47: Produzindo conexões para formar redes
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: ICB Sala 01 - Boiúna    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
4087 A necessidade de se discutir gestão em saúde nos cursos de graduação em medicina.
Pedro Toteff Dulgheroff, Sofia Barcelo Oliveira, Veruska Vitorazi Bevilacqua, Fernanda Oliveira Magalhães

A necessidade de se discutir gestão em saúde nos cursos de graduação em medicina.

Autores: Pedro Toteff Dulgheroff, Sofia Barcelo Oliveira, Veruska Vitorazi Bevilacqua, Fernanda Oliveira Magalhães

Apresentação: Um dos objetivos do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde/GraduaSUS) é a avaliação das necessidades de adaptação das escolas médicas às novas diretrizes curriculares. Um grupo do PET avaliou o currículo acadêmico em um curso de medicina de uma universidade de Minas Gerais, evidenciando a relevância de conhecer e aprender sobre tal tema. À medida que se tornam profissionais de saúde, os acadêmicos enfrentam, de forma inevitável, direta e indiretamente, questões relacionadas à gestão que influenciam na prática clínica e no cuidado em diversos âmbitos. Desenvolvimento do trabalho: Durante os anos de 2016 e 2017, o grupo do curso de medicina realizou o estudo e discussões a respeito das novas Diretrizes Curriculares Nacionais de 2014 (DCN 2014). Com foco na gestão em saúde, avaliou a adequação do projeto político pedagógico do curso e das ementas das disciplinas, levantando as potencialidades e fragilidades relacionadas ao tema. O debate sobre gestão foi escolhido por sua presença pouco marcante na maioria das instituições ao longo da graduação, apesar de “o gerir” estar presente em diversas situações após a graduação e podendo influenciar no cuidado de forma significativa. Se não há gestão adequada, seja esta no macro ou microssistema de saúde, este pode tornar-se falho, insuficiente ou pouco eficiente. Resultados e/ou impactos: Como esperado, poucos são os momentos onde a gestão tem um espaço reservado no currículo médico. O grupo em questão elaborou algumas sugestões para a incorporação do assunto do decorrer do curso, tendo apresentado sua proposta à direção e coordenação do curso durante o segundo semestre de 2017. Como o programa só deve encerrar suas atividades no primeiro semestre de 2018, outras atividades estão sendo elaboradas para a disseminação dessas propostas. Em breve teremos uma reunião com os professores durante a semana de planejamento que acontece no final do semestre letivo para fomentar a discussão do tema e propor as mudanças necessárias. Dentre as propostas desenvolvidas, está a criação de uma disciplina específica que aborde gestão no sexto período. Também se propõe o aprofundamento sobre a dispensação de medicamentos da assistência farmacêutica especializada no mesmo período, além da participação em reuniões do conselho municipal de saúde. Já no sétimo, sugere-se a discussão aprofundada de documentos legais como atestados, declarações, licenças, etc. Considerações finais: Evidenciou-se que a discussão sobre gestão se faz necessária, para desenvolver e aprimorar a prática em saúde. Para se construir um sistema de saúde adequado e capaz de suprir necessidades da sociedade, é preciso que os profissionais saibam gerir o sistema da melhor maneira possível. Sendo assim, a discussão de gestão em saúde e sua prática são essenciais, desde os primeiros períodos da graduação, para que os acadêmicos de diversos cursos saibam com lidar com a realidade da prática e também possam auxiliar em melhorias dessa realidade, por meio de realização de gestão coerente e consciente.

5352 A FRAGMENTAÇÃO NA DIMENSÃO DA REDE ASSISTENCIAL DE SAÚDE
Wirlley Quaresma da Cunha, Ingrid Fabiane Santos da Silva

A FRAGMENTAÇÃO NA DIMENSÃO DA REDE ASSISTENCIAL DE SAÚDE

Autores: Wirlley Quaresma da Cunha, Ingrid Fabiane Santos da Silva

Apresentação: O modelo assistencial foi concebido para constituir-se na forma de sistema ou rede de serviços, visando a garantia do acesso e a resolubilidade das demandas em saúde. Deste modo, de acordo com os princípios do SUS, as ações e serviços de saúde devem ser organizados de forma hierárquica e regionalizada. Efetivamente, significa dizer que a atenção deve se estruturar em níveis de complexidade tecnológica crescentes (atenção básica, média e alta complexidade), com serviços dispostos em uma área geográfica delimitada e, possuindo uma população a ser atendida definida. No entanto, em revisão bibliográfica realizada durante pesquisa de dissertação de mestrado, na qual buscou-se conhecer como a literatura acadêmica da Saúde Coletiva aborda o tema da fragmentação na saúde, percebemos que vários dos autores analisados apontam elementos problemáticos no que diz respeito à rede assistencial de saúde. Nosso intento neste foi reunir os principais aspectos apontados pelos autores quando se referem à fragmentação no contexto da rede assistencial, a fim de auxiliar na melhor compreensão deste problema frequentemente mencionado na literatura. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão bibliográfica do tipo narrativa. O levantamento foi realizado em setembro de 2016 nas bases de dados MEDLINE, LILACS e SciELO, utilizando as palavras-chave “fragmentação” e “saúde”. Adotamos como critério de seleção: texto integral estar disponível online, ser escrito em língua portuguesa e ter como eixo temático o sistema de saúde brasileiro. Não delimitamos um período específico para as publicações, pois buscamos abarcar amplamente as publicações sobre a temática. Ao todo, foram recuperados 249 artigos, sem excluir aqueles comuns a mais de uma base. Depois de realizada a leitura dos títulos e resumos de todos os textos foram excluídos os trabalhos que versavam sobre os serviços de saúde privados, a formação dos profissionais de saúde, a educação em saúde, políticas ou programas oficiais e sistemas de saúde estrangeiros, ficamos assim com uma amostra final de 56 trabalhos. Resultados: A ideia de um sistema de saúde pressupõe uma boa articulação entre os seus componentes e os diferentes níveis de atenção, justamente pela interdependência e interrelação existente entre os seus dispositivos. No entanto, a partir da interpretação dos resultados obtidos foi possível perceber que a integração da rede assistencial não vem se concretizando, o que coloca em questão a característica organizativa essencial do SUS. A falta de articulação entre os serviços de saúde sem dúvida é um dos principais aspectos presentes nos estudos analisados ao se referirem à fragmentação na rede assistencial. Os autores afirmam que os pontos de atenção à saúde estão dispostos de forma isolada e, as ações e serviços são desenvolvidos de forma desarticulada. Tais apontamentos evidenciam fragilidades da assistência que afetam sobremaneira a eficácia nas respostas às necessidades atuais, em que se destacam as condições crônicas. Uma das razões para a dificuldade de integrar os serviços e ações justifica-se, segundo alguns autores, pela lógica hierárquica que orienta a organização do sistema. Verifica-se que no atual modelo assistencial se destaca uma estruturação piramidal, com graus de importância variados, que aumentam proporcionalmente à complexidade tecnológica quanto mais se aproxima do topo. Assim, em virtude da valorização social dos serviços hospitalares e especializados, os serviços de menor densidade tecnológica – como os da Atenção Básica – são tidos como “mais simples”, o que prejudica o reconhecimento da necessidade de complementariedade na rede assistencial. Nesse sentido, cada nível hierárquico desempenha uma função específica, sendo atribuída única e exclusivamente à Atenção Básica a responsabilização pelo “coletivo”, enquanto os demais níveis cuidam da cura e da reabilitação. Em vista disto, a estratificação dos serviços de saúde é comparada à organização de um modelo de produção de cunho taylorista/fordista, no qual a racionalização dos processos produtivos é determinante para a eficácia e maximização da performance. De fato, há um desalinhamento claro entre os objetivos do sistema de saúde e o modo como a rede assistencial vem se delineando, isto pode se justificar pelo fato de a concepção biomédica estar ainda enraizada nos profissionais de saúde assim como na população, que reclama por serviços clínicos. Por outro lado, existe também um sistema de pagamento por procedimentos que corrobora uma atenção à saúde em que é incentivada a quantidade de intervenções ao invés da qualidade do cuidado. Nesta lógica assistencial, os pontos de atenção atuam separadamente e a comunicação entre eles se mostra deficitária. A desarticulação comunicacional e o fluxo de informações incipiente na rede assistencial são aspectos observados em várias pesquisas e, considerados obstáculos à continuidade da atenção. Em alguns casos, o compartilhamento de informações clínicas se restringia a guias de encaminhamento, laudos de exames ou então, o próprio usuário era a fonte de informação, situação que pode levar a erros, procedimentos desnecessários e reduzir a eficiência da atenção. Desta forma, o cuidado na rede assistencial não vem ocorrendo de forma compartilhada, ao contrário disto, impera a prática do encaminhamento, na medida em que a responsabilidade pelo usuário é repassada quando o serviço acessado não possui os recursos técnicos necessários para lhe atender. O usuário se vê em condição semelhante à de um consumidor ao ingressar em um estabelecimento que não oferece o produto ou serviço de que necessita, tendo de ir a outros lugares até encontrar o que deseja. Assim, não se constrói vínculo e o usuário muitas vezes fica perdido no sistema. Como forma de garantir a longitudinalidade do cuidado é atribuída à Atenção Básica a responsabilidade pela coordenação do cuidado na rede de atenção. A AB seria a responsável por ordenar a atenção, estabelecer vínculo com o usuário e acompanhá-lo durante seu percurso no sistema de saúde. Segundo o relato dos autores estudados, isto não vem ocorrendo, a coordenação se resume muitas vezes à função burocrática dos encaminhamentos, repassando a responsabilidade pelo usuário e impossibilitando a continuidade e a longitudinalidade do cuidado. Considerações: Notadamente há uma lacuna entre o modelo de saúde projetado no contexto da Reforma Sanitária e a forma como ele se concretiza – o chamado SUS real –, isto se deve a uma gama complexa de fatores que foge ao propósito deste trabalho. As dificuldades concernentes à integração na rede assistencial têm consequências diretas na qualidade da atenção ofertada aos usuários. Os sistemas de saúde devem se organizar em consonância com as necessidades de saúde de uma população, o SUS surge exatamente em decorrência das reivindicações da sociedade brasileira por um modelo assistencial capaz de dar respostas adequadas às demandas de saúde. Todavia, as condições de saúde no Brasil vêm se modificando e, este modelo vem se mostrando incapaz de reagir satisfatoriamente a este novo quadro.

2788 A PERCEPÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS DE PROFISSIONAIS E ESTUDANTES DA ÁREA DA SAÚDE NO OESTE DE SANTA CATARINA
Francielli Girardi, Grasiele Busnello

A PERCEPÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS DE PROFISSIONAIS E ESTUDANTES DA ÁREA DA SAÚDE NO OESTE DE SANTA CATARINA

Autores: Francielli Girardi, Grasiele Busnello

Introdução: A construção das Redes de Atenção em Saúde (RAS) é essencial para a organização dos serviços de saúde e constituem-se como ferramentas importantes para a gestão dos serviços de saúde. Desenvolver atividades de Educação Permanente com os profissionais sobre a RAS, enfocadas na Urgência e Emergência, são imprescindíveis para discutir sobre linha de cuidado, assistência, organização dos serviços e humanização na RAS em Urgência e Emergência. Objetivo: construir através da percepção dos profissionais e estudantes da área da saúde a como esta organizada a RAS às Urgências e Emergências, na região Oeste de Santa Catarina. Descrição da Experiência: a experiência ocorreu através de uma oficina de abertura de um curso de pós-graduação, no dia 25 de novembro de 2017. Para o desenvolvimento da oficina, optou-se pelo método do world café, pois é um processo criativo que visa gerar e fomentar diálogos entre os indivíduos, a partir daí criando uma rede viva de diálogo colaborativo que acessa e aproveita a inteligência coletiva. Os participantes eram profissionais e estudantes da área da saúde do Oeste de Santa Catarina. Os grupos de conversação foram compostos por cinco integrantes. O eixo “um” foi conduzido pela seguinte questão disparadora: Como se configura a Rede de Atenção em Urgência e Emergência na Região Oeste? Os participantes tiveram 20 minutos para refletir e construir através de expressões livres a essa questão. Ao final foi realizada uma conversação em plenária, dando ao grupo, como um todo, a oportunidade de conectar as ideias. Depois de findado o world café foi construído um painel com os relatos e ilustrações que registraram o evento. Resultados: A RAS ás Urgências e Emergências, na percepção dos participantes configura-se como os seguintes seguimentos: Pronto Socorro, Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Bombeiros, Serviço de Atendimento Móvel às Urgências (SAMU), Serviço Áreomédico (SAER), Polícias, Unidades Básicas de Saúde (UBS), Hospitais, Cruz vermelha, e sistema de referência e contra-referência. Impactos: Os participantes da oficina conseguiram identificar alguns pontos da RAS às Urgências e Emergências, mas não estabeleceram a organização e os fluxos de acesso aos serviços de saúde. Configurando-se a necessidade de desenvolver atividades de educação permanente a fim de estabelecer estes fluxos para a RAS.

3570 A REDE DE ATENÇAO ÀS URGÊNCIAS: UMA ABORDAGEM MICROPOLÍTICA
LUÍS TOFANI, ARTHUR CHIORO

A REDE DE ATENÇAO ÀS URGÊNCIAS: UMA ABORDAGEM MICROPOLÍTICA

Autores: LUÍS TOFANI, ARTHUR CHIORO

Introdução: A implantação das Redes de Atenção à Saúde representa uma nova etapa de organização do SUS, com o objetivo de garantir a integralidade do cuidado e produzir mudanças no modelo assistencial à saúde por meio de redes temáticas prioritárias. Dentre estas, a Rede de Atenção às Urgências (RAU) foi proposta com a finalidade de articular e integrar os equipamentos de saúde, objetivando ampliar e qualificar o acesso dos usuários em situação de urgência e emergência de saúde, de forma ágil e oportuna. Este estudo tem como objetivo analisar o processo de formulação, pactuação e implementação da RAU na Região Metropolitana de Campinas e as possíveis ressignificações que possa ter assumido. Toma como problema central de pesquisa o descompasso entre a política das Redes de Atenção às Urgências e a rede efetiva que se produziu. Metodologia: A pesquisa tem caráter qualitativo, analítico, com abordagem micropolítica, caracterizada como estudo de caso através de revisão bibliográfica e análise de documentos oficiais da formulação, pactuação e implementação da RAU, além de entrevistas abertas com informantes-chave identificados entre os gestores do SUS na região. Resultados: São apresentados os resultados preliminares do estudo sendo que o conteúdo das entrevistas foi analisado por planos de análise mediante as categorias identificadas no material empírico, tendo como referência a “Abordagem do Ciclo de Políticas Públicas”, que considera a política pública como texto e como discurso e estuda os contextos de influência, de produção de textos e da prática.

1893 ANÁLISE DA GESTÃO EM SAÚDE BUCAL NA REGIÃO CARBONÍFERA-AMREC DE SANTA CATARINA
Rafael Amaral Oliveira, Débora Passos Cristiano, Fernanda Guglielmi Faustini Sônego, Bruna Behling Matos, Lisiane Tuon Generoso Bitencourt, Luciane Bisognin Ceretta

ANÁLISE DA GESTÃO EM SAÚDE BUCAL NA REGIÃO CARBONÍFERA-AMREC DE SANTA CATARINA

Autores: Rafael Amaral Oliveira, Débora Passos Cristiano, Fernanda Guglielmi Faustini Sônego, Bruna Behling Matos, Lisiane Tuon Generoso Bitencourt, Luciane Bisognin Ceretta

Introdução: A gestão é de suma importância para a organização e direcionamento dos serviços odontológicos oferecidos à população e para o fortalecimento da rede. Objetivo: Analisar a estrutura organizacional da gestão em Saúde Bucal na Rede de Atenção à Saúde nos municípios da região carbonífera localizada no sul catarinense e denominada de AMREC. Metodologia: trata-se de um estudo transversal, quantitativo e descrito cuja amostra foi censitária constituída de doze gestores de saúde bucal dos municípios da AMREC, no período de novembro de 2016 a março de 2017. A coleta de dados foi por meio eletrônico (via web), de um questionário semiestruturado, elaborado por meio da ferramenta ‘formulário’ do Google Drive. Resultados: dos gestores participantes 41,7% têm idades entre 36 e 45 anos, 83,33% deles compartilham com os profissionais da equipe as tomadas de decisões.  Relatou ter um sistema de gestão estratégica 58,33%, para 75% não foi verificado as necessidades odontológicas da população, e 66,67% afirmou não realizar reuniões ou rodas de conversa da gestão de saúde bucal com a comunidade. A maior dificuldade encontrada pelos participantes é a financeira em 50% dos casos. Conclusão: A análise da gestão em saúde bucal na rede de atenção a saúde, da região carbonífera, demonstrou ter uma grande capacidade organizacional e de gestão, porém é necessário que se amplie e aprimore a gestão participativa e de controle social, pois ouvindo as reais necessidades da população, fortalecerá e qualificará toda a rede de atenção em saúde bucal pertencente ao Sistema Único de Saúde brasileiro.Introdução: A gestão é de suma importância para a organização e direcionamento dos serviços odontológicos oferecidos à população e para o fortalecimento da rede. Objetivo: Analisar a estrutura organizacional da gestão em Saúde Bucal na Rede de Atenção à Saúde nos municípios da região carbonífera localizada no sul catarinense e denominada de AMREC. Metodologia: trata-se de um estudo transversal, quantitativo e descrito cuja amostra foi censitária constituída de doze gestores de saúde bucal dos municípios da AMREC, no período de novembro de 2016 a março de 2017. A coleta de dados foi por meio eletrônico (via web), de um questionário semiestruturado, elaborado por meio da ferramenta ‘formulário’ do Google Drive. Resultados: dos gestores participantes 41,7% têm idades entre 36 e 45 anos, 83,33% deles compartilham com os profissionais da equipe as tomadas de decisões.  Relatou ter um sistema de gestão estratégica 58,33%, para 75% não foi verificado as necessidades odontológicas da população, e 66,67% afirmou não realizar reuniões ou rodas de conversa da gestão de saúde bucal com a comunidade. A maior dificuldade encontrada pelos participantes é a financeira em 50% dos casos. Conclusão: A análise da gestão em saúde bucal na rede de atenção a saúde, da região carbonífera, demonstrou ter uma grande capacidade organizacional e de gestão, porém é necessário que se amplie e aprimore a gestão participativa e de controle social, pois ouvindo as reais necessidades da população, fortalecerá e qualificará toda a rede de atenção em saúde bucal pertencente ao Sistema Único de Saúde brasileiro.

4471 Desafio de Gestão no Atendimento de Urgência/Emergência de um Hospital na Zona Leste de São Paulo.
Heliana Raimunda de Macedo, Harineide Madeira-Macedo

Desafio de Gestão no Atendimento de Urgência/Emergência de um Hospital na Zona Leste de São Paulo.

Autores: Heliana Raimunda de Macedo, Harineide Madeira-Macedo

Apresentação: No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a prestação de serviços de emergência - ambulatorial ou hospitalar - tem apresentado dificuldades ao longo desses quase 30 anos do sistema. Longas filas de espera, pacientes nos corredores por falta de leitos disponíveis, não recebimento de ambulâncias devido à saturação operacional, salas de espera lotadas e colaboradores estressados, são alguns dos agravos que demonstram a fragilidade e ineficiência do serviço ofertado. Estudos sobre a situação de superlotação nos serviços de emergência hospitalar confirmam a saturação do limite operacional do setor. Este estudo é oriundo de pesquisa aplicada à prática do serviço de emergência de um hospital municipal, localizado na região leste do município de São Paulo, que foi apresentado na conclusão da Especialização em Gestão em Saúde. Metodologia: Tomou-se como referências o Projeto de Integração da parceria pública (Prefeitura de São Paulo) e privada (Organização Social), realizado em 2016, e a auditoria externa realizada em junho de 2017, que utilizaram técnicas de entrevistas e análise de indicadores, para identificar algumas dificuldades na gestão do serviço emergencial. Desenvolvimento do trabalho: Para que a implementação de um projeto de intervenção na atual gestão hospitalar seja viável, propõe-se utilizar como critério pós-avaliação o tempo de espera no atendimento em dois locais, identificados a partir do Projeto de Integração - 2016. O primeiro local, a Classificação de Risco (CR), por ser atividade inicial; e o segundo local, a antessala de espera da consulta médica e o resultado de exames. O objetivo geral visa programar ações de melhoria da qualidade no atendimento do serviço de urgência e emergência, por meio de um Projeto de Intervenção; e como específicos: aperfeiçoar, após um ano de implantação, o serviço de CR, Protocolo Manchester; propor melhoria no atendimento do setor - no fluxo de pessoas e documentos; e propor sugestões para redução do tempo de espera no atendimento aos usuários. Considerações finais: Todas as ações propostas tem alto grau de governabilidade e são exequíveis em prazos relativamente curtos, de seis a doze meses. Essas intervenções deverão ser monitoradas e revistas conforme a necessidade apresentada e continuada ao longo da gestão. A revisão dos processos requereram mudanças estruturais de baixo custo, sensibilização dos colaboradores, criação de função e revisão de fluxo de atendimento e documentos. Entende-se que a garantia de qualidade na prestação de serviços de saúde deveria constituir meta dos gestores nos diferentes níveis de assistência, emergencial e ambulatorial, e esferas políticas. De acordo com Zambon (2008), como muitos interesses estão envolvidos na assistência a saúde, o mais importante é se basear na figura do paciente, possibilitando maior chance de acertos para checar se a qualidade na assistência à saúde está adequada. Além das intervenções propostas, outras abordagens devem ser consideradas quando se refere ao atendimento emergencial, pois algumas situações irão extrapolar a governabilidade da gestão local, sendo necessárias articulações e pactuações entre gestores e instituições da rede assistência que, conforme O’Dwyer et al.(2008), é o caminho para melhor gestão em saúde, assim como o controle social.  

466 Desafios na gestão de serviços de saúde bucal ofertados no SUS
Alessandra dos Santos Tavares Vieira, Liliane Silva do Nascimento, Maria Luciani da Costa Franco, Alessandra Iamanouht Khayat, Ludimila Magalhães Rodrigues da Cunha, Ceiça Costa Ribeiro, Michelle Castro da Silva Holanda

Desafios na gestão de serviços de saúde bucal ofertados no SUS

Autores: Alessandra dos Santos Tavares Vieira, Liliane Silva do Nascimento, Maria Luciani da Costa Franco, Alessandra Iamanouht Khayat, Ludimila Magalhães Rodrigues da Cunha, Ceiça Costa Ribeiro, Michelle Castro da Silva Holanda

Apresentação: O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece serviços em níveis de organização compreendendo graus de complexidade, sendo eles: básico (primário), média (secundário) e alta (terciário). Observa-se que na prática dos serviços em saúde o processo de comunicação é predicado, fato recorrente que tem sido gerado pelo uso indiscriminado e demasiado de normas e protocolos no cotidiano deste campo, acrescido, ao aumento da produtividade através da intensificação de serviços. Estes fatores têm levado por sua vez, numa letargia, bem como na fragilidade e inflexibilidade do sistema de saúde. Objetivo: Diante disso relataremos a experiência vivenciada no fluxo de atendimento odontológico do Centro de Especialidades Médico e Odontológicas (CEMO) em Belém do Pará com a finalidade de compreender a problemática da gestão e o processo de trabalho dos serviços odontológicos no SUS. Desenvolvimento do trabalho: O CEMO contempla as especialidades odontológicas de odontopediatria, PNE, ortodontia preventiva e interceptativa, endodontia, cirurgia bucomaxilofacial, periodontia e clínica do bebê, além de urgência. O atendimento é mediante referência das unidades básicas de sua área de abrangência, exceto a urgência e clínica do bebê que é demanda espontânea. Percebeu-se que os usuários têm dificuldades em obter atendimento na atenção básica e buscam no setor de urgência o que acaba impactando no atendimento que realmente seria de urgência, que por sua vez fica superlotada com alta demanda. Vale ressaltar também que o setor de atendimento de odontopediatria e PNE geralmente recebe encaminhamentos para procedimentos que poderiam ser resolvidos na unidade básica, mas por relatarem não haver material e/ou equipamento estar danificado e/ou considerarem que determinado paciente deve ser atendido no centro de especialidades, como por exemplo os pacientes considerados com “necessidades especiais”: gestantes, hipertensos ou mesmo com alguma deficiência física o fazem de forma errônea. Os profissionais sensibilizados geralmente acabam atendendo esses pacientes que deveriam ser atendidos na unidade básica tentando aliviar a angústia e resolução do problema desse usuário, sendo que o mais adequado seria contra-referenciar os mesmos. Resultados: Realidade assistencial sobrecarregada proveniente da desorganização dos serviços, ausência de acolhimento e classificação inadequada dos problemas e necessidade de tratamento não suprido a partir dos profissionais da atenção básica. Considerações finais: Retrata a deficiência da gestão maior relacionada a oferta e distribuição de serviço de saúde. Outros fatores estão relacionados a desorganização, ausência de referência adequada, desconhecimento e/ou desinteresse do conhecimento do processo de trabalho, fatores estes que potencializam o aumento do fluxo de atendimento no centro de especialidades, sobrecarregando os profissionais e consequentemente interferindo na qualidade da assistência ofertada. Percebe-se que avaliações deveriam ser realizadas com mais frequência com a finalidade de se verificar se os serviços ofertados são ofertados de acordo com o que preconiza a Política de Saúde, se a distribuição de materiais e profissionais é adequada as necessidades da população, entre outras ações.

3452 PERFIL DOS ATENDIMENTOS DO SERVIÇO PRÉ HOSPITALAR REALIZADO NA CIDADE DE CHAPECÓ
Elisangela Argenta Zanatta, Juliana Coelho de Campos, Denise Antunes de Azambuja Zocche, Arnildo Korb, Edlamar Katia Adamy

PERFIL DOS ATENDIMENTOS DO SERVIÇO PRÉ HOSPITALAR REALIZADO NA CIDADE DE CHAPECÓ

Autores: Elisangela Argenta Zanatta, Juliana Coelho de Campos, Denise Antunes de Azambuja Zocche, Arnildo Korb, Edlamar Katia Adamy

Introdução: no estado de Santa Catarina o Corpo de Bombeiros Militar exerce atendimento pré-hospitalar (APH) por meio das unidades de suporte básico da vida desde 1987, quando foi ativada a primeira viatura de Auto Socorro de Urgência (ASU). A Portaria nº 2048/2002 do Ministério da Saúde define o serviço de atendimento pré-hospitalar realizado pelo Corpo de Bombeiros Militar classificando-o como serviço de atendimento a trauma. Neste sentido é importante para a gestão em saúde conhecer sobre as demandas e motivos de solicitação de atendimentos realizados pela população adstrita. Neste cenário, processos formativos como os mestrados profissionais em saúde e enfermagem vem agregando conhecimento para os serviços de saúde. Trata-se de um relato de experiência de uma atividade de pesquisa documental, seguida de uma intervenção no atendimento pré-hospitalar no município de Chapecó, desenvolvida a partir de vivências propiciadas por disciplinas vinculadas ao primeiro semestre do Mestrado Profissional em Enfermagem na Atenção Primária à Saúde, da Universidade do Estado de Santa Catarina. Objetivos: analisar o perfil dos atendimentos realizados através do ASU no 6º Batalhão de Bombeiros Militar em Chapecó; Auxiliar os gestores do corpo de bombeiros a mapear as demandas e motivos de solicitação de atendimentos da população; qualificar o corpo de trabalhadores para tais demandas e sugerir reformulação nos processos de gestão dos serviços de Urgência e Emergência. Metodologia: estudo de análise documental descritivo. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário estruturado contendo sexo, idade, horário de atendimento, dia da semana que ocorrem as chamadas, mês, ASU, local de atendimento dividida a cidade por regiões, tipo de atendimento dividido em clínico ou trauma e para qual local foi encaminhado a fim de analisar as fichas de atendimento preenchidas pelos socorristas que trabalham no Auto Socorro de Urgência (ASU) entre os meses de abril e julho de 2017.A Análise ocorreu pela estatística descritiva em 857 fichas de ocorrências. Resultado: O maior número de atendimentos (59,2%) foi direcionado ao sexo masculino jovem (33,1%) no período diurno 44,2%, nas segundas-feiras e na região norte concentrou o maior número de ocorrências 15,6%. As ocorrências foram predominantemente traumas 77,11%, sendo acidentes automobilísticos os maiores números 52,9%, um dado relevante foi o número de vítimas não encaminhadas para o hospital correspondendo 24,7 de todas as fichas analisadas. Conclusão: houve um aumento do número de atendimento a traumas, comparado a anos anteriores, além da concentração em determinada região do município.   Foi proposto atividades educativas de educação permanente e continuada para os socorristas e técnicos de enfermagem explorando o que é importante para o planejamento do serviço e a melhoria dos atendimentos futuros, afim de garantir atenção pré-hospitalar qualificada para a população. Sobre o aumento de acidentes foi levantada a possibilidade de uma parceria com escolas e universidades da região, para o desenvolvimento de ações educativas sobre direção segura e prevenção de acidente.

2079 CONHECIMENTOS DE ENFERMEIROS DE UM MUNICÍPIO DO OESTE CATARINENSE SOBRE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE E TECNOLOGIAS DE CUIDADO
Elisangela Argenta Zanatta, Alana Camila Schneider, Denise Antunes de Azambuja Zocche, Silvana dos Santos Zanotelli

CONHECIMENTOS DE ENFERMEIROS DE UM MUNICÍPIO DO OESTE CATARINENSE SOBRE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE E TECNOLOGIAS DE CUIDADO

Autores: Elisangela Argenta Zanatta, Alana Camila Schneider, Denise Antunes de Azambuja Zocche, Silvana dos Santos Zanotelli

Apresentação: essa pesquisa integra o macroprojeto “Redes de Atenção à Saúde e tecnologias do cuidado: fortalecimento das práticas de enfermagem” vinculado ao Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e ao grupo de pesquisa Enfermagem, Cuidado Humano e Processo Saúde-Adoecimento. A Atenção Primária à Saúde (APS) é definida como a porta de entrada prioritária dos usuários aos serviços de saúde. Além disso, constitui o centro de comunicação das Redes de Atenção à Saúde (RAS), objetivando a criação de um elo entre os diversos pontos de atenção, possuindo um cuidado multiprofissional e objetivando a integralidade. As RAS são organizações poliárquicas, que possuem diferentes densidades tecnológicas e que se organizam de maneira horizontal para garantir a integralidade do cuidado por meio da integração dos seus diversos pontos de atenção. Além disso, as RAS vêm com uma proposta de superar a fragmentação existente nos diferentes modelos de atenção à saúde, que divergem da real situação de saúde da população assistida, instituindo sistemas integrados de serviços de saúde que fornecem cuidados contínuos para uma população definida. Dessa forma, em 2011 foram criadas cinco redes temáticas pela Portaria nº 4.279: Rede Cegonha, Rede de Urgência e Emergência, Rede de Atenção Psicossocial, Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Doença Crônica e Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência. Ainda, para organizar e qualificar o processo de trabalho organizado em redes, os enfermeiros têm à disposição ferramentas que auxiliam nesse percurso. Dentre essas, surgem as Tecnologias de Cuidado leves, leve-duras e duras. As tecnologias leves abrangem as relações existentes entre o profissional e o usuário, como a produção de vínculo, acolhimento, comunicação entre outros. As leve-duras são caracterizadas pelos saberes bem estruturados, conhecimento técnico-científico do enfermeiro, tendo como exemplo o Processo de Enfermagem. As tecnologias duras, podendo ser representadas pelos maquinários, estruturas operacionais, entre outros. Vale ressaltar que a utilização de apenas uma tecnologia de cuidado, isolada das demais, acarretaria num desequilíbrio no sistema de saúde, pois cada uma possui uma finalidade porém, apenas com a utilização das três, conjuntamente, será possível atingir a integralidade da assistência. Objetivos: identificar o conhecimento dos enfermeiros acerca das Redes de Atenção à Saúde; Conhecer o entendimento dos enfermeiros que atuam na Atenção Primária do Município de Chapecó sobre tecnologias do cuidado. Desenvolvimento do trabalho: trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados por meio de uma entrevista semiestruturada, realizada com 20 enfermeiros de serviços de saúde públicos municipais de Chapecó – SC. A escolha dos enfermeiros ocorreu por meio da técnica bola de neve, e as entrevistas foram previamente agendadas com cada profissional. Os dados foram analisados seguindo a análise de conteúdo de Bardin, que consiste em três etapas: a pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. Obteve-se aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado de Santa Catarina, via Plataforma Brasil, sendo aprovado pelo parecer CAAE: 61970216.0.0000.0118. Resultados: foram construídas duas categorias de análise: “Conhecimentos dos enfermeiros sobre as Redes de Atenção à Saúde”, “Tecnologias do Cuidado em Enfermagem e as RAS”. Na categoria “conhecimentos dos enfermeiros sobre as Redes de Atenção à Saúde”, percebeu-se um frágil conhecimento dos enfermeiros quanto à denominação de RAS, alguns enfermeiros entendem as redes temáticas como fragmentos da atenção, enquanto essas correspondem à forma de organização da atenção à saúde, articulando-se dessa forma para atender as necessidades das diferentes populações. Além disso, percebeu-se também a relação que os enfermeiros fizeram entre RAS e os níveis de atenção primário, secundário e terciário, voltando-se a hierarquização da atenção, deixando de lado a horizontalidade. Essa questão talvez possa ser explicada pelas diferentes maneiras que as publicações definem as RAS, como por exemplo, no Decreto nº 7.508, de 2011, que define RAS como tendo níveis de complexidade crescente, o que pode levar a diferentes interpretações por diferentes pessoas. Todavia, apesar de ainda existir os níveis de atenção de complexidade crescente dentro das RAS, cabe entender que um não é superior ao outro, dando a todos a mesma importância. Ao mesmo tempo, outros enfermeiros se aproximaram mais do conceito, definindo RAS como pontos de atenção que trabalham articulados para realizar o atendimento da melhor maneira possível, remetendo à busca pela integralidade por meio do trabalho horizontal. Na segunda categoria “Tecnologias do Cuidado em Enfermagem e as RAS”, os enfermeiros foram questionados sobre seus conhecimentos acerca das Tecnologias de Cuidado em enfermagem, bem como quais eram as mais utilizadas por eles no atendimento às diferentes etapas do curso da vida. Percebeu-se novamente uma fragilidade na definição do que são tecnologias, contudo, mesmo com essa dificuldade de definição e classificação, todos os enfermeiros reconheceram a importância da sua utilização para a qualificação do cuidado prestado. A maioria dos enfermeiros declararam que a mais utilizada por eles é a tecnologia leve, empregada como ferramenta para a criação de vínculo, comunicação, acolhimento; porém, disseram também que, em algum momento, as outras tecnologias também são utilizadas, demonstrando que não é viável prestar a assistência com apenas a tecnologia leve. Ao serem questionados acerca de capacitações sobre as RAS, os enfermeiros foram unânimes em responder que não tiveram capacitação que os subsidiassem para o entendimento do que significa RAS e como ocorre a sua implementação, tiveram apenas capacitações fragmentadas sobre alguma ação desenvolvida dentro de um ponto de atenção de uma rede temática, como por exemplo, o ‘pré-natal de alto risco’ ou o ‘atendimento à pessoa com doença pulmonar obstrutiva crônica’. Essa situação pode justificar a fragilidade no conhecimento dos enfermeiros acerca das RAS e das tecnologias de cuidado, tendo em vista que estas dão suporte para o trabalho em rede. Considerações finais: apesar das fragilidades encontradas, os enfermeiros mostram-se cientes da importância e da efetivação do trabalho pensado na lógica das RAS, buscando a comunicação com todos os pontos de atenção à saúde e ampliando o cuidado para atingir a integralidade. Dessa forma, estando as RAS em fase de implantação no território nacional, verifica-se a necessidade de atualização dos enfermeiros, por meio da ampliação, execução e efetivação de atividades de Educação Permanente em Saúde para todos os profissionais acerca das RAS e das Tecnologias de Cuidado. Assim, salienta-se a importância do enfermeiro na efetivação do trabalho em rede, sendo este o responsável pelo cuidado prestado aos usuários. Além disso, destaca-se a importância de qualificar o trabalho desse profissional, para que de fato o trabalho das RAS se concretize.

3060 GESTÃO DA CENTRAL DE REGULAÇÃO DE URGÊNCIA DE CURITIBA-PR: DESAFIOS NA INSERÇÃO DO ENFERMEIRO PARA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
Giovana Fratin, Aida Maris Peres, Cleiton José Santana

GESTÃO DA CENTRAL DE REGULAÇÃO DE URGÊNCIA DE CURITIBA-PR: DESAFIOS NA INSERÇÃO DO ENFERMEIRO PARA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA

Autores: Giovana Fratin, Aida Maris Peres, Cleiton José Santana

APRESENTAÇÃO Conforme a Portaria nº 2.048 de 2002 do Ministério da Saúde, as Centrais de Regulação compõem o Complexo Regulador. Segundo essa Portaria, a competência técnica para a função de regulador é atribuição do profissional médico. Em Curitiba, este serviço passou por um período de dificuldades para manter o quadro efetivo de médicos reguladores na central de regulação de urgência, seja por aposentadorias, licenças prêmio, licenças sem vencimento, mudanças de setor dentro da Rede, e por número elevado de licenças para tratamento de saúde gerados por sobrecarga de atividades durante o exercício do plantão, conforme relatos da equipe que chegavam aos gestores. Considerando o aumento das demandas, como por exemplo, a busca de vagas para atendimentos de urgência, dentro dos protocolos implantados nas linhas de cuidado, como IAM e AVC, e o aumento no número e na distância das transferências inter-hospitalares, realizadas pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência-SAMU, como por ocasião da abertura de um hospital de grande porte (1000 leitos, sendo 400 de UTI) na Região Metropolitana do município sede. Considerando a falta de Sistematização da Assistência de Enfermagem-SAE nas instituições envolvidas, em que a demanda de busca de vagas para inserção do paciente no hospital, que necessita contato telefônico com o Núcleo Interno de Regulação-NIR aumenta o tempo do regulador ocupado na busca do serviço pela falta de informações sistematizadas nos hospitais e no NIR. Estas lacunas geram o represamento de ligações que chegam pela Central 192, em especial em horários de alta demanda. A situação gerava angustia na equipe, e desgaste para todos os envolvidos. A Grade de Referência, instrumento de trabalho essencial para o correto encaminhamento do paciente, levou muito tempo para ser implantada, dificultando ainda mais o serviço do médico regulador. O sistema operacional utilizado na época não permitia relatórios, logo não havia dados estatísticos e sem estes dados, o gerenciamento da Central de Regulação de Urgência ficava comprometido. Pela necessidade de agregar ao serviço um profissional com competências técnicas especificas da área de saúde somadas a competências gerenciais, decidiu-se por inserir o profissional enfermeiro para sistematizar a assistência. Como grande conhecedor da rede de atenção à saúde, iria viabilizar vários contatos, encurtando o tempo entre o acionamento da regulação, o despacho da viatura e o serviço para o paciente no lugar adequado no menor tempo possível. Este relato de experiência objetiva descrever o processo de inserção do enfermeiro para sistematização da assistência na Central de Regulação de Urgência de Curitiba.   DESENVOLVIMENTO Ao inserir o profissional enfermeiro na Central de Regulação de Urgência para sistematização da assistência, levantamento de dados e encaminhamento dos pacientes inseridos nos protocolos de linha de cuidado, não se tinha conhecimento sobre  o volume exato de serviços que eram realizados, já que a sinalização diária das limitações e em especial das possibilidades não era monitorada ou avaliada. A escolha deste profissional foi embasada em perfil, forma de abordagem, alguém que compartilhasse com a equipe gestora da proposta de sistematização da assistência de enfermagem, organização, conhecimento da Rede e resiliência.Neste momento não havia apoio da equipe multiprofissional, que não aceitava a inclusão do profissional enfermeiro em um serviço que sempre foi restrito ao médico. Neste momento, a gestora utilizou de competências de comunicação, negociação e administração de conflitos apoiada em informações e evidências para o convencimento da equipe envolvida sobre a importância do projeto. Decidiu-se iniciar com um profissional enfermeiro, e na sequencia inserir mais profissionais. Junto com a inserção do enfermeiro, outras estratégias foram elaboradas: várias reuniões com a Secretaria de Saúde do Estado, com os municípios vizinhos, com os profissionais do complexo regulador, colhendo sugestões e criticas, transformando o assunto em pauta de várias câmaras técnicas. Não foram poucos os obstáculos, desde a rejeição inicial do serviço, a insegurança gerada e a resistência à mudança de um serviço que desde sua criação funcionava assim. Houve distócias do processo de regulação, os Técnicos Auxiliares de Regulação Médica-TARMs que confundiam a atuação do profissional, acreditavam que por ser enfermeiro seria um supervisor, são 6 equipes distintas de TARM, 10 equipes médicas, 4 equipes de rádio operadores, e para envolvê-los na novidade foi necessário empenho da equipe gestora. Um apoiador, o Núcleo de Ensino e Pesquisa-NEP  não estava atuante pela falta de equipe, logo não foi possível contar com este setor. Nesta época, com falta de profissionais na Rede, em especial de enfermeiros, o Departamento de Gestão de Trabalhadores de Saúde-DGTES pressionava para a disponibilização de maior número de profissionais para os serviços de assistência direta ao usuário do SUS. Em uma reunião gerencial ouviu-se: "não entendemos para que vocês necessitam de uma enfermeira para ficar sentada na Regulação". O poder de argumentação, a exposição da proposta e o esclarecimento sobre a sistematização da assistência de enfermagem através do TeleSaúde era essencial naquele momento, só assim haveria aliados para a proposta. Para os profissionais que aceitaram o desafio foram dias difíceis, que reforçaram a vontade de mostrar que os espaços de atuação do enfermeiro fortaleceriam o trabalho da equipe. RESULTADOS OU IMPACTO A partir da apresentação da primeira planilha à equipe, as barreiras fragilizaram e surgiu interesse na mudança, junto aosquestionamentos técnicos. A competência técnica e gerencial dos profissionais enfermeiros, aliada à proposta de sistematização do assistência teve impacto,  com resultados positivos. A utilização da SAE como ferramenta fez diferença para ações como lotação dos Veículos Terrestres de Resgate-VTRs do SAMU no território. O Secretário de Saúde Municipal intercedeu pessoalmente para que mais uma profissional enfermeira fizesse parte do projeto. Com a inserção do serviço de transporte do Paraná Urgência para compor o SAMU e a chegada de profissionais enfermeiros do Estado foram inseridos mais 3 enfermeiros para cobertura dos plantões noturnos, objetivando chegar na cobertura 24 horas do serviço com o Enfermeiro Regulador. No final de 2015, já existiam cinco enfermeiros na Central de Regulação da Urgência. Além dos protocolos de IAM e AVC, que deram inicio a função, outros protocolos foram implantados sobresponsabilidade do profissional enfermeiro, como o POP de Insuficiência Respiratória Infantil. A inserção da busca de vagas pelo profissional enfermeiro ocorreu por necessidade de seu trabalho no dia a dia da regulação. O enfermeiro tem capacidade para sistematizar o atendimento e não demorou para que os médicos reclamassem quando faziam plantão durante algum dia em que o profissional enfermeiro não estava na regulação. Para os envolvidos nesta experiência, a construção realizada a várias mãos visa a melhoria do atendimento aos usuários e fortalece o SUS. Vários desafios estão presentes, como a necessidade de ajustes em portarias e apoio dos conselhos de classe, mas a evolução do serviço com a participação do enfermeiro já iniciou. CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente, os envolvidos inicialmente nesta proposta seguem sua jornada pelo SUS em vários cenários, prontos para outros projetos que transformem utopias em parte do cotidiano. Os profissionais que permaneceram não se lembram mais como era antes da mudança. Inovações no processo de trabalho, o fortalecimento da Sistematização de Enfermagem em novas áreas de atuação e as competências dos profissionais enfermeiros que se somaram às competências da equipe fizeram desta experiência um sucesso, e por esta razão compartilhá-la.

1415 Regulação Médica e seu papel na Rede de Atenção às Urgências
Luciana Carrupt Machado Sogame, Julianna Vaillant Louzada Oliveira

Regulação Médica e seu papel na Rede de Atenção às Urgências

Autores: Luciana Carrupt Machado Sogame, Julianna Vaillant Louzada Oliveira

Apresentação: Este trabalho trata-se de uma reflexão sobre a Regulação Médica das Urgências e sua importância na Rede de Atenção às Urgências no Sistema Único de Saúde (SUS) como elemento ordenador da atenção às urgências. Desenvolvimento do trabalho: O processo regulatório é consolidado como uma ação que leva ao direcionamento e organização de um sistema, constituindo uma ferramenta importante na regulação pública. No que se refere ao atendimento às urgências e emergências, tal processo foi consolidado como ordenador destes serviços através da Política Nacional de Atenção às Urgências (PNAU), desde 2003. O processo de Regulação das Urgências é exercido por um profissional médico cujas ações permeiam entre decisões técnicas e gestoras. Sendo assim, para garantir uma resposta efetiva às necessidades de urgência, algumas ferramentas são fundamentais. Entre elas estão as grades de referências que devem ser detalhadas considerando a oferta de serviços, organizada em redes e linhas de atenção, de maneira hierarquizada. Com o objetivo de operacionalizar o processo de Regulação das Urgências, a Portaria N° 2.657 de 2004 que compõe a PNAU, estabeleceu regras para a estruturação de Centrais de Regulação Médica das Urgências, visando acolher os pedidos de ajuda da população acometida por agravos agudos à sua saúde, através de contato telefônico pelo número 192. Diante das necessidades agudas da população, tal assistência deve ser prestada de maneira integral e resolutiva de sua demanda, dentro de um sistema hierarquizado e regulado. Para este fim, em 2011 foi instituída a Rede de Atenção às Urgências no SUS, reformulando a PNAU, surgindo como um modelo de assistência centrado no paciente, voltado para o acolhimento com classificação do risco, primando pela qualidade e resolutividade. Resultados e/ou impactos: As Redes de Atenção por si só não garantem a interlocução entre os serviços de saúde. Sendo assim, a fim de garantir a universalidade do acesso a estes serviços a Regulação Médica das Urgências constitui, dentro da atenção às urgências, uma porta de entrada do SUS. Esta regulação deve garantir a equidade do cuidado a medida que presumi a gravidade dos chamados que chegam à Central e por meio da classificação do risco desencadeia uma resposta adequada conforme a necessidade de cada paciente. Desta forma a Regulação Médica das Urgências exerce o papel de ponte entre as diversas linhas de atenção à saúde. Considerações finais: A atenção à saúde apropria-se do conceito de regulação a fim de garantir a integralidade do cuidado, de maneira equânime, apoiando a gestão pública pois o ato de regular melhora o controle do acesso aos serviços e a maneira para aplicação dos recursos. Em se tratando da Regulação das Urgências, este processo deve ser consolidado como uma ferramenta fundamental para concretização dos princípios do SUS, fazendo-se necessária uma extensão deste conhecimento aos profissionais de saúde em sua formação. 

2428 Hospital Comunitário: Relato da experiência Italiana e cooperação Brasil-Itália.
DANIELY QUINTÃO FAGUNDES

Hospital Comunitário: Relato da experiência Italiana e cooperação Brasil-Itália.

Autores: DANIELY QUINTÃO FAGUNDES

APRESENTAÇÃO: Com o crescimento da população idosa no Brasil em relação à população geral, aumentaram as demandas por cuidados a doenças crônicas, recuperação e reabilitação. Uma melhoria nos cuidados e alternativa aos altos custos hospitalares pode ser observada através dos cuidados intermediários que se situam entre a Atenção Básica e Hospitalar. No Brasil há várias experiências, e a Itália tem avançado muito nesta questão, servindo de subsídio à organização destes serviços. A Itália e em especial a Região Emilia-Romagna tem feito investimento em serviços de atenção intermediária que são voltados a pacientes crônicos ou egressos de internação, com baixa autonomia, e por isto não podem ser cuidados em domicílio, mas que não têm necessidade de serem internados em Hospitais Gerais. Entre os dispositivos de cuidados intermediários se colocam os “Hospitais Comunitários”.   OBJETIVOS: O objetivo desse trabalho e relatar a experiência Italiana e discutir possibilidades de implantação no Brasil desse modelo de cuidados intermediários, a partir da cooperação entre o Brasil e Itália.   DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Os hospitais comunitários italianos são unidades de internação, de referência territorial que contam com o suporte do médico de família e do pessoal de enfermagem. Seus objetivos são: reduzir riscos e custos com internações, empoderar familiares e cuidadores, realizar abordagem multidimensional, executar um plano de cuidado integrado e individualizado. O hospital comunitário é reservado à: Pacientes provenientes da estrutura hospitalar que necessitam de cuidados de reabilitação; Pacientes frágeis e/ou crônicos que apresentam instabilidade clínica, mas sem a necessidade de internação no hospital para agudos; Pacientes com necessidade de cuidados de enfermagem na administração de medicamentos, ou em serviços não realizáveis no domicílio. Não são permitidos pacientes afetados por patologias agudas que necessitam de cuidados intensivos como Instabilidade cardiovascular ou neurológica, ou pacientes sem diagnóstico e plano de tratamento definidos.  A partir do contexto Italiano, adotar os cuidados intermediários no plano da Atenção Básica Brasileira é a solução pensada para atender a uma demanda de problemas de saúde que se encontram fora do escopo atual, e não seriam casos para o Hospital Geral, prevenindo internações desnecessárias, trabalhando a recuperação e reabilitação de usuários agudizados, ou com baixa autonomia para ficar em segurança no domicílio.   IMPACTOS: Os cuidados intermediários em hospital comunitário diminuíram significativamente o número de readmissões para a mesma doença para o hospital geral e um número significativamente maior de pacientes ficou independente do atendimento comunitário após 26 semanas de seguimento, sem aumento na mortalidade e número de dias em instituições, demonstrando que os cuidados intermediários são altamente efetivos.   CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir dessa experiência, será realizado no âmbito do Sistema Único de Saúde, e na Itália, um projeto de pesquisa que tem como objetivo analisar as experiências existentes nos dois países, com possibilidades para a ampliação dos cuidados intermediários. No decorrer deste projeto será pensada proposta de inclusão do “Hospital Comunitário”, junto à Atenção Básica.  

465 Educação permanente em Saúde: a experiência do profissional de odontologia na Residência Multiprofissional em Estratégia Saúde da Família
Alessandra dos Santos Tavares Vieira, Michelle Castro da Silva Holanda, Liliane Silva do Nascimento, Isabella Oliveira dos Santos, Amanda Menezes Medeiros, Dimitra Castelo Branco, Pettra Blanco Lira Matos, Andrea Cristina Marassi Lucas

Educação permanente em Saúde: a experiência do profissional de odontologia na Residência Multiprofissional em Estratégia Saúde da Família

Autores: Alessandra dos Santos Tavares Vieira, Michelle Castro da Silva Holanda, Liliane Silva do Nascimento, Isabella Oliveira dos Santos, Amanda Menezes Medeiros, Dimitra Castelo Branco, Pettra Blanco Lira Matos, Andrea Cristina Marassi Lucas

Apresentação: Trata-se do relato da experiência do profissional de odontologia enquanto residente do programa de Residência Multiprofissional em Estratégia Saúde da Família. É sabido que a formação profissional sofre influência do meio em que está inserida. A área da saúde possuiu em seu histórico um período de modelo curativista nos serviços de saúde prestados. O Sistema Único de Saúde (SUS) propõe um sistema com princípios doutrinários de universalidade, equidade e integralidade, personificando o conceito ampliado de saúde. Responsabilizou-se em promover a qualificação dos recursos humanos com objetivo de assistir à saúde da população em equipe de forma multiprofissional. Essa realidade visa uma formação qualificada para o fortalecimento dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), na perspectiva de atenção integral, priorizando ações de promoção, proteção e prevenção. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada a partir da visão de do residente de odontologia inserido no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família de Belém. Desenvolvimento do trabalho: O residente de odontologia é alocado em Unidades de Saúde da Família e no Programa Saúde na Escola, Centro de Especialidades Médico e Odontológicas (CEMO), além de vivência de gestão nas Secretarias Municipais de Saúde da Capital Belém e região metropolitana, Ananindeua. Referente a unidade de saúde da família cito a de Ananindeua, bairro de Águas Lindas e a de Benevides, bairro Santos Dumont. Já no PSE a vivência ocorreu no Projeto Consultório Itinerante de Odontologia, em Belém, bairro Guamá, inserido na área compreendida pelo Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB). O residente no local de prática é supervisionados por preceptores (profissionais da área de formação afim) que coordenam e orientam o desenvolvimento das atividades em ensino-serviço. Vale ressaltar que o aspecto ético, o compromisso e o trabalho em equipe foi levado em consideração de forma a desenvolver um trabalho multidisciplinar na medida do possível, realizando atividades educativas, salas de espera, conscientização da equipe e dos usuários do serviço, visitas domiciliares, entre outros. Resultados: A experiência vivenciada pelo residente demonstrou a possibilidade integrar teoria e prática.  Preconiza pelo nível de assistência da Atenção Básica de forma a fazer compreender a organização do Sistema Único de Saúde. Possibilita a compreensão das especificidades da odontologia para os demais profissionais. Além de levar a reflexão da prática enquanto profissionais que anteriormente condicionava a uma conduta exclusivamente clínica. Repensar a atuação não somente como profissional, mas sobretudo como pessoa, haja vista que proporciona contato com a realidade social das famílias, através das visitas realizadas, percebido também por meio de conversas com os usuários a qual aspectos como falta de informação ou informação inadequada relacionados a atendimentos, medicamentos, higiene, entre outros. Considerações finais: A educação permanente se mostra positiva por contribuir no desenvolvimento de habilidades e competências dos profissionais de forma multidisciplinar para o fortalecimento dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde com reflexos favoráveis a população.

3093 Organização de um eixo longitudinal de ensino de urgência e emergência na estrutura curricular de um curso de medicina de Vitória /ES
Luciana Sogame, Leonardo Vieira, Simone Duarte, Julianna Oliveira, Roberto Barbosa, Caio Duarte Neto

Organização de um eixo longitudinal de ensino de urgência e emergência na estrutura curricular de um curso de medicina de Vitória /ES

Autores: Luciana Sogame, Leonardo Vieira, Simone Duarte, Julianna Oliveira, Roberto Barbosa, Caio Duarte Neto

Apresentação: Este relato trata-se da apresentação do processo de construção de um eixo longitudinal de ensino de urgência e emergência em uma Instituição de Ensino Superior (IES) tradicional do ES cujo curso de medicina é ofertado há 49 anos. Desenvolvimento do trabalho: As situações de urgências e emergências podem ocorrer em qualquer local e em qualquer hora. Nas últimas décadas, vivenciamos um grande aumento em suas demandas e o despreparo para o seu enfrentamento. No Espírito Santo, em 2014, ocorreram cerca de 20.000 óbitos consequentes a doenças do aparelho circulatório em primeiro lugar, seguido das causas externas e neoplasias. Entretanto, os óbitos por causas externas determinaram a maior taxa de anos potenciais de vida perdidos. Portanto, é importante que a comunidade saiba prestar os primeiros socorros às vítimas de insultos agudos e saiba como acionar corretamente o SAMU 192, um importante componente de rápido acesso à Rede de Urgência e Emergência. Fundamental, também, é o papel das escolas de medicina na formação de profissionais aptos a atuar nos diferentes contextos e cenários que envolvem a atenção às urgências e emergências traumáticas e não traumáticas. Descrição da experiência: A organização do eixo de U&E baseou-se na fundamentação teórica das recomendações para a matriz curricular do projeto ABEM intitulado “A situação do ensino de urgência e emergência nos cursos de graduação de medicina no Brasil”. Descreve-se a seguir os passos e etapas realizados: apropriação teórica do assunto com leitura e discussão de artigos sobre o tema, realizada no Centro de Simulação e Habilidades da IES e durante reuniões do Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar da Rede de Urgência e Emergência. apresentação da proposta preliminar para o núcleo pedagógico, coordenação do curso e mantenedora; articulação de conteúdos para o desenvolvimento das competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) na atenção às urgências e emergências com os demais conteúdos do curso de medicina, proporcionada durante as oficinas de integração e construção dos mapas conceituais de cada disciplina da IES; definição dos conteúdos, a serem desenvolvidos em grau crescente de complexidade, do 1º ao 8º período; construção dos mapas conceituais de cada módulo do eixo da U&E; aprovação no Colegiado do Curso de Medicina. Resultados: Espera-se formar profissionais capazes de: conhecer o sistema de saúde tornando-o mais eficaz, eficiente e seguro; desenvolver comunicação efetiva com usuários, familiares, comunidades e membros das equipes profissionais; planejar medidas de prevenção e promoção à saúde; assistir de forma integral a população nas situações de emergências traumáticas e não traumáticas em diferentes cenários; identificar precocemente os sinais e sintomas de agravo à saúde; realizar o suporte essencial à manutenção da vida; ocupar o seu espaço nas Centrais de Regulação de Urgências; reconhecer o seu papel enquanto gestor dos serviços de urgência e emergência; elaborar indicadores de saúde da região; responsabilizar-se pela própria formação, comprometendo-se com a formação das futuras gerações de profissionais de saúde. Considerações finais: Espera-se qualificar a assistência à população em situações de urgência e emergência, por meio do desenvolvimento de competências, com responsabilidade e compromisso social.