71: Educação Permanente em diálogo com as redes de atenção à saúde
Debatedor: A definir
Data: 02/06/2018    Local: FCA 02 Sala 06 - Jaraqui    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
593 Relato de experiência: reflexões acerca da articulação intersetorial no cuidado às pessoas com deficiência a partir de uma oficina temática
Patricia Marcante Soares, Camila Dubow, Suzane Beatriz Frantz Krug, Morgana Pappen, Marta Regina Mueller, Edna Linhares Garcia, Maria Carolina Magedanz

Relato de experiência: reflexões acerca da articulação intersetorial no cuidado às pessoas com deficiência a partir de uma oficina temática

Autores: Patricia Marcante Soares, Camila Dubow, Suzane Beatriz Frantz Krug, Morgana Pappen, Marta Regina Mueller, Edna Linhares Garcia, Maria Carolina Magedanz

Apresentação: Aspectos implicados com a saúde das pessoas com deficiências são de grande relevância para a Saúde Coletiva, afetando e transversalizando muitas outras áreas de conhecimento. Apesar disso, a Educação Permanente em Saúde voltada à consolidação da rede de cuidados  ainda é uma temática pouco praticada e debatida em âmbito local, regional e estadual, embora de grande relevância para a qualificação das ações em saúde para as pessoas com deficiência, uma vez que grande parte das dificuldades no âmbito da atenção à saúde dessa população está relacionada à organização dos processos de trabalho, aos mecanismos de gestão, à capacidade instalada e às limitações dos processos de Educação Permanente em Saúde. Dessa forma, mostra-se necessário ativar a interlocução da Rede de Cuidado à saúde da pessoa com deficiência com outras áreas, além daquelas relacionadas diretamente à reabilitação, destacando-se o papel fundamental da Atenção Básica nesse processo. Nesse contexto, o enfoque multi e interdisciplinar das ações propostas pelo projeto “Estratégias de Educação Permanente em Saúde na Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência” subsidia e fortalece o processo de implementação desta rede e de suas estratégias de Educação Permanente em Saúde nos 13 municípios da 28º Região de Saúde do Rio Grande do Sul (RS), uma vez que visa modificar os processos de trabalho dos atores implicados com esta rede. O projeto contemplado no Prêmio INOVASUS/2015 desenvolve-se em parceria da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e 13ª Coordenadoria de Saúde, com apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Ministério da Saúde. Uma das ações realizadas pelo projeto constitui-se de oficinas e grupos de trabalhos cooperativos, com foco no processo de trabalho voltado à atenção à saúde das pessoas com deficiência. As oficinas permitem a formação de multiplicadores, possibilitando a dispersão e disseminação das estratégias de educação permanente nos locais de origem dos mesmos, incentivando-se um diálogo com os trabalhadores, gestores e usuários de forma a intermediar e problematizar as situações de saúde relacionadas à saúde das pessoas com deficiência.   Objetivo: Relatar atividade de educação permanente em saúde voltada à Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência na 28ª região de saúde do RS   Desenvolvimento do trabalho: A oficina intitulada “Articulação Intersetorial no Cuidado às Pessoas com Deficiência” teve a participação de 40 profissionais da área da saúde, educação e assistência social de 12 municípios que compõem a 28º Região de Saúde do RS. Essa dinâmica teve enfoque na integração dos serviços, profissionais e da rede de cuidados voltada à pessoa com deficiência. Inicialmente, ocorreu uma breve apresentação do projeto e dos participantes. No decorrer das atividades foi proposta uma dinâmica de integração, na qual os participantes deveriam expressar, através de escrita ou desenho, algo que remetesse à temática do projeto. Os participantes foram divididos aleatoriamente em três grupos para discussões de suas realidades locais relacionadas às pessoas com deficiências, por meio de questões norteadoras que abordaram o atendimento da pessoa com deficiência na rede de saúde, educação e assistência social; serviços e ações realizadas nos municípios; direitos a pessoa com deficiência; articulação da rede e perspectivas de melhorias. Posteriormente, cada grupo apresentou suas reflexões para o grande grupo. As reflexões dos grupos a respeito do cuidado às pessoas com deficiência, contemplaram assuntos relacionados à qualidade do atendimento; escuta qualificada; resolutividade das questões; cuidado multidisciplinar e grupos focais para usuários, familiares e profissionais da área; inclusão social; acessibilidade aos locais e serviços de saúde; empoderamento dos usuários; importância dos familiares participarem do cuidado e o enfrentamento necessário do preconceito que ainda existe em alguns pontos. Em contrapartida os grupos também apresentaram opiniões quanto às dificuldades encontradas na articulação entre os setores, no acolhimento e no entendimento da demanda trazida pelo sujeito; a necessidade do município ter atendimento qualificado e integral para cada tipo de deficiência, ressaltando a importância dos profissionais possuírem conhecimento sobre as políticas de saúde que regem o cuidado a esses grupos; necessidade de educação permanente para os profissionais da rede sobre a temática; e a dificuldade ainda existente na conscientização da população a respeito das prioridades da pessoa com deficiência. Este momento de discussão e reflexão entre profissionais da educação, saúde e serviço social, de diferentes municípios proporcionou um olhar amplo e diferenciado acerca da rede de cuidado às pessoas com deficiência, possibilitando a relação das realidades locais de cada profissional participante dessa oficina. A partir disso, os participantes puderam pensar sobre a articulação intersetorial dos diferentes serviços existentes, nos seus municípios, que prestam o cuidado às pessoas com deficiência, possibilitando o planejamento de ações voltadas a melhoria da rede de cuidados à essa população.   Resultados e/ou impactos: Busca-se, através das atividades de oficinas e grupos de trabalho cooperativos, a formação de multiplicadores, permitindo a dispersão e disseminação das estratégias de educação permanente nos locais de trabalho dos mesmos.  Incentivam-se, dessa forma, diálogos entre os trabalhadores, gestores e usuários, intermediando e problematizando sobre as situações relacionadas à saúde das pessoas com deficiência. Assim, o encontro de saberes e as diferentes abordagens, vivências e experiências dos sujeitos envolvidos nos encontros, em uma perspectiva de educação permanente, tende a contribuir para uma melhor análise do contexto, visando à saúde, bem estar e qualificação da atenção para as pessoas com deficiência, apontando para um panorama mais amplo, fortalecendo e qualificando o cuidado em saúde no território. Além disso, espera-se fomentar a articulação intersetorial dos segmentos implicados com a atenção à saúde das pessoas com deficiência na região: controle social, gestão, atenção à saúde e educação/formação. Neste contexto, as oficinas complementam a educação permanente em saúde, sendo fundamental para a organização de um cuidado equânime e integral, bem como para o desenvolvimento da humanização nas práticas em saúde desta população. Deste modo, espera-se colaborar na implementação da referida rede, bem como incentivar a utilização de estratégias de Educação Permanente em Saúde neste processo, colaborando, desta maneira, para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde na região.   Considerações finais: As estratégias de educação permanente em saúde voltadas à rede de cuidado à saúde das pessoas com deficiência fomentam discussões, reflexões e debates, culminando em decisões que se transformem em práticas e ações, em prol de mudanças, transformações ou aprimoramentos dos processos de trabalho no Sistema Único de Saúde. A partir disso, as oficinas proporcionaram uma maior resolutividade, aceitação e compartilhamento entre os diferentes profissionais que compõem o coletivo de trabalho da rede, e destes com os usuários do sistema.  

616 “SAÚDE DA FAMÍLIA EM DEBATE”: UM DISPOSITIVO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL
Leonardo Passeri de Souza, Maria Martins Alessio, Simone Fátima da Silva

“SAÚDE DA FAMÍLIA EM DEBATE”: UM DISPOSITIVO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL

Autores: Leonardo Passeri de Souza, Maria Martins Alessio, Simone Fátima da Silva

O QUE É O “SAÚDE DA FAMÍLIA EM DEBATE”? O Distrito Federal (DF), no ano de 2017, iniciou o movimento de consolidar a Estratégia Saúde da Família (ESF) como estratégia prioritária de reorganização da APS do DF, promovendo o processo de conversão do modelo tradicional de APS para ESF nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Nesse contexto, o “Saúde da Família em Debate”, trata-se de um dispositivo de EPS, estruturado como um ciclo de encontros de debate, direcionado aos profissionais de saúde de uma UBS do DF, como estratégia de apoio a esses profissionais no processo de conversão apontado, cujo seu objetivo consistia em empoderar e fortalecer esses profissionais a atuarem no modelo de ESF. Para as discussões nos encontros foram elencadas temáticas introdutórias relativas à ESF, a fim de oportunizar que os profissionais tivessem contato com essas temáticas. Portanto, foram definidas 4 temáticas, e assuntos correlatos a cada uma, que foram distribuídas em um ciclo de 4 encontros. Entendendo que as mudanças trazidas com a conversão para ESF também geravam impacto no campo pessoal/individual dos profissionais, procurou-se também trazer para os encontros assuntos mais direcionados a esse campo, como forma de promover reflexões sobre as mudanças trazidas além do campo dos processos de trabalho. Como metodologia usada nos encontros optou-se por uma metodologia ativa de aprendizagem, a metodologia da problematização onde cada encontro foi construído em cima do uso de estratégias de interatividade e participação como: dinâmicas de grupo, estudos de caso, vídeos, dramatizações, construção de painéis conceituais e até mesmo recorreu-se à estratégias dos campos da pedagogia e psicologia como, por exemplo, o uso de um livro de imagens e uma atividade de terapia comunitária integrativa. Definiu-se que o mais propício seria um encontro semanal com duração de cerca de 2 horas, pelo período da manhã. Além disso, pelos encontros estarem construídos em cima de participação coletiva e interativa, para cada ciclo de encontros foi definido o número médio de 15 participantes como adequado para oportunizar que todos tivessem oportunidade de se expressar e interagir, considerando-se também, o não prejuízo à rotina e organização da UBS com a ausência dos profissionais. Perante essa definição, para atender o quantitativo de profissionais elegíveis à participarem, foram promovidos 3 grupos de participantes, realizados entre os meses de julho, agosto e setembro de 2017, sendo que, ao total, estava previsto para participar cerca de 40 profissionais, entretanto, alguns deixaram de participar de um ou mais encontros. Portanto, efetivamente, participaram de todos os encontros, cerca de 25 profissionais, entre técnicos de enfermagem, cirurgiões dentistas, técnicos de higiene bucal e técnicos administrativos, não havendo a participação de médicos e enfermeiros devido já estarem passando por formação externa. A idealização, formatação e execução do “Saúde da Família em Debate” partiu de uma parceria com um Sanitarista, Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica do Hospital Universitário de Brasília (HUB/UnB), que durante seu segundo ano de residência estava apoiando o processo de conversão da UBS para o modelo de ESF, tendo também ficado sob sua responsabilidade a execução e condução dos encontros propostos. O QUE FOI POSSÍVEL COM O “SAÚDE DA FAMÍLIA EM DEBATE”? Como forma de avaliação, os participantes no último encontro responderam, anonimamente, um pequeno questionário, estilo Likert. Composto por 5 afirmativas, para cada uma delas, os participantes tinham que escolher entres as opções: “concordo”, “concordo parcialmente” e “discordo”, onde para nenhuma afirmativa houve a escolha pela opção “discordo” por parte dos participantes. Embora todas as afirmativas no questionário fossem importantes para a avaliação, as afirmativas 4a e 5a são as que estavam mais relacionadas ao objetivo definido de fortalecer e empoderar os profissionais a atuarem na ESF. São elas: “Depois de ter participado do “Saúde da Família em Debate”, passei a compreender melhor sobre o que é a Estratégia Saúde da Família.” e “Sabendo que terei que atuar na Estratégia Saúde da Família, achei importante ter participado do “Saúde da Família em Debate” e me sinto mais preparado (a) para minha atuação profissional.” Portanto, a fim de mensuração, tinha-se a meta de 75% de participantes que escolhessem a opção “concordo” para essas afirmativas, meta essa, atingida para a 4a afirmativa, com 83,3%, e próximo de ser atingida para a 5a afirmativa, com 66,7%. O questionário também tinha um espaço para comentários e sugestões, que foi utilizado por alguns participantes, podendo-se destacar alguns trechos, como: “Achei um cuidado especial com o servidor ter tido a oportunidade de aprender sobre a Estratégia Saúde da Família.”; “Gostei muito dos encontros, parabéns pelo trabalho.”; “Foi muito importante como tudo foi apresentado.”; “Achei interessante a iniciativa desses encontros. Obrigada.” e “Queria parabenizar pela iniciativa e que tenham mais encontros.”. Esses comentários e sugestões, junto com as avaliações das afirmativas, mostram que de uma forma geral os participantes gostaram da realização da iniciativa, do formato como foi desenvolvida/promovida e que conseguiram se aproximar das temáticas introdutórias sobre a ESF, assim como, a compreender melhor do que se trata e se sentirem mais preparados para atuarem nesse modelo. Além da avaliação obtida através do questionário, fazendo uma análise observacional, o que pôde ser percebido, nos 3 grupos realizados, é que inicialmente os profissionais se mostravam reativos e resistentes a participarem. Entretanto, conforme a realização dos encontros percebeu-se que os profissionais iam ganhando maior empatia e interesse pelos encontros e pelo o que se estava discutindo. Como indício dessa observação, participantes que inicialmente não queriam interagir e se colocar/expressar no grupo, com o decorrer dos encontros apresentaram maior participação e interatividade. Além disso, no último encontro dos grupos, alguns participantes, também se expressaram verbalmente, agradecendo a realização dos encontros, afirmando que consideraram importante participarem e que gostariam que tivesse continuidade, pois nunca tinham tido a oportunidade de participarem de uma iniciativa dessa no próprio ambiente de trabalho deles. Esse feedback dos profissionais, demonstram que os profissionais consideram importante participar de iniciativas como a que foi oportunizada e que teriam interesse em continuar participando casso tivesse continuidade, o que indica que os profissionais de saúde, a partir da participação nos encontros, se despertaram para a importância e necessidade de um processo contínuo de EPS no cotidiano de trabalho deles. Neste sentindo, a realização dessa iniciativa tinha um impacto esperado, que era a partir de sua realização iniciar o fomento de um processo de EPS na UBS, e que, portanto, pode-se dizer que, a partir desses resultados descritos, foi possível gerar esse impacto. CONSIDERAÇÕES FINAIS Promover processos de ensino-aprendizagem participativos e crítico-reflexivos nas organizações de saúde requer considerar as complexidades inerentes aos contextos dessas organizações, logo, recorrer a EPS como estratégia pode se apresentar como um desafio. Entretanto, os resultados e efeitos apresentados pela experiência aqui relatada revelam a importância de essa iniciativa ter recorrido a EPS, visando uma estratégia de apoio aos profissionais de saúde para o momento em que estavam vivenciando, mostrando que, mesmo que se possa apresentar como um desafio, recorrer a ela pode trazer significativos resultados e transformações nos contextos em que se é empregada, e que, portanto, o seu potencial em promover transformações revela o valor em se buscar superar o desafio imposto.

1163 Dor Crônica e Fibromialgia na Atenção Primária à Saúde: diferentes formas de educação permanente e potencialização do cuidado
Denise Mota Araripe Pereira Fernandes, Felipe Proenço de Oliveira, Cleiton Santos Rodrigues da Silva, Jéssica Cenedese

Dor Crônica e Fibromialgia na Atenção Primária à Saúde: diferentes formas de educação permanente e potencialização do cuidado

Autores: Denise Mota Araripe Pereira Fernandes, Felipe Proenço de Oliveira, Cleiton Santos Rodrigues da Silva, Jéssica Cenedese

Apresentação A lida com a pessoa portadora de dor crônica é um desafio às equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS), pois demanda maior atenção do serviço, visto a questão subjetiva da dor. Na Atenção Primária à Saúde (APS), é de fundamental importância que seja entendido e, posto em prática, o princípio doutrinário da Integralidade, no que diz respeito ao reconhecimento e atendimento do paciente com dor crônica. É nesse momento inicial, que, em relação à referida dor, o profissional toma conhecimento de uma enfermidade que é subjetiva e de visibilidade e mensuração dependentes exclusivamente do relato do paciente (SANTOS, 2016). Trata-se de uma desordem comum e de grande importância no âmbito da saúde pública, uma vez que envolve esferas psicoculturais e sociais associadas ao fenômeno doloroso, resultando na necessidade de uma equipe multiprofissional somada a recursos tecnológicos como parte de um plano de cuidados para o doente. Em virtude disso, uma patologia como a fibromialgia, com sintomas variados e imprecisos, apresenta dor como queixa principal, faz o paciente transitar por diversas especialidades médicas ocasionando uma dificuldade em descobri-la, falta de compreensão em relação ao doente e um diagnóstico muitas vezes tardio (PADOVANI et al, 2013). Metodologia Baseados na Política Nacional de Educação Permanente, desenvolveu-se um projeto de intervenção com encontros da equipe para problematizar o cuidado das pessoas com dor crônica, comparando o conhecimento prévio dos profissionais ao posterior às intervenções da equipe, através de questionamentos conceituais. Participaram nove agentes comunitários de saúde, uma enfermeira, uma dentista e uma auxiliar de saúde bucal, todos atuantes na equipe de Saúde da Família Alto do Céu IV de João Pessoa-PB, visando o aprendizado coletivo, através da pedagogia da autonomia de Paulo Freire, em que o residente de medicina de família e comunidade, sob supervisão, e os internos do décimo período de medicina conduziram um ciclo de quatro rodas de conversa sobre dor crônica, com especial atenção à fibromialgia, debatendo as concepções prévias e produzindo novos saberes. Resultados Houve interação satisfatória da equipe e foi possibilitado aos estudantes de medicina e ao residente a condução e a partilha dos conhecimentos acadêmicos, estimulando-os a enxergar o problema de outros ângulos e encontrar novas soluções desenvolvendo assim o auto e o heteroconhecimento em um espaço socialmente rico em diferenças culturais e sociais, abrindo perspectiva para um atendimento longitudinal, integral e empático da pessoa que sofre. Conclusão O profissional de saúde precisa estar em um continuum de preparo técnico aliado à uma pratica clinica humanizada que o capacite para suas atividades. Infelizmente o processo de qualificação dos profissionais nem sempre encontra-se estruturado, e, na maioria das vezes, pode ser considerado insuficiente para o desenvolvimento de novas competências necessárias para o adequado desempenho de seu papel. Através das atividades de preceptoria formativas da residência médica em medicina de família e comunidade juntamente com as atividades de preceptoria dos alunos de graduação, com a inserção precoce desses estudantes nos serviços de APS, são de pilares que podem fundamentar o crescimento e formação continuada das equipes, assim como dos próprios estudantes, pois assim organiza-se o processo de trabalho e ensino através de propostas pedagógicas que são capazes de ampliar o entendimento dos processos de saúde e doença.     

1252 REGULAÇÃO ASSISTENCIAL, REDES DE ATENÇÃO E EDUCAÇÃO PERMANENTE: POTENCIALIDADES PARA A INTEGRALIDADE DA ATENÇÃO
Taís Rangel Cruz Andrade, Taciane Melo Souza, RODRIGO TOBIAS DE SOUSA LIMA, Júlio Cesar Schweickardt

REGULAÇÃO ASSISTENCIAL, REDES DE ATENÇÃO E EDUCAÇÃO PERMANENTE: POTENCIALIDADES PARA A INTEGRALIDADE DA ATENÇÃO

Autores: Taís Rangel Cruz Andrade, Taciane Melo Souza, RODRIGO TOBIAS DE SOUSA LIMA, Júlio Cesar Schweickardt

Apresentação: Este ensaio foi produzido como uma atividade de conclusão da disciplina de Educação e Promoção da Saúde, do Curso de Mestrado em Saúde Coletiva da FIOCRUZ ILMD, e discorre sobre a Política Nacional de Regulação brasileira. Tem como objetivo discutir conceitos e limitações da Política Nacional de Regulação para a garantia da integralidade da assistência, contextualizando a atenção primária como porta de entrada no sistema regulatório. Desenvolvimento: Regulação em saúde significa organização de serviços, de forma que a universalidade e a integralidade possam ser garantidas, através do acesso do usuário aos diversos níveis de atenção, de forma equânime e coerente, sem sobrecargas desnecessárias ao sistema de saúde. Na década de 90, deu-se início a regulação em saúde no Brasil com a implantação das Centrais de Leitos e de Marcação de Consultas, inicialmente voltadas somente para o controle e organização financeira, e disponibilização de acesso aos serviços. O sistema de regulação no Brasil se consolidou em 2008, através da Política Nacional de Regulação, em decorrência do processo de descentralização e aprimoramento da gestão do SUS, após as pactuações definidas no Pacto pela Saúde (2006). Nesse período, as instâncias federadas depararam-se com a necessidade de definir responsabilidades sanitárias, tornando mais claras as atribuições de cada esfera de governo, estabelecendo a regulação não apenas como um instrumento de garantia do acesso, mas como uma ferramenta de gestão compartilhada. Atualmente, o processo regulatório se dá a partir da organização de um conjunto de serviços existentes ou construídos em determinado lugar (município, estado, região), caracterizados pelas necessidades de saúde locais, os quais deverão se integrar formando redes assistenciais ou se complementar mediante o itinerário dos usuários. Assim, contribuindo para a melhoria da qualidade da assistência, melhoria dos indicadores de saúde da população e das condições sociais. Apesar de já estabelecidos os parâmetros para a política de regulação, a sua operacionalização supõe a implantação de instrumentos que até o presente momento não estão situados uniformemente e efetivamente nos Estados e municípios brasileiros, devido a dificuldades estruturais e logísticas. Dentre elas podemos citar: a implantação e implementação dos complexos reguladores (conjuntos de Centrais de Regulação), associado aos sistemas informatizados de regulação (SISREG), que devem formar uma rede integrada de informações para oferta entre serviços, dando maior agilidade no atendimento à população. A construção das redes de atenção que se conectam entre si, construindo linhas de produção do cuidado, e a funcionalidade de fluxos assistenciais definidos que podem ter abrangência intermunicipal, interestadual ou inter-regional, também tem se apresentado como uma limitação para o funcionamento efetivo da regulação em saúde. Resultados: Ao buscar estudos sobre a implantação da regulação no Brasil, percebeu-se que a estruturação do sistema de regulação e das redes assistenciais no Brasil tem apresentado baixa resolutividade. Os principais problemas encontrados são a não utilização dos seus instrumentos, e a falta de articulação e comunicação institucional entre os serviços especializados e atenção básica, assim como o desuso do sistema de referência e contra-referência entre os níveis de atenção. As dificuldades de consolidação de fluxos regulatórios devido a problemas logísticos ou estruturais (municípios isolados, falta de internet ou materiais de informática, e outros), e a precariedade na formação da rede assistencial devido à ausência de serviços de referência em algumas regiões também tem afetado a eficácia desta política. Estes fatores têm prejudicado a qualidade e a integralidade da assistência no SUS, impossibilitando ações e intervenções em saúde, levando ao fortalecimento do modelo biomédico, desconsiderando a continuidade da atenção e a promoção à saúde da população. O sistema de referências é um instrumento regulatório que deve orientar o fluxo do usuário nos serviços de saúde e comunicar o seu itinerário terapêutico formal entre os serviços. Este fluxo deve ser bidirecional entre os níveis de atenção, o que não vem ocorrendo na maioria dos municípios brasileiros. Além disso, quando se trata de encaminhamentos e marcações conformou-se um fluxo paralelo ao determinado por lei, que se dá através de influências entre pessoas que trabalham nos serviços e usuários. Esse novo percurso se dá através de “arranjos” entre profissionais na tentativa de resolução dos problemas enfrentados nas unidades de saúde. Porém, essas práticas apesar de resolver a situação imediata do usuário, não contribui para a melhoria do sistema de regulação. Estes entraves desarticulam o processo de trabalho e contribuem para a falência de políticas que poderiam ter grande efetividade na promoção da saúde da população. Por isso, a implantação das redes de atenção com suas de linhas de cuidado, estabelecendo articulação entre equipes e fluxos de encaminhamento dos usuários conforme suas demandas e necessidades, em uma malha de cuidados progressivos e ininterruptos é tão complexa quando não se considera as problemáticas locais, e as rotinas da comunidade ou região em que o serviço está fixado. Entendendo que a educação permanente se configura como ferramenta fundamental para as transformações do trabalho, ao utilizar técnicas da problematização e da atuação crítica-propositiva, pode-se criar processos formadores potentes em que a interação entre profissionais e usuário estimulem a resolução de problemas encontrados nos serviços. É importante perceber também que a área da saúde é um campo onde os processos de educação permanente devem ser vistos como uma necessidade constante de utilização, e que este exercício promove a reflexão sobre as práticas de saúde, mudança de estratégias, e aprimoramento das políticas de saúde. Portanto, para o desenvolvimento da promoção do cuidado e integralidade da atenção se faz necessário repensar as práticas reproduzidas pelos profissionais e gestores da saúde, a fim de reconhecerem-se como atores e propulsores de novas práticas de saúde que incluam os usuários no processo de condução do cuidar. Conclusão: Considerando os conceitos explicitados durante este ensaio, ao pensar sobre redes assistenciais, regionalização e atenção primária como porta de entrada para o sistema de regulação, pode-se inferir que a educação permanente dos gestores e profissionais da saúde podem de fato atuar como instrumento de transformação dos “modos de fazer saúde” e auxiliar nos caminhos para organizar o sistema de regulação local, de forma regionalizada, identificando suas potenciais redes de referência e fluxos de encaminhamentos. Assim, compreendendo a educação permanente como prática transformadora, infere-se que cada serviço pode se preparar para discutir possibilidades metodológicas que permitam um fazer coletivo na organização deste, garantindo a participação de gestores profissionais e usuários, e que traga transversalmente a formação técnico-cientifica ou educacional. Como por exemplo, definição de portas de entrada no sistema de saúde, desde que elas respondam as necessidades da população local e sejam articuladas entre os níveis de atenção da região, assim como discutir a importância da institucionalização da contra-referência entre os serviços de forma bidirecionais. 

2172 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COMO FERRAMENTA PARA A MELHORIA NA QUALIDADE A ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL
Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Maria Solange Nogueira dos Santos, Carlos Felipe Fonteles Fonteneles, José Amilton Costa Silvério, Suzane Passos de Vasconcelos, karla Maria Carneiro Rolim, Mayara Mesquita Mororó Pinto, Fernanda Jorge Magalhães

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COMO FERRAMENTA PARA A MELHORIA NA QUALIDADE A ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL

Autores: Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Maria Solange Nogueira dos Santos, Carlos Felipe Fonteles Fonteneles, José Amilton Costa Silvério, Suzane Passos de Vasconcelos, karla Maria Carneiro Rolim, Mayara Mesquita Mororó Pinto, Fernanda Jorge Magalhães

A Estratégia Saúde da Família (ESF) se configura como o modelo de orientação da Atenção Básica, mediante o processo de trabalho das equipes multiprofissionais. Estas precisam estar amplamente capacitadas para atuar com qualidade no processo de cuidado em saúde, desenvolvendo práticas gerenciais, assistenciais e democráticas. Nesse contexto, a Educação Permanente em Saúde (EPS) surge como uma política de formação e desenvolvimento para o Sistema Único de Saúde, respaldada pela Portaria Nº 198/GM, articulando necessidades e possibilidades de desenvolver a educação dos profissionais e a capacidade resolutiva dos serviços de saúde, assim como o desenvolvimento da educação popular com a ampliação da gestão social sobre as políticas públicas, foram desafios assumidos pelo governo federal. A Educação Permanente em Saúde (EPS) parte do aprendizado significativo, resultando na estruturação do conhecimento a partir da realidade do próprio espaço de trabalho. Articula aspectos que possibilitam reorientar as práticas dos profissionais de saúde, superando lacunas existentes no campo da formação, visando à melhoria do processo de trabalho em saúde. Trata-se de uma estratégia fundamental para a recomposição da formação, atenção, gestão, formulação de políticas e controle social no setor da saúde. Propõe-se que os processos de capacitação dos trabalhadores da saúde tomem como referência as necessidades de saúde das pessoas e das populações, da gestão setorial e do controle social em saúde, tenham como objetivos a transformação das práticas profissionais e da própria organização do trabalho e sejam estruturados a partir da problematização do processo de trabalho. É essencial que atividades de EPS estejam enquadradas no cotidiano dos serviços de saúde, tendo como alicerce as metodologias ativas de ensino aprendizagem e estas atividades devem estar correlacionadas aos principais problemas vivenciados na comunidade. Dessa forma, torna-se indispensável à realização de momentos de educação permanente que abordem as tecnologias leves em saúde para subsidiar os profissionais na atenção às condições crônicas no âmbito da ESF. Objetivou-se relatar a experiência da realização de oficinas sobre o acompanhamento interdisciplinar de gestantes para o fortalecimento do pré-natal. Desenvolvimento: O presente estudo trata-se de um relato de experiência da realização de oficinas sobre o acompanhamento interdisciplinar de gestantes para o fortalecimento do pré-natal odontológico do Centro de Saúde da Família Dr. Everton Francisco Mendes localizado no Município de Sobral, Ceará. O público alvo incluiu todos os profissionais médicos, enfermeiros, dentistas, Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) e Equipe Multiprofissional de Residência em Saúde da Família (RMSF), as oficinas foram realizadas no período de setembro a outubro do ano de 2017.          Os facilitadores foram os profissionais que compõem a RMSF, a metodologia utilizada nas oficinas foi o círculo de cultura de Paulo Freire. Essa metodologia proporciona um espaço de educação em que os participantes envolvem-se em um processo de ensino e aprendizagem com autonomia para a expressão verbal, interação entre os membros para a troca de experiências, reavaliação de suas ações e pontos de vista. Pretendendo-se uma abordagem problematizadora que possibilitou um trabalho sistematizado desencadeando uma reflexão individual e uma construção do conhecimento compartilhada e pautada na troca de experiências. Resultados: As oficinas com os profissionais foram executadas da seguinte forma: Primeira Oficina: “Colaboração Inter profissional” - foi realizada uma dinâmica de grupo utilizando um novelo de lã onde foi criada uma teia entre os profissionais, sendo feita uma comparação entre a teia com nossas relações interpessoais e profissionais. Após a dinâmica os profissionais foram divididos em grupos e receberam tarjetas que constavam diversas situações relacionadas ao processo decisório que envolvem o cuidado a gestante e, eles deveriam colocar as categorias profissionais que se adequavam a cada uma das situações, podendo assim discutir o fazer de cada profissional na atenção à saúde. Em um terceiro momento foram lançadas as seguintes perguntas norteadoras: O que você entende por Colaboração Interprofissional? Você já participou de interconsulta ou intervisita? Você já facilitou um grupo juntamente com algum outro profissional? As respostas serão fixadas em um painel e em seguida iniciou-se uma discussão com base nas respostas utilizando as seguintes perguntas norteadoras: Em sua opinião, quais as principais dificuldades para o trabalho interprofissional?  Como foi sua experiência de trabalho interprofissional? Se não trabalhou, por que acha que isso nunca aconteceu? Você considera que uma maior interação entre os profissionais na facilitação dos grupos seria algo importante? Assim pode-se observar a percepção dos profissionais acerca do relacionamento interpessoal com os demais membros da equipe e do trabalho com grupos no CSF.  Na segunda oficina: “Pré-Natal Odontológico” - foi realizado a dinâmica do bebê imaginário, fazendo uma relação com o cuidado prestado no pré-natal oferecido no CSF. Em um segundo momento foi construído um painel, o qual mostrava o número de acompanhamento de gestantes realizados por cada um dos profissionais da equipe mínima, durante o primeiro semestre de 2017. Assim os participantes puderam perceber o baixo número de gestantes em acompanhamento odontológico e iniciou-se uma reflexão acerca dos possíveis fatores e determinantes relacionados a esse problema. No terceiro momento foram distribuídos para cada profissional duas tarjetas onde eles deveriam colocar o motivo dessa adesão e no outro sugestões para mudar essa realidade. Isso possibilitou que os profissionais percebessem as mudanças que deveriam ocorrer nos seus processos de trabalho de forma que a gestantes recebessem um atendimento interdisciplinar de qualidade. Considerações finais: Ancorada nos fazeres da Educação Permanente, buscou-se desenvolver competências no trabalho interdisciplinar no cuidado a gestante. As oficinas se revelaram como momentos de reflexão que propiciaram os trabalhadores revisitar atitudes e comportamentos adotados no âmbito de sua prática. Todas as atividades desenvolvidas durante as práticas de educação permanente foram positivas e relevantes para o crescimento e desenvolvimento de habilidades dos participantes. Percebeu-se que a maioria dos envolvidos mostram-se receptivos ás rodas de educação, demostraram interesse na abordagem da temática. Buscou-se sensibilizar e despertar os profissionais da unidade, pois pela prática constante que exercem os mesmos podem vir a tornar-se automáticos no desenvolvimento de suas atividades e em suas vivências. Durante as atividades os participantes foram estimulados a trazerem contribuições, realizarem questionamentos, desta forma houveram trocas de experiências participação efetiva dos envolvidos. Desse modo, considera-se que a Educação Permanente é uma ferramenta potente para provocar transformações do trabalho em saúde, fortalecendo o trabalho dos profissionais, bem como a colaboração interprofissional, apontando a importância de se fomentarem saberes e práticas neste campo.

3378 INTEGRAÇÃO ENSINO–SERVIÇO: DESAFIOS À CONSOLIDAÇÃO DE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
vania Dezoti Micheletti, GISELE IOPP MASSAFERA, Denise Antunes de Azambuja Zocche, Cleunir de Fátima Candido de Bortoli

INTEGRAÇÃO ENSINO–SERVIÇO: DESAFIOS À CONSOLIDAÇÃO DE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE

Autores: vania Dezoti Micheletti, GISELE IOPP MASSAFERA, Denise Antunes de Azambuja Zocche, Cleunir de Fátima Candido de Bortoli

Introdução: A partir de um amplo debate na sociedade brasileira, surgiu a proposta de construção de uma política pública estimulada pelo movimento sanitário que se mobilizou na luta por novos modos de pensar a saúde. Para isto, às políticas públicas têm apostado numa reorganização do modelo de atenção, fortalecendo a articulação entre os serviços, gestão, controle social e formação. Objetivos: Construir um Plano de Ação para o fortalecimento da rede de saúde no município de Pato Branco – PR na perspectiva do Quadrilátero da Formação. Método: pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória. Os participantes do estudo compõem as faces do Quadrilátero da Formação, quatro gestores, quatro representantes da atenção, quatro docentes e quatro representantes do controle social. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada. As entrevistas foram agendadas previamente, gravadas e aconteceram em momentos que não comprometeram a atuação dos participantes. O instrumento de entrevista foi o mesmo para os gestores, representantes do ensino e da atenção, sendo utilizado outro roteiro apenas para a categoria controle social. A diferenciação dos roteiros ocorreu, pois nas entrevistas com os gestores, enfermeiros, controle social e docentes visa-se entender e alavancar respostas aos problemas mais técnicos, enquanto na categoria controle social, visa-se observar quão benéfico são os serviços atuais da enfermagem para a sociedade e a atenção à saúde. Os dados da pesquisa foram analisados através do Método de Análise Temática. Resultado e discussão: ao analisar as entrevistas, foram classificadas em duas categorias: Organização da Rede de Atenção à saúde do município subdividido nas subcategorias: nós críticos de saúde do município e educação permanente em saúde; Integração Ensino Serviço subdividido em duas subcategorias: fortalecimento da rede ensino e atenção e formação dos profissionais de saúde para o SUS. Os nós críticos revelados pelo estudo foram: a rotatividade de profissionais, aproximação entre o ensino e serviço e atendimento humanizado. Partindo desses nós, surge a necessidade de trabalhar a Educação Permanente em Saúde com intuito de fortalecer as redes e melhorar a formação dos profissionais de saúde. A subcategoria Educação Permanente em Saúde, foi mencionada por, pelo menos, um dos representantes de cada face do quadrilátero, o que causou certo contentamento por parte dos pesquisadores, pois reflete que os profissionais estão em busca de novas práxis ou, ao menos, estão percebendo a necessidade da reformulação de novas maneiras de pensar saúde. Esta é uma categoria considerada imprescindível na pesquisa para o fortalecimento das relações entre a instituição de ensino e a atenção. Na subcategoria fortalecimento da rede Ensino e Atenção ficou evidente nas falas dos entrevistados que todos acreditam em um resultado positivo se houver a integração entre a rede de ensino e da atenção.  Cada representante das faces do quadrilátero direcionou sua fala para uma linha, ou seja, as representantes da atenção ressaltaram o diálogo e o entrosamento com a equipe como sendo algo imprescindível para o fortalecimento das duas áreas; um dos representantes do controle social, enfatizou a importância do acadêmico como um ator principal para a melhoria do atendimento na prestação da assistência à população.  Representando a face ensino, a entrevistada coloca a importância da pesquisa no ensino e sua finalidade no serviço; na fala de dois gestores, um deles abordou a importância da inserção precoce dos acadêmicos na rede para a integração e a percepção da realidade de saúde do município, pois ela acredita que os acadêmicos vivenciando e entendendo como funciona o serviço, mais eles se sentirão parte do processo de transformação que tanto se almeja na saúde.  Para finalizar, uma das representantes da face gestão, acredita que o ensino está se preparando cada vez mais e que a integração está acontecendo de forma positiva. Na subcategoria formação dos profissionais de saúde para o SUS, o Brasil, desde a Constituição de 1988, vem enfrentando várias mudanças no setor da saúde, principalmente no que se refere à formação dos profissionais voltada ao SUS. Apesar da implantação de vários programas voltados à melhoria do sistema, a formação dos profissionais de saúde está aquém do que se almeja. Os profissionais ainda apresentam despreparo em sua formação acadêmica, o que atualmente é considerado um grande nó na saúde. Alguns autores reforçam que o principal passo no processo de melhorar a educação voltada ao SUS foi a criação das Diretrizes Curriculares Nacionais. Nesta proposta, rompe-se com o paradigma de uma educação meramente técnica, hospitalocêntrica e foca-se no incentivo de escolas comprometidas com a educação permanente para futuros profissionais, preocupadas em preparar pessoas que produzam conhecimento, conheçam as práticas do SUS e priorizem a atenção voltada as necessidades da população. Sabe-se da importância destes profissionais serem dotados de conhecimento técnico, porém, o que se institui com os novos programas é de uma formação mais generalista, com currículos mais aprofundados no SUS, com profissionais que conheçam a realidade do SUS e saibam trabalhar com as necessidades de quem faz parte do controle social.  Considerações Finais: esta pesquisa demonstrou que a integração ensino e serviço ainda encontra diversos desafios, principalmente na perspectiva do quadrilátero da formação. Apesar de todo um sistema estar envolvido, implantação de políticas públicas e incentivo à educação permanente nas redes, ainda falta sensibilização por parte dos gestores e pelo ensino. Os representantes da face atenção, também devem sair da zona de conforto e buscar alternativas de melhorias na assistência prestada; os representantes do controle social, devem buscar incessantemente pelos seus direitos participando dos conselhos dos seus municípios e atuando de forma pró ativa em busca da qualidade da saúde, não apenas esperando que a macrogestão realize as propostas e defina o que é melhor sem o consentimento da população; e o ensino, também, deve promover encontros entre todas as faces procurando traçar metas de melhorias com o envolvimento de todos. Os problemas de saúde são nítidos, claros, evidenciados no dia a dia, porém, faltam iniciativas para resolução destas situações. As pesquisas apontam que os profissionais de saúde pela sobrecarga de trabalho ou falta de autonomia nos serviços, não conseguem contribuir para propostas que eles mesmos identificam em sua rotina de trabalho. Eles são considerados atores fundamentais para mudança no cenário em que vivemos, pois vivenciam diariamente os problemas da população. O maior desafio que fica evidenciado é a necessidade em trabalhar os problemas de saúde tendo escuta os atores do controle social e da atenção, pois a partir desse envolvimento, é que se buscarão estratégias de melhorias para todos os envolvidos e o quadrilátero será efetivamente constituído. A partir dos resultados, foi proposto um Plano de Ação para o fortalecimento da rede de saúde no município e a constituição de um grupo de trabalho com todos os representantes das faces do quadrilátero com intuito de discutir os problemas de saúde e traçar estratégias de melhorias de saúde da população do município.      

3391 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: EXPERIÊNCIAS INOVADORAS EM SAÚDE MENTAL INSERIDAS NO CUIDADO DA ATENÇÃO BÁSICA
Priscilla Regina Cordeiro, Flavia Liberman

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: EXPERIÊNCIAS INOVADORAS EM SAÚDE MENTAL INSERIDAS NO CUIDADO DA ATENÇÃO BÁSICA

Autores: Priscilla Regina Cordeiro, Flavia Liberman

Representando um avanço significativo para a integralidade da assistência em saúde, a Reforma Psiquiátrica, busca potencializar os direitos e a proteção das pessoas em sofrimento psíquico, assegurando o acesso ao melhor tratamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, deve ser compreendida como um processo social em transformação permanente no país e que preconiza a implantação de uma Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de modo a articular ações entre os serviços que a compõem, expandindo o cuidado para além dos espaços substitutivos extra-hospitalares. Trata-se de uma estratégia que se caracteriza por práticas pautadas nos princípios da territorialização, corresponsabilidade e da ampliação das redes sociais. A Reabilitação Psicossocial é um conjunto de ações, singular, que consideram as expressividades do sofrimento, assim como a autonomia e a liberdade, como fatores essenciais para a condução do cuidado pensado pela via da reinserção na sociedade. Tal conceito envolve, de maneira horizontal, todos os atores protagonistas relacionados a esse cuidado, sejam eles usuários, familiares ou profissionais de saúde. O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), se revela como um serviço de saúde fundamental, uma vez que busca promover a desinstitucionalização e tenta orientar e auxiliar a articulação com os serviços, em conjunto com os profissionais da Atenção Básica em Saúde (ABS), por meio da produção da singularidade, cidadania e das relações sociais, tendo em vista, melhorar as habilidades e potências dos usuários em sofrimento psíquico. Aproximar as ações de saúde mental nos espaços da ABS, é um dos propósitos que buscam possibilitar novas formas de convivência da sociedade com a loucura. Contudo, a inclusão destas ações na ABS ainda é um grande desafio, sendo fundamental a promoção de práticas que aproximem e promovam uma rede de cuidados tecida no processo da Reforma Psiquiátrica, convidando os profissionais de saúde a sustentarem as diferenças frente aos estigmas relacionados ao sofrimento psíquico. O Ministério da Saúde instituiu uma nova estratégia política para fortalecimento do SUS, denominada Educação Permanente em Saúde (EPS) que dispõe a repensar as práticas em saúde dos profissionais, buscando ações que modifiquem e transformem práticas tradicionais de saúde e da educação, através de metodologias ativas que promovem a interação entre ensino/serviço/comunidade. Considerando a RAPS junto a Atenção Básica à Saúde, este estudo apresenta uma proposta de Oficinas realizadas pela terapeuta ocupacional de um CAPS III, como um método inovador de Educação Permanente em Saúde, tendo como público alvo Agentes Comunitários de Saúde (ACS), inseridos em uma Unidade Saúde, que atua de acordo com a Estratégia Saúde de Família. Tal estudo apresentou entre os seus objetivos possibilitar a intervenção, implementação e avaliação com base nos pressupostos da EPS, além de buscar promover um espaço de trocas, de criação coletiva e transformação da prática no cotidiano de produção em saúde entre os Agentes Comunitários de Saúde e alguns usuários em sofrimento psíquico convidados, com vistas ao protagonismo de ambas as partes e à intensificação da articulação com os serviços pertencentes à RAPS. A opção por desenvolver a pesquisa com este público-alvo deve-se ao anseio da pesquisadora de privilegiar a voz destes atores sociais, como profissionais fundamentais no processo de territorialização, almejando potencializar e estimular a autonomia destes, de modo a incentivá-los a serem protagonistas no processo de trabalho, junto à equipe do CAPS, aprimorando e agregando em suas práticas diárias o cuidado em saúde mental, com vistas a se tornarem parceiros na defesa de direitos e do cuidado em saúde mental na Luta Antimanicomial. Optou-se por uma pesquisa-intervenção de abordagem qualitativa, apresentando como instrumento de coleta de dados, o registro da imagem, por meio de fotografias e Diário de Campo, realizado a cada encontro por todos os envolvidos (pesquisadora e público-alvo participante). Tais registros tiveram como objetivo preservar as vivências em seu caráter de expressão subjetiva, singular e coletiva. Para sua realização, foram propostas oficinas que pretendiam oportunizar espaços saudáveis e de criação coletiva, de trocas de experiências, de aprendizagem inventiva e de transformação da prática no cotidiano de produção em saúde. Resultados e/ou impactos: O desenvolvimento desta pesquisa promoveu encontros que permitiram o “construir juntos”, por meio da aprendizagem inventiva e através do compartilhamento de experiências frente aos problemas identificados no cotidiano de trabalho, mediante a atividades disparadoras de reflexão, estimulando este profissional a ser uma extensão do CAPS no território. Utilizar as oficinas como método de estudo permitiu a criação de possibilidades de ações criativas, construídas no coletivo, mas que mantiveram a singularidades de cada experiência, através de vivências realizadas com seus participantes, promovendo, pois, a aprendizagem com sentido e a construção coletiva a partir dos problemas já identificados. Em cada encontro, buscou-se pensar em estratégias que intensificassem o processo de articulação com os serviços da RAPS e, consequentemente, garantissem o acesso de qualidade a atenção integral à saúde do usuário em sofrimento psíquico.  Essas estratégias demandam ações que precisam ser pensadas, sobretudo no que tange à sua aplicabilidade, pois envolvem diversos desafios e barreiras, não somente institucionais, mas também relacionados às concepções de cuidado em saúde mental de cada profissional de saúde. Logo, os resultados esperados dependiam não só de mudanças do processo de trabalho, mas, também, de mudanças paradigmáticas que se relacionassem com as transformações individuais sobre o olhar dirigido a si e ao outro.  Neste viés, a participação em oficinas não pode ser passiva, já que o desejo e a vontade de se transformar internamente é que dão sentido a todo o grupo. Realizar uma pesquisa tendo a EPS como estratégia norteadora de suas técnicas – neste caso, as oficinas – possibilitou que a construção se tornasse a coletiva do início ao fim do estudo. Foi possível perceber, através desta prática investigativa, que a participação dos ACS em cada oficina, a troca de conhecimentos e experiências intensificou a aprendizagem, sobretudo mediante à identificação dos problemas identificados e à conjectura de soluções, buscando, a todo momento, fazer sentido e provocar (auto-)reflexões e mudanças internas e externas. Entendeu-se que, quando as relações afetivas são permitidas entre o grupo, torna-se possível aprender ao mesmo tempo em que se ensina. Durante as vivências, foi possível exercitar a valorização da escuta, colocar-se no lugar do outro, identificar as potências e valorizar o protagonismo. O escopo desta prática investigativa foi esclarecer aos profissionais de saúde, particularmente aos ACS, os avanços significativos da Reforma Psiquiátrica na Rede de Saúde deste município e em todo o país, assim como desvelar o cuidado integral à saúde, repensando as práticas e organizações dos serviços de saúde para além dos espaços institucionalizados, de modo a redefinir o lugar da diferença do usuário em sofrimento psíquico na sociedade. É possível entender, diante do aludido, que não são, necessariamente, as oficinas aqui propostas que irão mudar a forma como cada ACS pensa o cuidado em saúde mental, mas, sim, as relações afetivas, as trocas de experiências, as vivências, o conhecimento dos serviços da RAPS e, até mesmo, as histórias de vida de cada usuário. Espera-se que os caminhos traçados por aquele grupo, nesta pesquisa, mantenham-se vivos e que sejam um estímulo para que mais ações e pesquisas utilizem da estratégia da construção conjunta, de modo a promover trocas afetivas que auxiliem os ACS e demais profissionais de saúde a sustentarem as diferenças, tornando-se parceiros no cuidado e na Luta Antimanicomial.

4402 IMPLANTAÇÃO DA EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATENÇÃO HOSPITALAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Ana Patricia Alencar

IMPLANTAÇÃO DA EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATENÇÃO HOSPITALAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Ana Patricia Alencar

APRESENTAÇÃO: No ambiente hospitalar a Educação Permanente é primordial para assegurar a prática profissional, porém, no ambiente em questão ela é um desafio para gestão e uma lacuna para os profissionais, desta forma a presente pesquisa surge com o objetivo de implantar a Educação Permanente e melhorar a prática profissional no hospital pesquisado. DESENVOLVIMENTO: O Relato de Experiência decorre da atuação da Equipe de Residentes em saúde da Família e Comunidade no Município de Porteiras – CE, durante plantões no Hospital Municipal, no período de Novembro a Dezembro de 2017. Durante os plantões percebeu-se a ausência de educação permanente no local, destacando a necessidade da maioria dos funcionários em adquirir conhecimentos atualizados, e ainda de outros funcionários como porteiros, por exemplo, a abstinência de conhecimentos essenciais como segurança do trabalhador no ambiente hospitalar. Com o intuito de suprir tal necessidade foi solicitado à direção do Hospital autorização para iniciar um processo de educação permanente com os funcionários, a partir da autorização deu-se início a uma votação, na qual os funcionários sugeriam e votavam temas que consideravam importantes e/ou existia carência de conhecimento, o primeiro tema eleito foi biossegurança, a partir daí se iniciou o processo de Educação Permanente no local conduzido pelos profissionais residentes, ressaltando-se que participam do momento todos os funcionários plantonistas, nos finais de semana em que os Profissionais Residentes se encontram de plantão, sendo um tema por mês, e que o mesmo se dá em regime de rodízio de funcionários para que o serviço não seja prejudicado. RESULTADOS: O presente relato teve como principal resultado a implantação da Educação Permanente no Hospital Municipal a ser conduzido pelos Residentes em Saúde do Município. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante do exposto, é notória a necessidade e a importância da educação permanente na saúde hospitalar, proporcionando a atualização e obtenção de conhecimentos, além de uma prática profissional mais segura e eficiente.

4934 Atividades de educação permanente no estágio supervisionado da atenção hospitalar: um relato de experiência do ensino da gestão cuidado de enfermagem
Denise Azambuja Zocche

Atividades de educação permanente no estágio supervisionado da atenção hospitalar: um relato de experiência do ensino da gestão cuidado de enfermagem

Autores: Denise Azambuja Zocche

O exercício profissional do enfermeiro contempla uma diversidade de ações e saberes que culminam na garantia da integralidade da atenção em saúde. Neste sentido, a dimensão educativa do trabalho em enfermagem propicia o desenvolvimento de relações direta e contínua entre profissionais, usuários e instituições. Tais relações se constituem por meio de ações educativas (capacitações, treinamentos, qualificações). As ações são transversais ao processo de formação dos profissionais de enfermagem com vistas a desenvolver habilidades e competências que assegurem a integralidade da atenção e a humanização do atendimento à saúde de indivíduos, famílias e comunidade.Tais ações de educação em saúde estão intrínsecas nas condutas de enfermagem, configurando-se num elemento-chave da identidade profissional da enfermagem. Nesse cenário, processos formativos se fazem presentes, como por exemplo, os Estágios Curriculares Supervisionados (ECS), que são períodos de maior interação com os serviços de saúde onde todas as dimensões do trabalho em enfermagem bem como a mobilização de valores humanos, são desenvolvidos. Considerando tais características, a realização dos ECS I no contexto hospitalar, oportuniza o desenvolvimento de todas as dimensões necessárias ao exercício profissional, ou seja, a educativa, a assistencial, a gerencial e investigativa de enfermagem. Sobre a dimensão educativa, cabe destacar que nos processos formativos esta dimensão constitui um eixo importante pois trata dos processos de ensinar e aprender em serviço, no serviço, a fim de que os profissionais possam atender as demandas de saúde e cuidado tantos dos indivíduos quanto da população em geral. Tais atividades exigem a constante busca de conhecimento atualizado e reconhecido pela comunidade científica da área da saúde, o que requer dedicação e compromisso por parte da comunidade acadêmica. Assim, este trabalho tem como objetivo descrever a experiência de um grupo de docentes supervisores do estágio supervisionado I, que utilizam a dimensão educativa para o desenvolvimento de competências e habilidades no ECS na atenção hospitalar. Metodologia Estudo descritivo, tipo relato de experiência, elaborado no contexto da disciplina Estágio Curricular Supervisionado I, ministrada na nona fase do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC. Esta disciplina tem o objetivo de desenvolver habilidades e competências para o exercício da gestão e gerência de enfermagem na atenção hospitalar, incluindo ações educativas. Os ECS foram realizados em Hospitais públicos e privados da região oeste e da capital de Santa Catarina e ainda, região metropolitana do Rio Grande do Sul no período de fevereiro a novembro de 2017. Os setores hospitalares onde os estágios foram desenvolvidos realizam atendimentos de pacientes adultos e pediátricos em diversas especialidades médicas. Os critérios que fundamentam as das ações educativas estão orientados a partir da pauta de educação continuada e permanente do hospital, ou também podem ser identificadas através da vivência in loco, solicitação do enfermeiro supervisor do campo e ainda, relato da equipe de enfermagem.  Ao identificarem o tema, os acadêmicos elaboram plano de aula e material complementar para capacitação e treinamento dos profissionais envolvidos. Destaca-se que todas as dimensões do trabalho de enfermagem, no ECS I, estão articuladas com as atividades investigativas, que são pautadas nos princípio das Prática Baseada em Evidência (PBE), utilizando a revisão de literatura como um dos pilares para a construção de materiais pedagógicos e/ou de formação em serviço. A dimensão educativa é realizada com o intuito de promover a produção e incorporação de saberes, entre e pela equipe de enfermagem. O acadêmico participa ativamente destas atividades, planejando capacitações, treinamentos ou rodas de conversa sobre temas, onde os acadêmicos elaboram material educativo a partir de revisões de literatura, que passam a ser incorporadas em outros instrumentos como os Procedimentos operacionais padrão (POP), protocolos assistenciais ou rotinas de trabalho. Resultados e discussão: a atividade educativa, possui um dinamismo próprio, fornece informações relevantes para a tomada de decisão e contribui para fundamentar as discussões e reflexões sobre a prática do cuidado em enfermagem junto a equipe. Foram realizadas 45 atividades educativas, considerando atividades educativas agendados com o serviço e realizadas de modo formal com a equipe de enfermagem. As temáticas envolvem aspectos relacionadas a qualidade da assistência no que se refere a dimensão técnica do cuidado (revisão de procedimentos técnicos, atendimento de situações de urgência e emergência), rotinas do serviço (quanto a alterações nos processos institucionais de oferta da atenção à saúde e/ou incorporação de novos conceitos). Outras ações envolveram o repasse de informações quanto aos aspectos gerenciais do cuidado (registros de enfermagem, aspectos de auditoria hospitalar, normativas e orientações que envolvem a segurança do paciente). Destaca-se também ações que foram elaboradas observando as características do setor e do perfil dos usuários atendidos, sendo fortemente evidenciadas em setores que realizam atendimentos em setores especializados (tratamento oncológico, saúde materna infantil). Também foram desenvolvidas ações em saúde, tomando por base períodos e campanhas temáticas de saúde como campanhas de higienização de mãos, agosto dourado (amamentação), outubro rosa, novembro azul. As ações educativas foram direcionadas em grande parte para as equipes de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares), visto que possuem protagonismo das ações em saúde e/ou participam ativamente da organização do cuidado. Considerações finais. A inserção do acadêmico na realidade dos trabalhadores do SUS tem favorecido experiências de caráter multiprofissional e interdisciplinar, envolvendo professores, estudantes e profissionais num movimento o qual um capacita o outro em suas atividades diárias, com o compartilhamento de saberes, atendendo os pressupostos da educação permanente. As vivências subsidiam o crescimento acadêmico, pois possibilitam a intervenção em problemas do cotidiano do processo de trabalho das equipes de saúde. O enfrentamento de problemas, considerando a participação de todos os envolvidos e numa perspectiva inovadora e abordagem crítico-reflexiva, contribui para o desenvolvimento de competências como a liderança e sobretudo, para a autonomia do futuro profissional. Os movimentos originados pelas atividades investigativas, geram inserções de outros membros da equipe, em especial dos enfermeiros assistenciais, e técnicos de enfermagem, pois o produto de tais atividades é socializado e compartilhado com todos os membros da equipe, sendo incorporado na elaboração de instrumentos gerenciais e de tomada de decisão dos enfermeiros. Portanto, a inserção de atividades investigativas por meio de estudos de caso aliados a aplicação de todas as etapas do processo de enfermagem, contribuem para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias às práticas de pesquisa em saúde e enfermagem, pois oportunizam o desenvolvimento do raciocínio clínico, da autonomia nos acadêmicos, atributos tão necessários aos futuros profissionais enfermeiros.  

667 EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATENÇÃO BÁSICA: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM PROTOCOLO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA
Cláudia Raulino Tramontt, Kamila Tiemann Gabe, Ligia Cardoso dos Reis, Tarsis de Mattos Maia, Patricia Constante Jaime

EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATENÇÃO BÁSICA: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM PROTOCOLO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA

Autores: Cláudia Raulino Tramontt, Kamila Tiemann Gabe, Ligia Cardoso dos Reis, Tarsis de Mattos Maia, Patricia Constante Jaime

APRESENTAÇÃOTrata-se de uma proposta de formação e qualificação da força de trabalho para o SUS, dentro da perspectiva da Politica Nacional de Educação Permanente em Saúde, buscando a promoção da alimentação adequada e saudável (PAAS) como parte do cuidado à saúde. O Guia Alimentar para População Brasileira (GAPB) é a principal referência no campo da alimentação e nutrição no país, trazendo recomendações sobre alimentação saudável, elaboradas a luz do conhecimento científico atual, englobando aspectos biológicos, dimensões socioculturais, econômicas e ambientais que envolvem a alimentação. Assumindo a PAAS como atribuição dos profissionais de saúde atuantes na atenção básica (AB), a apropriação e difusão desse instrumento se fazem necessárias, uma vez que há evidências de lacunas na formação e qualificação desses profissionais para lidar com as questões alimentares, para além de orientações prescritivas, pautadas na perspectiva preventivista e curativa do processo saúde-doença. Objetivo: Descrever o delineamento e validação de um protocolo de educação permanente, voltado à implementação do GAPB na AB. DESENVOLVIMENTO Trata-se de um estudo descritivo analítico. O delineamento da proposta partiu de três referenciais teóricos: GAPB, eixo central da intervenção e referencial técnico; Prática Colaborativa Interprofissional (PCI), vinculada ao processo de trabalho das equipes de AB, e metodologia crítico reflexiva (MCR), ancorada na concepção pedagógica de Paulo Freire. O protocolo foi desenvolvido por pesquisadores e profissionais de saúde, adotando-se Oficina como estratégia metodológica. Foram elaboradas atividades a partir de três eixos: (a) Estratégias organizacionais, (b) Compreendendo o Guia Alimentar, e (c) Implementando o Guia Alimentar. O protocolo foi testado em dois pilotos e conduzido em quatro equipes de AB. Para avaliação do protocolo, foi realizada validação de conteúdo, através de painel de juízes. Os juízes avaliaram pertinência, clareza e referencial teórico das atividades. Calculou-se o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) para verificar a proporção de juízes que expressaram concordância em relação às atividades do protocolo. RESULTADOS A oficina foi organizada em 4 módulos, de 4 horas cada um, totalizando 16 atividades. A equipe necessária para ministrar a oficina prevê dois facilitadores e um apoiador em todos os módulos, treinados para este fim. O painel contou com participação de 12 expertises que avaliaram cada atividade. Todas alcançaram nota superior ao ponto de corte estabelecido (IVC>0,80), para critérios de clareza e pertinência. Pertinência e clareza obtiveram aprovação total (IVC = 1,0) em 13 e 7 das 16 atividades, respectivamente. O referencial teórico do Guia Alimentar foi mais reconhecido nos eixos (b) e (c), com médias de 93,5% e 91,7%, respectivamente. A PCI foi o referencial mais apontado nos eixos (c), 75%, e (a) 54,17%. A MCR foi identificada com frequências semelhantes nos eixos (a), (b), (c), de 72,9%, 67,6%, e 66,7%, respectivamente. CONSIDERAÇÕES FINAIS O protocolo de atividades desenvolvido esteve coerente com os objetivos a que se propôs e referenciais teóricos adotados, mostrando-se uma metodologia apropriada para ações de educação permanente, voltadas à implementação do GAPB na AB

2770 Educação Permanente em Saúde: O autocuidado como mecanismo de prevenção de agravos em hipertensos
Elton Junio Sady Prates, Maria Luiza Sady Prates, Maisa Tavares de Souza Leite

Educação Permanente em Saúde: O autocuidado como mecanismo de prevenção de agravos em hipertensos

Autores: Elton Junio Sady Prates, Maria Luiza Sady Prates, Maisa Tavares de Souza Leite

Apresentação: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença crônica não transmissível, definida como uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados da pressão arterial que apresenta alta prevalência e baixas taxas de controle, configurando-se como um grave problema de saúde pública (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016). Além disso, a HAS apresenta custos onerosos ao sistema público de saúde decorrente dos agravos da enfermidade, bem como pode favorecer o comprometimento da qualidade de vida dos usuários com a progressão da patologia. Embora haja diversos agravos relacionados à HAS, o autocuidado apresenta-se como um efetivo instrumento de prevenção e promoção da saúde, sendo conceituado como a realização de atividades que os indivíduos desempenham em seu próprio benefício para manter a vida, saúde e o bem-estar na busca da concepção ampliada de saúde (MENDES et al., 2016). Por outro lado, a Educação Permanente em Saúde (EPS) emerge como uma ferramenta que transcende a pedagogia tradicional, que não reconhecem os sujeitos enquanto atores sociais do processo educativo e como protagonistas do binômio saúde-cuidado. Nesse sentido, as práticas de educação em saúde junto a usuários portadores da HAS mostram-se importantíssimas, pois elas buscam a emancipação desses sujeitos e corroboram com a construção de ações que estimulem a adoção de comportamentos favoráveis à sua qualidade de vida. Ressalta-se que essas ações devem estar ancoradas no conceito de promoção da saúde, buscando o empoderamento desse usuário e corroborando com a melhora de sua saúde (MASCARENHAS; MELO; FAGUNDES, 2012). Diante disso, objetiva-se evidenciar a importância da realização de uma prática de EPS, realizada junto a hipertensos atendidos pelo Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos na sala de espera de uma Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município de Passos, na busca da construção coletiva do conhecimento, formação acadêmica e, prioritariamente, para a promoção da saúde, a prevenção dos agravos relacionados à HAS e a melhoria da qualidade de vida dessa população. Descrição: Trata-se de um relato de experiência da realização de uma prática de EPS. Foram realizados três encontros entres os meses de outubro e novembro na sala de espera para atendimento médico da ESF localizado no Centro, na cidade de Passos, em Minas Gerais. As atividades foram desenvolvidas e promovidas por estudantes do curso de Enfermagem, sendo dois bolsistas, duas voluntárias e a orientadora, oriundos do projeto de pesquisa intitulado: “Estratificação do Risco Cardiovascular em Hipertensos: Avaliação de hábitos e desenvolvimento de oficinas educativas”. As ações educativas contaram com a participação de 16 usuários do serviço local, que aguardavam o momento da consulta médica. Todas as ações iniciaram-se dispondo os participantes em uma roda e foram explicados os objetivos dessa intervenção. Houve a discussão do conceito ampliando da HAS, importância da realização de atividade física moderada, benefícios relacionados à hidratação adequada, necessidade de uma alimentação balanceada, necessidade da realização de consultas e exames regulares e abordaram-se também os agravos relacionados ao consumo de álcool, cigarro, automedicação e os riscos da associação entre HAS e diabetes, principalmente as doenças cardiovasculares. Logo após esse primeiro momento, foi discutido, por meio de uma dinâmica pautada na interação, de problematização das práticas e dos saberes, os mitos e verdades relacionados à HAS. Foi distribuído a todos os participantes uma placa descrita verdade e outra mentira, onde os participantes deveriam levantar uma delas após a leitura de algumas proposições, tais como: hipertensão é mais comum entre as mulheres; o estresse aumenta a pressão arterial; hipertensão tem cura, entre outras. Resultados: As atividades realizadas na sala de espera da ESF compõem parte de um projeto de pesquisa. Elas propiciam, primariamente, a democratização e popularização do saber científico junto àqueles que não têm acesso, difundindo informação e saberes de forma dinâmica a indivíduos de diversas condições socioeconômicas e permitindo-lhes compartilhar de forma coletiva e humanizada percepções, reflexões e saberes. Salienta-se que essas ações corroboram com a conscientização dos mediadores no sentido de aprimorar o senso crítico em prol de uma práxis mais humana e contextualizada com as necessidades, vulnerabilidades e anseios da população, bem como subsidiam ações ativas e que buscam levá-los a transformação. A sala de espera apresenta-se como um importante e democrático espaço de promoção à cidadania, socialização, estreitamento das relações interpessoais e propenso para a realização de grupos educativos, pois é concebida enquanto um espaço diversificado, comportando usuários de todas as faixas etárias, com diferentes perfis de saúde, e que abrangem um número expressivo de sujeitos, privilegiando o diálogo e a discussão de todas as interfaces, perpasses e perspectivas que permeiam a vida dos usuários e que estão, muitas vezes, apreensivos e com expectativas em relação à consulta médica. Ressalta-se que a atividade realizada contou com intensa participação e atenção dos usuários, os quais argumentaram e expuseram experiências pessoais, estimulando os demais participantes. Além disso, os usuários consideraram as ações educativas muito importantes e enriquecedoras, pois permitem haver uma permuta de saberes, experiências e aprendizados, e sugeriram que ações como essa fossem realizadas com frequência na unidade, no ambiente de sala de espera. A prática da EPS realizada condiz com a literatura, onde evidencia que a educação em saúde necessita pautar-se em um modelo dialógico, partindo do diálogo horizontal entre os profissionais e usuários do serviço, rompendo com o caráter da hierarquização dos saberes. Assim, esse modelo favorece a construção coletiva e individual do conhecimento, possibilitando uma visão crítica e reflexiva da realidade. Destaca-se que o processo de educação em saúde deve reconhecer o usuário, enquanto protagonista da sua saúde. Nesse sentido, a prática educativa realizada, foi desenvolvida de forma dinâmica, interativa e em clima informal, respeitando os saberes de cada sujeito, buscando por meio do diálogo, o consenso amplificado das proposições colocadas. Ao final da intervenção, os sujeitos que participaram foram convidados e puderam avaliar a ação educativa que participaram por meio de um questionário. Considerações finais: Por meio desta prática educativa, evidenciou-se que a EPS na sala de espera apresenta-se como um importante instrumento para se trabalhar a promoção de saúde e prevenção de agravos junto a hipertensos, pois permitem que os sujeitos repensem sobre o seu papel de protagonista no tripé saúde-doença-cuidado. Além disso, promovem a reflexão sobre seus saberes, práticas e seu próprio bem-estar, favorecendo com que adotem práticas que subsidiem a melhoria da saúde individual e coletiva. Destaca-se ainda, que houve a avaliação positiva das intervenções realizadas, sugerindo a efetividade das mesmas. Considera-se, portanto, que abordagens dinâmicas, problematizadoras, dialógicas e reflexivas contribuem para a promoção da reflexão-ação-reflexão, do autocuidado, empoderamento e emancipação desses sujeitos, corroborando efetivamente para a promoção da saúde e a prevenção dos agravos relacionados à HAS. Referências MASCARENHAS, Nildo Batista; MELO, Cristina Maria Meira de; FAGUNDES, Norma Carapiá. Produção do conhecimento sobre promoção da saúde e prática da enfermeira na Atenção Primária. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 65, n. 6, p. 991-999, dez. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672012000600016&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 02 dez. 2017.MENDES, Cláudia Rayanna Silva et al. Prática de autocuidado de pacientes com hipertensão arterial na atenção primária de saúde. Rev Rene, Fortaleza, v. 17, n. 1, p. 52-59, jan. 2016. Disponível em: <http://www.periodicos.ufc.br/rene/article/view/2605/1993>. Acesso em: 01 dez. 2017. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. São Paulo: SBC, 2016. Disponível em: <http://www.sbh.org.br/geral/noticias.asp?id=69>. Acesso em: 01 dez. 2017.

3690 O USO DO QUESTIONÁRIO DKN-A PARA PAUTAR A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM DIABETES PARA AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM CAMPO GRANDE-MS
Adélia Delfina da Motta Silva Correia, Rosimeire Aparecida Manoel, Guilherme Ribeiro Gama, Taís Rosa Calisto, Juliana Marques Benedito, Laís de Oliveira Lima, Viviane Silva Borghi, Hércules Hideki Makio

O USO DO QUESTIONÁRIO DKN-A PARA PAUTAR A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM DIABETES PARA AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM CAMPO GRANDE-MS

Autores: Adélia Delfina da Motta Silva Correia, Rosimeire Aparecida Manoel, Guilherme Ribeiro Gama, Taís Rosa Calisto, Juliana Marques Benedito, Laís de Oliveira Lima, Viviane Silva Borghi, Hércules Hideki Makio

Apresentação: O objetivo do presente trabalho é apresentar os resultados parciais ligados ao Projeto “PET-SAÚDE GRADUASUS EM CAMPO GRANDE-MS: SESAU e UFMS fortalecendo as mudanças curriculares e a integração ensino-serviço-comunidade”- em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Este recorte trata dos resultados parciais referentes à aplicação, para Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF), do questionário Diabetes Knowledge Questionnaire (DKN-A), em português Questionário de Conhecimento em Diabetes, levantando também questões de tempo de trabalho e formação. Esses dados servem de base para a organização de ações de educação permanente em Diabetes para os ACS nas unidades participantes, pela equipe do PET-Saúde, composta por coordenadores, tutores, preceptores e estudantes. O projeto foi construído a muitas mãos, com participação efetiva dos cursos de Medicina, Farmácia, Psicologia e de setores da Secretaria Municipal de Saúde Pública (SESAU), tanto da Diretoria de Assistência à Saúde quanto da Diretoria de Planejamento e Gestão de Saúde - Coordenadoria de Convênios de Cooperação Mútua (CCCM). É sabido que as doenças crônico-degenerativas, dentre elas o Diabetes Mellitus (DM), são hoje responsáveis por 72% da mortalidade no Brasil e mais prevalentes entre as pessoas de baixa renda, por estarem mais expostas aos fatores de risco e terem menos acesso aos serviços de saúde. Em Campo Grande, 7,7% da população têm diabetes que, por estar habitualmente associado à dislipidemia, à hipertensão arterial sistêmica (HAS) e à disfunção endotelial, apresenta-se como um problema de saúde sensível à atenção primária à saúde. As evidências demonstram que o bom manejo deste problema ainda nas UBSF, evita hospitalizações e mortes por complicações. Desenvolvimento do trabalho: Está em andamento o estudo qualitativo, epidemiológico analítico, junto a todos os ACS das UBSF participantes que assinaram o TCLE, sendo excluídos os ACS que no momento da pesquisa estão de licença ou férias, ou ainda aqueles que desistiram em qualquer fase da pesquisa. O objetivo é qualificá-los sobre DM, verificando e melhorando o seu conhecimento em relação à doença, por meio da aplicação do DKN-A. O DKN-A é autoaplicado, normalmente utilizado para pessoas com diabetes, e nesta pesquisa aplicado aos ACS, com 15 itens de respostas de múltipla escolha relacionados ao conhecimento geral do DM- fisiologia básica, grupos de alimentos e suas substituições, gerenciamento do diabetes na intercorrência de alguma outra doença, e princípios gerais dos cuidados da doença. As escalas foram desenvolvidas na Austrália, a fim de atender a uma necessidade específica de avaliação rápida e confiável de conhecimento em pacientes diabéticos. Sua pontuação pode variar de 0-15 pontos, sendo cada resposta correta aferida com escore 1 (e 0 para incorreta). Os itens de 1 a 12 requerem uma única resposta correta. Para os itens de 13 a 15, duas respostas são corretas e todas devem ser conferidas para obter o escore 1. Um escore maior que oito indica conhecimento acerca do DM. Este questionário foi traduzido para a língua portuguesa e validado no Brasil, dispensando, portanto, pré-teste. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMS com o nº CAAE 64571217.9.0000.0021, parecer n° 2.148.806.Resultados e/ou impactos: Até setembro de 2017, foram entrevistados 101 ACS, distribuídos em 8 UBSF, correspondendo a 67,79% dos ACS dessas unidades. O escore médio para o DKN-A nessas unidades variou entre 8.12 e 10.86, sendo o menor escore encontrado de 3.0, na UBSF Jardim Antártica, e o maior, de 13.0, na UBSF Aero Rancho IV. É fundamental que se faça uma leitura dos resultados por questão, para que se tenha uma visão mais adequada tanto dos acertos quanto das principais dúvidas e erros existentes entre os ACS estudados. Assim, percebe-se que, embora a maioria das respostas esperadas tenha sido correta (62.05%), 37.95% das respostas foram inadequadas, ou erradas (25.21%) ou com respostas desconhecidas (12.74%) pelos pesquisados. Ainda se verifica que na população estudada, as questões que geraram mais dúvidas foram a 15, a 12 e a 8, sobre substituições permitidas na dieta para diabéticos, a causa da hipoglicemia e paciente diabético sem controle glicêmico adequado, com hiperglicemia e glicosúria, respectivamente. Quanto à UBSF que obteve melhores resultados no DKN-A, a UBSF Aero Rancho IV foi a que obteve média mais alta do escore, de 10.86. Já a menor média ficou com a UBSF Jardim Antártica, de 8.12. Já se forem observados os resultados da perspectiva dos escores alcançados individualmente pelos ACS, 68 ACS (67.33%) tiveram escore superior a 8, considerado satisfatório para a escala DKN-A. Entretanto, 33 ACS (32.67%) tiveram escore igual ou inferior a 8, considerado insatisfatório para a escala. Os resultados são superiores aos encontrados em pesquisa semelhante realizada em Brumadinho, Minas Gerais (3), cujos escores finais tanto do pré-teste quanto do pós-teste, constataram um bom conhecimento por parte dos ACS, visto que foi obtido um escore maior que 8, ou seja, 10.0 e 11.1, respectivamente; com escore mínimo e máximo de 5.0 e 14.0 no pré-teste, e 5.0 e 15.0 no pós-teste.De qualquer modo, os achados indicam o quanto é importante programas e ações educativas permanente e continuada em saúde, tanto para os profissionais de saúde, quanto para as pessoas com Diabetes.Considerações Finais: Apesar de a maioria dos ACS terem ficado com um escore satisfatório, os resultados denotam que os ACS estudados precisam de investimentos educativos no tema DM, reforçando a importância de processos de educação permanente, já que os mesmos estão, todos os meses, em contato direto com a comunidade, sendo fonte de informação diária. Alguns dados indicam que ainda há falta de conhecimento básico da parte dos ACS para sanar dúvidas da população diabética atendida. Faz-se necessária uma abordagem desses profissionais de saúde para que eles contribuam de forma correta para o diagnóstico, tratamento e seguimento desses pacientes. E essas ações educativas devem abordar temas específicos acerca da doença, preparando os ACS para identificar e orientar os pacientes quanto às complicações potencialmente fatais do diabetes. Assim, foram preparadas apresentações personalizadas para cada UBSF participante e foram devolvidos os resultados da pesquisa, ao mesmo tempo em que se trabalhou a educação permanente sobre o tema, enfocando as principais dúvidas e erros, de acordo com os resultados locais. De qualquer modo, os achados indicam o quanto são importantes programas e ações educativas permanentes em saúde para os profissionais de saúde, especialmente para os ACS, que cuidam de pessoas com Diabetes. Assim, é fundamental que esses adquiram conhecimento dos aspectos psicossociais, epidemiológicos e fisiopatológicos da doença, desenvolvendo habilidades pedagógicas, bem como capacidade de comunicação e de escuta.

2112 ATIVIDADES EDUCATIVAS SOBRE DENGUE, CHIKUNGUNYA, E ZIKA VÍRUS NO INTERIOR DO AMAZONAS– UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Maria Solange Nogueira dos Santos, Karla Maria Carneiro Rolim, Karla Maria Carneiro Rolim, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Maxwell Arouca da Silva, Maxwell Arouca da Silva, Patrícia dos Santos Guimarães, Patrícia dos Santos Guimarães, Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Henriqueta Ilda Verganista Martins Fernandes, Henriqueta Ilda Verganista Martins Fernandes

ATIVIDADES EDUCATIVAS SOBRE DENGUE, CHIKUNGUNYA, E ZIKA VÍRUS NO INTERIOR DO AMAZONAS– UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Maria Solange Nogueira dos Santos, Karla Maria Carneiro Rolim, Karla Maria Carneiro Rolim, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Maxwell Arouca da Silva, Maxwell Arouca da Silva, Patrícia dos Santos Guimarães, Patrícia dos Santos Guimarães, Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Hyana Kamila Ferreira de Oliveira, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Henriqueta Ilda Verganista Martins Fernandes, Henriqueta Ilda Verganista Martins Fernandes

Em pleno século XXI, doenças transmitidas por vetores ainda existem em todo o mundo. Causando uma considerada e elevada carga individual e social associada, bem como a complexidade das ações necessárias para o seu controle. A Dengue, Chikungunya e Zika vírus são doenças que atualmente veem causando várias mortes no Brasil e principalmente no estado do Amazonas, sendo essas três doenças transmitidas pelo mesmo vetor o Aedes aepyti. De acordo com entomologistas, o Aedes aegypti é originário da África e teria se disseminado para a Ásia e o continente americano por embarcações que aportaram no Brasil para o tráfico de escravos. Considerando que estamos diante de uma doença inédita, potencialmente grave e de proporções ainda não conhecidas, faz-se necessário que os serviços de saúde se preparem para triar, diagnosticar, acompanhar e reabilitar os pacientes vítimas de tal agravo. A reprodução de Aedes aegypti, está intimamente associada aos hábitos da população. O acúmulo de água em recipientes e condições inadequadas, o descarte de embalagens na natureza, a ausência e/ou ineficaz vistoria de focos de água parada, são exemplos de alguns erros humanos que colaboram para a propagação do mosquito. De forma que o lixo urbano constitui o seu principal local de reprodução. Dengue, febre Chikungunya e Zika vírus são afecções febris, onde cada uma apresenta sintomas predominantes em relação às demais. Possuem diferentes sorotipos, a manifestação dos sintomas da dengue vai depender de inúmeros fatores como a genética viral, susceptibilidade do hospedeiro, reações cruzadas quando há infecções prévias, entre outras. Em geral, há predomínio de febre, dor retro orbitária, dores difusas no corpo e cefaleia. Sendo muito importante ficar atento para os sintomas de alarme que sinalizam agravamento do quadro, como dores abdominais intensas e contínuas, vômitos persistentes, hipotensão postural e/ou lipotimia, hipotermia, diminuição da diurese, queda abrupta de plaquetas. Nos dias de hoje, a dengue pode ser considerada uma pandemia, pois a metade da população mundial está sujeita a infecção. Através do elevado número de casos notificados de infecções virais por vírus da dengue, Zika e Chikungunya, as instituições educacionais precisam dar maior enfoque à prevenção e ao reconhecimento de sinais e sintomas de alarme, com interesse de propiciar o combate ao mosquito e, consequentemente, a redução do número de pessoas acometidas e com complicações graves. O objetivo deste trabalho foi relatar a experiência vivenciada por um grupo de acadêmicos da área de saúde dos cursos de Biotecnologia e de Enfermagem da Universidade Federal do Amazonas/UFAM-ISB, acerca doenças causadas pelo vetor Aedes aegypti, no município de Coari, Amazonas. Desenvolvimento: Realizou-se nos dias 14 e 15 de março de 2016, nos períodos matutino e vespertino, no município de Coari, Amazonas, ações educativas direcionadas a alunos do 5° ao 9° ano na Escola Municipal Domingos Agenor Smith. Com a finalidade de promover maior conhecimento sobre os sintomas, ciclo reprodutivo dos vírus, formas de eliminação dos focos de reprodução dos vetores, além de sanar dúvidas de alunos, professores e funcionários. Faz-se necessário salientar que houve orientação para que esses atores sociais reconheçam os sinais de alarme da dengue a fim de oportunizar atendimento médico precoce. Quatro acadêmicos do curso de bacharel em Biotecnologia e seis acadêmicos da disciplina de Saúde Coletiva do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Amazonas/UFAM-ISB foram previamente treinados e orientados para elaboração dos materiais e realização das atividades. As ações buscaram proporcionar a interação dos acadêmicos com os alunos do Ensino Fundamental de forma a tornar lúdico o processo de aprendizado, difundindo informações a partir de palestras e jogo de perguntas e respostas. Participaram aproximadamente 297 crianças. A palestra teve por finalidade ressaltar as principais definições e informações sobre as doenças causadas pelo vetor Aedes aegypti; os assuntos abordados foram Dengue, Zika vírus e febre Chikungunya, ressaltando sobre os principais sintomas das doenças, sua prevenção e profilaxia, visando também à interação dos estudantes com o palestrante, assim foi estimulado aos alunos da referida escola a realizarem perguntas durante a palestra, objetivando-se o esclarecimento de todas as dúvidas. Ao final foi realizada uma roda de conversa e o jogo de perguntas e respostas, para um maior aproveitamento dos alunos em relação à palestra, como também, foram distribuídas duas atividades didáticas: um caça-palavras e um pequeno texto descritivo contendo as características do mosquito transmissor da dengue. Resultados: Embora já sendo um assunto intensamente discutido nos dias atuais na sociedade (nas escolas, em casa, via emissoras de televisão e rádio), percebeu-se que as crianças estão informadas, no entanto, com muitas dúvidas. Por se tratar de um tema que elas estão mais familiarizadas, elas envolveram-se, colaboraram e tiveram grande interesse para participar do jogo de perguntas e respostas, muitas delas contribuíram com histórias de conhecidos e familiares acometidos por alguma das doenças. Percebeu-se que os alunos tinham maior conhecimento sobre a dengue, já o zika vírus, foi o responsável pela maior parte das dúvidas tanto de estudantes quanto de funcionários da escola. Isso ocorre devido o Zika vírus ser um tema de discussão mais recente na sociedade quando comparado à dengue. Os alunos foram extremamente participativos, interessados e colaborativos para a execução e o êxito de todas as atividades. Acredita-se que estes foram bastante estimulados a difundir seus novos conhecimentos de modo a contribuir na conscientização das pessoas próximas e na exclusão dos focos de água parada. Dessa forma, contribui-se para a diminuição dos vetores e consequente supressão dos casos de doenças, hospitalizações e óbitos pelas respectivas moléstias. Considerações finais: Atualmente, o controle dos mosquitos Stegomyia é a principal forma de controle de arboviroses como Dengue, Chikungunyia e Zika. Isso porque, alternativas como a inserção de machos estéreis e bactérias Wolbachia associadas a inseticidas ainda carecem de maiores investigações. É importante frisar que, além de propagar informações, um dos intuitos da ação educativa é despertar interesse nos alunos para que estes contribuam para eliminar os focos de reprodução do Aedes no dia-a-dia. Os alunos também foram orientados para incentivar as crianças à participarem do processo de eliminação e erradicação dos focos de água parada, isso porque possuem disposição e podem fazê-lo em forma de brincadeira, trazendo à prática alguns pressupostos da Educação em Saúde. Observa-se que não adianta apenas matar o mosquito, o correto é evitar sua reprodução e, isso depende de todos. Para se reproduzir, o mosquito precisa de água parada, portanto a ordem é eliminar locais que possam acumular água para evitar a reprodução. Ao explorar diferentes locais no quintal ou em casa durante seus momentos de lazer, muitos focos de água parada podem ser encontrados e, se orientada, a criança o irá descartar. Deve-se traçar estratégias de executar ações melhor forma de modo a mobilizar a comunidade para se envolver no combate e controle dos mosquitos transmissores, toda a ajuda em prol de eliminá-lo é essencial. A mobilização de todos é fundamental para vencer a luta contra o mosquito Aedes aegypt, que transmite Dengue, Zika e Chikungunya, para tal a equipe de Enfermagem deve reforçar as orientações para o combate ao mosquito com essa ação interativa com vários meios.

2128 Educação permanente de Agentes Comunitários de Saúde, uma forma de fortalecer o SUS
Samira Fernandes Morais dos Santos, Rayane Santos Lucena, Alexandra do Nascimento Cassiano, Camila Ribeiro de Aquino, Carla Monique Ribeiro de Aquino, Talles Figueiredo Moura, Viviane de Sousa Lira

Educação permanente de Agentes Comunitários de Saúde, uma forma de fortalecer o SUS

Autores: Samira Fernandes Morais dos Santos, Rayane Santos Lucena, Alexandra do Nascimento Cassiano, Camila Ribeiro de Aquino, Carla Monique Ribeiro de Aquino, Talles Figueiredo Moura, Viviane de Sousa Lira

A atenção básica é considerada o principal meio de comunicação com a rede de atenção à saúde, além de porta preferencial de acesso dos usuários ao sistema de saúde pública. Devido a isso, as Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) devem estar inseridas em meio à comunidade. Esta localização privilegiada viabiliza o acesso da população à rede, promove uma atenção à saúde de qualidade, eficaz e resolutiva, favorecendo o desenvolvimento de um trabalho voltado para prevenção de doenças e agravos, visando principalmente à promoção da saúde. Para tanto, o trabalho realizado nas unidades é desenvolvido por equipe multiprofissional, que por meio da atuação interdisciplinar buscam conceber e prestar assistência à saúde da população de forma integral, reorientando o processo de trabalho da atenção básica que passa a ser centrado na promoção da saúde. Diante do contexto, o programa de Residência Multiprofissional em Saúde Materno-infantil, desenvolvido no Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB), localizado no município de Santa Cruz/RN, proporcionou a uma equipe de residentes composta por assistente social, enfermeiro, fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista e odontólogo, a possiblidade de atuação no campo supracitado.  Promovendo assim o exercício e vivências para além do âmbito hospitalar, de modo a atender as requisições da política de atenção básica ao desenvolver um trabalho de forma multiprofissional e interdisciplinar, visando à interação das competências para garantir respostas efetivas às demandas apresentadas. As atividades desenvolvidas pelos residentes no contexto da UBSF tiveram um caráter educacional e ocorreram tanto a partir de práticas de Educação em Saúde voltadas para a comunidade, quanto através de atividades de Educação Permanente (EP) com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS). O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de educação permanente vivenciada por uma equipe multiprofissional durante o estágio da Residência Multiprofissional de Saúde ocorrido em uma Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF). Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência. O cenário de prática da equipe multiprofissional correspondeu em uma unidade básica de saúde no município de Santa Cruz, interior do estado do Rio grande do Norte, a qual possui uma população adstrita de, aproximadamente, 3.000 pessoas, distribuídas geograficamente em sete microáreas. Quanto aos recursos humanos, o serviço conta com um médico, uma enfermeira, sete Agentes Comunitários de Saúde, dois técnicos de enfermagem, um administrador e um Auxiliar de Serviços Gerais (ACG). A partir do diálogo estabelecido entre a equipe de residentes e a de profissionais da instituição supracitada, foram discutidas as necessidades da população, a fim de planejar a execução das ações de intervenção de acordo com as necessidades da mesma. Para tanto, uma das ações escolhidas para ser desenvolvida foi a de educação permanente de ACS, uma vez que, por estes profissionais estarem em contato permanente com as famílias, são considerados o elo principal entre a equipe de saúde e a população assistida pela UBSF. Dentre as atribuições dos Agentes Comunitários de Saúde estão: coletar informações referentes às necessidades de saúde da população; orientar as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis; acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos sob sua responsabilidade; desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e agravos e de vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos domicílios e na comunidade, As atividades desenvolvidas pelos residentes ocorreram uma vez por semana, em junho de 2014, na própria UBSF e foram realizadas no formato de rodas de conversas. Objetivaram propiciar tanto uma melhor qualidade de vida a esses profissionais, quanto ações de educação em saúde voltadas aos problemas de saúde apresentados pela comunidade e, consequentes, possibilidades de intervenção na região. No que se refere à qualidade de vida, houveram orientações acerca da ergonomia e da importância do uso do protetor solar, principalmente durante as atividades de visitas aos domicílios, as quais proporcionam aos ACS uma alta exposição solar. As discussões sobre os problemas de saúde da comunidade ocorreram através de estudos de casos das visitas domiciliares, anteriormente realizadas pelos residentes no bairro. Nestes momentos, foram expostas e debatidas as demandas de saúde, contextos familiares e estruturais, bem como as possibilidades de intervenção pelos Agentes frente as necessidades surgidas durante as visitas. Posteriormente, foi realizada uma oficina educativa em saúde mental, temática sugerida pelos próprios ACS, em virtude das constantes demandas presentes na comunidade. Neste momento, foram discutidos os assuntos acerca dos transtornos mentais e sofrimentos psíquicos mais comuns na comunidade assistida, as características das instituições da cidade que possuem psicólogo no município e as possibilidades de atuação dos ACS frente à essas demandas. Vale acrescentar que, na presente UBSF, houve uma resistência inicial por parte dos Agentes Comunitários em participar das atividades sugeridas, em virtude da indisponibilidade de tempo. Tornaram-se necessárias modificações e adequações da proposta e do cronograma que haviam sido anteriormente pensados a fim de se adequar a disponibilidade dos profissionais da instituição referida. Ao término das atividades, através do retorno positivo por parte dos usuários, pôde-se perceber a relevância das atividades de educação permanente no contexto da atenção básica. A partir da realização destas ações, considerou-se que elas são imprescindíveis para a oferta de uma atenção primária de qualidade aos usuários. Pois, quando o ACS está mais capacitado para intervir de acordo com as necessidades da população e possui conhecimento das atitudes que podem ser tomadas, é possível lhes fornecer um serviço mais resolutivo. As atividades desenvolvidas possibilitaram a elaboração de novas estratégias por parte dos ACS, pois os residentes identificaram problemas de saúde na comunidade passíveis de serem resolvidos e/ou minimizados com atitudes simples por parte desses profissionais. A educação permanente em saúde propõe a formação de um profissional crítico, que possa trabalhar em equipe e considerar a realidade social para prestar uma assistência humana e de qualidade. Considera-se que dessa forma, é possível promover impactos positivos na modificação ou inserção de novas condutas e no estreitamento da relação entre o serviço de saúde e usuários, no contexto da atenção básica.