacionalizar tecnologias voltadas ao atendimento das necessidades desse grupo, e que, integradas a outras demandas, contemplem o conceito de eqüidade.Através da experiência obtida pudemos verificar que não existem serviços específicos para o atendimento de pessoas vulneráveis de rua na cidade de Manaus  o que permanece ainda como grande desafio para os diferentes agentes sociais a construção de uma rede de serviços, constituída  seja de de instituições públicas e privadas ou mesmo consubstanciando parcerias efetivas com o Estado, como a resposta assistencial mais adequada à esse grupo populacional.

4208 Projeto Jacarezinho: Promoção da Saúde através do brincar em Benjamin Constant (AM)
Arienne Bezerra da Silva, André Ricardo Basualto Dias, Paulo Raphael Pires Ferreira, Rhaíssa Bentes Leonel, Kaciopeia Queiroz Rocha, Marlene da Silva Maia

Projeto Jacarezinho: Promoção da Saúde através do brincar em Benjamin Constant (AM)

Autores: Arienne Bezerra da Silva, André Ricardo Basualto Dias, Paulo Raphael Pires Ferreira, Rhaíssa Bentes Leonel, Kaciopeia Queiroz Rocha, Marlene da Silva Maia

Apresentação Fundado em 2001, no município de Benjamin Constant (AM), o Projeto Jacarezinho (PROJAC) surgiu pela iniciativa do comunitário André Maia (conhecido como Jacaré) e seus familiares, com o objetivo de oferecer um espaço de lazer para as crianças e adolescentes da localidade. O número de voluntários tornou-se crescente, assim como as oportunidades em promover saúde de forma lúdica. Desenvolvimento Atualmente, os crescentes índices de violência têm dificultado a realização de atividades para a socialização e o entretenimento, elementos essenciais para a saúde mental e bom desenvolvimento de crianças e adolescentes. Sob esse olhar, o projeto realiza encontros aos sábados, na área verde pertencente à família Maia e se mantém com as doações de moradores, escoteiros, membros da igreja católica e visitantes. O internato rural da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) permite que os estudantes de Medicina participem temporariamente do projeto e auxiliem nos encontros, aproveitando o espaço onde os jovens brincam de vôlei, queimada e futebol, para conversar sobre temas importantes como higiene pessoal e prevenção de acidentes. Resultados Foi constatado que no período de outubro a dezembro de 2015, o PROJAC acolheu quarenta jovens, entre cinco e quatorze anos de idade. Houve a comemoração do Dia das Crianças, com brincadeiras, balões e lanche, nessa oportunidade pudemos conhecer melhor as crianças e escolher que temas seriam mais adequados para inserir em momentos lúdicos com o grupo. Apesar dos poucos recursos audiovisuais disponíveis, pudemos promover saúde através do aconselhamento sobre higienização das mãos, cuidados com a água/vestuário e também orientar sobre prevenção de acidentes, assim como regras simples de primeiros socorros. Considerações finais O histórico de trabalho social ao evitar que crianças se exponham a situações de perigo nas ruas, ao compartilhar informações de esporte e saúde às diversas faixas etárias e o compromisso de diversos voluntários em proporcionar experiências positivas de lazer e cultura, mantém o PROJAC como iniciativa conhecida e respeitada na comunidade do Umarizal (AM). A vivência proporcionada aos acadêmicos de medicina ao participar de um projeto que resiste em meio às iniquidades em saúde, fortalece a visão de que o médico generalista precisa pensar nos diversos contextos onde seus pacientes estão inseridos, para que seu trabalho seja verdadeiramente integral e resolutivo.  

4278 GINÁSTICA, SAÚDE E LAZER: UMA PROPOSTA DE TRABALHO DA GINÁSTICA PARA TODOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SANTARÉM
Taynara Cristina Mouzinho Amaral, Patrícia Reyes de Campos Ferreira, Ângela Maria de Lima Monteiro

GINÁSTICA, SAÚDE E LAZER: UMA PROPOSTA DE TRABALHO DA GINÁSTICA PARA TODOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SANTARÉM

Autores: Taynara Cristina Mouzinho Amaral, Patrícia Reyes de Campos Ferreira, Ângela Maria de Lima Monteiro

Apresentação: O presente estudo tem como objetivo apresentar a proposta de trabalho com a ginástica para todos, no Projeto de Extensão “Escola de Ginástica” do curso de Educação Física da Universidade do Estado do Pará, Campus Santarém. Este é um projeto de extensão universitária de natureza acadêmica, voltado para a disseminação e capacitação dos discentes em atividades de ensino, pesquisa e extensão, desenvolvido desde o segundo semestre de 2014. Atende em média 40 alunos, divididos em duas turmas de crianças e adolescentes na faixa etária de 04 a 15 anos. Conta com a participação de 8 acadêmicos e uma docente coordenadora, que se reúnem semanalmente para planejamento, vivência e organização das aulas que ocorrem no decorrer do semestre letivo. Desenvolvimento: O projeto tem como objetivo apresentar a Ginástica para Todos à comunidade acadêmica e geral, considerando esta, uma modalidade esportiva sem fins competitivos, que promove a participação de todos, respeitando suas limitações e permitindo a exploração da criatividade, além de contribuir na socialização, desenvolvimento motor e sócio-afetivo de seus praticantes, proporcionando ainda, diversão e prazer na sua realização. Por entender que o sedentarismo, é hoje, um problema de saúde pública, que acarreta em consequências maléficas para a saúde do indivíduo e de toda uma comunidade, pensamos em propor uma atividade em que as crianças e adolescentes, possam vivenciar diferentes formas de movimento, tornando essa prática como algo importante em suas vidas, como um bom hábito para o futuro e a criação e manutenção de um estilo de vida saudável e com mais qualidade de vida. Resultados: A participação das crianças e adolescentes no projeto nos permite perceber a experiência deles como uma forma de lazer, trazendo seus benefícios físicos e psicológicos, tais como o bem-estar-físico, a força e a coordenação, mas gerando também o sentido de aquisição de novos conhecimentos. A metodologia utilizada nas aulas, permite que seus participantes desenvolvam o autoenriquecimento, o engrandecimento da autoimagem e o sentimento de aquisição de valores novos, pois buscamos entender que nosso aluno, assim como nós professores, somos movimento, portanto, cheio de nuances, possibilidade e limitações, tanto na ginástica como no dia-a-dia que nos influencia constantemente. Considerações Finais: Dessa forma, as aulas propostas através da ginastica, se caracterizam como uma expressão artística humana, de grande relevância social, sendo um espaço de possibilidades de trocas de conhecimento e movimentos, que resultam em inúmeras comunicações e expressões entre seus praticantes e os que nela estão envolvidos de alguma forma. Assim, privilegiam que o processo de criação e recriação do movimento aconteça com maior coerência e uma busca de sentidos a partir das diferentes práticas de vida.

4294 Estratégias de Manejo de Grupo na Saúde
Fabiane Braga Pereira, Larissa Polejack

Estratégias de Manejo de Grupo na Saúde

Autores: Fabiane Braga Pereira, Larissa Polejack

A promoção à saúde se efetiva de modo mais pleno nas ações coletivas, pois é na coletividade que o direito à saúde pode ser mais facilmente associado a outros direitos fundamentais como a cidadania e a dignidade da pessoa humana. Por isso, o manejo de grupos na saúde se faz duplamente necessário ao Sistema Único de Saúde (SUS) pois, além de promover a saúde por intermédio da valorização e compartilhamento de saberes dos seus usuários, traz também fundamental contribuição na formação dos profissionais de saúde. A presente revisão integrativa da literatura fez um levantamento bibliográfico dos artigos publicados no Brasil nos últimos seis anos acerca das estratégias de manejo de grupos na saúde, com o objetivo de verificar as abordagens mais utilizadas no manejo de grupos na saúde, quais os principais contextos em que se efetivam os grupos e a contribuição das práticas em grupo para a saúde no Brasil, além de apurar possíveis lacunas na literatura sobre o tema. As pesquisas foram realizadas em novembro de 2017, sendo incluídos os artigos científicos empíricos a respeito do tema, publicados em língua portuguesa, com acesso gratuito e integral em plataforma on-line, publicados a partir de janeiro de 2012, até outubro de 2017, em formato de artigo. Os descritores utilizados foram “manejo + grupo + saúde”, “terapia + comunitária + saúde”, “grupo + sociodrama + saúde”, “grupos + operativos + saúde” e as bases de dados em que se efetivaram as buscas da pesquisa foram BVS, LILACS e Periódicos CAPES. Após a análise dos resumos dos artigos encontrados, aqueles que não se relacionaram diretamente com o tema proposto ou não trouxeram relatos de experiências com o manejo de grupos, bem como aqueles encontrados em duplicidade, publicados em língua estrangeira ou fora do lapso temporal, foram excluídos do presente estudo. Aplicados os critérios de exclusão, a busca resultou em 32 artigos publicados no recorte temporal determinado, sendo a maior produção no ano de 2013 e 2014 o ano de menor registro de publicações relacionadas com o tema abordado. Em todos os artigos encontrados, o manejo de grupos trouxe resultados positivos para a saúde em variados contextos, mostrando-se como caminho seguro e eficaz para a consolidação e efetivação da própria dignidade humana, promovendo o protagonismo, a qualidade de vida e a saúde dos diversos participantes do SUS. Nos achados incluem-se práticas de prevenção e cuidado envolvendo usuários de todas as faixas etárias e em situações variadas, como saúde no trabalho, escola, hospitais e postos de saúde, saúde mental, cuidado permanente de doenças crônicas, drogadição, entre outras. Além disso, os estudos apresentaram grupos de composições diversificadas, com a participação de múltiplos atores dos serviços de saúde em diferentes âmbitos, como gestão de serviços e práticas educativas para a formação e educação continuada de diversos profissionais da saúde. A eficácia dos grupos ficou demonstrada, tanto nos chamados grupos terapêuticos, que são os grupos nos quais o objetivo é o de levar o cuidado e práticas curativas aos usuários, como nos grupos educativos e de formação, cuja finalidade é a de prover a educação dos usuários ou formação continuada dos profissionais de saúde. Também foram encontrados artigos em que a principal finalidade do manejo de grupos era a pesquisa na área da saúde, como os chamados grupos focais, que têm por objetivo específico não a intervenção no grupo, mas a realização de entrevistas em conjunto com os participantes da pesquisa, de forma que seja avaliada também a comunicação e interação entre eles, o que inevitavelmente, gera nos participantes uma reflexão acerca do tema pesquisado. O número de pesquisas encontradas na literatura levantada, todavia, mostrou-se muito pequeno, principalmente levando-se em conta os inúmeros benefícios que as práticas em grupo trazem à promoção de saúde. O ano de 2013, o de menor quantidade de publicações na área é subsequente ao ano de maior corte orçamentário nos investimentos em saúde, educação e pesquisas por parte do governo federal, o que mostra a necessidade de políticas públicas que fortaleçam as práticas em grupo na saúde. Os artigos analisados nesta pesquisa demonstram que os grupos em saúde proporcionam autonomia, aprendizado, valorização e compartilhamento de saberes dos participantes, usuários e profissionais de saúde, além de permitir ao pesquisador uma clara identificação dos proveitos e falhas na prestação dos serviços. Mesmo nos artigos que descreveram grupos focais e outras modalidades de pesquisas de grupos em cujas experiências o objetivo era apenas coletar dados por intermédio da prática grupal, o manejo dos grupos mostrou-se eficaz e, na maior parte dos casos, promoveu reflexões importantes e a expectativa de transformações geradoras de bem-estar e saúde. A abordagem mais utilizada foi a dos grupos operativos, preconizada pelo argentino Pichón-Rivière, que são grupos que trabalham mobilizando a motivação para as atividades, a consciência quanto aos papéis desempenhados pelos integrantes e a disponibilidade para mudanças. Contudo, os artigos encontrados evidenciaram que, na prática, as abordagens se comunicam e se influenciam umas às outras, tanto nos grupos terapêuticos, como nos grupos preventivos, de aprendizagem e formação de profissionais. Alguns artigos evidenciaram a necessidade de aprofundamento das práticas em grupo e a necessidade de uma melhor formação dos profissionais pois, muitos ainda reproduzem visões fragmentadas do cuidado, defendem a responsabilidade exclusiva do usuário em caso de não adesão aos tratamentos e atuam de forma distanciada da comunidade, defendendo manejos diretivos em lugar da participação social. A literatura levantada demonstrou ainda algumas lacunas, como a ausência de artigos empíricos nas bases pesquisadas sobre o manejo de grupos que utilizem o sociodrama na saúde e a necessidade de uma melhor clareza por parte de alguns autores sobre o referencial teórico empregado em suas produções. Por fim, em face das grandes vantagens que o manejo de grupos traz para as ações em saúde e diante do reduzido número de artigos na área, constata-se a necessidade de fortalecimento da utilização dos grupos nas diversas estratégias de promoção da saúde, a imprescindibilidade da inclusão de suas práticas nos currículos da graduação dos profissionais da área, bem como a urgente retomada nos investimentos em pesquisas no setor.

4499 Oficina de promoção à saúde aos adolescentes internos na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE): relato de experiência.
Karen Weingaertner del Mauro, Êrica Rosalba Mallmann Duarte, Alcindo Antônio Ferla, Carmen Lúcia Mottin Duro, Maria Luiza Machado, Miriam Ribeiro Alves, Amanda Silva da Silva, Luana Pinto Bumbel

Oficina de promoção à saúde aos adolescentes internos na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE): relato de experiência.

Autores: Karen Weingaertner del Mauro, Êrica Rosalba Mallmann Duarte, Alcindo Antônio Ferla, Carmen Lúcia Mottin Duro, Maria Luiza Machado, Miriam Ribeiro Alves, Amanda Silva da Silva, Luana Pinto Bumbel

Um dos mais importantes avanços trazidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi à distinção entre o tratamento a ser dispensado a crianças e adolescentes vítimas de violência e abandono e o tratamento a ser dispensado aos adolescentes autores de ato infracional. Com isso, foi alterada a lógica de atendimento direcionada a estes públicos, especializando-se a Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE) no atendimento exclusivo a adolescentes autores de atos infracionais com medida judicial de internação ou semiliberdade. A FASE é uma instituição voltada a ações socioeducativas e demonstra sempre interesse de parcerias que promovam essas ações. Nesse sentido, as faculdades e universidades, assim como outras instituições formadoras, constituem-se em possibilidades para a atuação com os jovens promovendo atividades de educação, a cidadania e respeito entre eles. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) tem buscado, ao longo de sua existência, realizar uma integração intensa entre pesquisa, ensino e extensão junto à sociedade porto-alegrense, entendendo ser esta sua abrangência mais ampla. No 8º semestre do curso de Bacharelado em Enfermagem da UFRGS, temos a Disciplina ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEM NOS SERVIÇOS DE SAÚDE, que realiza em suas práticas de ensino, atividades na rede hospitalar e na rede de atenção básica. Um grupo de 11 alunos, neste semestre, realiza suas práticas na atenção básica do município de Porto Alegre, durante o primeiro semestre de 2017. O Programa Saúde na Escola (PSE), política intersetorial da Saúde e da Educação, foi instituído em 2007. As políticas de saúde e educação voltadas às crianças, adolescentes, jovens e adultos da educação pública brasileira se unem para promover saúde e educação integral. A articulação entre Escola e Rede Básica de Saúde é a base do PSE e é uma estratégia de integração da saúde e educação para o desenvolvimento da cidadania e da qualificação das políticas públicas brasileiras. A elaboração que se busca em desenvolver oficinas de saúde não se restringe a uma reflexão racional, mas envolve os sujeitos de maneira integral, forma de pensar, sentir e agir. O que define uma oficina é a sua proposta de aprendizagem compartilhada, com o objetivo de construir coletivamente o conhecimento. Os coordenadores apenas facilitam o debate, partindo sempre de dúvidas, opiniões e valores dos próprios participantes. Assim, foi desenvolvida a oficina de sensibilização, com seis turmas diferentes, com o objetivo de estabelecer um conceito ampliado de Saúde e determinantes de saúde a partir das falas dos participantes, na FASE/RS. Estavam presentes sete alunos do curso de enfermagem. Entre os participantes nas oficinas, havia, no total, 132 adolescentes, divididos em dois grupos de 25 adolescentes cada, por dia de atividade, com idades de 14 a 19 anos, profissionais da instituição como agentes de segurança, pedagoga, coordenadora, o diretor da unidade e também professores. Após a apresentação de todos os presentes, foi proposto aos jovens que respondessem a seguinte questão: O que é ter saúde, na sua opinião? Houve participação da maioria presente. Em um segundo momento, houve a entrega de papéis e canetas, no qual foi solicitado que os participantes escrevessem o que era ter e não ter saúde. Ao final, foi realizada a leitura das escritas e o esclarecimento de algumas dúvidas que surgiram sobre diferentes assuntos dentro da área da saúde.  Dentre os assuntos discutidos, pode-se destacar dúvidas a respeito de doenças sexualmente transmissíveis, destacando-se HIV e AIDS, drogas e alimentação saudável. Os adolescentes ressaltaram a importância da prática de exercícios físicos e a falta que sentem dos familiares. Em algumas falas, houve o pedido de que houvesse mais atividades realizadas com eles, como exibição de filmes, atividades com música ou dança e de que houvesse um retorno da atividade para que eles tomassem ciência. Ao final de uma das rodas, ocorreu uma situação de “conflito” entre os adolescentes e as agentes, tendo como motivação o desaparecimento de material de uso (canetas) durante a realização da primeira oficina. Na terceira oficina, durante as discussões sobre o tema, um dos adolescentes falou que era humanamente impossível ser higiênico naquele ambiente em que viviam 24 horas por dia. A partir disso, um dos alunos participantes relatou sua experiência quando participou de um censo junto à Vila Chocolatão, que precisou ser remanejada para outro bairro. A vila era composta, basicamente, por catadores de lixo reciclável, onde não havia esgoto sanitário, água ou luz. O aluno relatou que mesmo nestas condições, havia casas em que foi solicitada pela dona da casa, que os calçados fossem retirados para que fosse possível entrar sem sujar a casa por dentro. Durante toda a explanação, houve um silêncio constante por parte dos adolescentes presentes. Já na quinta oficina, cabe ressaltar o fato de que, ao encerrar o trabalho e questionar se os  adolescentes teriam ainda dúvidas ou algum esclarecimento, um deles fez a seguinte pergunta: “Eu gostaria de saber como vocês nos julgam? O que pensam sobre o que fizemos para estar aqui?” A resposta do grupo foi de que não  havia julgamento dos alunos, que isso era atribuição do juiz; Também foi destacado pelo grupo de alunos que, apesar da presença provisória naquela Instituição, os adolescentes  poderiam se dedicar mais ao estudo, podendo ser uma atividade que possibilita a melhora do humor e dado convívio como grupo maior de internos. Outro fato que merece destaque é a intensa dualidade de pensamento de alguns adolescentes que demonstram querer sair da vida de delinqüência quando saírem dali, mas que sabem que no momento em que isso acontecer, irão ser mortos em função do que fizeram lá fora, antes de serem detidos. No sexto grupo, foi frisado por vários que ali eles têm tempo de ócio em demasia, que suas famílias estão contentes em estarem detidos ali porque assim sabiam que eles estavam protegidos e vivos. Outro adolescente (17 anos), após ser perguntado sobre a diferença entre ser adolescente, adulto e idoso, mostrou-se muito contrariado porque disse que era pai e que, portanto, queria ser tratado como adulto. Nesse momento, houve a manifestação de diversos professores que argumentaram sobre as diferenças. Cabe salientar a importante presença dos professores dos adolescentes que estavam presentes nas oficinas e participaram ativamente; o fato de conhecerem o dia-a-dia dos alunos, suas dúvidas e questionamentos, ajudou a encaminhar os assuntos para temas que sabiam existir entre eles. Concluímos que a elaboração dessa atividade contribuiu não só com os adolescentes que tiveram a oportunidade de interagir com pessoas diferentes do cotidiano deles e com assuntos que muitas vezes não são debatidos, mas também, colaborou imensamente com os acadêmicos de enfermagem. O trabalho em uma instituição como a FASE tornou possível aprender saúde com uma percepção fora da academia, além de conhecer o lado mais humano daqueles adolescentes que ali estão. E isto foi destacado ao final de cada oficina, para que eles (adolescentes) tivessem ciência que não foram apenas eles que aprenderam com os alunos; que estes também haviam aprendido, e muito, com eles. Também é uma atividade que se insere no PSE, o constituindo e o fortalecendo enquanto política pública e de saúde. A partir de uma oficina com temática ampla, foi possível trabalhar diversos eixos previstos na ação do PSE.

4907 Antes Que Te Queimes Finalista: Conscientização para prevenção, saúde e segurança em festas de juventude
Irma Silva Brito, Fernando JF Mendes, Luis Paiva, Ana Sofia Oliveira, Verónica Rita Coutinho, Ana Delgado, Giovana Mendes, Iago Monteiro

Antes Que Te Queimes Finalista: Conscientização para prevenção, saúde e segurança em festas de juventude

Autores: Irma Silva Brito, Fernando JF Mendes, Luis Paiva, Ana Sofia Oliveira, Verónica Rita Coutinho, Ana Delgado, Giovana Mendes, Iago Monteiro

As viagens de finalistas nas férias de Páscoa são cada vez mais populares e fonte de rendimento para os promotores de alojamento à beira-mar. No entanto, a grande aglomeração de jovens leva a excessos que põem em risco a sua saúde e segurança e assim como das comunidades. “Antes que te Queimes... prepara-te para ser finalista” é um modelo de educação por pares dirigida aos estudantes finalistas das escolas secundárias (12º ano) que visa a conscientização acerca do risco associado ao consumo de álcool, tabaco e outras drogas nas viagens de finalistas e ativar a prevenção, saúde e segurança em contextos recreativos. Objetiva-se avaliar o impacte das intervenções educativas realizadas por acadêmicos de enfermagem, os pares educadores. Desenvolvimento. É um workshop de 3-4 sessões dialógicas sobre o que significa a viagem de finalistas, que riscos correm e como reduzir a vulnerabilidade ou que fazer em situação de crise. Realizaram-se em 5 escolas portuguesas, durante os 4 meses que antecederam as viagens. Impacte. Através de questionário on-line antes das sessões e depois da viagem, observou-se melhoria da literacia (conscientização) para os riscos associados às viagens de finalistas (consumo de álcool, tabaco e outras drogas e violência sexual) e dos comportamentos sobre saúde e segurança em contextos recreativos, comparando com grupos de jovens que não frequentaram as sessões. Concluímos que os estudantes educadores foram um fator crucial na qualidade da intervenção e que, ao mesmo tempo, desenvolveram competências interpessoais, científicas e técnicas para realizar promoção da saúde e redução de danos.

653 A INCLUSÃO E O EMPODERAMENTO DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIAS PROTAGONIZANDO A LUTA CONTRA O PRECONCEITO EM UMA PRAÇA DE BLUMENAU: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Carolina Bevervanço Veiga, Arthur Mandalis Sônego, Bruno Antunes Wiethorn, Isabela de Luca, Nicolas Matheus Bauler, Luiz Guilherme Seibel, Clóvis Arlindo de Sousa

A INCLUSÃO E O EMPODERAMENTO DE PORTADORES DE DEFICIÊNCIAS PROTAGONIZANDO A LUTA CONTRA O PRECONCEITO EM UMA PRAÇA DE BLUMENAU: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Carolina Bevervanço Veiga, Arthur Mandalis Sônego, Bruno Antunes Wiethorn, Isabela de Luca, Nicolas Matheus Bauler, Luiz Guilherme Seibel, Clóvis Arlindo de Sousa

Conforme Art. 1º da Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948, todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão, consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade. Diante disso, juntamente com base no último Censo do IBGE, que mostra que 45 milhões de brasileiros possuem algum tipo de incapacidade, o objetivo do presente trabalho foi compreender e vivenciar as complexas questões que envolvem a atenção à saúde dessa parcela da população na cidade de Blumenau, no bairro da Velha, no ano de 2016, a fim de romper com o modelo biomédico para uma abordagem biopsicossocial e existencial do processo saúde-adoecimento. Trabalhou-se, portanto, na inclusão em todas as esferas sociais, promovendo qualidade de vida, empoderamento, igualdade de oportunidades, acessibilidade e ampliação de informações, tanto do deficiente quanto da comunidade, sensibilizando-a. A ação sugeriu “tocar” a comunidade da importância da inclusão social desse grupo para exercerem sua cidadania de forma plena através de dinâmicas, rodas de conversas, prática esportiva com paratletas, entre outras atividades. Dessa forma, foi possível mostrar que a cidadania compreende direitos civis, políticos e sociais os quais contemplam o bem-estar do indivíduo, direitos à segurança, ao trabalho, ao lazer, à educação e à saúde. Entretanto, é importante destacar que o modelo de cidadania varia em uma mesma sociedade e, nesse sentido, a equipe preocupou-se em conhecê-los previamente de forma individual e coletiva, correlacionando os diversos fatores ocupacionais, psicológicos e culturais que faz deles únicos. Assim, foram contatadas pessoas com diversas deficiências para representarem o espaço amostral do território e em seguida realizou-se uma longa conversa com cada participante. A troca de informação foi mútua e intensa, com exemplos de superação, luta, heroísmo e coragem que deram à equipe motivação e aprendizado para planejar a mais eficiente ação possível a fim de abranger o público-alvo. A ação foi considerada além de importante gesto em prol da promoção da saúde, um exemplo bem-sucedido da eficácia do método de Freire para inclusão e intercâmbio de informações “comunidade-deficiente” e principalmente “deficiente-deficiente”, trazendo muito conhecimento de forma horizontal e formando importantes vínculos sociais entre as pessoas com deficiência. Com isso, se torna evidente a necessidade de programações desse tipo na edificação de uma sociedade consciente e respeitosa. A ação prioriza a participação ativa na comunidade desde o começo do aprendizado em saúde, em detrimento à compulsiva racionalização biológica. Desse modo, a experiência realizada no bairro da Velha permitiu um desenvolvimento não apenas individual, mas um despertar do espírito cidadão e disposição para praticar a mudança dentro do Ambulatório Geral. Assim, fica evidente o quanto essa extensão de conhecimento sensibiliza e transforma o aluno em um protagonista na sua busca por aperfeiçoamento como profissional da saúde e como indivíduo, além de instigar o trabalho em equipe e vincular os acadêmicos desde o início com diversas realidades, o que será essencial no momento de exercer sua profissão focando em uma formação holística e voltada para a promoção da dignidade da pessoa humana.

2779 INTEGRAÇÃO DO USUÁRIO EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL AO PROGRAMA HIPERDIA NA 1º CONSULTA DE ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA
ERIKA BEATRIZ BORGES SILVA, CLEO DA COSTA ARAUJO, DHIULY ANNE FERNANDES DA SILVA, ELAINE PRISCILA ANGELO ZAGALO, GICELDA PIMENTEL COSTA, JACKELINE CHAVES FONSECA, THAMYRES BATISTA PROCOPIO, ANA ROSA BOTELHO

INTEGRAÇÃO DO USUÁRIO EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL AO PROGRAMA HIPERDIA NA 1º CONSULTA DE ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: ERIKA BEATRIZ BORGES SILVA, CLEO DA COSTA ARAUJO, DHIULY ANNE FERNANDES DA SILVA, ELAINE PRISCILA ANGELO ZAGALO, GICELDA PIMENTEL COSTA, JACKELINE CHAVES FONSECA, THAMYRES BATISTA PROCOPIO, ANA ROSA BOTELHO

Apresentação: Modificações nos hábitos alimentares e o aumento do sedentarismo são fatores que favoreceram o crescimento das doenças crônico-degenerativas como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Melittus (DM). Por serem doenças crônicas requerem acompanhamento e controle por toda a vida do paciente, sendo essencial que na atenção básica à saúde essa assistência ocorra de forma satisfatória. Uma das estratégias implementadas para reduzir o impacto dessas doenças foi a instauração de um Plano de Reorganização da Atenção à HAS e DM, o programa Hiperdia. Este programa visa ampliar o vínculo entre os pacientes e profissionais de saúde através do cadastramento e acompanhamento realizados nas unidades de saúde e facilitar o acesso dos usuários aos medicamentos, à realização de exames periódicos, às orientações necessárias fornecidas por uma equipe multiprofissional. O trabalho tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem na 1° consulta de enfermagem ao idoso em situação de risco, atendido em uma Unidade Municipal de Saúde e afirmar a importância do Programa Hiperdia. Desenvolvimento do trabalho: A consulta de enfermagem foi realizada por acadêmicos de enfermagem, utilizando um roteiro de consulta de 1ª vez no Programa Hiperdia, em que o usuário era um idoso, 80 anos, sexo masculino, aposentado, que apesar de ter 7 filhos reside com um amigo, o qual se sensibilizou e o acolheu em sua casa. Pais hipertensos e diabéticos. Nega tabagismo e etilismo. Queixas principais: visão turva, astenia e cefaleia. Não fazia uso de nenhuma medicação no momento. Realizava, em média, 4 refeições diárias e ingesta hídrica satisfatória. Diurese presente de aspecto concentrado e polaciúria. Evacuação com coloração e consistência normal. Sono e repouso prejudicado. Resultados e/ou impactos: Observou-se a interação do usuário com os acadêmicos de enfermagem no momento da consulta, pois a mesma durou aproximadamente 1 hora, tendo o entrevistado se mostrado  acessível ao diálogo. Ao exame físico o cliente apresentava-se hipertenso, normocárdico, eupneico e hiperglicêmico. Após análise dos achados, o paciente foi orientado quanto à mudança de estilo de vida, voltada principalmente para à dieta hipossódica e hipocalórica, com redução de carboidratos, tomada da medicação prescrita, adoção de atividade física moderada e ao retorno com três meses para reavaliação e controle dos agravos.  Considerações finais: Constatou-se a necessidade do cuidado em saúde, por meio da consulta de enfermagem para o rastreamento e controle de doenças crônicas. O usuário portador de doenças crônicas, como Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus deve ter acompanhamento sistemático e regular nos serviços de saúde. No caso desse paciente em que os valores pressóricos e glicêmicos se encontram elevados há a necessidade de um acompanhamento mensal, para o controle efetivo da saúde e monitoramento dos dados antropométricos, mudança no estilo de vida e a importância da adesão ao tratamento medicamentoso, com vistas à prevenção de complicações e à melhoria da qualidade de vida.

2846 OFICINAS SOBRE SEXUALIDADE NA VISÃO DE ADOLESCENTES RURAIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Renata Sampaio Mattos, Graziele Oliveira Santos, Renart Santos Costa, Etna Kaliane Pereira da Silva, Danielle Souto de Medeiros

OFICINAS SOBRE SEXUALIDADE NA VISÃO DE ADOLESCENTES RURAIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Renata Sampaio Mattos, Graziele Oliveira Santos, Renart Santos Costa, Etna Kaliane Pereira da Silva, Danielle Souto de Medeiros

Apresentação: A sexualidade pode ser uma descoberta conflituosa para os adolescentes por estar relacionada a muitos questionamentos e inseguranças. Diante disso, é fundamental a sua abordagem no ambiente escolar, porém isso se torna, algumas vezes, um desafio, haja vista que, quando discutido este tema causa muita problematização. Adentra-se neste campo a Educação Popular em Saúde, que com abordagens horizontalizadas nas práticas educativas busca um espaço dialógico e reflexivo. Este trabalho objetivou relatar a experiência de extensionistas populares em grupos sobre sexualidade com estudantes do 7º ao 9º ano do ensino fundamental II no ano de 2017.  Descrição da experiência: As atividades educativas relatadas são integrantes do projeto de extensão “Adolescer na Zona Rural: Educando os Pares”, desenvolvido na Escola Municipal José Rodrigues do Prado, desde 2016, localizada no distrito do Pradoso no município de Vitória da Conquista, BA. As temáticas abordadas nas atividades foram escolhidas através de levantamentos com os adolescentes, sendo a sexualidade o assunto mais relatado. Com o intuito de tornar a discussão aberta para que os adolescentes pudessem expressar seus pensamentos, foram elaboradas dinâmicas a serem discutidas em grupos, nas quais os alunos participaram ativamente além dos diálogos após as atividades. Impacto da experiência: Os adolescentes demonstraram bastante interesse em participar das dinâmicas e expor suas dúvidas e opiniões. A partir das atividades foi possível discutir sobre o início da vida sexual na adolescência e suas implicações, dificuldades e ausências de conversas sobre o referido tema com os pais. Houve também discussões a respeito da forma como a sexualidade é vista entre os meninos e as meninas pela sociedade. Considerações Finais: Diante do contexto da sexualidade na adolescência, houve a evidência de mudanças no discurso dos adolescentes comparado ao ano anterior. O tema despertou também o interesse da escola, que apoiou as atividades com a liberação de momentos durante as aulas para a realização destas. As atividades levaram ao planejamento e realização de um dia voltado às meninas e outro voltado aos meninos, nos quais a sexualidade foi trabalhada aproveitando o espaço escolar como oportuno para promover discussão e reflexão entre os mesmos.

3053 Oficina culinária com escolares dos anos iniciais: um relato de experiência.
Ana Luísa Pedron Bona, Ana Paula De Oliveira, Luize Amanda Salvador

Oficina culinária com escolares dos anos iniciais: um relato de experiência.

Autores: Ana Luísa Pedron Bona, Ana Paula De Oliveira, Luize Amanda Salvador

A alimentação saudável é um dos principais temas abordados com usuários de todas as idades. Entretanto, geralmente a responsabilidade da confecção dos alimentos no lar é sempre atribuída a jovens ou adultos, sendo que as crianças são sujeitos passivos dessa cultura familiar. Sabe-se que as crianças são o nosso futuro e cabe aos profissionais da saúde e da educação fomentar boas práticas alimentares para que a criança possa ter maior participação na cultura alimentar da família. Com isso, implementamos uma oficina culinária com alunos da faixa etária de 05 a 07 anos de uma Escola Municipal, com o objetivo de aumentar o interesse na preparação dos alimentos, sendo este um alimento saudável e nutritivo. Foi realizada uma parceria entre Escola, ESF e Nutricionista do NASF, após procura da Escola devido a uma atividade realizada em sala pela professora onde a mesma questionou qual o alimento preferido, e o resultado obtido entre as crianças foi à preferência por produtos industrializados e de baixo valor nutricional. Portanto a equipe de saúde e NASF programaram uma Oficina Culinária para a preparação de um lanche que ao mesmo tempo fosse atrativo para as crianças e também nutritivo. A atividade iniciou com apresentação de alguns produtos industrializados e informações de rotulagem (quantidade de sal e açúcar) e explicação dos malefícios destes produtos para a saúde. Em seguida foi proposta a realização de uma receita de um bolo utilizando banana e cacau, onde os alunos tiveram que participar ativamente da confecção. Os resultados obtidos foram àparticipação ativa das crianças, bem como o interesse das mesmas de levar a receita para casa, melhorando a cultura alimentar, gerando crianças e familiares mais saudáveis e conscientes em relação aos produtos ultra processados. Este trabalho foi realizado com crianças de 05 a 07 anos, mas pode ser replicado com todas as faixas etárias, pois promove o pensamento crítico em relação aos alimentos consumidos no cotidiano, e apresenta alternativas mais nutritivas e que apoiam os sabores e a cultura local.

3470 Fatores culturais associados a não adesão aos exames preventivos de câncer de próstata em Parintins Amazonas.
Hellen Cristina da Silva Garcia, Luzimere Pires do Nascimento, José Silveira da Silva, Ivone Eleutério de Menezes, Sued Medeiros Leite, Laurimar Vinhote de Souza

Fatores culturais associados a não adesão aos exames preventivos de câncer de próstata em Parintins Amazonas.

Autores: Hellen Cristina da Silva Garcia, Luzimere Pires do Nascimento, José Silveira da Silva, Ivone Eleutério de Menezes, Sued Medeiros Leite, Laurimar Vinhote de Souza

Título: Fatores culturais associados a não adesão aos exames preventivos de câncer de próstata em Parintins Amazonas. Apresentação: o descaso do homem com a saúde é um tema que aos poucos vem ganhando espaço no cenário nacional, no contexto acadêmico, científico, político-social e principalmente no âmbito do sistema público de saúde, pois vem tratar de um problema que tem despertado o interesse e a reflexão da sociedade, o câncer de próstata. Objetivo: Investigar se existe relação do fator cultural com a não adesão aos exames preventivos do câncer de próstata. Como problemática e/ou questão norteadora: Quais os motivos que levam os homens a não aderir à prevenção contra o câncer de próstata? Método do estudo: Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, exploratória, descritiva, que busca investigar os fatores culturais associados a não adesão aos exames preventivos de câncer de próstata. O estudo ocorreu no município de Parintins estado do Amazonas, localizado a 370 km da capital Manaus, apresentando um contingente populacional de aproximadamente 111.575 habitantes. Os dados foram coletados no período de dezembro de 2016 a fevereiro de 2017, em cinco Unidades Básicas de Saúde, a saber: Tia Leó; Waldir Viana; Doutor Aldrin Verçosa; Irmão Francisco Galianne e Mãe Palmira. A amostra do estudo foram 12 usuários do sexo masculino, com faixa etária de 40 a 90 anos, e 04 enfermeiros, totalizando 16 entrevistados. Os critérios de inclusão para os homens englobaram: faixa etária de 40 a 90 anos, não ter realizado exames preventivos de câncer de próstata e fazer parte da área de abrangência das respectivas unidades básicas de saúde. No que diz respeito aos profissionais enfermeiros, delimitou-se como critério: ter realizado consultas de enfermagem a população masculina na faixa etária descrita. O instrumento de coleta de dado foi o roteiro de entrevista, aplicado com questões fechadas e abertas sobre o objeto investigativo. As entrevistas foram gravadas em aparelho MP4. Em relação aos aspectos éticos da pesquisa, foi apresentado aos participantes o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, documento assinado pelo entrevistado que autorizou a sua participação no estudo, em cumprimento aos princípios éticos da pesquisa com seres com seres humanos, segundo a Resolução n° 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde. Os participantes foram esclarecidos quanto ao objetivo do estudo e após concordarem em participar da pesquisa e assinar o termo, as entrevistas foram iniciadas. Para manter o sigilo investigativo e o anonimato dos participantes envolvidos foram utilizados, como identificadores, letras e números. Os homens foram identificados da seguinte forma: H5, H6, H7 [...], os enfermeiros foram identificados como: ENF1, ENF2, ENF3 [...]. Foi garantido aos participantes: segurança, anonimato e liberdade de recusa em participar do estudo ou retirada do consentimento em qualquer etapa, informando-os que, após a transcrição das entrevistas, as gravações seriam apagadas, não sendo utilizadas para outro fim. Depois de concluída a coleta dos dados, estes passaram a ser analisados e discutidos de acordo com as literaturas. Os dados foram analisados pelo método de análise temática de conteúdo, segundo os critérios propostos por Bardin. Para o autor, a análise temática de conteúdo funciona por ações de desmembramento do texto transcrito em unidades e categorias segundo reagrupamentos que estão ligados. De acordo com o autor, as etapas básicas para análise de conteúdo temático são: pré-análise (fase de organização); exploração ou codificação do material; categorização e tratamento dos resultados obtidos e, por fim, interpretação. A partir dessas etapas foi feito todo o procedimento de organização, codificação, classificação e categorização dos dados, baseados nas perguntas norteadoras direcionadas aos entrevistados e suas respostas. O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa - CEP, da Universidade do Estado do Amazonas - UEA, em: 03/10/2016, sendo aprovado na data de 28/11/2016, sob o parecer número: 1.840.198. Resultados: Em relação aos dados socioeconômicos, constatou-se que a faixa etária de idade dos 12 homens, usuários das unidades de saúde era de 45 a 60 anos. A respeito do estado civil, 8 homens eram casados, 1 solteiro e 3 divorciados. Quanto ao nível de escolaridade: 1 usuário tinha ensino superior; 4 tinham o ensino médio; 4 o ensino fundamental completo e 3 usuários o ensino fundamental incompleto. Em relação à profissão/ocupação, os 12 homens exerciam profissões e ocupações diversas. Sobre a renda mensal, 6 homens recebiam um salário mínimo, 3 recebiam mais de um salário mínimo e 3 homens menos de um salário mínimo. O baixo nível socioeconômico dos usuários contribui para o processo de não adesão aos exames preventivos, visto que à medida que diminui o nível socioeconômico, aumenta a prevalência da população sem cobertura para as ações de saúde. A análise do conteúdo transcrito das falas dos homens e dos enfermeiros participantes da pesquisa, fez surgir o desenvolvimento de categorias analíticas. Tais categorias mostraram que, são inúmeros os motivos que levam a população masculina a não aderir aos exames preventivos, tais como: conhecimento insuficiente; vergonha; preconceito; machismo; medo e falta de tempo. Com base nas transcrições analisadas, fica evidente que esses fatores, principalmente os culturais, têm contribuído significativamente para o processo de não adesão aos exames preventivos de câncer de próstata. Analisando a fala dos entrevistados é notório o quanto a falta de conhecimento ou informação a respeito do câncer de próstata e exames preventivos ainda se faz presente. São poucos os homens que dispõem de informações ou tem um conhecimento aproximado do que seja a patologia, fazendo com que muitos tenham pouco ou nenhum conhecimento real do que seja o câncer de próstata e os malefícios que ele pode causar a saúde. Em relação ao aspecto vergonha, muito presente nas falas como um dos fatores responsáveis por justificar o comportamento masculino de não aderir às medidas de prevenção do câncer prostático, ficou claramente perceptível que a população masculina não adere aos exames preventivos por constrangimento. A vergonha de se expor na frente de outro homem, ainda que seja um profissional de saúde, acaba criando medos e, assim, afastando os homens dos serviços de saúde. Em relação à atuação do profissional enfermeiro frente ao processo existente de não adesão aos exames preventivos de câncer de próstata, verificamos nas falas dos entrevistados alguns relatos de suas ações na tentativa de solucionar ou minimizar tal problema. Considerações finais: Através dos dados analisados e discutidos, conclui-se que os fatores culturais, tais como: vergonha, preconceito medo e machismo, estão presentes em nosso contexto social, funcionando como barreiras frente ao processo de não adesão aos exames preventivos de câncer de próstata, impedindo que a população masculina realize os exames e se previna contra esse agravo. Cabe aos profissionais de saúde o papel de intervir e contribuir junto a esse grave problema que afeta a população masculina. O enfermeiro deve ser atuante, tendo liderança para criar e buscar novas formas de sensibilizar e trazer os homens para os serviços de saúde, criando neles o respeito pela saúde e despertando o amor próprio de cada um. O estigma atribuído ao homem de culturalmente não buscar os serviços de saúde por descaso, preconceito, vergonha, machismo e medo, só será mudado quando os mesmos forem tomados de conhecimentos reais sobre os agravos que o câncer de próstata pode causar em suas vidas, quebrando barreiras culturais alicerçadas há tempos em nossa sociedade.  

4467 “Envelhecendo em Comunidade” - Uma comunidade para a Promoção da Saúde
Nilton Bahlis dos Santos, Silvia Costa

“Envelhecendo em Comunidade” - Uma comunidade para a Promoção da Saúde

Autores: Nilton Bahlis dos Santos, Silvia Costa

O Grupo “Envelhecimento em Comunidade” é uma experimentação de pesquisa que parte da hipótese que os problemas da saúde das pessoas na terceira idade, estão relacionados à perda de autonomia devido ao isolamento e descompasso entre as pessoas e as comunidades em que participaram (família, trabalho, amizades, etc.). A fase mais aguda é quando, por discapacidades biológicas (perda de audição, visão, mobilidade, etc...), o idoso começa a não ter mais condições de manter sua autonomia e passa a depender de outros para manter seus sistemas de vida. No entanto o processo se inicia antes, com o enfraquecimento e modificação dos laços familiares, de trabalho, entre outros. Após a crise em uma destas relações que tinha um caráter estruturante,  um fato fortuito pode servir de faísca e acelerar o isolamento. É preciso, de repente, buscar novas formas de manter a vida face a um problema de saúde “grave”, por exemplo. Os problemas se retro-alimentam, aprofundando o “ensimesmamento” e a incapacidade de se colocar novamente em compasso com o mundo que lhe foge ao controle.Nossa hipótese de trabalho é que com a reversão da tendência ao isolamento, será possível reduzir a perda de autonomia, com um enorme impacto na saúde do envelhecente.Vivemos a redefinição das relações e das formas de realizá-las. Nossos hábitos e “instrumentos”, construídos, realizados e exercitados por mais de meio século, entram em contradição com uma sociedade cada vez mais dinâmica e complexa.Nos parece que neste momento em que passamos por um processo de reorganização de sociabilidades e de redefinição das relações e das formas de realizá-las, é muito pouco provável  recompor a vida nas mesmas bases anteriores, da mesma forma que antes, recompondo ou criando uma nova família, conseguindo um emprego “estável” etc., pelo menos ao nível massivo (o que não significa que alguns não consigam). Ao contrário, nossas observações indicam que ao tentar recompor a vida nas mesmas bases de antes, o mais provável como resultado é o fracasso, pois a vida, e nós, não somos mais os mesmos. Esse fracasso gera frustrações que terminam por provocar stress, destruir a autoestima e acelerar o isolamento. Nossa cultura, hábitos e instrumentos, adquiridos e exercitados em mais de meio século, entram em contradição com uma sociedade cada vez mais dinâmica e veloz, com outros objetivos, com outras tecnologias e com outras formas de sobrevivência.Nossa experiência com tecnologias e práticas interativas, nos mostrou o potencial das comunidades virtuais para criar novas sociabilidades e relações que permitem criar e viabilizar uma comunidade de envelhecentes, auto-sustentada, onde seja possível viver o envelhecimento em comunidade, com troca de experiências e solidariedade.Com o objetivo de abrigar essa comunidade, foi criado um grupo no Facebook (https://www.facebook.com/groups/1764220020525286/): “um espaço para falar sobre o nosso envelhecimento (...) que contribui para um “envelhecimento comunitário” onde se pode trocar experiências e conversar sobre nossas alegrias e dificuldades, (...) para envelhecermos de forma solidária, produtiva e feliz (...), em comunidade”, conforme sua descrição.O grupo foi criado em 5 de setembro de 2016 e a partir de novembro, se intensificaram os pedidos de inclusão. Em 9 de janeiro de 2017, atingiu os primeiros 1.000 membros, em junho de 2017 contava com 60.000 membros, em setembro com 80.000, e terminou 2017 com uma população de 100.000 participantes.Logo de início a aceitação e crescimento do grupo superou nossas mais otimistas expectativas que seria a criação de uma comunidade com cerca de três a cinco mil membros.Atraídas pela possibilidade de superar sua solidão e  “voltar a viver”, e pelo acolhimento recebido, as pessoas (que inclusive “cobravam” dos outros uma resposta/agradecimento) foram entrando naturalmente, se apresentando e se mostrando, e começaram a perceber a riqueza de experiências de seus novos amigos, de diferentes lugares, que faziam coisas e tinham experiências diferentes. De alguma maneira passaram a ter a sensação de que não estavam mais sozinhos. Como não se percebia uma hierarquia/liderança, pois não existia ninguém para lhes dizer o que fazer e o que era certo ou errado, as apresentações e saudações/acolhimento iniciais foram gerando uma ampla possibilidade de interação/participação, o que dava a oportunidade de percepção das diferenças (onde moravam?, idade?, o que cada um fazia?, o que esperavam do grupo? etc.). Isso atraía pela curiosidade e pelas possibilidades diferentes que despertavam.No entanto, as diferenças, que no início eram um elemento virtuoso, começaram a gerar um problema. Todos queriam viver o envelhecimento em comunidade, mas cada um tinha uma visão diferente do que poderia ser isso. Cada um visualizava no grupo a possibilidade de viver coisas que imaginavam que lhes dariam felicidade e, aqui está o problema, a felicidade da forma que imaginavam a partir das experiências de felicidade que tinham vivido/buscado anteriormente e não a felicidade no contexto específico em que vivem, enriquecida por aquela multiplicidade de experiências, formas e oportunidades de viver. Isso levava cada um a ver na comunidade a possibilidade de resolver os problemas e desejos que já se colocavam anteriormente e não de experimentar coisas que as outras experiências poderiam lhes indicar.O resultado foi o início de disputas sobre o que deveria ser a comunidade e como marcar sua identidade (por idade/opções morais, crenças, cor, sexo, nacionalidade, etnia, etc.?).Nesse momento, pareceu que a diferença entre os diferentes “projetos” terminaria por estraçalhar o grupo, o que começou a preocupar os participantes que queriam continuar e manter sua experiência de viver em comunidade. Acostumados a “autoridades”, isso levou, inclusive, a apelos insistentes de intervenção da moderação que deveria impedir as condutas que lhes desgostava.Essas disputas ainda se mantém, mas hoje não parecem mais capazes de ameaçar a existência do grupo e suas possibilidades de servir como um imenso Laboratório onde seja possível observar uma comunidade de envelhecentes em vida, e estudar inúmeras questões relacionadas ao Envelhecimento, à Promoção da Saúde e Saúde Coletiva, às Comunidades Virtuais e Redes Sociais, e  à inclusão digital e social.Nossa atividade na Rede Unida pretende apresentar esta primeira fase de construção e organização  do grupo, avaliando sua experiência e apontando diretrizes para a consolidação e consecução de seus objetivos.