72: Educação Permanente em Saúde: gestão, trabalho e formação
Debatedor: A definir
Data: 02/06/2018    Local: FCA 02 Sala 07 - Jiquitaia    Horário: 08:30 - 10:30
ID Título do Trabalho/Autores
909 Caminhos para a consolidação da Política de Educação Permanente em Santa Catarina
Carine Vendruscolo, Denise Antunes de Azambuja Zocche, Fernando de Toledo Barros Wendhausen, Maria de Fátima Rovaris, Fabiane Ferraz, Júlio Cesar Schweickardt

Caminhos para a consolidação da Política de Educação Permanente em Santa Catarina

Autores: Carine Vendruscolo, Denise Antunes de Azambuja Zocche, Fernando de Toledo Barros Wendhausen, Maria de Fátima Rovaris, Fabiane Ferraz, Júlio Cesar Schweickardt

Introdução: Em 2004, em decorrência da publicação da Portaria GM/MS no 198, a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina criou a Divisão de Educação Permanente (DEP), responsável pela articulação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) no Estado, que se mantém atuante desde então. A revisão da Portaria GM/MS no 198/04, por meio da Portaria GM/MS no 1.996, de 20 de agosto de 2007, definiu novas diretrizes e estratégias de ação para implementar a PNEPS, adequando-a às diretrizes operacionais e aos regulamentos do Pacto pela Saúde e Pacto de Gestão. Assim, alinhando-se à política de fortalecimento da regionalização incorporada pelo Pacto pela Saúde, a Portaria GM/MS no 1.996/07 estabeleceu no seu Art. 2o, que a condução regional da PNEPS ocorreria por meio de Colegiados de Gestão Regional (atual Comissão Intergestores Regional (CIR)), definidos como instâncias de pactuação permanente e co-gestão solidária e cooperativa, formados pelos gestores municipais de saúde de uma determinada região e por representantes do gestor estadual. Para a condução da política, a portaria indicou como estratégia a instalação das Comissões Permanentes de Integração Ensino/Serviço (CIES), definidas como instâncias intersetoriais e interinstitucionais permanentes com a função de formulação, condução e desenvolvimento da PNEPS. Concebida desta maneira, a atual PNEPS prevê que, para dar conta das peculiaridades e desigualdades do País, são necessárias estratégias de integração ensino-serviço que comprometam o setor saúde e o setor educação. Tais atitudes devem envolver não somente os trabalhadores do SUS, mas também pesquisadores, docentes e estudantes, com o objetivo de construir uma política nacional de formação e desenvolvimento para os profissionais de saúde desde o período de graduação. Assim, a EPS é compreendida como aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar fazem parte do dia-a-dia do trabalho, considerando os conhecimentos e experiências cotidianos, a fim de transformar as práticas profissionais e a organização do trabalho. Nessa perspectiva, considera-se fundamental que as universidades cooperem com movimentos de implantação de projetos de educação e fortalecimento de redes em saúde, como promotoras de espaços de discussão e implementação de ações. O Programa de Extensão da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC): “Fortalecendo redes na atenção à saúde do município de Chapecó” contém ações que visam o enfrentamento dos problemas que emergem da agenda dos serviços locais, dirigido aos profissionais, em especial de enfermagem, fomentando a qualificação num contexto de participação e autonomia. Objetivo: relatar o processo de construção de um instrumento avaliativo das ações de EPS para o Estado de SC como potencializador da PNEPS. Metodologia: a V Oficina de Avaliação das Ações de EPS da CIES do Estado de SC aconteceu em maio de 2017, no município de Balneário Camboriú, região Foz do Rio Itajaí. Estavam presentes representantes das 15 CIES do Estado. A organização da V Oficina de Avaliação sinalizou aos articuladores das CIES que designassem, para compor o grupo, pessoas que já vinham acompanhando os movimentos de EPS, sobretudo aqueles que participaram das quatro oficinas anteriores sobre avaliação. Foram designadas quatro vagas para cada CIES, devendo ser preenchidas por representantes de um dos segmentos que compõem o quadrilátero da formação (gestão, atenção, ensino e controle social). Após a conferência de abertura da Oficina, eles foram divididos em grupos, a fim de iniciar os trabalhos de reformulação da matriz avaliativa. A matriz, no decorrer do encontro, passou a ser caracterizada como instrumento avaliativo, pois o coletivo concordou que se trata de um dispositivo com certa flexibilidade, não condizendo com a designação “formatada” em uma matriz. O instrumento já havia sido previamente elaborado, a partir dos trabalhos desenvolvidos em 2014, durante a IV Oficina de Avaliação, em que grande parte dos participantes deste encontro também estavam presentes. Em 2016, o instrumento pré-elaborado, passou por um primeiro teste de validação, sendo aplicado nas CIES de Chapecó e Lages (regiões Oeste e Serrana do Estado). Nessa ocasião, foi reformulado conforme sugestão dos respondentes. Na continuidade dos trabalhos da V Oficina, os grupos receberam um material impresso, contendo apresentação e o esboço do instrumento, bem como orientações para o seu preenchimento. Após o exercício de preenchimento do instrumento, as sugestões foram compiladas e sintetizadas pelas mediadoras do encontro. Resultados: Dentre as principais contribuições para essa reconstrução, destacou-se a necessidade de deixar claro quem seria o respondente do instrumento e qual o tipo de ação que seria, efetivamente, avaliada. Nesse sentido, dialogou-se sobre as inúmeras possibilidades de avaliar-se, sublinhando que o objetivo do grupo, naquele momento, era avaliar ações formais, acompanhadas pelas CIES e não outros movimentos de EPS. O instrumento avaliativo será, na sequência, encaminhado para todas as regiões do Estado, a fim de que as CIES exercitem, novamente o seu preenchimento. Essa etapa consistirá na validação do instrumento, propriamente dita. A V Oficina de Avaliação encerrou um ciclo de atividades da CIES do Estado de SC. A necessidade comum, dos municípios e pessoas diferentes, de olhar para o trabalho que vem sendo desenvolvido nas diferentes regiões do Estado, aproximou os sujeitos que construíram um material avaliativo, ao mesmo tempo em que trocaram ideias e conhecimentos acerca das diferentes possibilidades de fazer EPS e da potência desses movimentos. Avaliar era o propósito maior da atividade, todavia, tornou-se o disparador de outras – e mais importantes – discussões que foram acontecendo ao longo dos anos e das oficinas anteriores, ganhando vida naquele instrumento. O produto, por ser fruto de um aprender e fazer coletivo, foi considerado mais como um meio do que como um fim, nesse processo. Conclusões: apesar de permitir avaliar uma parte do arsenal de movimentos de EPS desenvolvidos no Estado, o exercício e seu produto foram importantes para a consolidação da CIES e para fortalecimento da PNEPS. Isso exige a transformação das práticas de saúde, algo que só poderá ser alcançado com processos educativos ao mesmo tempo de grande abrangência e singularidade. Por conta disso, salientamos a necessidade de ampliação do debate em torno da EPS como política pública implementada nos níveis local, municipal, regional, estadual e federal. Acreditamos que a articulação dos esforços das instâncias de coordenação regional e estadual da política de EPS, incluindo as iniciativas locais de qualificação do processo de trabalho dos serviços, aliadas aos projetos e iniciativas de Instituições de Nível Superior, contribuem, decisivamente, para a transformação das práticas educativas dos trabalhadores da saúde e consequentemente para a adequação dos processos de trabalho de acordo com as necessidades de cada espaço de atuação dos serviços de saúde.

1031 CONFLITOS ORGANIZACIOAIS: ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM UM PRONTO SOCORRO INFANTIL
Aldalice Pinto de Aguiar, Francinete de Souza Timóteo, Antônia Evilânnia Cavalcante Maciel

CONFLITOS ORGANIZACIOAIS: ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM UM PRONTO SOCORRO INFANTIL

Autores: Aldalice Pinto de Aguiar, Francinete de Souza Timóteo, Antônia Evilânnia Cavalcante Maciel

INTRODUÇÃO: As situações de conflitos estão presentes em diversos ambientes na vida cotidiana, principalmente entre equipes de trabalho como a dos profissionais de enfermagem. O onflito organizacional pode ocorrer de forma individual, coletiva e entre grupos de pessoas (departamentos e setores). Tais situações são geradas em relações sociais com disputas de papéis, diversificação de tarefas, falte de confiança, escassez de recursos e dentre outras, e dependendo da forma que são conduzidas podem gerar tanto efeitos positivos como danosos entre trabalhadores.  Deste modo o profissional enfermeiro, dentre suas atribuições, assume papel mediador dos conflitos vivenciados na equipe de enfermagem (SPAGNOL E L´ABBATE, 2010; PEREIRA et al., 2013)  OBJETIVO: relatar uma experiência vivenciado pelos acadêmicos do oitavo período do curso de enfermagem em hospital e pronto socorro infantil na cidade de Manaus-Amazonas. MÉTODO: relato de experiência de acadêmicos do curso de enfermagem de uma atividade de educação permanente, no âmbito de práticas no estágio curricular supervisionado da disciplina saúde da criança, realizada em hospital e pronto socorro infantil na cidade de Manaus-Amazonas. Como estratégia educativa, utilizou-se a roda de conversa, oportunizando um espaço de diálogo entre os sujeitos participantes do estudo, constituindo uma prática libertadora a luz do pensamento de Paulo Freire na educação popular (FREIRE, 2002 E SAMPAIO et al, 2014). Para o desenvolvimento da atividade, buscou-se um ambiente acolhedor, calmo, com música relaxante e técnicas de massagem nas mãos com o intuito de promover o conforto e facilitar a reflexão das idéias e opiniões quanto à temática proposta, final, foi oferecido um descontraído coffee break. A atividade teve duração de uma hora e vinte minutos, contou com a participação de cinco acadêmicos e 16 técnicos de enfermagem. Por se tratar de um relato de experiência, o estudo não necessitou de submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa. RESULTADO: O discurso entre os participantes revelou uma importante tomada de consciência quanto às inúmeras situações de conflitos vivenciadas nos seus ambientes de trabalho, as quais muitas das vezes passam despercebidas e não são resolvíveis no momento em que acontecem, causando insatisfação e desmotivação profissional. Além disso, despertou nos acadêmicos o interesse de conhecer os diferentes processos de mediação de conflitos como: abrandamento, confrontação, negociação e dentre outras maneiras utilizadas com ferramentas para evitar e minimizar as situações de conflito organizacional. CONCLUSÃO: A roda de conversa constituiu um método oportuno e eficaz para o desenvolvimento de práticas educativas com grande possibilidade de exposição e troca de conhecimentos e experiências, que levam ao pensamento crítico, reflexivo e político, que tendem a causar mudanças de atitudes e comportamentos, especialmente no tange a temática proposta neste estudo. O estudo também sugere que o profissional enfermeiro, por ter dentre suas competências a liderança da equipe de enfermagem, precisa de um aporte teórico-científico para gerenciar as relações interpessoais que ocorrem no processo de trabalho, de modo que seja capaz de conduzir e mediar às situações de conflito de uma forma positiva e adequadas para melhor desempenho e satisfação no desenvolvimento das práticas de cuidado a criança.

1391 A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE AS QUALIFICAÇÕES EM SERVIÇO: UM ESTUDO COM PROFISSIONAIS DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Tharles Maia de Castro, Janne Cavalcante Monteiro

A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE AS QUALIFICAÇÕES EM SERVIÇO: UM ESTUDO COM PROFISSIONAIS DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Autores: Tharles Maia de Castro, Janne Cavalcante Monteiro

Esta pesquisa tem a proposição de investigar a percepção dos profissionais de saúde, de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de Porto Velho (PVH), quanto à idealização sobre Formação em Serviço pela ótica da Educação Permanente em Saúde (EPS). Esta educação utiliza o cotidiano dos serviços de saúde para realizar a Formação em Serviço, por meio do ensino e da aprendizagem. O objetivo deste trabalho é avaliar a percepção dos profissionais de saúde sobre as capacitações em serviço. Trata-se de uma pesquisa de natureza aplicada, o método de levantamento de dados, com abordagem quantitativa, com o uso de um questionário que utiliza a escala de Likert. Os dados foram colhidos através do questionário Escala da Opinião dos Profissionais de Saúde sobre a Formação em Serviço adaptado do questionário, já validado, “Opinião dos Enfermeiros sobre a formação em serviço” de Torjal (2011). Na análise do nível de concordância e confiabilidade do agrupamento das variáveis contidas no questionário, foi utilizada a técnica alfa (α) de Cronbach. A coleta de dados foi realizada entre fevereiro de 2017 e 2017. O questionário foi aplicado a 103 profissionais de saúde entre 9 categorias profissionais. Os resultados da pesquisa mostram que os profissionais que trabalham na UTI, em sua maioria, são do sexo feminino, técnicos de enfermagem, tem média de idade 36,87 anos, média de tempo de serviço 5,29, média de tempo trabalhando na unidade 2,67, e possuem formação técnica. Quanto à avaliação de confiabilidade do questionário por meio do coeficiente de alfa de Cronbach, a confiabilidade interna da escala foi de 0,98. Os resultados mais relevantes deste estudo mostram que a maioria dos profissionais de saúde concorda que a formação em serviço é a que contribui para a atualização de conhecimentos. Contribui ainda para promove a atualização e aperfeiçoamento dos conhecimentos teórico-práticos. Satisfaz as necessidades da equipe quando tem uma dinâmica de carácter mais prática e quando envolve toda a equipe. Considera o tipo de formação com maior visibilidade a que debate casos clínicos e a que envolve as pessoas e a conduz a reflexões. A estratégia de motivação que a formação precisa é ter o envolvimento da equipe na tomada de decisão do projeto a seguir. Quanto ao planejamento da formação em serviço a maioria acredita que deve ser baseado num projeto que envolva a equipe e com a existência de diretrizes organizacional e incentivo. Quanto à característica do responsável pela formação não deve ter só como objetivo do desenvolvimento curricular, mas ser dinâmico, possuir conhecimentos e disponibilidade, além de criar espaço de confiança e aceitação.

2516 PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DE FORTALEZA: os desafios da construção coletiva
Nancy Maria Maia Pinheiro, Kilvia Maria Albuquerque, KILVIA MARIA ALBUQUERQUE, LIZALDO ANDRADE MAIA, Lizaldo Andrade Maia, MARIA IVANÍLIA TAVARES TIMBÓ, Maria Ivanília Timbó, VERA LÚCIA DE AZEVEDO DANTAS, Raquel de Souza Lima, Vera Lúcia de Azevedo Dantas

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DE FORTALEZA: os desafios da construção coletiva

Autores: Nancy Maria Maia Pinheiro, Kilvia Maria Albuquerque, KILVIA MARIA ALBUQUERQUE, LIZALDO ANDRADE MAIA, Lizaldo Andrade Maia, MARIA IVANÍLIA TAVARES TIMBÓ, Maria Ivanília Timbó, VERA LÚCIA DE AZEVEDO DANTAS, Raquel de Souza Lima, Vera Lúcia de Azevedo Dantas

A Educação Permanente em Saúde incluiu-se no contexto da Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza em 2006, com a criação do Sistema Municipal Saúde-Escola (SMSE), por meio da Portaria 160/2006, “como estratégia de transformação das práticas de atenção, de gestão, de formulação de políticas, de participação popular e de controle social no setor saúde.” O Plano Municipal de Saúde (PMS) de 2010-2013 propôs a implantação e implementação do plano de educação permanente em saúde e no plano de 2014-2017 essa proposta foi incluída como eixo estruturante para a produção intensiva de conhecimento e novas tecnologias. Em 2013, a gestão municipal de Fortaleza criou a Coordenadoria de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde (CoGTES) na Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS-Fortaleza). Essa Coordenadoria tem a responsabilidade de articular e desenvolver ações para atender as necessidades de educação permanente dos trabalhadores da rede municipal de saúde, protagonizando em 2017 a construção do Plano de Educação Permanente em Saúde, vinculando a Política Municipal de Educação Permanente da SMS-Fortaleza ao fortalecimento da rede de atenção. Este estudo é um relato de experiência e objetiva de forma mais geral, analisar o processo de construção coletiva do plano; descrever o percurso metodológico adotado e identificar potencialidades e desafios da articulação e sensibilização dos atores do quadrilátero de educação permanente. O plano construído de forma ascendente, ao longo dos meses de setembro a dezembro de 2017, teve a participação do quadrilátero proposto pela Política Nacional de Educação Permanente em Saúde em todos os momentos. O ponto de partida foi a realização de Rodas de Conversa nas UAPS, CAPS e Hospitais da rede precedidas de reuniões com gestores das Unidades para apresentação e pactuação da proposta.  Nas rodas locais, a proposta foi identificar desafios no cotidiano dos serviços cuja superação pudesse se dar a partir de ações de educação permanente, com priorização de cinco situações a serem encaminhadas para a oficina regional que incluiu participantes das rodas locais, além das representações regionais da gestão, do controle social e das Instituições de Ensino. O momento regional foi também a oportunidade de socializar com os atores o papel da CoGTES, partindo de uma abordagem da educação popular por meio de uma ciranda onde todas as ações estratégicas eram cantadas coletivamente. Também foi momento de alinhamento conceitual, de forma participativa, sobre a educação permanente e educação continuada. A problematização e priorização dos problemas se fez em pequenos grupos incluindo o quadrilátero, gerando um material onde além dos objetivos, metas e responsáveis, se detalhava as estratégias pedagógicas e prazos. O material encontra-se em fase de consolidação. O processo gerou reflexões importantes para a equipe da CoGTES e das regionais no que se refere à necessidade de ampliar a discussão sobre educação permanente no contexto de toda a rede municipal de saúde e desvelou desafios na mobilização, especialmente dos atores da rede hospitalar, considerando as especificidades do processo de trabalho desta rede.

3372 A EDUCAÇÃO PERMANENTE E CONTINUADA EM SAÚDE COMO PILAR INTEGRADOR, PACIFICADOR E TRANSFORMADOR DE PENSAMENTOS E ATITUDES NO SUS: VIVÊNCIA EM UMA USF DO MUNICÍPIO DE ANANINDEUA, PARÁ.
Isabella Oliveira dos Santos, Larissa Cruz Maciel, Alessandra dos Santos Tavares Vieira, Liliane Silva do Nascimento, Ana Daniela Silva da Silveira, Eric Campos Alvarenga, Sâmia Cristine Rabelo Borges, Dimitra Castelo Branco

A EDUCAÇÃO PERMANENTE E CONTINUADA EM SAÚDE COMO PILAR INTEGRADOR, PACIFICADOR E TRANSFORMADOR DE PENSAMENTOS E ATITUDES NO SUS: VIVÊNCIA EM UMA USF DO MUNICÍPIO DE ANANINDEUA, PARÁ.

Autores: Isabella Oliveira dos Santos, Larissa Cruz Maciel, Alessandra dos Santos Tavares Vieira, Liliane Silva do Nascimento, Ana Daniela Silva da Silveira, Eric Campos Alvarenga, Sâmia Cristine Rabelo Borges, Dimitra Castelo Branco

Apresentação: O presente trabalho tem por finalidade principal refletir e fomentar as discussões acerca da temática de Educação Permanente e Continuada em Saúde, pilar para uma boa construção de práticas e de condutas facilitadoras e necessárias na interação que permeia todo um processo de trabalho complexo e difuso que se estabelece nos contextos dos serviços, em especial aqui, aqueles que adentram o campo da Saúde. Com o intuito de se caracterizar, a afirmativa anteriormente instaurada, far-se-á necessário, divulgar o trabalho realizado pela Residência Multiprofissional em Estratégia Saúde da Família da Universidade do Estado do Pará (UEPA), como modelo e ator partícipe nessa construção e aplicabilidade de metodologias ativas na formação de trabalhadores de saúde, sedimentando a Educação Permanente e Continuada em seus processos de trabalho, e somando-se em seus locais de prática, saberes, experiências e atitudes que provavelmente se difundirão e solidificarão ainda mais a Atenção Primária em Saúde (APS), regentes e fundamentais para a vivência e perpetuação do Sistema Único de Saúde (SUS). Desenvolvimento do trabalho: A Residência Multiprofissional em Estratégia Saúde da Família da UEPA, disponibiliza diversos Cenários de Prática aos seus residentes, entre eles a Unidade de Saúde da Família (USF) Nova Águas Lindas, no Município de Ananindeua, Pará. Possuindo quatro Estratégias de Saúde da Família (ESF’s) vinculadas, entre elas: ESF Nova Águas Lindas, ESF Moara, ESF São Raimundo e ESF Palmeira do Açaí. Possuindo profissionais Médicos, Enfermeiros, Cirurgiões-Dentistas, entre outros, e um quantitativo de oito Agentes Comunitários de Saúde (ACS), contabilizando-se dois (ACS) por cada Estratégia de Saúde da Família (ESF). A USF Nova Águas Lindas disponibiliza ainda de uma sala propícia a realização de diversas atividades, possibilitando ao grupo de residentes realizar atividades de Educação Permanente e Continuada em Saúde e de Educação em Saúde, cabe aqui destacar, entre elas, a atividade denominada de “Integração”, como o conceito sugere, todas as atividades que visem a promoção da comunicação, escuta, debate e o autoconhecimento individual e entre os profissionais tanto a nível pessoal, como também profissional. Uma vez por semana, são realizadas estas atividades de “Integração” entre os Agentes Comunitários de Saúde da USF Nova Águas Lindas, podendo ter a participação de outros profissionais também, atividades estas sempre conduzidas por integrantes da equipe multiprofissional da residência, entre eles Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas, Cirurgiões-Dentistas e Enfermeiros, sempre com o intuito de promover a auto reflexão, a interação grupal, o aprendizado e a escuta. Estas atividades de “Integração” realizadas há um ano aproximadamente, evoluem e se aperfeiçoam a cada semana, são executadas com metodologias ativas, por meio de roda de conversa, quiz-interativo, e dinâmicas construtivas. Uma das atividades realizadas, objetivava promover um espaço de reflexão, de auto avaliação e de autoconhecimento da equipe, no qual cada participante deveria escrever uma frase ou palavra positiva em um pedaço de papel em branco. Este deveria representar o que o participante estivesse sentindo no momento, e o que gostaria de deixar como mensagem para a pessoa que viesse a ler o manuscrito. Ao final de cada manuscrito finalizado, cada um repassaria o seu manuscrito à pessoa ao lado, e esta, com o manuscrito em mãos, leria de maneira sistemática e em voz alta para todos, exercitando-se assim o ouvir ao outro. Após cada manuscrito lido, se à vontade, os participantes poderiam comentar acerca da frase escrita pelo seu colega de trabalho, quando endereçado a si. Resultados e/ou impactos: Desde quando iniciada a realização das atividades de “Integração” entre os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), viabilizadas pelos residentes da Residência Multiprofissional em Estratégia Saúde da Família da UEPA, percebeu-se a princípio, algumas dificuldades para a implementação destas atividades, por parte dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), por diversos motivos. No entanto, com o passar do tempo e o surgimento de uma nova percepção, sendo esta mais positiva frente à execução da atividade de “Integração”, além de uma maior receptividade e aceitação pelos mesmos, as atividades foram então, desenvolvendo-se mais naturalmente, e alcançando seus objetivos iniciais, como um diálogo aberto, onde todos tiveram a oportunidade de se expressar e ouvir o que o seu colega de equipe tinha a dizer, duas atitudes fundamentais, ao se vivenciar um processo de trabalho em equipe, e mais ainda em saúde. Observou-se também, a construção do aperfeiçoamento das conexões existentes entre as categorias profissionais no cotidiano do processo de trabalho nos serviços de saúde, contribuindo então, para o processo de ensino/aprendizagem em serviço dos residentes das diversas categorias profissionais. Pôde-se observar que, estas atividades trouxeram uma melhor receptividade e confiança, em relação ao trabalho realizado pela equipe multiprofissional de residentes alocados na USF, referida e corroborou para uma maior interação e respeito, entre a equipe, além de uma maior percepção de pertencimento à Equipe de Saúde da Unidade de Saúde da Família Nova Águas Lindas, contribuindo para a melhoria do processo de trabalho da equipe, e consequentemente, dos serviços de saúde prestados à população assistida. Considerações finais: Diante disto, percebe-se a enorme importância da realização desta atividade, ao se transformar em um grande instrumento de Educação Permanente e Continuada em Saúde, ferramenta fundamental na formação de trabalhadores de saúde. As atividades de Educação Permanente promoveram a troca de experiências, de conhecimentos e de informações, surgindo também, como um importante momento de encontro construtivo, e reflexivo, mas ao mesmo tempo enérgico de pensamentos e de reflexões que sedimentarão e se refletirão em atitudes. Podendo vir a servir de modelo à outras Unidades de Saúde da Família, tanto do próprio município de Ananindeua, quanto para outros municípios do país. Demostrando-se assim também, como a iniciativa, a determinação e a persistência de se objetivar realizar o compartilhamento de informações e conhecimentos em Saúde e, principalmente dentro dos serviços de saúde no SUS, consolida-se como pilar integrador, pacificador e transformador de pensamentos e atitudes mais positivas e reais, geradoras de mudanças na busca de um Sistema Único de Saúde (SUS) melhor para todos nós.

3390 REORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SÁUDE NA ZONA LESTE DE MANAUS: OFICINAS LOCAIS DE IMPLANTAÇÃO
Amanda Lins, Daniel Vasconcelos, Thaize Lima, Jocilane Vasconcelos, Franciney Ferreira, Liara Lima, Roseane Muniz, Gilmara Oliveira

REORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SÁUDE NA ZONA LESTE DE MANAUS: OFICINAS LOCAIS DE IMPLANTAÇÃO

Autores: Amanda Lins, Daniel Vasconcelos, Thaize Lima, Jocilane Vasconcelos, Franciney Ferreira, Liara Lima, Roseane Muniz, Gilmara Oliveira

Este resumo descreve a experiência dos apoiadores técnicos e institucionais na realização de oficinas locais para reorganização da Atenção Primária à Saúde na Zona Leste de Manaus, com todas as equipes Estratégia Saúde da Família. A base para este processo foi o Protocolo para a Reorganização do Acesso à Atenção Primária à Saúde (APS) SEMSA – Manaus, de setembro de 2017, elaborado pelo Departamento de atenção Primária à Saúde (DAP)/ Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA-Manaus). No período de 09 de outubro a 30 de novembro de 2017, foram realizadas 10 oficinas de 03 dias, com duração de 4 horas/turno com médicos, enfermeiros, cirurgiões dentistas, técnicos de enfermagem, técnicos e auxiliares de saúde bucal, assistentes administrativos e agentes comunitários de saúde de cada equipe de saúde ESF do Distrito de Saúde Leste (DISAL)/ SEMSA. A programação, pré-definida pela equipe DAP, sofreu leves modificações pela equipe de apoiadores do DISAL, e foi conduzida por estes sob supervisão da Chefe da Divisão de Atenção à Saúde (DIATSL)/DISAL. Entre os itens apresentados e discutidos nas oficinas havia: Padronização do fluxo de atendimento a demanda programada e espontânea nas Unidades Básicas de Saúdes (UBS) da SEMSA/Manaus; Redefinição dos parâmetros para os atendimentos individuais, coletivos e domiciliares, considerando a tipologia da UBS, a capacidade instalada, a composição da equipe e a carga horária contratada dos profissionais de saúde; Normatização e a construção de agenda para atendimentos individuais, domiciliares e ações da APS conforme os parâmetros definidos, o porte da UBS e carga horária do profissional. Foi utilizada a apresentação de conceitos importantes da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) – Portaria 2.488, de 21 de outubro de 2011, a fim de instituir mecanismos que garantam a acesso e acolhimento, numa lógica de organização e funcionamento do serviço de saúde de modo a receber e ouvir todas as pessoas que buscam os serviços, em caráter universal e sem diferenciações excludentes, na qual as UBS e a ESF são a porta de entrada do modelo assistencial prioritário adotado. Adicionalmente Foi utilizado como referência também os Cadernos de Atenção Básica n. 28 vol. I e II, além de referências bibliográficas sobre práticas e saberes consolidados no âmbito da APS e da legislação em vigor. Como métodos de ensino e metodologias ativas utilizadas na oficina, utilizamos o painel de expectativas, a dramatização de situações para escuta qualificada e análise de risco, e prática da elaboração da agenda profissional em equipes, com cartolina e tarjetas adesivas. Ao final dos turnos de cada oficina as avaliações com o grupo, revelaram o seu impacto nos profissionais de saúde e seu processo de trabalho, pois as palavras mais recorrentes foram: conhecimento, proveitoso, produtivo, motivador, prático e excelente. Atualmente a implantação do Protocolo para a Reorganização do Acesso à Atenção Primária à Saúde(APS) SEMSA – Manaus, no DISAL, prossegue na fase de monitoramento in loco das equipes ESF por seus apoiadores institucionais, com encontro para discussão do processo em equipe e ajuste necessários para alinhamento de todas as equipes a partir de Janeiro/2018.

4078 CENÁRIO DA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE PARA A GESTÃO DO SUS: REVISÃO INTEGRATIVA
Luiza Oliveira Carvalho, Fátima Cristina Alves Araújo

CENÁRIO DA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE PARA A GESTÃO DO SUS: REVISÃO INTEGRATIVA

Autores: Luiza Oliveira Carvalho, Fátima Cristina Alves Araújo

Ao analisarmos o sistema público de saúde do Brasil percebe-se que um dos grandes desafios tem sido a redefinição das atribuições e competências dos gestores nas três esferas de governo. Isso poque essa função muitas vezes é exercida por um profissional da saúde, o qual é deslocado para esse tipo de trabalho. A fim minimizar essa situação, as diretrizes curriculares nacionais dos Cursos de Graduação da Saúde estabelecem condições a fim de contribuir para a formação de profissionais de saúde com habilidades e competências para gestão. Dessa maneira, objetivou-se analisar se os profissionais da área de saúde são formados de modo a desenvolverem habilidades e competências para a gestão de serviços de saúde do sistema único de saúde. Realizou-se uma Revisão Integrativa, através do levantamento de artigos, nas bases de dados LILACS e MEDLINE, que tratassem da formação para a gestão no Brasil, disponíveis online e publicados na íntegra. Foram identificados 675 artigos nas diferentes bases de dados, destes, apenas 7 atenderam aos critérios de inclusão e exclusão da pesquisa que através da uma abordagem qualitativa, foram analisados e a interpretados. Em seguida, esses resultados foram organizados e por fim discutidos. Com esta revisão foi possível identificar que o relacionamento interpessoal foi considerado a qualidade mais importante para os gestores uma vez que estes por sua formação carente nessa área, não dão atenção as pessoas e suas relações. Cabe mencionar que com as pesquisas, foi identificado que mesmo quando o conteúdo é abordado, ocupa um pequeno percentual na graduação e nem sempre é útil na prática profissional. Para tentar suprir esta deficiência, os profissionais recorrem à pós-graduação lato-sensu. Ainda no processo formativo dos profissionais de saúde para a gestão do SUS, utilizam-se estratégias como o uso de metodologias ativas, educação a distância e educação permanente. Além disso, faz-se importante, conhecer como este conteúdo vem sendo abordado nos cursos onde a gestão já faz parte do currículo, visto que muitos profissionais, dentro dos estudos, que tiveram acesso ao conteúdo, não os consideraram útil na sua vida profissional.

2900 VER-SUS RIO GRANDE DO NORTE: Relato de experiência sobre a vivência em um município do interior do estado
Alan Campelo Pontes, Arthur Deyvison Melo de Santana, Leonardo Diego da Silva Silveira, Vinicius Campelo Pontes Grangeiro Urbano

VER-SUS RIO GRANDE DO NORTE: Relato de experiência sobre a vivência em um município do interior do estado

Autores: Alan Campelo Pontes, Arthur Deyvison Melo de Santana, Leonardo Diego da Silva Silveira, Vinicius Campelo Pontes Grangeiro Urbano

APRESENTAÇÃO: Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) é um projeto do Ministério da Saúde em parceria com a Rede Unida, com a Rede Governo Colaborativo em Saúde/UFRGS, com a União Nacional dos Estudantes (UNE), com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS). Esse projeto tem como objetivo a realização de vivências e estágios na realidade do SUS e possibilita aos participantes a oportunidade de experimentarem novos espaços de aprendizagem, bem como processos de trabalho nos equipamentos sociais de variadas cidades - que são definidas pela comissão organizadora do projeto em seus respectivos estados - com o intuito de debater acerca do SUS e formar profissionais comprometidos para atuar nesse sistema. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Durante o período de 11 a 20 de janeiro de 2016 foi realizado o projeto VER-SUS na cidade de Monte das Gameleiras, município localizado no interior do estado do Rio Grande do Norte, e que faz fronteira com o estado da Paraíba. Esta cidade recebeu a equipe de estudantes de graduação composta pelos cursos de enfermagem, fisioterapia, farmácia, serviço social, fonoaudiologia, psicologia, odontologia e nutrição. Assim, o objetivo foi vivenciar a realidade do SUS no município e propor, através de um olhar crítico, possíveis melhorias e sugestões caso houvesse alguma necessidade. Durante os dez dias de atividade realizada na cidade foram visitados os equipamentos sociais e profissionais de saúde, como Secretaria Municipal de Saúde, Unidade Básica de Saúde, Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF); os equipamentos sociais de assistência social como Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centro de Convivência do Idoso (CCI); as áreas de concentração de grupos como praças, bares, feira, quadra poliesportiva; e as áreas de risco como o lixão. Ainda, foram efetuadas visitas domiciliares a zona urbana e rural do município. Nessa perspectiva, ao final das atividades da vivência foi produzido um documento com os resultados observados pela equipe e apresentado ao público da cidade (gestores, profissionais e comunidade), bem como produzido um documentário audiovisual da vivência que foi socializado nas redes sociais e no 1º Seminário VER-SUS RN, realizado na cidade de Mossoró/RN. IMPACTOS: A princípio, a ansiedade tomou de conta, devido ser uma experiência nova, com pessoas novas. Porém, sabíamos que estas pessoas também estavam ali com os mesmos objetivos, sair um pouco dos muros da universidade e conhecer de perto a realidade do Sistema Único de Saúde, de forma a contribuir para a melhoria do mesmo. Fizemos visitas à unidade mista do município, onde funcionava a Secretaria Municipal de Saúde, Unidade Básica de Saúde e Hospital municipal, podendo assim entender um pouco como operava a saúde do município, tivemos uma conversa bem proveitosa com o secretário de saúde, que nos relatou toda a situação pela qual o município se encontrava no que se refere a saúde, como por exemplo: qual a regional que abrangia Monte das Gameleiras, a questão do transporte dos pacientes, sobre a falta de profissionais, ou seja, um bate papo bem pertinente e proveitoso. Visitamos todos os ambientes dessa unidade, o que nos possibilitou um contato direto com os profissionais e pacientes que estavam lá naquele momento. O grupo foi dividido de acordo com seus núcleos profissionais para ter uma conversa e experiência mais direcionada com a profissão, podendo inclusive participar diretamente dos atendimentos a população. Ao conhecermos os profissionais do NASF, sentimos a falta do fisioterapeuta, tendo em vista a grande importância deste para a população. Em outro momento foi a vez de conhecermos os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que são profissionais que fazem diretamente o elo entre a sociedade e o serviço de saúde, tornando-se um indivíduo indispensável para o “fazer saúde”. Visitamos também algumas casas e o que mais nos chamou atenção foi que os ACS conhecem minuciosamente a realidade de cada casa, de cada pessoa, o que contribui para uma abordagem acolhedora e humana no processo de promoção do cuidado. Em relação aos equipamentos da assistência social fizemos visitas no CRAS, acompanhando o dia-a-dia dos profissionais, os projetos que são realizados, o público-alvo destes projetos, que são: crianças, gestantes (visto que o município estava com um alto índice de adolescentes grávidas), adolescentes, e idosos, e descobrimos que também são realizadas atividades de promoção à saúde nos encontros grupais, o que fortalece o trabalho intersetorial. Visitamos ainda o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos dos idosos, onde foi feito o acompanhamento do serviço e realizada conversa com os participantes. Em outro momento, visitamos a escola municipal, onde tivemos um diálogo com a diretora e o coordenador da escola e fizemos perguntas em relação à parceria saúde-escola. Questionamos se a parceria era satisfatória, se o programa saúde na escola funcionava, como funcionava e o que eles achavam, obtendo como resposta que sempre que solicitados os profissionais compareciam com ações educativas de promoção e prevenção a saúde, tanto para as crianças, quanto para adolescentes. No que concerne a isto, sugerimos ações, através do documento apresentado a cidade, do programa saúde na escola para os profissionais do equipamento social de educação, entendendo que estes também compõem o público-alvo do programa.  Fizemos visita ainda, ao conselho tutelar da cidade que havia tomado posse há dois dias, então fomos lá para saber como funcionava esse órgão que também trabalha em prol da promoção e prevenção da saúde, mesmo que seja de uma forma indiretamente. Perguntamos como era o trabalho delas, visto que no momento só havia duas conselheiras no local, assim, o principal problema que elas enfrentam é a falta de informação por parte da população em relação ao trabalho do conselho tutelar, então desta forma sugerimos que as mesmas fizessem esse trabalho de divulgação a respeito do papel deles na cidade, e que isso poderia ser feito em escolas, grupos de jovens e idosos, entre outros. CONSIDERAÇÕES FINAIS: De acordo com nossa vivencia percebemos a necessidade de realizarmos uma intervenção, onde poderíamos abordar diversos temas. A multidisciplinariedade da nossa equipe foi um fator positivo para a realização desta intervenção, onde pudemos contar com a presença da equipe de saúde e da população da cidade. Nos chamou atenção, como maior público-alvo, as crianças e idosos participantes, o que nos proporcionou bastante felicidade, pois nosso objetivo teria sido alcançado, através da educação em saúde na busca da promoção e prevenção. Logo, essa experiência foi única para todos os viventes, pois conseguimos passar um pouco do nosso conhecimento, como também aprendemos muito com a população, com a gestão e os profissionais do município. Problemas sempre haverá, mas enquanto existir profissionais compromissados e honrando o juramento que fizeram, os princípios do SUS serão sempre postos em prática.

1075 Um administrador contribuindo na formação de profissionais do SUS no Alto Solimões - AM
jerfeson Nepumuceno caldas

Um administrador contribuindo na formação de profissionais do SUS no Alto Solimões - AM

Autores: jerfeson Nepumuceno caldas

APRESENTAÇÃO: O tema proposto contempla o registro da minha experiência na prática docente, atuando como tutor no curso de Educação Permanente em Gestão Regionalizada do SUS no Alto Solimões no Estado do Amazonas, programa de formação que utilizou a metodologia Ativa, como ferramenta de ensino-aprendizagem. O registro dos momentos que vivi oportunizou um diálogo entre reflexões teóricas que contribuíram para compreensão dos significados do processo de aprendizagem e as contribuições que trouxeram para minha prática docente. De alguma forma, os diversos momentos vividos por mim, durante o curso, me trouxeram novas aprendizagens, pois como tutor/aluno compartilhei uma série de ações que me fez agir de maneira diferente, inclusive no meu trabalho, e poder narrar este momento tão singular, penso que contribuirá com formação de muitos outros profissionais que atuam na gestão e na formação de outros profissionais. O objetivo foi narrar à trajetória de atuação docente deste profissional de administração, no curso Educação Permanente em Gestão Regionalizada no Alto Solimões no Estado do Amazonas, fazendo uma reflexão sobre a importância do desenvolvimento profissional para formação de novos profissionais de saúde. Como método, foi utilizada uma abordagem qualitativa, do tipo descritiva, optou-se por um método de narrativa, que segundo Souza (2006 citado por BOLDARINE, 2010), “permitem adentrar num campo subjetivo e concreto, através de texto narrativo, das representações de professores, sobre as relações de ensino-aprendizagem, sobre a identidade profissional, os ciclos de vida e, por fim, busca entender os sujeitos e os sentidos e situações do/no contexto escolar.” Coforme Prado e Soligo (2005) na construção da narrativa, o texto ajuda na construção lógica dos acontecimentos relacionados à experiência de formação, à prática profissional e também a vida, explicitando, justificando ou ilustrando o que está sendo contado. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O curso fez parte do Programa de Educação Permanente em Gestão Regionalizada, sendo uma proposta de disparar processos regionalizados na gestão do sistema estadual de saúde no Estado do Amazonas, uma estratégia de produção de inteligência sobre o SUS, produzindo conhecimentos a partir das necessidades e especificidades locais, os participantes do curso atuam como ator, capazes de operar uma rede de gestão, com capacidade cientifica considerando a realidade locorregional Fiocruz/ILDM (2013). A iniciativa do SUS com a aprovação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) em 2003, focada adequação do trabalho alavanca um novo olhar para os serviços, incentivando o crescimento e a satisfação intelectual dos trabalhadores da saúde, sendo possível, adequar a gestão da formação para uma ação viva, a partir das experiências de vida de cada trabalhador, das equipes de trabalho, das diversidades locais e suas práticas para construção efetiva de novas tarefas de trabalho. Os encontros iniciais de formação do aluno-tutor foram imprescindíveis para que eu compreendesse a formatação do curso, o papel do aluno, do tutor, o material utilizado, os meios e mecanismos para desenvolvimento dos encontros. Tomei conhecimento do que seria Metodologia Ativa, base pedagógica utilizada nos encontros e que o tutor deveria desenvolver suas ações com os estudantes. Neste programa, o aluno-tutor tem um papel diferenciado, pois o mesmo deve construir os objetivos de aprendizagem propostos, necessitando compreender, conhecer e aprender sobre as temáticas abordadas nos encontros estaduais, assim como, das situações-problema e atividades desenvolvidas nos encontros regionais. Fiocruz/ILDM (2013). Surgia para mim o desafio de fazer uma reflexão sobre a realidade de saúde do Alto Solimões, compreendendo as mudanças que ocorrem na região, envolvendo neste conjunto a implementação da regional de saúde da região, promovendo também um processo de discussão e compreensão das necessidades a partir das interações que seriam desenvolvidas nos encontros regionais. As diversas atividades realizadas com base nas situações-problemas foram um disparador de debate, reflexão e construção de novos cenários, em resposta as expectativas e necessidades de saúde do Alto Solimões. A utilização de textos de apoio, produzidos por profissionais inseridos no programa, serviram de apoio para o processo de produção de conhecimento. Desta forma, na condição de tutor e aluno, vivi uma situação, nas mesmas dificuldades e construindo no coletivo as mudanças da realidade, dentro de uma proposta pedagógica interativa e com forte incentivo, com base em metodologias ativas. IMPACTOS: O incentivo dos alunos-tutores levaram os alunos a desenvolver uma capacidade de análise das situações, com base nas condições loco-regionais e apresentar soluções, considerando o perfil psicossocial da região em que estão inseridos. Neste novo cenário de organização e reordenamento das redes de atenção em saúde no país, discutimos e construímos conhecimentos para compreender como a região de saúde do Alto Solimões estava se estruturando. Os encontros regionais, permitiram a construção dos mapas da saúde da regional, identificaram a realidade local, quanto aos aspectos sociais, econômicos, institucionais e de organização da rede de saúde da região, levantando também, as interdependências de comunicação, transporte, recursos humanos, estruturas físicas, entre outros elementos constituintes desta rede. Os encontros promoveram intensas discussões e reflexões a cerca, sobretudo, das dificuldades encontradas para realizarem os procedimentos e atendimento efetivo das pessoas que residem na região. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A convivência e os objetivos dos conteúdos estudados renovou em mim a esperança de que estou sim, envolvido na melhoria das condições de saúde da população do meu país, na compreensão do que deve ser feito em favor da estrutura e das condições dos serviços existentes no meu Estado do Amazonas e na minha região, sobre o papel que devo assumir quando atuando como gestor, e sobretudo utilizando a força de trabalho das nossas instituições como promotora de novos conhecimentos. As experiências, informações, conhecimento técnico e cientifico são capazes de transformar essa realidade, e que depende única e exclusivamente delas o sucesso deste que é o mais importante sistema no conjunto das políticas de saúde do nosso país, o Sistema Único de Saúde – SUS.

2207 AÇÕES DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NO ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA: REVISÃO INTEGRATIVA
Clísten Alves Corrêa, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Herika Paiva Pontes, Karla Maria Carneiro Rolim, Maria Solange Nogueira dos Santos, Mirna Albuquerque Frota, Luana de Sousa Oliveira, Rafaela Lima Nascimento

AÇÕES DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NO ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA: REVISÃO INTEGRATIVA

Autores: Clísten Alves Corrêa, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Herika Paiva Pontes, Karla Maria Carneiro Rolim, Maria Solange Nogueira dos Santos, Mirna Albuquerque Frota, Luana de Sousa Oliveira, Rafaela Lima Nascimento

Apresentação: A educação em saúde é um campo de práticas e de conhecimento do setor Saúde que tem se ocupado mais diretamente com a criação de vínculos entre a ação assistencial e o pensar e fazer cotidiano da população. Isso implica considerar toda ação de saúde como uma ação educativa, visto que processos de promoção, prevenção, cura e reabilitação são também processos pedagógicos, na medida em que as relações estabelecidas com o outro interferem direta ou indiretamente em seus modos de pensar, sentir e agir. Diferentes concepções e práticas têm marcado a história da educação em saúde no Brasil, mas, até a década de 70, a educação em saúde foi basicamente uma iniciativa das elites políticas e econômicas e, portanto, subordinada aos seus interesses. Voltava-se para a imposição de normas e comportamentos por elas considerados adequados. Movimentos populares e de profissionais da saúde, insatisfeitos como o modelo de saúde até então vigente, as práticas de educação em saúde começaram a sofrer uma grande transformação. Muitos profissionais, norteados pelo método da Educação Popular, sistematizado por Paulo Freire, se organizaram junto a grupos populares e começaram a esboçar novas formas de se fazer e pensar saúde, atuando junto às comunidades locais e desenvolvendo serviços comunitários, desvinculados do aparato estatal. Nesse sentido, a educação popular em saúde emergiu, como uma estratégia de construção da participação popular não apenas no âmbito da saúde, mas da vida social como um todo. A Educação Popular em Saúde esteve articulada à Política de Educação Permanente para o Sistema Único de Saúde (SUS), coordenada pela Secretaria de Gestão da Educação e do Trabalho em Saúde (SGETS). A partir de 2005, ela foi inserida na Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, o que promoveu mudanças significativas no campo institucional, fortalecendo sua identidade enquanto projeto de democratização do SUS. Em 2012, foi aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde, a Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-SUS). São definidos seis princípios teórico- metodológicos pela PNEPS, sendo eles: diálogo, amorosidade, problematização, construção compartilhada do conhecimento e compromisso com a construção do Projeto Democrático Popular. O texto da PNEPS-SUS também traz alguns eixos estratégicos para sua implementação, sendo eles: participação, controle social e gestão participativa; formação, comunicação e produção de conhecimento; cuidado em saúde; intersetorialidade e diálogos multiculturais. Considerando a importância da educação popular em saúde, enquanto instrumento de articulação dos princípios e diretrizes defendidos pelo SUS, este estudo objetivou investigar, por meio de revisão integrativa da literatura, as ações em educação popular em saúde no âmbito da atenção básica. Desenvolvimento: Optou-se por uma revisão integrativa nas bases de dados LILACS e SciELO com a utilização associada dos descritores: educação em saúde, atenção básica e promoção da saúde. Os critérios de inclusão foram: artigos científicos com o texto disponibilizado na íntegra, publicados no período de 2007 a 2017, com o idioma em inglês, português espanhol. A coleta dos dados ocorreu no mês de setembro de 2017. Após a leitura dos artigos selecionados as informações extraídas foram categorizadas e analisadas de forma descritiva. Resultados: Inicialmente foram identificados 324 artigos, 291 na LILACS e 33 na SciELO, foram excluídos estudos em duplicidade e que não atendiam ao tema proposto, restando 27 artigos que compuseram a amostra final. O maior número de estudos foi encontrado em periódicos da Atenção Primária à saúde. Quanto ao tipo de publicação, a maioria dos trabalhos se configurou como relato de experiência. As práticas e ações de Educação Popular em Saúde, no âmbito da atenção primária à saúde, foram desenvolvidas majoritariamente nos espaços de Unidades de Saúde da Família e Unidades Básicas de Saúde. Entretanto, outros espaços como centros comunitários, associações locais, rádios comunitárias, as igrejas, as feiras e as escolas emergiram como espaços potenciais para se pensar e fazer educação em saúde. A comunidade elege os lugares privilegiados para a troca de informações, pois têm um papel significativo e simbólico dentro da comunidade e, por isso mesmo, são lugares relevantes para a prática da educação em saúde. Nesse sentido, o movimento de ir até o outro, no espaço em que este se sente familiarizado e acolhido, facilita a tarefa de construção de vínculos e estimula a troca e a construção de parcerias com a população. Alguns estudos apontaram que a educação popular em saúde representou um instrumento de reorientação das rotinas e reconfiguração dos serviços marcados pela baixa adesão, falta de diálogo e participação dos usuários. Antes da implantação das propostas de educação popular em saúde predominava nestes espaços um modelo de educação em saúde, desenvolvido de forma verticalizada, muitas vezes, focado apenas na agenda ministerial, com centralização das decisões nas equipes de saúde, e desconsideração pelos interesses da população. As principais estratégias adotadas pelos profissionais para atrair a população para os programas e as ações de educação popular em saúde foram o caráter de não obrigatoriedade da participação e a utilização do lúdico e da arte como ferramentas de aproximação do universo popular e de construção de vínculos. A linguagem da arte permite resgatar o sujeito em sua totalidade, incluindo as dimensões ética, estética, do corpo, da religiosidade e da afetividade. Dessa forma, a arte e a cultura constituem estratégias privilegiadas nas práticas de educação popular em saúde. É importante pensar a educação popular em saúde não apenas como um instrumento de educação em saúde, mas como um recurso estratégico, que potencializa a conscientização da população sobre suas condições de vida e a abertura de canais de participação no nível local, reforçando a organização popular e s lutas sociais pela saúde. Dessa forma, torna-se fundamental avaliar nos próximos anos de que forma a PNEPS pode contribuir com as experiências de educação popular em saúde, já consolidadas e aquelas ainda em processo de implantação, assim como as dificuldades e desafios encontrados pelos serviços para sua efetiva implementação. Considerações finais: Foi possível evidenciar através desta revisão algumas experiências de educação popular em saúde se encontram mais sistematizadas, demonstrando a viabilidade e a resolubilidade deste método, pois quando se abre espaço para a população de forma dialógica e amorosa, esta se torna mais consciente das suas condições de vida e saúde e isto se reflete em maior controle social, em uma gestão mais participativa e em maior integralidade das ações. No entanto, algumas experiências ainda estão caminhando e, neste sentido, a PNEPS-SUS representa um grande avanço ao possibilitar maior sistematização, articulação e generalização das práticas de educação popular em saúde. Ao mesmo tempo é necessário capacitar também os profissionais de saúde para trabalhar com essa nova metodologia e uma possibilidade é pensar a própria educação popular como proposta educativa na formação e capacitação de recursos humanos.

2471 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: ESTRATÉGIA PARA MELHORIA DOS PROCESSOS DE TRABALHO DO HOSPITAL DE REFERÊNCIA DE MIRACEMA DO TOCANTINS
Elisane Barros de Sousa, Juliana da Silva Maranhão, Rogério Silva Leite, Dayanne Carvalho da Silva, Ana Paula Leal Sanches Dionízio, Daielly Mendes Matos, Leoneta de Abreu Araújo, Milena Alves de Carvalho Costa

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: ESTRATÉGIA PARA MELHORIA DOS PROCESSOS DE TRABALHO DO HOSPITAL DE REFERÊNCIA DE MIRACEMA DO TOCANTINS

Autores: Elisane Barros de Sousa, Juliana da Silva Maranhão, Rogério Silva Leite, Dayanne Carvalho da Silva, Ana Paula Leal Sanches Dionízio, Daielly Mendes Matos, Leoneta de Abreu Araújo, Milena Alves de Carvalho Costa

Apresentação: Este trabalho trata-se de um projeto de intervenção desenvolvido por discentes do Curso de Especialização em Saúde pública - UFT com o objetivo de desenvolver ações pautadas na concepção de Educação Permanente em Saúde que visem melhorias no processo de trabalho do Hospital de Referência de Miracema do Tocantins (HRM) mediante identificação dos fluxos, normas, rotinas instituídas, bem como propor ações estratégicas educativas junto às equipes multiprofissionais, fomentando a materialização destes elementos aos servidores de modo geral. Este se insere na região de saúde Capim Dourado, classificado pela Secretaria Estadual de Saúde como hospital de porte II, sendo referência para os municípios de Miracema do Tocantins, Miranorte, Tocantínia, Rio dos Bois, Rio Sono e Lajeado. Possui diversos setores, consequentemente diversas categorias profissionais, desta forma, observamos a necessidade de reorganizar os fluxos de trabalhos para melhor atender os usuários. Propomos, mediante processo de Educação Permanente, mecanismos que permitam melhorias no processo de trabalho, por meio da construção, conhecimento e divulgação dos fluxos, normas e rotinas da instituição supracitada. Nesta direção, a Educação Permanente em Saúde (EPS), constitui-se como política de educação para o Sistema Único de Saúde (SUS), uma prática de ensino-aprendizagem de formação para seus profissionais e uma estratégia político-pedagógica para fortalecimento e implementação do SUS. A construção desse aprendizado em EPS é necessária para um novo modo de fazer saúde, pois reafirma os princípios democráticos do SUS (integralidade, universalidade, equidade e participação social). Desenvolvimento do trabalho: A proposta metodológica apresentada baseia-se na experiência vivenciada pelos profissionais que compõe o grupo de trabalho e execução, bem como nas referências científicas pesquisadas para compreensão das dinâmicas de trabalho, processos de trabalho e educação permanente em saúde. Para tanto, este trabalho está caracterizado como uma pesquisa-ação envolvendo profissionais lotados nos setores do HRM. Será dividido em etapas e respectivas atividades/ações: diagnóstico, proposição de ações, intervenção, avaliação. O monitoramento e revisão das atividades e metodologias propostas serão revisitadas, caso seja necessária alguma adequação. As ações serão desenvolvidas, em sua maioria, mediante realização de rodas de conversa juntamente com os profissionais envolvidos no processo de trabalho do HRM. Neste sentido, a EPS propõe a construção de intervenções, bem como estimula a construção de novos saberes e práticas. Nesta direção, o objetivo primordial do Núcleo de Educação Permanente (NEP), enquanto espaço institucional da instrumentalização da EPS é promover mudanças nos processos e relações de trabalho, por meio de novos modos de pensar-fazer-crítico reflexivo. Neste sentido, o NEP é um parceiro na proposta de intervenção - visando dar materialidade as ações - adotando metodologias ativas com a problematização do processo de trabalho por meio de rodas de conversa (serviços e setores diversos da saúde), realização de levantamento da potencialidade dos diversos atores neste processo e sensibilização dos profissionais a respeito da participação e integração durante o período de: identificação e formulação dos fluxos, normas e rotinas existentes por setor (relevantes às relações intrassetoriais). Através de estratégias educativas junto às equipes para materialização dos fluxos, normas e rotinas existentes, acredita-se que esta medida servirá para balizar as atividades propostas na gestão do plano e sua condução, considerando sempre as necessidades de melhorias dos serviços e do processo de trabalho em saúde, onde será realizada uma abordagem permeada pela análise de conteúdo, aplicação de questionário semiestruturado, bem como a utilização das diretrizes e dispositivos da Política Nacional de Humanização (PNH) por meio de rodas de conversa com atores/servidores do HRM que serão colaboradores junto aos idealizadores desta proposta de intervenção. Nesta direção, visando a melhoria do atendimento e qualidade dos serviços prestados no HRM, considera-se que o monitoramento e avaliação são instrumentos que se imbricam e são imprescindíveis para lograr êxito a partir da execução/intervenção. Deste modo, infere-se que esses instrumentos não devem ser abordados apenas como um só, pois, possuem características e concepções diferenciadas, necessitando que cada etapa do processo, seja realizada da melhor maneira possível. Nesta perspectiva, será realizado o monitoramento das ações a partir de uma planilha mensal organizando as informações, a fim de ter o registro de todas as ações, não somente de forma quantitativa, mas, principalmente, qualitativa, de forma a visualizar o objetivo e o que de fato está sendo concretizado. Considerando que o processo de monitoramento é complementar ao de avaliação, será realizada, mensalmente, pesquisa nos diversos setores com os profissionais sobre a percepção dos mesmos em relação às mudanças e inovações pretendidas. Deste modo, após esse processo de monitoramento e avaliação das ações, será realizado um relatório que servirá como suporte para ampla divulgação das ações e possíveis mudanças que se fizerem necessárias. Resultados e/ou impactos: Com a aplicação das ações objetiva-se organizar o processo de trabalho, definindo fluxos adequados, de modo que envolva os profissionais, em prol de dar resolutividade às demandas dos pacientes que procuram atendimento nesta instituição. Espera-se identificar as fragilidades existentes no atendimento, as quais causam entraves e morosidade nos serviços e aumentar o grau de satisfação dos usuários quanto a agilidade na resolução de suas necessidades. Além disso, pretende-se reduzir o número de demandas não resolvidas, gerando um comprometimento por parte dos servidores em relação aos usuários, possibilitando melhorias no atendimento prestado e, desta forma, garantir um serviço de qualidade à população de Miracema do Tocantins e municípios referenciados. Considerações finais: Diante da vasta gama de informações, acerca dos fluxos, normas e rotinas do HRM, prever-se alguns entraves e dificuldades, um desses desafios seria a adesão dos servidores, tanto dos setores quanto da equipe apoiadora para que possa de fato realizar as ações propostas. Outra dificuldade, consiste na obtenção de resultados desfavoráveis de acordo com os objetivos propostos, meio às atividades fora das ações do projeto, as quais demandam tempo e esforço dos executores, sendo que tais fatores podem contribuir para o não cumprimento do cronograma previsto. Neste sentido, é importante frisar que mesmo com tais dificuldades, a equipe executora deverá manter o foco nos objetivos e execução das ações, para que possam obter um alinhamento dos propósitos, metas e estratégias estabelecidas. Outro desafio que poderão enfrentar é a disponibilidade de informações para montar o fluxo de informações. Sendo que necessitaremos responder às seguintes indagações: Por onde começar? Quais informações realmente relevantes para esse fluxo? Que documentos serão utilizados para a elaboração dos fluxos? Quais as legislações e regulamentos que regem e embasa todo esse fluxo? Por fim, cabe destacar que tais processos influenciam em uma mudança organizacional, tendo como desafio principal a adaptação e readequação das ações profissionais frente às atividades propostas, favorecendo o fortalecimento das relações de parceria, corresponsabilidade e cogestão. Pois, a identificação e materialização dos fluxos, normas e rotinas que busca-se aperfeiçoar para o desenvolvimento dos trabalhos, será mediante participação de todos os servidores envolvidos no processo, com intuito de melhorar a qualidade de atendimento e assistência à saúde dos usuários do SUS.

1284 VER-SUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE ESTRATÉGIAS DO SUS NA ASSISTÊNCIA AO RIBEIRINHO NO AMAZONAS.
Antônio Sávio Inácio, Nany Camilla Sevalho Azuelo, Anderson Bentes Mafra, Raissa Pires de Medeiros, Yara Naya Lópes de Andrade Goiabeira, Sônia Maria Lemos, Eduardo Jorge Sant´ana Honorato

VER-SUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE ESTRATÉGIAS DO SUS NA ASSISTÊNCIA AO RIBEIRINHO NO AMAZONAS.

Autores: Antônio Sávio Inácio, Nany Camilla Sevalho Azuelo, Anderson Bentes Mafra, Raissa Pires de Medeiros, Yara Naya Lópes de Andrade Goiabeira, Sônia Maria Lemos, Eduardo Jorge Sant´ana Honorato

Apresentação: O Programa “Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde – VER-SUS” surgiu com objetivo de aproximar e construir uma política de educação para futuros profissionais da saúde. Objetivo: Relatar a percepção do vivente do VER-SUS sobre estratégias utilizadas pelo SUS na prestação de assistência a comunidade ribeirinha do município de Manaus – AM e a relevância das mesmas na qualidade de vida da comunidade. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência vivenciado por um discente do 8º período de Enfermagem pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA, através do programa “Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde – VER-SUS” no mês de agosto/2016 a bordo de um barco viajando pelo Rio Negro atendendo as comunidades ribeirinhas do município de Manaus – AM, o projeto contava com a participação de acadêmicos das áreas de Enfermagem, Medicina e Odontologia da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Resultados: Uma vez a cada mês uma equipe formada por profissionais da saúde segue o Rio Negro a bordo de uma UBSFluvial/barco Catuiara, atendendo comunidades ribeirinhas do município de Manaus, tal percurso dura em média uma semana.  Durante os dias de vivência os acadêmicos foram distribuídos, buscando estimular a interação com a equipe de saúde. As atividades diárias ofertadas no barco foram de Consultas médicas, de enfermagem e odontológicas, realização de exames laboratoriais, entrega de medicação pela farmácia e atendimento pela assistência social. A cada comunidade, os acadêmicos alternavam e dividiam-se em atividades diferentes para acompanhar os profissionais no decorrer das atividades. Por dia, foram atendidos em média duas comunidades, uma pela manhã e outra pela tarde, os atendimentos foram por livre demanda, com exceção do atendimento odontológico, onde cada cirurgião dentista atendia 10 pacientes, dois cirurgiões dentistas compunham a equipe. A comunidade literalmente comemorava a chegada do barco, algumas organizavam festas para agradecer a equipe pelo serviço prestado, com músicas, danças e comida. As necessidades da comunidade, em alguns aspectos, se mostravam nitidamente, o acesso à saúde era precário, e caso precisassem, teriam que enfrentar horas de viagem pelo rio até chegar na capital do Amazonas. Mesmo com todas as dificuldades pareciam felizes e sempre satisfeitos em seus depoimentos de agradecimento à equipe pelo empenho e dedicação na prestação da assistência. Conclusão: Embora se considere pouco disponibilizar serviços de saúde uma vez ao mês a alguém, sabe-se também que muito esforço é tido para que pelo menos neste dia as necessidades de uma comunidade inteira sejam supridas, é necessário muito comprometimento de uma equipe e muito apoio de um sistema, diante disso, pode-se destacar a importância deste serviço, sua realização é de suma importância para a qualidade de vida de parte de uma sociedade com direitos que deviam ser iguais, o intuito agora é que muito mais possa ser feito, e que o serviços de saúde possam ser destinados à todos respeitando todos os preceitos que regem  o SUS.

1668 Práticas Educativas em Saúde durante Vivência Interdisciplinar: Relato de Experiência
Nany Camilla Sevalho Azuelo, Anderson Bentes Mafra, Antônio Sávio Inácio, Raissa Pires de Medeiros, Natália Guedes de Melo Silva, Sônia Maria Lemos, Júlio César Schweikardt

Práticas Educativas em Saúde durante Vivência Interdisciplinar: Relato de Experiência

Autores: Nany Camilla Sevalho Azuelo, Anderson Bentes Mafra, Antônio Sávio Inácio, Raissa Pires de Medeiros, Natália Guedes de Melo Silva, Sônia Maria Lemos, Júlio César Schweikardt

Introdução: A aproximação de muitos profissionais de saúde com a comunidade se dá através de diálogos, porém esta estratégia nem sempre é utilizada e impossibilita uma maior troca de informações entre usuários e serviço, bem como dificulta atender ao princípio da integralidade Nesse contexto, as práticas educativas, que evidenciem a participação da população, de modo a integrar os conhecimentos adquiridos, são instrumentos que articulam e estimulam a dialogicidade necessária para a apreensão das informações. Objetivo: Relatar a experiência dos acadêmicos de saúde de diversos cursos perante o Estágio interdisciplinar de vivência, o projeto VER–SUS (Vivência e Estágio na Realidade do Sistema Único de Saúde) durante a realização de ações educativas em saúde. Relato: Entre os dias 3 e 9 de Agosto, de 2016 ocorreu o VER-SUS na UBS Fluvial que atende as populações residentes às margens do Rio Amazonas. Durante a vivência, acadêmicos de diferentes cursos da saúde, nos envolvemos nas diversas atividades educativas sobre aleitamento materno, práticas de higiene oral e conversas sobre as demandas do SUS. Primeiramente, fomos distribuídos no cronograma semanal das atividades sobre o aleitamento materno, tendo em vista, ser a temática abordada no mês. Também compunham as atividades as orientações  sobre a importância da higiene oral, durante as quais apresentávamos a forma correta de realizar a escovação. Durante essas ações tivemos o contato direto com os moradores de diversas comunidades, e percebemos que tínhamos que adequar a linguagem a eles, para que o as atividades chegassem a todas e todos. Também pudemos conversar com alguns moradores sobre o que eles achavam sobre o atendimento a que tinham acesso, e assim ter a percepção dos usuários sobre o serviço. Após os atendimentos, discutíamos e refletíamos entre nós, as nossas percepções a respeito de cada ação e relato. Resultados: Com base no desenvolvimento das atividades e na forma de aceitação das práticas realizadas, foi possível perceber a efetividade do alcance das atividades educativas, pois muitos dos usuários participavam do diálogo perguntando e acrescentando sobre suas ideias a respeito do atendimento e das práticas ali realizadas. Desta forma foi evidenciado que o diálogo entre o profissional e a comunidade é deveras importante no aprendizado de ambos, pois além de repassar as informações para o usuário, aprendemos com eles sobre suas demandas e entendimentos que podem refletir na melhoria do atendimento. Assim, é nítido observar que para a formação do profissional da área da saúde, o contato com a comunidade e o diálogo são primordiais para o aprendizado, além de ampliar a visão sobre a diferentes realidades. Conclusão: As práticas educativas realizadas possibilitaram o senso crítico e reflexivo contribuindo significativamente para a formação profissional dos acadêmicos. Foi possível compreender que o diálogo entre profissional-usuário e acadêmico-usuário é um fator indispensável para a relação de confiança e aprendizagem entre ambos, pois estreita os laços e constrói  possibilidades para futuras intervenções de saúde. O conhecimento das comunidades e das realidades em que estão inseridas constitui-se em um instrumento de apropriação e troca entre os diferentes saberes e seus atores.

2460 O IMPACTO DOPROJETO VER-SUS NA FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA EM DEFESA DO SUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA¹
Thais Gomes Oliveira, Sônia Maria Lemos, Nany Camilla Sevalho Azuelo, Natália Guedes de Melo Silva, Izi Caterini Paiva Alves

O IMPACTO DOPROJETO VER-SUS NA FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA EM DEFESA DO SUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA¹

Autores: Thais Gomes Oliveira, Sônia Maria Lemos, Nany Camilla Sevalho Azuelo, Natália Guedes de Melo Silva, Izi Caterini Paiva Alves

INTRODUÇÃO: O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais abrangentes do mundo. Ele foi concebido em 1988 em conjunto com a Constituição Federal do Brasil quando, por meio desta, a saúde tornou-se um direito de todos e um dever do Estado. Contudo, somente com a Lei n° 8.080 de 19 de setembro de 1990, ganhou uma estrutura que buscou viabilizá-lo para atender universalmente a população. Para que possa operar adequadamente, vários fatores são relevantes, sendo um dos principais, profissionais com conhecimento científico, capacitados a atuar nos diversos níveis de complexidade do sistema, mas que permaneçam engajados na defesa de uma saúde pública de qualidade e com a capacidade de promover a articulação da comunidade no sistema. O Ministério da Saúde em parceria com a Rede Unida, em 2002, lançou o programa de Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS), com o intuito de estimular a formação de profissionais comprometidos eticamente com os princípios e diretrizes do SUS, além de conscientes do seu papel como agentes políticos sociais capazes de realizar transformações no seu meio. O projeto VER-SUS consiste de três fases: a seleção dos participantes, realizada através de questionário on-line disponível no site http://versus.otics.org; a vivência, correspondente ao período de sete dias onde os acadêmicos permanecem no município ou Estado realizando as atividades propostas pelo projeto; e a devolutiva, onde são expostas as experiências e impressões vivenciadas aos demais grupos participantes da edição. Este relato tem como objetivo expor a relevância do programa VER-SUS na formação do acadêmico em prol do SUS. DESENVOLVIMENTO: A vivência ocorreu no segundo semestre do ano letivo de 2015, mais precisamente de 8 a 15 de agosto, em um município do interior do Estado do Amazonas. A equipe era composta por seis acadêmicos, provenientes das instituições públicas de ensino do Estado, pertencentes aos cursos de enfermagem, medicina, odontologia, farmácia e saúde coletiva. Ao longo dos dias de vivência em loco, foram articuladas visitas nas instâncias de saúde disponíveis, sendo elas duas UBAS (Unidades Básicas de Atenção em Saúde), um hospital geral e um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial); além disso, também foram desenvolvidas atividades externas caracterizadas por visitas domiciliares a grávidas do pré-natal e idosos do programa hiperdia, ida a comunidades indígenas e o comunicação direta com a população do perímetro urbano em estabelecimentos públicos ou particulares. Ao final do dia, era atividade de cada aluno relatar suas experiências no portfólio pessoal e participar de uma roda de conversa com os demais integrantes objetivando a troca de percepções e conhecimentos sobre o SUS no município. RESULTADOS: A experiência VER-SUS ensejou de fato um amadurecimento de pensamento crítico-social na formação da acadêmica. A ideia de outrora estava pautada em especulações sem base científica e experiências pessoais insatisfatórias, contudo o ensino superior chamou ao conhecimento documentos que desenham a maneira ideal de funcionamento do SUS em todas as instâncias, e a chance de participar do projeto despertou a curiosidade em conhecer não por falácias, mas pela realidade o sistema que atende a população. Durante a vivência, passou-se por instituições dos níveis primário e secundário. Observou-se que, em sua maioria, a instituição do nível secundário possuía um aparato tecnológico mais completo e satisfatório, com um quadro de profissionais mais completo e com um abastecimento medicamentoso atualizado, enquanto que as instituições da atenção primária possuíam um arsenal tecnológico inferior e encontravam-se temporariamente privadas de algumas medicações, todavia os profissionais que ali estavam demonstraram habilidades organizacionais de suma importância para compensar as dificuldades e continuar levando um atendimento de saúde engajado na busca por qualidade. Quanto à saúde mental, o acesso ao documento da reforma psiquiátrica e as aulas expositivas não tinham sido suficientes para desconstruir uma concepção enraizada do modelo manicomial que estava posta na mente da acadêmica, contudo o contato com o espaço do CAPS observando e participando da nova forma de fazer saúde mental incentivou uma reestruturação de concepção para a aluna, assim como também evidenciou uma evolução sociocultural da importância dada pela população em si ao cuidado com a saúde psicossocial também das populações tradicionais. Outro ponto formativo valoroso foi à oportunidade de estabelecer uma comunicação direta com a população fosse ela do perímetro urbano fosse do perímetro rural, com a comunidade indígena, pois este contato ofertou uma verdadeira articulação entre o que é visto em sala de aula, com a literatura de apoio, e o que é de fato entregue a população. Mesmo as críticas mais negativas direcionadas a gestão do município e estabelecimentos de saúde serviram de embasamento e instigação no processo de amadurecimento do pensamento crítico e de discurso da acadêmica. Portanto, ao fim da vivência, a concepção de SUS nos interiores já não estava mais baseada em teoria, mas sim em vivência prática realística, onde ficou claro as imperfeições do sistema, mas também se observou que um trabalho bem feito dos profissionais somado com a participação ativa da população através da fiscalização e cobranças aos gestores mantém um bom funcionamento permitindo também a visão de que crescer sempre será necessário, mas que apenas a força do conjunto tem poder para estimular isto. O SUS funciona sim, para aqueles que estão dispostos a contribuir e lutar sempre para garantir isso. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O projeto VER- SUS provou ser de extrema relevância para a formação dos acadêmicos, pois além de viabilizar a entrada e o contato direto com as instalações, maquinários e profissionais, também proporciona aos estudantes uma articulação direta com os principais interessados no atendimento de qualidade, os usuários. Com isso, há um estímulo da construção de uma visão própria acerca do SUS sem as interferências de informações distorcidas, bem como o incentivo em prol do amadurecimento do pensamento crítico do acadêmico possibilitando a desconstrução de preconceitos e imperícias. A marca que fica da vivência é que, mesmo com as dificuldades encontradas, os profissionais que lutam e defendem o sistema são importantes agentes transformadores e, em conjunto com a população que busca ativamente melhorias, são os grandes responsáveis pelo funcionamento universal do sistema de saúde.

3494 RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A ESTRUTURAÇÃO DE UMA LIGA ACADÊMICA E SEU PROCESSO CONSTRUTIVO NA FORMAÇÃO DE FUTUROS PROFISSIONAIS DA SAÚDE
Nany Camilla Sevalho Azuelo, Anelys Feitoza Siqueira, Natalia Guedes de Melo Silva, Thais Gomes Oliveira, Sônia Maria Lemos, Eduardo Jorge Sant´ana Honorato

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A ESTRUTURAÇÃO DE UMA LIGA ACADÊMICA E SEU PROCESSO CONSTRUTIVO NA FORMAÇÃO DE FUTUROS PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Autores: Nany Camilla Sevalho Azuelo, Anelys Feitoza Siqueira, Natalia Guedes de Melo Silva, Thais Gomes Oliveira, Sônia Maria Lemos, Eduardo Jorge Sant´ana Honorato

Introdução: A construção acadêmica é pautada por diversas estratégias de ensino-aprendizagem, permitindo ao acadêmico escolher entre elas. Uma destas estratégias é constituída pela extensão universitária que é um modelo educativo, cultural e científico que proporciona reflexão, autoconhecimento e diálogo sobre as diversas atuações dos futuros profissionais da saúde. Em conjunto com o ensino e a pesquisa, este modelo tem a capacidade de mostrar a relação transformadora entre universidade e sociedade. Um exemplo de projeto de extensão são as ligas acadêmicas, as quais podem ser relacionadas a diversos temas, dentre eles a atenção integral à saúde. A Liga Acadêmica de Atenção Integral à Saúde (LAAIS) é um projeto realizado por docentes da ESA-UEA em parceria com os discentes de Instituições de Ensino Superior (IES) de diversos cursos de graduação da área da saúde, dentre estes, futuros enfermeiros, médicos e cirurgiões dentistas, e tem como objetivo primordial o desenvolvimento de uma nova modalidade de ensino-aprendizagem diferente do modelo tradicionalmente observado nas salas de aula. A LAAIS tem como finalidade promover discussões nos espaços externos da sala de aula sobre a valorização do SUS e a formação dos acadêmicos da saúde sob as perspectivas dos alunos, da graduação em intenso diálogo com a realidade. O objetivo deste relato é descrever a experiência na estruturação de uma liga acadêmica e seu processo construtivo na formação de futuros profissionais da saúde. Desenvolvimento: A Liga Acadêmica de Atenção Integral à Saúde (LAAIS) não iniciou como liga de fato. Ela teve sua origem no Grupo de Estudos em Saúde Mental na Atenção Primária (GESMAP), formado por alunos que tinham o intuito de discutir temas sobre política, saúde mental e diversos outros que abordavam o papel do acadêmico da área de saúde e suas perspectivas no contato com a realidade. O Grupo era coordenado por uma professora da disciplina de AIS da ESA-UEA, participavam alunos da pós-graduação e quem mais tivesse interesse em discutir suas vivências e percepções sobre a saúde, suas articulações e interlocuções. Embora se reunissem desde meados de 2014, foi em 2015 que as reuniões ganharam status de permanente e eram realizadas na cantina da unidade de saúde da Universidade, todas as sextas-feiras a partir das 18h com  discussões abertas para quem se dispusesse a participar. Após mais de dois anos de existência do grupo, sentiu-se a necessidade de ampliar as discussões e aprimorar o conhecimento sobre os temas abordados, além de criar alternativas para efetivar o grupo como liga acadêmica. Desta forma, criou-se a LAAIS, que passou a ter estatuto e diretrizes e foi indexada como projeto de extensão. Durante o primeiro semestre de 2016, os acadêmicos do GESMAP se organizaram e começaram a produzir os documentos necessários para a fundação da LAAIS. Foram preenchidos formulários institucionais, criados cronogramas, definidos os temas que seriam discutidos nas reuniões da liga, o estatuto foi escrito e tudo foi submetido ao órgão responsável na UEA. No dia 23 de junho de 2016, a LAAIS foi oficialmente fundada e seu primeiro ciclo foi composto pelos treze membros fundadores discentes e por dois docentes coordenadores. Os primeiros seis meses foram dedicados a organização da Liga e ao planejamento do primeiro simpósio de seleção. Em 21 de março de 2017, a LAAIS fazia sua primeira seleção de novos ligantes. Os novos ligantes foram recebidos calorosamente e as reuniões se voltaram para a discussão do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente. Enquanto as reuniões ocorriam com grandes discussões, a Diretoria da LAAIS, constituída pelos membros fundadores, continuava o planejamento das outras atividades da liga. Hoje, a LAAIS caminha para o encerramento do seu primeiro ano de reuniões com discussões a respeito de diversos temas relacionados ao SUS e possui projetos concretos para a realização de atividades com a sociedade e para a realização de pesquisas, que serão efetivadas no ano de 2018. Resultados: A LAAIS procura desenvolver no discente um olhar holístico do paciente e do sistema, fomentando assim a formação do profissional de saúde em sua totalidade, preparando-o para reflexões críticas no ambiente acadêmico e profissional. Os acadêmicos da ESA-UEA, na sua maioria do 1º ao 6º períodos, se envolvem nesse projeto de extensão participando de diversas discussões que versam sobre, desde temas relacionados aos conceitos do SUS até a desmistificação de políticas de saúde de outros países, levando em consideração sua totalidade, singularidade e sua inserção no contexto histórico-social, bem como as diretrizes contidas nas políticas públicas de atenção à saúde. Como discente, acredita-se que promover discussões referentes à atenção integral à saúde é primordial, visando entender o SUS e suas diretrizes de forma mais diversificada, além de formar profissionais com um olhar mais amplo e crítico-reflexivo sobre temas que regem o sistema da saúde. Sendo assim, sentimos a necessidade de promover, no espaço acadêmico e externo a ele, discussões abertas e amplas para pautas importantes voltadas aos acadêmicos de todas as IES do Amazonas. Para tanto, buscamos implementar através de conceitos e discussões temas que abordassem, no contexto geral, a saúde de minorias e suas peculiaridades, buscando base científica que possa futuramente saciar a necessidade de ter um instrumento que melhor pudesse envolver os acadêmicos a compreender as relações de cuidado, assim como as interferências culturais do usuário, prestando atenção a todos de forma integralizada, universal e com especial cumprimento do princípio da equidade. Conclusão: Projetos de extensão universitária são peças importantes para a consolidação do ensino através da aprendizagem prática e conhecimentos da realidade. Viu-se no modelo de Ligas Acadêmicas uma estratégia para despertar no cotidiano dos acadêmicos da saúde a discussão sobre atenção integral à saúde, dimensão considerada tão importante, mas que se perde no mundo das especialidades, dentro do modelo biomédico de ensino que ainda vigora nas instituições universitárias. Entende-se que é fundamental para os acadêmicos discutir questões relacionadas ao Sistema Único de Saúde, suas diretrizes e todo o contexto político e social em que está inserido, visando assim formar profissionais com um olhar crítico-reflexivo. O processo de criação de uma Liga Acadêmica, embora permeado de uma certa burocracia, é  necessário para oficializar as atividades e organizar minimamente as discussões realizadas. As atividades da LAAIS seguem o modelo Freiriano de ensino onde há a construção de um pensamento coletivo se dá a partir das subjetividades dos participantes. Outro ponto importante é o fato de a Liga ter sido originada em um grupo de estudos sobre política e saúde mental, onde se primava pela promoção de diálogos e discussões. As atividades da Liga Acadêmica de Atenção Integral à Saúde continuarão no ano de 2018, com a promoção de eventos científicos e o início das atividades práticas de sensibilização a respeito do Sistema Único de Saúde. Espera-se que o número de ligantes cresça e se possa expandir a discussão com a sociedade a partir das atividades de extensão, e se produza conhecimento coletivo por meio das atividades de pesquisa, em uma constante interlocução entre as Instituições de Ensino Superior e os serviços de saúde do Amazonas.

3088 INTERAÇÃO NA COMUNIDADE DE VILA NOVA: PLANEJAMENTO PARA GESTÃO EM SAÚDE
Yasmim Henn, Bárbara Luanna Alves Lira, Edenira Nunes Costa, Wilson Sabino

INTERAÇÃO NA COMUNIDADE DE VILA NOVA: PLANEJAMENTO PARA GESTÃO EM SAÚDE

Autores: Yasmim Henn, Bárbara Luanna Alves Lira, Edenira Nunes Costa, Wilson Sabino

INTRODUÇÃO Em contraponto à atual visão tecnicista na área da saúde, o curso de Bacharelado Interdisciplinar em Saúde da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) implementa um modelo diferente no processo de ensino – pesquisa – aprendizado: a interdisciplinaridade, voltada para a atenção integral da saúde com início pelo contato. Visto que de acordo com CUNHA 2009, diálogos e aproximação com a comunidade uma vez que houve uma surpreendente mudança ideológica sobre as populações tradicionais da Amazônia que eram consideradas entraves do desenvolvimento e agora foram promovidas à linha de frente da modernidade. Referente ao artigo, Oliveira, TRB (12/12/2006), designa interdisciplinaridade como uma base formada de disciplinas interligadas entre si, desenvolvendo um ciclo de aprendizagem, cujo objetivo consiste na identificação de um problema e, através deste fazer um levantamento das possíveis saídas teóricas e de políticas básicas para sua solução. A interdisciplinaridade na saúde revela que não somente fatores biológicos, mas sociais, econômicos e culturais influenciam diretamente na saúde de uma população. Existem pontos fundamentais para o profissional da área da saúde, sendo eles: a ampliação do conceito de saúde, a diversificação dos cenários de práticas nas universidades, a aproximação da graduação/formação do profissional com o Sistema Único de Saúde e a educação interprofissional. (CAPOZZOLO, A; CASENO, S; HENZ, A, 2013). O papel das universidades, acadêmicos, professores, profissionais da saúde e usuários é crucial para protagonizar esse processo e ajudar a atingir os próprios objetivos. É necessário anular o individualismo e entender que quanto mais coletivo for o trabalho maiores são as chances de produzirem bons e satisfatórios efeitos. (CAPOZZOLO, A; CASENO, S; HENZ, A, 2013). Este trabalho visa relatar o processo de desenvolvimento da interação     acadêmica em relação ao assentamento agroextrativista da comunidade de Vila Nova na região do Eixo Forte. METODOLOGIA O componente curricular ofereceu como suporte um texto intitulado “Populações Indígenas, Povos Tradicionais e Preservação na Amazônia.”, o Decreto N° 8.750 de 9 de Maio de 2016, o texto “Planejamento e gestão em APS.”, o PDA Eixo – Forte, o livro “Decreto que cria Projeto de Assentamento Agroextrativista” e uso de ferramentas online de pesquisa como “Google Earth” e sites de dados demográficos e estatísticas direcionados especificamente a região do Eixo Forte. O foco das aulas ao longo do terceiro semestre foi estudar e elaborar planejamentos de gestão com finalidade direta sobre o aspecto mais relevante a ser solucionado na comunidade de Vila Nova, segundo os diálogos que foram desenvolvidos lá, saber e entender as causas e porque elas aparecem, como relacionam-se entre si, com moradores e na região. O segundo passo foi organizá-las em um diagrama simples e claro e a partir disso desenvolver um profundo estudo de gestão aplicador de respostas que tinham potencial para serem solucionadoras.  Em sala de aula, juntamente aos docentes, os conhecimentos sobre planejamento estratégico e gestão e os dados coletados com os agentes comunitários mais os dados presentes na internet foram unidos e usados para desenvolver um método avaliativo situacional sobre a melhor ação a ser feita na região estudada, analisando em ordem as demandas da comunidade: os números mais incidentes relacionados à doenças e causas de atendimento no posto mais próximo e as maiores reclamações nos aspectos social, econômico, de bem estar e político. Ferramentas simples foram utilizadas para a elaboração dessa etapa de planejamento: coleta de dados em folhas, conversas com o agente comunitário de saúde, pesquisas online e uso de computadores para construção de dados técnicos e organizados. RESULTADOS E DISCUSSÃO No início do estudo elaborar e concluir as tarefas foi visto como um desafio levando em consideração que a etapa a ser concluída no segundo semestre ainda não havia sido fechada.  O clima da região com incidência de chuvas fortes e inesperadas também dificulta o acesso a Vila Nova, tendo observado que as condições de estrada são precárias e a comunicação é mínima, contando também com os acontecimentos externos que envolviam os alunos e os professores em outros assuntos e eventos importantes como a décima quarta conferência municipal de saúde, que ocorreu nas dependências de um dos campis da UFOPA e as reuniões das pré-conferências que eram componentes da conferência municipal. Durante todo o processo de reuniões com docentes, foram dadas as orientações necessárias para elaboração desses documentos situacionais, organizados sempre de acordo com os dados coletados e revisados pelos próprios alunos. Nas rodas de discussões e planejamentos nos dias letivos que se seguiram, foi analisado e dado pontuações para cada problema apresentado pela comunidade do acordo com o grau de emergência visto por eles e o modo de visão de cada aluno acerca deles, para que posteriormente haja uma intervenção direta na comunidade, a fim de solucionar, junto aos comunitários e possíveis parceiros, os problemas encontrados. Durante todo o processo de pesquisa e análise, vivenciar a experiência permitiu a consciência quanto às dificuldades encontradas nas regiões periféricas de Santarém, bem como o melhor conhecimento de sua cultura, fatores que influenciam diretamente na saúde da população. O ver a si no ato de cuidar é buscar desde as experiências em campo, e entender como vivem as populações menos favorecidas da região amazônica.     CONSIDERAÇÕES FINAIS Participar deste processo de pesquisa e aprendizagem, tornou uma considerável e satisfatória oportunidade para o desenvolvimento e capacitação dos discentes dentro da sua futura área de atuação, uma vez que, através dessas etapas iniciais no meio acadêmico, ocorre a transformação na visão à respeito das práticas em saúde, colocando em exercício futuro uma clínica comum para a população amazônica. Construindo assim, um currículo flexível de futuros profissionais comprometidos no trabalho de ação e defesa à respeito das determinantes sociais de saúde. Em síntese é claro o papel da universidade na saúde integral da região onde está inserida. Para que isso ocorra é necessária a intensa aproximação e interação da comunidade acadêmica com a população, afim de que ocorram trocas de conhecimentos entre ambos os lados, construindo um trabalho conjunto, um currículo flexível de futuros atuantes profissionais da saúde, mais humanizados do que técnicos, compromissados, respeitadores, construtores de uma clínica comum e usuários das práticas que norteiam os princípios básicos do SUS: equidade, universalidade e integralidade REFERÊNCIAS Blog.concursosdasaude.com.br/sus-principios-diretrizes-regionalizacao-e-gestao-do-sus/; DA CUNHA, MARCELA CARNEIRO; DE ALMEIDA, MAURO W. BARBOSA. Populações Indígenas, Povos Tradicionais e Preservação na Amazônia. São Paulo: Cosac Naify, 2009; OLIVEIRA, TRB. Artigo especial, Interdisciplinaridade: Um desafio para a atenção integral à saúde. / Rev. Saúde.com 2007; 3(1): 20-27/ publicado em: 12/12/2006 CAPOZZOLO, A.; CASETTO, S.; HENZ, A. Clínica comum: itinerários de uma formação em saúde, São Paulo: Hucitec Editora, 2013. 309 p.