44: Inovações tecnoassistenciais nas redes de cuidado
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: ICB Sala 02 - Cabaça    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
1162 A busca pela equidade na inserção das ações de saúde indígena nas redes de atenção à saúde do Estado do Pará
ROSIANE PINHEIRO RODRIGUES, JOSÉ GUILHERME WADY SANTOS, REGINA FÁTIMA FEIO BARROSO, LAURA MARIA VIDAL NOGUEIRA, DANIELLE TUPINAMBÁ EMMI

A busca pela equidade na inserção das ações de saúde indígena nas redes de atenção à saúde do Estado do Pará

Autores: ROSIANE PINHEIRO RODRIGUES, JOSÉ GUILHERME WADY SANTOS, REGINA FÁTIMA FEIO BARROSO, LAURA MARIA VIDAL NOGUEIRA, DANIELLE TUPINAMBÁ EMMI

A Saúde Indígena, no Brasil, tem um histórico de conquistas a partir das Conferências de Saúde de 1986 e da Conferência Nacional de Proteção à Saúde do Índio, as quais influenciaram significativamente a Constituição de 1988, com as garantias legais aos povos indígenas e na construção do Sistema Único de Saúde (SUS) que, por sua vez, traria pressuposto para a criação do Sub-sistema de saúde indígena, a partir da Lei de Sérgio Arouca, de 1999. Vale ressaltar que um novo paradigma estabelecido atualmente, e que foi objeto deste estudo, trata da implantação e implementação de ações e serviços voltados à saúde indígena nos planos das Redes de Atenção à Saúde (RAS) do Pará.O objetivo desse estudo foi identificar em quais RAS, a população indígena é contemplada em suas especificidades étnico-culturais, avaliando a percepção dos gestores da Secretaria Estadual de Saúde Pública do Pará (SESPA) e do Distrito Sanitário Especial Indígena acerca da implementação das RAS, voltadas à saúde indígena.O estudo constituiu-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e descritiva, realizada a partir de entrevistas com os atores envolvidos na implantação e implementação dos Planos das RAS, que englobaram oito regiões de saúde, componentes do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Guamá - Tocantins (GUATOC) do Estado do Pará. Os participantes do estudo foram dois técnicos vinculados aos DSEI e cinco vinculados à SESPA. Para preservar o sigilo dos entrevistados, os mesmos foram identificados pelos nomes de 7 (sete) etnias pertencentes ao DSEI GUATOC (Tembé, WaiWai, Xikrin, Assuriní, Zoé, Suruí e Gavião). Os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo de Bardin, e os temas foram categorizados em quatro grandes eixos: o estado da arte dos planos das RAS; o conhecimento antropológico; implantação e implementação das RAS e integração e gestão. Os aspectos éticos foram observados de acordo com a resolução nº466/2012, com parecer do CEP de nº 1.906.305. Quanto ao primeiro eixo, temos que a participação dos coordenadores estaduais das redes de atenção à saúde e do próprio DSEI é um grande desafio na construção de ações voltadas para saúde indígena. Pode-se considerar ainda que apesar de três informantes afirmarem que suas equipes participaram de alguns planos não houve a escuta real das especificidades. É importante ressaltar que os informantes, em sua maioria, afirmaram que não foram planejadas ações voltadas para saúde indígena nas próprias diretrizes do Ministério da Saúde (MS). Esses relatos refletem bem a ausência da atenção ao indígena, nos planos e fora deles, quando o informante traz questões básicas como falta de treinamento e articulação do DSEI, com políticas essenciais como urgência e emergência e pessoas com deficiência. Com relação ao segundo eixo, vimos que a contradição entre práticas médicas e as crenças tradicionais de cura são paradigmas que também precisam ser mais bem trabalhados e inseridos na formação dos profissionais de saúde, para que antropologicamente saibam até onde pode-se e deve-se ir a partir do conhecimento da cultura desses povos. Diante do exposto, é preciso rever conceitos e legislações que amparam a inserção de ações de acordo com a especificidade étnica-cultural dos indígenas, onde os coordenadores das RAS revejam o que está previsto na constituição e demais políticas indígenas de promoção da equidade e de fato reconheçam as necessidades diferentes das diversas etnias. É preciso, também, considerar como estão sendo elaboradas nacionalmente as políticas públicas, pois os estados apresentam grande diversidade e, para um estado continental como o Pará, que possui 13 regiões de saúde com realidades diversas, isso não será diferente para a população indígena do DSEI GUATOC. Já o terceiro eixo (Integração e gestão), foi possível reconhecer que existe ausência de integração entre as coordenações das RAS do estado e o DSEI. Vale ressaltar que são falas que representam pouca cooperação entre estado e DSEI, no que diz respeito ao acesso do indígena. O estado afirmando que nesse processo da Atenção Integral às Doenças Prevalente da Infância (AIDIPI) indígena, a SESPA não entra e também, que a atenção básica é do DSEI. As necessidades precisam ser consideradas, pois quando se trata de comunidades indígenas, o sistema de saúde se depara com a dimensão intercultural, o que remete diretamente à discussão sobre a adequação ética e cultural das práticas sanitárias ocidentais e sua relação com os sistemas indígenas de saúde. É nítida a ausência do acesso ao SAMU nas aldeias, onde a rede de urgência e emergência não alcança e nem compreende a necessidade de construir estratégias para essa atenção em comunidades de difícil acesso, ficando o DSEI (que oferta atenção básica) responsável pela retirada desse indígena até a Casa de Saúde do Índio (CASAI) mais próxima e, assim, contatar com a rede para a assistência. Mas, se for considerar o que estabelece o decreto 7.508/2011, como se dará o acesso resolutivo e em tempo oportuno previsto nessa legislação? Logo, é possível considerar que a não integração entre as esferas do governo acerca do planejamento e implementação das políticas voltadas aos indígenas é histórico. Todavia, a Constituição de 88, a 8ª Conferência Nacional de Saúde, a Política Nacional dos Povos Indígenas, a Lei Sérgio Arouca, entre outras legislações vem pautando a necessidade da integralidade, da equidade e a universalidade, que precisam caminhar através dos pontos de atenção, previstos na própria portaria das redes de atenção à saúde 4.279/2010. Ressalto que a SESAI também, precisa junto às demais secretarias do MS transversalizar a saúde indígena em todas as políticas, pois existe indígena em todos os ciclos de vida e logo precisarão ser atendidos, considerando todos esses aspectos. CONCLUSÃO: É necessário sensibilizar os gestores quanto à urgência na qualificação dos profissionais da média e alta complexidade e o desejo dos indígenas serem atendidos por profissionais de saúde com formação diferenciada, articulando os saberes científicos e populares no desenvolvimento de propostas e ações de saúde, sem desrespeitar seus princípios culturais e crenças. Está claro para a maioria das coordenações estaduais da RAS que nos planos regionais não ocorre a implementação das redes de forma equânime. Fica evidente o desenvolvimento de algumas ações pontuais nos planos das RAS, mas sem uma implementação efetiva voltada para o que está proposto na política nacional de saúde indígena. As necessidades reais do indígena não são contempladas e a atenção prestada é insuficiente para a garantia do acesso desse indígena. É perceptível a real necessidade de integração entre os gestores estaduais e os gestores do DSEI, quando ambos afirmam que os papéis de cada esfera colidem onde inicia o papel do outro e vice-versa. Não basta o indígena estar inserido apenas transversalmente nas políticas, mas é preciso garantir de fato a equidade dessa atenção. É preciso considerar as realidades culturais. Os papéis entre estado e o DSEI podem ocorrer através do diálogo via coordenação estadual da saúde indígena, que poderá mobilizar as discussões a partir das necessidades desses povos. É necessário, portanto, estabelecer a conexão entre os pontos de atenção, ofertados na atenção básica pelo DSEI com os pontos de atenção da média e alta complexidade, de responsabilidade dos municípios e do estado, através da regulação e fluxos construídos, que considerem as distâncias e diversidades das aldeias, bem como a qualificação desse profissional para assisti-lo em suas especificidades.

5146 A FRAGMENTAÇÃO NA DIMENSÃO DA LINHA DE CUIDADO
Wirlley Quaresma da Cunha, Ingrid Fabiane Santos da Silva

A FRAGMENTAÇÃO NA DIMENSÃO DA LINHA DE CUIDADO

Autores: Wirlley Quaresma da Cunha, Ingrid Fabiane Santos da Silva

Apresentação: A linha de cuidado é tida como a trajetória ou itinerário terapêutico que o usuário deve percorrer no sistema de saúde e, também como uma estratégia para reorganizar a atenção, já que esse fluxo do usuário deve ser orientado a fim de que ele consiga obter os cuidados adequados às suas necessidades. Isto porque as unidades isoladamente apresentam limitações, sejam elas técnicas, de recursos e de pessoal, para resolverem completamente todas as demandas que surgirem, alguns casos extrapolam os seus alcances e, para suprir esta necessidade existe a linha de cuidado e a possibilidade do compartilhamento do cuidado com outros dispositivos do sistema. A linha de cuidado faz parte da mudança da lógica assistencial que considera que a atenção à saúde não se limita aos serviços clínicos. Como prova disto enfatiza-se a incorporação de diversas instituições e setores que não estão diretamente relacionados à assistência na saúde nesta gama de serviços partícipes da produção do cuidado. Dessa forma, os serviços atuariam em um mesmo sentido e de forma complementar, ademais nesta rede de cuidados nenhum dos componentes é tido como substituível, ou seja, em hipótese alguma a responsabilidade pelo usuário deve ser repassada. No entanto, em revisão bibliográfica realizada durante pesquisa de dissertação de mestrado, na qual buscou-se conhecer como a literatura acadêmica da Saúde Coletiva aborda o tema da fragmentação na saúde no âmbito assistencial, percebemos que alguns autores analisados apontam elementos problemáticos no que diz respeito ao trabalho compartilhando na rede, os quais nos detivemos neste trabalho. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão bibliográfica do tipo narrativa. O levantamento foi realizado em setembro de 2016 nas bases de dados MEDLINE, LILACS e SciELO, utilizando as palavras-chave “fragmentação” e “saúde”. Adotamos como critério de seleção: texto integral estar disponível online, ser escrito em língua portuguesa e ter como eixo temático o sistema de saúde brasileiro. Não delimitamos um período específico para as publicações pois buscamos abarcar amplamente as publicações sobre a temática. Ao todo, foram recuperados 249 artigos, sem excluir aqueles comuns a mais de uma base. Depois de realizada a leitura dos títulos e resumos de todos os textos foram excluídos os trabalhos que versavam sobre os serviços de saúde privados, a formação dos profissionais de saúde, a educação em saúde, políticas ou programas oficiais e sistemas de saúde estrangeiros, ficamos assim com uma amostra final de 56 trabalhos. Resultados: Percebemos nesta revisão que a fragmentação na dimensão da linha de cuidado ocorre, sobretudo, pela dificuldade de se estabelecer integração e cooperação entre os cuidados prestados pelos pontos da atenção. Na maioria dos casos relatados a responsabilidade pelo usuário é repassada para outras unidades quando a porta de entrada (serviço pelo qual o indivíduo adentrou no sistema) não consegue dar respostas suficientes, não havendo consequentemente o compartilhamento de responsabilidades pelo usuário. Vale destacar que o cuidado compartilhado na rede não se detém às ações curativas, mesmo assim percebe-se que a doença ainda é central na organização dos processos de trabalho, com fluxos pré-determinados e orientados para serviços e procedimentos (consultas, exames e internação) envolvendo principalmente as instituições de saúde. O indivíduo nessa situação é reconhecido por sua doença e não como sujeito singular, a linha de cuidado enquanto ferramenta de mudança da lógica assistencial deve ter como eixo as necessidades de saúde dos usuários, por isso deve unificar ações preventivas, terapêuticas e de reabilitação. As dificuldades para a efetivação do fluxo de cuidado adequado seriam resultantes principalmente da comunicação deficiente entre os serviços, seja pela ausência de tempo durante expediente para a realização de encontros e reunião para planejamento de ações conjuntas, como pela barreira geográfica que inviabiliza um canal de comunicação permanente. Além disto, os trabalhadores afirmam que outro elemento é a necessidade de superação do paradigma biomédico no âmbito assistencial, já que a linha de cuidado não se coaduna com esta lógica. Observou-se também que a preocupação maior em profissionais de saúde que compõem equipes multiprofissionais é a de garantir um fluxograma de serviços clínicos, porém, a linha de cuidado não deve se restringir a protocolos e fluxos pré-estabelecidos, ela difere dos mecanismos de referência e contrarreferência, apesar de incluí-las, exatamente por permitir a flexibilização na pactuação de fluxo entre os diferentes serviços, reorganizando os processos de trabalho. A extrema burocratização no cuidado na rede pôde ser sentida no controle do fluxo de usuários a partir de centrais de marcação de consulta, as quais seguem regras administrativas e não permitem a possibilidade de alteração pelos serviços. Em alguns casos, as centrais mediam a relação entre equipes de saúde da família e os serviços de outros níveis de complexidade, relação esta que se resume a preenchimento de impressos. Considerações: Constatou-se a necessidade de haver uma maior sincronia entre os serviços para a efetividade da atenção ofertada, implica dizer que deve haver um direcionamento comum, como o próprio termo “linha” parece indicar. A palavra não nos remete neste caso a algo que obedeça a uma lógica retilínea, mas que haja continuidade e confluência dos trabalhos prestados, isto se traduz naquilo que vem sendo chamado de projeto terapêutico comum. A fragmentação na linha de cuidado traz implicações diretas na qualidade da assistência e, consequentemente no atingimento do cuidado integral. Além disso, percebemos um enorme descompasso entre o que fora preconizado no contexto da Reforma Sanitária e o que se visualiza no chamado SUS real, evidenciando que os esforços feitos no sentido da reestruturação no âmbito assistencial e da superação do modelo de atenção fragmentado de viés biomédico ainda não foram suficientes.

539 A IMPLANTAÇÃO DO POSTO DE COLETA DE LEITE HUMANO NELY LIMA NO HOSPITAL REGIONAL DE TEFÉ
marcelo da Rocha Benlolo, maria adriana moreira, raquel cuerci souza, Tatiane Monteiro da Rocha Benlolo, Maria Luiza Medeiros de Moura, Silvia Carla Carvalho Martins

A IMPLANTAÇÃO DO POSTO DE COLETA DE LEITE HUMANO NELY LIMA NO HOSPITAL REGIONAL DE TEFÉ

Autores: marcelo da Rocha Benlolo, maria adriana moreira, raquel cuerci souza, Tatiane Monteiro da Rocha Benlolo, Maria Luiza Medeiros de Moura, Silvia Carla Carvalho Martins

ApresentaçãoO posto de coleta de leite humano é uma unidade fixa ou móvel, intra ou extra-hospitalar, vinculada tecnicamente a um banco de leite humano e administrativamente a um serviço de saúde ou ao próprio banco. O PCLH é responsável por ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e execução de atividades de coleta da produção lática da nutriz e sua estocagem, não podendo executar as atividades de processamento do leite, que são exclusivas do Banco de Leite Humano.O Posto de Coleta de Leite Humano Nely Lima, inaugurado dia 20 de outubro de 2017, nasceu devido o clamor do sistema de saúde de tefé em ter resolutividade no próprio Hospital Regional de Tefé, uma vez que inúmeros casos de crianças prematuras, desnutrição, mães com HIV e com outros impedimentos a amamentação.ObjetivosImplantar o Posto de Coleta de Leite Humano no Hospital Regional de Tefé. Quais os equipamentos necessários? Os profissionais a serem treinados? A logística empregada?DesenvolvimentoImplantar o Posto de Coleta de Leite Humano no Hospital Regional de Tefé, deu-se de forma planejada juntamente com técnicos da maternidade Ana Braga e o Banco de leite do Amazonas, sendo que a Secretaria de Saúde de Tefé, forneceu todos os equipamentos necessários, dentre eles três freezeres, banho maria, bico de bunsen, quatro térmicos de 60 litros com cores azuis e vermelhas, relógio de parede, porta papel toalha, porta sabonete líquido, duas lixeiras inox, além da sala medindo 8m x 4m, com ambiência adequada, climatizada e duas técnicas de enfermagem treinadas no banco de leite da Maternidade Ana Braga.ImpactosA Unidade de Cuidados Intensivos - UCI do Hospital Regional de Tefé, passou a ter este serviço e com isso melhorou a qualidade no atendimento a criança, estima-se que em um ano o quantitativo de 100 (cem) litros de leites serão captados e cerca de 120 crianças sejam beneficiadas, tando de Tefé como dos municípios vizinhos como Alvarães, Uarini, Maraã, Juruá, Japurá, Fonte Boa e Jutaí.Considerações finaisEsta experiência, trata-se de suma importância para o município, pretende-se promover assim melhoria nos indicados e a cima de tudo colaborar para o bem estar dessas crianças, elevando o nome de Tefé como pólo de saúde pública no interior do Estado do Amazonas.    

3424 A rede de atenção psicossocial e a organização dos serviços de saúde mental em João Pessoa
Elisabete Vitorino Vieira, Ana Paula Rocha de Sales Miranda, Rafael Nicolau Carvalho, Patrícia Barreto Cavalcanti

A rede de atenção psicossocial e a organização dos serviços de saúde mental em João Pessoa

Autores: Elisabete Vitorino Vieira, Ana Paula Rocha de Sales Miranda, Rafael Nicolau Carvalho, Patrícia Barreto Cavalcanti

Apresentação: O presente trabalho tem por objetivo apresentar parte da pesquisa desenvolvida no segundo semestre de 2017, nos serviços de saúde mental localizados no município de João Pessoa realizado parte da pesquisa realizada durante o desenvolvimento do projeto de pesquisa de mestrado em Serviço Social pela Universidade Federal da Paraíba. A segunda parte da pesquisa tinha por objetivo analisar a rede de atenção psicossocial e a organização dos serviços de saúde mental do município de João Pessoa, a partir do olhar dos assistentes sociais que trabalham nos serviços de saúde mental.Desenvolvimento: A pesquisa é do tipo explicativa, já que ocupou com o porquê dos fenômenos observados e, segundo as suas fontes de dados se caracteriza também como uma pesquisa de campo. Os dados primários foram organizados em duas dimensões: dados qualitativos analisados da técnica da análise de conteúdo por categorização; e, os dados quantitativos foram organizados a partir de gráficos e tabelas, subsidiado pelo levantamento bibliográfico. Resultados: a pesquisa foi realizada no Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, Pronto Atendimento em Saúde Mental (PASM), Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil Cirandar, Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas David Capistrano, Centro Atenção Psicossocial III Gutemberg Botelho, Centro de Atenção Psicossocial Caminhar, foram entrevistados 16 profissionais do Serviço Social dos referidos serviços, os quais opinaram sobre rede de atenção psicossocial e a organização dos serviços de saúde mental, no que concerne a integralidade da rede de assistência em saúde mental e os impactos da rede de atenção psicossocial na atuação desses profissionais. Considerações finais: a pesquisa mostrou a existência de avanços na atenção psicossocial no município com base nos princípios da Reforma Psiquiátrica Brasileira.

5252 Acesso e cuidado à pessoa com câncer: Política de quem? Política pra quem?
Marilia Louvison, Laura Feuerwerker, Debora Bertussi

Acesso e cuidado à pessoa com câncer: Política de quem? Política pra quem?

Autores: Marilia Louvison, Laura Feuerwerker, Debora Bertussi

A construção de um observatório de análise micro vetorial de políticas públicas nos provocou para a identificação de vetores de produção da política de atenção ao câncer em São Paulo e uma análise da “Lei dos 60 dias” (Lei no. 12732/12) como um dispositivo de produção de cuidado. Os diversos olhares que produzem o jogo social no agir da implantação de políticas públicas precisam ser captados em sua singularidade. Foram realizados vários movimentos cartográficos com gestores, trabalhadores e usuários que permitiram o processamento em grupo de pesquisa e a construção de analisadores. Um importante vetor de força no caso da atenção ao câncer é a necessidade. Os usuários produzem seus mapas de cuidado na medida da necessidade e constroem vetores no sentido do acesso aos serviços especializados e medicamentos. Para além da necessidade há uma força da filantropia, que mobiliza pacientes e cidadãos, assim como prestadores especializados, muitos deles filantrópicos de grande porte, no sentido de produzir visibilidades para o atendimento ao câncer, em particular o de mama.  A relação público privada na saúde é fortemente atravessada dos vários interesses e agenciam de distintas formas a gestão do SUS e os vários serviços. Há um vetor de força da lógica privada que se reflete na incorporação de tecnologia e no trabalho médico, se apresentado fortemente na hegemonia dos hospitais universitários. A aproximação de uma rede fortemente organizada e concentrada nos serviços de alta complexidade, nos desloca de nossos olhares e nos desterritorializa, considerando a centralização e concentração de poder na gestão e regulação estadual, que se constitui como um vetor de força na produção da política. É um desafio na construção do SUS garantir acolhimento e diagnóstico ao câncer na atenção básica e acesso aos serviços especializados, considerando a fragmentação e distanciamento existente. A lei como dispositivo dispara outras normatividades em relação às instâncias federal, estaduais e municipais, o que produz um certo agenciamento enunciativo coletivo de vários atores na sua construção. Ao analisar os movimentos produzidos pela lei, nos encontramos com uma mobilização em função da implantação das redes de oncologia, menos ativadas no período atual com fortes disputas ao protagonismo municipal.  A lei desconsidera as barreiras de acesso relacionada ao diagnóstico e a diversidade na tipologia dos cânceres do ponto de vista da urgência em iniciar o tratamento adequado. Além disso, normatiza um tempo de espera mínimo padrão para a realização de procedimentos terapêuticos, para além de mecanismos regulatórios que produzem cuidado integral em rede. A rede de atenção ao câncer em São Paulo apresenta barreiras de acesso e vários vetores de força na produção da política que nos levam a discutir a quem a política interessa e a quem está endereçada, não se configurando a lei dos 60 dias como um dispositivo de produção do cuidado em rede. A cartografia da produção do cuidado e a análise microvetorial da política tem contribuído para importantes movimentos do coletivo de pesquisa na analise de políticas publicas e na analise micropolitica da produção de cuidado em redes de atenção.

4320 Atendimento Multidisciplinar a Pacientes Crônicos: Um Relato de Experiência
Gabriele Silva Marinho, Yasmin Bastos Silva Gomes, Nicolas Babilônia Cavalcanti

Atendimento Multidisciplinar a Pacientes Crônicos: Um Relato de Experiência

Autores: Gabriele Silva Marinho, Yasmin Bastos Silva Gomes, Nicolas Babilônia Cavalcanti

A extensão viabiliza a relação mútua entre a universidade e a comunidade. É através dela que acadêmicos podem oferecer serviços e atendimento para a população, unindo o Ensino e a Pesquisa da universidade em uma relação transformadora com a comunidade. O trabalho em questão é um relato de experiência a respeito da vivência acadêmica em um projeto de extensão multidisciplinar, no qual são desenvolvidos a prevenção e o cuidado de feridas crônicas e patologias associadas, em meio ambulatorial. O objetivo do relato é mostrar a importância do trabalho em grupo e multidisciplinar no cuidado dos pacientes portadores de feridas crônicas. A úlcera venosa de membros inferiores é a de maior prevalência no Ambulatório de Cirurgia Vascular da Universidade do Estado do Amazonas, referência na cidade nessa àrea, que está em funcionamento desde 2013 na Fundação Hospital Adriano Jorge. O perfil dos pacientes assistidos constitui-se, principalmente, de idosos portadores de insuficiência venosa crônica com comorbidades associadas, como diabetes e hipertensão arterial. O tratamento dos pacientes é realizado com curativo semanal feito por alunos da graduação dos cursos de enfermagem e medicina da UEA, preceptorados por um professor de cirurgia vascular da universidade. O funcionamento do serviço se deve, primordialmente, pela harmonia do trabalho em grupo a favor da prevenção de feridas e atenção integral à saúde dos pacientes portadores da doença crônica.  A perpetuação do projeto se dá, essencialmente, por causa da transmissão de conhecimento dos voluntários mais experientes aos voluntários iniciantes, os quais proporcionam a inclusão de novas formas de otimização do trabalho, é através dessa interação que a vivência é enriquecida. Por fim, a experiência na participação do projeto possibilita a aquisição de formas e técnicas de comunicação que aperfeiçoam o trabalho em equipe e adicionam conhecimentos que capacitam o futuro profissional de saúde ao trabalho multidisciplinar ainda na graduação, além de oferecer aos voluntários a oportunidade de iniciar o contato com o paciente, construindo e aprimorando as técnicas de construção de uma boa relação profissional.

5212 Estratégias de cuidado compartilhado a adolescentes que fazem uso de drogas
Gustavo Emanuel Cerqueira Menezes Junior, Graziela Araújo Dourado, Lais Chagas de Carvalho, Luciana Santos Rodrigues

Estratégias de cuidado compartilhado a adolescentes que fazem uso de drogas

Autores: Gustavo Emanuel Cerqueira Menezes Junior, Graziela Araújo Dourado, Lais Chagas de Carvalho, Luciana Santos Rodrigues

A atenção psicossocial de crianças e adolescentes que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas tem se configurado como um desafio no campo da saúde mental. Na tentativa de traçar novos itinerários de cuidado e intervenções, considerando que o uso abusivo de drogas por crianças e adolescentes representa um dano com consequências imediatas no desenvolvimento biopsicossocial, este fenômeno tem sido tomado como objeto de políticas públicas que reconhecem o atendimento específico para a população infantojuvenil, em conformidade com os direitos de tratamento assegurados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Neste sentido, considerando a importância da construção de estratégias inovadoras que apontem manejos adequados para este público um Centro de Atenção Psicossocial ad do estado da Bahia, ao se apresentar como dispositivo estratégico não só organizador e articulador da rede de saúde e atenção psicossocial, mas também na assistência à saúde deste público, propôs a criação do Núcleo de Infância e Adolescência da rede ad como um espaço permanente de articulação intersetorial entre os serviços que prestam assistência a este público. As reuniões acontecem semanalmente com o objetivo de discutir os casos, compartilhar o cuidado e produzir estratégias de acompanhamento do desenvolvimento dos projetos terapêuticos singulares. Este estudo apresenta uma reflexão sobre como esta rede articula seus fluxos na perspectiva micro e macropolítica, ao se estabelecer como um espaço de articulação para a garantia de uma atenção integral e cuidado humanizado para adolescentes que fazem uso de drogas no território onde se insere este serviço estratégico. O objetivo do estudo é identificar as estratégias empregadas no cuidado compartilhado em rede à adolescentes que usam drogas. Trata-se de um relato de experiência de uma estudante de Enfermagem que tem como lócus de estudo o Núcleo da Infância e Adolescência da rede ad, sendo utilizado como método de pesquisa a observação não-participante com realização de diários de campo. Foi identificado que esta experiência de articulação tem se mostrado como potente arranjo organizativo de integração entre serviços, aproximando-se de práticas que visam a garantia da integralidade do cuidado. Observa-se que os encontros são potentes para produzir estratégias de cuidado compartilhado, intersetorialidade, comunicação ativa entre os serviços e trabalhadores, promoção continuada, co-produção de planos de cuidado, rede de apoio e pactuações de fluxos que garantam a autonomia, o protagonismo e a cidadania dos sujeitos acompanhados pelos serviços da rede de proteção à infância e adolescência. Conclui-se previamente que este espaço de articulação de serviços que integram a rede formal e informal da saúde mental de crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social ainda se caracteriza frágil e invisível, necessitando de investimentos e organização por parte da política de saúde para conseguir responder com mais efetividade às complexas demandas do público ao qual se dirige. 

836 Observatório do parto em conexão com a Rede Parteiras – Belém-PA
José Guilherme Wady Santos, Ana Lúcia Santos da Silva, Emerson Elias Merhy

Observatório do parto em conexão com a Rede Parteiras – Belém-PA

Autores: José Guilherme Wady Santos, Ana Lúcia Santos da Silva, Emerson Elias Merhy

O Observatório do parto e produção do cuidado em diferentes modalidades, compõe a Rede de Observatórios Microvetorial de Políticas Públicas em Saúde e Educação em Saúde, criada a partir da Chamada MCTI/CNPq/CT- Saúde/MS/SCTIE/Decit Nº 41/2013. Cada observatório fundamenta sua metodologia a partir de um ou mais vetores que compõem a proposta de pesquisa da Rede. Nesse processo, foram fundamentais os resultados alcançados a partir da pesquisa “Rede de Avaliação Compartilhada: Avalia quem pede, quem faz e quem usa” (RAC), desenvolvida nacionalmente entre 2013 e 2016. No Pará foi avaliada a Rede Cegonha (RC) - Portaria Nº 1.459/2011 (MS), - rede temática como estratégia de melhoria da assistência ao pré parto, parto e pós parto. A RC nos levou dos serviços de saúde ao encontro com as parteiras tradicionais do município de Bujarú (PA). Elas logo se constituíram em parteiras guia pesquisadoras e, desse modo, nos conduziram pelos caminhos de suas práticas de produção de cuidado, não somente através da arte de partejar, que em si já é de uma complexidade evidente, mas também de todo seu engajamento ético político envolvido na produção de existências. O objetivo do Observatório é pensar como a Lei Nº 1.459 impacta na trajetória assistencial e existencial de mulheres, alinhando-o a um dos vetores da Rede de Observatórios Microvetorial. Portanto, o Observatório do parto e produção do cuidado foi criado a partir da necessária defesa ético política do engajamento das parteiras, das experiências de afeto, produção do cuidado e luta contra hegemônica a um modelo tecnoassistencial, médico centrado voltado ao parto. Seguimos com a experiência e o (des)aprendizado que tivemos com a RAC, particularmente em nossas andarilhagens na companhia das parteiras-guias. A aposta continua na pesquisa interferência, que se realiza a partir de movimentos cartográficos e dos encontros deles decorridos, olhando para as redes de conexões existenciais que vão se conectando na produção do cuidado e provocando ondas de interferências, em nós, no serviço e nas usuárias. Pensamos que, a partir do que a lei e dos respectivos direitos e deveres por ela engendrados, as trajetórias das usuárias possam ser simplificadas e agilizadas, identificando facilidades e possíveis barreiras de acesso à rede. Temos chegado o mais perto possível da RC, tangenciando-a a partir dos encontros que temos vivenciados com as parteiras tradicionais e, agora, com as mulheres por elas cuidadas, princípio metodológico fundamental da pesquisa. Frequentamos também as reuniões mensais do fórum perinatal que ocorrem de maneira itinerante nos municípios que compõe a Região de Saúde Metropolitana I, na tentativa de ampliarmos nosso conhecimento sobre a organização da RC, das ações implementadas, os desafios e processos de discussões significativos, sempre tendo como eixo norteador os planos de ação e, ao mesmo tempo, criando e fortalecendo possíveis conexões. A Rede Parteira (RP) de Bujarú tece uma potente rede de atenção na produção do cuidado às mulheres no pré parto, no parto e pós-parto, ampliando a rede oficial e, em alguns casos, se colocando como a única rede de cuidado existente. A RC, por sua vez, não reconhece a arte de partejar em sua singularidade e, por seu turno, também segue seu fluxo de ordenação da política de atenção à saúde da mulher. Vale ressaltar que o próprio plano de ação para a RC, no Estado do Pará, ainda não levou suas ações até àquele município, próximo (74km) à capital, Belém. Desse modo, as mulheres grávidas, particularmente aquelas cujos territórios de vida estão para além das fronteiras urbanas do município, encontram apoio e cuidado nas parteiras tradicionais, que têm histórico em “pegar criança”, cuidar e orientar várias gerações, e em alguns casos, até interferir, por meio de suas práticas, no povoamento de uma dada comunidade. Paradoxalmente, suas práticas têm caído em certo descrédito frente à medicina tecnológica que tornou o parto uma questão de ordem médica e se apropriou do corpo feminino, além de todo um discurso que as nomeiam como bruxas, feiticeiras, matintas, “macumbeiras” e outros adjetivos pejorativos, discriminatórios e de tentativa de criar invisibilidade de suas práticas e até de suas existências, e com os quais têm que enfrentar cotidianamente. Há um combate por meio de práticas contra hegemônicas e auto afirmadoras da RP, pois além de parteiras, estas possuem outros fazeres que as tornam uma multidão em si, e que cuidam não apenas das mulheres grávidas, mas também de toda a comunidade, por meio de rezas e mezinhas, cantigas e rodas, e de suas participações em cooperativas de produção agro familiar e sindicato de agricultores e grupos de mulheres. Portanto, o desafio passa por esses enfrentamentos, inclusive, de valoração do que é ser parteira tradicional, e como isso vai se produzindo. Assim, no percurso de elaboração do projeto e processo de construção do Observatório do Parto, as parteiras de Bujarú passaram a compor, de modo mais efetivo, sistematizado e auto gestionário o “Coletivo de Parteiras Tradicionais de Bujarú – Clara Trindade”, nome esse inspirado em uma das parteiras mais antigas naquela cidade e região, e que faleceu recentemente aos 82 anos de idade e cerca de 53 anos dedicados a arte de partejar. Foi nesse contexto que encontramos, na comunidade do Castanheiro, uma das mulheres que, já com o filho de 6 meses, continua sendo cuidada pela “parteira ridente” (parteira de riso revolucionário e conhecimento gaiato). Apesar de não ter tido parto natural como gostaria, diz que fez o pré-natal “lá e cá”, se referindo à rede instituía e RP, “pra não perder algum direito que eu tivesse”, completa ela. E segue: “mas se eu dependesse só deles, eu não tinha tido meu filho em boas condições por que aqui sempre puxei a barriga e me cuidei com ela, que me conhece desde criança também e não me deixou ficar nas mãos deles, por que ‘olha, cuidado pra não perder esse teu filho... é menino que eu sei, já te disse’. E não é que ela acertou!?” Esse entrelaçamento de Redes, a invasão da RP “engravidando” a RC, compõe o cenário da política de saúde da mulher naquele município, muito embora haja uma tentativa de invisibilidade de uma em relação à outra. As poucas ações voltadas às parteiras vêm na contra mão do que estas reivindicam e, quando muito, fala-se em distribuição de “kit-parteiras”, sem um canal de diálogo sobre o seu fazer. Atualmente vislumbra-se a implantação de uma casa de parto no município, provavelmente por conta das interferências da pesquisa RAC no território pesquisado, o que pode ser uma ação potencializadora de suas práticas, o reconhecimento de seus conhecimentos e da produção de cuidado efetivado pelas mãos das parteiras. No entanto, essas ações precisam vir acompanhada de uma efetiva participação das mesmas. O Observatório do parto e produção do cuidado em diferentes modalidades se constitui, junto com a RP e, dentro dessa, o coletivo de parteiras de Bujarú “Clara Trindade”, em mais um mecanismo de defesa ético política da vida. Trazem à luz o engajamento de parteiras tradicionais na arte de partejar e todo o conhecimento nela envolvido, cujo valor incalculável se coloca em disputa pela hegemonia de modos de produção do viver, com um certo saber que tem tornado o parto uma questão médica e o corpo da mulher estranho a ela própria.

3202 PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM SOBRE O SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO DE UMA HOSPITAL PÚBLICO DE REFERENCIA
Taina da Silva Lobato, Adriele Pantoja Cunha, irineia de oliveira bacelar Simplício, Tayana de Sousa Neves, Lidiane da Silva Evaristo

PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM SOBRE O SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO DE UMA HOSPITAL PÚBLICO DE REFERENCIA

Autores: Taina da Silva Lobato, Adriele Pantoja Cunha, irineia de oliveira bacelar Simplício, Tayana de Sousa Neves, Lidiane da Silva Evaristo

Apresentação: Em vista da crescente incidência de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, houve-se a necessidade de criação do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, um órgão constituído por profissionais da saúde que têm como função proteger os trabalhadores de agravos relacionados a saúde  dentro das empresas, através de medidas de prevenção sobre os riscos ocupacionais, com intuito de minimizar a ocorrência dos acidentes de trabalho evitando assim, problemas ou prejuízos tanto para o funcionário quanto para a empresa. Baseado na relevância do tema, o presente estudo tem como objetivo descrever o processo de Ensino e Aprendizagem sobre o SESMT de um hospital de referencia do Oeste do Pará. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, com abordagem qualitativa, desenvolvido por discente e docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará-Campus XII, realizado no SESMT de um hospital público de referência, localizado na cidade de Santarém/PA. Para obtenção das informações, utilizou-se da observação sistemática e dirigida. Resultados: A visita ao SESMT nos possibilitou conhecer o local, dimensionamento de pessoal e descrição das atividades desenvolvidas com foco na prevenção e com base na identificação dos riscos ocupacionais. A partir do mapa de riscos são elaborado as estratégia de controle e prevenção de acidentes, envolvendo equipes multidisciplinar na execução de estratégias que fazem o link com a política de gestão de pessoas, e consequentemente fortalece a busca ativa dos riscos e a educação continuada. Além disso, procuram conhecer os riscos que os trabalhadores deste hospital estão expostos, realizam a cobertura vacinal de cada funcionário, convocam os colaboradores para realizar o diálogo de segurança em serviço e realização de exames que são divididos em três tipos, os quais são: admissional, periódico e demissional e através das estratégias supracitadas são estabelecidos metas anuais que devem ser atingidas e que servem também para verificar os indicadores e taxas de acidentes de trabalho; acidentes de trajeto extra-muro; trabalhadores afastados por auxílio doença; colaboradores treinados; quantidade de profissionais afastados pelo INSS e licença maternidade. Conclusão: O presente estudo foi de grande contribuição, pois nos trouxe um amplo conhecimento sobre o SESMT, seus objetivos e atribuições. No entanto, observa-se o pouco conhecimento dos profissionais acerca deste serviço, por isso se faz necessário á realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais a fim de minimizar os possíveis riscos a sua saúde, assim como proporcionar promoção da saúde e proteção da integridade do trabalhador.

682 POLÍTICAS PÚBLICAS E A REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE
Luiza Maria Plentz

POLÍTICAS PÚBLICAS E A REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE

Autores: Luiza Maria Plentz

A pesquisa propõe-se a analisar a Política de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência no município de Porto Alegre, tomando como base a literatura sobre análise de políticas públicas. A partir da descrição, dimensionamento e identificação do contexto no qual a política se insere, o estudo busca traçar um breve histórico sobre o desenvolvimento das ações voltadas à saúde da população em questão, analisando processos decisórios envolvidos na política, influências de atores externos, legislações e grupos políticos, mapeando as instituições, os interesses, os atores e coletivos envolvidos e seus antagonismos. Esse estudo é caracterizado como uma pesquisa explicativa de caráter qualitativo, que por meio do método de estudo de caso combina dados primários - entrevistas semiestruturada com informantes-chave, observação participante e análise de documentos originais - e dados secundários, para estruturação do referencial teórico e bibliográfico. Análises preliminares permitem observar que os maiores avanços dessa política na Secretaria Municipal de Saúde foram em questões imateriais, técnicas e práticas (elaboração e implementação de fluxos assistenciais e de normativas, ações de educação, espaços de participação social, etc.), enquanto projetos ligados a questões estruturais e financeiras tem sido menos fomentados (reformas, chamamentos públicos e habilitação de novos serviços). Esse processo é ainda agravado pela burocratização, colocando a falta de estrutura de serviços como um dos principais nós críticos para a implementação da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito municipal. Reconhecer um maior desenvolvimento de ações de ordem subjetiva, em comparação a outros feitos, é um processo que também foi identificado pelo Ministério da Saúde no âmbito nacional da Política. Porém, em literatura publicada pelo próprio ministério no ano de 2014, acerca do Diálogo (bio)político sobre alguns desafios da construção da Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência do SUS, coloca-se que “meios imateriais seriam da ordem do acolhimento, da implicação e do engajamento dos profissionais da área”, considerando que essas seriam soluções construídas de modo coletivo.

3952 RELATO DE EXPERIÊNCIA: DO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA ESTRATÉGIA AMAMENTA E ALIMENTA BRASIL À CERTIFICAÇÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE MANAUS DE 2013 - 2018
Mara Nogueira Varela, Ivone Amazonas Marques Abolnik, Ana Cristina Dias da Cruz

RELATO DE EXPERIÊNCIA: DO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA ESTRATÉGIA AMAMENTA E ALIMENTA BRASIL À CERTIFICAÇÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE MANAUS DE 2013 - 2018

Autores: Mara Nogueira Varela, Ivone Amazonas Marques Abolnik, Ana Cristina Dias da Cruz

A gestão das ações de saúde em Manaus, além da sede central, está divida em 5 Distritos de Saúde: Norte, Sul, Leste, Oeste e Rural. Os cinco Distritos possuem sede e gestão distrital, e são responsáveis pelas Unidades de Saúde - US localizadas em seu território adstrito, visando atender a população usuária do Sistema Único de Saúde – SUS do município, que atualmente possui 2.130.264 habitantes, conforme estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 2017. Como forma de melhorar a qualidade de vida das famílias usuárias do SUS, principalmente a população infantil, a gestão municipal de saúde desde o ano de 2013 vem desenvolvendo ações de implantação, avaliação e monitoramento da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil – EAAB, a qual visa qualificar as ações de promoção do aleitamento materno – AM e da alimentação complementar saudável - ACS para crianças menores de dois anos de idade; e aprimorar as competências e habilidades dos profissionais de saúde para a promoção do AM e da ACS como atividade de rotina nas US. Todo processo para efetivação das ações da EAAB está embasado nas determinações e preceitos do Ministério da Saúde (MS). O processo de implantação inicia-se com as definições do planejamento para a sua realização, que ocorre, inicialmente, por meio de oficinas de capacitação de toda equipe de saúde de uma Unidade. Posteriormente, dá-se início ao monitoramento e avaliação das ações, as quais devem seguir os critérios estabelecidos pelo MS, que ocorre por meio de reuniões sistemáticas com os tutores devidamente capacitados, onde são apresentados os resultados dos Planos de Ação elaborados pelas equipes de saúde, as dificuldades enfrentadas e as sugestões de superação, durante todo o processo. Portanto, o papel dos tutores e da equipe é de suma importância para a implementação da Estratégia e certificação da US, sendo esta última a garantia da qualidade nos serviços de saúde. O município de Manaus atualmente possui aproximadamente 21 tutores atuando nos cinco Distritos de Saúde. Depois de constatar que a US cumpriu todos os critérios, é iniciado o processo de certificação, onde são apresentados vários documentos devidamente preenchidos, como também fotos, relatórios e folhas de frequência das ações pactuadas e realizadas para serem enviados ao MS, através do formulário do FORMSUS. Atualmente Manaus encontrasse com 20 US certificadas. Neste ano de 2018 está previsto mais 22. Foram realizadas 34 oficinas de trabalho, envolvendo aproximadamente 930 profissionais de saúde. Dentre as ações pactuadas pelas equipes de saúde, destaca-se o fortalecimento às ações de promoção e apoio ao AM e à ACSno acolhimento, nas consultas e grupos, como também, a intensificação às visitas na Primeira Semana de Saúde Integral do Binômio mãe/bebê. Como resultado, estima-se que a cada ano novas Unidades de Saúde sejam certificadas na EAAB. A gestão municipal tem apresentado grande interesse em ampliar o número de UBS com certificação, pois considera-se que é um dos instrumentos que vem contribuindo para a redução da mortalidade infantil no município. 

3185 RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A BIOSEGURANÇA NO SETOR DE QUIMIOTERAPIA: UM DESAFIO PARA A PROTEÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM
Taina da Silva Lobato, Adriele Pantoja Cunha, irineia de oliveira bacelar Simplício, Tayana de Sousa Neves, Lidiane da Silva Evaristo

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A BIOSEGURANÇA NO SETOR DE QUIMIOTERAPIA: UM DESAFIO PARA A PROTEÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM

Autores: Taina da Silva Lobato, Adriele Pantoja Cunha, irineia de oliveira bacelar Simplício, Tayana de Sousa Neves, Lidiane da Silva Evaristo

Apresentação: A quimioterapia é um setor que visa tratar pacientes com câncer e para isso emprega-se o uso de medicações antineoplásicas de maneira contínua ou intervalar. O trabalho realizado neste setor expõe a equipe de Enfermagem a diversos riscos dentre eles: Risco químico, físico, mecânico, biológico e os ergonômicos, advindos de diversas causas, dentre essas destacam-se: A inadequada manipulação do paciente, preparação e administração de substâncias quimioterápicas, exposição prolongada as partículas dos agentes químicos os quais propiciam que os indivíduos sejam suscetíveis a diversos problemas que podem surgir de forma imediata como: Vertigens, cefaleia, tonturas, vômitos, náuseas, irritação da garganta e olhos, alterações de mucosa e até mesmo reações alérgicas, ou de maneira tardia como: Alterações genéticas e no ciclo menstrual, ocorrência de aborto, malformações congênitas, infertilidade, perda de cabelo, genotoxicidade e até o aparecimento de tumores que vão depender do grau e do tempo que o trabalhador está exposto a esse risco.  Desta forma demanda da equipe de enfermagem cuidados redobrados, pois os mesmos além de realizarem atividades para que haja recuperação do paciente, necessitam estar atentos a sua própria saúde, por isso é imprescindível a biossegurança que consiste no conjunto de procedimentos destinado a prevenir, controlar, minimizar ou extinguir riscos existentes nos processos de trabalho que coloquem em risco a saúde e a vida humana do trabalhador. Sendo assim, é de extrema necessidade que haja capacitação inicial e continuada do profissional da saúde, utilização de equipamentos de proteção individual (EPI’s) em perfeitas condições, preparo e manuseio adequado das substâncias e a manipulação apropriada do paciente, assim consequentemente contribuindo para o controle e redução dos riscos de acidentes a esse trabalhador. Baseado na relevância do tema, o presente estudo tem como objetivo descrever as medidas de biossegurança utilizadas pela equipe de Enfermagem no setor de quimioterapia em um hospital público de referência do Oeste do Pará. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, com abordagem qualitativa, desenvolvido por discente e docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará-Campus XII, realizado no dia 01/09/2017 no setor de quimioterapia de um hospital público de referência, localizado na cidade de Santarém/PA. Para obtenção das informações utilizou-se da observação sistemática e dirigida, bem como o uso da Norma Regulamentadora (NR 32). Resultados e /ou impactos: A visita possibilitou uma interação ensino e serviço, conhecimento do dimensionamento de pessoal e riscos presentes no ambiente laboral, bem como a aplicação da NR 32, que constitui-se de informações acerca de procedimentos obrigatórios referentes a medicina e segurança no trabalho. Contudo, por tratar-se de um ambiente permeado de insalubridade o hospital disponibiliza para colaboradores os EPI’s.(máscara de carvão ativado com filtro, protetores auriculares, toca, óculos com proteção lateral, luvas e capotes impermeáveis), sendo obrigatório utilizar durante os procedimentos, os profissionais fazem exames de rotina e acompanhamento com a médica do trabalho semestralmente, é vedado uso de maquiagem e esmalte durante o período que está trabalhando, devido estes conterem chumbo em sua fórmula o que ocasiona o aumento da intensificação dos efeitos da ação dos antineoplásicos contribuindo assim, para ocorrência de problemas cutâneos, é distribuído para o setor manuais de procedimentos e administração segura desses agentes químicos, somente a enfermeira pode manipular medicações quimioterápicas que são divididas em medicações irritantes que quando extravasadas causam reações cutâneas menos intensas como dor e queimação sem necrose tecidual ou formação de vesículas, no entanto mesmo sem o seu extravasamento podem ocasionar dor e reação inflamatória no local da punção e ao longo da veia utilizada para aplicação, já as medicações vesicantes provocam irritação severa com formação de vesículas e destruição tecidual quando extravasados no local da sua administração. Além disso, descartam-se os EPI’s nos resíduos químicos quando há casos de extravasamento ou derramamento de medicações antineoplásicas e solicitam outros através da supervisora do SESMT que fiscaliza o uso e verifica as condições destes EPI’s. Deste modo, percebeu-se que os profissionais do setor da quimioterapia conhecem os principais riscos a que estão expostos sejam, químicos como o contato direto das drogas utilizadas na pele ou mucosa e inalação de partículas aerossolizadas, biológicos como acidentes com perfuro cortantes, riscos físicos como exposição aos ruídos dos exaustores e ergonômicos por meio da repetição de atividades. Em suma todos estes riscos podem ocasionar ao profissional, agravos à saúde com surgimento imediato ou tardio que podem variar de leve a grave. Muito embora existam todos estes riscos, observou-se que os profissionais utilizam algumas medidas preventivas como o uso de equipamentos de proteção individual (EPI’s) inclusive protetor auricular, cuidados acerca da administração de medicações e exercícios de alongamentos para alívio e relaxamento corporal. Considerações Finais: Este trabalho foi de grande contribuição acerca dos conhecimentos sobre os principais riscos e suas formas de prevenção no setor de quimioterapia. No entanto, apesar de estes profissionais terem conhecimento sobre os riscos a que estão expostos, ainda existem grandes desafios para a proteção e segurança desses trabalhadores como: O cansaço, desequilíbrio emocional, pouca adesão ao uso de EPI, falta de compromisso de alguns colaboradores, negligência em seguir as normas preconizadas pelo setor, inexperiência e dupla jornada de trabalho, técnica incorreta de preparação e administração de medicações e falta de cuidado com a postura durante a prática de atividades de rotina, contribuindo dessa maneira para um elevado índice de acidentes de trabalho. Por isso, há necessidade de conscientização dos profissionais da equipe de Enfermagem, conhecimento sobre as medicações mais utilizadas no setor, assim como o a ordem de infusão, o método, a via de administração e as reações adversas que podem causar no paciente e no profissional por meio da exposição e manipulação inadequada, aumento da vigilância acerca do protocolo  que é disponibilizado contendo as normas a serem seguidas e constante capacitação destes profissionais acerca das medidas de proteção neste setor, com intuito de proporcionar qualidade na assistência prestada aos pacientes, mas também segurança do profissional no trabalho.