33: Avaliação da situação de saúde como indicação para a organização do serviço
Debatedor: A definir
Data: 02/06/2018    Local: FCF Sala 04 - Japiim    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
2862 A Cobertura Vacinal dos Povos Indígenas na Campanha da Influenza de 2017 em Santa Catarina, Brasil
Francielli Girardi, Paula Xavier Brustolin, Maiton Bernardelli

A Cobertura Vacinal dos Povos Indígenas na Campanha da Influenza de 2017 em Santa Catarina, Brasil

Autores: Francielli Girardi, Paula Xavier Brustolin, Maiton Bernardelli

Resumo: Introdução: A cobertura vacinal é um dos indicadores importantes utilizados pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) para analisar as metas coberturas vacinais de uma população alvo. Os dados obtidos da cobertura vacinal são imprescindíveis, para discutir e redefinir as prioridades de vacinação da população. A imunização dos povos indígenas é uma estratégia indispensável para a diminuição da mortalidade e comorbidades, visto que, são populações expostas às vulnerabilidades. Objetivo: analisar a cobertura vacinal dos Povos Indígenas na Campanha da Influenza 2017, em Santa Catarina. Método de Estudo: Estudo transversal de dados secundários disponíveis nas bases do Sistema do Programa Nacional de Imunização (SIPNI/DATASUS) do Ministério da Saúde (MS). Baseou-se na cobertura vacinal da Campanha contra Influenza no Estado de Santa Catarina SC, Brasil, do grupo prioritário designado como indígena. Resultados: No período estudado foram registrados 9.374 doses aplicadas de Influenza, na população indígena. Resultando na cobertura vacinal da campanha de 93,58% da população alvo ser vacinada, que estava pactuada em toda a população maior de seis meses de idade pertencente a comunidade indígena. A meta esperada da campanha de Influenza no Estado foi de 95%. A população indígena registou um percentual menor da meta esperada. Os fatores para a cobertura vacinal abaixo da meta esperada deve-se a multi-fatores como: a discrepância entre os bancos populacionais oficial como: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e Distrito Sanitário Especial Indígena(DSEI); dificuldade de acesso a população; falta de informação direcionada as comunidades na sua língua materna, com relação a vacina da Influenza; sistema de informação do SIPNI desintegrado com os sistemas da SESAI; falta de equipamentos de informática e internet nas Terras Indígenas. Considerações Finais: O impacto da campanha de imunização no território de abrangência é evidenciado através dos indicadores epidemiológicos e coberturas vacinas. Instrumentos esses essenciais para planejar estratégias e ações de imunização e ainda realizar avaliações continuas sobre esses o resultados alcançados. A construção destas estratégias vacinais deve ser instigada pelos profissionais e gestores, afim de alcançar readequar  as metas de coberturas vacinais pactuadas.

606 Análise de dados: monitoramento da oferta de Testes Rápidos para rastrear e/ou diagnosticar HIV e Sífilis um desafio para integração da Atenção Básica e Vigilância em Saúde
Eliane Nogueira Campos

Análise de dados: monitoramento da oferta de Testes Rápidos para rastrear e/ou diagnosticar HIV e Sífilis um desafio para integração da Atenção Básica e Vigilância em Saúde

Autores: Eliane Nogueira Campos

Os Testes Rápidos para diagnóstico da infecção do HIV e triagem de sífilis, compõe um conjunto de estratégias do Ministério da Saúde visando a qualificação e a ampliação do acesso da população ao diagnóstico do HIV e detecção da sífilis, podendo ser ofertado na rede de atenção básica, o que antes era feito só em ambiente de laboratório. Os Testes Rápidos também podem ser encontrados além das unidades básicas de saúde tradicionais e Estratégia Saúde da Família, em maternidades, Centros de Testagem Anônima (CTA) Serviço de Assistência Especializado (SAE), policlínicas e hospitais os profissionais são de saúde pela equipe da Secretaria de Saúde. Os Testes Rápidos são disponibilizados pelo programa de IST/AIDS da Secretaria de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde para todo país e executado pela assistência à saúde. Os dados de produção de serviço envolvendo a execução dos Testes Rápidos são captados pelas equipes de atenção básica através do Sistema de Informação da Atenção Básica no SUS (SIASUS). O HIV e a sífilis (em gestante, adquirida e congênita) são de notificação compulsória e monitorados pela Vigilância em Saúde, mais especificamente no componente epidemiológico através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).  A implantação do Teste Rápido para diagnóstico de HIV e triagem de sífilis na atenção básica tem como objetivo a ampliação do acesso da população ao diagnóstico do HIV e da sífilis o mais cedo possível, tendo em vista o início precoce de tratamento e a quebra da barreira de transmissão. Manaus a partir do ano de 2009 passou a ter a responsabilidade de Vigilância em Saúde de seu território e desde então vem empreendendo várias estratégias para efetivar a integração das ações da atenção básica e vigilância em saúde, sendo uma das ações a implantação do Teste Rápido nas unidades de saúde. Em 2015 foi instituído na Secretaria Municipal de Saúde o monitoramento de 23 indicadores básicos como prioridade, entre eles a oferta de testes de HIV (testes rápidos e sorológico), exames para identificar sífilis em gestante (teste rápido e sorológico), nesses três últimos anos podemos observar maior oferta pela atenção básica. Apesar do monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde ficar mais intenso e envolver a própria equipe de atenção básica a partir de 2015 analisamos dados desde 2013 e observamos os seguintes números: em 2013 a atenção básica realizou 58 testes rápido em apenas 3 unidades de saúde sendo uma delas a Unidade de Saúde Fluvial Semsa IV. Em 2014 há registro no SIASUS de 1.154 teste realizados passando para 26 unidades oferecendo o serviço. 2015 foram feitos 6.627 testes em 44 unidades de saúde. 2016 13.192 testes em 83 unidades e em 2017 (até 31 de agosto) já foram realizados 12.545 em 112 unidades de saúde, totalizando 33.576 testes rápidos realizados pela atenção básica. Apesar do aumento significativo ainda não conseguimos ofertar 2 testes para detecção de sífilis (teste rápido ou sorológico) por gestante, o protocolo do pré-natal preconiza ofertar um exame no primeiro e outro no terceiro trimestre de gravidez. O parâmetro de exames a ser realizado no ano corrente é estabelecido pelo número de nascidos vivos do ano anterior que é definido pelo Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC), a média de nascimento por ano é de 40.000 nascidos vivos. Quando avaliamos o total de exames realizados para diagnostico de sífilis em gestante (TR mais VDRL) o número sobe para 37.444, e outros exames para detecção de sífilis na população geral (TPHA, VDRL, FTABS-IGG, FTABS-IGM e TR) realizados em Manaus somam um total de 1.397.105 no período de 2013 a agosto de 2017. Uma outra informação importante é as notificações de sífilis em gestante que no período de 2013 a agosto de 2017 foi de 4.058 registros no SINAN. Uma das grades dificuldades na análise de testagem seja teste rápido ou sorológico é que o SIASUS não nos indica se o exame realizado é do primeiro trimestre ou terceiro ou ainda se é de acompanhamento de tratamento, é possível que o número de gestantes testadas seja ainda menor. Quanto ao Teste Rápido para HIV foram realizados 211.227 testes rápidos no período de 2013 a agosto de 2017, sendo: 2013 houveram 308 registros em 9 unidades de saúde. Em 2014 foram 5.217 testes realizados em 36 unidades de saúde. 2015 14.490 testes registrados no SIASUS em 82 unidades de saúde. 2016 encontramos 24.622 registros de teste rápido em 102 unidades de saúde. Desse volume de testas rápido realizado pela atenção básica 33.573 foram realizados em grávidas, não sendo possível identificar por esse sistema de informação a positividade de exames. Não é possível identificar testes realizados especificamente em pacientes de tuberculose. Quando somamos todos os tipos de exames realizados em Manaus no período estudado (WESTERN BLOT, ELISA, IMUNOFLORESCENCIA, TR GESTANTE, TR GERAL) contamos 660.418 exames realizados. A oferta de exames para diagnostico de HIV é um indicador monitorado em todo brasil e calculado a partir do incremento de 15% dos exames realizados no ano anterior (somando testes rápidos e sorológico), deve ser oferecido para toda população, porém as grávidas e pacientes que iniciarem o tratamento para tuberculose devem ser testados 100% das gravidas e dos casos novos de tuberculose a partir da detecção. No SINAN encontramos 8.457 registros de HIV/AIDS. Encontramos grandes dificuldades para essa simples análise, entre essas dificuldades está o registro inadequado da produção de dados dos profissionais da atenção básica, o sistema de informação utilizado pela atenção básica SIASUS tem duas entradas, a primeira utilizada pelas unidades de saúde tradicional é o Gerenciamento de Informação Local (GIL) que ainda tem duas formas de transmissão para o agregador (SIASUS) Boletim de  Produção Ambulatorial Consolidado (BPA-C) e Boletim de Produção Ambulatorial Individual (BPA-I), e a Estratégia Saúde da Família utiliza o e-SUS que estando em fase de implantação a partir de 2014 somente em 2016 começou a captar os dados de produção de serviço de testes rápidos realizados na unidade de saúde, isso nós uma dado diferente do que a coordenação de IST/AIDS informa de que há implantação de serviço em 100% das unidades e o que encontramos de registro no SIASUS. Quando avaliamos e comparamos BPA-C e BPA-I temos uma perda de registro de mais de 70% o que impacta sensivelmente de forma negativa o indicador tendo em vista que a produção de dados das unidades hospitalares não são computados no BPA-I. Outra grande dificuldade encontrada a falta de comunicação dos sistemas de informação que captam a produção de serviço da vigilância em saúde e da atenção básica de saúde, os sistemas de informação mais usados pelo serviço de saúde não são online o que pro SINAN é um dificultador, pois são 48 agravos de notificação compulsória e cada uma tem uma ficha específica. Uma outra dificuldade é a inabilidade ou sensibilidade dos profissionais em análise de dados. A análise de dados e a produção da informação tem um papel importante na gestão dos serviços de saúde para apoiar a tomada de decisão, os modos de produção da informação e de sua análise no cotidiano do serviço e é fundamental para chamar atenção dos atores nela envolvidos permitindo a reflexão sobre o seu cotidiano dando-lhe um norte para pensar sua prática e os resultados do seu trabalho.

3406 Análise Espacial dos casos de Zika Vírus no município do Rio de Janeiro nos anos de 2015 e 2016
Paula Barbosa da Conceição, Denise Campos Verginio, Lilia Marques, Guilherme Werneck

Análise Espacial dos casos de Zika Vírus no município do Rio de Janeiro nos anos de 2015 e 2016

Autores: Paula Barbosa da Conceição, Denise Campos Verginio, Lilia Marques, Guilherme Werneck

Apresentação: Desde os anos 50 o Zika Vírus é conhecido, mas a perplexidade frente à sua disseminação e o seu impacto no Brasil foram causas suficientes para estabelecer situação de emergência em Saúde Pública pelo Ministério da Saúde. Entre 2015 e 2016, o vírus se disseminou pelo Brasil com a suspeita de que o aumento dos casos de distúrbios neurológicos poderia ter vínculos com a infecção. Essa situação resultou em uma intensa mobilização de recursos e articulações entre Estados e Municípios para enfrentar esse desafio, motivo de grande preocupação para Saúde Coletiva. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi descrever a distribuição espacial das taxas de incidência do Zika vírus no município do Rio de Janeiro nos anos de 2015 e 2016 de forma a contribuir para o conhecimento da epidemiologia da doença e identificar as áreas prioritárias para intervenção. Desenvolvimento: O presente trabalho foi um exercício teórico-prático da disciplina Geoprocessamento oferecida pelo curso de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro onde foi realizado o levantamento dos casos de Zika vírus e da população do Rio de Janeiro nos anos de 2015 e 2016, para a obtenção desses dados do Sistema de Informação da Secretaria Municipal de Saúde do RJ. No site do IBGE foi feita a busca pela malha do município do RJ e para o geoprocessamento dos dados foi utilizado o programa TerraView® como ferramenta para a análise espacial. Resultados: Os mapas mostram a distribuição das taxas de incidência de Zika vírus nos bairros do município do RJ nos anos de 2015 e 2016, após análise comparativa percebe-se um expressivo aumento nos índices de 2016. Podemos atribuir esse resultado ao fato da doença só ter entrado para a lista nacional de notificação compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública em fevereiro de 2016, devido à gravidade dos casos de microcefalia e da síndrome de Guillain Barré. Segundo a análise dos índices Moran Map e Box Map podemos identificar as áreas de maior risco, principalmente por suas vizinhanças, que são as zonas oeste, sul e centro com o propósito de desenvolver ações que proporcionem medidas de prevenção e controle da doença nessas áreas prioritárias. Considerações Finais: A partir do geoprocessamento das informações de saúde, podemos visualizar a distribuição das taxas do Zika vírus nos bairros do município do RJ. Os mapas produzidos indicam as áreas de maior vulnerabilidade e nessas localidades a vigilância epidemiológica do município deverá realizar ações prioritárias, tornado assim a tomada de decisão mais eficiente e adequada ao contexto de cada território.    

3172 AS METAS 90–90- 90: ESTRATÉGIAS DE ENFRETAMENTO DO ESTADO DA PARAÍBA PARA ALCANÇÁ-LAS
Ivoneide Lucena Pereira, Joanna Angelica Araujo Ramalho, Sandra Aparecida Almeida, Jordana Almeida Nogueira, Edja Analia Rodrigues de Lima, Renata olivia gadelha Romero, Valeria Peixoto Bezerra, silvia Regina Rodrigues Leite

AS METAS 90–90- 90: ESTRATÉGIAS DE ENFRETAMENTO DO ESTADO DA PARAÍBA PARA ALCANÇÁ-LAS

Autores: Ivoneide Lucena Pereira, Joanna Angelica Araujo Ramalho, Sandra Aparecida Almeida, Jordana Almeida Nogueira, Edja Analia Rodrigues de Lima, Renata olivia gadelha Romero, Valeria Peixoto Bezerra, silvia Regina Rodrigues Leite

APRESENTAÇÃO- As estratégias de enfrentamento da aids propostas pela UNAIDS apontam que a epidemia inspirará esforços mais abrangentes na área da saúde global e do desenvolvimento internacional, demonstrando o que pode ser alcançado por meio da solidariedade global, ações baseadas em evidências e parcerias multissetoriais. Nesse sentido está se formando um movimento forte de construção de uma nova narrativa sobre o tratamento do HIV e uma nova meta definitiva e ambiciosa, porém alcançável: Até 2020, 90% de todas as pessoas vivendo com HIV saberão que têm o vírus, 90% de todas as pessoas com infecção pelo HIV diagnosticada receberão terapia antirretroviral ininterruptamente e 90% de todas as pessoas recebendo terapia antirretroviral terão supressão viral. Objetivando apresentar as estratégias existentes no Estado da Paraíba para a concretização das metas 90-90-90. DESCRIÇAO- A presente pesquisa foi classificada como quantitativa, descritiva e documental e se baseou no estudo dos fluxogramas, organogramas e na análise de documentos institucionais da Gerência Operacional das IST/HIV/Aids/HV. RESULTADOS E IMPACTOS - Os resultados apontaram que, para todas as metas propostas pela UNAIDS, a Paraíba possui respostas para atingi-las ate 2020. Observa-se um aumento no diagnostico precoce de pessoas com HIV no Estado da Paraíba, de 2013 a 2016 tivemos um crescimento de 368%, só em 2016 temos 496 casos diagnosticados de HIV em detrimento de 343 casos de Aids, Na relação existente entres os casos diagnosticados com HIV/Aids em 2016 que estão em uso de TARV observamos um percentual de 76,5%, e nos PVHA em uso de TARV com carga viral suprimida estamos com um percentual de 35%. Para a ampliação do acesso ao ARV, o Estado dispõe de dez Unidades Dispensadoras de Medicamentos com propostas de aumento desse número para doze até 2020; visando ampliar o acesso ao diagnóstico de HIV, dispomos da Testagem Rápida em 196 dos 223 municípios do Estado, do Serviço de Assistência Especializada e do Fique Sabendo com ações itinerantes, quanto ao acesso das gestantes ao exame de HIV, o Estado possui o compromisso com a Testagem no Pré-Natal e fortalecimento do Projeto Nascer, e sobre distribuição dos preservativos, o Estado adotou medidas para facilitar o acesso da população aos preservativos, observando que desde 2007, a distribuição dos preservativos masculinos, vem crescendo verticalmente. CONSIDERAÇOES FINAIS - Conclui-se que a Paraíba possui estratégias para o enfrentamento da epidemia HIV/Aids, no intuito de apresentar propostas positivas e resolutivas para contribuir com as metas 90-90-90 até 2020, em busca de minimizar ou até erradicar a epidemia de HIV/Aids até 2030.

4938 Perfil materno, do parto e recém-nascido no município de Coari-Amazonas, no período de 2011 a 2015
Sabrina Macely Souza dos Santos, Maria Clara Paulino Campos, Raphaelly Venzel, Larissa Pessoa de Oliveira, Daiane Nascimento de Castro, Cléber Araújo Gomes

Perfil materno, do parto e recém-nascido no município de Coari-Amazonas, no período de 2011 a 2015

Autores: Sabrina Macely Souza dos Santos, Maria Clara Paulino Campos, Raphaelly Venzel, Larissa Pessoa de Oliveira, Daiane Nascimento de Castro, Cléber Araújo Gomes

Apresentação: O Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) é uma iniciativa do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e tem por finalidade reunir informações epidemiológicas materna, da gestação e parto e do recém-nascido. Através do SINASC é possível obter subsídios para intervenções de saúde da mulher e da criança e planejar medidas de gestão para efetiva melhoria da saúde da população. No Amazonas, poucas são as pesquisas realizadas no âmbito do SINASC, realidade que piora quando se trata das cidades do interior do estado. Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivos traçar o perfil das mães, gestações e recém-nascidos do município de Coari-AM, no período de 2011 a 2015. Desenvolvimento do trabalho: Foi realizada uma pesquisa do tipo ecológica, na qual utilizou-se como fonte de dados o Sistema de Informação Sobre Nascidos Vivos (SINASC) do município de Coari, Amazonas, disponível no DATASUS, no período de 2011 a 2015. Resultados: No período de 2011 a 2015, nasceram 8636 crianças. Os dados mostraram que 50,90% dos nascimentos foram do sexo masculino. A maior parte das crianças (65,18%) apresentou peso ao nascer entre 3000 e 3999 gramas, seguida pelo peso de 2500 a 2999 gramas (21,98%). A maioria das mães possuía menos de 25 anos (61,93%), sendo que a faixa etária de maior ocorrência foi de 15 a 19 anos, com 30,59%. Na categoria estado civil, foi observado predomínio de mães em união consensual, a qual representou 61,78%, acompanhada por mães que se declararam solteiras (29,55%). Quanto ao grau de instrução, verificou-se que a maioria (95,70%), possui até 11 anos de instrução. Os dados relacionados à gestação mostraram, no tocante à sua duração, a prevalência de 37 a 41 semanas, que envolveu 82,51% das gestações. A quantidade de consultas pré-natal observadas foi alarmante e mostrou que apenas 29,69% dessas mulheres realizaram 7 ou mais consultas. Dentre as que realizaram até 6 consultas, a maior parte (34,30%) realizou de 4 a 6 consultas e 5,50% não realizaram nenhuma consulta. O tipo de parto mais prevalente foi o vaginal, correspondente a 70,14% dos partos, enquanto os partos cesarianos representaram 29,86%. Considerações finais: A pesquisa permitiu observar que na cidade de Coari-AM, há um predomínio do perfil de mães jovens, entre 15 e 19 anos, em união consensual ou solteiras, as quais possuem no máximo o ensino médio incompleto. As gestação são a termo, mas existem recém-nascidos de termo precoce (37 e 38 semanas), uma condição relacionada a maior morbidade neonatal. A maioria delas não alcança a quantidade mínima de seis consultas pré-natal preconizadas pelo ministério da saúde, e, existem algumas que não realizam nenhuma consulta. O tipo de parto mais frequente é o vaginal. O perfil infantil apresenta predomínio de meninos que apresentam peso satisfatório ao nascer. Entretanto, muitos apresentam um peso insuficiente ao nascer, o qual compreende um grande fator de risco para doenças infecciosas, atraso no crescimento e desenvolvimento e contribui à mortalidade infantil. Desta forma, são necessárias medidas efetivas sobre prevenção da gravidez precoce e incentivo à consulta pré-natal.

3736 STATUS SOROLÓGICO DO HIV EM PACIENTES COM TUBERCULOSE EM IMPERATRIZ-MA, BRASIL.
Francisca Bárbara Gomes da Silva, Mônica Ribeiro Sousa, Mariana Borges Sodré Lopes, Janaína Miranda Bezerra, Floriacy Stabnow Santos, Jaisane Santos Melo Lobato, Lívia Fernanda Siqueira Santos, Marcelino Santos Neto

STATUS SOROLÓGICO DO HIV EM PACIENTES COM TUBERCULOSE EM IMPERATRIZ-MA, BRASIL.

Autores: Francisca Bárbara Gomes da Silva, Mônica Ribeiro Sousa, Mariana Borges Sodré Lopes, Janaína Miranda Bezerra, Floriacy Stabnow Santos, Jaisane Santos Melo Lobato, Lívia Fernanda Siqueira Santos, Marcelino Santos Neto

APRESENTAÇÃO: O Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) propõe que todos os pacientes com tuberculose (TB) devam realizar teste para detecção do vírus da imunodeficiência humana (HIV). A importância de se conhecer a soroprevalência de HIV em portadores de TB reside na possibilidade da instituição precoce da terapia antirretroviral e manejo adequado do caso, uma vez que a TB pode acelerar o curso da doença. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo determinar a frequência de realização do exame sorológico para detecção da infecção pelo HIV em pacientes com TB em Imperatriz-Ma, região nordeste do Brasil, bem como determinar soroprevalência da coinfecção TB/HIV no cenário em investigação. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, que utilizou dados secundários, obtidos a partir Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Serviço de Vigilância em Saúde (SVS) da Unidade Gestora Regional de Saúde de Imperatriz (UGRSI). Vale destacar que Imperatriz, desde 2003, permanece elencado como um dos municípios do nordeste brasileiro prioritários para o controle da TB. Foram incluídos, neste estudo, todos os casos notificados de TB, por município de residência, no ano de 2015. Os achados relacionados à variável realização de teste anti-HIV da ficha de notificação individual de TB foram expressos em valores absolutos e relativo, sendo a soroprevalência da coinfecção TB/HIV na população determinada mediante a realização de sorologia para o HIV e liberação de resultados.  Os dados foram coletados em outubro de 2016 após autorização do Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) aprovado sob parecer n° 1.627.931 emitido em 07 de julho de 2016. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: No período analisado foram notificados 66 casos de TB. Da população estudada, 08 (12%) não realizaram sorologia anti-HIV. Dentre os 58 (88%) que realizaram o exame anti-HIV, 07 (11%) apresentaram resultado positivo, 51 (77%) resultado negativo e nenhum caso se encontrava em andamento, sendo a soroprevalencia da coinfecção TB/HIV  igual a  12%. É importante ainda destacar que a taxa de pacientes coinfectados pode estar subestimada, haja vista que tivemos uma parcela dos pacientes que não realizaram o teste anti-HIV, mesmo com as intervenções preconizadas pelo Ministério da Saúde para controle da coinfecção TB-HIV, onde destaca-se a “testagem oportuna para HIV para todos os portadores de TB”, por meio do teste rápido que já está disponível no município desde 2005. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante dos resultados obtidos, faz-se necessária a ampliação da cobertura dos testes para diagnóstico da infecção pelo HIV em pacientes de TB, uma vez que a associação dessas duas doenças torna-se praticamente letal no paciente coinfectado. A imediata solicitação do teste, a agilidade na divulgação do resultado e o conhecimento do status sorológico em pacientes com TB são fundamentais para uma instituição correta do tratamento e também para a vigilância dos casos de coinfecção TB/HIV nas distintas comunidades.

3717 ANÁLISE DA PROPORÇÃO DA MORTALIDADE POR DOENÇA DIARREICA AGUDA (DDA) EM MENORES DE 5 ANOS DE IDADE NA REGIÃO NORDESTE ENTRE 1990 A 2011
LUARA SILVA

ANÁLISE DA PROPORÇÃO DA MORTALIDADE POR DOENÇA DIARREICA AGUDA (DDA) EM MENORES DE 5 ANOS DE IDADE NA REGIÃO NORDESTE ENTRE 1990 A 2011

Autores: LUARA SILVA

A Doença Diarreica Aguda (DDA) é uma manifestação gastrointestinal que é caracterizada pela evacuação descontrolada, seguida de dores abdominais de diferentes intensidades, e com duração superior a 48 horas. Constituem-se na segunda maior causa de morte em crianças com menos de cinco anos de idade. A morbidade por diarreia é um indicador utilizado na avaliação do nível de saúde de uma população e varia de acordo com as diferentes regiões, localidades e grupos populacionais. O presente estudo teve como objetivo levantar o percentual de prevalência da Doença Diarreica Aguda (DDA) no Nordeste entre os anos de 1990 a 2011. Foi realizada uma abordagem quantitativa descritiva, que teve início com uma revisão bibliográfica e posteriormente coleta de dados na base do DATASUS. Durante o período analisado houve um decréscimo em todas as regiões do Brasil nos percentuais de mortes por DDA em crianças menores de cinco anos de idade. A Região Nordeste apresentou um percentual médio (8,6%) maior que o Nacional (5,3%) nos óbitos por DDA. Dentre os 21 anos analisados, encontrou-se picos de decréscimo (1991; 1997; 2000; 2004; 2007; 2011) que correspondem a uma média de 7,2% de queda em relação ao cenário nacional (4,2%). A queda constante nos números é justificada pela efetividade na implementação de Políticas Públicas com ênfase no acesso a Atenção Básica através do Programa Saúde da Família que acompanha a mulher durante o período gestacional até os primeiros sete anos de vida da criança. A diferença de prevalência de óbitos por DDA entre as regiões expõe a forte disparidade socioeconômica existente entre as mesmas. Sendo assim, para que esses índices continuem em queda, o Estado deve continuar a desenvolver políticas públicas específicas por região, levando em consideração as peculiaridades que cada uma possui.

1662 CASOS NOTIFICADOS DE AIDS NA POPULAÇÃO IDOSA DO AMAZONAS, ENTRE 2006 E 2016, UTILIZANDO O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DATA-SUS
Higor Queiroz, Anselmo Perea, Kamila Almeida

CASOS NOTIFICADOS DE AIDS NA POPULAÇÃO IDOSA DO AMAZONAS, ENTRE 2006 E 2016, UTILIZANDO O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DATA-SUS

Autores: Higor Queiroz, Anselmo Perea, Kamila Almeida

INTRODUÇÃO: O envelhecimento é definido como um processo de progressivas modificações biológicas, psicológicas e sociais ao longo da vida do ser humano. (ZORNITTA, 2010). A população de pessoas acima de 60 anos, está em franco crescimento. Os rápidos avanços da medicina e da tecnologia favorecem para que as pessoas envelheçam de forma mais saudável e com melhor qualidade de vida, inclusive prolongando sua atividade sexual. (AFFELDT, 2015). O crescimento do número de idosos soropositivos no Brasil e no mundo é um fato bastante presente. Embora, ainda são poucas as informações sobre o conhecimento desses indivíduos a respeito dos aspectos relacionados à infecção, prevenção e tratamento. (PEREIRA & BORGES, 2010). OBJETIVO: Identificar os casos de AIDS notificados em Idosos no Estado do Amazonas de 2006 a 2016, utilizando o banco de dados do SUS – Data-sus. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo caracterizado por uma abordagem de caráter exploratório, com abordagem quantitativa e qualitativa, cujos dados foram obtidos por meio de consulta às seguintes bases de dados SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação), SISCEL (Sistema de Controle de Exames Laboratoriais da Rede Nacional de Contagem de Linfócitos CD4+/CD8 e Carga Viral) e SIM (Sistema de Informações de Mortalidade), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). RESULTADOS: No período de 2006 a 2016, que totalizaram 11.398 casos, sendo que, destes, 243 ocorreram em idosos, representando 2% do número total de casos. Em relação ao sexo os de casos de aids em idosos de 2006 a 2016, o sexo masculino representa 70% do total de casos 171/243. No sexo feminino foi diagnosticado 72/243 casos, o que representa 30% do total. A via sexual foi a principal responsável pela transmissão do vírus, quando somadas as categorias soma 55% dos casos. O maior número de casos, 118 (49%), tem relação sexual Heterossexual, 45% (110/243) tiveram a sexualidade Ignorada, os homossexuais representam 4% (10/243) dos casos, 2% (4/243), tem relação Bissexual. CONCLUSÃO: Conclui-se que através deste estudo foi possível analisar o índice de idosos infectados no estado do Amazonas o que e alarmante pois esta classe está cada vez mais suscetível a infecção por vários fatores. Sendo indispensável realizar ações e educação em saúde, levando assim informações sobre o assunto para a terceira idade e população em geral.

3092 CATEGORIA DA EXPOSIÇÃO RACIAL AO HIV/AIDS: UM ESTUDO RETROSPECTIVO NA PARAÍBA
Ivoneide Lucena Pereira, Joanna Angelica Araujo Ramalho, Silvia Regina Rodrigues Leite, Sandra Aparecida Almeida, Edja Analia Rodrigues de Lima, Jordana Almeida Nogueira, Renata olivia gadelha Romero, Evandro Batista Almeida, Fabio Targino

CATEGORIA DA EXPOSIÇÃO RACIAL AO HIV/AIDS: UM ESTUDO RETROSPECTIVO NA PARAÍBA

Autores: Ivoneide Lucena Pereira, Joanna Angelica Araujo Ramalho, Silvia Regina Rodrigues Leite, Sandra Aparecida Almeida, Edja Analia Rodrigues de Lima, Jordana Almeida Nogueira, Renata olivia gadelha Romero, Evandro Batista Almeida, Fabio Targino

APRESENTAÇÃO: Na contemporaneidade brasileira, mesmo de forma velada ou explicita, a concepção da supremacia racial branca têm forjado cenários de desigual de no acesso a informação, a bens materiais e também na construção de uma identidade vinculada do papel social herdado do Darwinismo Social, em conjunto com a antropologia e a etnografia do século XIX conforme testifica Hobsbawn (1977, p.84). Do mito da supremacia racial surgiram diversificadas formas de exploração do homem negro e da mulher negra, que passaram a ser utilizados como meio de capitalização econômica e também de satisfação sexual, colocando-os em situação de vulnerabilidade social. Tal realidade é proeminente na busca de compreender como se dão as práticas sexuais desprovidas de mecanismos de segurança contra a infecção pelo vírus HIV neste grupo, que historicamente têm sido negligenciados pelas estratégias pedagógicas baseadas na concepção da “democracia racial”, que nega a existência de desigualdades sociais entre as raças no Brasil. Souza (2006, p.35) afirma que “a invisibilidade social do afro-brasileiro manifesta-se, ainda, na incapacidade de enxergá-lo fora dos papéis sociais a ele destinados pela sociedade”. Observa-se que nos últimos nove anos a epidemia de HIV/Aidspropagou-se na população negra, somadaaos pardos e pretos, devido a negação da cor preta por parte dos mesmos no momento da coleta de dados, tem como objetivo conhecer a proporção de casos de HIV/Aids segundo  a categoria raça na Paraíba. DESCRIÇÃO: Tratou-se de um estudo retrospectivo, transversal, descritivo e com abordagem quantitativa, baseado nas informaçõesdos registros de casos de infecção pelo HIV/Aids do sinan/PB de 2007 à 2016.RESULTADOS E IMPACTOS: O banco de dados apresentou 5.133/100% casos notificados de HIV/Aids no Estado da Paraíba, destes, 74,4% eram da cor negra, 21,4% branca, 0,2%  amarela e 0,3% indígena. Nesse sentido, observou-se que o critério racialtorna-se um recorte populacional significativo para transmissão do HIV/Aids e que se constituiuum marco importante da epidemia, com expressão relevante em todas as regiões do Estado, fortalecendo atese  sob o pressuposto da raça, da seleção e da proteção do segmento branco em comparação aos demais segmentos da população, a partir da existência de desigualdades ligadas ao modo de operação de mecanismos sociais tais como a educação formal e informal,e suas práticas pedagógicas,a seletividade do mercado de trabalho, a pobreza e a organização familiar. CONSIDERAÇOES FINAIS: Os resultados do estudo constituem sinal de alerta à população negra, já que os números apontam aumento da prevalência do HIV/Aids, havendo ainda o estigma de lhes atribuir aos considerados  grupos de risco, a responsabilidade pela propagação da doença, fortalecendo as práticas de exclusão, despertando-nospara a necessidade da produção de estratégias eficazes, por parte das  esferas governamentais,  que despertem entre a população negra a consciência da prevenção em seu cotidiano.

2622 ANÁLISE DE INFORMAÇÕES E GESTÃO DE UMA ÁREA PROGRAMÁTICA, RJ, BRASIL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Lucas Gonçalves, Mary Ann Freire, Regina Agonigi

ANÁLISE DE INFORMAÇÕES E GESTÃO DE UMA ÁREA PROGRAMÁTICA, RJ, BRASIL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Lucas Gonçalves, Mary Ann Freire, Regina Agonigi

Apresentação: O uso da tecnologia está inserido em muitos campos da sociedade, alterando relações pessoais e profissionais. No âmbito da saúde, as barreiras fazem com que a implementação ocorra de forma lenta e gradual, ainda sendo um setor em que a tecnologia tende avançar cada vez mais nas diversas complexidades da assistência. O setor saúde vive uma crise na forma de se produzir saúde, induzindo ainda o modelo produtor de procedimentos, ou modelo médico hegemônico. Para se repensar novas modelagens assistenciais, assentadas em diretrizes como a integralidade do cuidado, há que se aprofundar o debate sob novos fundamentos teóricos, particularmente sobre a natureza do processo de trabalho, sua micropolítica e importância na compreensão da organização da assistência à saúde. As lógicas que se observam na construção dos sistemas de informações (SIS’s) são as mesmas reproduzidas na maioria dos serviços de saúde, como também na formalidade das redes de atenção. Este estudo teve como objetivo compreender a lógica existente na produção, fluxo e análise dos dados que alimentam os SIS’s de uma Coordenação de Área do município do RJ.Desenvolvimento: Configurado como um relato de Experiência, através do desenvolvimento de um estudo descritivo, de abordagem crítico-reflexivo, a partir da proposta de imersão no campo da Gestão em Saúde, como possibilidade de ampliar as experiências acadêmicas e de aprofundar os conhecimentos no campo da pesquisa. O local da experiência foi a Divisão de Informações, Controle e Avaliação (DICA), da Área Programática (AP) 2.1, do município do Rio de Janeiro. A divisão fica localizada na Coordenação de Área Programática (CAP) 2.1, situada no bairro de Botafogo. A vivência teve início em maio de 2017, com duração de quatro meses, não se restringindo apenas à divisão, e sim, a experiência viva do acompanhamento da captação e análise de informações, além de reuniões locais com gestores de unidades. Resultados: A experiência evidenciou certo afastamento entre nível da gestão e os profissionais das unidades de Atenção Primária à Saúde. A DICA possui uma agenda para reuniões com os gestores e profissionais das unidades, além de encontros extraordinários a partir de demandas sinalizadas. Para pré-determinar tais encontros, há uma grande dificuldade em conciliar as agendas de todos os profissionais envolvidos, pelo número limitado de profissionais na gestão e por afetar a rotina das unidades com uma reunião geral. Os encontros são limitados e não possuem uma ação resolutiva total, ficando claro pela recorrência de erros mesmo após a tentativa de agregar normas e da renovação de algumas estratégias. O encontro é fundamental para analisar a realidade local da unidade, as características dos profissionais e a realidade da população da área em que a unidade é responsável. As variáveis frias e objetivas ocultam os contrastes entre regiões de uma mesma AP e, por isso, o papel participativo da gestão deve ser priorizado. Um encontro da divisão com um Centro Municipal de Saúde (CMS) mostrou como a estratégia do encontro é valorizada pelos profissionais das equipes. Com uma simples palestra sobre produção e algumas soluções para problemas da rotina da unidade, os profissionais se mostraram empolgados para aderir novas práticas de registro e tornar os indicadores mais condizentes com o esforço diário de uma microrregião marcada por grandes vulnerabilidades. Além disso, os profissionais ainda ficaram surpresos com a demonstração dos dados referentes a produtividade das equipes, não condizentes com a prestação de serviços. A troca de experiências e saberes entre profissionais de diversas formações tornou o ambiente mais múltiplo e dinâmico, pilar da Atenção Básica. O preenchimento do prontuário eletrônico pelos profissionais é alvo de muitas críticas pelo nível central de gestão. Há perdas expressivas relativas a dados e produção porque as informações não são compatíveis com o esperado. Uma das estratégias adotadas para melhorar registro profissional e mitigar a carência de conhecimentos específicos é a confecção de instrutivos para todos os profissionais de saúde das unidades. Os instrutivos são didáticos e demonstram o passo a passo de como realizar o registro a partir das situações da rotina dos sujeitos da unidade. A DICA tem papel importante em reuniões com a empresa responsável pelo prontuário eletrônico implementado nas unidades de saúde e possui papel esssencial na cadeia de informações geradas. Afinal, a produção dos profissionais, em sua grande maioria, é convertida automaticamente das ações registradas no sistema, gerando consolidados que servem de base para análise de diversos setores da SMS (a análise é feita nas Coordenações das Áreas Programáticas e no nível Central). As mudanças no prontuário eletrônico ocorrem em prol de uma melhora na rotina da atuação dos profissionais, sendo requisitadas por sugestões encaminhadas para a gestão. Além disso, alterações são realizadas para a otimização da análise dos dados gerados. Isso só se consolida quando os sistemas do prontuário eletrônico são capazes de associar a funcionalidade desejada com a operacionalização do próprio sistema. Os SIS’s funcionam ainda como ferramentas que contribuem para a “justificativa” do repasse de verbas do setor público para as Organizações Sociais de Saúde que prestam serviços para a Rede de atenção em saúde (RAS), funcionando, assim, como potenciais avaliadores do investimento. Os dados extraídos em consolidados pelo prontuário eletrônico são apenas um dos exemplos que podemos citar. A real importância do preenchimento das informações possui caráter subentendido para boa parte dos profissionais e, talvez por isso, a cobrança da gestão não seja incorporada com potência de transformação na reestruturação dos processos de trabalho na prática profissional diária. Ficou claro como os indicadores de saúde são as bases de relação entre a OS, gestão da secretaria de saúde e profissionais nas unidades. As variáveis são um dos pilares do atual contrato de gestão municipal e são separadas para contemplar a OSS, unidade de saúde e equipes de saúde. Tais contratos apontam uma prévia do alcance das produtividades estabelecidas como metas a serem batidas, sendo acompanhadas continuamente pela CAP. O não alcance das metas gera uma atenção especial dos gestores e uma busca dos aspectos que foram determinantes para a queda de produção assistencial e dos resultados evidenciados. As metas não contemplam todos os aspectos objetivos e subjetivos da produção de cuidado por parte das equipes de saúde, logo, a avaliação se torna limitada e insuficiente Considerações finais: A experiência evidenciou o afastamento da divisão e suas limitações expressas nas ações majoritariamente administrativas. A valorização da estratégia de educação permanente é um fator importante para as desejadas mudanças no processo de trabalho, no fazer e no saber. Por fim, as informações, carregadas de objetividade, não contemplam a totalidade da produção de cuidado, seus aspectos subjetivos e a inserção no território, afetando o planejamento da assistência à saúde. As práticas de gestão se tornam limitadas e não contemplam o planejamento ideal para uma melhor prática de prevenção, promoção e recuperação da saúde.