90: Práticas integrais em saúde: um debate intersetorial
Debatedor: A definir
Data: 01/06/2018    Local: CCA - Andiroba    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
1240 Uma investigação sobre o planejamento da gestão no Programa Saúde na Escola (PSE), a partir da realidade de Niterói-RJ
Ranulfo Cavalari Neto, Sônia Maria Dantas Berger

Uma investigação sobre o planejamento da gestão no Programa Saúde na Escola (PSE), a partir da realidade de Niterói-RJ

Autores: Ranulfo Cavalari Neto, Sônia Maria Dantas Berger

Apresentação: A gestão do Programa Saúde na Escola (PSE) é composta por mais de um setor, existe uma coordenação pela Secretária Municipal de Educação e outra pela Secretária Municipal de Saúde que trabalham juntas na gestão, compondo uma política de Saúde e Educação . O processo de planejamento é baseado nas ações que o Ministério da Saúde (MS) coloca como sendo necessário, desse modo é realizada a pactuação entre o município e o MS. Todo município que adere ao PSE, obrigatoriamente, precisa formar um Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal (GTI-M), nesse grupo além das duas coordenações do PSE outros atores são convidados a participar, de modo que cada município tem autonomia para decidir qual instituição ou setor convidar. Dentro das ações colocadas pelo MS, o GTI planeja quando e de que forma elas serão realizadas. Pela especifidade do GTI, e indo de encontro a proposta do PSE esse grupo é composto por representantes de diversas formações o que possibilita uma ampliação do olhar sobre a qualidade de vida do escolar e dos cenários que estão envolvidos. As informações utilizadas para o processo de planejamento do PSE precisam ser identificadas para uma análise sistêmica desse cotidiano de trabalho. Objetivo: Conhecer as informações utilizadas dentro do processo de planejamento do PSE, aliado a formação profissional do grupo gestor. Descrição da experiência ou método do estudo: Através da técnica de Grupo Focal será conhecido as informações (determinantes sociais, econômicos ou políticos) que são levadas em consideração pelo GTI para o planejamento do PSE. O Grupo Focal será composto pelos gestores que compõem o GTI-M, por meio de convite. Nesse estudo planeja-se realizar até 02 grupos com aproximadamente seis gestores de setores diferentes em cada um deles, tendo como objetivo coletar, a partir do diálogo e do debate com e entre eles, informações acerca do tema específico e com duração em média de 90 min cada Grupo. Para a execução do Grupo Focal será necessário contar com pelo menos dois pesquisadores, ocupando duas funções diferentes. O primeiro será o mediador e o segundo o relator, no qual entre outras funções, irá fazer a transcrição do rol de posturas, ideias e pontos de vistas para o qual subsidiará as análises posteriores. O mediador será o pesquisador responsável por esta pesquisa, e o relator será um convidado do pesquisador responsável, que tenha capacidade técnica para realizar tal função. Foi elaborado duas questões-chaves para a captação das informações e observação das convergências e divergências entre os gestores no momento do grupo. A primeira questão-chave é ‘O que o(a) gestor(a) entende como “prática intersetorial” do PSE?’. Já a segunda questão-chave é ‘Para o(a) gestor(a) quais são as informações relevantes para o processo de planejamento das ações do PSE?’. A estratégia foi elaborada com o propósito de nortear e conduzir a questões-chaves do planejamento do PSE sob a ótica dos gestores, de forma a subsidiar a discussão sobre “prática intersetorial” e as informações relevantes ao planejamento, podendo ser dentro dos determinantes sociais, econômicos ou sociais. Resultados e/ou impactos: Para além das ações do PSE, o planejamento e pactuação de parcerias entre os diversos setores são instrumentos potentes para o enfrentamento das vulnerabilidades. Analisar os determinantes dependerá de uma formação e compromisso dos gestores de enfrentar os condicionantes sociais que comprometam o pleno desenvolvimento do escolar. O PSE possui muitos objetivos e diretrizes o que de certa forma contribui para ações diversificadas e heterogêneas. Cabe aos gestores e profissionais, construírem junto com a comunidade escolar a melhor maneira de realizar o trabalho. Segundo documento orientador do Programa, o processo de formação dos gestores e das equipes de educação e de saúde que atuam no PSE é um compromisso das três esferas de governo e deve ser trabalhado de maneira contínua e permanente, sendo fundamental no enfrentamento do desafio da prática intersetorial e da produção de educação e de saúde integral. Na literatura a formação é um aspecto estudado por pesquisadores, seja ela realizada por meio de educação permanente e/ou continuada foi apontado limitações. Alguns artigos apontam as seguintes limitações sobre as capacitações: falta ou deficiência de capacitação dos profissionais em relação a implementação do PSE, resultando em déficit de conhecimento do programa. Os profissionais atuantes de forma direta no PSE apresentam fragilidades quanto ao conhecimento sobre o programa, o que influencia de forma negativa no processo de integração e articulação entre a saúde e educação. Outros estudos que investigaram as ações em si acusam que tais práticas são realizadas de modo desassociado da realidade local, e com uma ausência de periodicidade. Tais características indicam justamente essa contradição do que está escrito nos documentos que orientam o Programa e a prática realizada. Devido a isso, o papel da gestão é tão importante, a coerência entre os objetivos do PSE, o conhecimento da realidade local e suas necessidades da comunidade escolar colaboram para uma prática intersetorial transformadora. Considerações finais: Essa pesquisa faz parte de um projeto maior de dissertação de mestrado em desenvolvimento, mais especificamente em fase de coleta dos dados. Esse estudo pode servir de instrumento para gestores na tomada de decisão em relação à sua prática intersetorial e reflexão sobre a análise dos indicadores para sua ação de planejamento. Assim como contribui para uma ação reflexiva dos gestores em relação a utilização ou subutilização das informações mais relevantes para a compreensão do seu território, e consequentemente, resultando em ações do PSE que realmente surgem das demandas locais dos sujeitos.

3090 Intersetorialidade e promoção de saúde sexual: realização de oficinas com adolescentes de um bairro popular de Salvador-BA
Laio Magno, Lilian Fatima Barbosa Marinho, Sara Menezes, Tatiane Bacelar, Rejane Reis dos Santos, Helen Paes, Cinara Nunes, Gisele Maria de Brito Lima

Intersetorialidade e promoção de saúde sexual: realização de oficinas com adolescentes de um bairro popular de Salvador-BA

Autores: Laio Magno, Lilian Fatima Barbosa Marinho, Sara Menezes, Tatiane Bacelar, Rejane Reis dos Santos, Helen Paes, Cinara Nunes, Gisele Maria de Brito Lima

Apresentação A discussão sobre a inclusão da temática da sexualidade nas escolas do ensino médio e fundamental é um debate em aberto no Brasil. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e de Jovens, por sua vez, enfatiza aspectos relacionados à Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva, nos marcos dos Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos. Ambos enfatizam, entre outros aspectos as ações educativas e a participação das/os adolescentes como multiplicadores. Tendo em vista estas políticas e a demanda dos Agentes Comunitários de Saúde do bairro de Arenoso, em 2016, desenvolveu-se um projeto de extensão com parceria entre a Universidade Estadual da Bahia (UNEB), duas escolas públicas (ensino fundamental e médio) e uma Unidade de Saúde da Família (USF), ambas localizadas em Arenoso, um bairro popular da cidade de Salvador-BA. O objetivo deste projeto foi realizar ações intersetoriais de promoção da saúde sexual de adolescentes, matriculados nas referidas escolas. Desenvolvimento do trabalho A perspectiva da promoção da saúde e dos direitos humanos norteou as ações do projeto. Utilizamos a estratégia de educação em saúde, no contexto escolar, inspirados nas ideias de Paulo Freire sobre a problematização. Trabalhamos quinzenalmente com grupos pequenos de adolescentes e as ações com cada grupo foram realizadas em etapas que compreenderam a sensibilização e levantamento das necessidades dos adolescentes, planejamento, execução e avaliação das oficinas. As temáticas enfatizadas foram: sexualidades, prevenção de IST e HIV/AIDS, empoderamento negro, diversidade sexual e vulnerabilidades percebidas. Foram envolvidos no projeto docentes da universidade, acadêmicas da área da saúde e profissionais de saúde da USF do território. Resultados A articulação intersetorial foi uma ação complexa que gerou benefícios importantes para a manutenção da discussão da temática de promoção de saúde para adolescentes na equipe de saúde da USF e nas escolas do território. Todavia, tivemos dificuldades na articulação com os professores da escola, pois estes não ficavam durante a realização das oficinas. Outra questão importante foi a violência no bairro, que nos fez cancelar algumas oficinas e a não trabalhar com temáticas como o uso abusivo de substâncias psicoatividas. A participação de estudantes universitárias foi um elemento facilitador no diálogo com os estudantes das escolas. Considerações finais A realização das oficinas motivou o desenho de uma pesquisa que será realizada com o objetivo de compreender a experiência de sexualidade de adolescentes matriculados nestas escolas e descrever a percepção de adolescentes sobre as atividades educativas implementadas pelo projeto. Além disso, buscaremos estratégias para envolver as/os docentes das escolas visando participação mais ativa no processo de planejamento das oficinas e garantia de maior adesão destes sujeitos às ações do projeto.

4061 A Gestão Autônoma da Medicação na sala de aula: formar, cuidar e produzir sentidos no campo da Saúde Mental
Marília Silveira, Jorgina Sales Jorge, Yanna Cristina Moraes Santos Lira, Veronica de Medeiros Alves

A Gestão Autônoma da Medicação na sala de aula: formar, cuidar e produzir sentidos no campo da Saúde Mental

Autores: Marília Silveira, Jorgina Sales Jorge, Yanna Cristina Moraes Santos Lira, Veronica de Medeiros Alves

Apresentação A estratégia da Gestão Autônoma da Medicação é um conjunto: uma metodologia e uma ferramenta. A ferramenta consiste em um Guia, um material escrito, encadernado, o Guia da Gestão Autônoma da Medicação (Guia GAM). O Guia é composto por seis passos, cada passo tem um tema específico que vai desde a apresentação pessoal até informações sobre os medicamentos psiquiátricos mais comumente prescritos em psiquiatria. As questões que compõem os seis passos são simples, podem até parecer óbvias, mas justificam-se por um certo tipo de cuidado e interesse pela experiência de quem usa o medicamento e recebeu um diagnóstico em saúde mental. O cuidado com a experiência e o interesse por ela não são elementos óbvios no cotidiano dos serviços públicos de cuidado em saúde mental. Os passos ajudam na produção da experiência grupal, também orientada pelo segundo elemento da estratégia, a sua metodologia. O Guia do Moderador auxilia no manejo do grupo, que pode ser realizado por qualquer profissional de saúde, por usuários e familiares envolvidos nos temas da saúde mental. As pistas encontradas para o manejo não pretendem ser prescrições, mas sim um conjunto de elementos e relatos de experiências cuja função é auxiliar o coordenador do grupo com suas possíveis questões ao longo do processo. Definimos a GAM como um processo de aprendizagem, de questionamento respeitoso sobre as necessidades e vontades das pessoas que fazem uso de medicação psicotrópica. Muitas experiências têm sido desenvolvidas no Brasil em torno do Guia GAM e sua metodologia, desde a pesquisa inicial, que de 2009 a 2011 traduziu e adaptou o material canadense para a realidade brasileira. Os desdobramentos dessas experiências, incluída a de que trata o presente trabalho, formam parte desde 2017 do Observatório Internacional de Práticas de GAM, que reúne mais de 20 universidades brasileiras e duas estrangeiras em diferentes projetos em torno da GAM.No ano de 2017, como parte das atividades de pós-doutorado da primeira autora propusemos na Universidade Federal de Alagoas - UFAL a primeira experiência brasileira de formação da GAM no âmbito da graduação. Na conexão entre o Instituto de Psicologia e a Escola de Enfermagem e Farmácia oferecemos uma disciplina eletiva sobre a GAM aberta aos cursos de Psicologia, Enfermagem, Farmácia, Medicina e Serviço Social da UFAL, sendo também ofertada como atividade eletiva à residência de Enfermagem em Saúde Mental da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas - UNCISAL. A disciplina foi ofertada pela Escola de Enfermagem e Farmácia e contou com a colaboração de quatro professoras do núcleo de Saúde Mental da Enfermagem e uma da Psicologia.ObjetivoNarrar a experiência da disciplina e compartilhar os efeitos produzidos na formação das (os) estudantes e residentes.Desenvolvimento e MetodologiaA disciplina foi organizada seguindo alguns princípios comuns à saúde mental e às práticas da GAM tais como o acolhimento, vínculo, cogestão e participação, teve a carga horária de 45h, ocorreu com encontros semanais  e foi divida em 3 eixos:EIXO 1 – Gestão Autônoma da Medicação (GAM) história e conceitos básicos (a) Construir a caixa de ferramentas da GAM, a história da estratégia no Canadá e sua chegada e transformação à realidade brasileira. (b) discutir os conceitos envolvidos na GAM (autonomia, cogestão, cuidado alinhados às diretrizes do SUS e da Reforma Psiquiátrica) para sustentar o cuidado em liberdade.EIXO 2 – Manejo de grupo(a) Conhecer e construir os elementos para leitura dos processos grupais,(b) discutir o manejo cogestivo na GAM.(c) Escuta e acolhimento da experiência do uso de medicamentosEIXO 3 – Cidadania e direitos(a) Compreender e discutir os direitos das pessoas diagnosticadas no âmbito do cuidado em Saúde Mental e sua inserção na cidade.A disciplina foi pensada e construída coletivamente pelas professoras (e suas diferentes formações e abordagens) antes das aulas iniciarem e depois junto com a turma, convidando as/os estudantes a trazerem suas experiências e expectativas para a disciplina. Desse modo possibilitamos uma avaliação também cogestiva, leve e processual ao longo das aulas.Os textos escolhidos (muitos deles narrativas dos processos de pesquisa anteriores da GAM) foram fundamentais para possibilitar um encontro com as experiências e facilitar a construção coletiva. Apoiamo-nos também em estratégias e técnicas usadas em sala de aula para mediar o encontro das e dos estudantes com os textos. Para cada aula uma atividade prática foi pensada de modo a disparar a discussão a partir de alguma experiência em aula, para depois relacioná-la ao texto previsto. Textos lidos em aula, recortados e convites para encenar, técnicas de grupo, jogos e brincadeiras marcaram cada uma das aulas, com a intenção de que cada conceito apresentado pudesse ser efetivamente experimentado em cada aula.Para a discussão sobre a experiência, por exemplo, um convite para encenar um trecho de um texto técnico, para a discussão de rede, um rolo de barbante para nos conectar e uma pergunta do Guia GAM “o que eu preciso para viver?”, para discussão da cogestão um convite à turma para decidir junto conosco a melhor forma de avaliação, que guardasse a dimensão afetiva e processual da disciplina. Um convite a escrever cartas e contar histórias foi parte de uma aula em que lemos as narrativas? para partilhar o que vínhamos aprendendo juntas/os, estudantes e professoras.Com isso buscamos de modo criativo e divertido fomentar um ambiente acolhedor para a emergência das histórias e experiências das/os estudantes, a fim de operar na turma um processo grupal tal qual se espera com um grupo GAM. Fomentamos a presença de diferentes cursos e períodos, além da presença de quatro residentes, já inseridas nos serviços de saúde mental de Maceió pois apostamos nessa diversidade como possibilitadora de encontros com as diferentes experiências.Resultados A disciplina promoveu um convite para a construção dos conceitos ao longo de um processo de aprendizagem significativa, indicando que, ao contrário do que tradicionalmente se apresenta na universidade, os conceitos não foram apresentados prontos, porque estavam vivos em nossas práticas, e portanto modificando-se nas e pelas práticas.Nas avaliações ao longo do período, a turma nos trouxe um feedback positivo, surpreendendo-se com o tipo de discussão proposta e com o movimento e dinâmica das aulas. Todas/os as/os participantes em algum momento dos encontros mostraram-se muito à vontade para falar de si e da sua relação com a formação e a vida. Sentiram-se acolhidos em suas fragilidades e incertezas e isso possibilitou um espaço aberto para a fala e sobretudo para a escuta do outro. Para avaliação final da disciplina a turma foi divida em quatro grupos, cada grupo ficou responsável por apresentar uma proposta prática de trabalho com um dos 4 primeiros passos do Guia GAM. A proposta do exercício era que o pequeno grupo funcionasse como uma equipe que trabalha com a GAM e operasse a proposta com o restante da turma, simulando o encontro de um grupo GAM.Essa iniciativa teve por objetivo não propor uma aula na qual se absorve conhecimento, mas sim produzir efetivamente um convite a uma experiência e, uma vez imersos nessa experiência, as/os estudantes sairiam transformados dela. Um processo que contemplou o ensino como produção de subjetividades promovendo deslocamentos nos discursos e práticas de estudantes, residentes e professoras a partir de um significativo e afetuoso processo de aprendizagem.

4145 A Contribuição do Psicólogo Diante da Evasão Escolar.
Geisa Carla Cavalcante, Ana Clara Godinho, Maria Santos da Conceição Lima Lopes

A Contribuição do Psicólogo Diante da Evasão Escolar.

Autores: Geisa Carla Cavalcante, Ana Clara Godinho, Maria Santos da Conceição Lima Lopes

A evasão escolar tem sido um dos grandes problemas enfrentando no âmbito escolar. Caracterizado como abandono das aulas durante o ano letivo, as causas da evasão são variados: condições socioeconômicas, culturais, geográficas ou mesmo questões referentes aos encaminhamentos didático-pedagógicos e a baixa qualidade de ensino das escolas podem ser apontadas como causas possíveis para a evasão escolar no Brasil. Também constatado como um grande problema são as queixas escolares, apresentados como: dificuldade de aprendizagem, dificuldade escolar, déficit de aprendizagem, atraso escolar, dificuldades de atenção e concentração, agitação, inquietude e hiperatividade durante as aulas. Alguns dos problemas de comportamento relacionados à escola foram registrados pelos psicólogos como “não obedece ninguém, é agressivo na escola, chora quando é chamado para atividades, apresenta distúrbio de comportamento na escola, desorganização e bagunça”. Já as queixas não relacionadas à escola foram, por exemplo, chora muito, sofre maus tratos, é depressiva, muito nervosa, insegura, revela problemas emocionais, apresenta mudanças de comportamento, enurese, baixo peso. Consideramos queixas escolares todas aquelas que incluem questões relacionadas à escola, fosse eles de ordem pedagógica ou comportamental. Esses são os motivos mais frequentes de encaminhamento de crianças para serviços de atendimento psicológico. Este trabalho propõe além de definir os conceitos de evasão e queixas escolares, discutir e questionar o papel do psicólogo nas instituições escolares de acordo com suas necessidades. Sabendo que é sua função procurar romper, através do diálogo multidisciplinar, as estruturas cristalizadas e ineficientes do sistema educacional, devendo também promover a conscientização do papel de cada integrante da escola considerando a cultura e o meio social da instituição em que trabalha.

4167 Adaptando o conhecimento para os diversos públicos. Trabalho realizado em escola infantil.
Izaías Gomes Silva Junior, Rosana Pimentel Correia Moysés, Elyson Enrique Campos de Moraes, Luciana Costa Pinto da Silva, Luana Sanches Da Costa, Juliana Rabelo Balestra, Marineide Santos De Melo, Maria Polyanna Ferreira Rebouças

Adaptando o conhecimento para os diversos públicos. Trabalho realizado em escola infantil.

Autores: Izaías Gomes Silva Junior, Rosana Pimentel Correia Moysés, Elyson Enrique Campos de Moraes, Luciana Costa Pinto da Silva, Luana Sanches Da Costa, Juliana Rabelo Balestra, Marineide Santos De Melo, Maria Polyanna Ferreira Rebouças

Apresentação: A prevenção da saúde é a base para uma população saudável e de alta longevidade e tal evento não é restrito aos centros de saúde, mas também pode ser contemplado em outras instituições, como em uma escola publica de ensino fundamental da periferia de Manaus. Este relato de experiência enfatiza a importância das metodologias ativas que foram usadas na programação da disciplina de Saúde Coletiva I para a formação dos acadêmicos. Objetivo: A disciplina de Saúde coletiva I, do curso de medicina da Universidade Federal do Amazonas, foi onde os acadêmicos tiveram as primeiras experiências com a comunidade, tornando-se um desafio maior ao ser destinado aos graduandos à tarefa de promover a prevenção de saúde aos alunos do quinto ano do ensino fundamental de uma escola publica. O objetivo desta atividade foi desenvolver nos acadêmicos a capacidade de desenvolver meios de comunicação compatíveis ao público. Descrição da Experiência: Os graduandos da UFAM, ao terem o primeiro contato com os alunos, fizeram as devidas apresentações e se deu início às dinâmicas que foram realizadas durante todo o período. Foram abordados às crianças vários temas importantes para a prevenção da saúde e de impacto à sociedade, realizados por meio de cartazes, desenhos para colorir, teatros, paródias musicais, gincanas na área aberta da escola, filmes, brincadeiras e poesias. Os temas abordados e a linguagem utilizada foram compatíveis com a idade dos alunos do quinto ano da escola. Tais como, a importância do saneamento básico para a prevenção da proliferação de vetores de doenças, como dengue, febre amarela, Chikungunya, foi abordado também sobre os sintomas de cada doença e sobre quão relevante é buscar ajuda médica, foi tratado também sobre a necessidade de uma boa higiene bucal, outros temas como nutrição, saúde mental, DSTs também foram abordadas, mas com todos os devidos cuidados com o nível de exposição sobre esses assuntos com as crianças. No final das aulas práticas os alunos tiveram a oportunidade de expressar o que acharam das dinâmicas e o quão elas os impactaram. Os graduandos fizeram relatórios de todas as práticas. Resultados: Saúde Coletiva I teve um impacto muito grande na formação acadêmica já no primeiro período devido a esse contado direto com uma parcela determinada da sociedade e também pelo fato de propor aos graduandos o desafio de adaptar assuntos técnicos em didáticos para um público infantil. Foi observado também um “feedback” positivo dos alunos, muitos quiseram relatar sobre suas mudanças de hábitos e mais importante, sobre a dimensão que essa reeducação alcançou em alguns familiares. Considerações finais: A medicina é uma das muitas áreas do conhecimento ligada à manutenção e restauração da saúde. Ela trabalha, num sentido amplo, com a prevenção e cura das doenças humanas e animais num contexto médico. Por isso a importância de preparar o acadêmico de medicina para que ele possa estar sempre atento à promoção a prevenção da saúde, independente do público.

4237 PERCEPÇÕES DE PERTURBAÇÕES NO CAMPO ENERGÉTICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM A FASE DE AVALIAÇÃO NO TOQUE TERAPÊUTICO
ILDA ESTEFANI RIBEIRO MARTA, ANI FABIANA BERTON, GUILHERME BARBOSA DE SOUZA, LAÍS MARTINS KAMIYAMA, SAMARAH RAFAELA BEVILAQUA, MAYARA JUDITE RODRIGUES PEREIRA, PAULA MARIA TOLEDO PEDROZO, SILVANA BATISTA DE OLIVEIRA

PERCEPÇÕES DE PERTURBAÇÕES NO CAMPO ENERGÉTICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM A FASE DE AVALIAÇÃO NO TOQUE TERAPÊUTICO

Autores: ILDA ESTEFANI RIBEIRO MARTA, ANI FABIANA BERTON, GUILHERME BARBOSA DE SOUZA, LAÍS MARTINS KAMIYAMA, SAMARAH RAFAELA BEVILAQUA, MAYARA JUDITE RODRIGUES PEREIRA, PAULA MARIA TOLEDO PEDROZO, SILVANA BATISTA DE OLIVEIRA

    INTRODUÇÃO: O toque terapêutico é uma terapia integrativa e complementar baseada no uso consciente da imposição das mãos. Enquanto intervenção de enfermagem, o toque terapêutico não está focado na doença do paciente, ele é realizado com a intenção de harmonizar o campo de energia humano. Sua realização envolve basicamente quatro fases: centralização, avaliação, reequilíbrio e reavaliação do campo energético. Na fase de avaliação do campo energético, o terapeuta desliza suas mãos a aproximadamente cinco centímetros da pele, em torno de todo corpo do paciente, em busca de sinais que indiquem possíveis perturbações do campo energético, dentre eles, diferenças de temperatura, congestão ou bloqueio do fluxo de energia, sensação de formigamento ou de pequenos choques elétricos. Esses sinais podem ser percebidos com os chakras das mãos, no entanto, informações sobre o campo de energia do paciente e seu estado emocional podem surgir também sob a forma de ideias vagas, impressões passageiras ou intuições. Do ano de 1994 até 2014, o diagnóstico de enfermagem denominado Campo de Energia Perturbado esteve incluído na taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA); percepções de mudanças nos padrões do fluxo de energia foram consideradas características definidoras, dentre elas, a sensação de calor, frio, congestão, redução do fluxo de energia e espessamento do campo. Na edição revisada de 2015 da classificação da NANDA, esse diagnóstico foi realocado para um nível que ainda requer desenvolvimento e validação, uma vez que as pesquisas atuais enfocam intervenções e não o próprio diagnóstico. Considerando que, enquanto praticantes de toque terapêutico, experimentamos sensações e percepções que indicam perturbações no campo de energia acreditamos que o relato e a troca de experiências com outros terapeutas sobre o tema possam estimular o desenvolvimento de pesquisas tendo por objeto o diagnóstico de enfermagem Campo de Energia Perturbado. OBJETIVO: Relatar as percepções/sensações de praticantes de toque terapêutico durante a fase de avaliação do campo energético humano. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Trata-se de um relato da experiência de docentes e discentes dos Cursos de Enfermagem e Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, integrantes do projeto de extensão denominado “Práticas Integrativas e Complementares: ampliando o cuidado na atenção básica”, desenvolvido com usuários de uma unidade básica de saúde do município de Três Lagoas, MS. O relato inclui as percepções/sensações relativas a 394 sessões de toque terapêutico, realizadas durante o período de abril de 2015 a novembro de 2017. As sessões foram realizadas por 8 (oito) terapeutas, autores deste relato, que, logo após a avaliação do campo energético de cada paciente, efetuaram anotações de suas percepções, intuições e outras manifestações ocorridas. RESULTADOS: A experiência revelou a ocorrência de um total de 1962 percepções/sensações, destas, 51,27% se referem a sensações nas mãos dos terapeutas, 19,32 % a sensações em outras partes do corpo dos terapeutas, 13,81% a compreensão intuitiva, 12,39% a manifestações no corpo dos terapeutas e 3,21 % a visualizações.  Dentre as sensações nas mãos dos terapeutas foram registradas alterações de temperatura no campo energético, sensações de congestão, pressão ou volume no campo energético, sensações de formigamento, agulhadas, pequenos choques elétricos, sensação de pulsações no campo energético, dor na mão, sensação de aspereza e vibração nas mãos.  No que se refere à sensações ou manifestações em outras partes do corpo dos terapeutas foram registradas dor, queimação, pressão, calor, pontadas, opressão no peito, sensação de substância viscosa no estômago, náusea, tontura, bocejos e contrações musculares. Por meio da compreensão intuitiva os terapeutas relataram angústia, necessidade de trabalhar alguma área específica sem nenhuma outra sensação presente e tristeza. Em relação à visualizações foram registradas visualização do fluxo de energia nos meridianos, de nuvens nas cores violeta, dourado e verde ao redor do corpo do paciente e de cores ao acessar os chakras dos pacientes.  A literatura sobre toque terapêutico atribui cinco níveis de consciência às cinco percepções/sensações que têm sido captadas, com maior frequência, pelos terapeutas durante a fase de avaliação do campo energético no processo de toque terapêutico. Um primeiro nível de consciência envolve a percepção relacionada com o diferencial de temperatura, ou seja, sensações de calor ou frio. A percepção de pressão, congestão ou volume em uma determinada área do campo de energia do cliente, constitui um segundo nível de consciência. Em um terceiro nível de consciência o terapeuta tem sensações de formigamento, explosão de bolhas, agulhas ou pequenos choques elétricos. Percepções de pulsações rítmicas no campo de energia constituem um quarto nível de consciência. Um quinto nível de consciência se relaciona à compreensão das condições do cliente de forma intuitiva. Nos primeiros quatro níveis as percepções/sensações acontecem nas mãos do terapeuta. Em nossa experiência, das percepções/sensações nas mãos, 34% delas podem ser alocadas no primeiro nível; 37,8% no segundo nível de consciência; 2,98% no terceiro nível e 2,68% no quarto nível. As sensações de dor e aspereza que os terapeutas também referiram nas mãos, não são descritas na literatura.  A literatura que versa sobre o toque terapêutico também não faz referências à sensações e manifestações em outras áreas do corpo do terapeuta, assim como sobre visualizações. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os dados aqui relatados e a nossa experiência na prática do toque terapêutico indicam a possibilidade e a necessidade de investigações envolvendo a fase de avaliação do toque terapêutico, que podem auxiliar no desenvolvimento e validação do diagnóstico de enfermagem Campo de Energia Perturbado. Muitas percepções/sensações aqui relatadas são descritas como características definidoras do diagnóstico de enfermagem Campo de Energia Perturbado. Outras percepções/sensações não constam na descrição desse diagnostico pela NANDA e também não são descritas na literatura sobre esta temática, como mencionado anteriormente. Ressaltamos que encontramos dificuldade na categorização das percepções/sensações dos terapeutas, devido à grande variação na forma de elaborar a escrita das mesmas. Acreditamos que essa variação se deve, em parte, pela falta de familiaridade com a denominação, definição e descrição destes fenômenos subjetivos que, em geral, não são abordados dentro do paradigma biomédico, ainda predominante na área da saúde. A partir da elaboração deste relato de experiência os terapeutas iniciaram discussões no sentido de aprofundar o conhecimento de outras racionalidades em saúde para compreender melhor as próprias percepções/sensações e realizar os registros das mesmas de forma mais clara e compreensível à todos. Cabe ressaltar que as percepções/sensações podem inicialmente causar algum desconforto, no entanto, tem curta duração de tempo, desaparecendo por completo, sem consequências para o terapeuta, desde que observadas as bases conceituais e técnicas para cada fase do toque terapêutico.

4295 Terapia Comunitária Integrativa: uma tecnologia de cuidado para a promoção da saúde mental em uma comunidade acadêmica
Josimeire Cantanhêde de Deus, Adriana Dias Silva, Jackeline Félix de Souza, Daniela Ferreira Borba Cavalcante, Wolembergue Lopes Gomes, Vanessa Mendes

Terapia Comunitária Integrativa: uma tecnologia de cuidado para a promoção da saúde mental em uma comunidade acadêmica

Autores: Josimeire Cantanhêde de Deus, Adriana Dias Silva, Jackeline Félix de Souza, Daniela Ferreira Borba Cavalcante, Wolembergue Lopes Gomes, Vanessa Mendes

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência a respeito da introdução da Terapia Comunitária Integrativa em um contexto universitário na região norte do Brasil, através de ações de extensão, e tendo como fundamento os preceitos da OMS quando conceitua saúde e promoção à saúde respectivamente como um completo bem-estar físico, mental e social e como um processo de capacitação das pessoas e comunidade para aumentar o controle e a melhoria da sua saúde e qualidade de vida. Tem por objetivo apresentar a relevância da Terapia Comunitária Integrativa (TCI) para a promoção da saúde mental de acadêmicos e sua atuação como um dispositivo terapêutico em uma universidade pública. Sabe-se que a discussão no campo da saúde mental tem-se expandido para além do âmbito dos transtornos mentais graves, de forma que os determinantes podem ir além da genética e do consumo de drogas e álcool, ou seja, podem ser derivadas das atribuições do mercado de trabalho, da vida pessoal e das relações interpessoais. A partir disso, o projeto de extensão intitulado “Promoção de Saúde Mental” surgiu com o objetivo de oferecer ações de promoção à saúde mental aos acadêmicos por meio de grupos operativos terapêuticos e práticas integrativas e complementares. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado durante a participação no “Projeto de Extensão em Promoção de Saúde Mental”, especificamente em rodas de TCI, que permitem a renovação da saúde psíquica dos acadêmicos e construção de resiliência coletiva. O projeto é interdisciplinar e compreende discentes dos cursos de Enfermagem e Psicologia. As rodas de TCI ocorrem uma vez por mês e dentre os participantes tem-se discentes assíduos de cursos como Economia, Letras, Psicologia e Enfermagem. As rodas são abertas e realizadas por uma terapeuta comunitária, voluntária do projeto; e ocorrem em um espaço de convivência, no pátio externo da universidade. Resultados e impactos: O projeto teve inicio no mês de junho de 2017, e atualmente conta com a participação de dezessete pessoas, sendo doze estudantes, quatro professoras e duas colaboradoras (uma terapeuta comunitária e uma instrutora de ioga também focalizadora de danças circulares). À princípio, a TCI seria um evento pontual proporcionado pelo projeto, contudo, após o primeiro encontro percebeu-se a necessidade em continuar com tal iniciativa, logo, houve implementação da Roda de Terapia Comunitária Integrativa, como um dos recursos terapêuticos a todos os interessados na comunidade acadêmica, vindo a ocorrer toda penúltima sexta-feira do mês. A TCI foi criada pelo psiquiatra, teólogo e antropólogo Adalberto de Paula Barreto no ano de 1987 em Fortaleza, cujos objetivos são a partilha, superação, empoderamento, acolhimento e resiliência (BARRETO et al, 2013). Fundamenta-se em cinco pilares teóricos responsáveis por estabelecer os devidos momentos da roda e caracteriza-la como um método terapêutico efetivo, são essas: Teoria da Comunicação Humana; Antropologia Cultural; Pensamento Sistêmico; Pedagogia de Paulo Freire e a Resiliência (JATAI, SILVA, 2012; BARRETO et al, 2013). O método utilizado por Barreto em diferentes grupos evidencia a eficiência da TCI quanto aos diversos enfrentamentos humanos em que somos expostos, e a maneira como o individuo participante da roda é capaz de solucionar seus problemas a partir do compartilhamento de suas vivências. Assim, os autores Carvalho et al (2013) demonstram como as rodas afetam positivamente a vida de seus participantes partindo-se da visão da TCI como práxis libertadora, pois, estimula o ouvir, refletir e agir, tornando as pessoas capazes de aprender com o outro e consigo mesmo, em busca de transformar sua realidade sem vitimizar-se perante as dificuldades, ou seja, a troca de experiências, o diálogo e a desalienação permitindo-se à mudança. Logo a TCI, demonstra-se como uma tecnologia do cuidado em saúde incontestável, por isso, sua implementação na universidade torna-se essencial no fortalecimento de vínculos, superação de adversidades e interação de grupo. Dentre os eixos fundamentais da TCI, destaca-se a resiliência, capacidade que uma pessoa possui em superar determinadas situações por mais difícil que lhe pareça abstraindo lições de vida. Diante disso, os autores Braga et al (2013) retratam mulheres que participavam da TCI e fizeram da resiliência o alicerce para enfrentar a opressão, discriminação e exclusão as quais eram submetidas. Os relatos demonstram que há possibilidade de mudança, seja para atuar como representante pública, ultrapassar os próprios limites, fortalecer sua identidade ou construir redes de apoio. Assim, a TCI é um método terapêutico que permite a inclusão social, a construção e participação coletiva. Dessa forma, observou-se durante as rodas de TCI que ocorreram na universidade entre o período de junho a dezembro de 2017, relatos de participantes que condizem ao dos autores Rocha et al (2013), que abordam os principais enfrentamentos, seja o estresse, os conflitos familiares e o ambiente de trabalho, como também as principais estratégias encontradas pelos envolvidos para a superação de seus problemas, vindo a ser: espiritualidade, perdão, diálogo e apoio familiar. Percebeu-se também que houve ao final da roda, o aparecimento de palavras que representam este momento de partilha e conversa para cada um dos constituintes, assim como os autores Filha et al (2012) que trazem esses termos através de relatos de idosas e suas relações com o alcoolismo, pois, têm alcoólatras na família, e repetidamente relataram o modo como a TCI ajuda nos seus problemas, uma vez que dá-lhes coragem, esperança, fé, confiança e união. Dessa forma, durante o período em que transcorreram as rodas de TCI, aplicou-se todo o conhecimento teórico adquirido através de pesquisas cientificas que confirmam os benefícios da terapia, pois, o intuito de sua implementação na universidade é de auxiliar no acolhimento e na valorização de pessoas no meio acadêmico. Empregou-se mecanismo de comunicação verbal pela terapeuta comunitária do projeto a fim de contribuir com as pessoas no que diz respeito a serem atores de sua própria história. Considerações Finais: Diante do exposto, o projeto de extensão utiliza meios da educação em saúde e recursos terapêuticos para ofertar a comunidade acadêmica mecanismos de transformação pessoal e coletiva, em busca de ampliar as redes de apoio, fortalecer os vínculos e consolidar a autonomia e autoestima de docentes, discentes e técnicos. Espera-se que esse relato de experiência desperte o interesse em efetivar a TCI em vários contextos, como um instrumento viável para a promoção da saúde mental, mesmo em um espaço universitário que não difere do resto do mundo em relação a problemas como depressão, transtornos de ansiedade e casos de suicídio. A TCI pode apoiar no acolhimento da comunidade universitária e contribuir para o fortalecimento da sua resiliência coletiva.

4384 O RECONHECIMENTO DA IDENTIDADE RACIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL
HELLEN ARAUJO QUEIROZ, ALINE APARECIDA ARANTES, JADY BEATRIZ SIQUEIRA ALVARENGA, Sônia Helena Carneiro Pinto, Iel Marciano de Moraes Filho, Keila Cristina Félis, Rodrigo Marques da Silva, Osmar Pereira dos Santos

O RECONHECIMENTO DA IDENTIDADE RACIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Autores: HELLEN ARAUJO QUEIROZ, ALINE APARECIDA ARANTES, JADY BEATRIZ SIQUEIRA ALVARENGA, Sônia Helena Carneiro Pinto, Iel Marciano de Moraes Filho, Keila Cristina Félis, Rodrigo Marques da Silva, Osmar Pereira dos Santos

Apresentação: O Brasil é um país com riquíssimos conteúdos culturais devido às inúmeras etnias que compõem sua sociedade. Porém mesmo diante dessa pluralidade cultural, o país possui inúmeras desigualdades étnicas. Essa desigualdade se faz presente em diversos aspectos da sociedade: no âmbito educacional, quando, por meio de pesquisas, é mostrado que negros ainda possuem o menor índice de escolaridade; no âmbito social, ocupando assim os empregos com remunerações baixas e moradias precárias que perfazem a realidade dos mesmos neste pais. Essa desigualdade é resultado de sentimentos como o preconceito e racismo, que acompanham uma identidade negra marcada por estereótipos, construída por uma etnia branca, que se julga melhor e superior. Objetivo: Avaliar o transcorrer da construção da identidade de uma criança afrodescendente nas Escolas Brasileiras. Método: Trata-se de uma revisão da literatura científica realizada em abril de 2017 na Biblioteca Virtual em Educação (BVE), Periódicos Capes e o Google Acadêmico por meio dos descritores: Identidade, criança, educação infantil, racista, professor. Desenvolvimento: O estudo fora dividido em três vertentes: 1. A identidade do afrodescendente: O conceito de identidade tem sido bastante discutido pelas ciências sociais devido a uma maior conscientização das pessoas que integram os grupos dos considerados marginalizados: mulheres, homossexuais e negros. Esses grupos vêm buscando cada vez mais serem vistos, e reconhecidos, e tratados com igualdade de direitos. A identidade de um afrodescendente, busca compreender o processo indenitário em constante mudança, caracterizando- o por expressões de grupos sociais, étnicos, mas que toma traços individuais. Essa identidade está sujeita a sofrer influências positivas e negativas de agentes exteriores formando assim o indivíduo;2. DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE DA CRIANÇA: Mesmo ainda no útero a identidade da criança já está sendo formada, pois sua alma vem de vidas passadas, experiências vividas por seus antepassados. E aqui não se trata de espiritismo ou algo místico, mas sim da ligação que a criança, ainda quando embrião, possui com a mãe e com o mundo que aguarda o seu nascimento. Posteriormente a mesma se dá nas vivências com a família e a escola como agentes influenciadores. A escola como instituição educadora tem como dever assegurar o respeito e o reconhecimento das diferenças de cada aluno, e o professor, protagonizando assim o modelo para as crianças e também se pauta como mediador do processo educacional e da formação da identidade dos alunos, que deve estar sempre preparado para os obstáculos e desafios que surgem em sala de aula acerca do assunto da diversidade;3. O PAPEL DO PROFESSOR NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DA CRIANÇA AFRODESCENDENTE: Tratar a identidade de um indivíduo é complicado por si só, devido à pluralidade de sua construção, estando sempre propensa a mudanças e adaptações. A construção da identidade de uma criança, em que muito ainda está em processo de conhecimento é, sem dúvida, ainda mais complicado. O fato de a identidade ser construída e moldada nas relações sociais faz-se necessário que essas relações sejam vistas com muito cuidado, sempre levando em conta as influências e marcas que a criança poderá interiorizar por meio delas. Por esse motivo, o papel do professor nessa fase é de extrema importância, pois caberá a ele mediar o processo da construção de identidade e saber lidar com os obstáculos que surgirão. O educador atuante nessa fase deve promover situações em que a criança reconheça suas particularidades, mas que saiba conviver com as particularidades das outras crianças. Este desenvolvimento poderá ser ineficiente e acarretando as crianças grande prejuízo educacional irreversíveis quando os educadores apresentam despreparo e muitas vezes devido à má formação inicial no âmbito da licenciatura ou bacharelado. Considerações finais: A identidade da criança afrodescendente é construída nas séries iniciais da educação básica, ressaltando assim o papel fundamental em que a escola e os fatores que a compõem, como professores, livros didáticos, e quaisquer outros materiais didáticos desempenham nesse processo. Uma educação igualitária, que respeite e reconheça as diferenças das crianças e para as crianças, por menores que sejam, é de inestimável importância, assim como o dever dos profissionais da educação, da escola e do governo. Quanto mais novas, mais as crianças são abertas ao aprendizado e a influências, sejam negativas ou positivas, portanto, é também dever do professor educar ensinando o respeito ao diferente, mostrando que as diferenças não fazem um sujeito melhor ou superior que o outro, e essas diferenças é que nos fazem tão especiais e únicos. O silêncio perante as situações de violência, preconceito, injuria racial e descriminação devido às diferenças étnicas só reforça esse sentimento de superioridade da etnia branca, criando uma falsa ilusão de um relacionamento étnico saudável em sala de aula. Ignorar o preconceito, o racismo e as discriminações não é a solução, não vai fazer com que as atitudes desapareçam ou deixem de acontecer. O contrário, só fará com que aumente, e deixe o indivíduo que sofre a agressão com sentimento de inferioridade e insegurança, sentido que não tem nem mesmo o direito de lutar contra essas atitudes, provocando aí outro silêncio. A educação é o primeiro passo para criar uma geração de pessoas livres de preconceitos, que reconheçam na diferença do outro, não algo para ser temido ou odiado, mas sim uma história de ancestralidade tão rica em cultura e importância quanto a sua, que reconheça as diferenças e a respeitem. Não será de um dia para o outro que esse respeito irá nascer, por isso é preciso que os professores estejam sempre atentos à forma com que educam, busquem diariamente mostrar a importância das diferenças, do reconhecimento da diversidade étnica e do quanto essa discriminação pode acarretar males na sociedade e na consciência das crianças que interiorizam esses sentimentos que podem causar marcas e feridas profundas até a vida adulta. Para que o professor esteja realmente preparado para lidar com esses assuntos em sala de aula, e não apenas propagar estereótipos sobre a identidade da criança afrodescendente, é importante que tenha uma formação adequada e de qualidade, que não se limite apenas à educação inicial que muitas vezes propicia apenas conhecimentos específicos de uma área. Essa formação inicial e continuada para o professor precisa estar contextualizada com a realidade do país, pois a educação não acontece apenas na sala de aula. A escola é peça importante na sociedade, portanto, ela precisa estar relacionada com tudo o que acontece nela. A diversidade é um assunto polêmico da nossa geração, pois ela vem sendo a causadora de muitas atitudes violentas, que terminam até mesmo em mortes, tornando então a diversidade e o preconceito que anda lado a lado com ela um problema que precisa ser trabalhado nas escolas. Pensando nessa sociedade onde a intolerância, o desrespeito, preconceitos, racismos e discriminações têm estado tão presentes, as escolas e seus professores, são agentes com função mediadora pautam a capacidade de influenciar os cidadãos em processo de formação, assim devem lutar e buscar uma educação igualitária, que seja democrática e cidadã e valorize as identidades das crianças negras. Que essas crianças possam falar, mostrar e “vestir” sua identidade, sem medo e com orgulho.

4919 Narrativas de cuidado: trajetórias formativas em práticas integrativas e complementares
Larissa Leite, Amanda Pacheco

Narrativas de cuidado: trajetórias formativas em práticas integrativas e complementares

Autores: Larissa Leite, Amanda Pacheco

este trabalho pretende apresentar as trajetórias de formação em práticas integrativas e complementares de cuidado conduzidas pelo Movimento Popular de Saúde (MOPS) e Articulação Nacional de Educação Popular em Saúde (ANEPS/SERGIPE), em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS). Foram desenvolvidos cursos de extensão, oficinas e workshops em fitoterapia, reiki, acupuntura auricular, massoterapia, dentre outros. A proposta dessas experiencias formativas está alinhada à Politica Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC's) e tem como perspectiva metodológica os princípios da Política Nacional em Educação Popular em Saúde (PNEPS/SUS). Nesse sentido, tal trajetória tem promovido outros modos de pensar e fazer saúde, pautados na educação popular, integralidade e valorização dos saberes tradicionais. O objetivo é produzir problematizações frente a formação mobilizando debates e reflexão a partir do registro da nossa história.

3981 GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL NAS ESCOLAS: UMA QUESTÃO DE DIREITOS HUMANOS E SAÚDE PÚBLICA
Wanessa Maria Brandão, Rochelly Moura Sarmento, Karen Rhavena Andrade De Holanda

GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL NAS ESCOLAS: UMA QUESTÃO DE DIREITOS HUMANOS E SAÚDE PÚBLICA

Autores: Wanessa Maria Brandão, Rochelly Moura Sarmento, Karen Rhavena Andrade De Holanda

A sociedade brasileira vive profundas transformações que não podem ser ignoradas por nenhuma instituição democrática. Cresce no país a percepção da importância da educação como instrumento necessário ao combate do preconceito e da discriminação, possibilitando assim a prevenção da violência e a promoção da saúde pública através do Sistema Único de Saúde, através da promoção e prevenção de agravos lgbtqfóbicos. O percurso do presente debate pretende dar visibilidade as dimensões particulares e universais constituídas historicamente em sociedade, bem como a interface necessária entre educação, direitos humanos e saúde pública como resposta estatal emergente para o enfrentamento da violência de gênero, um fenômeno eminentemente sócio histórico que mata cotidianamente. Diante do caráter e dos objetivos dessa pesquisa, optamos por desenvolver um estudo explicativo e bibliográfico de base qualitativa. Tendo como aporte científico o Materialismo Histórico Dialético, por buscar entender a gênese dos processos a partir do movimento da realidade como um todo, explicando os fatos históricos e sociais mediante a confrontação do que é nos é posto como realidade. Apreendemos que dada a organização da instituição escolar, nos moldes de uma sociedade patriarcal, marcada por conflitos antagônicos de ordem capitalista, os professores/as reproduzem a lógica do controle e da disciplina, bloqueando seus alunos e alunas de desenvolverem uma percepção mais crítica da sociedade e, consequentemente, habilitando-os apenas para conformidade. Atualmente o que se percebe é que a comunidade escolar se transformou em um lugar de opressão, discriminação e preconceitos, no qual e em torno do qual existe um preocupante quadro de violência a que estão submetidos milhões de jovens e adultos LGBTQ´s – muitos/as dos/as quais vivem, de maneiras distintas, situações delicadas e vulneradoras de internalização da lgbtqfobia, negação, autoculpabilização, auto aversão. E isso se faz com a participação ou a omissão da família, da comunidade escolar, da sociedade e do Estado, sobretudo pela ausência de intervenções em saúde nesse âmbito. A discussão sobre gênero nas políticas educacionais parte de uma falácia cruel: a de que gênero, sexualidade e identidade de gênero são invenções ideológicas. Hoje em dia, é muito comum ver a desqualificação de determinadas visões de mundo como sendo “ideológicas”, ou seja, um ideário sem ancoragem na realidade. Em resposta a essas afirmações, a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) publicou o “Manifesto pela igualdade de gênero na educação: por uma escola democrática, inclusiva e sem censuras”. Em face da necessidade de construção de uma sociedade mais justa e igualitária, dado o conjunto de expressões da Questão Social, é preciso refletir sobre as práticas educacionais que ainda vigoram na atualidade. Sendo essa discussão central, na busca pela construção de uma sociedade verdadeiramente democrática, capaz de garantir direitos sociais, políticos, econômicos e culturais para todas as pessoas em conformidade com a universalização dos Direitos Humanos. Acreditamos que a escola é um lugar onde se constrói relações sociais e pensamentos, portanto, se faz necessário o uso de estratégias que possibilitem discussões sobre as diferenças, o respeito e a tolerância, reconhecendo as várias identidades e a importância da aprendizagem da diversidade. Na busca por romper com o padrão de hierarquização geradas a partir das ideias de masculinidade e feminilidade. O modelo dominante nos processos de construção de identidade de gênero impõe que um sujeito de órgão genital considerado biologicamente masculino se construa com identidade masculina, incorporando à sua personalidade os valores e normas de comportamento “próprios de um homem”, e que um sujeito de genitália considerada biologicamente feminina se construa com identidade feminina, internalizando e incorporando à sua personalidade aos valores e normas de comportamento “próprios de uma mulher”. Dessa maneira, interesses e formas de comportamento para cada sexo são estimulados no ambiente escolar. É necessário perceber de maneira crítica como são formados e legitimados os valores e opiniões discriminatórios, fazendo com que alunos (as) se identifiquem ou diferenciem-se de acordo com as características socialmente valorizadas e/ou determinadas. A abordagem de sexualidade, gênero e diversidade sexual na escola precisa contribuir para o processo de humanização das juventudes e profissionais. A instituição escolar é um espaço privilegiado que pode propiciar diálogos que possibilitem a ampliação de conhecimentos, para que assim seja oportunizada a participação de todos, nos diferentes espaços sociais. A violência de gênero, enquanto expressão da Questão Social tem persistido como um fenômeno histórico e universal. Ressalta-se que no início do século XXI as taxas de criminalidade, acidentes e violência cresceram de forma alarmante tonando-se assunto emergente para os governos municipais, estaduais e federal, tanto no que diz respeito a prevenção quanto na coerção do crime e da violência. Os resultados levantados pelos indicadores do Sistema Único de Saúde (SUS) revelam que, no ano de 2000, o número de pessoas que procuraram os serviços de saúde pública para o tratamento de traumas e lesões advindos de acidentes ou violência foi de 693.961, desse total 38,3% corresponderam a homicídios. Esse exponencial crescimento tem impactado de forma significativa nos gastos públicos em atendimento emergencial de saúde, na recuperação e reabilitação desses pacientes. A enumeração acima é simbólica perto do tamanho da violência de gênero que atinge o país. Diante dessa realidade ocorre-nos a seguinte indagação: a escola como espaço onde essa sociabilidade se forma e pode ser transformada, deve ficar aliviada do debate de gênero e de como sua construção cultural contribui para o crescimento dessa violência? Em resposta a indagação, destacamos a compreensão da violência de gênero enquanto fenômeno social histórico que exige uma análise profunda da sociedade que as produz, no que se refere a sua formação social, política e econômica. O Brasil tem registrado indicadores alarmantes com relação a lesões, mortes e agravos ocasionados por “acidentes” e violências, cujos os impactos repercutem nos serviços de urgência e emergência, tornando-se assim um problema de saúde pública. Os caminhos a serem eleitos demandam uma construção coletiva de novas práticas e formas de expressão da cultura popular com base no respeito a diversidade social e tolerância no que se refere as diferenças, sejam essas de classe, gênero, raça ou etnia. O que significa dizer que, é necessário a ampliação do campo de atenção a violência enquanto fenômeno construído de forma social e histórica, organicamente vinculado a Questão Social no bojo do desenvolvimento capitalista contemporâneo. Assim, as respostas governamentais não devem e não podem ficar restritas ao campo punitivo da segurança pública. Entende-se que é necessária a articulação entre os vários ministérios e órgãos governamentais, movimentos sociais, e, especialmente na articulação entre saúde e educação, a fim de estimular o conhecimento, debates e ações sobre o tema em toda sociedade. As políticas públicas somente serão efetivadas na medida em que a intersetorialidade das ações for privilegiada, mediante a construção de redes de atenção que incluam não apenas a saúde, mas também a educação, no qual a população seja chamada ao papel de protagonista para debater, deliberar e construir novas formas de sociabilidade em defesa da vida e da emancipação humana. Apesar do cenário adverso aos debates de promoção e prevenção de agravos a população LGBTQ nos espaços escolares e no SUS, percebemos que estratégias de Educação em Saúde via Programa Saúde na Escola podem ser um caminho exitoso na busca pela ampliação de ações preventivas, especialmente junto as juventudes e profissionais da Educação.

4250 Clube do Jardim - Comunidade de Práticas Agroecológicas e Sustentáveis
Tatiana Novais, Bruna Pedroso Thomaz de Oliveira, Francisca Rosa da Silva, Simone Armond Serrão

Clube do Jardim - Comunidade de Práticas Agroecológicas e Sustentáveis

Autores: Tatiana Novais, Bruna Pedroso Thomaz de Oliveira, Francisca Rosa da Silva, Simone Armond Serrão

O objetivo deste trabalho é descrever a experiência do Clube do Jardim - Comunidade de Práticas Agroecológicas e Sustentáveis da Fiocruz Brasília. É uma comunidade de práticas, com troca de experiências e aprendizagem acerca de uma vida mais saudável e possibilita o fortalecimento das pautas de: Sustentabilidade, Saúde do trabalhador(a), Práticas integrativas, Promoção da saúde e se constitui como espaço de integração institucional. Esta experiência vem produzindo algumas mudanças institucionais, como transição agroecológica do manejo do jardim, possibilidade de ferramenta pedagógica, espaço de construção de vínculos, alfabetização ecológica e conexão com outras experiências do Distrito Federal, que possui várias hortas urbanas e Comunidade que Sustentam Agricultura. Mudando a concepção de um jardim não apenas estético, para uma concepção colaborativa, funcional, agroecológico, sustentável, que valoriza a diversidade, os conhecimentos populares e tradicionais. Em Brasília, a Agricultura Urbana (AU), com princípios agroecológicos, vem crescendo e criando força, com várias experiências de hortas urbanas em praças, entre as quadras, hortas institucionais, entre outras. Assim, estas experiências de hortas urbanas vêm fortalecendo os vínculos comunitários, mudando a relação das pessoas com a terra, alimento e com a cidade, e resgatando os conhecimentos populares com o uso de plantas medicinais e alimentícias não convencionais. Como na agroecologia se considera os saberes populares e tradicionais, as práticas agroecológicas permitem a troca de saberes e acessar a conhecimentos tácitos e ancestrais, dos avós, bisavós, que tinham mais contato com a terra. E com a urbanização, o ser humano se distanciou da terra e dos meios de produção de alimentos, assim as práticas de AU e agroecologia permite a troca de aprendizagens e experiências, se tornando uma comunidade de práticas, aliada com o conceito de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). METODOLOGIA Este é um trabalho descritivo da experiência em construção do Clube do Jardim - Comunidade de Práticas Agroecológicas e Sustentáveis. Para a realização dos objetivos propostos foi feita uma análise dos e-mails trocados entre as integrantes do Clube do Jardim entre si e com a Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília, fotografias tiradas pelo coletivo e co-escrita deste trabalho pelas integrantes do coletivo. RESULTADOS E DISCUSSÃO Seu nome inicialmente foi pensado como Clube do (nosso) Jardim – para que as pessoas se sintam co-criadoras, colaboradoras e ocupantes deste território. Apesar do espaço estar caracterizado com um primeiro núcleo de ocupação, que fica no lado esquerdo da entrada da Escola Fiocruz de Governo, a ideia é que o território de atuação se constitua em todo a extensão do jardim da Fiocruz Brasília, e não apenas ao primeiro canteiro, podendo se constituir em um jardim não apenas estético, mas colaborativo, funcional, agroecológico, sustentável, que valoriza a diversidade, os conhecimentos populares e tradicionais. O primeiro canteiro foi batizado de Jardim comestível, no lugar de horta, como estratégia para não romper o contrato de jardinagem, e se constituir em uma atividade a mais para a empresa terceirizada. A Fiocruz Brasília está caminhando para uma Transição Agroecológica - O manejo do jardim da Fiocruz Brasília é tradicional com uso de agrotóxicos organofosforados, que ficam no solo por 20 anos, e com uso de herbicidas e fungicidas com aplicação a cada seis meses. Após esta detecção, contraditória dentro do contexto institucional, foi suspenso o uso de agrotóxicos, visto que os jardineiros tinham livre acesso ao uso, e está sendo reavaliado o Termo de Referência de manejo do jardim, com uso de adubo 100% orgânico e sem o uso de agrotóxicos. CONCLUSÕES O Clube do Jardim vem contando com estratégias de enraizamento e disseminação da ideia com o fortalecimento das parcerias internas, com aumento da cooperação entre as áreas, e com parceiros externos à Fiocruz, como a CSA Brasília, FS-UnB, CET, CDS, GT de AU, entre outros. Apesar de ser uma experiência recente, alguns frutos já estão sendo colhidos, como começo de um processo de transição agroecológica e conexão com outras experiências do território. E várias possibilidades de frutos, como possibilidades de pesquisa e construção de conhecimento acerca do tema. Assim, o Clube do Jardim, além de ser uma comunidade de práticas, se consolida como um laboratório vivo, pleno de possibilidades, diversidade e educação popular. Esta Comunidade de Práticas aparece como oportunidade de promover uma outra forma de governança, visto que para ter acesso ao território é, também, ter acesso ao poder, promovendo, ainda, uma nova possibilidade de Ecologia dos Saberes, no sentido do diálogo de saberes distintos encarnados em distintas práticas sociais, com diálogo entre o conhecimento científico,  com outros conhecimentos que estão presentes nas práticas sociais, construindo uma nova relação entre conhecimento científico, popular, artístico e dos cidadãos (SOUSA SANTOS, 2009). SOUSA SANTOS, Boaventura de. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. Epistemologias do Sul, p. 23, 2009.

4518 DIÁLOGOS SOBRE AS EXPERIÊNCIAS NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA NO CARIRI - CEARÁ
maria de lourdes goes araujo, Grayce Alencar Albuquerque, Olga maria Alencar, Priscila Chagas da Costa, Frederico rafael Gomes de sousa, Weslley sousa cavalcante

DIÁLOGOS SOBRE AS EXPERIÊNCIAS NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA NO CARIRI - CEARÁ

Autores: maria de lourdes goes araujo, Grayce Alencar Albuquerque, Olga maria Alencar, Priscila Chagas da Costa, Frederico rafael Gomes de sousa, Weslley sousa cavalcante

O presente trabalho trata-se da sistematização de um caderno pela Escola de Saúde Pública do Ceará divulgando os dados da violência contra a mulher na região do cariri cearense, coletados pelo Observatório da Violência do Cariri da Universidade Regional do Cariri - URCA. Essa parceria se deu no contexto da Campanha dos 16 dias de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher - 2017, na qual fez parte a apresentação dos dados coletados pelo Observatório. O caderno DIÁLOGOS SOBRE AS EXPERIÊNCIAS NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA NO CARIRI – CEARÁ apresenta a sistematização num esforço conjunto por considerarem a importância dos dados como subsídio às políticas públicas e, principalmente, como instrumento de sensibilização de estudantes, profissionais e população em geral, sobre a realidade da região no que se refere à violência cometida contra as mulheres. Os dados coletados permitem o levantamento do perfil das mulheres vítimas, perfil das notificações pelo setor saúde, dos registros de ocorrências nas delegacias da região e perfil dos agressores. O Caderno consta de uma parte introdutória, com uma breve discussão sobre a violência contra a mulher, sua relação com a saúde, alguns dados nacionais, uma apresentação sobre o Observatório e uma segunda parte com os dados coletados em tabelas e gráficos, associados a uma breve análise dos dados. Foram trabalhadas informações dos três maiores municipios da Região: Juazeiro do Norte com uma população de 249.939 hab. Crato 121.428 hab. e Barbalha 55.323 hab. que constituem a região metropolitana do Cariri. Os dados foram coletados: Segurança Pública: Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Juazeiro do Norte e Crato; Delegacia Regional de Crato; Delegacia de Barbalha; Setores da Saúde: Vigilância Epidemiológica das Secretarias de Saúde em Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha; Centro de Referência da Mulher (CRM) em Juazeiro do Norte e Crato. Em relação ao perfil das mulheres vítimas nas DDM foram verificadas respectivamente: Juazeiro 1162 ocorrencias, com uma amostra de 86,74%; Crato 771 ocorrencias, amostra 62,12%; e Brabalha 1933 ocorrencias amostra de 76,92%. Ao se realizar o somatório dos registros coletados nas DDM e nos demais campos de coleta, foram coletadas informações de 1856 notificações (entre Boletins de Ocorrência + Flagrantes + Atendimento em serviços de saúde, incluindo o CRM), dos quais se descreveu o perfil das vítimas. Quanto a distribuição por grupos, verificou-se: em Juazeiro um total de 1.187 mulheres agredidas, sendo, 2% crianças, 5% adolescentes, 87% mulher jovem e adulta, 4% idosa, 25 LGBT e outros; no Crato um total de 632 mulheres, sendo, 1% crianças, 3% adolescentes, 90% mulher jovem e adulta, 6% idosa, 25 LGBT e outros não pontuou; Barbalha um total de 54 mulheres, sendo, 17% crianças, 17% adolescentes, 66% mulher jovem e adulta, idosa e LGBT e outros não pontuou. Em relação a número de filhos(as) de mulheres vítimas da violência verificou-se nos três municipios a mesma tendência: 1º lugar 1 filho(a), 2º lugar 2 filhos(as), 3º lugar sem filhos(as), apresentando um percentual significado de ignorado variando entre 76% - Brabalha, 48% Crato e 37% Juazeiro. Quanto a idade das mulheres a maior prevalência foi no grupo etário de 30 a 59 anos variando entre 37% a 55%, seguida da faixa etária de 18 a 29 anos, variando entre 24% a 30%. No quesito cor/raça verificou-se que de 88% a 36% não registraram a informação e nos registros foi encontrado em Juazeiro e Crato em 1º lugar parda seguido de preta e branca; em Barbalha foi identificado em 1º lugar preta seguida de branca. Em relação ao estado civil das mulheres verificou-se a mesma tendência nos três muncipios; 1º lugar casadas de 24% a 35% , 2º lugar solteiras de 12% a 32% e em 3º lugar separadas de 11% a 28% . Em relação ao tempo de relacionamento das mulheres com os agressores a maioria das mulheres tiveram mais de 4 anos de relacionamento até o momento da agresão, variando entre 22% a 36%. Em relação a idade dos agressores verificou-se prevalencia na faixa superior a 29 anos. Em relação ao vínculo com o agressor verifiou-se em 1º lugar ex-conjugues, 2º lugar conjugues, 3º lugar ex - namorados. Quanto ao consumo de alcool pelos agressores no momento da agressão 1º lugar ignorado com 47%, 2º lugar não relatou consumo 27%, 3º lugar alcoolizado com 26%. Quanto a residencia das mulheres 1º lugar urbana com 88%, 2º lugar rural com 8%. Já em relação a Zona de ocorrencia da agressão: Urbana 85% e rural 9%. Horário da ocorrência: 1º lugar noite 33%, tarde 26% e manhã 25%. Local da ocorrência: casa/domicilio 70%, Via urbana 12%. Registro de correncia repetida: 44% mais de uma vez, 44% ignorado, e 12% unica vez. Motivação/argumento para agressão: 26% sexismo, 11% conflito geracional. Tipos de violencia: 1º lugar ameaça com 38%, 2º lugar física 24%, 3º lugar psicológica 23%. Tipo de agressão 1º lugar enforcamento com 36%, 2º lugar objeto pérfuro cortante 33%, 3º lugar força/espancamento 22%. Número de agressores: 92% um agressor e 6% 2 ou mais. Esperamos que este Caderno possa ser, amplamente, utilizado pelo público-alvo da Escola de Saúde Pública, principalmente os residentes da Residência Médica e Residência Multiprofissional; da universidade; estudantes; professores(as); e demais interessados. Esperamos, também, que o Caderno seja utilizado pelos gestores(as), que trabalham em prol das políticas públicas, voltadas às mulheres da região do Cariri e outras interessadas.

5063 QUALIDADE DE VIDA E SEXUALIDADE NA POPULAÇÃO DA TERCEIRA IDADE DE UM CENTRO DE CONVIVÊNCIA NA CIDADE DE TRINDADE – GO
Lúcia de Fátima Santos Cruz, ALINE APARECIDA ARANTES, Iel Marciano de Moraes Filho, Bianca Jacob de Araújo, Charlene de Oliveira Sales, Osmar Pereira dos Santos, Ricardo Cezar Ramalho, Thaynnara Nascimento dos Santos

QUALIDADE DE VIDA E SEXUALIDADE NA POPULAÇÃO DA TERCEIRA IDADE DE UM CENTRO DE CONVIVÊNCIA NA CIDADE DE TRINDADE – GO

Autores: Lúcia de Fátima Santos Cruz, ALINE APARECIDA ARANTES, Iel Marciano de Moraes Filho, Bianca Jacob de Araújo, Charlene de Oliveira Sales, Osmar Pereira dos Santos, Ricardo Cezar Ramalho, Thaynnara Nascimento dos Santos

Apresentação: A população idosa no Brasil tem aumentado continuamente, por isso vem surgindo uma necessidade de se discutir sobre seu modo de vida, bem como seu bem-estar. Ademais, vive-se em uma realidade em que há pouca preocupação com a qualidade de vida dessas pessoas, principalmente quando se trata da sexualidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) qualidade de vida corresponde à percepção do indivíduo de sua posição na vida, na conjuntura da cultura e sistema de valores nos quais ele vive, e em relação as suas finalidades, perspectivas, protótipos e inquietações. Deste modo, torna-se imprescindível abranger o envelhecimento como um procedimento natural e passível de uma abordagem integral da saúde. Objetivo: verificar o entendimento sobre qualidade de vida e investigar a sexualidade da população da terceira idade em um grupo de idosos na cidade de Trindade-GO. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa com abordagem descritiva. Após a definição do tema foi feita uma busca de artigos nas bases de dados Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Usando as seguintes palavras-chave: Terceira idade; Qualidade de vida; População, Sexualidade. Além de fontes digitais foram consultados livros que visam sobre o tema em questão. O estudo foi realizado, in loco, no (Centro de Convivência) CC Vila Vida, em Trindade – Goiás, o qual atendem pessoas da terceira idade. As entrevistas aconteceram, somente, após a aprovação do CEP-FUG de número 65-2017. A amostra do estudo foi composta por 126 idosos de ambos os sexos, com faixa etária acima de 60 anos de idade frequentadores do CC Vila Vida, que se dispuserem a participar da pesquisa, após a análise e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O levantamento dos dados foi por meio de questionário com 23 perguntas fechadas, relacionadas à qualidade de vida e sexualidade da população da terceira idade.  Resultados: Na questão de gênero o estudo demostrou que é o sexo feminino prevaleceu com 57,94% (73). A média das idades demostrada no estudo fora de idosos de 60 a 70 anos de idade com 66,67%, de 70 a 80, 26,19% e de 80 a 90 7,14%. Em relação ao estado civil a maioria dos entrevistados são viúvos com 57,94%, seguido de separados ou divorciados com 24,60%, solteiro 11,90% e casados 5,56%. Quando questionados se sabem ler e escrever, a maioria dos idosos entrevistados disseram que sim com 91,11% (77) e 38,89% (49) não sabem ler. Neste estudo os idosos que não sabiam ler, as autoras do trabalho leram o questionário e assinalaram pelos entrevistados. O resultado deste item, é comprovado devido ao fato um índice grande pessoas idosas, não alfabetizaram, ou nem estudaram e concluíram seus estudos, devido ao fato de condições econômicas, falta de instruções dos pais, ou aquelas que nasceram e cresceram em zonas rurais, entre outros fatores. Em relação a saúde 12,70% estão satisfeitos com a sua saúde, 8,73% insatisfeitos, 7,14% estão satisfeitos e 3,18% muito satisfeito. Diante ao exposto, a maioria dos entrevistados estão satisfeitos com a sua saúde. Em relação a auto avaliação a sua qualidade de vida. A maioria dos entrevistados disseram a opção boa com 53,97% seguido de muito boa com 21,43% é 15,87% responderam que nem ruim nem boa, 7,14% ruim e 1,59% muito ruim. Fora perguntado aos idosos o quanto os mesmos aproveitam a sua vida:0,8% disseram a alternativa nada, 9,52% muito pouco,15,8% mais ou menos,53,38% bastante e 22,22% extremamente. A resposta que prevalece é bastante. Diante dos fatores que interferem para ter uma qualidade de vida os entrevistados elencaram tais fatores como: 15,87% amor e respeito; 9,52% ter saúde; 55,56% ter amigos e família; 7,84% paz e harmonia; 3,17% praticar exercícios e 7,94% responderam a opção outros. Fora perguntado aos idosos em relação a ao convívio no CC e as atividades desenvolvidas pelo mesmo: o baile fora destacado como um momento de lazer e que contribuiu para a sua qualidade de vida 85,71% (108) disseram que o mesmo e satisfatório. Diante da organização do CC 100% dos entrevistados disseram que a instituição organiza atividades físicas tais como:15,87% apontaram a caminhada,7,94% hidroginástica, 9,52% ginástica, 55,56% disseram o baile, 3,17% fisioterapia e 7,94% responderam outras opções. Dentre o modo que como os idosos utilizam seu tempo, 38,10% disseram que assiste TV, 15,87% frequentam o baile, 9,52% fazem crochê, 15,87% trabalham e 20,64% disseram outros. Quando questionados sobre sua renda mensal, 77,78% dos idosos recebem salário mínimo, 10,323% de 2 a 3 e ninguém recebe 3 ou mais salários. Quando questionados em relação a sexo 73,81% dos entrevistados disseram que falar sobre sexo é difícil e 26,19% disseram não ser difícil falar sobre o assunto, e os que contem vida sexual ativa, 39,58% disseram que sim e 60,32% responderam que não. Mas em interposto 13,49% dos entrevistados disseram que vê a importância do sexo para uma pessoa da terceira idade e 86,51 disseram que o sexo não é importante, responderam que não a pergunta. Sobre julgar ou achar que o sexo é importante para que a pessoa tenha felicidade, 90,48% disseram que sim, que realmente o sexo é importe, e 9,53% disseram que não vê relação do sexo com o nível de felicidade. Quando perguntado o que mais atrapalha na atividade sexual na terceira idade, 20,64% disseram que é a timidez, 9,52% acaba a força, 38,10% a falta de amor e desejo, 11,11% o diálogo, 4,76% disseram que falta parceiro certo e 15,87% responderam a alternativa outros motivos. Em relação a prevenção de agravos inerentes para uma qualidade de vida sabemos que a prática do sexo seguro, com uso de preservativo, previne infecções e doenças sexualmente transmissíveis, sendo assim, 15,08% tem o hábito de usar preservativos nas relações sexuais e 84,92% não usam preservativo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Falar sobre a qualidade de vida dos idosos e da sua sexualidade é tão importante quanto dar as primeiras orientações sexuais para os adolescentes. É necessário compreender que a terceira idade também tem seus prazeres e modo singular de viver. Os idosos são pessoas que necessitam de diversão, de viver emoções e se sentirem ativos, pois, ao contrário, poderiam se sentir incapazes e inúteis. O objetivo deste estudo foi alcançado, pois através da pesquisa realizada com os idosos do CC Vila Vida. Fora demonstrado que a maioria dos entrevistados não se interessa pela sexualidade, ressaltando que não é apenas o sexo que é importante para se sentirem felizes, por isso, muitos deixaram o desejo e sentimentos de lado, passando a desinteressar pelo sexo e valorizando o carinho e companheirismo. Deste modo, cabe a realização de intervenções educativas por parte dos meios de comunicação e das Unidades Básicas de Saúde, ações voltadas à sexualidade nessa fase da vida, pois, para muitos ainda é um tabu falar sobre o assunto.Para que o idoso tenha uma qualidade de vida e o envelhecimento saudável é necessário uma compreensão apropriada de um conjunto de fatores que compõem o dia a dia do idoso, como se sentirem bem, ter autoestima, boa saúde, praticar atividades física, lazer, entre outros fatores para uma melhor idade prazerosa e tranquila.

1244 O território e o cotidiano do trabalho no Programa Saúde na Escola (PSE)
Ranulfo Cavalari Neto, Sônia Maria Dantas Berger

O território e o cotidiano do trabalho no Programa Saúde na Escola (PSE)

Autores: Ranulfo Cavalari Neto, Sônia Maria Dantas Berger

Apresentação: O território é composto por diversas dimensões, sendo elas: demográfica, epidemiológica, administrativa, política, tecnológica, social e cultural. Essa concepção serve de instrumentos de organização dos serviços de saúde. A produção do cuidado em saúde vem de uma articulação entre trabalhadores da saúde, usuários e o território. O Programa Saúde na Escola (PSE) vem com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos escolares em âmbito nacional. O desafio dessa articulação do território com as práticas de cuidado em Saúde dentro do Programa traz questões para além do campo da saúde, e necessita de uma abordagem mais ampla e sistêmica. Objetivo: Discutir a relação do território com a produção do cuidado no Programa Saúde na Escola (PSE). Descrição da experiência ou método do estudo: Primeiramente, foi compreendido a relação do território com as práticas de saúde da população, definidas como determinantes para o processo de produção do cuidado. Após análise da concepção de território que emerge da Política Nacional de Promoção da Saúde foi investigado a produção científica sobre o PSE desde sua criação na Biblioteca Virtual em Saúde. Após análise do material encontrado restaram oito artigos, de acordo com os critérios utilizados. A busca foi realizada com o objetivo de encontrar artigos que tratavam da temática do PSE, a partir de experiências empíricas. Resultados e/ou impactos: A partir dos resultados encontrados em relação a produção científica do PSE no Brasil, foi constituído inicialmente três campos de conhecimento para a análise, são eles: o campo pedagógico, o campo da concepção de saúde e o campo processo de trabalho. No campo pedagógico foi encontrado questões sobre a capacitação dos profissionais, referente a sua insuficiência, também sobre prática pedagógica das ações desenvolvidas no PSE caracterizadas como de caráter tradicional ou contra hegemônico. No campo da concepção de saúde foi percebido com clareza a presença de um reducionismo no conceito de Promoção da Saúde; além de uma valorização da Intersetorialidade nas práticas realizadas; assim como percebe-se a presença do discurso higienista no tratamento de questões clínicas ligadas ao fracasso escolar e as dificuldades de aprendizagem. Já no campo processo de trabalho o problema das estruturas físicas das unidades de saúde, a falta de condições para a realização do trabalho e a sobrecarga de trabalho da enfermagem atuante no PSE foram identificados nos estudos. Considerações finais: A produção de cuidado no PSE está diretamente relacionada a diversos campos de conhecimento de forma que a estruturação do território tem potencial para influenciar na presença e qualidade da saúde. Necessita-se de investimento por parte do Estado para a redução das situações de vulnerabilidade da população que mais necessita desses serviços. Além disso, fica claro a partir do estudo que existem certas resistências que o profissional de saúde necessita enfrentar para realizar seu trabalho. O território é componente central para o enfrentamento em busca de uma Saúde e Educação pública e de qualidade.