88: O desafio da interprofissionalidade no ensino e no serviço
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: FCA 02 Sala 08 - Tucandeira    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
956 Helô – mais que um CID, uma lição de vida
Naila Feichas

Helô – mais que um CID, uma lição de vida

Autores: Naila Feichas

Relato de vivência da médica da equipe de saúde da família, sobre acompanhamento de pessoas em sofrimento mental. Discutiremos princípios do SUS e da Medicina de Família e Comunidade: cuidado longitudinal, vínculo, medicina centrada na pessoa, competência cultural ou antropologia da saúde, reconstruindo através da narrativa da médica, sua história com Helô. Conheci Helô há 07 anos quando sua Agente de Saúde entrou no consultório apreensiva pois a comunitária estava agitada e queria consulta. Helô me explicou que fazia acompanhamento no Hospital Psiquiátrico mas, como ele estava sendo fechado, não sabia onde conseguir suas receitas de medicação controlada. Estava em uso de Fluoxetina, Levopromazina, Risperidona e Carbonato de Lítio. O pai lembra que sempre foi uma criança difícil para dormir e que a doença começou aos 15 anos de idade, vindo a piorar após o parto do segundo dos seus 3 filhos. Eu já acompanhava seu pai, Sr.Riba e ele me contou que tinha uma sobrinha parecida com Helô. O próprio Sr.Riba costumava ter umas “viagens sem sair da cadeira, doutora” como ele me contava – alucinações? Mas nunca passou disso e ele gostava, eram agradáveis e eu brincava dizendo que ele viajava sem precisar pagar passagens; Sr.Riba acha graça dessa nossa conversa até hoje. Helô aprendeu a fazer bonecas de pano no hospital psiquiátrico e vive disso. Ao nos conhecermos e me pedir as receitas disse “sou F20”! Tentei saber mais sobre ela, o que sentia, porque tomava os remédios e porque tanto medo de ficar sem eles e ela só repetia “sou F20”. Recebíamos residentes de psiquiatria na época e pedi permissão para Helô para fazermos uma consulta juntas com a residente; ela aceitou. Insistia bastante para que cada residente, foram ao menos 4 ao longo de um pouco mais de um ano, investigasse os sintomas de Helô e se interroga-se sobre seu diagnóstico até que uma residente iluminada e sensível, percebeu que Helô não era F20! Esta auto-denominação sempre me incomodou pois havia tanta vida em Helô e o CID 10 que ela se auto-intitulava, resquícios do hospital psiquiátrico, estava redondamente enganado! Helô tinha Doença Bipolar. Ela não era um CID, muito menos F20 (esquizofrenia)! Fomos reconstruindo sua história: negava delírios e/ou alucinações; apresentava choro lábil, insônia, pressão de fala, irritabilidade e labilidade emocional com consciência preservada. Começamos a modificar sua medicação; hoje ela usa Carbonato de Lítio, Prometazina e Fluoxetina. Ela me contava que tinha que fazer tudo sentada pois não tinha energia pra nada! Com a mudança da medicação, me perguntou: “por que fizeram isso comigo? Me roubaram 15 anos de vida!” Hoje, está super-bem, tem ouvido música e dançado! Dorme bem, arruma a casa, começou a fazer dieta (perdeu 12Kq em um ano). ”Estou 100%!” Sua fala sempre me toca profundamente! Ela agradece por ter sua vida de volta. Montou uma lojinha e vende as bonecas que faz. Enfrentou a morte de seu companheiro este ano. Fofão, como era conhecido, teve uma pancreatite, tinha obesidade mórbida. Helô mais uma vez me comoveu me consolando com a perda de Fofão e explicando que ele sofreu muito nos dias em que esteve internado e que precisou partir, antes dela. As bonecas de Helo são como ela: lindas, cheias de vida e de alegria.

2089 Interdisciplinary education at the University of Bologna: facilitating and impeding elements
Gloria Raguzzoni, Andrea Ubiali, Sara Bontempo Scavo, Francesco Sintoni, Brigida Lilia Marta, Ardigò Martino

Interdisciplinary education at the University of Bologna: facilitating and impeding elements

Autores: Gloria Raguzzoni, Andrea Ubiali, Sara Bontempo Scavo, Francesco Sintoni, Brigida Lilia Marta, Ardigò Martino

Introduction and objective: In order to manage increasingly complex health issues, modern health systems should overcome fragmentation and provide integrated and comprehensive healthcare. The World Health Organization suggests interprofessional education as a key strategy to train healthcare professionals suitable to form collaborative practice teams which, in turn, can provide better health services to patients and communities. Despite available evidence supporting interprofessional education, the Italian academic system is still strongly characterized by a monodisciplinary learning. An experimental interdisciplinary elective course was set up within the University of Bologna. Aim of our study was to analyse facilitating and impeding elements for interdisciplinary education, starting from our local experience.Methods: The Centre for International Health organized in 2016/2017 a Global Health elective course at the University of Bologna. The course was designed to create a facilitating setting for interdisciplinary learning, encouraging participation of students from all possible faculties. Mixed qualitative methodologies were used to assess students’ perceptions about the course. Data obtained through participant observation, satisfaction survey and focus group were analysed and then triangulated with international scientific literature.Results: 37 students from different faculties were involved, creating a quite heterogeneous group, in relation to age, origin and course year. Thematic analysis showed several impeding elements to interdisciplinary education: a traditional curriculum centred on mono-disciplinarity, a hidden curriculum characterized by professor-student hierarchical relation and individualist behaviour characterizing the main part of the students. Shortage of professors able to teach in a multidisciplinary setting and lack of dedicated spaces and time for interprofessional education were also identified as structural negative factors. Facilitating elements for the engagement and active participation of the students were: the use of informal interactive teaching methodologies, problem-based learning and group-work as horizontal learning tools. These activities, contextualized in a multidisciplinary setting, allowed collective empowerment along with knowledge and competence transfer among students.Conclusions: In an experimental context, such as the Global Health elective course, the facilitating elements can easily be adopted to implement effective interdisciplinary learning. On the contrary impeding elements cannot be completely overcome unless a long-term systemic approach is adopted. 

2691 A Interdisciplinaridade do cuidado nos cursos de saúde da UFRJ Macaé– Um relato de experiência
Marcia Viana, Alessandra Aniceto, Alexandre Fernandes Corrêa, Ana Eliza Port Lourenço, Inês Leoneza de Souza, Joelson Rodrigues, Marcos Vieira Ferreira

A Interdisciplinaridade do cuidado nos cursos de saúde da UFRJ Macaé– Um relato de experiência

Autores: Marcia Viana, Alessandra Aniceto, Alexandre Fernandes Corrêa, Ana Eliza Port Lourenço, Inês Leoneza de Souza, Joelson Rodrigues, Marcos Vieira Ferreira

A experiência: No dia 27 de setembro de 2017 foi realizado no Polo Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé o I Seminário Interdisciplinar sobre o Cuidado, e reuniu docentes e discentes de diferentes cursos da área de saúde e das ciências sociais para refletirem sobre o cuidado na formação e para o seu desempenho.  Nos cursos de formação em saúde, há uma pedagogia velada que prioriza acostumar o olhar do estudante para valorizar e considerar apenas os aspectos técnicos do cuidado com o corpo, para os quais sua profissão tem vasto arcabouço de procedimentos e conhecimentos científicos específicos. O cuidado é comumente pensado como ação complementar para maior eficácia da atenção básica e do manejo em saúde de modo mais generalizado.  Ao transcender esta visão tecnicista, o cuidar adquire o sentido de atenção aos modos de expressão dos sujeitos, inclusive em ambientes onde não se aposta somente na cura de doenças.  Na formação acadêmica, por exemplo, o cuidado pode modelar projetos de vida, construir identidades, fortalecer confianças e consolidar  reciprocidades nas conquistas. Estas reciprocidades podem constituir os  traços principais a serem considerados na compreensão das interações entre trabalhadores da saúde, docentes, discentes e usuários como modos  de convergir práticas de cuidado, saúde e projetos de felicidade. O cuidado como valor numa categoria de atenção ao outro enfatiza o diálogo, a reflexão e a crítica amorosa e responsável sobre as questões que nos inquietam e nos desassossegam.  O objetivo: Refletir sobre os espaços disponíveis para discussão do cuidado enquanto categoria de expressão subjetiva na formação em saúde. A discussão: A discussão contou com reflexão sobre os aspectos transculturais das relações e as diferentes formas de cuidado que as singulares expressões da subjetividade apresentam e que devem integrar a visão de atenção à saúde e ainda,  sobre uma formação atenta ao cuidado com o estudante no espaço universitário, onde os deslocamentos de cidades e afastamentos familiares podem contribuir para maior vulnerabilidade subjetiva. Os resultados: aqueles imediatamente encontrados foram encontrar  no corpo docente envolvido no seminário ampla receptividade e cuidado com o tema.  Nos portifólios dos alunos participantes observou-se engajada discussão sobre o evento, caracterizando a boa aceitação e relevância do tema, que clama ser mais difundido e discutido na comunidade acadêmica.

2909 FORMAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE: EXPERIÊNCIA DE UMA FEIRA EDUCATIVA EM SAÚDE DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA
Julianna Joanna Carvalho Moraes de Campos Baldin, Daiene Rosa Gomes, Marcos Pereira Santos

FORMAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE: EXPERIÊNCIA DE UMA FEIRA EDUCATIVA EM SAÚDE DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA

Autores: Julianna Joanna Carvalho Moraes de Campos Baldin, Daiene Rosa Gomes, Marcos Pereira Santos

CONTEXTUALIZAÇÃO A formação interprofissional e interdisciplinar têm despertado interesse das instâncias políticas e das instituições de ensino superior responsáveis pela formação de profissionais da saúde, reforçando a importância dessa vivência para a melhoria do cuidado em saúde. A interdisciplinaridade contempla o reconhecimento da complexidade crescente do objeto das ciências da saúde e a consequente exigência interna de um olhar plural. Entendendo a importância da interdisciplinaridade na formação em saúde, o presente estudo tem o objetivo de relatar a experiência de uma Feira Educativa em Saúde planejada entre as disciplinas de Educação em Saúde e Proliferação Celular, com os discentes do sexto período do curso de Medicina da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA A Feira Educativa em Saúde foi planejada pelos docentes das disciplinas de Educação em Saúde e Proliferação Celular e almejavam que os discentes pudessem levar para a população o conhecimento adquirido em sala de aula, e, assim, promover saúde através da abordagem educativa acerca da prevenção e conscientização de alguns tipos de câncer. Desta forma, os discentes realizaram desde a escolha de qual tema gostariam de trabalhar até a criação de projetos educativos, até a execução da atividade numa praça pública. Os discentes realizaram uma ação educativa sobre diversos tipos de cânceres, explicando as possíveis formas de prevenção, tendo o desafio de adequar a linguagem, para uma melhor compreensão da população, explicando a importância de se prevenir e de se conhecer os sinais e sintomas de cada um dos tipos de câncer abordados. As campanhas abordaram leucemia, câncer de pele, câncer colorretal e câncer de mama. Ainda em tempo, um grupo sentiu a necessidade de abordar todos os sinais e sintomas geralmente encontrados em cânceres infantis, com o objetivo de orientar os pais, e outro grupo decidiu explicar sobre os hormônios e as terapias de reposição hormonal e anticoncepcional, afinal ainda existem muitos estudos controversos acerca da influência de hormônios no desenvolvimento de cânceres femininos. Para efetuar a análise dos nossos alunos, convidamos uma equipe de professores da Saúde Coletiva da UFOB, para que pudessem avaliar a linguagem e se o objetivo havia sido alcançado. IMPACTOS O desenvolvimento dessa Feira possibilitou uma construção coletiva, autônoma, crítica e emancipadora entre os discentes, sendo trabalhados diversos aspectos fundamentais do cuidado, da gestão e da educação em saúde, trazendo-os para reflexão mais próxima da realidade. Foi bastante interessante e gratificante ver os alunos se esforçando para falar a linguagem informal e popular, saindo do ambiente acadêmico, humanizando a Medicina e discutindo a importância do cuidado ampliado e humanizado em saúde. Ratifico, ainda, a importância de se trabalhar a interdisciplinaridade na formação de estudantes da medicina, possibilitando o desenvolvimento de médicos diretamente envolvidos com o cuidado em saúde da população. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por fim, afirmo a importância de ações de educação em saúde, em que não só trabalha a interdisciplinaridade, mas, proporciona que o aluno compartilhe com a população o conhecimento adquirido na Universidade e, além disso, possa ser um agente promotor de saúde.

3036 Educação interprofissional na graduação em saúde: significado da experiência de ensino e disponibilidade de estudantes na Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Ramona Fernanda Ceriotti Toassi, Luciane Inês Ely, Everson Meireles, Marina Peduzzi

Educação interprofissional na graduação em saúde: significado da experiência de ensino e disponibilidade de estudantes na Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Autores: Ramona Fernanda Ceriotti Toassi, Luciane Inês Ely, Everson Meireles, Marina Peduzzi

Apresentação: A educação interprofissional constitui-se uma abordagem pedagógica importante nos currículos dos cursos da saúde, uma vez que busca desenvolver nos estudantes competências para o trabalho em equipe, comunicação, liderança e a habilidade de identificar e atingir objetivos comuns no processo de cuidado. No Brasil, experiências que busquem o desenvolvimento de competências para a interprofissionalidade ainda são restritas. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), desde 2012, é oferecida uma disciplina integradora dos cursos da saúde intitulada ‘Práticas Integradas em Saúde I’ (PIS I). Considerada inovadora nessa Universidade por sua característica multiprofissional, a disciplina proporciona vivências entre diferentes profissões em cenários de prática no Sistema Único de Saúde (SUS). Participam da proposta quinze cursos: Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Políticas Públicas, Psicologia, Saúde Coletiva e Serviço Social. A pesquisa apresenta dois objetivos principais. O primeiro é compreender os significados da vivência multiprofissional na atividade de ensino integradora, analisando seu potencial para a educação interprofissional. O segundo, em desenvolvimento, pretende comparar a disponibilidade para o aprendizado interprofissional e colaborativo entre os estudantes que cursaram a PIS I e os que não a cursaram. Metodologia: Trata-se de um estudo quanti-qualitativo. A produção de dados qualitativos foi constituída pela análise documental, entrevistas individuais semiestruturadas com egressos, estudantes e gestor universitário (n=24), grupo focal com professores (n=11), observação participante com registros em diário de campo. A amostra foi intencional definida pelo critério da saturação e densidade do material textual. Os dados foram interpretados pela análise temática de conteúdo de Bardin. Já os dados quantitativos foram coletados a partir da aplicação online da versão validada para língua portuguesa da Readiness for Interprofessional Learning Scale (RIPLS) com adaptações. Está em andamento a Análise Fatorial Confirmatória e do índice de consistência interna alfa de Cronbach para validação da versão em português da RIPLS na amostra de estudo. O estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: A experiência na disciplina possibilitou aprendizagens sobre o SUS (território, rede de saúde, Estratégia Saúde da Família) e compreensão sobre as diferentes profissões da saúde e prática colaborativa (comunicação, clareza dos papeis e competências das profissões, compreensão da relação de interdependência entre as profissões e atenção centrada no usuário). Desafios pedagógicos de organização das atividades nos cenários de prática (planejamento das tutorias) e limitação de tempo e de espaços institucionalizados para o compartilhamento das experiências entre os estudantes que representam diferentes profissões foram destacados. Considerações finais: A disciplina integradora apresenta-se como um potente cenário para o desenvolvimento da EIP na graduação. Para a consolidação dessa proposta, entretanto, é preciso assegurar momentos presenciais para o compartilhamento das percepções sobre a vivência no território entre os estudantes e professores e profissionais da saúde, bem como espaços de educação permanente para o grupo dos professores tutores que nela atuam. Cabe à gestão da Universidade investir na ampliação das atividades de ensino compartilhadas entre as profissões da saúde, e à comunidade acadêmica se comprometer com as propostas de inte(g)ração.

3043 Humanização na Saúde: o Sociopsicodrama como dispositivo de intervenção em grupos multidisciplinares
Marília Meneghetti Bruhn, Kim Ouakil Boscolo, Lilian Rodrigues Cruz

Humanização na Saúde: o Sociopsicodrama como dispositivo de intervenção em grupos multidisciplinares

Autores: Marília Meneghetti Bruhn, Kim Ouakil Boscolo, Lilian Rodrigues Cruz

Este relato de experiência tem como objetivo problematizar o Sociopsicodrama como dispositivo de intervervenção, o qual possibilita a intensificação de processos de subjetivação e criação coletiva entre grupos multidisciplinares da área da saúde. O percurso metodológico  para compor esse relato inclui registros do Diário de Campo - com anotações dos coordenadores dos grupos e comentários dos participantes - aproximações entre a Socionomia, de Jacob Levy Moreno, e a Esquizoanálise, de Deleuze e Guattari. Durante o ano de 2017, foram realizadas quatro edições das Oficinas de Humanização na Saúde em Porto Alegre, promovidas pelo coletivo “Grupo 3 de Nós” e divulgadas em parceria com a Liga de Psiquiatria e Saúde Mental da UFCSPA/UFRGS. Em cada edição, havia grupos com diferentes participantes voluntários compostos por trabalhadores e estudantes de diferentes áreas profissionais como psicologia, medicina, nutrição, fonoaudiologia, fisioterapia, enfermagem e administração que atuavam no sistema de saúde brasileiro. A unidade funcional, formada por uma diretora e uma ego-auxiliar, também participava da composição de cada grupo, que tinha no total de cinco a quinze participantes. A partir de ações dramáticas, os participantes dos grupos puderam entrar em contato com situações que demandavam corresponsabilização e construções coletivas que acolhem singularidades. As dramatizações foram co-construídas pelos participantes do grupo a partir de articulações entre relatos pessoais, sem que houvesse uma hierarquização de saberes. Na concepção do Sociopsicodrama, a criação coletiva é entendida como a ação conjunta da espontaneidade criadora. Sendo assim, todos os participantes são considerados pesquisadores e são corresponsáveis pelo curso não só da dramatização, mas de todo o trabalho grupal. Na primeira edição, foi escolhido o desafio de lidar com diferenças culturais e crenças religiosas entre funcionários e usuários do sistema de saúde. Na segunda, a relação entre as tecnologias duras e as tecnologias leves foram colocadas em questão - até que ponto materialidades como fotos e prontuário interferem no acolhimento e vínculo com o paciente? Na terceira, trabalhamos com um hospital que utilizava apenas recursos materiais e saberes biomédicos, desconsiderando a importância das tecnologias da relação entre colegas de trabalho, movimentos sociais, gestores e pacientes. Na quarta, o tema foi a falta de corresponsabilização do paciente nas decisões a que lhe dizem respeito. Em todas as edições também emergiram temáticas que perpassam as cenas como o racismo, a desigualdade de gênero e a hierarquização dos participantes do sistema de saúde. Ao final de cada dramatização, o compartilhamento foi o momento em que cada um expressou como estava se sentindo após vivenciar as dramatizações. Os participantes relataram que conseguiram entrar em contato com as suas emoções, sentindo-se empoderados para acolher a multiplicidade de modos de vida e encontros que atravessam os serviços de saúde. Assim, os encontros sociopsicodramáticos foram experienciados como dispositivos de questionamento de práticas instituídas e potencialização de fluxos instituintes nos quais a espontaneidade possibilita novas formas de se viver junto.

3316 Educação Multidisciplinar em Saúde no Atendimento de Transgêneros: Um Relato de Experiência
Davi Emmanuel Malcher de Carvalho, Gabrielly da Silva Costa, Ana Flávia Ribeiro Nascimento

Educação Multidisciplinar em Saúde no Atendimento de Transgêneros: Um Relato de Experiência

Autores: Davi Emmanuel Malcher de Carvalho, Gabrielly da Silva Costa, Ana Flávia Ribeiro Nascimento

Trata-se de um relato de experiência acerca de um evento de formação continuada para acadêmicos, docentes, profissionais da área da saúde e comunidade em geral sobre atendimento de pessoas trans nos serviços de saúde, promovido pelo SCORP (Comitê Local de Direitos Humanos e Paz) da IFMSA Brazil (Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina) – Regional Norte 2. O evento ocorreu no dia 20 de maio de 2017, em Santarém – PA, no auditório da Universidade do Estado do Pará – Campus XII (UEPA), e também foi realizado no dia seguinte, em Belém – PA, na Universidade Federal do Pará (UFPA). O objetivo dos organizadores – que também são autores deste relato – foi propiciar uma capacitação para o público alvo acerca das necessidades específicas em saúde da população trans que, apesar da Política Nacional de Saúde Integral a Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros instituída pela portaria N° 2836/2011 do Ministério da Saúde, sofre constantemente com a marginalização e a discriminação dentro dos próprios serviços de saúde. O evento contou com palestras durante a manhã sobre transfobia, relação profissional-paciente no atendimento a pessoas trans e aspectos psiquiátricos e psicológicos da transexualidade, ministradas por médicos, enfermeiros, psicólogos, antropólogos e docentes de várias instituições de ensino superior. Durante a parte da tarde, aconteceu uma roda de conversa com todos os presentes que se discutiram os temas trabalhados pela manhã. De acordo com as pessoas trans e representantes do movimento LGBT que estavam no evento, ainda há muita dificuldade no acesso de serviços específicos à população trans, como o de ambulatórios de endocrinologia, infectologia e clínica cirúrgica. Outro problema mais sério relatado é que essa população se sente excluída até mesmo da atenção básica, devido a constante menosprezação dos seus problemas de saúde, constituindo assim uma grande violação aos princípios da Universalidade e da Integralidade instituídos pela Lei Orgânica do Sistema Único de Saúde. Essas pessoas também afirmaram ter o seu direito ao uso do nome social constantemente violado em ambientes hospitalares, causando constrangimento e gerando processos contratransferenciais negativos, que acarretam abandono do tratamento do paciente transexual ou travesti, ou resistência em procurar novamente outros serviços de saúde. Os acadêmicos de outras instituições e cursos de graduação em saúde discutiram a enorme lacuna que existe durante a formação dos profissionais da saúde no que tange o atendimento humanizado da população LGBT, apontando falhas nos componentes curriculares que abordam Saúde Sexual e Humanidades Médicas (recentemente adotado em algumas escolas médicas do país). A partir do que foi discutido, reforçou-se a ideia que a formação dos profissionais da saúde também deve se ater a questões sociais e que é preciso uma urgente reforma nas grades curriculares dos cursos de graduação em saúde do país. Posteriormente, as soluções encontradas pelos participantes do evento foram apresentadas em reunião pública à coordenação da UEPA e a representantes do movimento LGBT que estudam formas de mudar o panorama detectado.

3509 Genograma e ecomapa: estratégia para compreensão da estrutura e da dinâmica familiares nas visitas domiciliares.
Jacqueline do Carmo Reis, Marcelo Ribeiro da Silva, Adriana Diniz de Deus, Maria dos Anjos Lara Lanna

Genograma e ecomapa: estratégia para compreensão da estrutura e da dinâmica familiares nas visitas domiciliares.

Autores: Jacqueline do Carmo Reis, Marcelo Ribeiro da Silva, Adriana Diniz de Deus, Maria dos Anjos Lara Lanna

Compreender a estrutura e a dinâmica familiares, as relações entre os seus membros e como se organizam as redes de apoio e sustentação sociais para o cuidado em saúde é fundamental para a gestão do cuidado no domicílio realizado pela equipe multiprofissional de saúde. Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência da utilização do genograma e do ecomapa durante as visitas domiciliares realizadas por alunos dos cursos de Biomedicina, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina e Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, unidade Betim, que participaram do Projeto de Extensão “Bem Viver com Saúde Itapuranga”, realizado naquela cidade, no Estado de Goíás. Entre os dias 11 e 15 de dezembro de 2017, foram realizadas aproximandamente 150 visitas domiciliares pelos alunos dos 5 cursos citados e o uso do genograma e do ecomapa permitiu que estes visualizassem a estrutura familiar, como esta se interage com o ambiente social e entre seus próprios membros, as situações de risco que levam ao adoecimento e às vulnerabilidades sociais. Durante as visitas domiciliares, os alunos depararam-se com situações clínicas complexas e condições socioeconômicas muitas vezes precárias, o que exigiu uma ampliação dos olhares e um recorte no saber de cada núcleo profissional, uma vez que as pessoas cuidadas apresentavam demandas diversificadas na sua singularidade. O uso do genograma e do ecomapa mostrou-se vital para a coleta das informações, que dispararam reflexões entre os alunos acerca dos problemas encontrados, permitindo a estes uma maior visualização das relações existentes na família e, consequentemente, enriquecendo a construção do conhecimento. Seu uso impôs, também, o desenvolvimento de saberes e habilidades para proposição de ações e intervenções nos contextos familiar e comunitário, de acordo com as necessidades dos sujeitos e das famílias visitadas durante a realização da ação extensionista.  

519 Vivências Interprofissionais Inovadoras da Liga Interdisciplinar de Saúde da Criança no Oeste da Bahia
Mússio Pirajá Mattos, Daiene Rosa Gomes

Vivências Interprofissionais Inovadoras da Liga Interdisciplinar de Saúde da Criança no Oeste da Bahia

Autores: Mússio Pirajá Mattos, Daiene Rosa Gomes

Apresentação: As práticas interprofissionais têm despertado interesse das instâncias políticas e das instituições de ensino superior responsáveis pela formação de profissionais da saúde, reforçando a importância dessa vivência para a melhoria do cuidado em saúde. A educação interprofissional em saúde pode ser compreendida como uma ação em que os educandos de áreas diversas compartilham seus saberes e a partir da interação de trabalho em equipe, contribuem para o melhor cuidado aos usuários. As práticas das equipes integradas são caracterizadas pela colaboração, respeito mútuo e confiança, fundamentada no reconhecimento do papel profissional das diferentes áreas, com interdependência e complementaridade dos saberes e ações. Para a mudança das práticas na perspectiva do trabalho em equipe de saúde é necessário que haja um redirecionamento dos valores em que está ancorada a prática profissional, da fragmentação, hierarquização, trabalho individualizado, e modelo biomédico hegemônico, para a integração, democratização das relações de trabalho e integralidade das ações de saúde. Desse modo, pode-se dizer que o trabalho em equipe representa um componente de reorganização das práticas de saúde com recomposição, articulação e integração profissional, que se justifica mediante mudanças concomitantes do modelo de atenção à saúde na perspectiva da integralidade. A proposta da interdisciplinaridade busca reconhecer e dar viabilidade à interdependência entre as disciplinas com interação e reciprocidade dos especialistas de diferentes áreas, em prol da construção de um saber integrado, para superar a fragmentação e possibilitar a compreensão da complexidade da realidade. A educação interprofissional em saúde reforça a relação direta da formação com o trabalho, ou educação contextualizada na realidade de trabalho, mediante a estreita conexão entre saberes e práticas, para superar a racionalidade positivista científica, enfrentar o antagonismo entre a lógica profissional que preconiza o núcleo do saber de cada área, com a diferenciação profissional em contraposição à necessária lógica da colaboração profissional, como uma condição de qualificação das práticas de saúde para educação e prática interprofissional. As grades curriculares dos cursos de graduação já não são suficientes para o preparo do acadêmico, sendo assim, os alunos buscam as Ligas Acadêmicas, através de uma formação de currículo informal, para serem diferentes daqueles que se baseiam na grade comum das Instituições de Ensino Superior. Aprender com entusiasmo também é um fator contributivo para procura das Ligas Acadêmicas, tratando-se de atividades que o aluno pode qualificar seu currículo, atuar junto à comunidade, além de ser um espaço livre de formalidades acadêmicas e poder escolher participar ou não. Objetivo: Relatar a experiência de vivências interprofissionais com uso de metodologias ativas no processo de ensino e aprendizagem da Liga Interdisciplinar de Saúde da Criança (LISC) no Oeste da Bahia. Descrição e impactos da experiência: A LISC é formada por educandos dos cursos de saúde da Universidade Federal do Oeste da Bahia e de outras Instituições de Ensino Superior do Município de Barreiras, permitindo a formação de um grupo multiprofissional com estudantes dos cursos de Medicina, Enfermagem, Farmácia, Nutrição, Psicologia e Fisioterapia. Esse agrupamento contribuiu para que os membros da Liga vivenciassem o tripé ensino-serviço-comunidade, discutindo as práticas de saúde de forma interdisciplinar, adotando uma perspectiva problematizadora e integrada ao desenvolvimento e às experiências de saúde e doença, por meio das Metodologias Ativas (MAs). A LISC trata-se de um espaço destinado a discussão de temas de interesse a saúde materna e infantil, fortalecendo a interação entre estudantes, profissionais, universidade, comunidade de forma humanizada. As MAs surgem como uma alternativa de mudança para o processo ensino-aprendizagem. Elas podem ser compreendidas, também, como uma concepção educativa que estimula processos construtivos de ação-reflexão-ação, em que o estudante tem uma postura ativa em relação ao seu aprendizado numa situação prática de experiências, por meio de problemas que lhe sejam desafiantes e lhes permitam pesquisar e descobrir soluções, aplicáveis à realidade. Foi realizado um arranjo metodológico estratégico com a participação dos educandos em equipes multiprofissionais, ou seja, grupos que representassem cursos distintos. Essa metodologia representou um arranjo inovador, não apenas pela forma inusitada, mas especialmente no que ela representa. Quando falamos num arranjo multiprofissional nos referimos a uma equipe de trabalho onde o aluno deixa de ser, ele sozinho com suas habilidades e, passa a juntar sua equipe de trabalho, onde há comunicação, passando a intervir sobre a realidade do serviço de saúde e atender a necessidade de saúde dos usuários com suas habilidades profissionais. Os alunos eram responsáveis por problematizar as atividades e o conteúdo teórico-prático, juntamente com a equipe, com o objetivo de realizar intervenções efetivas no contexto de cada realidade e propor mudanças. As equipes definiram estratégias de trabalho e organizaram as apresentações teóricas e, também, de maneira lúdica com construção de banners, folders, caixa de medicamentos, bonecos e peças anatômicas referente às mamas. O acompanhamento das avaliações dos membros das equipes multiprofissionais ficou sob responsabilidade dos membros das equipes, assim como, dos ouvintes. Os temas discutidos pelos grupos foram: Intercorrências mamárias relacionadas à lactação; Maternagem: Amamentar é muito mais que alimentar; Cuidando da amamentação e alimentação do seu bebê; Amamentação: nutrição, proteção e amor para o seu bebê; Posicionamento da mãe com o bebê durante a lactação; Uso de medicamentos durante a gestação e lactação; Como as relações familiares podem ser afetadas no processo de aborto e a Influência do transtorno do espectro autista nas relações familiares. É importante formar profissionais com conhecimentos, habilidades e atitudes para trabalhar em equipe e percepção dos fatores biopsicossociais e, como consequência, ressignificar e reinventar as práticas de saúde. Sendo assim, resolvemos vencer as barreiras dentro da sala de aula e explorar o tripé ensino-serviço-comunidade com ações de educação em saúde e recolher essas experimentações. A participação dos estudantes da LISC tem gerado relatos interessantes de atividades educativas no Oeste da Bahia, em feiras de saúde vinculadas a associações sem fins lucrativos; Participação em eventos como a Semana do Bebê promovido pela Prefeitura Municipal de Barreiras em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância; Orientação em grupos de Gestantes em parceria com as Equipes de Saúde da Família; Ações no dia das crianças em orfanatos e a realização do primeiro Simpósio de Aleitamento Materno do Oeste da Bahia. Foi verificado desenvolvimento de relações interpessoais e construção do trabalho interdisciplinar que favoreceram a autonomia e participação de todos na assistência a saúde. Considerações finais: O trabalho interprofissional desenvolvido pela LISC contribuiu para um olhar não mais singular, e sim plural, que trouxe a possibilidade do trabalho em equipe encontrar soluções de maneira compartilhada que atenderam as necessidades da população. Convém salientar que as atividades da LISC propiciaram o surgimento de um modelo de educação inovadora que estimularam respeito à autonomia do individuo, comunidade e profissionais da saúde; educação dialogada e reflexão no papel de educador em saúde, permitindo uma vivência verdadeiramente transformadora.

1557 A INTERPROFISIONALIDADE COLABORANDO PARA O CUIDADO EM SAÚDE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA:RELATO DE EXPERIÊNCIA
Lívia Karine Mendes, Nathalia Nayle Belém de Sá, Ana Thayline Vidal Rosendo, Ana Patrícia de Alencar, Rafaele Conceição Pereira, Jéssica Marco Pereira da Cunha, Thays Silva de Sousa Lopes, Joana D’arc Silva Gomes

A INTERPROFISIONALIDADE COLABORANDO PARA O CUIDADO EM SAÚDE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA:RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Lívia Karine Mendes, Nathalia Nayle Belém de Sá, Ana Thayline Vidal Rosendo, Ana Patrícia de Alencar, Rafaele Conceição Pereira, Jéssica Marco Pereira da Cunha, Thays Silva de Sousa Lopes, Joana D’arc Silva Gomes

INTRODUÇÃO: O trabalho interprofissional acontece quando profissionais de diferentes áreas do conhecimento, atuam juntos permitindo um cuidado em saúde ampliado, onde ocorre interação entre os profissionais e o cliente, diferindo-se do cuidado voltado apenas para a doença. O interprofissionalismo está envolvido em um processo de comunicação e de tomada de decisões, permitindo que os profissionais atuem de forma conjunta, visando sempre o cuidado holístico, valorizado o sujeito e suas particularidades. OBJETIVO: Mostrar a relevância do trabalho interprofissional no cuidado em saúde. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência vivenciado no primeiro semestre do ano de 2017, por sete Residentes Multiprofissionais da Escola de Saúde Pública do Ceará, que atuam na Estratégia Saúde da Família e no Núcleo de Apoio Saúde da Família no Município de Porteiras-CE. RESULTADOS: A residência multiprofissional permite um trabalho interprofissional, pois atuamos de forma conjunta, realizando projeto terapêutico singular, estudo de caso,  atendimento compartilhado e planejamos e desenvolvemos ações que serão realizadas para a promoção e prevenção da saúde. Percebemos que quando atuamos em equipe conseguimos atender a comunidade de forma individual, coletiva e integral, tornando o cuidado em saúde amplo e continuado. Percebemos que a comunidade fica satisfeita com a atuação integralizada e humanizada, sendo perceptível por meio do aumento da busca da população pela equipe de saúde. CONCLUSÃO: O trabalho interprofissional é importante sempre ser desenvolvido, pois permite o estreitamento de laços entre os profissionais, e entre os profissionais e a comunidade, fortalecendo o cuidado em saúde e tornando o cuidado humanizado e diferenciado.

3495 A atuação interprofissional no atendimento a usuários em situação de violência: relato de experiência sob a óptica de enfermagem
Brenda jamille Costa Dias, Euriane Castro Costa, Adria Vanessa da Silva, Raine Marques da Costa, Victor Assis Pereira da Paixão, Ana Carolina Mata dos Santos, Vera Lúcia de Azevedo Lima, Luanna Tomaz de Souza

A atuação interprofissional no atendimento a usuários em situação de violência: relato de experiência sob a óptica de enfermagem

Autores: Brenda jamille Costa Dias, Euriane Castro Costa, Adria Vanessa da Silva, Raine Marques da Costa, Victor Assis Pereira da Paixão, Ana Carolina Mata dos Santos, Vera Lúcia de Azevedo Lima, Luanna Tomaz de Souza

Apresentação A temática violência contra mulher tem recebido amplo espaço na mídia e na opinião pública fazendo-se indispensável refletir sobre o conceito e suas formas de manifestação, do qual é socialmente construído, cujo possui dimensão histórica e cultural. O fenômeno da violência contra a mulher é uma demanda de saúde pública e violação dos direitos humanos. Intervir em situações de violência não é de ordem exclusiva das esferas jurídica, policial, psicossocial, assim como da área de saúde, pois há sofrimentos e adoecimentos que acometem as vítimas de violência, alterando sua saúde.  Na concepção ampliada do processo saúde-doença como aspecto social, referindo-se a qualquer agravo a vida, condições de trabalho e relações interpessoais. Nesse contexto, destaca-se a necessidade de uma formação com enfoque transversal, interdisciplinar e interprofissional. As Diretrizes curriculares Nacionais (DCNs) dos cursos de graduação em saúde traçam o perfil de um formando egresso/profissional com formação “generalista, humanista, critica e reflexiva”. As DCNs consideram não só a formação técnica e tecnológica para formação, mas os aspectos psicossociais para o desenvolvimento pleno dos futuros profissionais. Sendo importante investir em práticas de ensino que criem condições de desenvolvimento de alunos que aprendam sobre sua área de formação especifica, mas ao mesmo tempo, conheçam a realidade das demais profissões. É no contexto da formação interprofissional que surge a Clínica de Atenção a Violência (CAV) na qual é um projeto interdisciplinar que visa o enfrentamento de diversas formas de violências que se manifestam na Amazônia e atende pessoas em situação de violência que buscam apoio jurídico e social, além de cuidados na área de saúde.  A clínica está vinculada à Faculdade de Direito da Universidade Federal do Pará (UFPA), ao Programa de Atendimento a Vítimas de Violência e se desenvolve em parceria com o Grupo de Estudos e Pesquisas “Direito Penal e Democracia” e o Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Violência na Amazônia (NEIVA), e Programa de Empoderamento e Fortalecimento da Mulher Amazônica frente à violência doméstica e familiar da Faculdade de Enfermagem da UFPA. Como forma de incentivar uma reflexão crítica para o enfrentamento ao problema, ampliando a gama de serviços disponíveis, pode-se contribuir também para uma melhor formação dos estudantes e dos profissionais que atuam nos serviços. Buscou-se por objetivo relatar a experiência de acadêmicos e mostrar a importância da formação interdisciplinar no contexto da formação interprofissional. Descrição da experiência A CAV funciona as sextas-feiras, pela manhã, no Núcleo de Praticas Jurídicas NPJ/UFPA, atende pessoas em situação de violência, promove palestras e ações educativas junto à comunidade. Através das redes sociais divulga informações sobre as violências abrangidas nos atendimentos do projeto, notícias e divulgação das ações educativas. A clínica proporciona atendimento às seguintes formas de Violência: Violência contra Mulher, Violência contra Criança e Adolescente, Violência contra Idoso, Violência LGBTFóbica Violência Policial, Violência Racial. Estes são realizados pelos acadêmicos bolsistas e voluntários e por profissionais tais como Enfermeira, Advogadas e Assistente Social sob a supervisão da professora coordenadora. Buscando desenvolver um espaço interdisciplinar de atendimento, o projeto integra ações com os demais cursos da universidade como Enfermagem, Odontologia, Psicologia, Pedagogia, Serviço Social e Ciências Sociais como forma de oferecer atendimento integral às vítimas de violência através de uma dinâmica restaurativa, além disso, mantém contato com demais instituições da rede apoio ao atendimento a delegacia especializada a atendimento a mulheres- DEAM, e o Juizado do Idoso. O atendimento aos assistidos começa ao serem recepcionados e encaminhados às cabines individuais para ouvir sua demanda. Nesse primeiro momento a assistente social serviço social recepcionam e fazem o acolhimento inicial a esse cliente. Dependendo do que se apresente, entra em atuação o jurídico e também a área da saúde, mas especificamente estudantes Enfermagem e Odontologia. Além da devida assistência jurídica a cada processo e atendimento gera uma pasta arquivo específica que mensalmente são avaliadas, sendo emitidos relatórios semestrais, reuniões para discussão dos casos e oficinas de capacitação, os casos são arquivados e separado no NPJ para consulta e orientação. O atendimento de Enfermagem feito por alunos e Enfermeiras visa atender as necessidades humanas básicas do usuário. Onde é realizado acolhimento, por meio da escuta ativa e qualificada, orientações de Enfermagem e encaminhamento quando necessário. São utilizados impressos elaborados pela equipe de saúde, onde destacamos a situações de saúde, histórico, exame físico e a situação da violência ocorrida. Dos atendimentos realizados os números de mulheres que procuram o serviço é maior que 90%, há o predomínio dos casos de violência doméstica, tendo a violência física e psicologia mais relatadas. A Enfermagem tem importante papel nesse contexto, pois a visibilidade da violência, bem como o aumento da demanda de casos desta natureza nos serviços de saúde, exige, de forma crescente, conhecimento e preparo dos profissionais. Resultados O atendimento a vítimas de violência no Núcleo de Praticas Juridicas /UFPa por meio da CAV é ressignificar a atuação deste voltando-o para serviço de real interesse da comunidade, contribuindo para a formação dos discentes fazendo com que estas demandas ganhem o cenário público. Além disto, por introduzir a experiência das práticas restaurativas, possibilitando que o Núcleo tenha um atendimento voltado à pacificação de conflitos do que a mera resolução de processos judiciais. Visando capacitar alunos e professores para o atendimento a pessoas que sofrem violência e para compreender a realidade de certas formas de violência, bem como os mecanismos de enfrentamento, promovendo o diálogo entre o curso de Direito da UFPA e a rede de atendimentos existentes, em especial com os demais cursos de graduação da universidade. A experiência do projeto trouxe enriquecimento teórico e vivência partilhada sobre a temática, colaborando para o exercício de ensino e práticas transformadoras, parcerias na constituição de projetos e exercício permanente do diálogo aberto critico e reflexivo. Construindo uma linha, intrinsecamente interdisciplinar, e atuando nos módulos que exige ponderar ângulos ainda não descortinados e/ou valorizados, revisitar o já experimentado e abrir-se para caminhos novos, além de estimular a produção científica da área da saúde e interprofissional contribuindo para que possam identificar apoiar e empoderar pessoas frente à violência. Considerações finais A Educação interprofissional mostrar-se atualmente como fundamental estratégia para formar profissionais capazes para o desenvolvimento de trabalho em equipe, essa pratica é imprescindível para a integralidade na assistência nos serviços de saúde.  Assim, também é novo para o docente emergir da zona de conforto do seu curso de origem e interagir, dialogar com profissionais procedentes de outras áreas de assistência, relativizando suas certezas e acreditando ser plausível e indispensável (re) conhecer as construções dinâmicas do conhecimento, tecnologias e saberes.

615 Vivências Interdisciplinares e Multiprofissionais na Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Chapecó - SC
Simone Cristine dos Santos Nothaft, Maria Assunta Busato, Maria Elisabeth Kleba da Silva

Vivências Interdisciplinares e Multiprofissionais na Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Chapecó - SC

Autores: Simone Cristine dos Santos Nothaft, Maria Assunta Busato, Maria Elisabeth Kleba da Silva

Apresentação O contexto e o entendimento do conceito ampliado de saúde requer um processo de ensino-aprendizagem que considere a importância da articulação de políticas e práticas, de forma a promover o envolvimento do sujeito (usuário e/ou profissional de saúde e /ou estudante) enquanto ator participante, ativa e reflexivamente, do processo de construção e transformação de seu território, incluindo os serviços e processos de trabalho em saúde ali inseridos. Com esse intuito, a Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), por meio do projeto Vivências Interdisciplinares e Multiprofissionais (VIM), uma das atividades aprovadas no Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde), em parceria com a Secretaria da Saúde de Chapecó/SC, promove a interação de professores e estudantes de distintas profissões da saúde com profissionais e usuários dos serviços da área, além de efetivar ações conjuntas na Atenção Básica do município. Este relato de experiência, desenvolvido no âmbito da disciplina Políticas e Práticas de Ensino do Mestrado em Ciências da Saúde da Unochapecó, tem como objetivo refletir acerca do eixo de orientação pedagógica do Pró-Saúde, com base na experiência de tutoria de um grupo do VIM, ocorrida no período entre fevereiro e maio de 2014. As questões norteadoras que possibilitaram a construção dessa reflexão foram formuladas pelos mestrandos no decorrer das atividades da disciplina, contemplando todos os eixos do Pró-Saúde, porém sendo eleito o eixo orientação pedagógica para essa discussão, pela afinidade e apreço pelos temas que esse eixo aborda. A edição do VIM no ano de 2014 possibilitou a inserção de mestrandos que desenvolveram atividades como tutores de grupos, tendo como objetivo promover uma estratégia de ensino no contexto de práticas docentes que utilizam metodologias ativas de aprendizagem. Desenvolvimento Para o desenvolvimento desse relato, foram elencados tópicos que emergiram de acordo com as questões norteadoras do roteiro de observação do VIM, construído pelos mestrandos, organizadas em três categorias, a saber: a construção da concepção do SUS pelo estudante; o estudante como parte de uma equipe no SUS; e, a corresponsabilidade do estudante no processo de ensino-aprendizagem. O eixo cenários da prática pressupõe que o processo de ensino-aprendizagem esteja permeado pelas metodologias ativas, possibilitando que os estudantes sejam sujeitos na construção do conhecimento, do aprender fazendo por intermédio da problematização e da ação-reflexão-ação, possibilitada com a inserção nos cenários de prática. O grupo tutorial foi composto por dez estudantes dos cursos de Educação Física, Nutrição, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Psicologia e Odontologia. As discussões abordando os temas aqui apresentados aconteciam durante as tutorias dos grupos, reunidos para desenvolver as tarefas propostas em cada dia de encontro. As atividades realizadas com os grupos incluíam cinco encontros tutoriais, uma inserção no território de uma unidade básica de saúde para realizar observações e conversar com profissionais e usuários, e uma socialização da experiência com todos os estudantes, além da produção de um relato final escrito. A construção da concepção do SUS pelo estudante O VIM edição 2014 envolveu os estudantes dos primeiros períodos dos cursos da área da saúde. Na discussão sobre o SUS, constatou-se o desconhecimento por parte dos membros do grupo sobre informações e princípios básicos do SUS. O conhecimento acerca do sistema de saúde estava condicionado ao modelo biomédico, que prioriza no processo saúde e doença o foco na etiologia específica e na cura, com a mínima referência de ações de promoção da saúde. A reflexão acerca do exposto é pela condição de usuários que caracteriza os estudantes se encontram, os quais adentraram há pouco tempo na academia e terem arraigadas as questões relacionadas ao sistema de saúde enquanto cidadãos inseridos num determinado território, sendo influenciados pelas concepções vigentes na sociedade, mas também pelas práticas atuais dos serviços de saúde. O estudante como parte de uma equipe no SUS Quando a discussão era acerca da equipe de saúde e de sua expectativa em fazer parte dessa equipe, os estudantes demonstravam pelas suas colocações, uma visão superficial e limitada, centrada na sua profissão exclusivamente. Apresentavam dificuldades de se visualizar como equipe, expressando durante as primeiras tutorias a resistência do trabalho interdisciplinar e multiprofissional, já durante a academia. A corresponsabilidade do estudante no processo de ensino-aprendizagem O processo de ensino-aprendizagem no VIM é centrada no estudante que é agente ativo nesse processo, sendo apoiado por um tutor que exerce o papel de mediador do conhecimento através de tutorias. A sistematização das tutorias é percebida pelos estudantes como sendo um desafio, ocasionando inicialmente dificuldades de adaptação a esse modelo, porém eles logo se percebem atuantes diretos do processo, e mesmo que alguns membros do grupo não respeitem os pactos e contratos de trabalho estabelecidos, a maioria assume o compromisso e desenvolvem as atividades com empenho, dedicação e avaliação positiva. Considerações finais e percepções da experiência na jornada profissional Os objetivos foram alcançados por contemplarem a reflexão do eixo de transformação de orientação pedagógica, pois a experiência possibilitou a percepção da relevância do VIM por criar um espaço dentro da academia, de discussão do SUS através de metodologias ativas pautadas no conceito ampliado de saúde como fio condutor e no aprender fazendo permeado pela vivência no cenário de prática. Considera-se que o VIM possibilita a interação ensino, cenários de prática e comunidade, ofertando ao estudante as diversas possibilidades de um processo de formação em redes que estimule sua curiosidade pela busca do conhecimento, exercitando o planejamento das ações, sempre de acordo com as necessidades locais e as premissas do sistema de saúde. A possibilidade de essa prática ser permanente e estendida a outros cursos além da área da saúde pode transformar o processo de educação das universidades brasileiras na formação de profissionais de saúde condizentes com as necessidades do serviço público e da coletividade. Após o encerramento da disciplina e o retorno às atividades profissionais como docente no curso de enfermagem de uma universidade pública, percebeu-se que essa prática contribuiu para a qualificação profissional principalmente no que tange a interdisciplinaridade em saúde. Atualmente se percebe que a disciplinarização extrema do saber se contrapõe com a totalidade do ser humano e suas relações de interdependência, bem como a condição necessária para a convivência, que remete à necessidade de uma mudança de paradigma e formas sistêmicas de pensar a formação em saúde. A totalidade não isenta a importância das disciplinas, base na construção do conhecimento, pelo contrário, requer um ato contínuo de reconhecimento enquanto singularidade, diversidade, referência, de forma recursiva e recorrente e reflexão à própria história no processo sistemático do desenvolvimento científico. Porém, não há como fragmentar ou estudar as disciplinas separadamente, na complexidade que é a formação, quando se visa instrumentalizar profissionais para o cuidado integral à saúde de pessoas e coletividades.

1888 PLATAFORMA DE LIMITAÇÕES FÍSICAS E SENSITIVA DOS IDOSOS: O USO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO TÉCNICO DE ENFERMAGEM
Sandra Chícharo, Rose Mary Costa Rosa Andrade Silva, Eliane Ramos Pereira, Elina Fernandes de OLiveira, vilza Aparecida Handan Deus, diomedia zacarias Teixeira, Nelson dos Santos Nunes, Luiz Henrique Alves da Silva

PLATAFORMA DE LIMITAÇÕES FÍSICAS E SENSITIVA DOS IDOSOS: O USO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

Autores: Sandra Chícharo, Rose Mary Costa Rosa Andrade Silva, Eliane Ramos Pereira, Elina Fernandes de OLiveira, vilza Aparecida Handan Deus, diomedia zacarias Teixeira, Nelson dos Santos Nunes, Luiz Henrique Alves da Silva

Introdução: Trata-se de um relato de experiência sobre o aprendizado dos alunos na disciplina de Anatomia e Fisiologia sobre os músculos, articulações e sistema nervoso. Visaram conhecer e procurar conteúdos complementares sobre as limitações do idoso nestes sistemas e suas particularidades. O envelhecimento é um processo universal que é entendido por uma diminuição das atividades funcionais e tem algumas tendências em relação às enfermidades, levando a construção contínua de políticas públicas para o idoso tanto no âmbito internacional, como principalmente no âmbito nacional1. No envelhecimento as alterações fisiológicas são sutis, inaptas a gerar qualquer incapacidade na fase inicial, mas com o passar dos anos podem vir a causar níveis crescentes de limitações no desempenho de atividades cotidianas da vida diária2. Objetivo: Discutir estratégias de aprendizagem no ensino de Fundamentos de enfermagem; Identificar quais estratégias possuem melhor compreensão para os alunos do técnico de enfermagem; Empregar metodologias ativas no ensino de práticas de enfermagem. Método: O presente trabalho parte de um relato de experiências onde, as docentes da disciplina, trouxeram para a turma a proposta das metodologias ativas de ensino, foi utilizada a metodologia de prática de simulação da realidade, onde a turma foi levada a construir uma plataforma de simulação das limitações musculares, neurológicas e articulares da população idosa, para ser explorada por pais, colegas e visitantes numa feira pedagógica abordando os conhecimentos adquiridos no bimestre letivo. Resultados: Ao concluir a atividade os visitantes externos, colegas de curso e dos demais cursos puderam sentir em tarefas simples como atravessar a rua, limitações sensitivas, peso das costas e diminuição da visão periférica. Assim puderam fazer com que as pessoas se coloquem no lugar do idoso e compreendam suas limitações e possibilidades. Posteriormente foi aplicada a avaliação formal da disciplina que demonstrou um significativo aprendizado pela turma, tal evento possibilitou o deslumbramento de novas aulas baseadas em simulados de práticas pela dinâmica de grupo, pela mobilização gerada por todos os integrantes da turma e por todo conhecimento compartilhado. Conclusão: Para se alcançar melhorias requer uma mudança tanto no Sistema de Saúde quanto no comportamento individual dos profissionais nele envolvidos, enquanto profissionais da saúde, somos educadores e como tal devemos nos dedicar a uma formação crítica e reflexiva pautado na qualidade da assistência prestada. 

1859 PERCEPÇÃO DOS COORDENADORES DO CURSO DE ENFERMAGEM A CERCADA EQUIVALÊNCIA NA GRADUAÇÃO: UM ESTUDO FENOMENOLÓGICO
Sandra Conceição Ribeiro Chícharo, Rose Costa Rosa Andrade Silva, Eliane Ramos Pereira, Elina Fernandes de OLiveira, vilza Aparecida Handan Deus, Diomedia Zacarias Teixeira, Nelson do Santos Nunes, Luiz Henrique Alves da Silva

PERCEPÇÃO DOS COORDENADORES DO CURSO DE ENFERMAGEM A CERCADA EQUIVALÊNCIA NA GRADUAÇÃO: UM ESTUDO FENOMENOLÓGICO

Autores: Sandra Conceição Ribeiro Chícharo, Rose Costa Rosa Andrade Silva, Eliane Ramos Pereira, Elina Fernandes de OLiveira, vilza Aparecida Handan Deus, Diomedia Zacarias Teixeira, Nelson do Santos Nunes, Luiz Henrique Alves da Silva

Trata-se de um projeto de Tese que pesquisará o processo de equivalência dos currículos de graduação de enfermagem em caso de transferência, numa perspectiva fenomenológica, pressupondo que não há no país um instrumento para equivalência dos currículos entre as diferentes universidades, apesar de existir diretrizes curriculares nacionais. Tem como Objetivo geral Compreender a percepção dos coordenadores acerca do processo de equivalência curricular e como objetivos específicos:  Analisar à luz Merleau Pontyana a percepção dos coordenadores de curso acerca do processo de transferência entre as universidades privadas do RJ; Apresentar as estruturas curriculares da graduação em enfermagem de cada instituição privada de ensino superior do RJ; Descrever como se dá a equivalência das estruturas curriculares em cada instituição; Discutir sobre as possibilidades de promover a equivalência do currículo a partir de um instrumento único, segundo os eidos do fenômeno estudado, na perspectiva dos coordenadores; Propor a partir da percepção dos coordenadores um instrumento de equivalência entre as universidades privadas pautadas nas DCN segundo a LDB. O referencial metodológico é a fenomenologia de Maurice Merlau Ponty. O Cenário as Universidades que possuem Cursos de graduação em enfermagem da rede privada de ensino no Rio de Janeiro e os sujeitos seus coordenadores de cursos, instrumentalizada pela entrevista fenomenológica. Para execução do método Delphi, proposto por esta pesquisa, faz-se necessário a inclusão de peritos da educação, que darão apoio na construção do documento de equivalência que será posteriormente validado pelos coordenadores de curso da graduação em enfermagem. Resultados: Ao se abordar a legislação sobre a formação dos enfermeiros, faz-se necessário abordar a regulamentação da profissão, neste contexto, é importante um enfoque sobre a normatização da profissão que teve seus primórdios na Lei 2.604/55 que regulamentava a profissão de enfermagem, trazendo cinco categorias a equipe de enfermagem: enfermeiros diplomados, auxiliares de enfermagem, enfermeiros práticos, as religiosas e as habilitadas em exames. Atualmente o curso de Graduação em enfermagem segue as diretrizes instituídas pelo Conselho Nacional de Educação (RESOLUÇÃO CNE/CES Nº 3, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2001) que institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Estas diretrizes definem os princípios, fundamentos, condições e procedimentos da formação de enfermeiros. As propostas curriculares dos cursos segundo a LDB devem ser baseadas nos princípios e diretrizes do SUS, o que podemos perceber é que a matriz curricular do curso foi organizada de uma forma que contemplasse todo esse contexto, haja vista que na missão geral do curso, é apontada a formação do enfermeiro no contexto do Sistema Único de Saúde e do Sistema de Saúde Complementar, com vistas a qualidade de vida da população. Conclui-se que este projeto de pesquisa visa criar um instrumento, pautados nas Diretrizes Curriculares Nacionais, que facilite ao coordenador de curso a recepção de acadêmicos de enfermagem egressos de outras universidades privadas, bem como ao discente um melhor aproveitamento das disciplinas já cursadas.