74: Educação permanente em saúde para a promoção da diversidade
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: CCA - Andiroba    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
1818 EDUCAÇÃO EM SAÚDE E O DIA DA CELEBRAÇÃO DA VIDA NA PASTORAL DA CRIANÇA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
graziela da silva moura

EDUCAÇÃO EM SAÚDE E O DIA DA CELEBRAÇÃO DA VIDA NA PASTORAL DA CRIANÇA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: graziela da silva moura

  INTRODUÇÃO: A Educação em Saúde contribui para que as pessoas possam adquirir autonomia identificando e utilizando as formas e os meios para preservar e melhorar a vida, conscientizando e transformando a realidade. Nesse sentido, o envolvimento comunitário, de grupos que se ajudam e que ajudam o próximo, ou seja, um apoio social e mútuo, poder fortalecer a confiança pessoal e assim a satisfação com a vida, e enfrentar os problemas que tanto os afligem. Essas práticas de organização comunitária encontraram na Educação Popular possibilidades de transformação social. OBJETIVO: Relatar a experiência de adoção de parcerias entre a Pastoral da Criança  e a Equipe de Enfermagem de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da zona leste de Manaus oportunizando a troca de experiências e conhecimentos, empoderando as famílias para o autocuidado. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, realizado no meses agosto e dezembro  de 2017,  onde  foram  produzidos  encontros com os líderes da Pastoral da Criança, mães/cuidadores, gravidas, nutrizes, crianças e a equipe de Enfermagem da UBS. Nesses encontros chamados ¨Celebração da Vida¨ , aconteceu Leitura Da Palavra (Bíblia), pesagem das crianças de 0(zero) a 6(seis) anos,   ações de entretenimento, lazer e orientações coletivas de saúde. É um momento festivo onde se comemora o sucesso dos cuidados realizados com ações direcionadas a fraternidade e a espiritualidade. Na ocasião também foram ofertados administração de vacinas, lanches, brincadeiras e brindes. RESULTADOS: Nestes encontros compareceram em torno de 50 pessoas entre adultos e crianças, onde a Pastoral da Criança juntamente com a equipe de Enfermagem, como agentes sociais transformadores, buscassem eficiência e eficácia na formação do sujeito, público-alvo de seus atendimentos, com vistas a promover uma ação educativa sociocomunitária que os levam-se à conscientização de que é possível construírem suas autênticas histórias   de modo mais significativo junto a sua comunidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Toda pratica é virtuosa quando está blindada de compromisso e comprometimento. A parceria com a Pastoral da Criança, por si só reflete o sucesso dessa proposta. Dessa forma avaliando os indicadores acima apresentados é possível inferir que a parceria da Equipe de Enfermagem com a Pastoral da Criança favorece a promoção da saúde, permite a ampliação de indicadores a serem monitorados pelos profissionais de saúde, antecipa o levantamento de situações de risco e vulnerabilidade na comunidade e aproxima segmentos envolvidos na manutenção da vida com mais qualidade.

3750 PRATICAS DE PROMOÇÃO À SAÚDE PARA GRUPOS DA TERCEIRA IDADE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
graziela da silva moura, gis araujo serrao, irenildes alves lima do vale

PRATICAS DE PROMOÇÃO À SAÚDE PARA GRUPOS DA TERCEIRA IDADE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: graziela da silva moura, gis araujo serrao, irenildes alves lima do vale

Introdução: O processo de envelhecimento ocasiona modificações biopsicossociais no indivíduo, que estão associadas à fragilidade, a qual pode levar a maior vulnerabilidade. Com isso, muitas doenças podem surgir e gerar limitações ao idoso. É nesse contexto que os profissionais da saúde estão inseridos, a fim de promover a saúde do idoso e fazer com que o envelhecimento seja saudável e ativo, como preconizado nas políticas públicas de saúde. Práticas de promoção à saúde consistem em meios de buscar a melhoria da qualidade de vida de uma população. Objetivos: Descrever uma experiência extensionista de uma equipe de saúde a partir de práticas de promoção em saúde realizada com grupos de idosos em uma unidade básica de saúde de da zona leste de Manaus. Método: O projeto de extensão foi desenvolvido mensalmente, com grupos de idosos de um bairro  na Zona Leste de Manaus, entre março  a  novembro  de 2017. Os participantes foram grupos de idosos que fazem parte da Associação De Idosos do bairro e Frequentam a Unidade Básica de Saúde, Com um número de participantes assíduos que variava de 40 a 90 idosos. O Projeto de extensão foi desenvolvido por uma equipe Multidisciplinar Da UBS e contou também com a participação Da Policia Militar e Do Conselho Local de Saúde Do Bairro. As atividades de promoção à saúde desenvolvidas englobou atividades físicas (alongamentos, caminhadas, exercícios que trabalhavam com a coordenação fina, flexibilidade, entre outros), recreativas (brincadeiras, músicas, desenhos e pinturas), oficinas de educação em saúde (abordava assuntos de acordo com o interesse e conhecimento dos participantes). Foram ofertados lanches e realizados sorteios de brindes. Os encontros ocorreram   na UBS e em espaços cedido por igrejas do bairro. As ações realizadas foram estruturadas e organizadas por meio da percepção das necessidades e limitações dos participantes. Resultados. Observou-se, no decorrer do projeto, significativa evolução e desenvolvimento do senso reflexivo, crítico e participativo e, também, a participação efetiva, dinamismo, comunicação, pois o grupo já existia no bairro há   anos. O vínculo estabelecido pelo grupo durante este período facilitou o trabalho da equipe multidisciplinar, visto que foi possível realizar atividades mais dinâmicas que exigiam conhecimento e confiança prévia entre os participantes. No decorrer dos encontros verificou-se grande diversidade cultural, de personalidades e vivências, proporcionando relações interpessoais interessantes e proveitosas tanto para a equipe, quanto para os próprios idosos, pois havia troca de experiências, possibilitando a construção de conhecimentos de todos os envolvidos. Considerações finais: Independente de ainda haver certa dificuldade em traduzir os princípios da promoção da saúde e prevenção de doenças em ações concretas no cotidiano de vida das pessoas, atividades como as que foram desenvolvidas neste projeto, proporcionam aos envolvidos conhecimento para poderem exercitar sua autonomia na decisão sobre sua situação de saúde. No decorrer dos encontros verificou-se grande diversidade cultural, de personalidades e vivências, proporcionando relações interpessoais interessantes e proveitosas tanto para a equipe, quanto para os próprios idosos, pois havia troca de experiências, possibilitando a construção de conhecimentos de todos os envolvidos. No que se refere a equipe multidisciplinar envolvida, percebeu-se que o projeto promoveu um maior amadurecimento profissional, por meio do fortalecimento do vínculo entre a Unidade básica e a comunidade, bem como despertou o compromisso da realização destas atividades no cotidiano profissional, consolidando os princípios e diretrizes do SUS.

584 Estratégias de Educação Permanente em Saúde na implementação e consolidação da Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência na 28ª Região de Saúde do RS.
Suzane Frantz Krug, Camila Dubow, Patrícia Marcante, Edna Linhares Garcia, Morgana Pappen, Maria Carolina Magedanz, Marta Regina Mueller, Francieli Ester Muller, Leni Dias Weigelt

Estratégias de Educação Permanente em Saúde na implementação e consolidação da Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência na 28ª Região de Saúde do RS.

Autores: Suzane Frantz Krug, Camila Dubow, Patrícia Marcante, Edna Linhares Garcia, Morgana Pappen, Maria Carolina Magedanz, Marta Regina Mueller, Francieli Ester Muller, Leni Dias Weigelt

O processo de implementação da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no Sistema Único de Saúde (SUS) na 28º Região de Saúde do Rio Grande do Sul (RS) iniciou em 2013, através da criação do Núcleo de Saúde da Pessoa com Deficiência na Coordenadoria Regional de Saúde (13ª CRS), órgão da Secretaria Estadual da Saúde do RS, tendo Santa Cruz do Sul como município sede, prestando apoio a treze municípios. Como forma de fortalecer os processos de Educação Permanente no âmbito da saúde da pessoa com deficiência está sendo desenvolvido o projeto “Estratégias de Educação Permanente em Saúde na Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência”, contemplado no edital INOVASUS de 2015, da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Ministério da Saúde. Este projeto articula o Núcleo de Saúde da Pessoa com Deficiência na Coordenadoria Regional de Saúde, Núcleo Regional de Educação em Saúde Coletiva (NURESC), Comissão de Integração Ensino-Serviço (CIES) desta Coordenadoria Regional de Saúde e a Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), com apoio do Ministério da Saúde e OPAS. As ações de educação permanente em saúde desenvolvidas por este projeto permitirão a construção de um processo de trabalho qualificado que gere elementos de pertencimento e corresponsabilização, através do compartilhamento de saberes e construção de redes colaborativas, consolidando o processo de implementação da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência e fortalecendo as capacidades individuais e coletivas dos grupos de trabalho, em prol de um SUS cada vez mais humanizado e equânime. A execução destas ações possibilitará a criação de dispositivos de resposta para demandas de atenção à saúde das pessoas com deficiência e, ao mesmo tempo, atender a desejos e expectativas de trabalhadores, gestores, usuários e instituições, tendo como mecanismos disparadores processos educativos.   Objetivo: Descrever estratégias de Educação Permanente em Saúde destinadas à implementação e consolidação da Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência, no território da 28ª Região de Saúde do RS.   Desenvolvimento do trabalho: O projeto desenvolve suas ações em duas grandes etapas. A primeira consiste na elaboração de um diagnóstico situacional/mapeamento da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência e as ações de Educação Permanente em Saúde a ela vinculadas, na região. Para isso, está sendo aplicado um questionário com o objetivo de obter um panorama geral sobre o processo de implementação da referida rede, os processos existentes e necessidades de Educação Permanente em Saúde. Respondem o questionário, representantes da coordenação estadual e regional da Política de Saúde da Pessoa com Deficiência no RS; Secretários Municipais de Saúde dos treze municípios da 28ª Região de Saúde; coordenadores municipais de atenção básica dos treze municípios; coordenadores dos serviços especializados em reabilitação; coordenadores assistenciais de hospitais e serviços de urgência e emergência; trabalhadores de saúde atuantes na Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência; pessoas com deficiência usuárias dos serviços da referida rede. Após análise dos questionários e com base nas demandas apresentadas pelos mesmos, será realizada a segunda etapa, por meio da estruturação de um Plano de Educação Permanente em Saúde, de modo a contemplar as necessidades loco-regionais e envolvendo a maior quantidade possível de atores da rede de saúde em todas as instâncias. A efetivação desta segunda etapa será através de quatro eixos fundamentais: 1º eixo - Evento disparador das ações de Educação Permanente em Saúde na Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, através da realização do Fórum Regional para discussão do tema em questão, com participação de gestores de saúde; trabalhadores e gestores dos serviços que prestam assistência às pessoas com deficiência; além de pessoas com deficiência usuárias dos serviços, Conselhos Municipais dos Direitos das Pessoas com Deficiência (COMPEDE); acadêmicos e docentes da área da saúde em nível de graduação e pós-graduação e demais interessados. 2º eixo - Realização de oficinas e/ou grupos de trabalho cooperativos, focando o processo de trabalho voltado à atenção à saúde das pessoas com deficiência. Busca-se a formação de multiplicadores, permitindo a dispersão e disseminação das estratégias de educação permanente nos locais de origem, incentivando o diálogo com os trabalhadores, gestores e usuários. Assuntos abordados: Políticas Públicas voltadas às PCD; Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência; Reabilitação Física; Reabilitação Visual; Reabilitação Auditiva, Reabilitação Intelectual; Humanização, Acolhimento e Clínica Ampliada no atendimento às PCD; Qualificação da assistência e recursos terapêuticos disponíveis; Promoção da Saúde e Prevenção de Deficiências; Promoção da Equidade, Acessibilidade e Inclusão; Controle social na Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência. 3º eixo - Elaboração de material pedagógico de apoio para as ações em saúde, objetivando informar aos trabalhadores da rede, gestores, usuários e comunidade acadêmica sobre as ações e serviços oferecidos para as Pessoas com Deficiência pelo SUS da região. Constará neste material, informações sobre ações realizadas e fluxos de acesso aos serviços de referência para reabilitação na região; mecanismos de referência e contra-referência e de comunicação entre a rede; estratégias de acolhimento e humanização da atenção às pessoas com deficiência, dentre outros. Os materiais pedagógicos produzidos serão manual/cartilha; folder de divulgação e de informes técnicos; banners; vídeo/documentário; camisetas; e-book com artigos elaborados pelos municípios da região, UNISC, 13ª CRS, serviços de referência em reabilitação, contando suas experiências. 4º eixo - Implantação/efetivação de um Grupo Condutor Regional para a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, objetivando acompanhar as ações de atenção à saúde da pessoa com deficiência; coordenar e apoiar a organização dos processos de trabalho voltados à implementação da rede na região, dentre outros.   Resultados e/ou impactos: Busca-se transformar e qualificar os processos de trabalho relacionados à atenção à saúde das pessoas com deficiência na região e fortalecer o processo de regionalização e descentralização da gestão e atenção do SUS. Também, almeja-se o empoderamento de gestores, trabalhadores e usuários para o fortalecimento da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, fornecendo subsídios para a tomada de decisão e realização de ações mais efetivas e eficazes, qualificando as demandas do território. Pretende-se promover discussões e reflexões sobre o tema, permitindo aos sujeitos repensarem suas práticas cotidianas, contribuindo para transformações e inovações no campo da saúde da pessoa com deficiência. Destaca-se a perspectiva de continuidade e aprimoramento das ações após a finalização deste projeto, com o envolvimento e apoio da universidade e demais instituições, com a possibilidade de desencadear a criação de projetos de pesquisa e extensão relacionados a esta temática, bem como promover uma aproximação da instituição de ensino com os serviços de saúde para reforçar a importância desta questão.   Considerações finais: Para a qualificação da atenção à saúde das pessoas com deficiência, torna-se fundamental aprofundar o conhecimento da realidade local, fornecendo, assim, elementos para o planejamento de ações e para a definição de prioridades para implementação de políticas públicas, facilitando e subsidiando a tomada de decisões, preparando o sistema regional de saúde para o enfrentamento qualificado das deficiências. O debate sobre a política de saúde da pessoa com deficiência, através da Educação Permanente em Saúde, pode contribuir para a qualificação do cuidado, ressaltando a importância de intervenções específicas voltadas a esse grupo populacional. Assim, exige-se uma resposta diferenciada no planejamento e execução de políticas públicas, que busquem a eliminação de disparidades existentes e a participação plena e efetiva das pessoas com deficiência na sociedade, permitindo seu desenvolvimento social, independência e autonomia.  

2107 SOMOS A MAROLA DO SUS EM FORTALEZA, MAS VIEMOS AO AMAZONAS PARA FAZER O ENCONTRO DAS ÁGUAS – uma experiência de educação permanente dos profissionais de saúde com metodologias ativas e foco nas demandas do território.
Maria Elisabeth Sousa Amaral, Manoel Eduardo dos Santos Júnior, Natalia Mindêllo Ramalho Leite, Maria Ivanília Tavares Timbó, Kilvia Maria Albuquerque, Cláudia Cybele Lessa da Páscoa, Mirelle Varela Rodrigues Bandeira, Manuela Gomes Cavalcante Nunes

SOMOS A MAROLA DO SUS EM FORTALEZA, MAS VIEMOS AO AMAZONAS PARA FAZER O ENCONTRO DAS ÁGUAS – uma experiência de educação permanente dos profissionais de saúde com metodologias ativas e foco nas demandas do território.

Autores: Maria Elisabeth Sousa Amaral, Manoel Eduardo dos Santos Júnior, Natalia Mindêllo Ramalho Leite, Maria Ivanília Tavares Timbó, Kilvia Maria Albuquerque, Cláudia Cybele Lessa da Páscoa, Mirelle Varela Rodrigues Bandeira, Manuela Gomes Cavalcante Nunes

A Marola do SUS nasceu da experiência de um grupo de profissionais da SMS Fortaleza que vivenciaram a 3ª Onda do Projeto de Gestão da Clínica do SUS, realizado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Sírio Libanês – IEP. Estes profissionais atuaram como facilitadores dos cursos de especialização oferecidos pelo referido projeto e após o fim do curso criaram a  Marola do SUS que vem resgatar a proposta da ‘Onda’ trabalhada pelo IEP, mas numa perspectiva tímida por não contar com nenhum recurso institucional, senão o compromisso dos profissionais de levarem adiante o vigor das metodologias ativas para os cenários de prática da Estratégia Saúde da Família, sensibilizando e capacitando profissionais de nível superior  e estes reproduzindo a mesma estratégia junto aos seus Agentes Comunitários de Saúde . A Marola do SUS tem como Objetivos: Contribuir para transformar as práticas dos trabalhadores da ESF e em consequência dos ACS;  Contribuir para atender a necessidade de organização do trabalho em Redes de Atenção – RAS; Estar aberto para atender as demandas que partam do próprio território, fortalecendo assim a Atenção Primária à Saúde e tornando a  Educação Permanente em Saúde algo vivo e dinâmico. Esta experiência iniciou-se em uma Unidade de Saúde e capacitação dos ACS com  enfoque nas condições crônicas: hipertensão e diabetes, gestantes, crianças e  saúde mental. Todas as estratégias educacionais aprendidas na experiência do Sírio foram adaptadas para o contexto, porém mantendo-se o rigor no tocante a aprendizagem significativa. Trabalha-se  seguindo as dimensões com base num perfil de competências: ético-política, relacional, pedagógica, técnica e operacional. Metodologia:  Segue-se a Espiral Construtivista com seu aporte teórico e adaptações para este público. O Curso contempla atividades teórico-prática, dividido em atividades presenciais com aprofundamento teórico, momentos de estudo e atividades de dispersão. As Estratégias Educacionais são: Momentos de Acolhimento, Exposição Dialogada,  trabalho em grupo, Situação-Problema, Narrativas, Viagens, Oficinas de Trabalho e outros. No tocante a  Avaliação: Ela é contínua e processual o que contribui para a autonomia dos sujeitos. Sobre os  Resultados:  A experiência foi tão potente e  mobilizadora que expandiu seu temário conforme as demandas de cada território e em pouco tempo alcançou um grupo de  10  profissionais de nível superior de  7 Unidades diferentes e consequentemente seus ACS no mesmo movimento de aprendizagem. Ficou muito evidente que a prática educativa realizada com os ACS pelos facilitadores/profissionais da saúde, instituia-se como espaço de Educação Permanente, adotando não apenas diferentes metodologias e técnicas de ensino-aprendizagem, mas anunciando uma ação educativa para atender às necessidades SUS, produzindo uma atuação profissional que desenvolvia articulação e diálogo entre educação, comunidade, saúde e serviço. Hoje a Marola expande-se abrangendo 30 profissionais, de 15 unidades diferentes. Seu maior mérito é a sua metodologia que logo desinstala e mobiliza com alegria e compromisso os profissionais de saúde, pois aposta na autonomia do sujeito, na aprendizagem significativa, no trabalho vivo. A Marola tem sido educação permanente e também movimento de resistência em defesa do SUS.

3252 A teoria transcultural e sua aplicação na educação permanente de ACS’s: Um relato de experiência.
Eliza Paixão da Silva, Alessandra de Cássia Lobato Dias, Geovana Brito Nascimento, Laina Carolina de Souza Araújo, Leilane Almeida de Morais, Nicole Pinheiro Lobato, Marcos José Risuenho Brito Silva, Lidiane Assunção de Vasconcelos

A teoria transcultural e sua aplicação na educação permanente de ACS’s: Um relato de experiência.

Autores: Eliza Paixão da Silva, Alessandra de Cássia Lobato Dias, Geovana Brito Nascimento, Laina Carolina de Souza Araújo, Leilane Almeida de Morais, Nicole Pinheiro Lobato, Marcos José Risuenho Brito Silva, Lidiane Assunção de Vasconcelos

APRESENTAÇÃO: A Teoria da Diversidade e a Universalidade do Cuidado Cultural de Madeleine Leininger, comumente chamada “Teoria transcultural” trata dos cuidados de enfermagem proporcionados aos pacientes de acordo com cada uma de suas especificidades culturais. Fundamentada em conhecimentos de enfermagem e preceitos de antropologia, inclui manifestações do cuidado, de crenças e valores, objetivando um cuidado de enfermagem efetivo e satisfatório. Para que ocorra esta efetividade no cuidado, é necessário que os profissionais estejam preparados e sendo o Agente Comunitário de Saúde (ACS) o principal elo entre a Unidade Básica de Saúde (UBS) e a comunidade, o mesmo necessita de constantes capacitações. Utiliza-se na Atenção Básica a estratégia da Educação Permanente, para possibilitar o desenvolvimento constante da equipe da UBS e de suas competências como equipe generalista, sendo que esta educação permanente ocorre por meio dos profissionais da unidade, para os outros profissionais que também a compõe. Este estudo objetivou relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem no campo da educação permanente de ACS’s, para aplicação da teoria transcultural utilizando-se de metodologias ativas no processo de ensino-aprendizagem. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Foi utilizada a metodologia da problematização, proposta por Berbel por meio do Arco de Maguerez, que se constitui em cinco etapas. A primeira etapa - observação da realidade: O grupo de acadêmicas visitou uma UBS da Região Metropolitana de Belém no momento da realização de uma ação do Programa Hiper-dia com os moradores daquele território, na qual ocorreu uma roda de conversa com os mesmos enquanto aguardavam o atendimento. A segunda etapa – Levantamento de pontos-chave: A partir dos relatos dos usuários o grupo percebeu que elementos culturais relacionados ao tratamento de Diabetes Mellitus (DM) tipo II e de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) eram muito frequentes naquela comunidade, além disso, demonstraram uma falta de informação relacionada a aspectos das doenças, por exemplo, como elas evoluem dentro do organismo e os agravos que poderiam ser causados. A terceira etapa – Teorização: Utilizando-se dos pontos encontrados, o grupo buscou um referencial teórico acerca da Teoria Transcultural, da organização da Atenção Básica, do programa hiper-dia e dos modelos de educação e a partir disso constatou-se que a falta de orientação dos pacientes poderia ser advinda de vários fatores, destacando-se dois: 1) A possibilidade de os ACS’s daquela comunidade não estarem repassando as orientações necessárias aos usuários, por falta de planejamento da UBS e/ou de Educação Permanente aos mesmos; 2) Os ACS’s estarem repassando as informações, no entanto, os usuários não estarem dando importância a elas, pelas dificuldades de seguir algumas orientações ou por elas interferirem diretamente nos seus preceitos culturais. A quarta etapa – Hipóteses de Solução: Munidos desse referencial teórico, o grupo elaborou um questionário aberto contendo sete perguntas, as quais perpassavam em aspectos como a orientação aos pacientes, que foi repassado para as ACS’s da UBS, para uma investigação dos pontos encontrados na teorização e a partir dela elaborar uma proposta de intervenção eficaz. A quinta etapa – Retorno a realidade: Foi organizada uma ação de intervenção baseada na proposta de educação permanente com os ACS’s da UBS, composta por uma roda de conversa acerca das dificuldades de orientação aos usuários do programa hiper-dia, além de uma dinâmica intitulada “Árvore dos problemas” na qual colamos a figura de uma árvore na parede e os problemas encontrados durante a roda de conversa foram colocados como as raízes da árvore, a partir disso começamos a buscar soluções para esse problema, as quais foram colocadas como os galhos da árvore. RESULTADOS E IMPACTOS: Na roda de conversa juntamente com a dinâmica “árvore dos problemas” identificam-se problemáticas e se propõe soluções para as mesmas. Foram identificados como problemas a falta de autocuidado, o sedentarismo, a má alimentação, a baixa adesão ao tratamento, o etilismo, o tabagismo e as relações familiares instáveis e como propostas de solução a divulgação dos serviços de saúde, mais abordagens criativas, realização de ações preventivas contra o tabagismo e o etilismo, o apoio da gestão e a realização de ações sociais para a comunidade. As abordagens criativas citadas se constituem em metodologias que poderiam facilitar a orientação aos pacientes, de forma que eles possam compreender melhor as informações passadas, além da utilização da troca de experiências como em rodas de conversa, visto que, as práticas culturais da população podem ser de grande contribuição para o atendimento efetivo dos profissionais ACS’s. A utilização da roda de conversa se mostrou uma estratégia eficiente, pois todos os ACS’s tiveram oportunidade de participar e expor suas vivências, bem como as acadêmicas participantes da roda, facilitando assim a troca de experiências, a qual se identifica como uma metodologia eficaz, visto que as vivências das ACS’s ajudam na formação das acadêmicas e as vivências das acadêmicas contribuem para o trabalho das ACS’s. CONSIDERAÇÃOES FINAIS: Este estudo teve grande relevância, pois, por meio dele, pôde-se refletir o quanto é árduo promover mudanças, além de ressaltar que sempre há a influência de hábitos e culturas que não podem ser modificados radicalmente, seja referente à educação, a opinião, a hábitos, a pontos de vistas, etc. Esta mudança de estilo de vida deve ser um trabalho lento e gradual, com mudanças que tenham a possibilidade de serem realizadas. Ademais, cada tipo de cultura possui um tipo diferente de conceito de saúde e cuidado, cabendo aos profissionais conseguir se adequar aos conceitos das culturas em que estão inseridos, o que pode ocorrer por meio da busca ativa por informações, da utilização da educação permanente e da separação entre os conceitos próprios e os conceitos dos usuários, conseguindo compreender que não existe cultura mais correta que a outra, tendo cada uma suas próprias peculiaridades. Outrossim, a realização dessas atividades contribuiu para a formação das acadêmicas, que como futuras enfermeiras poderão trabalhar na estruturação e planejamento de educação permanente nas UBS’s, utilizando-se de propostas criativas e que possam promover mudanças validas e produtivas tanto na unidade, quanto no território adscrito. O fortalecimento de tais competências estimula um olhar diferenciado para os usuários, os quais são seres humanos, que possuem particularidades, individualidades, culturas, que devem ser respeitadas e compreendidas para que passem a ter um atendimento de saúde integral, universal e equânime.

3827 EDUCAÇÃO PERMANENTE: ESTRATÉGIA PARA CONSOLIDAÇÃO DA REDE DE APOIO A SAÚDE MENTAL – REVISÃO INTEGRATIVA
VIVIANE LINS ARAUJO DE ALMEIDA, ELAINE ANTUNES CORTEZ, ALESSANDRA DA SILVA RODRIGUES, WANDERSON ALVES RIBEIRO, MARCOS EDUARDO PEREIRA DE LIMA, ANDERSON FERREIRA DA SILVA

EDUCAÇÃO PERMANENTE: ESTRATÉGIA PARA CONSOLIDAÇÃO DA REDE DE APOIO A SAÚDE MENTAL – REVISÃO INTEGRATIVA

Autores: VIVIANE LINS ARAUJO DE ALMEIDA, ELAINE ANTUNES CORTEZ, ALESSANDRA DA SILVA RODRIGUES, WANDERSON ALVES RIBEIRO, MARCOS EDUARDO PEREIRA DE LIMA, ANDERSON FERREIRA DA SILVA

INTRODUÇÃO: A Política Nacional Educação Permanente em Saúde visa promover a integração ensino-serviço, resultando na melhoria da assistência1. A trajetória da saúde mental no Brasil é pautada pela mobilização e lutas dos trabalhadores e familiares de usuários, e apesar da mudança dos dispositivos para acompanhamento destes usuários desde  a década de 80, “é em 1989 que surge os dispositivos substitutivos e a proposta de extinção progressiva dos manicômios no país2. Em 2011, foi instituído a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), com a proposta de fortalecer o acolhimento e acompanhamento destes usuários nos diversos níveis de assistência, indo ao encontro do que determina as diretrizes do SUS, ampliando a articulação da assistência a saúde para pessoas acometidas de transtorno mental3. OBJETIVO: Analisar o perfil de produções a fim de identificar subsídios para à prática da Educação Permanente na instrumentalização dos conflitos emergidos na equipe multidisciplinar. Este trabalho constitui de um recorte da dissertação de mestrado onde trabalha com artigo de revisão integrativa de literatura na busca por lacunas do conhecimento,  a ser publicado em periódico como parte do produto do mestrado. MÉTODO: Estudo descritivo, de  abordagem qualitativa, tendo como fonte de informação a busca de artigos nas bases de dados CINAHL e SCOPUS e PUBMED através associação de todos os grupos de mesh terms: Interpersonal Relations AND Continuing Education, Interpersonal Relations AND Continuing Education AND Patient Care Team, Interpersonal Relations AND Continuing Education AND Mental Health e Interpersonal Relations AND Continuing Education AND Mental Health AND Patient Care Team, encontrou-se após os critérios de inclusão e exclusão 133 trabalhos. No entanto na leitura dos resumos, verificou-se que somente sete versavam sobre o tema proposto, destes restando 7 a responder a questão do estudo. RESULTADOS PARCIAIS: Em um dos estudos os resultados revelaram uma perspectiva positiva entre as partes interessadas, ao mesmo tempo em que expressam algumas preocupações relacionadas à forma como os problemas de comunicação, a colaboração, o fluxo de trabalho e os padrões de função profissional são refletidos(...). Em outro, que a análise qualitativa do feedback dos técnicos de enfermagem mostrou que o estresse por conflito no local de trabalho estava associado à carga de trabalho e a ausência de um fórum para discutir conflitos de relacionamento que não eram reconhecidos pelos demais. CONCLUSÃO: Embora seja ainda observado lacuna de conhecimento sobre o tema proposto, fica claro que a aprendizagem interprofissional concentra-se menos nos indivíduos e mais na dinâmica coletiva e nas relações sociais e materiais reais envolvidas na prática , proporcionando a oportunidade de (re)formulação a partir das  complexas realidades laborais. Os estudos apontam também temas considerados relevantes como a ausência de perspectiva centrada no paciente e a necessidade de construção dos vínculos entre os profissionais.  

4293 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM AIDPI NEONATAL COM ENFERMEIROS DO DSEI PARINTINS/AMAZONAS: UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA
Rodrigues Ferreira de Souza, Anne Patrícia Fernandes Torres, Carla Alves de Lemos, Greice Nara Viana dos Santos, Katiuscia Matos Costa Cruz, Tsiiary Duarte Pereira

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM AIDPI NEONATAL COM ENFERMEIROS DO DSEI PARINTINS/AMAZONAS: UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA

Autores: Rodrigues Ferreira de Souza, Anne Patrícia Fernandes Torres, Carla Alves de Lemos, Greice Nara Viana dos Santos, Katiuscia Matos Costa Cruz, Tsiiary Duarte Pereira

Apresentação: A Educação Permanente em Saúde pode ser definida como o conjunto de estratégias desenvolvidas em conjunto para construção de novas práticas em saúde e na enfermagem. Partindo deste contexto, o presente relato tem por objetivo descrever como ocorreu a aplicação da educação permanente em Atenção Integral a Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) Neonatal com enfermeiros do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) em Parintins/Amazonas. Desenvolvimento/Descrição da experiência: Trata-se de um relato de experiência sobre o desenvolvimento da educação permanente realizada com enfermeiros que trabalham no DSEI de Parintins/Amazonas realizados nos dia 30, 31 de outubro e 01 de novembro de 2017. A temática foi solicitada pela Coordenadora do Programa de Saúde da Criança e Saúde da Mulher que busca melhorar os indicadores de saúde materno e neonatal dos povos indígenas do referido distrito. Para aplicação da educação permanente e alcance dos objetivos proposto pelo facilitador foi utilizado os recursos materiais e de mídia, a saber: data show para exposição de slides, vídeos, imagens, pré-teste e pós-teste, apostila e manual de quadro do AIDPI Neonatal, construção de peças de teatro, dinâmicas em grupo e avaliação da educação com um questionário estruturado pelo facilitador. Resultados e/ou impactos: Considerado um curso de aprimoramento, atualização em saúde materno e neonatal, a AIDPI neonatal é uma estratégia que fornece ferramentas para o profissional atuar na assistência a mulher e ao neonato. No primeiro dia do curso foi apresentado todo perfil epidemiológico da saúde materno e neonatal no contexto brasileiro, assim como dos povos indígenas e aplicação do pré-teste conforme orienta o caderno do facilitador. Neste mesmo dia foi proposto a construção de grupos para desenvolvimento de peças de teatro para apresentação no último dia. No segundo dia foi exposto em slide e vídeos o manual AIDPI neonatal e manual de quadros, roda de conversa sobre relatos de caso na aldeia e aplicação de exercícios. No terceiro e último ficou destinado à realização de uma estação sobre parto e nascimento e reanimação neonatal como preconiza o manual AIDPI e apresentação dos 4 grupos com peças de teatro por eles elaborados. Ao final foi distribuído um instrumento que avalia a qualidade do curso. O grau de satisfação pontuado pelos enfermeiros ficou registrado como um curso de excelência e de extrema importância para sua assistência aos povos indígenas. Considerações Finais: A redução dos indicadores de morbimortalidade materno infantil/neonatal vem sendo discutido no cenário das politicas públicas de saúde. No contexto da saúde dos povos indígenas alguns fatores como cultura, crenças, costumes e valores ainda interferem no processo de saúde-doença. Portando, a educação permanente possibilita a construção de novos saberes pelos profissionais que dão assistência aos povos indígenas, possibilitando criar estratégias para alcançar seus objetivos.

4856 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE E DESENVOLVIMENTO ADULTO: UM PROJETO DE PESQUISA A PARTIR DE UMA CARTOGRAFIA DAS EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO DE PRECEPTORES NA COMUNIDADE DE PRÁTICAS
Caroline Zamboni de Souza, Maria Claudia Santos Lopes de Oliveira

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE E DESENVOLVIMENTO ADULTO: UM PROJETO DE PESQUISA A PARTIR DE UMA CARTOGRAFIA DAS EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO DE PRECEPTORES NA COMUNIDADE DE PRÁTICAS

Autores: Caroline Zamboni de Souza, Maria Claudia Santos Lopes de Oliveira

Este trabalho apresenta um projeto de uma tese de doutorado em Psicologia que busca investigar a relação entre processos de desenvolvimento adulto e práticas de Educação Permanente em Saúde (EPS) a partir dos relatos de experiência de formação de preceptores na Comunidade de Práticas (CdP). Os objetivos do estudo são: a) identificar e compreender as práticas de EPS e desenvolvimento adulto narradas nos relatos de experiências de formação de preceptores; b) construir dispositivos para ampliação e aprofundamento das narrativas dos Relatos de Experiência dos trabalhadores na perspectiva de explicitar processos de desenvolvimento adulto e EPS; c) facilitar a promoção de EPS e desenvolvimento adulto por meio dos relatos de experiência da CdP; d) analisar as implicações da pesquisadora na facilitação e curadoria de processos colaborativos para ampliação e aprofundamento das narrativas sobre processos de formação de preceptores. Reconhecer a EPS como um processo educacional que se dá a partir da colaboração dos trabalhadores implica problematizar concepções de formação que tradicionalmente vêm sendo desenvolvidas no campo da saúde. Isso significa que os processos educativos não acontecem somente em momentos previamente agendados, planejados ou autorizados. Eles acontecem espontaneamente ou mediados por intervenções intencionais, no encontro entre as pessoas e nos processos de análise que fazem do seu trabalho. Nesse sentido, consideramos tanto o exercício da preceptoria quanto a CdP ferramentas estratégicas para contribuir com o reconhecimento e compartilhamento de saberes que emergem das práticas dos trabalhadores do SUS. A CdP foi desenvolvida no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2012 a partir de uma parceria entre o Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, a Rede Unida e colaboradores. Nela, qualquer cidadão pode criar estratégias de comunicação virtual para compartilhar práticas que tenham relação com a saúde. Apesar de ser aberta a todos, seu foco é o encontro e o compartilhamento de experiências entre trabalhadores do SUS. Ela conta com diferentes propostas de colaboração. Nesse estudo tratamos apenas dos relatos de experiência. A potencialidade dos relatos de experiência contribuem para EPS pode ser vivenciada em experiências como a IV Mostra Nacional de Atenção Básica e a seleção de projetos InovaSUS – Gestão da Educação na Saúde, por exemplo. A preceptoria é uma prática bastante tradicional no campo da saúde e pode ser exercida a partir de diferentes concepções pedagógicas. Optamos por destacar essas experiências pois acreditamos que essa prática ocupa um lugar privilegiado na construção de processos de aprendizagem e desenvolvimento com o trabalho, podendo configurar-se como um elemento estratégico na promoção de EPS e na promoção da cultura do cuidado integral em saúde. Os saberes da Psicologia atrelados ao desenvolvimento humano tradicionalmente marcam o campo da educação, da saúde e do trabalho. As clássicas teorias focadas na descrição das etapas do desenvolvimento humano ou a lógica do desenvolvimento de recursos humanos são um bom exemplo desse modus operandi. Apesar de ainda ser uma prática hegemônica, percebemos que existem diferentes formas de produzir ciência em Psicologia, que fazem um questionamento desse paradigma. Há necessidade de avançar na direção da construção de uma prática profissional que supere as tradicionais concepções individualizantes. Desse modo cabe ressaltar que o desenvolvimento adulto ainda é pouco estudado na Psicologia, diferentemente da infância e da adolescência. A adultez é tida como um momento estável, em que as transformações típicas do desenvolvimento já encontraram sua plenitude e onde a aprendizagem com o trabalho tem uma abordagem hegemônica comprometida com a qualificação da mão de obra para fazer a manutenção da lógica capitalista de reprodução trabalho. Não o reconhece como produção, criação e realização das potencialidades humanas como almeja a EPS. Desse modo estudar as relações entre processos de desenvolvimento adulto e EPS pode potencializar o referencial de educação na saúde que contrapõe a lógica do desenvolvimento de recursos humanos e fortalecer estratégias de formação colaborativa entre os trabalhadores. O contexto de pesquisa está se dando nos relatos de experiência da Comunidade de Práticas. Os relatos são uma ferramenta de compartilhamento de experiências na forma de textos, fotos e vídeos. Partem de uma narrativa pessoal ou grupal do cotidiano de trabalho. A plataforma virtual disponibiliza perguntas norteadoras para fomentar o uso de linguagens que se diferenciem dos tradicionais meios de divulgação da prática profissional (como os relatórios, artigos científicos, resumos ou anais de congressos, por exemplo). Com isso, pretende reconhecer o valor de diferentes formas de expressão, encorajar a aproximação e interação entre os trabalhadores a partir de uma linguagem familiar e acolhedora, facilitando a expressão e a comunicação dos diferentes atores do SUS. Os procedimentos utilizados para gerar as informações da pesquisa estão acontecendo por meio de uma pesquisa-intervenção. Nesse tipo de estudo a produção de conhecimento se dá na relação construída entre os participantes e a pesquisadora, contrapondo-se à crença de que a neutralidade e o distanciamento do cientista são responsáveis pelo “rigor científico”. Parte-se da ideia de que um pesquisador não é um coletor de informações, mas alguém que se produz na relação com o outro e que sempre se modifica e é modificado pelo campo de pesquisa. Problematiza a diferenciação tradicionalmente aplicada entre conhecer e fazer, pesquisar e participar, teorizar e praticar. A pesquisa intervenção está sendo produzida por meio de uma cartografia dos relatos de experiência sobre formação de preceptores. A cartografia propõe-se a investigar processos, acompanhar percursos e por isso provoca uma reversão metodológica. O caminho da pesquisadora não é traçado anteriormente à experiência, mas constituído no encontro com a realidade vivenciada. A pesquisadora, por não ter um horizonte pré-determinado, precisa exercitar diuturnamente a faculdade da atenção e seu compromisso político com a realidade em que está inserida. Seu mapa, seu caminho, é traçado a partir da identificação de potenciais de desenvolvimento adulto e EPS nos relatos de experiência e na criação de dispositivos de facilitação e colaboração com os autores. Há uma aposta nos encontros virtuais que a ferramenta pode promover por meio das ferramentas de colaboração que propõe como os comentários e as avaliações. Hoje, novas tecnologias de comunicação surgiram e vêm possibilitando diferentes estratégias de criação de redes e mobilização entre as pessoas. As redes sociais da internet têm potencial de problematização das narrativas impostas pelos tradicionais meios de comunicação e pelas práticas científicas hegemônicas. Porém, esse potencial não está dado. É o modo como participamos dessas redes virtuais que pode ou não contribuir com a emergência de novas formas e conteúdos de comunicação e produção científica. Dessa forma compreender como podemos facilitar processos de construção e compartilhamento de conhecimentos que fomentem processos de desenvolvimento adulto e EPS é um desafio das pesquisas no campo da educação na saúde. Esse desafio torna-se ainda mais premente quando se vive um momento histórico em que inúmeros retrocesso nas políticas públicas e na democracia seguem avançando em nosso país e trazendo prejuízos a produção da saúde integral.          

5020 AURICULOTERAPIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA SUA UTILIZAÇÃO FEITA PELOS PROFISSIONAIS RESIDENTES NOS TERRITÓRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE
Fablicia Martins de Souza, Sanayla Maria Albuquerque Queiroz

AURICULOTERAPIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA SUA UTILIZAÇÃO FEITA PELOS PROFISSIONAIS RESIDENTES NOS TERRITÓRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE

Autores: Fablicia Martins de Souza, Sanayla Maria Albuquerque Queiroz

Apresentação: do que trata o trabalho e o objetivo A Auriculoterapia constitui da pressão de determinados pontos correspondentes da região da orelha. Essa pressão pode ser realizada através de agulhas de acupuntura ou a  aplicação de sementes em pontos específicos da orelha que ficam presas por adesivos, oferecem excelentes resultados, são práticas e baratas. A aplicação da Auriculoterapia na Atenção Primária à Saúde vem como tratamento complementar e uma ferramenta terapêutica ao medicamentoso, ela vem como auxilio para amenizar inúmeras queixas e dores referentes ao processo saúde-doença. A Auriculoterapia tem seus benefícios comprovados e recomendados no auxílio a tratamentos médicos convencionais. Isto significa que sim, a auriculoterapia funciona e serve para ajudar as pessoas a solucionar diversos tipos de problemas de saúde, mesmo que a pessoa esteja em tratamento médico. Desenvolvimento do trabalho: descrição da experiência ou método do estudo Utilizarmos a técnica nos Centros de Saúde da Família com a aplicação da auriculoterapia. Para isto, é realizada uma escuta inicial do usuário com a aplicação de uma anamnese para diagnosticar quais as possíveis queixas principais, e logo em seguida, é realizada a preparação e higienização do pavilhão auricular para enfim  aplicar. No caso das sementes, elas ficam na orelha do paciente por três dias, durante os quais ele mesmo as usa para exercer pressão nos pontos da orelha, e as retira no quarto dia. O número de sessões necessárias na auriculoterapia varia muito dependendo de paciente, pois cada um tem um organismo próprio. Resultados e/ou impactos: os efeitos percebidos decorrentes da experiência ou resultados encontrados na pesquisa A auriculoterapia consegue dar conta de tratar problemas musculoesqueléticos, como articulações dos joelhos, ombro, tornozelo; distúrbios hormonais, sintomas associados à menopausa. Além de distúrbios da tireoide e problemas menstruais, doenças que afetam os órgãos, tais como úlceras gástricas, asma e alergias, e problemas digestivos. Os problemas emocionais e ansiedade também são tratados, de forma bem eficaz, por este método. Os usuários percebem e chegam até o profissional pra falar o quanto está vendo a eficácia do método e relata que sente o efeito na mesma semana quanto ao alivio de tensões e dores osteomusculares. E com o passar das aplicações é possível ver uma melhora no quadro de queixas das dores. Quando eles procuram a auriculoterapia, já estão se queixando que tomam o medicamento mais que já não está fazendo tanto efeito no seu organismo. Aí reforçamos que a auriculoterapia é uma técnica complementar e não pode ser a única para ajudar no tratamento. Considerações finais É importante para o profissional da atenção básica saber como funciona a auriculoterapia e suas indicações, pois esta é uma técnica que cada vez mais se torna presente em tratamentos realizados por terapeutas para realizar um atendimento personalizado a seus usuários sabendo de todos seus benefícios.

5059 “TODA VEZ QUE EU DOU UM PASSO, O MUNDO SAI DO LUGAR”: O RALI DAS ARTES E AS EXPERIENCIAS COM A EDUCAÇÃO POPULAR NA RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE
Wanessa Brandão, Maria Norma Colares De Serra

“TODA VEZ QUE EU DOU UM PASSO, O MUNDO SAI DO LUGAR”: O RALI DAS ARTES E AS EXPERIENCIAS COM A EDUCAÇÃO POPULAR NA RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE

Autores: Wanessa Brandão, Maria Norma Colares De Serra

O presente relato surge com o intuito de apresentar as vivências de Educação Popular em Saúde desenvolvidas na VI Turma da Residência Integrada em Saúde (RIS) da Escola de Saúde Pública do Ceará a partir da Ênfase Saúde Família e Comunidade em São Gonçalo do Amarante, litoral Oeste do Ceará. A RIS ancorada na Política Nacional de Educação Popular em Saúde, esta realizando uma formação denominada “Roda Gira, o Mundo é Roda” Coordenada pelo Tutor Rafael Rolim. O processo de Educação Permanente desenvolvido a partir do programa da RIS/ESP-CE, possibilita atividades em Educação Popular que buscam a promoção da saúde através da arte, atrelada ao estímulo do diálogo, da problematização, da humanização, da amorosidade, da construção compartilhada do saber, da emancipação e da construção de um projeto democrático e popular para o Brasil. Partimos da compreensão de que outro modelo de sociabilidade é um processo histórico e, ineliminável da realidade social. Processos esses construídos por sujeitos históricos e políticos na arena da hegemonia e da contra hegemonia. A formação citada, estigou(a) intervenções enquanto Assistente Social residente, ancoradas nos fundamentos ético político da profissão, que pautam prioritariamente, a construção de uma sociedade justa, democrática e livre de todas as formas de preconceito e descriminação, e, tem a liberdade como valor ético central. Existem várias convergências entre os fundamentos da Educação Popular sistematizados por Paulo Freire, e os do Projeto ético político do Serviço Social. Podemos ilustrar a construção da autonomia como ferramenta de busca pela liberdade. Essas questões parecem cada vez mais distantes diante do cenário antidemocrático que se encontra o Brasil desde 2016. A Emenda Constitucional que limita os gastos públicos durante 20 anos, a Reforma da Política Nacional de Atenção Básica a Saúde, dentro outros retrocessos, exigem de nosso cotidiano ações permanentes de defesa do SUS, sobretudo, pelo diálogo com a comunidade, em busca de alternativas para o enfrentamento de tal cenário. Percebemos que o Programa autônomo da Residência Artístico Literária Itinerante (RALI) idealizado pela Poeta Maria Norma Colares de Serra, Educadora Popular, Cientista Social e Poeta cearense, também compartilha dos mesmos princípios políticos pedagógicos que buscamos fomentar. Devido aproximação da poeta com a formação em Educação Popular da ESP/CE pudemos desenvolver parcerias nas atividades comunitárias e formativas pautando a Educação Popular em Saúde como um movimento que busca o bem estar mental, físico e espiritual fincado nas culturas populares e demais resistências frente às opressões do capital. O lema “MAIS ARTE, menos acho” surge como estandarte do programa RALI, em especial, pelo reconhecimento da arte e da literatura como elementos políticos e potencializadores de novos modos de sociabilidade e de produzir saúde. Na busca por articular esses elementos nas experiências teórico práticas, a cultura popular do bem viver surge como uma categoria em construção. A valorização dos saberes tradicionais em saúde destacados pela História Oral, a partir da contação de histórias, da comunicação visual interventiva, da mística na ornamentação e da musicalização sertaneja são as bases pedagógicas do RALI. Diversas metodologias são resgatadas do leito histórico da Educação Popular difundida na América Latina, tais como, as cirandas, o Lambe-Lambe, os ciclos de cultura, os jograis, as paródias, etc. Essas atividades são contabilizadas como turnos na comunidade. Ocorrem por exemplo, nas Associações, praças e Unidades de Saúde, onde estamos buscando assessoria junto a Farmácia Viva da Universidade Federal do Ceará em atividades de inclusão produtiva, e, especialmente no fomento ao autocuidado através da fitoterapia. A construção dos Hortos medicinais nas diversas localidades tem sido articulada junto à equipe de Saúde da Família e Comunidade em São Gonçalo, estimulados pela própria população, que de modo geral, ainda utilizam dos saberes tradicionais em saúde, a exemplo do uso da aroeira para cicatrização, do matruz para traumas ósseos, do jenipapeiro do mato, entre outros. A comunidade Amarantina também produz saúde a partir do samba de coco e do reisado, evidenciando a diversidade cultural na região. É nessa troca de experiências que surgem as cirandas com as crianças na Praça da Taíba. Nestes momentos o lazer ganha destaque como elemento do bem-viver. As atividades iniciam com uma rodada de apresentações, usando uma moldura de quadro ornamentada, os participantes respondem as indagações: “Quem sou eu, quem é você, quem somos nós?”. A composição sertaneja da decoração é utilizada como elemento pedagógico de fomento a valorização da identidade nordestina. As contações de histórias estimulam a criatividade das crianças, pois estas são instigadas a inventar e reinventar seus próprios roteiros. A musicalização fica por contas das quengas de coco, que junto aos palitos compõem o enredo da música “O vento voa na praia da Taíba, o vento voa na praia da Taíba...Voa chapéu no morro do chapéu...voa chapéu no morro do chapéu” composta por Maria Norma. A questão ambiental também ganha destaque nos momentos. Reflexões sobre o cenário adverso de ameaça e exploração dos diversos recursos naturais na região de São Gonçalo entram em cena durante as cirandas. A aplicação dos lambes na localidade, destaca a relação entre o lixo, o litoral e a poesia. Percebemos que o Programa da RIS possibilita a inserção no cenário de prática a partir do desenvolvimento de atividades político-pedagógicas que formam na troca entre o saber tradicional e o saber científico, especialmente pelo subsídio da territorialização como processo de reconhecimento da realidade local sobre seus diversos determinantes sociais em saúde. Diante do exposto, reconhecemos que os desafios postos ao SUS na contemporaneidade, a exemplo do modelo de transferências de recursos, demandam intensas ações coletivas e reflexivas nos diversos espaços do cenário de prática. Todos os espaços podem e devem ser utilizados como instrumento de construção de informação com a população, nas salas de espera, na comunidade, nas atividades do Programa Saúde na Escola, nos momentos formativos junto aos profissionais de diversas formações. As atividades quando assumem a troca de saberes e a superação das hierarquias junto à população usuária do SUS, difundem os ideários da Reforma Sanitária e da Luta antimanicomial. A forma lúdica e popular precisa ocorrer de forma crítica e propositiva, reconhecendo os limites de nossa formação sócio-histórica e condição de “Dependência” em relação aos países cêntricos. Os processos e os sujeitos históricos que construíram os campos populares no Brasil precisam ser lembrados, desse modo, não inviabilizaremos as lutas e resistências na construção de um SUS efetivamente universal, integral e que garanta realmente a equidade dentro das desigualdades sociais brasileiras. O fluxo entre a questão social e as políticas públicas é marcado por interesses antagônicos, desse modo os processos pedagógicos como os relatados nesse texto são marcados por desafios, contradições e possibilidades. Ao construirmos estratégias pedagógicas tendo a Educação Popular em Saúde como mediação, assumimos uma posição de enfrentamento ao desmonte do SUS. Sabendo de nossas limitações parafraseamos a poesia de Siba e afirmamos que “Toda vez que eu dou um passo, o mundo saí do lugar”. O RALI das artes e a RIS apesar das limitações estruturais seguem tra(n)çando ações formativas e pautando a Educação Popular em Saúde como mecanismo político pedagógico formativo na defesa do SUS. Isto, porém, só pode acontecer com a participação efetiva do povo brasileiro.

5206 O cinema como instrumento de educação permanente e bem estar profissional na estratégia saúde da família
Amanda Araújo das Mercês, Amanda Thaís Lima de Queiroz, Guilherme Aragão Melo, Millena Maria Santos Silva Fontes, Marcela Santos Silva, Aline da Silva Alves, Priscila Ribeiro Rezende Mergulhão Silveira

O cinema como instrumento de educação permanente e bem estar profissional na estratégia saúde da família

Autores: Amanda Araújo das Mercês, Amanda Thaís Lima de Queiroz, Guilherme Aragão Melo, Millena Maria Santos Silva Fontes, Marcela Santos Silva, Aline da Silva Alves, Priscila Ribeiro Rezende Mergulhão Silveira

No contexto da saúde não se observa com frequência o cinema como instrumento de educação permanente nos serviços e pontos de atenção a saúde para os profissionais, é preciso pensar no cinema como arte que ultrapassa os momentos de lazer. Seu potencial ainda é pouco explorado como estratégia educativa mesmo nos cenários mais profícuos para sua utilização na saúde, como por exemplo, as Unidades de Saúde da Família (USF), onde encontram-se profissionais como agentes comunitários de saúde, médicos(as), enfermeiros(as) e técnicos de enfermagem que precisam regularmente de formações e atualizações sobre diversas temáticas pertinentes a seu universo de trabalho. O presente relato tem por objetivo relatar a experiência de uma equipe de residência multiprofissional com o uso do cinema como recurso na educação permanente, bem como estimular o bem estar no ambiente de trabalho com profissionais atuantes em uma Unidade de Saúde da Família (USF) de Recife. Trata-se de um resumo resultante de um estudo qualitativo, descritivo realizado no período de agosto a novembro de 2016 em uma USF localizada no Distrito Sanitário IV, região metropolitana de Recife-PE. Os Cines Saúdes aconteciam durante um turno, todos pela tarde, uma vez por mês durante 4 meses, em sala própria da Unidade. O ambiente era todo preparado pelos residentes que solicitavam a equipe de profissionais da USF que levassem colchonetes e almofadas para ajudar na organização da sala, bem como, era organizado um lanche coletivo com pipoca e demais comidas levadas pela equipe. Os filmes eram exibidos em aparelho projetor. Através de 4 (quatro) sessões de Cine Saúde realizadas foram discutidos os seguintes temas: 1) Os sentimentos no ambiente de trabalho, 2) A importância do brincar, 3) Saúde Mental na atenção primária, 4) Saúde da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais).Após a exibição do filme acontecia um cine debate mediado pelos próprios residentes, e em alguns por convidados externos que colaboram com as discussões. As falas e comportamentos expressados pelos profissionais sobre as temáticas abordadas revelaram desgaste emocional e insatisfação no ambiente de trabalho, principalmente na atenção primária. O cinema mostrou-se como uma ferramenta que proporcionou lazer, reflexão e aprendizado de modo satisfatório na rotina de trabalho, sendo totalmente viável sua execução em serviços de saúde, mostrando assim, a importância de metodologias que envolvam os profissionais em modos não tradicionais de educação permanente, afastando-se do modelo de educação bancária e verticalizada.

5223 Educação Permanente em Saúde (EPS) para Médicos e Enfermeiros da ESF – Abordagem Multiprofissional e Centrada na Pessoa
Gustavo Shikanai Kerr, Priscila Vieira Pacheco, Daniella Sampaio Zorzi, Natalia Rodrigues Mosca, Wilands Patrício Procopio Gomes, Katia Regina dos Santos Narciso, Daiane Aparecida Dias

Educação Permanente em Saúde (EPS) para Médicos e Enfermeiros da ESF – Abordagem Multiprofissional e Centrada na Pessoa

Autores: Gustavo Shikanai Kerr, Priscila Vieira Pacheco, Daniella Sampaio Zorzi, Natalia Rodrigues Mosca, Wilands Patrício Procopio Gomes, Katia Regina dos Santos Narciso, Daiane Aparecida Dias

Tema – Educação Permanente em Saúde (EPS) para Médicos e Enfermeiros da ESF – Abordagem Multiprofissional e Centrada na PessoaApresentação: Relato de Experiência do trabalho desenvolvido com médicos e enfermeiros em grupos mistos voltado para Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP), Preparação da Consulta, Comunicação e Trabalho com Grupos;Desenvolvimento do trabalho: Dentro da educação permanente em saúde na Estratégia de Saúde da Família, predominam os temas clínicos. Em geral, são abordados separando os integrantes da equipe – médicos/enfermeiros.Em um grupo de treze Unidades de Saúde  oi realizado uma série de treinamentos voltados para os temas MCCP, Preparação da Consulta, Comunicação e Trabalho com Grupos. Construído em equipe multiprofissional (Enfermeiras, Médicos de Família, Psiquiatra e Fonoaudióloga), cada tema era planejado para 4 horas de atividade em grupos mistos de médicos e enfermeiros. O formato escolhido privilegiou metodologias ativas, dramatização e trabalho com relatos de caso. Foram disponibilizadas vagas para todo o público alvo. Resultados e/ou impactos: Cada encontro foi avaliado por meio de questionário Net Promoter Score adaptado que  indicou uma alta porcentagem de satisfação. A equipe que administrou o treinamento percebeu uma grande heterogeneidade no conhecimento prévio e aproveitamento das discussões. Considerações finais:  Durante os encontros observou-se que os temas elencados eram de desconhecimento da maioria dos participantes e as discussões realizadas em grupo focavam em aspectos predominantemente biomédico e curativo. Outro aspecto foi a falta de conhecimento dos profissionais, em reconhecer métodos e estratégias de atendimento que estimulem o paciente a assumir o cuidado da sua própria saúde, autonomia para as práticas de prevenção e promoção à saúde ou adesão ao tratamento. Além disso poucos exploraram ou valorizavam aspectos relacionados a medos e ansiedades do paciente. Para os facilitadores, uma parte dessa deficiência decorre da formação desses profissionais que atuavam nas unidades. Assim fica patente a necessidade de ações voltadas a humanização e formação de profissionais realmente preparados para o cuidado integral

3682 EDUCAÇÃO PERMANENTE, ESTRATÉGIA PARA REDUÇÃO DOS FATORES DE RISCO PSICOSSOCIAL EM TRABALHADORES DE UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
VIVIANE LINS ARAUJO DE ALMEIDA, ELAINE ANTUNES CORTEZ, JULIANA GREGÓRIO OLIVEIRA, JÚLIA FERREIRA, STEPHAN MELRO REGO, LIDIANE PEIXOTO DE ALMEIDA

EDUCAÇÃO PERMANENTE, ESTRATÉGIA PARA REDUÇÃO DOS FATORES DE RISCO PSICOSSOCIAL EM TRABALHADORES DE UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

Autores: VIVIANE LINS ARAUJO DE ALMEIDA, ELAINE ANTUNES CORTEZ, JULIANA GREGÓRIO OLIVEIRA, JÚLIA FERREIRA, STEPHAN MELRO REGO, LIDIANE PEIXOTO DE ALMEIDA

O sofrimento pode ser analisado como um espaço entre o funcionamento psíquico e o mecanismo de defesa. É o limite entre saúde e doença, diante das pressões de trabalho desestabilizadoras, importando como o trabalhador mantém o equilíbrio psíquico, mesmo estando submetido a condições de trabalho desestruturantes. A superação dos desafios representa vencer riscos para a saúde, a segurança e a qualidade do que é produzido. Devido às características do processo de trabalho, como: o ritmo intenso, a realização de atividades repetitivas, as longas jornada de trabalho, a falta de reconhecimento profissional, a alta exposição do profissional a risco físicos, químicos e biológicos, a utilização permanente de tecnologias pesadas e a total dependência do paciente em relação a equipe de enfermagem, assim como o desgaste emocional, o contato constante com o sofrimento, a dor e morte, e a proximidade e envolvimento com a família desse paciente, sem falar do déficit de mão de obra especializada, que possibilita ainda mais que esse trabalho se torne capaz de acarretar estresse ocupacional ao grupo. Dessa forma , tem-se como objetivo identificar os riscos psicossociais no trabalho de enfermagem a fim de refletir sobre a importância de se oferecer ao trabalhador condições de trabalho que minimizem os danos e promovam o bem estar e a saúde mental no ambiente laboral. A justificativa do estudo está pautada na compreensão dos riscos psicossociais em vista das mudanças produzidas no mundo do trabalho, principalmente as ocorridas devido ao aumento da prestação de serviços na saúde, a crescente demanda e as exigências por parte dos usuários, relação interpessoal com os familiares, uso continuo de tecnologias pesadas em relação a esses serviços. Outro aspecto a ser considerado é a escassez de produção científica voltada à discussão do sofrimento psíquico dos trabalhadores em Unidade de terapia intensiva Neonatal. Portanto, há necessidade de estudos que investiguemos riscos enfrentados por esses profissionais no ambiente laboral e divulgação de resultados em eventos científicos. METODOLOGIATrata-se de uma pesquisa exploratória descritiva, de abordagem qualitativa, o tipo de estudo utilizado foi o levantamento bibliográfico, A elaboração deste trabalho de forma sistemática aconteceu em fases distintas compreendidas como: escolha do tema, elaboração do plano de trabalho, identificação, localização, compilação, fichamento, análise e interpretação, e a redação .Após a leitura dos artigos disponíveis na íntegra, foram selecionadas as pesquisas que atendiam os objetivos propostos e os critérios de inclusão e exclusão supracitados na metodologia do estudo, eliminando os artigos repetidos e os que não tinham relação com o assunto proposto pela pesquisa e não abordavam questões pertinentes à habilidade social, burnout e enfermagem, chegando a um total de 11 artigos. RESULTADOS E DISCUSSÃOTABELA 1 - Foram selecionados os artigos observados a seguir para a análise e avaliação do objetivo desse estudo.AUTORESANOTÍTULOBASES DE DADOS/ REVISTA/ VOL (Nº):PÁGCampos, JF(7)2011Avaliação do contexto de trabalho em terapia intensiva sob o olhar da psicodinâmica do trabalhoRev Esc Enferm USP2011; 45(2):363-8Salomé, GM(8)2011Síndrome de Burnout em profissionais de enfermagem que trabalham em uma UTINursing.SãoPaulo;13(153):92-98, fev. 2011Martinato, M et al(9)2010Absenteísmo na enfermagem: uma revisão integrativaRev. Gaúcha Enferm. (Online) vol.31 no.1 Porto Alegre Mar. 2010Carvalho, LSF(10)2010Motivos de afastamento por licença de saúde dostrabalhadores de enfermagemCienc Cuid Saude 2010 Jan/Mar; 9(1):60-66Abreu, RMD(11)2009Ausências por adoecimento na equipe de enfermagem de um hospital de ensinoCienc Cuid Saude 2010 Jan/Mar; 9(1):60-66Marçal MA(12)2009Aspectos psicossociais que afetam a saúde dasTécnicas de enfermagem que trabalham na unidade de tratamento intensivo neonatalRev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009 jan/mar; 17(1):35-0Cavalheiro, AM(13)2008Estresse de enfermeiros com atuação em unidade de terapia intensivaRev. Latino-Am. Enfermagem vol.16 no.1 Ribeirão Preto Jan./Feb. 2008Cruz, ÉJER(14)2008Repercussões da variabilidade na saúde do enfermeiro intensivistaRev. Eletr. Enf. [Internet]. 2008;10(4):1102-13.Avellar, LZ(15)2007Sofrimento psíquico em trabalhadores de enfermagem de uma unidade de oncologiaPsicologia em Estudo, Maringá, v. 12, n. 3, p. 475-481, set./dez. 2007Baggio, MA(16)2007Relações humanas no ambiente de trabalho: o (des) cuidado de si do profissional de enfermagemRevista Gaúcha de Enfermagem 2007;28(3):409-15.Hoga, LAK.(17)2002Causas de estresse e mecanismos de promoçãodo bem-estar dos profissionais de enfermagem de unidadeneonatal.Acta Paul Enferm 2002; 15(2):18-25.Após os procedimentos realizados surgiu uma categoria; Principais fatores de risco psicossocial em trabalhadores de enfermagem e unidade de terapia intensiva neonatal. Categoria 1: Principais fatores de risco psicossocial em trabalhadores de enfermagem e unidade de terapia intensiva neonatal. Os profissionais que trabalham em ambientes considerados críticos, como, por exemplo, as Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal  (UTIN), apresentam mais chances de sofrimento psíquico, tendo em vista a complexidade das ações ali realizadas e o estresse gerado durante a sua realização.Alguns fatores interferem nas condições de trabalho dos profissionais da enfermagem hospitalar. Entre eles encontramos o desenvolvimento rápido e contínuo da tecnologia na área da saúde, a grande variedade de procedimentos realizados, o aumento constante do conhecimento teórico e prático exigido nessa área, a especialidade do trabalho, a hierarquização e a dificuldade de circulação de informação, o ritmo e o ambiente físico, o estresse e o contato com o paciente, a dor e a morte como elementos que potencializam a carga de trabalho, ocasionando riscos à saúde física e mental dos trabalhadores do hospital.A enfermagem, como profissão, é uma profissão voltada para o cuidado. O convívio com a dor, o sofrimento e a morte, apesar de fazer parte da vida profissional da equipe de enfermagem, apresenta-se como forte fator estressante neste meio.O trabalhador da equipe de enfermagem desenvolve suas funções no limiar da vida e da morte, com diagnósticos de doenças crônicas, degenerativas e incapacitantes. Este fato é o principal responsável, em muitos casos, pelo surgimento de danos psicossociais em muitos profissionais nesta área. CONSIDERAÇÕES FINAISDe acordo com o relatado ao longo do estudo podemos concluir que a enfermagem é uma profissão caracterizada como estressante em função da forte carga psicoemocional decorrente da relação enfermeiro-paciente, das exigências físicas, do déficit de trabalhadores, dos turnos prolongados, das condições inadequadas de trabalho,da culpa constante, do limitado poder de decisão, entre outros. Isso contribuipara um maior número de experiências de estresse no trabalho e para o surgimento de doenças.Desta forma ampliamos o nosso olhar sobre o profissional enfermeiro, que não deve ser somente olhado como depositário e transmissor do saber, como líder e executor, mas ter também reconhecido seu valor, visando estabelecer uma autoestima elevada, diminuído assim os índices de adoecimento ligados à atividade profissional exercida. Favorecendo assim uma maior qualidade da assistência prestada.

1129 Formação profissional para o Sistema único de saúde à luz da aprendizagem significativa: um relato de experiência
Glaucilândia Pereira Nunes, Camila Marques da Silva Oliveira, Érica de Castro Duarte, Katherine Jeronimo Lima, Emanuella Cajado Joca, Alexandra da Silva Lima, Fátima Café Ribeiro dos Santos, Maria Rocineide Ferreira da Silva

Formação profissional para o Sistema único de saúde à luz da aprendizagem significativa: um relato de experiência

Autores: Glaucilândia Pereira Nunes, Camila Marques da Silva Oliveira, Érica de Castro Duarte, Katherine Jeronimo Lima, Emanuella Cajado Joca, Alexandra da Silva Lima, Fátima Café Ribeiro dos Santos, Maria Rocineide Ferreira da Silva

Apresentação: Formar profissionais de saúde com habilidades e competências para atuação no Sistema Único de Saúde (SUS) tem sido um desafio importante a ser superado. Com a finalidade de transformar esse cenário foi proposta a Educação Permanente em Saúde (EPS) como uma política de formação de profissionais de saúde baseada na realidade enfrentada pelos mesmos em seu cotidiano profissional. Nesse contexto, a Teoria da Aprendizagem Significativa (TAS) surge como uma importante estratégia para alcançar os objetivos propostos pela EPS. Considerando a complexidade que permeia o campo da saúde, é imprescindível que o processo formativo desenvolva habilidades, pensamento crítico para enfrentamento de situações adversas próprios do cotidiano dos profissionais do SUS, preparando-os para uma atuação comprometida visando a resolução dos seus problemas cotidianos. A aprendizagem significativa na qual a EPS se baseia, propõe a formação dos profissionais da saúde, considerando suas experiências, seus conhecimentos da realidade local e os problemas que estes enfrentam em seu cotidiano para que o conhecimento adquirido seja significativo e capaz de transformar a realidade na qual está inserido. Este trabalho objetiva relatar a experiência de formação de profissionais de saúde para atuarem como tutores em aprendizagem significativa para o SUS no município de Fortaleza. Desenvolvimento do trabalho: O curso de “Capacitação para tutores e facilitadores em aprendizagem significativa para o SUS”, ofertado pela Coordenadoria de Gestão do trabalho e Educação em Saúde (COGTES), proposto para profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) e preceptores das residências da Escola de saúde Pública (ESP), teve início em 30 de agosto de 2017, com a duração de sete encontros quinzenais. Didaticamente, o mesmo dividiu-se em quatro módulos, nos quais trabalhou-se os temas: metodologias, competências, habilidades e novas ferramentas. A proposta de ensino-aprendizagem do curso baseia-se na TAS, trabalhando com teorias como a espiral construtivista e o arco de Maguerez. Diversas metodologias ativas foram empregadas nessa formação que tem se traduzido em um inovador processo formativo para os participantes dessa vivência. Resultados e/ou impactos: O grupo iniciou o curso com curiosidade e disposição para aprender sobre um tema, até então, desconhecido pela maioria. No percurso do processo formativo, os educandos foram impelidos a desenvolver autonomia, reflexão crítica e tomada de atitudes diante de situações problematizadoras que geravam discussões para chegar a um consenso grupal. A TAS visa o desenvolvimento não só de conhecimentos científicos, entendendo que o aprendizado perpassa também pelo campo das emoções, interagindo com os conhecimentos prévios para a ressignificação desse conhecimento e sua aplicabilidade para transformar a turbulenta realidade enfrentada por esses profissionais do SUS na ESF. Considerações Finais: No trajeto do curso, percebemos a relevância dessa metodologia para a formação de profissionais de saúde capazes de atuar de maneira mais satisfatória em situações desafiadoras enfrentadas no campo da saúde. Atuar no cenário complexo da ESF, exige uma formação mais ampla desses profissionais, nesse sentido, novas metodologias de ensino e aprendizagem devem ser empregadas de maneira a atender as propostas da EPS e as demandas das comunidades assistidas.