46: Experiências em saúde em diferentes contextos I
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: FCA 01 Sala 03 - Araça-Boi    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
4512 CONSTRUÇÃO COLETIVA DO PROTOCOLO MUNICIPAL DE SÍFILIS DE CUIABÁ: GRUPOS FOCAIS COMO ESTRATÉGIA PARA REALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO SITUACIONAL
AUDREY MOURA MOTA GERONIMO, Liney Maria Araújo, Heloísa Maria Piero Cassiolato, Giordan Magno da Silva Gerônimo, Bruna Paesano Grellmann

CONSTRUÇÃO COLETIVA DO PROTOCOLO MUNICIPAL DE SÍFILIS DE CUIABÁ: GRUPOS FOCAIS COMO ESTRATÉGIA PARA REALIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

Autores: AUDREY MOURA MOTA GERONIMO, Liney Maria Araújo, Heloísa Maria Piero Cassiolato, Giordan Magno da Silva Gerônimo, Bruna Paesano Grellmann

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são causadas por mais de 30 agentes etiológicos, espécies de vírus, bactérias, fungos e protozoários, transmitidas de variadas formas, destacando por contato sexual e por via sanguínea, eventualmente. Dentre essas infecções, algumas possuem altas taxas de incidência e prevalência, com complicações graves em mulheres. Como afetam o indivíduo de uma forma holística, pode estar associada a sentimento de culpa, estigma, discriminação, além dos aspectos biológico, psicológico, social e cultural. Um dos caminhos encontrados pelo Governo Federal para se diminuir a incidência da epidemia de ISTs, em especial no que tange à transmissão vertical da sífilis e do HIV, dá-se no momento da assistência pré-natal disponibilizada à gestante. Pretende-se, por meio da oferta de testes rápidos, realizar o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, diminuindo drasticamente os índices nacionais. Devido situação epidêmica de sífilis no Brasil, o Protocolo Municipal de Sífilis de Cuiabá foi demanda da rede de saúde. Buscou-se resposta à necessidade de organizar a assistência e fluxo de atendimento, embasada na realidade local para direcionar conduta profissional. Tratou-se de pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa do tipo pesquisa-ação. A coleta de dados envolveu realização de grupo focal de caráter exploratório que estruturou diagnóstico da realidade. Participaram integrantes da rede municipal, estadual e federal. A análise dos dados seguiu Teoria Fundamentada. As ISTs são consideradas problema de saúde pública dada alta incidência. Causada pelo Treponella pallidum, bactéria gram-negativa do grupo das espiroquetas, de caráter sistêmico, curável e evolução crônica, exclusiva do ser humano, caracteriza-se pela presença de manifestações cutâneas temporárias. Sua contaminação se relaciona a comportamentos sexuais de risco, sem uso de preservativos e multiplicidade de parceiros. Como fatores que contribuem para ineficácia do diagnóstico precoce estão qualidade precária de assistência à saúde e locais de extrema pobreza. Para adequado diagnóstico devem ser utilizados teste treponêmico, associado a não treponêmico e para tratamento penicilina. Segundo dados somente do Serviço de Atendimento Especializado em ISTs, HIV/Aids e Hepatites virais de Cuiabá, partindo dos registros com diagnóstico reagente, só no 1º semestre de 2016, configura-se situação epidêmica, com aumento superior a 450% em relação a 2014-2015. De acordo com os debates realizados, consensuou-se que o fluxo realizado pelo SAE/Cuiabá e pelo Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) estava em consonância com o preconizado pelo Ministério da Saúde, conduzindo ao entendimento de que se tratava do manejo ideal que deveria ser adotado pelo município. Percebe-se a falta das etapas de seguimento e alta no manejo da sífilis, configurando uma falta de acompanhamento até o estabelecimento de título treponêmico adequado. Além disso, visando suprir a lacuna já identificada relacionada ao diagnóstico adequado da patologia na Rede SUS, procedeu-se a atualização de 21 (vinte e um) enfermeiros em Testagem Rápida e Aconselhamento. Após aprovação do protocolo, avaliou-se a experiência como imensamente satisfatória, visando oferta de atenção integral para todos os cidadãos. A experiência compartilhada com todos os profissionais que compraram a ideia de buscar uma atenção à saúde de qualidade foi imensamente satisfatória e enriquecedora. Em nenhum momento houve qualquer ato que representasse um posicionamento vertical, tendo os representantes da gestão municipal se mostrado veementemente engajados para sanar as lacunas existentes no manejo da sífilis em Cuiabá/MT. Demandas surgiram já na construção do diagnóstico, especialmente que reflete na sobrecarga do SAE/Cuiabá, como passar a ofertar a testagem rápida para sífilis e outras infecções nas unidades de ESF. Como resposta a essa questão, realizou-se a estruturação de atualização dos enfermeiros coordenadores dessas unidades e a mediação de uma logística que viabilizasse sua realização, a exemplo de local de armazenamento adequado, reposição dos testes nas unidades, estruturação do fluxo interno e empoderamento desses profissionais para introduzirem essa prática nos atendimentos junto às comunidades.  Além de essa ação tornar possível, a médio e longo prazo, proporcionar um desafogamento dos atendimentos no SAE/Cuiabá, será ofertado aos usuários, especialmente às gestantes, um meio de triagem diagnóstica mais eficaz que o laboratorial até então utilizado (Elisa), dada sua seletividade e eficiência características. Quanto à aplicação da penicilina na atenção primária, a etapa política iniciada para implementação do protocolo construído coletivamente, firmará o compromisso da gestão municipal frente a essa demanda. Espera-se que culmine na formalização através de uma portaria municipal, que respalde os enfermeiros tanto na sua administração, quanto, a exemplo do COREN-BA, na própria prescrição do medicamento com vista a um enfrentamento mais efetivo e incisivo da sífilis. A principal implicação para a Enfermagem foi reafirmar a necessidade de uma atuação baseada na autonomia e na responsabilidade para com os usuários atendidos. O empoderamento é um patamar que só é possível galgar embasado pelo conhecimento técnico-científico que habilite o profissional a agir com fundamentação e segurança. Além disso, é a vivência que fortalece sua bagagem teórica e o confronto com a prática que o lhe dá a expertise necessária para o manejo adequado da sífilis. Os desafios estão centrados em promover a implantação do protocolo e garantir a continuidade da atuação da Enfermagem junto ao paciente com sífilis. Capacitações periódicas que promovam sua atualização para o manejo da patologia são essenciais, como se mostraram as realizadas para testagem rápida. As dúvidas apresentadas eram básicas, que após supridas, proporcionaram uma mudança de olhar consistente, que pode ser visualizada nas buscas imediatas por um suporte técnico que oferecemos após as referidas atualizações. Muitos foram os entraves enfrentados, mas a superação apenas demonstrou que quando todos se envolvem por um ganho coletivo, tende-se ao sucesso. Muito há a ser combatido e as etapas relacionadas à implementação apenas começaram. Agora adentraremos nas esferas políticas, em que a negociação será a carta mestra e que a vontade política direcionará o sucesso, ou não, do que agora construímos para a população cuiabana.

1772 O ensino da consulta de enfermagem como instrumento fortalecedor da segurança perioperatória
Rosana Amora Ascari, Nathieli Aparecida Da Silva, Lucas Soares dos Santos, deborah cristina Santin, Fabiane Pertille, Adriana Gracietti Kuczmainski

O ensino da consulta de enfermagem como instrumento fortalecedor da segurança perioperatória

Autores: Rosana Amora Ascari, Nathieli Aparecida Da Silva, Lucas Soares dos Santos, deborah cristina Santin, Fabiane Pertille, Adriana Gracietti Kuczmainski

Introdução: Apesar das constantes inovações tecnológicas que envolvem os procedimentos cirúrgicos, a cirurgia em si, continua sendo um momento delicado para o paciente e família, permeado por medo, ansiedade e outros sentimentos negativos que podem influenciar fortemente sua percepção sobre a qualidade do atendimento hospitalar. No contexto cirúrgico, muitas mudanças permeiam o cotidiano do indivíduo/família, tais como as rotinas do próprio serviço de saúde, as alterações de higiene e alimentação decorrente das limitações pré e pós-cirúrgicas, além da vulnerabilidade transoperatória, o que pode gerar níveis consideráveis de ansiedade. Diferentes fatores contribuem para a ansiedade no ambiente hospitalar, sejam elas concretas ou imaginárias, que pode impactar o indivíduo de modo diversificado, particularmente quando ele cria fantasias diante da espera de uma intervenção cirúrgica, podendo interferir no curso do procedimento e na sua recuperação, uma vez que seu estado emocional repercute na sua condição física geral, podendo levar ao desenvolvimento de outros agravos e interferir no tempo de internação. O período que antecede a cirurgia é o período em que o paciente se encontra mais vulnerável ao desequilíbrio emocional. A falta de orientação quanto à cirurgia e à ausência de apoio, por parte da equipe de saúde, são obstáculos para um relacionamento terapêutico adequado. A presença de informações sobre a cirurgia, ao contrário, contribui para a redução dos níveis de ansiedade e fortalecem a participação ativa do paciente e família durante a hospitalização. Neste processo, uma das atuações mais marcantes da enfermagem se caracteriza pela consulta de enfermagem no período pré-operatório, denominada visita pré-operatória de enfermagem (VPOE), que além de auxiliar a amenizar as dúvidas e ansiedade do paciente/família, também é um momento utilizado para a realização do Preparo de Instrução Pré-Operatória (PIPO), ou seja, orientações específicas de cuidados a serem realizados antes e após a cirurgia para minimizar complicações pós-operatórias e até mesmo evitar o cancelamento cirúrgico. Considerando as premissas legais da profissão que orientam a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), a Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP) é uma forma de qualificar a assistência de enfermagem dispensada ao paciente cirúrgico.  Como forma de operacionalizar a SAEP, lança-se mão da consulta de enfermagem como instrumento que objetiva uma assistência integral e individualizada, focada nas necessidades de saúde do paciente. Por meio da consulta de enfermagem, evidencia-se a oferta do cuidado individualizado ao paciente como uma ação indispensável à segurança do paciente, com o preparo de instrução pré-operatória (PIPO), uma forma de esclarecer o paciente/família sobre a intervenção anestésico-cirúrgica e prepará-los para tal procedimento. Nesse sentido, o enfermeiro é o profissional que tem a responsabilidade legal e moral de fazê-lo, de forma clara e compreensiva, além do dever de manter registro da assistência prestada. Objetivo: Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência acerca da realização de consulta de enfermagem no pré-operatório como forma de fortalecer a cultura de segurança do paciente cirúrgico num serviço hospitalar público no oeste catarinense. Método: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por discentes e docentes integrantes do programa de extensão "Cultura de Segurança do Paciente com foco no Perioperatório" do curso de enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), campus Udesc Oeste, no segundo semestre de 2017. Tal programa tem por objetivo fomentar a cultura de segurança do paciente no período perioperatório em um hospital público do oeste de Santa Catarina. O serviço de saúde em questão caracteriza-se como referência hospitalar para 118 municípios do estado de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, com diferentes serviços especializados ofertados na área cirúrgica. A referida instituição hospitalar conta com sete salas cirúrgicas, contempla diversas especialidades médicas e realiza mais de 1.500 cirurgias/mês. Resultados: Neste contexto, foram realizadas consultas de enfermagem pré-operatórias em duas unidades de internação: Clínica Cirúrgica Traumato-ortopédica e Neurologia, durante os meses de outubro e novembro/2017, para diversos pacientes eletivos institucionalizados nestes setores.  As consultas de enfermagem pré-operatórias foram realizadas durante as atividades teórico-práticas da disciplina de Enfermagem no Cuidado Perioperatório do curso graduação em enfermagem da Udesc, orientadas por um portfólio desenvolvido para este fim intitulado: Instrumento Norteador para o Preparo de Instrução Pré-Operatória. Durante as consultas de enfermagem, também foi preenchido o checklist assistencial, outro instrumento desenvolvido pela equipe extensionista para sistematizar e registrar as informações referentes à assistência de enfermagem perioperatória. No que diz respeito a segurança do paciente no contexto perioperatório, a adoção de instrumentos que favoreçam a prática segura, objetivam a integralidade da atenção. No que se refere à consulta de enfermagem pré-operatória, além da realização do PIPO, o enfermeiro vislumbra a identificação de problemas e potencialidades de saúde do paciente, a fim de elencar os diagnósticos de enfermagem para balizar o planejamento da assistência, orientar e implementar ações especificas de acordo com as necessidades individuais de saúde. Para subsidiar a consulta de enfermagem pré-operatória, lançou-se mão de um Portfólio - Instrumento Norteador para o Preparo de Instrução Pré-Operatória, o qual contempla: a) descrição de cirurgia e as fases perioperatória, estrutura do centro cirúrgico e sala de recuperação pós-anestésica; b) Explanação sobre as rotinas da unidade de internação (estrutura física, horários de medicação, alimentação, higiene e visitas por familiares); c) Orientação Pré-operatória, abordando a preparação corporal (jejum, higiene corporal, retirada de próteses e adornos, punção venosa, medicação pré-anestésica, tricotomia e uso de roupa própria do centro cirúrgico, entre outros); d) Centro Cirúrgico, apresentando através de imagens, a área de recepção e encaminhamentos vivenciados no CC, bem como o ambiente das salas cirúrgicas (equipamentos, equipe multiprofissional, paramentação cirúrgica); e) Pós-operatório, incluindo possíveis sinais e sintomas esperados no âmbito da Sala de Recuperação Pós Anestésica (SRPA), horários de visitas e encaminhamentos pós SRPA; f) Em seguida incluiu-se uma seção de apresentação de dispositivos em que se pode fazer uso no pós-operatório (drenos, sondas, infusões, curativos, fixadores, etc.); g) E para finalização, o instrumento conduz ao momento de ensino, supervisão e treinamento dos exercícios para o pós-operatório. Considerações finais: A consulta de enfermagem no pré-operatório apresenta-se como uma ferramenta tecnológica do cuidado no âmbito da SAEP ao subsidiar o enfermeiro na realização de uma assistência qualificada, com vistas à melhoria de resultados e satisfação do paciente frente ao processo cirúrgico e hospitalização. O cuidado ao indivíduo frente à experiência cirúrgica deve ocorrer de forma segura, participativa e individualizada, sendo a enfermagem responsável por boa parte desse processo.  A realização de consulta de enfermagem pré-operatória implica em ganho terapêutico, melhora da resposta fisiológica do paciente, ganho de qualidade na assistência, promove a segurança no ambiente hospitalar e ainda, a valorização do trabalho do enfermeiro. Salienta-se aqui, que o ensino da consulta de enfermagem perioperatória em campo, possibilitou a reflexão acadêmica sobre a prática profissional do enfermeiro no perioperatório, com a finalidade de construir, de modo participativo, uma proposta que se adequasse aos requisitos técnicos, científicos e ético-legais do trabalho do enfermeiro, com as necessidades, demandas e condições do serviço para a realização no campo prático, a qual foi mediada por um Portfólio. Associar ao processo formativo a prática da realização de consultas de enfermagem configura-se como uma potencialidade para a prática do cuidado seguro e visibilidade profissional.

5316 Estímulo cognitivo em residentes de uma instituição de longa permanência para idosos
João Lucas Moraes Souza, Heloize de Souza Machado, Manuela Almeida Seidel, Bárbara Vieira Aleixo dos Santos, Luenne Chaves de Oliveira, Daiane de Souza Fernandes

Estímulo cognitivo em residentes de uma instituição de longa permanência para idosos

Autores: João Lucas Moraes Souza, Heloize de Souza Machado, Manuela Almeida Seidel, Bárbara Vieira Aleixo dos Santos, Luenne Chaves de Oliveira, Daiane de Souza Fernandes

Apresentação: O processo de envelhecimento caracteriza-se pela diminuição da reserva funcional dos indivíduos, decurso natural, chamado de senescência, e que em condições normais não costuma provocar qualquer problema. No entanto, a perda da autonomia e independência ao longo dos anos, pode representar um obstáculo no autocuidado. Diante disso, há necessidade de um auxílio de um cuidador, seja ele familiar ou não, assalariado ou não. Dessa forma, uma Instituição de Longa Permanência Para Idosos (ILPI), passa a ser uma opção para familiares que não tem como proporcionar um cuidado integral a esse idoso, por conta de sua rotina no trabalho e necessidades do dia-dia, dessa forma os mesmos poderiam estar garantindo uma melhoria na qualidade de vida dessas pessoas. Segundo a Anvisa, ILPIs são instituições governamentais ou não-governamentais, de caráter residencial, destinadas a domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania. Segundo a RDC - Resolução da diretoria colegiada 283/2005, as instituições de longa permanência para idosos devem promover aos seus residentes: a garantia da identidade e a privacidade da pessoa idosa, assegurando um ambiente de respeito e dignidade. Assim como, promover a participação da família na atenção e no cuidado com a pessoa idosa residente. O aparato familiar, nesta fase, é essencial ao idoso, visto que, uma vez que esta pode tomar decisões no que se refere às necessidades físicas, psíquicas e sociais de seus idosos. Deve-se também, desenvolver ações que estimulem a pessoa idosa à manutenção de sua autonomia e independência. Por esse motivo, acadêmicos do terceiro semestre de Enfermagem da Universidade Federal do Pará, realizaram uma atividade em uma ILPI, com o intuito de estimular o desenvolvimento neuropsicomotor dos idosos residentes, além de incentivar a interação entre eles, dessa forma através da atividade pode-se proporcionar aos idosos, atenção integral e holística. Desenvolvimento do trabalho: A atividade foi desenvolvida no mês novembro do ano 2017, em uma ação educativa realizada por acadêmicos do 3º semestre do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Pará, em uma Instituição de longa permanência para idosos localizada na região metropolitana de Belém. O objetivo da atividade foi estimulação neuropsicomotora, e para a realização foram utilizadas caixas que continham objetos que possivelmente os trariam alguma recordação através dos sentidos: visão, olfato ou tato. Na caixa de estimulação olfativa poderiam ser descobertos temperos, ervas e alimentos que se encontravam embaladas de forma que somente seu aroma pudesse ser sentido e assim, reconhecido. Na qual estavam os objetos de estimulação tátil, encontravam-se itens com diferentes texturas, com os quais em algum momento da vida eles provavelmente teriam tido contato e deveriam reconhecer, como: areia, algodão, cordas, esponja isopor e meias. Por fim na caixa de estimulação visual, foram dispostos brinquedos, acessórios e objetos de uso diário, como: carrinhos, bonecas, maquiagem, óculos, relógio e caneca, aos quais eles deveriam olhar e dizer o que era, a sua função ou algo que aquilo lhe recordasse. Em um primeiro momento, os discentes deslocaram-se de quarto em quarto com o intuito de convidar os idosos a participar da atividade, encontrando pouca resistência por parte dos mesmos e auxiliando aqueles que necessitavam de ajuda para locomover-se, no momento em que todos encontravam-se reunidos foi servido um lanche da tarde e após os mesmos terminarem a refeição, foi explicado como a atividade se desenvolveria. Quando iniciada, os discentes dividiram-se com as caixas e objetos e foram passando com as mesmas entre os idosos para que todos pudessem participar e de forma que nenhum deixasse de receber as 3 estimulações. Para encerrar a atividade, foram recolhidas as caixas, explicados os fundamentos nos quais a atividade foi baseada e a sua importância, de forma acessível e que fosse facilmente compreendida, assim como agradecida a participação de todos que se propuseram a estar lá e participar. Os idosos que após a atividade desejaram voltar a seus quartos, foram levados pelos discentes. Resultados e/ou impactos: O resultado da ação foi avaliado como positivo pelos aplicadores, uma vez que o objetivo de estimular os sentidos e relacioná-los a uma lembrança dos idosos foi alcançado com sucesso. Durante a dinâmica foi possível observar a interação e participação do público alvo, os mesmos mostraram-se muito empolgados ao relatar histórias e memórias remetidas pelos objetos, como por exemplo: um momento da sua infância, uma brincadeira, o tempo em que trabalhavam na roça, uma comida ou um tempero que costumavam comer e/ou fazer, um momento de lazer na praia com a família, entre outros. Notou-se também que os idosos praticantes de alguma atividade como leitura ou uso de instrumentos musicais, apresentaram-se mais aptos para relatar suas experiências. Sugerindo que suas atividades cognitivas, aparentemente mais desenvolvidas, podem possuir uma estreita ligação com os estímulos diários aos quais eles mesmos se submetem. Assim, observou-se um quantitativo de resultados satisfatórios. Além de ter sido proporcionado o surgimento, ainda que efêmero, de um ambiente construtivo onde houve uma troca de experiências e emoções. Percebe-se que inserir esses exercícios e estímulos na rotina das pessoas em declínio cognitivo enriquece tanto a saúde de quem recebe a assistência, quanto o trabalho de quem à oferece. Estimular a mente do idoso significa melhorar o seu futuro, em relação a todos os âmbitos que o cercam. A autoestima é melhorada, o ânimo ressurge, o orgulho em se sentir mais vivo é aparente, além de proporcioná-los um estímulo a sua independência e autonomia, importante fator para caracterizar um envelhecimento saudável. Considerações finais: Fica claro, portanto, que a atividade realizada com o objetivo de estimular a exploração dos sentidos nos idosos foi capaz de promover uma variedade de emoções, sentimentos, memórias que puderam ser reproduzidas através de olhares, feições, relatos e gestos, permitindo uma aproximação dos acadêmicos com os participantes e promovendo estímulos cognitivos. Desta forma, nota-se a grande importância da incorporação de exercícios mentais na rotina do idoso, que incitem memórias, linguagem, visão, percepção, sensibilidade ajudando-os a preservar sua autonomia, com facilidade para tomar suas próprias decisões e independência tendendo a realizar suas tarefas como higiene, alimentação, limpeza do ambiente, sem auxílio. Ambos os substantivos ajudando na promoção de lazer, facilitando o envelhecimento saudável.

802 Importância do vínculo no cuidado a uma mãe, pai e duas filhas com diagnóstico de sífilis adquirida, gestacional e congênita: relato de experiência
Mariana Dresch de Oliveira, Letícia Pereira de Barros, Alzira Messias Pedro, Grazielli Rocha de Rezende Romera, Margarete Knoch

Importância do vínculo no cuidado a uma mãe, pai e duas filhas com diagnóstico de sífilis adquirida, gestacional e congênita: relato de experiência

Autores: Mariana Dresch de Oliveira, Letícia Pereira de Barros, Alzira Messias Pedro, Grazielli Rocha de Rezende Romera, Margarete Knoch

INTRODUÇÃO: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível, que persiste como um grave problema de saúde pública. Apesar de ter protocolos de diagnósticos e tratamento estabelecidos, o seu controle ainda permanece um desafio para os profissionais que atuam na atenção básica. OBJETIVO: Descrever as estratégias para criação de um vínculo com a família, visando o bem-estar e o tratamento completo da sífilis. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Experiência realizada por duas acadêmicas do Curso de Enfermagem da UFMS com apoio da enfermeira da equipe da Estratégia de Saúde da Família e das professoras, em 2017.  O trabalho foi desenvolvido com um jovem casal com duas filhas (2 anos e 2 meses) com histórico de sífilis desde a primeira gestação. O pré-natal foi incompleto e as informações sobre os tratamentos realizados eram desconhecidas. Através de consultas ao prontuário, ficha perinatal e entrevista com a mãe, foi possível coletar dados da família e elaborar uma intervenção interdisciplinar, baseada na aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). O primeiro contato com a família foi realizado através de visita domiciliar acompanhada pela agente comunitária de saúde responsável pela região, e com isso as orientações à família sobre procedimentos necessários para diagnóstico foram facilitadas. A família não estava incluída no Programa Bolsa Família, apesar de apresentarem as condicionalidades do Programa. A explicação foi que "nunca foram atrás de recursos para melhoria da renda". Frente a esta realidade, uma das intervenções foi estimular a procura do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), para fazer o cadastro necessário para ser incluída no Programa Bolsa Família. A Educação em Saúde foi realizada em forma de um diálogo com exposição de figuras sobre a doença e a importância da realização dos exames de VDRL, para obtenção da titulação de todos os membros da família, e se necessário a realização do tratamento completo. Com as crianças foram realizadas atividades lúdicas visando apoiar de forma integral a dinâmica familiar. Além disso, a equipe de saúde foi envolvida no atendimento, enfatizando a importância da corresponsabilidade da família, equipe da unidade, acadêmicos e professores. RESULTADOS E IMPACTOS: Verificamos que o vínculo com a família é fundamental para a adesão às medidas diagnósticas e tratamento. Percebemos que para a aplicalção da SAE, a atenção integral à família e o diálogo com a equipe, favorecem a criação e o estabelecimento do vínculo. Nesta experiência, aprendemos que a atenção às pessoas com sífilis pode ser melhorada com a abordagem familiar. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O trabalho teve êxito para atualização da situação sorológica da família e continuidade do tratamento, além de demonstrar a importância no uso de estratégias para criação de vínculo.

822 GERENCIAMENTO DE RISCO: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A CONSTRUÇÃO DE UM INSTRUMENTO EDUCATIVO
Adriele França, Bárbara Santos, Akyson Merca, Yanka Fontel, Edna Vieira, Rayssa Maués

GERENCIAMENTO DE RISCO: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A CONSTRUÇÃO DE UM INSTRUMENTO EDUCATIVO

Autores: Adriele França, Bárbara Santos, Akyson Merca, Yanka Fontel, Edna Vieira, Rayssa Maués

Apresentação: O Gerenciamento de risco é a aplicação sistemática de políticas de gestão, procedimentos, condutas e ações, para análise, avaliação, controle e monitoramento de riscos e eventos adversos, de forma sistemática e contínua, que afetam a segurança, a saúde do paciente e, consequentemente, a imagem institucional. No Brasil, as discussões sobre a temática foram iniciadas em 2002 com a criação da Rede Brasileira de Hospitais Sentinela pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que possui participação voluntária e tem como finalidade notificar eventos adversos e queixas técnicas referentes à tecnovigilância, farmacovigilância e hemovigilância. A tecnovigilância é responsável por garantir que os produtos hospitalares: I. tenham o desempenho atribuído pelo fabricante; II. executem suas funções conforme especificadas pelo fabricante; III. Sejam projetados, fabricados e embalados de forma que suas características e desempenho, segundo sua utilização prevista, não sejam alterados durante o armazenamento e transporte, considerando as instruções e dados fornecidos pelo fabricante; IV. A embalagem ou rotulagem deve permitir que se distingam claramente e à simples vista, os produtos idênticos ou similares em suas formas de apresentação, estéril e não estéril. A hemovigilância é um conjunto de procedimentos que abrange todo o ciclo do sangue, com o objetivo de obter e disponibilizar informações sobre os eventos adversos ocorridos nas suas diferentes etapas, melhorar a qualidade dos processos e produtos e aumentar a segurança do doador e receptor. Entende-se por ciclo do sangue o processo que engloba todos os procedimentos técnicos referentes às etapas de captação, seleção e qualificação do doador; do processamento, armazenamento, transporte e distribuição dos hemocomponentes; dos procedimentos pré-transfusionais e do ato transfusional. A Farmacovigilância, é definida como um conjunto de atividades e intervenções destinadas a identificar, caracterizar, prevenir ou minimizar os riscos relacionados ao uso dos medicamentos, incluindo a avaliação da efetividade dessas atividades; assegurando que os benefícios de um medicamento sejam superiores aos riscos por ele oferecidos aos indivíduos. Com base na experiência da Rede, foi lançado em 2013, o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), instituído através da Portaria nº 529/13, do Ministério da Saúde e a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 36/2013, que institui ações para a segurança do paciente nos serviços de saúde. Para obter parâmetros sobre o funcionamento da Rede Sentinela nas unidades hospitalares, bem como centrar atenção em alguma das vigilâncias (tecnovigilância, hemovigilância e farmacovigilância), foi necessário desenvolver meios que facilitassem a obtenção destas informações, para realizar um planejamento de forma precisa. Desenvolveu-se então o Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária (NOTIVISA), um sistema online, que dá acesso a qualquer pessoa para que realizem notificações com bases nas vigilâncias citadas. Mesmo visualizando a importância e a necessidade de realização de notificações de risco, com base nas três vigilâncias existentes, para garantir segurança ao paciente e ao profissional, muitos não o fazem, ou quando notificam realizam de forma incorreta. No caso dos profissionais de saúde, uma das barreiras identificadas para notificação é a falta de conhecimento sobre o que deve ser notificado. Observa-se que muitos fatores contribuem para este problema como: falta de tempo devido à complexidade do processo de notificação, o esquecimento, medo de ações disciplinares por parte dos gestores e a falta de consciência sobre a utilização do sistema de informação para notificações. Na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará foi observado que além dos problemas já citados soma-se o pouco conhecimento sobre o que é um evento adverso, incidente, e uma queixa técnica. A necessidade em desenvolver este tema, surgiu com base no conhecimento limitado dos enfermeiros da instituição, quanto a definição de notificação, o que deve ser notificado, bem como sua importância. E, para facilitar a transmissão dessas informações, desenvolveu-se um instrumento objetivo e claro sobre o assunto. Objetivo: Oferecer suporte teórico à Assessoria de Gerenciamento de Risco da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, através de conceitos fundamentais relacionados ao gerenciamento de risco: notificação, incidente, eventos adversos, queixa técnica, para elaboração de folder direcionado aos profissionais da instituição afim de esclarecer o processo de notificação. Descrição da experiência: O plano de ação proposto foi realizado em duas fases: na primeira fase foi feito um levantamento dos conceitos de gerenciamento de risco, evento adverso e incidente como forma de fornecer os subsídios necessários para compreensão do tema. Na segunda fase foi utilizada uma tecnologia educativa, por meio da ferramenta de comunicação denominada folder, onde foram descritas de forma didática e com linguagem clara informações que contemplem os termos já mencionados e também o que deve ser notificado ao setor de gerenciamento de risco da instituição. A idealização do folder surgiu devido ao relato do responsável pelo gerenciamento de risco sobre uma série de equívocos, por parte dos notificantes, tanto pela omissão em notificar, quanto pela notificação indevida. A partir desses fatos, observou- se que a maior parte dessa falha se deve à falta de informações acerca das razões básicas de notificar acontecimentos fora dos padrões de normalidade e do que exatamente constaria neste padrão. É notória, também, a escassez de conhecimentos acerca dos benefícios e melhorias alcançados (as) a partir dessa notificação, desde a qualidade do serviço da equipe à segurança do (a) paciente, por isso, chegou-se à conclusão de que o passo inicial para melhorar a quantidade/ qualidade das notificações, seria uma tecnologia educativa simples e de fácil entendimento. Resultados : A criação de um folder autoexplicativo sobre conceitos fundamentais do gerenciamento de risco e notificações destinada à equipe técnica da instituição foi elaborada por acadêmicos de enfermagem do 5º período do curso de enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA), no formato de textos sucintos que contenham direcionamento claro como os comandos “sim” e “não” além de conter tópicos em sequência lógica que facilitem o cadenciamento de ideias e, consequentemente, o entendimento e fixação das informações transmitidas. Foi confeccionada em folha A4 em formato de configuração paisagem. Os textos foram escritos utilizando-se a fonte Times New Roman de tamanho 12, observando as seguintes premissas: linguagem sucinta e adequação ao nível técnico e intelectual do público-alvo. O local de aplicação foi na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPa), no  mês de agosto de 2017. Considerações finais: Percebe-se que unidades de uma mesma instituição possuem problemas de integração evidentes, que podem acarretar em déficit no desempenho esperado para os serviços. Diante desta constatação torna-se extremamente importante a criação de estratégias que ofereçam informações necessárias à participação dos profissionais no gerenciamento de risco . O uso do folder foi uma das estratégias pensadas por possibilitar informações objetivas.A vasta pesquisa realizada nos fez perceber a amplitude de ação do gerenciamento de risco e a importância de suas ações. O que salientamos, é existência de várias consequências negativas geradas pelas ações equivocadas devido ao desconhecimento da importância das notificações. Com a busca de referencial teórico, relacionada ao diagnóstico realizado no serviço, captamos a responsabilidade do gestor em integrar setores e colaboradores da instituição, para promover a atuação efetiva e consequentemente o alcance dos resultados almejados.

978 A utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação para produção do cuidado em enfermagem, voltada à saúde do idoso – Projeto para Intervenção.
ALINE DA ROCHA MELO, Bárbara Conceição Vilas Bôas Marques Britto, Fabíola Mesquita Mangabeira Grassi, Eliane Maria de Souza, Karena Maria Cruz Dultra, Vanessa Santos Estrela

A utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação para produção do cuidado em enfermagem, voltada à saúde do idoso – Projeto para Intervenção.

Autores: ALINE DA ROCHA MELO, Bárbara Conceição Vilas Bôas Marques Britto, Fabíola Mesquita Mangabeira Grassi, Eliane Maria de Souza, Karena Maria Cruz Dultra, Vanessa Santos Estrela

O crescimento contínuo dos gastos em saúde, a produção cada vez maior de novas tecnologias e as mudanças no perfil epidemiológico das populações ocorridas nas duas últimas décadas, tem levado a necessidades diversifica­das de atenção. Dessa forma, se faz social e politicamente necessário desen­volver mecanismos de articulação entre os setores envolvidos na produção, incorporação e na utilização de tecnologias nos sistemas de saúde. A Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PNCTIS) é parte integrante da Política Nacional de Saúde, formulada no âmbito do Sistema Único de Saúde. O objetivo maior dessa Política é contribuir para que o desenvolvimento nacional se faça de modo sustentável, e com apoio na produção de conhecimentos técnicos e científicos ajustados às necessidades econômicas, sociais, culturais e políticas do País. As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são tecnologias que têm o computador e a internet como instrumentos principais e devem ser avaliadas como ferramentas de otimização de processos, por exemplo, do cuidado em saúde, da educação permanente e do desenvolvimento de pesquisa. São exemplos de TICs os computadores pessoais, telefones celulares, a internet, o correio eletrônico, os suportes de armazenamentos de dados, a TV digital e as diversas tecnologias digitais de acesso remoto e de captura e tratamento de dados, sejam eles textos, imagens ou som. Nesse sentido, a utilização de sistemas interoperáveis e de recursos de compartilhamento nacional de dados como o Registro Eletrônico de Saúde (RES) e o Cartão Nacional de Saúde, bem como o uso de algumas ferramentas de comunicação como o Telessaúde, o Portal Saúde com Mais Transparência e a Sala de Apoio à Gestão Estratégica (Sage) do Ministério da Saúde são estratégias para a elaboração e efetivação de políticas públicas condizentes com a concretização dos princípios constitucionais e legais em saúde. O processo de incorporação de TIC está em curso no país, com uma parcela muito pequena das equipes de atenção básica possuindo um alto nível de incorporação. Há avanços importantes no que se refere à utilização de informação. Existe associação entre a incorporação de tecnologias de informação e a qualidade da atenção observada nos resultados obtidos na certificação de qualidade do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) que culmina com a certificação das equipes de atenção básica de acordo com um padrão de qualidade, utilizando um conjunto significativo de equipes de atenção básica no Brasil. Portanto, cabe aos gestores o desenvolvimento e a implementação de políticas que possam acelerar o processo de incorporação de TIC no Brasil, contribuindo para a melhoria do cuidado prestado pelas equipes de Atenção Básica. O fato de as equipes de atenção básica estarem, em sua maior parte, utilizando informações em grau alto ou moderado, sinaliza que, ao se avançar no processo de montagem da estrutura tecnológica e na implantação de sistemas, é possível alavancar significativamente o processo assistencial. O Cuidado pode ser considerado como uma relação intersubjetiva que, além do saber profissional e das tecnologias necessárias, abre espaço para negociação e a inclusão do saber, dos desejos e das necessidades do outro. Experiências inovadoras de mudanças nos sistemas e serviços de saúde têm demonstrado que a ação do trabalho interdisciplinar e a articulação dos profissionais na Produção do Cuidado criam um novo significado do trabalho na saúde. Na enfermagem houve certo aumento da lucidez de sua condição de exercício profissional emancipatório, e uma força político-participativa mostrou-se mais expressiva e coordenada em seus espaços organizativos. Esse clima de redemocratização no interior da enfermagem e na sua inserção nos movimentos político-sociais do país trouxe novos conceitos e práticas, incrementados à reflexão e estudos investigativos da atualidade temática, entre elas, os temas tangentes a tecnologias no processo de trabalho de enfermagem; assim, entre 1980 e 1989 houve uma riqueza de explicitação de conflitos da profissão com possibilidades de transformações antes nunca vistas.  Na Estratégia de Saúde da Família, o enfermeiro como membro da equipe de saúde deve conhecer a realidade das famílias, devendo realizar assistência domiciliar e participar do cuidado prestado ao idoso, com medidas de promoção, proteção, identificação precoce de seus agravos, intervenção e medidas de reabilitação, voltadas a evitar a sua exclusão do convívio familiar e social. E para a efetivação de uma assistência humanizada, os profissionais devem estar preparados para lidar com o processo de envelhecimento e buscar sempre o máximo de autonomia dos usuários e realizar atividades de educação relativas à pessoa idosa. Este trabalho tem como objetivo geral analisar a utilização de Tecnologias de informação e comunicação para a produção do cuidado, na promoção de saúde dos idosos, pelos enfermeiros da Unidade de Saúde da Família Federação, do município Salvador. Esta pesquisa constitui-se de um estudo exploratório, com abordagem qualitativa e quantitativa, de caráter descritivo. A pesquisa qualitativa não envolve a quantificação de fenômenos. Os dados do estudo em questão serão coletados através de uma entrevista semiestruturada, formulada pelo pesquisador, e que será aplicada aos enfermeiros da Unidade de Saúde da Família da Federação, localizada na cidade Salvador. O estudo em questão respeitará os Aspectos éticos e os participantes serão esclarecidos sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta possa lhes acarretar, na medida de sua compreensão e respeitados em suas singularidades. Por se tratar de uma análise para construção de projeto de intervenção, os resultados quais almejam-se encontrar estão fundamentados na identificação das Tecnologias de Informação e Comunicação utilizadas pelos enfermeiros da Unidade de Saúde da Família, para a produção do cuidado, na promoção de saúde do idoso; discussão das dificuldades e possibilidades da Utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação para a produção do cuidado, na promoção à saúde do idosos,  realizada por profissionais enfermeiros das Unidades de Saúde da Família; e descrição da produção de cuidado dos enfermeiros relacionados  às tecnologias de informação e comunicação, na promoção de saúde do idoso. Conclui-se que o maior desafio é promover as mudanças estruturais, romper com a prática procedimento-centrada e apontar para a Produção do Cuidado, direcionado a um fazer integral, corresponsável e resolutivo. Isso requer uma análise crítica das práticas de saúde, sua estruturação, finalidades, dimensão de suas ações, para quem estão voltadas, concepção de saúde-doença.  As dimensões da análise destas práticas envolvem algumas   variáveis como o acesso, vínculo, a formação profissional do SUS, acolhimento e resolubilidade. A análise da forma como os profissionais estão utilizando as Tecnologias de Informação e Comunicação para a produção do cuidado de Enfermagem voltado à saúde do idoso possa contribuir para fomentar discussões que venham a culminar em um maior e melhor financiamento e investimento em Educação Permanente por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação e assim melhorar a qualificação profissional e consequentemente a assistência ao usuário da Unidades de Saúde.

1453 ANEMIA FALCIFORME: Características étnicas - raciais e sociais
Ianny Ferreira Raiol, Ana Caroline Oliveira Almeida, Giovanna Mendonça Ribeiro, Nathália Santos Serrão de Castro

ANEMIA FALCIFORME: Características étnicas - raciais e sociais

Autores: Ianny Ferreira Raiol, Ana Caroline Oliveira Almeida, Giovanna Mendonça Ribeiro, Nathália Santos Serrão de Castro

A Anemia Falciforme (AF) é uma doença hereditária que afeta as hemoglobinas. A AF ocorre, em indivíduos que apresentam origem afrodescendente, uma vez que o gene associado a esta desordem é predominante, principalmente na África. Entre as regiões Africanas com maior influência genética, a que apresenta um percentual maior é Bantu (67%), seguida de Benin (30%) e Senegal (3%). No Brasil, o Estado da Bahia apresenta o maior índice do gene Hb S, por consequência da intensa migração dos Afrodescendentes no período da colonização. Entre todos os sintomas presentes na AF, às crises de dor são as mais frequentes, resultado da obstrução dos vasos sanguíneos.  Os pacientes com AF enfrentam, o fracasso coletivo nos grupos sociais pelo fato da cor, cultura, origem étnica e/ou racial. Objetivo: Realizar uma ação educativa para os futuros enfermeiros da existência da doença, diagnósticos e tratamentos com o avanço étnico – raciais e sociais. Metodologia: Trata-se de uma ação educativa que resultou em um relato de experiência. As metodologias aplicadas foram: Entrega das cartilhas, apresentação do tema proposto, roda de conversas e dinâmicas junto com brinde. Resultados e Discursão: Foi observado limitado conhecimento sobre os fatores étnicos - raciais e sociais, pois a maioria já ouviu falar da doença, porém tem deficiência da origem, causas, diagnóstico e tratamento. E houve um maior número de mulheres.  Conclusão: O objetivo da ação foi alcançado, percebeu que muitas pessoas adquiriu conhecimento, aprendizagem cientifico e acadêmico, permitindo maiores reflexões na aplicabilidade de métodos e técnicas educativas. E é de suma importância saber lidar com essa realidade e adquirir novas experiências de campo.

1925 SISTEMA BIOMETRICO NO ACOLHIMENTO E CUIDADO AOS MORADORES DE RUA: Projeto de Intervenção.
Cristiane Montenegro Rodrigues

SISTEMA BIOMETRICO NO ACOLHIMENTO E CUIDADO AOS MORADORES DE RUA: Projeto de Intervenção.

Autores: Cristiane Montenegro Rodrigues

SISTEMA BIOMETRICO NO ACOLHIMENTO E CUIDADO AOS MORADORES DE RUA: Projeto de Intervenção. Esse trabalho tem por objetivo um acompanhamento a saúde do morador de rua de forma mais ampla e controlada, através de um sistema biométrico. O interesse em estudar os processos atuais no acolhimento e cuidado dos moradores de rua, se ancora na minha formação e na possibilidade de aliá-la ao contexto da saúde, especificamente ao campo de trabalho, por ser esta uma temática de grande relevância para o SUS. Conciliar gestão, educação permanente e serviços de saúde são desafios necessário para que se alcance a tão almejada qualidade nos serviços públicos de saúde e, principalmente, na consolidação do Sistema Único de Saúde voltado, não apenas a assistência e, sim ao acolhimento e o cuidado a essa população. Durante a minha trajetória  pedagógica, realizei pesquisas e trabalhos com morador de rua. Para a vinculação aos serviços, alguns pressupostos são necessários: o despojamento e a empatia, a capacidade de compreender sem julgar e o respeito, que estabelece limites, e a não invasão (BRASIL, 2012). Este contexto demanda a implicação dos serviços e trabalhadores para a sua implementação. Uma política recente e que coloca o desafio de se questionar sobre os processos de formação das equipes para responder as necessidade e especificidade de cuidado desta população que é o objetivo deste trabalho conforme apresentado a seguir. Obejetivos: Descrever e analisar as propostas de controle/registros de atendimentos, existentes nas políticas públicas e no sistema nacional, no que se refere ao acolhimento e cuidado aos moradores de rua nas suas necessidades em saúde. Metodologia: A ideia inicial foi apresentar uma proposta de intervenção na rede publica, com treinamento concomitante com educação permanente aos trabalhadores e usuários da rede. Contando com Gestor Estadual, Gerência de Ensino e Pesquisa do GHC, Equipe TI, Equipe do Consultório na Rua. Conclusão: Sabemos que os recursos financeiros hoje destinados para os estados e municípios, muitas vezes não supre a demanda principal, porém iniciar uma inovação tecnológica em médio e curto prazo, viabiliza a redução de custos com exames e consultas duplicadas, bem como, o elevado índice de absenteísmo.

707 TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL COM PRATICANTES DE FUTEBOL
THOMAZ DÉCIO ABDALLA SIQUEIRA

TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL COM PRATICANTES DE FUTEBOL

Autores: THOMAZ DÉCIO ABDALLA SIQUEIRA

Apresentação: Foram utilizados os pressupostos teóricos da Terapia Cognitiva Comportamental com a aplicação da abordagem da Terapia Racional-Emotivo-Comportamental com adolescentes do sexo masculino que participavam do Projeto Universidade Campeã, promovido pela Faculdade de Educação Física e Fisioterapia, da Universidade Federal do Amazonas. Muito se tem discutido a respeito do equilíbrio emocional de adolescentes que participam de atividade desportiva, por conseguinte, é relevante conhecer suas crenças ditas irracionais e disfuncionais na teoria de Albert Ellis e de que forma as mesmas interferem na prática desportiva. Desenvolvimento: As crenças racionais e irracionais para o desporto são algo interessante a ser estudado e pesquisado, pois podem revelar inúmeras facetas que envolvem não apenas a motivação em si, mas também toda a preparação física e psicológica de adolescentes praticantes de desporto (no nosso caso o futebol), implicando ainda na natureza das relações humanas entre atletas, treinadores, psicólogos desportivos e/ou educadores físicos. Para Betti (1991), o esporte é uma instituição social que interage e reflete muitas dimensões da vida social.  Método: Pesquisa de campo de cunho descritivo do tipo ex-post facto, sob enfoque qualitativo - quantitativo, para investigar as crenças irracionais em relação à auto-aceitação incondicional e suas implicações. Resultados: O Coeficiente de Variabilidade (CV) no Newmark et al. (1973) foi de 11,5% de respostas concordantes com as crenças irracionais, portanto, o CV indica baixa variabilidade da mostra e houve um CV de Crenças Racionais de 15,4% de discordância em relação aos pensamentos ditos irracionais. Nota-se certo equilíbrio das respostas entre crenças racionais e irracionais. Na aplicação do instrumento de Albert Ellis e Hayslip et al. (1994), observou-se um CV alto em relação às respostas “Não Sei”; que demonstra uma indecisão (CV 60,9%) na relação racional/irracional. Na Escala de Crenças de John M. Malouff et al. (1986) houve um CV alto de 50,9% de concordância com as crenças irracionais e de 37,5% de discordantes. No Formulário de Auto-Ajuda, houve um CV de 43.9% de concordância com as crenças irracionais e o CV de 45,2% de discordância com as crenças irracionais. Considerações finais: É importante que o profissional de psicologia se sinta inserido no trabalho social com os adolescentes, pois isso também vai interferir na forma como lidar com a equipe de jogadores.

2155 A QUALIDADE DO SONO EM CAMINHONEIROS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A SEGURANÇA PÚBLICA
Tainara Silva Thomaz, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Herman Ascenção Silva Nunes, Renan Fróis Santana, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

A QUALIDADE DO SONO EM CAMINHONEIROS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A SEGURANÇA PÚBLICA

Autores: Tainara Silva Thomaz, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Herman Ascenção Silva Nunes, Renan Fróis Santana, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

Apresentação: O sono é uma necessidade humana básica e traz inúmeros benefícios por ser um processo de recuperação do organismo referente à vigília. Dessa forma, os distúrbios do sono implicam na qualidade de vida, além de comprometerem a segurança pública, visto a incidência de 2% a 41% dos acidentes e mortes ocasionados por sonolência. Tais distúrbios podem ser decorrentes de inúmeras causas. Desse modo, o objetivo do estudo foi verificar a qualidade do sono em caminhoneiros e suas implicações nas atividades cotidianas. Desenvolvimento do trabalho: Estudo descritivo de abordagem quantitativa, realizado com caminhoneiros participantes de uma ação em saúde, proposta pela Polícia Rodoviária Federal, no dia 23 de novembro de 2016. Para a avaliação da qualidade do sono dos trabalhadores do transporte foi pedido que os mesmos classificassem o seu sono e houve a aplicação da escala de sonolência de Epworth, tal escala permite avaliar a probabilidade dos trabalhadores cochilarem em algumas situações rotineiras, como sentado e assistindo televisão, através da escolha de uma pontuação que varia de 0 a 3, sendo que 0 corresponde a “não cochilaria nunca”, 1 “pequena chance de cochilar”, 2 “moderada chance” e 3 “grande chance”. Após, os resultados são somados e resultados entre 0 e 10 pontos indicam ausência de sonolência; entre 10 e 16 pontos, sonolência leve; entre 16 e 20, moderada e entre 20 e 24, severa. Resultados e/ou impactos: Participaram do estudo 77 caminhoneiros. Em relação à idade, esta variou de 22 a 62 anos de idade, com predomínio da faixa etária de 22 a 40 anos de idade, com 62,34%. No que concerne à qualidade do sono, 74,03% avaliaram o seu sono como ótimo, 23,38% como razoável e 2,60% ruim. A partir da aplicação da escala de sonolência de Epworth, 97,40% apresentaram ausência de sonolência e 2,60% sonolência leve. A partir dos resultados obtidos, ressalta-se que além do sono representar uma variável indispensável para a qualidade de vida, ele está relacionado à própria segurança pública, visto a ocorrência de acidentes por sonolência ou cansaço. Considerações finais: Foi visualizado que a maioria dos caminhoneiros considera o seu sono ótimo e não possuem sonolência, a partir da análise da escala de Epworth. Entretanto a educação em saúde com esse público deve ser constante a fim de que seja ressaltado o caráter renovador do sono, agente propiciador de qualidade de vida, assim como da segurança pública, ao considerar a atividade ocupacional dos entrevistados.  

2629 A PREVALÊNCIA DE HEPATITE B NA REGIÃO DO BAIXO AMAZONAS, ESTADO DO PARÁ, BRASIL
Tainara Silva Thomaz, Ana Caroline De Macedo Pinto, Bianca Linda Pinheiro de Sousa, Emilly Ane da Mota Cardoso, Herman Ascenção Silva Nunes, Isadora Barbosa da Gama, Susani Cruz Sousa, José Almir Moraes da Rocha

A PREVALÊNCIA DE HEPATITE B NA REGIÃO DO BAIXO AMAZONAS, ESTADO DO PARÁ, BRASIL

Autores: Tainara Silva Thomaz, Ana Caroline De Macedo Pinto, Bianca Linda Pinheiro de Sousa, Emilly Ane da Mota Cardoso, Herman Ascenção Silva Nunes, Isadora Barbosa da Gama, Susani Cruz Sousa, José Almir Moraes da Rocha

Apresentação: Hepatite é qualquer processo inflamatório que tem como consequência a morte das células hepáticas. Essa inflamação se dá por vários agentes infecciosos, sendo um deles os vírus que possuem tropismo pelo fígado. O Hepatitis B Vírus (HBV), causador da Hepatite B, considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), devido as suas diversas formas de contágio e o curto período de transmissibilidade em comparação ao de incubação. O vírus da hepatite B pode ser transmitido de várias formas, como através de transplante de órgãos ou tecidos, relações sexuais desprotegidas, por seringas contaminadas, sangue e fluidos corpóreos. Quando infectado, o indivíduo pode não apresentar sintomas, sendo mais elevada a possibilidade da doença se cronificar e, posteriormente, evoluir para cirrose e/ou câncer hepático, as duas principais complicações da infecção. Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 325 milhões de pessoas em escala mundial vivem com o vírus da hepatite B. Há muitos artifícios importantes na prevenção da infecção pelo HBV, podemos citar o uso de agulhas e seringas descartáveis e preservativos. Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde no período compreendido entre 1999 a 2016 foram notificados 561.058 casos de hepatites virais no Brasil, sendo 212.031 (37,8%) de hepatite B, com a região Norte (14,2%) ocupando a terceira posição entre as cinco macro regiões nacionais com maior número de casos. É importante analisar em que contexto a mesorregião do Baixo Amazonas, pertencente a região Norte do Brasil, está inserida no cenário nacional e regional, quando trata-se da disseminação do vírus HBV. Visto que a partir das informações coletadas serão cogitadas hipóteses que busquem justificar semelhanças e diferenças em relação aos dados regionais obtidos em comparação ao quadro nacional de infecção pelo vírus. O objetivo da pesquisa foi estimar a prevalência do vírus da hepatite B na região do Baixo Amazonas. Desenvolvimento: A presente investigação possui caráter documental descritivo, retrospectivo e transversal, com a realização de estudo comparativo da infecção por hepatite B nos municípios do Baixo Amazonas, em relação ao cenário nacional, uma vez que foram coletados dados do Departamento de Informática do SUS/PA (DATASUS) no período de 2014 ao primeiro semestre de 2017, sendo analisado o número de pessoas diagnosticadas com o vírus da hepatite B na população fazendo analogia as informações nacionais disponibilizadas pelo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2017. Em relação aos aspectos éticos, o presente estudo por se tratar de análise documental, não necessita de avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa de acordo com a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Porém, foram respeitados todos os preceitos éticos no que se refere aos dados obtidos e na discussão do estudo. Resultados: Os municípios da mesorregião do Baixo Amazonas possuem aproximadamente 702.476 habitantes, segundo o IBGE 2016, onde foram organizados os dados de diagnóstico de pessoas com o vírus da hepatite B somando o sexo masculino e feminino, entre o ano de 2014 ao primeiro semestre de 2017, que estão disponíveis no site do DATASUS/PA. No total, foram notificados 209 casos de hepatite B nos municípios da mesorregião do Baixo Amazonas, desses, 58,85% acometeram o sexo feminino e 41,15% o sexo masculino. A análise por municípios demonstrou que dos 13 verificados, 8 apresentaram predominância feminina no número de casos, ficando apenas Belterra e Prainha com o sexo masculino a frente do feminino, com o mesmo número para ambos os sexos ficaram Placas e Óbidos, e Faro foi o único a não notificar casos, no período de 2014 ao primeiro semestre de 2017. Analisando os dados observou-se que na maioria dos municípios o número de mulheres infectadas foi maior que o de homens. Pode-se supor que um dos responsáveis por esse quadro, seja o uso compartilhado de objetos perfuro cortantes dos serviços de manicure e pedicure. O relato mais frequente de transmissão de hepatite B em mulheres, no atual contexto em que estão inseridas, se dá por via sexual, devido a liberdade conquistada para a escolha de mais de um parceiro para manter relação. Porém, mesmo com as mudanças nas relações conjugais, muitas mulheres ainda permanecem submissas a decisão do homem, fato comprovado pela negligência com o uso de preservativos, ficando expostas a infecção, por medo de perder o parceiro ou até mesmo de agressão física e psicológica. Outro aspecto a ser considerado é a baixa endemicidade da região Norte, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, sendo obtido nos resultados números relativamente elevados apenas nos municípios de Placas e Santarém, respectivamente. Esses dados podem demonstrar a maior infecciosidade nesses municípios em comparação aos outros, mas também pode estar relacionado a qualidade no sistema de detecção e notificação de casos. Pois, ainda se verificam falhas no sistema de notificação da mesorregião do Baixo Amazonas, caracterizando-o como bastante heterogêneo. Os municípios de Belterra e Prainha foram os únicos que apresentaram maior número de casos de hepatite B em homens, isto pode estar ligado ao fato de que muitas indústrias da região solicitam exames para admissão de seus funcionários. Com relação aos municípios de Faro e Prainha não foi possível estabelecer causas para o quadro de infecções estabelecidas, em decorrência da dificuldade em se conseguir dados oficiais a respeito do contexto epidemiológico em que se apresentam. Considerações Finais: A mesorregião do Baixo Amazonas segundo dados da pesquisa caracterizou-se como de baixa prevalência de infecção pelo VHB. Entretanto, dos casos notificados o sexo de maior predominância foi o feminino, possivelmente em decorrência da liberdade sexual adquirida com o passar dos anos, além que, muitas mulheres ainda se submetem a decisão do homem, relacionado a negligência do uso de preservativos, evidenciado pelo medo de perder o parceiro ou até mesmo de agressões, bem como uso compartilhado de materiais perfuro cortantes, intensificado na indústria da beleza. A baixa endemicidade da mesorregião pode significar um déficit no sistema de notificação de casos da infecção. Um quadro que resulta no problema de subnotificação e, consequentemente, pode contribuir na disseminação oculta da doença. Demonstrando a importância de reforçar a interação entre os órgãos responsáveis pela transmissão e divulgação desses dados, bem como amenizar a distribuição heterogênea dos materiais necessários para prevenção, diagnóstico, tratamento da infecção. Além da necessidade de mais pesquisas relacionadas ao tema na região.