52: Quando o território escreve demandas: diversidades locais como desafios para os sistemas de saúde
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: ICB Sala 02 - Cabaça    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
1549 Cobertura vacinal contra HPV em indivíduos de 9 a 13 nos municípios da região de saúde de Fortaleza-Ceará
Izaildo Tavares Luna, Kedimam Celis Barros Bastos, André Schimidt da Silva, Maria Socorro Moisés de Melo, Angélica Mota Marinho, Thayná Pinto da Costa Luna, Ana Vitória Leite Luna, Patrícia Neyva da Costa Pinheiro

Cobertura vacinal contra HPV em indivíduos de 9 a 13 nos municípios da região de saúde de Fortaleza-Ceará

Autores: Izaildo Tavares Luna, Kedimam Celis Barros Bastos, André Schimidt da Silva, Maria Socorro Moisés de Melo, Angélica Mota Marinho, Thayná Pinto da Costa Luna, Ana Vitória Leite Luna, Patrícia Neyva da Costa Pinheiro

Apresentação: A etiologia do câncer de colo de útero está associada à infecção cervical pelo HPV, sendo o principal precursor dessa patologia. A estratégia vacinal contra o HPV é uma política pública de saúde com maior eficácia para cessar a doença no futuro.  Diante disso, o Ministério da Saúde do Brasil oferta desde o ano de 2014, três doses da vacina. Diante disso, objetivou-se analisar a cobertura vacinal contra HPV indivíduos de 9 a 13 nos municípios que compõem a Região de Saúde de Fortaleza-Ceará, no período de 2014 a 2016. Desenvolvimento do trabalho: Consistiu em pesquisa descritiva, pois teve a finalidade de observar, analisar, classificar e interpretar os fatos ou fenômenos variáveis, sem que o pesquisador interferisse neles ou os manipulassem, com abordagem quantitativa, por meio de levantamento documental, buscando informações em material que ainda não recebeu tratamento analítico. A coleta dos dados ocorreu em setembro de 2017 a partir dos bancos de dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização. Por não envolver a participação de seres humanos, foi dispensável a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, conforme Resolução 466/12. Resultados: No Ceará, a imunização com a vacina papilovírus humano quadrivalente alcançou 82,24% da população-alvo de 242.810 adolescentes, com 201.132 doses aplicadas. Em relação aos municípios investigados a primeira dose da campanha alcançou 167.432 indivíduos vacinados, atingindo a meta de 80% de cobertura vacinal para 2017, estabelecida pelo Ministério da Saúde. Já na segunda dose, o quantitativo foi de 130.657 vacinados, que apesar da redução, se manteve acima da cobertura nacional. Como possíveis causas dessa diminuição encontram-se: a baixa adesão à vacinação contra o HPV devido à hipersensibilidade aos componentes da vacina e efeitos adversos; a pouca eficácia das mensagens transmitidas pelas mídias e meios de comunicação estatal para promover nas pessoas a necessidade de adoção de medidas de proteção contra o HPV e, à mudança de local de vacinação, pois ocasionou a quebra da sua sistematização e não permitiu aumentar o vínculo entre serviços públicos de saúde e a comunidade escolar. Considerações finais: Os resultados evidenciam que a cobertura vacinal de indivíduos de 9 a 13 anos de idade, aptos a receberem a vacina contra o HPV nos municípios investigados cumpriu a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, para a primeira dose. Todavia, a quantidade de vacinas aplicadas na segunda dose ficou abaixo do preconizado. É importante a realização de estudos que investiguem a relação da mudança de locais da aplicação da segunda dose da vacina e sua relação com a diminuição da quantidade de indivíduos que receberam a segunda dose da vacina contra o HPV, como também confirmar se a ação pouco expressiva de divulgação da vacinação para a segunda dose influenciou na diminuição de indivíduos vacinados nos municípios investigados.

2203 Febre Amarela: Cobertura vacinal das UBS’s de Alter do Chão, Aparecida e Vitória Régia do município de Santarém-PA.
Juliana Reis Pereira, Nathália Lima de Araújo Rodrigues, João Vitor Ferreira Walfredo

Febre Amarela: Cobertura vacinal das UBS’s de Alter do Chão, Aparecida e Vitória Régia do município de Santarém-PA.

Autores: Juliana Reis Pereira, Nathália Lima de Araújo Rodrigues, João Vitor Ferreira Walfredo

A Febre Amarela gerou muitas preocupações para a população no início do ano de 2017 com a notificações de 792 casos da forma silvestre da doença em alguns estados do país, inclusive no Oeste do Pará. Diante dessa situação, a pesquisa foi feita em três Unidades Básicas de Saúde do município de Santarém-PA no período de janeiro de 2016 a junho de 2017 e teve como objetivo fazer uma análise da quantidade de vacinas administras mensalmente nesse intervalo de tempo, descrever como se encontrava a situação da cobertura vacinal da doença e verificar como está sendo realizada a imunização contra a FA por faixa etária. Para a realização desse trabalho foi feita uma pesquisa descritiva, quantitativa, retrospectiva e documental. A coleta foi feita em banco de dados de três UBS’s e da Divisão de Vigilância em Saúde do município, através da emissão do relatório do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI). As variáveis encontradas nas informações coletadas foram idade, ano, mês e tipo de dose (inicial ou revacinação). A amostra da pesquisa constituiu-se de 935 vacinas na UBS de Alter do Chão, 2226, na UBS de Aparecida e 359, na UBS de Vitória Régia. Com relação aos resultados encontrados, observou-se uma prevalência de vacinações feitas no período de janeiro a abril de 2017, principalmente nas unidades de Alter do Chão e Aparecida, 58% e 50% respectivamente. No caso da UBS do Vitória Régia a porcentagem foi menor, porém também significativa, no período citado anteriormente, apresentando 35%. Já na análise da faixa etária houve uma preponderância de aplicações em pessoas com idades de 05 a 19 anos. A partir do estudo foram notáveis algumas imunizações contrárias ao preconizado pelo Ministério da Saúde contra febre amarela, como vacinas realizadas em pessoas maiores de 59 anos e também em bebês menores de 9 meses. A respeito da análise da cobertura vacinal a nível municipal, Santarém apresenta uma Cobertura Vacinal muito baixa, e não foi possível de ser realizada uma análise por cada unidade de saúde pesquisada, pois não existiam dados suficientes por UBS para estimar a cobertura com o cálculo matemático recomendado pelo MS. Em todos os eixos da pesquisa foram encontrados dados preocupantes, principalmente devido à região de abrangência da pesquisa ser uma área com potencial para ocorrências ou surtos dessa doença. Diante disso, é necessário fazer uma busca mais detalhada junto aos profissionais da sala de vacina e aos gestores públicos a respeito de quais são motivos para essas falhas na imunização estarem acontecendo e com posse dessas informações poder tomar atitudes e promover melhorias, seja na qualificação dos profissionais ou na administração das UBS’s. Um fator importante que pode ajudar a melhorar esse quadro e ajudar a erradicar a FA é a determinação de metas para vacina antiamarílica nas áreas de abrangência de cada UBS, para o controle ser feito de forma mais localizada e eficaz.

5185 Gerenciamento do Programa de Imunização nos Territórios Indígenas da Bahia
LARISSA SOARES DA SILVA

Gerenciamento do Programa de Imunização nos Territórios Indígenas da Bahia

Autores: LARISSA SOARES DA SILVA

O trabalho trata-se de um relato de experiência que tem como objetivo compartilhar o processo de gerenciamento do Programa de Imunização nos territórios indígenas na Bahia em desenvolvimento desde 2012. Visa ainda estimular reflexões para o aprimoramento do gerenciamento educador da área programática em saúde. A sede do Distrito fica localizada em Salvador na Bahia, possui uma população de 28.215 indígenas aldeados (conforme demográfico 2017), contemplando 23 etnias, residentes em 126 aldeias localizadas em 28 municípios do Estado. De acordo com a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas cada distrito deverá organizar uma rede de serviços de atenção básica de saúde dentro das áreas indígenas, integrada e hierarquizada com complexidade crescente e articulada com a rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse propósito, o serviço de saúde indígena é realizado no DSEI-Ba por 33 Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena/EMSI. Essas equipes são gerenciadas tecnicamente por coordenadores técnicos, distribuídos em nove Polos Base. A experiência descrita refere-se ao gerenciamento do Programa de Imunização do DSEI-Ba a partir de 2012. O referido programa no Distrito norteia-se na Gestão da Qualidade Total, utilizando a metodologia do Ciclo PDCA - composta por quatro etapas: planejamento, execução, avaliação e correção -, e direcionado a melhoria contínua. A gestão do programa guia-se pelos pilares do Sistema de Gestão da Qualidade: definição de atribuições; registro; treinamento e qualificação; e monitoramento e avaliação. Concernente ao pilar da definição de atribuições, o Programa de Imunização inseriu as atribuições dos profissionais (enfermeiros, técnicos de Enfermagem, AIS e coordenadores técnicos dos polos) no Manual de Atribuições da EMSI do DSEI-BA elaborado em 2012, realizou a atualização das atribuições em 2015. E em 2017, disparou o processo de uma nova atualização através de leitura coletiva e sugestões compartilhadas referentes às atribuições na Reunião Distrital de Imunização Indígena do DSEI-Ba com os nove (09) coordenadores técnicos em saúde e na Capacitação em Calendário de Vacinação Indígena do DSEI-Ba com técnicos de enfermagem dos Serviços de Referência do Distrito e dos polos base. No pilar do registro, os dados de vacinação têm instrumentos específicos para registro e consolidação utilizados e analisados pelas EMSIs que executam as ações de imunização nos territórios indígenas. Salienta-se que o fluxo de envio dos dados dessa área programática é o mesmo definido e executado desde 2012: os dados da aldeia registrados e analisados pela equipe de enfermagem da EMSI são enviados ao Coordenador Técnico em Saúde do Polo Base para análise por aldeia, consolidação por Polo Base, análise do consolidado e envio ao Responsável Técnico/RT de Imunização do Distrito para análise por Polo Base e compilação no âmbito distrital. Destaca-se que os prazos de envio dos dados são os mesmos há anos. Portanto, percebe-se que a sistematização do fluxo de envio dos dados com prazos mantidos anualmente vem contribuindo para a padronização e otimização do processo de trabalho e para as etapas iniciais da vigilância em saúde: coleta de dados, notificação e análise. A respeito do pilar treinamento e qualificação, o DSEI-BA proporciona oportunidades de qualificação na área de imunização aos profissionais. Em 2012, sete (07) enfermeiros participaram de capacitação em Gerência das Ações de Vacinação dos Serviços de Saúde do SUS promovido pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica/DIVEP da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia/SESAB; em 2013, 26 profissionais da equipe de enfermagem participaram do Treinamento em Sala de Vacina, Rede de Frio e Eventos Adversos, realizado pelo DSEI-Ba em parceria com a DIVEP/SESAB; em 2014, 04 técnicos de enfermagem participaram da Capacitação em Sala de Vacina realizada pela DIVEP/SESAB; em 2015, 02 enfermeiros RT de área programática do DSEI (incluindo o RT de imunização) participaram do I Curso de Boas Práticas de Vacinação com ênfase na Investigação de EAPV, realizado pela CIVEDI/DIVEP/SESAB; ainda em 2015, 29 profissionais da equipe de enfermagem foram capacitados pelo Distrito em Sala de Vacina e Rede de Frio e 15 participaram da I Atualização em Imunização Indígena do DSEI-Ba; e em 2016, 17 profissionais foram capacitados em Sala de vacina, EAPVs e Rede de Frio do DSEI-Ba e 20 participaram da II Atualização em Imunização Indígena do Distrito. Pondera-se que houve um incremento de 428% de profissionais de enfermagem do DSEI-Ba capacitados em imunização no período de 2012 a 2016. Ressalta-se que desde 2015, a metodologia utilizada nas capacitações de imunização do Distrito é o construtivismo, a qual prima pela problematização do processo de trabalho como ferramenta de aprendizagem significativa, implicação dos sujeitos e transformações das práticas de forma reflexiva. No pilar monitoramento e avaliação, há o dicionário dos cinco (05) indicadores de imunização, o qual é enviado anualmente aos profissionais de EMSI/Polos Base, constando a descrição, a fórmula de cálculo, a fonte dos dados e o prazo de envio (o mesmo padronizado no fluxo de envio de dados). Como se trata de uma gestão à distância, foi pactuado o Plano de Comunicação entre a RT do Programa de Imunização do DSEI Bahia com os Coordenadores Técnicos atuantes nos Polos. Nesse plano, há a descrição dos canais de comunicação, bem como a limitação de uso de alguns em relação ao período semanal e ao horário, como o grupo do whatsAap de Imunização do Distrito. O monitoramento ocorre pelos canais de comunicação (memorando, memorandos circulares, correio eletrônico, ligação, grupo de whatAap), bem como por Reuniões Técnicas, matriciamento e visitas técnicas. O Programa de imunização do DSEI-Ba tem definida as atribuições de cada função (técnico de enfermagem e enfermeiro, enfermeiro e coordenador técnico) para cada indicador de imunização, desde a coleta, o registro, a análise e envio. O processo de avaliação ocorre simultaneamente com o monitoramento e é fomentado que suceda de forma ascendente e participativa desde a EMSI no território e também com os conselheiros locais de Saúde Indígenas, lideranças, caciques e comunidades. Durante dois anos seguidos, no início do ano, foi enviado um questionário com objetivo do alinhamento das expectativas referente ao Programa entre as partes interessadas/envolvidas (coordenadores técnicos, enfermeiros das EMSIs e RT) no processo de trabalho. Neste trabalho, serão ressaltados os resultados do indicador esquema vacinal completo (EVC), visto que se trata do indicador pactuado e acompanhado mensalmente no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal/SICONV desde 2014 e pactuado no Plano Distrital de Saúde Indígena. Em relação aos grupos prioritários, o Programa de imunização durante o período de 2012 a 2016 apresentou 36,4% de incremento no percentual de menores de 01 ano de idade com EVC, 9,52% de incremento no percentual de crianças menores de 05 anos de idade com EVC, 48% de incremento no percentual de idosos indígenas com EVC e 72,6% de incremento no percentual de mulheres em idade fértil (10 a 49 anos de idade) com EVC. Acredita-se que a metodologia do Ciclo PDCA - composto por quatro etapas: planejamento, execução, avaliação e correção -, que almeja sempre a melhoria contínua, utilizada no Programa de Imunização tem sido fundamental para instituir coletivamente normas flexíveis pautadas nas reflexões críticas dos profissionais envolvidos sobre o processo de trabalho, o que tem suscitado avanços desde 2012, amadurecimento profissional da equipe de enfermagem, aumento do conhecimento dos indígenas em relação as vacinas e doenças imunopreveniveis e alcance das metas. 

2792 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: PREVALÊNCIA, CONTROLE E CONHECIMENTO
Paula Brustolin Xavier, Anderson Garcez, Antonino Germano, Gabriela Herrmann Cibeira, Maria Teresa Anselmo Olinto

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: PREVALÊNCIA, CONTROLE E CONHECIMENTO

Autores: Paula Brustolin Xavier, Anderson Garcez, Antonino Germano, Gabriela Herrmann Cibeira, Maria Teresa Anselmo Olinto

Apresentação: O objetivo deste estudo foi descrever a prevalência de hipertensão arterial sistêmica em trabalhadores da indústria do estado do Rio Grande do Sul, com ênfase no seu grau de conhecimento e controle. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo transversal com dos dados do “Projeto Coração”, realizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI-RS) no período de 2006 a 2009. Um total de 20.788 trabalhadores industriários de 18 a 59 anos de idade e de ambos os sexos participaram do estudo. A presença de hipertensão arterial sistêmica foi definida pela pressão arterial ≥ 140/90 mmHg ou uso atual de anti-hipertensivos, sendo esta determinada por meio da mensuração dos níveis tensionais sistólicos e diastólicos utilizando-se de aparelho esfigmomanômetro do tipo aneróide, previamente testado e calibrado. As análises foram estratificadas por sexo e idade e utilizou-se teste de Qui-quadrado de Pearson para heterogeneidade de proporções.Resultados: A média de idade da amostra foi de 32,8 anos (desvio padrão ±9,8) e 59,4% era composta por homens. A prevalência de hipertensão arterial sistêmica foi de 12,2% dentre o total de trabalhadores, sendo esta maior entre as mulheres (14,6%) do que nos homens (10,6%). Em relação ao nível de conhecimento e controle da hipertensão arterial sistêmica, verificou-se que 54,1% desconheciam ser hipertensos e que 23,1% tinham conhecimento de ser hipertensos, mas não apresentavam níveis de pressão arterial controlados no período de avaliação deste estudo. Tanto o desconhecimento quanto o não controle da doença foram maiores entre os homens do que nas mulheres, 57,7% vs. 43,3% e 30,8% vs. 14,8%, respectivamente. Ademais, observou-se um aumento do não controle da hipertensão arterial conforme o aumento da idade do trabalhador, assim como apenas 32,9% dos hipertensos relataram fazer acompanhamento médico.Considerações: Uma prevalência significativa de hipertensão arterial sistêmica foi verificada entre os trabalhadores deste estudo. Ainda, observou-se uma alta ocorrência de desconhecimento da doença, assim como do nível de não controle da hipertensão arterial sistêmica. Ações de educação em saúde junto aos trabalhadores podem auxiliar no controle e prevenção de futuras complicações na saúde desses.

604 ÍNDICES DE MORTALIDADE MATERNA NA FAIXA ETÁRIA DE ATÉ 19 ANOS NAS MACRORREGIÕES MARANHENSES ENTRE 2006 E 2015
tony viegas, matheus lima, hugo marques, rafaela macedo, camila rodrigues, andrei chaves, anderson santos

ÍNDICES DE MORTALIDADE MATERNA NA FAIXA ETÁRIA DE ATÉ 19 ANOS NAS MACRORREGIÕES MARANHENSES ENTRE 2006 E 2015

Autores: tony viegas, matheus lima, hugo marques, rafaela macedo, camila rodrigues, andrei chaves, anderson santos

A mortalidade materna em gravidez consideradas de risco pelo Ministério da Saúde no Brasil abrange diversos fatores. Mulheres entre 0 e 19 anos, faixa etária considerada dentro da zona de risco,  no estado do Maranhão estão submetidas a diversas influências, tais como urbanização, escolaridade, saúde pública, infraestrutura, faixa etária e questões socioeconômicas, as quais possibilitam variações nos índices de mortalidade ao longo de todo território estadual. Cada macrorregião maranhense tem sua peculiaridade e vivencia uma realidade específica e carente de estudo aprofundado. O estudo é caracterizado como descritivo e visa identificar as principais variações dos índices de mortalidade nas macrorregiões abordadas. Sendo assim, estabelecerá explicações e as implicações dessa variação nas esferas sociais utilizando a literatura pregressa relacionada ao tema e disponível nas plataformas Scielo e Google Acadêmico. O estudo consistiu em estabelecer conclusões derivadas da análise minuciosa de dados secundários oriundos de uma pesquisa quantitativa envolvendo o Datasus e abordou os óbitos registrados no Sistema de Informação em Mortalidade no período de 2006 a 2015. Foram elaborados, com auxílio do Excel, tabelas e gráficos comparativos entre os índices calculados para cada uma das regiões relacionadas com a pesquisa e estabeleceram-se conclusões específicas. Com isso, pretendeu-se descrever a realidade do indicador de saúde em todo o estado do Maranhão, tendo como base as principais divisões administrativas e elaborando um panorama geral da quantidade de mulheres jovens que morrem a cada ano em todo o território estadual. Tais comparações possibilitarão o manejo de políticas assistencialistas mais eficientes e direcionadas para aquelas áreas que realmente necessitam de mais atenção, visto que esses fatores epidemiológicos são de suma importância para a gestão em saúde de qualquer localidade.

553 MAPEAMENTO DOS CASOS DE HANSENÍASE UTILIZANDO A ANÁLISE ESPACIAL NO MUNICÍPIO DE SANTAREM-PARÁ
Guilherme A. Barros Conde, Glauciney Pereira Gomes, Claudio Guedes Salgado, Valney Mara Gomes Conde

MAPEAMENTO DOS CASOS DE HANSENÍASE UTILIZANDO A ANÁLISE ESPACIAL NO MUNICÍPIO DE SANTAREM-PARÁ

Autores: Guilherme A. Barros Conde, Glauciney Pereira Gomes, Claudio Guedes Salgado, Valney Mara Gomes Conde

Introdução: A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa, de evolução crônica, de notificação compulsória, curável e de investigação obrigatória em todo território nacional, que se manifesta, principalmente, por lesões cutâneas com diminuição de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil causada pelo bacilo álcool-ácido resistente, intracelular obrigatório, denominado Mycobacterium leprae. Este trabalho teve como objetivo de mapear os casos de hanseníase detectados no município de Santarém através do emprego de técnicas de análise espacial. Metodologia: Pesquisa epidemiológica, retrospectiva utilizando os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) entre os anos de 2003 a 2013 do município de Santarém-PA. Foram utilizados os setores censitários (246) do município de Santarém que serviram de base para pontuar os casos de hanseníase georreferenciados através do software livre QUANTUM GIS (QGIS). Resultados: Foi identificado um cluster correlacionando alta taxa de detecção com alta densidade de moradores em domicílio (p-valor 0,05) e composto por 7 setores censitários. Nesse cluster alto-alto identificado, verificou-se uma população de 6.574 habitantes, renda média de R$ 335,50, densidade demográfica de 6.81 hab/km² e totalizando a existência de 38 casos da doença na área de abrangência do cluster, dos quais 18 casos foram classificados operacionalmente como Multibacilares. Conclusão: A utilização da técnica de análise espacial contribui para a visualização e a identificação de áreas mais acometidas da doença ao longo do espaço geográfico e a utilização destas no planejamento de estratégias de combate e busca ativa pelo serviço de saúde no processo erradicação da hanseníase. Palavras-chave: Hanseníase, Georrefenciamento, Cluster, Analise Espacial, Local Moran I Referências BARRETO, J. G. et al. Spatial epidemiology and serologic cohorts increase the early detection of leprosy. BMC Infectious Diseases, p. 1–9, 2015   

2844 OBESIDADE EM TRABALHADORES DA INDÚSTRIA: PREVALÊNCIA E FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS ASSOCIADOS
Paula Brustolin Xavier, Anderson Garcez, Antonino Germano, Gabriela Herrmann Cibeira, Maria Teresa Anselmo Olinto

OBESIDADE EM TRABALHADORES DA INDÚSTRIA: PREVALÊNCIA E FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS ASSOCIADOS

Autores: Paula Brustolin Xavier, Anderson Garcez, Antonino Germano, Gabriela Herrmann Cibeira, Maria Teresa Anselmo Olinto

Apresentação: Esse estudo se propõe identificar a prevalência de obesidade e os fatores sociodemográficos associados em uma amostra de trabalhadores da indústria do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo transversal com dados do “Projeto Coração”, realizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI) do RS. A amostra foi constituída por 20.852 trabalhadores industriários com idade entre 18 a 59 anos de ambos os sexos participaram do estudo. Os dados foram coletados por meio de questionário e a variável dependente foi avaliada por meio de medidas antropométricas. Considerou-se obesos os trabalhadores com Índice de Massa Corporal igual ou maior que 30kg/m2. As variáveis independentes investigadas foram: sexo, idade, cor da pele, situação conjugal, escolaridade e renda familiar. Conduziu-se a análise multivariada para obtenção das razões de prevalência, por meio de Regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: Entre os participantes a média de idade foi de 32,8 anos (desvio padrão [DP]: ±9,8) e 59,4% composta por homens. A prevalência de obesidade foi de 14,6 % (IC95%: 14,2-15,1). Após análise ajustada, observou-se uma maior prevalência de obesidade entre as mulheres do que nos homens (RP=1,24; IC95%:1,16-1,33), entre os trabalhadores com 50 anos ou mais de idade (RP=2,23; IC95%: 1,96-2,52), entre aqueles que vivem com companheiro (RP=1,29; IC95%: 1,18-1,41) e entre os trabalhadores com maior escolaridade (RP=1,38; IC95%: 1,20-1,59). Conclusões: Verificou-se uma ocorrência significativa de obesidade nos trabalhadores investigados, sendo que os principais fatores sociodemográficos associados à sua ocorrência nesta população foram sexo, idade, situação conjugal e escolaridade. Considerações: Ponderando que o presente estudo detectou uma alta prevalência de obesidade entre os trabalhadores da indústria do estado do Rio Grande do Sul, a identificação de diferentes características sociodemográficas associadas a esta doença, estes achados fomentam a necessidade de estabelecer estratégias e programas preventivos em relação a obesidade, com incentivo a adoção de um estilo de vida ativo, estimulo a educação em saúde sobre este grupo populacional.

883 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ACIDENTES DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO EM AMBIENTES NOSOCOMIAIS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PA
Lara monteiro Cardoso, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Carla Suellem Sousa Araújo, Dara Marcela Gama dos Anjos, José Walter Silva Costa, Mônica Karla Vojta Miranda, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ACIDENTES DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO EM AMBIENTES NOSOCOMIAIS NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PA

Autores: Lara monteiro Cardoso, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Carla Suellem Sousa Araújo, Dara Marcela Gama dos Anjos, José Walter Silva Costa, Mônica Karla Vojta Miranda, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

Apresentação: A constatação de agravos gerados pela manipulação de materiais biológicos em ambiente laboral do profissional de saúde tem chamado atenção de pesquisadores desde o início da década de 40. No entanto, no Brasil, somente nos anos 80, após o início da epidemia de AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), evidenciou-se quão frágil eram as questões de segurança na prática clínica da equipe de saúde. Atualmente, as notificações de agravos por materiais biológicos são consideradas compulsórias, efetuadas com ficha própria, regulamentada pelo Ministério da Saúde, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-NET) e em locais sentinelas específicos como os Centros de Referência de Saúde do Trabalhador (CEREST). Ressalta-se que através das notificações tona-se possível a realização de práticas de medidas de prevenção e controle. A fim de minimizar os riscos, a Norma Regulamentadora (NR) 32, que estabelece diretrizes básicas para medidas de proteção e segurança do trabalhador da saúde, preconizando ações de controle como o uso de  Equipamento de Proteção Individual (EPI), higienização das mãos, vacinação contra a hepatite B e hepatite C, entre outras medidas de proteção. Dessa forma, considerando a importância de conhecer a incidência de acidentes de trabalho com materiais biológicos, a fim de trabalhar na sua prevenção, o estudo teve o objetivo de conhecer o perfil epidemiológico e investigar o número de notificações de acidentes por material biológico com os profissionais de saúde, no município de Santarém, estado do Pará, no período de 2011 a outubro de 2016. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo documental, descritivo, transversal, de abordagem quantitativa. Teve como amostra trabalhadores atuantes em intuições de saúde no município de Santarém, acometidos por acidentes de trabalho com material biológico, no período de janeiro de 2011 a outubro de 2016. As informações foram colhidas a partir da ficha de notificação compulsória, que possui 14 itens referente a informações do paciente e mecanismos do acidente com material biológico, essas fichas estão disponíveis no Sistema de informação de Agravos de Notificação, obtidas após autorização de acesso as informações do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador e Divisão de Endemias da 9ª Centro Regional de Saúde de Santarém. Os dados foram tabulados e organizados em planilhas no Microsoft Office Excel 2007. Resultados e/ou impactos: O número de acidentes com material biológico no período em estudo foi de 249 casos registrados no SINAN-NET, envolvendo trabalhadores relacionados ao setor de saúde. Dentre os anos analisados, o de 2014 foi o que teve o maior número de ocorrências, com 32%. Referente aos demais períodos, o ano de 2011 e o de 2012 foram responsáveis por 14,5%, cada. No ano de 2013, obteve-se 22,5% dos registros no período; 13,7% em 2015 e 2,8% em 2016. Do total, 80,3% eram do sexo feminino e 19,7% do sexo masculino, tal achado condiz com as demais literaturas. Em relação à quantidade de indivíduos notificados por faixa etária, 64,2% estavam na faixa de 18-35 anos de idade; 33% na de 36–50 anos e 2,80% na de 51–65 anos. É notória que a maior força do trabalho de uma instituição hospitalar é composta por mulheres, em especial, com idade inferior a 40 anos, visto que, a maioria dos profissionais atuantes em áreas de saúde é integrante da equipe de enfermagem, que é composta majoritariamente pelo sexo feminino. O tipo de exposição que atuou como porta de entrada para o material biológico com maior representatividade foi à exposição percutânea, correspondendo a 79,9% de casos. Além disso, o material orgânico mais envolvido foi o sangue, com 81,1%. Em relação à circunstância, a maioria dos acidentes foi ocasionada durante a administração de algum medicamento endovenoso, com 13,7%; por descarte inadequado no chão, equivalente a 13,7%; descarte inadequado no lixo, com 12,4%; via manipulação na caixa destinada a material perfurocortante, totalizando 7,6%; através da punção coleta, com 5,2% e outras vias com menor representação foram por lavagem de material; administração de medicação intramuscular, subcutânea ou intradérmica; durante procedimento cirúrgico, odontológico, laboratorial ou de verificação do dextro; por reencape de agulha e, dentre outros onde não foi informada a situação de ocorrência, resultando em 47,4%. Tais dados permitem a associação dos acidentes com os profissionais da equipe de enfermagem, por estes lidarem diretamente com o paciente e estarem em contato constante com materiais perfurocortantes, além de representarem a maior parte dos recursos humanos de um meio hospitalar. Pertinente ao agente causador de maior frequência de acidentes de trabalho com material biológico, a agulha com lúmen foi a mais envolvida, englobando 66,7% das ocorrências, seguida por lanceta/lâmina, com 12,4%, já as demais foram relacionadas ao uso de agulha sem lúmen/maciça, vidros, intracath, e outros casos onde não constava tal informação, refletindo 20,9%. No que concerne à utilização de algum EPI, no momento do acidente, 74,6% dos profissionais utilizavam luvas no momento do acidente e 25,4% não fizeram seu uso; no tocante ao uso de avental, 49,4% usavam; 50,2% não e em 0,4% não foram informados; já quanto à máscara, 49,8% faziam seu uso e 50,2% não; respectivo aos óculos, 26,5% utilizava; 73,1% não e em 0,4% não foram explicitados. Ressalta-se a necessidade de que todos os profissionais de saúde estejam conscientes da seriedade do uso do EPI. Quanto à situação vacinal da Hepatite B nos profissionais, verificou-se que 78,6% estavam devidamente imunizados. Desse modo, cabe ressaltar que as instituições de saúde devem está atentas ao quadro vacinal de seus trabalhadores, assim, protegendo-os das consequências de um acidente de trabalho com material biológico. Sobre a realização do teste anti-HIV pós-acidente, 84,7% obtiveram resultado negativo; 8,4% não foram informados; 3,6% não realizaram; 2,4% foram inconclusivos e 0,9% positivos. Pertinente ao conhecimento da fonte do material biológico, 60,2% era conhecida; 37,8% não e 2% não foi informado ou ignorado. Já na análise da frequência dos resultados dos testes anti-HIV na fonte do material biológico, 50,2% eram negativos; 41,4% não tinham a informação; 4,8% foram positivos; 2,8% estavam em andamento e 0,8% inconclusivos. Considerações finais: A equipe de saúde, diariamente fica exposta aos riscos dos acidentes com material biológico, principalmente os profissionais da equipe de enfermagem, por estes manipularem constantemente agulhas, lâminas e estarem em contato frequente com o paciente. Alguns fatores contribuem para estes acidentes, como a não utilização de EPI, a negligência quanto às práticas recomendadas pelas normas regulamentadoras do trabalho, além de uma imunização desatualizada. Cabe aos órgãos de saúde, a execução de programas de atualização, como treinamentos, palestras ou cursos em biossegurança para os profissionais, e que estes, então, possam assimilar as informações e colocá-las em prática. Ademais, é necessária a fiscalização para verificar o cumprimento de tais práticas, bem como explanar para os profissionais acerca da sua responsabilidade e importância da notificação de acidentes de trabalho.

2109 Propaganda e marketing de álcool para estudantes universitários: Discutindo aspectos sociais e de saúde
Sérgio Valério Escobar Filho, Marina Gomes Martellet, Rosely Valéria Rodrigues, Carlos Henrique De Castro

Propaganda e marketing de álcool para estudantes universitários: Discutindo aspectos sociais e de saúde

Autores: Sérgio Valério Escobar Filho, Marina Gomes Martellet, Rosely Valéria Rodrigues, Carlos Henrique De Castro

Introdução Porto Velho, a exemplo de outras capitais Brasileiras, reúne condições para o consumo de álcool, população universitária, fluxo de pessoas de vários lugares, a trabalho ou estudo, clima quente e um poder público com dificuldades de organizar a cidade. Com a presença de grandes universidades, oferecendo praticamente todo o tipo de curso, a capital de Rondônia é polo regional, estadual e nacional em termos de ensino superior. Dado este quadro, a procura por atividades de lazer por parte dos estudantes, como festas, formaturas, jogos, recepção de calouros, encontros de fim de semana, se soma a um novo momento de vida,  a maioria jovens, deixando de morar com os pais e formando sua identidade pessoal. Nesse período de transição e e de novas redes de relacionamento, o álcool é anunciado para a juventude por meio de colocação e recursos que mais os atraem, a fim que os estudantes se alinham com a cultura de consumo de álcool de suas universidades Desenvolvimento Partindo desse pressuposto, esse trabalho visa entender a estratégia de vendas e comunicação de grupos distribuidores de grandes marcas de bebidas em Porto Velho para com o público jovem visando verificar a influência do marketing no consumo de álcool por esse segmento, mais especificamente descrevendo estratégias de venda e comunicação, avaliando se obedecem a critérios locais ou padrões nacionais, investigando se há foco em universitários para por fim elencar elementos de mercado, público e privado, criados tanto para promover como para reduzir o consumo. A pesquisa em questão se caracteriza por estudo descritivo observacional, o trabalho inicial se baseou em pesquisa e revisão bibliográfica em artigos científicos disponíveis em plataformas online e publicações oficiais ou não. Como segunda etapa da investigação, foi realizada uma entrevista com três distribuidores importantes do mercado de bebidas da cidade de Porto Velho, buscando variar grupos de renda e localização. Foi realizado paralelamente um trabalho campo, com acompanhamento de eventos sociais de conscientização da sociedade e órgãos governamentais na cidade de Porto Velho, com vista a observar quais suas abordagens quanto a políticas de redução de danos das bebidas. Resultados Surpreendentemente, se verificou pela pesquisa uma estratégia de vendas pouco ou nada organizada para atender o público universitário em particular. De maneira semelhante a vários setores da economia da cidade, falta organização profissional para atender e estimular a demanda por este grupo. Dos três locais observados, dois não desenvolvem nenhuma estratégia específica para este grupo, apenas um estabelecimento, com público de maior renda possui uma política específica, que afirmam estar sendo colocada em prática a pouco tempo  e limitada, baseado em página no Facebook, aluguel de espaço e choppeiras. O uso indiscriminado de álcool é bem conhecido, o uso de bebidas é tolerado ou mesmo estimulado pela sociedade, assim, de acordo com como a demanda for preenchida pela oferta, pode se levar a alta no consumo e a diversificação por parte dos consumidores. Todos os estabelecimentos afirmam que o público universitário é um nicho importante de suas vendas, o principal argumento dado para não ter práticas específicas foi nunca ter avaliado o assunto. Do outro lado da moeda, dos consumidores universitários, se encontra um cenário onde a organização de festas busca bebidas em estabelecimentos generalistas, como redes de atacado na cidade ou consumo não fidelizado em bares e distribuidoras. O quadro sugere a possibilidade de que o mercado local ainda esteja sub atendido e que o consumo possa ter uma alta acompanhando a maior organização no setor, em processo repetido em seguimentos como de shoppings, imóveis e redes varejistas. Há espaço para a entrada de grupo com políticas mais agressivas para eventos, comunicação e descontos. Órgãos governamentais devem se preparar para a transição, de mercado desorganizado para um mercado de bebidas altamente competitivo conforme a saturação das vendas tradicionais no centro-sul do país. Porto Velho segue terra de oportunidade econômica. Cabe definir regras para o consumo de álcool em locais públicos e o gerenciamento de eventos, melhorando as experiências de lazer da população e preservando a qualidade de vida. Por parte do poder público, se verificam bem vindas estratégias para enfrentar a problemática, a exemplo da Superintendência de estado de políticas sobre drogas, a SEPOAD, para prevenção de abuso no consumo e oferece alternativas sociais, com palestras, congressos, como a semana de enfrentamento de álcool e drogas de Rondônia, incluindo Atividades como o "Projeto Acordar", oferecendo lazer em periferias, e projetos de resgate, "Projeto Acolher", para pessoas em situação de vulnerabilidade social associada ao uso abusivo e dependência de drogas, e o "Projeto Acreditar", estimulando voluntários a compartilhar experiências. Outra atuação governamental é pelo o Detran, com o "Maio Amarelo", para combate, prevenção e conscientização, incluindo blitz e panfletos informativos. De forma semelhante, também o setor privado contribui no enfrentamento, a exemplo da participação de associações beneficentes, como a "Casa Família Rosetta", atuando como abrigo de reabilitação na cidade. Entidades não governamentais representam alternativas em atendimento a comunidade, por exemplo através empresas e igrejas, em diferentes locais, com diversos públicos, e multiplicando recursos, tanto por voluntariado quanto por doações e orçamento não limitado apenas pelo critério político. Enfrentar a problemática do álcool nas questões públicas, desde segurança urbana, violência familiar, agravos de saúde, incluindo drogadição, ordem urbana, no trânsito, perdas financeiras e de produtividade dos cidadãos. Assim, também as universidades precisam tomar parte ativa no problema haja em vista que elas são um elemento que o desencadeia e em um cenário onde jovens entram em contato com a bebida muito cedo, antes de estarem amadurecidos para o consumo. Cabe estimular eventos supervisionados e tentar coibir exageros, hoje a participação das instituições é incipiente ou nula, favorecendo um ambiente de uso abusivo. Abordar álcool e drogas na grade curricular, apesar de relevância, da proximidade com o público e a tentativa em ampliar a interdisciplinaridade no ensino, se vê dificuldade em conciliar conteúdos com a vida diária, mesmo na área da saúde. Se verifica que a percepção do corpo de alunos quanto ao grau de envolvimento da instituição é baixo. Ao mesmo tempo, há intensa associação de atividades de lazer focando este grupo, onde a bebida é associada  a algum aspecto do evento, como o curso ou a data a ser celebrada, se munindo de estratégias verbais, de imagens, preços promocionais e distribuição de bebidas, o open bar, que ainda pode ser associado ao "ladies first" com entrada inicial apenas de mulheres. Dada a duração dos cursos e a frequência de eventos, representam a massificação da associação entre festas, bebida e universidade. Considerações finais A partir de maior envolvimento interinstitucional que se espera avanços em se enfrentar agravos do álcool, sendo importante garantir que as informações sobre o tema cheguem de forma atrativa para os cidadãos, ampliando atores sociais para prevenir e mitigar os impactos do consumo abusivo, ainda que em um ambiente econômico muito ruim vivido pelo país, dificultando a captação de recursos. Ampliar quantitativamente as intervenções é fundamental em se tratando de assistência à saúde da população. Assim, observar a evolução dos padrões de venda e consumo do setor abre possibilidade ao poder estatal de adaptar suas políticas sanitárias a eventuais novas realidades do mercado.  

4149 Saúde Indígena.
Ana Clara Godinho, Geisa Carla Cavalcante, Maria Santos da Conceição Lima Lopes

Saúde Indígena.

Autores: Ana Clara Godinho, Geisa Carla Cavalcante, Maria Santos da Conceição Lima Lopes

A Saúde Indígena é uma das políticas nacionais mais delicadas, por estar inserida em um campo que requer uma assistência que seja eficaz, porem preservando e respeitando a cultura, o espaço geográfico e as crenças de um determinado povo. Desde a criação da Fundação Nacional do Índio (Funai), em 1967, diferentes instituições e órgãos governamentais se responsabilizaram pelo atendimento aos índios. As diretrizes foram alteradas diversas vezes, mas, com exceção de casos pontuais, em nenhum momento a situação sanitária nas aldeias foi realmente satisfatória. O subsistema de saúde indígena do Sistema Único de Saúde era então gerido pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Porém o movimento indígena lutou para que a gestão da saúde indígena passasse às mãos de uma secretaria específica, diretamente vinculada ao Ministério da Saúde – fato que ocorreu no ano de 2010. Porém o movimento indígena lutou para que a gestão da saúde indígena passasse às mãos de uma secretaria específica, diretamente vinculada ao Ministério da Saúde – fato que ocorreu no ano de 2010. Os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) são, atualmente, de responsabilidade da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), e foram delimitados a partir de critérios epidemiológicos, geográficos e etnográficos. Este trabalho se propôs ampliar os conhecimentos voltados para as políticas de saúde da população indígena e contribuir na disseminação de informações, a fim de tornar mais conhecido o modelo de gestão existente, ou seja, como o sistema único de saúde (SUS) atua junto a esses povos. E de que modo os indígenas estão organizados para reivindicarem seus direitos, no que se refere à saúde.

2630 Saúde mental em contexto indígena: (des)construindo os caminhos do Programa Bem Viver no Dsei Guatoc.
Marcela Acioli de Nazaré

Saúde mental em contexto indígena: (des)construindo os caminhos do Programa Bem Viver no Dsei Guatoc.

Autores: Marcela Acioli de Nazaré

Este trabalho tem como objetivo problematizar as ações no campo da saúde mental que vendo sendo implementadas na área de abrangência do Distrito Sanitário Especial Indígena Guamá Tocantins (DSEI GUATOC), que estão sobre a responsabilidade do Programa Bem Viver (PBV), vinculado a Divisão de Atenção à Saúde Indígena (DIASI). O DSEI GUATOC, tem sua sede administrativa no município de Belém e atende a uma população de 8.803 indígenas, pertencentes a 29 etnias, distribuídas em 93 aldeias e residentes em 18 municípios do Pará e Tocantins. Após normatizações da portaria nº 2759/2007, as ações no campo da atenção psicossocial tem ganhado espaço nas políticas públicas de saúde voltadas as populações indígenas, assim como a atuação da psicologia na gestão e planejamento dessas ações. Esta é uma pesquisa do tipo qualitativa, e como ferramenta metodológica foi escolhida a análise documental. Após pesquisa bibliográfica sobre o tema, foram analisados os documentos referentes ao Programa Bem Viver do Dsei Guatoc referentes ao ano de 2015, e seus atravessamentos pelo “Documento Orientador sobre a Gestão da Atenção Psicossocial nos DSEIs”, dando um direcionamento para o trabalho das Equipes Multiprofissionais de Saúde Indígena (EMSI) relacionado a estas demandas. Neste documento são discutidos os conceitos e operacionalização dos modelos de atenção psicossocial dos Dseis, transversalidade das práticas de cuidado e saberes indígenas, ações de cuidado e promoção da saúde mental no território indígena, apoio matricial, rede de atenção psicossocial, vigilância epidemiológica em saúde mental e planos de ação em saúde mental. Seguimos nesses eixos de análise, para melhor compreensão das convergências e divergências na implementação das ações de saúde mental do Dsei Guatoc. Após análise e sistematização dos dados contidos nos documentos do PBV, entre os avanços que estão em convergência com documento orientador observamos: reorganização no modelo de atenção psicossocial do Dsei Guatoc, ampliação dessa rede de atenção psicossocial, padronização e utilização de instrumentais para vigilância epidemiológica, dentre outros. Quanto as aspectos divergentes, um dos pontos mais importantes destacamos que apesar de reiteradamente nos discursos da política (nas leis, portarias) orientar o respeito a diversidade étnica, o discurso não se transforma em prática, visto que há uma predominância (diria quase majoritária) do saber biomédico em detrimento dos saberes tradicionais. Por fim, por se tratar de uma política que ainda está em construção, cabe apontar a necessidade de mais estudos sobre o processo de trabalho e planejamento dessas ações em atenção psicossocial dessas EMSI no contexto indígena.

4409 SURTO DE MALÁRIA FALCIPARUM EM MANAUS - 2017
Shelley Samia Fernandes, João Altecir Nepomuceno, Eduardo Mestrinho, Ronaldo Santos

SURTO DE MALÁRIA FALCIPARUM EM MANAUS - 2017

Autores: Shelley Samia Fernandes, João Altecir Nepomuceno, Eduardo Mestrinho, Ronaldo Santos

Apresentação: trata-se do relato das ações realizadas para bloquear surto de malária falciparum na área rural de Manaus em maio de 2017. Desenvolvimento: No dia 15/05/17 o Núcleo de Controle de Malária e o Distrito Rural - DISAR foram notificados da ocorrência de um caso de malária por Plasmodium falciparum diagnosticado na Fundação de Medicina Tropical - FMTAM com provável local de infecção no Ramal do Buriti. Iniciou-se imediatamente a investigação e outros casos de falciparum foram diagnosticados, primeiro um caso no laboratório da Cooperativa com provável local de infecção também no Ramal do Buriti, porém esse paciente havia passado 15 dias na Comunidade Jacamim. Depois no laboratório da Escola Fazenda, três casos de falciparum com origem na Comunidade Jacamim. Prontamente uma equipe realizou inquérito hemóscópico nas localidades (Ramal do Pau Rosa – Ig. Do Mariano, Ramal Buritis e Comunidade Jacamim). Os casos positivos receberam tratamento supervisionado. E as lâminas foram encaminhadas para revisão logo após o diagnóstico para garantir a confirmação do tipo de malária e parasitemia. As ações de termonebulização se iniciaram nesta mesma noite. No dia seguinte, foi realizado inquérito hemoscópico nas localidades do Ramal Escola Fazenda e toda a programação do DISAR foi adequada à necessidade epidemiológica. Em dois dias já eram 9 casos de falciparum notificados. No dia 18/05/17 realizou-se uma reunião entre vigilância, atenção primária e laboratorial de Manaus em parceria com a Fundação de Vigilância em Saúde - FVS para planejar as ações a serem desencadeadas. Simultaneamente foi realizado o mapeamento e mobilização social de toda área da Comunidade Jacamim para instalação de mosquiteiros impregnados - MILD. Neste terceiro dia já eram 12 casos de falciparum. Após providenciar toda a logística necessária a instalação dos MILD na Comunidade Jacamim foi realizada dia 23/05/17. O segundo inquérito hemoscópico foi realizado 15 dias após o primeiro, nas localidades que tinham casos de falciparum notificados. Nenhum caso foi encontrado. Quanto à qualidade das informações foram realizados: Monitoramento intenso dos casos no SIVEP; SEMSA e FMTAM no dia 22/05/2017 alinharam os fluxos de informação sobre a vigilância de falciparum. Feita identificação e abordagem dos microscopistas que diagnosticaram casos fora do prazo estabelecido no protocolo; Mobilização para todos os microscopistas para reforçar o protocolo de diagnóstico da malária; Realizou-se coleta para o controle de dosagem da colinesterase dos agentes e motoristas envolvidos no controle vetorial com o uso de Malathion. Realizaram-se ações de educação em saúde, com mobilização aos finais de semana e vésperas de feriados sobre a prevenção da malária e outros agravos. Resultados/Impactos: Com o primeiro caso de malária por P. falciparum registrado dia 15/05/2017 e desencadeamento imediato das ações integradas para controle, o último caso notificado foi em 20/05/2017. Portanto, consideramos que a investigação dos casos foi oportuna e garantiu que em apenas cinco (5) dias o surto fosse contido. Considerações finais: Atribuímos o sucesso à mobilização imediata de todos os setores da SEMSA, parceria da FVS e comprometimento de todos os envolvidos.

1541 Análise do rastreamento do câncer de mama na região de saúde de Caucaia - CE
Juliana Benício Muniz, Izaildo Tavares Luna, Kedimam Celis Barros Bastos, Patrícia Neyva da Costa Pinheiro, André Schimidt da Silva

Análise do rastreamento do câncer de mama na região de saúde de Caucaia - CE

Autores: Juliana Benício Muniz, Izaildo Tavares Luna, Kedimam Celis Barros Bastos, Patrícia Neyva da Costa Pinheiro, André Schimidt da Silva

Apresentação: No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda a realização de mamografia em mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos, com periodicidade bianual. O rastreamento é realizado de forma oportunística, ou seja, a solicitação do exame depende da procura espontânea pelo serviço de saúde, ao passo que em países desenvolvidos, há recrutamento ativo da população-alvo. O rastreamento oportunístico, além de ser menos efetivo no impacto sobre a mortalidade atribuída à condição rastreada, é mais oneroso para o sistema de saúde. O rastreamento por intermédio de mamografias é o principal meio de detecção precoce para diagnóstico de neoplasias malignas da mama, uma das principais causas de óbitos no país, representando 2,6% dos óbitos femininos. Na Região de Saúde de Caucaia várias estratégias são utilizadas para o controle do câncer de mama, entre elas o rastreamento através de mamografia e exame clínico em mulheres com idade entre 50 e 69 anos. A região apresenta elevada incidência do câncer de mama. Em 2016, dos 34 casos de óbitos por câncer de mama, oito (23,5%) óbitos estão na faixa etária abaixo de 50 anos; 16 óbitos (47,1%) na faixa etária entre 50 e 69 anos; e 10 óbitos (29,4%) com idade acima de 70 anos. O estudo teve como objetivos: analisar o rastreamento do Câncer de Mama na Região de Saúde de Caucaia; evidenciar os indicadores de desempenho do mamógrafo da Policlínica Regional de Caucaia/CE; e o levantamento do absenteísmo do serviço. Desenvolvimento do trabalho: Quanto à natureza, esse estudo constitui-se numa pesquisa quantitativa por apresentar informações precisas e interpretáveis. Quanto aos fins, trata-se de pesquisa descritiva, pois teve a finalidade de observar, analisar, classificar e interpretar os fatos ou fenômenos variáveis, sem que o pesquisador interfira neles ou os manipule. Quanto aos meios, classifica-se como levantamento documental pela busca de informações em material que ainda não recebeu tratamento analítico. O universo da pesquisa foi composto pela produção de mamografias de rastreamento registradas no Sistema Integrado de Gestão em Saúde SIGES da Policlínica Regional de Caucaia, realizada nos meses de janeiro a outubro de 2017. O estudo não envolveu a participação direta de seres humanos, sendo por isso dispensável a apresentação da aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, conforme Resolução 466/12. Resultados: A capacidade de produção do mamógrafo da Policlínica Regional de Caucaia fazendo referência aos parâmetros segundo Portaria GM/MS nº 1.631, de 1º de outubro de 2015 é de 6.758 mamografias/ano (50% com indicação para rastreamento e 8,9% de 50 a 69 anos para diagnóstico; 20% com outras indicações para diagnóstico em mulheres de 40 a 49 anos; e 21% para necessidades de diagnóstico nas demais faixas etárias). Segundo a direção da referida instituição, a capacidade instalada em 2016 foi de 4.800 mamografias/ano (400 mamografias/mês). No ano de 2016 foi registrado o quantitativo de 4.168 mamografias, correspondendo a 86,83% da proposta pactuada pela unidade, e 61,67% pela portaria acima citada. A pactuação deste ano foi abaixo da estimativa devido problemas operacionais. Pode-se ressaltar que a quantidade de mamógrafos da região, seria suficiente para rastrear toda a população alvo, mas de acordo com a produção e resultado acima, o desempenho dos equipamentos está abaixo do esperado. Após discussão em CIR e na Assembléia de prefeitos no Consórcio CISVALE, a capacidade instalada atual (2017) aumentou (100%) para 9.600 mamografias/ano (800 mamografias mês) na tentativa de se alcançar meta pactuada. No primeiro semestre de 2017 foram registradas 2.146 mamografias, e a capacidade instalada (segundo pactuação) era de 9.600 mamografias/ano, correspondendo a 22,35% da sua capacidade instalada proposta pela direção administrativa do Consórcio, e a 31,75% do parâmetro segundo a Portaria GM/MS nº 1.631. O cálculo do número necessário de mamógrafos para rastreamento/ano na Região de Saúde de Caucaia é de três mamógrafos. A região de Caucaia possui quatro mamógrafos, capazes de rastrear 100% da população alvo. A Razão de exames de mamografias de rastreamento realizados em mulheres de 50 a 69 anos e população da mesma faixa etária no ano de 2016 na Região de Saúde de Caucaia foi de 14,10% (3.025/21.447) do estimado. Calcula-se utilizando como denominador metade (1/2) da população da faixa etária, na medida em que a periodicidade, de acordo com as normas, deve ser bienal. O quantitativo absoluto de mamografias para rastreamento realizadas no ano de 2016 foi de 3.025, correspondendo a 31,51% do total da estimativa. A meta da razão de mamografias para rastreamento estabelecido para o Brasil em 2010 foi de 0,24, e a alcançada no país foi de 0,12. Em 2011, a meta estabelecida em 0,32, e alcançada de 0,16. Em 2012, o valor estabelecido foi de 0,35. A taxa de absenteísmo dos exames de mamografias realizados na Policlínica Regional de Caucaia no ano de 2017 (janeiro a outubro) foi de 22,66% (1440) do total de 5.151 mamografias. O município de Caucaia responsável por 62,22% do absenteísmo de mamografias da referida instituição. Os municípios com menores percentuais de absenteísmo agendaram uma quantidade reduzida de exames. Com exceção de Caucaia, os demais municípios dependem do transporte sanitário para transportar os agendamentos para a policlínica. Percebe-se esse fato quando todas as mulheres agendadas para o mesmo dia, do mesmo município de residência, faltam. Embora os municípios tenham recebido do Consórcio CISVALE, no segundo semestre de 2016 do tipo VAN, com capacidade para 15 pacientes. Considerações finais: O desempenho do mamógrafo da Policlínica Regional de Caucaia está abaixo do esperado. As metas pactuadas para os indicadores não foram atingidas, e a taxa de absenteísmo para as mamografias de rastreamento é alta (22,66%). O principal serviço de rastreamento mamográfico da região verifica que o absenteísmo provoca redução de um número significativo de exames e com isso retarda a detecção precoce da lesão. A taxa de absenteísmo para as mamografias de rastreamento é alta na Policlínica Regional (22,66%), esse fato está vinculado aos problemas com transporte sanitário, e a articulação entre as equipes da atenção básica e regulação municipal. Com essa pesquisa, espera-se contribuir para a melhoria do serviço em prol da detecção precoce do câncer de mama das mulheres da Região de Saúde de Caucaia.

3746 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE ACIDENTES DE TRÂNSITO OCORRIDOS COM HOMENS NO BRASIL NO PERÍODO DE 2008 A 2011
Aline Medeiros, MICHELE LUDMILA DANTAS DE SÁ, VALÉRIA LIDYANNE SILVA GOMES

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE ACIDENTES DE TRÂNSITO OCORRIDOS COM HOMENS NO BRASIL NO PERÍODO DE 2008 A 2011

Autores: Aline Medeiros, MICHELE LUDMILA DANTAS DE SÁ, VALÉRIA LIDYANNE SILVA GOMES

APRESENTAÇÃO: Todo ano, mais de um milhão de pessoas perdem suas vidas e muitas outras sofrem lesões não fatais, resultantes da violência. De forma geral, no mundo todo, a violência está entre as principais causas de morte ¹. Dessa maneira, o caso da violência é exemplar para se entender a transição que junta questões sociais e problemas de saúde, pois a violência não é um problema médico típico, é fundamentalmente, um problema social que acompanha toda a história e as transformações da humanidade ². Uma vez que a temática da violência é um assunto do cotidiano das pessoas, assim o presente estudo se restringiu aos acidentes de trânsito com homens no território brasileiro. Devido a ações de cuidado continuado requerem altos recursos e as consequências para as vítimas e o mercado de trabalho seria as incapacidades oriundas da violência no trânsito. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo ecológico de correlação, cuja unidade de análise foi a população masculina brasileira vítima de acidentes de trânsito. A coleta de dados foi realizada por meio das bases de dados públicos (Sistema de Informações sobre Mortalidade, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no censo dos anos de 2008 a 2011, com a população média do ano de 2010, sendo inclusos no estudo, pessoas de ambos os sexos, na faixa etária entre 15 a 59 anos de idade. Por fim, foram selecionados os indicadores sobre Acidentes de trânsito (V01-X59). Vale salientar ainda que a taxa de violência pode apresentar grande oscilação em pequenas populações. Neste caso, uma variação no número de vítimas (óbitos) podem provocar grandes alterações na taxa de mortalidade quando explícitas nos mapas. Enquanto que para a produção dos mapas, foram utilizados os softwares: TerraView 4.2.2 e Geoda, em que foi realizado o recorte espacial das áreas e a análise exploratória para visualizar a distribuição espacial. Os mapas apresentarão as Regiões Brasileiras com as distribuições das respectivas taxas. As cores hiperpigmentadas demonstradas nos mapas são as correspondentes as taxas de índices mais elevados por região. Para o entendimento dos mapas aqui apresentados, devemos entender a frase de Waldo Tobler “todas as coisas são parecidas, mas coisas mais próximas se parecem mais que coisas distantes”. Esse conceito se assemelha aos conglomerados ou clusters nos mapas. Ao mesmo tempo em que a dependência espacial é uma característica inerente à representação de dados através de subdivisões territoriais. Assemelha-se mais ao valor de suas amostras vizinhas e retrata padrões espaciais de lugares e valores. Utilizou-se neste estudo o índice mais difundido indicador global de autocorrelação espacial, o Índice de Moran.  As presenças de valores discrepantes, nos gráficos, mostram que a diferença entre os valores é grande, ou seja, não-estacionariedade de segunda ordem. Enquanto as tendências, nos gráficos, ao longo de uma direção representam que os valores variam suavemente, portanto são não-estacionariedade de primeira ordem ³. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: As distribuições espaciais foram representadas por três mapas, o primeiro da Figura 1 é uma análise exploratória, em seguida o MoranBox e o MoraMap, para a verificação de formação de clusters. Para a análise realizada, o Índice de Moran foi de 0,44, o que significa que há um padrão espacial moderado, com p-valor de 0,01. Vale ressaltar que as análises bivariadas deram valores para Moran não significativos. De acordo com as distribuições espaciais realizadas na presente pesquisa, na Figura 1, as taxas mais elevadas em preto ficaram espaçadas pelo mapa. A região Centro-Oeste apresenta as maiores taxas de óbitos por acidentes de trânsito com homens em relação às demais regiões, aparentemente, de acordo com o mapa. Enquanto isso, na Figura 2, na região norte, há predominância do BAIXOBAIXO, enquanto na região central existem os clusters do AUTOAUTO. Nas regiões sudeste e sul são BAIXOBAIXO. Na Figura 3, a região norte é dividida em BAIXOBAIXO e Não significante. Enquanto Centro-Oeste se confirma com formação de clusters AUTOAUTO. Os números por acidentes de trânsito são elevados principalmente na região central país, de acordo com Brasil 2015, as maiores taxas de mortalidade de motociclistas foram encontradas nas regiões Centro-Oeste (8,5 óbitos por 100 mil habitantes), Nordeste (8,4 óbitos por 100 mil habitantes), Norte (7,2 óbitos por 100 mil habitantes) e Sul (5,8 óbitos por 100 mil habitantes). Além disso, algumas punições que pesem no bolso é uma maneira educativa de corrigir esse desrespeito, no Japão, temos um exemplo disso, as multas são tão altas que a população se educou para respeitar as leis. Sabemos também que acidentes de trânsito é um grande aliado da incapacidade dos trabalhadores, portanto gera um grande prejuízo para a economia 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A cronicidade do estado de saúde das vítimas requerem cuidados de longo prazo o que também afeta o orçamento. Por fim, a saúde pública tem a necessidade de um crescimento de articulação contínua com diversos segmentos para prevenir óbitos por acidentes de trânsito. Eliminá-la é difícil, mas deve haver medidas para atenuá-la com ações de promoção à saúde.  Assim, prevenir ainda é o segredo. É necessário um conjunto de ações de prevenção interligadas que envolvam desde a educação, saúde e segurança. Apenas com uma comunicação eficaz entre diferentes setores, problemas sociais como estes podem ser solucionados. REFERÊNCIAS: 1- ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Carta de ottawa para a promoção da saúde. 1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde Ottawa, Canadá, 17-21 Novembro de 1986. Disponível em: <https://www.dgs.pt/paginas-de-sistema/saude-de-a-a-z/carta-de-otawa-1986.aspx>. Acesso em: 18 mai. 2017 2- MINAYO, M. C. S. Conceitos, teorias e tipologias de violência: a violência faz mal à saúde. Curso de capacitação para profissionais atuantes na rede de enfrentamento a violência contra a mulher. Módulo II: gênero e violência contra a mulher. Apoio: secretaria de políticas para as mulheres / governo federal. 2013. Disponível em: <http://www1.londrina.pr.gov.br/dados/images/stories/Storage/sec_mulher/capacitacao_rede%20/modulo_2/205631-conceitos_teorias_tipologias_violencia.pdf>.  Acesso em: 20 mai. 2017. 3-                 PAIVA, C. Dependência espacial. Setores censitários, Zonas OD, Distritos, Prefeituras etc. CET/SP e PUC/SP, 2007.   4-                 BACCHIERI, G.; BARROS, A. J D. Acidentes de trânsito no Brasil de 1998 a 2010: muitas mudanças e poucos resultados. Rev Saúde Pública, v. 45, n. 5, p. 949-63, 2011.