363: Saúde do Idoso: Do Controle das Doenças Metabólicas aos Cuidados Paliativos
Debatedor: Nathália Matoso de Vasconcelos
Data: 29/10/2020    Local: Sala 09 - Rodas de Conversa    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
7314 PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO CONCOMITANTES ASSOCIADOS AO DIABETES MELLITUS E A HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM UMA COMUNIDADE AOS ARREDORES DE UMA UNIVERSIDADE NO INTERIOR DA AMAZÔNIA
Gustavo Emanuel Oliveira da Silveira, Matheus Sallys Oliveira Silva, Carlos Eduardo Amaral Paiva, Tiago Sousa da Costa, Adjanny Estela Santos de Souza

PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO CONCOMITANTES ASSOCIADOS AO DIABETES MELLITUS E A HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM UMA COMUNIDADE AOS ARREDORES DE UMA UNIVERSIDADE NO INTERIOR DA AMAZÔNIA

Autores: Gustavo Emanuel Oliveira da Silveira, Matheus Sallys Oliveira Silva, Carlos Eduardo Amaral Paiva, Tiago Sousa da Costa, Adjanny Estela Santos de Souza

Apresentação: As doenças metabólicas causam alteração no funcionamento geral do organismo, seja por implicações das reações químicas ou da velocidade que elas ocorrem. Dentre as mais prevalentes encontram-se o Diabetes Mellitus (DM) caracterizada por hiperglicemia tendo como principais complicações dificuldade na cicatrização de lesões cutâneas e em longo prazo corrobora para a falência de vários órgãos e a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) que é a mais frequente das doenças cardiovasculares e também o principal fator de risco para as complicações mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio, além da doença renal crônica terminal. Este trabalho teve como objetivo avaliar e identificar os principais fatores de risco que corroboram para a prevalência de DM e HAS em uma comunidade nos arredores de uma universidade no interior da Amazônia. Método: Para a realização deste trabalho, foi ofertada uma ação de saúde nas dependências da Universidade do Estado do Pará - UEPA (Campus XII, Santarém), atendendo principalmente moradores que compõe a vizinhança aos arredores da universidade. A ação consistiu em duas etapas: na primeira foi aplicado questionário obtendo a partir destes dados sobre o sexo, idade, presença ou não de fatores de risco associados ao DM e a HAS, índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal, valores de pressão arterial e glicemia (sem jejum), e a segunda etapa consistiu em um esclarecimento prestado pelos acadêmicos da universidade participantes da ação. Através do método utilizado foram avaliados os fatores de risco prevalentes associados ao DM e a HAS de 50 voluntários. Resultado: Foram avaliadas 50 pessoas de ambos os sexos, sendo desse total 28 do sexo feminino e 22 do sexo masculino. A média de idade foi de 39,5 anos. Todavia, 18% se autodeclararam diabéticos e/ou hipertensos. Dessa forma, somente os 82% restantes foram utilizados para a caracterização desta amostra. Dos 82% foram obtidos os seguintes Resultado: 36,58% relataram consumir uma alimentação não saudável, 26,82% relataram não praticar exercícios físicos regulares, a partir do IMC coletado verificou-se que 43,90% dos moradores se encontravam no estágio “sobrepeso”, 24,39% em estágio de “obesidade” e 2,43% em situação de “obesidade mórbida”, além de que 48,78% tem mais de 40 anos, fatores de risco associados a prevalência tanto de Diabetes Mellitus quanto de Hipertensão Arterial Sistêmica. No que tange os fatores de risco individuais de cada doença ressalta-se que quanto ao histórico familiar, 60,97% afirmaram ter familiares com diagnostico de DM, 14,63% com diagnostico de HAS e 9,75% relataram que tinham familiares com ambas as doenças. Resultado: Interessantemente, 97,56% dos voluntários estudados possuem um ou mais fatores de risco, tornando evidente que ações de saúde visando essa temática – doenças metabólicas - são de suma importância. E também este estudo possibilitou caracterizar e identificar os principais fatores de risco que corroboram para a prevalência de DM e HAS em uma comunidade além de sensibilizar a população sobre os mesmos, fazendo com que o fator prevenção seja mais eficiente a partir das informações prestadas aos indivíduos.

7908 PREVENÇÃO E CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA COM GRUPO DE IDOSOS EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE BELÉM DO PARÁ: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Nayla Rayssa Pereira Quadros, Simone Gomes Da Silva, Gabriela do Nascimento Bernardo, Tayana da Silva Watanable, Joicy Dayanne Machado Moreira

PREVENÇÃO E CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA COM GRUPO DE IDOSOS EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE BELÉM DO PARÁ: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Nayla Rayssa Pereira Quadros, Simone Gomes Da Silva, Gabriela do Nascimento Bernardo, Tayana da Silva Watanable, Joicy Dayanne Machado Moreira

Apresentação: Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg. Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo, sendo agravada pela presença de outros fatores de risco (FR), como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e diabetes mellitus (DM). Mantém associação independente com eventos como morte súbita, acidente vascular encefálico (AVE), infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC), doença arterial periférica (DAP) e doença renal crônica (DRC), fatal e não fatal. No Brasil, HAS atinge 32,5% (36 milhões) de indivíduos adultos, mais de 60% dos idosos, contribuindo direta ou indiretamente para 50% das mortes por doença cardiovascular (DCV). A promoção da saúde visa assegurar a igualdade de oportunidades e proporcionar os meios necessários para que indivíduos e comunidades tenham oportunidades de conhecer e controlar os fatores determinantes da sua saúde. Entre seus principais campos estão ambientes favoráveis a escolhas mais saudáveis, acesso à informação e educação em saúde, desenvolvimento de habilidades para uma vida saudável, bem como a reorganização dos serviços de saúde. Sendo assim, a Estratégia Saúde da Família - ESF é um contexto privilegiado para a prática da educação em saúde por ser, com frequência, o primeiro contato dos usuários com o sistema de saúde e também por se basear em tecnologias leves voltadas para a promoção da saúde e prevenção de doenças. O aumento da população idosa, em termos de saúde pública, traduz-se em maior número de problemas crônicos, entre elas a hipertensão arterial sistêmica, de alta prevalência nesta faixa da população, tornando-se necessário o maior conhecimento e capacitação dos profissionais da saúde para o diagnóstico e tratamento precoce com eficácia, a partir de mudanças do estilo de vida, medicamentos, assistência de equipe multiprofissional e também de medidas de prevenção das complicações próprias da hipertensão arterial para redução de morbimortalidade cardiovascular com manutenção ou melhora da qualidade de vida e de independência funcional. Neste contexto é de suma importância a criação de estratégias e ações diversificadas que forneçam conhecimento para prevenção e controle da hipertensão arterial sistêmica do idoso. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada sobre a prevenção e controle da hipertensão arterial sistêmica através de dinâmica e rodas de conversa com grupo de idosos em uma ESF de Belém (PA). Desenvolvimento: O trabalho em questão corresponde a um estudo descritivo de abordagem qualitativa referente à experiência de um grupo de acadêmicas de enfermagem do sexto semestre da Universidade Federal do Pará (UFPA), juntamente a residentes multiprofissionais da Universidade do Estado do Pará (UEPA), durante o primeiro semestre de 2019 em uma Estratégia Saúde da Família, localizada no bairro da Cabanagem, município Belém, Pará. Foram realizadas atividades de educação em saúde abordando temáticas voltadas a Hipertensão Arterial: sintomas, diagnóstico, tratamento, controle e prevenção. O público-alvo era composto em sua maioria por idosos cadastrados no programa HiperDia, dessa forma foram utilizados como principais recursos as dinâmicas grupais sobre mitos e verdades sobre a patologia, além de rodas de conversa acerca do tema abordado, com intuito de estimular a público-alvo e auxiliar no compartilhamento de vivências entre os participantes. Durante a realização da ação educativa, foram relatadas diversas experiências por parte dos familiares que fazem parte do dia a dia dos usuários. Houve o predomínio do conhecimento do senso comum e o momento possibilitou a desmistificação de mitos sobre a temática. A maioria dos idosos demonstrou interesse frente ao tema abordado, visto que, além de suas falas, foram esclarecidas as dúvidas existentes, reforçando as informações corretas sobre a doença, além de acrescentar diversas contribuições sobre hábitos de vida saudável, buscando modos de viabilizar a prevenção e controle da HAS, bem como seus agravos. Resultado: Observou-se o conhecimento satisfatório dos participantes sobre o tema central, bem como o envolvimento efetivo durante as ações educativas. As atividades em questão proporcionaram importantes experiências na área da educação em saúde voltadas a atenção primária, desde o planejamento até a sua execução, a partir da prática grupal. Através da escuta sensível, foi possível estimular a participação de todos os presentes, que a princípio encontravam-se retraídos, mas posteriormente apresentaram-se interagindo na troca dos saberes por meio da exposição das suas opiniões, vivências e dúvidas, mostrando seus conhecimentos empíricos e disponibilidade para a reformulação das suas ações e saberes, argumentando sobre as orientações estabelecidas, sempre adequando as suas necessidades. Nessa perspectiva, possibilitou a troca de experiências entre indivíduos de uma mesma comunidade, mesmo estes apresentando diferentes determinantes de saúde como hábitos de vida e história familiar. Sendo assim, a equipe multiprofissional, a partir de atividades diversificadas, proporcionaram a compreensão dos temas abordados de forma mais criativa e agradável, aliando a realidade vivenciada aos saberes científicos, garantidas pelas dinâmicas, favorecendo ainda a identificação e prevenção de doenças através dos saberes compartilhados. Os usuários relataram que as atividades realizadas foram de extrema importância, pois através das dinâmicas e rodas de conversa, foi possível esclarecer dúvidas sobre o tema abordado, possibilitando que o usuário seja um agente multiplicador de conhecimento e informações, transformando sua realidade e da sua comunidade. Considerações finais: Conclui-se por meio desta experiência que as práticas de educação em saúde são de suma importância principalmente dentro de um contexto da atenção primária, pois possibilita a prevenção de agravos da HAS e repasse de conhecimento e informações para os usuários. Podemos destacar as dinâmicas grupais como uma significativa metodologia a ser empregada nas atividades desenvolvidas em estratégias saúde da família, já que foi perceptível que estas ações proporcionam a participação direta e ativa dos usuários, assim como difusão de saberes e compartilhamento de experiências. Portanto, a estratégia utilizada para a ação educativa avalia-se como satisfatória e acredita-se que trabalhos como este devem ser realizados com mais frequência com a comunidade, visando maior participação da mesma e melhora da qualidade de vida de todos, tornando o usuário agente participativo na construção da saúde, sendo um multiplicador de informações, mostrando que há alternativas para prevenir e controlar a HAS, além dos medicamentos, através de escolhas mais saudáveis.

10726 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PESSOAS SOB CUIDADOS PALIATIVOS EM UNIDADE HOSPITALAR
Magna Geane Pereira de Sousa, Hipácia Fayame Clares Alves, Catarina Baltazar Madeira, Danielle Teixeira Queiroz, Jéssica Pinheiro Carnaúba, Lucenir Mendes Furtado Medeiros

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PESSOAS SOB CUIDADOS PALIATIVOS EM UNIDADE HOSPITALAR

Autores: Magna Geane Pereira de Sousa, Hipácia Fayame Clares Alves, Catarina Baltazar Madeira, Danielle Teixeira Queiroz, Jéssica Pinheiro Carnaúba, Lucenir Mendes Furtado Medeiros

Apresentação: A cronicidade das doenças aumentou os índices de pacientes mais dependentes das atividades de vida diárias, tornando-se acamados ou restritos ao leito, dependendo de uma assistência para realização de atividades mais completas e atuantes. Pacientes hospitalizados são mais propícios a desenvolverem agravamentos e complicações de doenças já existentes, ditas como doenças de base. Sendo necessária uma abordagem sintomática e multidisciplinar, atentando para cuidados de enfermagem necessários para cada patologia apresentada, o cuidado paliativo tem como foco o paciente doente, e não a doença e deve ser trabalhado o lado psicológico, social e espiritual do doente. O objetivo desta pesquisa foi conhecer o perfil epidemiológico dos usuários do serviço hospitalar em Cuidados Paliativos de um hospital da rede privada em Fortaleza, Ceará. Tratou-se de um estudo descritivo, com base no método de investigação quantitativa. Foram analisados prontuários de 80 pessoas atendidas no período de janeiro de 2018 a setembro de 2018. A amostra foi constituída por 80 indivíduos, sendo 42 usuários (53%) do sexo masculino, com 39 (49%) acima de 75 anos, que apresentam múltiplas comorbidades 44 usuários (55%). Majoritariamente acamados e dependentes das atividades de vida diárias foram 46 (58%) e 26 usuários (33%) permaneceram por períodos de internação prolongados maior que 50 dias, e em algum período da internação em unidade de terapia intensiva 55 (69%), possuindo múltiplos dispositivos invasivos. O perfil dos usuários é composto predominantemente por idosos, com dependência total para as atividades de vida diária com múltiplas comorbidades que permaneceram por longos períodos de internação hospitalar, requerendo implementação de estratégias que visem à condução destes casos.

11373 ASPECTOS BIOÉTICOS RELACIONADOS AOS CUIDADOS EM SAÚDE PRESTADOS AO FIM DA VIDA ÀS PESSOAS IDOSAS
Samara Gonçalves de Oliveira, Sandra Teixeira de Araújo Pacheco, Michelle Darezzo Rodrigues Nunes, Célia Pereira Caldas, Adriana Loureiro da Cunha, Patricia Lima Pereira Peres

ASPECTOS BIOÉTICOS RELACIONADOS AOS CUIDADOS EM SAÚDE PRESTADOS AO FIM DA VIDA ÀS PESSOAS IDOSAS

Autores: Samara Gonçalves de Oliveira, Sandra Teixeira de Araújo Pacheco, Michelle Darezzo Rodrigues Nunes, Célia Pereira Caldas, Adriana Loureiro da Cunha, Patricia Lima Pereira Peres

Apresentação: O processo de morte vivenciado pelas pessoas idosas está permeado por cuidados em saúde ao fim de suas vidas. Estes cuidados a luz dos princípios bioéticos, geram uma reflexão sobre como os mesmos tem sido realizados e se proporcionam ao idoso uma morte com dignidade. O objetivo do estudo é discutir as interfaces existentes entre os princípios bioéticos e os cuidados em saúde prestados ao fim da vida às pessoas idosas, tendo em vista a preservação da dignidade no processo do morrer a este segmento populacional. Para isso foi realizada uma revisão integrativa cuja busca ocorreu entre outubro e novembro de 2019 nas bases de dados Medline via PubMed, Lilacs e Scopus com os descritores:  “Palliative Care", Aged e Bioethics de 2014 a 2018, para responder à questão norteadora: quais as interfaces existentes entre os princípios bioéticos e os cuidados em saúde prestados ao fim da vida às pessoas idosas?. Foram incluídos artigos originais, nos idiomas inglês, espanhol ou português. Excluíram-se os estudos: que focavam outras temáticas, revisões, tese de doutorado, artigos de reflexão, editoriais ou resumos de eventos e relatos de caso. Resultado: A partir dos artigos selecionados, emergiram as seguintes categorias: condutas terapêuticas frente aos cuidados ao fim da vida; tomada de decisão nos cuidados ao fim da vida e; desafios nos cuidados ao fim da vida, onde aponta-se como têm sido realizados os cuidados em saúde ao fim da vida dos idosos de forma a garantir os princípios bioéticos. Conclui-se notoriamente, a relevância da atuação dos profissionais de saúde em manter um compromisso com a pessoa idosa e sua família de forma a considerar suas subjetividades e preferências e os instrumentalize para que os cuidados estejam pautados em princípios bioéticos e proporcionem um processo de morrer com dignidade. Sugere-se a realização de novos estudos que aprofundem questões atreladas ao processo do envelhecimento e a garantia dos princípios éticos no cuidado a estes indivíduos nesta fase da vida, em vista da carência de estudos publicados nesta vertente nos últimos anos.

11445 A ASSISTÊNCIA EM SAÚDE E CUIDADOS PALIATIVOS EM UMA UNIDADE DE ALTA COMPLEXIDADE
Cinthia de Mello Vitorio, Patricia da Silva Olário, Maria da Conceição Coelho de Moraes, Adriana da Costa Coelho, Matheus Oliveira de Paula

A ASSISTÊNCIA EM SAÚDE E CUIDADOS PALIATIVOS EM UMA UNIDADE DE ALTA COMPLEXIDADE

Autores: Cinthia de Mello Vitorio, Patricia da Silva Olário, Maria da Conceição Coelho de Moraes, Adriana da Costa Coelho, Matheus Oliveira de Paula

Apresentação: Este relato trata-se de uma experiência de assistência em saúde em uma unidade de alta complexidade. Verificou-se que uma parte considerável de usuários (as) de saúde que chega às enfermarias e são atendidos pelas equipes multidisciplinares encontra-se em estágio avançado de suas doenças crônicas, que evoluem para a ausência de proposta curativa de cuidados, sem encaminhamento para assistência em cuidados paliativos. Desenvolvimento: Acredita-se que esses usuários precisam de tratamento terapêutico com ênfase em cuidados paliativos, para que sejam contemplados com uma assistência integral durante a evolução de sua doença e de um tratamento humanizado de modo que seu sofrimento seja amenizado e haja possibilidade de escolha das melhores condutas terapêuticas. Estes usuários estão cronicamente adoecidos e em condições clínicas e sociais complexas. Urge a participação da equipe interdisciplinar junto aos usuários e às unidades familiares desde o acolhimento e início do tratamento de saúde, de modo que seja verificada a rede de apoio e que sejam trabalhadas questões como a adesão ao tratamento, suporte familiar e organização da rede de recursos para a assistência no pós-alta hospitalar. Ressalta-se que o atendimento é realizado com abordagem multiprofissional e utilizado para a comunicação entre as equipes solicitação de pareceres, contatos telefônicos, WhatsApp, registro em prontuário dos atendimentos prestados, discussão de casos em rounds e interconsulta profissional, quando necessário. Tal forma de atuação isolada por categorias profissionais configura-se como fragilidade e limitação da interação interprofissional da unidade hospitalar. Resultado: esperados: a abordagem interdisciplinar possibilitando a melhoria da assistência em saúde e da interação interprofissional; equipes multidisciplinares integradas aos rounds, discussões de caso, grupos e do planejamento de novas ações que pode construir um trabalho com atendimento integral destes usuários. Neste sentido, é importante que haja debate entre todos os sujeitos envolvidos nas diversas etapas da assistência, de modo que, sejam consideradas as condições históricas, objetivas, materiais e subjetivas para a integralidade da assistência em saúde e seja dada a possibilidade de escolha da proposta terapêutica que melhor se adequar à realidade familiar e, se necessário e aceito pelos usuários, a proposta de assistência em cuidados paliativos. Considerações finais: Tem-se que considerar os determinantes sociais, históricos, econômicos e culturais que entrelaçam a realidade social dos usuários de saúde. Entende-se que a assistência em saúde deve contemplar os determinantes e os condicionantes sociais do processo saúde doença, com o usuário no centro do plano de cuidados, o que possibilita a construção conjunta do projeto terapêutico singular. Com esta perspectiva de cuidado, os profissionais teriam condições de articular a rede de suporte que será prestada ao usuário no pós-alta hospitalar.  

12187 ASSISTÊNCIA AMBULATORIAL DE SAÚDE DE MÉDIA COMPLEXIDADE AOS IDOSOS COM EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ESPECIALIZADA NA CIDADE DE MANAUS/AM
Cleisiane Xavier Diniz, Maria Nazare de Souza Ribeiro, Fatima Helena do Espirito Santo, Cassia Rozária da Silva Souza, Fernanda Farias de Castro, Joaquim Hudson de Souza Ribeiro, Orlando Gonçalves Barbosa

ASSISTÊNCIA AMBULATORIAL DE SAÚDE DE MÉDIA COMPLEXIDADE AOS IDOSOS COM EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ESPECIALIZADA NA CIDADE DE MANAUS/AM

Autores: Cleisiane Xavier Diniz, Maria Nazare de Souza Ribeiro, Fatima Helena do Espirito Santo, Cassia Rozária da Silva Souza, Fernanda Farias de Castro, Joaquim Hudson de Souza Ribeiro, Orlando Gonçalves Barbosa

Apresentação: Os CAIMIs vieram proporcionar maior e melhor acesso aos bens e serviços de saúde com qualidade de vida e, sobretudo, desafogar os hospitais e pronto-socorros sempre lotados por internações de idosos com doenças crônicas, minimizando os custos do Poder Público para estas Unidades de Saúde. Na cidade de Manaus, foram construídos três CAIMIs: Dr. Paulo César de Araújo Lima, Dr. André Araújo e Ada Rodrigues Viana, localizados em diferentes zonas. Esses centros, CAIMIs foram criados com a missão de garantir assistência ambulatorial de média complexidade aos idosos referenciados pelo Sistema Único de Saúde com equipe multidisciplinar especializada, por meio de atendimento e manuseio de doenças prevalentes da terceira idade, objetivando o maior grau de resolutividade possível. E para atingir os objetivos e metas, foi necessário adotar estratégias em que o planejamento sugerido pudesse prevalecer de acordo com a necessidade da instituição, como: desenvolvimento dos objetivos no planejamento estratégico; realização de parceria com a direção de outras unidades para que juntos pudessem traçar as metas, visando sempre o bom atendimento à sociedade; montagem de equipes para consultoria e auditoria; e fortalecimento do acolhimento e do atendimento humanizado. Os CAIMIs continuam sob responsabilidade administrativa da Secretaria de Estado da Saúde (SUSAM) que gerencia as unidades, enquanto o Conselho de Desenvolvimento Humano realiza o acompanhamento da assistência aos idosos usuários. A missão dessas unidades é garantir assistência ambulatorial de média complexidade aos idosos referenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nos CAIMIs o idoso é atendido por uma equipe multidisciplinar especializada por meio de consultas: médica, enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, odontologia, psicoterapia, terapia ocupacional, nutricionista, serviço social e outras, baseando-se nos preceitos da gerontologia, enfatizando-se a prevenção e tratamento de doenças prevalentes da terceira idade e objetivando-se o maior grau de resolutividade possível (SUSAM, 2010). Dentro das especialidades médicas, os CAIMIs oferecem atendimento nas áreas de: clínica geral, ginecologia, oftalmologia, cardiologia, geriatria, neurologia, endocrinologia, gastroenterologia, ortopedia e cirurgia geral. Além dos atendimentos assistenciais especializados e individualizados, são implementadas ações de apoio ao idoso, ao cuidador e à família,  assim como  monitoramento de doenças como hipertensão, diabetes, câncer de colo de útero e câncer de mama. Ao chegar à recepção, o usuário do CAIMI segue normalmente para o preparo onde é realizado antropometria com aferição do peso e estatura, e medidas vitais, como pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória. A seguir, o idoso é encaminhado aos consultórios de alguma das especialidades médicas, dando sequência ao atendimento pelos demais profissionais da área da saúde: enfermeiro, assistente social, psicólogo, nutricionista etc., conforme o fluxograma de Atendimento dos CAIMIs. Atividades educativas e preventivas são realizadas de forma coletiva e individual. Além disso, o idoso tem acesso ao serviço de farmácia, com distribuição de medicamentos necessários conforme prescrição médica e avaliação social. São ainda disponibilizados serviços de apoio diagnóstico, como: radiologia, exames laboratoriais, eletrocardiograma, exame colpocitológico, teste de glicemia capilar, serviços de curativos, nebulização e imunizações. Além disso, estão incluídas atividades de apoio como: atividade física recreativa, bailes, passeios, hidroterapia, oficina de memória, ginástica terapêutica, caminhada, alfabetização, oficina de nutrição, dança de salão, coral, artesanato, dominó e outros. Em determinadas situações, o idoso procura o CAIMI para a realização de curativo, imunização, nebulização e medicação, além de disponibilização de medicamento por meio de receita pela farmácia. Neste caso, o fluxo é direto da recepção para o setor de procura. A partir do atendimento inicial por um dos profissionais da equipe e caso seja necessário, o idoso pode ainda ser encaminhado para outras unidades de saúde de maior complexidade. Durante o período de espera para atendimento, palestras sobre saúde do idoso são proferidas pelos profissionais de diferentes áreas, com a finalidade de promoção da saúde e prevenção de doenças. Dentro do contexto atual, do aumento do número de idosos pelo qual passa o Brasil e o Estado do Amazonas, os CAIMIs continuam tendo uma enorme importância no que diz respeito à saúde, socialização, valorização, autoestima, cidadania, promoção e integração entre as gerações, com respeito às limitações próprias da idade. CAIMI Dr. Paulo César de Araújo Lima O CAIMI Dr. Paulo César de Araújo Lima está localizado no bairro da Colônia Oliveira Machado, zona Sul da cidade de Manaus Foi o primeiro CAIMI a ser inaugurado, em março de 2002 e recebeu sua designação em homenagem ao médico do mesmo nome. Teve como primeira diretora a psicóloga Verônica Virginia Santos Florêncio, que permaneceu à frente desta instituição até final de junho de 2004. Posteriormente, a Gerontóloga Mary Jane Cardoso de Queiroz, assumiu a direção até o momento da pesquisa em 2016. CAIMI Dr. André Araújo O CAIMI Dr. André Araújo, localizado no bairro Cidade Nova, zona Norte da cidade de Manaus, foi inaugurado em 02 de Outubro de 2002 e reformado em Julho de 2008, tendo recebido esse nome em homenagem ao sociólogo magistrado Dr. André Araújo. Possui a mesma finalidade dos demais CAIMIs, porém com uma estrutura diferenciada por estar instalado sobre uma maternidade, ocupando uma área de um antigo edifício garagem do hospital Francisca Mendes. CAIMI  Ada Rodrigues Viana O CAIMI Ada Rodrigues Viana foi inaugurado em 18.06.2004 e reformado após 4 anos: 10.12.2008, possuindo uma área total e terreno de 3.750,00 m2 e de área construída de 967,00 m2. Recebeu este nome em homenagem à Conselheira Ada Rodrigues Viana por sua história de lutas pela saúde e pelos direitos da terceira idade. Foi o terceiro CAIMI construído dentro da rede de atenção especializada ao idoso. Conta com equipe multidisciplinar capacitada. A unidade tem 967 m2 de área construída. Está implantado no bairro da Compensa I, zona Oeste de Manaus. Por ser uma Unidade de Saúde estrategicamente bem localizada e por ser vista com o de bastante credibilidade pelos usuários, termina sendo referência para outros bairros, bem como para outros municípios do Amazonas e outros Estados, como Pará, Acre, Roraima, Rondônia, São Paulo e outros. Os CAIMIs fazem parte de uma história recente da cidade de Manaus, assim como, a preocupação com a acessibilidade e mobilidade da população de modo geral.

12249 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA PESSOA IDOSA: USUÁRIOS DOS SERVIÇOS DE ATENDIMENTO AMBULATORIAL DE MÉDIA COMPLEXIDADE NOS CAIMIS DA CIDADE DE MANAUS/AM.
Cleisiane Xavier Diniz, Maria Nazare de Souza Ribeiro, Fatima Helena do Espirito Santo, Cassia Rozária da Silva Souza, Fernanda Farias de Castro, Joaquim Hudson de Souza Ribeiro, Orlando Gonçalves Barbosa

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA PESSOA IDOSA: USUÁRIOS DOS SERVIÇOS DE ATENDIMENTO AMBULATORIAL DE MÉDIA COMPLEXIDADE NOS CAIMIS DA CIDADE DE MANAUS/AM.

Autores: Cleisiane Xavier Diniz, Maria Nazare de Souza Ribeiro, Fatima Helena do Espirito Santo, Cassia Rozária da Silva Souza, Fernanda Farias de Castro, Joaquim Hudson de Souza Ribeiro, Orlando Gonçalves Barbosa

Apresentação: Para que se possa planejar e elaborar políticas de saúde mais específicas, faz-se  necessário conhecer o seu perfil epidemiológico, especialmente as doenças crônicas mais prevalentes. E os resultados encontrados neste estudo mostraram que a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) continuam sendo as doenças mais prevalentes e a principal procura dos idosos aos serviços de saúde especializados, correspondendo a 50,8% e 18,2%  das causas de atendimentos, respectivamente. Os Distúrbios da Acuidade Visual apareceram com 9% e as doenças associadas ao sistema musculoesquelético somaram 6,8%, correspondendo aos dados da artrite e artrose. Em se tratando de doença com fator de risco cardiovascular, a HAS é considerada de alta prevalência em pessoas idosas e, muitas vezes, associada à doença arterial coronariana, doença cerebrovascular, vasculopatias periféricas, dentre outras. Acomete cerca de 60% das pessoas idosas, com influência direta nas elevadas taxas de morbimortalidade. Pesquisa realizada nas cidades de Manaus e Porto Alegre, por Cauduro et alii (2011) identificou que 50,1% dos idosos da cidade de Manaus e 48,7% dos idosos da cidade de Porto Alegre declararam fazer tratamento para hipertensão, mostrando que não há tanta diferença entre as regiões Norte e Sul do Brasil. Pode-se considerar que existe uma alta prevalência e um forte fator de risco para doenças cardiovasculares e renais nesses idosos entrevistados. Com relação ao Diabetes Tipo 2, a prevalência encontrada entre o grupo em estudo foi de 18,2%. Aparentemente esse resultado não representa maiores preocupações. No entanto, esta prevalência é bastante significativa se considerarmos que o grupo em estudo é idoso e que se trata de uma morbidade limitante, de longo tratamento, incurável e geralmente causando sequelas e restrições funcionais,  riscos de nefropatias e agravos circulatórios, além de ocasionar cegueira, amputações e complicações encefálicas, demandando adaptações individuais. Essas complicações aumentam também os custos sociais e financeiros, impactando o sistema de saúde, a família e a própria pessoa. Estima-se que 387 milhões de pessoas no mundo convivem com a Diabetes Tipo 2 e que em 2035 este número alcance 471 milhões, em virtude do crescimento e do envelhecimento populacional, da maior urbanização, da progressiva prevalência de obesidade e sedentarismo muito presentes nas condições de vida das populações urbanas. Aproximadamente 80% desses indivíduos vivem em países em desenvolvimento, onde a epidemia tem maior intensidade. No Brasil, em 2014, estimou-se que existiriam 11,9 milhões de pessoas, na faixa etária de 20 a 79 anos, com diabetes, podendo chegar, conforme estimativa estimativa a 19,2 milhões em 2035 (Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016). Dados da SUSAM indicam os motivos de internação de idosos nos diversos hospitais públicos na cidade de Manaus em 2014, revelando que as doenças cardiovasculares acontecem com gravidade tanto em homens quanto em mulheres, seguida das doenças do aparelho digestivo. Por adquirirem um grande número de doenças crônicas, os idosos tendem a utilizar mais serviços de saúde, muitos necessitando de hospitalização. Normalmente, a taxa de internação hospitalar de idosos é muito mais elevada, assim como sua taxa de ocupação do leito é mais prolongada. A grande parte dos idosos brasileiros  possui pelo menos uma doença de caráter crônico e aproximadamente um terço apresenta três agravos ou mais. De modo geral, no Brasil, em 2013, as principais causas de anos vividos com incapacidade entre os idosos foram: dor lombar, depressão, ansiedade, diabetes, problemas de audição, outras doenças musculoesqueléticas, dor cervical, asma, enxaqueca e doença pulmonar obstrutiva crônica (VOS et alii, 2015). Ao analisar a correlação entre as morbidades e a mediana da idade, observou-se significância estatística na Artrose (p 0,029), Doença Cerebrovascular Aguda (p 0,049) e Mal de Alzheimer (p 0,001), indicando que, quanto maior a faixa etária, maior a possibilidade de aparecimento de tais doenças. Da mesma forma, a procura por especialistas vai ocorrer com o aparecimento das morbidades que estarão mais presentes com o passar da idade. Diante da problemática das doenças crônicas mais prevalentes nos idosos, o médico clínico geral se torna o mais procurado (31,1%) diante de sua capacidade de resolução de problemas de saúde em vários contextos. Porém, o que não se esperava era a frequência muito baixa de consultas ao cardiologista (0,7%), uma vez que a HAS foi a morbidade mais prevalente, conforme mostrado anteriormente. Possivelmente isso ocorreu pela limitação do número de cardiologistas lotados nos CAIMIs, bem como restrição na distribuição de fichas para esta especialidade, ficando sob a responsabilidade do Clínico Geral à conduta prescritiva do tratamento da HAS. Embora os Distúrbios da acuidade visual tenham aparecido com 9% entre as principais causas de atendimento ao CAIMI, a oftalmologia foi a segunda especialidade mais procurada para atendimento, com 31%, possivelmente por encaminhamento do Clínico Geral para controle de pessoas com DM2, que foi a segunda maior causa de procura de atendimento aos CAIMIs, pois a catarata, o glaucoma e a cegueira representam complicações graves do DM2. Segundo o Censo de 2010, o percentual de idosos com algum grau de dificuldade para enxergar, no Brasil,  foi de 47,7%. Como o envelhecimento é um processo natural da redução progressiva das respostas adaptativas do corpo ao ambiente, é natural que, com o avançar da idade, as doenças crônicas se tornem mais prevalentes na população. Além disso, essas doenças exigem tratamentos contínuos e podem vir acompanhadas de disfunções e/ou algum nível de dependência. Isso leva a acreditar que a deficiência de cuidados especializados para as doenças agudas  levará a efeitos crescentes sobre os gastos com cuidados na cronificação das doenças. Com a expansão e estruturação da oferta dos serviços de saúde, o debate sobre o acesso a essas ações e serviços ganhou outras nuances, em que as análises e alternativas de soluções para o problema de acesso são quantificadas e qualificadas a partir do usuário. Dessa forma, esta pesquisa procurou identificar, a partir dos idosos usuários dos CAIMIs, diferentes concepções sobre a utilização desse serviço. A frequência periódica condiciona-se à viabilidade de encontrar acesso; à qualidade dos serviços oferecidos; à resolutividade do motivo da procura; e à possibilidade do deslocamento até o serviço. O acesso tem sido considerado um elemento importante no padrão de uso de serviços de saúde em todos os níveis de atenção, independente de faixa etária. Nos estudos de Morais (2007), realizados com idosos do município de Encruzilhada do Sul (RS), foi constatado que os idosos procuraram os serviços de saúde de atendimento privado pela rapidez da consulta. Porém, não se trata de uma livre escolha ou de vínculo com o profissional. Trata-se de estratégias familiares e facilidade de transporte, pois o deslocamento às áreas onde se encontra a maioria dos serviços de saúde demanda tempo e disponibilidade de acompanhante. Em todo caso, observa-se que os idosos produzem diferentes estratégias de acordo com suas capacidades, histórias de vida pessoal e coletiva, que são adotadas pelas disponibilidades circunstanciais e socioculturais, na busca de solução para os problemas de saúde.

7659 QUEDAS EM IDOSOS ATENDIDOS PELA ASSISTÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL
Thais Kellen Ribeiro da Silva, Isadora dos Reis Martins, Johann Peter Amaral dos Santos, Caio Duarte Neto, Leonardo França Vieira, Luciana Carrupt Sogame Machado

QUEDAS EM IDOSOS ATENDIDOS PELA ASSISTÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL

Autores: Thais Kellen Ribeiro da Silva, Isadora dos Reis Martins, Johann Peter Amaral dos Santos, Caio Duarte Neto, Leonardo França Vieira, Luciana Carrupt Sogame Machado

Apresentação: A queda representa o principal evento traumático à população idosa vítima de acidentes e violências, gerando número crescente de internações e mortalidade decorrentes desse evento. Neste cenário, a assistência pré-hospitalar móvel representa um importante meio de assistência ao idoso. Dessa forma, o presente estudo propôs verificar a frequência de quedas em idosos e sua associação com as características sociodemográficas e do atendimento prestado às vítimas de acidentes e violências atendidas pelo SAMU-192 do Espírito Santo. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo transversal com coleta retrospectiva de dados dos atendimentos realizados pelo SAMU 192 no Espírito Santo a vítimas de causas externas em 2015. Dos 51.555 atendimentos, foi coletada uma amostra de 2502 boletins de ocorrência, e destes, 861 eram idosos. As variáveis coletadas foram, sociodemográficas: idade (60 a 79 anos e maior ou igual a 80 anos), sexo (feminino e masculino) e região de domicílio (Vitória, Guarapari, Santa Teresa, Venda Nova do Imigrante), além das variáveis de atendimento: período da semana (segunda a sexta-feira e fim de semana), turno solicitação (diurno e noturno), tipo de recurso enviado (Suporte Básico ou Suporte Avançado), tipo de ocorrência (clínica, traumática, psiquiátrica e ginecológica), gravidade presumida pelo Médico Regulador (vermelho, amarelo e verde/azul), a gravidade real (maior e menor risco), e o desfecho da ocorrência (transportado e não transportado). As quedas foram categorizadas em queda da própria altura, altura maior ou menor que seis metros. Realizaram-se análise estatística descritiva simples e análise univariada (Teste Qui-Quadrado), onde a variável dependente foi a ocorrência ou não de queda e as independentes foram as sociodemográficas e do atendimento. Adotou-se nível de significância de 5% (p 0,05), com intervalo de confiança de 95% (IC95%). Calculou-se o Resíduo do Qui-Quadrado para as variáveis com significância estatística. Resultado: Dos 2502 atendimentos, 34,4% foram a idosos. Desses, 80,8% tiveram ocorrências de caráter clínico, 17,7% ocorrências traumáticas, e 1,4% causas psiquiátricas. Tratando-se apenas das ocorrências traumáticas as quedas corresponderam a 82,3% dos atendimentos e representaram 14,6% do total de atendimentos aos idosos. A média de idade foi 75 (±9,9 anos), variando de 60 a 110 anos. As vítimas possuíam, em sua maioria, de 60 a 79 anos (65,7%), eram do sexo feminino (51,7%), foram atendidas durante a semana (71,9%) e no turno diurno (63,5%), domiciliados na Região de Vitória (83,6%). Ademais, comportaram-se como fatores associados a queda classificação amarela pelo Médio Regulador (p=0,000), gravidade real de menor risco (p=0,000), envio do Suporte Básico (p=0,000) e transporte ao final do atendimento (p=0,000). A queda da própria altura comportou-se como o principal tipo de queda (78,6%). Os idosos atendidos por outras causas apresentaram perfil idêntico aos que sofreram queda. Considerações finais: O crescimento da população idosa é evidente, desse modo estudos que evidenciem os riscos à que esta população está suscetível fazem-se necessários. Dado a importância das quedas neste cenário, pesquisas que demonstram as características dos idosos vítimas deste tipo de ocorrência oriundos da assistência pré-hospitalar móvel são de grande importância como forma de identificar as causas e seus consequentes agravos, e, com isso, melhorar o serviço prestado.

5861 ACIDENTE E VIOLÊNCIAS EM IDOSOS ATENDIDOS PELO SAMU 192 ESPÍRITO SANTO
Johann Peter, Isadora dos Reis Martins, Thais Kellen Ribeiro da Silva, Caio Duarte Neto, Leonardo França Vieira, Luciana Carrupt Sogame Machado

ACIDENTE E VIOLÊNCIAS EM IDOSOS ATENDIDOS PELO SAMU 192 ESPÍRITO SANTO

Autores: Johann Peter, Isadora dos Reis Martins, Thais Kellen Ribeiro da Silva, Caio Duarte Neto, Leonardo França Vieira, Luciana Carrupt Sogame Machado

Apresentação: Os acidentes e violências ocupam o terceiro lugar no ranking das causas de morte no Brasil. No Espírito Santo, ocupam o segundo lugar do total da mortalidade geral. Entre as faixas etárias de risco acometidas têm-se os idosos, tendo em vista a maior fragilidade senil, expressa pela redução da capacidade funcional, por doenças crônico-degenerativas e polimedicação. Diante disto, este estudo se propôs a verificar o perfil de idosos vítimas de acidentes e violências assistidos pelo SAMU Espírito Santo. Desenvolvimento: Estudo transversal, com coleta retrospectiva, dos atendimentos primários realizados aos idosos (≥ 60 anos), no ano 2015, pelo SAMU 192 - ES. Calculou-se, para os 51.555 atendimentos realizados em 2015 uma amostra de 2500 atendidos. Destes, 735 eram idosos, dos quais 153 foram vítimas de acidentes e violências. Coletaram-se informações referentes à idade, sexo, horário da solicitação, dia da semana, região da ocorrência, recurso enviado, gravidade presumida, gravidade real, mecanismo do trauma e desfecho da ocorrência. Foi realizada análise descritiva dos dados. Resultado: Verificou-se a prevalência de (20%) de acidentes e violências em idosos. O sexo masculino foi o mais acometido tendo uma frequência de (53%). Quanto à idade, 70% dos idosos atendidos tinham entre 60-79 anos. As solicitações foram feitas em (70%) no turno diurno, sendo que a maior parte delas ocorreu em dias úteis (80%) e na região dos municípios da Grande Vitória (80,9%). Sobre o atendimento prestado, em (91,5%) das ocorrências algum recurso foi enviado da qual, (87%) foram uma Unidade Suporte Básico (USB), tendo a classificação da cor amarelo em (80,7%) e gravidade real de menor risco em (71,4%).  Sobre o mecanismo do trauma a queda foi o evento principal (82,4%), seguidas de acidentes de trânsito (15%) e agressões (2,6%). No final, (89,7%) das solicitações tiveram como desfecho o transporte dessas vítimas para algum serviço de saúde. Considerações finais: A prevalência de acidentes e violências em idosos identificada no trabalho foi semelhante ao encontrado na literatura. A faixa etária predominante de 60-70 anos está relacionada ao maior contingente populacional, isso também explica a maior frequência dos atendimentos na região da Grande Vitória. Os atendimentos foram realizados principalmente no período diurno e durante a semana, provavelmente relacionado ao maior período de atividades dos idosos. Em relação ao atendimento prestado, a USB foi a mais enviada, resultado que condiz com a gravidade presumida de cor amarela. Já sobre a gravidade real de menor risco encontrada, é possível identificar consonância com a queda, que é um trauma de baixa energia, logo não é um evento causador de grande mortalidade. Entretanto, a queda, é causador de morbidade e como os idosos já são uma população mais vulnerável, se faz necessário o seu transporte para unidades de saúde. É, portanto, necessário o aprimoramento do serviço e da atenção prestados pelo SAMU 192 aos idosos vítimas de acidentes e violências, bem como a elaboração de planos de ação pelos serviços de saúde, que previnam a ocorrência dos acidentes no grupo.  

12233 ENTRE SIGNIFICADOS E AFETAÇÕES: O FIM DE VIDA EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA E SEMI-INTENSIVA
Alison Douglas da Silva, Juan Carlos Aneiros Fernandez

ENTRE SIGNIFICADOS E AFETAÇÕES: O FIM DE VIDA EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA E SEMI-INTENSIVA

Autores: Alison Douglas da Silva, Juan Carlos Aneiros Fernandez

Apresentação: A vivência do fim de vida coloca os sujeitos diante de dilemas elementares da existência humana. Ao se deparar com o fim de vida, o sujeito se vê impelido a conferir um sentido ao modo como viveu, às decisões que tomou e a maneira como construiu suas relações. Ou seja, reflexões sobre o sentido da existência. Morin (1979) argumenta que a constatação da morte como fato, convida os sujeitos a elaborarem um modo de responder a angústia que essa constatação deflagra. Uma vez que a racionalidade científica não oferece uma resposta objetiva para o problema, não é raro a elaboração dessa experiência a partir da utilização de saberes diversos. Com esta pesquisa procurei compreender quais os sentidos construídos pelos sujeitos sobre o morrer no contexto de fim de vida. Interessou-nos ainda, identificar como as práticas de cuidado levam em conta as histórias de vida e os projetos existenciais dos sujeitos e quais os tipos de interação estabelecidos entre a equipe de cuidado e os familiares e acompanhantes dos indivíduos internados. Desenvolvimento: Para responder essas questões, entrevistamos os familiares de sujeitos em fim de vida de uma enfermaria de retaguarda de uma Unidade de Urgência de um Hospital Universitário de grande porte. Além das entrevistas, realizamos também um acompanhamento etnográfico das visitas à beira leito de uma equipe de cuidados intensivos. Resultado: É notória a expressão da diversidade cultural presente no ambiente de cuidados intensivos. De manifestações religiosas diversas a histórias de vida singulares, as diferenças que os sujeitos (pacientes e acompanhantes) expressam convivem em harmonia no ambiente que estudamos. Apesar disso, e mesmo com um movimento de abertura a inserção de práticas de cuidado com pretensões humanizadoras pelos gestores, o conhecimento científico age de modo a produzir ocultações de outros saberes e experiências (que, aliás, em muito poderiam contribuir para a construção de um cuidado diretamente ligado às necessidades e desejos dos sujeitos). Utilizamos o conceito da Afetação, tal qual proposto pela antropóloga francesa Favret-Saada, para traduzir a experiência de campo nos resultados dessa pesquisa. A vivência cotidiana da morte no ambiente de trabalho coloca os profissionais diante de dilemas, por vezes, inquietantes e mobilizadores, como por exemplo, a lembrança permanente de que você também vai morrer. No desenvolvimento desse trabalho, durante a experiência da realização do campo encontramos algumas pistas para refletir sobre esse fenômeno. Ao ficar em contato direto com os familiares e acompanhantes, percebemos que o diagnóstico de fim de vida convida as pessoas a falarem sobre a morte. Ainda que em muitos casos falar sobre o assunto produza um luto antecipado, foi comum o relato de pessoas que conseguiam enxergar naquela situação aspectos positivos sobre a experiência do fim de vida. Considerações finais: Os dados sugerem que o conceito de afetação pode ser potente e profícuo para a produção do cuidado adequado para pessoas em fim de vida. A abordagem nos pareceu promissora para trabalhos futuros que busquem a interface da saúde coletiva, com os demais campos de saberes clínicos.  

11650 A PRODUÇÃO DO CUIDADO NO SERVIÇO DE ATENDIMENTO DOMICILIAR AO IDOSO: UMA ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL
Bárbara Mendonça Macedo, Carla Teles de Carvalho Herdy Baptista, Juliana Gouvea Erthal, Vivian dos Santos Vilela

A PRODUÇÃO DO CUIDADO NO SERVIÇO DE ATENDIMENTO DOMICILIAR AO IDOSO: UMA ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL

Autores: Bárbara Mendonça Macedo, Carla Teles de Carvalho Herdy Baptista, Juliana Gouvea Erthal, Vivian dos Santos Vilela

Apresentação: O Serviço de Atendimento Domiciliar ao Idoso (SADI) - iniciativa da Policlínica Regional do Largo da Batalha (Niterói RJ) – foi criado com o intuito de prestar cuidados especializados em domicílio a idosos com dificuldade ou impossibilidade de locomoção. Compreende-se cuidado como uma ação integral, possuidora de significados e sentidos, muito além de ser apenas um nível de atenção do sistema de saúde ou um procedimento técnico simplificado. O objetivo deste trabalho é descrever a experiência de profissionais com diferentes formações na produção do cuidado prestado pelo SADI. Nesse contexto, a prática da Enfermagem baseia-se em uma abordagem holística ao paciente, percebendo-o como um todo, com a sua singularidade, seu contexto social, suas experiências e seus saberes, envolvendo sua família e seus cuidadores. Um posicionamento de vida que reflete na sua saúde, influenciando direta ou indiretamente no processo do cuidar. Dessa forma, pode-se envolver nesse acolhimento sua qualidade de vida, focando não apenas na sua doença, mas prestando um atendimento completo baseado na promoção da saúde. Já o Serviço Social tem buscado imprimir em suas ações os princípios do projeto ético-político da profissão, comprometido com a qualidade dos serviços prestados à população e em favor da equidade e da justiça social. A contribuição do assistente social na produção do cuidado se baseia na afirmação do idoso e de sua família como sujeitos do processo saúde-doença, assim como busca chamar a atenção dos profissionais para a determinação social a que está submetido este processo. A produção do cuidado pela Fonoaudiologia no SADI visa a reabilitação e a promoção da saúde por meio de orientações especializadas aos idosos e seus familiares. As principais alterações fonoaudiológicas identificadas entre os idosos estão relacionadas à linguagem, à cognição e à deglutição, que demandam acompanhamento terapêutico, podendo interferir no convívio social do idoso, e até comprometer a sua saúde. Ainda que a Enfermagem, o Serviço Social e a Fonoaudiologia não sejam as únicas profissões atuantes no SADI, o apontamento de suas experiências resultou no entendimento de que a integralidade é um elemento central na produção do cuidado. Para tal, é necessário compreender as necessidades dos sujeitos, organizar-se com base nestas necessidades e fornecer respostas às mesmas, articuladas à rede de atenção à saúde. Outro elemento importante identificado está relacionado ao conhecimento que a equipe desenvolve acerca das condições de vida dos sujeitos atendidos, que possibilita a definição de estratégias de intervenção mais efetivas. Acompanhar o idoso em seu domicílio, abordando sua família e cuidadores, permite aos profissionais compreender in loco o processo de determinação social a que está submetida a saúde daquele idoso. Conclui-se que o cuidado integral, finalidade última do trabalho do SADI, se dá a partir da articulação dos profissionais e de seus conhecimentos e saberes em benefício dos usuários. O cuidado é relacional; parte de uma postura de respeito às diferenças, onde vários sujeitos atuam nas múltiplas dimensões da saúde, e compartilham a construção de alternativas para o enfrentamento de problemas.