40: Mobilização social em sistemas, serviços e redes para a promoção da vida
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FEFF Sala 02 - Banzeiro    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
722 A IMPORTÂNCIA DAS PRÁTICAS EDUCATIVAS COMO FERRAMENTO PARA O GERENCIAMENTO DO CUIDADO A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Elielson Paiva sousa, jayme Renato Maia Abreu Cordeiro, Erika Rêgo da Cruz, Amanda sthefpanie Ferreira Dantas, stelacelly coelho toscano de brito, Barbara Lima santos

A IMPORTÂNCIA DAS PRÁTICAS EDUCATIVAS COMO FERRAMENTO PARA O GERENCIAMENTO DO CUIDADO A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Elielson Paiva sousa, jayme Renato Maia Abreu Cordeiro, Erika Rêgo da Cruz, Amanda sthefpanie Ferreira Dantas, stelacelly coelho toscano de brito, Barbara Lima santos

Apresentação: A promoção a saúde e a prevenção de doenças são os meios mais eficazes para a manutenção da saúde, já que elas previnem ou fazem as doenças surgirem de forma mais branda nos indivíduos. Por isso, os profissionais da área da saúde ao fazerem uso de ações educativas direcionadas a população proporcionam aos mesmos a construção de um Ser protagonista no gerenciamento do autocuidado, principalmente para as populações que se enquadram em situações de risco para desenvolvimento e/ou propensão em adquirir patologias. Nesta perspectiva, foi desenvolvido uma ação educativa sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s), destinada a moradores de rua. Sendo assim, este trabalho objetiva relatar a experiência de acadêmicos de Enfermagem da Universidade Federal do Pará, na realização de uma atividade educativa referente a infecções sexualmente transmissíveis direcionada à população em situação de rua. Descrição da experiência: trata-se de um relato de experiência vivenciado por acadêmicos de enfermagem e a docente da matriz curricular atenção integral a saúde do adulto e idoso da Universidade Federal do Pará, no dia 13/06/2017. Que surgiu pela necessidade de levar informação sobre as patologias para pessoas que frequentam o centro de referência especializado para pessoas em situação de rua em Belém, Pará, Brasil, buscando por meio da exposição dialógica e o lúdico, promover o autocuidado.   Para a ação proposta os materiais utilizados foram: fotos de sinais clínicos de diversas IST’s, uma folha de isopor, fita adesiva, ilustrações do vírus do HIV entrando em contato com anticorpos, uma garrafa com suco de repolho, uma garrafa de limpa alumínio, copos descartáveis, água, preservativo, dois pepinos e brindes para os participantes. A ação educativa foi dividida em dois momentos principais. O primeiro ocorreu uma exposição dialógica por um dos acadêmicos de enfermagem, na qual foi explanado sobre as IST’s de modo geral, mais trabalhando com foco principal em sífilis, gonorreia e HIV, já que atualmente são as infecções sexualmente transmissíveis mais incidentes na atualidade. Para a melhor interação com o público e avaliar o conteúdo discutido, foram distribuídas, aos participantes, fotos com formas clínicas das doenças a cima referidas, para que eles visualizarem de modo mais real possível os sinais da doença e desenvolver da ação eles foram identificando e relacionando cada sinal com a doença a qual pertenciam, ao final da exposição dialógica, as fotos foram coladas no isopor pelos participantes, nos locais respectivos das doenças. Durante a ação, ao abordar as especificidades e a relação do vírus do HIV com as células de defesa do nosso organismo, foi demostrado de modo prático e lúdico. Assim, foi confeccionado um “vírus” com material de isopor e diversos receptores celulares, de tamanhos variáveis, com o intuito de demostrar as especificidades que o vírus apresenta. Ao final do primeiro momento, foi pedido que um voluntário demonstrasse como se faz o uso do preservativo masculino. Posteriormente o acadêmico realizou a demonstração correta da técnica em questão. No segundo momento, se organizou um momento lúdico e descontraído, para isso os acadêmicos encheram copos com água, que desse para todos os presentes e destes copos, uma minoria foi misturado com limpa alumínio, e colocado sobre a mesa sem haver diferencia entre os líquidos. Para iniciar o momento lúdico foi simulado uma pequena festa entre todos os presentes no local, em que cada um pegou um copo que estava na mesa, os participantes foram orientados a trocar os líquidos dos copos com aqueles que lhes passava confiança, depois de um tempo que demos para a festinha foi pedido que eles colocassem os copos em uma mesa que estava à frente de todos, e logo após foi adicionado nos copos suco de repolho, que quando entra em contato com o limpa alumínio deixa a solução de cor rosada e as que não tinha o limpa alumínio ficavam na cor lilás. Com isso percebeu-se que a maioria dos copos ficaram da cor rosa, mostrando que teve muito contaminação durante a brincadeira. E assim buscamos fazerem refletir que ISTs não possui rosto, qualquer pessoa pode vim a se contaminar, e por isso a melhor solução e o uso de preservativo. Resultados e impactos: Durante a exposição dialógica os participantes fizeram muitas contribuições e puderam interagir com os estudantes, expondo assim suas dúvidas e curiosidades. Alguns deles relatarem já ter realizado tratamento para alguma IST e ausência do uso de preservativo durante a relação sexual. Percebemos que os participantes estavam muito interessados na temática trabalhada, pois fizeram muitas perguntas e questionamentos a respeito dos assuntos abordados, principalmente sobre os sinais e sintomas e tratamento das doenças. Também percebemos que a maioria relatou não fazer uso de preservativo durante as relações sexuais, seja, por desconhecer sua importância, por vergonha de solicitar no posto de saúde, ou simplesmente por desconhecer os locais onde são estes são distribuídos gratuitamente. Um fator de risco observado foi que eles desconhecem a técnica adequada de uso do preservativo masculino, pois quando mostramos a técnica certa muitos deles ficaram supressos por existir uma maneira adequada de colocar o preservativo, isso mostra a importância das educações em saúde, pois, técnicas que muitos acham obvias são desconhecidas por algumas pessoas ou grupos específicos.  Também foi nítido a importância dos materiais para facilitar o entendimento deles sobre assuntos complexos, que com a tecnologia utilizada eles entenderam facilmente. Durante o segundo momento após a ação lúdica ficou visível que todos ficaram surpresos com o que tinha acontecido e logo após começaram a buscar, entre si, o culpado por terem sido contaminados. Isso é uma ação típica do ser humano que sempre busca saber a causa ou o porquê de ter acontecido certas coisas em sua vida. Considerações finais: foi nítido perceber a importância da aplicação de ações educativas com o público em questão, onde a mesma possibilitou reflexões acerca do processo de saúde e doença, bem como a construção e ressignificação particular do autocuidado. Com isso ressaltamos a necessidade de os profissionais de saúde exercitarem um olhar mais sensível a valorização e aplicação das práticas educativas como fomento do empoderamento do usuário por ele assistido. Os profissionais devem ter um olhar mais sensível para pessoas em vulnerabilidades já que são uma população de risco para o desenvolvimento de patologia, logo ações educativas como essas são fundamentais para a prevenção e promoção da saúde.

2359 MOBILIZAÇÃO SOCIAL: conhecer para transformar
Juliana Reis

MOBILIZAÇÃO SOCIAL: conhecer para transformar

Autores: Juliana Reis

INTRODUÇÃO Mobilização Social favorece ao cidadão estar mais próximo de sua realidade, desafios e, até mesmo, ser capaz de propor no dia a dia, ações de melhoria de vida em sua cidade, local de trabalho, ou até mesmo, no bairro onde mora. Para que ela seja útil a uma sociedade, tem de estar orientada para a construção de um projeto de futuro com sentido público, aplicado no cotidiano; precisa envolver e apaixonar à todos os atores envolvidos nesse processo de relevância coletiva. Se o seu propósito é passageiro, converte-se em um evento, uma campanha e não em um processo de mobilização. Como coordenadora do Núcleo de Mobilização Social da Saúde do município de Beberibe/CE, observa-se cotidianamente naquele município, atividades institucionais consideradas como de mobilização social desenvolvidas potencialmente pelo poder público (Secretarias Municipais), em sua maioria de forma isolada, pontuais, descontínuas e fragmentadas, com o participação popular incipiente e passivo dos sujeitos sociais. Tem-se como pressuposto que essas atividades não caracterizam ações de Mobilização Social em conformidade com a literatura. No sentido de refutar ou reafirmar esse pressuposto, justificou-se a realização desta pesquisa a qual envolveu a participação de pessoas do poder público e sociedade civil organizada ambos com histórico de atividades de mobilização social e, cidadãos comuns que nunca se envolveram nessas atividades. A pesquisa é de relevância pessoal pois ampliou o conhecimento da pesquisadora na área de mobilização social e a importância da participação popular. Como relevância institucional proporcionou a aproximação de pessoas das secretarias municipais responsáveis por ações de mobilização social com representantes dos movimentos populares/mobilização social em Beberibe e, estimulou o diálogo acerca das prioridades de intervenção, nesse sentido. Destaca-se ainda o benefício e a relevância social pelo “empoderamento” advindo com o conhecimento e o desenvolvimento de ações compartilhadas entre o poder público e a sociedade. OBJETIVOS DO ESTUDO A presente pesquisa tem como objetivo compreender a percepção sobre mobilização social por parte dos representantes do poder público e representantes dos movimentos sociais; identificar ações prioritárias de mobilização social aplicáveis ao município e o modo de desenvolvê-las; identificar potencialidades e desafios encontrados na prática da mobilização social. METODOLOGIA Tipo de estudo de natureza exploratório, abordagem qualitativa que utilizou como técnica para coleta dos dados o grupo focal e para análise de conteúdo, Minayo (2007). A pesquisa aconteceu no município de Beberibe, nordeste brasileiro/Ceará, distante a 79km da capital Fortaleza, com uma população estimada de 53.000 habitantes (IBGE). Compõe a 22ª Região de Saúde-Cascavel tem como principais atividades econômicas a apicultura, ovino cultura, turismo e o comércio. Possui o litoral mais disputado da costa leste do Ceará, atrai muitos turistas o ano inteiro, especialmente pelas suas belas praias, dentre as quais se destacam a Praia de Morro Branco e, Praia das Fontes, nas quais se situa o Monumento Natural das Falésias de Beberibe. Com uma biodiversidade privilegiada, cheia de dunas, falésias, coqueirais, mar de águas límpidas e mornas, fontes naturais e uma rica vegetação; já serviram de cenários para filmes, comerciais, aberturas de programas e a gravação, da primeira novela no Nordeste pela Rede Globo, dentre outras. Os dois encontros para a realização dos grupos focais, aconteceram na sede do CAPS (Centro de Apoio Psico Social) em Beberibe. Para o primeiro grupo focal, foram convidados doze pessoas dos seguintes segmentos: Oito representantes de serviços ou setores da administração pública municipal envolvidos em ações de mobilização social, dentre eles: dois da sec. de Educação; um do Meio Ambiente; um da Assistência Social; um da Infraestrutura; um do Esporte, além de três representantes da Secretaria de Saúde: a própria pesquisadora, um agente de endemias e uma agente de saúde. Para o segundo grupo focal foram convidados dois representantes de Movimentos Sociais envolvidos em ações de mobilização social sendo: um da Associação Sonhos de Helenas e o outro, do Projeto Social Gente que Ama Gente”- PROGAG; dois cidadãos comuns que não atuam no poder público e nem em movimentos sociais: um membro do Centro Espírita e um morador da localidade de Lagoinha. A participação foi voluntária, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE); Aspectos Éticos respeitados de acordo com a Resolução n.466/2012- investigação envolvendo seres humanos: confidencialidade, privacidade e uso das informações somente para efeitos do estudo; Termo de Anuência do Prefeito de Beberibe sr. Pedro Cunha; Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/ESP-CE), parecer n. 2263255; CONCLUSÕES Os dois grupos representativos do poder público e dos movimentos sociais consideram mobilização social como a reunião de pessoas com propósitos comuns envolvendo, sensibilizando e informando decisões para a sociedade. As ações prioritárias apontadas por ambos foram relacionadas ao meio ambiente, infraestrutura e saúde. O modo de desenvolver ações de mobilização citado pelos representantes da sociedade civil organizada é mais coerente com o que é recomendado pela literatura: “a mobilização social deve ser contínua, no dia a dia e com a participação efetiva da sociedade na tomada das decisões” e como desafio os dois grupos relatam a necessária união dos diferentes segmentos da sociedade na defesa da coletividade, sejam pessoas do poder público, das comunidades e associações. O envolvimento deve ser de tal maneira que as pessoas se apaixonem pela causa estabelecida, com foco na ação, tendo sempre objetivos em comum. CONSIDERAÇÕES FINAIS Beberibe possui funcionários públicos e representantes de associações, com propósitos comuns de provocar mudança de valores e atitudes e sensibilizar os munícipes para construírem juntos, no dia-a-dia, uma cidade com qualidade de vida para os moradores. Com esse propósito estimularei a constituição de um grupo de caráter intersetorial para o fortalecimento da mobilização social de Beberibe, que atue de maneira integrada, desenvolvendo ações conjuntas, de forma planejada e junto com os movimentos populares, abrindo um canal de diálogo, estimulando a corresponsabilidade social por meio do fortalecimento da participação popular e na defesa dos direitos sociais. Os resultados desse estudo nortearão ainda a elaboração de um Plano Integrado de Mobilização Social- Mobiliza-Beberibe, coordenado por mim, responsável pela mobilização social na Secretaria Municipal de Saúde.      

2878 Redes Sociais Locais do Distrito Federal: Co-criando métodos colaborativos para construção de ambientes sociais mais autônomos e horizontais
Tatiana Novais, Everardo Gomes Aguiar, Everardo Gomes Aguiar, Marcelo Gomes Jesus, Marcelo Gomes Jesus, Waldir Campelo Silva, Waldir Campelo Silva, Ludymilla Anderson Santiago Carlos, Ludymilla Anderson Santiago Carlos

Redes Sociais Locais do Distrito Federal: Co-criando métodos colaborativos para construção de ambientes sociais mais autônomos e horizontais

Autores: Tatiana Novais, Everardo Gomes Aguiar, Everardo Gomes Aguiar, Marcelo Gomes Jesus, Marcelo Gomes Jesus, Waldir Campelo Silva, Waldir Campelo Silva, Ludymilla Anderson Santiago Carlos, Ludymilla Anderson Santiago Carlos

Introdução: As Rede Sociais Podem ser entendidas como um conjunto de participantes autônomos, reunidos por ideias, recursos, valores e interesses compartilhados.  No Distrito Federal, existem mais de 19 Redes Sociais Locais, que abrangem a maioria das localidades do Distrito Federal. Em 2013, ocorreu o I Encontro de Redes Sociais, e em 2017, o segundo encontro, ambos na Fundação Oswaldo Cruz de Brasília, em colaboração com diversos atores sociais do território. Objetivo: Apresentar o processo de co-criação metodológica do II Encontro de Redes Sociais Locais para a produção de ambientes mais autônomos e horizontais. Metodologia: Foi adotada abordagem qualitativa, com a junção das metodologias de pesquisa-ação e pesquisa participante. Resultados: Para a interação com as redes e co-criação deste processo metodológico, podemos destacar algumas ações, entre elas: participação nas reuniões das redes sociais locais; formação de um coletivo gestor do processo; plano de comunicação; mapa de interesses; circuito de oficinas; co-criação do momento do II Encontro de Redes Sociais Locais; momento do Encontro de Redes Sociais Locais. Considerações finais: esta construção mostra uma multiplicidade de possibilidades de organização e rearranjos territoriais locais, em contraponto a hierarquização e setorização das políticas públicas. Para a construção coletiva de métodos colaborativos, mais autônomos e horizontais é necessário tempo, compromisso, disponibilidade e engajamento. As instituições participantes mudaram a postura de intervenção para outra de interação e co-criação, como forma de não institucionalizar o processo.

5070 DESENVOLVIMENTO DE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL EM UMA COMUNIDADE AGROEXTRATIVISTA DA AMAZÔNIA
Eluane Katriny Silva de Sousa, Mariane Vasconcelos de Oliveira, Juciane Silva Soares, Wilson Sabino

DESENVOLVIMENTO DE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL EM UMA COMUNIDADE AGROEXTRATIVISTA DA AMAZÔNIA

Autores: Eluane Katriny Silva de Sousa, Mariane Vasconcelos de Oliveira, Juciane Silva Soares, Wilson Sabino

Este trabalho trata sobre o aprendizado e as experiências de estudantes na elaboração do Planejamento Estratégico Situacional (PES) na etapa do momento explicativo. O PES é uma ferramenta de gestão participativa que tem como propósito a intervenção de um dado problema que emerge numa realidade. A parti disso, a construção da saúde pode ser um ponto de encontro para diferentes permitindo que pensem em conjunto soluções para o problema através de práticas sustentáveis. Tem como objetivo relatar a experiência da utilização do PES, como ferramenta de gestão e planejamento a fim de aproximar estudantes da realidade e possibilitar participação ativa na construção do conhecimento. Teve como público-alvo uma comunidade agroextrativista do Oeste do Pará onde foi aplicado o momento explicativo dividido em fases, no qual, na primeira identificou-se e priorizou-se os problemas do local utilizando parâmetros de pontuação (magnitude, transcendência, vulnerabilidade, urgência e factibilidade), na segunda explicou-se o problema priorizado através do Diagrama de Ishikawa e na terceira fase revisou os dados referentes à explicação do problema. Todo o processo ocorreu de maneira participativa com vários atores envolvidos. Resultados: Na fase inicial do planejamento foram elencados seis problemas pela comunidade com a oficina de priorização desses, obteve-se desse modo como primeiro ponto a “Falta de saneamento para águas das atividades domésticas e sanitárias”. A parti disso, foi seguido para a fase de explicação do problema, com propósito de melhor compreensão das causas e das consequências, através do Diagrama de Ishikawa. Definiu-se a imagem-objetivo que se busca alcançar, após incluiu-se as evidencias do problema priorizado, resíduos domésticos e inexistência de banheiro com sumidouros, o que levou as causas e consequências convergentes, respectivamente, “práticas ambientais não sustentáveis na comunidade” e “aumento do gasto público para recuperar a saúde do indivíduo com comprometimento na renda familiar”. Diante do contato com a metodologia de uma das fases do PES na comunidade, observou-se a importância dessa ferramenta metodológica em parceria com os comunitários. Considerações Finais: A elaboração do momento explicativo do PES possibilitou ao educando a utilização do planejamento como uma possível ferramenta de gestão. A principal reflexão trazida neste processo pedagógico é a de ser capaz de permitir a participação ativa dos comunitários na construção do conhecimento.

2853 PROMOVENDO EDUCAÇÃO EM SAÚDE AOS PRODUTORES DE LEITE DO ASSENTAMENTO 26 DE MARÇO, MARABÁ-PA
LEIDIAN COELHO DE FREITAS, Suely Cristina Gomes Lima, Maria Regina Sarkis Peixoto Joele, Deusanete Pinto Machado, Maria da Paz Demes Gonçalves, Maria Eliane de Lima, Célia da Silva Nunes, Carlos Alberto Sousa da Silva

PROMOVENDO EDUCAÇÃO EM SAÚDE AOS PRODUTORES DE LEITE DO ASSENTAMENTO 26 DE MARÇO, MARABÁ-PA

Autores: LEIDIAN COELHO DE FREITAS, Suely Cristina Gomes Lima, Maria Regina Sarkis Peixoto Joele, Deusanete Pinto Machado, Maria da Paz Demes Gonçalves, Maria Eliane de Lima, Célia da Silva Nunes, Carlos Alberto Sousa da Silva

Trata-se do relato de experiência da oficina “Cuidados com a saúde do produtor de leite”, desenvolvida no assentamento 26 de Março. A escolha do Assentamento se deu pelo fato do Campus Rural de Marabá (CRMB) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) está localizado dentro da área deste assentamento. Tendo como objetivo promover atividades de orientação em temas de Boas práticas de manejo e Processo saúde/doença e a partir da compreensão da realidade local do produtor de leite. O Departamento de Assistência à Saúde (DASCA) do IFPA/CRMB, desenvolvem atividades teóricas e práticas que prestigiam ações extensionistas, serviços em saúde e atividades interdisciplinares com a comunidade. Neste contexto, a oficina foi marcada pela apresentação de quatro palestras que abordaram: Prevenção de doenças presente entre ordenadores de leite; A importância da alimentação; Boas práticas de manejo e saúde do ordenhador e Varíola Bovina, finalizado com os questionamentos dos produtores. Posteriormente realizou-se atendimento à saúde, através da aferição do Índice de Massa Corporal, Circunferência da Cintura, Pressão Arterial e Glicemia Capilar. Após os exames realizou-se orientações individuais, além da distribuição de materiais educativos de educação em saúde. Além disso, foi aplicado o questionário da Escala Brasileira de Insegurança alimentar (EBIA). Os profissionais do DASCA, baseados em cronogramas de atividades previamente elaborados e discutidos executam as atividades com metodologias que prestigiem o vínculo com a comunidade através da escuta e da troca de saberes, objetivando a descoberta de meios capazes de transformar a realidade. Participaram 22 produtores, destes, 9% do sexo feminino e 91% do sexo masculino, com idade entre 23 a 75 anos. A pressão arterial foi classificada, de acordo com a VI Diretrizes Brasileira de Cardiologia e Hipertensão Arterial em: 64% com a pressão normal; 18% no estado de pré-hipertensão; 9%com a hipertensão em estágio 1 e 9% hipertensão em estágio 2. Enquanto que a glicemia capilar 5% com o nível de glicemia elevada e 95% com a glicemia normal, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes. A circunferência da cintura foi classificado de acordo com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, foi constatado que 55% estavam sem risco; 25% com risco aumentando; 20% com risco aumentado substancialmente de complicações metabólicas associadas com obesidade. E o índice de massa corporal foi classificado utilizando os valores de referência da Organização Mundial de Saúde (OMS) para adultos e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para idosos, do grupo de produtores de leite: 10% estavam abaixo do peso; 52% com o peso adequado; 33% em pré-obesidade; 5% em obesidade I. Quando avaliado o nível de segurança alimentar segundo a EBIA: 5% em segurança alimentar; 77% em insegurança alimentar leve; 14% em insegurança alimentar moderada e 5% em insegurança alimentar grave. O DASCA prestigia a prática do cuidado humanizado e integral, além de contribuir o com o Programa Nacional de Reforma Agrária, especialmente no tocante a formação dos profissionais, geração e difusão de conhecimentos e tecnologias para atender a demanda da agricultura familiar e comunitária 

3874 PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NA CONSTRUÇÃO DE SAÚDE
Terezinha Oliveira Araújo, Maria Adriana Moreira, Lorena Gama Ribeiro, Nilza Bessa, Liusva López Morales, Joaquim Gomes Fonseca, Wanderson Moreira Araújo

PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NA CONSTRUÇÃO DE SAÚDE

Autores: Terezinha Oliveira Araújo, Maria Adriana Moreira, Lorena Gama Ribeiro, Nilza Bessa, Liusva López Morales, Joaquim Gomes Fonseca, Wanderson Moreira Araújo

Trata-se de uma experiência de participação da comunidade em prol da  saúde  em uma Unidade Básica de Saúde do interior do Amazonas, no municipio de Tefé, no bairro nominado Abial. Este com distintas peculiaridades por se encontrar em frente a cidade separado por um rio, sua travessia fluvial dura cerca de 5 minutos. O bairro conta com uma unidade composta por duas Estratégias de Saúde da Familia a qual atende uma população de 2.000 famílias cadastradas. Conta com uma área geográfica composta por áreas de inundações em determinadas épocas do ano, trazendo vulnerabilidade a populaçao. Objetiva-se sensibilizar a populaçao do bairro acerca dos agravos em saúde, bem como, demonstrar através do mapeamento esquematizado em maquete, áreas de vulnerabilidade na localidade, tornando a população informada e assim responsável de maneira integrante, às ações de promoção a saúde da comunidade. O evento ocorreu através de uma exposição de maquetes feita pelos Agentes Comunitarios de Saúde em suas respectivas áreas de abrangência. Cada agente montou sua área envolvendo todos os aspectos relevantes para saúde que tinha em cada localidade e assim expôs ao comunitario, explicando a vulnerabilidade dos locais, bem como conscientizando sobre os agravos geradores de doença, como saneamento básico, destino dos degetos, animais soltos, áreas de inundaçõs e reservatórios de mosquitos. O tema foi impulsionado por notamos que no último trimestre de 2017 houveram muitos casos de doenças prevenivéis como dengue, malária, verminoses, dentre outros. Através de consulta e atividades coletivas foi possivel perceber que a populção desconhece o impacto dos aspectos ambientais à saúde. Como resultados tivemos relatos de comunitários que  são moradores a mais de 10 anos e desconheciam as vulnerabiliddaes de sua área, também foi possivel mostrar exatamente sua localização geografica no bairro, também a quantidade de pessoas diabeticas, hipertensas, grávidas e acamados. Foi um momento único, nos possibilitando sensibilizar a população a respeito de vários aspectos que envolvem a saúde e dependem da população comunitaria. No evento também mensionamos o papel da ESF na promoção a saúde da comunidade  

741 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: UMA NOVA ABORDAGEM NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM ESTUDANTES.
Elielson paiva sousa, Heliton matos da silva, Melissa barbosa martins, Viviane albuquerque farias, erika rêgo da cruz, Dirce nascimento pinheiro

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: UMA NOVA ABORDAGEM NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM ESTUDANTES.

Autores: Elielson paiva sousa, Heliton matos da silva, Melissa barbosa martins, Viviane albuquerque farias, erika rêgo da cruz, Dirce nascimento pinheiro

A violência é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo e no Brasil. Dentro deste contexto, a violência contra mulher é um tema amplamente discutido na sociedade atual, e considerado um problema de saúde pública. A abordagem sobre a violência contra mulher constituiu uma importante estratégia de educação em saúde nas escolas haja vista que os casos de violência contra a mulher estão presentes no cotidiano das famílias. No Brasil com base nos preceitos constitucionais de 1988, foi instituída a Lei Maria da Penha Nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, a qual cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Além do arcabouço legal se faz necessário dialogar e discutir o tema “violência” para fortalecer os laços familiares e cultivar o amor, o respeito e a dignidade entre os entes da família. Sem dúvida, a escola é um espaço importante de compartilhar conhecimento e de união familiar. Objetivo: Empoderar o conhecimento dos estudantes acerca da temática “violência contra a mulher” Descrição da experiencia: trata-se de um relato de experiência de uma atividade educativa sobre violência contra mulher com alunos do ensino médio vivenciado por acadêmicos de enfermagem da Universidade Federal do Pará através de um projeto de extensão fundamentado na educação em saúde para adolescente em uma escola pública da periferia, no dia 14/09/2017. Que surgiu pela necessidade de levar informação sobre violência contra mulher para estudantes de escola pública em Belém, Pará, Brasil. Para a ação proposta foi utilizado um questionário de 10 questões sobre as principais dúvidas a respeito da violência contra mulher, um vídeo mostrando sua incidência e cinco faixas de TNT de cores diferentes para dividir a sala em cinco grupos. Para despertar maior participação deles foi feito uma disputar entre os grupos em que o ganhador seria premiado, com isso foi feito as perguntas e de acordo com suas respostas era discutido o assunto, parabenizando com as respostas certas e desmitificando vários duvidas ou colocações inadequadas e sempre que preciso foram acrescentadas novas informações para eles. No final foi premiado o grupo ganhador e teve o enceramento. Resultados: os alunos foram muitos participativos e observamos que eles tinham muito conhecimento sobre o assunto, porém tinham algumas dúvidas e mitos sobre o assunto, também notamos que foi um assunto tocante para alguns alunos que durante a dinâmica começaram a chorar e no final contaram que em suas famílias esse ato já havia acontecido. Considerações finais: com isso, observamos a importância de escutar o que cada pessoa tem a contribuir, e não levar algo pronto que achamos que eles não sabem. Assim podemos identificar as brechas de informações que aquelas pessoas tinham e assim levamos o conhecimento de algo que eles realmente necessitavam. Além de perceber a importância da ação educativa para o empoderamento dos indivíduos.

1852 EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA 15° CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE
Aryanne Lira dos Santos Chaves, Gabriella Martins Soares, Indira Silva dos Santos, Luciene Oliveira da Cruz, Nair Chase da Silva, Nayara da Costa de Souza, Naiara Ramos de Albuquerque, Tamiris Moraes Siqueira

EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA 15° CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE

Autores: Aryanne Lira dos Santos Chaves, Gabriella Martins Soares, Indira Silva dos Santos, Luciene Oliveira da Cruz, Nair Chase da Silva, Nayara da Costa de Souza, Naiara Ramos de Albuquerque, Tamiris Moraes Siqueira

Introdução: Os Conselhos e as Conferências de Saúde são estratégias legais para  acompanhar as políticas de saúde com intuito de discutir questões de saúde que impactem na qualidade de vida das populações. Nesse processo, a participação social é fundamental para garantir o direito à cidadania e a saúde. Objetivo: Descrever a experiência dos acadêmicos do curso de enfermagem da Universidade Federal do Amazonas, na disciplina Educação em Saúde. Metodologia: Foram realizadas atividades educativas sobre a temática  da  15ª Conferencia Nacional de Saúde- CNS "Saúde Pública de Qualidade para Cuidar Bem das Pessoas: Direito do Povo Brasileiro" para profissionais terceirizados da Escola de Enfermagem de Manaus, para estudantes do ensino médio e para os acadêmicos do 1° período do curso de enfermagem. Resultados: O tema apresentado foi bem recebido pelos diferentes grupos sociais. A participação dos estudantes do ensino médio e dos funcionários terceirizados foi bastante  expressiva e demonstrou  seu pouco conhecimento sobre a participação da população no SUS. Os estudantes da disciplina Educação em Saúde realizaram pesquisas sobre as catorze conferencias anteriores e sobre os sub temas da 15ª CNS. O diálogo com os estudantes e funcionários terceirizados mostrou que o conhecimento sobre a participação social no SUS é desconhecida e que precisa ser mais divulgada de modo a garantir a inserção dos usuários na definição, acompanhamento  e avaliação das políticas de saúde no Brasil.    Conclusão: É  de extrema importância enfatizar a importância das CNS para os usuários do SUS e para os acadêmicos palestrantes, mostrar como poder participar desse evento, garantindo seus direitos na saúde, assim como a importância da educação em saúde/permanente para a enfermagem supondo- se que esse método será utilizado em toda a vida do profissional do enfermeiro. Os estudantes da disciplina Educação em Saúde consideraram a experiência de grande valia uma vez que acrescentou aspectos da saúde importantes para a sua formação acadêmica, além disso, a enfermagem tem grande potencial e responsabilidade na construção do SUS, sobretudo em estimular a população para exercer o controle social.

1886 CONHECIMENTO DE USUÁRIOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE SOBRE O ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
YASMIN BRABO LIMA, JOANNA ANGÉLICA Oliveira, DÉBORA PIMENTEL SILVA, GABRIELA OLIVEIRA LIMA, CHRISTOPHER WALLACE NASCIMENTO, HILMA SOLANGE SOUZA

CONHECIMENTO DE USUÁRIOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE SOBRE O ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

Autores: YASMIN BRABO LIMA, JOANNA ANGÉLICA Oliveira, DÉBORA PIMENTEL SILVA, GABRIELA OLIVEIRA LIMA, CHRISTOPHER WALLACE NASCIMENTO, HILMA SOLANGE SOUZA

Introdução: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma síndrome clínica que consiste no desenvolvimento rápido de distúrbios clínicos focais da função cerebral que duram mais de 24 horas ou conduzem à morte sem outra causa aparente que não uma de origem vascular. É uma patologia que acomete os vasos do encéfalo, uma subdivisão do sistema nervoso central que compreende o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico. Para a população leiga, o termo mais utilizado é o “derrame”, que se refere apenas ao AVE hemorrágico, o que exclui cerca de 80 % dos casos de origem isquêmica. Devido à gravidade deste evento e a frequência dele na população, é preciso que a mesma saiba como prevenir e reconhecer tais situações, o que exige alguns conhecimentos como: os fatores de risco para a ocorrência da patologia, a identificação dos sinais e sintomas clínicos, suas causas e prevenção. Esses conhecimentos são essenciais, pois possibilitam a população saber como evitar a patologia, detecta-la precocemente e diminuir a probabilidade de mortalidade e sequelas. Desta maneira para diminuição dessa incidência os profissionais de saúde são os educadores primordiais na promoção de conhecimento a população sobre a patologia. Objetivos: O estudo tem como objetivo verificar o conhecimento de usuários em uma unidade básica de saúde, sobre Acidente Vascular Encefálico, referindo à importância da sociedade deter informações a respeito desta patologia, utilizando o educar em saúde como um instrumento para disseminação de tais informações. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo descritivo transversal de cunho qualitativo e quantitativo. Foi realizado em uma Unidade Municipal de Saúde localizada na cidade de Belém, Pará. A amostragem deste estudo foi do tipo probabilística aleatória simples em que os indivíduos de um determinado grupo têm a mesma probabilidade de serem selecionados, deste modo participaram da pesquisa pacientes aleatórios cadastrados em programas de saúde da Unidade. Foi utilizado um questionário semiestruturado, contendo sete questões baseadas nos principais conhecimentos sobre AVE. Para a investigação utilizamos o termo AVC por ser a melhor nomenclatura conhecida pela população em geral. Resultados: As informações foram armazenadas em banco de dados em planilha do Excel, analisados estatisticamente à luz dos autores e apresentadas em forma de gráficos e tabelas. Os achados convidam à reflexão sobre a importância e os alvos dos programas da educação para saúde e a qualidade da assistência ao paciente que sofreu AVE. O estudo contribuiu oferecendo informações sobre a importância da valorização imediata dos sinais e sintomas e da procura de socorro imediato e como também das ações apropriadas durante o evento em curso. Notou-se que o conhecimento sobre a patologia ainda é muito escasso, uma vez que as falas dos sujeitos apontam um baixo percentual a respeito de informações sobre o conceito ou significado desta doença; Em relação aos dados observados sobre a denominação dada ao AVE a pesquisa revelou que a nominação mais utilizada é o derrame; A pesquisa mostrou que 40% dos participantes disseram não saber quais são as formas de prevenção, por outro lado evidenciou-se que mais da metade dos sujeitos sabiam uma ou mais medidas de prevenção; Dentre os sinais e sintomas, percebemos que os usuários tem uma noção básica e geral, mesmo misturando com outros sintomas gerais, mas que demonstra que a construção desse conhecimento faz parte do universo simbólico desses sujeitos, o que implica na formação de um sentido que irá nortear as verdades construídas nos discursos desses usuários, o que ajuda a compreender de que forma os profissionais podem intervir na linguagem e na comunicação com base nessas representações, onde o profissional deve interferir conscientizando esses paciente na adoção de hábitos mais coerentes e saudáveis, melhorando diálogo na relação profissional-paciente, contribuindo, portanto, para uma intervenção mais satisfatória; Mesmo com muitos estudos apontando uma confusão no que é consequência de doença, fatores de risco e formas de prevenção, os sujeitos deste estudo responderam em sua grande maioria, de forma correta pelo menos um fator de risco. Dentre as condutas imediatas a seres adotadas, os usuários citaram algumas condutas e cuidados pontuais, como procurar ajuda profissional, acionar o serviço móvel, levar a vítima ao serviço de saúde e não mexer na vítima, o que nos remete a refletir que estes sujeitos, mesmo não tendo um grande conhecimento científico e técnico, a partir do senso comum, conseguem formular suas atitude, percepções e ações que de certa forma contribuem para que algo seja feito em uma situação de emergência. Porém não mostraram conhecimento sobre a importância da buscar por atendimento de emergência dentro de um período quatro horas a partir dos sinais e sintomas apresentados, essencial para evitar as sequelas permanentes e morte.  Os dados apresentados demonstram o quanto é importante a utilização da educação em saúde como estratégia para a prevenção do AVE. Acredita-se que a falta do conhecimento do público a respeito dos sintomas e a necessidade de um atendimento rápido é o principal fator de falha no processo e é indicado também que o acionamento do serviço de emergência é preponderante para o atendimento pré-hospitalar. Existem diversas formas de se tratar a patologia, mas a prevenção continua sendo o modo mais eficaz de diminuir o número de vítimas. Os resultados apontam ainda da necessidade da educação permanente aos profissionais de saúde no intuito de fornecer à comunidade subsídios para o reconhecimento dos sinais e o rápido acionamento do serviço de emergência. Conclusão: É necessário que programas educacionais sejam in­crementadas e passem a fazer parte de medidas educacionais voltadas à população. Campanhas focadas nos sinais e sinto­mas e, principalmente, nas condutas frente ao AVE são funda­mentais para a sua prevenção e tratamento. A utilização maciça da mídia em programas educacionais e trabalhos com grupos comunitários são alternativas promissoras para uma boa abran­gência das campanhas. Estas devem ser efetivas e constituídas de informações simples, diretas e objetivas com a finalidade de obter melhor entendimento e memorização. É nítida também a necessidade da educação permanente de profissionais da saúde para que os mesmos possam orientar como reconhecer os sinais e sintomas dessa patologia para a comunidade em geral, mas para isso é fundamental que se conheça esta população alvo de assistência, para que se possa levar em consideração suas especificidades e limitações nas estratégias de prevenção.

2118 PARTICIPAÇÃO SOCIAL COMO ESTRATÉGIA PARA O FORTALECIMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Clísten Alves Corrêa, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Herika Paiva Pontes, Karla Maria Carneiro Rolim, Maria Solange Nogueira dos Santos, Mirna Albuquerque Frota, Mírian Calíope Dantas Pinheiro, Henriqueta Ilda Verganista Martins Fernandes

PARTICIPAÇÃO SOCIAL COMO ESTRATÉGIA PARA O FORTALECIMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Autores: Clísten Alves Corrêa, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Herika Paiva Pontes, Karla Maria Carneiro Rolim, Maria Solange Nogueira dos Santos, Mirna Albuquerque Frota, Mírian Calíope Dantas Pinheiro, Henriqueta Ilda Verganista Martins Fernandes

Apresentação: A partir da Constituição Federal do Brasil de 1988 iniciou o processo de criação do Sistema Único de Saúde (SUS), que foi consolidado e regulamentado com as Leis Orgânicas da Saúde, n° 8080/90 e n° 8.142/90, sendo estabelecidas nestas as diretrizes e normas que direcionam o novo sistema de saúde, bem como aspectos relacionados a sua organização e funcionamento, critérios de repasses para os estados e municípios, além de disciplinar o controle social em conformidade com as representações dos critérios estaduais e municipais de saúde. O SUS nos trouxe a ampliação da assistência à saúde para a coletividade, possibilitando, com isso, um novo olhar às ações, serviços e práticas assistenciais. Sendo estas norteadas pelos princípios e diretrizes: Universalidade de acesso aos serviços de saúde; Integralidade da assistência; Equidade; Descentralização Político-administrativa; Participação da comunidade; regionalização e hierarquização. A participação popular e o controle social em saúde, dentre os princípios do SUS destacam-se como de grande relevância social e política, pois se constituem na garantia de que a população participará do processo de formulação e controle das políticas públicas de saúde. No Brasil, o controle social se refere à participação da comunidade no processo decisório sobre políticas públicas e ao controle sobre a ação do Estado. Nesse contexto, enfatiza-se a institucionalização de espaços de participação da comunidade no cotidiano do serviço de saúde, através da garantia da participação no planejamento do enfrentamento dos problemas priorizados, execução e avaliação das ações, processo no qual a participação popular deve ser garantida e incentivada. Esses espaços institucionalizados são os Conselhos e Conferências de saúde que assegura a população o direito de participar de forma ativa e organizada. Apesar de o SUS ter sido fruto das lutas populares e de haver espaços para que o povo possa participar, essa participação não se efetivou por grande parte da população, ficando o SUS enfraquecido. O presente estudo teve como objetivo realizar uma busca na literatura acerca da participação social como estratégia para o fortalecimento do SUS. Desenvolvimento: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica no mês de junho de 2017 nas bases de dados SciELO e LILACS com a utilização associada dos descritores: participação social, Sistema Único de Saúde (SUS) e controles formais da sociedade. Os critérios de inclusão foram: artigos científicos com o texto disponibilizado na íntegra, publicados no período de 2007 a 2017, com o idioma em inglês, português espanhol. Após a leitura minuciosa dos artigos selecionados as informações extraídas foram analisadas de forma descritiva. Resultados: Na busca inicial foram identificadas 28 publicações, sendo 16 na LILACS e 12 na SciELO, foram excluídos estudos em duplicidade e que não atendiam ao tema proposto, restando 8 artigos que compuseram a amostra final. A participação da comunidade é essencial para o funcionamento do SUS. O relatório da 8ª Conferência Nacional de Saúde reafirma que é necessário a estimulação, o fortalecimento da mobilização social e a participação da população nos diversos setores da sociedade, visando à efetivação e ao fortalecimento do controle social pelos meios legais disponíveis, na formulação e na execução das políticas públicas direcionadas à construção do SUS desejado para população. Os Conselhos de Saúde são órgãos colegiados, de caráter permanente e deliberativo. Definem o que deve ser feito, fiscalizam e avaliam o que foi feito. Ao Estado cabe o papel governar, enquanto que a comunidade organizada, por meio das entidades representativas, exerce a função de administrar, cuidando do interesse coletivo. No entanto, estudos constataram que essas ações nem sempre correspondem ao verdadeiro papel do conselho ou são realizadas de forma fragmentada. O Conselho tem papel importante na saúde do município, porém a atuação e as ações desenvolvidas mostram-se de forma superficial e pouco efetiva. Dessa forma, há uma quebra no elo entre o conselho e a sociedade, o fato dessa interação não ocorrer pode contribuir para a diminuição do interesse popular em se envolver no controle social. O que se observa é que a participação e o controle social não estão efetivados em plenitude. Contribui para isso a falta de informação e a existência de interesses múltiplos para que a população não saiba que possui direitos e que pode exigi-los. Ao transferir poderes a seus representantes, o cidadão define uma carga de participação da sociedade nas decisões sobre as políticas públicas, ressaltando que estes responderão não apenas aos interesses pessoais e sim do coletivo. Assim, ao falar de controle social não se pretende apenas que se consigam implantar mecanismos que reduzam, eliminem ou previnam os desperdícios e os desvios na aplicação dos recursos públicos. Busca-se assegurar que os gestores públicos se comprometam com a excelência na concepção e implementação dos programas, projetos, ações e serviços de saúde. De um lado, portanto, o controle tem um sentido de vigilância e responsabilização. Do outro, tem o sentido de efetividade e compromisso com a coisa pública. Embora esteja prevista na lei, a participação social é um processo, em permanente construção, que comporta avanços e recuos, e, por muitas vezes, depende de ampla mobilização da comunidade na defesa de seus direitos. Considerações finais: Apesar de suas contradições e fragilidades, os Conselhos têm sua importância, num país como o Brasil, em que a cultura de submissão ainda está arraigada na maioria da população e em que o público é tratado como posse de pequenos grupos de privilegiados. É preciso que o controle social aconteça na prática, para que não fique apenas em lei e que a sociedade civil ocupe de modo pleno e efetivo esses diversos espaços de participação social. Dessa forma, buscar fortalecer a gestão participativa, nas três esferas de governo, entre todos os setores e os Conselhos de Saúde, no sentido de contribuir para articular, mobilizar e estimular a participação popular na elaboração e modificação dos termos de compromisso do pacto de gestão, para defender o SUS, mudança no modelo de atenção e fortalecer a participação popular, com vistas a uma atenção à saúde universal e de qualidade, são alguns dos desafios a serem enfrentados. Por fim, devemos instituir e proporcionar condições para que a democracia participativa se efetive na prática e que a sociedade civil se torne protagonista nesse processo de controle social em políticas públicas de saúde, pleiteando constituir um Brasil, como referência mundial, em boas práticas na área de fiscalização e controle social em saúde.

2756 DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO ATRAVÉS DO MÉTODO DE ESTIMATIVA RÁPIDA PARTICIPATIVA: DANDO VOZ À COMUNIDADE E OLHOS AO TERRITÓRIO.
Robson Diego Calixto, Fernanda Farago Zanlorenzi, Rafael Gomes Ditterich, Marilene da Cruz Magalhães Buffon, Cesar José Campagnoli, Julio Cezar Sandrini

DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO ATRAVÉS DO MÉTODO DE ESTIMATIVA RÁPIDA PARTICIPATIVA: DANDO VOZ À COMUNIDADE E OLHOS AO TERRITÓRIO.

Autores: Robson Diego Calixto, Fernanda Farago Zanlorenzi, Rafael Gomes Ditterich, Marilene da Cruz Magalhães Buffon, Cesar José Campagnoli, Julio Cezar Sandrini

O Método da Estimativa Rápida Participativa é uma forma econômica e rápida de realizar um diagnóstico comunitário, que abrange mais do que uma análise de dados demográficos e de saúde, mas também um olhar sobre o território estampado em relatos de campo e a participação social pela aplicação de questionários com informantes-chave da comunidade. O desenvolvimento deste trabalho foi voltado para uma questão muitas vezes negligenciada: a abordagem comunitária. A comunidade é como um organismo, com corpo e funcionamento próprios. Assim, é necessário olhar para ela, escutá-la, examiná-la, analisá-la, e com ela dialogar. Esse método é baseado num tripé, em que os dados demográficos e de saúde, são apenas um dos pés. O outro é o olhar sobre o território, estampado em forma de relatos de campo e o outro é a participação comunitária, através da resposta a questionários por alguns informantes-chave. Para a captação de dados demográficos e de saúde, foram usados dados primários e secundários, do IBGE e na página da prefeitura de Ponta Grossa na internet. Para a parte das entrevistas, o maior desafio foi a confecção do questionário, onde foram incluídas perguntas abertas e fechadas sobre a história da comunidade, o ambiente físico, a prestação de serviços, a avaliação de saúde e identificação de resiliência comunitária. Dos resultados dos questionários, como maiores problemas, foram citados educação, saúde e lazer. O transporte também foi citado. A identificação dos agravos em saúde foi bem compatível com a realidade nacional, contudo a maioria não citou as doenças mentais e os casos de violência, o que pode significar que ainda não relacionem isso ao conceito de saúde. Em relação a resiliência, a maioria tinha orgulho de onde morava, e identificaram características específicas da área. Ao final da aplicação, foi realizada uma avaliação subjetiva da aplicação. Ficou evidente que o que a população identifica como problema, não é exatamente o que muitas vezes o profissional de saúde identifica, e por 0isso a importância dessa investigação com a participação comunitária. Isso ajuda a nortear o planejamento a curto, médio e longo prazo, levando muito em conta essa identificação dos agravos pela população. Foi possível perceber que essa interação com a comunidade é benéfica em vários níveis do planejamento e sempre que possível à escuta da comunidade para a programação de qualquer atividade deve ser utilizada.

3307 FORJANDO O TERRITÓRIO: A EXPERIÊNCIA DA COMUNIDADE DE CAJAZEIRAS NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO HOSPITAL MUNICIPAL
Jéssica Oliveira de Almeida, Jamille Santos de Araújo, Magali Silva Miranda, Ida Oliveira de Almeida

FORJANDO O TERRITÓRIO: A EXPERIÊNCIA DA COMUNIDADE DE CAJAZEIRAS NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO HOSPITAL MUNICIPAL

Autores: Jéssica Oliveira de Almeida, Jamille Santos de Araújo, Magali Silva Miranda, Ida Oliveira de Almeida

Apresentação: O objetivo do presente artigo é registrar a experiência da comunidade de Cajazeiras, que a partir da notícia de construção do primeiro hospital municipal de Salvador, na área de proteção rigorosa do Rio Ipitanga, se organizaram Politicamente. Bem como partilhar as estratégias criadas para organização popular, assim como promover a visibilidade das atuais problemáticas e despertar novos atores para o envolvimento na causa socioambiental. Pois se tornou ponto comum das pessoas pensarem em estratégias de realocação da obra e de alerta aos demais moradores sobre as riquezas naturais do local, bem como da relação entre preservação e qualidade de vida, uma vez que vivenciam o racionamento de água. Desenvolvimento do trabalho: A experiência de participação popular da comunidade de cajazeiras, periferia da cidade de Salvador, capital baiana, tem como base a análise histórica do processo de organização política dos sujeitos e do seu entendimento sobre os impactos socioambientais do empreendimento hospitalar a médio e longo prazo na comunidade. Percebe-se uma demanda cada vez maior de água em virtude da poluição dos rios. Trata-se da única bacia hidrográfica ativa da cidade e que contribui com 40% da água consumida em Salvador.   Resultados e/ou impactos Organização no coletivo Acordar, que ocupou espaços importantes de decisão, tal como audiências do Plano diretor de desenvolvimento urbano (PDDU) de 2016, reuniões com o movimento ambientalista da Bahia,  gestores da Area de Proteção Ambiental (APA) Joanes Ipitanga e organizações locais: povo de terreiro que vivem nas margens do rio Ipitanga I, diálogo com diferentes associações de moradores e Organizações Não Governamentais (as quais participaram das audiências públicas discutindo mobilidade e preservação ambiental). Além de construir uma atividade discutindo a desigualdade socioespacial em Salvador, face do racismo ambiental. Uma das ações socioeducativas locais foram às trilhas ecológicas, pois através de pesquisas orais nas escolas foi percebido que a maior parte dos estudantes não sabiam da existência do rio. Houve ainda um manifesto poético na principal praça que existe na região. A intervenção contou com poetas locais, performance, músicos de Simões Filho (onde localiza-se a nascente do Rio Ipitanga), representantes de organizações do terreiro de candomblé de Salvador, além da sociedade civil. Durante a jornada pedagógica de 2017 do Colégio Edvaldo Brandão Correia o coletivo apresentou o Projeto Por Água Abaixo que teve uma proposta de sensibilização com os professores em relação às problemáticas socioambientais locais. A política de Educação Ambiental Lei Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999determina que as escolas devem trabalhar em seu calendário pedagógico conteúdos de forma permanente, visando competências voltadas para a conservação do meio ambiente, devendo estar presente de forma articulada  em todos os níveis e modalidades do processo educativo. A política educacional com os Temas Transversais do Meio Ambiente inspirou a construção do projeto de intervenção, pois, abarca um caráter multidisciplinar ao fazer uso de uma gama diversificada de áreas do conhecimento, articulando assim acesso à água potável, saúde, direito ambiental, racismo, cultura, dentre outras transversalidades necessárias à formação no ensino. Os eixos de discussão foram: empreendimentos locais; saneamento básico; história ambiental e local; mata ciliar; histórico da barragem; fauna flora e formas de subsistência. Os alunos pesquisaram e visitaram o campo (como foi e está a comunidade) e ao final do ano realizaram apresentações teatrais, musicais e em forma de banner sobre o conteúdo apreendido, além de praticar o ativismo em praça da comunidade e em uma escola. Por fim, foi realizada ainda uma articulação Universitária, através da Pesquisa-Ação em Ecologia Social. O projeto intitulado ‘‘águas vivas’’ surge como uma proposta metodológica de coleta de dados que interage de forma intencional com seu objeto de pesquisa de forma que contribua com a comunidade. É um meio de produzir conhecimento teórico sem negligenciar a práxis. Foram envolvidos estudantes de nutrição, tecnologia da informação, direito e serviço social a fim de garantir um debate interdisciplinar e ampliar a capacidade crítica a partir das contribuições das diversas áreas do conhecimento. Foram realizadas etapas formativas, além de coleta e análise de dados, bem como intervenções propositivas na comunidade. Com isso foi possível obter dados mais concretos sobre quem vive próximo ao rio. Em que predomina um perfil de pessoas que se autodeclaram negras, de baixa renda, com educação fundamental e que tem o rio como forma de lazer, inclusive, moram naquele local devido a sua existência. Entender o processo de implementação do hospital como racismo ambiental requer uma reflexão sobre o lugar e os modos de vida onde estão inseridos os sujeitos, e que foram desrespeitados. Na coleta de dados via entrevista semiestruturada, foi possível comprovar ainda que as pessoas que vivem no local souberam da construção do hospital quando os tapumes foram colocados, ou seja, se quer foram avisadas ou consultadas na fase de planejamento. Considerações finais A constituição federal de 1988 determina que o uso e ocupação do solo seja democrático; enfatiza que o povo tem o direito de participar e decidir de forma autônoma como querem o território em que vivem. Porém, sem a base educacional e condições básicas de saúde garantidas (principalmente alimentar) é inviável essa participação. Se tratando do rio Ipitanga e a construção do hospital municipal a menos de 50 metros do local de captação da água, o direito à cidade não foi garantido, pois apesar da mobilização da população, as alternativas apontadas não foram consideradas, assim como o Estudo de Impacto de Vizinhança não foi realizado. A prefeitura tem o domínio da legislação e das formas de burlá-la, com isso manipular os grupos minoritários. O Racismo ambiental se caracteriza principalmente pela dificuldade da população em se organizar politicamente (a tempo de dar respostas ao poder municipal), uma vez que as lideranças não estavam mobilizadas. Por isso a ênfase foi de instrumentalizar os/ as jovens em fase escolar para que possam estipular metas para a comunidade em que vivem e pressionar o Estado. A escola tem a responsabilidade de abrir-se para as demandas do seu território, que perpassam por reconectar cultura, educação, meio ambiente e saúde, como forma de garantir qualidade de vida (não pela saúde como ausência de doença, mas, como as possibilidades de ação perante os desafios vivenciados). A opção em discutir e problematizar o aparelho estatal se dá por duas razões: a primeira porque o Estado está sempre organizado para defender a classe dominante, mas isso foi disfarçado com a ideia de estado de bem estar social. A segunda porque ao mostrar as suas contradições diante da sociedade (que o EIVI não é aplicado), desmascara-se a ideia de garantias constitucionais e devolve-se ao sujeito a necessidade utilizar da autoconsciência, crítica e auto-organização para educar, construir o lugar e melhorar sua condição de vida. Apesar das ações do coletivo não terem conseguido alcançar em tempo hábil o objetivo de realocação da obra, e, hoje (dois anos após a luta ter sido iniciada) o empreendimento está na fase de finalização, foram alcançados resultados mais abrangentes com as intervenções propostas. Um exemplo disso é o crescimento de pessoas que buscam informações com o coletivo e se articulam para pautar o parque municipal do Ipitanga em espaços de gestão, defendendo a única bacia hidrográfica ativa da cidade. Ademais, percebe-se a auto-organização de estudantes para realizar visita ao rio, entrevistar moradores, organizar manifestação e realizar panfletagem sobre os problemas enfrentados.   

3932 MINICURSO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL, PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Anderson Ismael Beserra de Souza, Marina Layane Sindeaux Benevides, Victória Feitosa Oliveira Teófilo, Maria Cecilia Oliveira da Costa

MINICURSO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL, PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Anderson Ismael Beserra de Souza, Marina Layane Sindeaux Benevides, Victória Feitosa Oliveira Teófilo, Maria Cecilia Oliveira da Costa

Introdução: A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base a promoção da saúde, respeitando princípios como a diversidade cultural e práticas que sejam ambiental, econômica e socialmente sustentáveis. É responsabilidade dos estados nacionais assegurarem este direito e devem fazê-lo em obrigatória articulação com a sociedade civil, dentro das formas possíveis para exercê-lo. Para garantir o acesso seguro dos alimentos são necessários alguns esforços populares, entre esses esforços está a prática da participação social que é de fundamental importância nesse processo, esses movimentos vem crescendo no mundo todo e no Brasil ganhou força no processo de redemocratização do país, após intenso período de lutas sociais, com a institucionalização após a Constituição de 1988. Desde então, proliferam-se conselhos, comitês gestores e conferências nos diversos setores das políticas públicas. Enquanto se consolida a política de SAN, o princípio da participação social requer um enorme esforço de mobilização social e de estabelecimento de uma cultura de direitos que deve ser fomentada por meio de ações permanentes de informação e formação nessa temática. Quando pensamos e formulamos uma política de segurança alimentar e nutricional, devemos ter a consciência que esse é um espaço privilegiado de exercício do interesse público, principalmente da sociedade civil, o que implica num envolvimento da sociedade de maneira mais ampla. Ou seja, não se compõe num assunto exclusivamente governamental, devendo garantir a criação de novos espaços institucionais que articulem como diferentes iniciativas. O Grupo de Estudos em Política de Segurança Alimentar e Nutricional (GPSAN) vem estudando de maneira dedicada, diversos temas que envolvem segurança alimentar e nutricional desde o ano de 2013, tendo como protagonistas desse processo alunos de graduação, pós graduação, sociedade civil entre outras representações, podemos dizer que esse resumo nasceu de uma criação popular  e das discussões sobre a temática SAN que fortalecem e alimentam o grupo na sua caminhada criadora. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência do minicurso Segurança Alimentar e Nutricional, participação e controle social, sob a responsabilidade do Grupo de Estudo em Nutrição e Saúde do Curso de Mestrado em Nutrição e Saúde da Universidade Estadual do Ceará (UECE) Descrição da experiência: O minicurso com a temática de SAN vem sendo recorrente nas edições da Semana Universitária da UECE desde o ano de 2009 e com o enfoque da Participação e Controle Social desde o ano de 2015. Em outubro de 2017, na XXII Semana Universitária da UECE o minicurso foi ofertado com 25 vagas para a comunidade acadêmica sob o título de “Segurança Alimentar e Nutricional, participação e controle social”. Os minicursos da Semana Universitária da UECE são ofertados com uma carga horária de 12h, durante três dias consecutivos, que corresponde a um expediente, manhã ou tarde, deixando livres os outros turnos para apresentação de trabalhos, conferências e demais atividades, pois é um período de intensa turbulência no campo da produção acadêmica de ensino, pesquisa e extensão. No primeiro dia se deu o desenvolvimento das seguintes temáticas: o conceito de SAN e suas implicações políticas; Os marcos e os instrumentos legais da Política Nacional de SAN (PNSAN) e do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) no Brasil. No segundo dia  é que se inicia  com a Participação e o Controle social no SISAN, para promover uma atualização dos conceitos e das formas de se exercer a democracia e a cidadania; da relação histórica entre participação social e direitos humanos. O terceiro e último dia foi sobre o tema do papel da sociedade civil no processo de construção do SISAN, no qual o debate focou os espaços institucionalizados de participação e controle social no SISAN, com o desenvolvimento de uma dinâmica de grupo para o envolvimento dos participantes na discussão dos espaços institucionalizados de participação social nas políticas de SAN no Ceará. A dinâmica dos trabalhos nesse dia finalizou com uma mesa redonda que contou com a presença da Presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) do Ceará, do Presidente do Consea Municipal de Maracanaú, município da região metropolitana, e, de uma conselheira representante do poder público no Consea Municipal de Fortaleza. Impactos: As avaliações concretizadas nos dois primeiros dias foram feitas de modo a permitir a expressão dos participantes e sua compreensão nos cartazes confeccionados com recortes e colagens sobre a compreensão dos assuntos abordados. Nesses dias a forma de avaliação foi compreendida por todos, embora ficasse evidente a falta de um maior questionamento sobre como se deu a participação social ao longo da história, no contexto internacional e nacional. No terceiro dia a mesa redonda foi bastante esclarecedora sobre a importância do princípio da intersetorialidade nos segmentos representados pelo poder público no Consea e as formas de participação da sociedade civil no controle social das ações, programas e políticas de SAN nos municípios cearenses. De maneira geral podemos dizer que o encontro pôde propiciar afetações e  impactos positivos nos alunos, que encontraram um espaço fértil para o aprofundamento nas discussões sobre segurança alimentar e nutricional, houve uma participação efetiva de todos os participantes, tanto nas dinâmicas de grupo e nos momentos  individuais. Não podemos mensurar os resultados em números, mas em palavra geradoras que foram lançados pelos participantes, entre elas:  esclarecedora, desafios, proveitoso, alimento, direito, soberania, dinâmico, nutrição, entre outras palavras que deixaram subtendidas a reflexão do tema. Considerações Finais: O desafio da Segurança Alimentar e Nutricional na proposição de um sistema intersetorial e participativo de formulação, implementação e controle social de políticas públicas é ainda uma novidade que requer forte engajamento de todos os atores sociais envolvidos neste processo, sociedade civil e governo, para que venha se tornar realidade em todo território nacional. Iniciativas como os minicursos com a temática de SAN nos eventos acadêmicos das universidades brasileiras contribuem com a disseminação do conhecimento e reflexão na conquista de direitos fundamentais a sobrevivência do ser humano. 

1902 O LÚDICO NO CUIDADO DE ENFERMAGEM Á CRIANÇA HOSPITALIZADA: UMA ASSISTÊNCIA HUMANIZADA
YASMIN BRABO LIMA, JOANNA ANGÉLICA OLIVEIRA, DÉBORA PIMENTEL SILVA, GABRIELA FARIAS LIMA, SHEILA BARBOSA PARANHOS, ANDRESSA TAVARES PARENTE

O LÚDICO NO CUIDADO DE ENFERMAGEM Á CRIANÇA HOSPITALIZADA: UMA ASSISTÊNCIA HUMANIZADA

Autores: YASMIN BRABO LIMA, JOANNA ANGÉLICA OLIVEIRA, DÉBORA PIMENTEL SILVA, GABRIELA FARIAS LIMA, SHEILA BARBOSA PARANHOS, ANDRESSA TAVARES PARENTE

INTRODUÇÃO: O transcurso de uma internação hospitalar pode gerar abalos devastadores na vida de qualquer ser humano tornando-se relevante a caracterização de estratégias terapêuticas para a promoção do bem estar e às dimensões Bio-psico-socias, possibilitando a humanização.  Desse modo, promover saúde não se restringe à ordem curativa e à redução do tempo de permanência no hospital, e sim, à necessidade de se ajudar a criança a atravessar a situação de hospitalização. Atitudes nesse sentido podem transformar uma situação de sofrimento e dor em experiências ricas em conteúdos que contribuam para a saúde da criança. OBJETIVO: Relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem acerca das ações lúdicas desenvolvidas no processo de cuidar do enfermeiro em pediatria como estratégia para humanização da assistência. DESENVOLVIMENTO: As atividades foram planejadas pelos alunos junto com os pedagogos e terapeuta ocupacional do serviço de saúde, direcionadas às crianças que estão internadas em um hospital público no município de Belém/PA. Utilizaram dinâmicas participativas e tecnologias educativas adaptadas à realidade infantil. As ações foram desenvolvidas em horários pré-agendados conforme disponibilidade dos profissionais e do serviço. RESULTADOS: As crianças demonstraram no início certa inibição, uma vez que a ação proposta fugia da rotina que elas estavam habituadas. Contudo, no decorrer da ação foram se inserido na dinâmica, que contava com utilização de brinquedos, teatro de fantoches, oficina de pintura, recorte e colagem, sempre aliada a uma temática educativa sobre o cuidado. Assim foi possível a criação de vínculo entre educador e educando aqui transfigurado na relação acadêmico e criança. É valido ressaltar que as ações mantinham relação com assuntos voltados à saúde. Tais como cuidados com a higiene pessoal, saúde bucal, hábitos alimentares, etc. Otimizando assim a promoção da saúde através da prática lúdica pautada na educação em saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O enfermeiro como educador encontra-se em uma busca constante de tecnologias que possibilite a construção do conhecimento e não a sua simples transmissão. A formação de enfermeiros implica em um processo que ultrapasse a acumulação do saber ou saberes e trabalhe para o desenvolvimento de um profissional que esteja em contato com a realidade de modo que possa associar a teoria e a prática, a forma e o conteúdo. Percebe-se que o brincar é uma ferramenta que possibilita o resgate de hábitos da vida criança antes da hospitalização favorecendo a sociabilidade, interação e dinamismo, mesmo com a restrição do espaço físico e das limitações provenientes do âmbito hospitalar. Assim, no hospital, o brinquedo deve ser utilizado para recrear, estimular, socializar e também para cumprir sua função terapêutica.