Profissionais das áreas da saúde, educação, assistência social, justiça e segurança pública, além de organizações da sociedade civil, participaram nos dias 28 e 29 de agosto, da primeira Oficina de Fortalecimento da Rede de Proteção à Vítima de Violência: protegendo mulheres, crianças, adolescentes, LGBTIs e refugiados, no Auditório Senador João Bosco na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), em Manaus.
O evento, promovido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus teve como como objetivo fortalecer a Rede de Proteção de Manaus, por meio do entendimento do papel de cada ator da rede e dos desafios e oportunidades que o atendimento às vítimas de violência apresenta nas áreas da saúde, assistência social, justiça e segurança pública.
Segundo a chefe do escritório do UNICEF em Manaus, Luíza Teixeira, a Oficina é uma tentativa de trazer os atores da rede de proteção para mais próximo e fazer com que os envolvidos entendam não só o seu próprio papel, mas também o papel do outro. "O intuito desse evento é fortalecer a Rede para que o atendimento às vítimas seja feito de forma mais eficaz para que realmente haja o acolhimento e atendimento de mulheres, crianças, adolescentes, LBTIs e refugiados", destaca Teixeira.
O Coordenador Regional Norte da Rede Unida e pesquisador da Fiocruz Amazônia, Rodrigo Tobias, falou sobre a importância da reorientação das ações dos setores envolvidos. Tobias ressalta que como representante da Rede Unida na região Norte, sua missão é fazer parte da rede de apoio, que pretende colaborar na formulação de políticas públicas intersetoriais de proteção social. “Entendo que este evento tem o papel definidor, traçador na reorientação das ações dos setores da saúde, da assistência social, da justiça, do legislativo e dos movimentos sociais para enfrentamento de vítimas de violência e que visa, por fim, proteger grupos populacionais específicos, incluindo os refugiados em Manaus".
Para Juliana Serra, assistente de proteção ACNUR é importante entender quais são as necessidades de cada grupo para que possam acessar os fluxos de respostas e reforçar também a estratégia de interiorização junto ao Governo Federal. “Quando nós desenvolvemos políticas e eventos como esse, não estamos só pensando nos refugiados, mas em estratégias políticas que beneficiem eles e que também vão servir para a população em geral, então o nosso trabalho é pensar como podemos auxiliar uma população com uma vulnerabilidade específica e ao mesmo tempo ajudar a população local”, explica Serra.
Durante a oficina, os participantes realizaram trabalhos em grupo e estudaram casos específicos, propondo possibilidades de fluxo de atendimento para garantir a atenção integral à vítima que cada caso requer. Na ocasião, também foi discutido como desenvolver, de forma articulada, as atividades do processo de interiorização de solicitantes de refúgio e migrantes vindos da Venezuela, uma das linhas de ações da Força Tarefa Humanitária em Roraima, apoiada pelo sistema ONU no Brasil e foi construído um fluxo de atendimento consolidado para casos de violência, que servirá para os atores da rede e também para sensibilizar as populações em situação de vulnerabilidade sobre como garantir a proteção e reparação de seus direitos.
Agência Rede Unida de Comunicação, por Júlia Gomes e Mirinéia Nascimento